CENTRO ESPORTIVO VILA MARIANA O Esporte como Forma de Inclusão Social
Juliana Mari Tuponi Profª. Orientadora: Ms. M. Claudia Oliveira
UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP JULIANA MARI TUPONI
CENTRO ESPORTIVO VILA MARIANA O Esporte como Forma de Inclusão Social
Trabalho
de
Curso
apresentado
à
Universidade Paulista, para obtenção do título de arquiteto e urbanista Orientadora: Prof.ª Ms. M. Claudia Oliveira São Paulo 2018
AGRADECIMENTOS Primeiramente eu agradeço a Deus, sem Ele, eu nada seria. Agradeço a melhor orientadora que eu poderia ter, a prof.ª Maria Claudia, por toda a ajuda durante este ano e por ser uma mãe pra todos seus orientandos. Obrigada professora por cada assessoria, por cada “bronca”, conselho e ideia que nos ajudou a chegar até aqui! Foi uma honra ser sua aluna. Ao professor Julio que, apesar de não ser meu orientador, ministrou aulas espetaculares e nos incentivou muito! Aos meus pais Luis Carlos e Dirce, que me ajudaram muito, principalmente financeiramente durante a faculdade e com todo apoio e compreensão que só eles sabem dar... Obrigada! Aos amigos que fiz no decorrer destes 5 anos, em especial meus “parças”: Michele, Cintia, Maurício. Obrigada por serem uma equipe tão incrível na qual sempre pude contar, vocês são demais. E, por fim, a cada um da turma do TC deste ano, especialmente Amanda, Edward, Rafael e Michele. Com certeza cada um contribuiu de alguma maneira, para que isto fosse possível. Eternamente grata!
EPÍGRAFE
"O esporte tem o poder de mudar o mundo. (...) Ele fala aos jovens com uma linguagem que entendem, cria esperança onde só havia desesperança, é mais poderoso que os governos para romper barreiras raciais e ri frente a todos os tipos de discriminação" Nelson Mandela
SUMÁRIO 1 – APRESENTAÇÃO
5
2 – O EIXO VERGUEIRO – DOMINGOS DE MORAIS
6
2.1 – ESCOLAS PÚBLICAS DA REGIÃO
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2.3 – CLUBES PRIVADDOS
11
2.4 – CENTROS ESPORTIVOS PÚBLICOS
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3 – INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DO ESPORTE
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4 – O CLUBE ESCOLA
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5 – ÁREA DE PROJETO SELECIONADA
15
5.1 – CARATERIZAÇÃO DO TERRENO
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5.2 – ÍNDICES URBANÍSTICOS
19
6 – ARGUMENTAÇÃO CRÍTICA
20
7 – REFERÊNCIAS PROJETUAIS / CONCEITUAIS
21
7.1 – REFERÊNCIA PROJETUAL: SESC VILA MARIANA
21
7.2 – REFERÊNCIA PROJETUAL: REGENT PARK AQUATIC CENTRE
24
7.3 – REFERÊNCIA CONCEITUAL: C.E.E. RUBENS PECCE LORDELLO
28
8 – ESTRATÉGIA PROGRAMÁTICA E PROGRAMA
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8.1 – LOTAÇÃO DO EDIFÍCIO
31
9 – PARTIDO
32
10 – PROJETO
33
11 – CONFORTO AMBIENTAL
45
12 – PERSPECTIVAS
51
13 – BIBLIOGRAFIA
55
5
APRESENTAÇÃO Este trabalho propõe um equipamento público para prática de atividades esportivas e recreativas - orientado pelo Programa Clube Escola. Em função da carência de espaços de lazer, recreação e esportes - nas proximidades do eixo de estudo - em especial para a população em idade escolar da rede pública de ensino e a importância da prática de esportes para o desenvolvimento não somente físico, mas mental e social deste público. A proposta de projeto tem também como objetivo a integração entre crianças, adolescentes e seus familiares que não possuem acesso à equipamentos de esportes e recreação gratuitos nas proximidades.
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O EIXO VERGUEIRO – DOMINGOS DE MORAIS
Fonte: Google Earth, 2018
O recorte de trabalho compreende uma Zona de Estruturação e Transformação Urbana (ZEU), onde o Plano Diretor Estratégico de 2014 prevê orientar o crescimento da cidade nas proximidades do transporte público, com a criação de uma nova centralidade, estimular o equipamento urbano e social voltado para a
Mapa de topogradia e áreas verdes. Fonte: Dados do Geosampa. Mapa elaborado por Juliana Tuponi, através do programa QGis, 2018
As áreas verdes existentes nas proximidades do eixo são o Parque da Aclimação a 2,2km de distância da área de projeto, Parque do Ibirapuera a 3,2 km de distância e o Jardim da Casa Modernista a 1,4km da área de projeto. A vegetação é escassa, sua maioria está nos canteiros centrais da Rua Vergueiro.
rua, ampliar as calçadas e criar novas áreas a fim de obter uma cidade mais humana. Está na Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana e Macroárea de Urbanização Consolidada. O eixo entre as estações de metrô Paraíso e Santa Cruz é marcado por ser um grande espigão, onde a topografia acentuada cai para a direita em direção à Aclimação e para a esquerda em direção à Moema / Ibirapuera.
Rua Vergueiro, altura 2850. Fonte: Juliana Tuponi, 2018.
7
Mapa de transporte. Fonte: Dados do Geosampa. Mapa elaborado por Juliana Tuponi, através do programa QGis, 2018
Trata-se de uma área bem servida de transporte público onde possui cinco estações do Metrô na extensão do eixo e uma nas proximidades (sendo duas linhas diferentes: 1-azul e 2-verde), três terminais de ônibus (Ana Rosa, Vila Mariana e Santa Cruz), além de faixas exclusivas e pontos de ônibus em toda a área e seus arredores, que oferecem acesso a vários pontos da cidade.
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A mobilidade em função do transporte público e até do automóvel funciona bem. Em relação ao nível dos olhos, o pedestre depara-se com muros e cercas em grande parte do eixo, sem respiros e espaços dedicados à quem usa (ou deveria usar) a rua: as pessoas. Ora a calçada é estreita demais para a quantidade de pedestres, ora a calçada é “generosa demais” ou é subutilizada por fazer frente com paredes que fecham os edifícios para dentro. Estão presentes também ciclovias que ligam o eixo ao Parque Ibirapuera e ao distrito de Moema. Isso não acontece em relação à Aclimação, um dos motivos pode ser a acentuada topografia.
Calçada estreita na Rua Domingos de Morais. Fonte: Juliana Tuponi, 2018
Calçada generosa subutilizada na Rua Vergueiro. Fonte: Juliana Tuponi, 2018
Declive em direção à Aclimação. Fonte: Juliana Tuponi, 2018
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ESCOLAS PÚBLICAS DA REGIÃO POPULAÇÃO EM IDADE ESCOLAR – VILA MARIANA Períodos 6 Anos 7 a 10 Anos 11 a 14 Anos 15 a 17 Anos 18 e 19 Anos
Total
1998
-
5036
6025
5350
4068
20479
2008
956
3898
4336
3741
3130
16061
2018
1192
4394
3853
2938
2052
14429
Fonte: Fundação SEADE, 2018
ESCOLAS PÚBLICAS RAIO 1000m(2) Marechal Floriano Brasilio Machado Lasar Segall Fabiano Lozano Major Arcy Roldão Lopes de Barros Total Alunos
E. F. 1 382
E. F. 2
E. Médio 1021
311 408 184 118 3478
392 105 557
Fonte: Qedu.org, 2018.
De acordo com a Fundação SEADE (2018), o distrito da Vila Mariana possui 132.016 habitantes. Apesar da queda da população em idade escolar no período de 20 anos, este público representa quase 11% do todo no distrito. O eixo estudado e suas proximidades conta com seis escolas públicas. Todas elas possuem quadra para esportes, porém estas instituições não dispõem de piscinas e equipamentos ou salas para a prática de atividades físicas distintas. Tendo em vista o número de escolas da rede pública e a distância dos centros esportivos do eixo de estudo – e da área de projeto selecionada – o público alvo são também estes alunos e a população em idade escolar no geral, no âmbito do distrito da Vila Mariana. A área de projeto selecionada possui potencialidades que permitem a ligação – ou transposição de barreira –
da Rua Domingos de Morais com a Rua
Vergueiro, além de ser uma região que dispõe apenas de equipamentos de esportes e recreativos privados.
Fonte: Dados do Geosampa. Mapa elaborado por Juliana Tuponi, através do programa QGis, 2018
A área circulada no mapa, representa um raio de 1000m a partir da área de projeto, na qual engloba estas escolas públicas listadas e dois clubes privados. Os Centros Esportivos Públicos (proposta de projeto) mais próximos, estão localizados um a 2,8km e outro a 3km da área de projeto selecionada. Ambos os centros esportivos estão em cotas muito inferiores às do eixo.
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CLUBES PRIVADOS SESC VILA MARIANA – Rua Pelotas, 141
ESPORTE CLUBE VILA MARIANA – Rua Domingos de Morais, 1768
Fonte: Juliana Tuponi, 2018
Fonte: Google Street View, 2017
O Serviço Social do Comércio (SESC) é uma instituição sem fins lucrativos
O Esporte Clube Vila Mariana é um clube privativo fundado há 104 anos que
mantida por empresas que contribuem para seu funcionamento. Por este motivo,
oferece aulas de diversas modalidades, dentre elas: natação, lutas, danças e
é preciso ser comerciário para acessar as atividades esportivas que lá são
esportes com bola. Para praticar qualquer uma das atividades é necessário
oferecidas diariamente, mesmo que sejam gratuitas. A unidade da Vila Mariana
fazer inscrição e pagar mensalidade.
localiza-se a 800m da estação Ana Rosa e oferece atividades como natação, danças, ginástica funcional, equipamentos de musculação, jogos de mesa e tabuleiro, entre outros.
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CENTROS ESPORTIVOS PÚBLICOS CENTRO ESPORTIVO EDUCACIONAL MANÉ GARRINCHA – Rua Pedro de Toledo, 1700 – a 3km de distância do projeto.
CENTRO ESPORTIVO EDUCAIONAL RUBENS PECCE LORDELLO – Av. Lins de Vasconcelos, 804 – a 2,8km de distância do projeto.
Fonte: Google Street View, 2017.
Fonte: Mapio.net,
O Centro Esportivo Educacional Mané Garrincha (ou Clube Escola Ibirapuera)
O Centro Esportivo Educacional Rubens Pecce Lordello (antigo Balneário do
está localizado na Rua Pedro de Toledo, 1651, no distrito de Moema. O
Cambuci) está localizado na Av. Lins de Vasconcelos, 804, no Cambuci . Com
programa é distribuído em uma área de 40.000m², com ginásio, quadras,
área de 11.560m², possui piscinas, salas multiuso, áreas abertas para recreação
piscinas e salas para diversos tipos de atividades. Modalidades oferecidas:
infantil e ginástica para terceira idade. Modalidades oferecidas: ginásticas,
natação, ginástica, patinação, judô, yoga.
alongamento, danças, esportes com bola, natação, entre outras.
As atividades são gratuitas, é necessário fazer carteirinha do clube levando
Assim como o Clube Escola Ibirapuera, as atividades são gratuitas mediante o
documentos e foto.
uso de carteirinha.
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O ESPORTE COMO FORMA DE INCLUSÃO SOCIAL O esporte, além de ser um grande aliado da saúde e bem estar – seja físico ou mental – é uma forma de promover a inclusão social. Atualmente há diversos casos de atletas que saíram das periferias e chegaram até o pódio olímpico. Nestes casos, o atleta começou jovem, em um projeto social, onde o professor o conduziu desde o início. Quando orientado por um bom profissional, isto ajuda não só no desempenho no esporte, mas também influencia
no
desenvolvimento
moral,
principalmente
de
crianças
e
adolescentes. O que os fazem ter uma certa disciplina e respeito, tanto com o adversário quanto com o parceiro de equipe. Criam-se laços e quebram-se barreiras sociais e raciais, pois não há diferenças, apenas objetivos em comum. Cada vez mais estes institutos e projetos sociais vêm ganhando espaço no meio esportivo, dando chance à pessoas que poderiam já ter perdido a esperança. Estas, hoje, vivem o esporte como profissão e é de onde tiram seu sustento. Dentre estes, está o Instituo Reação, no Rio de Janeiro. Organização que promove o desenvolvimento humano e inclusão social com aulas de judô, desde o nível iniciante, até a alta performance. Dele, saiu a atleta Rafaela Silva, campeã olímpica de judô nos Jogos Olímpicos de 2016. Foi nesta instituição que a mesma saiu das brigas de rua de que participava e tornou-se atleta profissional.
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O CLUBE ESCOLA Decretado em maio de 2007, o Programa Clube Escola foi criado no município de São Paulo, durante a gestão do prefeito Gilberto Kassab juntamente com as Secretarias Municipais de Esporte, Lazer e Recreação, Especial para Participação e Parceria, de Educação, da Saúde e de Coordenação das Subprefeituras. Criado para pessoas em idade escolar serem incluídas em atividades esportivas, recreativas e de lazer. Todos os Centros Educativos e Esportivos, Balneários e Clubes de Comunidade do município de São Paulo passaram a contemplar o programa. A lei foi estabelecida pela necessidade de integração de programas e projetos para escolas públicas. Também para ter melhor aproveitamentos dos espaços esportivos e de lazer do município. Seus objetivos são ampliar as atividades esportivas, recreativas e de lazer em São Paulo. Promover o uso qualificado dos equipamentos sociais e contribuir para o enriquecimento sociocultural. O público alvo deste programa são estudantes da rede pública de ensino, do município de São Paulo. Mas, apesar disto, pessoas de qualquer idade podem participar das atividades oferecidas. Atualmente são 46 Centros Esportivos Municipais, com modalidades aquáticas, lutas, esportes com bola, jogos, atividades ao ar livre e atividades para a terceira idade. As aulas são gratuitas, sendo necessário somente fazer cartão de cadastro e inscrição.
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ÁREA DE PROJETO SELECIONADA
Fonte: Google Earth, 2018.
Estrutura existente – Rua Domingos de Morais. Fonte: Juliana Tuponi, 2018.
A área escolhida para a elaboração do projeto está localizada na Rua Domingos de Morais, 1113. O terreno é uma área pública utilizada como canteiro de obras na construção da estação Ana Rosa de metrô nos anos 70, pertencente à Companhia Municipal de Transportes Coletivos – CMTC até sua desapropriação. Foi transferido à Empresa Municipal de Urbanismo – EMURB no ano de 1987 e, desincorporado do patrimônio da EMURB para a Prefeitura Municipal de São Paulo em 2008. Em 2013 foi transferida ao Metrô. Hoje, este local possui áreas administrativas do Metrô e serve de depósito para as suas obras.
Estrutura existente – Rua Vergueiro. Fonte: Juliana Tuponi, 2018.
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CARACTERIZAÇÃO DO TERRENO
O terreno está localizado a 380m da estação do Metrô Vila Mariana e 430m do Terminal de Ônibus Vila Mariana, a fim de incentivar o uso de transporte público e promover o uso da rua pelas pessoas, principalmente no eixo da Rua Vergueiro. A mesma dispõe de calçadas largas sem muita passagem de pedestres, por ser uma grande passagem de automóveis e os edifícios se fecharem para dentro, – sem térreos convidativos – criando uma barreira entre o edifício e a rua.
Terreno visto da Rua Vergueiro. Fonte: Juliana Tuponi, 2018.
Mapa de área de projeto selecionada e transporte público. Fonte: Dados do Geosampa. Mapa elaborado por Juliana Tuponi, através do programa QGis, 2018 Terreno visto da Rua Vergueiro. Fonte: Juliana Tuponi, 2018.
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Sugere-se a demolição das estruturas existentes por ter uma arquitetura irrelevante e não ocupar o Coeficiente de Aproveitamento básico prevista pela Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo. Além de ser um espaço nobre, com boa infraestrutura urbana, que se fecha para as ruas Domingos de Morais, Vergueiro e Praça Dr. Teodoro de Carvalho.
Calçada da Rua Vergueiro. Fonte: Juliana Tuponi, 2018.
Guarita e portão de entrada na Rua Vergueiro. Fonte: Juliana Tuponi, 2018.
Face da Praça Dr. Teodoro de Carvalho. Fonte: Juliana Tuponi, 2018.
Vista da Rua Domingos de Morais. Fonte: Juliana Tuponi, 2018.
17
Fonte: Juliana Tuponi, 2018.
Fonte: Juliana Tuponi, 2018.
A face da Rua Domingos de Morais abriga o ponto final de duas linhas de
A face da Rua Vergueiro, apesar de fazer frente para o canteiro central bem
ônibus. Este fator torna a calçada um estreito corredor sem visão para o outro
arborizado e possuir calçadas largas, o fluxo de pedestres deste lado é
lado da rua.
quase zero. Em contrapartida, este trecho recebe fluxo intenso de automóveis, principalmente em horários de pico, e as ciclovias costumam ser mais utilizadas aos domingos, quando ela é ampliada por mais uma faixa.
Fonte: Juliana Tuponi, 2018.
Fonte: Juliana Tuponi, 2018.
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ÍNDICES URBANÍSTICOS
O terreno possui área de 4.631,50m². Índices Urbanísticos de acordo com Lei de Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo, 2016: Coeficiente de Aproveitamento
Taxa de Ocupação Máxima
Recuos Mínimos (m)
Gabarito T.O. Para de altura ZONA lotes igual máxima C.A. C.A. C.A. ou (m) Mín. Bás. Máx. T.O. Para lotes até superior a 500m² 500m²
ZEU 0,5 Terreno de projeto escolhido.
1
4
0,85
0,7
Frente
Não se aplica
Cota parte máxima Altura da do edificação Altura da terreno menor ou edificação por igual a superior a unidade 10m 10m (m²)
5
Não se aplica
3
20
Fonte: LPOUS, 2016.
De acordo com o PDE-14, lotes com área igual ou abaixo de 5.000m², a taxa Corte A-A
de permeabilidade será de 15%. Índices Urbanísticos em nível hipotético (m²):
Corte B-B
C.A. Mínimo
C.A. Básico
C.A. Máximo
T.O.
Taxa de Permeabilidade
2315,75
4.631,50
18.526
3.242,05
694,73
O projeto alcança 1,7 do Coeficiente de Aproveitamento. Corte C-C
Corte D-D
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ARGUMENTAÇÃO CRÍTICA As questões mais pertinentes referente ao local de estudo são as
A Rua Vergueiro sofre a falta de pedestres caminhando, não por pouco espaço
fachadas cegas e com edifícios com o andar térreo subutilizado em um
físico, mas pela falta de espaços públicos vivos que tornam o ambiente
eixo bem servido de transporte público, com grande potencialidade para
caminhável. Isso ocorre pois a vida urbana não é variada, o uso predominante
ser um espaço para pessoas e não somente para automóveis. Tanto Jan
é de serviço – o PDE-14 prevê a implantação de equipamentos sociais e de
Gehl quanto Hans Karssenberg e Mattijs Van ‘t Hoff citam a necessidade
lazer nas ZEU – e a segregação pela presença de condomínios. Fora do
dos elementos que compõem a cidade estarem ao nível dos olhos e em
horário comercial e aos fins de semana os serviços ficam fechados, tornando
escala humana. Com um bom
plinth(1) atrai-se
pessoas e pessoas atraem
esta área totalmente vazia.
mais pessoas, gerando um lugar de relações e encontros e não somente um edifício ou um local de passagem. Um fator significativo na criação do
Para a criação destes “espaços públicos vivos” não basta somente o desenho
bom funcionamento do térreo é a chamada zona híbrida, a sutil transição
ou calçadas generosas, envolve observar o edifício, a rua e o contexto. O
entre a rua pública e o edifício privado. O edifício multifuncional na Rua
edifício deve ter funções variadas; a rua deve ser um local agradável ao
Domingos de Morais com a Rua Joaquim Távora possui essa zona híbrida
caminhar, esta envolve não só o piso, mas o conforto ambiental, a arborização
definida que o torna acolhedor.
e locais de permanência; o contexto está elencado ao desenho urbano no geral. A proposta de projeto está, portanto, relacionada à integração de classes sociais, a dar novos usos e levar vida a locais subutlizados com grande potencial e de fácil acesso e incentivar a utilização da rua pelo pedestre.
“Acima de tudo, nunca perca a vontade de caminhar. Todos os dias, eu caminho até alcançar um estado de bem-estar e me afasto de qualquer doença. Caminho em direção aos meus melhores pensamentos e não conheço pensamento algum que, por mais difícil que pareça, não possa ser afastado ao caminhar.” – Søren Aabye Kierkegaard Zona híbrida do edifício multifuncional na Rua Domingos de Morais. Fonte: Juliana Tuponi, 2018.
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REFERÊNCIA PROJETUAL: SESC VILA MARIANA FICHA TÉCNICA Localização: Rua Pelotas, 141 – Vila Mariana – São Paulo/SP Arquitetos: Bonilha & Associados Ano do Projeto: 1988 Ano da Inauguração: 1997 Área Construída: 25.2770m²
Construído em um antigo terreno fabril, as duas torres que compõem o SESC Vila Mariana possuem gabarito que conversam com os edifícios circundantes. De estilo moderno, a construção e sistema estrutural são em concreto armado aparente, com instalações e sistemas complementares também
aparentes.
Fonte: Juliana Tuponi, 2018.
Apesar de ser uma unidade com foco em música, a prática esportiva faz parte da programação da instituição. Diariamente são promovidas diversas atividades para variadas faixas etárias. No dia da visita aconteciam atividades de tênis de mesa e jogos de tabuleiro, esgrima, esporte infantil e a instalação do Sesc Verão existente desde janeiro de 2018. Instalação parte do Sesc Verão 2018. Fonte: Juliana Tuponi, 2018.
21
O salão de múltiplo uso serve tanto de espaço de passagem como espaço de permanência. Vezes esta recebe exposições, shows, eventos, e recentemente abrigou durante o verão uma instalação voltada para as crianças com atividades recreativas.
Praça com instalação do Sesc Verão. Fonte: Juliana Tuponi, 2018.
A arquitetura é trabalhada de maneira que conduza o espectador às respectivas funções existentes no edifício. Ao adentrar o lote, depara-se com uma grande
Salão de múltiplo uso. Fonte: Juliana Tuponi, 2018.
praça e uma rampa que leva à recepção e administração. A praça conduz ao salão de múltiplo uso e então à praça coberta que faz a transição entre o térreo de uma torre e outra de forma sutil.
Piscina Torre A Torre B
Praça coberta. Fonte: Juliana Tuponi, 2018.
Planta do térreo. Fonte: Bonilha & Arquitetos Associados.
22
Torre A Torre B
Térreo / Áreas Comuns Estacionamento
Corte Longitudinal. Fonte: Bonilha & Arquitetos Associados.
Piscina
O programa é distribuído verticalmente em duas torres: Torre A e Torre B. A Torre A – que
Piscina. Fonte: Juliana Tuponi, 2018.
possui um aspecto mais esbelto e é a mais alta – abriga salas para exposições, salas de uso múltiplo, estúdios de gravação, auditório para 170 pessoas e consultórios odontológicos. A Torre B – mais robusta e baixa, localizada nos fundos do lote – está a piscina, restaurante, teatro para 700 pessoas, além de três pisos dedicados às práticas esportivas, dentre os espaços: ginásio poliesportivo, sala de ginástica, sala para jogos de mesa e de tabuleiro e um
solarium na cobertura do edifício com uma passarela ligando as duas torres. Em função dos 20 anos de existência do SESC Vila Mariana, a Torre B passará por reformas para melhor atender os usuários. Atualmente o 9º andar encontra-se sem atividades (as ocupações deste passaram para o 6º andar) e a intenção é aos poucos reformar estes espaços nos próximos meses sem interromper as atividades desta torre.
Ginásio Poliesportivo ocupado com equipamentos de musculação. Fonte: Juliana Tuponi, 2018.
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REFERÊNCIA PROJETUAL: REGENT PARK AQUATIC CENTRE FICHA TÉCNICA Localização: Toronto, Ontario – Canada Arquitetos: MacLennan Jaunkalns Miller Architects Ano do Projeto: 2012 Área Construída: 8.834,4m²
Regent Park é uma área de habitação social construída nos anos 40, onde 41% dos habitantes são menores de idade e mais de 70% dos moradores são de baixa renda. Esta comunidade abrigava novos imigrantes, e por problemas em relação a planejamento social e físico, acabou tornando a área socialmente marginalizada. Um projeto de revitalização iniciou-se na região, em 2005. A fim de criar Fonte: Archdaily, 2015.
Fonte: Archdaily, 2015.
uma comunidade de uso misto para pessoas de diversas rendas.
24
Implantado em um parque, onde têm jardins, espaços de recreação infantil e uma igreja, o Regent Park Aquatic Centre é um complexo de piscinas da comunidade. Substituiu uma piscina externa existente.
Recreação Infantil
Possui piscina semi-olímpica, piscina recreativa, hidromassagem, tobogã e trampolins. O edifício é térreo e o programa é distribuído horizontalmente,
Centro Aquático
REGENT PARK
porém, existe um mezanino onde se acessa o tobogã.
Acesso
Igreja
Implantação. Fonte: MacLennan Jaunkalns Miller Architects. Entrada do pavilhão de piscinas. Fonte: Archdaily, 2015.
O pavilhão é considerado o coração da revitalização, e tem o intuito de conectar o interior com o exterior, tendo acesso pela praça. As fachadas envidraçadas criam a sensação de transparência e dão visibilidade dos ambientes internos, a fim de tornar o edifício mais convidativo. Portas de correr de vidro, dão acesso das piscinas ao terraço de frente para o parque. Além das piscinas, os dois vestiários possuem paredes de vidro e também são visíveis do exterior e compartilham de um mesmo corredor de circulação visível para a rua. Estes não são separados por gênero, possuem apenas cubículos privados para a troca de roupa.
Entrada do pavilhão de piscinas. Fonte: Archdaily, 2015.
25
Vigas Eixos estruturais
Piscinas
1 – Entrada Principal 2 – Saguão 3 – Recepção 4 – Sala de Reunião 5 – Administração 6 – Escritório 7 - Funcionários 8 – Vestiário 9 – Circulação Vestiários 10 – Salão Aquático 11 – Casa de Máquinas 12 – Terraço externo
Vestiários
Saguão. Fonte: Archdaily, 2015.
Acesso
Térreo. Fonte: MacLennan Jaunkalns Miller Architects.
As paredes dos vestiários servem como grandes pilares e, grandes vigas atravessam o pavilhão, descarregando em pilares metálicos na outra extremidade do edifício. Isto faz com que haja grandes vãos e nenhum pilar entre as piscinas.
Piscina semi-olímpica. Fonte: Archdaily, 2015.
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Iluminação zenital
Parque
Piscinas
Vestiários
Fachada. Fonte: Archdaily, 2015. Corte transversal. Fonte: MacLennan Jaunkalns Miller Architects.
Além das paredes de vidro, uma grande fonte de luz natural do projeto é
a
claraboia
em
formato
de
barbatana.
Projeção claraboia - Iluminação zenital
Piscinas
Corte longitudinal. Fonte: MacLennan Jaunkalns Miller Architects.
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REFERÊNCIA CONCEITUAL: C.E.E. RUBENS PECCE LORDELLO FICHA TÉCNICA Localização: Av. Lins de Vasconcelos, 804 – Cambuci – São Paulo/SP Arquitetos: Desconhecido Área Total: 11.560 m²
O Centro Esportivo Educacional Rubens Pecce Lordello (antigamente conhecido como Balneário do Cambuci) é um clube de comunidade, também com a proposta do Clube Escola desde 2007. O centro é aberto a Fonte: Mapio.net,
todos os públicos e faixas etárias mediante a uso de carteirinha confeccionada na própria unidade.
O Clube Escola possui programa dividido horizontalmente com espaços internos e externos com brinquedoteca, cancha de bocha, piscina de recreação e semiolímpica, quadra poliesportiva coberta e descoberta, salas de uso múltiplo, playground infantil e um espaço para prática de atividades ao ar livre para a terceira idade. As modalidades oferecidas são: aeróbica, alongamento, ballet, futsal, ginásticas, hidroginástica, jazz, natação, pilates, step e vôlei. O maior público frequentador são os moradores da região do Cambuci não só em idade escolar, mas adultos e idosos que também desfrutam das instalações do clube. Quadra poliesportiva descoberta. Fonte: Juliana Tuponi, 2018.
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O acesso ao C.E. se dá pela recepção e administração, seguindo para a sala de ginástica olímpica e salas de uso múltiplo, para diversos tipos de esportes internos. Uma marquise faz a transição entre os esportes internos e externos.
Arquibancada de piscina (esq.); piscina semiolímpica (dir.). Fonte: Juliana Tuponi, 2018
A arquitetura é de caráter simples e não muito relevante. O acesso às dependências do clube não é acessível (com exceção de alguns espaços de passagem), bem como os espaços de convivência. Sala de ginástica olímpica (esq.); marquise (dir.). Fonte: Juliana Tuponi, 2018
Academia ao ar livre para terceira idade. Fonte: Juliana Tuponi, 2018.
Piscina recreativa. Fonte: Juliana Tuponi, 2018.
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ESTRATÉGIA PROGRAMÁTICA E PROGRAMA Uma das estratégias de programa é focar em áreas aquáticas (piscinas) e artes marciais. Esportes aquáticos por nenhuma
AMBIENTE
ÁREA AMB. (m²)
escola pública da região possuir este tipo de equipamento e ser um esporte de mais difícil acesso por pessoas de baixa renda, por ter alto custo. Artes marciais por serem caracterizadas pela
AQUÁTICO
2998,18
Piscinas Aulas LUTAS
561,5
DIVERSOS
1128,9
Os centros esportivos municipais (ou Clube Escola) em geral têm o aspecto horizontal, de grande porte e características de parque. A área de projeto – e o eixo no geral – não dispõe de espaços com este tipo de característica. Por este motivo o programa será dividido verticalmente. Os esportes serão de práticas internas
Espaço Artes Marciais Escalada Jogos de Tabuleiro / Mesa Salas Multiuso Espaço Infantil Sala Dança Recepção Praça Área de Convivência
para esta tipologia vertical ser possível.
Café Cozinha
O dimensionamento das áreas foi feito de acordo com o padrão de tamanho (piscina semiolímpica) e as necessidades de cada ambiente.
Casa de Bombas Exame Médico
disciplina, ajudando na construção do caráter e desenvolvimento social da criança e adolescente.
PROGRAMA CENTRO ESPORTIVO COMPONENTE DESCRIÇÃO Piscinas Recreativas 4 piscinas de recreação Masculino e Feminino, Vestiários distribuídos no Volume 2
Sanitários APOIO
1923,15
Administração Atendimento Mezanino
Almoxarifado Vestiário Funcionários Copa Depósito Mirante CIRCULAÇÃO TOTAL
Para bombas das piscinas, no subsolo 1 sala 1 piscina semi-olimpica e piscinas infantis Espaço com 4 tatames 1 sala 1 sala /espaço aberto 2 salas 1 sala 1 sala Acesso do Volume 2 Acesso do Volume 1 / praça coberta Estabelecimento no Volume 1 Masculino e Feminino, distribuídos no Volume 1 1 sala Áreas abertas distribuídas no Volume 1 1 sala Masculino e Feminino 1 sala
Horizontal e Vertical
ÁREA COMP. (m²) 1265,23 496,45 106 30,5 1100 561,5 175,6 140 288,3 385 140 167,6 442,8 114 161 82,05 106,3 262,6 339,3 50 163 30 4,5 1101,8 7713,53
O Coeficiente de Aproveitamento é de 1,7 em relação ao lote de 4631,5 m².
30
OCUPAÇÃO DO EDIFÍCIO A população desejada por período é de 3.478 pessoas, número de estudantes no total das escolas públicas citadas da região. A lotação do edifício foi calculada de acordo com o Código de Obras e Edificações do Município de São Paulo, 2017: Ocupação – Local de Reunião
M²/pessoa
Setor para público em pé
0,4
Setor para público sentado
1,00
Atividades não específicas ou administrativas
7,00
Fonte: COE, 2017.
Considerando área útil para circulação, sem contar áreas técnicas, bem como depósitos e áreas para funcionários, temos 5133,3m². Dividindo este valor do item “Atividades não específicas ou administrativas” 7,00, temos: 5133,3 / 7 = 733 pessoas Supondo que o funcionamento do centro esportivo seja das 7h às 19h e as pessoas passarão em média 2 horas, o clube poderá atender até 4.398 pessoas por dia. Portanto, todos os alunos das seis escolas dentro do raio de 1000m de estudo poderão frequentar o Centro Esportivo todos os dias.
31
PARTIDO O programa foi distribuído de maneira a preservar e aproveitar as duas árvores
O volume 1 concentra a maioria das atividades do centro esportivo, bem
existentes no centro do lote.
como administração, áreas de apoio, espaços de lutas entre outros esportes internos. Este volume possui mais pavimentos, porém mais esbelto. O volume 2 abriga as áreas aquáticas, juntamente com o subsolo. Este, por necessitar de grandes áreas e pés direitos mais altos, possui apenas um pavimento acima do térreo, tornando-o mais robusto e mais baixo que o volume 1. 2 1
Fonte: Google Eart, 2018.
Foram criados dois edifícios (volume 1 e 2), com ligação entre eles por uma passarela no segundo pavimento. A proposta dos dois volumes visa também manter o edifício em uma escala mais humana, ao nível dos olhos e criar praças (coberta e descoberta) para a interação humana e transposição da barreira entre a Rua Vergueiro e a Rua Domingos de Morais.
32
PROJETO
33
Piso drenante de concreto 50x60x6cm marrom Piso drenante de concreto 50x60x6cm branco-fulge Piso drenante de concreto 50x60x6cm grafite Seixo branco
Banco 200x65x40
E
B
RUA VERGUEIRO
i = 7%
2.00
i = 5%
1
DE CARVALHO
3
5.1 6
5 2
A
E
B
4
RUA DOMINGOS DE MORAIS 5 - Cozinha 5.1 - Congelador
V
ESC.: 1:250
0
5
15
35
2 13.25
3
5
4
10.00
10.00
10.00
6
E
1
6.80
10.00
10
7
8 10.00
11
9 10.00
12 12
A 7.00
8
7.00
B
7
C 7.00
9
A
D 7.00
8
E
E
i = 7,23%
7 - Piscinas Recreativas 9 - Casa de Bombas 11 - Almoxarifado
9
SUBSOLO +803,75
0
5
ESC.: 1:250
15
35
10.00
10.00
10.00
6 6.80
10.00
8
7 10.00
9
10
10.00
11
B
5
4
E
3
2
9.00
9.00
F 13
14
7.00
7.00
A
G 6 7.00
B 7.00
6
H 15
C 7.00
7.00
5.2
5
I
A
7.00
7.00
D
16
J
B
E
E
5 - Cozinha
13 - Copa 15 - Atendimento 16 - Mezanino
ESC.: 1:250
0
5
15
35
10.00
4 10.00
5 10.00
6 6.80
10.00
7
8 10.00
9 10.00
10
11
B
3
E
2
9.00
9.00
F 8
18
7.00
7.00
A
G 7.00
B 7.00
19 17
H
7.00
7.00
C
I
A 7.00
D 7.00
8
20
20
J
B
E
E
17 - Piscinas Aulas 18 - Escalada 19 - Jogos de Tabuleiro / Jogos de Mesa 20 - Salas Multiuso
ESC.: 1:250
0
5
15
35
10.00
4 10.00
5
6
10.00
9
6.80
10
11
B
3
E
2
9.00
9.00
F 23
18
7.00
7.00
A
G
B
7.00
21
7.00
17 24
H
7.00
7.00
C
22 6
A
6 7.00
D 7.00
A
I
6
J
B
E
E
17 - Piscinas Aulas
23 - Mirante
ESC.: 1:250
0
5
15
35
10
11
B
E
9 9.00
9.00
7.00
F
7.00
G
6
H 7.00
25
I
A 7.00
6
B
E
J
ESC.: 1:250
0
5
15
35
1
2
4
4
5
6
7
8
9
10
6
21
6
6
25
24
6
17
CORTE A-A
11
20
8
16
20
15
5
5
3
4
7
8
9
CORTE B-B 5 - Cozinha
J
I
H
G
F
7 - Piscinas Recreativas 9 - Casa de Bombas 11 - Almoxarifado 13 - Copa 25
15 - Atendimento 16 - Mezanino 17 - Piscinas Aulas 18 - Escalada 19 - Jogos de Tabuleiro / Mesa 20 - Salas Multiuso
23 - Mirante
25
24
18
16
15
14
3
CORTES
0
5
ESC.: 1:250
15
35
1
2
4
4
5
6
7
8
9
10
CORTE A-A
11
+830,20
+815,70
6
21
+815,70
6
6
+821,50
24
6
17
+825,50
25
20
8
16
20
+816,70
15
+812,80
3
+808,00
5
+808,00
5
+803,75
4
7
8
9
1 - Recepção 2 - Praça 3 - Área de Convivência 4 - Café 5 - Cozinha 6 - Sanitários 7 - Piscinas Recreativas 8 - Vestiários 9 - Casa de Bombas 10 - Exame Médico 11 - Almoxarifado 12 - Vestiário Funcionários 13 - Copa 14 - Administração 15 - Atendimento 16 - Mezanino 17 - Piscinas Aulas 18 - Escalada 19 - Jogos de Tabuleiro / Mesa 20 - Salas Multiuso 21 - Espaço Infantil 22 - Depósito 23 - Mirante 24 - Sala Dança 25 - Espaço Artes Marciais
CORTE B-B J
I
H
G
F
+830,20
25
+825,50
25
+820,80
24
18
16
15
14
+816,70
+812,80
+809,20 RUA DOMINGOS DE MORAIS
+808,00
RUA VERGUEIRO
3
CORTES
0
5
ESC.: 1:250
15
35
CORTE C-C 11
10
9
8
7
6
5
4
2
3
1
+830,20 Viga para estruturação de lanternim
+825,50
25
+820,80
23
14
+808,00
3
Caixilho chumbado em nervura da laje
+815,70
1
12
11
10
7
8
Basculante de vidro fixo com caixilharia em PVC
Basculante de vidro fixo com caixilharia em PVC
+803,30
7.9
12
+808,00
1.1
+812,80
17
8
2.05
18
1.1
+816,70
Laje nervurada em concreto armado
21
1.1
Basculante de vidro fixo com caixilharia em PVC
Pilar em concreto armado
2.1
Parede cortina em vidro com caixilharia em PVC
Laje nervurada em concreto armado
Banco em concreto 0.45
0.3
Piso atérmico antiderrapante 49x49cm Laje nervurada
0.65
1
0.9
Espelho d'água
Basculante de vidro fixo com caixilharia em PVC
2.1
1 - Recepção 2 - Praça 3 - Área de Convivência 4 - Café 5 - Cozinha 6 - Sanitários 7 - Piscinas Recreativas 8 - Vestiários 9 - Casa de Bombas 10 - Exame Médico 11 - Almoxarifado 12 - Vestiário Funcionários 13 - Copa 14 - Administração 15 - Atendimento 16 - Mezanino 17 - Piscinas Aulas 18 - Escalada 19 - Jogos de Tabuleiro / Mesa 20 - Salas Multiuso 21 - Espaço Infantil 22 - Depósito 23 - Mirante 24 - Sala Dança 25 - Espaço Artes Marciais
Jardim com grama-amendoim 0.6 Banco em concreto 0.45
+825,50
Elementos vazados em concreto 30x30x20cm
Piso atérmico antiderrapante 49x49cm Laje em concreto armado
0
1
2
4
Solo
0
1
2
4
CORTES
0
5
ESC.: 1:250
15
35
CORTE D-D A
B
C
D
E
+825,50
+820,80 21
+816,70
17
5 +809,20
RUA VERGUEIRO
+808,00
5
1
RUA DOMINGOS DE MORAIS
7
1 - Recepção 2 - Praça 3 - Área de Convivência 4 - Café 5 - Cozinha 6 - Sanitários 7 - Piscinas Recreativas 8 - Vestiários 9 - Casa de Bombas 10 - Exame Médico 11 - Almoxarifado 12 - Vestiário Funcionários 13 - Copa 14 - Administração 15 - Atendimento 16 - Mezanino 17 - Piscinas Aulas 18 - Escalada 19 - Jogos de Tabuleiro / Mesa 20 - Salas Multiuso 21 - Espaço Infantil 22 - Depósito 23 - Mirante 24 - Sala Dança 25 - Espaço Artes Marciais
CORTE E-E E
D
C
B
A
+824,70
21
+820,80
23
+816,70
8
17
+809,20 RUA DOMINGOS DE MORAIS
+808,00
4
7
RUA VERGUEIRO
2
1
CORTES
0
5
ESC.: 1:250
15
35
PÇA. DR. TEODORO DE CARVALHO
ELEVAÇÕES
0
5
ESC.: 1:250
15
35
RUA VERGUEIRO
RUA DOMINGOS DE MORAIS
RUA VERGUEIRO
A VERGUEIRO RUA DOMINGOS DE MORAIS
RUA DOMINGOS DE MORAIS
ELEVAÇÕES
0
5
ESC.: 1:250
15
35
CONFORTO AMBIENTAL
// /
// /
// /
// /
Conforto ambiental é sentir-se bem, a satisfação plena dos sentidos, estar em
VENTILAÇÃO NATURAL
harmonia com o ambiente. O conforto é quando se faz o mínimo de esforço
A ventilação tem a função de manter o conforto térmico (ventilação de conforto
fisiológico em relação à luz, som, calor e ventilação para realizar uma tarefa.
ou de verão) e de fazer a manutenção da qualidade do ar (ventilação higiênica ou
A zona climática na cidade de São Paulo é Tropical de Altitude. Foram
de inverno). A ventilação e renovação do ar é importante não só para a vitalidade
consideradas as condições microclimáticas do local e então feito o uso de
do ser humano, mas também para controlar odores, controlar umidade, entre
estratégias passivas na climatização. Além de utilizar de sistemas para entrada
outros motivos. Os ventos predominantes são do sudeste, fator que foi
de luz natural e proteção da radiação solar. A fim de diminuir a dependência do
aproveitado para o uso da ventilação cruzada no projeto.
uso do ar condicionado e da iluminação artificial.
45
VENTILAÇÃO HIGIÊNICA (DE INVERNO)
Os ambientes pouco compartimentados do projeto auxiliam no uso da ventilação cruzada. Para a troca de ar higiênica foram colocadas janelas altas e estreitas, de forma que o ar entre e saia por cima. Acontece somente a manutenção da qualidade do ar, sem resfriamento do ambiente.
46
VENTILAÇÃO DE CONFORTO (DE VERÃO)
Para este tipo de ventilação, a entrada do ar será feita através de grandes basculantes na face sudeste e as mesmas janelas estreitas e altas na face noroeste. Desta forma, há entrada de ar e a troca térmica, além da manutenção da qualidade do ar.
47
ESTUDO DE INSOLAÇÃO Foram feitos estudos de insolação em cinco horários diferentes do dia, dos dias de solstícios e equinócios. Estes serviram para determinar estratégias de utilizar a iluminação natural e proteger os espaços internos da radiação solar.
Neste período do ano, todas as faces do edifício recebem a luz do sol. As fachada nordeste foi tratada com brises mistos, pois esta é a que mais recebe radiação solar. Assim, há entrada de luz natural nos espaços internos sem que haja o aquecimento dos ambientes.
SOLSTÍCIO DE VERÃO – 21/12
7H
10H
14H
16H
12H
48
SOLSTÍCIO DE INVERNO – 21/06
Neste período, a fachada sudeste não recebe radiação solar durante todo o dia pelo Sol estar mais baixo no inverno. Porém a planta pouco compartimentada permite a entrada de luz natural através das demais fachadas, além da inserção de um lanternim para a iluminação natural e ventilação por efeito chaminé.
7H
10H
14H
16H
12H
49
EQUINÓCIO DE OUTONO / PRIMAVERA – 21/03~21/09
Nos períodos de equinócios de outono e primavera, todas as fachadas recebem radiação solar. A face nordeste é a que mais recebe, durante todo o dia. A mesma recebeu brises para seu sombreamento.
7H
10H
14H
16H
12H
50
PERSPECTIVAS
51
52
53
54
BIBLIOGRAFIA Livros:
Sites:
KARSSENBERG, Hans; HOFF, Mattijs Van ‘t. A cidade ao nível dos olhos:
CENTROS ESPORTIVOS DA SECRETARIA MUNICIPAL DE ESPORTES E
Lições para os plinths. Rio Grande do Sul: EDIPUCRS, 2015.
LAZER.
2013.
Disponível
em:
<http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/esportes/clube_escola/> . VILLAÇA, Flávio. O espaço intra-urbano no Brasil. São Paulo: Studio Nobel –
Acesso em: 20 mar. 2018.
EDUSP, 1998. REGENT PARK AQUATIC CENTRE / MACLENNAN JAUNKALS MILLER GEHL, Jan. Cidades para as pessoas. São Paulo: Ed. Perspectiva. 2014.
ARCHITECTS.
2015.
Disponível
em:
<https://www.archdaily.com/771720/regent-park-aquatic-centre-maclennanLERNER, Jaime. Acupuntura Urbana. Rio de Janeiro, São Paulo: Ed. Record.
jaunkalns-miller-architects. Acesso em: 20 mar. 2018.
2011. REBELLO, Yopanan C. P. A Concepção Estrutural e a Arquitetura. São Paulo: Zigurate. 2000. Revista: SESC SP: Arquitetura. Monolito, São Paulo, n. 33, 2016. Lei: SÃO PAULO. Prefeitura Municipal. Lei Municipal nº 16.050, de 31 de julho de 2014. Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo. SÃO PAULO. Decreto nº 48.392, de 29 de maio de 2007. Clube Escola.
55