PARQUE ASTRÔNOMICO AURORA A ideia do Parque Astronômico Aurora consiste em um projeto arquitetônico e paisagístico de um complexo voltado para a exploração de atividades relacionadas às ciências que estudam o Universo e o Planeta Terra, como Astronomia, Astrofísica, Física, Biologia, Geografia, entre outras, tendo como foco o projeto arquitetônico do Planetário e Observatório Celeste. O local escolhido para a implantação do projeto se encontra no cume do Morro do Gragoatá, bairro do Gragoatá, Niterói, município do Leste Metropolitano da Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro. A escolha se dá em cima de algumas questões mais relevantes, sendo a primeira alguns imbróglios que envolvem a UFF-RJ (até então gestora do local) e uma construtora do mercado imobiliário que visava utilizar o local como implantação de condomínio privado. O que claramente não atenderia ao bem comum da população local e só degradaria o ambiente natural preservado do Morro. Como contrapronto, o Parque estaria alinhado com as expectativas locais e também da comunidade acadêmica, uma vez que atenderia os anseios de ambos os agentes. Como um segundo motivo, as condições físico-espaciais também influenciaram na
escolha, por ser um ponto estratégico para a observação e por possuir uma excelente vista para a toda Baía de Guanabara, para a cidade de Niterói e do Rio de Janeiro. Além disso, o local no qual o terreno está inserido faz parte de duas áreas especiais da cidade, que impulsionam as atividades turísticas e transformações urbanas visando o interesse público. Os objetivos do projeto estão muito atrelados à tentativa de popularização do conhecimento, para sua maior disseminação e difusão. Também cabe à proposta um objetivo social muito claro que é a implantação de uma nova área de lazer para uma população que perdeu outras duas anteriormente: a Praia Vermelha e a Praia do Fumo. Ademais, a escassez de equipamentos públicos que fazem esse papel importante na construção do potencial intelectual do cidadão em bom funcionamento no RJ foi uma das grandes motivações de projeto. A educação aliada à boas políticas públicas de divulgação da ciência são essencias para o desenvolvimento individual e coletivo.
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RESTAURANTE
CONCHA ACÚSTICA PLANETÁRIO E OBSERVATÓRIO HORTA URBANA
CANTEIROS PARQUE
FEIRA DE AMBULANTES MIRANTE
CAPTADORES D’ÁGUA
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01: PLANETÁRIO 02: RESTAURANTE 03: CONCHA ACÚSTICA 04: HORTA COMUNITÁRIA
05: FEIRA DE AMBULANTES 06: PARQUE 07: TELEFÉRICO 08: MIRANTE
PILARES JUSTIFICATIVOS PROJETUAIS
DISSEMINAÇÃO DO CONHECIMENTO DA ASTRONOMIA
PRESERVAÇÃO AMBIENTAL
DIVULGAÇÃO DA CIÊNCIA
APOIO À EDUCAÇÃO DE BASE AO ENSINO SUPERIOR
PROMOÇÃO DA CULTURA
VALORIZAÇÃO DA PAISAGEM NATURAL
INCITAÇÃO DA ECONOMIA LOCAL
INCENTIVO AO TURISMO
BALIZADO NOS PILARES DA SUSTENTABILIDADE restaurante
nível 01: concha
nível 02: parque
nível 03: planetário e mirante
áreas permeáveis
mirante
planetário e observatório
concha acústica
plano inclinado
SITUAÇÃO NATURAL
CRIAÇÃO DE NÍVEIS E ARRUAMENTO
COMPOSIÇÃO DAS SUPERFÍCIES
IMPLANTAÇÃO DOS VOLUMES
38º ARQUITETAS ARQUITETOS DO AMANHÃ
IAB - RJ 2021
2/3 O PARQUE
O PLANETÁRIO
Sendo o objeto que agrupa e distribui todos os elementos presentes na ideia projetual, o parque se implanta no local a partir de uma preocupação importante: o baixo impacto ao terreno e à massa vegetativa presente no aclive do Morro. O cume, já desmatado, recebeu espécies nativas como tentativa de ressignificação e justiça com sua natureza. Houve também o pensamento de se preservar a vista do observador externo, à medida que buscou-se a menor altura possível para todos os objetos inseridos, porém com a cautela de não se perder a riqueza do programa a fim de atingir seus objetivos. Os fluxos internos do parque foram pensados na ciculação entre os volumes, criando densos canteiros entre eles. A acessibilidade ao cume do morro foi garantida com o apro-
O volume arquitetônico mais importante da ideia teve uma concepção pura e simples: formato triangular com vértices arredondas para o favorecimento da vista externa para todas as direções; aproveitamento de luz e ventilação naturais; programa denso compactado que atenda à demanda e utilização de técnicas que favoreçam o consumo consciente de recursos. O domo invertido faz uma composição quase que escultórica com a rampa helicoidal no salão de entrada do Planetário, remetendo à museologia presente no programa. Existiu uma preocupação pertinente com os raios solares, visto que grande parte das vistas são voltadas para norte e oeste. Para proteger os ambientes internos, brises e varandas foram soluções adotadas, visto que protegem sem desfavorecer a translucidez. A utilização do sistema estrutural de laje nervurada traz ganhos muito interessantes nos maiores vãos permitidos e também no menor consumo de concreto, alinhando-se com os ideais conceituais. A grande atração do prédio, a cúpula do Planetário transmite filmes em 360º em imersão, sobre as questões do Universo e do Planeta Terra, de maneira lúdica e atrativa.
TÉRREO PLANETÁRIO 0
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1º PAV. PLANETÁRIO
veitamento do projeto de arruamento já previsto no Plano diretor Municipal e com a inserção do teleférico. Abaixo, alguns elementos importantes do parque que incorporam alguns conceitos da ideia: desenvolvimento local, sustentabilidade e autonomia, e a promoção do ambiente natural. FEIRA
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38º MIRANTE SK Y R IO L IN E DE CEN JAN TR E IR O O
PÃ O DE PÔ R DO AÇ ÚC AR SO L ZO NA E CO RC OV SU L RJ AD O
TE RÓ OS NIO CH OS IC OS RO AT LÂ NT NO M AC IÇ OC EA
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ARQUITETAS ARQUITETOS DO AMANHÃ
IAB - RJ 2021
3/3 O RESTAURANTE
A CONCHA ACÚSTICA
Idealizado para funcionar com autonomia, o restaurante do parque assume um papel interessante no complexo, agregando valor ao mesmo. Em formato de concha, sua testada é toda voltada para a Baía de Guanabara e maciços do RJ. Aparentemente ele se torna o mais vistoso no quesito sustentabilidade, a partir do ponto em que são utilizados os bambus na fachada e nos pontos mais chamativos do volume, na tentativa de gerar engajamento e conscientização nas pessoas. Ademais, os materiais utilizados seriam os mais corriqueiros da construção civil local, com o intuito de não ir na contramão do fluxo de serviço e recursos presentes na região.
Postada no nível mais baixo do parque, a concha acústica teria sua emissão de ruídos diminuída e também o impacto visual mínimo no entorno com essa atitude. O prédio em formato de rampa infinita possibilita a interação com o palco no centro e confere um tom de integração com o terreno natural interessante, dando uma sensação de continuidade junto ao solo e à topografia. A motivação de tal tipologia no parque se dá para o uso de eventos voltados para o Planetário e também para agentes externos, afim de angariar capital para a manutenção geral do parque e do complexo.
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