Revista

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Arthur Conan Doyle

Biografia Vida e Obra Sherlock Holmes


Trabalho realizado pelos alunos da: E.E.E.F.M Heitor Villa-Lobos Professor: Marcos Pereira *Produção sem fins lucrativos *Objetivo: divulgação de obras e autores de romance policial, incentivo a leitura

Expediente Pesquisas: Jhenisson Rossi

Correção

Douglas Diego

Imagens

Renato Cozer

Diagramação

Mateus Xavier


Conan Doyle Sir Arthur Ignatius Conan Doyle foi um escritor e médico britânico, nascido na Escócia, mundialmente famoso por suas 60 histórias sobre o detetive Sherlock Holmes , consideradas uma grande inovação no campo da literatura crimina. Foi um escritor prolífico cujos trabalhos incluem histórias de ficção científica, novelas históricas, peças e romances, poesias e obras de não-ficção.

Arthur Conan Doyle formouse em medicina, que praticou até 1891. Tornou-se famoso graças aos contos e romances policiais que escreveu e, particularmente, à sua criação máxima: o detetive Sherlock Holmes, bem como seu inseparável companheiro, o médico dr. Watson

Arthur Conan Doyle viveu e escreveu parte de suas obras em Southsea, um bairro elegante de portsmouth 3


Foi a publicação, em 1887, de "Um estudo em vermelho" que deu a Conan Doyle notoriedade imediata. Nesse, como em suas outras histórias policiais, o personagem principal é o detetive de inteligência penetrante, que toca violino e faz uso de morfina para aliviar as tensões provocadas pelo excesso de concentração em cada caso Sherlock Holmes é o detetive eminentemente cerebral, capaz de, à vista de um simples cartão de visita, traçar o perfil de seu dono, fornecendo dados que causam surpresa e admiraçãoNos livros de Doyle há sempre um duelo entre o detetive e seu inimigo oculto, também dotado de inteligência rara Moriarty

O estilo direto da narrativa e a vivacidade dos diálogos, acrescidos do poder de imaginação nas tramas, fazem de Conan Doyle um autor lido sempre com agrado. Sua engenhosidade teve o mérito de estimular o desenvolvimento da criminologia. E seus livros jamais foram superados - nem mesmo pelo moderno romance policial, quase sempre de estilo mais agressivo A ampla bibliografia de Arthur Conan Doyle, em que se relatam as aventuras de Sherlock Holmes e seu companheiro dr. Watson, é conhecida como "cânone holmesiano", e é formada por quatro romances e 56 contos. A Primeira Guerra Mundial afetou Conan Doyle profundamente, levandoo a converter-se ao espiritismo

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Vida e obra Outros trabalhos de Conan Doyle foram frequentemente obscurecidos por sua criação mais famosa, e, em dezembro de 1893, ele matou Holmes (junto com o vilão professor Moriarty), tendo a Áus-tria como cenário no conto “O problema final” (Memórias de Sherlock Holmes). Holmes ressuscitou no romance O cão dos Bas-kerville, publicado entre 1902 e 1903, e no conto “A casa vazia” (A ciclista solitária), de 1903, quando Conan Doyle su-cumbiu à pressão do público e revelou que o detetive conseguira burlar a morte. Conan Doyle foi nomeado cavaleiro em 1902 pelo apoio à polí-tica britânica na guerra da África do Sul, recebendo o título de Sir. Morreu em 1930 na Inglaterra.

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Livros de Conan Doyle na Coleção L&PM Pocket Aventuras inéditas de Sherlock Holmes Sherlock Holmes em A juba do leão e outras histórias As melhores histórias de Sherlock Holmes Memórias de Sherlock Holmes Sherlock Holmes em A ciclista solitária A nova catacumba e outras histórias e outras histórias Sherlock Holmes em Os seis bustos de Sherlock Holmes em Um escândalo na Napoleão e outras histórias Boêmia e outras histórias Sherlock Holmes em O signo dos Sherlock Holmes em O cão dos quatro Baskerville Sherlock Holmes em O solteirão nobre Dr. Negro e outras histórias e outras histórias Sherlock Holmes em Um estudo em O último adeus de Sherlock Holmes vermelho Sherlock Holmes em O vampiro de Sherlock Holmes em O vale do terror Sussex e outras histórias

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herlock Holmes Rios de tinta ter corrido desde 1887, quando Sherlock Holmes foi introduzido pela primeira vez ao mundo, em uma aventura intitulado A Study in Scarlet .

Isto é como Conan Doyle descreveu-o muito mais tarde: A "corda fina, escura" homem ", com uma cara aguda alta de nariz, penetrando olhos cinzentos, ombros angulares." Dr. Bell "sentava-se em sua sala de recepção com um rosto como um índio Vermelho, e diagnosticar as pessoas como elas chegaram, antes mesmo que eles abriram a boca Ele iria dizerlhes detalhes de sua vida passada;. E dificilmente ele sempre fazer um erro. "

A maioria dos fãs do grande detetive conhecê-lo tão bem, que eles sentem que têm realmente o conheci. Por isso, seria presunçoso para tentar defini-lo aqui, como seus muitos amigos e admiradores possam cada um tem visões muito diferentes sobre este personagem lendário. Devemos os melhores looks da grande detetive, ao Sydney Paget, que levou o Para aqueles que não fizeram-se as seu irmão "extraordinariamente suas mentes, ele pode ser útil se ler bonito" Walter como modelo, quando autobiografia, de Sir Arthur Conan ele ilustrou um grande número de Doyle memórias e aventuras . Eles, histórias de Sherlock Holmes sem dúvida, sair com a noção de que Sherlock Holmes se assemelha em muitos aspectos, Dr. Joseph Bell, um dos professores da Faculdade de Medicina da Universidade de Edimburgo. Arthur Doyle tinha dezessete anos quando conheceu o Dr. Joseph Bell, que era então trinta e nove anos. O médico deixou uma impressão indelével sobre o jovem estudante.

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Dr. John H. Watson Dr. John H. Watson é um personagem de ficção, biógrafo e companheiro dos casos de Sherlock Holmes, o famoso detetive do século XIX criado pelo escritor britânico Sir Arthur Conan Doyle. Amigo, associado, assistente, biógrafo e cronista de Sherlock Holmes. É graças aos registros de Watson que o mundo passou a conhecer as façanhas do Grande Detetive, descritas de maneira instigante por esse médico que provou-se extremamente talentoso nas letras. John H. Watson nasceu por volta de 1850, filho de Henry Watson e irmão de Henry Jr., que faleceu por problemas com a bebida. Depois da morte da mãe, a família mudou-se para a Austrália. Lá, o jovem Watson passou a maior parte de sua infância, retornando, anos mais tarde, à Inglaterra a fim de completar seus estudos. Provavelmente em 1872, ingressou na Universidade de Londres, intencionando formar-se em medicina. Por volta do mesmo ano, serviu como cirurgião assistente no Hospital de St. Bartholomew, em Londres, e participou das partidas de rúgbi do clube Blackheat.

Dr Watson

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Irene Adler

Irene Adler é uma personagem de ficção da série de romances e contos sobre Sherlock Holmes, criados pela imaginação do escritor escocês Sir Arthur Conan Doyle. É uma das personagens femininas de destaque nas aventuras do famoso detetive, embora apareça somente num conto, Um Escândalo na Boêmia, que faz parte da coletânea As Aventuras de Sherlock Holmes. Muitas vezes ela é apresentada como o interesse romântico do personagem Sherlock Holmes em outras obras e variações. Segundo os arquivos de Sherlock Holmes, Irene Adler nasceu em 1858 em Nova Jérsey, nos Estados Unidos. Contralto, cantou no La Scala de Milão, na Itália, e foi a atriz principal na Ópera Imperial de Varsóvia, na Polônia. Abandonou os palcos e reside em Londres, mas ainda apresenta alguns recitais.

Relacionamento com Holmes Adler conquista a admiração ilimitada de Holmes. Quando o rei da Boêmia diz que Irene seria uma rainha admirável e é uma pena que não seja do mesmo nível que ele, Holmes responde friamente que, pelo que viu, ela não parece na verdade do mesmo nível dele, isto é, está em nível superior. Quando Holmes fala de Irene Adler, é sempre com o título honroso de a mulher. Na abertura do conto Um Escândalo na Boêmia, o Dr. Watson descreve a grande consideração que Holmes tem por ela.

Irene Adler, em desenho deCharles Dana Gibson.

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Arthur Conan Doyle Escândalo na Boêmia Para Sherlock Holmes, ela é sempre a mulher. Poucas vezes ouvi-o mencioná-la sob qualquer outro nome. A seus olhos ela ofusca e predomina sobre todo seu sexo. Não é que ele sentisse uma emoção assim como amor por Irene Adler. Todas as emoções, e essa em particular, eram abomináveis à sua mente fria e precisa, embora admiravelmente equilibrada. Ele era, em minha opinião, a máquina mais perfeita de raciocínio e observação que o mundo jamais viu - mas, como amante, ter-se-ia colocado em posição falsa. Nunca se referia às paixões sem zombar e escarnecer delas. Eram admiráveis para o observador, excelentes para arrancar o véu que encobre as motivações e as ações dos homens. Mas para um raciocinador treinado admitir essa intrusões em seu temperamento delicado e precisamente ajustado seria o mesmo que introduzir um fator perturbador que poderia pôr em dúvida todas as suas conclusões racionais. Areia em um instrumento sensível, ou uma racha em uma de suas poderosas lentes, não seria maior distúrbio que uma emoção forte em uma natureza como a sua. No entanto, só havia uma mulher para ele, e essa mulher era a ex-Irene Adler, uma recordação meio duvidosa e suspeita. Vira Holmes muito pouco ultimamente. Meu casamento nos separara. Minha felicidade tão completa e meu interesse todo concentrado no lar, o que sucede com o homem que pela primeira vez se vê senhor de sua própria casa, eram suficientes para ocupar toda minha atenção; enquanto que Holmes, que detestava qualquer forma de sociedade com toda a força de sua alma boêmia, continuava em nossos aposentos na Baker Street, afundado em velhos livros, passando alternadamente, de semana em semana, da cocaína à ambição, da sonolência da droga à feroz energia de sua intensa natureza. Como sempre, ainda se sentia profundamente atraído pelo estudo do crime e ocupava suas vastas faculdades mentais e extraordinários poderes de observação em seguir os indícios e elucidar os mistérios que haviam sido dados por insolúveis pela polícia oficial. De quando em quando ouvia alguma coisa sobre suas aventuras: fora chamado a Odessa com relação ao assassinato de Trepoff, esclarecera a singular tragédia dos irmãos Atkinson em Trincomalee e finalmente desempenhara com sucesso uma delicada missão para a família real da Holanda. Fora esses sinais de atividade que eu simplesmente compartilhava com todos os leitores da imprensa diária, pouco sabia de meu ex-amigo e


Uma noite - foi no dia 2 de março de 1888 - voltava de uma visita a um doente (pois voltara a praticar medicina) e meu caminho me levou à Baker Street. Ao passar em frente à porta tão familiar, que mentalmente sempre associo a meu namoro e aos sombrios acontecimentos do Estudo Vermelho, senti forte desejo de ver Holmes novamente e saber como estava utilizando seus extraordinários poderes. Seus aposentos estavam brilhantemente iluminados e, ao olhar para cima, vi sua figura alta e magra passar duas vezes, uma silhueta escura contra a cortina. Andava de um lado para o outro, rápido e impaciente, o queixo afundado no peito e as mãos cruzadas nas costas. Para mim, que conhecia todos os seus estados de espírito e todos os seus hábitos, essa atitude revelava tudo. Estava trabalhando novamente. Emergira dos sonhos criados pela droga e estava seguindo entusiasticamente a pista de algum novo mistério. Toquei a campainha e fui levado à sala que fora antigamente em parte minha também. Não demonstrou nada ao me ver - não era expansivo. Mas acho que ficou contente de me ver. Sem dizer nada, mas com um olhar bondoso, fez sinal para uma poltrona, jogou-me sua carteira de charutos e indicou uma garrafa de bebida e um sifão a um canto. Ficou, então, de pé em frente à lareira e olhou para mim com aquele seu olhar introspectivo. - O matrimônio lhe fez bem - comentou. - Acho, Watson, que engordou três quilos e meio desde a última vez que o vi. - Três - respondi. - É mesmo? Pensei que fosse um pouco mais. Um pouquinho mais, acho, Watson. E estou vendo que voltou a exercer a medicina. Não me disse que pretendia voltar a trabalhar. - Então como sabe? - Vi, deduzi. Como é que sei que recentemente você se molhou muito e que tem uma empregada muito desajeitada e descuidada? - Meu caro Holmes, - disse - isso é demais. Na certa teria sido queimado vivo se tivesse vivido uns séculos atrás. É verdade que fui passear no campo quinta-feira e voltei para casa encharcado. Mas como mudei de roupa não posso imaginar como você descobriu isso. Quanto a Mary Jane, é mesmo incorrigível e minha esposa já a despediu. Mas isso também não sei como você adivinhou. Deu uma risadinha para dentro e esfregou as mãos de longos dedos sensíveis.


- Muito simples - disse. - Meus olhos me dizem que no lado de dentro do sapato de seu pé esquerdo, exatamente onde a luz da lareira está batendo, o couro está arranhado por seis cortes quase paralelos. Obviamente esses arranhões foram causados por alguém que tentou raspar a lama que secara em volta da sola, e que não foi muito cuidadosa. Daí minha dedução dupla de que você sofria com mau tempo e que tinha em casa um exemplar malévolo, cortador de botas, da classe doméstica de Londres. Quanto a você clinicar, se um cavalheiro entra em meus aposentos cheirando a iodo, com uma mancha negra de nitrato de prata no indicador direito e uma saliência no lado do chapéu mostrando onde escondeu o estetoscópio, seria muito burro se não visse logo que era membro ativo da profissão médica. Não pude deixar de rir diante da facilidade com que ele explicava o processo de suas deduções. - Quando ouço você enumerar suas razões comentei - tudo me parece tão ridiculamente simples que eu poderia facilmente fazer o mesmo, mas a cada exemplo sucessivo de seu raciocínio fico completamente confuso, até você explicar o processo. No entanto, acho que meus olhos são tão bons quanto os seus. - Isso mesmo - respondeu, acendendo um cigarro e jogando-se em uma poltrona. - Você vê, mas não observa. A diferença é clara. Por exemplo, viu muitas vezes os degraus que levam do hall a esta sala, não é? - Sim. - Quantas vezes? - Bem, algumas centenas. - Então quantos são? - Quantos? Não sei. - Aí está. Você não observou. No entanto, viu. Era isso que queria dizer. Sei que há dezessete degraus porque vi e observei. Por falar nisso, já que está interessado nesses pequenos problemas, e teve a bondade de registrar uma ou duas das minhas experiências, talvez ache isso interessante. - Estendeu uma folha grossa de papel rosado que estivera todo o tempo aberta sobre a mesa. Veio na última entrega de correspondência - disse. - Leia em voz alta. Não havia data, nem assinatura, nem endereço. Li: - “Hoje à noite, às quinze para as oito, receberá a visita de um cavalheiro que deseja consultá-lo sobre assunto da maior importância. Os serviços que prestou recentemente a uma das Casas Reais da Europa provaram que é pessoa


em que se pode confiar assuntos importantes de uma magnitude que não se pode exagerar. Essa informação sua foi por muitas pessoas dada. Em casa a essa hora esteja então e não leve a mal se uma máscara o visitante usar”. -É realmente um mistério - comentei. - Que acha que significa isso? - Não tenho os fatos ainda. É erro grave formular teorias antes de obter os fatos. Sem querer, começamos a torcer os fatos para se adaptarem às teorias, em vez de formular teorias que se ajustem aos fatos. Mas quanto ao bilhete, o que deduz dele? Examinei cuidadosamente a caligrafia e o papel. - O homem que escreveu isso - falei finalmente procurando imitar o processo de meu companheiro - era provavelmente uma pessoa de recursos. Papel desta qualidade custa pelo menos meia coroa o pacote. É excepcionalmente grosso. Excepcional, é isso mesmo - disse Holmes. - Esse papel não é inglês. Segure-o contra a luz. Fiz o que mandava e vi um E maiúsculo com um g pequeno, um P e um G grandes com um t pequeno tecidos no papel. - Que deduz disso? - perguntou Holmes. - Deve ser o nome do fabricante, sem dúvida. - Nada disso. O G com o t pequeno quer dizer Gesellschaft, que em alemão significa Companhia. É uma abreviatura, é claro, reparei. E agora o Eg. Vamos olhar no Dicionário Geográfico. - Tirou um volume marrom pesado das estantes. - Eglow, Eglonitz... aqui está, Egria. Fica em país de língua alemã...na Boêmia, não muito longe de Carlsbad. “Notável por ter sido a cena da morte de Wallenstein, e por numerosas fábricas de vidro e de papel”. Ha, lia, meu amigo, que diz disso? - Seus olhos brilhavam e desprendeu uma grande nuvem azul e triunfante do cigarro. - O papel foi feito na Boêmia - respondi. - Exatamente. E o homem que escreveu o bilhete é alemão. Reparou na construção peculiar da frase “Essa informação sua foi por muitas pessoas dada”. Um francês ou um russo nunca escreveria isso. É uma construção tipicamente alemã. Portanto, só resta descobrir o que deseja esse alemão que escreve em papel da Boêmia e prefere usar uma máscara que mostrar o rosto. E aí vem ele, se não me engano, para resolver todas as nossas dúvidas. Enquanto


- Uma parelha, pelo barulho - disse. - É - continuou, olhando pela janela um belo caleche e uma linda parelha. Cento e cinqüenta guinéus cada animal. Há muito dinheiro nesse caso, Watson, mesmo que não haja nada mais. -Acho melhor eu sair, Holmes. - Nada disso, Doutor. Fique onde está. Fico perdido sem meu Boswell. E isso parece ser interessante. Seria uma pena não assistir. - Mas seu cliente... - Não importa. Posso precisar de seu auxílio e ele também. Aí vem ele. Sente naquela poltrona, Doutor, e dê-nos toda sua atenção. Um passo lento e pesado, que se fizera ouvir na escada e no corredor, parou do outro lado da porta. Seguiu-se uma pancada forte e autoritária. - Entre - disse Holmes. Entrou um homem que não podia ter menos de um metro e noventa e cinco de altura, com o tronco e os membros de um Hércules. Suas roupas eram de uma riqueza que, na Inglaterra, era considerada prova de mau gosto. Largas tiras de astracã riscavam horizontalmente as mangas e a frente do casaco, e o manto azul-escuro jogado sobre os ombros era forrado de seda cor-de-fogo e preso no pescoço por um broche feito de um berilo flamejante. Botas cobrindo a metade das pernas, enfeitadas no alto com luxuosa pele marrom, completavam a imagem de opulência barbaresca. Segurava em uma das mãos um chapéu de abas largas e usava na parte superior do rosto uma meia máscara preta que aparentemente ajustara naquele momento, pois os dedos ainda a tocavam ao entrar. Pelo que se via da parte inferior do rosto, parecia ser um homem de personalidade forte, com um lábio grosso, pendente, e um queixo comprido que sugeria resolução que chegava às raias da obstinação. - Recebeu meu bilhete? - perguntou em voz profunda e áspera com, forte sotaque alemão. - Disse que viria vê-lo. - Olhou de um para o outro, como se não soubesse a quem se dirigir. - Tenha a bondade de se sentar - disse Holmes. - Este é meu amigo e colega, Dr. Watson, que ocasionalmente faz a gentileza de me ajudar em meus casos. A quem tenho a honra de dirigir a palavra? - Pode me tratar de Conde von Kramm, um nobre da Boêmia. Espero que este cavalheiro, seu amigo, seja um homem de honra e discrição a quem posso confiar um assunto da maior importância. Se não, prefiro comunicar-me com o senhor a sós.


Levantei-me para sair, mas Holmes segurou meu braço e me empurrou na poltrona. - Ou nós dois, ou ninguém - disse. - Pode dizer na frente deste cavalheiro tudo que quer dizer a mim. O Conde sacudiu os ombros largos. - Então é melhor começar - disse pedindo a ambos absoluto segredo por dois anos, depois disso o assunto não terá nenhuma importância. No momento - não é exagero dizer que é tão importante que pode influenciar a história da Europa. - Prometo - disse Holmes. - Eu também. - Perdoem esta máscara - continuou o estranho visitante. - A pessoa augusta a quem sirvo deseja que seu agente não seja conhecido pelos senhores e devo confessar desde já que o título que acabei de me conferir não é exatamente o meu. - Percebi isso - disse Holmes secamente. - As circunstâncias são extremamente delicadas e todas as precauções devem ser tomadas para abafar o que se pode tornar um escândalo imenso e comprometer seriamente uma das famílias reinantes da Europa. Para falar claramente, o assunto envolve a grande Casa de Ornistein, herdeiros do trono da Boêmia. Também percebi isso - murmurou Holmes, acomodando-se na poltrona e fechando os olhos. - Nosso visitante lançou um olhar surpreso à figura lânguida e relaxada do homem que certamente havia sido recomendado como tendo o raciocínio mais incisivo e sendo o agente mais ativo da Europa. Holmes abriu os olhos devagar e fitou o gigantesco cliente com impaciência. - Se Sua Majestade se dignar a expor seu caso - comentou - ficaria em posição de ajudá-lo. O homem saltou da cadeira e andou de um lado para o outro, visivelmente perturbado. Então, com um gesto de desespero, arrancou a máscara do rosto e atirou-a no chão. - Está certo - exclamou - sou o Rei. Por que tentar encobri-lo? - Realmente, por quê? - murmurou Holmes. - Antes de Sua Majestade dizer qualquer coisa, já sabia que era Wilhelin Gottsreich Sigismond von Ornistein, Grão-Duque de Cassel-Falstein e herdeiro do trono da Boêmia.


- Mas o senhor deve compreender - disse nosso estranho visitante, sentando-se novamente e passando a mão pela testa ampla e branca - o senhor deve compreender que não estou habituado a tratar desses negócios pessoalmente. Entretanto o assunto era tão delicado que não podia confiá-lo a um agente sem me colocar totalmente em seu poder. Vim de Praga incógnito para consultá-lo. - Então, por favor, consulte-me - respondeu Holmes, fechando os olhos de novo. - Os fatos são essencialmente os seguintes: há uns cinco anos, durante uma longa visita a Varsóvia, conheci a famosa aventureira Irene Adler. Sem dúvida conhece esse nome. - Tenha a bondade de procurar em meu arquivo, Doutor - murmurou Holmes sem abrir os olhos. Por muitos anos colecionara resumos de informações sobre pessoas e coisas diligentemente e era difícil mencionar uma pessoa ou um assunto sobre o qual não pudesse imediatamente fornecer dados. Nesse caso, encontrei a biografia dela entre um rabino hebraico e um comandante que escrevera uma monografia sobre os peixes do fundo do mar. - Deixe-me ver - disse Holmes. - Hum! Nasceu em Nova Jérsei em 1858. Contralto... La Scala...Hum! Prima-dona da Ópera Imperial de Varsóvia... Sim. Retirou-se do palco... Mora em Londres... muito bem, a Sua Majestade, pelo visto, envolveu-se com essa jovem, escreveu-lhe umas cartas comprometedoras e agora quer reavê-las. - Precisamente. Mas como... - Houve um casamento secreto? - Não. - Nenhum contrato ou compromisso legal? - Não. - Então não compreendo Sua Majestade. Se essa jovem senhora apresentasse as cartas para fins de chantagem, ou outros, como poderia provar sua autenticidade? - Pela caligrafia. - Podia ser falsificada. - Meu papel de cartas pessoal. - Roubado. - Meu sinete.


- Minha fotografia. - Comprada. - Ela também saiu na fotografia. - Oh! Que pena! Sua Majestade realmente foi indiscreto. - Estava louco e fora de mim. - Comprometeu-se seriamente. - Eu era apenas o Príncipe Herdeiro nessa época. Era jovem. Só tenho trinta anos agora. -É preciso reavê-la. - Tentamos e fracassamos. - Sua Majestade deve pagar. Temos de comprá-la. - Ela não quer vendê-la. - Roubá-la, então. - Foram feitas cinco tentativas. Duas vezes ladrões pagos por mim revistaram sua casa. Uma vez desviamos sua bagagem quando viajava. Duas vezes armamos uma emboscada para ela. Não conseguimos nada. - Nenhum sinal da fotografia? - Absolutamente nenhum. Holmes deu uma risada. - É um problema bem interessante - disse. - Mas muito grave para mim - retorquiu o Rei, em tom apreensivo. - Bastante grave, é certo. E o que ela pretende fazer com a fotografia? - Arruinar-me. - Mas como? - Estou prestes a me casar. - Já sabia. - Com Clotilde Lothman von Saxe-Meningen, a segunda filha do Rei da Escandinávia. Talvez conheça os princípios rígidos de sua família. Ela mesma é a essência da delicadeza. A sombra de uma dúvida quanto à minha conduta seria o suficiente para acabar tudo. - E Irene Adler? - Ameaça mandar-lhe a fotografia. E é capaz de fazê-lo. Sei que o fará. O senhor não a conhece, mas ela tem uma alma de aço. Tem o rosto da mais bela das mulheres, e a mentalidade do mais resoluto dos homens. Para me impedir de casar com outra mulher, não há nada que hesite em fazer, absolutamente nada. - Tem certeza que ainda não a mandou? - Tenho.


- Por quê? - Porque disse que mandá-la-ia no dia em que fosse anunciado o noivado. Isso será na próxima segunda-feira. - Bem, então temos ainda três dias - disse Holmes, bocejando. - Ainda bem, pois tenho um ou dois assuntos importantes para tratar no momento. Sua Majestade certamente ficará em Londres por enquanto? - Claro. Pode me encontrar no Langliam, sob o nome de Conde von Kramm. -Então lhe mandarei umas linhas contando nosso progresso. - Por favor. Ficarei ansioso. - E quanto a dinheiro? - Tem carta branca. - Totalmente? - Garanto-lhe que daria uma das províncias do meu reinado para conseguir aquela fotografia. - E quanto às despesas imediatas? O Rei tirou uma bolsa de camurça de debaixo do manto e a depositou sobre a mesa. - Contém trezentas libras em ouro e setecentas em notas - disse. Holmes rabiscou um recibo numa página de seu caderno de notas e estendeu-a para o Rei. - E o endereço dela? - perguntou. - Briony, na Avenida Serpentina, em St. John's Wood. Holmes anotou-o. - Mais uma pergunta, - disse, - de que tamanho era a fotografia? - Aproximadamente quinze por dez centímetros, montada com PassePartout. - Então, muito boa-noite, Sua Majestade, e espero em breve ter boas notícias. E boa-noite, Watson - acrescentou, quando as rodas do caleche rolavam pela rua. - Se tiver a bondade de vir aqui amanhã de tarde, às três horas, gostaria de discutir esse assunto com você. *** Exatamente às três horas apresentei-me na Baker Street, mas Holmes não havia voltado ainda. A senhoria informou-me que saíra de casa logo após as oito horas da manhã. Sentei-me junto à lareira decidido a esperá-lo, não importa por quanto tempo. Já estava muito interessado na investigação, pois embora não apresentasse aspectos sombrios e estranhos como os dois crimes


que relatei anteriormente, a natureza do caso e a situação de eminência do cliente davam-lhe um caráter todo especial. Na verdade, fora a natureza da investigação encetada por meu amigo, havia algo em sua perfeita compreensão de uma situação, em seu raciocínio agudo, incisivo, que tornava para mim um prazer estudar seu sistema de trabalho e seguir os métodos rápidos e sutis com que desvendava os mistérios mais indeslindáveis. Estava tão acostumado a seus constantes sucessos que a possibilidade de fracasso nem sequer me ocorria. Eram quase quatro horas quando a porta se abriu e entrou um cavalariço com aparência de embriagado, sujo e barbado, com o rosto inflamado e roupas vergonhosas. Embora acostumado com os espantosos poderes de disfarce de meu amigo, tive de olhar três vezes antes de me convencer que era ele mesmo. Com um gesto de cabeça, desapareceu no quarto, de onde saiu cinco minutos depois, respeitável novamente em um temo de tweed. Com as mãos nos bolsos, esticou as pernas em frente da lareira e riu alegremente por uns minutos. - Realmente - exclamou, e engasgou; e riu de novo até ser forçado a se recostar na cadeira, exausto. - O que foi? - É muito engraçado. Estou certo de que você não pode adivinhar como passei a manhã e o que fiz. - Não posso nem imaginar. Suponho que estava observando os costumes e talvez a casa da Srta. Irene Adler. - Isso mesmo, mas os acontecimentos foram bastante insólitos. Vou lhe contar. Saí de casa pouco após oito horas esta manhã, como um cavalariço desempregado. Existe grande compreensão e união entre homens que lidam com cavalos. Seja um deles, e saberá tudo que está acontecendo. Achei Briony Lodge sem dificuldade. É uma pequena e requintada vila, com um jardim nos fundos, de dois andares, com a frente rente à rua. Uma boa fechadura na porta. Grande salão à direita, bem mobiliado, com longas janelas indo quase até o chão e aqueles ferrolhos ingleses absurdos que até uma criança pode abrir. Nos fundos não havia nada especial, só que a janela da passagem pode ser alcançada do telhado da cocheira. Andei em volta e examinei-a de todos os lados, mas não vi nada mais de interessante. - Desci então a rua e encontrei, como esperava, uma estrebaria num beco que corre ao lado de um dos muros do jardim. Ajudei os cavalariços a tratar dos cavalos e recebi em troca dois penies, um copo de cerveja, dois pacotes de fumo


picado e toda a informação que poderia desejar sobre a Srta. Adler, para não mencionar uma meia dúzia de pessoas na vizinhança que não me interessavam nem um pouco, mas cujas biografias tive de ouvir em detalhe. - E quanto a Irene Adler? - perguntei. - Ah, enlouqueceu todos os homens por aqueles lados. É a coisa mais linda do planeta. Assim dizem todos os homens da Estrebaria Serpentina. Vive pacatamente, canta em concertos, sai para dar um passeio todas as tardes às cinco horas e volta às sete em ponto para jantar. Raramente sai em outras horas, exceto quando está cantando. Tem somente um visitante, mas esse é muito freqüente. É moreno, bonito e arrojado; vai lá todos os dias pelo menos uma vez, muitas vezes duas. É o Sr. Godflrey Norton, advogado da Corte. Veja a vantagem de fazer amizade com um cocheiro de aluguel. Em casa uma dúzia de vezes e sabia tudo sobre ele. Quando ouvi tudo que tinha a dizer, andei de um lado a outro perto de Briony mais uma vez para planejar minha campanha. - Godfrey Norton era evidentemente um fator importante. É advogado. Isso é de mau agouro. Qual seria o relacionamento dos dois e qual o objetivo das visitas constantes? Ela seria sua cliente, sua amiga ou sua amante? Se fosse a primeira, provavelmente teria transferido a fotografia para as mãos dele. Se fosse a última, isso era menos provável. A resposta a essa pergunta decidiria se eu devia continuar meu trabalho em Briony Lodge ou desviar minha atenção para os aposentos do cavalheiro. Era uma questão delicada, e ampliava o campo de investigação. Receio ser maçante com todos esses detalhes, mas tenho de lhe mostrar esses pequenos problemas para que você compreenda a situação. - Sou todo atenção - respondi. - Pesava os fatos mentalmente quando um cabriolé parou em frente de Briony Lodge e saltou um cavalheiro. Era um homem extremamente bonito, moreno, de feições aquilinas e bigode... evidentemente o homem que haviam mencionado. Parecia estar com grande pressa, gritou ao cocheiro que esperasse e passou rapidamente pela empregada que abrira a porta com o ar de um homem que estava perfeitamente em casa. - Ficou na casa aproximadamente meia hora e pude entrevê-lo pelas janelas do salgo, passeando de um lado para o outro, falando excitadamente e gesticulando com os braços. Não consegui vê-la. Depois ele saiu, parecendo


- Dirija como um demônio, - gritou - primeiro para Gross e Hankey na Regent Street e depois para a Igreja de Sta. Mônica na Edgware Road. - Meio guinéu se fizer isso em vinte minutos! - Lá se foram e estava pensando se devia segui-los quando surgiu no beco um pequeno e elegante landau, o cocheiro ainda meio desabotoado, com a gravata completamente torta e as pontas dos arreios fora das fivelas. Nem chegou a parar, ela saiu correndo pela porta e se atirou dentro. Só a vi um instante, mas era uma mulher linda, um homem morreria de bom grado por seu rosto. - À Igreja de Sta. Mônica, Jolin, - exclamou - e uma libra em ouro se chegar lá em vinte minutos. - Era bom demais para perder, Watson. Debatia se devia sair correndo ou me segurar atrás de seu landau. quando surgiu um cabriolé na rua. O cocheiro olhou dubiamente um passageiro tão mal vestido, mas entrei rapidamente antes que pudesse fazer objeções. - À Igreja de Sta. Mônica - disse-lhe. - Uma libra em ouro se chegar lá em vinte minutos. Eram vinte e cinco para as doze horas e era evidente o que estava acontecendo. - O cocheiro foi a toda velocidade. Nunca andei tão depressa, mas os outros chegaram a nossa frente. O cabriolé e o landau com os cavalos cobertos de suor estavam em frente à porta quando cheguei. Paguei o homem e entrei na igreja às pressas. Lá dentro só havia os dois que eu seguira e um sacerdote de sobrepeliz, que parecia discutir com eles. Os três se amontoavam em frente do altar. Subi lentamente a nave lateral como qualquer pessoa que entrasse casualmente em uma igreja. De repente, para meu espanto, os três junto ao altar viraram-se e Godfrey Norton veio correndo até a mim. - Graças a Deus - exclamou. - Você serve. Venha! Venha! - O que há? - perguntei. - Venha, homem, venha, só temos três minutos, ou não será legal. - Fui quase arrastado até o altar e antes de saber onde estava, murmurava respostas que eram segredadas em meu ouvido e asseverava coisas que desconhecia totalmente, ajudando, de modo geral, a ligar Irene Adler, solteira, a Godfrey Norton, solteiro. Tudo levou só uns instantes e lá estava o cavalheiro me agradecendo de um lado e a dama do outro, enquanto o sacerdote sorria à


o sacerdote recusou-se a casá-los sem uma testemunha, e surgi a tempo de evitar que o noivo tivesse de sair pelas ruas à procura de um padrinho. A noiva deu-me uma libra em ouro e pretendo usá-la na corrente do relógio em memória dessa ocasião. - Isso foi totalmente inesperado - eu disse - e agora? - Bem, meus planos estavam seriamente ameaçados. O par poderia partir a qualquer momento e era necessário tomar medidas imediatas e enérgicas. Mas ao chegar à porta da igreja, eles se separaram, indo ele de volta a seus aposentos e ela de volta a casa. - Irei passear no Parque às cinco como de costume - ela disse ao se despedir dele. Não ouvi nada mais. Partiram em direções opostas e fui tomar minhas providências. -Quais? - Carne fria e um copo de cerveja - respondeu, tocando a campainha. Estava ocupado demais para pensar em comida, e provavelmente estarei mais ocupado ainda hoje à noite. Por falar nisso, Doutor, preciso de sua ajuda. - Será um prazer. - Não se importa de desrespeitar a lei? - Nem um pouco. - Nem de correr risco de ser preso? - Não, se for em uma boa causa. - Ah, a causa é excelente! - Então estou às suas ordens. - Sabia que podia contar com você. - Mas que deseja que eu faça? - Quando a Sra. Turner trouxer a bandeja explicarei tudo. Agora - disse, servindo-se com entusiasmo da comida simples que a senhoria trouxera - tenho de falar enquanto como, pois não há muito tempo. São quase cinco horas. Dentro de duas horas devemos estar no local da ação. A Srta. Irene, ou Sra., agora, volta de seu passeio às sete. Devemos estar em Briony Lodge à sua espera. - E então? - Deixe isso Por minha conta, já providenciei o que vai acontecer. Só há uma coisa em que devo insistir. Você não vai interferir, aconteça o que acontecer. Entende? - Devo ficar neutro? - Não deve fazer nada. Provavelmente haverá algum pequeno distúrbio.


Não se meta. No fim serei levado para a casa. Quatro ou cinco minutos depois a janela do salão se abrirá. Você deve se colocar perto dessa janela aberta. Fique me olhando, pois serei visível a você. - Sim. - E quando erguer a mão... assim... você jogará dentro da sala o que eu lhe der para jogar e, ao mesmo tempo, gritará “Fogo”. Compreendeu? - Perfeitamente. - Não é nada demais - disse, tirando do bolso um rolo do tamanho de um charuto. - É uma pequena bomba de fumaça com uma espoleta em cada ponta para que exploda sozinha. Sua tarefa é simplesmente essa. Quando lançar seu grito de fogo, este será repetido por várias pessoas. Pode então se dirigir para o fim da rua e eu o encontrarei lá em dez. minutos. Fui bem claro? - Devo ficar neutro, perto da janela, olhar para você e, quando der o sinal, atirar esse objeto, gritar “Fogo” e esperar por você no fim da rua. - Exatamente. - Então pode confiar totalmente em mim. - Excelente. Acho que está na hora de me preparar para o novo papel que tenho de desempenhar. Desapareceu no quarto e voltou dentro de poucos minutos disfarçado em um clérigo protestante afável e pouco inteligente. O chapéu preto de abas largas, as calças frouxas, a gravata branca, o sorriso simpático e aparência geral de benevolência eram completamente convincentes. Não é só que os disfarces de Holmes eram excelentes; sua expressão, maneirísmos, sua própria alma parecia variar com qualquer papel que representasse. O palco perdeu um grande ator, assim como a ciência perdeu um raciocinador de primeira, quando ele se tomou um especialista em crimes. Eram seis e quinze quando saímos da Baker Street e ainda faltavam dez minutos para as sete quando chegamos à Avenida Serpentina. Já escurecia, e as lâmpadas se estavam acendendo enquanto passeávamos em frente de Briony Lodge esperando a chegada de sua ocupante. A casa era exatamente como a imaginara pela descrição sucinta de Holmes, mas o local parecia menos privativo do que esperava. Para uma pequena rua em uma vizinhança pacata era excepcionalmente animada. Havia um grupo de homens mal vestidos fumando e rindo em uma esquina, um amolador com sua roda, dois guardas flertando com uma ama e vários rapazes bem vestidos que passeavam fumando charutos.


casa - esse casamento simplifica muito as coisas. A fotografia agora é uma arma de dois gumes. É provável que ela tenha a mesma relutância que seja vista pelo Sr. Godfrey Norton que o nosso cliente de que sua Princesa a veja... o problema é... onde vamos encontrar a fotografia? - Realmente, onde? - Não é provável que a carregue consigo. É grande demais para isso. Não seria fácil de esconder em roupas de mulher. Sabe que o Rei é capaz de armarlhe uma cilada e mandar revistá-la. Duas tentativas já foram feitas. Podemos ter certeza que não a leva consigo. - Então, aonde? - Seu banqueiro ou seu advogado. Há essa possibilidade dupla. Mas estou inclinado a achar que nenhuma das duas é verdade. As mulheres são muito inclinadas a segredos e gostam de seus próprios esconderijos. Por que a entregaria a outra pessoa? Pode confiar em sua própria guarda, mas não pode evitar que alguma influência indireta ou política seja exercida com sucesso em um homem de negócios. Além disso, lembre-se que resolvera usá-la dentro de poucos dias. Deve estar onde possa facilmente pegá-la. Deve estar em sua própria casa. - Mas a casa foi revistada duas vezes. - Não quer dizer nada. Não sabiam onde olhar. - E você vai olhar aonde? - Não vou precisar procurar. - Como? - Vou deixar que ela me mostre. - Mas ela se recusará. - Não poderá recusar. Mas ouço o ruído de rodas. É sua carruagem. Agora obedeça minhas ordens ao pé da letra. Enquanto falava, vimos o brilho das luzes de uma carruagem fazendo a curva da avenida. Era um pequeno e elegante landau que parou à porta de Briony Lodge. Ao parar, um dos homens da esquina correu para abrir a porta na esperança de ganhar uma moeda, mas foi empurrado por outro que acorrera com a mesma intenção. Irrompeu uma violenta briga, aumentada pelos dois guardas que tomaram o partido de um dos homens, e pelo amolador, que ficou do lado do outro. Houve troca de golpes e em um segundo a senhora, que descia da


usando os punhos e cacetes. Holmes se atirou no meio do grupo para proteger a senhora; mas ao chegar junto dela, deu um grito e caiu no chão, com o sangue correndo pelo rosto. Ao vê-lo caído, os guardas fugiram em uma direção e os homens na outra, enquanto que um grupo de pessoas bem vestidas que olhavam a briga sem tomar parte nela se aproximou para ajudar a senhora e o homem machucado. Irene Adler, como eu ainda a chamava, subira os degraus correndo; mas parou no topo, sua figura magnífica delineada contra as luzes do hall, olhando a rua. - O cavalheiro está muito machucado? - perguntou. - Está morto - disseram várias vozes. - Não, não, ainda vive - gritou alguém. - Mas estará morto antes que conseguir levá-lo para o hospital. - É um homem muito corajoso - disse uma mulher. - Teriam tirado a bolsa e o relógio da moça se não fosse ele. Era um bando perigoso. Ah, ele está respirando. - Não pode ficar aqui na rua. Podemos levá-lo lá para dentro, senhora? - Claro. Podem levá-lo para o salão. Há um sofá confortável. Por aqui, por favor! Lenta e solenemente levaram-no para Briony Lodge e o depositaram na sala principal enquanto eu observava os acontecimentos do meu posto perto da janela. Acenderam as lâmpadas mas não correram as cortinas, de forma que podia ver Holmes deitado no sofá. Não sei se ele sentia remorsos naquele momento pelo papel que representava, mas sei que nunca me senti tão envergonhado em toda a minha vida quando vi a linda criatura contra quem eu conspirava, e a graça e a bondade com que tratava do homem acidentado. Entretanto, seria uma traição a Holmes se me recusasse agora a desempenhar o papel de que me encarregara. Endureci meu coração e tirei a bomba do casaco. Afinal de contas, pensei, não iremos magoá-la. Estamos apenas evitando que magoe outra pessoa. Holmes sentara no sofá e o vi fazer um gesto como se precisasse de ar. Uma empregada correu para abrir a janela. No mesmo instante eu o vi erguer a mão e a este sinal atirei minha bomba na sala gritando: “Fogo”. Mal terminara e toda a multidão de espectadores, bem e mal vestidos, cavalheiros, cavalariços e


momento após a voz de Holmes, assegurando a todos que havia sido um falso alarma. Deslizando por entre a multidão, caminhei para a esquina e dez minutos depois alegrei-me de sentir o braço de meu amigo no meu e de me afastar da cena da confusão. Ele andou rapidamente e em silêncio por alguns minutos, até que entramos em uma das ruas desertas que levam à Estrada Edgware. - Muito bem-feito, Doutor - observou. - Não podia ter sido melhor. Tudo está bem. - Tem a fotografia. - Sei onde está. - E como descobriu? - Ela me mostrou, como disse que faria. - Ainda não entendi. - Não quero ser misterioso - disse, rindo. - Foi muito simples. Você viu, certamente, que todo mundo na rua era meu cúmplice. Foram todos contratados por uma noite. Então, quando houve a briga, tinha um pouco de tinta vermelha na palma da mão. Avancei, caí, esfreguei a mão no rosto e tornei-me um espetáculo digno de pena. É um truque muito velho. - Isso também eu imaginei. - Levaram-me então para dentro. Ela teve que concordar. Que mais poderia fazer? E para a sala, que era exatamente onde eu suspeitava que estava a fotografia. Estaria lá, ou em seu quarto, e eu estava decidido a descobrir onde. Colocaram-me no sofá, fiz um gesto pedindo mais ar, foram forçados a abrir a janela e você teve sua chance. - Como é que isso ajudou você? - Era muito importante. Quando uma mulher pensa que sua casa está pegando fogo, seu instinto é correr imediatamente para a coisa a que dá maior valor. É um impulso incontrolável. e mais de uma vez já me aproveitei dele. Foi muito útil no caso do Escândalo Darlington e também no do Castelo Amsworth. Uma mulher casada agarra seu bebê, uma solteira pega sua caixa de jóias. Era claro para mim que a nossa jovem dama prezava acima de tudo aquilo que nós buscávamos. Correria para ver se estava segura. O alarma foi muito bem-feito. A fumaça e os gritos eram bastantes para abalar nervos de aço. Ela reagiu lindamente. A fotografia está em um recesso atrás de um painel logo acima do cordão da campainha à direita. Foi direto lá e vi-a de relance quando a puxou


pedi desculpas, saí da casa, hesitando se deveria tentar apanhar a fotografia ou não; mas o cocheiro entrara na sala e me observava atentamente. Achei mais seguro esperar. A precipitação poderia prejudicar tudo. - E agora? - perguntei. - Nossa busca está praticamente terminada. Virei aqui amanhã com o Rei e com você, se nos quiser acompanhar. Ficaremos na sala, esperando a senhora, mas é provável que quando ela chegar não encontre nem nós, nem a fotografia. Talvez seja um prazer para Sua Majestade recuperá-la com suas próprias mãos. - E quando voltará lá? - Às oito da manhã. Ela não estará de pé, e teremos toda a liberdade. Temos de agir rapidamente, pois esse casamento pode mudar completamente sua vida e seus hábitos. Vou telegrafar imediatamente para o Rei. Havíamos chegado à Baker Street e parado em frente à porta. Holmes procurava a chave nos bolsos quando alguém passou e disse: - Boa-noite, Sr. Sherlock Holmes. Havia várias pessoas na calçada no momento, mas a voz parecia vir de um esbelto jovem encasacado que passara apressadamente. - Já ouvi essa voz antes - comentou Holmes, olhando a rua sombria. - Que diabo, quem poderia ser? Dormi na Baker Street aquela noite e estávamos ocupados com café e torradas quando o Rei da Boêmia entrou às pressas. - Conseguiu! - exclamou, segurando os ombros de Sherlock Holmes e olhando-o no rosto com entusiasmo. - Ainda não. - Mas tem esperanças? - Tenho. - Então vamos. Estou impaciente. - Precisamos de uma carruagem. - Não, a minha está à espera. - Isso simplifica tudo. Descemos e fomos imediatamente para Briony Lodge. - Irene Adler casou-se - disse Holmes. - Casou! Quando? - Ontem. - Mas com quem? - Com um advogado inglês chamado Norton. - Mas não pode animá-lo?


- Espero que sim. - Por que espera isso? - Porque Sua Majestade não precisaria mais ter receio de qualquer problema futuro. Se não ama Sua Majestade, não há razão para interferir com os planos de Sua Majestade. - É verdade. Bem! Gostaria que ela fosse da mesma classe que eu. Que rainha ela seria. Caiu em silêncio melancólico até chegarmos à Avenida Serpentina. A porta de Briony Lodge estava aberta e uma mulher idosa estava no topo dos degraus. Olhou-nos com olhos sarcásticos ao saltarmos da carruagem. -O Sr. Sherlock Holmes, número 6? - Sim, eu sou o Sr. Holmes - respondeu meu companheiro, olhando-a com curiosidade e bastante espanto. - Muito bem, minha patroa disse que era provável que o senhor viesse. Partiu esta manhã com o esposo, pelo trem das 5h11min da estação Charing Cross, para o Continente. - O quê! - Sherlock Holmes deu um passo atrás, pálido de surpresa e desgosto. - Quer dizer que deixou a Inglaterra? - Para nunca mais voltar. - E os papéis? - perguntou o Rei em voz rouca. - Está tudo perdido. - Veremos. - Holmes atirou-se para dentro da casa, correu para o salão seguido pelo Rei e por mim. A mobília estava espalhada em todas as direções, estantes desmontadas, gavetas abertas, como se ela tivesse revirado tudo antes de sua fuga. Holmes correu para o cordão da campainha, deslizou um pequeno painel e, metendo a mão dentro, puxou uma fotografia e uma carta. A fotografia era de Irene Adler em traje a rigor, a carta era endereçada a: “Sr. Sherlock Holmes. Para ser guardada até virem buscá-la”. Meu amigo abriu-a e nós três a lemos juntos. Datava da meia-noite anterior e dizia o seguinte: “Meu caro sr. Sherlock Holmes: Realmente foi formidável. Enganou-me completamente. Não tive a menor suspeita até o alarma de fogo. Mas então, quando vi como tinha me traído, comecei a pensar. Fui avisada a seu respeito há meses. Disseram-me que se o Rei empregasse um agente, certamente seria o senhor.


revelasse o que queria saber. Mesmo quando fiquei desconfiada, achei difícil pensar mal de um clérigo tão amável, tão bondoso. Mas sabe que também sou uma atriz profissional. Vestir-me de homem é comum para mim. Freqüentemente aproveito a vantagem da liberdade que isso me dá. Mandei o cocheiro vigiá-lo, fui lá em cima, vesti minhas roupas de passeio, como as chamo, e desci exatamente quando o senhor saía. Segui-o até sua porta e verifiquei que eu era realmente objeto de interesse do célebre Sr. Sherlock Holmes. Então, muito imprudentemente, desejei-lhe boa-noite e fui procurar meu marido nas salas da Corte. Concordamos ambos que a fuga era o melhor recurso quando enfrentando um adversário de tais proporções; assim, encontrará o ninho vazio quando chegar amanhã. Quanto à fotografia, seu cliente pode ficar descansado. Amo e sou amada por um homem melhor que ele. O Rei pode fazer o que quiser sem nenhum empecilho de uma pessoa com quem procedeu muito mal. Só a guardo para me proteger, e para preservar uma arma que sempre me garantirá contra qualquer medida que ele possa vir a tomar no futuro. Deixo uma fotografia que ele talvez goste de possuir; e sou, prezado Sr. Sherlock Holmes, mui atenciosamente, Irene Norton, Adler” - Que mulher... que mulher - exclamou o Rei da Boêmia, quando terminamos a leitura. - Não lhe disse como era esperta e decidida? Não teria dado uma rainha maravilhosa? Não é uma pena que não fosse da minha classe? - Pelo que vi dessa dama ela parece, realmente, ser de um nível diferente de Sua Majestade - disse Holmes friamente. - Lamento não ter podido concluir o negócio de Sua Majestade de maneira mais satisfatória. - Ao contrário, meu caro senhor - retorquiu o Rei. - Não poderia ser mais satisfatório. Sei que sua palavra é inviolável. A fotografia está tão segura quanto se estivesse queimando na lareira. - Fico contente de Sua Majestade pensar assim. - Sou-lhe eternamente grato. Diga-me como posso recompensá-lo. Este anel... - Tirou um anel de esmeralda em forma de serpente do dedo e ofereceuo na palma da mão. - Sua Majestade tem uma coisa que prezo ainda mais - disse Holmes. - Basta dizer. - Essa fotografia. O Rei olhou-o com espanto.


- A fotografia de Irene! - exclamou. - Certamente, se quiser. - Agradeço a Sua Majestade. Então nada mais há a fazer. Tenho a honra de desejar-lhe uma boa manhã. - Cumprimentou-o e, virando sem observar a mão que o Rei lhe estendera, encaminhou-se comigo para casa. E foi assim que um grande escândalo ameaçou o reinado da Boêmia, e que os melhores planos do Sr. Sherlock Holmes foram destruídos pela inteligência de uma mulher. Ele costumava troçar da esperteza das mulheres, mas ultimamente não o tenho ouvido assim fazer. E quando fala de Irene Adler, ou quando se refere à sua fotografia, é sempre sob o título honrado de a mulher.


Arthur Conan Doyle Scandal in Bohemia To Sherlock Holmes she is always the woman. Few times I heard him mention her under any other name. In his eyes she eclipses and predominates about all their sex. Not that he felt an emotion like love for Irene Adler. All emotions, and that in particular, were abhorrent to his cold and needs mind, though remarkably balanced. He was, in my opinion, the most perfect reasoning and observing machine that the world ever seen - but as a lover, would be placed in a false position. never passions without referring to mock and deride them. Were admirable for observer, excellent to start the veil that covers the motivations and actions of men. But to the trained reasoner to admit such intrusions in its delicate and precisely adjusted temperament would be like introduce a disturbing factor that could cast doubt on all their rational conclusions. Sand in a sensitive instrument, or a crack in a their powerful lenses, would not be greater disorder than a strong emotion in a nature like yours. However, there was only one woman for him, and this woman was the former Irene Adler, a somewhat dubious and suspicious recall. Holmes had seen very little lately. Separated in my marriage. So my complete happiness and my whole interest concentrated in the home, which happens to the man who first finds himself master of his own house, were sufficient to occupy all my attention; Holmes while that hated any form of society with his whole Bohemian soul force, remained in our lodgings in Baker Street, sunk in old books, passing alternately from week to week, cocaine and ambition, the drowsiness of the drug to the fierce power of his intense nature. As always, still felt deeply attracted by the study of crime, and occupied his vast mental faculties and extraordinary powers of observation in following clues and solving mysteries that had been given by the insoluble police officer. From time to time he heard anything about his adventures: was called to Odessa in relation to the murder of Trepoff, clarify the singular tragedy of the Atkinson brothers at Trincomalee, and finally successfully played a delicate mission to the royal family of Holland. Outside these signs of activity that I just shared


with all the readers of the daily press, I knew little of my former friend and companion. One night - it was on March 2, 1888 - returning from a visit to a patient (since returned to practice medicine) and my path led me to the Baker Street. When passing in front of the door so familiar, that always mentally I associate my dating and dark events of Red Study, I felt a strong desire to see Holmes again and see how he was using his extraordinary powers. His rooms were brilliantly lit, and to look up, I saw his tall, spare figure pass twice a silhouette against the dark curtain. Walked from one side to another, fast and impatient, the chin sunk on his chest and his hands clasped on the back. To me, that knew all his moods and all his habits, this attitude revealed everything. Was working again. Emerged made ​dreams by the drug and was enthusiastically following the trail of some new mystery. I rang the bell and was led to the room that had formerly been in part my too. Showed nothing to see me - it was not expansive. But I think it was glad to see me. Without saying anything, but with a kind look, motioned an armchair, threw me his portfolio of cigars, and indicated a bottle of drink and a siphon to a corner. It was then standing in front of the fireplace and looked at me with that your introspective look. - The marriage made ​him well - commented. - I think, Watson, who put on weight seven pounds since the last time I saw him. - Three - answered. - Really? I thought it was a little longer. A little bit more, I think, Watson. And I'm seeing who returned to practice medicine. Did not tell me intended to return to work. - So how do you know? - I saw, I deduced. How do I know you recently got wet and very which has a very clumsy and careless servant? - My dear Holmes, - said - this is too much. In some have been burnt alive if he had lived a few centuries ago. It is true that I was walking in the field Thursday and came home drenched. But as I changed my clothes I can not imagine how you found it. As for Mary Jane, is it hopeless and


my wife already fired. But that does not know how you guessed. He chuckled and rubbed into the hands of long fingers sensitive. - Very simple - said. - My eyes tell me that on the inside of the shoe of his left foot, just where the firelight is hitting the Leather is scratched by six almost parallel cuts. obviously these scratches were caused by someone who tried to scrape the mud that had dried in around the sole, and that it was not very careful. Hence my double deduction that you suffered from bad weather at home and had a malevolent copy cutter boots, the servant class London. As you practice medicine, if a gentleman comes into my rooms smelling of iodine, with a spot black silver nitrate and an indicator on the right side of the ridge hat showing where he hid the stethoscope, would be very stupid not to see once was an active member of the medical profession. I could not help laughing at the ease with which he explained the process of their deductions. - When I hear you enumerate your reasons commented - it all seems so ridiculously simple that I could easily do the same, but each successive instance of your reasoning I am completely baffled until you explain the process. However, I think my eyes are as good as yours. - That's right - answered, lighting a cigarette, and throwing himself into a armchair. - You see but do not observe. The difference is clear. For example, saw often the steps leading from the hall to this room, is not it? - Yup. - How many times? - Well, some hundreds. - So how many? - How many? I do not know. - There it is. You did not notice. However, he saw. That's what I say. I know that there are seventeen steps, because I saw and noticed. By the way, since it is interested in these little problems, and has kindly register your two of my experiences, you may find this interesting. - Spread a thick sheet of pink paper that had been open all the time on the table. -


There was no date or signature or address. Li: - "Tonight, at a quarter to eight, will receive a visit from a gentleman you want to consult him on a matter of utmost importance. The services that recently paid to one of the royal houses of Europe have proven that person is you can rely on important subjects of a magnitude that does not can overdo it. This information was a given by many people. In this house time is then not take it amiss if your visitor wear a mask. " It really is a mystery - I commented. - What do you think this means? - I do not have the facts yet. It is a serious error to formulate theories before obtaining the facts. Inadvertently started to twist facts to suit theories, in Instead of formulating theories that fit the facts. But as for the ticket, which deduces it? Carefully examined the handwriting and the paper. - The man who wrote it - I said finally looking imitate process my companion - was probably a resource person. Paper of this quality would cost at least half a crown a packet. It exceptionally thick. Exceptional, that's right - said Holmes. - This role is not English. Hold it against the light. I did as commanded and saw a capital E with a small g, a P and G large T with a small role in the tissue. - What follows from all this? - Asked Holmes. - Must be the manufacturer's name, no doubt. - Not at all. OG with little ot mean Gesellschaft, which in German means Company. It is an abbreviation, of course, noticed. And now the Eg. we will look in the Geographical Dictionary. - He took a heavy brown volume of bookshelves. - Eglow, Eglonitz ... here, Egria. Is in German-speaking country in the ... Bohemia, not far from Carlsbad. "Noted for being the scene of death Wallenstein, and numerous glass factories and paper. "Ha, I read, my friend, who says that? - Her eyes sparkled and tore a big blue cloud and triumphant cigarette. - The paper was made in Bohemia - answered. - Exactly. And the man who wrote the note is a German. He noted the peculiar construction of the sentence "This information was his by many


people given ". A Frenchman or a Russian would never write that. It is a construction typically German. Therefore, we can only find out what they want this German writes on paper of Bohemia and prefers wearing a mask to showing his face. E here he comes, if I am not mistaken, to resolve all our doubts. while spoke, heard the thud of hooves and wheels grinding against curb, followed by the insistent sound of the doorbell. Holmes whistled. - A pair, by the sound - said. - It - continued looking out the window a beautiful drawn carriage and a beautiful pair. One hundred and fifty guineas each animal. There is money in this case, Watson, even if there is nothing else. - I'd better leave, Holmes. - Not at all, Doctor. Stay where you are. I am lost without my Boswell. E this seems interesting. It would be a shame not to watch. - But your client ... - It does not matter. I need his help and he. Here he comes. Feels that armchair, Doctor, and give us his full attention. A slow and heavy step, which was heard on the stairs and in the hallway, stopped on the other side of the door. This was followed by a strong and authoritative thud. - Between - said Holmes. Came a man who could not be less than six feet and five high, with the trunk and limbs of a Hercules. His clothes were a wealth that, in England, was considered proof of bad taste. wide astrakhan strips horizontally streaked sleeves and the front of the coat, and the dark blue cloak thrown over his shoulders was lined with silk pink fire and stuck in the neck by a brooch made ​of a flaming beryl. Boots covering half of the legs, adorned on top with luxurious brown fur, completed the image of barbaric opulence. Holding in one hand a hat of brimmed and used on top of a black half-face mask apparently will adjust at that moment, because the fingers still touched the join. From what we saw of the lower face, appeared to be a man strong personality, with a thick, pending lip, and a long chin


suggested resolution that bordered on obstinacy. - Did you get my note? - Asked in a deep, raspy voice with strong German accent. - He said he would see him. - Looked from each other, as did not know whom to approach. - Kindly sit - said Holmes. - This is my friend and colleague, Dr. Watson, who is occasionally kind enough to help me in my cases. Whom have I the honor of addressing the word? - You can treat me Count von Kramm, a nobleman of Bohemia. hope this gentleman, your friend, is a man of honor and discretion who can trust a matter of utmost importance. If you prefer not to communicate with me Lord alone. I got up to leave, but Holmes grabbed my arm and pushed me in armchair. - Or both of us, or anyone - said. - You can say in front of this gentleman all that means to me. The Count shrugged his broad shoulders. - So you better start - said asking both absolute secrecy for two years, after that it does not have no importance. At the moment - it is no exaggeration to say that is so important that can influence the history of Europe. - I promise - said Holmes. - Me too. - Forgive this mask - continued the strange visitor. - Person augusta whom I serve want your agent is not known by the lords and I must confess at the outset that the title you just give me is not exactly mine. - I noticed this - Holmes said dryly. - The circumstances are extremely delicate and all precautions must be taken to suppress what could become a huge scandal and seriously compromise one of the reigning families of Europe. to speak clearly, it involves large house Ornistein, heirs to the throne Bohemia. I also realized that - murmured Holmes, settling himself in his chair and closing his eyes. - Our visitor gave a surprised to figure languid and relaxed look man who had certainly been recommended as having the reasoning more incisor and being more active agent in Europe. Holmes opened his eyes


slowly and stared at the gigantic customer impatiently. - If His Majesty deigning to make their case - said - would be in position to help you. The man jumped from the chair and walked from one side to the other, visibly upset. Then, with a gesture of desperation, he tore the mask of the face and threw her to the ground. - That's right - cried -.'m The King Why try to cover it? - Really, why? - Murmured Holmes. - Before His Majesty say anything, I knew it was Wilhelin Gottsreich Sigismond von Ornistein, Grand Duke of Cassel-Falstein and heir to the throne of Bohemia. - But you must understand - said our strange visitor, sitting back and passing his hand over his forehead broad and white - Mr. must understand that I am not accustomed to handling such business personally. However the matter was so delicate that I could not trust him to an agent without putting myself completely in his power. I have come incognito from Prague to consult him. - So please, see me - said Holmes, shutting his eyes again. - The facts are essentially the following: five years ago, during a lengthy visit to Warsaw, I met the famous adventuress Irene Adler. no doubt knows that name. - Kindly look in my file, PhD - muttered Holmes without opening his eyes. For many years had collected summaries information about people and things diligently and was difficult to mention one person or a subject about which he could not immediately provide data. In this case I found her biography of a Hebrew rabbi and commander who had written a monograph on the fishes of the sea floor. Let me see - - said Holmes. - Hm! Born in New Jersey in 1858. Contralto ... La Scala ... Hum! Prima donna Imperial Opera of Warsaw ... Yes. He retired from the stage ... Lives in London ... well, His Majesty, by seen, became involved with this young woman, wrote her some compromising letters and now want to get them back.


- Precisely. But how ... - Was there a secret marriage? - Do not. - No contract or legal commitment? - Do not. - So I do not understand His Majesty. If this young lady submit letters for purposes of blackmail, or other, as might prove its authenticity? - For the calligraphy. - Could be fake. - My role as personal letters. - Stolen. - My signet. - Imitated. - My photography. - Purchased. - It also came out in photography. - Oh! What a shame! His Majesty was really obtrusive. - I was crazy and out of me. - He undertook seriously. - I was only Crown Prince then. Was young. just got thirty years now. - You need to reclaim it. - Tried and failed. - His Majesty must pay. We have to buy it. - She does not want to sell it. - Steal it, then. - Five attempts were made. Twice burglars paid by me searched his home. Once diverted her luggage when traveling. two times we set up an ambush for her. We got nothing. - No sign of photography? - Absolutely no. Holmes laughed. - It's an interesting problem - said. - But very serious to me - replied the King in concerned tone. - Very serious, is right. And what does she intend to do with photography? - To ruin me. - But how?


- I'm about to marry. - I already knew. - With Lothman Clotilde von Saxe-Meningen, the second daughter of King Scandinavia. You may know the strict principles of her family. She herself is the essence of delicacy. The shadow of a doubt as to my conduct would be enough to end everything. - And Irene Adler? - Threat send you the picture. And it is able to do so. I know I will. The You do not know her, but she has a soul of steel. Has the most beautiful face women, and the mentality of the most resolute of men. To prevent me to marry another woman, there is nothing to hesitate to make absolutely nothing. - Sure you do not even send her? - I have. - How come? - Because I said that would send her on the day their engagement was announced. That will be next Monday. - Well, then we still have three days - said Holmes with a yawn. - yet well, since I have one or two important issues to address right now. his Majesty will certainly be in London for a while? - Of course. You can find me on Langliam, under the name of Count von Kramm. - I will send you a few lines telling our progress. - Please. I'll be anxious. - What about money? - It has carte blanche. - Fully? - I assure you that would give one of the provinces of my kingdom to get that picture. - What about immediate expenses? The King took a chamois bag from under the blanket and deposited on the table. - Contains three hundred pounds in gold and seven hundred in notes - said. Holmes scribbled a receipt in your notebook page and handed it to the King. - And her address? - Asked.


- Briony, in Serpentine Avenue in St. John's Wood. Holmes noted it. - One more question, - said - that was the size photograph? - Approximately fifteen ten centimeters, mounted with Pass it Mat. - So much good-night, His Majesty, and I hope soon to have good news. And good-night, Watson - added when the wheels of the chaise rolled down the street. - If you have the goodness to come here tomorrow afternoon at three hours, would like to discuss this with you. ** Exactly at three o'clock I presented myself in Baker Street, but Holmes did not had returned yet. The landlady informed me that he had left the house shortly after the eight o'clock in the morning. I sat by the fire decided to wait for him, not matter how long. He was very interested in research because though not presented as dark and strange aspects the two crimes I reported earlier, the nature of the case and the situation of the eminence customer gave him a special character. In fact, out of the nature investigation initiated by my friend, there was something in his perfect understanding a situation, in his acute reasoning, incisive, which made me a pleasure to study his system of work and to follow the quick, subtle methods who unveiled the most indeslindåveis ​mysteries. Was so used to their constant successes that the possibility of failure even occurred to me. It was almost four o'clock when the door opened and in walked a groom drunk-looking, dirty and unshaven, with inflamed face and clothes shameful. Although accustomed to the amazing powers of disguise my friend, I had to look three times before convincing me that he was. With a nod, disappeared in the room, which he left five minutes then again in a respectable fear tweed. With his hands in his pockets, stretched his legs out in front of the fireplace and laughed merrily for a few minutes. - Really - cried and gasped; and laughed again until he was forced to lean back in his chair, exhausted. - What?


- It is very funny. I'm sure you can not guess how I spent the morning and I did. - I can not even imagine. I guess I was observing the customs and perhaps the home of Miss. Irene Adler. - That's right, but the events were quite unusual. you'll count. I left the house shortly after eight o'clock this morning, as a groom unemployed. There is great understanding and unity among men who deal with horses. Be one of them, and know everything that is happening. I Briony Lodge without difficulty. It is a small and exquisite villa with a garden in funds, two floors, flush with the street front. A good lock on the door. Large lounge right, well furnished, with long windows almost to the going floor, and those preposterous English locks that even a child can open. in funds there was nothing special, except that the window of the passage can be reached the roof of the barn. I walked around and examined it all sides, but I saw nothing interesting. - So I went down the street and found, as expected, a stable in an alley which runs alongside one of the walls of the garden. The grooms helped treat the horses, and received in return two penies, a glass of beer, two packages of tobacco chopped and all the information you could want about Miss. Adler, not mention a half dozen people in the neighborhood that did not interest me not a little, but whose biographies I had to hear in detail. - What about Irene Adler? - I asked. - Oh, all the men gone mad by those sides. It's the most beautiful thing the planet. So say all men of Serpentine Horse stable. lives peacefully, sings at concerts, out for a walk every afternoon to five hours and returns at seven sharp for dinner. Rarely leaves at other times, except when you are singing. Has only a visitor, but this is very frequent. It's dark, handsome and dashing; going there every day at least one Instead, often two. It Godflrey Mr. Norton, attorney of the Court. see advantage of making friends with a driver for hire. Home a dozen times and knew all about it. When I heard all he had to say, I've been a side to side close to Briony again to plan my campaign.


- Godfrey Norton was evidently an important factor. He is a lawyer. This is a bad omen. What was their relationship and what the goal the constant visits? She would be your customer, your friend or your lover? If it were the first, probably would have transferred the photograph to his hands. If was the last, it was less likely. The answer to that question was to decide whether I should continue my work at Briony Lodge, or divert my attention to the gentleman's chambers. It was a delicate matter, and expanded the field research. Fear being dull with all these details, but you have to these small problems to show that you understand the situation. - I am all attention - answered. - Mentally weighed the facts when a cab stopped in front of Briony Lodge, and a gentleman jumped. He was an extremely handsome man, dark, with aquiline features and mustache ... evidently the man who had mentioned. Seemed to be in a great hurry, shouted to the coachman to wait and quickly passed the maid who opened the door with the air of a man who was perfectly at home. - He was in the house about half an hour and I could glimpse it by salgo windows, walking from one side to the other, talking excitedly and gesturing with arms. I could not see her. After he left, looking more rushed than before. Upon entering the cab, pulled a watch from his pocket and consulted it. - Drive like a demon, - shouted - first to Gross and Hankey in Regent Street and then to the Church of Sta. Monica on Edgware Road. Medium guinea if you do it in twenty minutes! - There went and was wondering whether to follow them when it appeared in the alley an elegant little landau, the coachman still half unbuttoned, with completely pie and tie the ends of the harness out of the buckles. or came to a stop, she ran out the door and threw himself inside. I only saw one moment, but it was a beautiful woman, a man would die willingly for their


face. - The Church of St. Monica, Jolin, -. Exclaimed - and a pound of gold is get there in twenty minutes. - It was too good to lose, Watson. Debating whether to go running or hold me behind her landau. when a cab came down the street. The coachman looked dubiously a passenger so badly dressed, but quickly entered before that could make objections. - The Church of St. Monica -. Said. - A pound in gold get there in twenty minutes. Were twenty-five to twelve hours and was obvious what was happening. - The coachman was at full speed. Never walked so quickly, but the others came before us. The cab and the landau with their horses covered sweat were at the door when I arrived. I paid the man and entered the church hastily. There were only the two I had followed and a priest of surplice, which seemed to argue with them. The three huddled in front of altar. Slowly climbed up the side aisle like any person entering casually in a church. Suddenly, to my surprise, the three at the altar turned and Godfrey Norton came running to me. - Thank God - exclaimed. - Do you serve. Come on! Come on! - What? - I asked. - Come, man, come, only have three minutes, or it will not cool. - I was almost dragged to the altar and before he knew where he was, muttered responses which were whispered in my ear and asserted things totally unaware helping generally connecting Irene Adler, Single the Godfrey Norton, bachelor. It took only a moment and there was the gentleman thanking me on the one side and the lady on the other, while the priest smiled to front of me. It was the most absurd situation I have ever met and it was That just laughed so hard. It seems that there was some irregularity in the license and the priest refused to marry them without a witness, and came up in time to prevent the groom had to leave the streets looking for a sponsor. The bride gave me a pound of gold and intend to use it in the current clock memory of the occasion. - This was totally unexpected - I said - now what? - Well, my plans were seriously threatened. The pair could from the


any time and it was necessary to take immediate and vigorous measures. but to arrive at the church door, they parted, he going back to his quarters and she back home. - I'll walk in the park at five as usual - she said goodbye to him. I heard nothing more. Departed in opposite directions and I take my steps. - What? - Cold beef and a glass of beer - answered, ringing the bell. Was too busy to think about food, and I'll probably be more still busy tonight. By the way, Doctor, I need your help. - It will be a pleasure. - You do not mind breaking the law? - Not at all. - Not at risk of being arrested? - No, if it's in a good cause. - Oh, the cause is excellent! - So I'm at your service. - I knew I could count on you. - But you want me to do? -. When Mrs. Turner brings the tray explain everything. Now - said, serving up simple food with enthusiasm of the landlady brought - have while talking like, because not long ago. Are almost five hours. Within two hours we must be at the site of action. Miss. Irene, or Mrs.., Now, back to your ride at seven. Must be Briony Lodge to your hold. - And then? - Leave it On my own, have already provided what will happen. there is only one thing that I must insist. You will not interfere, come what happen. You see? - Should I stay neutral? - Should not do anything. There will probably be some small disturbance. Do not mess. At the end will be taken to the house. Four or five minutes after the the lounge window opens. You must stand near that open window. Stay looking at me, for I will be visible to you. - Yup. - And when you raise your hand ... well ... you will throw into the room what


I will der to play and at the same time, cry "Fire". Understand? - Perfectly. - Is no big deal - said, pulling from his pocket a roll the size of a cigar. - It is a small smoke bomb with a fuse at each end to explode itself. Your task is simply this. When launching your cry of fire, it will be repeated by several people. May then apply for down the street and I'll meet you there out of ten. minutes. Have I gotten? - Should I stay neutral, by the window, looking at you and when you give the signal, throw this object, yell "Fire" and wait for you down the street. - Exactly. - So can totally trust me. - Excellent. I think it's time to prepare for the new role I have to play. Disappeared into the bedroom and returned in a few minutes in disguise a Protestant clergyman affable and unintelligent. The black-brimmed hat baggy, loose pants, white tie, his sympathetic smile, and general appearance benevolence were completely convincing. Not only that disguises Holmes were excellent; expression, mannerisms, his own soul seemed to vary with any paper that represented. The stage lost a great actor, even as science lost a reasoner first when he became a specialist in crime. It was quarter past six when we left Baker Street, and yet it was ten minutes to seven when we arrived at Serpentine Avenue. It was getting dark, and lamps were lit up as we strolled in front of Briony Lodge awaiting the arrival of its occupant. The house was exactly as imagined by the brief description of Holmes, but the site seemed less private than I expected. For a small street in a quiet neighborhood was exceptionally lively. There was a group of poorly dressed men smoking and laughing in a corner, one grinder with his wheel, two guards flirting with a nurse and several well-dressed young men strolled smoking cigars. - See - said Holmes as we walked slowly in front of home - this marriage greatly simplifies things. The photograph is now a weapon


double-edged. It is likely that she has the same reluctance to be seen by Mr. Godfrey Norton as our client your Princess to see the problem ... is ... where we will find the photograph? - Really, where? - Is not likely to carry with it. It's too big for that. do not would be easy to hide in women's clothes. Knows that the King is capable of armarlhe send a trap and search her. Two attempts have already been made. we have Certainly not the carries. - So, where? - Your banker or your attorney. There is that double possibility. but I inclined to think that neither is true. Women are very secrets and inclined to like their own caches. Why deliver to another person? You can trust his own guard, but can not prevent any indirect or political influence is exercised successfully in a businessman. Also, remember that decided to use it within few days. Should be where you can easily get it. Must be in its own home. - But the house was searched twice. - Does not mean anything. Did not know where to look. - And where will you look? - I will not need to look. - How? - I'll let her show me. - But she will refuse. - You can not refuse. But I hear the rumble of wheels. It is her carriage. now obey my orders to the letter. As he spoke, saw the bright lights of a carriage making curve of the avenue. It was a small, elegant landau which stood at the door of Briony Lodge. At the stop, one of the men ran to the corner to open the door in hopes of winning a coin, but was pushed by another who will fly with the same intention. A violent brawl erupted, augmented by two guards who took advantage of one of the men, and the grinder, which was side by side. There was an exchange of blows and a second lady, who descended from carriage, was the center of a lot of men who were fighting fiercely,


with their fists and sticks. Holmes threw himself in the middle of the group to protect the Mrs; but upon arriving at her, screamed and fell to the ground, with blood streaming down his cheeks. Seeing him fallen, the guards fled in one direction and Men in the other, while a group of people who dressed watched the fight without taking part in it approached to help the lady and the injured man. Irene Adler, as I still called her, climbed the stairs running; but stopped at the top, its superb figure outlined against the lights of the hall, watching the street. - The gentleman is badly hurt? - Asked. - He's dead - said several voices. - No, no, still lives - someone shouted. - But you'll be dead before can take you to the hospital. - It is a very brave man - one woman said. - They would have taken the bag and watch the girl if it was not him. It was a dangerous bunch. Ah, he is breathing. - You can not stay here in the street. We take you inside, lady? - Of course. Can take you to the salon. There is a comfortable sofa. Here, for Please! Slowly and solemnly took him to Briony Lodge and laid in main room as I watched the events of my post near the window. Lit their lamps but did not go the curtains, so that Holmes could see lying on the couch. I do not know if he felt remorse that time represented by the role, but I know that I have never felt embarrassed in my life when I saw the beautiful creature against whom I plotted, and the grace and kindness with which he treated the injured man. However, it would be a betrayal of Holmes refused to play me now paper that commissioned me. Hardened my heart and took the bomb jacket. After all, I thought, we will not hurt you. We're just preventing hurt another person. Holmes sat on the couch and saw him make a gesture as if he needed air. A maid ran to open the window. At the same instant I saw him raise his


hand and threw my pump this signal in the room shouting: "Fire." Barely finished and whole crowd of spectators, well dressed and ill-gentlemen, hostlers and employed, had joined in a single cry of "Fire." Thick clouds of smoke filled the room and out the window. Glimpsed figures and running time after the voice of Holmes, assuring everyone that was a fake alarm. Slipping through the crowd, walked to the corner and ten minutes later I was glad to feel the arm of my friend and me in my away from the scene of confusion. He walked swiftly and in silence for some minutes until we get into one of the deserted streets that lead to the Road Edgware. - Very well done, Doctor - noted. - Could not have been better. everything OK. - Has photo. - I know where it is. - And how to find out? - She showed me, as he had threatened. Not yet understood. - I do not want to be mysterious - said, laughing. - It was very simple. Did you see, surely, everyone on the street was my accomplice. were all hired for one night. So when there was a fight, had a little red paint in the palm of the hand. I walked, I fell, I rubbed a hand over his face and I became a piteous spectacle. It's a very old trick. - This too I thought. - Then took me inside. She had to agree. more could do? And for the room, which was exactly where I suspected it was photography. Would be there, or in your room, and I was determined to find out where. They put me on the couch, I motioned asking for more air, were forced to open the window and you had your chance. - How does that help you? - It was very important. When a woman thinks that her house is on fire, her instinct is to run immediately to the thing that gives greater


value. It is an uncontrollable impulse. and more than once I've already got it. was very useful in the case of Scandal Darlington and also in the Amsworth Castle. A married woman grabs her baby, a single handle your jewelry box. it was clear to me that our young lady prized above all that we sought. Run to see if it was safe. The alarm was very well done. The smoke and shouting were enough to shake nerves of steel. she reacted beautifully. The photograph is in a recess behind a panel just above the bellpull right. Went straight there and saw it at a glance when pulled out. When I yelled that it was a false alarm, took put it in place, glanced at the pump, ran from the room and did not see her. raised, I apologized, left the house, hesitating whether to try to take the photograph or do not; but the coachman had come into the room and watched me intently. found most safe to wait. The fallout could hurt everything. - And now? - I asked. - Our quest is practically finished. I will come here tomorrow with the King and with you, if you want us to follow. We'll be in the room, waiting for the lady but it is probable that when she comes not find neither us nor the photograph. Maybe it's a pleasure to His Majesty regain it with his own hands. - And when you return there? - At eight in the morning. She will not be standing, and we'll have all the freedom. We have to act quickly because this marriage can completely change your life and your habits. I will telegraph immediately to the King. We had arrived at Baker Street and stopped in front of the door. Holmes looking for the key when someone went into his pockets and said: - Good evening, Mr. Sherlock Holmes. There were several people on the pavement at the time, but the voice seemed to come from a slender young man wearing a coat who passed hurriedly. - I've heard that voice before - said Holmes, looking at the dark street. - What


devil, who could it be? I slept at Baker Street that night, and we were busy with coffee and toast when the King of Bohemia entered hastily. - Did! - Exclaimed, holding the shoulders of Sherlock Holmes and staring him in the face with enthusiasm. - Not yet. - But you have hopes? - I have. - So let. I am impatient. - We need a coach. - No, my waiting. - It simplifies everything. We went down and went immediately to Briony Lodge. - Irene Adler married - said Holmes. - Married! When? - Yesterday. - But with whom? - With an English lawyer named Norton. - But can not cheer you up? - I hope so. - Why expect it? - Because His Majesty need not have any fear of future problem. If you do not love His Majesty, there is no reason to interfere with the plans of His Majesty. - It's true. Well! I wish she were in the same class as me. that she would be queen. Fell into dark silence until we reached the Avenue Serpentine. The door of Briony Lodge was open, and an elderly woman was at the top the steps. He looked at us with sarcastic eyes when we jump from the carriage. - Mr. Sherlock Holmes, number 6? - Yes, I am Mr. Holmes - replied my companion, looking at her with curiosity and amazement enough. - Well, my boss said it was likely that you would. Left this morning with her husband, 5h11min by train from Charing station Cross for the Continent.


- What! - Sherlock Holmes stepped back, pale with surprise and disgust. - You mean you left England? - Never to return. - And the papers? - Asked the King hoarsely. - All is lost. - We'll see. - Holmes threw himself into the house, ran to the salon followed by the King and myself. The furniture was scattered in all directions, dismantled shelves, open drawers, as if she had trashed everything before his escape. Holmes rushed to the bell, slipped a small panel and put his hand in, pulled out a photograph and a letter. The photograph Irene Adler was in evening dress, the letter was addressed to "Mr. Sherlock Holmes. To be kept up to come get it. "My friend opened it and the three of us read together. Dated from the previous midnight and said the following: "My dear sir. Sherlock Holmes: It really was great. Deceived me completely. I had not the slightest suspicion to the fire alarm. But then, when I saw how he had betrayed me, I started thinking. I was warned about you for months. They told me that if the King to employ an agent, it would certainly be the Mr. And gave me your address. And despite all this, you made ​me reveal what you wanted to know. Even when I became suspicious, I found it hard think ill of a clergyman so kind, so kind. But know that I am also a professional actress. Dress me of man is common for me. Often I take the advantage of the freedom it gives me. I sent coachman watch him, went upstairs, put on my street clothes, as call and came down just as you left. I followed him to the door and saw that I was really an object of interest the celebrated Mr. Sherlock Holmes. So, very imprudently, wished him good night and went to find my husband in the halls of the Court. Both agree that the escape was the best resource when facing an opponent of such proportions; thus find the nest empty when arrive tomorrow. As for the photograph, your client may rest assured. Love and I am loved by a better man than he. The King may do what you want without


no hindrance to a person with whom proceeded very badly. Just keep to protect me, and to preserve a weapon which will always secure me against any action he might take in the future. I leave a photograph he might like to have; and am, dear Mr. Sherlock Holmes, very kind regards, Irene Norton, Adler " - That woman ... that woman - cried the King of Bohemia, when finished reading. - Do not tell him how she was smart and determined? would not have given a wonderful queen? It is a pity that it was not in my class? - From what I saw this lady she seems indeed to be a different level Her Majesty - said Holmes coldly. - I regret not having been able to complete the business of His Majesty a more satisfactory manner. - On the contrary, my dear sir - retorted the King -. Could not be more satisfactory. I know that her word is inviolate. Picture is as safe as was actually burning in the fireplace. - Glad to His Majesty think so. - I am eternally grateful to him. Tell me how I can repay you. this ring ... - Took an emerald ring snake-shaped finger and offered it in the palm. - Her Majesty has something which I cherish even more - said Holmes. - Suffice it to say. - This photograph. The King looked at him in amazement. - The photography of Irene! - Exclaimed. - Certainly, if you want. - I thank His Majesty. So there is nothing else to do. I hereby wish you a good morning. - Greeted him and, turning without observing the hand that the King had extended him, walked with me home. And that was how a great scandal threatened the kingdom of Bohemia, and that the best plans of Mr. Sherlock Holmes were destroyed by intelligence A woman. He used to make fun of the cleverness of women, but lately I have not heard so doing. And when he speaks of Irene Adler, or when he refers to her photograph, it is always under the honorable title of the woman.



CrĂŠditos Imagens

Arquivos do google

Biografia http://educacao.uol.com.br/biografias/conan-doyle.jhtm

Vida e obras http://www.lpm.com.br/site/default.asp? TroncoID=805134&SecaoID=948848&SubsecaoID=0&Template=../livros/layout _autor.asp&AutorID=43

Sherlock holmes http://www.sherlockholmesonline.org/SherlockHolmes/index.htm

Complementos www.wikipedia.org

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