Ano Cristão

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O Ano Crist達o


Prólogo Se consideramos o Ano Cristão desde uma perspectiva bíblica, temos que perceber que o povo de Deus não precisa seguir certos dias de observância, nem semanas, meses, tempos ou anos (Gal. 4:9-11, Col. 2:16), como sendo necessários para a salvação ou a santificação cristã. As leis do Antigo Testamento eram sombras de Cristo quem tem vindo (Col. 2:17). E quando Cristo morreu, nós morríamos com Ele; e quando Ele ressuscitou e ascendeu ao céu, nós ressuscitamos com Ele no slugares celestiais (Col. 3:1, Ef. 2). Isto significa que juntos com Cristo, os eleitos somos os governantes de tempo e espaço. Temos sido todos estabelecidos, como senhores do Sábado, para governar o tempo, de acordo com a sabedoria do Espírito (Rom. 8:14, Gal. 4:6-7). Nós não estamos submetidos ao tempo, mas agora os dias estão sob nós. E, portanto, todas as celebrações e festividades são voluntárias, oferecidas livremente, e ninguém será julgado ou julgue sobre esta base (Rom. 14:5-6, Col. 2:16). Com este espírito de liberdade e vitória, os Anglicanos celebramos o Ano Cristão (calendário histórico da Igreja), como um testemunho glorioso da vitória e autoridade de Cristo sobre o tempo. Corretamente entendido, Sua vida celebrada e lembrada nos nossos dias, semanas e meses, é uma continuação do triunfo de Cristo sobre principados e poderes. Ele fez um espetáculo público deles e triunfou sobre eles, e nosso

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memorial no tempo significa continuar caminhando nele no poder do Espírito. Reconhecemos o Dia do Senhor, como a glória principal destes privilégios e dons; é o Sábado do AT levantado da morte, transfigurado, glorificado e amadurecido. É a celebração da ressurreição de Jesus, nossa Páscoa semanal, e a única festividade que devemos sempre manter e honrar (1 Cor. 5:8). Sendo assim, entendemos que é no espírito de Páscoa que se reconhece a sabedoria dos nossos Pais que desejavam colocar memoriais de Cristo em todo lugar (Dt. 6:5-9), assim poderíamos alegrar-nos e dar ação de graças sempre (Fp. 4:4, Ef. 5:20). Porque desejamos caminhar em ação de graças e gratidão, desejamos marcar nosso tempo com marcas que regularmente nos ajudem a lembrar a graça e bondade de Deus em eventos particulares e na história em geral. Por esta razão, as congregações locais da Igreja Anglicana Reformada do Brasil reconhece e comemora as cinco festividades evangélicas (Natal, Sexta-feira Santa, Páscoa, Ascensão e Pentecostes), como as festividades principais do Ano Cristão que marcam eventos específicos na história de Cristo, nas quais desejamos dar graças e meditar. Também, reconhecemos que os diversos tempos do Ano Cristão são úteis para instrução, correção e formação na justiça, como estão fundamentados sobre diversos temas encontrados nas Escrituras. Se reconhecemos os princípios gerais de ter nossas vidas moldadas pela história de Jesus, também reconhecemos que 3


este dom tem no passado errado de ênfase e sido abusado no sentido errado pelos ritualistas e a Igreja de Roma. Agradecemos os nossos Pais da Reforma Inglesa que libertaram o povo de Deus de forma corajosa contra as regulações errôneas e práticas ímpias que escravizam aos cristãos, através da obrigação dos dias santos, tempos penitências e jejum supersticiosos, e outras práticas absurdas próprias da era de escuridão, que eram consideradas como necessárias para a salvação e a santificação. Neste sentido, a Igreja de Roma errou fazendo, como obrigatório para a salvação, aquilo que as Escrituras não pediam, nem obrigavam, assim mostravam um entendimento errado da graça, a salvação e o perdão, convertendo-se em pedras de tropeço no caminho cristão, assim condenaram o povo de Deus a ignorância e a escuridão. Por esta razão, os Anglicanos repugnamos tais abusos e avisamos o povo de Deus ter sempre presente o que Deus nos tem ensinado através da história. Evidentemente, devemos reconhecer a importância de oração, a caridade e o jejum na vida dos discípulos de Jesus. Ao mesmo tempo, também é certo que os pecadores tem tendências de voltar-se a estes dons entendendo os mesmos de forma errada (Mt. 6:1-18). Existem várias formas de jejum e observância de festividades que nos podem ajudar na jornada cristã, mas a sabedoria nos ensina em contra a indulgência e a sabedoria da carne (Col. 2:23). O verdadeiro jejum que Deus tem mandado é perder as ataduras da maldade e deixar o oprimido livre, dar de comer ao faminto e vestir o desnudo (Is. 58:5-8). Deste modo, 4


em ordem de manter o jejum fielmente, as advertências de Cristo especialmente relacionadas à hipocrisia na oração, na caridade e no jejum devem ser seguidas consistente e pensativamente (Mt. 6:1-18). O Reino de Deus não é comer e beber, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo (Rom. 14:15-17). Portanto, exorto ao povo de Deus a escapar de toda idolatria, e seguir a Cristo que é a substância e centro de tudo. Ainda mais exorto ao povo de Deus que, se vamos a celebrar certos dias e tempos, devemos fazer isto como um sacerdócio real, uma nação santa, e um povo eleito, cultivando a alegria e a ação de graças com generosidade e braços abertos para com os vizinhos, amigos e todos aqueles em necessidade. E, particularmente, aconselho a desenvolver um compromisso a cultivar um arrependimento sincero e verdadeiro no Advento e a Quaresma, já que estão fundamentados na obra completa de Cristo (2 Cor. 7:9-10), e que transborda em alegria. Estes tempos devem ser usados, como oportunidades, para servir aqueles em necessidade, memorizar textos bíblicos, cantar Salmos, hinos e cânticos, e entregar-se uns aos outros no amor de Deus. Reconhecemos a autoridade que Deus tem dado a Igreja (Mt. 18.18-19) a qual permite estabelecer tempos e jejuns para instruir, educar e formar aos santos para toda boa obra. Sem que isto seja forçado, ou ensinado, como necessário para a salvação. E, sejam entendido, como disciplinas que são eficazes na vida cristã, quando entendida e vividas corretamente. Neste sentido, a Igreja do Brasil entende e pratica o Ano Cristão. 5


A História do Ano Cristão A igreja primitiva entendeu a importância de organizar o tempo ao redor dos eventos da vida e ministério de Jesus, assim poderiam formar suas vidas seguindo o exemplo dEle. As Escrituras nos chamam a ser transformados e ter a mesma mente que Cristo. “E não vos amoldeis ao esquema deste mundo, mas sede transformados pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12.2). “Tende em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus” (Filipenses 2.5). Os Anglicanos entendemos o Ano Cristão como uma jornada espiritual que nos transforma, enquanto revivemos a vida e ministério de Jesus. Esta jornada nos ajuda a refletir o que Deus tem feito através de Jesus Cristo, mas também a perceber o que Ele está fazendo em meio de nós no decorrer da cada ano. Percebemos, realmente, o que é o “ano da graça do Senhor” (Lucas 4.19). Neste sentido, o Ano Cristão é uma ferramenta e forma idônea para discipular. Celebrar o Ano Cristão é um resultado natural da herança judaica. Os primeiros cristãos cresceram como Judeus que celebravam os eventos históricos no calendário Judeu. A morte e ressurreição de Cristo estavam estabelecidos na história da Páscoa Judaica. A vinda do Espírito Santo aconteceu na festividade Judaica de Pentecostes. Deste modo, a igreja 6


transformou o calendário judaico em um calendário onde celebrava a nova aliança e a redenção do mundo em Cristo. A maioria das igrejas evangélicas tem secularizado o calendário, permitindo uma visão secular do ano nas atividades da igreja. Infelizmente, isto tem feito que as igrejas celebrem Dia da Mãe, Dia da Nação, Dia doa Namorados, entre outras muitas datas, mas esquecem de celebrar o Advento, Epifania, Quaresma, Semana Santa, a Ascensão de Cristo, Pentecostes e a Trindade. Talvez, seja a dificuldade de celebrar e entender o simbolismo cristão que tem feito muitas destas igrejas rejeitar a prática do Ano Cristão. Pode ser que fosse fruto das atitudes surgidas entre os Puritanos que, desejando destruir qualquer sinal de erros ou heresia, terminaram proibindo e perseguindo muitos aspectos do culto cristão. Esquecendo que o ano cristão é uma celebração da vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Outro aspecto a ser considerado é o fato de que não são simplesmente celebrações do passado, mas um preparo para a igreja do futuro. Vivemos o presente na realidade do Reino de Deus (Salmos 2.7; Salmos 95.7; Lucas 4.21; Lucas 23.43). Assim, nos encontramos com a escatologia da esperança presente na vida da igreja.Os Anglicanos desenvolvemos nossa vida em comum no Ano Cristão. Cada culto está formado e influenciado por esta jornada. As orações, leituras, cores, nos indicam o tema do tempo cristão em que vivemos.

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O Que é Ano Cristão? “O Ano Cristão, ou Calendário Litúrgico, não é uma idéia, mas uma pessoa: Jesus Cristo e o Seu mistério realizado no tempo, que hoje a Igreja celebra sacramentalmente como memória, presença e profecia” (cf. Dicionário de Liturgia. São Paulo: Paulinas, 1992, p. 58). O Ano Cristão se baseia, portanto, na história da salvação, cujo centro se encontra na morte e ressurreição de Jesus Cristo. Esse evento histórico é celebrado como memorial cristão, que nos lembra a mensagem da salvação e desafia a Igreja a viver esta mensagem, fazendo visível o Reino de Deus. O ano cristão (ou calendário litúrgico) é uma antiga forma de observar o ano, seguindo a vida de Jesus Cristo e da Igreja. Assim, o ano se divide em diversos tempos, ou períodos. Indo mais além do que simplesmente contar o tempo de acordo com as estações naturais, os cristãos têm, tradicionalmente, medido o tempo na sua adoração, e oração comum, de acordo com a vida e obra de Jesus Cristo. Já que entendiam que Jesus Cristo restaurou e redimiu muito mais que as pessoas, mas também o tempo, espaço e cosmo. Alguns dos tempos do Ano Cristão se fundamentam em práticas cristãs que se remontam aos tempos dos apóstolos e as primeiras liturgias cristãs, enquanto outras tem sido adotadas em épocas posteriores. De fato, o calendário litúrgico atual tem sido desenvolvido nos primeiros seis séculos, sendo modificado 8


na Reforma Protestante para eliminar qualquer vestígio que pudesse levar ao erro de prática e/ou crença. O Ano Cristão permite aos cristãos se inserirem na vida de Jesus Cristo e, ao mesmo tempo, manter a união espiritual com os outros cristãos por todo o mundo, como lemos e aprendemos nas mesmas verdades bíblicas. O Ano Cristão nos ajuda a ter certeza de que a maioria das Escrituras são lidas cada ano, e os temas principais da fé cristã são ensinados no culto cristão, assegurando que todos os aspectos da condição humana sejam instruídos e tenham um lugar apropriado na prática da adoração na Igreja de Cristo. O ano Cristão é também uma ferramenta na formação cristã e crescimento dos discípulos, gentilmente inculcando a herança cristã primitiva e, também, reformada de fé em cada geração. As cores usadas na decoração da igreja, ajudam a refletir o tempo litúrgico em que nos encontramos no contexto do culto e adoração cristã. Também, nos textos bíblicos lidos e nas orações ditas, inclusive nos hinos, cânticos e salmos que são cantados no culto.

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Entendendo o Tempo O tempo forma parte da própria vida. Ele determina o que fazemos e, inclusive, onde estamos. Sem esquecer, o próprio tempo nos indica se estamos no dia ou na noite, ou em qual estação do ano nos encontramos. Não em vão, celebramos o passar do tempo nas vidas daqueles que amamos através dos aniversários e outros eventos importantes nas nossas vidas. Na antigüidade, algumas tribos consideravam a vida como um círculo de tempo que começava com o tempo da plantação e terminava no tempo da colheita. Israel se formou na experiência de ser nômade no deserto. Nesse contexto, o ciclo de plantar e colher não era de nenhuma importância. Eles lembravam os eventos que tinham marcado como povo: a fuga do Egito. Só depois, a Páscoa chegou a ter uma certa ligação com a primavera e as celebrações de plantar. Israel entendia tempo como uma jornada, e não como um ciclo. Toda jornada tem um começo e um fim, com um propósito e um alvo. Eles entendiam que Deus estava atuando no meio deles através de eventos históricos e profecias. A Igreja da mesma forma percebe a presença de Deus em meio do povo de Deus, celebrando e mostrando sua perfeita obra 10


redentora da humanidade. Contudo, a formação do Ano Cristão foi lenta, mas contínua. O ponto de partida foi a Páscoa que era celebrada todos os domingos, isto é, o "primeiro dia da semana" (Atos 20,7ss.). A Páscoa é sempre o primeiro domingo depois da lua cheia que cai no dia 21 de março ou depois. Não ocorre antes do dia 22 de março e nem depois do dia 25 de abril. A sequência de todos os domingos do Ano Cristão está na dependência da Páscoa, exceto os domingos do Advento que são sempre os quatro domingos antes do Natal, não importando se este cai no domingo ou em dia de semana. Depois foram surgindo os dias das festas a ela relacionadas: Ascensão (40 dias após a ressurreição - Atos 1.5); Pentecostes (50 dias depois da comemoração pascal - Levíticos 23, 15-16; Atos 2, 1ss.). Do mesmo modo foram escolhidos os dias para Domingo de Ramos, Última Ceia, Paixão e Morte de Jesus. A Quaresma surgiu para dar oportunidade aos catecúmenos de melhor se prepararem para o Batismo, na Páscoa. Também, a data da Páscoa determina o início da Quaresma na Quarta-feira de Cinzas, e a Ascensão de Cristo na quinta-feira, quarenta dias após o domingo da Páscoa. Mas existem outras datas difíceis de ser precisadas no calendário, ligadas à vida do Senhor. Por exemplo: a comunidade cristã estava interessada em celebrar o nascimento de Jesus, e os evangelhos não dizem uma palavra a respeito do dia e do ano. Tinham consciência de que não escreviam a 11


biografia do Senhor; então, mais que dados cronológicos, se interessaram por celebrar a incarnação de Jesus, Deus-conosco. Circunstâncias históricas levaram a escolher o dia 25 de dezembro como a data para celebrar o nascimento de Jesus. Na ocasião, os romanos celebravam o solstício do inverno. Para eles, aquela noite começava a ser menos longa. Era a vitória da luz sobre as trevas. Havia, então, uma festa pagã de Natalis invicti, isto é, do deus-menino-sol que nascia e crescia para impor o domínio da luz. O significado se prestava para a mensagem do Natal: Jesus, o sol da justiça (Malaquias 4.2 ou Malaquias 3.20) e Jesus, a luz do mundo (João 8.12). Deste modo, a festa pagã foi redimida, passando a celebrar o nascimento do Senhor no dia 25 de dezembro. As primeiras notícias que temos dessa celebração estão no ano 354. Deste modo, a igreja celebra seis maiores tempos: Advento, Natal, Epifania, Quaresma, Páscoa e Pentecostes. Estos tempos principais tem dois eventos especialmente importante: Natal e Páscoa. Natal sempre é celebrado no dia 25 de dezembro, mas a Páscoa varia conforme a posição da lua. Evidentemente, isto faz que os domingos entre Natal e Páscoa mudem cada ano. Se existem mais domingos antes da Páscoa, encontraremos um número menor depois da Páscoa. Isto tem uma mudança no tempo da Epifania e no tempo da Trindade. Estes domingos também são conhecidos hoje, como “Domingos do Tempo Comum (ou Ordinário).”

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O Início do Ano Cristão À diferença do ano civil não tem uma data fixa de início e de término. Sempre se inicia no primeiro Domingo do Advento, e termina no sábado da 34a semana da Trindade, antes das vésperas do domingo. Algumas igrejas celebram no último domingo da Trindade a festividade de Cristo Rei, simbolizando a soberania e autoridade absoluta de Cristo, e a volta de Cristo no fim dos tempos para reinar e julgar os vivos e os mortos. Por isso, sua celebração se faz no fim do Ano Cristão. Ainda que o Ano Cristão não tenha uma data fixa de início, qualquer pessoa pode saber quando vai ter início o Ano Litúrgico, pois ele se inicia sempre no domingo mais próximo de 30 de novembro. Na prática, o domingo que cai entre os dias 27 de novembro e 3 de dezembro. A data de 30 de novembro é colocada também como referencial, porque nela a Igreja celebra a festividade de São André, o apóstolo, irmão de São Pedro. André foi um dos primeiros discípulos a seguir Cristo (João 1.40).

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O Domingo O domingo é o Dia do Senhor. Ele marca o inicio de cada semana, também o inicio de cada tempo do Ano Cristão. No Dia do Senhor, nos reunimos como povo de Deus para escutar e ser instruídos na palavra de Deus e celebrar a Santa Comunhão. O domingo é justamente o primeiro dia da semana, dia da ressurreição do Senhor, que nos lembra o primeiro dia da criação, no qual Deus criou a luz (Génesis 1.3-5). Jesus Cristo ressuscitado aparece como a verdadeira luz, dos homens e das nações. Todo o Novo Testamento está impregnado dessa verdade eterna, quando enfatiza a ressurreição no primeiro dia da semana (Mateus 28.1; Marcos 16.2; Lucas 24.1; João 20.1; Atos 20.7; Apocalipse 1.10). O domingo é na vida cristã, “este é o dia que o SENHOR fez; vamos regozijar-nos e alegrar-nos nele” (Salmos 118.24).

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Os Ciclos do Ano Cristão Ao longo dos séculos, convencionou-se uma estrutura para o Ano Cristão que se organiza em quatro grandes ciclos: Natal, Tempo Comum, Páscoa e Trindade.

1 - CICLO DO NATAL O Ciclo do Natal corresponde a três tempos litúrgicos do ano cristão, a saber: Advento, Natal, e Epifania. Este ciclo tem início quatro domingos antes do Natal e se estende até a Epifania.

ADVENTO (Tempo de espera e esperança) O Advento é o tempo que marca o início do calendário litúrgico cristão. Sua origem é documentada a partir do século IV a.C. Semelhante à preparação da Páscoa, expiação de Cristo, o Advento surge como preparação para o nascimento de Jesus, o Natal. Advento, do latim adventus, significa "vinda", "espera". O tempo do Advento inicia-se quatro domingos antes do Natal e vai até ao por do sol no dia 24 de dezembro, incluindo sempre 4 domingos, abrindo a comemoração do nascimento de Cristo. A cor deste tempo é o roxo, simboliza arrependimento, reflexão e preparação. Este é o período em que preparamos para celebrar o Natal. Este 15


é o tempo em que refletimos sobre a primeira vinda de Cristo, mas também é o tempo em que nós preparamos para sua segunda vinda. Este é um tempo em que se vive o tempo presente à luz do passado e o futuro. Sendo assim, um tempo de reflexão e penitência para estar prontos para sua segunda vinda. A espiritualidade do Advento é marcada pela esperança e pelo aguardo do Messias prometido; estamos conscientes das nossas próprias fraquezas e, ao mesmo tempo, estamos cheios de alegria pela esperança que temos em Cristo. Nesse sentido, pode ser dividido em duas partes o Advento: os dois primeiros domingos enfatizam o Advento Escatológico; o terceiro e o quarto domingos, a Preparação do Natal de Cristo. Dessa forma, o Advento tem a dimensão da expectativa da segunda vinda de Cristo, bem como a expectativa da chegada do Messias que mostra a plenitude do Reino, o "já" e o "ainda não", que significa viver o cumprimento das promessas e renovar a esperança no reino que virá. No Segundo Domingo de Advento, se celebra o Dia da Bíblia, como foi a idéia do próprio Arcebispo Tomas Cranmer. Talvez, um dos hinos deste tempo mostre este fato como nenhum. Por um lado, chama a Cristo para “dispersar as nuvens obscuras da noite” e termina cada verso com este coro, “Alegrar-vos, alegrar-vos, Emanuel vai vir a Israel.” A tradição mais usada neste tempo é a Coroa de Advento. Ela é 16


formada por uma coroa verde com 4 velas. Cada domingo, uma pessoa ou família da congregação local ilumina uma das velas e fazem uma oração simples, como pode ser a Oração do Dia (a coleta). Também existe um calendário de Advento que as crianças podem abrir umas janelas onde encontram textos bíblicos no seu interior. A construção de Nascimento, ou Belém, é também um costume cristão antigo. Onde se construi uma pequena cidade com os diversos caracteres que aparecem na narrativa do nascimento de Cristo nas Escrituras. Os “Reis Magos” são colocados a uma distância considerável do nascimento. Eles são aproximados pouco a pouco até chegar o dia da Epifania. O Advento é o tempo quando a igreja reflete sobre a primeira vinda de Cristo e olha para a segunda vinda de Jesus Cristo e para a eterna esperança dos cristãos no fim do tempo. Símbolos para o Advento •

Coroa do Advento: simbolizando a realeza de Cristo:

Círios: simbolizando a chegada de Cristo como luz do mundo;

Luzes: símbolo da luz que ilumina as trevas, o próprio Cristo.

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NATAL (Tempo da Encarnação) O segundo tempo litúrgico desse ciclo é o Natal. Por 12 dias, do dia de Natal (25 de Dezembro) até a Epifania (06 de Janeiro), a igreja celebra a encarnação de Deus, na pessoa de Jesus. Esta celebração teve sua origem em meados do século IV d.C., entretanto, sua aceitação como festa cristã ocorreu no século VI d.C. O Natal surgiu com a finalidade de afastar os ímpios da festa pagã do natale solis invictus ("deus sol invencível") e passou a significar a chegada do Messias, o "sol da justiça" (cf. Ml 4.2), já anunciado e aguardado no Advento. Natal, na acepção da palavra, significa "nascimento", entretanto, para os cristãos, a partir do século IV d.C., esse significado é ainda mais profundo, pois, com o nascimento de Cristo, celebra-se "o Verbo que se fez carne e habitou entre nós", o Deus infinitamente rico se faz servo e habita entre nós na terra. É esse Verbo que chama para Si toda a criação, a fim de redimir o mundo. Após a celebração da Páscoa, o Natal do Senhor é a comemoração cristã mais importante para a Igreja. O Natal é um tempo de fé, alegria e celebração de “Deus conosco,” o Filho de Deus que se fez Homem. O tempo do Natal vai da véspera do Natal até Epifania (6 de Janeiro), em que se celebra a chegada dos “Reis Magos” e a adoração deles a Jesus. 18


Infelizmente, a maioria de igrejas hoje tem esquecido os 12 dias de Natal. Este é o período que vai de Natal até Epifania. Nestes dias, celebramos os seguintes dias: São Estevão Mártir, São João o Evangelista, Santos Inocentes e A Circuncisão de Jesus. A cor deste tempo é o branco, que simboliza a divindade, a paz, a glória, a alegria e da vitória que o nascimento de Cristo representa para a humanidade, portanto significa pureza e santidade. Representa também a virtude da fé. Nas festividades de São Estevão e Santos Inocentes, é usada a cor vermelha (ou encarnada) que representa a sangue derramada dos mártires e a vinda do Espírito Santo. Lembrando a importância da virtude da entrega e caridade. Neste dias é usada a cor vermelha, porque são dias que lembramos mártires da fé cristã. Uma das grandes tradições neste tempo é a troca de presentes. Isto nos lembra que estamos celebrando o aniversário de Jesus no dia de Natal e, também, o fato de que os “Reis Magos” levaram presentes a Jesus Cristo. Na maioria dos países, a troca de presentes se faz na véspera do Natal ou na manhã do Natal. Contudo, existem países que isto acontece na véspera da Epifania. Existe o costume de colocar uma vela no centro da Coroa de advento, ficando acesa cada dia dos doze dias de Natal. Também, se aproveitam os doze dias de Natal para a igreja dar 19


presentes àqueles que não tem recebido nenhum presente durante o Natal. No dia de Natal, celebramos o nascimento de Jesus, mas a Igreja não afirma que Jesus nascerá neste dia, porque, na verdade, ninguém tem total segurança de que dia Jesus nasceu. O Natal não enfatiza o fato de que Jesus nasceu nesse dia, mas o fato de que Deus se faz homem e viveu entre nós. Símbolos para o Natal •

Anjos: simbolizam aqueles que anunciam o nascimento de Jesus;

Crianças: simbolizando a festa da chegada do menino Jesus;

Sinos: simbolizando o anúncio festivo da chegada do Messias;

Presépio: simbolizando o local do nascimento de Cristo.

EPIFANIA (Tempo da iluminação) O terceiro tempo desse ciclo é a Epifania. Surgiu no Oriente como manifestação do Cristo encarnado. Somente a partir do século IV d.C. passou para o Ocidente, a fim de rememorar a visita dos reis magos ao Messias que havia chegado. Epifania, do grego “Thifimeia,” significa "manifestação”, "aparição”. Antes de tornar-se um termo utilizado pelos

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cristãos, significava a chegada de um rei ou imperador. A partir de Cristo, tem a conotação de manifestação do divino ao mundo, que no Antigo Testamento era expressa pelo termo “teofania.” No sentido literário, a "epifania" é um momento privilegiado de revelação, quando acontece um evento ou incidente que "ilumina" a vida da personagem. Epifania é um tempo que parece passar desapercebido diante de nós. Infelizmente, isto pode fazer que esqueçamos que esta é uma data onde os temas da missão e conversão são centrais à vida da igreja. A Epifania representa a encarnação de Jesus Cristo, como Jesus, o salvador do Mundo. Na Bíblia, lemos que Jesus deu-se a conhecer a diferentes pessoas, em diferentes momentos, porém celebramos três eventos: a Epifania propriamente dita perante os magos do oriente (como está relatado em Mateus 2, 1-12) e que é celebrada no dia 6 de Janeiro; a Epifania a João Batista no rio Jordão; e a Epifania a seus discípulos e início de sua vida pública com o milagre de Caná quando começa o seu ministério. Assim, a Epifania começa lembrando o papel dos “Reis Magos” (os sábios) na história redentora. A história conta, como eles são guiados por Deus e perguntando a Herodes seguem o caminho para Belém. Lá, encontram a Jesus em um estábulo. Quando o Rei Herodes percebe que os sábios não voltam para contar onde se encontra o Messias, manda matar todas as crianças com idade inferior a dois anos. 21


Os “Reis Magos” simbolizam a vinda de todas as nações a adorar a Jesus Cristo. Os pastores eram judeus, mas os sábios não. Não temos nenhuma certeza de onde vem e onde vão depois. A tradição mostra eles sendo de diferentes raças. Isto é significativo à luz que Israel dividia o mundo entre judeus e gentios. Portanto, aqui temos uma imagem do Salvador que vêm a resgatar todo o mundo. Os presentes que são dados a Jesus, abrem o nosso entendimento de quem Cristo é. O ouro é um símbolo de riqueza. Fala de que tudo o que temos vem de Deus e a Deus oferecemos de volta em ação de graças. O incenso é um símbolo de louvor e adoração. O incenso tem representando muitas vezes as orações que são levadas da terra para o trono da graça. E a mirra era usada para ungir corpos para ser enterrados. Isto sinaliza o caminho e missão de Jesus na terra. O Rei nasceu em nosso meio para entregar sua vida e morrer. Seu nascimento está ligado inevitavelmente à sua morte. As nações, representadas pelos sábios, vieram de longe para adorar a Jesus Cristo, e depois da ressurreição Jesus envia os seus discípulos às nações para fazer discípulos (Mateus 28.19). Assim, Epifania é um tempo de missão. Por isso, encontramos a conversão do apóstolo Paulo em meio desta festividade. Epifania nos mostra o ministério de Jesus que obra sinais, cura e milagres. Assim, a Epifania (significa manifestação) se faz presente nos ensinos e missão de Cristo.

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A espiritualidade desse período é caracterizada pela manifestação e aparição de Cristo ao mundo. É o Cristo prometido que se torna uma realidade na vida daqueles que procuram a paz, a justiça e o amor. Assim, é um bom momento para ensinar sobre a missão e preparar projetos missionários e iniciativas de evangelismo. O tempo da Epifania vai do dia 7 de Janeiro até o dia anterior a Quaresma. A cor deste tempo é verde que simboliza (nova) vida e crescimento. Representa a virtude da esperança. A Epifania é para o Natal o que o Pentecostes é para a Páscoa, isto é, desenvolvimento e permanência do ato de Cristo em favor da humanidade. A Igreja Anglicana, à diferença de outras igrejas que usam o Ano Cristão, não tem, historicamente, celebrado o Batismo do Senhor, nem a Transfiguração de Cristo, como podemos ver claramente no Livro de Oração Comum (1662). Recentemente, muitas igrejas anglicanas, principalmente aquelas influenciadas pela Igreja Episcopal dos USA, tem adotado o LCR (Lecionário Comum Revisado); portanto, tem adotado estas festividades dentro do seu calendário litúrgico. Símbolos para a Epifania •

Estrela: simboliza a luz que aparece no horizonte para a chegada de um novo tempo;

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Presentes: além do presente maior dado à humanidade, Cristo, simbolizam também os presentes dados pelos magos.

2 - CICLO DO TEMPO COMUM Além dos dois ciclos festivos (Ciclo do Natal e Ciclo da Páscoa), o "Ano do Senhor" também contempla 33 ou 34 semanas, situadas entre o Natal e a Páscoa. Esse período recebeu a designação Epifania por contrapor-se à época festiva do Ano Cristão. O fato de haver um Tempo Comum ressalta o significado de que Deus não é Senhor somente das coisas extraordinárias, mas também o é do cotidiano. Enfatiza a presença de Deus no meio do Seu povo eleito, como a Igreja segue adiante o mandato apostólico de fazer visível o reino de Deus. A cada celebração, antecipamos a eterna adoração (liturgia) diante do Trono da Graça, para o qual nos preparamos, dia a dia, tanto no tempo festivo como no tempo comum. Ao longo da história, várias iniciativas foram tomadas no sentido de oferecer alternativas à liturgia do tempo não-festivo. Para exemplificar com algumas das mais recentes e próximas, citamos a formalização, na década de 1930, nos Estados Unidos, de uma proposta que sugeria a criação de um novo período, o "Kingdomtide" (Ciclo ou Tempo do Reino). Essa proposta tem de positivo o fato de enfatizar menos o aspecto 24


eclesiástico-institucional e mais o teológico-missionário do tempo. Entretanto, a postura mais amplamente adotada pelos protestantes do mundo todo foi a de designar as duas partes do Tempo Comum como sendo "Tempo após Epifania" e "Tempo após Pentecostes", respectivamente. Na Igreja Anglicana, conforme o LOC 1662, o segundo Tempo Comum (após Pentecostes) é chamado de Trindade. Assim, o Tempo Comum ficou somente após Epifania.

DOMINGOS Anunciação)

APÓS

EPIFANIA

(Tempo

de

A primeira parte do Tempo Comum tem início na segunda-feira após Epifania e vai até a véspera da Quarta-Feira de Cinzas, quando começa a Quaresma. Sua espiritualidade enfatiza o anúncio do Reino de Deus e visa à esperança e à pregação da Palavra. Nos Domingos após Epifania, se usa o verde. Esta cor representa vida e crescimento, como o verde representa vida em meio da natureza e crescimento das sementes. Isso é representativo da tensão própria de um período como esse, quando é central a expectativa do anúncio do Reino de Deus Símbolos para do Tempo Comum Sugerimos como material simbólico para a ambientação litúrgica do Tempo Comum:

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A Bíblia: sinalizando o anúncio da Palavra do Reino;

Os cinco pães e os dois peixes: sinalizando os milagres de Jesus e a solidariedade cristã;

Sementes / semeadura: sinalizando o anúncio do Reino.

A QUARTA-FEIRA DE CINZA (Tempo de Penitência) As cinzas que os cristãos recebem neste dia é um símbolo para a reflexão sobre o dever da santidade, da mudança de vida, recordando a passageira, transitória, efêmera fragilidade da vida humana, sujeita à morte. Ela ocorre quarenta dias antes da Páscoa sem contar os domingos (que não são incluídos na Quaresma); ela ocorre quarenta e seis dias antes da Sexta-feira Santa contando os domingos. Seu posicionamento varia a cada ano, dependendo da data da Páscoa. A quarta-feira de cinza pode variar do começo de fevereiro até a segunda semana de março. Cultos são realizados neste dia nos quais os participantes são assinalados com cinza, na testa, pelo Ministro, deixando uma marca que o cristão normalmente conserva até o pôr do sol. Esse simbolismo relembra a antiga tradição do Oriente Médio de jogar cinzas sobre a cabeça como símbolo de arrependimento diante de Deus. Muitos cristãos fazem deste dia um tempo de jejum e abstinência.

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As cinzas vêm dos ramos do Domingo de Ramos do ano anterior. No dia de Quarta-Feira de Cinzas, os cristãos são marcados na testa com as cinzas em forma de cruz ou a recebem um pouco sobre as suas cabeças, quando o Ministro pronuncia a seguinte frase, à sua escolha: “Lembra-te que és pó e que ao pó voltarás!” A cor deste tempo é o roxo, simboliza arrependimento, reflexão e preparação. Símbolos da Quaresma • Cinzas: referindo-se ao arrependimento.

A QUARESMA (Tempo da Reflexão) Na igreja primitiva, a preparação do batismo era um ato de grande responsabilidade. Se entendia que ninguém devia ser batizado sem um compromisso total com a causa de Cristo. Ser cristão, significava que podia ser perseguido e morto em qualquer momento. Não em vão, o processo de catecumenado prévio ao batismo podia ser de até três anos. O batismo era realizado no Domingo de Ressurreição. Assim, o candidato se unia com Cristo na sua morte e ressurreição. Evidentemente, isto fazia que a quaresma fosse um tempo de preparação através da oração, jejum e estudo. Existia uma renúncia pública ao pecado. Os novos discípulos renunciavam aos seus velhos caminhos em vez de seguir os novos caminhos.

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Da Quarta-feira de cinzas ao Domingo de Ramos, o Advento enfatiza a importância da conversão. Inicia-se no 40°dia antes da Páscoa, sem contar os domingos. A cor deste tempo é o roxo, simboliza arrependimento, reflexão e preparação. O início, na Quarta-feira de cinzas, retorna à tradição bíblica do arrependimento com cinzas e vestes de saco (Jn 3.5-6). É um momento oportuno para refletir sobre a confissão e o valor do perdão de Deus. Sua espiritualidade enfatiza momentos de preparo na história bíblica geral e da vida de Jesus: Quarenta dias de Jesus no deserto (Mt 4.2; Lc 4.1ss), Quarenta anos do povo no deserto (Ex 16.35) , e Elias em direção ao Horeb (1Rs 19.8) Hoje em dia, a quaresma tem tomado este mesmo caráter para todos os cristãos. Sendo um tempo de conversão e santificação, jejum, estudo e oração. É um tempo de preparação para a Páscoa. Neste período não se diz o Aleluia, nem se colocam flores na Igreja, não devem ser usados muitos instrumentos e não se canta o Glória a Deus nas alturas, para que as manifestações de alegria sejam expressadas de forma mais intensa no tempo que se segue, a Páscoa. Também é costume que os cristãos se abstenham de certas comidas e luxos para lembrar os quarenta dias de Jesus no deserto (Mateus 4.1-11). Talvez seja adequado na quaresma ver um pouco menos de TV, ficar menos na internet, evitar certas comidas e bebidas, e refletir sobre nossa caminhada cristã e as áreas que, possivelmente, precisam de mais atenção. 28


Este tempo deve ser aproveitado para ser um tempo de renovação de compromisso e disciplina. Assim, se converte em um tempo idôneo para adotar disciplinas espirituais (jejum, silêncio, estudo da palavra, Lectio Divina, etc.) na nossa vida cristã. Deve ser aproveitado como um tempo que a igreja toma ação para cuidar e amar daqueles que mais sofrem e tem mais necessidades. Por isso, a igreja pode desenvolver e começar projetos sociais neste tempo. Símbolos da Quaresma • Ramos: lembrando a entrada triunfal; • Coroa de espinhos e os cravos: rememorando o sofrimento de Cristo.

3 - CICLO DA PÁSCOA O ciclo pascal, composto por Semana Santa, os Domingos após Páscoa e, encerrando, pelo Domingo de Pentecostes, formou-se a partir de um processo de reflexão e sistematização do Cristianismo. que durou do primeiro ao quarto século da era Cristã. A partir desse ciclo se constituiu todo o calendário litúrgico. Nas comunidades primitivas. era comum a reunião no primeiro dia de cada semana, quando se celebrava a memória de Jesus.

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A origem do culto cristão está em torno dessa “Páscoa Semanal”, que ocorria no chamado "Dia do Senhor". Em boa parte por influência do judaísmo cristão, desenvolveuse uma celebração anual da Páscoa corno um "grande dia do Senhor", cuja festa se prolongava por 50 dias, sendo o último o dia de chegada do Espírito, o Pentecostes Cristão: isso já no século II. No século IV, desenvolveu-se a tradição de reviver e refletir de um modo mais sistematizado os momentos da paixão. Isso deu origem às celebrações da Semana Santa. Desde o século 111, as vésperas da Páscoa já eram dias de reflexão. Os catecúmenos, que por dois anos eram preparados, eram, agora, acompanhados por toda a comunidade. Inspirando-se nos 40 dias de preparo de Jesus para Seu ministério, nasceu o período da quaresma. Assim, em torno da celebração da morte e ressurreição de Jesus, desenvolveu-se todo o Ciclo Pascal do Calendário Litúrgico Cristão, marcado pela penitência e confissão, mas também pela alegria e exultação do crucificado e ressuscitado. Por cinqüenta dias, começando com o Domingo de Páscoa, os cristãos celebram o milagre da ressurreição de Jesus e a esperança de sua própria ressurreição. A cor da páscoa é o branco (por ser preciosa a glória do Cristo ressurreto). Este tempo termina no domingo de Pentecostes.

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A Páscoa, assim, se estende por cinqüenta dias entre o domingo de Páscoa e o domingo de Pentecostes, comemorando a volta de Cristo ao Pai na Ascensão, e o envio do Espírito Santo. Estas sete semanas devem ser celebradas com alegria e exultação, como se fosse um só dia de festa, ou, melhor ainda, como se fossem um grande domingo, vivendo uma espiritualidade de alegria no Cristo Ressuscitado e crendo firmemente na vida eterna.

SEMANA SANTA (Tempo de Paixão) A Semana Santa sempre teve um significado importante, como preparação a celebração da Páscoa, ou Domingo de Ressurreição. Isto não deve ser uma surpresa, porque o próprio evangelho de João dedica a maior dele a última semana do ministério de Jesus. O Domingo de Ramos abre a Semana Santa. Nele, lembramos e celebramos a entrada triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém, poucos dias antes da sua morte. Este domingo é chamado assim porque o povo cortou ramos de árvores, ramagens e folhas de palmeiras para cobrir o chão onde Jesus passava montado num jumento. Com folhas de palmeiras nas mãos, o povo o aclamava “Hosana ao Filho de Davi.” No Domingo de Ramos, a congregação recebe ramos e, geralmente, é uma celebração que representa os feitos que lemos nas Escrituras. Em algumas igrejas, existe uma cerimônia onde toda a congregação entra na nave em procissão. 31


No Domingo de Ramos entramos no Tríduo Pascal que começa com a Ceia do Senhor, na Quinta-Feira Santa. Neste dia, é celebrada a Instituição da Santa Comunhão, e comemoramos o gesto de humildade de Jesus ao lavar os pés dos discípulos. Este ato nos lembra o novo mandamento que Jesus dá a igreja, “Eu vos dou um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros” (João 13.34). Ao final deste culto, os paramentos são retirados da Mesa do Senhor e outras partes da nave e coro. Na Sexta-Feira Santa, a igreja celebra a Paixão e Morte de Jesus Cristo na cruz por nós e os nossos pecados. É um dos dois dias que a Santa Comunhão não se celebra. O outro dia é o Sábado Santo. Este culto contém orações, leituras e meditações com hinos. Este dia lembramos que nada podemos fazer, mas tudo tem sido feito por nós e por nossos pecados por Deus em Cristo que tem cumprido a missão que vem a realizar. Portanto, só resta o silêncio e a oração. Durante o Sábado Santo, a igreja não celebra nenhum culto., sendo um tempo de reflexão sobre a morte de Jesus. Na noite de Sábado Santo, já pertencente ao Domingo de Páscoa, acontece a solene Vigília Pascal. Este é o culto mais alegre e elaborado de todo o ano. Na igreja primitiva, este culto se iniciava no pôr do sol e continuava até o amanhecer. O culto começava com a iluminação de um novo fogo. Este fogo representava a luz da 32


ressurreição de Cristo. Ele era acendido fora da igreja e, depois, levado no interior dela. A Chama deste fogo era usada para acender o Círio Pascal. Depois disto, começava uma série de leituras e os candidatos ao batismo eram batizados. E o culto terminava com a celebração da Santa Comunhão. Hoje em dia, a Vigília Pascal pode começar no pôr do sol, ou na noite. Algumas igrejas tem costume de esperar o amanhecer juntos com uma Vigília Pascal. Também, pode ser uma boa ocasião para renovar os votos batismais e celebrar batismos. Não existe uma só cor para esta semana, são diversas as cores usadas. O vermelho será usado no Domingo de Ramos e nos três dias seguintes. O branco é usado na Quinta-feira Santa. E o preto na Sexta-feira Santa e no Sábado. Sua espiritualidade chama-nos a atenção para os momentos finais de Jesus, até o ápice de Sua paixão: a Ceia do Senhor (Mt 26.17-30); o Lava-pés (Jo 13.1-17); Jesus no Getsemani (Mt 26.36-46; Mc 14.26-31); e o julgamento e a crucificação (Mt 27; Mc 15; Lc 23; Jo 19).

PÁSCOA (Tempo de Ressurreição) A Páscoa, ou Domingo da Ressurreição do Senhor, se estende por cinqüenta dias entre o domingo de Páscoa e o domingo de Pentecostes, comemorando a volta de Cristo ao Pai na Ascensão, e o envio do Espírito Santo. Estas sete semanas devem ser celebradas com alegria e 33


exultação, como se fosse um só dia de festa, ou, melhor ainda, como se fossem um grande domingo, vivendo uma espiritualidade de alegria (Lucas 24.52) no Cristo Ressuscitado e crendo firmemente na vida eterna. Este tempo começa com a essência mesma da nossa fé. Sem ressurreição, não pode existir Cristianismo. “E, se Cristo não ressuscitou, então a nossa pregação é inútil e também a vossa fé” (1 Coríntios 15.14). Jesus Cristo venceu a morte e, assim, nos deu a esperança da vida eterna. A celebração do Domingo tem seu sentido, porque foi neste dia que a nova vida começou. A igreja primitiva considerava o Domingo como o oitavo dia. Assim, cada domingo nos leva de volta à Páscoa e nos lembra da perfeita obra de Deus em Cristo. Também é de grande significado que, depois da ressurreição, Jesus passou quarenta dias com seus discípulos. Ele explicou e preparou os seus apóstolos para o desafio diante deles, seguir a missão de Deus, edificar a Igreja e estabelecer o Reino de Deus em todas as nações. Contudo, eles deviam esperar receber o batismo do Espírito Santo. Deste modo, dez dias depois da ascensão de Cristo, o Espírito Santo se derramou sobre os discípulos de Jesus no aposento alto. Cheios do Espírito Santo, saiam a pregar o Evangelho e a história da Igreja começou diante deles. A data da Páscoa determina a Ascensão do Senhor (quarenta 34


dias depois da Páscoa) e o Domingo da Ressurreição (cinquenta dias depois da Ressurreição). A cor deste tempo é o branco. O branco é símbolo da luz, tipificando a inocência e a pureza, a alegria da vitória e a glória da ressurreição. Representa também a virtude da fé. A espiritualidade aponta para a ressurreição nos mais variados relatos das comunidades do século 1 d.C.: a ressurreição (Mt 28.1-20; Mc 16.1-8; Lc 24.1-12; Jo 20.1-18; At 1.14) e os Cânticos Pascais (SI 113 ao 118 e Êx 12). Sendo, assim, a festividade da ressurreição e da libertação. Um novo Êxodo ocorre e a humanidade passa do cativeiro da morte para a vida. A celebração da ressurreição começa com uma vigília na noite de sábado, encontrando sua plenitude no romper da aurora, quando Cristo é lembrado como o Sol da justiça, que traz a luz da nova vida na ressurreição. Os Símbolos da Páscoa • Cruz vazia: sinal da ressurreição de Cristo. • Túmulo vazio: sinal da ressurreição de Cristo. • Borboleta: sinal de transformação.

PENTECOSTES (Tempo de Renovação) O tempo onde a igreja é chamada a missão de Deus pelo poder do Espírito Santo. Todos temos recebido dons espirituais e temos um ministério a desenvolver na missão de Deus. 35


Pentecostes era para os judeus uma festa de grande alegria, pois era a festa das colheitas. Era um tempo de Ação de graças pela colheita do trigo. Vinha gente de toda a parte: judeus saudosos que voltavam a Jerusalém, trazendo também pagãos amigos e prosélitos. Eram oferecidas as primícias das colheitas no templo. Era também chamada festa das sete semanas por ser celebrada sete semanas depois da Páscoa, no qüinquagésimo dia. Daí o nome Pentecostes, que significa "qüinquagésimo dia". Mais tarde, adquiriu mais uma dimensão celebrativa, a da proclamação da Lei (instrução) no Sinai, 50 dias após a libertação do Egito. No primeiro pentecostes, o Espírito Santo desceu sobre os discípulos de Cristo em Jerusalém na forma de línguas de fogo. Todos eles foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas (Atos 2.1-4). As primícias da colheita aconteceram naquele dia, pois foram muitos os que se converteram e foram recolhidos para o Reino. Na era cristã, o Pentecostes tornou-se o último dia do ciclo pascal, quando se celebra a chegada do Espírito Santo como Aquele que capacita ao povo de Deus para levar adiante a Grande Comissão (Mt. 28.19-20), como testemunhas do Reino na história. A espiritualidade que nos orienta nesse período fala da presença consoladora do Espírito, que semeia nos corações a esperança do Reino de Deus e nos impulsiona para a missão. Neste dia, o culto é uma celebração alegre e vibrante, porque celebramos o nascimento da Igreja de Jesus Cristo. Também, é 36


uma oportunidade para oferecer orar por aqueles cristãos que ainda não tem sido batizados pelos Espírito Santo. Em muitas dioceses anglicanas, acontecem confirmações neste Domingo de Pentecostes. A cor deste dia é vermelho (ou encarnado). Simboliza as línguas de fogo em Pentecostes e o sangue derramado por Cristo e pelos mártires, além de indicar o fogo inflamante que transforma as vidas das pessoas em Cristo. Textos Bíblicos que devem nos chamar atenção: • Festa das semanas (Êx 34.22; Lv 23.15); • Jesus promete o Consolador (Jo 16.7); • Jesus ressuscitado sopra Seu Espírito (Jo 20.22); • A chegada do Espírito Santo no dia de Pentecostes (At 2). Os Símbolos do Pentecostes • Pomba, fogo, vento, água: sinais da presença do Espírito Santo.

4 - TRINDADE A Trindade, que também é o período mais longo, começa na segunda-feira após Pentecostes e dura até a véspera do Primeiro Domingo do Advento, quando tem início o Ciclo do Natal.

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É o ciclo do crescimento do Reino de Deus e o tempo de desenvolver discípulos de Cristo. O foco do tempo da Trindade é no desenvolvimento de uma compreensão mais profunda do discipulado cristão e de vivência do Reino de Deus. Em Lucas 13.18, lemos que o Reino de Deus é como um arvore. Devemos plantar nossas raízes na Palavra e Presença de Deus. Ao mesmo tempo, estendemos nossos braços para o mundo que vive em escravidão do pecado e oprimidos pelas trevas. A Igreja tem uma missão a cumprir. Tem sido recebido os dons e o poder do Espírito Santo. O Tempo do Reino é o tempo de crescimento da Igreja. Este é o tempo da missão de Deus, somos chamados a fazer visível o Reino de Deus e ensinar as nações a obedecer tudo o que Jesus ensinou. O Reino de Deus foi iniciado com a primeira vinda de Jesus Cristo. Ele andou por Israel, começando por Galiléia, pregando o Reino de Deus: “Completou-se o tempo, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho” (Marcos 1.15). No poder do Espírito Santo, Jesus demonstrou o Reino de Deus quebrando o poder do pecado. Ele declarou sua missão diante do povo congregado na sinagoga, “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para anunciar boas novas aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos presos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos” (Lucas 4.18).

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Com sua morte e ressurreição, ele trouxe a verdadeira liberdade, o perdão aos pecados e a vitória sobre a morte, e foi coroado Senhor da Igreja. Esse Reino ainda está sendo estabelecido neste mundo, e só será completo quando o Rei volte. Contudo, a Igreja é chamada a ser um agente de reconciliação dos homens com Deus, assim expandindo o Reino de Deus. Há sinais do Reino por todo o mundo, onde pessoas e comunidades tem sido transformadas pelo poder do Espírito, a graça de Deus e o amor de Jesus Cristo. Este tempo lembra a Igreja que a missão a que foi chamada ainda não tem sido finalizada. Portanto, precisamos seguir pregando o evangelho, instruindo tudo o que Jesus ensinou, obedecendo os mandamentos e obrando no poder do Espírito Santo. Devemos viver conforme os valores do Reino, e que o Reino se faça visível através de nós. É o tempo da Igreja continuar a obra de Cristo e a expansão do Reino de Deus, sendo o momento do cristão colocar em prática a vivência do reino e ser sinal de Cristo no mundo, ou como o mesmo Jesus disse, ser sal da terra e luz do mundo. Este é o tempo idôneo para as igrejas desenvolver atividades evangelistas e projetos missionários. Sua espiritualidade comemora o próprio ministério de Cristo em sua plenitude, principalmente aos domingos, e enfatiza a vivência do Reino de Deus e a compreensão de que os cristãos são o sinal desse Reino. A ênfase é a concretização do Reino de Deus. 39


A cor deste tempo é verde que simboliza (nova) vida e crescimento. Representa a virtude da esperança na vida eterna. Símbolos da Trindade •

Flores: sinalizando a Criação e a Nova Criação.

Feixe de trigo: sinalizando a colheita e os frutos da terra.

A rede com peixes: sinalizando a missão do Reino;

A coroa: sinalizando a consumação plena do Reino de Deus.

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Apêndice I O Lecionário O lecionário é uma lista de leituras bíblicas que tem sido distribuídas por um período de tempo para que assim possam ser lidas, estudadas, ou pregadas, em cultos ou no estudo pessoal. Geralmente, estas leituras seguem o ano cristão, sendo divididas de diversas formas. Geralmente, o culto de Santa Ceia tem uma leitura do Antigo Testamento, outra do Novo Testamento, uma leitura de um dos Evangelhos e um Salmo. A Igreja tem usado algum modelo de lecionário por muitos séculos. De fato, isto foi desenvolvido a partir da prática das sinagogas, que usavam um lecionário para determinar as leituras da Tora e dos Profetas durante o culto. Um exemplo claro, se encontra em Lucas 4: 16, “E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de sábado, segundo o seu costume, na sinagoga, e levantou-se para ler.” Também podemos ver claramente na primeira carta do apóstolo Paulo ao bispo Timóteo que esta prática tinha sido adotada nos cultos das primeiras igrejas cristãs, porque lemos em 1 Timóteo 4.13, “Até à minha chegada, aplica-te à leitura, (leitura: leitura 41


pública das Escrituras) à exortação, ao ensino.” (Almeida Revista e Atualizada) Na metade do primeiro século, as igrejas começaram a adicionar as leituras do Novo Testamento e dos Evangelhos às leituras do Antigo Testamento, que eventualmente seriam reconhecidas ao final do século IV como o cânon bíblico do Novo Testamento. Isto foi notificado pelo próprio Paulo na sua carta aos Colossenses, quando ele escreveu, “E, uma vez lida esta epístola perante vós, providenciai por que seja também lida na igreja dos laodicenses; e a dos de Laodicéia, lede-a igualmente perante vós.” (Colossenses 4:16) A prática do culto da Palavra é atestada pelas Escrituras (Lucas 4.16-21; Atos 2.42s.) e textos cristãos pós-apostólicos (como Didaqué, Apologia Primeira de Justino, Tradição Apostólica de Hipólito, entre outros). O culto da palavra é herança judaica; já no judaísmo antigo há textos fixos e previstos para os sábados e as suas festas. É do tempo de Ambrósio, de Milão, o mais antigo lecionário de que se tem notícia (entre os anos 337-377), seguido do lecionário romano (366-604), armênio (417) e de Jerusalém (417-439). Os lecionários atuais foram fortemente influenciados por Jerônimo no século V, já que ajudou a desenvolver o calendário 42


litúrgico e os diferentes tempos litúrgicos para celebrar a vida de Jesus e a missão de Deus a cada ano. Certamente, podemos encontrar muitos críticos nas igrejas evangélicas contemporâneas, sobretudo entre as igrejas pentecostais e neopentecostais, porque acreditam que o lecionário mata a liberdade do Espírito. Infelizmente, isto mostra a falta de criatividade dos pregadores e a ignorância entre os críticos, devido a que não tem um grande conhecimento das próprias Escrituras. A leitura do lecionário no culto é muito positivo, porque… 1.

Podemos ter certeza de que a congregação vai ter uma leitura mais saudável de temas, textos e livros bíblicos. Não sendo só aqueles textos dos quais o pastor possa ter preferências.

2.

Conecta a congregação com o ano cristão, o que ajuda os cristãos a entender uma verdade tão esquecida como é a que somos cidadãos do Reino de Deus primeiramente, só que nosso endereço se encontra temporalmente neste mundo.

3.

Ajuda a preparar diversos elementos como música, “banners,” decoração, cores, etc. para que todos os aspectos do culto sejam uma comunicação visível da palavra de Deus.

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4.

Apóia a que os pregadores possam comunicar certos textos bíblicos importantes que, do contrário, seriam esquecidos.

5.

Faz que o pastor precise estudar as Escrituras em oração e ouvir o Espírito Santo para poder entender o que Deus quer falar na sua congregação através do texto bíblico em questão.

6.

O lecionário diário prove leituras bíblicas semanais que preparam os cristãos para o próximo domingo.

7.

O lecionário une toda a Igreja, em qualquer lugar do mundo e tempo, devido a que todos estamos lendo os mesmos textos bíblicos e escutando pregações baseadas nestes textos.

8.

A pregação é muito mais expositora, enriquecendo a vida do cristão que recebe uma explicação mais profunda do significado dos textos bíblicos e sua aplicação na vida dos cristãos.

9.

Ainda quando surge uma necessidade especial que precisa ser ensinada, geralmente aparece o texto idôneo para poder ensinar a igreja. Em qualquer caso, ainda não pregando do texto bíblico do lecionário para esse dia, a leitura das Escrituras em público são sempre de benefício para as pessoas congregadas diante de Deus.

10. Permite uma nova vitalidade em grupos de casa, escola dominicais, e projetos de leitura, estudo e meditação na Igreja. 44


Eu realmente acredito que o lecionário é um instrumento eficaz na alfabetização bíblica nas igrejas, já que escutaram em um período de tempo (dependendo do lecionário de um a três anos) a maioria das Escrituras. Evidentemente, precisamos perceber que existe uma diferença entre o lecionário e o lecionário diário. Este último é o que acho muito interessante para a leitura, estudo e meditação pessoal das Escrituras. Claro, existem outros métodos de leitura das Escrituras que são muito bons, também. Pessoalmente, prefiro usar o lecionário aos outros sistema de leituras, porque ele nos conecta ao calendário cristão que estamos vivendo. Tem sido usado através do séculos pela Igreja de Deus e, sem dúvida, segue sendo usado por milhões de Cristãos ao redor do mundo. De segunda-feira em diante reflete-se sobre o que foi lido e falado quando a comunidade esteve junta no Domingo e assim se busca evitar perder o sentido daquilo que foi visto em comum, e se aprofunda a meditação e leitura até a quarta-feira seguinte.

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Apêndice II Sobre a Coroa de Advento A sua origem está nos Luteranos da Alemanha Oriental. No século XVI torna-se símbolo do Advento nas casas dos cristãos. Este uso difunde-se rapidamente entre os protestantes e os católicos-romanos. Mais tarde divulgou-se muito na América do Norte.

A Coroa de Advento é constituída por um grande anel feito com folhas de abeto. (Usa-se, também, o pinheiro ou o louro). É pendurada com quatro fios vermelhos que decoram a coroa. Pode também ser colocada em cima de uma mesa. Em redor da 46


coroa estão quatro velas, colocadas à mesma distância uma das outras. Significam as quatro semanas do Advento. Na família Em casa, cada família colocará a Coroa do Advento num lugar apropriado, num lugar de encontro da família. Na noite de Domingo, a família reúne-se e acende a vela correspondente à semana que se vai viver do Advento. Sugere-se o seguinte esquema de celebração familiar: 1. Leitura da oração semanal. 2. Acender da vela. 3. Bênção do pai ou da mãe. No culto dominical A Coroa de Advento será colocada no altar. Será o sinal-guia que sintetizará o itinerário de preparação do Natal. As velas serão suficientemente grossas e colocadas junto ao ambão, com alturas diferentes. O ato de acender as velas pode ser colocado no início da Celebração Eucarística, no início da Liturgia da Palavra ou em qualquer outro momento desde que se harmonize com a celebração. Em qualquer caso deve ser um momento que celebra o caminho de espera do Senhor. O acender das velas deve ser acompanhado de uma oração própria e de um canto (o mesmo para os quatro domingos). As velas têm também cada uma um nome: 1. vela da profecia 2. vela de Belém 3. vela dos pastores 4. vela dos anjos. Autor desconhecido

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! Igreja Anglicana Reformada do Brasil

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