MARLY BISPPO DA SILVA
CORAÇÕES E INCÓGNITAS Poemas
1ª Edição Rio de Janeiro-RJ 2013
Corações e Incógnitas Copyright © 2013 by Marly Bisppo da Silva
Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico, mecânico, inclusive através de processos xerográficos, sem permissão do autor sob (lei nº 5.988, de 14/12/73) Todos os direitos reservados à autora
Edição digital
Em nome do “Projeto Ler e Ler para Crescer” Disponibilizamos este e-book grátis
Para minha mãe, Meu querido esposo, Familiares, amigos, leitores, O escritor e mestre Oswaldo Martins, E os Poetas do Sarau da Biblioteca de Manguinhos.
Sumário
Prefácio...............................6 Incógnitas...........................7 Selos d’alma.....................16 Imagens Ditas..................22 Gotas de Physis................29 Molduras do Amor..........36 Inquietação......................43 Melodia............................53 Dados da autora..............59
Prefácio
As curiosidades e delícias da vida mescladas no cotidiano, pensamentos que procuram respostas, questionamentos sobre o ser humano, sua essência e suas diversidades, nuances críticas, a melodia que nos faz querer dançar, o ímã da pessoa amada, a força do amor materno e mais no livro: Corações e Incógnitas.
INCÓGNITAS
Faces
Inicio do tempo tento, tanto, tempo o tempo atento tanto, vento, tento tempo muito tempo lento, tento, lento vida vira vento.
A carne
Inquieta questiona o inĂcio o fim e o depois do fim.
Onde andarĂĄ a essĂŞncia do caos?
Nos sonoros sopros dos ventos das superfĂcies dos mares profundos? nos cantos das ruas quietas das ressacas carnavalescas? na cinzenta neblina do fim da madrugada no inverno?
Lados
Metade de um ser usa vestes de racionalismo calça luvas de sensatez outra metade usa sapatos de loucura com cadarços de ilusão um misto às vezes feliz outras não.
Ponto
Lugar inexato contingente constituĂdo de metade.
Coisas
Cantar, curtir, conter. tempo, ponta, vento. xacra, xucro, xicara, sonho, punho, sinhรก. quibe, queijo, quiabo. boca, cabeรงa, cubo. amar, mover, morar, e incรณgnitas no interior de qualquer humano.
Outros
Dram, drem, drim nova partida outras pupilas outras arcadas Dram, drem, drim rotina chama outras palavras de ouvir e de falar Dram, drem, drim lobo, bobo, bolo, rodam os dias n達o s達o totalmente iguais.
SELOS D’ALMA
O traje
A aquisição do conhecimento remete ao tecer as vestes da alma.
Fato
Amor materno almas amigas amor que transcende o tempo.
Desejo
Harmonia na vertical harmonia na horizontal suor que rega a alma.
Solo
O cintilar das pupilas o balé das letras compõem o solilóquio d’alma.
Narcisismo
Boca que beija a prรณpria boca braรงos que abraรงam o prรณprio dorso olhos que olham sรณ para si seu deus sua alma.
IMAGENS DITAS
Baticum
Tum, tum, tum faz o martelo do cabo amarelo no telhado da minha emoção tum, tum, tum dentro do peito.
Bola
Contingente grita trânsito boceja bem-vindo seja o malabarista bola cinza sobe bola cinza desce roda blindada chega roda brilhante segue lågrimas secas em meio à multidão.
Traços
Vida diamante vida acrĂlica vida lata vida safa vida, vida.
A nota
O revirar do baú interior o encontrar da nota certa o tempo exato deleta imitação.
Fastio
A monotonia e o t辿dio de m達os dadas sempre est達o diversificar distintamente destruir o bicho pap達o.
GOTA DE PHYSIS
Diariamente
O crepúsculo contente traz a dádiva da humanidade “o dia”
beija-o e vai embora.
Mudanças
Imperceptíveis em curto prazo perceptíveis em longo prazo inexorável tempo metamorfose humana.
Quando
O lusco-fusco tingir tua cĂştis tua mente vem Ă tona teu olhar meu olhar.
Aporia do amor
Almas amantes almas amigas libido baila nos poros plenitude lidera ĂŞxtase natural.
Lacuna ambiental
Verde, verde, verde verde, vago, verde vago, verde, vago vago, vago, vago.
MOLDURAS DO AMOR
Tal qual
A planta o coração o alicerce a amizade o pilar o diålogo o cimento a cumplicidade a areia o nirvana. o tijolo a fidelidade o acabamento a pimenta na arquitetura do amor.
Engano
Quando estou distraĂdo vocĂŞ me olha lascivo nosso olhar paralelo seu sorriso amarelo nĂŁo quer demonstrar o que de fato sente.
O beijo
Beijo na testa beijo respeitoso beijo na bochecha beijo carinhoso beijo no queixo beijo quase audacioso beijo na boca beijo caloroso beijo de lĂngua beijo veemente.
Elos
Mais do que ser companhia mais do que ter companhia presente no ĂŞxito presente na adversidade tempo que revela os elos tempo que os solidifica valor incomensurĂĄvel amigos, amigos.
Receita de amor
Ingredientes: uma xícara de complacência uma xícara de harmonia uma xícara de amizade uma pitada de pimenta modo de preparar: misture todos os ingredientes acrescenta-se o tempero individual coloca-se a mistura dentro do coração untado com o carinho e beijos a gosto.
INQUIETAÇÃO
Displicente carne
A alma implora pela verdade do 창mago a carne leviana nem pestaneja.
Parla
A pupila diz o que os lรกbios nรฃo sabem falar.
O objeto e o nada
Palavra refletida palavra plausível palavra obscura palavra rasgada silêncio na hora exata silêncio bem-vindo silêncio na hora inexata Silêncio inoportuno.
Arbítrio
Ete, ete elho, elho opções da vida ser tapete ou espelho.
Em terras inexatas
Metade para uns tudo para outros a metade de uns seu tudo o tudo de outros sua metade.
Concreto
O animal racional passa o sol permanece o animal irracional passa a lua permanece.
Néctar do abstrato
O brilho na pupila e a massagem no âmago provocam o aquecimento do coração.
Sensata loucura
Em meio a tirania urbana o louco contente despercebido desfila suas proezas.
A MELODIA
Toque
A melodia plausĂvel toca o âmago e move a carne do passante.
テ「dio
A nota exata fala e nテ」o se cala num constante apetecer.
Raso
Orquestra da vaidade partitura de ostentação oficina de superficialidades.
Duo
Letra que entusiasma letra que ilude letra que enobrece o humano e a letra.
Arte
O instrumento homem tocado pelo amor regido pelo saber sensata sinfonia.