De coração 0 2 6 MARÇO 2012 AnoVII
Matobra assina decoração de montras Carlo Viscontti Obras em casa? Instale uma casa de banho ou cozinha onde quiser Base de duche Elax: elástica, flexível e recortável em qualquer formato Grohe Spa: um mimo aos seus sentidos
30
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... 30 anos de hist贸ria falam por si
Da crise à esperança
EDITORIAL
De coração
EDITORIAL 03
Neste número, a De coração dá destaque à celebração dos 80 anos da paróquia de S. José, com a entrevista ao Padre João Castelhano.
As questões de Fé são, por definição, pessoais e subjectivas mas, seja o leitor crente ou céptico, entro no domínio das certezas se afirmar que esta é uma das instituições “com coração” da cidade.
A acção social, de apoio efectivo e concreto que a paróquia desenvolve, vai muito para além da mera caridade e tem contribuído decisivamente para a reabilitação de indivíduos em situação de exclusão.
O número de famílias apoiadas – cerca de 700 – impressiona, mas também impressiona saber que todos
os dias há uma equipa de voluntários (gente com tantos compromissos profissionais e familiares como qualquer um de nós) que de uma forma anónima e sem qualquer compensação que não o simples gosto de ajudar o outro, disponibilizam o seu tempo e trabalho. É um exemplo que nos deve fazer reflectir…
Neste espaço, tenho vindo a alertar para a degradação das condições sócio-económicas do país, com
impacto no nível de vida da população. A tendência será para que um número cada vez maior de famílias dependa deste tipo de apoios, pelo que, a atenção às questões de solidariedade deverá ser reforçada.
É fácil a um empresário, como é o caso, deixar-se absorver por teorias e estratégias económicas ou
opiniões de peritos que aconselham as melhores opções para manter a saúde das empresas em tempo de crise. Mas o que nenhuma fórmula prevê é o impacto que um gesto de solidariedade pode ter.
É esta a grande lição que esta entrevista nos deixa: olhar para o outro não como o desgraçado, o
coitadinho, mas aquele que é nosso igual e que, mais do que julgado, merecerá o benefício de uma segunda oportunidade.
Presidente do Conselho de Administração da Matobra
De coração | MARÇO 2012
que é afinal o mais absoluto valor das sociedades democráticas - a dignidade humana.
E D I TO R I A L
Esta consciência não pode ser só do domínio do espiritual. É uma questão de cidadania que reforça aquele
FICHA TÉCNICA Entidade proprietária | Matobra - materiais de construção e decoração, S.A. Coordenação | Marta Rio-Torto Textos | Claúdio Domingos e Marta Rio-Torto
Paginação e Projecto gráfico | Alexandre Saraiva Tiragem | 2000 exemplares Periodicidade | Trimestral Impressão | Joartes, Lda | Águeda Isenta de registo no I.E.S. mediante decreto regulamentar 8/99 de 9/06 art. 12º nº 1 a)
Índice 3 Editorial 7 Entrevista De coração | Padre João Castelhano 17 Com assinatura Matobra 17 | Com um pé na areia 22 | Branco e depurado 23 | Ao centímetro 24 | Matobra assina decoração de montras Carlo Viscontti 26 Ideias e soluções 26 | Correio do leitor: organizar a sala 28 | Instale uma casa de banho ou cozinha onde e como quiser 30 | Candeeiros para todos os gostos 32 Entrevista |Graça Batista 38 Estilus 38 | Tapetes Antik Patchwork 40 | Lava, a imagem da sua casa 42 | Banho elástico aos seus pés 44 | O AEG da culinária 47 Entrevista | Jorge Vieira 54 Galeria Matobra 54 | Grohe Spa
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Rua Luís Ramos | Adémia Apartado 3021-901 Coimbra | Portugal | Tel.: 239 433 777 | Fax: 239 433 769 | mail@matobra.pt | www.matobra.pt
Fotografia | Danilo Pavone
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ENTREVISTA 07
João Castelhano O Padre Sorriso A boa disposição é talvez a característica que mais sobressai numa primeira impressão de João Castelhano. Não é por isso de estranhar que tivesse ganho a alcunha de “Padre Sorriso” entre os alunos do seminário de Coimbra, no tempo em que aí leccionou. Desde 74 que gere os destinos da paróquia de S. José e será, com certeza, a facilidade com que estabelece empatia com os outros, a juntar a uma boa dose de determinação, que justifica o dinamismo da paróquia e a naturalidade com que recolhe apoios entre a comunidade para as muitas iniciativas desenvolvidas pela Igreja. Neste espaço, a generosidade acontece todos os dias e a cada momento ajuda a melhorar a vida de alguém. Só no ano passado foram apoiadas cerca de 700 famílias, numa estratégia que vai para além do combate ao sinal de pobreza e aposta na reabilitação social do indivíduo. No ano em que se celebram 80 anos de paróquia, a De coração foi ver de perto uma das instituições com “mais
De coração | MARÇO 2012
coração” da cidade.
08 ENTREVISTA
Como
é
que
descreveria
a
“sua”
nomeadamente
com
as
Conferências
paróquia?
Vicentinas.
Hoje é um pólo habitacional dos mais
Ele tinha uma grande preocupação sobretudo
importantes da cidade, mas na altura em
com as áreas mais pobres da paróquia. A
que a paróquia foi criada era um arrabalde.
acção dos vicentinos concentrava-se muito
É interessante ver como a zona residencial
nos lugares periféricos: no Areeiro, na Casa
se desenvolveu à volta da Igreja e do Estádio
Branca, na Portela, onde quando cheguei já
e a verdade é que esta confluência fez com
havia acções muito concertadas de ajuda,
que as pessoas ficassem muito ligadas à
nomeadamente com a construção de casas.
Igreja, nomeadamente, os residentes do
Nos meus primeiros anos, ainda se fizeram
Bairro Norton de Matos, que é o principal
casas de raiz, para as famílias pobres.
centro de fluxo para a Igreja.
Mais tarde, optámos por outro caminho,
Genericamente, a paróquia desenvolveu
ajudando as pessoas a pagar a sua renda de
uma série de actividades que prendem
casa.
as pessoas, mantendo-se este gostar de
No ano 2000, assumimos o compromisso
participar, de sentir-se membro de uma
de não permitir que nenhuma família
comunidade.
seja despejada por não ter como pagar
Temos razões para continuar satisfeitos, hoje
a sua casa. É uma meta difícil, mas temos
não temos as 4000 pessoas que tínhamos à
conseguido mantê-la.
missa de Domingo, como tínhamos há 30
Quanto
anos atrás, teremos cerca de 2000, mas
também,
estes números, mesmo em comparação
a
com o que se passa no resto do país e da
preparação para o Crisma e a formação
Europa, são ainda bastante interessantes.
cristã para adultos.
à
“[S. José] É uma paróquia viva, de muito trabalho, de muito
catequese mas
catequese
tem
mais para
extremamente solidária, atenta aos sinais de pobreza.”
continuado
alargada, jovens,
dinamismo, com uma população
com
sobretudo
É uma paróquia viva, de muito trabalho, de muito dinamismo, com uma população
Mas não respondeu inteiramente à
extremamente solidária, atenta aos sinais de
minha questão… Não referiu a sua
pobreza.
experiência individual…
A área da acção social tem muita tradição
A minha experiência individual não é mais
na paróquia. Basta lembrar que temos um
do que a experiência da paróquia. Eu não
Centro Social que custou, em 2000, 250 mil
sou mais do que um dinamizador que tenta
contos e a paróquia conseguiu pagar tudo
garantir que todos os serviços da paróquia
em três anos.
funcionem. Todos sabem que trabalham para
Mais tarde, nasceu o Centro de Acolhimento
uma entidade comum, mas cada um tem a
João Paulo II, que foi resultado das
sua iniciativa própria, a sua autonomia. Eu
Conferências Vicentinas, que foram das
sou apenas alguém que consegue catalisar
primeiras instituições
a iniciativa de todos para dar uma unidade
a serem criadas na
paróquia, em 1933. Na altura, tivemos o
de conjunto a tudo isto.
apoio da Matobra, que nos cedeu todos os materiais de construção.
A paróquia de São José assinala este
Esta é uma componente muito importante
ano 80 anos de comunidade cristã
“No ano 2000, assumimos o
e que dá muita visibilidade à paróquia e à
e 50 de construção da Igreja. Esta
sua acção.
comemoração está anunciada através
compromisso de não permitir que
De coração | MARÇO 2012
das faixas colocadas na fachada lateral Centrando-nos mais na sua experiência
e na torre da Igreja, onde se pode ler a
individual, o Padre João Castelhano
expressão ”Igreja de Pedras Vivas”. Que
assumiu funções na paróquia em 1974.
significado tem este dístico?
Passados mais de 30 anos, que balanço
Adoptámos como lema a expressão “Igreja
faz desta experiência?
de Pedras Vivas”, para lembrar que os
Encontrei uma paróquia muito estruturada.
cristãos de há 50 anos construíram uma
O pároco anterior tinha dois pólos centrais
Igreja de pedras, onde nós hoje nos sentimos
a que dava muita importância: a formação
chamados a interiorizar a nossa Fé. Ora, para
cristã, com a catequese, e a caridade,
além das pedras, nós cristãos somos uns
nenhuma família seja despejada por não ter como pagar a sua renda de casa. É uma meta difícil, mas temos conseguido mantê-la.”
De coração | MARÇO 2012
ENTREVISTA 09
10 ENTREVISTA
com os outros Igreja, com Jesus Cristo que é
e
entendeu-se
o cimento a ligar estas “pedras” todas.
uniformização trabalho
e
por de
uma
questão
de
“Temos casos muito bonitos de sem
modos
de
abrigo que foram recuperados e
meios
que estão no mercado de trabalho
critérios,
racionalização
dos
Para celebrar esta data está previsto
envolvidos passar a trabalhar numa frente
para 2012 um programa que inclui
comum.
diversas
e
O Centro de Acolhimento João Paulo II
culturais. Nos próximos tempos, que
actividades
religiosas
recebeu personalidade jurídica e canónica
iniciativas decorrerão?
em 2009 e em 2010 assumiu o estatuto de
O programa tem, desde logo, uma vertente
IPSS.
social. Estamos a fazer uma campanha para
O nosso leque de apoio é enorme e
adquirir uma carrinha para o Centro de
inclui desde o apoio alimentar até tudo
Acolhimento João Paulo II.
o que é artigo de casa, desde mobiliário,
Trata-se de uma carrinha polivalente, com
electrodoméstico,
condições de atendimento de rua e de
cozinha, etc.
transporte de alimentos, nomeadamente
Temos também apoios pecuniários, isto
sobras de restaurantes que possam ser
é, ajuda no pagamento da renda de casa,
doadas a quem delas precisa.
água, luz, gás, medicação, etc e apoio
Será uma carrinha para ser usada num
escolar, como pagamento de propinas a
contexto de apoio aos sem-abrigo, mas
estudantes universitários carenciados.
também a outras franjas da população
Para além do trabalho de rua da nossa
de risco, nomeadamente, situações de
equipa, há também a acção de gabinete,
prostituição e idosos em isolamento.
nomeadamente com o despiste de situações
Para além desta área vocacionada para a
de
acção social, temos também uma vertente
respectivo encaminhamento desses casos
cultural, nomeadamente um Ciclo de
para as instituições de saúde.
Conferências que pretendem ajudar os
Temos casos muito bonitos de sem abrigo
cristãos a sentir-se mais unidos à volta de
que foram recuperados e que estão no
uma realidade comum que é o ser cristão e
mercado de trabalho e a viver na sua casa.
o ser Igreja.
Não nos limitamos a combater o sinal de
O programa tem ainda uma vertente
pobreza ou de exclusão social, vamos à
espiritual.
raiz do problema. Por isso é que o Centro,
Todas as quartas-feiras temos uma hora
para além de técnicos de Serviço Social, tem
de oração ao Santíssimo Sacramento e
os gabinetes de psicologia, jurídico e de
nas primeiras sextas-feiras e sábados de
apoio à empregabilidade, justamente para
cada mês, temos um dia de adoração ao
reabilitar o indivíduo.
Santíssimo Sacramento, que está exposto
A nossa tendência é sempre reabilitar, dar
todo o dia de sexta e à tarde no sábado.
autonomia para que outros em situação
Tivemos ainda 24 horas seguidas de oração
igual possam entrar no sistema de apoio.
alcoolismo,
têxtil
para
e a viver na sua casa.”
quarto,
toxicodependência
e
ao Santíssimo, desde Domingo dia 18 de Março a partir da missa das 19h00.
A questão da reintegração social do
De coração | MARÇO 2012
indivíduo,
o
“Não nos limitamos a combater o
Para além das questões mais espirituais,
regresso à vida activa, é particularmente
muita gente não conhece o trabalho
importante. Aparecem-vos casos de
sinal de pobreza ou de exclusão
de apoio à população que é prestado
pessoas que não sabem, por exemplo,
pela Igreja, nomeadamente através do
como comportar-se numa entrevista,
Centro de Acolhimento João Paulo II,
como fazer um curriculum…?
que funciona na paróquia desde Julho
Sim,
de 2005. Como é que surgiu a ideia de
na
criar este Centro?
nomeadamente ajudamos na elaboração
Por um desejo grande de crescimento e
do currículo, damos algumas dicas de
de acompanhamento das novas tipologias
postura, de imagem, de conversação numa
de pobreza. Na altura funcionavam três
entrevista.
Conferências
Mas nunca retiramos ao indivíduo a
Vicentinas
na
paróquia
nós
nomeadamente
também
preparação
para
com
prestamos a
vida
apoio activa,
social, vamos à raiz do problema.”
ENTREVISTA 11
intervenção directa na resolução do seu
acomodadas a esta dependência dos
próprio problema.
donativos?
Muitos imigrantes, por exemplo, aparecem-
Claro que há sempre a tentativa de manter
nos com contactos de instituições e pedem-
os apoios recebidos, mas compete-nos
nos para dar uma palavra por eles, por
reavaliar as situações.
considerarem que é uma mais-valia vindo de
Todos os anos pedimos às nossas famílias
uma instituição idónea.
que nos apresentem a declaração de IRS
Dentro do que nos é possível procuramos
e aos que não declaram IRS pedimos os
agilizar a integração no mercado de
documentos de despesa da água, luz, gás,
trabalho, nomeadamente pela relação de
renda de casa e do vencimento.
proximidade que temos com o Centro de
É evidente que alguma franja pode fugir,
Emprego e através do contacto de empresas
mas da nossa parte essa reavaliação é feita.
que nos põe à disposição alguns postos de
Nós temos que gerir com consciência
trabalho.
e transparência aquilo que nos é dado, portanto, temos que fazer essas exigências.
Tem noção de quantas pessoas terão sido apoiadas pelo Centro em 2011?
Muita gente desconhece que esta foi
No ano passado a equipa de rua fez 1784
das primeiras paróquias a despertar
atendimentos na rua e 287 atendimentos
para o fenómeno da imigração. Que
de acompanhamento nas áreas da saúde e
tipo de apoios têm sido dados a essa
segurança social.
população?
Apoiaram-se ainda 199 pessoas em situação
Desde logo, temos a funcionar na Igreja
de sem abrigo ou de risco. Em termos de
o projecto PAI (Projecto de Apoio ao
atendimentos de serviço social foram 2150
Imigrante), com salas de estudo para ensinar
atendimentos durante 2011, que é um
português a quem vem de fora e tem um
número já muito expressivo.
desconhecimento total da língua.
O Centro exige aos seus técnicos que sejam
Temos aqui uma dúzia de professores
técnicos de excelência, porque nós temos
que todas as noites, das 20h30 às 22h00,
que fazer jus à casa onde trabalhamos.
asseguram este serviços que se mantém já
Temos que saber ouvir, saber compreender,
desde 1993, com benefícios também para
não fazer juízos de valor, estar ao lado dos
as pessoas que se voluntariam porque se
outros.
sentem bem, sentem-se úteis.
Claro que temos de ter uma acção
Temos casos de sucesso lindos. Um médico
pedagógica e muitas vezes até disciplinar,
que aprendeu aqui português para depois
mas de qualquer forma tem que pontuar o
fazer o exame de equiparação. Teve uma
humanismo.
prestação belíssima e foi imediatamente
Há hoje mais pobres do que em 2005?
Medicina na Madeira.
Há mais pobreza e pobreza diferente.
Um engenheiro que trabalhava como
Aparecem muitas famílias da classe média,
pedreiro, aprendeu aqui português, fez
que já viveram bem, mas porque um dos
os exames e conseguiu equiparação. Hoje
elementos do casal perdeu o seu emprego
trabalha como engenheiro civil.
entram em ruptura. É a nova tipologia de
Para além disto, desde 2008, que o Centro
pobreza e não podemos ficar indiferentes.
de Acolhimento João Paulo II gere o Centro
Hoje para ser pobre não tem que aparecer
Local de Apoio ao Imigrante. É um serviço
esfarrapado,
de grande relevância e impacto. Para além
desgrenhado,
aparece-nos
gente bem apresentada.
das actividades de promoção à integração
É preciso ultrapassar esse preconceito, mas
do indivíduo, organizamos os processos de
há quem nos critique por achar que estamos
retorno voluntário de todos os imigrantes
a ajudar quem não precisa.
que, não pertencendo à União Europeia, desejem retornar ao seu país. O Estado
Nota que há tendência por parte
português
de
deslocações. Todo o processo é organizado
algumas
pessoas
para
ficarem
assume
o
pagamento
das
De coração | MARÇO 2012
aceite pela Ordem dos Médicos. Hoje exerce
12 ENTREVISTA
pelo Centro de Acolhimento e depois é
privilégio e reivindicam insistentemente para
“Há mais pobreza e pobreza
transferido para Lisboa.
si, parece-me difícil pôr a economia nacional
diferente. Aparecem-nos muitas
em ordem. Outro projecto de apoio da Igreja são
E não é fácil haver governo, seja ele qual
as Salas de Estudo para alunos do liceu
for, que consiga pôr mão nesses direitos
com dificuldades…
adquiridos.
Sim, temos uma equipa de mais de 20
No
professores que todos os dias atendem
Quaresmais, o António Barreto foi muito
alunos. Ainda há dias, faltava um professor
crítico em relação a esses direitos adquiridos.
de físico-química, anunciámos na Igreja e no
Dizia ele que ninguém tem o direito a ir para
mesmo dia apareceram duas professoras a
a Universidade. Ir para a Universidade é uma
oferecer-se.
conquista e é para quem o merece pelo seu
A grande maioria são já reformados,
esforço.
mas há outros que estão ainda no activo,
O mesmo se passa com a liberalização
nomeadamente
do trabalho, aqueles que são os bons
a
Directora,
que
é
professora na Avelar Brotero.
âmbito
das
nossas
famílias da classe média, que já viveram bem”
Conferências
trabalhadores não têm medo de ser liberalizados, porque têm qualificação, têm
Em tempo de crise e de austeridade,
serviço prestado.
numa época em que os portugueses em
Portanto, aquilo que alguns grupos andam
geral parecem ter perdido a esperança
aí a reivindicar é o direito ao ordenado a
e não se vislumbra uma solução, qual é
quem nunca quis trabalhar. E faz de conta
para si o caminho?
durante os primeiros meses que é bom
As nossas Conferências Quaresmais deste
trabalhador e depois, quando já tem os tais
ano tentam responder a essa questão. O
direitos adquiridos, já não quer trabalhar.
título genérico é “Da crise à esperança”. Começámos por uma avaliação da crise e
E a Igreja, qual é o maior desafio que se
do seu impacto para a sociedade de hoje.
coloca à Igreja, nestes tempos?
Neste âmbito, tivemos cá um sociólogo
Fazer
conhecidíssimo – António Barreto, que
humana, que não somos uns privilegiados
defendeu que a solução é criar confiança
e outros cidadãos de segunda. Somos todos
para criar emprego.
filhos de um Pai que está no céu e que trata
Tecnicamente é correcto, mas para nós
todos por igual. O grande desafio da Igreja é
cristãos há um outro factor importante. Nós
fazer entender isto: Como é que um cristão
somos pelo baptismo corpo de Cristo e esta
entende a ligação com Deus que é Pai e a
comunhão de todos em Cristo obriga-nos a
sua relação com um desgraçado que está
uma preocupação com os outros muito mais
desvalido e que é outro filho de Deus.
compreender
esta
fraternidade
empenhada, à imitação de Jesus Cristo, com o sacrifício de nós mesmos para podemos ir mais longe na nossa ajuda aos outros. É importante olhar o outro não como o
* No que se refere à acção do Centro de
pobrezinho, não como o desgraçado, mas
Acolhimento João Paulo II, o Padre João
“Fazer compreender esta
como aquele que é o próprio corpo de
Castelhano respondeu conjuntamente
Cristo.
com Armando Garcia, coordenador do
fraternidade humana, que não
Centro E a nossa classe política tem estado à altura da sua missão? De coração | MARÇO 2012
Eu não sei nada de política, mas às vezes dá a sensação que há políticos que querem fazer o melhor para o seu grupo, o seu partido ou para a sua clientela e não para o bem público. Quando eu vejo por aí, não só políticos mas grupos, que já estão em situação de
somos uns privilegiados e outros cidadãos de segunda é o maior
marta_riotorto@matobra.pt
desafio da Igreja”
Armando Garcia, Coordenador do Centro de Acolhimento João Paulo II e Padre João Castelhano
De coração | MARÇO 2012
ENTREVISTA 13
14 ENTREVISTA
De perfil…. Uma referência? Bento XVI. A música que não se cansa de ouvir? Prefiro música clássica. O filme que o marcou? “A Paixão de Cristo”, de Mel Gibson. É impressionante, embora não concorde inteiramente com a versão dele. Um livro? “Pai nosso que estais na Terra”, de José Tolentino Mendonça. Um objecto de que não se separa? O meu terço. Quando tem tempo gosta de…? Ler. O prato a que não resiste? Bacalhau cozido com couves, mas não sou grande garfo. Uma bebida? Vinho tinto da Bairrada. Destino de férias? Mira porque é a minha terra, mas gosto muito de viajar. Conheço a Europa quase toda, já fui à China, ao Brasil, Machu Picchu, etc.
De coração | MARÇO 2012
Uma viagem que o tenha marcado? Vietname, pela grande devoção à Nossa Senhora de Fátima. Uma qualidade de que se orgulhe e um defeito que não possa negar? Gosto de andar sempre bem disposto, o que vejo como qualidade. Como defeito, sou muito caturra.
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COM ASSINATURA MATOBRA 17
Com um pé na areia Uma casa de praia para passar os fins-de-semana era um sonho antigo desta família. Daí que a equipa de decoração da Matobra tenha assumido este pressuposto na concepção do projecto. A inspiração na praia era mesmo para assumir, criando um ambiente que permitisse marcar a diferença face à residência habitual da família. Pretendia-se uma solução para todo o espaço: um apartamento com dois quartos e duas casas de banho, para habitar por um casal com dois filhos. Desde logo, uma das grandes mais-valias do apartamento é a vista directa sobre a praia e a excelente exposição solar, que permite usufruir de iluminação natural ao máximo. Tratando-se de uma decoração pensada de raiz houve a preocupação de potenciar este elemento, pelo que os cortinados são brancos, num tecido translúcido e marcam com uma presença discreta. Desta forma, a decoração torna-se mais leve e não se perdem as vantagens do contacto com o exterior. A casa torna-se uma extensão da praia que se vê através das janelas e assumem-se os tons água, branco e bege.
De coração | MARÇO 2012
marta_riotorto@matobra.pt
18 COM ASSINATURA MATOBRA
A sala Trata-se de uma divisão com cerca de 25m2, pelo que o mobiliário deve ser confortável e funcional, mas pensado para não sobrecarregar a área disponível. Foram criados dois ambientes: uma zona de estar e não havendo mesa na cozinha, outra para refeições. Um sofá de dois lugares e uma poltrona completam a zona de estar, apoiada por um móvel TV, onde está prevista arrumação extra. Destaque para a opção pelos móveis lacados de branco e com linhas estilizadas, que tornou a sala significativamente mais leve. A mesa escolhida tem capacidade para oito pessoas e é apoiada por um aparador que permite arrumação no interior e serve de apoio para travessas e bebidas que possam não caber na mesa. Esta opção, em detrimento da alternativa habitual do louceiro, permitiu evitar o impacto visual de um móvel mais alto, que tornaria a sala aparentemente mais
De coração | MARÇO 2012
pequena.
COM ASSINATURA MATOBRA 19
Os quartos
De coração | MARÇO 2012
As dimensões dos quartos são relativamente pequenas, pelo que cada peça tem que ter a sua função justificada. A arrumação é garantida sobretudo pelos roupeiros e o apoio das mesas-de-cabeceira. Tal como nas restantes divisões da casa, os elementos decorativos são reservados sobretudo aos tecidos e ao papel de parede. Os acessórios são limitados ao máximo, para garantir que a casa se mantém de manutenção fácil e sem grande dispêndio de tempo. No quarto do casal, destaque para o papel de parede que introduz a decoração do resto da divisão. Para o quarto dos filhos, a paleta de cores, ainda que dialogante com o resto da casa, tornase mais vibrante com a introdução do vermelho. Destaque para a cabeceira de cama: uma peça única que dá continuidade às duas camas e que foi lacada de modo a replicar o padrão do papel de parede.
20 COM ASSINATURA MATOBRA
Casas de banho | Revestimento Jewels Platina, da Cliper | Pavimento Argia Antracite, da Cliper | Coluna de duche Silk, da Sanitana | Misturadora de lavatório Silk, da Sanitana | Acessórios WC da Emacor | Sanita suspensa Nexo, da Sanitana | Conjunto móvel wengué, lavatório e espelho Ibiza, da G+ | Base de duche Júlia, da Sanitana | Cabine frontal Áxis, da Roca
De coração | MARÇO 2012
| Revestimento Parede Lavatório Jewels Jade, da Cliper | Revestimento parede sanitários e pavimento Argia Antracite, da Cliper | Restante revestimento Argia Cinza Claro, da Cliper | Móvel e espelho Virtus, da Italbox | Lavatório Sweet, da Sanitana | Sanita suspensa Nexo, da Sanitana | Misturadoras Silk, da Sanitana | Base Spazio, da Sanitana | Toalheiro eléctrico steel em inox escovado, da Foursteel | Cabine Step, da Sanitana
COM ASSINATURA MATOBRA 21
Cozinha Como a cozinha comunica directamente com a sala, onde já existe mesa, todo o espaço disponível foi reservado para arrumação e confecção das refeições.
De coração | MARÇO 2012
| Móveis Brake Chocolate/Café, da Inata | Tampos e laterais em branco City, da Silestone | Forno, micro-ondas e combinado, da AEG | Placa, exaustor, máquina de louça e máquina de roupa Bosch | Misturadora Zedra, da Grohe | Lava-louça encastre inferior Supra, da Frasa | Pavimento, da Cliper
22 COM ASSINATURA MATOBRA
Branco e depurado Mais um caso de remodelação total. Os proprietários da casa pretendiam renovar a casa de banho, dandolhe um aspecto mais actual e consentâneo com o seu gosto. Em termos de funcionalidade, a única alteração possível era abdicar do bidé, mas como não pretendiam mexer na canalização, a localização dos sanitários não poderia ser alterada. Para este projecto, a equipa de decoração da Matobra, focalizouse então na escolha de três elementos base: base de duche, móvel lavatório e sanita. Um murete em gesso cartonado (pladur) até 1,15 permitiu ocultar ligações às canalizações existentes e desta forma, optar por um modelo de sanita suspenso, mais adaptado a espaços pequenos. Esta solução permitiu ainda passar a dispor de uma prateleira que, para além da funcionalidade, cria um efeito decorativo. Apostou-se nos tons claros, que permitiram criar uma sensação de maior fluidez ao utilizador que sente o espaço como agradável e confortável, sem se sentir demasiado restringido, apesar da área reduzida da divisão. De notar a pastilha colocada na parede principal. Ao contrário do branco absoluto, que se torna demasiado asséptico, a escolha do Madrepérola da Ketch cria um efeito visual mais rico, com efeitos de luz. O resultado final é um espaço funcional, clean, mas ao mesmo tempo quente e acolhedor.
marta_riotorto@matobra.pt
Recrie este estilo: | Pastilha Vante Madrepérola, da Ketch | Restante revestimento e pavimento Light Flint Marfim, da Revigres | Móvel e espelho Perfectus Branco/Nogueira, da Italbox | Sanita Nautilus Suspensa, da Valadares | Lavatório City, da Sanitana | Base de duche rectangular, da Emacor | Misturadoras Lusitano, da Bruma | Sistemas de suspensão com placa Slim, da OLI | Resguardo vidro Maria, da Italbox
De coração | MARÇO 2012
Antes
COM ASSINATURA MATOBRA 23
Ao centímetro… A dimensão reduzida desta casa de banho tornou-se um desafio maior, já que a utilizadora não queria abdicar da banheira e pretendia incluir um bidé e um móvel com capacidade para arrumação. Uma vez que a casa seria habitada durante a obra, a remodelação deveria ser feita evitando arrancar o pavimento e revestimento de paredes existentes e sem alterações de canalização, minimizando o incómodo e a duração da intervenção. Partindo destes pressupostos, para pavimento e revestimento seleccionou-se um material de espessura reduzida - Kerlite, da Margres – que, com apenas 3,5mm, permite a aplicação directa sobre o material existente, evitando acertos da porta e ombreira. Para aumentar o interesse visual, a parede principal foi revestida a pastilha - Mix Bronze, da Ketch - e para criar um efeito ilusório de maior largura, as paredes laterais, acima de 1,15m, foram forradas a espelho. Para os sanitários optou-se por uma versão suspensa - Pop, da Sanitana. Para o móvel qualquer escolha standard seria uma má opção face ao espaço disponível. A solução encontrada foi desenhada à medida, permitindo aproveitar ao centímetro a arrumação disponível. O resultado acaba por ser surpreendente, com uma zona de arrumação bastante mais ampla do que seria de esperar, com 1,56m de comprimento e uma profundidade de 35cm. marta_riotorto@matobra.pt
Recrie este estilo: | Pastilha parede banheira: Vante Mix Bronze, da Ketch | Restante revestimento e pavimento Kerlite Buxy Amande, da Margres | Louça Pop Suspensa, da Sanitana | Banheira Nexo, da Sanitana | Movel desenhado à medida lacado branco da Italbox | Lavatório Hall da Roca | Misturadoras Lusitano, da Bruma | Sistemas de Suspensão com placa Slim, da OLI
De coração | MARÇO 2012
Antes
24 COM ASSINATURA MATOBRA
MATOBRA ASSINA DECORAÇÃO DE MONTRAS CARLO VISCONTTI A Matobra iniciou uma parceria com a marca de vestuário Carlo Viscontti, assegurando a decoração das montras da loja de Coimbra, situada no piso 1, do Centro Comercial Dolce Vita. Recorda-se que, ao longo dos seus 45 anos de actividade, a Matobra tem estado direccionada para os materiais de acabamento e decoração em ambientes de banho e cozinha mas, desde há 9 anos, que a empresa conta também com um sector de decoração, vocacionado para as restantes divisões da casa. A experiência acumulada no desenvolvimento de projectos de decoração é agora aplicada num novo contexto, permitindo aos clientes da Carlo Viscontti e do Centro Comercial Dolce Vita em geral, conhecer algumas das peças de mobiliário e acessórios que aqui poderá encontrar. Recordamos que a Matobra está aberta durante a semana entre as 9h30 e as 19h00 e aos sábados entre as 10h00 e as 19h00, com interrupção para almoço entre as 13h00 e as 14h00.
De coração | MARÇO 2012
marta_riotorto@matobra.pt
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26 IDEIAS E SOLUÇÕES
Correio do leitor ORGANIZAR A SALA Comprei recentemente um apartamento e estou com algumas dificuldades em organizar a sala. Como é a minha segunda casa, tenho mobiliário ainda em bom estado que gostaria de manter, nomeadamente: dois sofás de dois lugares, um aparador de 1,60m em wengué e um móvel TV. O que me sugerem? Teresa Paula, Coimbra Cara leitora, Parabéns pela sua nova casa. A sala tem uma boa área e muita luz o que são excelentes pontos de partida para a criação deste ambiente. Pela própria configuração, esta divisão define claramente duas áreas, que podem ser transformadas em zona de estar e de refeições. Sugerimos que potencie este conceito com um sistema de divisória que marque a diferença entre os dois espaços, sem os fechar demasiado ou retirar luminosidade. O sistema de ripas até ao tecto, lacado de branco e com um espaçamento de 10 cm entre elas é uma boa solução. Partindo do mobiliário que já tem – linhas direitas e tons de beje e castanho – para a zona de refeições sugerimos uma mesa de vidro para oito pessoas. Para não impedir a circulação, nem saturar o espaço, para além desta peça, deve ser colocado apenas o seu aparador. Um espelho por cima ajuda a ampliar a zona e a reflectir a luz da janela em frente. Para a zona de estar, uma vez que a área o permite, os sofás e o móvel TV podem ser complementados com algumas peças extra que tornam o espaço mais acolhedor. Para não criar uma barreira visual excessiva, uma boa solução são dois pufs baixos e uma mesa de centro quadrada. No caso optámos por um modelo espelhado. De coração | MARÇO 2012
Para garantir alguma arrumação extra, por cima do móvel TV foi colocada uma estante. Por fim, um apontamento de papel de parede ajuda a personalizar o ambiente.
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Envie-nos as suas questões para marta_riotorto@matobra.pt
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IDEIAS E SOLUÇÕES 27
28 IDEIAS E SOLUÇÕES
Renove e instale uma casa de banho ou cozinha onde e como quiser Se pretende otimizar a organização do espaço da sua casa através de uma remodelação eficaz, fácil e económica a solução pode estar à sua disposição pelas mãos da SFA. A filosofia da empresa francesa é a de permitir que qualquer pessoa instale facilmente uma casa de banho ou cozinha em qualquer local e sem grandes obras. É um conceito do “onde quero e como quero”, seja uma cozinha, lavandaria ou espaço comercial, graças a uma gama de bombas de evacuação de fácil instalação em qualquer local. As casas de banho têm uma montagem que dispensa grandes obras e a gama de trituradores instala-se facilmente em qualquer local, com vantagens também quando se pretende a incorporação de aparelhos de ar condicionado numa divisão. SFA Sanitrit embora tenha uma nova concepção e novos desempenhos, permite que as ligações existentes não sofram alterações, de modo a facilitar a substituição de um unidade antiga. Uma nova abordagem para ter em conta e que abre novas possibilidades ao seu projeto de remodelação, ao esmo tempo que poupa tempo e dinheiro.
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30 IDEIAS E SOLUÇÕES
Candeeiros para todos os gostos De entre as oportunidades únicas que podem enriquecer a decoração de interiores lá de casa, a nossa escolha desta edição vai para os candeeiros. De formas originais, com linhas para os mais exigentes e de um design só possível nas grandes marcas, deixe que a luz entre no seu espaço a preços tão exclusivos e surpreendes, só possíveis no Mercado Popular. Seja para o quarto, para a sala ou outra divisão não perca esta promoção. Se há preços sem margem de manobra, outros há com margem de Matobra. claudio_domingos@matobra.pt
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IDEIAS E SOLUÇÕES 31
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32 ENTREVISTA
A Força de Acreditar Graça Batista ficou com o “menino nas
mãos”
numa
altura
em
que viu desaparecer o homem forte da casa e da empresa Construções
Marvoense.
Cedo
foi mãe, empresária e viúva mas tem a vantagem da juventude e do sexto sentido na gestão de uma firma que já conta com vinte anos. O sorriso fácil não esconde o rigor e a disciplina que exige dos outros, porque é assim que ela os defende, com unhas e dentes. De garras afiadas, tem escrito um percurso sustentável na vida da empresa, com uma equipa que, não se cansa de o dizer, é fantástica. As dificuldades de
ontem
transformaram-se
nas possibilidades de hoje e a força de acreditar permite-lhe ter uma atitude positiva perante os
próximos
tempos,
assim
exista sinceridade, humildade e transparência.
Experimentar
o
mercado brasileiro ainda é um desejo, mas o futuro pode estar
De coração | MARÇO 2012
mais próximo do que o esperado.
ENTREVISTA 33
Teve algumas experiências profissionais anteriores? Em termos profissionais, a Marvoense foi a minha primeira experiência. Tive sempre vontade de crescer e vencer, não temendo quaisquer obstáculos, até cheguei a tirar a carta de pesados e acompanhar o pessoal na deslocação às obras, juntamente com a entrega do material, o que causava admiração a toda a gente. Uma mulher a lidar com um veículo pesado de mercadorias era motivo de admiração, hoje é já uma situação corrente e é uma prova que as mulheres adaptam-se a tudo. Lembra-se daquilo que queria ser na infância? Quando somos mais jovens temos perspectivas diferentes do mundo do trabalho, todavia, lembro-me de ter o desejo de vir a ser uma bailarina e, noutra área, imaginava que podia ser executiva numa multinacional. Quem lhe transmitiu os ensinamentos adequados para que hoje seja quem é? Hoje sinto que devo bastante ao meu falecido marido, pela capacidade de liderança que ele incutia nas pessoas que o rodeavam, o que acabou por contribuir para que eu também conseguisse interiorizar algumas noções de gestão. Para além dos valores e princípios que os meus pais me passaram e que se tornam cada vez mais presentes com o passar dos anos. O que a motiva mais no setor da construção? A nossa missão é a de trabalhar e de contribuir para que os outros também possam ter o seu trabalho. Esse sentimento de entreajuda e de contributo é, na verdade, o elemento mais importante que um empresário pode desempenhar. A capacidade e o nível de profissionalismo da nossa equipa fazem-me sentir ainda mais a obrigação de dedicar o tempo a uma causa em comum. Depois, sentimos orgulho na confiança que transmitimos aos nossos clientes, só possível com um
nível de competência, manifestada pela sua satisfação. Foi essa força que permitiu que superássemos uma fase complicada, há dois anos atrás, com o desaparecimento do meu marido e que foi bastante difícil. Apesar de ser sócia fundadora, devo confessar que em muitas funções que exerço actualmente fui obrigada a começar do zero, porque desconhecia grande parte dos aspectos formais necessários na gestão de uma empresa, ainda para mais sendo mulher, mãe e viúva. O que lhe tem proporcionado a ligação ao mundo da construção civil? Sinto-me bastante valorizada, tanto em termos pessoais como profissionais. A certa altura era, simultaneamente, mãe e pai e tinha que gerir a empresa. Não foi fácil equilibrar o tempo para que essas situações se mantivessem na normalidade. Todavia, é nos momentos mais difíceis que aprendemos as grandes lições, daí que tenha saído mais forte e hoje sinto um enorme prazer e motivação a fazer o que faço, com uma equipa fantástica e rodeada de clientes e fornecedores que nos respeitam e que admiram o nosso percurso. É inevitável falarmos de uma crise económica sem precedentes. Qual a forma como a empresa encara esta realidade e se vê algumas perspetivas de crescimento? Sou uma mulher de fé porque acredito que conseguimos trabalhar mais e melhor em prol do país e não por estar à espera que as coisas surjam do céu. Os nossos trabalhadores são de grande valia em qualquer país do mundo, a questão é que se comportam de forma diferente quando trabalham no estrangeiro. Se temos pessoas com provas dadas no exterior, que gerem as melhores companhias e multinacionais, se temos talento, capacidade de adaptação e singramos, é porque o nosso trabalho é reconhecido. Agora temos de nos comportar de igual forma no nosso país e também reconhecermos o que de bom se faz. Essa é uma mudança que tem de acontecer. No nosso país temos de fazer mais e melhor do que fazemos actualmente e não temos de ter vergonha de mostrar ao mundo aquilo que de bom aqui fazemos. O exemplo tem de partir de nós. Do que tem mais medo nesta recessão económica e social? Em termos práticos, tenho medo dos atrasos de pagamentos por parte dos clientes e da dificuldade das empresas na obtenção
De coração | MARÇO 2012
Em que momento nasce a Construções Marvoense? A empresa surge, em 1992, pela iniciativa conjunta do meu falecido marido e de mim própria. As minhas funções na empresa eram relacionadas com a logística e o aprovisionamento geral. A organização e gestão da empresa, os assuntos do pessoal e o equipamento, bem como as relações públicas eram funções do meu marido.
34 ENTREVISTA
de crédito. Isto traz falta de liquidez ao mercado, o que acaba por afectar as empresas e o mercado, no seu global. Continuamos ativos no mercado, com varias obras na região de Aveiro, Coimbra, Figueira da Foz e agora estamos presentes em Pombal e em Soure, onde os nossos clientes têm demonstrado a sua satisfação pela nossa forma de trabalhar, pelo que a notoriedade da empresa tem vindo a aumentar. É isto que nos faz acreditar em dias melhores. Acredita que esta conjuntura vai acabar por filtrar as empresas excedentes que, ao longo dos anos, se aproveitaram de um mercado algo enganador? Já estamos a assistir a uma limpeza em relação a muitas empresas. O ritmo de construção dos últimos anos permitiu que se estabelecessem para se servirem do próprio mercado, através de vários interesses e posições estratégicas, esquecendo-se, no entanto, de apostar na formação, na tecnologia e na inovação. Nesta fase, muitas delas vão desaparecer, mas não corro o risco de generalizar, porque existem outras que podem não aguentar porque não encontraram caminhos que possibilitassem a sua mais valia e experiência.
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Sente que as pequenas e médias empresas de construção civil deveriam ser mais ouvidas por parte dos nossos políticos? O que gostaria de lhes dizer? Pode ser uma ideia comum, mas continua a existir demasiada burocracia no setor da construção civil, o que acaba por prejudicar a vida de muitas famílias e de grande parte das empresas porque não conseguem ser mais competitivas. Como tem analisado o comportamento do mercado de construção civil nesta região? Temos uma localização de grande valia, já que nos situamos numa região que tem um potencial enorme. A Câmara Municipal de Anadia e a Câmara Municipal da Mealhada são bons exemplos de uma boa gestão por parte do poder local porque são rigorosos nos seus prazos de pagamentos, o que se traduz numa vantagem nos tempos atuais, embora tenha um lado perverso, porque vêm para a região empresas que concorrem com preços que asfixiam o mercado e são as pequenas e médias empresas locais que acabam por pagar a factura dessa loucura. O que mudou, em termos de atitude, na forma de trabalhar de um profissional
de construção civil? O nível de exigência dos clientes aumentou significativamente, dado o volume de informação alcançado. Sinto especial orgulho em ver que muitas empresas nos procuram porque reconhecem a nossa credibilidade e competência porque soubemos, ao longo do tempo, dar resposta às expetativas e exigências das pessoas. O que não pode faltar a uma empresa que se quer manter no mercado numa realidade tão rigorosa como a actual? Penso que o comportamento de uma empresa deve andar sempre a par com as características humanas que nos fazem aprender a crescer, daí que valores como a sinceridade, humildade e transparência tenham de fazer parte da essência de uma estrutura que quer construir um bom nome. Para lá das qualidades técnicas, do rigor e da disciplina que devem servir como suportes ao crescimento da empresa. De que forma se vê a aposta na qualidade por parte das Construções Marvoense? Existe essa preocupação até na sede da própria empresa porque pode ser o espelho das nossas obras. O cuidado dos materiais, o pormenor nos acabamentos e a qualidade nas estruturas são factores dos quais a Marvoense não abdica, também possíveis graças a uma equipa de grande valor.
prefiro a construção nova mas a aposta no mercado de reconstrução já deveria ter sido feita. É só observarmos os nossos centros das cidades e muitos edifícios de grande valor arquitectónico, que esperam desesperadamente por obras de remodelação. Penso que os apartamentos também vão começar a ser substituídos pelas moradias e vivendas para não atrofiar ainda mais o stock de casas existentes. Como imagina que o mercado se vai comportar no curto/médio prazo? Tenho esperança que, a partir do mês de Outubro, a situação possa melhorar e acredito que o ano de 2013 vai ser mais vantajoso do que o atual. Existe a perspectiva familiar de dar a continuidade à empresa? Não nego que quero que os meus filhos continuem a fazer parte da história da empresa e que lhe dêem continuidade. O meu filho mais velho está a estudar engenharia civil e podemos assistir a esse casamento, no futuro. Penso que a mais nova tem tendência para a área das ciências mas tem ainda muito tempo para decidir. Ao longo deste tempo, que objetivo (s) alcançou que tenha orgulho? O facto de empresa continuar sólida e dinâmica no mercado, ainda para mais num contexto económico de muitas dificuldades.
Quer destacar alguma obra que tem a seu cargo, neste momento? Para lá de todas as que executamos e que foram mais valias para a empresa, posso destacar o Centro de Regeneração do Centro Urbano de Anadia e a Adega Jorge Rama, no Carqueijo.
E um objetivo que queira alcançar? Fazer as pessoas felizes e não nego que gostaria de apostar noutros mercados, embora essa questão não se coloque neste momento, mas gosto de ter sempre novas perspectivas, por exemplo o mercado brasileiro fascina-me.
Qual é a forma mais fidedigna de um casal se aperceber da qualidade de uma vivenda ou apartamento? A finalização de uma obra traduz-se nos seus acabamentos e é neles que os clientes mais reparam. As questões de pormenor e de estilo, juntamente com a informação disponível facilmente podem comprovar a qualidade do construtor.
Porque é que gosta do que faz? O facto de exercer esta atividade permiteme estar presente na vida de várias pessoas. A responsabilidade social da empresa, foi uma constante ao longo dos seus anos de existência, pelo que o apoio a associações de caráter social, ambiental e desportivo foram sempre preocupações da empresa e dos sócios e sempre tentámos dar esse exemplo, até porque estou presente em funções de responsabilidade em varias coletividades de cariz social. É este jogo de dar e receber que torna tudo tão especial.
Muitas empresas de construção civil encaram o mercado da reconstrução como um balão de oxigénio para o setor, é também essa a sua visão? As empresas têm de se adaptar às possibilidades do mercado e a reconstrução pode ser uma alavanca importante para o setor. Pelas experiências anteriores,
claudio_domingos@matobra.pt
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ENTREVISTA 35
36 ENTREVISTA
Breves
Personalidade (s) que a tenha marcado? A minha avó materna.
Um filme? Mamma Mia.
A sua melhor viagem? Brasil.
A sua ementa predilecta? Arroz de molho pardo.
Uma voz que não se cansa de ouvir? ABBA.
Um livro / um autor? Filhos brilhantes, Alunos fascinantes, de Augusto Cury.
Uma noticia para ouvir? Melhores condições e possibilidades de vida.
O sucesso é…
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A luta constante contra as adversidades.
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antigas, atribuindo-lhes uma aparência e uso renovados é, definitivamente, uma tendência na decoração. Nesta proposta, sugerimos as tapeçarias Antik Patchwork, carpetes produzidas a partir de antigos tapetes manuais, na sua maioria com mais de 50 anos. Criteriosamente seleccionadas de acordo com os seus desenhos, cores e textura, estas carpetes são cortadas e reunidas num patchwork que lhes confere uma personalidade única. No acabamento são forradas e cosidas manualmente, usando lãs vintage e de fiação manual. Com origem Turca, uma cultura reconhecida pela tradição em tapeçaria, cada tapete é uma certeza de exclusividade, já que a produção manual torna cada peça irrepetível. A descobrir na Matobra…
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ESTILUS 39
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Lava, a imagem da sua casa Pela Recer, surge Lava, como um produto porcelânico de alta resistência que reproduz o basalto, traduzindo o equilíbrio perfeito entre natureza e tecnologia. Pela perceção dos nossos sentidos, é um conceito próximo da pedra natural, que apresenta elevados níveis de resistência ao choque e desgaste. Diga-se que Lava é produzido sem recurso à extracção do basalto natural, para que a paisagem seja protegida e, em absoluto respeito pela natureza, preservando-se assim o património natural, um dos nossos tesouros. Lava permite a aplicação na arquitetura tradicional, redefinida na perspetiva de sustentabilidade e na arquitetura contemporânea, tornando-se versátil e inspirada na Natureza. Num ambiente natural, um desafio inovador.
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ESTILUS 41
42 ESTILUS
Banho elástico aos seus pés Uma nova perspetiva que enriquece o mundo do banho, pelas mãos da Fiora. Elax é a primeira base de duche flexível e elástica adptável a qualquer espaço dentro da casa de banho. Com um simples corte, Elax garante conforto, segurança e eficácia a um espaço de duche que pode ser limitado. É uma espécie de tapete elástico que absorve impactos e que garante total aderência ao chão. A sua instalação é de fácil aplicabilidade e vem acompanhada por um DVD explicativo para que não existam falhas. Um conceito desenvolvido pela equipa da Fiora que demonstrou enormes vantagens em comparação com outras bases de duche convencionais.
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claudio_domingos@matobra.pt
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ESTILUS 43
44 ESTILUS
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incluindo
temperatura,
progresso do aquecimento e estado de cada zona de indução. Pode não ter jeito para cozinhar, mas é certo que está garantido o controlo perfeito da sua receita. Provar para querer ter.
De coração | MARÇO 2012
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ENTREVISTA 47
Reinventar soluções
De coração | MARÇO 2012
Jorge Vieira é, aos 49 anos, o primeiro responsavel da Roca em Portugal. Fez um percurso dentro da empresa que lhe permite uma visão sustentatada sobres as necessidades e possibilidades do mercado português e global. Tem formação religiosa que contribui para encarar as suas reponsabilidades com o rigor e a disciplina que fazem parte dos escolhidos. Tem formação em Engenharia Electrónica e em Marketing mas é um cidadão com sede de uma aprendizagem constante. Devorador de livros e atento às artes é um homem muito idenficado com organização e capacidade de observar a realidade à lupa e retirar os valores necessários para ultrapassar esta crise. A filosofia da Roca é a de encontrar soluções mas o desejo do seu Diretor Geral é o de reinventar possibilidades de mercado e de trabalho para que o grupo se orgulhe da sua filial, em Portugal.
48 ENTREVISTA
Ao olhar para trás, a infância parece
nunca trabalhei na área que me formei.
se mantenham. Isso está sempre muito
distante ou ainda é muito presente?
Fiz alguns projetos na área da eletricidade,
presente, ainda para mais na conjuntura
Recordo uma época num país bastante mais
das comunicações, mas nunca consegui
que vivemos hoje.
pobre e com outro tipo de dificuldades na
fazer disso uma forma de subsistência.
vida das pessoas, mas podem se traduzir em
Surgiram-me oportunidades na área da
No momento atual, que características
bons ensinamentos e em gratas memorias
engenharia mas não para o projecto,
devem fazer parte de um diretor geral?
para a realidade que vivemos hoje, já que
daí
e
Não sei se haverá um livro de receitas
a sociedade esta a passar por momentos
telecomunicações, como responsável de
para épocas como as de hoje, a titulo de
mais difíceis, ainda que me assuste o facto
hardware numa empresa de Lisboa, que
exemplo, quando fui para a Argentina e
de ver situações semelhantes às daquela
tinha uma filial na Marinha Grande. A partir
perguntava às pessoas sobre os seus planos
época. Naturalmente que eram tempos em
daí surgiu outra oportunidade também na
de negocio, reparei que elas não os faziam
que se comunicava pouco, em que era difícil
Marinha Grande, na área dos moldes. Até
a prazo, então eu entendi que o longo
chegar-se a distancias relativamente curtas e
que me cansei e resolvi mudar de vida e
prazo delas era amanhã. E isso é uma das
não existe comparação com a abertura e o
acabei por incorporar a área comercial da
características desta crise, em que é difícil
conhecimento disponível atual.
Roca, no departamento de Aquecimento
fazer planeamentos porque a realidade
Central e Ar Condicionado.
muda a uma velocidade espantosa. Por
que
trabalhei
em
informática
Quais as qualidades que os outros lhe
exemplo, foram aplicadas as novas taxas
destacavam?
Como se processou essa inclusão na
de IRS, em Fevereiro, e já estamos a notar
Não posso falar pelos outros, mas guardo
Roca?
um comportamento ainda mais rígido por
na memoria o facto de me verem como um
Entrei como Delegado de Vendas no
parte das pessoas, porque sentiram a falta
menino bem comportado, organizado, o que
Departamento de Aquecimento, que já
daquele dinheiro. Temos de saber lidar com
também tem a ver um pouco com a cultura
não existe. Depois, em 1996, convidaram-
estes momentos que exigem flexibilidade
familiar e escolar que tive, já que frequentei
me para assumir a chefia de vendas do
e polivalência na forma como vemos,
uma escola primaria de cariz religioso e
Departamento de Aquecimento, posição
pensamos e fazemos as coisas.
uma boa parte do ciclo preparatório e liceu
que mantive durante cerca de um ano e
num colégio ligado a uma ordem religiosa,
meio, após o que me foi proposto passar a
O que tem a Roca construído no mercado
em Fátima. Era um ambiente bastante mais
Director Comercial na área do Aquecimento
mundial?
disciplinado e com um tipo de rigor que hoje
e dos Sanitários. Foi um desafio já que era
A
é difícil de comparar, mas foram questões
um setor que não conhecia bem. Foi uma
Barcelona, desde 1917 ate à década de 70.
que acabaram por influenciar o nosso
época em que o mercado português de
A partir dessa altura começa a expandir-
sentido
sanitários estava em grande expansão,
se, primeiro no mercado europeu e depois
não
de
responsabilidade
enquanto
crianças.
conseguíamos
ter
capacidade
Roca
tem
raízes
localizadas,
em
de
para outros horizontes, como a América
fornecimento para todos os pedidos que
Central, a América do Sul, Oriente e Africa.
Gostava da escola, era um bom aluno?
entravam. Exerci essas funções até 2006,
A Roca conseguiu diferenciar-se por se ter
Sempre gostei da escola, pela vontade
altura em que me deram a oportunidade
constituído como uma empresa que oferece
constante de aprender. No período pós-
de ir chefiar a filial da Roca Argentina, uma
um conjunto de soluções para o espaço de
revolução, entrei na escola publica num
unidade industrial num país distante e num
banho que, numa época, definimos como
ambiente totalmente diferente ao que
mercado francamente mais difícil e muito
“tudo para casas de banho” e, hoje, como
estava habituado mas em que o sentido de
diferente.
“soluções de banho”.
aceitável, porque as pessoas comportavam-
Sente mais responsabilidade na função
Como define um Grupo Multinacional
se de forma correta, daí que a mudança não
de Diretor Geral?
como a Roca?
foi assim tão grande.
A área das vendas tem um cariz imediato,
Somos um grupo com raízes familiares e isso
De coração | MARÇO 2012
responsabilidade dos alunos era bastante
enquanto que na direcção geral estamos
pode-se apresentar como uma dificuldade
O que o motivou mais para seguir
a falar de uma função que afeta dezenas
em relação a outros grupos multinacionais,
engenharia?
ou
na
já que não somos cotados em bolsa e isso
A área de projecto, de criação de qualquer
nossa
sentido
faz com que as formas com que falamos
coisa é sempre muito aliciante, mas a grande
de
verdade e, por ironia do destino, é que eu
condições para que os postos de trabalho
centenas
de
consciência,
trabalhadores pesa
responsabilidade
esse
para
e,
criarmos
e
trabalhamos
sejam
completamente
diferentes. Mas somos um grupo, acima de
ENTREVISTA 49
tudo, que mantêm uma linha relativamente tradicional e que assenta em valores fortes no que respeita ao posicionamento do grupo como marca. Portugal tem características de mercado europeu ou sulamericano?... Fazemos parte dos países do sul da Europa, que é totalmente diferente dos outros mercados europeus. Portugal, Espanha e Itália têm uma forma de funcionamento similar, mesmo em termos de padrão e de gostos. Quando passamos dos Pirinéus para diante, países como França, Alemanha e Bélgica apresentam características de mercados completamente diferentes, em que até o paradigma do design é único. Enquanto os mediterrâneos aceitam bem o produto de fora, os alemães, por exemplo, colocam grandes reservas aos produtos dos outros, têm de ser mesmo de enorme qualidade. Concorda que o mercado europeu é o mais inconstante? O facto de Portugal e Espanha terem tido épocas de especulação imobiliária bastante fortes pode levar a termos noção dessa inconstância porque, relativamente a países como a Alemanha, Suiça e França em que o setor da remodelação predomina sobre a obra nova. Quais as marcas que a Roca comercializa e o que as define? Comercializamos a marca Roca, que é a marca mais representativa, que tem mais historia e que representa um segmento de mercado entre o económico e o luxo. Depois temos a marca Zoom, que é a segunda em termos de importância de negócio e que representa o segmento de mercado mais popular e económico. Para fiinalizar, produzimos a marca Laufen, que se apresenta como a cereja no topo do bolo, que assenta no segmento de mercado premium, até pela sua origem suíça e que, em termos de volume de negócio é a que representa menos. A Roca é responsável pela revolução no mundo das casas de banho. Porque é que acha que isso aconteceu? Diria que pela visão dos fundadores e daqueles que lhes foram seguindo, a Roca terá sido uma das primeiras fabricas a inscrever nas suas peças sanitárias o seu logótipo e isso pode ter ajudado a construir parte dessa imagem, na gestão à época. E depois de terem caminhado no sentido da revolução e solução nas casas de banho, por ir adicionando e vestindo um compartimento da casa que ate estava fora do seu interior. Não é por acaso que numa habitação, as únicas divisões que estão decoradas são a casa de banho e a cozinha.
mais novidades? Eu acho que está tudo por inventar, se olharmos para outros setores e vermos as inovações que vão existindo, creio que existe espaço para muita criatividade. No caso dos espaços de banho, não estamos a falar de um mercado de grande consumo, pela sua dificuldade de circuito e de mudança, mas seguramente que vamos assistir a soluções
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Já se inventou tudo na área do banho ou podemos contar com
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inovadoras, algumas delas já foram apresentadas em concursos que a Roca desenvolveu em termos de design em espaços de banho e são ideias que podem ser comercializadas se os próprios materiais se adequarem a essas situações. Recordo uma proposta de um grupo de decoradores portugueses em que a própria casa de banho não se via mas aproximando do espaço e carregando nos botões certos, o compartimento surgia do nada através dos materiais inteligentes que se deformavam e construíam um habitáculo fechado. A crise pode ser uma fatalidade e uma oportunidade. Como é que a Roca se comporta numa realidade tão inconstante? As crises são o que são, sempre existiram e olhar para elas como uma fatalidade não é seguramente a solução, temos de saber resistir e de ver que, nestes momentos, existe a oportunidade de fazer algo diferente. Porque quando falamos em crises estamos a falar de épocas com baixos recursos disponíveis e isso acaba por ser uma forma de as empresas se reinventarem para poder dar corpo a uma sobrevivência sustentável para o futuro que se avizinha. Talvez a Roca, em Portugal, nunca tenha passado por uma fase destas, mas a Roca enquanto grupo com cem anos de historia já passou por uma Guerra Civil de Espanha, por uma Segunda Guerra Mundial, pela Crise do Petróleo na década de setenta, e tem sabido reinventar-se e sair mais forte desses momentos de dificuldade. Qual é o papel que a Roca vai continuar a desempenhar no mundo? Acima de tudo, querer continuar a desempenhar o papel de líder mundial no fornecimento de soluções para casas de banho, continuando a ter preocupações fortes a nível de sustentabilidade e design, oferecendo cada vez mais e melhor produto com funcionamento económico e procurando soluções inovadoras, oferecendo aos utilizadores produtos que os satisfaçam. E o que gostaria ainda de alcançar como responsável do grupo? Passar os próximos dois ou três anos e conseguirmos criar mecanismos para chegarmos ao final com uma boa condição e que isso seja motivo de orgulho para o próprio grupo sobre esta empresa.
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Breves Uma canção “All we need is love”, dos Beatles
Um filme “O pai foi em viagem de negócios”, do Emir Kusturica
Um livro Devoro romances históricos e thrillers
Um vinho Um bom vinho do Douro
Uma ementa Peixe grelhado, salada e um doce conventual
Uma viagem Aquela que falta fazer, uma volta ao mundo
Uma teimosia Individualista
O que é o sucesso? É o sucesso dos que estão à nossa volta
E o fracasso?
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É deixar os outros infelizes
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