Esses pequenos álbuns foram montados para acomodar uma série de desenhos feitos – febrilmente – no início dos anos 80, enquanto estudante da Escola de Belas Artes da UFMG, em Belo Horizonte, Minas Gerais.
Na EBA, cursei o bacharelado em Desenho e, depois, em Gravura, entre 1978 e 1983.Eu desenhava com quaisquer materiais (grafite, nanquim, lápis de cores, aguadas e etc) sobre quaisquer papéis a que tivesse acesso (desde cartolinas baratas e papéis de escritório, aos Arches, Fabrianos e Hanmüllers). No início dos anos 90, durante uma mudança de endereço, fiz uma seleção do material separado – sem critérios rígidos – entre as tantas pastas guardadas, e depois tentei agrupar as pequenas peças recortadas por semelhanças entre as imagens.
Em seguida, montei cinco blocos com encadernação em espiral, sem nenhuma pretensão além de conservar – ou arquivar simplesmente – essa produção, que agora reaparece em sua singularidade, morando em pequenas caixas, quase intactas em seus quarenta anos. Assim, dividindo-as enquanto publicadas, espero que suas imagens vivam muito mais.
O quinto deles, de capa recoberta por um emborrachado negro, é um caderno pronto, bastante comum. Ele traz desenhos feitos pelo avesso, que se tornam monotipias. Tem também colagens (estudos para gravuras) com signos (com citações de Ana Letycia e Gilvan Samico), “paisagens” consteladas por escritas, rabiscos e hachurados livres, em tábulas e emolduramentos compostos. Ele traz ainda desenhos reducionistas alusivos à paisagens, que brincam com textualidades (por linhas livres ou pontilhadas) e com a imagem das “lluvias” paraguaias (em citações das xilogravuras de Lívio Abramo), repetindo geometrias lineares, montanhas e nuvens. Essas anotações também
reexperimentam algumas das visões já registradas nos álbuns anteriores. Tem 15,0 x 20,4 cm, com um volume de 0,7 cm de altura, e alguns dos desenhos estão datados de 1981.
