FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ UNIVERISDADE DE FORTALEZA - UNIFOR CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
MARINA COELHO FEITOSA
OPENCLINIC: CLÍNICA DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM FORTALEZA- 2022
UNIVERISDADE DE FORTALEZA - UNIFOR GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II
MARINA COELHO FEITOSA
OPENCLINIC: CLÍNICA DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM
FORTALEZA - CE 2022
UNIVERISDADE DE FORTALEZA - UNIFOR GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II
MARINA COELHO FEITOSA
OPENCLINIC: CLÍNICA DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Fortaleza - UNIFOR, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientador: Prof. Wladimir Capelo
FORTALEZA - CE 2022
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MARINA COELHO FEITOSA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Fortaleza - UNIFOR, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientador: Prof. Wladimir Capelo Magalhães Aprovada em: ___/___/___.
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BANCA EXAMINADORA
Prof. Orientador Wladimir Capelo
Beatriz Alcântara Castelo (Arquiteta convidada)
Prof. Natalie Guerra Castro Albuquerque
AGRADECIMENTOS
Agradeço, primeiramente a Deus, por ter me permitido chegar até aqui, me dado sabedoria e paciência para persistir em momentos difíceis e por me conceder apoio com sua infinita bondade e amor. Agradeço aos meus pais por todo o apoio, cuidado e por nunca me deixarem faltar nada. Por me permitirem ter a oportunidade de estudar e enfim, me formar. Por serem, independente das desavenças, rede de apoio e fonte de amor diário. Agradeço ao meu irmão, Anderson, pela inspiração, por acreditar em mim, e, por ter se feito presente, mesmo longe, durante toda minha jornada. A minha irmã, Sabrina, por ter acreditado, ajudado em muitos desafios, e, por muitas vezes, ter sido minha maior companheira. Ao meu irmão e afilhado, Dinho, por ser minha base diária de amor, e, mesmo pequeno, ter me ensinado tanto a persistir. Agradeço aos meus avós, João; Yonilde e Carlos por terem vivido toda essa jornada comigo, se alegrado nas pequenas conquistas e sempre se dispondo a ajudar de diversas maneiras. A minha avó Iracilda, que, mesmo tendo partido no último ano, sempre esteve interessada na minha caminhada, se preocupando, acolhendo e apoiando. A minha bisavó, Dindinha, que foi, por muitos anos, minha fonte de inspiração e confiança. A minha prima, Camila, por ter me apoiado em minhas decisões e escolhas e sempre me mostrar que deveria seguir meus sonhos e buscar minha felicidade. A toda minha família, primos, padrinhos, tios, tios-avós por toda confiança, apoio e admiração que depositaram em mim por todos esses anos. A minha cunhada, Séfora, por ter sido uma grande companheira de estudo, auxiliado em diversos momentos, e agora ser minha colega de profissão. Agradeço ao meu namorado e melhor amigo, Yury, pelo carinho, companheirismo, suporte, paciência, por ter aceito esse desafio comigo, ter me encorajado, ajudado, enfrentado momentos ruins e me ensinado a persistir mesmo diante das maiores adversidades. A arquitetura exige muitos esforços, abdicações, dedicação e paciência, e, por isso, agradeço aos meus amigos de curso que estiveram comigo desde o começo: A Lara, por ser suporte, alegria, fonte de Deus, família e acolhimento, por ter abdicado de tantas noites comigo, ter estado ao meu lado, ter me dado apoio, força e acreditado em mim. Por vezes ter dividido comigo choros e alegrias. A Vitória, por ter sido minha grande dupla de trabalhos, por ter me ensinado tanto sobre amizade e família e por ter sido moradia e apoio. Ao Renan, por ter me ensinado a persistir, me mostrado a não abdicar de sonhos e de tudo que sou capaz. Ao Murilo, por nunca deixar coisas ruins afetarem, por tornar os dias e aulas mais leves e por toda a
parceria. A Bia, por trazer alegria e leveza para todas as aulas. A Marina, por ter sido minha grande companheira, parceira, conselheira e por, diversas vezes, ter sido colo, aconchego e cuidado. Agradeço aos meus amigos do colégio: João Victor, João Lucca, Letícia, João Luca, Chico, Eduardo, Luís Eduardo, Gabriel e Bia, por terem sido apoio em diversos momentos, desde o início dessa caminhada, por terem vibrado pelas minhas conquistas, me inspirado e, principalmente, apoiado minhas decisões e mudanças. A UNIFOR, todos os professores, coordenadores e funcionários que estiveram sempre dispostos a ensinar, aconselhar e ajudar nos dias difíceis. A empresta Allure e seus integrantes: Rebecca, Luana, Felipe, Rebeca C., Neide, Abel, e Bianca por terem me permitido crescer dentro do escritório, onde obtive diversos aprendizados técnicos e, principalmente, humano. Fiz amizades lindas e me permiti vivenciar o dia-a-dia dessa profissão. Por fim, agradeço a Medicina, por ter sido uma grande conquista na minha vida, por ter sido minha grande inspiração para realização desse trabalho, por ter me ensinado sobre ser humana, gentil e sobre se doar. A medicina exige muito de todos, mas é extremamente gratificante. A arquitetura hospitalar é uma das mais lindas formas de acolhimento nos ambientes de saúde e deve ser atrelada a prática de todos os profissionais da área para juntas permitirem bem-estar e acolhimento ao paciente. A todos que me apoiaram na mudança, a todos que me disseram que sou capaz e a todos que enfrentaram os últimos 2 anos e meio ao meu lado, unindo esses dois cursos: muito obrigada! Agradeço aos meus amigos da medicina: Yury, Igor, Iasmin, Sofia, Pedro Henrique, Airton, Vitor, Camila, Luanna, Rian, Priscila, Raquel e Velko, por terem acreditado em mim, sido fonte de suporte, apoio e consolo e pelas infinitas ajudas e palavras. Obrigado a todos que indiretamente, ou mesmo de longe, me apoiaram e acreditaram na minha jornada da arquitetura.
RESUMO
A arquitetura hospitalar, diante de todo o avanço tecnológico observado nos últimos anos, ainda vem sendo vista com uma "máquina de curar", em que os ambientes são projetados para as doenças e não para seus usuários. Na radiologia, os edifícios projetam espaços sem cor, frios e agonizantes, os quais despertam no paciente, sensações tristes que se atrelam a sentimento de descuido, abandono e estágios avançados de patologias. Dessa forma, esse trabalho visa apresentar uma proposta de clínica de diagnóstico por imagem que busca trazer para cidade de Fortaleza novas disponibilidades de equipamentos, atrelada a uma forma diferente de experimentar a arquitetura hospitalar: com ambientes humanizados, em contato com a natureza e que forneça conforto e bem-estar ao paciente. Para isso, foi realizado um estudo teórico referencial e arquitetônico, analisando a distribuições de equipamentos dessa área no país, bem como a relação da arquitetura e seus ambientes, com o processo saúde-doença dos seus usuários. Além disso, buscou-se referenciais projetuais, a fim de analisar soluções e estratégias arquitetônicas que auxiliassem no desenvolvimento deste trabalho. Por fim, foi desenvolvido o anteprojeto de uma Clínica de Diagnóstico por Imagem, o qual permite segurança e conforto, além do contato com a natureza, por meio da sua forma e de elementos projetuais que contribuem para um aproveitamento da iluminação e ventilação natural, com soluções que trazem afetividade e identidade para o usuário. Palavras chave: Arquitetura hospitalar; Clínica radiológica; Conforto; Biofilia; Fortaleza- CE
Healing Architecture, given all the technological advances observed in recent years, is still seen as a "healing machine", in which environments are designed for diseases and not for their users. In radiology, projects of colorless buildings, cold and agonizing spaces, which brings sad sensations that are linked to a feeling of carelessness, abandonment and a reminder of advanced stages of pathologies. Thus, this work aims to present a proposal for a diagnostic imaging clinic that seeks to bring to the city of Fortaleza new availability of equipment, linked to a different way of experiencing hospital architecture: humanized environments in contact with nature, that provides patient comfort and well-being. For this, a theoretical and architectural study was carried out, analyzing the distribution of equipment in this area, as well as the relationship between architecture and its environments with the health-disease process of its users. In addition, design references were sought in order to analyze architectural solutions and strategies that would help the development of this work. Finally, a preliminary design for a Diagnostic Imaging Clinic was developed, which allows for safety and comfort, in addition to contact with nature, through its shape and design elements that contribute to the use of natural lighting and ventilation, with solutions that bring affectivity and identity to the user. Keywords: Hospital architecture; Radiological clinic; Comfort; Biophilia; Fortaleza- CE
ABSTRACT
TABELAS
LISTA DE ELEMENTOS GRÁFICOS
Tabela 1: Distribuição de médicos radiologistas no Brasil segundo as grandes regiões, Brasil – 2019 | 24 Tabela 2: População Brasileira total, população usuária do SUS e população usuária de planos e seguros de saúde privados, Brasil – 2019 | 26 Tabela 3: Produção de exames de ressonância magnética, tomografia computadorizada, mamografia, radiografia (excluindo as odontológicas) e ultrassonografia entre os anos de 2014 e 2016 para o setor público e privado de saúde, densidade de exames por 1.000 usuários e indicador de desigualdade público-privado (IDPP), Brasil – 2019 | 27 Tabela 4: Resumo das referências projetuais | 39 Tabela 5: Parâmetros da Zona de Ocupação Moderada II | 46 Tabela 6: Programa de necessidades | 52 Tabela 7: Ambientes bloco principal | 73 Tabela 8: Quadro de esquadrias - Bloco principal | 73 Tabela 9: Ambientes bloco apoio/serviço| 80 Tabela 10: Quadro de esquadrias - Bloco apoio/serviço | 81 Tabela 11: Ambientes cafeteria | 85 Tabela 12: Quadro de esquadrias cafeteria | 85
FIGURAS Figura 1: Clínica Wind | 32 Figura 2: Clínica Wind | 32 Figura 3: Clínica Wind | 32 Figura 4: Planta do pavimento térreo - Clínica Wind | 32 Figura 5: Planta do primeiro pavimento - Clínica Wind | 33 Figura 6: Planta do segundo pavimento - Clínica Wind | 33 Figura 7: Planta do terceiro pavimento - Clínica Wind | 33 Figura 8: Unidade Básica de Saúde - UBS Parque do Riacho | 34 Figura 9: Perspectiva do projeto Unidade Básica de Saúde - UBS Parque do Riacho | 35 Figura 10: Setorização do projeto Unidade Básica de Saúde - UBS Parque do Riacho | 35 Figura 11: Perspectiva do projeto Unidade Básica de Saúde - UBS Parque do Riacho | 36 Figura 12: Perspectiva do projeto Unidade Básica de Saúde - UBS Parque do Riacho | 36
Figura 13: Perspectiva do projeto Unidade Básica de Saúde - UBS Parque do Riacho | 36 Figura 14: Corte construtivo do projeto Unidade Básica de Saúde - UBS Parque do Riacho | 36 Figura 15: Laboratório JCC Diagnóstico de imagem | 37 Figura 16: Laboratório JCC Diagnóstico de imagem | 37 Figura 17: Planta do térreo do Laboratório JCC Diagnóstico de imagem | 38 Figura 18: Planta do Laboratório JCC Diagnóstico de imagem | 38 Figura 19: Corte longidudinal do Laboratório JCC Diagnóstico de imagem | 38 Figura 20: Corte transversal do Laboratório JCC Diagnóstico de imagem | 38 Figura 21: Esquema representativo do perfil topográfico do terreno no sentido longitudinal | 46 Figura 22: Esquema representativo do perfil topográfico do terreno no sentido transversal | 46 Figura 23: Dimensionamento do terreno | 47 Figura 24: Rosa dos ventos de Fortaleza | 48 Figura 25: Áreas de insolação de Fortaleza | 49 Figura 26: Fluxograma | 54 Figura 27: Esquema conceitual dos blocos | 55 Figura 28: Esquema conceitual dos blocos | 55 Figura 29: Representação em planta baixa da biofilia trabalhada nas salas de exame | 56 Figura 30: Croqui representativo da biofilia trabalhada nas salas de exame | 56 Figura 31: Croquis conceituais iniciais | 57 Figura 32: Croqui final | 57 Figura 33: Croqui de setorização 1 | 58 Figura 34: Croqui de setorização 2 | 58 Figura 35: Croqui de setorização 3 | 58 Figura 36: Croqui de setorização final | 59 Figura 37: Técnica de ventilação cruzada | 60 Figura 38: Técnica de ventilação de pátios internos | 60 Figura 39: Captação por vegetação | 61 Figura 40: Esquema construtivo do bolo principal | 70 Figura 41: Representação ilustrativa que demonstram algumas soluções que serão trazidas no projeto | 78 Figura 42: Esquema construtivo do bolo de apoio/serviço| 79
Figura 43: Esquema representativo da malha de brises | 83 Figura 44: Esquema representativo da perspectiva de brises | 83 Figura 44: Representação ilustrativa que demonstram algumas soluções que serão trazidas no projeto | 88 Figura 45: Perspectiva do projeto | 92 Figura 46: Perspectiva do projeto | 93 Figura 47: Perspectiva do projeto | 94 Figura 48: Perspectiva do projeto | 95 Figura 49: Perspectiva do projeto | 96 Figura 50: Perspectiva do projeto | 97 Figura 51: Perspectiva do projeto | 98 Figura 52: Perspectiva do projeto | 99 Figura 53: Perspectiva do projeto | 100 Figura 54: Perspectiva do projeto | 101 Figura 55: Perspectiva do projeto | 102 Figura 56: Perspectiva do projeto | 103
MAPAS Mapa 1: Densidade de médicos especialistas em Radiologia e Diagnóstico por Imagem segundo as unidades da Federação, Brasil – 2019 | 25 Mapa 2: Localização do terreno na cidade de Fortaleza | 42 Mapa 3: Localização do terreno em relação ao bairro | 42 Mapa 4: Localização do bairro na cidade de Fortaleza | 43 Mapa 5: Mapa das regionais de Fortaleza | 43 Mapa 6: Mapa dos equipamentos de saúde do bairro Parque Manibura | 44 Mapa 7: Mapa de uso e ocupação do bairro Parque Manibura | 44 Mapa 8: Mapa do terreno em relação as vias do seu entorno | 45 Mapa 9: Mapa do terreno em relação aos pontos de ônibus | 45 Mapa 10: Mapa das curvas de níveis do terreno | 47 Mapa 11: Mapa de insolação e ventilação do terreno | 48 Mapa 12: Localização do bloco principal | 69 Mapa 13: Localização do bloco apoio/serviço| 78 Mapa 14: Localização cafeteria | 83
LISTA DE DESENHOS TÉCNICOS
1: Planta de situação | 66 2: Planta de implantação | 67 3: Planta de coberta | 68 4: Corte geral 1 | 69 5: Corte geral 2 | 69 6: Planta baixa - Bloco principal | 72 7: Planta de coberta - Bloco principal | 74 8: Corte 1 - Bloco principal | 75 9: Corte 2 - Bloco principal | 75 10: Corte 3 - Bloco principal | 75 11: Fachada 1 - Bloco principal | 76 12: Fachada 2 - Bloco principal | 76 13: Fachada 3 - Bloco principal | 77 14: Fachada 4 - Bloco principal | 77 15: Detalhe construtivo - Jardim vertical - Planta baixa D1 | 78 16: Detalhe construtivo - Jardim vertical - Vista Montagem D1 | 78 17: Corte D1 | 78 18: Planta baixa - Bloco de apoio/serviço 1 | 80 19: Planta de coberta - Bloco de apoio/serviço 1 | 81 20: Corte 1 - Bloco de apoio/serviço 1 | 82 21: Corte 2 - Bloco de apoio/serviço 1 | 82 22: Fachada 1 - Bloco de apoio/serviço 1 | 82 23: Fachada 2 - Bloco de apoio/serviço 1 | 82 24: Fachada 3 - Bloco de apoio/serviço 1 | 83 25: Fachada 4 - Bloco de apoio/serviço 1 | 83 26: Planta baixa cafeteria | 84 27: Planta de coberta cafeteria | 86 28: Corte 1 - Cafeteria | 86 29: Corte 2 - Cafeteria | 86 30: Fachada 1 Cafeteria | 87 31: Fachada 2- Cafeteria | 87
32: Fachada 3- Cafeteria | 87 33: Fachada 4- Cafeteria | 88 34: Esquema estrutural | 89
01 INTRODUÇÃO
SUMÁRIO
1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA 1.2 JUSTIFICATIVA 1.3 OBJETIVOS 1.4 METODOLOGIA DE PESQUISA E PROJETO
02
2.1 RADIOLOGIA NO SISTEMA DE SAÚDE PÚBLICO BRASILEIRO 2.2 REGIONALIZAÇÃO E OFERTA DOS SERVIÇOS DE SAÚDE EM RADIOLOGIA NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE EM FORTALEZA 2.3 INTEGRAÇÃO E HUMANIZAÇÃO DA ARQUITETURA HOSPITALAR 2.4 PRINCÍPIOS DA ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA NOS AMBIENTES DE SAÚDE
03 REFERENCIAL PROJETUAL
REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 CLÍNICA WIND 3.2 UNIDADE DE SAÚDE BÁSICA - UBS - PARQUE DO RIACHO 3.3 LABORATÓRIO JCC DIAGNÓSTICO POR IMAGEM
4.1 LOCALIZAÇÃO DO TERRENO 4.2 ANÁLISE DO BAIRRO 4.3 LEGISLAÇÃO 4.4 TOPOGRAFIA DO TERRENO 4.5 ANÁLISE FÍSICO AMBIENTAL DO TERRENO
04
DIAGNÓSTICO
05 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
5.1 MEMORIAL DESCRITIVO 5.2 PÚBLICO ALVO 5.3 PROGRAMA DE NECESSIDADES 5.4 FLUXOGRAMA 5.5 CONCEITO E PARTIDO ARQUITETÔNICO 5.6 SETORIZAÇÃO
01 INTRODUÇÃO
2.1 RADIOLOGIA NO SISTEMA DE SAÚDE PÚBLICO BRASILEIRO 2.2 REGIONALIZAÇÃO E OFERTA DOS SERVIÇOS DE SAÚDE EM RADIOLOGIA NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE EM FORTALEZA 2.3 INTEGRAÇÃO E HUMANIZAÇÃO DA ARQUITETURA HOSPITALAR PROJETO 2.4 PRINCÍPIOS DA ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA NOS AMBIENTES DE SAÚDE
6.1 IMPLANTAÇÃO 6.2 BLOCO PRINCIPAL 6.3 BLOCO DE SERVIÇO 6.4 CAFETERIA 6.5 DETALHES CONSTRUTIVOS
07 PERSPECTIVAS
06
3.1 CLÍNICA WIND 3.2 UNIDADE DE SAÚDE BÁSICA - UBS - PARQUE DO RIACHO 3.3 LABORATÓRIO JCC DIAGNÓSTICO POR IMAGEM
8.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS 8.2 REFERÊNCIAS
1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA 1.2 JUSTIFICATIVA 1.3 OBJETIVOS 1.4 METODOLOGIA DE PESQUISA E PROJETO
02 REFERENCIAL TEÓRICO
REFERENCIAL PROJETUAL
08
CONSIDERAÇÕES FINAIS
4.1 LOCALIZAÇÃO DO TERRENO 4.2 ANÁLISE DO BAIRRO 4.3 LEGISLAÇÃO 4.4 TOPOGRAFIA DO TERRENO 4.5 ANÁLISE FÍSICO AMBIENTAL DO TERRENO
04
DIAGNÓSTICO
INTRODUÇÃO CAPÍTULO 1
1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA As últimas décadas do século XX e início do século XXI foram marcadas por um intenso avanço tecnológico, conhecido como a “Era da informação”, advindo da Revolução Industrial, na qual ocorreu uma dinamização dos processos de informática e comunicação. (JÚNIOR, et al, 2011) Na área médica, esses avanços permitiram novas formas de diagnosticar e tratar diversas patologias, a partir do diagnóstico precoce e sucinto evidenciado nas técnicas radiológicas. O advento de novas técnicas de exame de imagem, tais como a ultrassonografia, PET/RM e tomografia computadorizada, abriu portas para o surgimento de uma nova especialidade médica, a imagiologia, isto é, o conjunto das técnicas de diagnóstico que fornecem ao médico uma imagem visual das diversas partes do corpo humano, qualquer que seja a radiação ou a onda utilizada para a exploração do paciente (FENELON, 2008). Na clínica médica, o uso da radiologia mostra-se eficaz na prevenção, por meio do programa de “screening”, diagnósticos e tratamento de patologias com alta taxa de mortalidade no Brasil, sendo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), um importante contribuinte para o aumento da expectativa de vida e para a manutenção e estatísticas de saúde pública (NAVARRO, 2009). A implementação do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, pela Lei Orgânica da Saúde em 1990, garantiu o direito de saúde a todos os cidadãos previsto na Constituição Federal de 1988, permitindo o acesso à promoção de saúde e prevenção de doença, sendo o único a garantir assistência integral e completamente gratuita para a totalidade da população (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002). Entretanto, o país revela disparidades regionais marcantes ainda visíveis dentro da escala de saúde pública, principalmente no que tange a tecnologia implementada na assistência aos prognósticos e tratamentos, em que equipamentos de alta e média complexidade mantiveram-se concentrados nas regiões Sul e Sudeste. 20
"Na maior parte dos estados, esses procedimentos foram historicamente contratados/conveniados junto aos serviços de saúde, sejam privados com fins lucrativos, sejam filantrópicos ou universitários, conforme a oferta dos prestadores, e seu acesso para a população sempre dependeu da procura espontânea e voluntária dos pacientes. Esta situação dificulta enormemente a alocação racional de serviços e equipamentos de saúde, criando desigualdades regionais, até hoje ainda não resolvidas pelo SUS" (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007)
No Ceará, apesar do intenso avanço tecnológico, ainda são carentes equipamentos de alta tecnologia na rede do SUS, havendo o encaminhamento de muitos pacientes para rede privada do estado ou, até mesmo, para outras regiões do país que dispõem de métodos de imagem e tratamentos de alta complexidade.
1.2 JUSTIFICATIVA O radiodiagnóstico tem grande importância para a saúde pública e o reconhecimento precoce de patologias, bem como o tratamento efetivo das mesmas, colaborando para a diminuição da taxa de mortalidade na rede de saúde. Em Fortaleza, são ofertados pelos SUS, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) a coleta de exames laboratoriais, e o encaminhamento para setores de emergência e hospitais públicos, sendo referência para métodos de imagem o Hospital Geral de Fortaleza (HGF). A rede SUS oferece aos pacientes de média e alta complexidade exames de diagnósticos como: eletrocardiograma, ecocardiograma adulto e infantil, ecocardiograma fetal, holter 24h, teste ergométrico, eletroencefalograma, eletroneuromiografia, endoscopia digestiva alta, laringoscopia, biópsia de mucosa gástrica, audiometria, ultrassonografia e Raio X. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007) Ainda assim, de acordo com a Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), em apenas 28,6% dos atendimentos o exame de tomografia computadorizada era realizado pelo
SUS em 2012, visto que, apesar da disponibilidade, o processo para realização do exame era lento e burocrático, fazendo com que muitos pacientes optem pelo convênio de saúde de redes privadas, uma vez que a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento ágil são essenciais na luta contra diversas doenças graves. Além disso, a rede ainda carece de exames específicos que se direcionam a doenças graves e de alta mortalidade, tais como Ultrassonografia com doppler, ecocardiograma esofágico e acompanhamento oncológico de qualidade. Dessa forma, visto que existe uma alta demanda de casos e baixa disponibilidade de equipamentos radiológicos complexos, esse projeto servirá para sanar os problemas citados anteriormente, integrando a rede pública e privada para oferta de equipamentos de média e alta complexidade que possam contribuir para a redução da taxa de mortalidade do estado, bem como melhorar a qualidade de vida e o acesso à pacientes com comorbidades não atendidas pelo SUS.
1.3 OBJETIVOS 1.3. 1 OBJETIVO GERAL A presente pesquisa pretende criar uma base conceitual e teórica para o desenvolvimento de um projeto de clínica de diagnóstico por imagem em Fortaleza- CE, com o intuito de trazer para a cidade uma alta tecnologia de equipamentos que possibilitem diagnóstico, rastreio e tratamento de patologias de grande complexidade, bem como aliar a arquitetura a prática médica, tornando esta potencial modificador do bem estar do paciente. O projeto visa uma integração entre a rede médica privada e pública, dirigida pelo SUS, acolhendo pacientes de ambas as classes sociais, podendo também ser alvo para o atendimento de enfermos encaminhados de outras localidades estaduais e/ou nacionais.
1.3. 1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Compreender a demanda da cidade em relação a equipamentos do tipo; Elaborar um programa de necessidades específico para o equipamento; Escolher um terreno para implantação da edificação e analisar os seus parâmetros e entorno; Desenvolver um projeto que acolha a população local e impulsione o diagnóstico precoce e tratamento efetivo de patologias complexas;
1.4 METODOLOGIA DE PESQUISA E PROJETO Este trabalho consiste em uma pesquisa de cunho qualitativo, e se estrutura em quatro capítulos: referencial teórico, estudos de refrências projetuais, análise físcio territorial e proposta de anteprojeto. Para o desenvolvimento do referencial teórico, foram consultados manuais, artigos e livros para levantar dados e fundamentar a pesquisa. No que tange ao referencial projetual , foi realizada uma análise de projetos arquitetônicos que levem em consideração os pilares buscados para execução desse anteprojeto: biofilia, conforto e acolhimento, que levem em consideração as formas, fluxogramas e materiais utilizados. No diagnóstico e análises físico territorial foi realizado buscas em tabelas, base de mapas, gráficos e notícias, levando em consideração a Lei de Uso e Ocupação do Solo. Por fim, foi proposto um anteprojeto para um clínica de diagnóstico por imagem na cidade de Fortaleza-CE, com conceitos e soluções para uma arquitetura que gera conforto aos seus usuários e que se une à medicina para permitir melhores prognósticos ao paciente. 21
REFERENCIAL TEÓRICO CAPÍTULO 2
2.1 RADIOLOGIA NO SISTEMA DE SAÚDE PÚBLICO BRASILEIRO 2.1.1 DESIGUALDADE DA DISTRIBUIÇÃO DA RADIOLOGIA NO SUS Desde sua criação, a partir da Constituição Federal de 1988, o Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro está em constante aperfeiçoamento, buscando a universalidade de acesso, a equidade e a integralidade do atendimento. O SUS se baseia em princípios de regionalização e hierarquização, ou seja, os serviços fornecidos pelo sistema devem ser organizados em níveis de complexidade e dispostos em regiões, atendendo a uma área geográfica. Também segue os princípios de resolubilidade, descentralização, participação dos cidadãos e de complementaridade do setor privado. Na área radiológica tem-se como principal característica o uso de equipamentos de alta tecnologia que funcionam a base de princípios ativos de radiação ionizante, campo magnético, entre outros. Para aplicabilidade clínica desta especialidade, é necessária uma equipe multi e interdisciplinar composta por médicos, físicos-médicos, radiofarmacêuticos e equipe de enfermagem treinada. A radiologia mostra-se fundamental na assistência em saúde, tanto em nível ambulatorial quanto hospitalar, do SUS e da saúde suplementar brasileira. “Envolve recursos expressivos investidos em equipamentos, procedimentos e exames destinados ao diagnóstico de problemas de saúde pública diversos, incluindo aqueles de grande prevalência na população” (SHEFFER, et al, 2019)
O SUS classifica o uso da imagiologia como uma área de alta complexidade, visto que, os procedimentos realizados envolvem alta tecnologia e alto custo. Assim, a medicina radiológica praticada no SUS é bem mais restrita do que a praticada na rede suplementar ou privada, resultando em uma marcada desigualdade na distribuição de profissionais e por desequilíbrios no acesso da população a locais de atendimento, exames e procedimentos em Imagiologia. (SHEFFER, et al, 2019) 24
Em se tratando da distribuição dos profissionais de saúde especializados na área radiológica, assim como em outros campos, de acordo com o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), órgão associativo representativo da Radiologia em todo o país, percebe-se uma desigualdade discrepante entre a região Sul/Sudeste e Norte/Nordeste brasileiro (Tabela 1 e Mapa 1). “Enquanto as regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste alcançam densidades de médicos acima da média nacional (8,67, 7,89, e 7,85 médicos por 100.000 habitantes, respectivamente), as regiões Norte e Nordeste possuem as menores densidades de radiologistas por unidade de população (2,58 e 4,46 médicos por 100.000 habitantes, respectivamente).” (SHEFFER, et al, 2019)
REGIÃO
MÉDICOS
%
POPULAÇÃO
%
DENSIDADE
Sudeste
7.608
53,5
87.711.946
42,1
8,67
Sul
2.347
16,5
29.754.036
14,3
7,89
Centro-oeste
1.262
8,9
16.085.885
7,7
7,85
Nordeste
2.530
17,8
56.760.780
27,2
4,46
Norte
470
3,3
18.182.253
8,7
2,58
Tabela 1: Distribuição de médicos radiologistas no Brasil segundo as grandes regiões, Brasil – 2019 Fonte: Adaptado pela autoria de Scheffer M. et. al., 2019.
2.1.2 ASSOCIAÇÃO ENTRE O SISTEMA PRIVADO E O SUS A Constituição Federal de 1988 prevê a possibilidade de associação entre o sistema privado e o público de saúde, indicando que: ““Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. § 1º As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.” (BRASIL, 1988)
Nesse contexto, no Brasil, de acordo com o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), os serviços privados de diagnóstico por imagem vendem ou prestam serviços ao SUS e também aos planos e seguros de saúde, ou seja: “[...] parte dos equipamentos privados de radiologia atende usuários do SUS, por meio de contratos e convênios com gestores públicos, enquanto uma outra parte atende clientes específicos: quem tem plano de saúde ou particulares que pagam diretamente pelos exames. (SHEFFER, et al, 2019) Mapa 1: Densidade de médicos especialistas em Radiologia e Diagnóstico por Imagem segundo as unidades Entretanto, enquanto grande parte dos serviços de atenção primária e de emergência da Federação, Brasil – 2019 são fornecidos pelo SUS, os hospitais, serviços de apoio diagnóstico e equipamentos de Fonte: Scheffer M. et. al., 2019.
A distribuição de oferta de equipamentos e exames de uso radiológico também segue padrões de desigualdade no país, com maior concentração no Sudeste e menor concentração na região Norte. (SHEFFER, et al, 2019). Além disso, essa desigualdade ocorre também entre os setores público e privado, “[...] com maior concentração a favor das estruturas privadas, proporcionalmente ao tamanho da população assistida pelo SUS e pelos planos e seguros de saúde" (SHEFFER, et al, 2019)
radiologia são majoritariamente privados. Essa situação reflete o extenso desequilíbrio entre os setores público e privado. Os estados do Mato Grosso do Sul, Acre e Paraíba são os que possuem os maiores índices de desigualdade público-privada (Tabela 2). Já os estados de Santa Catarina e Paraná são os estados com menor discrepância público-privada. O estado de Amazonas também apresenta uma baixa divergência entre o setor público-privado, o que pode ser explicado pelo baixo índice de adesão populacional a planos de saúde. (SHEFFER, et al, 2019)
25
UF
26
POPULAÇÃO POPULAÇÃO TOTAL PLANOS
%
POPULAÇÃO SUS
%
UF
POPULAÇÃO POPULAÇÃO TOTAL PLANOS
%
POPULAÇÃO SUS
%
Acre
869.265
45.315
5,20
823.950
94,8
São Paulo
45.538.936
17.225.240
37,80
28.313.696
62,2
Alagoas
3.322.820
377.437
11,40
2.945.383
88,6
Sergipe
2.278.308
319.414
14,00
1.958.894
86
Amapá
829.494
69.114
8,30
760.380
91,7
Tocantins
1.555.229
107.355
6,90
1.447.874
93,1
Amazonas
4.080.611
523.275
12,80
3.557.336
87,2
Bahia
14.812.617
1.585.001
10,70
13.227.616
89,3
Brasil
208.494.90 0
47.307.461
22,70
161.187.439
77,3
Ceará
9.075.649
1.268.703
14,00
7.806.946
86
Distrito Federal
2.974.703
879.422
29,60
2.095.281
70,4
Espirito Santo
3.972.388
1.101.566
27,70
2.870.822
72,3
Goiás
6.921.161
1.108.083
16.0
5.813.078
84
Maranhão
7.035.055
461.893
6,60
6.573.162
93,4
Mato Grosso
3.441.998
561.082
16,30
2.880.916
83,7
Mato Grosso do Sul
2.748.023
58.374
2,10
2.689.649
97,9
Minas Gerais
21.040.662
5.105.297
24,30
15.935.365
75,7
Para
8.513.497
801.656
9,40
7.711.841
90,6
Paraiba
3.996.496
41.795
1,00
3.954.701
99
Paraná
11.348.937
2.850.892
25,10
8.498.045
74,9
Pernambuco
9.496.294
1.307.278
13,80
8.189.016
86,2
Piaui
3.264.531
315.326
9,70
2.949.205
90,3
Rio de Janeiro
17.159.960
5.423.425
31,60
11.736.535
68.4
Rio Grande do Norte
3.479.010
517.768
14,90
2.961.242
85.1
Rio Grande do Sul
11.329.605
2.623.556
23,20
8.706.049
76,8
Rondonia
1.757.589
156015
8,90
1.601.574
91,1
Roraima
576.568
28.749
5,00
547.819
95
Santa Catarina
7.075.494
1.507.924
21,30
5.567.570
78.7
Tabela 2: População Brasileira total, população usuária do SUS e população usuária de planos e seguros de saúde privados, Brasil – 2019. Fonte: Adaptado pela autora com base em Scheffer M. et. al., 2019
Quanto aos procedimentos utilizados na radiologia, é perceptível que a grande maioria dos equipamentos utilizados pelo SUS nos diagnósticos e tratamentos da população são de baixa complexidade e custo, quando comparados aos aparelhos mais utilizados na iniciativa privada, uma vez que, o número de equipamentos de alto custo e complexidade fornecidos pelo sistema de saúde público são carentes em muitas regiões do país, direcionando a busca populacional ao setor privado e contribuindo para o aumento do índice de diagnósticos tardios no país. Mamografia: No caso dos aparelhos utilizados para o exame de mamografia, no Brasil, o indicador de desigualdade público-privada é de 4,72, ou seja, usuários do setor privado têm disponível 4,72 vezes mais mamógrafos do que a população que usa exclusivamente o SUS. Radiografia simples: Em se tratando dos aparelhos de Raio X, o número de equipamentos em uso no país é de 75.839, Destes, apenas 18.765 são utilizados pelo SUS. Tomografia computadorizada: Atualmente, o número de aparelhos de tomografia computadorizada em uso no país é de 4.522. Dentre eles, 1.958 se destinam ao uso pelo SUS.
SAÚDE SUPLEMENTAR
Ressonância magnética: O número de equipamentos destinados a exames de ressonância magnética em uso no Brasil é de 2.424,em que 923 deles são utilizados no SUS. Ultrassonografia: O número de aparelhos de ultrassonografia no país é de 39.479. Dentre eles, 37.963 se encontram em uso, 12.593 junto ao SUS. Dessa forma, a realização de todos os exames de imagem é mais frequente entre usuários do setor privado, em comparação com usuários do SUS (Tabela 3), sendo a ressonância magnética marcadamente discrepante entre os dois setores. (SHEFFER, et al, 2019) SAÚDE SUPLEMENTAR
SUS
IDPP
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA Exames
Usuários Densidade
Exames
Usuários
Densidade
2014
5.786.391,00
49.913.878,0 0
115,90
11.702,00
152.854.684,00
6.00
19,44
2015
6.511.177,00
49.983.440, 00
130,30
995.118,00
154.467.209,00
6,40
20,22
2016
7.086.986,0 48.164.262,0 0 0
147,10
1.054.726,00
157.917.170,00
6,70
22,03
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA Exames
Usuários Densidade
Exames
Usuários
Densidade
2014
49.913.878,0 5.981.432,00 0
119,80
3.679.897,00 152.854.684,00
24,10
4,98
2015
6.634.432,0 49.983.440, 0 00
132,70
3.988.494,00 154.467.209,00
25,80
5,14
2016
7.070.954,00
48.164.262,0 0
146,80
4.328.496,00
27,40
5,36
157.917.170,00
SUS
IDPP
MAMOGRAFIA Exames
Usuários Densidade
Exames
Usuários
IDPP Densidade
2014
7.315.340,00
49.913.878,0 0
146,60
4.652.029,00 152.854.684,00
30,40
4,82
2015
7.449.764,00
49.983.440, 00
149,00
4.507.194,00
154.467.209,00
29,20
5,11
2016
7.424.403,00 48 164 262
154,10
4.558.528,00
157.917.170,00
28,90
5.34
Usuários
Densidade
RADIOGRAFIA Exames
Usuários Densidade
Exames
2014
36.003.843, 49.913.878,0 00 0
721,30
58.201.900,00 152.854.684,00
380,80
1,89
2015
34.757.535,0 49.983.440, 0 00
695,40
56.948.026,00 154.467.209,00
368,70
1,89
2016
34.426.467,0 48.164.262,0 0 0
714,80
55.523.320,00 157.917.170,00
351,60
2,03
ULTRASSONOGRAFIA Exames
Usuários Densidade
Exames
Usuários
Densidade
2014
15.864.807,0 49.913.878,0 0 0
317,80
13.609.892,00 152.854.684,00
89,00
3,57
2015
16.476.541,00
49.983.440, 00
329,60
13.436.758,00 154.467.209,00
87,00
3,79
2016
16.134.378,0 48.164.262,0 0 0
335,00
13.874.145,00
87,90
3,81
157.917.170,00
Tabela 3: Produção de exames de ressonância magnética, tomografia computadorizada, mamografia, radiografia (excluindo as odontológicas) e ultrassonografia entre os anos de 2014 e 2016 para o setor público e privado de saúde, densidade de exames por 1.000 usuários e indicador de desigualdade público-privado (IDPP), Brasil – 2019 Fonte: Adaptado pela autora com base em Scheffer M. et. al., 2019 27
2.2 REGIONALIZAÇÃO E OFERTA DOS SERVIÇOS DE SAÚDE EM RADIOLOGIA NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE EM FORTALEZA
28
Em Fortaleza, segundo o Plano Municipal de Saúde, os bairros não constituem áreas economicamente homogêneas, sendo a parte leste da cidade, uma área com maior índice socioeconômico, com uma população que busca, preferencialmente, pelo setor privado de saúde. Baseado nisso, seguindo o princípio do SUS, foram elaboradas projetos de territorialização para as Unidades de Saúde Básicas, a fim de definir o território de atuação dos serviços de saúde, observando as principais carências da área direcionada, suas necessidades, o público-alvo a ser atendido, a promoção da saúde baseado nos recursos da região e o que a mesma oferece. Entretanto, ainda é possível avaliar uma insuficiência dos serviços de saúde existentes, onde existem unidades que realizam diversos procedimentos, mas verifica-se sua incapacidade de atendimento à alta demanda, ou aparelhos de saúde que carecem de material necessário para realizar exames e procedimentos. Seguindo o padrão nacional analisado nos tópicos anteriores, podemos perceber que a cidade de Fortaleza está inserida em uma região do país que vem apresentando elevado índice de carência dos serviços ofertados na área radiológica pelo SUS. Dessa forma, nota-se uma baixa densidade de profissionais de saúde dedicados à especialidade, bem como aparelhos necessários para a realização de exames de imagem. Segundo o DataSUS, departamento de informática do Sistema Único de Saúde do Brasil, o número total de equipamentos de diagnóstico por imagem em uso em Fortaleza, em agosto de 2021, é de 2.906, sendo apenas 311 vinculados ao SUS. Nesse contexto, é possível perceber uma busca crescente da população pelo setor privado de saúde, a fim de executar diagnósticos e tratamentos não oferecidos pelo sistema público ou de baixa disponibilidade no mesmo.
Outro aspecto relevante é que, mesmo carecendo de serviços para a demanda populacional da cidade, Fortaleza é um polo de saúde para outros municípios do estado que não apresentam infraestrutura e oferta suficiente para sua demanda, congestionando ainda mais os serviços de saúde da capital.
2.3 INTEGRAÇÃO E HUMANIZAÇÃO DA ARQUITETURA HOSPITALAR A arquitetura hospitalar é uma área que tem como foco a adequação aos avanços tecnológicos da medicina, buscando a acessibilidade e a qualidade dos ambientes projetados. Ter um espaço bem planejado, com cores que trazem a ideia de tranquilidade, gera um grande valor para o paciente, o qual se sentirá mais acolhido pelo ambiente, dando a sensação de cuidado. Para Corbella (2003), uma pessoa está confortável em um ambiente quando se sente em neutralidade em relação a ele. Nesse contexto, a arquitetura hospitalar pode influenciar consideravelmente na busca dos pacientes pela execução de procedimentos e exames, bem como no bem-estar, quando além de acompanharem os avanços da tecnologia, desenvolvam condições de convívio mais humanas. (MARTINS, 2004) “A humanização dos espaços para a saúde significa fazer boa arquitetura, eficiente, bela e agradável. A consideração do bem-estar da pessoa deve estar em cada traço do arquiteto, reconhecendo que, quando se está mais frágil, a sensibilidade aumenta, juntamente com a necessidade de apoio, compreensão e ambientes dignamente projetados. Cada decisão de projeto deve conspirar para que os usuários dos ambientes de saúde – tanto funcionários, visitantes ou pacientes – se sintam à vontade.” (CARVALHO, 2014)
A complexidade do edifício hospitalar, o avanço tecnológico da Medicina, da Arquitetura e da Engenharia, a necessidade de novos espaços para abrigar novas funções, a falta de locais disponíveis e acessíveis na área urbana, o alto custo e a elevada demanda, resultaram em soluções arquitetônicas mal definidas em que se projeta ambientes com soluções de projeto que partem de modulações pré-definidas, de uma padronização espacial já consagrada e experimentada anteriormente, das exigências preconizadas em normas e das do cliente, sucedendo um espaço sem integração com o seu entorno. (LIMA, 2010) Grande parte da população, até hoje, associa a imagem de clínicas e hospitais a um ambiente de angústia, medo, preocupação e impotência, resultado de uma arquitetura que funciona como uma “máquina de curar”, constituída de ambientes sem janelas, com pouca ou nenhuma iluminação e ventilação, frios e sem cor, característicos dos hospitais brasileiros. Dessa forma, a busca pela execução de procedimentos vem sendo adiada até os momento em que o quadro é agravado, sendo o diagnóstico tardio um grande aliado das altas taxas de mortalidade do país.
2.4 PRINCÍPIOS DA ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA NOS AMBIENTES DE SAÚDE Diante do exposto, a adequação dos ambientes hospitalares é de extrema necessidade para o paciente, sendo essencial a oferta de condições de conforto a partir de estratégias diversas de iluminação, ventilação, arranjo dos espaços, composição de fachadas, entre outros. Aliado ao conforto, os ambientes hospitalares são consumidores de uma alta demanda tecnológica, exigindo excessivo gasto energético, o que gera grande impacto ambiental. Sob esse viés, a arquitetura bioclimática funciona como um intermediador entre o homem e o meio, buscando conforto para seus usuários a partir da adaptação do espaço aos seus condicionantes climáticos (FERNANDES, 2009).
““[...] arquitetura bioclimática aplica dentro da arquitetura comum formas, técnicas e materiais que auxiliam e modificam o projeto, deixando o edifício com características mais sustentáveis, gerando maior conforto ambiental aos ocupantes, ao mesmo tempo em que reduz os gastos energéticos do edifício com a economia do uso de energia elétrica para climatização e iluminação. “ (PIASSINI,2016)
Iluminação nos ambientes de saúde: A iluminação natural, pouco encontrada nos atuais ambientes de saúde, influencia o equilíbrio fisiológico e psicológico dos usuários, contribuindo para um melhor conforto e bem estar. Segundo Corbella (2003), a iluminação natural traz benefícios para a saúde, porque dá a sensação psicológica do tempo, tanto cronológico quanto climático, no qual se vive. A luz artificial, necessária à noite e nos dias nublados, deve ser vista sempre como uma complementação e nunca como uma substituição da natural. Ventilação nos ambientes de saúde: O conforto térmico varia ao depender das condições climáticas da região onde o espaço se insere, entretanto, segundo Corbella (2003), algumas estratégias de projeto, baseadas em princípios bioclimáticos, podem auxiliar no conforto de ambientes de saúde, além de potencializar uma menor transmissão patológica dentro desses espaços, tais como: Controlar o acúmulo de calor; Procurar dissipar a energia térmica do interior do edifício; Promover o movimento do ar e a ventilação cruzada;
29
REFERENCIAL PROJETUAL CAPÍTULO 3
3.1 CLÍNICA WIND
Figura 2 e 3: Clínica Wind Fonte: Imagem retirada do ArchDaily e fotografada por Issira Tonehongsa Figura 1: Clínica Wind Fonte: Imagem retirada do ArchDaily e fotografada por Issira Tonehongsa
3.1.1 FICHA TÉCNICA Ano: 2021; Arquitetos: Sute Architect Localização: Província de Ubon Ratchathani Tailândia; Área: 1200 m² Fotos: Issira Tonehongsa
3.1.2 PROPOSTA DO PROJETO Segundo o escritório de arquitetura Sute Architect citado por ArchDaily (2021), a Clínica Wind (Figuras 6 e 7) é um projeto de uma clínica estética na Tailândia. Ele foi projetado e construído com aço, a estrutura principal do projeto. O espaço foi pensado visando o conforto dos clientes ao entrar no espaço interligado por árvores e jardins que fazem esse edifício se destacar tanto por dentro quanto por fora. 32
Figura 4 : Planta baixa - Clínica Wind Fonte: Imagem retirada do ArchDaily e produzida por Sute Architect
Figura 5: Planta do primeiro pavimento - Clínica Wind Fonte: Imagem retirada do ArchDaily e produzida por Sute Architect
Figura 7: Planta do terceiro pavimento - Clínica Wind Fonte: Imagem retirada do ArchDaily e produzida por Sute Architect
3.1.3 ANÁLISE CRÍTICA Ao final, o projeto da clínica demonstra características interessantes que podem aparecer no projeto proposto neste trabalho, isso se dá devido a sua relação com a natureza nos ambientes externos e internos, criando pátios que permitem uma melhor ventilação, iluminação, além de contribuir para o conforto e relaxamento das pessoas que frequentam.
Figura 6: Planta do segundo pavimento - Clínica Wind Fonte: Imagem retirada do ArchDaily e produzida por Sute Architect
33
3.2 UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE - UBS - PARQUE DO RIACHO
Consultoria E Detalhamento De Estrutura Metálica:Eng. Ricardo Henrique Dias e Eng. Norimasa Ishikawa Consultoria De Conforto Térmico E Eficiência Energética:Eng. Aloísio Leoni Schmid Consultoria De Paisagismo:Arq. Raul Pereira Estrutura De Concreto:Eng. Mauer Egas Instalações Prediais:Eng. Eduardo Ribeiro Promotor:CODHAB-DF e SE-DF Construtora:Combrassem
3.2.2 PROPOSTA DO PROJETO
Figura 8: Unidade Básica de Saúde - UBS - Parque do Riacho Fonte: Imagem retirada do ArchDaily e fotografada por Leonardo Finotti
3.2.1 FICHA TÉCNICA Ano: 2021; Arquitetos: Saboia+Ruiz Arquitetos; Localização: Brasília, DF, Brasil Área: 2150 m² Fotos: Leonardo Finotti Consultoria De Arquitetura:Thais Saboia 34
Segundo citado por ArchDaily (2021), o projeto (Figura 12) se baseou em uma estratégia com dois focos de qualificação: o externo (espaço urbano) e o interno (humanização funcional). Com isso, os arquitetos apostaram em uma tipologia de três blocos retangulares deslocados, que delimitam e configuram a área externa, o que facilitou a adaptação à variação topográfica do terreno, e a conexão dos mesmos através de rampas garantiu a acessibilidade universal, e contém pátios mais reservados em seu interior, humanizando o ambiente pela criação de um espaço de proteção e tranquilidade. Esses pátios promovem espaços protegidos das intensas correntes de ar, sombreados, isolados dos ruídos externos e conectados com a natureza, além de terem facilitado o processo de setorização entre os blocos propostos no projeto.
A fachada se dá por placas pré-moldadas de concreto, elementos vazados préfabricados e esquadrias de estrutura metálica. Internamente, os fechamentos são de drywall e conferem flexibilidade ao projeto. A cobertura é em telha termo-acústica. A materialidade construtiva proposta visa a qualidade espacial e funcional necessária a uma Unidade Básica de Saúde, harmonizando física e sensorialmente com os usuários e pacientes. O embasamento é formado por lajes de concreto armado com um pequeno balanço permitido pelas vigas baldrame recuadas e situadas acima do nível do solo. Esta elevação, além de ter papel importante no conforto térmico da edificação, cria espaço técnico para as instalações.
Figura 9: Perspectiva do projeto Unidade Básica de Saúde - UBS - Parque do Riacho Fonte: Imagem retirada do ArchDaily e produzida por Saboia e Ruiz Arquitetos;
O acesso à UBS conecta o projeto a uma grande praça de entrada, reservando e isolando a área das mobilidade das vias urbanas, além de intensificar o uso por pedestres e ciclistas, qualificando o equipamento de bairro como lugar de encontro, conferindo identidade e frontalidade ao edifício público de uso comunitário. Quanto à setorização do projeto (Figura 14), os três blocos organizam as necessidades de cada setor, sendo o bloco central o acesso principal, composto por ambientes de apoio e triagem que redirecionam o público aos outros blocos. A distribuição ao redor de pátios facilita a setorização, minimiza os conflitos funcionais entre os setores e garante uma Figuras 10: Setorização do projeto Unidade Básica de Saúde - UBS - Parque do Riacho Fonte: Imagem retirada do ArchDaily e produzida por Saboia e Ruiz Arquitetos; ambiência acolhedora a todos os espaços. O edifício é projetado visando a economicidade, a modularidade e a racionalidade construtiva. As lajes são suspensas do solo, os pilares são metálicos, e o sistema de cobertura é estruturado por treliças metálicas.
35
Figura 14: Corte construtivo do projeto Unidade Básica de Saúde - UBS - Parque do Riacho Fonte: Imagem retirada do ArchDaily e produzida por Saboia e Ruiz Arquitetos;
3.2.3 ANÁLISE CRÍTICA Ao final, o projeto exposto (Figura 12) apresenta um conjunto de aspectos e peculiaridades relevantes que tem um potencial significativo para aplicar no projeto proposto neste trabalho. Essa percepção vem primeiramente pela proposta de setorização e programa de necessidades que se assemelham ao buscado no tema deste trabalho. Além disso, a distribuição dos pátios internos e o uso de materiais que permitem um melhor conforto termoacústico, bem como contribuem para a humanização do espaço são técnicas que podem ser adotadas no futuro projeto a ser elaborado.
Figuras 11,12, e 13: Perspectiva do projeto Unidade Básica de Saúde - UBS - Parque do Riacho Fonte: Imagem retirada do ArchDaily e produzida por Saboia e Ruiz Arquitetos;
36
3.3 LABORATÓRIO JCC DIAGNÓSTICO POR IMAGEM
3.3.2 PROPOSTA DO PROJETO Segundo a equipe de projeto, citado por ArchDaily, a Clínica de JCC Diagnóstico por Imagem distingue-se pelo seu minimalismo e elegância. A combinação entre funcionalidade, estética e especificidades do serviço prestado no espaço, resulta num desenho de simetrias cuja exceção é contemplada em estruturas arquitetónicas diferenciadas em forma, cor ou material. O projeto também faz uso de materiais simples e utiliza uma paleta em tons cinza que é pautada pelo o uso do preto, branco e laranja, a única cor contrastante assumida no espaço (Figura 19)
Figura 15: Laboratório JCC Diagnóstico de Imagem Fonte: Imagem retirada do ArchDaily e fotografada por João Gigante
3.3.1 FICHA TÉCNICA Ano: 2018; Arquitetos: Espaço Oficina; Localização: Braga, Portugal Área: 200 m² Fotos: João Gigante Fabricantes: Davide Groppi, Grohe, Nordlux, Ségis, ZWCAD Arquitetas Responsáveis:Joana Faro Leite, Mariana Martins Clientes:JCC Diagnostic Imaging
Figura 16: Laboratório JCC Diagnóstico de Imagem Fonte: Imagem retirada do ArchDaily e fotografada por João Gigante
37
Figuras 19: Corte longitudinal do Laboratório JCC Diagnóstico de Imagem Fonte: Imagem retirada do ArchDaily e produzida por Espaço Oficina
Figura 17: Planta do térreo do Laboratório JCC Diagnóstico de Imagem Fonte: Imagem retirada do ArchDaily e produzida por Espaço Oficina
Figura 20: Corte transversal do Laboratório JCC Diagnóstico de Imagem Fonte: Imagem retirada do ArchDaily e produzida por Espaço Oficina
Figura 18: Planta do Laboratório JCC Diagnóstico de Imagem Fonte: Imagem retirada do ArchDaily e produzida por Espaço Oficina
38
3.3.3 ANÁLISE CRÍTICA Em conclusão, o projeto exposto (Figura 24) é referência no que tange ao tema deste trabalho, sendo modelo devido a seu uso e disposição interna dos ambientes, bem como a adoção de soluções simples que unem funcionalidade, especificidade e estética em um só espaço. O desenho feito pelos arquitetos e as soluções de projetos apresentadas dão ao usuário uma experiência diferente das outras, marcada por elementos que dão contraste, tais como formas e cores, dentro de ambientes leves.
3.4 RESUMO GERAL DAS REFERÊNCIAS PROJETUAIS Diante das referências, segue abaixo uma tabela de resumo sobre as referências projetuais no que diz respeito a sua função, soluções ambientais,sistemas construtivos e estética: REFERÊNCIAS ANALISADAS
FUNÇÃO
SOLUÇÕES AMBIENTAIS
SISTEMA CONSTRUTIVO
PLÁSTICA E FORMA
CLÍNICA WIND
Clínica estética
Pátios, vegetação
Metálico
Sobreposição de blocos
UBS PARQUE DO RIACHO
Unidade de saúde
Pátio interno
Metálico
Blocos retangulares
LABORATÓRIO JCC
Clínica de radiologia
--
Metálico
Orgânica
Tabela 4: Resumo das referências projetuais Fonte: Produzida pela autora
39
DIAGNÓSTICO CAPÍTULO 4
4.1 TERRENO 4.1.1 LOCALIZAÇÃO O terreno a ser implantado (Figura 26) neste trabalho situa-se no município de Fortaleza, no bairro Parque Manibura (Figura 25). A escolha do terreno partiu da caracterização do seu entorno no bairro, o qual prevalece o uso residencial, com diversos pontos de comércios, sejam de pequeno, médio ou grande porte, além da sua localização estratégica com a presença das principais avenidas que adentram ao bairro interligando a outros pontos da cidade, são elas: Avenida Washington Soares; importante via arterial; Avenida Oliveira Paiva; também via arterial; e Avenida Edilson Brasil Soares; via coletora.
Mapa 3: Localização do terreno em relação ao bairro Fonte: Produzido pela autora
4.1.2 ANÁLISE DO BAIRRO Diante do exposto, a seguir será feita uma análise do bairro Parque Manibura, por meio de mapeamentos e gráficos, para entendimento de pontos relevantes para o projeto de um equipamento de saúde no bairro. O bairro contém uma área de 1,27 km² e possui limite territorial com outros 5 bairros, dentre eles: Engenheiro Luciano Cavalcante, Cidade dos Funcionários, Cambeba, Lagoa da Sapiranga e Edson Queiroz.
42
Mapa 2: Localização do terreno na cidade de Fortaleza Fonte: Produzido pela autora
A cidade de Fortaleza se divide em 12 Secretarias Executivas Regionais. Essas regionais abrigam 119 bairros (Fortaleza, 2017). No que se refere a regional ao qual o bairro está localizado na Regional VI, juntamente com outros 15 bairros. (ANUÁRIO DO CEARÁ, 2021)
Mapa 4: Localização do bairro na cidade de Fortaleza Fonte: Produzido pela autora
No que diz respeito ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do bairro, este possui, um IDH de 0,578, classificado como alto. (FORTALEZA, 2020) Ainda, o bairro possui 7.529 habitantes (IBGE, 2010) Sobre a renda mensal característica do bairro, segundo dados do Perfil Municipal de Mapa 5: Mapa das regionais de Fortaleza Fortaleza (IPECE) é de 1591.49, possuindo uma média de renda pessoal que é 2,6 vezes maior Fonte: Produzido pela autora do que a média de renda pessoal dos demais bairros que compõem essa regional. 43
Em relação a equipamentos urbanos, o bairro conta com dois equipamentos de saúde, sendo eles uma clínica particular de diagnóstico por imagem e um consultório médico também particular. (Mapa X).
Mapa 6: Mapa dos equipamentos de saúde do bairro Parque Manibura Fonte: Produzido pela autora
A região onde situa-se o terreno é uma área de intensa atividade econômica, concentrando polos comerciais como restaurantes, pequenos shoppings, bancos, entre outros, além de ser rodeada também por uma ampla rede residencial e instituições de ensino públicas e privadas (Figura 28). Essas características permitem uma elevada circulação populacional no entorno do terreno, sendo grande potencialidade para o mesmo. 44
Mapa 7: Mapa de uso e ocupação do bairro Parque Manibura Fonte: Produzido pela autora com base em dados do Google Earth
Na figura 28, observa-se a localização estratégica do bairro em relação às vias do seu entorno. Dessa forma, como critério de escolha do terreno, justifica-se o seu posicionamento como central, possibilitando permear até as outras regiões da cidade com fácil acesso.
Mapa 8: Mapa do terreno em relação as vias do seu entorno Fonte: Produzido pela autora com base em dados do Google Earth
Além disso, a região conta com uma intensa rede de transportes públicos, facilitando o acesso do público ao espaço projetado (Figura 29).
Mapa 9: Mapa do terreno em relação aos pontos de ônibus Fonte: Produzido pela autora com base em dados do Google Earth
4.1.3 LEGISLAÇÃO DO TERRENO A partir de pesquisas feitas no Plano Diretor do município de Fortaleza (2009), percebe-se que existem 2 macrozonas localizadas dentro do bairro Parque Manibura – a Zona de Ocupação Moderada II e a Zona de Ocupação Preferencial 1. Diante disso, constatouse que o terreno de intervenção está inserido em uma área de Zona de Ocupação Moderada II (ZOM 2), caracterizada, segundo o Art. 103: 45
4.1.4 TOPOGRAFIA DO TERRENO “““... pela insuficiência ou ausência de infraestrutura, carência de equipamentos públicos,tendência de intensificação da implantação de equipamentos privados comerciais e de serviços de grande porte e áreas com fragilidade ambiental,destinandose ao ordenamento e controle do uso e ocupação do solo condicionados à ampliação dos sistemas de mobilidade e de implantação do sistema de coleta e tratamento de esgotamento sanitário” (Plano Diretor do Município de Fortaleza, 2009)
Em se tratando da topografia, observa-se no mapa X que o terreno é predominantemente plano. No sentido longitudinal, a região norte é o ponto mais alto do terreno que declina até a parte central do terreno, mantendo a topografia até o lado sul (Figura 27). Já no sentido transversal, a parte mais alta do terreno situa-se no lado leste, apresentando um declive até o centro do terreno que segue no mesmo nível até o lado oeste (Figura 28).
Nesse contexto, são parâmetros da zona:
Figura 21 : Esquema representativo do perfil topográfico do terreno no sentido longitudinal Fonte: Produzido pela autora com base em dados do Google Earth
Tabela 5: Parâmetros da Zona de Ocupação Moderada II Fonte: Produzido pela autora com base em dados da LUOS
46
Figura 22: Esquema representativo do perfil topográfico do terreno no sentido transversal Fonte: Produzido pela autora com base em dados do Google Earth
-nida Edilson Brasil Soares e Avenida Oliveira Paiva, umas das principais rotas de fluxos de veículos que interligam bairros da cidade Acerca do dimensionamento do lote, o mesmo possui uma área aproximada de 10.045m² ou 1 hectare, a partir de análises feitas no Google Earth e visita ao local. Dessa forma, apresenta um perímetro de, aproximadamente, 411m, com comprimento de 126m do sentido longitudinal, de orientação Norte-Sul, e 79,5m na orientação Leste-Oeste, sentido transversal (Figura 26).
Mapa 10: Mapa das curvas de níveis do terreno Fonte: Produzido pela autora com base em dados do Google Earth
4.1.5 ANÁLISE FÍSICO AMBIENTAL DO TERRENO Em relação a localização do terreno e sua relação com as edificações do entorno, sua fachada norte e sul se voltam a terrenos vazios, e a fachada leste e oeste se voltam a áreas residenciais. Além disso, como citado anteriormente, o terreno está posicionado a aproximadamente 200 metros de distância da Avenida Washington Soares, e 300m da Ave-
Figura 23: Dimensionamento do terreno Fonte: Produzido pela autora com base em dados do Google Earth
No que diz respeito às questões climáticas, como ventilação e insolação, nota-se que os ventos predominantes da cidade de Fortaleza possuem sua direção vindo do Sul, Sudeste e Leste. (Figura 29) 47
Figura 24: Rosa dos ventos de Fortaleza Fonte: Projeee, 2020
Para melhor entendimento, o mapa abaixo demonstra a posição do terreno e a direção dos ventos predominantes, como falado anteriormente, mostrando também a direção do sol do nascer ao poente (Mapa X)
Mapa 11: Mapa de insolação e ventilação do terreno Fonte: Produzido pela autora a partir da análise de dados, 2022
De acordo com a análise das condicionantes climáticas na figura 30, cada figura abaixo representa o nível de insolação em diferentes dias e seus respectivos horários do ano em relação à atuação do sol nas fachadas norte, sul, leste e oeste. As fachadas que recebem menos insolação são as fachadas norte e sul.
48
Fachada norte
Fachada leste
Fachada sul
Fachada oeste
Figura 25: Áreas de insolação de Fortaleza Fonte: Software So-lar, 2022
49
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO CAPÍTULO 5
5.1 MEMORIAL DESCRITIVO Com a análise feita no município de Fortaleza e baseando-se na distribuição de serviços de diagnóstico por imagem ofertados para a população, viu-se a necessidade de um local que pudesse ofertar a ampla variedade de exames demandados pela população. A implantação do terreno tem grande potencial por estar localizado em uma área de extensa movimentação e que permite boa acessibilidade aos usuários, tanto por meio do transporte público como privado, das mais diversas categorias. Ademais, as considerações relativas ao projeto serão acrescentadas com o desenvolvimento do mesmo.
5.2 PÚBLICO ALVO Como dito anteriormente no desenvolvimento deste trabalho, o público-alvo do projeto se destine a população do município de Fortaleza, bem como usuários que venham encaminhados de outras cidades do estado, de todas as faixas-etárias e classes econômicas, uma vez que a clínica elaborada vide integrar o sistema privado ao sistema público ofertado pelo SUS.
5.3 PROGRAMA DE NECESSIDADES Segundo Kowaltowski e Moreira (2009), o programa de necessidades cumpre um importante papel no projeto, uma vez que contribui para que o projetista considere a complexidade envolvida na concepção de espaços. Dessa forma, deve-se expor através de quadros, diagramas ou planilhas para que possa compreender a disposição de todos os ambientes que se moldam no projeto e se interligam dentro de setores. Para a elaboração desse programa de necessidades (Tabela 1) foi realizada uma pesquisa de referências projetuais anteriormente para que norteasse e fundamentasse o programa proposto a seguir. Além disso, foi consultada a Resolução Nº 50, de 21 de fevereiro
52
de 2002, a qual dispõe sobre o regulamento técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde, elaborada pela Agência Nacional de Vigilância - ANVISA. A divisão dos ambientes foi feita de modo que estabelecesse três setores fundamentais: ambientes de apoio e administrativo, espaços de execução de serviço e área de convivência e lazer. BLOCO PRINCIPAL AMBIENTE
QUANTIDADE ÁREA (m²)
TOTAL
Salas de exames operador-dependente
12
14,35 m²
172,2 m²
WC
24
5,04 m²
120,96 m²
Sala de recuperação
4
23,55 m²
94,20 m²
Circulação
4
64,35m²
257,40 m²
Recepção/Sala de espera
1
320,12m²
320,12 m²
Sala de radiografia
6
18,25m²
109,50m²
Salas de exames telecomandados
6
28,50m²
171,00m²
Salas de comando
6
7,25 m²
43,50 m²
Arquivo de chapas e filmes
1
11,32 m²
11,32 m²
Sala de interpretação de laudos
1
11,54 m²
11,54m²
DML
1
7,98 m²
7,98 m²
Sala de revelação digital
1
11,40 m²
11,40 m²
WC PCD
1
6,84m²
6,84m²
WC feminino
1
4,28m²
4,28m²
WC masculino
1
4,28m²
4,28m²
BLOCO DE APOIO/SERVIÇO AMBIENTE
CAFETERIA
QUANTIDADE ÁREA (m²)
TOTAL
AMBIENTE
QUANTIDADE ÁREA (m²)
TOTAL
Recepção/Espera
1
47,50 m²
47,50 m²
Cozinha
1
13,70 m²
13,70 m²
WC PCD
1
5,00 m²
5,00 m²
Área de alimentação
1
31,75 m²
31,75 m²
WC feminino
1
3,30 m²
3,30 m²
WC PCD
1
8,00 m²
8,00 m²
WC masculino
1
3,30 m²
3,30 m²
Copa
1
13,05 m²
13,05 m²
DML
1
3,20 m²
3,20 m²
AMBIENTE
Wc PCD Direção
1
5,50m²
5,50m²
Estacionamento para pacientes
1
Sala de direção
1
10,90 m²
10,90 m²
Estacionamento para funcionários
1
Depósito de macas/cadeiras de roda
1
29,85 m²
29,85 m²
Área de ambulância
1
Sala de reuniões
1
16,70 m²
16,70 m²
Carga e descarga
1
Depósito de equipamentos
1
21,10 m²
21,10 m²
Sala de utilidades
1
15,40 m²
15,40 m²
Lavanderia
1
12,40 m²
12,40 m²
Sala de funcionários
1
18,09m²
18,09m²
Rouparia
1
10,22 m²
10,22 m²
WC funcionários PCD
1
4,70 m²
4,70 m²
WC funcionários
1
3,90 m²
3,90 m²
Circulação
1
47,00 m²
47,00 m²
ESTACIONAMENTO QUANTIDADE ÁREA (m²)
TOTAL
TÉCNICO AMBIENTE
QUANTIDADE ÁREA (m²)
Lixo
1
Gás
1
TOTAL
Tabela 6: Programa de necessidades Fonte: Produzido pela autora
53
5.4 FLUXOGRAMA Salas de exames telecomandados
WC DML
WCs
Recepção/Espera
Sala de arquivos
Circulação
Salas de recuperação
RECEPÇÃO E EXAMES
PRAÇA CENTRAL
APOIO E SERVIÇO
Salas de exames operador-dependente
Salas de exames de radiografia
WC
WC
Sala de comando
WCs
Sala direção
WC PCD
Recepção/Espera
Circulação
Sala de reuniões
ACESSO DE SERVIÇO
Lavanderia Depósito de macas
CAFETERIA
Depósito de equipamentos
Sala de funcionários
WC PCD Área de alimentação
Cozinha 54
WC PCD
Figura 26: Fluxograma Fonte: Produzido pela autora
DML
Sala de utilidades
5.5 CONCEITO E PARTIDO ARQUITETÔNICO Tendo como base os projetos de referência estudados ao longo deste, foram denominadas algumas diretrizes projetuais para conduzir as decisões de projeto: Respeito ao gabarito do entorno, que é caracterizado por ter poucos pavimentos, adotando, assim, uma linguagem mais horizontal no projeto; Relação direta com o espaço urbano, com a presença de uma área de convivência externa e a relação das salas de exames com elementos da natureza, buscando maior conforto ao usuário; Proporcionar maior conforto térmico, utilizando sistema de iluminação cruzada; Uso de uma volumetria mais ortogonal, com blocos setorizado; Tratamento humanizado no interior do edifício, com presença de vegetação; Em relação ao conceito arquitetônico, o terreno escolhido apresenta uma grande potencialidade por se situar em um área de extensa movimentação na cidade, além de ter grandes rotas de transporte público e importantes vias arteriais e coletoras em seu entorno. Nesse contexto, o projeto vem a ser um espaço que visa receber e acolher a população, aspirando oferecer aos usuários conforto visual e térmico. Assim, pensou-se em três blocos dispostos de forma que pudessem abraçar o pátio central e tornar o ambiente mais acolhedor. Além disso, foi pensado que o pátio central pudesse ser uma área de convivência e espera para aqueles usuários, servindo como um espaço de contemplação, reflexão, leitura e lazer para os mesmos. .
RECEPÇÃO E EXAMES
PRAÇA CENTRAL
CAFETERIA
APOIO E SERVIÇO Figura 27: Esquema conceitual dos blocos Fonte: ´Produzido pela autora
ABRAÇO
Figura 28: Esquema conceitual dos blocos Fonte: ´Produzido pela autora
55
Somado às características citadas anteriormente é importante destacar a biofilia como uma particularidade do projeto, pois conta com a necessidade de estar em contato com a natureza, dessa forma as salas de exames operador-dependente, ou seja, que não fazem uso de radiação e que podem ter contato com o meio externo, buscam voltar-se para jardins internos planejados no interior do bloco de principal, a fim de trazer ao paciente um ambiente de cuidado e conforto, transferindo uma nova imagem da arquitetura hospitalar aos indivíduos. Ainda no interior do bloco principal, trabalhou-se um pátio interno na sala de espera/recepção, quebrando a imagem de uma arquitetura como "máquina de curar" em que os ambientes de saúde são planejados apenas visando a doença e não o bem-estar do paciente. Além disso, buscou trabalhar nas fachadas dos blocos o contato com a natureza, fazendo uso de jardins verticais.
ESQUADRIA EM VIDRO JARDIM
SALA DE EXAME
SALA DE EXAME
Figura 29: Representação em planta baixa da biofilia trabalhada nas salas de exame Fonte: Produzido pela autora
56
FECHAMENTO EM ESQUADRIA EM VIDRO
JARDIM EXTERNO COM FECHAMENTO EM RIPAS DE MADEIRA
Figura 30: Croqui representativo da biofilia trabalhada nas salas de exame Fonte: Produzido pela autora
Nas salas que não se pode trabalhar aberturas/esquadrias que permitam o contato com a natureza, o projeto vem a usufrui de pinturas com cores nas paredes, visando maior acolhimento ao paciente e promovendo bem-estar, esperança e confiança diante da sua patologia. O uso de tons suaves para este fim foi adotado pelo projeto, a fim de tranquilizar o usuário, uma vez que o uso de cores vibrantes e animadas poderia gerar a sensação de incapacidade e insignificância ao doente.
Outro ponto importante no conceito, é a funcionalidade unida ao conforto térmico dos usuários, a fim de buscar um espaço amplo e arejado, com suas atividades e funções bem definidas ao longo da edificação. É valido ressaltar que ambientes mais amplos e arejados, em conjunto com com esse contato com a natureza que tornam o espaço mais higienizado e renovam o ar com frequência, sendo estas importantes medidas a serem tomadas no desenvolvimento de um projeto arquitetônico de cunho hospitalar, pensamento esse que pôde ficar mais enfatizado durante o período da vivenciado de pós-pandemia da COVID-19. Diante dessas ideias a forma foi pensada seguindo um formato que abrace os usuários, e que possibilite espaços amplos e verdes, com uma natureza que pode ser observada, sentida e vivida. Figura 32: Croqui final Fonte: ´Produzido pela autora
5.6 SETORIZAÇÃO
Figura 31: Croquis conceituais iniciais Fonte: ´Produzido pela autora
A partir da definição do partido arquitetônico e das diretrizes a serem adotadas, juntamente com o estudo das condicionantes físicas do terreno, estudou-se uma primeira proposta de zoneamento da clínica, que foi elaborada de modo que a partir da entrada da clínica, feita na região sul do terreno, pudesse visualizar todo o complexo e o pátio interno. Além disso, os blocos foram distribuídos pensado na ventilação, de forma com que houvesse um cruzamento dos ventos e toda a área aberta servisse para direcionar o mesmo para dentro de cada setor. Posteriormente, foi elaborado um novo estudo (Figura X), invertendo a posição do bloco principal, para melhorar a questão de insolação do terreno, de forma que as fachadas menores estivessem na posição Leste/Oeste. 57
Figura 33: Croqui de setorização 1 Fonte: ´Produzido pela autora
Figura 35: Croqui de setorização 3 Fonte: ´Produzido pela autora
No terceiro estudo (Figura 32), foram modificados alguns acessos, visando uma melhor conformação dos fluxos e definidos áreas de estacionamento, e carga e descarga. Por fim, no estudo final (Figura 33), optou-se por diminuir a área de terreno onde seria projetado o complexo, a fim de otimizar fluxos e permitir uma maior coerência projetual. Além disso, a cafeteria foi disposta entre os blocos maiores, promovendo maior integração dos usuários. Foi definida também área de parada de ambulância e a saída de gás e lixo.
58
Figura 34: Croqui de setorização 2 Fonte: ´Produzido pela autora
xandre
Rua Núbia Barrocas
Rua José Regino
Rua Antenor Rocha Ale
LEGENDA: Bloco principal Cafeteria Bloco de Serviço/Apoio Praça Acessos principais Acessos de serviço Estacionamentos Carga e descarga Parada de ambulâncias Lixo e gás
Rua Lourival Correia Pinho
Figura 36: Croqui de setorização final Fonte: ´Produzido pela autora
59
5.7 ESTRATÉGIAS CLIMÁTICAS Em relação as soluções climáticas que visam ser adotadas no projeto, faz-se uso de estratégias que permitem maior contato com a natureza bem como ventilações naturais, a fim de promover um melhor conforto térmico aos usuários e a circulação frequente do ar, visto que trata-se de um ambiente de saúde. Diante disso, foram utilizada técnicas como a ventilação cruzada em ambientes de maior permanência, como recepção e cafeteria, por meio do posicionamento de aberturas em zonas de pressão oposta, explorando os efeitos de pressão exercidos pelo vento (Figura X);
Ademais, adotou-se o uso do pátio interno no bloco principal, promovendo maior contato com a natureza e possibilitando também uma maior circulação de ventos, conforme demonstrado na figura X. Outra técnica utilizada foi a captação dos ventos por meio do uso de vegetação que o redirecione (Figura X).
Figura 38: Técnica de ventilação em pátios internos Fonte: Projetee. 2021
Figura 37: Técnica de ventilação cruzada Fonte: Projetee. 2021
60
Figura 39: Captação por vegetação Fonte: Projetee. 2021
Na salas de exames de imagem foi utilizado climatização devido a operação das máquinas, bem como não foi adotado o uso de esquadrias em salas de exames telecomandados ou com uso de radiação, pois a luz externa afeta o funcionamento das mesmas.
61
PROJETO CAPÍTULO 6
6.1 IMPLANTAÇÃO O projeto está localizado no bairro Parque Manibura e situado em uma esquina, entre as ruas Antenor Rocha Alexandre, Núbia Barrocas e José Regino, sendo implantado de modo nos quais os acessos para veículos ficaram concentrados pela rua Antenor Rocha Alexandre e o acesso principal para pedestres ficou pela rua Antenor Rocha Alexandre e Rua Núbia Barrocas. O estacionamento para visitantes fica localizado próximo à entrada principal, onde fica a recepção do edifício, otimizando o fluxo dos usuários. Na rua José Regino encontram-se os acessos de serviço e carga/descarga, que estão próximos aos setores de serviço e apoio, bem como a fachada oeste do bloco principal, os quais possuem um maior número de funcionários, facilitando o fluxo. O acesso de serviço possui ainda um estacionamento com 10 vagas, sendo 1 vaga para pessoas cadeirantes. Essa decisão projetual teve como intuito fazer um aproveitamento do terreno, de modo que em frente à entrada principal foi projetada uma praça para integrar o edifício com o entorno, que se faz um espaço de lazer, convívio e de uso público. Além disso, a calçada do terreno foi tratada para aumentar o uso do espaço público, sendo criadas 3 faixas (de passeio, de serviço e faixa livre), o que induz a caminhabilidade de visitantes, funcionários e moradores da região. O terreno possui uma área livre de vedações e barreiras físicas, a fim de estimular a integração. Quanto ao paisagismo, o uso de formas mais orgânicas foi escolhido para a área interna do terreno, o que aproxima o desenho da natureza e cria um contraste com a edificação, que possui linhas retas e forma horizontalizada. As vegetações utilizadas são bastante comuns no Brasil. As de pequeno porte são as Dracena compacta, Abacaxi- Roxo, Xanadu, Onze Horas e Beldroga; as de médio porte, Alpínia, Pinanga de Coroa, Bananeira do Brejo, Arbusto Mini Lacre e Palmeira Fênix e, por fim, as de grande porte, que são as Carnaúba, Brasilieirinho, Oiti, Pau Branco, Ipê amarelo e rosa. Também três tipos de forração, a Grama Catarina, Grama Esmeralda e Grama Preta. E uma trepadeira, a hera-inglesa. 64
Ainda nessa perspectiva, a implantação dos blocos foi idealizada para que a pessoa que está no centro do terreno possa visualizar todos os blocos. Por fim, essa implantação comporta a criação de uma praça central que dá a todos os usuários, em todos os blocos, a visão representativa da natureza, que pode ser observada e vivenciada
Onze-Horas
Beldroega
Pau-branco
Palmeira-fénix
Grama catarina
Grama Esmeralda
Oiti
Hera-inglesa
Grama preta
Arbusto Mini Lacre
Bananeira do Brejo
Xanadu
Carnaúba
Brasileirinho
Pinanga de Coroa
Ipê amarelo
em um ponto de encontro, como se eles a abraçassem. Já o setor serviço/apoio se situa próximo das entradas de estacionamento de serviço e carga e descarga, como já mencionado. Todos os blocos são interligados por marquises e calçadas para que seja possível caminhar pela área externa do edifício e faz com que a pessoa possa aproveitar da natureza externa, além de trazer caminhabilidade e acolhimento. Ademais a praça de convívio traz pequenos jardins para sempre trazer esse contato com a natureza, induzindo ao design biofílico. Nos ambientes internos, de ambos os blocos, faz-se o uso de vidros para que haja, dentro das condições de uso hospitalar do espaço, contatos com a natureza, fomentando a biofilia, o conforto e o acolhimento proposto no projeto.
Ipê rosa
Como explicado anteriormente, a edificação foi dividida em três setores, sendo estes: bloco principal, bloco de apoio/serviço e cafeteria. Nesse sentido, o bloco principal que está localizada na entrada do terreno se destaca por meio de um bloco amplo e que direciona o usuário aos outros setores, por meio do acesso a uma praça central. A praça une os blocos
65
LEGENDA: Rua Antenor Rocha Alexan
Terreno da proposta
dre
21m
Rua Núbia Barrocas
Rua José Regino
22 m
20m
Rua Lourival Correia Pinho
1 66
PLANTA DE SITUAÇÃO ESCALA
1:1500
2 Rua José Regino
Rua Antenor Rocha Ale ESTACIONAMENTO
xandre
ACESSO PRINCIPAL ESTACIONAMENTO
LEGENDA: 1 Bloco principal 2 Cafeteria 3 Bloco de serviço
Rua Núbia Barrocas
2
1
3
MURO EM ALVENARIA
Rua Lourival Correia Pinho
2
1
ESTACIONAMENTO SCARGA FUNCIONÁRIOS CARGA E DE
GÁS/ LIXO
ESTACIONAMENTO AMBULÂNCIA
1
2
PLANTA DE IMPLANTAÇÃO ESCALA
1:1000
67
2
xandre
Rua Núbia Barrocas
Rua José Regino
Rua Antenor Rocha Ale
1
1
Rua Lourival Correia Pinho
2
3 68
PLANTA DE COBERTA ESCALA
1:1500
4
CORTE GERAL 1 ESCALA
5
1:1500
CORTE GERAL 2 ESCALA
1:1500
69
6.2 BLOCO PRINCIPAL 6.2.1 COBERTA, PLANTA BAIXA E CORTES O bloco principal (Mapa X) possui a recepção e ambientes destinados a realização de exames, bem como seus apoios. Nesse bloco foram utilizados a biofilia e o uso de cores para trazer maior conforto ao paciente, induzindo um novo olhar para a arquitetura hospitalar. Nas salas de exame, as quais não podem ter aberturas, foi utilizado, quando possível, esquadrias de vidro que se voltam a ambientes externos decorados com espécies paisagísticas. Além disso, foi projetado, do lado externo, ripados de madeira para impossibilitar a visualização do meio externo para o íntimo do bloco. Se caracteriza também por um grande espaço de chegada, para troca de informações, cadastro e que dá acesso aos demais setores. Dispõe de um pátio interno para entrada de iluminação e promoção de uma maior biofilia e acolhimento ao usuário. Nessa recepção, destina-se um espaço de bancada para atendimento dos usuários, bem como uma sala de espera. Além disso, possui um local com banheiros PNE e espaço para contemplação do pátio interno. Após a entrada na recepção, o usuário pode se encaminhar, por dentro do bloco, para a praça, a qual o direciona aos outros ambientes e a cafeteria.
Em relação a estrutura, todo o bloco foi projetado com pilares metálicos em perfil H (0,15 x 0,15m) e vigas metálicas de I de 0,40 x 0,20 m, distribuídos de forma simétrica por toda a edificação, com exceção da parte central, onde concentra o pátio interno, em que foi projetado um vão livre maior (Figura X). As sapatas e lajes são de concreto. P01
P02 L1
P07
L2 P08
L6 P13
P04 L3
P09
P14
P10
P15
P11
P16 L12
P21
P12
L9 P17
L13 P22
P06 L5
L8
L11 P20
P05 L4
L7
L10 P19
P03
P18 L14
P23
P24
Figura 40: Esquema estrutural do bolo principal Fonte: Projetado pela autora
Com relação a coberta, optou-se o uso de coberta metálica, com platibanda, mas com telha metálica trapezoidal com isolamento termo acústico, de inclinações iguais, sendo esta 10%. Foi disposta também, acima dos banheiros, uma caixa d'água, a qual é responsável pelo abastecimento de todo o bloco e da cafeteria.
70
Mapa 12: Localização do bloco principal Fonte: Projetado pela autora
Ademais, ressalta-se que, como citado anteriormente, na salas de exames de imagem foi utilizado climatização devido a operação das máquinas, bem como não foi adotado o uso de esquadrias em salas de exames telecomandados ou com uso de radiação, pois a luz externa afeta o funcionamento das mesmas. As paredes utilizadas nessas sala têm proteção de blindagem seguindo a Legislação de Proteção Radiológica. Além disso, os dimensionamentos dos ambientes seguiram a norma RDC 50 da Agência Nacional de Vigilância. As portas radiológicas para salas de radiação apresentam em seu interior uma lâmina de chumbo, que impede a passagem dos raios.
71
3
2
FACHADA 01
3 P1 J2
1
1
P4 P3
J2
2
FACHADA 04
6
4
8 J1
P5
1
P6
P6
2
2
2
2
P6
P6
3
J2
P2
P5
J2
P2
P6
12
8
2 P5
P2
P6
J1
P5
7
7
P5
P5
P5
8 10
P5
14 PÁTIO INTERNO
P4
P2
11
14
P4
2
P4 1 J2
1 J2
P2 2
P4 1
J2
P2
P2
P6
8 P5
J1
6
2
2
2
2 P6 J1
P6
P5
7
7
7
P5
P5
P5
2
J2
P2 3
P4 1
P2
P2 3
J2
J2
P4 1
2
2
J2
J2
P2
P2
P4
P4
1
J2
P2 2 1
2
3
FACHADA 02
6
PLANTA BAIXA ESCALA
2
J2
P1
72
8
4
P2 P2 2
P4
2
P5 6
P6
4 P2
2
P6
2 J1
P4
P5
2
P2
P2
13
P2
P6
6
9
P4
4
P2
6
7
P3
J2
J2
2
P5
2
J1
2
P2
6
8
P4
3
5
P2
P5 P5
1
P4
2
P2 P2
P2
J2
1
1 P4
P4
2
2
J2
J2
FACHADA 03
J2
1:250
P4 1
1
REPRESENTAÇÃO
AMBIENTE
QUANTIDADE ÁREA (m²)
TOTAL
1
Salas de exames operadordependente
16
14,35 m²
229,6 m²
2
WC
28
5,04 m²
141,12 m²
3
Sala de recuperação
4
23,55 m²
94,20 m²
4
Circulação
4
64,35m²
257,40 m²
5
Recepção/Sala de espera
1
320,12m²
320,12 m²
6
Sala de radiografia
6
18,25m²
7
Salas de exames telecomandados
6
8
Salas de comando
9
REPRESENTAÇÃO
MATERIAL
ABERTURA
P1
Vidro temperado
Correr (4 folhas)
9,00 x 3,00
2
P2
Madeira
Abrir
1,00 x 2,10
23
P3
Madeira
Abrir
1,20 x 2,10
2
109,50m²
P4
Madeira
Correr (1 folha)
1,00 x 2,10
18
28,50m²
171,00m²
P5
Radiológica
Abrir
1,00 x 2,10
18
6
7,25 m²
43,50 m²
P6
Radiológica
Correr (1 folha)
1,00 x 2,10
12
Arquivo de chapas e filmes
1
11,32 m²
11,32 m²
10
Sala de interpretação de laudos
1
11,54 m²
11,54m²
REPRESENTAÇÃO
MATERIAL
DIMENSÕES (m)
PEITORIL (m)
QUANTIDADE
11
DML
1
7,98 m²
7,98 m²
J1
Vidro blindado
1,00 x 1,20
1,00
2
12
Sala de revelação digital
1
11,40 m²
11,40 m²
J2
Vidro temperado
4,00 x 3,00
0,20
20
13
WC PCD
1
6,84m²
6,84m²
14
WC feminino
1
4,28m²
4,28m²
14
WC masculino
1
4,28m²
4,28m²
TOTAL
DIMENSÕES (m) QUANTIDADE
Tabela 8: Quadro de esquadrias bloco principal Fonte: Produzido pela autora
1.395,38m²
Tabela 7: Ambientes do bloco principal Fonte: Produzido pela autora
73
2
3
FACHADA 01
FACHADA 03
FACHADA 04
TELHA METÁLICA TRAPEZOIDAL COM ISOLAMENTO TERMOACÚSTICO i: 10%
CAIXA DÁGUA 1
1
PÁTIO INTERNO
74
2
3
TELHA METÁLICA TRAPEZOIDAL COM ISOLAMENTO TERMOACÚSTICO i: 10%
FACHADA 02
7
PLANTA DE COBERTA ESCALA
1:250
CAIXA D'ÁGUA N: 4,40 m
SALAS DE EXAMES TELECOMANDADOS N: 0,00m
RECEPÇÃO N: 0,00m
PÁTIO INTERNO N: - 0,20m
8
TELHA METÁLICA TRAPEZOIDAL COM ISOLAMENTO TERMO ACÚSTICO i: 10% RECEPÇÃO N: 0,00m
TELHA METÁLICA TRAPEZOIDAL COM ISOLAMENTO TERMO ACÚSTICO i: 10% WC N: -0,03
PÁTIO INTERNO N: - 0,20m
9
CORTE 2 ESCALA
1:250
SALAS DE EXAMES OPERADOR-DEPENDENTE N: 0,00m
WC N: -0,03
SALAS DE EXAMES TELECOMANDADOS N: 0,00m
CORTE 1 ESCALA
1:250
CAIXA D'ÁGUA N: 4,40 m
CIRCULAÇÃO N: 0,00 m
WC N: -0,03
WC N: -0,03
10
CORTE 3 ESCALA
1:250
75
6.2.2 FACHADAS As fachadas foram trabalhadas de forma que transmitisse leveza e integração com a natureza para a edificação, sendo ferramenta tanto para o ambiente interno quanto o externo. Diante disso, os revestimentos de fachada consistem em concreto industrial, bem como uso de jardim vertical e ripas de madeira, fazendo o fechamento dos jardins projetados para visuais internas. As fachada 01 e 02, destacam-se por serem as portas de entrada ao bloco, bem como as principais aberturas das salas de exames para o meio externo. Na fachada 03, voltada para a rua, traz-se referência a biofilia proposta no projeto, com o uso da Hera-inglesa compondo uma parede verde. Já na fachada 4, predomina a área de carga e descarga do bloco, sendo revestida por concreto.
VIDRO
RIPADO AMADEIRADO
11
CONCRETO
CONCRETO
CONCRETO
FACHADA 01 ESCALA
12 76
1:250
RIPADO AMADEIRADO
VIDRO
CONCRETO
FACHADA 02 ESCALA
1:250
6.2.3 REVESTIMENTOS E ELEMENTOS DE FACHADAS RIPADO AMADEIRADO
CONCRETO
13 RIPADO AMADEIRADO
JARDIM VERTICAL
FACHADA 03 ESCALA
1:250
Os revestimentos internos do bloco principal da edificação foram escolhidos de forma a atender o conforto visual dos usuários trazendo cores não muito contrastantes, mas com tons neutros e que trazem sensação de bem-estar e tranquilidade. Diante disso, o projeto é marcado, em suas áreas comuns com piso no revestimento Munari da Eliane branco acetinado, de dimensões 60x60. Com relação as paredes, na recepção e circulação foi proposto o uso da cor Pergaminho da Suvinil, pois possui uma tonalidade clara, sendo utilizadas também nas salas de exames operador-dependente, visto que as mesmas já possuem destaques visuais a partir da esquadria de vidro que visualiza os jardins projetados no exterior da edificação. Já nas salas de exame telecomandados e radiografias foi utilizado tons laranja e verde, com cores Damasco e Laço Azul, também da Suvinil
CONCRETO
Pergaminho
14
Damasco
Nas áreas molhadas, como os banheiros, optou-se por utilizar externo Vênus da Portobello, com dimensões de 74 x 74 cm.
FACHADA 04 ESCALA
Laço azul
1:250
Munari
Vênus
77
JARDIM VERTICAL D1
Nas fachadas, como citado anteriormente, foi optado por utilizar o ripado em madeira, a fim de possibilitar proteção visual do ambiente externo para o interno, como demonstrado abaixo: RIPADO EM MADEIRA FREIJÓ FIXADO A ESTRUTURA DA EDIFICAÇÃO
GRADE RIPAS DE DIMENSÕES 0,1 x 4,00 m
JARDIM VERTICAL
PAREDE IMPERMEABILIZADA COM MANTA ASFÁLTICA
JARDIM VERTICAL
15
GRADE
PLANTA BAIXA D1 ESCALA
1:75
PAREDE IMPERMEABILIZADA COM MANTA ASFÁLTICA
Figura 41: Representação ilustrativa que demonstram algumas soluções que serão trazidas no projeto Fonte: Projetado pela autora
GRADE
Além disso, foi utilizado o vidro para as esquadrias de entrada e o concreto para compor elementos da fachada. VASOS FIXADOS EM GRADE COM PARAFUSOS
Concreto
Vidro temperado
Por fim, optou-se por propor uma parede verde com uso de espécies trepadeiras nativas do estado do Ceará, conforme detalhe abaixo: 78
DRENAGEM
16
VISTA MONTAGEM D1 ESCALA
1:75
17
CORTE D1 ESCALA
1:75
6.3 BLOCO DE SERVIÇO
P01
6.3.1 COBERTA, PLANTA BAIXA E CORTES O bloco de apoio/serviço (Mapa 13) abrange uma área destinada ao apoio de funcionários, reuniões e depósitos de equipamentos e materiais. Os ambientes de maior permanência foram projetados para o lado leste da edificação, visando receber maior ventilação. Em relação a insolação nesse fachada, foi optado pelo uso de brises, fazendo a proteção do local.
P02
L1 P03
P04 L2
P05
P06
L3 P07
P08
L4 P09
Mapa 13: Localização bloco apoio/serviço Fonte: Projetado pela autora
P10
Figura 42: Esquema estrutural do bolo de apoio/serviço Fonte: Projetado pela autora
Nesse bloco, estrutura utilizada, assim como no bloco principal foi a metálica, com pilares de dimensões 15x15 cm, em H e vigas metálicas em I. As sapatas e a laje foram moldadas em concreto. Foi adotado pé-direito de 3,00 metros.
79
2
FACHADA 01
J3
P7
J3
15
J3
19
P2 P2
P4
17
J5
17
WC feminino
1
3,30 m²
3,30 m²
J5
18
WC masculino
1
3,30 m²
3,30 m²
19
Copa
1
13,05 m²
13,05 m²
20
DML
1
3,20 m²
3,20 m²
21
Wc PCD Direção
1
5,50m²
5,50m²
22
Sala de direção
1
10,90 m²
10,90 m²
23
Depósito de macas/cadeiras de roda
1
29,85 m²
29,85 m²
24
Sala de reuniões
1
16,70 m²
16,70 m²
25
Depósito de equipamentos
1
21,10 m²
21,10 m²
26
Sala de utilidades
1
15,40 m²
15,40 m²
P4
18
J5
20
21
J4
22
J3
24
J6
FACHADA 02
FACHADA 04
47,50 m² 5,00 m²
J3
25 P2
J6
J5
P2
28 J6 P4 P2
J3 29
P2
31
30
J5
J5
2
18 FACHADA 03
80
47,50 m² 5,00 m²
26
J3
1 1
P2
27
Recepção/Espera WC PCD
1
P2
15 16
P2
P3
TOTAL
J4
P2
P3
QUANTIDADE ÁREA (m²)
16
23
1
AMBIENTE
P2
P2
P3
REPRESENTAÇÃO
PLANTA BAIXA ESCALA
1:250
27
Lavanderia
1
12,40 m²
12,40 m²
28
Sala de funcionários
1
18,09m²
18,09m²
29
Rouparia
1
10,22 m²
10,22 m²
30
WC funcionários PCD
1
4,70 m²
4,70 m²
31
WC funcionários
1
3,90 m²
3,90 m²
32
Circulação
1
47,00 m²
47,00 m²
TOTAL Tabela 9: Ambientes do bloco apoio/serviço Fonte: Produzido pela autora
271,11 m²
2
FACHADA 01
DIMENSÕES (m) QUANTIDADE
P2
Madeira
Abrir
1,00 x 2,10
12
P3
Madeira
Abrir
1,20 x 2,10
3
P4
Madeira
Correr (1 folha)
1,00 x 2,10
3
P7
Vidro
Correr (2 folhas)
2,50 x 2,10
1
REPRESENTAÇÃO
MATERIAL
DIMENSÕES (m)
PEITORIL (m)
QUANTIDADE
J3
Madeira (correr)
1,00 x 1,20
1,00
7
J4
Madeira (pivotante)
0,80 x 0,40
1,50
2
J5
Madeira (pivotante)
0,50 x 0,40
1,50
5
J6
Madeira (correr)
0,60 x 1,20
1,00
3
CAIXA D'ÁGUA
1
1 FACHADA 02
ABERTURA
TELHA METÁLICA TRAPEZOIDAL COM ISOLAMENTO TERMOACÚSTICO i: 10%
MATERIAL
FACHADA 04
REPRESENTAÇÃO
2
Tabela 10: Quadro de esquadrias bloco apoio/serviço Fonte: Produzido pela autora
FACHADA 03
19
PLANTA DE COBERTA ESCALA
1:250
81
CAIXA D'ÁGUA N: 3,40 m
TELHA METÁLICA TRAPEZOIDAL COM ISOLAMENTO TERMOACÚSTICO I: 10% SALAS DE REUNIÕES N: 0,00m
CIRCULAÇÃO N: 0,00 m
6.4.2 FACHADAS Nas fachadas, assim como no bloco principal , adotou-se o uso do concreto e ripados de madeira. Na fachada leste, devido a intensa insolação, foram utilizados brises horizontais de alumínio (Figura X) com uso de cores em tons suaves. Na entrada do bloco, que se projeta para o norte, foi pensado no uso do pórtico amadeirado, harmonizando com os materiais do outro bloco e trazendo contraste para essa fachada. BRISES
20
TELHA METÁLICA TRAPEZOIDAL COM ISOLAMENTO TERMOACÚSTICO I: 10%
CORTE 1 ESCALA
1:250
PÓRTICO AMADEIRADO
CAIXA D'ÁGUA N: 3,40 m
RECEPÇÃO N: 0,00m
22
RIPADO AMADEIRADO
ROUPARIA N: 0,00m
CONCRETO
DEPÓSITO DE EQUIPAMENTOS N: 0,00m
21
ESCALA
1:250 CONCRETO
BRISES
CORTE 2 ESCALA
1:250
23 82
FACHADA 1
FACHADA 2 ESCALA
1:250
RIPADO AMADEIRADO
CONCRETO
Figura 43: Esquema representativo de malhas brises Fonte: Projetado pela autora
PERFIL DE FIXAÇÃO NA FACHADA DE ALVENARIA
24
PERFIL DE SUSTENTAÇÃO VERTICAL EM ALUMÍNIO
CONCRETO
FACHADA 3 ESCALA
1:250
RIPADO AMADEIRADO
BRISE EM ALUMÍNIO (100 X 30 mm) BRISES EM ALUMÍNIO
25
FACHADA 4 ESCALA
1:250
Figura 44: Esquema representativo da perspectiva dos brises Fonte: Projetado pela autora
83
6.4 CAFETERIA 6.4.1 COBERTA, PLANTA BAIXA E CORTES A cafeteria, localizada entre os blocos principais e de serviço (Mapa 14), busca ser um apoio para os usuários da clínica, bem como para funcionários e pessoas externas que fazem uso da praça. Nesse local há uma área interna projetada para uso e uma área com mobiliários externa, projetada na praça, para que os indivíduos possam usufruir desse serviço contemplando o terreno. A estrutura foi realizada com alvenaria estrutural foi adotado pédireito de 3,00m para esse bloco.
2
FACHADA 01
J3 P8
33
1
1
Mapa 14: Localização cafeteria Fonte: Projetado pela autora
P2 34 J7 35 P2
FACHADA 03
1
J7
26
2
J5
84
FACHADA 02
FACHADA 04
P2
PLANTA BAIXA CAFETERIA ESCALA
1:100
REPRESENTAÇÃO
AMBIENTE
33
Cozinha
1
13,70 m²
13,70 m²
34
Área de alimentação
1
31,75 m²
31,75 m²
35
WC PCD
1
8,00 m²
8,00 m²
TOTAL Tabela 11: Ambientes da cafeteria Fonte: Produzido pela autora
QUANTIDADE ÁREA (m²)
TOTAL
53,45 m²
REPRESENTAÇÃO
MATERIAL
ABERTURA
DIMENSÕES (m) QUANTIDADE
P2
Madeira
Abrir
1,00 x 2,10
3
P8
Vidro + Madeira
Correr (4 folhas)
2,50 x 2,10
1
REPRESENTAÇÃO
MATERIAL
DIMENSÕES (m)
PEITORIL (m)
QUANTIDADE
J3
Madeira (correr)
1,00 x 1,20
1,00
7
J5
Madeira (pivotante)
0,50 x 0,40
1,50
5
J7
Madeira (correr)
0,60 x 1,20
1,00
3
Tabela 12: Quadro de esquadrias da cafeteria Fonte: Produzido pela autora
85
TELHA METÁLICA TRAPEZOIDAL COM ISOLAMENTO TERMOACÚSTICO i: 10%
A coberta, como citado anteriormente, foi projetada com o uso da telha metálica trapezoidal com isolamento termo acústico de inclinação 10% com caimento em uma água e proteção com platibandas de 1 metro de altura.
FACHADA 01 2
COZINHA N: -0,03m
ÁREA DE ALIMENTAÇÃO N: -0,00m
28 TELHA METÁLICA TRAPEZOIDAL COM ISOLAMENTO TERMOACÚSTICO i: 10%
TELHA METÁLICA TRAPEZOIDAL COM ISOLAMENTO TERMOACÚSTICO i: 10%
2
WC PCD N: 0,00m
PLANTA DE COBERTA CAFETERIA ESCALA
1:100
FACHADA 03
86
1:100
1
COZINHA N: -0,03m
27
ESCALA
FACHADA 02
FACHADA 04
1
CORTE 1
29
CORTE 2 ESCALA
1:100
6.4.2 FACHADAS
RIPADO AMADEIRADO
As fachadas, assim como nos blocos expostos anteriormente, foram trabalhadas de forma a transmitirem acolhimento e integração com a natureza para a edificação. Diante disso, os revestimentos de fachada consistem em concreto industrial e a madeira. As esquadrias foram pensadas no vidro e moldura amadeirada. As fachada 01 e 03 ficam voltadas para os outros blocos, sendo utilizadas nestas grades com vegetações, trazendo harmonia com os revestimentos projetados nas outras edificações. Na fachada 02, voltada para a praça, traz-se a fachada principal, que contem o acesso a cafeteria. Já na fachada 4, predomina a área de carga e descarga do bloco, sendo revestida por concreto.
CONCRETO LETREIRO EM FERRO PRETO
CAFETERIA ESQUADRIAS EM VIDRO E MOLDURA EM MADEIRA
31 RIPADO AMADEIRADO
CONCRETO
FACHADA 02 ESCALA
1:100
CONCRETO
30
FACHADA 01 ESCALA
32 1:100
FACHADA 03 ESCALA
1:100
87
CONCRETO
Nas fachadas, como citado anteriormente, optou-se por utilizar o mesmo amadeirado e concreto utilizados no bloco principal, a fim de promover harmonia entre os edifícios.
RIPADO EM MADEIRA FREIJÓ FIXADO A ESTRUTURA DA PAREDE
33
RIPAS DE DIMENSÕES 0,1 x 4,00 m
FACHADA 04 ESCALA
1:100
6.2.3 REVESTIMENTOS E ELEMENTOS DE FACHADAS Os revestimentos internos da cafeteria são semelhantes aos utilizados nos demais blocos. Nas áreas molhadas, como os banheiros, optou-se por utilizar externo Vênus da Portobello, com dimensões de 74 x 74 cm. Já nas paredes da área de alimentação, optou-se por utilizar a tinta Pergaminho da Suvinil. No piso da área de alimentação foi utilizado piso vinílico Texas da Eucafloor, buscando oferecer mais aconchego para os usuários.
88
Piso Vinílico
Figura 44: Representação ilustrativa que demonstram algumas soluções que serão trazidas no projeto Fonte: Projetado pela autora
6.5 DETALHES CONSTRUTIVOS 6.5.1 SISTEMA ESTRUTURAL BLOCO PRINCIPAL E SE SERVIÇO
TELHA METÁLICA TRAPEZOIDAL COM ISOLAMENTO TERMO ACÚSTICO I: 10%
CALHA (12, 5 x 12,5 cm)
PLATIBANDA
TERÇA METÁLICA
VIGA METÁLICA EM PERFIL H
34
ESQUEMA ESTRUTURAL ESCALA
1:50
89
PERSCPECTIVAS CAPÍTULO 7
Figura 45: Perspectiva do projeto Fonte: Projetado pela autora
92
Figura 46: Perspectiva do projeto Fonte: Projetado pela autora
93
Figura 47: Perspectiva do projeto Fonte: Projetado pela autora
94
Figura 48: Perspectiva do projeto Fonte: Projetado pela autora
95
96
Figura 49: Perspectiva do projeto Fonte: Projetado pela autora
Figura 50: Perspectiva do projeto Fonte: Projetado pela autora
97
98
Figura 51: Perspectiva do projeto Fonte: Projetado pela autora
Figura 52: Perspectiva do projeto Fonte: Projetado pela autora
99
100
Figura 53: Perspectiva do projeto Fonte: Projetado pela autora
Figura 54: Perspectiva do projeto Fonte: Projetado pela autora
101
102
Figura 55: Perspectiva do projeto Fonte: Projetado pela autora
Figura 56: Perspectiva do projeto Fonte: Projetado pela autora
103
CONSIDERAÇÕES FINAIS CAPÍTULO 8
O tema do trabalho diz respeito a um projeto arquitetônico de uma clínica de diagnóstico por imagem na cidade de Fortaleza, como uma alternativa para a integração público-privado e para carência de equipamentos com esse intuito na cidade, visando promover um novo olhar para a arquitetura hospitalar. Esse trabalho possui uma relevância, visto que cada vez mais a tecnologia na área médica vem substuindo práticas mais humanas, o que interfere diretamente no bem-estar do paciente, tendo possibilidade de modificar o prognóstico de sua patologia. Para elaboração do estudo foi necessário realizar uma pesquisa bibliográfica sobre o panorama sobre as técnicas de arquitetura atribuídas as instituições de saúde, bem como a influência da mesma no paciente e no processo de saúde-doença. Nesse sentido, esses estudos foram bastante relevantes para a aplicação de um projeto arquitetônico, pois possibilitam a construção de um programa de necessidades, conceito e de um partido, com uso de soluções e estratégias voltados às necessidades analisadas durante o levantamento bibliográfico. Ademais, ressalta-se a carência de edificações desse tipo em Fortaleza, cidade que possui uma alta demanda na área da saúde, recebendo inclusive paciente de outras regiões do estado e até nacionais. O local escolhido para a execução do projeto destaca-se pela sua proximidade a grandes vias da cidade, permitindo acesso amplo a diversas escalas populacionais, de diferentes modos de transporte. Assim, será realizado o projeto de uma clínica radiológica com a função de ser um amparo para o público e de melhorar a qualidade de vida, bemestar, do paciente, visando interferir , de modo benéfico, no seu prognóstico e no processo árduo de enfrentamento e aceitação de doenças crônicas ou em avançados estágios.
104
“A humanização dos espaços para a saúde significa fazer boa arquitetura, eficiente, bela e agradável. A consideração do bemestar da pessoa deve estar em cada traço do arquiteto, reconhecendo que, quando se está mais frágil, a sensibilidade aumenta, juntamente com a necessidade de apoio, compreensão e ambientes dignamente projetados” (CARVALHO, 2014)
REFERÊNCIAS CAPÍTULO 9
BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Assistência de Média e Alta Complexidade no SUS / Conselho Nacional de Secretários de Saúde. – Brasília : CONASS, 2007. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. BRASIL. Ministério da Saúde. O sistema público de saúde brasileiro. Brasília, 2002. BRASIL. Ministério da Saúde (MS). CNES: Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde. Disponível em: <http://tabnet.DataSUS.gov.br/cgi/deftohtm.exe?cnes/cnv/equipobr.def> . Acesso em 26.set.2021. CARVALHO, A.P.A. Introdução à arquitetura hospitalar, 2014. Disponível em: <https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/31571/1/CARVALHO_Antonio%20PedroIntroducao%20Arq%20Hosp-2014.pdf> Acesso em: 26.set.2021. CORBELLA, Oscar. Em busca de arquitetura sustentável para os trópicos – conforto ambiental. Rio de Janeiro: Revan, 2003. ESPAÇO OFICINA. Laboratório JCC Diagnóstico por imagem. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/940349/laboratorio-jcc-diagnostico-de-imagem-espacooficina?ad_source=search&ad_medium=projects_tab> Acesso em: 12. out. 2021.
108
FENELON, Sandro. A evolução da Radiologia - Os avanços da imagiologia e radiologia diagnóstica. 2008. Disponível em: < http://www.imaginologia.com.br/dow/A-evolucao-da-Radiologia.pdf> Acesso em: 16. ago. 2021. FERNANDES, J.T. Código de Obras e edificações do DF: Inserção de conceitos bioclimáticos, conforto térmico e eficiência energética. Brasília, 2009. Disponível em: < https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/7281/1/2009_JuliaTeixeiraFernandesPrimeiraPar te.pdf> Acesso em: 27. set. 2021 JUNIOR, E.A.S; et al. O exame radiológico na detecção da doença do refluxo gastroesofágico (DRGE). 2011. Disponível em: < https://www.inesul.edu.br/revista/arquivos/arqidvol_15_1320098188.pdf> Acesso em: 16.ago.2021. KOWALTOWSKI, Doris Catherine Cornelie Knatz; MOREIRA, Daniel de Carvalho. Discussão sobre a importância do programa de necessidades no processo de projeto em arquitetura . Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 9, n.2, p. 31-45, abr./jun. ISSN 1678-8621 MARTINS, Vânia Paiva. A humanização e o ambiente físico hospitalar. 2004. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/humanizacao_ambiente_fisico.pdf> Acesso em: 08. oct. 2021 MINISTÉRIO DA SAÚDE. Agência Nacional de Vigilância. Resolução RDC Nº 50, de 21 de fevereiro de 2002. Brasília, 2002. Disponível em: < https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2002/rdc0050_21_02_2002.html> Acesso em: 20.nov.2021.
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