Estrategia de Globalizacao para PMEs

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Estratégia de Mundialização para PMEs

A inserção das pequenas e médias empresas no mercado mundial

Livro Completo disponível em Clube de Autores (Brasil): http://clubedeautores.com.br/book/4452--Estrategia_de_Mundializacao_para_PMEs

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Copyright © 2005, Mário Luís Tavares Ferreira e Mário Luís Magnani Crédito da fotografia: TheZionView em Flickr. Mário Luís Tavares Ferreira - cursou Engenharia Eletrônica, Gestão de Sistemas de Informação, extensões em Negociação, Estratégia e Gestão de Pessoas e MBA em Gestão Estratégica. Empresário há 25 anos e com experiência de 29 anos na área da Tecnologia da Informação e 15 anos em negócios internacionais. Blog: http://empreendedorglobal.wordpress.com Mário Luís Magnani – cursou Análise de Sistemas, Gestão de Sistemas de Informação e MBA em Tecnologia da Informação aplicada à Gestão Estratégica com especialização em empreendedorismo na Babson School. Profissional da área da Tecnologia da Informação há 20 anos e escritor de vários artigos sobre globalização e problemas político-sociais do Brasil e do mundo. Blog: http://revistapanorama360.wordpress.com/

Ficha Catalográfica

Ferreira, Mário L. T. Estratégia de Mundialização para PMEs: A inserção das pequenas e médias empresas no mercado mundial / Mário Luís Tavares Ferreira, Mário Luís Magnani.– 1 ed. – São Paulo: Clube de Autores, 2009. 250 p.; 21cm. Inclue bibliografia ISBN 1. Redes de Negócios. 2.Globalização. 3.Planejamento Regional. 4.Desenvolvimento Sustentável. 5. PME. 6.Arranjos Produtivos Locais. I. Magnani, Mário L. II.Título CDU 334.78

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Índice Introdução

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Aspectos Históricos da Globalização

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Desenvolvimento Econômico e Social Desequilibrado O Caos e a Complexidade do Mundo Atual A Queda do Império Re-Equilíbrio das Forças Globais Mudanças Sociais, Humanas e Organizacionais A Tecnologia em Favor da Globalização Mundialização para PMEs Resultados da Mundialização das PMEs Conclusões

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Referências Bibliográficas

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Introdução

O que nos levou a escrever este livro, após acompanhar, por mais de uma década, o desenvolvimento da pretensa inserção econômica e social, propagada pelo modelo de Globalização implementado, foi a constatação da frustração parcial de seus objetivos. As idéias, aqui expostas, estão baseadas nos fatos políticos, econômicos, sociais e em toda uma história que vem sendo contada há muito tempo e que, desde o final do século XX, tem sofrido mudanças constantes e tornado a própria História mais dinâmica. Procuramos explorar as causas dessas mudanças, entre elas, a revolução tecnológica que tornou disponível a informação para o mundo, diminuiu as distâncias entre os países, influenciou a cultura destes, e tornou-se um dos principais instrumentos de difusão de um mundo globalizado. O resultado da nossa reflexão está apresentado neste livro, para discussão e aprimoramento, sobre como tornar possível o usufruto dos benefícios da tão propagada Globalização, que só atende a uma minoria de privilegiados e que está aumentando a concentração da riqueza nas mãos de poucos. Uma das constatações é que a ferramenta tecnológica e a própria Globalização ainda são subutilizadas pelos pequenos empreendedores, produtores e prestadores de serviços, seja por falta de conhecimento ou de uma assessoria que lhes mostre o caminho para tornarem-se conhecidos mundialmente e usufruírem as vantagens da Globalização.

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Pensamos, então, como poderia ser feita a Globalização “reversa”, sem um controle central, institucional e governamental, na qual os pequenos empreendedores poderiam usufruir da Globalização ou Mundialização, como será chamada, quando enfatizarmos o aspecto humano e social do processo. Dentro desta proposta, mostraremos como o capitalismo, ou, como hoje é chamado, o sistema de mercado, é um sistema decadente pelo próprio conceito, no qual, durante décadas, se baseou o desenvolvimento industrial e o consumo, ou seja, morre por si só. Em vez de ser autoalimentador e auto-regulador, como muitos imaginam, acaba sendo, sim, um alimentador dos problemas sociais, dos países pobres, em benefício, principalmente, das organizações financeiras e dos oligopólios dos países ricos, deixando-nos a dúvida de por quanto tempo esse sistema ainda sobreviverá. Não pretendemos, porém, simplesmente criticar a ação desta ou daquela economia ou sistema econômico, nem os regimes políticos, adotados por este ou aquele país, muito menos comentar todas as razões das divergências sociais, políticas e religiosas que possam existir. Mas pretendemos evidenciar que a Globalização, no modelo atual, pode ser a última tentativa da minoria que tem o domínio econômico mundial, para salvar o sistema capitalista, com a propagação das idéias do neoliberalismo econômico, através da busca de novos mercados, que ainda não estejam saturados pela sede de acumulação de riqueza, necessidade criada e maximizada pelo próprio capitalismo, nos últimos anos. Temos, também, de considerar que essa busca de mercados, como é praticada na atualidade, ignora as culturas e a evolução de cada sociedade e as suas raízes, que serviram de base para a sua formação. Não podemos, também, deixar de mencionar que esta obra, assim como tantas outras publicadas após o 11 de setembro de 2001, leva em consideração a mudança comportamental e conceitual provocada nas comunidades envolvidas naquele fato, bem como

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outros acontecimentos que ficaram marcados como resquícios ou retaliações a partir daquela data, não sendo por acaso que tantos autores a referenciam em suas obras que abrangem o contexto mundial. A Globalização, em si, é um processo muito interessante que trará benefícios à Humanidade, desde que seja implementada de forma equilibrada e que siga os princípios e valores universais de direitos humanos, com respeito e preservando a individualidade e dignidade do próximo. Esperamos que os leitores entendam esta obra como uma ferramenta de colaboração, que permita um melhor entendimento dos componentes que regem o mundo globalizado e como suas ações afetam o comportamento macroeconômico e social de todo o planeta. Devemos, porém, ter ciência de que, pensando-se em tempo histórico, essas mudanças do mundo atual ocorrem num brevíssimo período de tempo. Pretendemos exercitar a idéia de que a Globalização pode ser utilizada de maneira contrária à que é implementada hoje, isto é, de cima para baixo, imposta pelos grandes e engolida pelos pequenos. O crescimento global deve permitir um espaço, também, para os pequenos empreendedores, fortalecer a economia mundial, diminuir as distorções sociais e colaborar para um mundo melhor, em todos os seus aspectos. Iniciamos a nossa proposta, após uma exposição do contexto mundial, de como podemos tornar a Mundialização em um processo democrático, que permita a participação de todas as camadas sociais e, de como, com a utilização dos meios tecnológicos disponíveis, podemos fazer para que os pequenos empreendedores, em todo o mundo, possam usufruir os benefícios da Globalização, permitindo que se desenvolvam eqüitativamente, sem perderem sua identidade, e obtenham vantagens de suas diferenças regionais. Essas

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diferenças regionais devem ser consideradas como um fator positivo, uma vantagem comparativa, e como um ponto forte que deve ser realçado. O desenvolvimento do empreendedorismo é um fator decisivo para o sucesso do novo milênio. Com o aumento do desemprego, da flexibilização das leis do trabalho e do incremento da produtividade das empresas, as ações autônomas dos cidadãos tornaram-se mais freqüentes e os valores da autonomia, autogestão, responsabilidade e iniciativa são cada vez mais valorizados tanto intracompanhias quanto extracompanhias. O que nos conduz, novamente, aos pequenos empreendedores e à necessidade de sua sobrevivência e de seu desenvolvimento. Com esta colaboração esperamos proporcionar mais uma opção, ou abrir espaço para a discussão de um modelo global justo. Que seja econômico e socialmente responsável, democrático e viável, para inserção de todos, e que crie um vetor para a diminuição das diferenças globais de distribuição da riqueza.

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Aspectos Históricos da Globalização Ferreira

Apresentamos um pequeno histórico do desenvolvimento econômico e comercial mundial do final do século XIX e do século XX, para que, das ações e experiências observadas, tenhamos uma visão do que ocorreu, do que de positivo observamos e do que contestamos, de forma que nossa sugestão de inclusão, de pequenas e médias empresas, possa ser compreendida por todos os leitores. Com esta exposição inicial será possível observar a nossa linha de raciocínio e os pontos que serão abordados no decorrer do trabalho, assim como entender nossas indicações para a correção do rumo de várias distorções, que são provocadas pela Globalização. Se fôssemos comentar amplamente sobre o histórico da Globalização, não como definida de maneira unilateral pelo sistema econômico dominante, mas, de acordo com suas origens, deveríamos remontar aos fenícios, aos venezianos, à época dos descobrimentos e expansão dos impérios de Portugal e Espanha, ao mercantilismo holandês, ao imperialismo inglês e francês, entre outros, o que tornaria este trabalho extenso e eclipsaria o objetivo primordial de fornecer algumas idéias e sugestões aos pequenos empreendedores para sua inserção no mundo global. Por isso, essa restrição aos últimos acontecimentos políticos, econômicos e sociais, para que, no desenvolvimento deste livro, possamos analisar suas conseqüências no mundo atual.

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Continuaremos a utilizar o termo Globalização em vez de Mundialização, pois, na nossa perspectiva, o primeiro está mais interligado ao desenvolvimento econômico-financeiro e à prospecção dos mercados pelo capital especulativo, que é um dos pontos propagados pelo neoliberalismo. Utilizaremos o termo Mundialização nos capítulos finais, focando mais o aspecto humano e social e de equilíbrio na distribuição de riqueza e conhecimento, fato que, na realidade atual, estamos longe de observar. Outro aspecto importante é ter uma visão da linha do tempo, dos fatos ocorridos seqüencialmente e de suas implicações no desenvolvimento dos países, para se ter uma perspectiva do desenvolvimento global. Também, no decorrer do nosso trabalho, serão citados eventos para o relacionamento de causa e efeito, que, sem uma perspectiva no tempo, tornaria difícil o desenvolvimento do raciocínio. Assim como dificultaria elaborar as respostas para as perguntas, abaixo sugeridas, importantes para o entendimento dos movimentos e forças globais. Se os Estados Unidos continuarem a desvalorizar o dólar, em relação ao euro, quais serão as implicações disso para os pequenos empreendedores europeus e americanos? Aceito o acordo, da entrada do Brasil no âmbito da ALCA, dentro das prerrogativas americanas de abrir o mercado para serviços, tecnologia e acordos de propriedade intelectual, quais serão as conseqüências para os pequenos empreendedores da América do Sul? Se continuarem os subsídios que os países desenvolvidos concedem aos pequenos produtores rurais, quais serão as conseqüências para os países em desenvolvimento? Quais as conseqüências de a China ter entrado na Organização Mundial de Comércio – OMC, para o comércio mundial?

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A invasão do Iraque não teria relação com a decisão de seu presidente de trocar as suas reservas de “petro-dolares” por “petro-euros”, ou com a importância geopolítica e econômica do Iraque? Se o objetivo é propagar a democracia e liberdade, por exemplo, no Iraque, por que, então, não foi invadido o Sudão, ou a Nigéria, ou, ainda, por que não se ajudou Timor antes do quase extermínio de sua população pelas milícias da Indonésia? O consenso de Bretton Woods e, na seqüência, a fundação do Fundo Monetário Internacional – FMI, do Banco Mundial (BIRD, Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento) e do Banco de Compensações Internacionais (BIS, Bank of International Settlements) sob a coordenação dos Estados Unidos, implicaram em quais conseqüências, para o resto do mundo? O entendimento destes pontos, e outros, sem nos aprofundarmos em teorias econômicas, é importante para entendermos o mundo atual, as tendências que estão surgindo, e quais as possíveis hipóteses para os pequenos empreendedores. Iniciamos, portanto, nossa exposição, a partir do século XIX, com a revolução industrial. Naquela época houve importante incremento e aceleração do progresso técnico, principalmente, na Grã-Bretanha que, concomitantemente, aproveitou para expandir seu império comercial e territorial. Com o aumento da produção e do mercado, o império britânico precisava modernizar sua política comercial. Fê-lo com a remoção de tarifas protecionistas sobre produtos agrícolas e, em meados do século, foram removidas todas as restrições tarifárias e comerciais, unilateralmente. Foi feito um acordo com a França, chamado de Chevalier-Cobsen, 1860, para liberalizar o comércio, e, posteriormente, os franceses também o fizeram com outros países europeus.

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Interessante frisar que, nesses tratados, a cláusula de nações favorecidas, ou seja, a liberalização bilateral, aplicava-se a todos os países com o mesmo tratado, isto é, existindo o tratado entre França e Grã-Bretanha, se a França assinasse com um terceiro país, este terceiro teria a mesma validade, das condições contratuais, também, com a Grã-Bretanha. A defesa do livre comércio, pela Grã-Bretanha, era-lhe vantajosa, pois, na época, estava avançada industrialmente, com grande capacidade produtiva, com tecnologia e tinha uma moeda forte. No final do século, todos voltaram atrás, menos a Grã-Bretanha que continuou com a liberalização, até as primeiras décadas do século XX. No início dos anos de 1900 o imperialismo da Grã-Bretanha e da França já estava em declínio e surgiam os Estados Unidos, a Alemanha e o Japão como potências. Comentamos estes fatos pela similaridade do liberalismo comercial anglo-saxão, observado no século XIX, com o que constatamos, no passado recente, com a dupla Reagan-Thatcher e os neoliberais. Cabe, ainda, um pequeno parêntese sobre o imperialismo colonial britânico e a sua liberalização de mercados. Por exemplo, sobre a intervenção gerada pelos pseudotratados de liberalização. A Grã-Bretanha administrava a alfândega chinesa para garantir que o país pagaria sua dívida. Outros países, que não eram colônias, mas tinham os mesmos tratados, eram obrigados a manter as tarifas baixas, reduzindo sua soberania sobre questões comerciais e garantir direitos territoriais a estrangeiros (OCDE, 2001). Isso se assemelha, nos dias de hoje, à atuação do FMI, em suas cláusulas dos contratos de financiamento, com a supervisão e controle da gestão econômica dos países, onde tem sua intervenção. Iniciados os anos de 1900 e o período da La Belle Époque, a época bela, que se prolongou até o início da Primeira Guerra Mundial, tivemos uma fase de

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crescimento econômico e de prosperidade em todo o mundo. Não foi um processo equilibrado, mas todos cresceram e tiveram seu PIB aumentado significativamente em relação a épocas anteriores. Acontece a Primeira Guerra Mundial em 1914, com o assassinato do arquiduque da Áustria, Franz Ferdinand, em uma visita à Bósnia, à cidade de Sarajevo. Deflagra-se o conflito com a declaração de guerra do Império AustroHúngaro à Sérvia. A Rússia entra no conflito para apoiar a Sérvia. A Alemanha, apoiando o Império Austro-Húngaro, declara guerra à Rússia e, posteriormente, à França. Observou-se, na seqüência, o envolvimento da Grã-Bretanha, dos Estados Unidos, da Itália etc. No final da guerra, em 1918, acabaram-se as monarquias absolutistas, na Europa, e instaurou-se a República de Weimar na Alemanha. A Dinastia Habsburg terminou, a Áustria e a Hungria tornaram-se repúblicas, assim como a Polônia, depois de ter sido dominada, por 123 anos, pela Rússia, Áustria e Prússia. Os Checos proclamaram a independência e foi formado o Estado dos eslovenos, croatas e sérvios que, mais tarde, unido ao Reino da Sérvia, formou a Iugoslávia. E, ainda, neste contexto, temos a revolução russa de 1917, com a abdicação do Czar Nicolau II e a vitória do partido bolchevista de Vladimir Lenin. A Primeira Guerra Mundial foi um processo desgastante para os europeus, pois, além de desarticular economicamente as nações européias, o aspecto moral e de referência de civilização ficou abalado em todos os outros continentes. Os Estados Unidos, na época, já investiam mais, que os europeus, em tecnologia e em desenvolvimento, principalmente, na pesquisa aplicada, além de não terem tido seu país afetado pela Primeira Guerra Mundial. Com isso, obtiveram uma dianteira no desenvolvimento econômico e um posicionamento

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estratégico mundial. Isto é, o eixo econômico muda de Londres para Nova Iorque. A economia européia estava desgastada e desarticulada após a Primeira Guerra Mundial, então, os Estados Unidos financiaram a reconstrução das economias dos países europeus. Esse financiamento somou-se à dívida, já existente, do financiamento de recursos utilizados durante a guerra. Os empresários americanos já não tinham a demanda da guerra dos europeus. Nem os europeus tinham recursos para continuar a comprar os produtos agrícolas e industriais dos Estados Unidos, além de terem de pagar os juros e o principal das dívidas contraídas durante a guerra e mais os financiamentos para reconstrução dos países. Os Estados Unidos estavam com a economia superaquecida e não haviam sofrido os efeitos da guerra. Em 1924, possuíam 45,7% do estoque de ouro mundial (Eichengreen, 2000). Na época, era utilizado o padrão ouro, isto é, lastreamento em ouro dos recursos monetários. No final da Primeira Guerra, os empresários americanos continuaram investindo no aumento do capital, em indústrias, com lançamento de ações, gerando uma oferta muito grande sem uma demanda condizente, o que provocou uma queda nos preços dos bens e um aumento da especulação no mercado de ações. Em 1927, o mercado da bolsa de Nova Iorque crescia aceleradamente e o capital especulativo aumentava, ao contrário do capital produtivo que se mantinha estagnado. Para controlar essa situação, o Federal Reserve Bank, em 1928, aumentou a taxa de redesconto de 3,5% para 5%, fazendo com que o capital americano deixasse de sair para o exterior, e provocou, por conseqüência, que outros países também aumentassem sua taxa de juros para evitarem a fuga

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de capitais. Ocorreu uma reação em cadeia que desaqueceu toda a economia mundial e iniciou um processo de deflação na economia mundial. Com a desaceleração da economia mundial, os pagamentos das dívidas e reparações de guerra tornaram-se difíceis de cumprir. Houve diminuição da demanda e, por conseqüência, a quebra de pequenos empresários e bancos que, pela inadimplência dos clientes, não conseguiram manter a solvência. Temos, então, a crise da bolsa de Nova Iorque, em 1929, e a “Grande Depressão”. Com referência à quebra da bolsa de Nova Iorque e a quebra de outros mercados financeiros, empresários e economias, vivemos um “déjà vu”, recentemente, em escala menor, com a “Bolha da Nova Economia”. Em 1930, o Hawkey-Smoot Tariff Act, nos Estados Unidos, elevou as tarifas de importação de mercadorias para um patamar impraticável, o que gerou

reações

imediatas

dos

parceiros

comerciais

e

provocou

um

desaquecimento, ainda maior, da economia mundial e o agravamento do processo de recessão, principalmente, na agricultura americana. Tivemos a crise do franco, a crise da libra esterlina, e do banco austríaco Credit Anstalt, que se propagou para a Hungria e Alemanha. A Grã-Bretanha, na tentativa de manter o valor da moeda idêntico ao período anterior à guerra, zelar pela posição de centro financeiro mundial e proteger os portadores de títulos em libra esterlina, causou deflação interna, desemprego e perda de competitividade nos mercados internacionais. Houve a desvalorização assíncrona das moedas de vários países, na tentativa de manterem-se competitivos. Utilizando-se da filosofia do “empobreça o próximo” – exportações de seus bens e serviços, a preços comparativos menores em detrimento das produções locais de outros países –, tentavam manter seu balanço comercial e de conta corrente superavitário, e com isso evitarem a perda das reservas lastreadas em ouro.

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Só em 1936, com o Acordo Tripartite, França, Estados Unidos e GrãBretanha definiram um controle para a desvalorização das moedas, um sistema de quotas de importações e de reconstrução do sistema de comércio multilateral. Aqui, já podemos observar um interesse velado de conter o expansionismo alemão. Todos esses fatores tiveram um efeito em espiral, culminando com a pior recessão econômica mundial da História, na qual os Estados Unidos chegaram a ter 25% de desempregados, a Grã-Bretanha 20% e a Alemanha, na indústria, atingiu 44%. Nos Estados Unidos a produção industrial caiu 48% e na Alemanha, 39%. O nazismo e fascismo emergiram com a “Grande Depressão”, e as massas, na procura de um ponto de apoio, uma auto-satisfação nacional, prosperidade, otimismo, fé no futuro e resgate dos valores existentes na Belle Époque, foram induzidas com as palavras messiânicas de seus propagadores. Aconteceu a Segunda Guerra Mundial e, novamente, os Estados Unidos forneceram suprimentos e materiais aos países aliados, e sua indústria foi reativada para o “esforço de guerra”. Mais uma vez, a Europa foi destroçada pela guerra e se fez necessário novamente um plano de reconstrução e o pagamento de dívidas e reparações de guerra. Com o final da guerra, a Grã-Bretanha, França, Bélgica e Holanda tiveram seus impérios coloniais desmantelados e uma série de países, recémindependentes, surgiram na Ásia e África. Em 1944, ao final da Segunda Guerra Mundial, assinou-se o Consenso de Bretton Woods. O plano de reconstrução, apresentado por John Maynard Keynes, foi, praticamente, aceito na íntegra. O objetivo era criar um sistema monetário internacional e um sistema bancário sólido, com uma moeda não atrelada ao padrão ouro. Para tal, criou-se o Fundo Monetário Internacional

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(FMI), que deveria funcionar como um agente de pagamentos internacionais, tendo como moeda-base, o dólar. Foi criado, também, o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), mais conhecido como Banco Mundial, que deveria ajudar a reconstrução da Europa e, depois, as economias menos desenvolvidas. Keynes propôs que fosse abandonado o padrão ouro, que o dólar fosse utilizado como moeda de referência, ao invés da libra esterlina, e que o valor do dólar fosse atrelado à boa fé e crédito do governo dos Estados Unidos, utilizando crédito, letras de crédito, avais ou garantias, em vez do ouro ou prata. O Consenso aprovou o plano básico de Keynes, mas o preço do ouro foi determinado pelo valor, anterior à guerra, de US$ 35,00 por onça de ouro. O dólar seria a moeda de referência mundial e todas as outras moedas seriam atreladas ao dólar, mantendo, portanto, ainda, o dólar uma referência ao ouro. Após o consenso de Bretton Woods foi produzido o Plano Marshall, pelo qual os Estados Unidos, entre 1948 e 1952, contribuíram com mais de US$ 13 bilhões de dólares, da época, para a reconstrução da Europa. Um ano antes, em 1947, o presidente Truman, dos Estados Unidos, havia declarado a Doutrina de Truman, isto é, a “Guerra Fria”, que prometia suporte aos “povos livres que estavam resistindo à subjugação por minorias armadas ou pressões externas”. Isso foi um catalisador do Plano Marshall, para estancar o avanço do comunismo e influência da União Soviética. Outro catalisador foi o interesse econômico, devido aos investimentos e empréstimos já efetuados durante a Segunda Guerra, e que, pela lenta recuperação da economia européia, poderiam ficar em risco. O Plano Marshall teve um efeito multiplicador no desenvolvimento europeu, que rapidamente se recuperou e teve, entre 1948 e 1952, um

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crescimento industrial de 35%, e a agricultura ultrapassou os níveis anteriores à guerra. Em 1948 foi assinado o General Agreement on Tariffs and Trade (GATT) – Acordo Geral de Comércio e Tarifas que, mais tarde, foi a base para a formação da Organização Mundial de Comércio (OMC) em 1995, baseado no princípio da cláusula da nação mais favorecida, que significa que a vantagem oferecida para um país por outro país deve ser estendida para todos os países signatários do acordo. A base deste acordo relembra o Tratado ChevalierCobsen, de 1860, citado anteriormente, da liberalização do comércio entre GrãBretanha e França e outros países na seqüência. No entanto, a finalidade do GATT, na época, não era a do “laissez-faire”, livre comércio, mas sim a do fair trade, comércio justo (Michalet, 2003). Com esse compromisso de equivalência de benefícios, para todos os países, evita-se o bilateralismo e a polarização mercantilista. Outro objetivo do acordo era, por meio de ciclos de negociações multilaterais, permitir concessões tarifárias. No entanto, práticas administrativas, definição de cotas e de normas eram aceitas para proteger o mercado interno dos países. A prática de dumping era proibida. Os países também utilizariam cláusulas de salvaguarda, se houvesse grande defasagem no seu balanço de pagamentos que provocassem déficits e colocassem seus produtores locais em situações constrangedoras. Os países em desenvolvimento tinham um regime à parte, pelo qual podiam proteger as suas indústrias em desenvolvimento. Seguiram-se os “anos de ouro”, com um desenvolvimento ímpar, entre as décadas de 1950 e 1970, com a política econômica do “welfare state”, Estado do “bem-estar”, que tinha o objetivo de atingir o pleno emprego e o crescimento econômico.

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No início da década de 1970 teve início o fantasma da inflação acelerada, crescimento do desemprego e recessão, isto é, a estagflação. Em 1971, no governo Nixon, os Estados Unidos resolveram, unilateralmente, não seguir o Consenso de Bretton Woods e desvincularam o dólar do ouro. Iniciou-se a adoção do câmbio flutuante entre dólar e as outras moedas, que logo foi seguido por todo o mundo. Essa foi a oportunidade para a mudança de políticas econômicas. Os monetaristas surgiram, com toda a força, e foi abandonada a política econômica keynesiana. Com isso, os neoliberais tiveram sua ascensão com as políticas de controle da inflação, da moeda e da baixa dos valores nominais de salários. O que aprofundou essa mudança de políticas econômicas foram fatores como: −

o colapso da ordem monetária internacional;

o abandono do dólar com referência ao padrão-ouro;

mais tarde, os choques do preço do petróleo;

a elevação unilateral das taxas de juros, mais uma vez, pelos Estados Unidos, em 1979, provocando uma crise de liquidez dos devedores em moeda “forte” e a crise da dívida externa da América Latina, no início da década de 1980.

Ronald Reagan e Margareth Thatcher foram importantes atores da onda de liberalização, no final da década de 70 e início dos anos 80. Eles implementaram o neoliberalismo e a desregulamentação de mercados em seus países e utilizaram instrumentos de política externa para propagar essas políticas. Um exemplo dessa política está no Consenso de Washington, de 1989, que tinha por objetivo “ajudar” as economias da América Latina a superarem a crise pela qual passavam, e promoverem o seu crescimento econômico. Resumindo, consistia em sugestões – intervenções – nas seguintes áreas:

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Política fiscal;

Reforma tributária;

Taxas de juros;

Liberalização do comércio;

Privatização das empresas estatais;

Desregulamentação do mercado;

Remoção das restrições ao investimento estrangeiro;

Segurança dos direitos de propriedade.

Política que hoje é, também, “recomendada” pelo FMI para os países que têm seus empréstimos aprovados pelo Fundo. O “sucesso” dessas políticas dos fundamentalistas de mercado, isto é, dos neoliberais que pregam que o mercado se auto-regula, e que, quando não se intervém no mercado, a realocação de recursos é a mais eficaz, obtendo-se, assim, maior eficiência da economia, pode ser observado nas crises da Argentina (2001), Brasil (1999), Rússia (1998), Ásia (1997) e México (1994). Em todas essas crises “evaporaram-se” bilhões de dólares. Relembrando que os fundamentos da economia – que é uma ciência social aplicada – baseiam-se no estudo do emprego, da renda, da qualidade de vida e do desenvolvimento humano, permeados pela complexidade de que as necessidades humanas são ilimitadas e na escassez de recursos para satisfazer essas necessidades. Acreditamos que nenhum desses fundamentos – emprego, renda, qualidade de vida e desenvolvimento humano – foram atendidos pelo Consenso de Washington, nem pelas políticas mandatárias do FMI. Atualizando a definição dos fundamentos da economia, diríamos que, as necessidades de auferir lucro, bônus e dividendos são ilimitadas – vide Enron, WorldCom, Arthur Andersen –, assim como parece ilimitado o volume de

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capital especulativo circulando pelo mundo versus soma do PIB dos países. Deixamos em aberto estes números para aguçar a curiosidade e provocar a pesquisa. Voltando à linha do tempo, tivemos a queda do Muro de Berlim em 1989 – fato dos mais importantes do século no seu aspecto econômico, social e político. Também, com isso, o desafio da integração das duas regiões da Alemanha, que é uma tarefa árdua, devido à disparidade existente entre as duas regiões, tanto na cultura e no desenvolvimento social quanto na economia. Em 1991, tivemos o colapso da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas – URSS, e sua divisão em 15 estados. Interessante frisar que este fato não gerou nenhuma crise internacional, comercial ou financeira, excluindo-se a crise do rublo, de 1998. No entanto, o custo dessa mudança para o povo russo, e das novas repúblicas, foi imenso, pois, seguindo as recomendações do Tesouro dos Estados Unidos e do FMI, tiveram início a liberalização, a estabilização e a privatização, sem que antes fosse criada uma infra-estrutura fundamental, com regulamentações e instituições que fossem capazes de gerir essas ações. Concluindo, houve um caos generalizado, com inflação, desemprego, corrupção e desvio de capitais para o exterior. Tivemos o Tratado de Maastricht, da União Européia, assinado em 7 de fevereiro de 1992, e ratificado em 1993, que trata da integração européia em vários aspectos, inclusive, da união monetária para implementação do euro. Não foi sem percalços que se conseguiu a união monetária, inaugurada em 1999. Houve crises monetárias durante a década, houve desvalorizações de moedas e alargamentos da banda cambial, mas, finalmente, em 1999, foi implantado o euro. Nessa mudança, comerciantes, empresários e banqueiros aproveitaram a oportunidade para “arredondar” os preços de vários bens e serviços. No entanto,

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os salários foram matematicamente convertidos em euros. Logo, houve uma perda real do valor dos salários. Ratificado pelos congressos dos três países, Estados Unidos, Canadá e México, em 1994, tivemos o NAFTA, Acordo de Livre Comércio da América do Norte, que prevê, entre muitos dos seus parágrafos, a eliminação tarifária progressiva em até 10 anos. Com o acordo surgiram as “maquiladoras”, fábricas de fronteira, no México, que dirigem toda a sua produção para os Estados Unidos. Isso durou, enquanto a mão-de-obra barata e o custo de transporte não superaram os custos de fazer os mesmos produtos em outra parte do globo. O que aconteceu, pelo que conversamos com pequenos empresários locais, em 2003, foi uma invasão de empresas americanas e a falência dos pequenos empresários mexicanos. O desemprego aumentou, assim como o índice de pobreza e o custo de vida. Por outro lado, gerou o aumento do desemprego nos Estados Unidos, devido à mudança das unidades fabris para o México. Quanto ao Canadá, vamos só repetir um parágrafo do artigo de Altamiro Borges, que dá a dimensão do que está acontecendo:

O jornal norte-americano The Washington Post, de setembro de 2000, indagou: “Haverá mesmo um Canadá dentro de 25 anos, ou o país vai se tornar, em questões práticas, o 51.o Estado americano?” (Borges, 2002). Logo, concluímos que uma exaustiva análise da perspectiva da Área de Livre Comércio das Américas – ALCA

é necessária e que sua efetivação só

seja viabilizada com a eqüidade e soberania de todos os Estados participantes. E enfatizamos, de antemão, que sua concretização só será possível com controle

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do fluxo do capital especulativo e, também, controle das empresas transnacionais, com a reavaliação dos investimentos diretos estrangeiros. Vamos pular as crises México (1994), Ásia (1997), Rússia (1998), Brasil (1999) e Argentina (2001), sobre as quais fizemos vários comentários, mas comentaremos sobre seus atores comuns em todas as crises: o FMI e o mercado financeiro. Citaremos alguns fatos sobre essa governança mundial e justificaremos o motivo de termos sido incisivos no parágrafo anterior. Voltemos um pouco no tempo, para 1971. No governo Nixon, foi abandonada a conversibilidade ouro-dólar e instaurou-se o sistema de taxas de câmbio flutuantes, o que, conjuntamente com liberação da circulação de capitais, implicou na procura de obter ganhos com as variações das cotações do câmbio, entre moedas, ou seja, um incentivo à especulação. No início dos anos 80 tivemos a dupla Reagan e Thatcher que promoveu o neoliberalismo e a desregulamentação do sistema financeiro. Nessa desregulamentação do mercado financeiro houve a descompartimentalização, titularização e a desintermediação, isto é: −

a descompartimentalização terminava com a divisão entre bancos comerciais e os bancos de investimento. Houve a expansão dos “non-bank banks”, que são instituições como os fundos de pensão, fundos mútuos, companhias financeiras (bancos de grupos como GM, GE, Ford, Sears, Xerox etc.) e os hedge funds (fundos especulativos) (Michalet, 2002).

a titularização é a possibilidade de as instituições financeiras emitirem, no mercado, títulos representativos dos créditos que possuem, com o objetivo de tirarem de seus balanços créditos duvidosos e colocarem esses títulos em fundos de pensão ou particulares. E mais um conjunto de opções de produtos como:

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junk bonds, produtos derivados, operações de swap, contratos de futuro, opções de compra de ações etc. −

a desintermediação foi a soma de medidas de desregulamentação do setor bancário e financeiro, de liberalização do movimento internacional de capitais, do aparecimento de novos atores financeiros e novos produtos financeiros (Michalet, 2002).

Com todas essas ferramentas e liberdade, e com a tecnologia moderna de comunicação e de transmissão de dados, o mercado financeiro teve, da década de 90 em diante, uma explosão na sua atuação e na sua influência no cenário mundial. Dissemos década de 90 porque houve um fato importante, já mencionado, que foi o Consenso de Washington, em 1989. Este foi um fato marcante que originou a “cartilha” que seria seguida pelo FMI e Banco Mundial no “aconselhamento” aos países que necessitavam de sua ajuda. Foi seguindo essas regras que tivemos todas as crises financeiras, já mencionadas. Por que esse interesse tão grande na liberalização dos mercados de capitais? Um dado: em 1989 – por coincidência, ano de criação do Consenso de Washington – 27,9% dos ativos financeiros estavam com os lares americanos, índice que passou a 41% em 1995, e para 50% em 2001, os quais tinham investido as suas economias, total ou parcialmente, na bolsa (Passet, 2003). Para ilustrar, na crise do México de 1994, a comunidade internacional teve dificuldade para reunir os US$ 50 bilhões de dólares necessários para a ajuda, no entanto, os três maiores fundos de pensão dos Estados Unidos tinham, sob controle, US$ 500 bilhões de dólares (Passet, 2003). Antes de continuarmos, e para evitarmos transparecer que somos contrários à Globalização, gostaríamos de parafrasear Paul Krugman, para

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apoiar a Globalização quando desenvolvida de forma coerente, não parasita ou oportunista. Em seu livro “Globalização e Globobagens” ele escreve:

“Ainda que os tubarões capitalistas se aproveitem da Globalização, os maiores beneficiários são os trabalhadores do Terceiro Mundo”.

Concordamos com a frase, desde que os IDE (Investimentos Diretos Estrangeiros) sejam efetuados fora das zonas francas, (EPZs, Export Processing Zones), que haja preocupação social e ambiental – onde quer que o investimento seja feito – e que não participem ou cooperem com a possível corrupção local. Um pouco antes, Paul Krugman também escreve:

“... que a questão não é simples, nem as linhas morais são tão nítidas..”

Gostaríamos de comentar que acreditamos que os valores morais, a ética e os princípios humanitários e de cidadania são universais. Portanto, discordamos das linhas morais que não sejam nítidas. Retornando ao desenvolvimento do mercado financeiro, a liberalização da movimentação de capitais especulativos, por exemplo, faz que uma oscilação na bolsa de Nova Iorque se reflita em cadeia na de Londres, Paris, Frankfurt, Tókio. Isto é, o risco sistêmico do sistema que, segundo os ortodoxos, tende ao equilíbrio, na prática não tem demonstrado isso. Esse sistema nos parece mais com a Teoria do Caos e Complexidade, onde o bater das asas de uma borboleta, na Tailândia, pode provocar um tufão no Texas. No caso, um soluço de um agente, na bolsa de Nova Iorque, provoca um terremoto nas outras bolsas do mundo, graças à interligação, sincronicidade e ao “risco sistêmico” do mercado.

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As oscilações das taxas de juros de longo prazo, do Tesouro americano, influenciam o estado de espírito dos mercados globais, o que torna o mundo refém da política econômica que mais interessa aos Estados Unidos e ao seu ambiente de negócios local. Esse tipo de influência não deriva de uma decisão de consenso de um organismo internacional, com representatividade global, menos ainda, isento de interesses regionais. Mais um dado interessante, não muito atual, mas significativo, dessa evolução da liberalização, é que se estima que cerca de 80% da poupança mundial são absorvidos pelos Estados Unidos e que, nos últimos dez anos, portanto, na década de 90, de acordo com artigo de António José A. Nunes, os onze países mais ricos do mundo absorveram 78% do investimento estrangeiro global, restando, apenas, 1%, para os mais pobres (Nunes, 2001). Mais uma questão que gostaríamos de deixar em aberto, é a da necessidade da existência de paraísos fiscais. Ora, se estamos na era do neoliberalismo onde foi tudo desregulamentado no sistema financeiro, por que a necessidade da existência de paraísos fiscais? Está se sonegando de onde e para quem? Que tipo de liberdade e que tipo de “mão invisível” – imagem metafórica de Adam Smith – é essa? Não acreditamos que Adam Smith (1723-1790), escocês, autor do livro “Riqueza das Nações”, considerado o “fundador” da economia política e de leitura obrigatória por qualquer economista, esteja de acordo com esse tipo de manobra e subterfúgio financeiro que serve para ações escusas. Enquanto escrevíamos este capítulo, em abril de 2005, lemos, em notícia de jornal, que a União Européia acabou de rever, para baixo, sua projeção de crescimento para este ano, de 2,0% para 1,6%, e que o preço do barril de petróleo está com alta de 85% e a Alemanha com uma taxa de 12% de desemprego, a maior desde o pós-guerra. Enquanto isso, no Japão, os

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poupadores mantêm mais de 55% de seus ativos financeiros em depósitos bancários, sem rendimento algum, porque não confiam em sua economia, e, com isso, a estagnação econômica do Japão continua. Na outra ponta, temos os Estados Unidos, saltando de um déficit em conta corrente de US$ 296,8 bilhões, em 1999, para US$ 666 bilhões, em 2004, o que representa 5,6% do PIB (Banco Mundial, 2005). E, também, observamos a desvalorização do dólar em relação ao euro, tornando os produtos americanos mais competitivos no mercado mundial. O Federal Reserve vem aumentando – posição em abril 2005 – gradativamente os juros e, com isso, irão aumentar os spreads pagos pelos países emergentes, serviços da dívida externas etc. Com a ameaça de inflação, recentemente – abril 2005 –, prevista pelos analistas, espera-se que o Federal Reserve seja mais agressivo no aumento da taxa de juros, o que, mais uma vez, repercutirá negativamente nos países em desenvolvimento. Resumindo, a Tríade – Estados Unidos, União Européia e Japão – estão entrando, novamente, em um processo delicado de equilíbrio, tendo a União Européia em uma situação constrangedora entre o interesse expansionista neoliberal norte-americano e a estagnação econômica do Japão. Temos um ator novo entrando no cenário mundial – a China – que irá desbalancear, ainda mais, esse equilíbrio tênue que estamos vivendo em nossa economia global. Por falar em atores, antes de terminarmos esta etapa de nossa apresentação, vamos comentar um pouco sobre as corporações transnacionais. Segundo a Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento – UNCTAD, um terço do comércio mundial de manufaturas é realizado intrafirma, isto é, entre as filiais ou com a matriz, da mesma corporação. Por exemplo, uma indústria automobilística produz o motor no México, carroceria no Brasil e exporta para os Estados Unidos, em operações

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dentro da corporação (Ricupero, 2001). Também segundo a UNCTAD, outro um terço do comércio é realizado em operações entre as companhias transnacionais ou dessas com terceiros (Ricupero, 2001). Destas duas últimas constatações, que tal mudar Globalização para “oligopolização” mundial? Corroborando a afirmação anterior, basta que sejam observadas as aquisições e fusões dos anos 80 e 90, e verificadas quantas corporações, depois das fusões e aquisições, fabricam veículos, quantas empresas de produtos petroquímicos,

quantas

empresas

fabricam

pneus,

quantas

fabricam

semicondutores, quantas dominam o mercado de computadores e software, quantas fabricam peças de vidro para automóveis etc. O que é perigoso para o mercado mundial, porque possibilita a criação de cartéis, possibilita o controle do mercado, cria dificuldades para a entrada de novos entrantes, monopoliza preços, define padrões de produtos, define o perfil de consumo, permite a influência política econômica em governos locais etc. No decorrer deste trabalho, em outros capítulos, iremos comentar um pouco mais as ações políticas e econômicas, das últimas duas décadas do século XX, que afetaram e afetam os pequenos e médios empresários do mundo inteiro.

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(PĂĄgina em branco. Seguem, aqui, os outros capĂ­tulos, no livro completo)

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Conclusões

A principal conclusão é que o Mundo foi feito para a maioria e não para uma minoria. Cabe-nos, portanto, tornar possível o usufruto da nossa casa global. Encerramos a apresentação do nosso modelo com uma visão expandida das influências e interações existentes, demonstrando que tudo o que ocorre à nossa volta provoca efeitos na nossa microesfera. Este foi um dos motivos da diversidade de temas tratados neste livro, sem cujas citações, este modelo de conjuntos de universos não teria significado e sua visão, ou exercício de imaginação e compreensão, não seria possível. A perspectiva histórica é necessária para a noção do porquê da existência, ou evolução, dos mundos referidos. Os fatos históricos – econômicos, sociais ou políticos – ocorridos principalmente no final do século XX, provocaram mudanças profundas, que foram realçadas e aceleradas pela evolução tecnológica. Com a linha de tempo apresentada, procuramos fazer uma reavaliação das ações que ocorreram e o entendimento dos motivos que levaram a essas ações. Assim como voltar no tempo e analisar, de forma criteriosa e analítica, como se desenvolveu a Globalização, a partir da evolução do capitalismo e das sociedades. A visão das conseqüências do desenvolvimento econômico-social possibilitou o desenvolvimento da noção dos fios, suas propriedades e

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influências entre universos e seus espaços. Com a noção do caos e complexidade apresentamos a evolução e interação dos universos. Sem a análise do capitalismo atual e do re-equilíbrio das forças, não poderíamos explicar a importância do universo das PMEs, no contexto mundial, para impedir a ruptura do universo do Estado e da política econômica. As grandes corporações transnacionais são responsáveis por grande parte do volume de transações comerciais mundiais, no entanto, são as PMEs que empregam mais e que podem solucionar a questão do desemprego em todo o mundo. Embora o argumento, anos atrás, de que a evolução tecnológica traria o aumento do desemprego, o que se constatou foi que o aumento da concentração de renda e a diminuição do poder de compra da classe trabalhadora é que aceleraram o crescimento do desemprego. Sem tratar, primeiramente, do assunto da influência da Internet e do conhecimento, a explicação das interligações entre os fios das esferas também ficaria prejudicada. Vimos, também, que a tecnologia, quando bem aplicada, serve eficientemente para melhorar o bem-estar dos trabalhadores, com uma melhor qualidade nos bens e serviços, e permite a reciclagem da mão-de-obra e a realocação de funções, para uma evolução da classe trabalhadora. Aprofundamos em alguns pontos, na área tecnológica, porque é necessário que os pequenos e médios empresários tenham alguma familiaridade com esses termos, pois, ao contrário das grandes empresas, as PMEs não têm estrutura para manter uma equipe de especialistas em sistemas de informação e comunicação. Logo, a desmistificação dos termos utilizados foi necessária para permitir que os dirigentes das PMEs negociem e dimensionem suas necessidades na área de tecnologia. O universo das PMEs ainda é pouco explorado e não lhe é dada a devida atenção pelas empresas fornecedoras de produtos e serviços de tecnologia da

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informação. No entanto, com o esgotamento do mercado de grandes clientes, e de grandes sistemas de informação, as empresas de tecnologia estão adaptando seus sistemas para atenderem às PMEs. Isso trará novas soluções e possibilidades, brevemente, para atendê-las. Apresentamos uma forma de padronização dos recursos tecnológicos, com o que há de mais atual na área, e sugerimos uma estratégia de diluição dos custos, por grupos de PMEs, que permita promover a inserção tecnológica e a Mundialização destas no universo da Internet, possibilitando, assim, um desenvolvimento auto-sustentável e permanente dos pequenos e médios empresários de modo independente. Finalmente, o nosso projeto de Mundialização das PMEs, sem um âmbito mais abrangente, ficaria como uma apresentação puramente descritiva e não seria transmitida a verdadeira e decisiva importância da atuação das PMEs como agentes da Mundialização. Esperamos, simplesmente, iniciar uma discussão de um novo modelo, para que se observe e analise a integração entre os diversos elementos que compõem o nosso mundo virtual e real. Desta análise num todo indivisível e ininterrupto, que é o mundo em que vivemos, qualquer compartimentalização que fizéssemos iria induzir em desvios dos resultados que pretendíamos obter com este trabalho. Deixamos em aberto, para posteriores desenvolvimentos, análises quantitativas, matemáticas e econômicas que podem ser geradas deste modelo, pois se abríssemos ainda mais o escopo deste trabalho para atender às análises quantitativas, torna-lo-íamos demasiadamente extenso. Com esta forma de análise espacial dos universos que nos rodeiam, nossa intenção é a de provocar a visão espacial e holística dos empreendedores. E provocar, também, a percepção da causa e efeito, para a percepção de que o

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bater das asas da borboleta no Paquistão pode criar, realmente, um ciclone no Texas. Com tudo isso, despertamos para a sensibilidade de que ninguém está sozinho e solitário neste mundo onde somos uma grande comunidade. E esta comunidade só evoluirá, se o espírito for igualitário e preocupado com o meio ambiente e com o próximo. Pensar no desperdício, dentro da sua pequena esfera, que pode tirar a oportunidade de existir de outra pequena esfera, em outro lugar do mundo. O desperdício e o uso indevido dos recursos naturais são como a dissipação de energia que, segundo as leis da Termodinâmica, é um processo irreversível. Principalmente, para as PMEs, o nosso intuito é que sintam seu potencial e sua importância no contexto mundial, que se posicionem mais fortemente no cenário internacional e possam atuar de forma sistêmica, pois o sistema é mais do que a soma das partes. Isto é, as PMEs têm muito mais “energia”, força, se atuarem em conjunto do que individualmente. Ao terminar este livro, na realidade, o trabalho apenas começou. Esta iniciativa só surtirá efeitos com ações, eventos e processos. Esperamos contribuir para o despertar desse trabalho organizado das PMEs. Este, sim, será a maior realização deste trabalho.

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