Faculdade de psicologia e ciências da educação da universidade de coimbra

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Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra

Funções de um Assistente Social da Saúde nos Cuidados Continuados Integrados “Manual de Boas Práticas para os Assistentes Sociais na Saúde e na Rede de Nacional de Cuidados Continuados Integrados”

Laboratório de Competências e Identidade Profissional

Docente: Professora Helena Neves Almeida Discente: Maria Ana Silva - Nº de estudante 2014204297

20 de maio de 2015


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Índice Introdução……………………………………………………………………………….3 1 - Funções de um Assistente Social…………………………………………………….4 1.1- Nas Unidades de Internamento……………………………………………..5 1.2 - Nas Unidades de Ambulatório……………………………………………..6 1.3 - Nas Equipas Hospitalares…………………………………………………..7 1.4 - Nas Equipas Domiciliárias…………………………………………………8 Conclusão………………………………………………………………………………10 Referências Bibliográficas……………………………………………………………...11

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Introdução As intervenções em Serviço Social vão desde processos psicossociais até ao envolvimento em políticas sociais, planeamento e desenvolvimento. Isto incluí aconselhamento, trabalho social clínico, trabalho de grupo, trabalho em pedagogia social, entre outros. Muitas das práticas de Serviço Social não são exclusivas do mesmo, sendo partilhadas com outras áreas (Beckett, 2006). Uma das respostas ao envelhecimento da população e, consequentemente, às cada vez maiores necessidades da população em estado de doença prolongada e de dependência foi a criação da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados que, através de uma articulação multidisciplinar entre profissionais de várias áreas, visa a compreensão das particularidades de cada caso e de cada utente e a facilitação da comunicação entre todas as partes (Branco, Joaquim, Matias, Oliveira, & Miranda, 2006).

A Federação Internacional dos Assistentes Sociais (2002) defende que: O Assistente Social promove a resolução de problemas nas relações humanas. Ao utilizar teorias do comportamento humano e do sistema social, o Assistente Social intervém nos pontos em que as pessoas interagem com o que os rodeia. Os princípios e os Direitos do Cidadão e a justiça social são fundamentais para o Serviço Social. A Missão dos Assistentes Sociais é a de ajudar as pessoas a desenvolver as suas potencialidades, enriquecendo a sua vida. O profissional está focado na resolução de problemas e na mudança e utiliza um sistema interrelacionado de valores, teoria e prática. O presente documento tem como objetivo abordar o tema das funções dos assistentes sociais na área da saúde, nomeadamente nos cuidados continuados integrados e foi realizado no âmbito da disciplina de Laboratório de Competências e Identidade Profissional. Para tal, foi utilizado o texto “Manual de Boas Práticas para os Assistentes Sociais na Saúde e na Rede de Nacional de Cuidados Continuados Integrados” produzido pela Direção-Geral da Saúde, nomeadamente por Francisco Branco, Henrique Joaquim, Maria Aurora Matias, Maria Eduarda Oliveira, Maria Rosário Miranda.

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1 - Funções de um Assistente Social da Saúde Atualmente poucos Assistentes Sociais trabalham numa única função: os Assistentes Sociais podem estar envolvidos em entrevistar os utentes; gravar entrevistas, viajar, preencher formulários e relatórios, encontros com outros profissionais, etc. Se o próprio Assistente Social não tiver bem claro a sua função, então o trabalho pelo mesmo realizado poderá resultar no mesmo que nada (Beckett, 2006). O Assistente Social da Saúde atua numa multiplicidade de áreas, analisando cada caso e seus respetivos fatores psicossociais (económicos, sociais, psicológicos, culturais e espirituais) que influenciam o processo de reabilitação de cada utente, trabalhando e desenvolvendo projetos com os indivíduos, famílias e grupos de aconselhamento quer em situações de doença, quer em situações no domínio social. Para além disso, o assistente social assegura que os seus utentes usufruam de uma qualidade de serviços que satisfaçam as suas necessidades, realizando, assim, a sua função de advocacia social e trabalhando para a criação de grupos de apoio social, definindo e realizando projetos que visam a promoção da saúde (Branco, Joaquim, Matias, Oliveira, & Miranda, 2006). Os assistentes sociais também se certificam da qualidade dos cuidados continuados, pelo que acompanham o plano de tratamento estabelecido no início e promovem a comunicação entre as diversas identidades envolvidas no processo (familiares, utentes, profissionais) potenciando a reinserção social do utente (Branco, Joaquim, Matias, Oliveira, & Miranda, 2006). Segundo Branco, Joaquim, Matias, Oliveira, & Miranda (2006) existem dez dimensões nucleares no desempenho do assistente social na saúde: 1 - Valorização da dimensão psicossocial que consiste em recolher informações sobre o plano de tratamento e de intervenção. 2 - Informação e advocacia informando os utentes dos seus direitos e recursos sociais em situação de doença e necessidade. 3 - Gestão de recursos ao coordenar a criação de recursos e a distribuição dos custos (gastos). 4 - Planeamento da continuidade dos cuidados que consiste no planeamento de altas e admissões. 5 - Intervenção psicossocial ao disponibilizar aconselhamento e apoio emocional para lidar com situações de doença ou perda inesperada. 6 - Intervenção na crise quando existem situações de violência ou negligência e quando se dá o agravamento das doenças. 7 - Educação ao promover projetos e campanhas de sensibilização, programas interdisciplinares e de educação comunitária. 8 - Colaboração multidisciplinar ao trabalhar com profissionais de diversas áreas. 9 - Trabalho de grupo que, ao invés de trabalhar com profissionais, investe em civis e voluntários. 10 - Organização Comunitária que utiliza as instituições, privadas e públicas, já existentes para a satisfação das necessidades. Licenciatura em Serviço Social 20 de maio de 2015 4


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Cada caso é um caso e os assistentes sociais devem ter em conta não só os aspetos objetivos (económicos e sociais) como também a subjetividade dos indivíduos, visto que as situações diferem segundo o tipo de utentes: se estão a receber cuidados tendo como objetivo a cura; se estão nos cuidados paliativos procurando o controlo da doença e o conforto; se já terminaram o tratamento e venceram a doença; e se estão saudáveis, embora em risco de contrair uma doença grave (Branco, Joaquim, Matias, Oliveira, & Miranda, 2006).

1.1 - Nas Unidades de Internamento Nestas unidades, os assistentes sociais têm como objetivo assegurar a qualidade dos cuidados, rentabilizando os recursos nelas existentes e assegurar a articulação dos serviços externos e internos dos hospitais para a satisfação das necessidades. Nestas unidades, os profissionais de serviço social devem preocupar-se com o planeamento das altas hospitalares de uma forma cuidada visto que, uma alta dada baseada em informações um pouco vagas e falsas, poderá originar problemas e consequências no futuro (Branco, Joaquim, Matias, Oliveira, & Miranda, 2006). Nas unidades de internamento existem quatro modelos metodológicos de intervenção do assistente social: “o acolhimento, a elaboração do plano individual de cuidados, o acompanhamento psicossocial e a preparação da continuidade dos cuidados” (Branco, Joaquim, Matias, Oliveira, & Miranda, 2006, p. 9). O acolhimento junto ao utente e à família baseia-se no suporte emocional, facilitando a superação de situações de doença ou de perda; no apoio à integração do utente, sendo este informado dos seus direitos e deveres; na gestão de expectativas relativamente aos internamentos e ao quotidiano após e durante a doença; na adaptação à doença, informando os doentes das suas limitações e dos seus direitos; e na recolha de informação necessária à preparação da alta hospitalar. No gabinete de trabalho, o momento de acolhimento passa por uma pré-análise da situação em questão, identificando os fatores que a influenciam e por uma recolha de opiniões junto de outros profissionais da equipa (Branco, Joaquim, Matias, Oliveira, & Miranda, 2006). A elaboração do plano individual de cuidados é feita em duas dimensões: em primeiro lugar, é elaborado em equipa, havendo uma partilha de informações sobre o processo que influenciam as considerações gerais e depois dá-se a elaboração com o doente e sua respetiva família que passa pela aceitação do doente e família dos tratamentos previstos, pelo esclarecimento de dúvidas e pela estipulação de objetivos a cumprir (Branco, Joaquim, Matias, Oliveira, & Miranda, 2006). Licenciatura em Serviço Social 20 de maio de 2015 5


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O acompanhamento psicossocial junto ao utente e família faz com que o assistente social garanta um apoio emocional para facilitar a comunicação entre as diversas partes, apoie as famílias durante as mudanças provocadas pela doença fomentando a coesão entre os membros da família e prevenindo a exclusão do doente do meio familiar. Para além disso existe também um incentivo à continuidade dos estudos e da formação dos utentes, fazendo com que estes não desistam dos objetivos anteriores ao surgimento da doença (incentivo à reinserção do utente) e também um exercício de advocacia, ou seja, os assistentes sociais informam os doentes sobre os seus direitos e deveres e sobre o acesso a subsídios e serviços. Ainda junto dos doentes e familiares trabalha-se para a gestão eficaz da situação de doença e para a preparação para uma morte possível. Em gabinete, o acompanhamento psicossocial faz-se através da identificação das necessidades, recursos e potencialidades de cada caso e de cada utente e da existência de um cuidador (Branco, Joaquim, Matias, Oliveira, & Miranda, 2006). Na preparação da continuidade dos cuidados existe o planeamento da alta que consiste na identificação de necessidades como o transporte, a alimentação, as infraestruturas necessárias, entre outros e na discussão com o próprio doente de um plano de cuidados. Para além disso também se verifica se existe o material necessário ao transporte em segurança do utente e se providencia ao utente e familiares breves notas gerais sobre todo o plano de tratamento e reabilitação, lembrando que o plano é flexível e adaptável ao longo do tempo e que poderá sempre pedir e exigir explicações e outro tipo de apoios. Neste momento assiste-se igualmente à elaboração do relatório social.

1.2 - Nas Unidades de Ambulatório Nestas unidades, à semelhança das anteriormente referidas, as funções prestadas pelos assistentes sociais “incide sobre o apoio psicossocial ao doente e família, promovendo a autonomia e a capacitação dos utentes para uma vida socialmente ativa” (Branco, Joaquim, Matias, Oliveira, & Miranda, 2006, p. 16). Aqui nestas unidades podemos também encontrar os quatro modelos metodológicos de atuação anteriormente discutidos (acolhimento, elaboração do plano individual de cuidados, acompanhamento psicossocial e preparação da continuidade dos cuidados). Nestas unidades de ambulatório o acolhimento, junto ao doente e família passam pela integração nas instituições; por informar o doente e a família dos serviços que a unidade referida presta e disponibiliza; pela gestão de expectativas quanto à recuperação e tempo da mesma e pela recolha de informação que influencie a reinserção futura do doente. No gabinete de trabalho, à semelhança das unidades de internamento, procedese à análise prévia da situação do doente, à recolha de opiniões junto de outros Licenciatura em Serviço Social 20 de maio de 2015 6


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profissionais da equipa e à identificação da rede de suporte e apoio do utente (Branco, Joaquim, Matias, Oliveira, & Miranda, 2006). No plano individual de cuidados junto do doente e da respetiva família ou familiar cuidador existe uma adequação e constate revisão do plano de cuidados tendo em conta as particularidades individuais e psicossociais do utente. Junto da equipa existe a discussão conjunta dos cuidados necessários e da possibilidade de articulação das várias instituições sociais (Branco, Joaquim, Matias, Oliveira, & Miranda, 2006). No momento do acompanhamento psicossocial existe a preocupação do doente exprimir os seus sentimentos e necessidades, assim presta-se apoio na adaptação à nova vida, estimula-se o desenvolvimento de novas capacidades e prepara-se o doente e a família para a possibilidade de perda e luto. No gabinete, durante esta etapa faz-se a identificação das dificuldades existentes e da existência ou não de um familiar com a capacidade de ser o cuidador após a alta hospitalar (Branco, Joaquim, Matias, Oliveira, & Miranda, 2006). Na preparação da continuidade dos cuidados procede-se à identificação em conjunto com o doente das necessidades e garante-se a articulação e continuidade da educação e formação do doente. Para além disso procede-se à “sensibilização, motivação e consciencialização do doente para o auto-cuidado” (Branco, Joaquim, Matias, Oliveira, & Miranda, 2006, p. 19), à ativação dos recursos necessários da comunidade, e à articulação com outros locais e instituições. Aqui também se procede à realização do relatório social.

1.3 - Nas Equipas Hospitalares A equipa de gestão de altas encarrega-se da transferência dos doentes de um nível para outro de cuidados e da articulação entre recursos externos e internos dos hospitais (Branco, Joaquim, Matias, Oliveira, & Miranda, 2006). Nestas equipas, um assistente social assegura a articulação entre as várias partes envolvidas no processo de tratamento e acompanhamento do utente, o acompanhamento e monitorização, a avaliação do planeamento das altas, a uniformização dos processos de recolha de informação, a avaliação dos processos de intervenção e a atualização dos recursos de saúde e sociais (Branco, Joaquim, Matias, Oliveira, & Miranda, 2006). A equipa de suporte em cuidados paliativos, como o nome indica, trata de casos de doentes em fim de vida. Aqui, as funções centram-se no apoio psicossocial prestado ao doente e à família (Branco, Joaquim, Matias, Oliveira, & Miranda, 2006). Segundo os autores, podemos observar o desempenho destas equipas a três níveis: “prestação de cuidados, apoio interprofissional e ações de extensão à comunidade” (Branco, Joaquim, Matias, Oliveira, & Miranda, 2006, p. 21). Licenciatura em Serviço Social 20 de maio de 2015 7


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Na prestação de cuidados avaliam-se as necessidades psicossociais, os comportamentos e reações; identificam-se os grupos de risco e vulneráveis e os fatores que se associam ao luto: no momento da morte e após a morte. Para além disso existe uma intervenção ao nível do reforço da informação dada ao paciente sobre a doença, tratamentos, sintomas, consequências; do reforço da comunicação e abertura entre as várias partes e do pensamento positivo (Branco, Joaquim, Matias, Oliveira, & Miranda, 2006). O apoio interprofissional da equipa consiste na discussão de situações, na promoção de suporte emocional aos profissionais e numa formação específica nos cuidados paliativos (Branco, Joaquim, Matias, Oliveira, & Miranda, 2006). Nas ações de extensão à comunidade, o assistente social desenvolve e cria novas parcerias, participa em formações e acompanha os vários projetos (Branco, Joaquim, Matias, Oliveira, & Miranda, 2006).

1.4 - Nas Equipas Domiciliárias Nas equipas domiciliárias o que mais importa é o meio envolvente e a capacidade de certos grupos se organizarem para dar resposta às necessidades especiais da comunidade. Divide-se em quatro momentos: “o atendimento individualizado; a gestão institucional; o trabalho de grupo; e a organização comunitária” (Branco, Joaquim, Matias, Oliveira, & Miranda, 2006, p. 24). O atendimento individualizado divide-se em várias fases: a preparação da primeira visita domiciliária, a primeira visita domiciliária, as reuniões de equipa multidisciplinar e intersectorial e o acompanhamento psicossocial. A primeira baseia-se numa pré-análise do caso, prevendo necessidades como o estímulo do auto-cuidado, os serviços médicos e sociais, as possibilidades económicas e financeiras e analisando a estrutura familiar. Na primeira visita domiciliária deve criar-se uma relação de empatia em que o assistente social ouve o paciente e as suas necessidades para a promoção de uma autonomia, discutindo assuntos como predisposição para tratamentos alternativos, redes e instituições de apoio, elaborando um plano de cuidados. Nas reuniões em equipa multidisciplinar e intersectorial faz-se a avaliação da evolução do paciente, promove-se a articulação entre várias instituições e a avaliação das necessidades. Por fim, o acompanhamento psicossocial relaciona-se com a estimulação do desenvolvimento de novas competências, com o reconhecimento das próprias capacidades do doente, com o incentivo à formação escolar e profissional, com a articulação dos diversos serviços já existentes na comunidade e com a preparação para situações de morte (Branco, Joaquim, Matias, Oliveira, & Miranda, 2006).

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A gestão institucional tem como objetivos principais uniformizar os critérios de recolha de informação, realizar estudos acerca dos fatores de risco e vulnerabilidades e tendências, promover a articulação entre os serviços da comunidade e avaliar a qualidade das respostas (Branco, Joaquim, Matias, Oliveira, & Miranda, 2006). Nos trabalhos de grupo, criam-se pequenos grupos de auto-ajuda onde os membros têm algo em comum (por exemplo, a mesma doença), incentivam-se ações de voluntariado e de iniciativas de grupos ou organizações (Branco, Joaquim, Matias, Oliveira, & Miranda, 2006). Quanto à organização comunitária deve-se começar por dizer que “Trata-se, portanto, da organização de comunidades identitárias, onde a ação profissional tem por finalidade mudanças de atitudes e a promoção ou criação de serviços para um grupo social” (Branco, Joaquim, Matias, Oliveira, & Miranda, 2006, p.28). Os autores recorrem a Comeau (2005) para afirmarem que existem três etapas neste processo de intervenção: “a identificação do meio de intervenção e da problemática e a planificação da ação” (Branco, Joaquim, Matias, Oliveira, & Miranda, 2006, p. 28). Quanto à identificação do meio de intervenção faz-se uma análise dos fatores históricos, culturais, económicos, comparando-os em seguida. A identificação da problemática consiste em identificar e avaliar o problema realizando uma lista dos problemas sociais existentes, análises sociais, identificando as necessidades existentes e as oportunidades e, por fim, os interesses em jogo, ou seja, “Um ponto de vista pode ser mais ou menos dominado e os atores têm interesse em fazer valer o seu ponto de vista” (Branco, Joaquim, Matias, Oliveira, & Miranda, 2006, p. 29). Por fim, procede-se à planificação da ação: as estratégias e métodos a utilizar, os objetivos gerais, os meios necessários, entre outros (Branco, Joaquim, Matias, Oliveira, & Miranda, 2006).

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Conclusão O serviço social abrange várias dimensões e funções, contudo, é necessária uma certa especialização dos profissionais conforme a área em que trabalham. Os Assistentes Sociais da área da saúde enfrentam vários desafios visto que lidam, muitas vezes, com situações de doenças terminais. Por isso, estes têm de ter em atenção ao tipo de unidade hospitalar em que trabalham, adequando, assim, o seu comportamento, perante as diversas situações e desafios. Na área da saúde o assistente social deve conceber à família e ao utente, não só os recursos materiais necessários ao bem-estar e a uma qualidade de vida, como também deve assegurar apoio emocional e psicológico, motivando e incentivando utentes e famílias a participar em ações e projetos de voluntariado que chamem à atenção para as diversas necessidades de um doente crónico, por exemplo (Branco, Joaquim, Matias, Oliveira, & Miranda, 2006). Os Assistentes Sociais da saúde atribuem maior relevância aos fatores psicossociais como determinantes no processo de tratamento de cada caso, havendo uma planificação personalizada conforme as situações que surgem, por isso, desde o século XX que, das equipas hospitalares, fazem parte assistentes sociais. Embora as funções deste tipo de assistentes sociais difiram dos restantes que trabalham, por exemplo, na Segurança Social, defendem também o mesmo código e ética profissional estabelecido pela Federação Internacional dos Assistentes Sociais (Branco, Joaquim, Matias, Oliveira, & Miranda, 2006).

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Referências Bibliográficas Branco, F., Joaquim, H., Matias, M. A., Oliveira, M. E., & Miranda, M. R. (2006). Manual de Boas Práticas para os Assistentes Sociais da Saúde na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (29/DSPCS). Direção-Geral da Saúde. Beckett, C. (2006). What is Social Work? In Essential Theory for Social Work Practice (pp. 3-15). London: SAGE.

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