DIAGRAMAÇÃO - Pricess Power: dos clássicos contos de fada à importância do empoderamento feminino

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princess power: dos clássicos contos de fadas à importância do empoderamento feminino

LAYRA FÁVERO DAMASCENO

CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA


PRINCESS POWER: DOS CLÁSSICOS CONTOS DE FADAS À IMPORTÂNCIA DO EMPODERAMENTO FEMININO.

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Sumário 1. INTRODUÇÃO .................................................................................. 06 1.1 A Disney.................................................................................... 10 2. ESTEREÓTIPOS E AS REPRESENTAÇÕES FEMININAS .............. 16 3. DA HISTÓRIA DE LUTA FEMININA AO EMPODERAMENTO FEMININO............................................................................................ 23 4. A EVOLUÇÃO DOS CONTOS DE FADAS DA DISNEY .......... 38 4.1 Princesas Clásssicas ............................................................... 41 4.2 Princesas Rebeldes ................................................................. 54 4.3 Princesas Contemporâneas ................................................... 65 5. PRINCESS POWER! ...................................................................... 68 REFERÊNCIAS .................................................................................... 73 FILMOGRAFIA ..................................................................................... 77


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Princesas Modernas As princesas da Disney foram reinterpretadas de todas

espírito dos conjuntos dos filmes de animação. Você pode

as maneiras que você pode imaginar. E, uma delas, foi

visitar a página do Facebook da Syed ou o Instagram para ver

feita pela ilustradora e designer de personagens Anoosha

mais das princesas modernas da Disney e outras ilustrações

Syed, onde buscou dar um toque moderno às princesas da

adoráveis. Os direitos autoriais das imagens das princesas

Disney. De Branca de Neve a Merida, Seyd deu-lhes roupas

pertecem à Walt Disney Studios e a reeitura das princesas,

contemporâneas, mas ainda as deixaram totalmente no

à Anoosha.

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Playlists Para uma experiência mais imersiva no conteúdo deste e-book, selecionamos para você playlists temáticas relacionada ao tema princesas e feminismo, para você usufruir e escutá-las enquanto lê. Você poderá acessá-las através do Spotify!

DISNEY PRINCESS LIVE YOUR STORY THIS IS: DISNEY

INTERNATIONAL DAY OF THE GIRL WOMEN OF POP #GIRLPOWER


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01 VOLTAR PARA O ÍNDICE

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Introdução

A

o longo dos séculos, nas diferentes culturas e, a mulher foi representada como o sexo frágil, submissa e com um único papel, o de reprodutora. Desde a Grécia antiga, passando pela idade média e o período do iluminismo, até

os dias de hoje, é possível perceber, como a situação das mulheres foi se construindo ao longo do tempo4. Contudo, em meados da década de 60, os Estados Unidos e a Europa, ampliam as discussões sobre a luta pelo sufrágio feminino, liberdade e demais direitos das mulheres1. E é a partir do surgimento do movimento feminista daquela época, que a representatividade e o empoderamento feminino vêm ganhando, cada vez, mais espaço na sociedade moderna. O termo “empoderamento feminino” foi um dos mais procurados no Brasil em 20163, contudo, poucas pessoas sabem o seu real VOLTAR PARA O ÍNDICE

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significado. Pode-se afirmar que empoderar as mulheres é assegurar que homens e mulheres se beneficiem dos mesmos direitos, é assegurar a elas liberdade, autonomia, e poder de decisão18. Além disso, o empoderamento feminino propõe é uma sociedade que dê oportunidades, onde cada pessoa tenha sua própria voz e seja respeitada por isso2. Logo, baseando-se nesse pensamento e sabendo de toda a história de luta feminina, fica claro a importância de se discutir e de se trazer mais referências de empoderamento para as jovens. Os contos de fadas refletem o pensamento e o contexto de uma época, influenciando no processo de formação da identidade. Os clássicos filmes de princesas, mesmo com todo o estereótipo criado, sempre trouxeram em seus enredos representações femininas importantes. Esses tipos de animações tiveram seu início com o lançamento de Branca de Neve e os Sete Anões, pelos Estúdios Disney em 1937. Porém, foi com ressurgimento de movimentos feministas na década de 19606, que os estúdios cinematográficos veem ainda mais oportunidade de criar filmes que representam esses novos desejos. E assim, criar personagens e histórias que não desejam apenas o “felizes para sempre”, mas sim uma história de luta feminina. Por exemplo, já VOLTAR PARA O ÍNDICE

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parou para pensar que a Branca de Neve (Branca de Neve e os Sete Anões, 1937) fugiu do castelo, não apenas para encontrar seu príncipe encantado, mas porque sofria por conta inveja da Rainha Má? E que a Cinderela (1950) sempre acreditou no seu final feliz e nos direitos iguais entre as pessoas assim como as mulheres dos anos 50? Ou ainda, que Ariel, em A Pequena Sereia (1989), enfrenta seu pai ao salvar um humano, se tornando a primeira princesa heroína? Que Bela (A Bela e a Fera - 1991) não sonha com um príncipe encantado, mas sim com “mais que a vida do interior”? Que Mulan se rebela contra a desigualdade entre gêneros, desconstruindo o estereótipo da sua época? Que Merida (Valente - 2012) representa um padrão não convencional de beleza e de comportamento de uma princesa? Que Anna e Elsa, em Frozen (2013), não consideram a necessidade de um amor romântico para um “final feliz”? E por último, que Moana (2017) projeta um padrão compatível com os valores do século XXI, em que a mulher não é mais vista como subordinada e inferior, e sim capaz de liderar a sua vida e conduzir os negócios da família? Apesar das conquistas já alcançadas ao longo dos anos pelas mulheres, é inegável que a igualdade de gênero e direito ainda é uma realidade VOLTAR PARA O ÍNDICE

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distante na sociedade atual. E apesar da mudança, mesmo que singela, na maneira como as mulheres são representadas e vistas na sociedade, devido a toda a sua história de luta e sufrágio, é importante trazer mais referências de empoderamento para as jovens. E porque essas representações não podem continuar sendo os das princesas? Logo é muito significativo o conhecimento sobre a história da Luta Feminina e todas as suas conquistas, mas também, a desconstrução de clássicos estereótipos, construindo assim, novos olhares sobre o empoderamento.

1.1

A DISNEY

A

história da The Walt Disney Company muito se mistura com a de seu fundador, Walt Disney. Nascido em Chicago, em 05 de dezembro de 1901, Walter Elias Disney era o quarto filho, do casal Elias e Flora Disney. Dentre seus

irmãos, Roy era o mais próximo de Walt, sempre disposto a ajudar o irmão mais novo, apoiando o seu lado artístico. A família mudava-se de cidade com frequência, sempre em busca de novas oportunidades. Dentre estas, a cidade de Marceline, no Missouri, em 1905, ficaria VOLTAR PARA O ÍNDICE

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marcada na memória de Walt, inspirando-o mais tarde. Porém, em 1910, Elias Disney adquiriu os direitos de distribuição de um jornal, fazendo com que a família se mudasse novamente para Kansas City20, cidade onde Walt assistiu, ainda em preto e branco e com atores, o seu primeiro filme: Branca de Neve e os sete Anões. Em 191622, a família volta para Chicago, e Walt já deixava evidente sua paixão pelas artes, desenhava cartoons para o jornal da escola e fazia o curso de desenho na Academia de Artes de Chicago. Contudo, foi durante a Primeira Guerra Mundial, quando se alistou à Cruz Vermelha, que desenvolveu seus desenhos, auxiliando na comunicação entre os soldados. Depois de voltar para Kansas, começou a trabalhar como aprendiz de desenhista em um estúdio pequeno, onde conheceu Ubbe Iwerks, com quem mais tarde abriu a Iwerks- Disney Comercial Artists. E ao mesmo tempo, Walt trabalhava em outro estúdio onde produziam desenhos (animações) de curta metragem. Porém, mesmo sem sucesso e com o fechamento do estúdio, Walt produziu um filme cuja protagonista era uma menina que viajava pelo mundo dos cartoons, Alice in Cartoonland. E foi a partir dessa produção, em 192313, quando Roy, o irmão de Walt, começou a se envolver na parte administrativa a animação, que surge a Disney Brothers Productions, o primeiro nome VOLTAR PARA O ÍNDICE

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da The Walt Disney Company. Após três anos trabalhando, em 1928, depois dos direitos da série Oswald The Lucky Rabbit serem retirados dos irmãos pela Universal Studios, Walt cria o personagem que mudaria sua vida. Mais precisamente no dia 14 de março de 1928, voltando para a casa, e pensando na época em que morava sozinho em Kansas, como cartunista, Walt lembrou-se do ratinho que sempre lhe fazia companhia. Foi então que decidiu criar um rato com forma humana, que teria sentimentos e emoções: Mortimer, mais tarde batizado, por sua esposa, de Mickey Mouse13. Figura 01 – Irmãos Disney e a criação de Mickey Mouse

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Já em 1930, a Disney Brothers Productions tornou-se uma corporação privada, e passa a se chamar Walt Disney Productions22. A partir de então, a nova organização começou a se desenvolver, criando seu primeiro desenho em cores e criando os amigos de Mickey Mouse. Porém, foi só em 1937 que o primeiro clássico dos contos de fadas foi lançado: Branca de Neve e os Sete Anões13. Após a sua primeira estreia, os estúdios não pararam mais. Em seguida, vieram, na década de 40, Pinóquio (1940), Dumbo (1941), Bambi (1942). Em 1950, Cinderela estreia, assim como Alice no país das maravilhas (1951), Peter Pan (1953), A Bela Adormecida (1959). Um pouco antes dos anos 90, o estúdio expande suas produções, trazendo para os cinemas o clássico A Pequena Sereia (1989), A Bela e a Fera (1991), Alladin (1992), O Rei Leão (1994), Pocahontas (1995), Mulan (1998). E após a virada do século, A Princesa e o Sapo (2009), Enrolados (2010), Valente (2012), Frozen (2013), Divertidamente (2015), Moana (2017), entre outros. Em 2006 a The Walt Disney Company comprou a Pixar Animation Studios, passando a ter os direitos de todas as animações produzidas pelo o estúdio anteriormente, como por exemplo: Toy Story (1995), Vida de Inseto (1998), Monstros S.A. (2001), Procurando Nemo (2003), entre outros5. Desde de então, já foram mais de 50 animações criadas pela The Walt Disney Company. VOLTAR PARA O ÍNDICE

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Figura 02 – Princesas Disney no filme Detona Ralph 2 (2018)

Assista ao trailer

Além disso, hoje, a The Walt Disney Company administra o Disney Media Networks, responsável pelos canais de TV e rádio, o Disney Consumer Products, que é a é a divisão de consumo, licenciamento e publicação, e o Disney Interactive Media Group, a unidade de mídia digital. Além, de claro, os estúdios de animação, The Walt Disney Studios, e os 13 parques temáticos, que estão espalhados pelo mundo20.

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ESTEREÓTIPOS E AS REPRESENTAÇÕES FEMININAS

D

iversas definições para a palavra estereótipo são encontradas por conta dos vários autores que se dedicarem a investigação deste tema12. Entretanto, o primeiro estudo sobre estereótipos teve início na década de 20, e foi feito pelo jornalista americano

Walter Lippman, em 192212. Nesta obra o autor relata como as pessoas tomavam decisões rápidas sobre diversos assuntos sem ao menos ter um conhecimento prévio. Logo, com a falta de informação e apoiando em crenças de conhecimento geral12, as decisões eram tomadas. Entretanto, para compreender ainda melhor o seu conceito, é preciso voltar ao século XX. VOLTAR PARA O ÍNDICE

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A origem do termo estereótipo surge na tipografia, onde o termo dava nome a uma placa gravada sobre o metal para a impressão de imagens e textos17. Com caracteres fixos, ela era utilizada nas oficinas tipográficas, destinado a impressão em série. E partir disso, fazendose uma analogia, o adjetivo estereótipo, significa-se como algo que poderia ser repetido mecanicamente12. Além disso, etimologicamente, a palavra vem do grego stereos, que quer dizer “sólido”17. Sendo assim, o termo se comporta como uma referência ao que foi pré-determinado e encontra-se fixado, cristalizado. A partir destas concepções, passou-se a compreender que os estereótipos funcionam como um discurso social difundido, que é renovado e atualizado a cada situação de uso17. Ele se baseia nas imagens que são criadas em determinado grupo social. Além disso, pode-se dizer que é a maneira como os sujeitos que pertencem a esse determinado grupo reagem à convivência. Sendo assim, o termo pode ser definido como uma imagem mental coletiva que determina formas de pensar, agir e sentir do indivíduo17. Portanto, o processo de estereotipia é uma generalização sobre o comportamento ou as características de um indivíduo, desenvolvido no imaginário social, VOLTAR PARA O ÍNDICE

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baseado em representações de uma determinada situação2. Estereótipos são uma das manifestações mais antigas de nossa cultura, eles estavam presentes nos contos de fada, nas narrativas populares, nas canções da idade média11. Eles, ainda, provêm dos rituais, dos mitos, das comparações e metáforas, que eram utilizadas pela cultura popular. Portanto, é possível considerar que os estereótipos são característicos da cultura em que estamos inseridos, ele não advém da experiência do indivíduo, mas sim do seu contato com os outros membros17. Sendo assim, considera-se que o termo estereótipo se constrói a partir do conhecimento, das expectativas e das crenças de uma pessoa acerca de determinada coisa. Além disso, eles circulam e são transmitidos pelas fontes mais diversas: família, amigos, escola, mídia. E são estes grupos que atuam na construção, mas também na possível alteração dos estereótipos12. Assim como um reflexo, ele possui "desvios" que podem influenciar positivamente ou negativamente o comportamento. Os estereótipos reproduzem relações de poder, desigualdade e exploração, impedindo qualquer flexibilidade de pensamento na avaliação e comunicação de uma determinada realidade. Eles podem reduzir as características de VOLTAR PARA O ÍNDICE

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um grupo a poucos atributos considerados essenciais, por exemplo, traços da personalidade, vestimenta, linguagem verbal e corporal etc. Por conta desses "desvios" e pelo fato de ele ser tomado como uma ideia que foi se solidificando ao longo do tempo, se distanciado da “realidade”, fez com que fosse entendido como elemento falseador e prejudicial para as relações sociais17. Logo, o termo assume uma conotação pejorativa já que remete a um conceito falso, uma crença sem senso crítico que simplificava ou generaliza sem fundamento. E isso permite, por exemplo, falar sobre alguns tipos de estereotipia, como a feminina. Por muito tempo, a mulher teve como representações estereótipos que não as representavam. Assim como será abordado no próximo capítulo, sobre a Luta Feminina, a imagem feminina é frequentemente julgada a partir do conjunto de crenças que cercam o mundo feminino. Estas representações giram em torno, principalmente, de sua função de mãe e dona-de-casa, a posição de sexo frágil, mostrada como objeto sexual, submissa ou serviçal. A partir disto, os direitos exigidos e reclamados por grupos de mulheres começaram a representar, no século XIX, bandeiras de luta do movimento feminista4.

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Hoje, a imagem e as representações mudaram, pois as prioridades femininas passaram dos afazeres domésticos para a preocupação constante com a conservação da beleza. Exploram-se basicamente dois estereótipos, que se inter-relacionam. O primeiro é relativo ao padrão de beleza: a mulher bonita é a mulher magra. E o segundo estereótipo refere-se à juventude: é preciso ser e parecer jovem para ser feliz12. A imagem feminina está sendo retratada com base nesse ideal de beleza, no qual a transição da mulher doméstica para a mulher fascinante está eficientemente traduzida. E isso tornou-se a nova luta das mulheres, obrigando-as a se enquadrarem nos moldes dos anos 90, quando para a mulher ser feliz e bem-sucedida, ela deveria ser bela, seguindo um modelo inquestionável de beleza12. Assim, a classificação ostensiva influenciariam as definições e os parâmetros de feminilidade, domesticidade e beleza por meio das quais as mulheres passavam a avaliar a si mesmas, aos seus relacionamentos, às suas necessidades e às suas aspirações2. Sendo assim, percebe-se que o conceito de feminilidade estaria atrelado à vontade insuperável de atingir um ideal impossível de beleza. Impondo à mulher a necessidade de se buscar o inatingível, causando uma obsessão pelos padrões de beleza considerados VOLTAR PARA O ÍNDICE

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socialmente aceitos em um determinado período2. Então, apesar de toda a luta, as mulheres continuam interiorizando os estereótipos de 50 anos atrás. E embora estejam conquistando seu espaço na esfera pública, na rua, nossa cultura está longe de desligar a mulher do domínio privado, da “casa”12. Funcionando como elemento capaz de sintetizar conceitos, o estereótipo vem sendo cada vez mais utilizado no discurso midiático¹¹. Logo, as mulheres atuais, que são frutos das conquistas feministas que quebraram o modelo impostos, ainda não estabeleceram um novo padrão de comportamento, o que leva a acreditar que elas podem valer-se dos mais diversas representações para adequar-se as situações do quotidiano.

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DA HISTÓRIA DE LUTA FEMININA AO EMPODERAMENTO FEMININO

A

imagem

da

mulher moderna ocidental vem sendo

construída ao longo do tempo, desde Grécia antiga, chegando até os dias atuais. Uma das primeiras representações de que se tem conhecimento é por meio

da figura de Eva, apresentada pela Bíblia como causadora do pecado original8. Porém, não é de hoje também, que em diferentes culturas e sociedades as mulheres são tradicionalmente consideradas fisicamente e intelectualmente inferiores aos homens. Isso deve-se ao fato de que VOLTAR PARA O ÍNDICE

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elas muitas vezes vêm sendo representadas como ser frágil, submissa e com papéis restritos, como da maternidade. Mas é sabido, também, que essas representações raramente são condizentes com a realidade feminina, marcada por resistência, diversidade de papéis sociais, mesmo que em situações de opressão e violência física e psíquica, comuns ao longo deste tempo na maioria das culturas. Logo, é possível perceber, como a situação das mulheres foi se construindo ao longo do tempo4. E é por conta disso, que, antes de se apresentar a definição do que é o feminismo, e, consequentemente, o empoderamento feminino, é importante compreendermos como a história das mulheres foi construída. Nos séculos VI e V a.C., nas pólis gregas, emergiram-se as bases das ideias sobre a democracia. Aos cidadãos era dado o poder de participar diretamente das questões políticas, mas a própria ideia de cidadão era excludente, haja vista excetuar os escravos e as mulheres8. As mulheres foram rigorosamente excluídas da vida pública e confinadas no interior das casas4. A ideia de uma natureza diferente entre homens e mulheres permitiu justificar a separação de papéis e de espaços. E, apesar de confinadas, elas tinham uma função bem definida na sociedade: deveriam assegurar a continuação da família4. VOLTAR PARA O ÍNDICE

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Assim, a partir do século IV a.C., viveram em regiões norte e nordeste da Europa os povos célticos e nórdicos, os quais se destacaram, além de sua cultura e de sua forma de vida. A figura da mulher era de crucial importância no desenvolvimento de suas práticas sociais e religiosas, o que marcou profundamente a história desses povos8. As mulheres aprendiam técnicas de combate, as sacerdotisas, determinavam quem iria lutar ou não nas guerras, e a todas as mulheres era dado o direito de participar da vida política, bem como escolher os seus maridos. Contrapondo essa realidade, durante o Império Romano, elas vivam sob o poder masculino, tinham apenas o nome de família. Já na Idade Média, mesmo ainda tendo a sua imagem associada à fragilidade, à indolência e à luxúria, as mulheres começam a se opor contra ao que era imposto, contra a ordem masculina4. No entanto, a figura do guerreiro era incontestavelmente masculina, devido a uma masculinização proposta por diversos fatores, dentre eles o cristianismo como principal8. À mulher cabia, em parte significativa das culturas ocidentais e orientais, o papel de donzela, virgem e casta, à espera de marido e obediente e servil, quando casada. Fora desse estereótipo, seria uma mulher ‘perdida’ para a sociedade.

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Neste intervalo de tempo, o século XVIII é marcado pelo Iluminismo e por revoluções liberais, como a Revolução Francesa. O movimento pregava o princípio da individualidade, percebendo que todos os seres humanos deveriam ser respeitados em sua própria personalidade4. O movimento contou com a efetiva participação feminina em sua preparação, sendo considerado o berço do feminismo moderno8. As ativistas revolucionárias da França protestavam contra leis que visavam submeter o sexo feminino ao domínio masculino e reivindicavam a mudança da legislação sobre o casamento4. Entretanto, mesmo propondo essa "luz" de cultura e conhecimento, os filósofos da época continuavam a ver a mulher com inferioridade: no século XVIII, os pensadores iluministas percebiam as mulheres como pessoas dotadas de uma razão inferior ou mesmo como irracionais, defendiam que a mulher não tinha tal capacidade devido à sua "natureza" ligada à intuição e à imaginação4. Foi também nessa época, com o movimento filosófico e cultural, que visava o alcance da liberdade, autonomia e emancipação por meio da razão, que houve, no século XVIII, o acesso da mulher à educação formal8. Sabe-se de mulheres, ainda que poucas, que frequentaram universidades, começando a ter acesso às artes, às ciências e à VOLTAR PARA O ÍNDICE

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literatura4. A educação feminina ainda era uma novidade. Até o final do século XVIII, era normal não se ensinar as meninas nem a escrita. As noções de educação feminina começaram a mudar, já que em uma república, as mulheres teriam que saber o suficiente do mundo para criar filhos que pudessem ser cidadãos virtuosos16. À luz do capitalismo, o mundo viu a necessidade de contratar mão de obra barata. Com a revolução industrial do século XVIII e o êxodo rural, à mulher é aferido outro papel na sociedade, a de trabalhadora assalariada, ainda que seus salários fossem muito inferiores ao dos homens para a realização do mesmo ofício8. Por conta disso, mulheres e crianças enfrentavam jornadas de trabalho de 14, 16 e até 18 horas, e ainda ganhavam menos do que os homens. E como justificativa das diferenças salariais, utilizavam a premissa que a mulher necessitava de menos trabalho e salário, já que, supostamente, ela deveria ter um homem que a sustentasse4. Porém, é apenas no século XX que o movimento feminista, inspirado pela sufragista britânica Emmeline Pankhurst, adquire características de ação política, com um discurso próprio sobre a luta das mulheres nos EUA16. Na passagem do século XIX para o século XX, as sociedades ocidentais VOLTAR PARA O ÍNDICE

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eram notadamente influenciadas por correntes liberais, pautadas em ideais de liberdade individual e igualitarismo16. Mulheres dos EUA e do Reino Unido, brancas, de classe média e insatisfeitas com o seu estado de submissão e opressão, reivindicavam a igualdade jurídica, o direito ao voto e o acesso à instrução e às profissões liberais, além da oposição a casamentos arranjados e à propriedade de mulheres casadas por seus maridos8. Em 1848, nos Estados Unidos, o movimento sufragista remonta a primeira convenção sobre os direitos das mulheres em Nova York. As representantes adotaram uma Declaração de Sentimentos", escrita por Elizabeth Cady Stanton, que tinha a Declaração da Independência como modelo, e, entre as exigências, estava a de dar às mulheres "admissão imediata aos direitos e às prerrogativas que lhe cabem como cidadãs norte-americanas16. Há relatos de que, no dia oito de março de 1857, operárias têxteis, de uma fábrica de Nova York, teriam entrado em greve pela redução da jornada de trabalho de 16h para 10h por dia, operárias essas que, pelas 16h diárias, recebiam um terço do salário dos homens8. A manifestação foi severamente reprimida e as grevistas foram trancadas na fábrica incendiada. E esse episódio teria sido uma das motivações para a criação do Dia Internacional da Mulher, em oito de março, o que ocorreu VOLTAR PARA O ÍNDICE

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durante a Segunda Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, em Copenhagem, no ano de 19108. A partir deste feito, a campanha pelo sufrágio feminino foi efetivada pelas denominadas sufragistas, campanha essa que, em 1918, no Reino Unido, desembocou na aprovação do Representation of the People Act, concedendo o direito ao voto às mulheres acima de trinta anos de idade e que possuíssem alguma propriedade imóvel8. Nos EUA, o movimento culminou na aprovação, em 1919, da Décima Nona Emenda à Constituição americana, que concedeu às mulheres de todos os Estados o direito ao voto. Já, no Brasil, em 1932, durante o governo de Getúlio Vargas, foi assinado o Decreto 21076, que assegurava às mulheres o direito de votar. No entanto, até 1965, o direito era estendido apenas às mulheres com profissões remuneradas8. Os anos de 1930 e 1940 representaram um período em que as reivindicações das mulheres haviam, mesmo que apenas formalmente, sido atendidas. Juntamente com essas mudanças, esse período é marcado pela preparação e explosão de uma nova guerra mundial e é durante a II Guerra, que se valorizou muito a participação da mulher no mercado de trabalho. Elas podiam votar e ser votadas, ingressar nas VOLTAR PARA O ÍNDICE

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instituições escolares e participar do mercado de trabalho4. Porém, com o fim da guerra e com a volta da força de trabalho masculina, a ideologia da diferenciação dos papéis por sexo e da inferioridade feminina foi fortemente reativada4. Ocorre que, após a II Guerra Mundial, a imagem da mulher volta a ser associada às responsabilidades domésticas e à criação dos filhos. Isso porque, nesse contexto, havia uma mobilização para que as mulheres se retirassem do mercado de trabalho a fim de ceder espaço aos homens que retornavam da guerra10. A partir de meados da década de 1960, os Estados Unidos e a Europa começaram a ser alvos das grandes discussões sobre a luta pelo sufrágio feminino, liberdade e demais direitos das mulheres19. Ao mesmo tempo que o capitalismo se fortalecia, a organização das mulheres pelos seus direitos como trabalhadoras e cidadãs ganhava forma e força4. É a partir do surgimento do movimento feminista daquela época, que a representatividade e o empoderamento feminino vêm ganhando cada vez mais espaço na sociedade moderna. As décadas de 60 e 70 do século XX foram marcadas por inúmeras revoluções que tomaram conta do cenário mundial, como o movimento hippie, as manifestações estudantis, os movimentos de resistência contra as Ditaduras Militares. Tudo isso influenciou o renascimento dos ideais feministas10. VOLTAR PARA O ÍNDICE

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Buscava-se uma política de respeito às diferenças e de igualdade de direitos, fundada no reconhecimento de equivalência entre os sexos, não de superioridade10. As feministas entendiam que as desigualdades culturais e políticas estavam relacionadas. Buscavam, assim, incentivar as mulheres a perceber os aspectos de suas vidas pessoais como profundamente politizados e como reflexo de estruturas de poder sexista. Foi nesta época também que ocorreu uma revolução sexual, decorrente do surgimento do primeiro anticoncepcional no ano de 196010, bem como a famosa Queima dos Sutiãs. O protesto, com participação de cerca de 400 ativistas do Women's Liberation Movement, em 1968, ocorreu durante a realização do concurso de Miss América10. E, por conta disso, pressionada, a ONU declarou, em 1975, o Ano Internacional da Mulher. A década que se seguiu até 1985, como década da mulher em todo o mundo deveu-se a este episódio10. No fim dos anos de 1970, o movimento feminino travou. Os salários nunca chegaram à paridade; os ganhos sociais e econômicos tiveram retrocesso; as vitórias políticas e jurídicas que pareciam estar próximas nunca se concretizaram19. Foi uma época de divisão entre as feministas, em que as radicais atacavam as liberais e as liberais atacavam as radicais VOLTAR PARA O ÍNDICE

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em um fenômeno tão amplo de discussão16. Em meio às feministas que divergiam, à redução da briga pela igualdade à defesa do aborto e a ascensão da Nova Direita, o movimento da mulher chafurdou16. Entretanto, mesmo com essas divergências, a história feminina teve uma explosão: pesquisadoras brilhantes e impetuosas estudaram tudo desde a típica vida feminina até a história das lutas políticas16 como: Anne Firor Scott, Gerga Lerner, Linda Gordon, Elizabeth Pleck, Nancy Cott, entre outras. É a partir da década de 1980, que o movimento repensa as suas ações e aprofunda discussões já travadas nas gerações anteriores, como o papel e a função da mulher na sociedade9. Focaram na mudança de estereótipos, nos retratos da mídia e na linguagem usada para definir as mulheres. assim fortalece a ideia de pensar as relações entre homens e mulheres e entre o masculino e o feminino a partir de gênero4. A luta pelos direitos das mulheres não veio em ondas, a luta pelos direitos das mulheres tem sido um rio, que avança sem parar16. E mesmo que em determinadas épocas algumas reivindicações tenham sido mais fundamentadas, as outras nunca foram esquecidas. Sendo assim, após anos, apesar da luta e discurso, da conquista da igualdade formal VOLTAR PARA O ÍNDICE

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no mundo ocidental e do avanço da igualdade material entre homens e mulheres, o patriarcalismo e o machismo continuam enraizados na estrutura social em todo o planeta9. E é por conta disso que o "empoderamento feminino" vem ganhando visibilidade nos últimos anos. Entretanto, mesmo sendo um dos assuntos mais pesquisados e mais evidentes, poucas pessoas sabem o seu real significado e objetivo14. Além disso, poucos compreendem a diferença entre ele e o movimento Feminista. A palavra "feminismo", praticamente nunca utilizada antes de 1910, estava em todo lugar em 191316. Ela dizia respeito à defesa dos direitos e das liberdades das mulheres e uma visão de igualdade acentuadamente distinta daquela dotada pelo "movimento feminino" do século XIX16. Sendo assim, o feminismo busca que mulheres e homens compartilhem o poder na sociedade, e não que o poder seja apenas das mulheres. Sabe-se que o Feminismo é um movimento formado por mulheres que criticam o sistema em que vivem, seja ele econômico, político e/ou social. Seu objetivo maior é o de liberar tanto mulheres quanto os homens para uma vida autêntica e consciente4. Além disso, seus adeptos acreditam na igualdade social, política e econômica entre os sexos1, VOLTAR PARA O ÍNDICE

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fazendo parte dos direitos humanos de uma forma geral. Contudo, escolher uma expressão vaga como "direitos humanos" é negar a especificidade e particularidade do problema1. Mas o Feminismo não é um bloco homogêneo, ele divide-se em diversas linhas de pensamento, mostrando diversidade também em sua ideologia: as correntes de pensamento feminista se diferenciam especificamente porque apontam uma diferente raiz para o problema da opressão feminina e uma diferente forma de combater essa questão: o feminismo liberal, o feminismo marxista e o feminismo radical22. No feminismo liberal, as feministas tentavam radicalizar o projeto igualitário Iluminista, de forma que este pudesse ser coerente, reivindicando a inclusão das mulheres nessa nova ordem social que superava o absolutismo monárquico. Negavam a existência de uma natureza que definiria a capacidade dos sexos e acreditavam que as diferenças entre homens e mulheres eram fruto da falta de educação igualitária e de direitos civis e políticos22. O marxista entendia que a causa da subordinação feminina adviria da própria organização da economia e do mundo do trabalho. Sendo assim, a libertação das mulheres se daria com a abolição da propriedade privada e com a transformação da divisão sexual do trabalho22. E por último, o feminismo radical acreditava VOLTAR PARA O ÍNDICE

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que não seria o sistema econômico que oprimiria as mulheres, mas o sistema de dominação social do sexo. Para elas, o reformismo liberal possuía uma análise muito superficial da discriminação das mulheres e o marxismo seria um tanto reducionista e machista22. Assim como o Feminismo, o Empoderamento Feminino também propõe uma sociedade que dê oportunidades, onde cada pessoa tenha sua própria voz e seja respeitada por isso21. Porém, mesmo que relacionados, o empoderamento é a consciência coletiva expressada por ações para fortalecimento e o desenvolvimento da equidade de gênero15. Pois, a palavra vem do inglês “empowerment“, que pode ser traduzido como “fortalecimento”; sendo assim, empoderar uma mulher significa torná-la mais forte, dar condições para que ela se sinta segura e autoconfiante — e, assim, cresça pessoal e profissionalmente14. O problema da questão de gênero é que ela prescreve como devemos ser em vez de reconhecer como somos. Seríamos bem mais felizes, mais livres para sermos quem realmente somos, se não tivéssemos o peso das expectativas do gênero1. A luta pelos direitos das mulheres não é um assunto apenas dos dias atuais. Diante de tudo que foi exposto, é necessário ressaltar à VOLTAR PARA O ÍNDICE

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importância de se aprender sobre a vida e a luta dessas mulheres, como forma de reconhecimento da estrutura social na qual estamos inseridos e como instrumento no avanço da conquista de direitos8. Entendendo que hoje, diferente de alguns anos atrás, há mais oportunidades para as mulheres — houve mudanças nas políticas públicas e na lei1, e também, sabe-se que muitas atividades que atualmente fazem parte do cotidiano das mulheres, foram arduamente conquistadas, dentre elas votar e frequentar a universidade4. Entretanto, ainda há muito o que fazer e acontecer para que as mulheres tenham o mesmo espaço que os homens.

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04 VOLTAR PARA O ÍNDICE

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A EVOLUÇÃO DOS CONTOS DE FADAS DA DISNEY

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The Walt Disney Company, desde a sua fundação, sempre teve como objetivo levar magia e encanto para todas as pessoas do mundo. Por isso, ela é responsável por criar histórias que misturam realidade e ficção de uma forma

surpreendentemente sutil. Entretanto, além deste aspecto, as produções cinematográficas dos estúdios sobrelevam o imaginário, reacendendo o antagonismo entre o bem e o mal, com um final feliz que regenera sonhos e a possibilidade de torná-los reais2.

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Dentro do contexto analisado anteriormente, de estereótipos femininos e a efetiva colaboração das mulheres em favor dos seus direitos, é preciso fazer uma análise sobre as histórias dos contos de fadas produzidas pelos Estúdios Disney. Além disso, deve-se considerar que estas produções, além de fonte de entretenimento e estímulo à imaginação, orientam a imagem ideal. Logo, fica clara a importância de se analisar o discurso propagado pelas princesas da Disney, que contribuem para a divulgação de uma visão estereotipada da feminilidade2. Pode-se observar, nas produções cinematográficas dos Estúdios, que, em sua maioria, as protagonistas, ou seja, as estrelas principais, as princesas; figuras que despertam o imaginário infantil com sua beleza, seus vestidos suntuosos e castelos imiscuídos em luxo e pompas2. Contudo, com a alteração do papel feminino, com o passar das décadas, também, pode-se perceber uma alteração na própria figura das princesas dos filmes. A mulher, que antes ocupava uma posição de submissão à figura masculina, com a onda de movimentos feministas, começou a encontrar seu espaço na sociedade e no mercado de trabalho². Por conta desta mudança, categorizaram-se os filmes em três grupos: Princesas Clássicas, Princesas Rebeldes e Princesas Contemporâneas6.

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4.1 PRINCESAS CLÁSSICAS

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s primeiras princesas da Disney são sempre as mais lembradas. Isso acontece porque suas histórias já estão sendo comentadas e discutidas há mais tempo, e também porque seguem um padrão clássico. Branca de Neve (1937),

Cinderela (1950) e Aurora, de A Bela Adormecida (1959), caracterizam-s como as princesas mais belas, amigas dos animais e das florestas, que cantam com vozes doces e, principalmente, as mais passivas, esperando seus príncipes salvadores, com o beijo que as fará despertar ou devolverão o sapatinho perdido6. Além desses aspectos, um exemplo a ser citado é sobre o papel feminino das animações. Nos dois primeiros filmes, este papel é muito mais importante que o masculino, já que são elas que cativam a audiência, que VOLTAR PARA O ÍNDICE

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apresentam personalidade, sonhos, enquanto os príncipes sequer têm seu nome pronunciado. Entretanto, mesmo que ambas compartilhem o sonho de encontrar o seu príncipe encantado, no terceiro filme, Aurora já tem seu espaço dividido com Filipe. O jovem que conhece na floresta, mesmo sem saber que ele era um verdadeiro príncipe, salva a princesa mais tarde da vilã Malévola. E isso reflete o direito de escolher que os jovens – mulheres e homens – vão conquistando. Não se trata mais de aceitar o primeiro rapaz valente que aparece6. Sendo assim, por conta disso e de outros aspectos que serão analisados a seguir, elas podem ser consideradas como as Princesas Clássicas dos Estúdios Disney. Figura 03 – Princesas Clássicas: Branca de Neve (Branca de Neve e Os Sete Anões), Cinderela (Cinderela) e Aurora (Bela Adormercida)

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4.1.1

BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES (Snow White and The Seven Dwarfs - 1937)

E

m 1937, com a estreia de Branca de Neve e os Sete Anões pelos Estúdios Disney, o mundo cinematográfico é revolucionado. A história foi o primeiro longametragem de animação com cores e som produzidos, e

a personagem é considerada como a primeira princesa dos Estúdios20. Assim, a história gira em torno de uma menina alemã de pele alva como a neve, bochechas e lábios vermelhos como o sangue e cabelos negros como a madeira do ébano7, que após perder seu pai, o Rei, tem que fugir de sua madrasta, a Rainha Má. A fuga, além deste objetivo, tem como finalidade, também, encontrar o príncipe encantado, o amor, e, consequentemente, o seu final feliz.

Figura 04 – Branca de Neve e os Sete Anões (1937)

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Neste momento nasce a primeira princesa da Disney, em um período que antecedeu a II Guerra Mundial, o que ressalta a sua representatividade como a mulher ideal para a sociedade patriarcal da época2. Devido a isso, é possível perceber a importância dada à beleza, já que a Rainha Má pergunta ao espelho mágico quem é a mulher mais bonita do reino. Fica evidente, também, a fragilidade da personagem e sua submissão, além dos atributos físicos e morais. Isso é comprovado pelo fato de que ela é a responsável pelos afazeres domésticos, dentro do castelo em que vivia e também da casa dos anões. A personagem vê, no cuidado com a casa, uma forma de expressar gratidão aos anões, por deixá-la se esconder em sua casa no meio da floresta, já que sua madrasta está a sua procura para matá-la. Branca de Neve é a dona de casa perfeita. Ao chegar à casinha dos anões, fica horrorizada com toda a sujeira e louça acumulada, exclamando “era de se imaginar que uma mãe... ó! Talvez eles não tenham mãe”. Com pena dos moradores, que acredita ser órfãos, decide limpar a casa para surpreendê-los. Ela faz o trabalho doméstico com prazer, cantarolando, sendo ajudada pelos animais da floresta. Além de cuidar da casa, é retratada cozinhando e seus companheiros a elogiam pelos dotes culinários6. VOLTAR PARA O ÍNDICE

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Figura 05 – Branca de Neve fazendo os afazeres domésticos e Rainha Má iniciando seu plano contra Braca de Neve

Devido a sua docilidade, ela sofre em decorrência da inveja da Rainha Má. Além disso, a frágil e passiva Branca de Neve deixou-se convencer pela madrasta, caindo em seu plano mortal ao comer uma maçã envenenada dada pela vilã do filme7. Logo, a figura da personagem, também representa papéis sociais amplamente valorizados em seu tempo. Esta não somente era ingênua ao ponto de cair num plano maléfico, como era submissa e manifestava-se de acordo com um modelo de mulher esperado pela sociedade vigente, desempenhando, desse modo, funções restritas ao cuidado, tanto do lar quanto das pessoas próximas7. VOLTAR PARA O ÍNDICE

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Figura 06 – Rainha Má se disfarça de uma velha senhora para entregar a Branca de Neve a maça envenenada

Assim, Branca de Neve, mesmo com a vontade de mudar a sua realidade e ir em busca da sua felicidade, representava a mulher idealizada nos anos de 1930: dona de casa, mãe, sem qualquer desejo e/ou perspectiva de ingressar-se no mercado de trabalho2. Sendo assim, neste período, a busca por um homem que representasse o papel de provedor do lar e protetor da família. Este era o "objetivo principal". E mesmo sendo vítima do ódio de sua madrasta, foge para encontrar um príncipe encantado, que a leve para viver num castelo, onde, certamente, continuará a desempenhar as funções domésticas e a procriar, cuidando de sua família. VOLTAR PARA O ÍNDICE

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Figura 07 – Princípe Encantando beija Branca de Neve para acordá-la da maldição jogada pela Rainha Má

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4.1.2

CINDERELA (Cinderella - 1950)

E

m 195020, menos de uma década após o fim da II Guerra Mundial, quando se inicia a mudança de paradigma da mulher dona de casa, para que a mesma busque uma mudança de vida2, o segundo filme da franquia das

Princesas Disney é lançado. Cinderela representa um papel muito semelhante ao de Branca de Neve, o de dona de casa e que busca o seu príncipe encantando. Vivendo em sua casa com sua Madrasta e suas irmãs postiças, a garota órfã vê-se obrigada a viver em meio a sujeira, cinzas, e borralho, tornando-se conhecida como a Gata Borralheira7. Contudo, mesmo com as semelhanças, pode-se perceber um comportamento bem diferente, já que para ela, as tarefas de casa são uma terrível obrigação imposta como castigo6.

Figura 08 – Cinderela (1950)

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Esse clássico, criado 13 anos depois da primeira princesa, disserta que Cinderela é fruto de uma época diferente. Como dito, mesmo sendo forçada a realizar trabalhos domésticos, esses passam a demonstrar a bondade e a graciosidade que a personagem possui. Por conta destas características, que após ter sido proibida de ir ao baile, tendo o vestido de sua mãe rasgado pelas irmãs postiças, que sua Fada Madrinha aparece fazendo a magia acontecer. Isso deixa evidente que a personagem sonha com os bailes reais, onde poderá, assim, encontrar um príncipe que a resgate e a liberte desta opressão por meio do amor, mudando sua vida de sofrimento. Sendo assim, ela não pode ser culpada por apenas esperar que seu príncipe a resgate, já que o filme deixa evidente que a princesa acredita no seu final feliz e nos direitos iguais entre as pessoas. Portanto, ela representa uma mulher da década de 50, refletindo a época anterior6.

Figura 09 – Fada Madrinha transforma Cinderella

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Figura 10 – Cinderela se transforma com a ajuda da Fada Madrinha

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4.1.3

A BELA ADORMERCIDA (Sleeping Beauty - 1959)

O

utro clássico famoso, lançado em 195920, onde o enredo da terceira princesa da Disney gira em torno da história de Aurora, é bem relevante nas mídias da época. Nascida em um reino Francês, filha do Rei Stefan, a personagem

foi prometida ao príncipe Filipe, filho do Rei Hubert. Entretanto, durante o seu batismo, como de costume, as fadas Fauna, Flora e Primavera eram responsáveis por presentear os nobres com dons, sendo eles a beleza e a música. Assim, ao receber o seu último dom, a cerimônia é interrompida pela bruxa Malévola, que coloca um feitiço na princesa: no seu 16º aniversário, ela espetaria o dedo em uma roca de fiar, e dormiria em sono profundo para sempre7. Mas, a fim de evitar a tragédia, o rei pede para que as fadas levem a pequena princesa para um esconderijo no meio da floresta.

Figura 11 – Malevóla interrompe a cerimônia da Princesa Aurora (1959)

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Ao contrário das suas duas antecessoras, no filme A Bela Adormecida, pode-se notar uma nova perspectiva. A princesa não passa nem perto de tarefas domésticas, já que possuía empregados, como todo nobre da época. Sendo criada na floresta pelas três fadas, são elas que cuidam de todo o trabalho: cozinhar, limpar, cuidar da casa. E para que não sejam descobertas por Malévola, elas abrem mão de suas magias para viverem disfarçadas, protegendo, assim, Aurora6. No 16º aniversário de Aurora, as fadas decidem lhe fazer uma surpresa: um belo vestido e um grande bolo, para acompanhar a revelação de que ela seria, na verdade, uma princesa. Porém, elas são um desastre tanto na costura quanto na cozinha. Somente quando usam magia o vestido fica bonito e o bolo toma forma6. Figura 12 – Fadas Madrinhas tomam conta de Aurora

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Contudo, o enredo revela ainda um outro problema enfrentado pela mulher da época: o casamento por interesses, designado pela família2. Logo, é notório como o filme divide a atenção entre a personagem e o príncipe. Aurora apaixona-se por Felipe durante um passeio na floresta, conquistando o seu coração com sua personalidade, mesmo não sabendo suas origens familiares, surge o amor mútuo. Logo, os dois revoltam-se com o casamento arranjado por seus pais, embora acabem descobrindo que, na verdade, estavam prometidos um ao outro6. É por conta desta paixão e da descoberta que as fadas revelam a verdadeira história. E, ao final, Aurora resigna-se, revelando a submissão feminina e demonstrando o valor vigente à época: do casamento escolhido pela família2.

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Figura 13 – Aurora e Princípe Felipe se encontram

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4.2 PRINCESAS REBELDES

A

seguir, inicia-se o padrão das princesas rebeldes, que acompanha o pensamento e o contexto vigentes de uma época, quando influenciam o processo de formação da identidade. Logo, os contos de fadas refletem este

pensamento, pois seus personagens e a história são fruto do imaginário de um dado momento histórico2. Por conta disso, os estúdios Disney deixaram as princesas de lado durante algum tempo, já que o público não tinha mais interesse em uma bela donzela à espera de seu príncipe encantado6. Porém, com ressurgimento de movimentos feministas, na década de 19606, os estúdios veem a oportunidade de criar filmes que representam esses novos desejos e objetivos femininos, trazendo personagens independentes, questionadoras, determinadas, e de etnias diferentes 2. VOLTAR PARA O ÍNDICE

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Em um mundo cada vez mais globalizado, a Disney começa a criar princesas de diferentes etnias, visando ampliar seu público (BREDER, 2013). E estas princesas – Ariel, de A Pequena Sereia (1989), Bela, de A Bela e a Fera (1991), Jasmine, de Alladin (1992), Pocahontas (1995) e Mulan (1998), dos filmes que levam os seus próprios nomes – não esperam o príncipe encantado de “braços cruzados”; elas orientam o próprio destino e assumem o papel de salvação e resgate dos seus amados para viverem sua história de amor. E além deste aspecto, o trabalho doméstico passa a ser visto como inferior, não é mais algo com o qual uma princesa deva se preocupar. Ele desaparece quase completamente nos filmes seguintes, sendo exercido apenas por empregados. Logo, a década de 1990 traz uma sucessão de princesas fora do padrão clássico das três primeiras. O que todas trazem em comum são personalidades fortes, histórias onde enfrentam as regras e mudam seu próprio destino6. Vejamos, a seguir, cada uma dessas princesas modernas mais detalhadamente.

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Figura 14 – Princesas Rebeldes: Ariel (A Pequena Sereia), Bela (A Bela e a Fera), Jasmine (Alladin), Pocahontas (Pocahontas) e Mulan (Mulan)

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4.2.1

A PEQUENA SEREIA (The Little Mermaid - 1989)

E

m 1989, surge mais um filme de princesa: A Pequena Sereia20. A história traz um novo contexto, já que personagem é uma sereia que vive em Atlântida, o mundo mitológico das águas. Ariel, é filha mais nova

do Rei Tritão, e é considerada como a protagonista mais sonhadora da Disney6. Vivendo no fundo do mar, é fascinada pelo mundo dos humanos, e além de sempre subir à superfície e colecionar objetos, ela sonha em conhecer, andar, correr e dançar pela terra. Entretanto, seu pai, ao descobrir sobre as aventuras da filha, acaba por destruir a gruta onde deixava os objetos encontrados. Figura 15 – A Pequena Sereia (1989)

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Neste contexto, Ariel é uma personagem com personalidade alegre, que se rebela contra a ordem de seu pai para não se aproximar dos humanos2. Porém, ao desobedecer esta determinação, ela salva o príncipe humano durante um naufrágio, e se apaixona por ele. Logo, a fim de ir atrás dos seus sonhos e do seu amor pelo Príncipe Eric, a princesa acaba fazendo um trato com a bruxa do mar, Úrsula, o que troca a sua voz por pernas. Embora abrir mão de sua voz possa ser interpretado como abrir mão de um direito, do poder de se expressar, também pode significar abrir mão do privilégio de ser filha do Rei e do talento para o canto. Porém, mesmo sendo admirado por muitos no reino, para ir atrás de um sonho, de um mundo novo, uma vez como humana, ela novamente é a primeira princesa heroína a salvar seu príncipe: isso já denota uma mudança no padrão de produção7. Figura 16 – Ariel troca sua voz por peronas com a bruxa do mar, Úrsula

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Figura 16 – Ariel canta "Part of Your World". Ouça!

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4.2.3

A BELA E A FERA (Beauty and the Beast- 1991)

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Dois anos depois da estreia de A Pequena Sereia, foi lançado o clássico A Bela e a Fera, outro sucesso, que se tornaria a primeira animação a ser indicada a um Oscar de Melhor Filme6. Bela, protagonista da animação

lançada em 199120), vive em uma cidade no interior da França, onde cuida de seu pai inventor. Preocupado com o futuro da filha, Maurice deseja que a filha se case com o valentão da vila, Gastão. Porém, ao contrário dos outros contos de fadas, é ela quem renuncia ao “marido ideal”. Além disso, fica evidente, no enredo, como a personagem é discriminada, sendo chamada de estranha, em razão do seu gosto pela leitura2. Por isso, ela é a primeira princesa dos Estúdios a não sonhar com um príncipe encantado, mas sim com “mais que a vida do interior”.

Figura 17 – A Bela e a Fera (1991)

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Após seu pai não voltar de uma viagem, a protagonista resolve ir em busca dele. Bela encontra-o preso no castelo da temida Fera, que justifica o ato pelo fato do senhor ter roubado uma rosa de sua propriedade. Como forma de libertação, Bela dispõe-se a ficar no lugar de seu pai como prisioneira. A partir disso, a personagem começa a conhecer melhor a Fera, empenhando-se em transformar o monstro em alguém amável, apesar de sua aparência medonha. A história revela que o amor pode transformar pessoas, e que o que realmente importa é o caráter, e não a aparência, pois o feitiço é quebrado e a Fera volta a ser o príncipe que Bela lia em seus livros2. Figura 18 – Bela se dispõe a ficar como prisioneira no castelo da Fera no lugar de seu pai

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Além do aspecto sobre aparência, a história mostra que a personagem desejava alguém que compreendesse seus anseios e aspirações, o que encontrou na Fera, que lhe presenteou com uma biblioteca2. Portanto, Bela é a primeira princesa dos Estúdios que não precisa abandonar sua vida anterior em nome do príncipe6. Sendo assim, deixa o mundo antiquado de sua pequena vila em troca de um castelo encantado, em troca de magia, de aventura. E, neste filme, é a princesa que “resgata” o príncipe: é o amor dela que liberta a Fera da maldição. Bela nunca precisou ser salva e sabia até rejeitar as investidas de Gastão6.

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Figura 19 – Bela quebra a maldição de Fera

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4.3 PRINCESAS CONTEMPORÂNEAS

O

capítulo a seguir, remonta as princesas contemporâneas, quando no século XXI, as coisas já são bem diferentes, surgindo uma nova forma de feminismo, cujo principal obstáculo é retomar o termo e os seus principais objetivos6.

Porém, apesar das conquistas já alcançadas ao longo dos anos pelas mulheres, é inegável que a igualdade de gênero e de direitos ainda é uma realidade distante na sociedade atual. Por conta disso, reconhecendo a liberdade e independência financeira e social alcançadas pela figura feminina, a Disney começa a seguir estas tendências em suas produções. Essas mudanças são refletidas de forma que criam novas representações e identidades, inclusive desvinculadas da necessidade da figura masculina para encontrar a felicidade. Alguns enredos, como se verá a seguir, VOLTAR PARA O ÍNDICE

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evidenciam a relação de amor no seio familiar, o que também apresenta uma ressignificação do papel feminino2. E é nesse ambiente, ainda cheio de julgamento, porém com mais liberdade, que surgem as Princesas Contemporâneas: Tiana, de A Princesa e o Sapo (2009), Rapunzel, de Enrolados (2010), Merida, de Valente (2012), Elsa e Anna, de Frozen (2013), e Moana (2017), do filme que leva o seu próprio nome. Figura 05 – Princesas Contemporâneas: Tiana (A Princesa e o Sapo), Rapunzel (Enrolados), Merida (Valente), Elsa e Anna (Frozen) e Moana (Moana)

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05 VOLTAR PARA O ÍNDICE

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PRINCESS POWER!

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imagem da mulher vem se construindo ao longo do tempo4, e mesmo que seja singela essa mudança, principalmente, na maneira como as mulheres são representadas e vistas na sociedade, devido a toda a sua história de conquistas e

sufrágio. É importante trazer mais referências de empoderamento para as jovens. E assim como a imagem feminina, a imagem das princesas também vem se estruturando durante os anos, tornando-se parte do crescimento das meninas. O sucesso das animações é o resultado da combinação do “poder” dos contos de fadas, presente no imaginário cultural há séculos, da “magia” da animação, que dá vida a meros desenhos6, mas também das histórias que se tornam cada vez mais atuais. Logo, suas imagens continuam populares e seus filmes, cada vez mais, trazem significados profundos, que muitas vezes passam despercebidos em uma análise superficial.

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Neste sentido, a analise através do estudo dos filmes das princesas, a partir do período histórico em que foram criados, permitir observar a evolução do próprio papel das mulheres na sociedade. A representação social de cada uma revela os anseios e desejos da mulher de sua época, refletindo o seu papel na sociedade, embora a beleza estereotipada, nestes, contos ainda seja um padrão que a mulher atual deseja alcançar2. Além disso, o papel feminino passa por modificações significativas, colocando a mulher num patamar de igualdade, desconstruindo a diferença de gêneros e apresentando uma nova identidade feminina. Assim, a mulher altiva, aguerrida, determinada e capaz de enfrentar a nova realidade social sem, necessariamente, precisar de um homem ao seu lado, também são representadas nos clássicos filmes de princesas. Logo, culpá-las por transformar meninas em mulheres que só se preocupam com a aparência e em encontrar seu “príncipe”, é desconsiderar que há toda uma cultura por trás disso6. Por outro lado, entretanto, as animações também não foram apenas reflexos das mulheres vigentes de suas produções, mas também serviram para o fortalecimento daqueles que se viam como essas princesas clássicas, rebeldes e/ ou contemporâneas. Logo, alguém para se identificar e se projetar. Da mesma maneira, também serviam como VOLTAR PARA O ÍNDICE

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PRINCESS POWER: DOS CLÁSSICOS CONTOS DE FADAS À IMPORTÂNCIA DO EMPODERAMENTO FEMININO.

um apontamento, um norte, para aquelas que, eventualmente, ainda tentavam entender o seu papel feminino no mundo, desta vez sob o olhar de uma das mais poderosas empresas mundiais. Sendo assim, toda esta análise não é pouco para um conjunto de desenhos animados, que geralmente são considerados meros produtos para crianças. As animações retratam como estas personagens são transformadas ao longo das décadas. É através de seu discurso, influenciado pelas novas tradições e configurações sociais, num cenário em que a beleza é o atrativo menos relevante, valorizando-se a autonomia e independência da mulher que estas transformações acontecem. Contudo, é certo que este caminho não foi uma vanguarda do estúdio norte-americano, e, sim, o resultado da própria atuação feminina, da sua conquista de espaço e do seu empoderamento, tendo as princesas como projeções de um status quo que foi construído e conquistado diariamente. E é através de seu discurso, influenciado pelas novas tradições e configurações sociais, num cenário em que a beleza é o atrativo menos relevante, valorizandose a autonomia e independência da mulher que estas transformações acontecem2. Da donzela resgatada por um príncipe idealizado e "encantado" à aventureira que não quer se casar, da dona de casa à dona de seu próprio restaurante, da moça que vai ao baile até a moça que vai VOLTAR PARA O ÍNDICE

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à guerra, o estereótipo das princesas foi se modernizando. Sendo assim, o empoderamento feminino perpassou, mesmo que sutilmente, reforçando a ideia de que a sociedade dê oportunidades para as mulheres mostrarem sua capacidade em diversos segmentos sociais, profissionais, desconstruindo estereótipos advindos dos tempos passados. Este trabalho também não se esgota por aqui. A partir dos clássicos de princesas, o universo feminino reforça a ciência da publicidade e propaganda a buscar novos pensamentos, conceitos e, principalmente, a historiografia de personagens do imaginário popular que servem de referências para a sociedade contemporânea rever o papel da mulher ao longo do tempo. Enfim, sempre haverá a contribuição de vários olhares acerca da evolução das jovens mulheres que desejam assegurar autonomia, liberdade, seus deveres e direitos, sem perder a feminilidade, o direito da procriação, da busca pelo amor, aliando trabalho, estudo e bem estar.

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REFERÊNCIAS 1.

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2.

AGUIAR, Eveline Lima de Castro; BARROS, Marina Kataoka. A Representação Feminina nos Contos de Fadas das Animações de Walt Disney: a Ressignificação do Papel Social da Mulher. XVII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste, 2015. Disponível em: <https://www.portalintercom.org.br/anais/ nordeste2015/resumos R47-1959-1.pdf>. Acesso em: 19 mar 2018.

3.

ASSIS, Júlia Steuernagel. Mas afinal, o que é empoderamento feminino? Disponível em: <https://impacthubcuritiba.com/empoderamento-feminino/>. Acesso em: 19 mar 2018.

4.

AUAD, Daniela. Feminismo: que história é essa? Rio de Janeiro: DP&A, 2003.

5.

BORGO, Érico. Walt Disney compra os estúdios Pixar. Disponível em: <https://www. omelete.com.br/filmes/walt-disney-compra-os-estudios-pixar>. Acesso em: 27 ago. 2018.

6.

BREDER, Fernanda Cabanez. Feminismo e Príncipes Encantados: A representação feminina nos filmes de princesa da Disney. Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2013. Disponível em: <http://zonadigital.pacc.ufrj.br/wp-content/uploads/2014/02/ feminismo-e-prc3adncipes-encantados-a-representac3a7c3a3o-feminina-nosfilmes-de-princesa-da-disney.pdf>. Acesso em: 19 mar 2018.

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7.

CAVALCANTE, Emilia dos Santos; SILVA, Irley David Fabricio; SOUSA, Hercilio de Medeiros. Moana - Um mar de aventuras: desconstruindo estereótipos de gênero em filmes de princesas da Disney. Intercom – 40º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, Curitiba, 2017.

8.

CONSOLIM, Verônica Homsi. A história da primeira onda feminista. Justificando - Carta Capital, 2017. Disponível em <http://justificando.cartacapital.com. br/2017/09/14/historia-da-primeira-onda-feminista/>. Acesso em 11 set 2018.

9.

CONSOLIM, Verônica Homsi. O que pede a terceira onda feminista? Justificando - Carta Capital, 2017. Disponível em <http://justificando.cartacapital.com. br/2017/09/15/o-que-pede-terceira-onda-feminista/>. Acesso em 11 set 2018.

10. CONSOLIM, Verônica Homsi. Um pouco da história de conquista dos direitos das mulheres e do feminismo. Justificando - Carta Capital, 2017. Disponível em: <http:// justificando.cartacapital.com.br/2017/09/13/um-pouco-da-historia-de-conquistasdos-direitos-das-mulheres-e-do-feminismo/>. Acesso em 11 set 2018. 11. DINIZ, Maria Lúcia Vissotto Paiva. Estereótipo na mídia: doxa ou ruptura. 3º Jornada multidisciplinar O Futuro: continuidade/ruptura, Unesp/Bauru, 2000. 12. FREITAS, Simone. A mulher e seus estereótipos: Comparando 50 anos de publicidade televisiva no Brasil e Portugal. Universidade do Minho, 2014, Portugal. Disponível em: <http://www.ec.ubi.pt/ec/16/pdf/EC16-2014Jun-06.pdf>. Acesso em: 03 de mar. de 2018. 13. GABLER, Neal. Walt Disney: O triunfo da imaginação americana. Tradução de Ana Maria Mandim. São Paulo: Novo Século, 2013. 14. GOMES, Cristina. Por que o empoderamento feminino favorece uma sociedade inteira? Disponível em: <http://mulherlider.com.br/blog/por-que-o-empoderamentofeminino-favorece-uma-sociedade-inteira/>. Acesso em: 30 de mar. 2018.

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15. IMPACT HUB. MAS AFINAL, o que é empoderamento feminino?. Disponível em: <https://impacthubcuritiba.com/empoderamento-feminino/>. Acesso em: 30 de mar. 2018. 16. LEPORE, Jill. A história secreta da Mulher Maravilha. 1. ed. Rio de Janeiro: Best Seller, 2017. 17. LYSARDO-DIAS, Dylia. A Construção e a desconstrução de estereótipos pela publicidade brasileira. Stockholm Review of Latin American Studies, n. 2, Novembro, 2007. Disponível em: <https://www.lai.su.se/polopoly_fs/1.135154.1368786310!/ menu/standard/file/SRoLAS_No2_2007.pdf>. Acesso em: 30 de mar. de 2018. 18. MARTINS, Débora. O que é empoderamento feminino? Disponível em: <http://www. administradores.com.br/artigos/empreendedorismo/o-que-e-empoderamentofeminino/101554/>. Acesso em: 30 de mar. 2018. 19. MENDES, Raiana Siqueira, et al. O Movimento Feminista e a luta pelo Empoderamento da mulher. Periódico do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Gênero e Direito Centro de Ciências Jurídicas, Universidade Federal da Paraíba, 2015. 20. NADER, Ginha. A magia do império Disney. 4. ed. São Paulo: SENAC, 2014. 21. NÓBREGA, Mariana. Entenda os diferentes feminismos. Disponível em: <http://pandoralivre.com.br/2015/08/26/entenda-os-diferentes-feminismos/>. Acesso em 09 set 2018. 22. THE WALT DISNEY COMPANY. Disney History. Disponível em: <http://thewaltdisneycompany.com/about-disney/disney-history>. Acesso em: 15 mar. 2018. 23. TRAN, Jasmin Endo. O Novo Filme de Princesa: Como Frozen atraiu meninos para as salas de cinema. Universidade Federal do Paraná, 2015.

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FILMOGRAFIA

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1. A Bela Adormecida (Sleeping Beauty). Direção: Clyde Geronimi, Les Clark, Eric Larson e Wolfgang Reitherman. Produção: Walt Disney. Walt Disney Productions, 1959. 75 min, cor. 2. A Bela e a Fera (Beauty and the Beast). Direção: Gary Trousdale e Kirk Wise. Produção: Don Hahn. Walt Disney Pictures, 1991. 84 min, cor. 3. A Pequena Sereia (The Little Mermaid). Direção: Ron Clements e John Musker. Produção: John Musker e Howard Ashman. Walt Disney Pictures, 1989. 82 min, cor. 4. A Princesa e o Sapo (The Princess and the Frog). Direção: Ron Clements e John Musker. Produção: Peter Del Vecho e John Lasseter. Walt Disney Pictures, 2009. 97 min, cor. 5. Aladdin. Direção: Ron Clements e John Musker. Produção: Ron Clements e John Musker. Walt Disney Pictures, 1992. 90 min, cor. 6. Branca de Neve e os Sete Anões (Snow White and the Seven Dwarfs). Direção: David Hand, William Cottrell, Wilfred Jackson, Larry Morey, Perce Pearce e Ben Sharpsteen. Produção: Walt Disney. Walt Disney Productions, 1937. 83 min, cor. 7. Cinderela (Cinderella). Direção: Clyde Geronimi, Hamilton Luske e Wilfred Jackson. Produção: Walt Disney. Walt Disney Productions, 1950. 74 min, cor. 8. Enrolados (Tangled). Direção: Nathan Greno e Byron Howard. Produção: Roy Conli, John Lasseter e Glen Keane. Walt Disney Pictures, 2010. 100 min, cor. 9. Frozen - Uma aventura congelante (Frozen). Direção: Chris Buck e Jennifer Michelle Lee. Produção: John Lasseter e Peter Del. Walt Disney Pictures, 2013. 108 min, cor. 10. Moana - Um mar de aventuras (Moana). Direção: John Musker e Ron Clements. Produção: Osnat Shurer. Walt Disney Pictures, 2016. 107 min, cor. 11. Mulan. Direção: Tony Bancroft e Barry Cook. Produção: Pam Coats. Walt Disney Pictures, 1998. 87 min, cor.

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