De coração 0 2 5 DEZEMBRO 2011 AnoVII
17 | Nova linha de mobiliário com acabamento em alto brilho 24 | Matobra assinala 45 anos de actividade 30 | Torneiras da Grohe no Mercado Popular 38 | Matobra torna-se representante dos sanitários Jacob Delafon
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As notícias adensam-se e agravam-se. Que o contexto nacional é de recessão já todos sabemos, mas o que parece ser cada vez mais nebuloso é o seu real impacto. Sentimos o país em queda livre, mas ainda não percebemos a quantos metros do chão iremos ficar, ou mesmo se evitaremos o impacto. Na análise dos peritos, o tom das previsões vai piorando e o governo tem reagido com o agravar das medidas de austeridade. Sr. Primeiro-Ministro, sabemos que a herança que recebeu é pesada e não deixa margem para experimentar estratégias, pelo que, cortar na despesa pública e aumentar a receita fiscal é, à primeira vista, a solução mais óbvia. E também sabemos que será, com certeza, o Primeiro-Ministro que assume funções em condições mais difíceis da história da democracia portuguesa. Mas ainda assim, salvaguardando a ausência de responsabilidade sobre o passado, o presente é gerido por si e, pelo rumo que vai traçando, corre o risco de ficar para o futuro como o coveiro deste país. Não é na austeridade que está a resposta para a crise, mas no desenvolvimento económico. O estrangulamento aos cidadãos e às empresas com uma sobrecarga fiscal incomportável, diminuição de salários reais e inevitável perda de poder de compra são uma combinação assassina da economia real. Quebrar o consumo e o investimento só poderá ter um resultado: encerramento de empresas, aumento do desemprego e uma economia colapsada. Sem medidas de estímulo às PME, o verdadeiro motor da economia, e a toda a indústria exportadora, as hipóteses de sobrevivência do mercado são muito poucas. Demagogias à parte, há soluções, medidas concretizáveis e cujos resultados seriam imediatos. Desde logo, é preciso ajudar as empresas exportadoras na obtenção de financiamento. Se considerarmos que entre a produção e o pagamento da mercadoria pelo cliente decorrem, habitualmente, entre 8 a 12 meses, facilmente se compreende como a falta de liquidez é um problema recorrente. Ainda como incentivo, sobretudo no caso da indústria exportadora, não aumentar o IVA na energia faria toda a diferença. Se é certo que, do ponto de vista contabilístico, não tem significado, em termos de tesouraria o IVA representa um impacto substancial, privando as empresas, durante um longo período, de um valor que acabarão por receber do Estado. Acresce que o aumento deste imposto representa um forte incentivo a que a energia passe a ser adquirida a empresas não portuguesas, porque tratando-se de uma transição intracomunitária o IVA é regularizado sem esforço de tesouraria. No que concerne ao apoio às PME, decretar o encerramento das grandes superfícies ao Domingo seria uma ajuda directa ao pequeno comércio, protegendo postos de trabalho e muito provavelmente reduzindo o consumo de bens importados. Também a meia hora de acréscimo diário à jornada de trabalho só interessará às grandes superfícies. As PME ganhariam mais em dispor de um banco de horas a utilizar em períodos de maior necessidade produtiva. Finalmente, e porque a construção e o imobiliário são sectores chave para a Economia, é importante tornar o mercado de arrendamento mais seguro para os investidores, garantindo que o inquilino incumpridor seja despejado rapidamente e sem recurso a tribunais. O não pagamento da renda acordada deve ser um caso de polícia e não mais um processo para acumular durante anos nos serviços dos tribunais. Outras medidas poderiam ser enunciadas, mas a aplicação das que aqui são sugeridas teria por si só o mérito de injectar dinheiro no mercado, uma condição sine qua non para o funcionamento da Economia. Antes de terminar, gostaria de lhe lembrar, Sr. Primeiro-Ministro, a importância da palavra esperança. Os portugueses são um povo de brandos costumes, que ao longo de quase nove séculos de história suportou com relativa serenidade toda a espécie de dificuldades que o país foi atravessando. Mas porque souberam manter a esperança no futuro. No momento em que vivemos, essa volta a ser uma noção fundamental. É preciso voltar a acreditar. Presidente do Conselho de Administração da Matobra
De coração | DEZEMBRO 2011
Excelentíssimo Senhor Primeiro-Ministro,
EDITORIAL
Carta aberta ao Primeiro-Ministro
E D I TO R I A L
De coração
EDITORIAL 03
FICHA TÉCNICA Entidade proprietária | Matobra - materiais de construção e decoração, S.A. Coordenação | Marta Rio-Torto Textos | Claúdio Domingos e Marta Rio-Torto
Paginação e Projecto gráfico | Alexandre Saraiva Tiragem | 2000 exemplares Periodicidade | Trimestral Impressão | FIG - Indústrias Gráficas, S.A. Rua Adriano Lucas 3020 Coimbra Isenta de registo no I.E.S. mediante decreto regulamentar 8/99 de 9/06 art. 12º nº 1 a)
Índice 3 Editorial 7 Entrevista De coração | Paulo Júlio 17 Com assinatura Matobra 18 | Nova linha de mobiliário com acabamento em alto brilho 24 | Matobra assinala 45 anos de actividade 26 Ideias e soluções 26 | Correio do leitor: uma cozinha de configuração estranha 28 | Mais Smart do que as outras 30 | Torneiras da Grohe no Mercado Popular 32 Entrevista |Mário Baptista 38 Estilus 38 | Matobra torna-se representante dos sanitários Jacob Delafon 40 | Urban Signs nas cidades do futuro 42 | Ilotech traz mais calor humano 47 Entrevista | Carlos Pereira 54 Galeria Matobra 54 | Line Cascade: tecnologia e design
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Rua Luís Ramos | Adémia Apartado 3021-901 Coimbra | Portugal | Tel.: 239 433 777 | Fax: 239 433 769 | mail@matobra.pt | www.matobra.pt
Fotografia | Danilo Pavone
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ENTREVISTA 07
“Os portugueses estão cansados de ver este país ser adiado.” Secretário de Estado da Administração Local e Reforma Administrativa Eng. Paulo Júlio
De coração | DEZEMBRO 2011
Paulo Júlio é um homem de desafios, uma característica fundamental para as suas actuais funções. Enquanto Secretário de Estado cabe-lhe o penoso dossier da Reforma da Administração Local, que mexerá com um modelo organizacional com quase 40 anos e em questões tão sensíveis como o ordenamento do território, cuja consequência mais mediatizada será a redução do número de freguesias. Sobretudo entre os governantes locais, a polémica instalou-se, mas a decisão está tomada: todos os contributos são bem-vindos, mas a reforma é para se fazer. Tratando-se da única voz de Coimbra no governo, a que associa a experiência como autarca no distrito, a pergunta impunha-se: o que falta à cidade e qual a melhor estratégia para ultrapassar o contexto de recessão? A resposta, extensível afinal a todo o país, parece estar mais próxima do que se possa pensar: a atitude certa.
08 ENTREVISTA
Neste contexto de crise económica e
local, reorganização administrativa do
financeira, para além do desafio de
território (que é o ponto mais mediatizado),
resolução de problemas de natureza
gestão municipal e inter-municipal e o seu
local, as autarquias podem ter um
financiamento e ainda um 4º eixo, que
papel
toca com as leis eleitorais autárquicas.
importante
para
resolver
problemas mais estruturais do país? Na verdade, os problemas estruturais do
Um
país resolvem-se em cada uma das partes
da Reforma Administrativa é o do
do seu território. Não tenho dúvidas que
ordenamento do território, com o
a Administração Local já tem, mas terá
Governo a assumir o objectivo de
ainda mais nas próximas décadas, um
redução do número de municípios
papel preponderante no desenvolvimento
e freguesias. Estava à espera das
social e económico das suas comunidades,
reacções contrárias ao Documento
“A organização administrativa
nomeadamente
Verde que surgiram por parte de
que temos é do final do século XIX
pela
atracção
de
dos
pontos
mais
polémicos
investimento, diálogo com os jovens
muitos autarcas?
empreendedores e, consequentemente,
Estava, acho até natural que haja alguma
certeza que houve portugueses
com todos os mecanismos de trabalho em
resistência à mudança. A organização
que reflectiram sobre este tema
rede a que isso obriga. Ou seja, o autarca
administrativa que temos é do final do
e quiseram fazer algo diferente.
do futuro vai ter que ser capaz de sair
século XIX e, durante todos estes anos,
Todavia, porventura pela
das suas fronteiras e captar actores de
com certeza que houve portugueses que
dificuldade que representa, não o
desenvolvimento para o seu território. A
reflectiram sobre este tema e quiseram
fizeram.”
liderança, o trabalho em rede e a visão
fazer algo diferente. Todavia, porventura
estratégica formam aqui um triângulo
pela dificuldade que representa, não o
essencial.
fizeram.
e, durante todos estes anos, com
Mas os portugueses estão cansados De que forma é que esses desafios são
de
concretizados na visão do governo
Costumo dizer que se fizermos tudo da
para a Reforma da Administração
mesma
Local?
resultados vão ser os mesmos. Ora, se
Temos
uma
equação
para
ver
este
país
maneira,
ser
adiado.
inevitavelmente,
os
resolver,
queremos mudar os resultados, temos
por um lado, temos menos recursos
necessariamente de alterar o modelo
disponíveis e uma necessidade de reduzir
actual.
De coração | DEZEMBRO 2011
o endividamento e por outro, serviços públicos que têm de responder às
De
acordo
exigências das comunidades locais.
assumido com a Troika, terão de ser
Isto leva a que seja necessário mexer no
reduzidas as transferências do Estado
modelo da Administração Local, que
Central para as autarquias. Numa
tem 35 anos, isto é, o tempo do poder
altura em que crescem os pedidos de
local democrático. Daí que tenhamos
apoio, que consequências perspectiva
apresentado um documento estratégico -
face a estes cortes?
com eixos bem designados, metodologias
São
e cronogramas - que é a base da discussão
sendo certo que também serão uma
pública que desde há dois meses tem
oportunidade, porque se há mais dinheiro,
dominado o tema.
o rigor e a preocupação pela definição de
Trata-se de uma reforma que acaba por
prioridades é menor. Portanto, é também
tocar em todos os aspectos do modelo
essa dificuldade financeira que deve servir
de gestão local, desde sector empresarial
de estímulo para mudar, adaptando os
uma
com
o
compromisso
dificuldade
acrescida,
ENTREVISTA 09
“Somos um país em que se diagnostica muito, se discute bastante, mas quando passamos à fase da implementação temos
De coração | DEZEMBRO 2011
grandes dificuldades.”
10 ENTREVISTA
serviços a menos recursos e ainda assim
nova legislação que, por sua vez, tem
“A dificuldade financeira deve
fazendo tudo o que tem que ser feito
de conduzir, dentro de cada município,
servir de estímulo para mudar,
para que as comunidades locais não sejam
à análise do sector empresarial local, o
adaptando os serviços a menos
prejudicadas. Eu acredito que é possível
que necessariamente implicará situações
recursos e ainda assim fazendo
fazer o mesmo e até melhor com menos
várias de fusões, extinções, concessões…
tudo o que tem que ser feito para
recursos.
Até porque se existem 142 municípios que
que as comunidades locais não
têm sector empresarial local, há outros
sejam prejudicadas.”
Podemos então concluir que o Estado
166 que não o têm.
português sofre menos de falta de
Onde há dinheiro público tem que haver
recursos do que de uma má organização
transparência total e a verdade é que,
estrutural (nomeadamente na forma
se tudo o que está dentro da esfera
como as competências das diversas
do município é altamente controlado e
estruturas estão organizadas)?
fiscalizado, quando estamos no sector
Não digo que seja má organização mas,
empresarial local a fiscalização durante os
se reparar no modelo de gestão actual, as
últimos anos foi muito menor. Esta questão
boas ideias foram sempre acrescentadas.
da fiscalização é outro ponto em que nos
Nunca uma boa ideia substituiu outra.
vamos focar, nomeadamente alargando
Tendo em conta que os recursos públicos
a esfera de actuação da Direcção Geral
não são infinitos é preciso fazer uma
de Autarquias Locais a todos estes anéis
análise corajosa, naturalmente atenta,
direccionados para fins públicos.
ouvindo quem tem que ser ouvido, mas fazendo uma coisa diferente do que é
Já
habitual em Portugal. Somos um país
autarquias persistirá depois de 2013.
em que se diagnostica muito, se discute
Em que medida e em que aspectos?
bastante,
à
Algumas destas acções vão persistir. É
fase da implementação temos grandes
muito importante que não se pense na
dificuldades. Portanto, este debate, que
reorganização administrativa de forma
está a ser feito a partir do Documento
condicionada pelo que vai acontecer
Verde da Reforma, tem que ser um ponto
em 2013, nomeadamente as eleições
de partida para o que se irá realmente
autárquicas. Tem que haver sempre
fazer e disso o governo não abdica.
um momento em que a mudança não
mas
quando
passamos
afirmou
que
a
Reforma
das
é para os anos seguintes, mas para as Relativamente ao Sector Empresarial
décadas seguintes. É isso que se pede
Local, como vivemos num período
sobretudo aos eleitos locais, que têm
em que é preciso poupar, o objectivo
especial responsabilidade neste processo.
é diminuir o número de empresas
A mudança tem que ser feita, o desafio é
municipais ou torná-las mais eficientes
fazê-la bem, e não há dúvida que para isso
e sólidas financeiramente?
é importante que os governantes locais
O que se pretende fazer é legislar de
não se demitam de a construir.
De coração | DEZEMBRO 2011
maneira a que esse sector seja eficiente e eficaz. Se são empresas têm que ter
Tem uma experiência política ligada
indicadores económicos e financeiros para
ao distrito de Coimbra. Antes de
o serem, isto é, têm que ser sustentáveis.
integrar o governo, foi Presidente
Ora, um estudo muito recente constata
da Câmara de Penela. É aliás o único
que
representante de Coimbra no Governo
30%
deste
sector
apresenta
indicadores muito débeis.
(esquecendo a circunstância de termos
É por isso que é necessário criar uma
um Primeiro Ministro nascido cá).
ENTREVISTA 11
Concretamente, no caso de Coimbra e
fixada.
de forma mais abrangente da Região
A
Centro, que estratégia vê como melhor
potencialidades, tudo aquilo com que eu
para ultrapassar esta fase?
acabei de caracterizar a Região, Coimbra
A Região Centro tem a particularidade
tem. Do que precisamos é de juntar as
de ser policêntrica, temos aqui um
lideranças e assumir uma visão estratégica
conjunto de cidades – Leiria, Coimbra,
baseada na inovação, que não é só
Aveiro, Viseu, Guarda, Castelo Branco
tecnológica, tem também de ser aplicada
– que elas próprias são polarizadoras de
às organizações e aos produtos.
desenvolvimento económico associado e
Temos
entendo que devemos alavancar muito a
desenvolvimento
estratégia da Região neste policentrismo.
falta para compor todo este puzzle de
Pela sua diversidade, as potencialidades da
desenvolvimento é a atracção de novos
Região não hão de andar muito longe das
investidores privados. Porque apesar de
potencialidades do país. Temos portos, um
Coimbra ter muitos serviços públicos, não
sistema científico e tecnológico de grande
podemos pensar que é nesses serviços
referência nacional e até mundial, temos
que está a solução para a fixação dos mais
boas incubadoras de empresas, temos um
novos.
património diversificado (natural, histórico,
O empreendedorismo de base local e
arqueológico), temos sol e mar, um sector
regional tem de ser agarrado de forma
florestal importante, boa gastronomia,
mais forte por Coimbra e naturalmente
dos melhores vinhos do mundo…
que, se soubermos fazer isso, as outras
A primeira atitude a tomar é olhar
variáveis estão cá todas para acrescentar
para aquilo que temos e aproveitá-lo o
valor ao território.
somar
a
isto,
massa
em
termos
crítica
para
económico.
de
criar
O
que
melhor possível, trabalhando com todos os actores em rede. Este é o grande
Focalizando-nos
segredo da política hoje. Universidades,
empresarial do distrito, para além
empresários, instituições particulares de
de
solidariedade social, administração pública
área
local, órgãos centralizados do Estado,
associadas ao IPN, Coimbra tem tido
estão todos convocados para pegar nas
uma indústria pouco dinâmica. O que
potencialidades da Região e materializar
é que falta ao tecido empresarial da
essas oportunidades.
Região para se tornar mais rentável?
algumas
mais
no
excepções
tecnológica,
tecido
ligadas
à
nomeadamente
Coimbra tem um problema, que é o Mas focalizando-nos mais em Coimbra,
preço do solo e se formos ver áreas de
que mais-valias vê como estratégicas
localização empresarial estruturadas para
“As políticas municipais não
para a cidade?
receber novos investimentos até há pouco
podem continuar a tendência
Evidentemente,
de individualismo que tem
muito especial. Tem, desde logo, uma
IParque, que está numa fase inicial.
sido seguida, tem que haver
Universidade
uma
Mas quando pensamos em Coimbra, não
complementaridade para que
incubadora de empresas reconhecida e
devemos pensar só a nível do Concelho.
os objectivos da Região sejam
que é uma alavanca muito importante
Há o território envolvente – Cantanhede,
atingidos.”
para o empreendedorismo de base local.
Figueira da Foz, etc – um conjunto de
E isto é uma questão fundamental para
municípios neste anel de 30 a 40 km.
fixar os jovens ao território local, sem os
Quando
quais não conseguimos desenvolvimento
cada
parte
a prazo. Essa massa crítica precisa de ser
para
o
de
é
uma
referência
cidade e
nem sequer existiam. Temos agora o
olhamos dele
para
o
pode
desenvolvimento
território, acrescentar colectivo.
De coração | DEZEMBRO 2011
que
12 ENTREVISTA
As
políticas
municipais
não
podem
gosto de desafios. Mesmo o meu percurso
continuar a tendência de individualismo
dentro da organização Marcopolo foi um
que tem sido seguida, tem que haver
percurso de desafio.
complementaridade para que os objectivos
A esta característica associou-se um
da Região sejam atingidos.
conjunto de circunstâncias, desde logo o gostar de política e estar ligado à política
Apesar da austeridade, será possível
local em Penela. Até lhe posso dizer que
dar um salto qualitativo em termos de
fui candidato numa altura em que era
funcionalidade e vivência urbana nos
mais provável perder do que ganhar.
próximos tempos em Coimbra?
Claro que quando falamos de dinheiro
Sim, penso que sim. O mais importante
cada um de nós tem mínimos, mas os
é tomarmos consciência de que não há
meus nunca foram muito altos.
soluções mágicas, mas a resposta para a
Tendo ganho as eleições e abraçado o
“Cada um de nós tem que se
recessão é a atitude.
desafio de ser Presidente da Câmara,
preocupar menos com aquilo que
Há um conjunto de valores: a ética,
hoje olho para trás e acho que foi uma
os outros têm e mais com o que
a disciplina, o rigor, a assiduidade, a
experiência
pode fazer para melhorar a sua
pontualidade, que não custam dinheiro.
enriquecedora.
Ter esta atitude não tem custos e significa
O desafio era recuperar tempo e deixar
crise é também um desafio de
toda a diferença, seja nas famílias, nas
claro que nenhum território tem de estar
cidadania. “
organizações privadas ou públicas.
condenado ao fracasso, seja porque tem
Cada cidadão, por mais simples que seja
pouca gente, é um concelho de matriz
a sua tarefa, deve concretizá-la bem, com
rural, ou não tem massa crítica. Pequenos
rigor, com disciplina.
territórios podem dar o seu contributo
Há aqui uma cultura de cidadania que tem
para aquilo que é o equilíbrio nacional,
também de ser reflectida. Cada um de nós
enquanto pequena comunidade que se
tem que se preocupar menos com aquilo
pretende de referência de desenvolvimento
que os outros têm e mais com o que
social e económico. E acho que isso ficou
pode fazer para melhorar a sua própria
claro.
pessoal
extremamente
própria vida e a dos outros. Esta
vida e a dos outros: na sua rua, no seu bairro, na sua comunidade local, no seu
Nas suas funções actuais, mais uma
emprego. Esta crise é também um desafio
vez, abraçou uma pasta que o obriga
de cidadania.
a ultrapassar uma série de resistências e dificuldades…
Tem um percurso de sucesso ligado ao
Tenho desafios difíceis pela frente, mas
sector privado, onde foi, por exemplo,
apesar de todas as contestações de alguns
administrador
em
pontos, sinto-me claramente útil ao país.
Portugal. Sabendo-se que os políticos
E isso é essencial em todas as funções
em Portugal, os membros do governo
que desempenhamos. Se nos sentirmos
inclusive,
úteis, o estímulo e a motivação para as
têm
da
em
Marcopolo
muitos
casos
vencimentos inferiores aos de quadros
podermos concretizar é muito superior.
De coração | DEZEMBRO 2011
superiores de grandes empresas, o que o fez tomar a decisão de optar pela causa pública, assumindo o destino de uma Câmara de pequenas dimensões, como a de Penela? É uma pergunta que não terá uma resposta racional. Em primeiro lugar, eu
marta_riotorto@matobra.pt
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ENTREVISTA 13
14 ENTREVISTA
De perfil… Uma referência? O meu avô materno. Aquilo que o deixa feliz… Estar com a minha família. O que mais o irrita… A desonestidade intelectual. A música que não se cansa de ouvir? Rodrigo Leão. O filme que o marcou? A vida é bela. Um livro? Os Maias. Um objecto de que não se separa? Blackberry. Quando tem tempo gosta de…? Contemplar o mar. O prato a que não resiste? Leitão à bairrada. Uma bebida? Água. Destino de férias? Paris.
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Uma qualidade de que se orgulhe e um defeito que não possa negar? Como qualidade destaco a responsabilidade e como defeito a falta de paciência.
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COM ASSINATURA MATOBRA 17
Sector de decoração da Matobra apresenta NOVA LINHA DE MOBILIÁRIO COM ACABAMENTO EM ALTO BRILHO Realçar as qualidades naturais de uma madeira nobre com um acabamento em alto brilho. Esta é a proposta que temos para si e o resultado não o poderá deixar indiferente: mobiliário contemporâneo, mas ao mesmo tempo intemporal, que se impõe pela extrema qualidade de acabamento. É um novo olhar sobre as peças, que passam a impor-se tanto pelo design, como pela beleza natural da madeira, um material que, pelo brilho, adquire uma nova nobreza e um estatuto acrescido. Para esta edição, a equipa de decoração da Matobra seleccionou duas propostas para sala e uma de quarto..
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marta_riotorto@matobra.pt
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18 COM ASSINATURA MATOBRA
COM ASSINATURA MATOBRA 19
Desconstruir para criar ritmo As tendências actuais fogem às decorações puras e assentam na fusão de estilos. Um ambiente excessivamente perfeito torna-se monótono, é necessário criar alguns pontos de desconstrução, que gerem um efeito surpresa. Por exemplo, numa sala de mobiliário clássico, onde estão combinados os sofás, a mesa e as cadeiras, poderá acrescentar uma peça ultra moderna. Uma cadeira, uma mesa ou uma pintura contemporânea poderão ser o elemento necessário para quebrar a monotonia da sua divisão. O ambiente seleccionado é um exemplo de um clássico-moderno. Neste caso, o elemento dissonante é o licoreiro lacado a preto e ouro,
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que acrescenta um toque de extravagância ao espaço.
20 COM ASSINATURA MATOBRA
Serenidade e requinte Uma proposta pensada para um ambiente neoclássico. A paleta de cores oscila entre o cinza prata e diferentes tonalidades de castanho, sintetizadas, desde logo, no papel de parede escolhido. O objectivo é a criação de um espaço sereno e requintado, mas sem abdicar de uma noção de ritmo e impacto. Para alcançar este efeito, o elemento chave está no contraste. Diferentes padrões e texturas, nomeadamente nos tecidos - pele, veludo e cetim - aumentam o interesse visual
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da composição.
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COM ASSINATURA MATOBRA 21
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22 COM ASSINATURA MATOBRA
COM ASSINATURA MATOBRA 23
Puro luxo É uma opção para quem não se convence com as tendências minimalistas e assume o gosto pelos ambientes de inspiração barroca. A forma é usada em todo o seu esplendor, recriando um cenário quase palaciano em que o olhar se prende naturalmente ao pormenor. Como elementos chave para criar este estilo destacam-se as peças estofadas e acolchoadas e a diversidade de texturas e materiais, como metal, madeira e veludo. Detalhes como as incrustações em prata sobre a moldura preta que contorna o mobiliário criam um ambiente que apela ao lado sensual e teatral. No entanto, ainda que este estilo seja uma das tendências actuais na decoração, é importante ter algum cuidado com os excessos, para não criar uma sobrecarga visual.
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Uma boa estratégia será introduzir algumas peças de linhas mais estilizadas.
24 COM ASSINATURA MATOBRA
MATOBRA ASSINALA 45 ANOS DE ACTIVIDADE No passado dia 31 de Outubro, a Matobra assinalou a passagem de mais um ano de actividade, comemorando o seu 45º aniversário. Numa fase em que o tecido empresarial da Região tem sofrido o impacto da recessão que o país atravessa, a empresa tem mantido a sua vitalidade, pela aposta em novas soluções de aproximação ao mercado. “A Matobra orgulha-se de ser um exemplo de longevidade, 45 anos de experiência garantemnos a confiança dos nossos clientes, porém, a melhor forma de respeitar essa herança, é manter uma dinâmica de melhoria contínua e adaptação à procura e à evolução do sector.” afirma José Carlos Martins, Presidente do Conselho de Administração da empresa. Nos últimos tempos, a Matobra tem apostado num novo posicionamento de mercado - a criação de ambientes de vida - desenvolvendo esforços para ultrapassar o conceito da mera venda de produtos e oferecer aos seus clientes uma solução integrada e harmoniosa para os diversos ambientes da sua casa. Para apoiar este objectivo, foi lançado o gabinete de projectos IN9espaço, constituído por uma equipa com formação em arquitectura, design de interiores e decoração. Entre as iniciativas mais recentes destaca-se ainda o Menu banho, uma espécie de serviço “buffet” que torna o processo de escolha de uma casa de banho mais fácil, rápido e cómodo: basta seleccionar o ambiente de banho que melhor se adapta ao seu caso, entre um conjunto de 8 propostas pensadas para soluções integrais de renovação/construção de uma casa de banho. Cada opção inclui a totalidade de materiais e equipamentos que precisará para completar a obra e tem associado um preço final que varia a partir dos 500€, correspondendo a diferentes gamas de escolha. De notar que a Matobra é membro fundador da Emacor, a mais importante central de compras nacional no sector de materiais de construção, o que lhe permite ganhar dimensão junto dos fornecedores e, desta forma, garantir preços mais competitivos junto dos seus clientes. A empresa tem também uma ligação à indústria do revestimento cerâmico, sendo accionista da Cliper, fábrica sedeada na Figueira da Foz. “Esta participação na indústria é uma maisvalia importante, que nos traz um conhecimento mais abrangente e aprofundado do sector, desde logo, porque nos permite, não só acompanhar, mas participar na concepção e selecção do produto, mas também ter uma experiência de internacionalização, já que, a
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Cliper exporta a maioria da sua produção” afirma José Carlos Martins.
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26 IDEIAS E SOLUÇÕES
Correio do leitor: Uma cozinha de configuração estranha Adquiri recentemente um apartamento e estou com algumas dúvidas sobre a melhor forma de organizar a cozinha. Trata-se de um espaço amplo, com cerca de 25m2, mas que inclui um pilar bastante volumoso e duas paredes em diagonal, formando um ângulo de 45o. Somos seis pessoas em casa, pelo que preciso de muita arrumação. Habitualmente, jantamos na sala mas, ao almoço, como temos horários diferentes, é mais prático comer na cozinha, pelo que é necessário prever uma zona de refeições. Dada esta configuração, como devo distribuir o mobiliário e electrodomésticos no espaço? Joana Santos, Coimbra Cara leitora, Em situações como esta, em que há um ou mais elementos arquitectónicos que se impõem - um pilar, uma configuração sinuosa, etc - é particularmente importante optar por uma solução de mobiliário personalizado, que permita tirar o melhor partido do espaço. Na proposta que apresentamos para a sua cozinha, atendendo às necessidades que expressa, foi prevista uma extensa área para arrumação, com destaque para a parede coberta na totalidade com mobiliário. Para apoiar a confecção das refeições, para além da bancada de trabalho habitual, foi incluída uma ilha, uma opção que lhe permite um desenvolvimento facilitado de todas as tarefas inerentes à preparação dos cozinhados, permitindo guardar todos os utensílios junto à placa de indução, assim como dispor de uma zona de trabalho confortável. Apesar de ser uma família numerosa, as refeições feitas na cozinha são para situações rápidas e em que não costumam estar mais do que 2 ou 3 pessoas em simultâneo, o que permitiu substituir a mesa habitual por um balcão entre o pilar e a parede. Esta escolha permite tornar uma configuração aparentemente desvantajosa numa solução bem integrada e visualmente interessante. Paralelamente, o formato mais amplo deste ângulo torna mais fácil a circulação dos diversos utilizadores, sendo por isso o sítio mais adequado para as refeições.
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De coração | DEZEMBRO 2011
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De coração | DEZEMBRO 2011
IDEIAS E SOLUÇÕES 31
32 ENTREVISTA
Asas para voar Mário Baptista apostou na Marinevil num
momento
em
que
muitas
empresas saíram do mercado. Esse espírito de estar sempre presente nos momentos
difíceis
acompanhou-o
na procura de um futuro cada vez melhor. Emigrou
para
o
Canadá
ainda
muito jovem e trouxe de lá um diploma para a vida, que o ensinou a não se lamentar, porque sermos realistas também é acreditar num futuro melhor para todos nós, com transparência e seriedade. Continua a acreditar no mercado da construção civil e na capacidade de trabalho dos portugueses e confessa ter orgulho na obra que está a executar, na Quinta da Portela, a única fora da Figueira da Foz. Por vezes, é nos momentos difíceis que mais queremos voar, sobretudo tratando-se de alguém que gostaria
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de ter sido piloto de avião.
ENTREVISTA 33
Está no ramo da construção civil desde quando? Como
empresário
em
nome
individual,
desde
1981.
Sou
natural de Ourém, mas já tinha fixado residência na Figueira da Foz, o que me deu uma perspectiva do mercado da cidade. A Marinevil aparece em 2005, vocacionada para a construção de habitação. Actualmente, estarmos a construir, pela primeira vez, em Coimbra, na Quinta da Portela. O que é que sentiu que podia dar a esta actividade, ainda para mais num momento em que o sector já estava em declínio? A experiência em nome individual que tive ao longo do tempo deu-me alguma segurança porque sabia que o meu trabalho era valorizado pelos clientes, de modo que esse factor facilitou a tomada de decisão. O meu objectivo era dar continuidade ao trabalho que tinha vindo a fazer, com um espírito de atenção permanente à evolução do mercado, através de uma atitude de dar e fazer o melhor que se pode e sabe, apostando sempre numa permanente actualização. Na sua infância já sentia o desejo de fazer parte deste sector? Comecei bastante novo a aprender este ofício e estive em todas as fases da obra, o que se traduziu numa escalada sustentada. Foi uma segurança para o meu percurso, sempre ambicionei desempenhar esta profissão porque sentia que dominava o seu processo. Mas houve um momento que interrompi este percurso e emigrei. Para que país? Em 1975, a situação social e política no país era extremamente difícil, pelo que decidi emigrar para o Canadá, onde estive três anos à procura de melhores condições de vida. Devo dizer que considero essa experiência como um curso no ensino superior porque encontrei um país totalmente diferente do nosso, tanto a nível da organização como na disciplina, como na evolução de mentalidades. Se não fosse empresário de construção civil gostaria de ter sido o quê? Quando a minha professora primária me fazia essa pergunta eu mentia-lhe porque respondia-lhe que queria ser médico, mas confesso que sempre tive um grande fascínio por exercer a profissão de piloto de aviação civil. O facto de olharmos o mundo de cima para baixo encanta-me em todos os aspectos. Em que é que este mercado tem transformado a sua personalidade? Ensinou-me que a transparência, a honestidade e a seriedade são os nossos melhores cartões de visita o que, aliado a uma atitude de dar o nosso melhor através de uma aprendizagem profissional e pessoal constantes, é importante uma estratégia dinâmica na relação com os clientes e fornecedores que este mercado exige. A empresa é especializada em que trabalhos? Com mais significado, na construção e promoção de imóveis para a habitação, mas também já executamos compra, venda e revenda de imóveis, mas é uma situação residual.
De coração | DEZEMBRO 2011
vai permitir que a actividade seja vantajosa e rentável. Claro que também
34 ENTREVISTA
Qual o segredo da empresa para se manter forte no mercado? Não há segredo, para conseguirmos ultrapassar esta fase somos obrigados a gostar do que fazemos, só assim sentimos a motivação necessária para apostar em continuar a desenvolver este mercado. Foi com esse espírito que resolvi avançar para o projecto na Quinta da Portela. É importante termos a capacidade de sofrimento indispensável, respondermos com disciplina e rigor e trabalharmos sempre com um considerável grau de exigência para que estejamos preparados para as mudanças constantes da economia e sociedade actuais. Porque é que é importante a escolha dos materiais? Tanto a nível estrutural como a nível decorativo, apostamos numa permanente actualização, para estarmos informados sobre as tendências da moda e sobre os materiais que garantam maior eficácia e qualidade num determinado tipo de edifício. A nossa filosofia é a de seguir os passos da simplicidade e da qualidade, sempre com a garantia de um design e decoração que permitam a atenção dos nossos clientes. Os clientes já estão demasiado informados, o que pode levar à confusão, de modo que é importante estarmos presentes com os nossos conhecimentos e experiência para os ajudar e aconselhar sobre a qualidade dos materiais e a intemporalidade dos mesmos. A seu ver, em que ponto está a construção civil nacional? No que diz respeito ao imobiliário, está a atravessar a fase mais difícil desde que eu me lembro, ainda mais grave do que a dos anos oitenta, já que essa centrava-se mais no nosso país e na nossa economia. A que vivemos actualmente tem uma característica global e não se percebe muito bem até onde pode ir, ninguém pensou que pudéssemos atingir um ponto tão dramático e trágico, sem termos as mínimas perspectivas de um futuro mais seguro. A minha opinião é a de que os próximos cinco anos vão ser de enorme dificuldade, tanto socialmente como no caso específico do sector da construção civil, o que nos vai obrigar a uma atenção permanente ao minuto. O volume de construção tem vindo a decrescer desde 2001, mas o estrondo acontece em 2008 de uma forma brutal. Estamos a viver uma fase critica, com uma redução no volume de construção, nos últimos três anos, na ordem dos 60%. Acredita que a construção civil vai continuar a ser a alavanca das economias ocidentais? É verdade que uma grande percentagem da economia gira à volta deste sector, mas essa filosofia vai ser diferente porque muitas variáveis mudaram, tal como o recurso ao crédito fácil, o que vai obrigar as empresas e os bancos a optarem por outras estratégias. Acredito que os níveis de construção De coração | DEZEMBRO 2011
podem subir, mas jamais se atingirão valores como os verificados nas décadas anteriores. Vai existir um forte controlo das autoridades, das empresas e dos bancos entre as necessidades do mercado e o número de casas a construir, que é o que acontece nos outros países. Durante muito tempo, os níveis altíssimos no volume da construção permitiram que entrasse muita gente neste sector, o que desvirtuou a realidade e agravou o próprio mercado.
ENTREVISTA 35
Concorda que ainda existem demasiadas empresas de construção civil? Já desapareceram bastantes mas é uma avaliação difícil de fazer, o que é factual é o volume de casas excedentárias no mercado. Mas não tenho a certeza se isso terá uma relação directa com as empresas existentes no sector. O mercado da reconstrução pode dar um novo alento às empresas? Não me seduz, o que sinto é que as pessoas quando adquirem uma casa pensam ter um conjunto de condições que os centros da cidade não proporcionam, como os acessos ou a existência de garagens. Neste momento é uma situação inviável, a não ser que se revolucione o modelo de reconstrução. Na maioria dos casos, o mais vantajoso seria demolir as casas existentes e pensar-se noutro tipo de construção, claro que obedecendo a uma filosofia arquitectónica, mas com o intuito de se trazer para os centros das cidades mais conforto e segurança. Por outro lado, enquanto se mantiver as exigências das autarquias, a nível de impostos, bem como as dificuldades de espaço para se trabalhar nesses projectos, esse mercado não vai avançar. Quais as obras mais relevantes efectuadas pela Marinevil? Todas as obras que executámos são importantes mas posso destacar a que estou a construir actualmente, na Quinta da Portela, em Coimbra, num prédio com dezoito apartamentos e duas lojas exteriores, com um design e arquitectura que garantem uma originalidade impar aos clientes, para além das áreas e da localização. Já tiveram alguma experiência no mercado exterior? Tenho recebido algumas propostas mas eu continuo a acreditar no nosso país e temos o dever e a responsabilidade de voltar a desenvolver este mercado. Como é que a empresa tem encarado esta crise? Temos efectuado ajustes nos serviços administrativos, já na parte da construção é mais difícil reduzir custos porque se aposta na qualidade dos produtos e serviços, mas estamos num momento em que o controlo e o rigor tem de ser levado muito a sério. Todos somos culpados do momento actual, de modo que somos nós que temos de voltar a impulsionar o mercado, respondendo com mais trabalho e mais profissionalismo. Quer comentar as recentes medidas avançadas no mercado de trabalho? Podem ser vantajosas no sector industrial e nas grandes empresas, pois vão tornar a mão-de-obra mais barata mas não penso que o facto de se trabalhar mais horas seja sinónimo de maior produtividade. Dá a sensação lembro-me que, antes do 25 de Abril, trabalhava-se dez horas por dia, mais os Sábados. Numa fase posterior passou-se para as quarenta e oito horas mais os Sábados de manhã, mais tarde veio a semana inglesa, de quarenta horas semanais, agora parece haver um retrocesso. É uma situação grave que vivemos e que obriga a decisões muito ponderadas. Sou a favor de se abolirem os subsídios de ferias e natal e apostar-se em ordenados mais fortes, porque isso seria um incentivo ao trabalho. Nesse
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de estarmos a percorrer um caminho inverso aos últimos anos porque
36 ENTREVISTA
sentido, a minha experiência, no Canadá, foi muito proveitosa, já que existia uma total disciplina, rigor e organização a cada dia de trabalho, nomeadamente no tempo que se podia tomar um café ou na meia hora de almoço, que chegava perfeitamente. O resultado era que as pessoas tinham mais tempo fora do trabalho e desempenhavam as suas funções com eficácia e motivação e eram recompensadas por isso. Como é que nós, sociedade civil, podemos construir um mundo melhor? Sermos mais realistas, não vale a pena sonhar com o que não podemos ter. Depois devemos empenhar-nos num espírito de solidariedade, os que mais têm devem estar presentes num momento destes, porque é nestes comportamentos que pode estar a mudança, para melhor, de uma sociedade e da economia, por acréscimo. Como prevê que a nossa economia se vá comportar a médio prazo? Em termos de resultados não prevejo grandes mudanças nos próximos cinco anos. Mas acredito que entretanto surjam políticas e medidas que melhorem a nossa condição,
Breves
de modo a que haja um esforço conjunto de todos os países para que exista mais rigor e mais justiça social. Se o conseguirmos
A ementa preferida... Naco de Vitela à Mirandesa.
vamos ter uma realidade mais sustentável. Uma empresa gere um conjunto de
Uma voz... Teresa Salgueiro.
relações entre clientes, fornecedores e colaboradores. Qual é a mensagem que passa a todos eles?
Um empresário que admira... Belmiro de Azevedo.
Que sirvam e que se apliquem na empresa com o máximo de rigor, qualidade e honestidade. Um princípio que incute na empresa? Nunca devemos dizer que não somos
Um livro... Leio jornais, prefiro o Expresso. Uma cidade de sonho... Figueira da Foz.
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ESTILUS 39
40 ESTILUS
Urban Signs nas cidades do futuro Porto e Nova Iorque serviram de inspiração à nova colecção da Revigrés, Urban Signs. É um conceito que parte para a reflexão sobre o impacto causado pelo crescimento acelerado dos grandes centros urbanos no nosso quotidiano para que surjam novas ideias e respostas inovadoras sobre o chão que vamos pisar nas cidades do futuro. A marca portuguesa explica que “o desenvolvimento sustentável na área da construção e do planeamento das cidades do futuro traz desafios urgentes, para os quais temos de reinventar soluções”. Urban Signs inclui séries inspiradas na cidade do Porto – Cais, em grés porcelânico e Invicta, em revestimento cerâmico vidrado – e também na cidade de Nova Iorque – Manhattan e Fusion em grés porcelânico. À disposição dos gostos mais metrópoles e disponíveis em diversas cores, formatos e
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ENTREVISTA 47
À velocidade que o tempo obriga
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Carlos Pereira é um engenheiro mecânico que tenta estar preparado para tomar decisões à velocidade de um Formula 1. A formação académica pode ter pouco a ver com o facto de hoje ser gestor de um dos maiores grupos cerâmicos do país, mas a verdade é que gere a sua vida profissional de uma forma mecanicamente emocional, como um piloto que quer chegar primeiro à meta. O grupo Aleluia junta quatro marcas nacionais de grande história, mas é no mercado francês e alemão que vê reconhecido o seu real valor, porque para crescer é preciso ter dimensão, daí que admita chegar aos 85% de facturação no mercado exterior. Fala da reabilitação no mercado nacional como um balão de oxigénio para muitas empresas e acredita que a conjuntura actual vai obrigá-las a unir esforços para que a sua voz seja mais forte. Vê o momento actual com preocupação e destaca a importância dos políticos serem mais transparentes, para que sejam melhor percebidos.
48 ENTREVISTA
A área da gestão está de acordo com o
Aleluia Apolo, Ceramic, Keratec e Viúva
entrei como Administrador Delegado.
seu percurso escolar?
Lamego, que estão direccionadas para
Tirei o curso de engenheiro mecânico por
O ensino actual prepara bem os nossos
alvos diferentes…
uma enorme paixão pelos automóveis. O
jovens?
A Aleluia Apolo e a Ceramic são marcas
meu pai era contabilista de uma empresa
O ensino tem que ser responsável por dar
semelhantes em termos de perfil de
que distribuía automóveis e eu cresci nessa
as bases e os conceitos porque depois as
produtos, se bem que a Ceramic se
realidade, sempre com a ambição de fazer
funções
o
destina a um mercado alvo mais elevado
parte
daquele
mundo.
profissionais
desempenham
Inclusivamente,
papel da especialização. É preciso ensinar
através de produtos com outro cuidado de
cheguei a fazer as provas de aferição
e habituar as mentes a pensar, aliás, as
desenvolvimento e que está virada para
para o curso de Engenharia Automóvel,
universidades fazem bem esse papel. Noto
a reconstrução, ao contrario da Apolo
de Brighton, em Inglaterra. Mas como
que existe uma aproximação das empresas
Aleluia que incide sobre um mercado de
estávamos na altura do 25 de Abril e as
às universidades que, no meu tempo,
volume, de uma gama mais baixa e com
possibilidades financeiras não permitiram
não existia. Os empresários sentem essa
um objectivo mais comercial. A Keratec
que eu seguisse esse rumo, não dei
necessidade porque é garantia de inovação
aponta para o mercado industrial, em
continuidade ao sonho. Fui para Coimbra
e actualização, pelo que nós aceitamos a
que desenvolveu um cerâmico extrudido,
e fiz Engenharia Mecânica na Faculdade de
maioria dos estagiários propostos pelas
com características de porcelânico técnico.
Ciências e Tecnologia da Universidade de
universidades e penso que a maior parte das
A Viúva Lamego engloba produtos de alto
Coimbra. No final do curso, fui trabalhar para
empresas já têm essa filosofia.
design, de arte publica, de decoração e de
Lisboa, numa oficina de máquinas agrícolas
arquitectura. Esta diversidade é importante
industriais, onde desempenhei funções
Depois
de
todas
as
experiências
se queremos estar no topo da pirâmide e,
ligadas ao meu percurso académico, isto em
profissionais passadas, o que o cativou
em termos de qualidade, não há outra forma
1980. Entretanto casei-me na zona centro e,
mais na altura de aceitar este projecto?
senão com investimento na tecnologia dos
como achava que Lisboa não era sitio para
Pela diversidade, enquanto gama de oferta
processos de produção e na aposta no
se criar uma família, respondi a um anúncio
de produtos, e pela dimensão, enquanto um
design em produtos que estão dependentes
do Expresso, de uma empresa da terra da
dos grandes grupos nacionais, com capital
do factor moda, pelo que é essencial a
minha mulher que estava a precisar de um
100% português.
existência de uma equipa criativa que esteja
engenheiro mecânico. Comecei a trabalhar
De coração | DEZEMBRO 2011
nessa cerâmica em Dezembro de 1983.
permanentemente actualizada. O que tem de diferente o grupo Aleluia? É um grupo com algumas particularidades,
O que representa a Aleluia, em termos
Para além dessa, vieram outras empresas
penso que é o único grupo nacional neste
dimensionais, no mercado dos cerâmicos
antes da Aleluia…
sector, feito por aquisições sucessivas,
português?
Estive nessa cerâmica cerca de dez anos e, a
inclusivamente, de empresas maiores que a
Estamos entre os cinco maiores produtores
meio desse percurso, passei a ser responsável
adquirente e, depois, através de empresas
nacionais de cerâmica, de referir que neste
pela produção do grupo. Saí em 1993, para
complementares. No caso da Viúva Lamego,
sector as empresas têm de ter dimensão
outra empresa, onde fui responsável por
fomos à procura de uma referência num
para exportar para serem rentáveis. O
uma das unidades de produção e, passados
sector muito especifico. Deve ser a produtora
sector exporta cerca de 50% da produção
seis meses, passei a responsável industrial
mais antiga de cerâmica a nível nacional,
e penso que tem de exportar mais, porque
desse grupo, funções que desempenhei
muito ligada a alguns trabalhos específicos
o mercado nacional ainda vai decrescer. E
durante cinco anos. A experiência posterior
da arquitectura e das artes, tem uma cultura
devo dizer que temos excelentes condições
foi ligada ao mercado das matérias-primas
assente na arte publica, que trabalha com
para que isso aconteça e para que tenhamos
para cerâmica, altura em que recebo um
azulejos tradicionais. O que numa altura de
um lugar de destaque no mercado externo,
convite de um grupo de cerâmicas para ser
desinvestimento, tem o seu peso, mas é por
nomeadamente pelas excelentes matérias-
Director Comercial. Mais tarde, aceitei uma
esta diversidade na gama de produtos e nas
primas,
proposta de colaborar com outra empresa,
tecnologias de produção que a Aleluia se
tecnologia existente.
como responsável pela área operacional, já
afirma.
de
mão-de-obra
e
Como é que a Aleluia olha hoje para o
como Administrador, com responsabilidade na área de produção e comercial. Na Aleluia,
qualidade
O grupo engloba quatro marcas: a
mercado português, tendo em conta
ENTREVISTA 49
que assume que quer exportar 85% da
nº 1 para aumentar os valores de
Como
facturação?
exportação?
as
O mercado nacional passou durante anos
A Alemanha é o nosso segundo maior
nomeadamente no aumento das horas
por uma crise de abundância, o que fez que
mercado, no qual crescemos cerca de 25%,
de trabalho e da possível congelação
as empresas se dimensionassem para um
nos últimos dois anos, o que nos obriga a
dos subsídios no sector público?
volume de mercado que era errado, porque
reafirmar essa aposta. Se a França consome
O
esta é a dimensão real do mercado, só se o
mais de cem milhões de m2 por ano e nós
fundamentalmente, em não explicar às
objectivo fosse o de existir quatro habitações
temos um certo nível de penetração, então
pessoas a realidade do país porque quando
por família é que poderíamos continuar a
devemos estar presentes no mercado alemão
perceberem
crescer. A questão tem de passar pela aposta
com mais intensidade. É uma questão de
economia, vão aceitar, mais facilmente,
na reabilitação, o que não tem acontecido
volume, se vendemos cerca de dois milhões
algumas decisões tão dramáticas, porque
porque é um mercado ínfimo em relação ao
de m2 para França teremos de vender um
baixar cerca de catorze ou 15% um salário
que se passa em França, nas obras públicas,
milhão e meio de m2 para a Alemanha.
é um drama. O certo é que ainda não ouvi
talvez 1/5 ou 1/6 em termos comparativos.
empresário,
medidas
poder
que
como se
politico
a
analisa
anunciaram,
tem
verdadeira
falhado,
situação
da
nenhuma alternativa, o que talvez queira
Para além de serem necessários mecanismos
O ano de 2011 é, para a Aleluia, um
dizer que o caminho não deve andar muito
fiscais para que se avance com essa reforma
ano de viragem. Que números querem
longe do traçado.
e não é possível impulsionar este mercado
alcançar na facturação?
sem alterar a lei do arrendamento, que tem
Vamos no quinto ano após a fusão do grupo,
Numa empresa com quatrocentos e
de partir do poder político.
pelo que é um ano de estabilidade, pelo
trinta trabalhadores, qual a mensagem
Mas o mercado tem a dimensão que
que gostava de atingir a facturação do ano
que
tem, e o que pretendemos é continuar
anterior. Pode não ser impossível mas não
momento?
a apoiar a nossa rede de distribuição
vai ser fácil atingir essa fasquia porque toda
Tenho a sorte de contar com uma equipa de
porque
vender
esta turbulência dos mercados europeus
trabalho que se tem adaptado muito bem
exclusivamente aos nossos distribuidores.
afecta-nos muito, já que a construção
a todas estas situações. Fundamentalmente
Pretendemos ainda continuar a apostar na
está muito dependente do credito, pela
em termos de flexibilidade, todos os pedidos
diversidade e qualidade da gama dos produtos,
incapacidade de investimento.
que têm surgido pela administração da
a
para que tenham maior valor acrescentado.
Aleluia
lhes
passa,
neste
Aleluia têm sido respondidos de forma E como tem o grupo encarado esta crise
total pelos seus colaboradores, o que é
O mercado cerâmico português está
global?
muito confortável, o facto de as pessoas
a
o
Penso que as empresas que estão a suportar
estarem
que se passa no resto da Europa,
melhor foram aquelas que já exportavam
Também temos tido o cuidado de não
nomeadamente em França que é o país
mais, para o mercado tradicional europeu
pedir impossíveis, daí que os colaboradores
para onde mais vendem?
e que foram mercados que apresentaram
percebam todo o esforço que tem sido
França é dos maiores consumidores europeus
alguma estabilidade. Vamos ver se, no
desenvolvido pelos gestores e accionistas
de cerâmica, com um forte predomínio
futuro, se vão comportar assim, porque
para garantir uma tranquilidade, num
tradicional português. Talvez pela emigração,
esta é uma crise que ninguém consegue
momento de grande intranquilidade.
mas as empresas nacionais souberam
prever. Talvez no fim do primeiro semestre
posicionar-se bem e começaram a ser players
de 2012, tenhamos a real dimensão desta
Concorda que o poder político está
importantes na abordagem do mercado.
crise porque estamos dependentes de vários
totalmente refém da nossa economia?
Mas é importante referir que para que isto
factores exteriores que não sabemos como
Toda a economia ocidental está baseada
aconteça é porque se trabalhou bem, tanto
vão acabar.
na dívida e, portanto, criaram-se todas
ao nível do produto como do serviço porque
É fundamentalmente ser muito rápido
as condições para a existência de uma
quem consegue estar no mercado francês,
a
acontecimentos
economia assente na especulação e o
que é muito exigente, consegue estar em
ultrapassam-nos muito rapidamente. Pior
resultado que estamos a viver é fruto disso
qualquer outro.
do que uma má decisão é uma não decisão
mesmo.
comportar-se
de
acordo
com
reagir
porque
os
presentes
quando
solicitadas.
porque o cenário muda permanentemente e O mercado europeu é o objectivo
se ficamos à espera somos atropelados.
Destaca algum objectivo que gostasse
De coração | DEZEMBRO 2011
continuamos
a
50 ENTREVISTA
de
alcançar,
como
responsável
da
Aleluia? Gostaria de encontrar e descobrir mercados para conseguir tirar o máximo partido de toda a capacidade instalada nas nossas unidades de produção, o que hoje não acontece. Esse objectivo garantiria uma estabilidade à força de trabalho que a Aleluia tem e aos investidores e accionistas o retorno do capital investido. Qual é o lugar que o grupo quer atingir no mercado europeu? Cada vez mais o céu é o limite e acredito que é nestas alturas de recessão que as grandes empresas podem juntar esforços numa
Breves
abordagem diferente ao mercado, pelo que acredito na formação de grandes grupos. É
Com quem aprende muito?
um movimento que ainda não aconteceu
Avô paterno.
em Portugal mas que se vai verificar, porque é uma característica das industrias maduras,
Onde gostaria de viver?
até porque só com empresas de maior
Numa qualquer vila sossegada no interior de Portugal.
dimensão poderemos ter uma intervenção mais forte nos mercadores internacionais.
Uma voz que o embala? Amália Rodrigues.
Porque é que gosta do que faz? Quando comecei a trabalhar, em 1980,
O filme da sua vida?
naquela empresa de máquinas industriais,
Les Uns et les Autres, de Claude Lelouch.
com cerca de trinta trabalhadores, entre os quais mecânicos, pintores, electricistas,
O escritor preferido?
percebi que o que era motivador era a
Morris West.
possibilidade de gerir pessoas tão diferentes e de saber lidar com elas. Tenho tido a sorte de não ter dificuldade de me levantar de manhã para vir trabalhar, porque gosto do que faço, também porque os desafios foram aparecendo e foram sempre uns acima dos outros. Devo dizer que as minhas decisões são tomadas mais pelo lado emocional do que pelo racional e não me tenho dado mal.
De coração | DEZEMBRO 2011
Porque quando se esta ligado às coisas pelo lado emocional desfruta-se e goza-se mais com o que se faz e até se é mais responsável.
A melhor viagem que fez? Viagem a Creta, nos meus 25 anos de casado. A refeição dos deuses? Com a companhia da família e dos amigos. O melhor vinho? Da Bairrada. Um provérbio ou uma frase feita? Senão fizer nada diferente não acontece nada diferente.
claudio_domingos@matobra.pt
Uma noticia que gostaria de ouvir? Que a zona euro se unisse porque o mundo precisa urgentemente da sua visão no domínio da segurança social.
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O P R É M IO R E D D O T – AG O R A TA M B É M E M R O S A , A M A R E L O, A Z U L , L A R A N JA E V IO L E TA . S A I BA M A I S S O B R E O D E SIG N V E N C E D O R E M : W W W. G RO H E . P T
O seu design convenceu o júri, no entanto, há muitas outras razões para se apaixonar pelo Rainshower® Icon: As seis novas cores ou a tecnologia GROHE DreamSpray® que garante uma distribuição homogénea da água em todo o chuveiro. A habitual qualidade GROHE refl ecte-se no acabamento perfeito e na durabilidade. Encontre todas as outras boas razões em www.grohe.pt.
PUBLICIDADE Para que nada se altere no planeta, reutilizamos os resíduos das nossas fábricas.
Cada resíduo, por mais pequeno que pareça pode ser reutilizado. Foi o que alcançamos ao introduzir o programa “Resíduos Zero” nas nossas fábricas de louça sanitária. Mediante um elaborado processo reconvertemos os desperdícios em matérias-primas para novos produtos. Pense nisso, cada vez que instalar um novo produto no seu espaço de banho.
Uma iniciativa sustentável que ajuda a preservar o nosso planeta.
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Para conhecer as nossas Soluções para o Espaço de Banho solicite gratuitamente a publicação “Soluções de Banho” para: Roca, S.A. - Apartado 575 - 2416-905 Leiria, ou através do email: marketing.le@pt.roca.net Nome: Rua: C.P.:
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54 GALERIA MATOBRA
Line Cascade Tecnologia e Design
É mais um exemplo de qualidade e design da Bruma. O chuveiro Line Cascade conquistou reconhecimento internacional, ao vencer o Good Design Award 2010 de Chicago, na secção “banho e acessórios”, o mais prestigiado prémio de design do mundo, organizado pelo The Chicago Athenaeum Museum of Architecture & Design. Esta é, certamente, uma peça a que não ficará indiferente. A um design elegante, associa duas entradas de água que lhe permitem optar por dois tipos de experiência de duche: em cascata ou em chuva. Se esta for uma opção para a sua casa de banho, saiba que está a fazer uma escolha ecológica, graças a um limitador de caudal de 12 l/min e ao material que o compõe: uma liga de alumínio completamente reciclável e sem elementos tóxicos, com vantagens também para a saúde dos utilizadores. Como benefício adicional, destaca-se uma estrutura interna que facilita o rápido escoamento, evitando a estagnação da água, a acumulação de calcário e o gotejar após o fecho da misturadora.
De coração | DEZEMBRO 2011
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