Revista veja Matheus Norões Olsen

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Índice

Pág. 4- A Luz Vermelha no Fim Do Túnel Azul

Quem é o deputado federal Matheus Norões Olsen (PSDB-CE), e porque ele toma decisões que vão cotra a maioria de seu partido.

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Pág. 5- Entrevista com Matheus Norões Olsen

Entrevista com o deputado tucano mais polêmico das eleições internas do partido.


Pág.8-PEC 181: Uma Proposta de Duas Caras

O que a Proposta de Emenda a Constituição n°181/15 muda na legislação brasileira, e porque ela é tão polêmica.

Pág. 10- Analfabetismo Político: A raiz de Toda a Corrupção

Artigo de opinião sobre os problemas que a falta de conhecimento sobre política, e os problemas que eles provocam em uma nação.

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Política

A Luz Vermelha no Fim do Túnel Azul

O que a possível vitória de Matheus Norões Olsen nas eleições do PSDB pode mudar no partid

O deputado federal Matheus Norões Olsen (PSDB-CE), que é candidato à presidência do partido.

O deputado federal Matheus Norões Olsen (PSDBCE), é o deputado mais jovem, e também um dos mais bem avaliados, tanto pelos cearenses, quanto pelos brasileiros, porém, também é um dos mais polêmicos. Ele chega a causar divergências no PSDB, tanto entre os filiados, quanto nos próprios políticos mais populares. Uns mostram apoio, como é o caso do governador de São Paulo Geraldo Alckmin, do senador Tasso Jereissati (CE), das deputadas Mara Gabrilli (SP), Shéridan Oliveira (RR), Mariana Carvalho (RO), Yeda Crusius (SP) e Geovânia de Sá (SC), e também de vereadores como Plácido Filho (CE), Carlos Alberto Bezerra Jr. (SP) e sua esposa Patrícia Bezerra (SP), e até do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Outros no entanto, como os deputados Pedro Cunha Lima (PB), Paulo Abi-Ackel (MG), Bruna Furlan (SP) e Bonifácio de Andrada (MG), assim como o senador Aécio Neves (MG), demonstram rejeição aos ideais do tucano cearense. A Jornada Política Matheus foi eleito deputado federal em 2014, com candidatura independente já que apoiaria, para o

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cargo de governador, o candidato do Partido dos Trabalhadores Camilo Santana. Em seu primeiro ano como deputado, mesmo apoiando causa das minorias, foi um dos grandes críticos da ex-presidente Dilma e do PT, e defendia bastante as privatizações das grandes estatais alegando que isso iria “livrá-las da corrupção que domina o governo petista”. No ano seguinte, apoiou com todas as suas forças, o impeachment de Dilma Rousseff, chegando até mesmo a filiarse ao Movimento Brasil Livre (MBL), no qual permaneceu até o final de novembro de 2016, e também passou a defender políticos que, segundo ele, possuíam “a ideologia liberal, como seria a caso do senador Aécio Neves, ou, pelo menos era o que eu pensava”, revelou o deputado a Veja. Em 2017, seu penúltimo ano como deputado federal, ele começou a defender os direitos trabalhistas e também uma intervenção estatal quando necessário, apoiou a cassação do mandato do senador Aécio Neves afirmando que seria “coerência no combate a corrupção, já que ela não se limita ao PT ou ao PMDB”.Também passou a ser contrário às reformas defendidas por seu partido (previdência, trabalhista) e também a apoiar as “Diretas Já!”. Descobriu o movimento tucano PSDB Esquerda pra Valer e se juntou aos “tucanos de bico vermelho”, como são chamados os membros do movimento. A história que causou mais polêmica quanto ao jovem deputado, foi a aproximação do mesmo com políticos como a deputada Maria do Rosário Nunes (PT-RS) e Jean Wyllys (PSOL-RJ).


Política

Matheus Norões Olsen: A Esperança dos Tucanos de bico Vemelho Os esclarecimentos, os pontos de vista, planos para o fim do mandato, e o que o jovem tucano planeja fzer se for eleito presidente do Partido da Social Democracia Basileira

cia do PSDB? E o que pretende para depois do mandato de deputado? M: Pretendo continuar a dar voz à ala progressista do PSDB e tentar concretizar o objetivo do EPV. Entendo a divisão pela qual passa meu partido, mas este não é o momento de brigar por causa de ideologias, precisamos nos unir em prol do Brasil. Não pretendo tentar uma reeleição. Assim que terminar meu mandato de deputado federal pretendo voltar para Fortaleza e tirar uma folga da política, tentar relaxar e terminar minha faculdade. Depois de uns 4 anos, talvez volte a concorrer.

O deputado durante a entrevista feita pela Veja.

Com o objetivo de entender com maior precisão os motivos que levaram Matheus a tomar decisõe tão polêmicas, nossa repórter Miriam Leitão entrevistou o deputado sobre suas polêmicas decisões, e sobre sua candidatura a presidência do PSDB: Repórter: Como é ser o único membro “progressista” da bancada tucana? Matheus: Fico feliz e um pouco tenso, porque ao mesmo tempo que dou voz a uma parte quase invisível e esquecida do meu partido, recebo olhares não nuito amigáveis da maioria de seus membros. Mas, tento lembrar que meus eleitores estavam cientes dos meus ideais, e que foram eles que me colocaram aqui.

R: O que acha da briga interna do PSDB? M: É compreencivel que aja essa discussão, afinal o PSDB é um partido de várias ideologias. Por exemplo, existem membros que apoiam a reforma da previdência, como é o caso do Raimundo Gomez de Matos, e que são contra, como é o caso da Geovânia de Sá. Porém é um momento de deixarmos essas diferensas de lado e fazermos u trabalho para melhorar o país. R: O programa partidário do senador Tasso Jerissati levantou polêmica no partido. Qual sua opinião sobre ele? M: Achei uma ótima iniciatíva. Ele foi uma pessoa de coragem ao decidir fazer aquele programa, que foi uma autocrítica, algo que é um grande medo no mundo político. É isso que, não só o PSDB, mas todos osm partidos deveriam fazer, uma vez que todos eles erraram em algum momento.

R: Como explica suas polêmicas decisões nos últimos meses? M: Como já mencionei, sou um dos poucos tucanos que sabe da história e da ideologia que o partido deveria mostrar, da bandeira que ele deveria levantar. O movimento “Esquerda pra Valer” trata exatamente dessa questão: trazer a social-democracia de volta ao partido. R: O que pretende fazer se ganhar a presidên-

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Polêmica

PEC 181: Uma Proposta de Duas Caras O que é, quais seus efeitos e porque é chamada de “cavalo de Troia”

À MESA, PARTE DOS MEMBROS DA COMISSÃO QUE APROVOU, POR 18 VOTOS A UM, A PEC 181/15/ FOTO: LUIS MACEDO/CÂMARA DOS DEPUTADOS

Uma proposta de emenda a constituição (PEC) vem gerando polêmica nos últimos meses, ela é a PEC 181/2015, de autoria do senador mineiro Aécio Neves (PSDB-MG). O que ela faz é tornar o aborto ilegal em qualquer situação. A atual legislatura permite o aborto em três situações: estupro, risco de morte da gestante e caso o feto seja anencéfalo. A proposta é chamada de “cavalo de troia” devido ao fato de que originalmente ela garantia apenas a ampliação da licença maternidade para mães de bebês prematuros, porém, o deputado federal Jorge Mudalen (DEM-SP) acrescentou mudanças que dizem que o feto seria considerado vida “desde a concepção”, que foram aprovadas por 18 votos a 1 pela comissão especial da Câmara dos Deputados. A mudança gerou uma onda de protestos pelo país, várias mulheres foram as ruas alegando que “homens não podem decidir o que a mulher pode ou não fazer com seu corpo”, outra alegação é que “a emenda é inconstitucional, isso acontece porque a análise parte de três requisitos: se é adequada, necessária e proporcional”. Segundo Ivone Gebara, coordenadora do movimento

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feminista Católicas Pelo Direito de Decidir, “segundo uma pesquisa do IBOPE, a maioria da população é contrária a prisão de mulheres que recorrem à interrupção da gravidez, e segundo a mesma pesquisa a maioria do povo brasileiro acredita que a decisão do aborto deve ser única e exclusivamente da mulher, portanto, esta PEC não representa o Brasil. Além disso, a PEC seria inútil, uma vez que o governo apenas pode comandar os hospitais públicos, portanto as mulheres de classes menos favorecidas teriam de realizar um aborto inseguro, o que pode matá-la, já as mulheres da classe média, teriam tranquilidade em arranjar um hospital para realizar um aborto já que possuem dinheiro para hospitais particulares”, ressaltou Ivone. Em nota divulgada no último domingo (19), a Organização das Nações Unidas se opôs a aprovação da PEC, alegando que a mesma representaria um grande risco para a saúde de várias mulheres e meninas. A instituição ainda ressaltou que “o aborto clandestino é uma das maiores causas de morte no Brasil e no mundo. São necessárias políticas de saúde sexual e reprodutiva, além de acompanhamento antes, durante e depois da gravidez de acordo com as disposições da Constituição Federal de 1988”. Já os que apoiam a proposta, afirmam que “o feto não tem culpa do ocorrido e por isso não deveria sofrer aborto”. Outros lembraram também a decisão tomada em novembro do ano passado pela turma do Supremo Tribunal Federal, que autorizava o habeas corpus de médicos que haveriam realizado abortos, e a qualificaram como “absurda”. Nessa decisão a primeira turma do STF não reconhecia como crime o aborto realizado três meses depois do início da gravidez.


Polêmica

Mitos e Verdades Sobre o Aborto O que é verdade e oque é lenda sobre a polêmica

VERDADES

MITOS

1-O ABORTO PODE CAUSAR PROBLEMAS PARA A MULHER O aborto é um procedimento muito perigoso, epode representar perigo para a saúde da mulher.

1- PROIBIR O ABORTO EVITA A PRÁTICA Esta é uma clássica dequeles que são “a favor da vida”, porém ela não passa de uma lenda, uma vez que existem várias clínicas clandestinasnas quais as mulheres podem realizar a prática.

2- EXISTEM MEIOS DE PREVENÇÃO PARA EVITAR GRAVIDEZ Está afirmação é verdadeira, e é usada como argumento por aqueles que são contra a prática do aborto, porém, todos esses meios de prevenção possuem, pelo menos 10% de probabilidade de falha.

2- SE O ABORTO FOR LEGALIZADO, MEDICOS CRISTÃOS TERAM DE IR CONTRA SEUS PRÍCIPIOS Esta afirmação é completamente falsa. O médico apenas irá realizar o aborto se ele se dispor a tal.

3- UM ABORTO PODE OCORRER DEVIDO AO FUMO E ALCOOLISMO O uso de substâncias que possuem álcool ou entorpecentes em excesso podem provocar um aborto expontâneo.

3- APENAS MULHERES POBRES ABORTAM As mulheres pobres são as que mais realizam aborto clandestino devido a falta de recursos financeiros, porém, mulheres de classes mais favorecidas também realizam a prática.

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Opinião

Analfabetismo Político: A Raiz de Toda a Corrupção O que é o analfabetismo político e como ele afeta o país

Por: Matheus Norões Olsen

A falta de interesse pela política acarreta a falta de conhecimento de direitos e deveres, e também da compreensão de leis e ideologias políticas. Atitudes como dizer “eu odeio política”, não ler artigos ou notícias de política e desligar a televisão no horário político, são motivadas pela insatisfação com o governo, e pelos preconceitos que nos ensinam desde o início de nossas vidas, como: “todo político é ladrão”, “política é besteira” e “depois ninguém lembra”. Já dizia Bertold Brecht: O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala e não participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro, que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia política. Não sabe o imbecil, que da ignorância política nascem a prostituta, o menor abandonado, o assaltante e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e bajulador das empresas nacionais e multinacionais. Os analfabetos políticos da atualidade são bem diferentes da época de Brecht, eles até acompanham a política, mas a julgam com preconceitos disseminados por grandes mídias ou pessoas de grande influência. Alguns, porém, continuam sem acompanhar os acontecimentos políticos, não lembrar em quem votaram na última eleição, e não estarem cientes de seus direitos e deveres. Uma observação boa, porém assustadora, é o filme Ele Está de Volta, que mostra como o ditador Adolf Hitler retornaria ao poder nos dias de hoje, no qual a personagem constata: “O povo está calado, mas com raiva. Frustrado com as condições de vida, como em 1930. Mas na época não havia um termo para isso: analfabetismo político”.

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