COLIVING - TRANSFORMANDO A FORMA DE VIVER DO TRABALHADOR

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PORTINARI - CAFÉ, 1935

TRABALHO

FINAL

DE

GRADUAÇÃO

APRESENTADO AO CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO

RIBEIRÃO

PRETO

PARA

APROVAÇÃO NO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO.

MATHEUS NARDO MEDEIROS CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO RIBEIRÃO PRETO

RIBEIRÃO PRETO, 2021.

ORIENTADORA: PROFA. ALEXANDRA MARINELLI



SUBIU A CONSTRUÇÃO COMO SE FOSSE MÁQUINA ERGUEU NO PATAMAR QUATRO PAREDES SÓLIDAS TIJOLO

COM

TIJOLO

NUM

DESENHO MÁGICO SEUS

OLHOS

EMBOTADOS

DE

CIMENTO E LÁGRIMA CONSTRUÇÃO CHICO BUARQUE DE HOLANDA


MATHEUS NARDO MEDEIROS

COLINVING: TRANSFORMANDO A FORMA DE VIVER DO TRABALHADOR

Trabalho final de graduação apresentado ao Centro Universitário Estácio Ribeirão Preto para aprovação no Curso de Graduação em Arquitetura e Urbanismo. Orientadora: Profa. Alexandra Marinelli

RIBEIRÃO PRETO 2021



MATHEUS NARDO MEDEIROS

COLINVING: TRANSFORMANDO A FORMA DE VIVER DO TRABALHADOR

Trabalho final de graduação apresentado ao Centro Universitário Estácio Ribeirão Preto para aprovação no Curso de Graduação em Arquitetura e Urbanismo.

BANCA EXAMINADORA:

________________________________________ Orientadora: Profa. Alexandra Marinelli

________________________________________

________________________________________



DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho para todos os trabalhadores, com destaque às forças que concretizam nossa arquitetura. Para todas as pessoas que estiveram comigo ao longo da minha formaçao, e que me ajudaram a concluí-la. Em especial aos meus pais, meus amigos e minha namorada.


TARSILA SO AMARAL - OPERÁRIOS, 1933

AGRADECIMENTOS

Agradeço à minha namorada, Flávia Perez, por não poupar esforços para me ajudar e me apoiar em todos os momentos de dificuldade durante a conclusão deste trabalho. À minha orientadora Alexandra Marineli, por nunca deixar de confiar em mim e na minha capacidade como futuro arquiteto e urbanista. Aos meus pais por me permitirem me formar no que eu amo. Aos meus amigos por me incentivarem a manter a cabeça erguida até o fim. A todos que, de alguma forma, agregaram em minha formação como profissional. E ao Seu Zé Pilintra, por me fazer acreditar em mim mesmo.


RESUMO O presente trabalho objetiva desenvolver uma proposta projetual de uma habitação coletiva para trabalhadores na cidade de Ribeirão Preto – SP. Uma habitação que seja capaz de oferecer moradia qualificada, eficiente e que ressignifique o forma de habitar, trazendo-a para a escala humana. Um local para ir além do morar, onde haja diversificação de culturas, geração de comunidades, permitindo ainda que o trabalhador/usuário se torne membro incluído na sociedade.


ABSTRACT The present work aims to develop a project proposal for collective housing for workers in the city of Ribeirão Preto – SP. A dwelling that is capable of offering qualified, efficient housing and that reframes the way of living, bringing it to the human scale. A place to go beyond living where there is diversification of cultures, generation of communities, even allowing the worker/user to become an included member of society.


LISTA DE IMAGENS FIGURA 1 - FOTO DE CORTIÇO.............................................................................................................................................................21 FIGURA 2 - FACHADA DO MASP COM VÃO LIVRE NO PAVIMENTO TÉRREO..............................................................25 FIGURA 3 - FEIRA DE ANTIGUIDADES OCUPANDO O VÃO LIVRE DO MASP...............................................................25 FIGURA 4- BICICLETÁRIO COM BICICLETAS PARA ALUGUEL NA CIDADE DE SÃO PAULO..................................27 FIGURA 5 - ÁREA DE LAZER ABERTA STATEN ISLAND URBY..............................................................................................29 FIGURA 6 - LOCALIZAÇÃO DO EDIFÍCIO STATEN ISLAND URBY.......................................................................................30 FIGURA 7 - PERSPECTIVA DO EDIFÍCIO STATEN ISLAND URBY.........................................................................................31 FIGURA 8 - REFEITÓRIO COLETIVO E MINI MERCADO DO EDIFÍCIO STATEN ISLAND URBY................................31 FIGURA 9- IMPLANTAÇÃO DO PROJETO STATEN ISLAND URBY DO NÍVEL DA RUA E ANÁLISE DE PROGRAMAS...............................................................................................................................................................................................32 FIGURA 10 - IMPLANTAÇÃO DO PROJETO STATEN ISLAND COM SETORIZAÇÃO E FLUXO DE PESSOAS E VEÍCULOS.....................................................................................................................................................................................................32 FIGURA 11 - FOTORREALISMO DO ACESSO DO CONJUNTO DE HABITAÇÕES COLETIVAS – SOL NASCENTE 2.........................................................................................................................................................................................................................33 FIGURA 12 - CORTES A E B DO PROJETO DO CONJUNTO HABITACIONAL SOL NASCENTE 2.............................34 FIGURA 13 - IMPLANTAÇÃO DO CONJUNTO HABITACIONAL SOL NASCENTE 2 NA CIDADE DE CEILÂNDIA...................................................................................................................................................................................................34 FIGURA 14 - PLANTA DE TIPOLOGIA DAS MORADIAS DO CONJUNTO DE HABITAÇÃO COLETIVA SOL NASCENTE 2................................................................................................................................................................................................35 FIGURA 15 - VISÃO GERAL DO CONJUNTO HABITACIONAL SOL NASCENTE NA CIDADE DE CEILÂNDIA.....36 FIGURA 16 - TIPOLOGIAS E DIAGRAMAS EM VISTA ISOMÉTRICA DO CONJUNTO HABITACIONAL – SOL NASCENTE DA CIDADE DE CEILÂNDIA..........................................................................................................................................36 FIGURA 17- IMPLANTAÇÃO DA ÁREA DO CONJUNTO HABITACIONAL – SOL NASCENTE 2 E ANÁLISE DE PROGRAMAS DO PAVIMENTO TIPO................................................................................................................................................37 FIGURA 18 - PERSPECTIVA DA FACHADA DA CASA COMPARTILHADA LT JOSAI.....................................................38 FIGURA 19- VISTA SATÉLITE CASA COMPARTILHADA LT JOSAI, JAPÃO........................................................................38 FIGURA 20 - PLANTA TÉRREA CASA COMPARTILHADA LT JOSAI.....................................................................................39 FIGURA 21 - VISTA A ESCADA DO TÉRREO PARA O PRIMEIRO PAVIMENTO...............................................................39 FIGURA 22 - PLANTA 1° PAVIMENTO DA CASA COMPARTILHADA LT JOSAI...............................................................40 FIGURA 23 - VISTA DO MEZANINO E ESCADAS QUE DÃO ACESSO AO 2º PAVIMENTO.........................................40


FIGURA 24 - PLANTA DO 2° PAVIMENTO CASA COMPARTILHADA LT JOSAI...............................................................41 FIGURA 25 - VISTA DO 2º PAVIMENTO PARA O MEZANINO E ENTRADA DOS DORMITÓRIOS............................41 FIGURA 26 - CORTE A-A’ CASA COMPARTILHADA LT JOSAI................................................................................................42 FIGURA 27 - DIAGRAMA DE VISTA ISOMÉTRICA DA CASA COMPARTILHADA LT JOSAI........................................42 FIGURA 28 - CIRCULAÇÃO VERTICAL CASA COMPARTILHADA LT JOSAI.....................................................................42 FIGURA 29 - FOTO VIA SATÉLITE DA CIDADE DE RIBEIRÃO PRETO................................................................................44 FIGURA 30 - ESTÁTUA EM HOMENAGEM AOS TRABALHADORES DO CAFÉ...............................................................45 FIGURA 31 - PRINCIPAIS ACESSOS À ÁREA DE ESTUDOS.....................................................................................................46 FIGURA 32 - MAPA DE EQUIPAMENTOS.......................................................................................................................................46 FIGURA 33 - MAPAS DE VENTOS E INSOLAÇÃO........................................................................................................................48 FIGURA 34 - MAPA DE VEGETAÇÃO................................................................................................................................................49 FIGURA 35 - MAPA DE GABARITO....................................................................................................................................................50 FIGURA 36 - MAPA DE USO DO SOLO..............................................................................................................................................51 FIGURA 38 - MAPA DE OCUPAÇÃO DO SOLO.............................................................................................................................52 FIGURA 39 - HIERARQUIA VIÁRIA FUNCIONAL..........................................................................................................................53 FIGURA 40 - VISTA ÁREA DO LOTE DE INTERVENÇÃO E SUAS CARACTERÍSTICAS CLIMÁTICAS .....................55 FIGURA 41 - CURVAS DE NÍVEL DO ENTORNO...........................................................................................................................56 FIGURA 42 - VISTA ÁREA DO ENTORNO DO LOTE DE INTERVENÇÃO ...........................................................................57 FIGURA 43 - ACESSO AO ESTACIONAMENTO ALOCADO NO TERRENO NA RUA RODRIGUES ALVES ...........58 FIGURA 44 - ESQUINA DO TERRENO RUA RODRIGUES ALVES E CEL. LUIZ DA CUNHA........................................58 FIGURA 45 - ACESSO ESTACIONAMENTO DA RUA CEL. LUIZ DA CUNHA.....................................................................59 FIGURA 46 - ACESSO DO ESTACIONAMENTO RUA GONÇALVES DIAS...........................................................................59 FIGURA 47 - VISTAS ISOMÉTRICAS DAS ETAPAS DO ESTUDO VOLUMÉTRICO..........................................................65 FIGURA 48 - SETORIZAÇÃO DO NÍVEL 0.00 (NÍVEL DA RUA)..............................................................................................66 FIGURA 49 - SETORIZAÇÃO DO MEZANINO................................................................................................................................66 FIGURA 50 - SETORIZAÇÃO DO PAVIMENTO TIPO (1º - 3º PAV.)........................................................................................67 FIGURA 51 - PERSPECTIVA DA VOLUMETRIA COM ESTUDO DE SOMBRA AS 9 HORAS E 30 MINUTOS..........67 FIGURA 52 - PERSPECTIVA DA VOLUMETRIA COM ESTUDO DE SOMBRA AS 9 HORAS E 30 MINUTOS.........68 FIGURA 53 - PERSPECTIVA DA VOLUMETRIA COM ESTUDO DE SOMBRA AS 12 HORAS E 30 MINUTOS.......68 FIGURA 54 - PERSPECTIVA DA VOLUMETRIA COM ESTUDO DE SOMBRA AS 15 HORAS......................................68


FIGURA 55 - ESTUDOS VOLUMÉTRICOS........................................................................................................................................74 FIGURA 56 - TERRENO ORIGINAL.....................................................................................................................................................75 FIGURA 57 - TERRENO MODIFICADO..............................................................................................................................................75 FIGURA 58- PERSPECTIVA ISOMÉTRICA........................................................................................................................................76 FIGURA 59 - IMPLANTAÇÃO................................................................................................................................................................77 FIGURA 60 - SETORIZAÇÃO COM EIXOS DE CIRCULAÇÃO...................................................................................................78 FIGURA 61 - SETORIZAÇÃO PUC........................................................................................................................................................79 FIGURA 62 - PERSPECTIVA ISOMÉTRICA......................................................................................................................................80 FIGURA 63 - PERSPECTIVA ISOMÉTRICA ESTRUTURAL..........................................................................................................81 FIGURA 64 - CORTE HABITAÇÃO......................................................................................................................................................82 FIGURA 65 - ELEVAÇÃO NOROESTE................................................................................................................................................83 FIGURA 66 - ELEVAÇÃO SUDOESTE................................................................................................................................................84 FIGURA 67 - ELEVAÇÃO SUDESTE....................................................................................................................................................85 FIGURA 68 - ELEVAÇÃO NORDESTE................................................................................................................................................86 FIGURA 69 - PERSPECTIVA ACESSO PRINCIPAL.......................................................................................................................87 FIGURA 70 - ENTRADA RESTAURANTE..........................................................................................................................................88 FIGURA 71 - PERSPECTIVA PRAÇA CENTRAL..............................................................................................................................88 FIGURA 72 - PERSPECTIVA BICICLETÁRIO ENTRADA COMÉRCIO RUA RODRIGUES ALVES................................89 FIGURA 73 - ENTRADA COMÉRCIO E RESTAURANTE RUA CEL LUIZ DA CUNHA......................................................89


LISTA DE TABELAS TABELA 1 - TABELA APRESENTANDO A TAXA DE PERMEABILIDADE MÍNIMA NOS ZONEAMENTOS.............62 TABELA 2 - QUADRO COM A METRAGEM QUADRADA DE TODOS OS AMBIENTES.................................................72


SUMÁRIO 17

01. INTRODUÇÃO

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02. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1.A divisão enquanto forma de desvalorização e segregação da classe trabalhadora.................................................20 2.2.O habitar coletivo enquanto real solução.............................................................22 2.3.A humanização da construção: transformando o espaço em lugar de habitar.............................................................24

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03. LEITURAS PROJETUAIS 3.1.Staten Island Urby - Concrete Architects.....................................................29 3.2.Unidades habitacionais coletivas Estúdio 41......................................................33 3.3.Casa compartilhada no Japão, LT JOSAI Naruse Inokuma Architects.....................................................38

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04. ÁREA DE INTERVENÇÃO 4.1.Justificativa da escolha da área de intervenção.................................................45


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05. CARACTERIZAÇÃO DO ENTORNO E ANÁLISE MORFOLÓGICA

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06. DIAGNÓSTICO DO TERRENO 6.1.Relatório fotográfico do terreno................................................57

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07. ÍNDICES E RESTRIÇÕES URBANÍSTICAS 7.1.Macrozoneamento............................................................................61 7.2.Gabarito.................................................................................................61 7.3.Taxa de ocupação.............................................................................61 7.4.Coeficiente de aproveitamento................................................62 7.5.Permeabilidade do solo................................................................62 7.6.Densidade populacional...............................................................62

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08. DIRETRIZES DE PROJETO 8.1.Conceito X Partido...........................................................................64 8.2.Estudos preliminares.....................................................................65


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09. PROGRAMA DE NECESSIDADES 9.1.Térreo...................................................................................................70 9.2.Mezanino...........................................................................................70 9.3.Pavimentos superiores...............................................................70 9.4.Quadro de áreas............................................................................70

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10. FLUXOGRAMA

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11. O PROJETO 11.1.Coeficientes de projeto...............................................................74 11.2.Estudos Volumétricos.................................................................74 11.3.Estudo de terreno.........................................................................75 11.4.Setorização......................................................................................76 11.5.Materialidades.................................................................................81 11.6.Conforto ambiental......................................................................82 11.7.Elevações..........................................................................................83 11.8.Perspectivas ilustrativas............................................................87 11.9.Pranchas técnicas........................................................................90

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



Diego Rivera - Detroit Industry Murals, 1933 (detalhe)

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1.INTRODUÇÃO As habitações coletivas carregam em si a história de segregação e exploração da classe trabalhadora. Uma quantidade expressiva de pessoas era relegada a espaços incoerentes com suas reais necessidades humanas, pois representavam apenas aluguéis para os proprietários das habitações nas quais os trabalhadores necessitavam encaixar-se. Aos trabalhadores não eram asseguradas quaisquer garantias à dignidade e qualidade de vida. A presente pesquisa se justifica por apresentar uma crítica à arquitetura das habitações coletivas dos séculos XIX e XX, no Brasil, as quais não levavam em consideração de forma alguma a escala humana em seus projetos. Tratavam-se de construções que preteriam os trabalhadores a condições análogas à escravidão, sem qualquer lastro de preocupação com sua dignidade humana. A metodologia utilizada é das analogias antropométricas, segundo a qual baseia-se na escala humana, tendo como parâmetro o ser humano e seus limites dimensionais. A aplicação de tal metodologia se torna imprescindível, posto que, do contrário, as chances de reincidência nos erros pretéritos das habitações coletivas seria certa. Todos os espaços e elementos do projeto foram idealizados com enfoque no corpo humano e sua interação. Logo, a presente pesquisa busca responder a seguinte questão: é possível ressignificar a habitação coletiva na arquitetura e redirecioná-la para o enfoque à escala humana? Dessa forma, o objetivo geral é demonstrar como pode ser elaborado um projeto arquitetônico de uma habitação coletiva que contemple o ser humano como objeto principal, garantindo qualidade de vida por meio de sua integração com a construção, o espaço em que habita, a comunidade com a qual o compartilha, e a cidade como um todo, permitindo, ainda, que o trabalhador se torne efetivamente um membro incluído e valorizado na sociedade. Por fim, temos como objetivos específicos: Estudar bibliografia relacionada com o tema. Aprofundar conhecimento sobre. Pesquisar sobre tipos de moradias coliving e realizar uma leitura projetual de cada. Realizar um diagnóstico da área de intervenção tendo como o objetivo ligar o tema do projeto com seu entorno. Estudar a legislação do entorno. Estabelecer conceito e partido arquitetônico a partir da interpretação do embasamento teórico do tema. Enfim desenvolver projeto levando em consideração todos os assuntos aprofundados.


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2.1. A divisão enquanto forma de desvalorização e segregação da classe trabalhadora A habitação coletiva é uma realidade histórica que se instaura com expressividade no Brasil nos séculos XIX e XX. Trata-se do período de industrialização, em que o trabalho remunerado cresce no país, juntamente com o aumento de indivíduos em busca de empregos e consequente majoração da demanda por habitação nas cidades. ¹ Diante de tal realidade, a alternativa de habitações coletivas poderia se demonstrar enquanto uma solução ao problema de falta de moradia para todos aqueles trabalhadores e indivíduos em busca de trabalho. Ocorre que o contexto político-social da época não atribuiu enfoque à escala humana ao pensar em moradias, e sim as viu como fontes de lucro. A presente crítica é corroborada por Otília Arantes:

A Arquitetura Moderna é um caso exemplar. Senão vejamos: desde o início ela foi pensada como a principal aliada na solução dos grandes antagonismos da sociedade capitalista, a que seria capaz de reorganizar através de uma reordenação do espaço – o que, segundo Le Corbusier, haveria de prevenir contra a revolução. Mas a racionalização de um tal espaço (abstrato) estava diretamente vinculada à racionalização capitalista da produção, à moradia mínima, ao zoneamento urbano etc. (grifo nosso)²

Dentre as formas de habitação coletiva, dá-se destaque aqui os cortiços que se tornaram conhecidos até hoje. Os cortiços podem ser definidos conforme entendimento de Roberto Pontes Stanchi como “uma sucessão de quartos ou casinhas de porta e janela, alinhadas de um ou ambos os lados do pátio/corredor”.³ Ainda, conforme retrata o autor, tais construções se caracterizavam também por apresentarem de um a dois pavimentos, nem sempre apresentando sanitários, os quais, quando se faziam presentes, ficavam localizados nos fundos ou nos cantos da construção. As habitações coletivas tinham seus espaços privados extremamente compactos e, muitas vezes, subdivididos - visto que era comum a sublocação para baratear mais o custo dos aluguéis - o que acarretava na transferência da maior parte das atividades cotidianas para os espaços comuns. Lavagem e secagem de roupas, reuniões de pessoas e lazer4 em geral eram realizados nos pátios e corredores dos cortiços, promovendo grande interação entre seus habitantes.

[1] SILVA, Thais Eugenia Lobo e. Cortiços em São Paulo: Trajetória de uma alternativa de habitação. Disponível em: <http://www.arq.ufmg.br/tcc/index.php/2019/12/09/corticos-em-sao-paulo-trajetoria-de-uma-alternativade-habitacao-thais-eugenia-lobo-e-silva/> Acesso em: 05/05/2020. [2] ARANTES, Otília B. Fiori. Urbanismo em Fim de Linha e Outros Estudos sobre o Colapso da Modernização Arquitetônica. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo. Ed. USP, P. 29 – 31, 1998. [3] STANCHI, Roberto Pontes. Modernidade, mas nem tanto: o caso da Vila Operária da Fábrica Confiança, Rio de Janeiro, séculos XIX e XX. Mestrado em arqueologia, UFRJ, p.58, 2008. [4] STANCHI, Roberto Pontes. Modernidade, mas nem tanto: o caso da Vila Operária da Fábrica Confiança, Rio de Janeiro, séculos XIX e XX, Mestrado em arqueologia, UFRJ, 2008.


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FIGURA 1 - FOTO DE CORTIÇO

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Ainda, Roberto Pontes Stanchi é acertivo ao apontar seu entendimento sobre as habitações coletivas:

Também é possível estabelecer uma analogia entre as estalagens e outra forma de alojamento de trabalhadores trazida pelos colonizadores: a senzala. Esta também apresentava uma sucessão de cômodos, em fila, de construção de qualidade inferior às demais, com espaços reduzidos, iluminação e ventilação deficientes. A semelhança entre algumas senzalas e diversas habitações coletivas nos faz acreditar que aparentemente a única diferença seria a localização das chaves na fechadura: na parte de dentro nas estalagens, e na parte de fora, nas senzalas. De fato, em ambos os casos, a finalidade era apenas oferecer condições mínimas para a força de trabalho se recuperar para uma nova jornada. 6

Conforme é possível perceber, tais habitações coletivas eram ocupadas por necessidade e não por escolha de seus habitantes. Elas tinham como único atrativo o custo acessível aos trabalhadores e a localização para os que buscavam fixar-se próximos às indústrias nas quais trabalhavam. Sendo as indústrias localizadas nas áreas periféricas das cidades, tal fator acarretou em uma segregação espacial da classe trabalhadora perante o restante da sociedade. É evidente que as moradias serviam como forma de separar as camadas mais pobres da população daquelas que tinham mais condições financeiras, bem como de dar o mínimo ao trabalhador, não para que ele tivesse qualidade de vida, mas para que tivesse apenas o suficiente para estar à disposição do empregador no dia seguinte. Os cortiços, entretanto, não acabaram em consideração aos seus moradores, para lhes propiciar uma vida melhor, mas sim em decorrência do crescimento da construção civil, e da política de higienista, que desabrigou inúmeras pessoas economicamente desfavorecidas.

[5] Disponível em: <https://jornal.usp.br/cultura/livro-indicado-pela-fuvest-o-cortico-retrata-o-brasil-de-hoje/>. Acesso em 20/05/2020. [6] STANCHI, Roberto Pontes. Modernidade, mas nem tanto: o caso da Vila Operária da Fábrica Confiança, Rio de Janeiro, séculos XIX e XX, Mestrado em arqueologia, UFRJ, 2008.


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2.2. O habitar coletivo enquanto real solução Diante da apresentação das condições das moradias coletivas que abrigavam a classe trabalhadora em um passado não muito distante, pode-se questionar a real aplicabilidade de uma moradia coletiva. Contudo, as únicas intenções da presente pesquisa em revisitar o passado, são de não repetir os mesmos erros. Conforme foi possível visualizar anteriormente, as moradias coletivas representavam meramente formas de exploração dos que têm sobre os que não têm, dentro de uma lógica econômica em que a valorização da propriedade tinha total destaque na sociedade, e as moradias coletivas ora apresentadas serviam apenas como meio de segregar parcelas indesejáveis da população e abrigá-las da forma mais precária possível, para que fosse possível explorá-las ainda mais, seja por meio da exploração de sua mão-de-obra, seja por meio dos altos aluguéis cobrados pelas moradias. O ponto principal é, portanto, garantir que as novas habitações coletivas tenham outro enfoque, o da escala humana. Atualmente, tal possibilidade se torna mais tangível, de acordo com as mudanças culturais vivenciadas pela sociedade, conforme é possível verificar na obra de Denise Viana Nunes e Larissa Tavares Vieira: A cultura da propriedade no mundo industrializado foi bastante incentivada, a despeito da utilização frequente ou não do bem possuído. Os padrões de consumo da sociedade foram por muito tempo orientados por uma mentalidade displicente com princípios de sustentabilidade, mas o pensamento coletivo nas últimas décadas, em especial por parte das recentes gerações, a respeito da necessidade de atenção com os recursos finitos do planeta têm alterado este quadro. Ao mesmo tempo, cada vez mais a disseminação do uso de dispositivos eletrônicos favorece a conexão e interação de pessoas em grandes redes de compartilhamento, onde a troca de informação possibilita a avaliação de qualidade de bens e recursos e escolhas mais conscientes. Neste cenário a economia compartilhada ganha força: a ideia de maximização do uso ou exploração de um bem ou recurso de forma a aumentar os benefícios dela decorrentes e reduzir seu período de ociosidade. A mesma prática aparece mais recentemente aplicada à forma de habitar: a moradia compartilhada e colaborativa. 7 Otimizar o espaço tornando-o habitável, mas dirigindo-se no sentido oposto do consumo capitalista dos espaços, no qual sempre se procura lucrar ao máximo com a mínima utilização de área – o que se faz aglutinando um contingente muito numeroso de pessoas em áreas de espaços diminutos que abrigam construções de baixa qualidade -. Assim, trata-se da ocupação de espaços em vistas de atender à sua função social. Raquel Regina Martini Paula Barros, em sua Tese de Doutorado intitulada Habitação coletiva: a inclusão de conceitos humanizadores no processo de projeto, realiza uma análise em ordem cronológica dos trabalhos de Christopher Alexander, dentre os quais enfatiza-se a ideia retirada do segundo volume de sua obra intitulada The nature of order (2002) e transcrita pela primeira nos seguintes termos:

[7] NUNES, Denise Vianna.; VIEIRA, Larissa Tavares. Modos de habitar a cidade contemporânea: Moradia compartilhada e colaborativa, Anais XVIII Enaupur, p.03, 2019.


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Já neste segundo volume inseriu-se um segundo conceito, fundamentado na ideia de estrutura em desdobramento, um ponto de vista dinâmico. O papel do arquiteto seria o de criar inúmeros centros vivos, adaptados e contribuindo um ao outro dentro do todo, de modo a formar um todo coerente e harmonioso. O papel do processo seria mais fundamental na determinação do grau de vida do edifício do que o de design e a habilidade e treinamento do arquiteto. Nas ciências físicas e biológicas considera-se o processo como parte intrínseca da ordem: forças e estruturas são entendidas como parte inseparável dos processos que criam e mantém. Em nossa visão corrente de arquitetura, temos pouca consciência da transformação como característica 8 essencial do processo de construir.

Assim, utiliza-se a compreensão de que a interação entre indivíduos e os espaços urbanos são imprescindíveis para a arquitetura, de modo que apenas com a presença dos habitantes um projeto tomará vida e passará a cumprir seu objetivo final de atender às necessidades humanas. Nesse sentido, Emerson Vidgal e outros, em seu projeto Habitação Coletiva Sol Nascente 2, da qual faz-se análise no capítulo intitulado Leitura Projetual, compartilham o seguinte entendimento: Não se inventa a cidade a partir do nada. É preciso compreender que a vitalidade urbana que desejamos dependerá não só da maneira como desenhamos a arquitetura e a cidade, mas principalmente da maneira como permitimos em nossos planos a apropriação futura dos espaços pelas pessoas. 9 Projetamos espaços, mas queremos que eles se tornem lugares.

Desse modo, imprescindível falar sobre a necessidade de desenvolver-se uma habitação projetada especificamente com o fim de atender a uma determinada classe de indivíduos, a fim de possibilitar o atendimento de suas necessidades particulares da forma mais completa. Logo, ao realizar-se o recorte da classe trabalhadora, entende-se que determinados espaços são imprescindíveis na busca de garantia de qualidade de vida aos habitantes da construção, assim aponta-se determinadas alternativas de utilização dos espaços no projeto que permitam atender as necessidades 7 humanas, o que se faz seguir.

[8] NUNES, Denise Vianna.; VIEIRA, Larissa Tavares. Modos de habitar a cidade contemporânea: Moradia compartilhada e colaborativa, Anais XVIII Enaupur, p.03, 2019. [9] BARROS, Raquel Regina Martini Paula. Habitação coletiva: a inclusão de conceitos humanizadores no processo de projeto. Tese de Doutorado apresentada à Universidade Estadual de Campinas Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, 2008.


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2.3. A humanização da construção: transformando o espaço em lugar de habitar Inicialmente aborda-se a ideia de uma fachada composta de elementos aptos a proporcionarem uma configuração de fachada ativa, de modo a propiciar uma transição suave entre o público e o privado, visando a interação da vida interna e externa, e, nas palavras de Jan Gehl, reforçando a vida na cidade.10Extrai-se, mais precisamente, da obra de Jan Gehl a importância da noção da mencionada “troca”: O espaço de transição ao longo dos andares térreos é também uma zona onde se localizam as portas de entrada e os pontos de troca entre interior e exterior. As transições proporcionam uma oportunidade para a vida, dentro das edificações ou bem em frente a elas, interagir com a vida na cidade. É a zona onde as atividades realizadas dentro das edificações podem ser levadas para fora, para o espaço comum da cidade.11 Assim, alguns elementos que poderiam ser incorporados ao projeto a fim de permitir fluidez entre público e privado, como a presença de área livre no pavimento térreo da construção, a exemplo do vão livre do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MASP), projetado por Lina Bo Bardi, o qual permite acesso público e coletivo ao espaço, independentemente da área privada da construção, mas agindo de forma a promover a dita integração. Tratando-se verdadeiramente da “arquitetura como serviço social” tal como trata Débora Machado apud Lina Bo Bardi.12

[10] GEHL, Jan. Cidade para pessoas. 2ªed. São Paulo: Perspectiva, p.88, 2013. [11]GEHL, Jan. Cidade para pessoas. 2ªed. São Paulo: Perspectiva, p.75, 2013. [12] MACHADO, Débora. público e comunitário: projeto arquitetônico como promotor do espaço de convivência, USJT, pp. 16 e 30, 2009.


FIGURA 3 - FEIRA DE ANTIGUIDADES OCUPANDO O VÃO LIVRE DO MASP

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FIGURA 2 - FACHADA DO MASP COM VÃO LIVRE NO PAVIMENTO TÉRREO

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[13]Disponível em: <https://jornalggn.com.br/sites/default/files/admin/rn_masp_foto_rafael_neddermeyer_26122014_004850x638.jpg> Acesso em: 13/05/2020. [14] Disponível em: <https://www.rangoetrago.com.br/feira-de-antiguidades-do-vao-livre-do-masp-saopaulo/>. Acesso em: 13/05/2020.


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Outros elementos que poderiam trazer a troca entre interior e exterior, mesmo que não necessariamente presentes na fachada, e que trariam conexão direta com a habitação coletiva, seriam um restaurante e um mini mercado, a exemplo do que foi aplicado no projeto de coliving denominado Staten Island Urby15, analisado posteriormente no capítulo da Leitura Projetual. As áreas do restaurante e mini mercado seriam dois espaços privados de acesso público que permitiriam a realização de trocas mútuas entre o espaço externo (público) e interno (particular) da habitação. Tanto os habitantes do coliving quanto os demais membros da sociedade em geral poderão aproveitar dos serviços e bens de consumo disponíveis nesses dois lugares, os quais têm como principal pretensão torná-los mais acessíveis à comunidade como um todo. As trocas mútuas mencionadas se darão, além do fluxo de pessoas, pelo fornecimento de serviços dentro do coliving a indivíduos exteriores e em contrapartida, sua retribuição monetária, que se somará à contraprestação dos internos na manutenção do mencionado comércio. Outro espaço que busca garantir a valorização das necessidades humanas em um projeto como o coliving é a presença de uma horta comunitária. A horta cumpre seu papel fundamental enquanto integradora do homem com o ambiente em que habita, ainda, atribui aos integrantes do coliving a oportunidade de prática de cultivo, permitindo que atuem de forma direta no espaço, abrindo uma oportunidade de ampliar a compreensão de sua posição enquanto potenciais criadores. Podendo ainda se reverter enquanto benefício para os habitantes em formato de abastecimento. A importância de garantir a presença da natureza urbana no projeto se fundamente com o entendimento de Luis Aníbal Vélez Restrepo: Efetivamente, a tendência da configuração de mega cidades expandidas tem sido também um processo de urbanização da vida, de distanciamento do habitante urbano (os urbanos) a respeito da natureza; distância estabelecida não só como separação física dela, mas, antes de tudo, relacional. Tendemos, como afirma Terradas (2001), a nos isolarmos da natureza e a viver em um mundo criado pela mão do homem, onde é difícil perceber as dependências que este tem a respeito dos processos de produção da terra; assim que nem nos inteiramos da origem e destino dos materiais e da energia que consumimos. (tradução nossa)Projetamos espaços, mas queremos que eles se tornem lugares.16

Seguindo a linha de promover a valorização da escala humana no projeto, encontra-se grande discordância em instituir-se estacionamentos para veículos, pois a intenção é justamente oposta. Busca-se promover o incentivo à mobilidade urbana por meios unicamente humanos (pedestres) e também, quando necessário, por meios de transporte coletivos (vans e ônibus) ou sustentáveis (bicicleta).

[15] Disponível em: <http://www.archidust.com/Home/project_details/Staten-Island-URBY-539#>. Acesso em: 29/04/2020. [16] RESTREPO, Vélez.; ANÍBAL, Luis. La conservación de la natureza urbana. Um nuevo reto en la gestión ambiental de las ciudades, para el siglo XXI. Revista Bitácora Urbano Territorial, Vol. 11, núm. 1, p. 20 – 27, 2007.


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Nesse sentido Jan Gehl dispõe: Em geral, a paisagem humana nas cidades foi descuidada durante anos, como resultado direto da prioridade dada ao tráfego de veículos. Aos poucos, quase todas as cidades estabeleceram departamentos de tráfego que, a cada ano, calculam o tráfego e avaliam as condições de estacionamento. Coletam dados e fazem prognósticos, modelos de tráfego e análises de impacto e, no processo, os carros foram ficando cada vez mais visíveis e onipresentes no planejamento urbano.17 Assim, a não inclusão de estacionamento para veículos em um projeto que busca atender à escala humana, cumpre seu papel em reavivar o destaque às atividades de pessoas, as quais, nas palavras de Jan Gehl, se tornaram cada vez mais invisíveis na medida em que o tráfego de automóveis se tornou cada vez mais visível nas cidades. Portanto, melhor seria optar por implementar o projeto em uma área que facilitasse a mobilidade urbana por meios alternativos como dito anteriormente, bem como a disponibilização de bicicletários, os quais podem, até mesmo, servir como ponto de aluguel de bicicletas, tal como se verifica em cidades como São Paulo/SP. Diante das proposições de elementos apresentados, os quais, conforme demonstrado, têm em comum o potencial de possibilitar a humanização da construção, podese verificar que a implementação de tais elementos em uma habitação de coliving traria a garantia de um distanciamento absoluto das antigas construções coletivas segregantes e de má qualidade a que era relegada a maioria dos trabalhadores. Entende-se, portanto, ser possível a ressignificação da habitação coletiva enquanto espaço de promoção de qualidade de vida para o trabalhador. FIGURA 4- BICICLETÁRIO COM BICICLETAS PARA ALUGUEL NA CIDADE DE SÃO PAULO 18

[17] GEHL, Jan. Cidade para pessoas. 2ªed. São Paulo: Perspectiva, p.209, 2013. [18]Disponível em: <https://www.guiadasemana.com.br/contentFiles/system/pictures/2012/6/51550/original/1.jpg>. Acesso em: 13/05/2020


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FIGURA 5 - ÁREA DE LAZER ABERTA STATEN ISLAND URBY

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3.1. Staten Island Urby - Concrete Architects

O edifício de coliving Staten Island Urby, foi projetado no ano de 2011 em um terreno de 15.000 metros quadros na cidade de Nova Iorque na Ilha de Staten, a obra foi concluída em 2016 com uma área construída de 2.787,09 metros quadrados.

[19]Disponível em: <http://www.archidust.com/Home/project_details/Staten-Island-URBY-539#>. Acesso em: 29/04/2020.


FIGURA 6 - LOCALIZAÇÃO DO EDIFÍCIO STATEN ISLAND URBY

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30

O projeto se localiza no bairro menos povoado de Nova York, com intuído de atrair novos moradores, evoluir a qualidade de moradias do local e desenvolver os espaços públicos do bairro. Staten Island Urby é localizado perto da estação de metrô Front Street com vista leste para o Upper Bay de nova York, e oeste para centro de Manhattan, próximos de vias de grande fluxo o que facilita para os usuários que são de fora e vieram a trabalho. O complexo habitacional é divido em dois blocos pela rua Navy Pier Court, rua pública que integra o bairro 4 residencial com o coliving. No entorno se encontra espaços comerciais e restaurantes nomeados que revigoram essa parte da cidade. Respeitando o gabarito local e o edifício é composto por 5 pavimentos de altura, tendo bom aproveitamento de área permeável do terreno. Os níveis são repartidos em: lazer, horta urbana, refeitórios, comércios, WC’s, academia e demais compartimentos compartilhados no nível da rua, nível 1, 2, 3 e 4 com as unidades habitacionais do coliving da Ilha de Staten.

[20]Disponível em: <http://www.archidust.com/Home/project_details/Staten-Island-URBY-539#>. Acesso em: 29/04/2020.


FIGURA 7 - PERSPECTIVA DO EDIFÍCIO STATEN ISLAND URBY 21

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Os bancos a céu aberto e os locais parcialmente abertos viram pontos convidativos no bairro para residentes e não residentes. O edifício é composto por uma forma “U” por 2 blocos grandes com vista aberta para a cidade de Manhattan, com lajes extensas para aproveitamento horizontal do espaço, o que diminuiu a necessidade de acrescentar mais níveis de pavimento tipo e que atendesse o programa de necessidades do cliente.

FIGURA 8 - REFEITÓRIO COLETIVO E MINI MERCADO 22 DO EDIFÍCIO STATEN ISLAND URBY

A característica que mais ressalta no projeto do Staten Island Urby são seus compartimentos internos que agregam no sentido de coliving do complexo. Composto por várias áreas de lazer ativo e passivo, coworking, refeitórios e até uma cozinha comunal, seguindo a ideia dos projetos “Kitchenless” de suas unidades. Foram agregados também espaços com que fazem do complexo um edifício multifuncional, como lojas, restaurante e café para uso público.

A forma de armazém metálico, as fachadas diretas com grandes vão de pele de vidro remetem a antiga arquitetura das propostas dos edifícios navais da cidade. Pilares e vigas são de estruturas metálicas, peles de vidro nas fachadas, divisórias e forros de gesso, pisos de porcelanatos que lembram decks de madeira ou encostas de pedras. Esses são os principais materiais que compõem a arquitetura do local. As grandes áreas ajardinadas nos espaços livres tornam o usuário um receptor de estímulos.

[21]Disponível em: <http://www.archidust.com/Home/project_details/Staten-Island-URBY-539#>. Acesso em: 29/04/2020 [22]Disponível em: <http://www.archidust.com/Home/project_details/Staten-Island-URBY-539#>. Acesso em: 29/04/2020.


FIGURA 10 - IMPLANTAÇÃO DO PROJETO STATEN ISLAND COM SETORIZAÇÃO E FLUXO DE PESSOAS E VEÍCULOS 24

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FIGURA 9 - IMPLANTAÇÃO DO PROJETO STATEN ISLAND URBY DO NÍVEL DA RUA E ANÁLISE DE PROGRAMAS 23

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[23]Disponível em: <http://www.archidust.com/Home/project_details/Staten-Island-URBY-539#>. Acesso em: 29/04/2020 . [24]Disponível em: <http://www.archidust.com/Home/project_details/Staten-Island-URBY-539#>. Acesso em: 29/04/2020.


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FIGURA 11 - FOTORREALISMO DO ACESSO DO CONJUNTO DE 25 HABITAÇÕES COLETIVAS – SOL NASCENTE 2

3.2. Unidades habitacionais coletivas - Estúdio 41

O escritório de arquitetura Estúdio 41 participou do concurso nacional de projetos de arquitetura e complementares com o tema Unidades Habitacionais coletivas no de 2016 com um terreno localizado na cidade de Ceilândia, DF. Como proposta ao concurso o projeto do escritório com o nome de Habitação coletiva – Sol Nascente 2 não ganhou nenhuma colocação ou menção honrosa, mas traz como conceito a integração do espaço externo para o interno com o uso de estrutura em pilotis, propondo também o uso de comércios no entorno das quadras das habitações com o intuído de gerar fachadas ativas. Com o aproveitamento do terreno no projeto, foi proposto a diferença de gabarito nas edificações, gerando assim variação morfológica e ventilação cruzada nas habitações. Outra vantagem dessa volubilidade é a geração de sombras em locais de uso coletivo.

[25]Disponível em: <http://www.estudio41.com.br/projeto/habitacao-coletiva-sol-nascente-2/> Acesso em: 01/05/2020


34 FIGURA 12 - CORTES A E B DO PROJETO DO CONJUNTO HABITACIONAL SOL NASCENTE 2

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FIGURA 13 - IMPLANTAÇÃO DO CONJUNTO HABITACIONAL SOL NASCENTE 2 NA CIDADE DE CEILÂNDIA 27

O projeto propõe também diferentes tipologias de habitações para abrigar variados tipos de usuários. Ele é dividido em 6 quadras em formato “L”, cada quadra com 6 blocos de edificações mistas, com uso de comércio no nível da rua juntamente com algumas habitações e lazer condominial, e os níveis superiores de uso exclusivo para moradias. Alguns blocos são interligados por passarelas nos pavimentos aproveitando o espaço do terreno e otimizando a circulação vertical do projeto.

O programa de necessidades de cada bloco envolve garagens externas (com o objetivo de evitar o uso de subsolos), espaço para comércio, área técnica, praça pública e bicicletário, e 2 terraços com horta comunitária. Percebe-se que o programa de necessidades incentiva os moradores a utilizarem e criarem espaços externos para fins de socialização.

[26] Disponível em: <http://www.estudio41.com.br/projeto/habitacao-coletiva-sol-nascente-2/> Acesso em: 01/05/2020. [27] Disponível em: <http://www.estudio41.com.br/projeto/habitacao-coletiva-sol-nascente-2/> Acesso em: 01/05/2020.


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FIGURA 14 - PLANTA DE TIPOLOGIA DAS MORADIAS DO CONJUNTO DE HABITAÇÃO COLETIVA SOL NASCENTE 2 28

[28] Disponível em: <http://www.estudio41.com.br/projeto/habitacao-coletiva-sol-nascente-2/> Acesso em: 01/05/2020.


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FIGURA 15 - VISÃO GERAL DO CONJUNTO HABITACIONAL SOL NASCENTE NA CIDADE DE CEILÂNDIA

FIGURA 16 - TIPOLOGIAS E DIAGRAMAS EM VISTA ISOMÉTRICA DO CONJUNTO HABITACIONAL – SOL NASCENTE DA CIDADE DE CEILÂNDIA 30

O sistema construtivo adotado se resume em dois tipos: pilares, vigas e lajes de concreto armado convencional moldados in loco, sendo pilotis, vigas e lajes formando uma “mesa”, e sobre ela apoia-se a alvenaria estrutural de divisórias internas. O método adotado mostra-se econômico pela facilidade de execução e mão de obra especializada em abundância. Utiliza-se esse método pela facilidade de se obter vãos em áreas abertas (sem vedação), e ganha-se vantagem no fluxo de obra, pois uma vez que o sistema estrutural é concluído é dado o andamento nos acabamentos finais da obra.

[29]Disponível em: <http://www.estudio41.com.br/projeto/habitacao-coletiva-sol-nascente-2/> Acesso em: 01/05/2020. [30]Disponível em: <http://www.estudio41.com.br/projeto/habitacao-coletiva-sol-nascente-2/> Acesso em: 01/05/2020.


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FIGURA 17- IMPLANTAÇÃO DA ÁREA DO CONJUNTO HABITACIONAL – SOL NASCENTE 2 E ANÁLISE DE PROGRAMAS DO PAVIMENTO TIPO 31

[31]Disponível 01/05/2020

em:

<http://www.estudio41.com.br/projeto/habitacao-coletiva-sol-nascente-2/>

Acesso

em:


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FIGURA 18 - PERSPECTIVA COMPARTILHADA LT JOSAI 32

DA

FACHADA

DA

CASA

3.3. Casa compartilhada no Japão, LT JOSAI - Naruse Inokuma Architects

FIGURA 19VISTA SATÉLITE COMPARTILHADA LT JOSAI, JAPÃO 33

CASA

A casa compartilhada no Japão foi projetada pelo escritório japonês Naruse Inokuma, no ano de 2013, com um total de 307 metros quadrados de área construída em um terreno de 351 metros quadros.

[32]Disponível em: <https://www.archdaily.com/497357/lt-josai-naruse-inokumaarchitects/534df30ec07a8067e2000064-lt-josai-naruse-inokuma-architects-photo> Acesso em: 11/05/2020 [33]Disponível em: <FotoGoogleEarthPro/Japão, 451-0031Aichi,Nagoya,NishiWard,Jōsai,3-chōme−19−10> Tirada em 11/05/2020.


FIGURA 20 - PLANTA TÉRREA CASA COMPARTILHADA LT JOSAI 34

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O projeto foi desenvolvido para integrar os espaços como: cozinha, refeitório e espaço de repouso que encorajassem o usuário a interagir com o coletivo da habitação. O conceito do projeto se baseia na compactação do espaço privado, garantido maior aproveitamento do espaço destinado para uso comum, visando atender as necessidades humanas sem perda de qualidade.

FIGURA 21 - VISTA A ESCADA DO TÉRREO PARA O PRIMEIRO PAVIMENTO

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Nota-se que o projeto foi idealizado com poucas habitações individuais, permitindo que apenas um pequeno contingente de pessoas possa ocupar o espaço, a fim de não sobrecarregar a utilização dos espaços em comum. Desse modo, é possível que a área comum seja plenamente aproveitada por um limite de pessoas estabelecido. A edificação se divide em 3 pavimentos, sendo que no nível da rua contém a entrada, cozinha e refeitório comunal, área de convivência, lavatórios e banheiros compartilhados, 5 habitações individuais e uma escada para acesso ao primeiro pavimento.

[34]Disponível em: <https://www.archdaily.com/497357/lt-josai-naruse-inokuma-architects? ad_medium=gallery > Acesso em : 11/05/2020. [35] Fonte: Disponível em: < https://www.archdaily.com/497357/lt-josai-naruse-inokuma-architects? ad_medium=gallery > Acesso em 11/05/202


FIGURA 22 - PLANTA 1° PAVIMENTO 36 COMPARTILHADA LT JOSAI

DA

CASA

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[36]Disponível em: < https://www.archdaily.com/497357/lt-josai-naruse-inokuma-architects? ad_medium=gallery > Acesso em 11/05/2020. [37]Fonte: Disponível em: < https://www.archdaily.com/497357/lt-josai-naruse-inokuma-architects? ad_medium=gallery > Acesso em 11/05/2020

FIGURA 23 - VISTA DO MEZANINO E ESCADAS QUE DÃO ACESSO AO 2º PAVIMENTO 37

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Após sair da escada no primeiro pavimento temos o mezanino com uma segunda área de vivência compartilhada 3 habitações individuais e 3 escadas que dão acesso ao 2º e último piso.


FIGURA 24 - PLANTA DO 2° PAVIMENTO CASA COMPARTILHADA LT JOSAI 38

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FIGURA 25 - VISTA DO 2º PAVIMENTO PARA O MEZANINO E ENTRADA DOS DORMITÓRIOS 39

No último piso as escadas dão acesso ao restante das 5 habitações individuais e a 2 terraços, os quais se tratam de espaços comunais.

[38] Disponível em: <https://www.archdaily.com/497357/lt-josai-naruse-inokuma-architects? ad_medium=gallery> Acesso em: 11/05/2020. [39]Disponível em: <https://www.archdaily.com/497357/lt-josai-naruse-inokuma-architects? ad_medium=gallery > Acesso em: 11/05/2020.


FIGURA 26 - CORTE A-A’ COMPARTILHADA LT JOSAI 40

CASA

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FIGURA 27 - DIAGRAMA DE VISTA ISOMÉTRICA DA CASA COMPARTILHADA LT JOSAI

41

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Diante do exposto resta evidente a intenção de integrar os ambientes privados e coletivos, que se fazem presentes em todos os pavimentos, sem exceção. Tal distribuição cumpre o papel de propiciar a participação dos habitantes com a integralidade do ambiente, conferindo verdadeiro sentido de lar à construção. Os arquitetos fizeram o uso de estruturas de madeiras o que sabidamente já faz parte da cultura arquitetônica japonesa. O material é muito evidente em um todo, mas assume caráter dúplice de dar e receber visibilidade em sua aplicação nas escadas, as quais podem ser consideradas como elementos principais do projeto, estabelecendo conexões fluídas dos espaços, com a ressalva de não garantirem acessibilidade.

FIGURA 28 - CIRCULAÇÃO VERTICAL CASA COMPARTILHADA LT JOSAI 42 [40]Fonte: Disponível em: < https://www.archdaily.com/497357/lt-josai-naruse-inokuma-architects? ad_medium=gallery > Acesso em 11/05/2020 [41]Disponível em: <https://www.archdaily.com/497357/lt-josai-naruse-inokuma-architects? ad_medium=gallery> Acesso em: 11/05/2020. [42] Disponível em: <https://www.archdaily.com/497357/lt-josai-naruse-inokuma-architects? ad_medium=gallery> Acesso em: 11/05/2020


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FIGURA 29 - FOTO VIA SATÉLITE DA CIDADE DE RIBEIRÃO PRETO 43

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A proposta de uma habitação coletiva para o trabalhador será implantada na cidade de Ribeirão Preto, cidade localizada no Noroeste do estado de São Paulo. Considerada a oitava maior cidade do estado com uma população estimada de 703.293 habitantes. [DADOS: IBGE 2019]. A cidade de Ribeirão Preto tem em seu entorno 34 munícipios, que, como institucionalizado em 2016, formam a região metropolitana de Ribeirão Preto dividida em 4 sub-regiões que reúnem mais de 1,7 milhão de habitantes, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2018. Em 2017, a RMRP foi responsável por 3,25% do PIB do estado [DADOS: IBGE 2017]. Analisando esses dados, estima-se que a população flutuante de Ribeirão Preto seja alta, a metrópole conta com universidades, e variadas oportunidades de emprego. Com isso, percebe-se a falta de amparo em acesso a moradias, devido a especulação imobiliária e os altos custo de aluguéis na cidade.

[43] Foto tirada via satélite pelo Google Earth (Modificada pelo autor) tirada em 21/05/2020.


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4.1. Justificativa da escolha da área de intervenção: Um dos critérios para a escolha do local da proposta de intervenção foi o contexto histórico de seu bairro. A Vila Tibério possui uma conexão com a classe operária, o preço acessível de suas terras no início da expansão de Ribeirão Preto deu oportunidades aos trabalhadores para ocuparem o bairro rapidamente. Sendo localizada praticamente junta à cidade, ao lado do que hoje é conhecido como quadrilátero central, o bairro abrigava na época grande quantidade dos trabalhadores das industrias e obras dos arredores. Um dos critérios para a escolha do local da proposta de intervenção foi o contexto histórico de seu bairro. A Vila Tibério possui uma conexão com a classe operária, o preço acessível de suas terras no início da expansão de Ribeirão Preto deu oportunidades aos trabalhadores para ocuparem o bairro rapidamente. Sendo localizada praticamente junta à cidade, ao lado do que hoje é conhecido como quadrilátero central, o bairro abrigava na época grande quantidade dos trabalhadores das industrias e obras dos arredores. FIGURA 30 - ESTÁTUA EM HOMENAGEM 44 AOS TRABALHADORES DO CAFÉ

Além do contexto histórico da intervenção com o local foi levado em conta a localização privilegiada do bairro, em virtude de a área estar localizada na região central da cidade onde o acesso por diferentes meios de mobilidade urbana é garantido, devido a grande quantidade de pontos de ônibus e o fácil acesso de veículos pelas principais avenidas da cidade, integrando o acesso a ela pelas vias coletoras do bairro. Ainda que seja plausível afirmar a necessidade de implementar melhorias na qualidade do sistema de mobilidade urbana no centro da cidade, posto que é visível a falta de valorização do espaço na escala do pedestre no bairro.

[44]Fonte: <Acervo do autor> Tirada em 17/11/2017


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Diante disso, leva-se em consideração também a grande variedade de equipamentos urbanos no bairro abrangentes da área de intervenção, como a antiga fábrica da Cervejaria Antarctica, um dos elementos mais marcantes e significativos da cidade de Ribeirão Preto, inaugurada em 1914, está localizada na avenida Jerônimo Gonçalves. Atualmente o terreno da fábrica se encontra em desuso, se transformando em um grande lote majoritariamente vazio, onde se resta somente os entulhos da demolição do antigo edifício e algumas estruturas degradadas da antiga Cervejaria.

FIGURA 31 - PRINCIPAIS ACESSOS À ÁREA DE ESTUDOS

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FIGURA 32 - MAPA DE EQUIPAMENTOS

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A paróquia Nossa Senhora do Rosário, equipamento de escala municipal, foi inaugurada 1919. Localizada próxima a mais dois equipamentos da cidade, a escola estadual Sinhá Junqueira, e a praça Coração de Maria..

[45] Foto tirada via satélite pelo Google Earth (Modificada pelo autor) tirada em 21/05/2020. [46] Fonte: Autoral.


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[47] Fonte: Autoral

FIGURA 33 - MAPAS DE VENTOS E INSOLAÇÃO

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Todo o entorno do bairro Vila Tibério é delimitado por córregos que se compõem na malha urbana, ou que estão protegidos por vegetações permanentes. Dito isso, a topografia do bairro faz com que seu ponto central forme uma colina, fazendo com que o curso da água vá de encontro as hidrografias. Analisando o mapa do recorte do bairro, é possível perceber a curva de nível mais alta do entorno que se encontra do lado oeste, sendo o nível demarcado de altitude igual a 553, e o mais baixo de encontro com a intersecção dos córregos com altitude igual a 521. O estudo dos ventos predominantes, e o sentido solar na área se fazem necessários para estabelecer critérios ou implementar dispositivos que garantam o conforto ambiental da edificação projetada, em Ribeirão Preto os ventos predominantes partem do sentido lés sudeste (ESSE), entre leste e sudeste.


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FIGURA 34 - MAPA DE VEGETAÇÃO

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Na Vila Tibério nota-se que a vegetação é mais presente nas áreas residências do entorno, sendo bem precária a existência de árvores de grande e médio porte no bairro. A grande desvantagem de poucos plantios de vegetação no bairro é devido a incidência solar, tornando desagradável para o pedestre andar longos caminhos sem sombra que o proteja do calor da luz solar.

[48]Fonte: Autoral


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FIGURA 35 - MAPA DE GABARITO

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Sendo um bairro majoritariamente residencial, e um dos primeiros a ter habitações, a Vila Tibério tem como predominância edifícios térreos. Tendo o conhecimento que antigamente, sem um número alto de habitantes, não havia necessidade da verticalização dos edifícios.

[49]Fonte: Autoral


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FIGURA 36 - MAPA DE USO DO SOLO

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O mapa de uso do solo nos permite analisar os tipos de ocupações em cada lote, podendo assim visualizar em qual categoria a edificação projetada se encaixa. A Vila Tibério é notoriamente um bairro residencial, tendo seus centros de comércio concentrados perto das principais vias arteriais do entorno. Nota-se também poucos lotes com uso institucional no bairro.

[50]Fonte: Autoral


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FIGURA 38 - MAPA DE OCUPAÇÃO DO SOLO

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O mapa de ocupação do solo, ou figura fundo, nos mostra a taxa de ocupação da edificação dentro do lote, seguindo as normas urbanísticas de afastamentos e áreas permeáveis. É possível observar que houve um adensamento, ou seja, um aumento considerável na ocupação do solo. As edificações mais recentes são notadas nos lotes menos densa com a ocupação mais distribuída.

[50]Fonte: Autoral


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FIGURA 39 - HIERARQUIA VIÁRIA FUNCIONAL

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Os principais acessos para o bairro são as vias arteriais, sendo elas as Avenidas: Jerônimo Gonçalves, Francisco Junqueira, Antônio e Helena Zerrener e a Av. Do Café. A maioria das vias do bairro são de vias locais, que comportam pequeno tráfico de veículos e com limitação de 30 km/h. As principais vias que dão acesso ao terreno escolhido são as vias coletoras, que suportam a maior quantidade de tráfico de veículos, sendo elas as ruas Rodrigues Alves e Coronel Luiz Da Cunha.

[52]Fonte: Autoral


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[53] Foto tirada via satélite pelo Google Earth (Modificada pelo autor) tirada em 21/05/2020.

FIGURA 40 - VISTA ÁREA DO LOTE DE INTERVENÇÃO E SUAS CARACTERÍSTICAS CLIMÁTICAS 53

O terreno escolhido para o estudo de implantação do projeto de uma habitação coliving (identificado com contorno em branco na imagem abaixo) é o conjunto de 4 lotes, sendo dois deles usados por estacionamentos, e dois edifícios comerciais. Um deles está à venda, e a outra edificação de uso comercial será realocada como comércio no projeto implantado. Juntos os lotes totalizam em uma área de 2.271,33 metros quadrados. Na representação da insolação do terreno é possível analisar que o sol nasce na diagonal direita do terreno, e a maior incidência solar no Norte, sentido da esquina das ruas Cel. Luiz Da Cunha e Rodrigues Alves. Do outro lado da rua existe o hotel Dan Inn, que fornece sombra ao terreno no início da tarde.


56Remover os estacionamentos do terreno devolve ao espaço sua função social, surgindo efeito na diminuição

FIGURA 41 - CURVAS DE NÍVEL DO ENTORNO

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do adensamento de veículos na região central da cidade, como também sendo permitida a instauração de uma habitação coletiva, que conceda a vizinhança um local de uso na escala do pedestre e que intensifique a importância histórica do bairro Vila Tibério. Sendo um lote de esquina, o terreno tem acesso pelas duas principais vias coletoras do bairro, a rua Rodrigues Alves que faz o recorte da praça com o terreno, e a rua Cel. Luiz Da Cunha. Ambas as ruas dão acesso a Praça Coração de Maria, equipamento muito significativo para a escolha do lote. É importante destacar a praça Coração de Maria, pois ela proporciona a valorização da área verde já existente próxima do terreno, transformando-a para a habitação e também para a sociedade daquela região como um todo. A praça serve, ainda, como meio uma possibilidade de transição entre o privado e público, permitindo uma maior integração entre a habitação e a vizinhança em que se faz presente. Logo abaixo se apresenta o estudo topográfico do quarteirão, nota-se a presença de uma certa declividade com a existência de 5 curvas de nível, tendo a diferença de 5 metros do ponto mais alto (Nível 535), ao ponto mais baixo (Nível 530) do quarteirão. O terreno possui declive suave, tendo somente a presença de duas curvas de nível (533 e 532), ou seja, a diferença de declividade do ponto mais alto para o mais baixo é de 2 metros.

[54] Fonte: Autoral.


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FIGURA 42 - VISTA ÁREA DO ENTORNO DO LOTE DE INTERVENÇÃO

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6.1. Relatório fotográfico do terreno

[55] Foto tirada via satélite pelo Google Earth (Modificada pelo autor) tirada em 21/05/2020.


FIGURA 44 - ESQUINA DO TERRENO RUA RODRIGUES ALVES E 57 CEL. LUIZ DA CUNHA

FIGURA 43 - ACESSO AO ESTACIONAMENTO ALOCADO NO TERRENO 56 NA RUA RODRIGUES ALVES

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[56] Fonte: Google Street View (Modificada pelo autor) tirada em 21/05/2020. [57] Fonte: Google Street View (Modificada pelo autor) tirada em 21/05/2020.


FIGURA 46 - ACESSO DO ESTACIONAMENTO RUA GONÇALVES DIAS

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FIGURA 45 - ACESSO ESTACIONAMENTO DA RUA CEL. LUIZ DA CUNHA 58

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[58] Fonte: Google Street View (Modificada pelo autor) tirada em 21/05/2020. [59] Fonte: Google Street View (Modificada pelo autor) tirada em 21/05/2020.


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61

7.1. Macrozoneamento Segundo a Lei complementar 2157/07 plano diretor da cidade de Ribeirão Preto, a área de intervenção escolhida se localiza no macrozoneamento (ZUP) estabelecida como: Zona de Urbanização Preferencial (ZUP): composta pelas áreas internas ao anel viário formado pelas rodovias Anhanguera, Antônio Machado Sant`Anna, Antônio Duarte Nogueira e Alexandre Balbo, dotadas de infraestrutura e condições geomorfológicas propícias para urbanização (formação da Serra Geral), de acordo com o descrito no Anexo III - B desta lei;[...]

7.2. Gabarito Mais uma vez, conforme a Lei complementar 2157/07, o plano diretor da cidade de Ribeirão Preto:

Define-se como "Gabarito" a altura do edifício em metros lineares contada a partir do piso do pavimento térreo até a soleira do elevador do último pavimento, ficando estabelecido o gabarito básico de 10 (dez) metros de altura para todas as edificações novas ou a reformar no Município de Ribeirão Preto [...] [...] O gabarito básico a que se refere o artigo anterior poderá ser ultrapassado na Zona de Urbanização Preferencial - ZUP e na Zona de Urbanização Controlada - ZUC, desde que atendidas as disposições pertinentes desta lei, tais como: recuos, taxa de ocupação, coeficiente de aproveitamento, etc.

7.3. Taxa de Ocupação Nos termos do plano diretor da cidade de Ribeirão Preto:

Entende-se por Taxa de Ocupação a porcentagem do lote ou gleba ocupada pela projeção das edificações no seu plano horizontal. A taxa de ocupação máxima do solo para edificações residenciais será de 75% (setenta e cinco por cento) e para edificações não residenciais e mistas será de 80% (oitenta por cento), exceto nos parcelamentos que tiverem restrições maiores registradas em cartório, as quais prevalecerão, respeitados os recuos e a taxa de solo natural desta lei.


62

7.4. Coeficiente de Aproveitamento Na ZUP o coeficiente de aproveitamento máximo será de até 5 vezes a área do terreno, conforme expõe-se.

A lei complementar 2866/18 do plano diretor prevê C.A. básico = 1 para todo o munícipio possibilitando que a outorga onerosa auxilie o munícipio incentivar adensamento e verticalizações em áreas que seja interessante realizar esse tipo de ocupação e vice versa, a partir de valores diferente.

7.5. Permeabilidade do solo Segundo a lei 2158/07 do código de obras – ART. 131, e analisando a imagem abaixo, as áreas do macrozoneamento ZUP deverá ter taxa de 5% de taxa de permeabilidade para lotes com área igual ou inferior a 400m²; 10% para lotes com área entre 400m² e 1000m²; e 15% para lotes com área maior que 1000m².

TABELA 1 - TABELA APRESENTANDO A TAXA DE PERMEABILIDADE MÍNIMA NOS ZONEAMENTOS 60

7.6. Densidade populacional Seguindo o Plano Diretor municipal, tem-se que:

Fica estabelecida a Densidade Populacional Líquida Básica de 850 hab/há (oitocentos e cinquenta habitantes por hectare) permitida para cada lote de terreno.

[60]Fonte: Disponível em <https://leismunicipais.com.br/a/sp/r/ribeirao-preto/leicomplementar/2019/294/2932/lei-complementar-n-2932-2019-dispoe-sobre-o-codigo-de-obras-do-municipiodas-normas-gerais-e-especificas-a-serem-obedecidas-na-elaboracao-de-projeto-obtencao-de-licenciamentoordenamento-na-execucao-manutencao-e-utilizacao-de-obras-e-edificacoes-dentro-dos-limites-dos-imoveisno-municipio-visando-garantir-o-padrao-de-higiene-seguranca-e-conforto-das-habitacoes-e-da-outrasprovidencias> Acesso em: 27/05/2020


63


64

8.1. Conceito X Partido Tornar a vida do trabalhador acessível e alegre no seu modo de viver é um desafio. Por isso o viver em coletivismo proposto pela intervenção tem como conceito ensinar o usuário a viver em comunidade, fazendo novas amizades permitindo a troca de informação, novas experiências e emoções, criando assim um relacionamento e a sensação de pertencer. A prática de coliving leva como motivação e benefícios o baixo custo do viver, aprimorando assim o compartilhamento de espaços e recursos. Bem como, projeta-se a união de espaços, e a integração do externo com o interno permitindo a penetrabilidade visual no local. A criação de espaços abertos e fachadas ativas são elementos inseridos de modo a gerar interesse público do uso da edificação por pessoas residentes e não residentes. A proposta de coletivismos também é inserida de modo discreto nas habitações, com o crescimento da ideia de coliving, surgiu o conceito de moradias sem cozinha (Kitchenless), iniciado pela arquiteta espanhola Anna Puigjaner. Esse conceito será promovido por um espaço comunal de alimentação e uma cozinha compartilhada para uso coletivo, promovendo a formação de uma comunidade dentro do edifício. Pensando em forma de integração, leva-se em consideração perante o projeto o acesso irrestrito para pedestres, ciclistas, usuários de transporte público e pessoas com necessidades especiais, tendo acessibilidade em todos os acessos do local. As hortas comunitárias inserem no projeto uma relação entre a arquitetura e o urbanismo do espaço, além da proposta dinâmica e coletiva, se trata de uma requalificação urbana, ou até mesmo de uma reeducação social, abordando questões como coleta de água e compostagem de resíduos gerados pelos próprios moradores do complexo.


65

8.2. Estudos preliminares

4

[61] Fonte: Autoral

FIGURA 47 - VISTAS ISOMÉTRICAS DAS ETAPAS DO ESTUDO VOLUMÉTRICO

61

Com o programa de necessidades montado e seguindo as ligações do fluxograma acima, se inicia a fase inicial do projeto de implantação da habitação coletiva, que se principia com o formato em “U” , obedecendo o total de área estabelecido na taxa de ocupação e seus respectivos recuos de fundo e fachada do macrozoneamento onde se instala. Dessa forma é gerado um grande vazio no centro do terreno onde será realizado o desenho de uma praça que integra o externo com o interno, e para que isso se cumpra, a edificação é elevada do nível do solo, gerando grandes vazios e espaços para uso coletivo ou comercial em sua área comum. Feito essas alterações é notável a falta de permeabilidade urbana nessa forma cheia, com isso, é inserido no modelo os acessos e os espaços de circulação como apresentados no esquema abaixo ocasionando em fluxo nos espaços internos e acessos nas áreas de passeio das vias.


63

FIGURA 49 - SETORIZAÇÃO DO MEZANINO

FIGURA 48 - SETORIZAÇÃO DO NÍVEL 0.00 (NÍVEL DA RUA)

62

66

[62]Fonte: Autoral [63]Fonte: Autoral


FIGURA 50 - SETORIZAÇÃO DO PAVIMENTO TIPO (1º - 3º PAV.)

64

67

FIGURA 51 - PERSPECTIVA DA VOLUMETRIA COM ESTUDO DE SOMBRA AS 9 HORAS E 30 MINUTOS 65

Na maior parte da manhã o edifício vizinho com a rua Cel. Luiz da Cunha gera sombra em toda a fachada nordeste, e no centro do projeto.

[64]Fonte: Autoral [65]Fonte: Autoral


68

FIGURA 54 - PERSPECTIVA VOLUMETRIA COM ESTUDO 68 SOMBRA AS 15 HORAS

DA DE

FIGURA 53 - PERSPECTIVA DA VOLUMETRIA COM ESTUDO DE 67 SOMBRA AS 12 HORAS E 30 MINUTOS

FIGURA 52 - PERSPECTIVA DA VOLUMETRIA COM ESTUDO DE SOMBRA AS 9 HORAS E 30 MINUTOS 66

A maior incidência solar da manhã ocorre na fachada sudeste, devido ao gabarito baixo das edificações vizinhas, sendo necessário a implantação de tecnologia para conforto ambiental nos ambientes que estiverem presentes nessa face. No começo da tarde as fachadas nordeste e noroeste são completamente banhadas pela incidência solar, feito que se permanece até as 15 horas da tarde.

[66]Fonte: Autoral [67]Fonte: Autoral [68]Fonte: Autoral


69


70

Pensando em todas as necessidades de interesse coletivo e habitacional e mediante todo o conceito mencionado o programa de atividades foi idealizado da seguinte maneira:

9.1. Térreo Uso público e coletivo: Áreas verdes; áreas de repouso; horta urbana; sistema de coleta para compostagem; restaurante; comércio; circulação vertical para o mezanino; sanitários masculino e feminino P.N.E.

9.2. Mezanino Uso controlado e coletivo: Sala de jogos; sala de estudos; coworking; cozinha e refeitório; circulação vertical; portaria.

9.3. Pavimentos Superiores l Uso privado e coletivo: Áreas de vivência e lavanderias l Uso privado: Habitações coletivas, habitações individuais

9.4. Quadro de Áreas 69

[69] Fonte: Autoral


71


72

70

[70] Fonte: Autoral


73


74

11.1. Coeficientes de projeto Área do terreno: 2.271,33 m² Área de projeção da edificação 1068,731m² Taxa de ocupação 47% Área verde: 2170 m² Área construída total: 9.102,021m²

Taxa de permeabilidade 24% Restaurante: 248,883 m² Comércio: 743,742 m² PUC + Pavimentos residenciais + Ático + Reservatório + Cobertura: 8.109,396 m²

FIGURA 55 - ESTUDOS VOLUMÉTRICOS

71

11.2. Estudos Volumétricos

Continuando com as tentativas de encaixar o formato ideal da edificação no terreno,seguindo o conceito estabelecido anteriormente para que se mantenha a permeabilidade urbana e visual, o uso coletivo, espaço para uma praça central e grandes vazios, é resultado do estudo volumétrico um modelo de uma torre singular, com grandes vazios internos para ventilação cruzada, evitando-se o uso de ventilação forçada nas habitações, uma torre mais robusta e imponente projetada para suprir o conforto dos habitante, pensandose na escala humana. No nível da rua é estabelecido espaços comerciais voltados para a calçada, concretizando-se a fachada ativa. Uma espaçosa praça central que traz ainda mais a conexão do interno com o externo. A implantação do restaurante acontece na esquina do lote, com área externa coberta e muito verde traz aconchego para quem caminha do lado de fora e segurança para todos os usuários.

[71] Fonte: Autoral


75 11.3. Estudo de terreno

FIGURA 57 - TERRENO MODIFICADO

73

FIGURA 56 - TERRENO ORIGINAL

72

As alterações no terreno foram feitas pensando na acessibilidade ao empreendimento sem a necessidade obrigatória de uma circulação vertical exclusiva para acesso. O terreno natural é composto por três curvas de nível, 533, 532 e 531. A proposta visa separar os compartimentos de uso coletivo em pequenos desníveis entre as curvas naturais. O nível 532,23 será escavado e nivelado para receber o bloco de comércios com acesso ao início do lote pela rua Rodrigues Alves, no nível 533 o terreno também será escavado e nivelado para a implantação da praça central, junto dos acessos principais ao lote e da implantação da torre habitacional. Para chegarmos ao nível 532,40 o terreno também será escavado, junto a um muro de arrimo entre os níveis 532,40 e 533. Nesse nível será implantado o restaurante que também terá acesso garantido pelo nível da calçada. O nível 531,99 é o mais baixo do lote e será a maior escavação levando em consideração o declive natural. Esse nível foi escolhido por ser o nível da calçada no limite do lote na rua Cel. Luiz da Cunha, onde será implantado dois espaços comerciais com acesso livre para usuários, sem grandes inclinações ou necessidade de escada. Para acesso do nível 531,99 ao 533 será projetada uma rampa entre os blocos comerciais de inclinação igual a 8,3%.

[72] Fonte: Autoral [73] Fonte: Autoral


76

11.4. Setorização

54

Térreo: Praça central, comércios e restaurantes, acesso restrito a habitação. PUC: Pavimento de uso coletivo com vários equipamentos para uso dos trabalhadores habitantes do Coliving 1º - 10º: Habitações coletivas e individuais, circulações verticais, lavanderias coletivas, áreas técnicas.

74

FIGURA 58 - PERSPECTIVA ISOMÉTRICA

[74] Fonte: Autoral


54

77

FIGURA 59 - IMPLANTAÇÃO

[75] Fonte: Autoral

75


78

[76] Fonte: Autoral

54

FIGURA 60 - SETORIZAÇÃO COM EIXOS DE CIRCULAÇÃO

76

Como explicado no partido do projeto, a acessibilidade e a permeabilidade de pessoas era o principal objetivo na implantação. O nível térreo do projeto conta com múltiplos eixos de circulação de pessoas, onde as mesmas podem cruzar o lote afim de circularem por dentro do edifício, buscando mais segurança. Os acessos de comércio se dão direto pela calçada, tornando a circulação de usuário e habitantes quase que constante. O restaurante tem seu acesso pela esquina das ruas Cel. Luiz da Cunha e Rodrigues Alves. Uma das premissas para a ideia de projetar um restaurante interno a habitação é que durante todo o seu período de funcionamento as mesas fiquem em uma parte externa a edificação chamando a atenção dos usuários do local e ressignificando o entorno.


79

54

O pavimento de uso coletivo se torna um dos principais blocos da habitação coliving. Além das áreas de lazer no térreo, praça, comércio, um dos principais conceitos do projeto era trazer a sensação de pertencer, a sensação de comunidade, e nenhum lugar melhor do que espaços comunais para isso. No PUC é previsto a instalação de sala de coworking para os trabalhadores de home office, academias para os trabalhadores com rotinas corrida, espaço relax para relaxamento pós dia ou semana tensa no tranalho, varanda de jogos para todos os usuários treinarem dentro de si de que juntos somos forte.

FIGURA 61 - SETORIZAÇÃO PUC

[77] Fonte: Autoral

77


80

FIGURA 62 - PERSPECTIVA ISOMÉTRICA

78

Todos os acessos ao projeto se dão pelo nível da calçada com inclinações máxima de até 2% sem a necessidade de implementar circulações verticais como únicomeio de acesso. Os desníveis são impostos na separação dos espaços, sendo todos acessíveis dentro da norma NBR9050

[78] Fonte: Autoral


81 11.5. Materialidades O principal material presente no projeto é o concreto moldado in loco, sua função estética e brutal é impactante e atraente, com os grandes vãos a serem sustentado e levando em consideração a altura do empreendimento, o concreto se apresenta como melhor material para solução da modulação do projeto. As alvenarias são de uso híbrido, sendo as paredes de vedação externas de alvenaria convencional, e paredes de divisórios é adotado o uso de drywall, para que o usuário faça da habitação a modulação que melhor o atenda. Vidros são utilizados no térreos nas fachadas do comércio e do restaurante, causando grande impacto da altura do pedrês. Grandes panos de vidros chamam a atenção por garantir a permeabilidade do olhar de quem está do lado de fora do objeto.

79

FIGURA 63 - PERSPECTIVA ISOMÉTRICA ESTRUTURAL

[79] Fonte: Autoral


82

11.6. Conforto ambiental Como apresentado no estudo de insolação do terreno as fachadas Noroeste e Sudeste são as mais afetadas por incidência solar. Sendo elas as principais fachadas no empreendimento será proposto a instalação de uma estrutura em aço chumbadas diretamente nos pilares e beirais de laje da estrutura, onde será também instalado jazidas com pés de trepadeiras, para que elas cresçam ao longo da estrutura e protejam a edificação da incidência solar. Tornando o projeto mais verde e confortável.

FIGURA 64 - CORTE HABITAÇÃO

[80] Fonte: Autoral

80


83

11.7. Elevações

81

FIGURA 65 - ELEVAÇÃO NOROESTE (FIGURA SEM ESCALA)

[81] Fonte: Autoral


84

82

FIGURA 66 - ELEVAÇÃO SUDOESTE (FIGURA SEM ESCALA)

[82] Fonte: Autoral


85

83

FIGURA 67 - ELEVAÇÃO SUDESTE (FIGURA SEM ESCALA)

[83] Fonte: Autoral


86

84

FIGURA 68 - ELEVAÇÃO NORDESTE (FIGURA SEM ESCALA)

[84] Fonte: Autoral


87 11.8. Perspectivas ilustrativas

85

FIGURA 69 - PERSPECTIVA ACESSO PRINCIPAL

[85] Fonte: Autoral


FIGURA 71 - PERSPECTIVA PRAÇA CENTRAL

87

FIGURA 70 - ENTRADA RESTAURANTE

86

88

[86] Fonte: Autoral [87] Fonte: Autoral


FIGURA 73 - ENTRADA COMÉRCIO E RESTAURANTE RUA CEL. LUIZ DA CUNHA 89

[88] Fonte: Autoral [89] Fonte: Autoral

FIGURA 72 - FPERSPECTIVA BICICLETÁRIO ENTRADA COMÉRCIO RUA RODRIGUES ALVES 88

89


NOTAS

B

RUA CEL. LUIZ DA CUNHA

i=

i = 0.2%

S

LEGENDA

5. 4% 1 2 3

RESTAURANTE ÁREA EXTERNA

P39

P38

P1 P2

i = 1.4%

P13 P12

i = 8.3%

S

S

P37

P40

RESTAURANTE

ESPAÇO COMERCIAL

DATA

DESENHO

ESPAÇO COMERCIAL

P47 P41

P44

P46

P3

P4

P11

P14

RESPONSÁVEL

ARQUIVO

S

A

P42

P43

P45

P5

P7

P15

P10

P48

ESCALA

COZINHA

S

i = 8% P8

i = 8.3%

1 2

DISCIPLINA

P9

P6

1 2

P16

FASE

CIRCULAÇÃO DE ACESSO

FOLHA LOBBY SOCIAL

P20 P17

P33

P34

ESCADA DE EMERGÊNCIA

PRAÇA CENTRAL GUARITA

S

CIRCULAÇÃO

P18

P21

1 2 3 4 5 6 7 8

P32

TÍTULO P35

LOBBY

PROJETO i = 1.8%

P22

S

P19

P31

P36

S LAZER COLETIVO COBERTO P53

P52

ESPAÇO COMERCIAL

i = 2%

P51

P50

ESPAÇO COMERCIAL

ESPAÇO COMERCIAL

P49

i = 5.5%

RUA RODRIGUES ALVES

A

ESPAÇO COMERCIAL

P26

P27

P23

P30

S P24 P54

P55

P56

P57

P25

P28

P29

P58

i = 3.1%

S

COD. DO PROJETO

B


B

NOTAS

LEGENDA

VARANDA COLETIVA

P1

P13 P2

P12

DATA P3

ACADEMIA

P4

P11

DESENHO

P14

RESPONSÁVEL Laje impermeabilizada Enchimento com argila expandida

A

COWORKING

P5

P7

P10

P15

A

ARQUIVO

ESCALA

P8

DISCIPLINA

P9

P6

P16

FASE

FOLHA

COPA SERVIÇO

P20 P17

P33

COZINHA COLETIVA

P34

CIRCULAÇÃO

TÍTULO P18

P21

18 17 16 15 14 13 12 11 10

P32

S

1 2 3 4 5 6 7 8 9

P35

DML

PROJETO

P22 P19

P31

P36

ESPAÇO RELAX

P26

P27

P23

P30

VARANDA DE JOGOS

Laje impermeabilizada Enchimento com argila expandida

P24

P25

P28

P29

COD. DO PROJETO

B


NOTAS

B LEGENDA

P1

P13 P2

P12

HABITAÇÃO

DATA

DESENHO

HABITAÇÃO P3

P4

P11

P14

HABITAÇÃO

A

P5

P7

RESPONSÁVEL

P15

P10

A

ARQUIVO

HABITAÇÃO

ESCALA P8

P9

P6

P16

DISCIPLINA

FASE

FOLHA

LAVANDERIA COLETIVA

P20 P17

HABITAÇÃO

P33

P34

CIRCULAÇÃO

P18

P21

P32

HABITAÇÃO

18 17 16 15 14 13 12 11 10

TÍTULO

S 1 2 3 4 5 6 7 8 9

P35

DEPÓSITO COLETIVO/ÁREA TÉCNICA P22 P19

P31

P36

P23

P30 P26

P27

HABITAÇÃO STUDIO

P24

P25

P28

P29

PROJETO

COD. DO PROJETO

B


NOTAS

B LEGENDA

P1

P13 P2

P12

DATA

HABITAÇÃO

P3

P4

P11

DESENHO

P14

HABITAÇÃO

RESPONSÁVEL

HABITAÇÃO

A

P5

P7

HABITAÇÃO

P10

P15

A

ARQUIVO

ESCALA

P8

P9

P6

P16

DISCIPLINA

FASE

FOLHA

LAVANDERIA COLETIVA P17

P20

HABITAÇÃO

P33

P34

18 17 16 15 14 13 12 11 10

HABITAÇÃO P18

P21

P32

CIRCULAÇÃO

S

TÍTULO 1 2 3 4 5 6 7 8 9

P35

DEPÓSITO COLETIVO/ÁREA TÉCNICA

PROJETO

P22 P19

P31

P36

HABITAÇÃO P23

P30 P26

P27

HABITAÇÃO

P24

P25

P28

P29

COD. DO PROJETO

B


NOTAS

B LEGENDA

TELHA TIPO SANDUÍCHE i = 3%

DATA

DESENHO

RESPONSÁVEL

A

A

ARQUIVO

ESCALA

DISCIPLINA

FASE LAJE IMPERM.

TELHA TIPO SANDUÍCHE i = 5%

FOLHA

ÁREA TÉCNICA

P20 P33

P21

P34

P32

CIRCULAÇÃO BARRILETE

18 17 16 15 14 13 12 11 10

TÍTULO

1 2 3 4 5 6 7 8 9

P35

ÁREA TÉCNICA P22 P31

P36

LAJE IMPERM.

TELHA TIPO SANDUÍCHE i = 3%

PROJETO

COD. DO PROJETO

B


NOTAS

B LEGENDA

DATA

TELHA TIPO SANDUÍCHE i = 3%

RESPONSÁVEL

A

A

ARQUIVO

ESCALA

DISCIPLINA

FASE LAJE IMPERM.

FOLHA

TELHA TIPO SANDUÍCHE i = 5% LAJE IMPERM.

TELHA TIPO SANDUÍCHE i = 3% RESERVATÓRIO SUPERIOR. VOL = 70M³ ÁREA = 31,68M² LAMINA D'ÁGUA = 2,20

TÍTULO

PROJETO

LAJE IMPERM.

TELHA TIPO SANDUÍCHE i = 3%

DESENHO

COD. DO PROJETO

B


NOTAS

B

RUA CEL, LUIZ DA CUNHA

LEGENDA

DATA TELHA TIPO SANDUÍCHE i = 3%

DESENHO

RESPONSÁVEL

ARQUIVO

A

A ESCALA

DISCIPLINA

FASE

RUA RODRIGUES ALVES

LAJE IMPERM.

FOLHA

TELHA TIPO SANDUÍCHE i = 5% LAJE IMPERM.

LAJE IMPERM.

TELHA TIPO SANDUÍCHE i = 3%

TÍTULO

PROJETO

LAJE IMPERM.

TELHA TIPO SANDUÍCHE i = 3%

COD. DO PROJETO

B


NOTAS

LEGENDA

DATA

DESENHO

RESPONSÁVEL

ARQUIVO

ESCALA

DISCIPLINA

FASE

FOLHA

HABITAÇÃO

HABITAÇÃO

COWORKING

HABITAÇÃO

TÍTULO

HABITAÇÃO

ACADEMIA

PROJETO

RESTAURANTE ESPAÇO COMERCIAL

ESPAÇO COMERCIAL

RESTAURANTE ÁREA EXTERNA COBERTA

COD. DO PROJETO


NOTAS

LEGENDA

DATA

DESENHO

RESPONSÁVEL

ARQUIVO

ESCALA

DISCIPLINA

FASE

FOLHA

HABITAÇÃO

HABITAÇÃO

STUDIO

TÍTULO

HABITAÇÃO

HABITAÇÃO

HABITAÇÃO

PROJETO VARANDA DE JOGOS

SALA DE REUNIÃO

COWORKING

ACESSO ESPAÇO COLETIVO COBERTO

ENTRADA PARA O LOBBY SOCIAL

ESPAÇO COMERCIAL

CALÇADA

COD. DO PROJETO


NOTAS

LEGENDA

RUA CEL, LUIZ DA CUNHA

DATA

DESENHO

RESPONSÁVEL

ARQUIVO

ESCALA

DISCIPLINA

FASE

RUA RODRIGUES ALVES

FOLHA

TÍTULO

PROJETO

COD. DO PROJETO


100


101

<http://www.archidust.com/Home/project_details/Staten-Island-URBY-539#>. Acesso em: 29/04/2020 <http://www.estudio41.com.br/projeto/habitacao-coletiva-sol-nascente-2/> Acesso em 01/05/2020 <https://www.archdaily.com/497357/lt-josai-naruse-inokuma-architects?ad_medium=gallery 11/05/2020

>

Acesso

em

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