Portfólio de Texto

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PORTFÓLIO DE TEXTO MAIARA ZAMINELLI


RELEASE EM SETEMBRO: ANDRÉ MEHMARI & OSUEL A Casa de Cultura realiza no dia 20 de setembro concerto “André Mehmari & OSUEL”. O pianista André Mehmari voltará em Londrina para dividir o palco com a Orquestra Sinfônica da UEL em uma única apresentação. O concerto será realizado às 20h30min no Cine Teatro Universitário Ouro Verde com entrada franca. A regente da noite será a cubana Elena Herrera que desenvolve um trabalho desde de 2008 na Orquestra Sinfônica da Universidade Estadual de Londrina. A maestrina reconhecida pela sua trajetória na Pedagogia Musical na Regência Orquestral. O concerto está dentro do cronograma de apresentações que comemoram os 25 anos OSUEL nesta temporada 2009. No programa do concerto encontram-se os composições e arranjos do próprio André Mehmari e obras de Chico Buarque e Pixinguinha. Haverá a participação contrabaixista Zé Alexandre que participa no cd “Miramari” de Mehmari com o italiano Gabriele Mirabassi. O baterista Sergio Reze também marcará presença na apresentação, o músico acompanha trabalhos de Mehmari, como o CD “Lachrimae” e CD em trio com Célio Barros. André Mehmari esteve em Londrina em maio para uma apresentação no Ouro Verde, juntamente com o clarinetista Grabriele Mirabassi. Os músicos gravaram o CD “Miramari”, que acaba de ser lançado na Europa. Grande parte do cd possui o repertório de composições feitas por Mehmari e Mirabassi. Serviço André Mehmari & OSUEL Local: Cine Teatro Universitário Ouro Verde Data: 20 de setembro Hora: 20h30min Entrada Franca

TEXTO DE DIVULGAÇÃO DE COLEÇÃO PARA A EMPRESA CAMISAS D&J COLEÇÃO INVERNO 2012 Acelerem os motores! Vamos partir sem destino para uma viagem onde a liberdade será o bem mais precioso. Sentir o asfalto quente, o vento tocando o rosto e ouvir o barulho das motos com o motor a mil. Sem importar com o tempo que corre e deixar–se surpreender com a paisagem que virá. A toda a velocidade a D&J pega carona no motociclismo e apresenta a Coleção Outono Inverno 2012.


TEXTO INSTITUCIONAL PARA A EMPRESA CAMISAS D&J CAMISAS D&J A D&J atua no mercado da moda masculina desde 1982 e, neste percurso, aprimorou-se na confecção de peças com acabamentos artesanais, sobreposições de tecidos e detalhes que se aliaram às exigências tecnológicas e hoje garantem um produto fundamentado na diferenciação. Com o know-how adquirido durante esses trinta anos aliado às freqüentes pesquisas de tendências e mercado no exterior e o investimento na elaboração de tecidos exclusivos, nossa marca ganha destaque no cenário da moda masculina. Para dar sustentabilidade a esse trabalho, nos atentamos para a qualificação de mão-de-obra por meio de cursos de capacitação, treinamento e otimização do ambiente de trabalho. Além do sucesso de cada coleção, a D&J se destaca por manter sua capacidade produtiva interna, que gera mais de 450 empregos diretos e indiretos. Máquinas eletrônicas e automatizadas juntamente com ampla estrutura de bordado e acabamentos, asseguram a qualidade de nossas peças e proporcionam agilidade na produção. Para nos manter a frente, selecionamos parceiros e fornecedores que valorizam matérias-primas produzidas em nosso país, com o intuito de promover mão de obra e crescimento sustentável. A fabricação de um produto exclusivamente nacional é uma das vertentes da D&J, que acredita que juntos iremos construir um futuro melhor. Pensando também na visibilidade da marca, além das campanhas nacionais de marketing e divulgação, a D&J está presente nas redes sociais do ciberespaço interagindo e estreitando o contato com clientes e parceiros. O blog D&J disponibiliza informações sobre nossos produtos e conteúdos para quem deseja estar antenado com as novidades da moda e atualizado com as informações que circulam pela rede. Por fim, nossa atenção também volta-se para a responsabilidade social, que deve tornar-se parte do processo da cultura empresarial. Como um hábito que garante uma administração contributiva, torná-la real é um caminho pelo qual a D&J percorre com prioridade e, além das ações voltadas para o ambiente externo, nos focamos na responsabilidade para com nossos colaboradores. A elaboração de rotinas com ginástica laboral, alimentação, atendimento médico hospitalar e creches conveniadas, são algumas iniciativas que priorizam a saúde e bem estar dos funcionários. Esse cuidado garante a realização do mais importante valor social de uma empresa e nos impulsiona com forte energia positiva. Por meio da participação em diversos projetos sociais, a D&J detém o título de “Empresa Cidadã”, sendo reconhecida pela Associação de Proteção à Maternidade e a Infância como “Empresa que investe na Vida”.


TEXTO PARA WEB: BLOG ROCKOUT ZINE A POPULARIZAÇÃO DO ROCK’N ROLL NO BRASIL NOS ANOS 80

Nora Ney foi a primeira cantora a gravar uma música de rock no Brasil. Em 1955 ela gravou a famosa música de Bill Haley, “Rock Around the Clock”. Em dezembro do mesmo ano, a canção ganhou sua versão em português, “Ronda das Horas” por Heleninha Ferreira. Assim o rock no Brasil começou tímido e só passou a ganhar identidade quando Os Mutantes e outras bandas dos anos 60 começaram a fazer o rock ‘n roll com uma cara realmente brasileira. Mas foi somente com o fim da ditadura militar que o rock brasileiro deu as caras na mídia de verdade e tornou-se fenomeno musical de muitos jovens no país. Dos anos 80 podemos citar várias bandas que ainda estão na ativa, as já esquecidas e aquelas que ficam na memória: Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho, Replicantes, Titãs, Ultraje a Rigor, Coléra, Legião Urbana, Lobão e os Ronaldos, Engenheiros do Hawai, Capital Inicial, RPM, Blitz, enfim, são várias que você pode adorar e até odiar.

Titãs no Rock 'n Rio 1985

Lógico que antes dos anos 80 muito rock ‘n roll já rolava no Brasil. Mas foi nesta época que ele se tornou popular e muitas músicas se tornaram clássi-


cas. Com influencia de vários gêneros, passando do pop ao punk, as músicas eram carregadas de irônias com temáticas políticas, cotidianas ou de sentimento. Algumas viraram até moda, quem nunca esteve em uma rodinha de violão e alguém resolve tocar Faroeste Caboclo inteira? A música, hino das rodinhas, foi composta em 79 por Renato Russo, mas foi lançada oficialmente em 87 no ábum “Que País é Este” do Legião Urbana.

Para relembrar mais um pouco dessa época, vamos a algumas curiosidades do rock anos 80: * Em 1982, saiu o primeiro álbum da Blitz, As aventuras da Blitz com o hit “Você não soube me amar”. Foram 100 mil cópias vendidas. * No mesmo ano, rolou o primeiro festival de punk de São Paulo, com Inocentes, Cólera, Ratos de Porão entre outros. * Em 1983, Camisa de Vênus lança seu primeiro disco homonimo. E foi esta mesma banda que lançou em 1987 o primeiro disco duplo de rock brasileiro dos anos 80: O álbum Duplo Sentido. Mas um dia após o lançamento, a banda anunciou seu fim. Eles voltam anos depois. * Em 1985, acontece o primeiro Rock ‘n Rio. No festival sobem ao palco bandas como Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho, Blitz, Kid Abelha Lulu Santos e Eduardo Dusek. * Em 1987, o Cólera se torna a primeira banda da época a fazer uma excursão pela Europa. A turnê deles contava com 56 shows pelo velho continente. * Em 1988, Legião Urbana se apresenta para 50.000 pessoas em Brasília. O show termina rápido por causa de um tumulto. 400 pessoas foram atendidas por médicos, 60 ônibus depredados. O vídeo abaixo mostra uma reportagem, que pela época eu acho até cômica a forma como o repórter fala da situação. Ainda há muitas curiosidades sobre esta época, mas aguardem, este assunto ainda vai render muitos posts.


TEXTO PARA WEB: BLOG CAMISAS D&J QUAL GOLA VOCÊ PREFERE USAR? Muitos homens são tradicionais e preferem usar a camiseta com a gola careca, os mais modernos já aderiram a gola V. Este decote, V Neck, já apareceu nas passarelas em estações anteriores e hoje está inserida no guarda roupa masculino, são golas V de diferentes tamanhos, aos mais recatados às que se alongam e deixam o visual mais ousado. O decote V começou a ser usado por baixo de camisas militares para proteger o corpo do soldado, o decote apenas acompanhava o da farda e a camiseta não ficava a mostra. Há também a gola portuguesa que tem origem no underwear, sabe aquele pijaminha do nosso avô. Outra gola muito utilizada é a gola pólo. Foi em 1930 nas quadras de tênis que René Lacoste lançou a moda, era um modelo bem simples, totalmente branco. A gola era usada levantada para proteger o pescoço do sol enquanto o tenista jogava. Mais tarde a polo deixou de ser exclusivamente esportiva para se tornar um modelo também mais refinado. Desde então a gola pólo é uma peça versátil do vestuário masculino, pode ser usada com a gola levantada ou abaixada, com malhas lisas ou listradas, com bordados ou sem. É só abusar da criatividade e dar a sua identidade. E aí, qual gola prefere usar?


RESENHAS RESENHA: KM BLUES Era o segundo dia de janeiro de 2013 e estava tentando voltar pra casa após uma semana no litoral paulista, praticamente presa por um dia na rodoviária de Santos, com uma mochila que já carrego boas histórias e uma chuva que não me deixava sair de lá e passear pela cidade que praticamente desconheço. Tinha que pegar o ônibus para Londrina somente às oito e meia da noite; era uma hora da tarde e tinha que arrumar algo pra me distrair. Achei um local apropriado para sentar e lá fiquei por algumas horas, por sorte guardava algumas HQs na mochila. Foi ali na rodoviária com destino marcado, mas ainda perdida por estar em um lugar desconhecido, que comecei a ler KM Blues. Flávio é um homem que decide se divorciar e largar o emprego para ir em busca de respostas sobre seus sentimentos. Ainda sem saber o que quer, ele parte em direção a São Paulo. Ao seu lado está o grande sambista Cartola, uma espécie de amigo imaginário de Flávio, com quem divide todas as suas dúvidas e pensamentos. Flávio reencontra os velhos amigos de banda e lembra de um amor antigo que nunca esqueceu. Preso a todos os acontecimentos de sua vida ele almeja um futuro, para isso parte mais uma vez pela estrada para descobrir o que deixou para trás e refazer sua vida. Em KM Blues as páginas que revelam o passado de Flávio estão em preto branco. Já as cores que desvendam o presente são realmente marcantes, tons terrosos que nos fazem entrar no clima estradeiro com um pouco do Blues, um belo trabalho do colorista Wagner de Souza. Mas samba é que conduz a narrativa. Não só com a presença de Cartola, mas com as letras do sambista que aparecem para pontuar os acontecimentos. Os desenhos ficaram por conta de Wanderson de Souza. Já o roteiro é de Daniel Esteves. KM Blues foi bem mais que uma distração, uma história que trata das pontas soltas que deixamos ao longo da vida e que nos faz pensar sobre como as coisas poderiam ser diferentes se não fôssemos pegos pela acomodação e a rotina que deixa tudo mais fácil. Mostra que, apesar de caminhos escolhidos, ainda podemos prestar atenção nas oportunidades e desejos que sentimos e seguir estas sensações. Depois de ler KM Blues em um dia tumultuado na rodoviária, a vontade era partir de Santos para algum lugar que não fosse Londrina, mas para prosseguir precisamos resolver nossas pontas soltas no lugar que deixamos para trás. “Confiante despeço-me dos meus amigos e da cidade. Só voltarei quando encontrar felicidade” Cartola


REPORTAGEM COLHER DE CHÁ: O WOODSTOCK PÉ VERMELHO “Era fim de tarde e a ansiedade era visível em cada rosto da plateia. Muita gente veio de longe só pra presenciar aquele momento. As nuvens avermelhadas no céu testemunhava a chegada da noite e os primeiros acordes da guitarra anunciavam a chegada do Rock´n Roll Brasil. No palco, a figura impactante de Sérgio Dias trajava uma roupa inteiramente branca, com a monocromia quebrada por duas “scharps” coloridas amarradas nos pulsos. Liminha, o baixista, assustava a plateia com expressões corporais exageradas. Era “Os Mutantes”.” Esse momento, talvez tenha sido o mais marcante do “Colher de Chá”, o Primeiro Concerto de Rock Brasil. Em meio à repressão da ditadura militar do governo Médici, um movimento formado por artistas da região de Londrina - grupo esse que se reunia na Praça da Bandeira, no centro da cidade - teve a ideia de realizar um festival a céu aberto que englobasse diversas áreas culturais. Depois de muita preparação e muitos percalços no caminho, o festival foi realizado em Cambé, no Norte do Paraná, em 1973. O local escolhido foi o Clube Recreativo Cascata, uma chácara com um enorme campo aberto. Marcado para o dia 4 de fevereiro, o “Colher de Chá” só ocorreu no dia 11 do mesmo mês, porque a aparelhagem que estava em Minas Gerais não conseguiu chegar a tempo. Ali se sustentava a ideia de uma identidade para o Rock Nacional. Das bandas que tocaram, o estilo que mais se exaltava era o rock progressivo, com letras cantadas em português, o que por si só já era uma inovação. Exemplo maior disso foi “Os Mutantes”. Além de toda performance no palco, Arnaldo Batista no órgão, Liminha na base, Sérgio Batista no solo e Dinho na bateria, já sem a presença de Rita Lee apresentaram um show que silenciou a platéia, não só pela qualidade, mas pela forma inédita no Brasil de se fazer Rock. Mas nem só de Mutantes foi feito o “Colher de Chá”. Bandas de importância no cenário nacional, como “Escaladácida”, “Joelhos de Porco” e até mesmo o portenho Tony Osanah marcaram presença na psicodelia do festival. Em pleno surgimento do movimento hippie, o “Colher de Chá” sofreu influências da contracultura, movimento que teve sua expressão com o festival de rock Woodstock. Em pleno céu aberto, Woodstock recebeu um público inesperado de mais 500.000 pessoas e parou a pequena cidade rural Bethel do Estado de Nova York nos Estados Unidos entre os dia 15 e 18 de agosto de 1969. O festival norte-americano era pra ser realizado na cidade de Woodstock, mas a população não aceitou e o festival foi transferido para Bethel. Assim como o Woodstock, o “Colher de Chá” teve projeção para ser realizado em outra cidade, Londrina, mas o projeto não foi apoiado e foi transferido para Cambé. Estudantes, mochileiros e muitas famílias que partiram em direção para o “Colher de Chá”, assistiam a luta incessante do movimento estudantil contra a repressão militar que se intensificava no país a quase 10 anos. Seria um momento para gritar por liberdade política e posicionar-se contra a ditadura que se arrastava. Mas não, o Colher de Chá exaltava apenas a liberdade de expressão artística.


Na preparação do Colher de Chá Paulo Troiano, conhecido como Paulão Rock ‘n Roll, foi na época um dos responsáveis pelo contato com as bandas que se apresentaram no Colher de Chá. Viu as filmagens do Woodstock pela primeira vez e ficou encantado com a dimensão do festival. Queria fazer algo semelhante na região, um festival que tocasse rock’n roll a céu aberto. Paulão levou o projeto para a Secretaria de Cultura de Londrina. Não deu certo. O estilo baseado nos movimentos de contracultura e rebeldia em que o festival se baseava, não era bem visto em uma época onde a ditadura determinava as regras. Paulão não desanimou. Ficou sabendo que Cláudio Coimbra - um dos responsáveis pela criação e direção geral do “Colher de Chá” - iria fazer uma festa de lançamento de dez tonéis de pinga no Clube Recreativo Cascata de Cambé. Perguntaram-lhe se conhecia uma banda que podia tocar na festa. Paulão conhecia, poderia trazer “Os Mutantes”. Anos antes do festival, Paulão havia encontrado Arnaldo Batista pela primeira vez. Ele lembra com saudade daquele momento: “Conheci o Arnaldo no bairro de Bexiga, ele tinha uma Kombi e estava andando com as portas abertas e me convidou pra entrar. A Kombi parecia um bar ambulante”. Paulão e Claúdio Coimbra seguiram rumo a São Paulo encontrar Arnaldo Batista na Serra da Cantareira. Com a possibilidade de fazer um show nos moldes do Woodstock, “Os Mutantes” se interessaram pela proposta e aceitaram fazer parte do Festival. Ali começava a surgir a idéia da dimensão que o “Colher de Chá” poderia alcançar. Enquanto em São Paulo os músicos se preparavam, em Cambé ainda havia muitos detalhes para serem acertados. Uma casa de madeira que havia na chácara se tornou o centro da organização do festival, um mês antes do Primeiro Concerto de Rock Brasil acontecer. A Chacará Cascata não tinha gerador de eletricidade e foi necessário comprar um que suportasse a potência dos equipamentos. A Prefeitura de Cambé cedeu duas casas de madeiras, que foram desmontadas e utilizadas na construção do palco, que foi projetado por Wilson Vidotto. Eram 15 metros de comprimento por 7 de largura. Em cada ponta do palco foram instaladas os amplificadores, em uma torre com os amplificador com dois metros de altura. Outra curiosidade é que a Chácara Cascata possui a forma de um triangulo e três é um número considerado místico - na época o misticismo era bastante presente no movimento hippie. Paulão Rock ‘n Roll ainda destaca: Eu dividi a arena em 12 signos, e botei um bambu com uma flâmula e com o desenho de cada signo. E o povo ia entrando dentro do show e ia ficando os do signo de câncer ali, escorpião aqui. E não tinha ninguém mandando ir lá, foi espontâneo. A magnitude do festival foi mais divulgada em outras regiões do Brasil, do que na para própria cidade. Os organizadores viajaram em alguns estados próximos, como o Rio de Janeiro para divulgar o festival. César Cortês que par-


ticipou do “Colher de Chá” lembra que ele saiu de Kombi por todo o estado pregando cartazes do festival. A ditadura e a região dos Festivais Festivais de música não eram uma novidade para a população da região, embora a Música Popular Brasileira fosse sempre a maior expressão. No mesmo ano de Woodstock, em 1969, foi realizado o I Festival da Canção de Cambé, que resultou na gravação de um Compacto Duplo e a revelação da cantora Neuza Pinheiro. Wilson Vidotto, o Bidu, foi organizador dos dois festivais (Colher de Chá e Festival da Canção): “Já havia um trabalho anterior, um trabalho literário e musical. Esse período cultural em Cambé culminou com o inicio desse movimento dos festivais. Já se fazia festival da Record em São Paulo, um dos primeiros festivais no período da ditadura. No inicio projetou-se na região um formato de novos eventos, produtores e artistas, um movimento da região. Começou com Festival da Canção em seguida, o Movimento Universitário em Londrina e veio desaguar no FILO, Festival Internacional de Teatro de Londrina. No principio, nenhum movimento livre esteve agregado a nenhuma Secretária de Cultura, a nenhum partido político e nenhum poder de capital de grupos que querem eventos em beneficio financeiro. Da reunião que era feita em São Paulo na Praça da República, reuníamos na Praça em Londrina da Bandeira, formou-se um movimento underground e originou o Colher de Chá.” A população da região ainda não tinha experimentado um evento de rock ‘n roll realizado em céu aberto, com um caráter tão contestatório à cultura vigente e multicultural. A dificuldade de produzir um evento em alguma capital, como São Paulo ou Curitiba, devido a repressão da ditadura, fez com que a concentração de festivais musicais em Londrina aumentasse. O Primeiro Concerto de Rock Brasil foi resultado desse processo. Parece estranho que um festival influenciado por Woodstock ocorreu em plena ditadura. No “Colher de Chá”, nem as famosas duplas de policiais conseguiram impedir o uso da maconha no evento. A precária estrutura policial da época, não havia como impedir e prender todos os usuários da droga. Neste dia houve um fato corriqueiro, o uso foi liberado dentro do festival com o consentimento dos policiais. A juventude que clamava por liberdade e lutava contra a repressão parecia não ter ido ao concerto. O Festival embora rico culturalmente não teve nenhuma crítica ou embate mais incisivo contra a ditadura. Colher de Chá do “A” e O “Z” Muitos mochileiros chegaram semanas antes do Festival e ficaram acampados na Chácara Cascata para ouvir o “rock brasuca”. Feita por um artista plástico de Astorga, uma enorme imagem da face Jesus Cristo, com 10 metros de altura, imperava sobre o campo do clube. A mesma casa onde


os organizadores se alojaram tornou-se uma espécie de mural artístico. Cada visitante que passava pela casinha, desenhava suas idéias na parede. O lar da organização tornou-se um atrativo visual para as pessoas que ali se encontravam. Carlos Alberto Cavali, baterista dos “Os Bárbaros”, banda que se apresentou no Festival, revela que havia nas paredes histórias em HQ e desenhos que representavam o movimento de liberdade adotada pelo festival. Ainda hoje, esta casa continua na Chácara Cascata e seus desenhos permaneceram até o inicio de 2009, quando o caseiro não sabendo da importância história dessa expressão, removeu as gravuras quando pintou a casa. Um dia antes do festival, a movimentação na chácara já era grande. Começava a serem instaladas as primeiras barracas de comidas e bebidas. Muitos artesãos aproveitaram o clima do festival para vender suas bugigangas. Às duas da tarde “Os Mutantes” começaram a passar o som para testar a aparelhagem. A banda trouxe quase quatro toneladas de equipamentos sob o comando do engenheiro de som e produtor musical Peninha. Ao som do álbum “”Pictures at an Exhibition” do “Emerson, Lake & Palmer” e do álbum “Fragile”, do “Yes”, que rolava em fita cassete, a organização fazia os últimos reparos. Quando o som cessou, por volta da meia noite, uma dupla caipira começou a tocar. Às cinco da manhã o silêncio veio acompanhado da ansiedade dos mochileiros a espera da entrada definitiva de Arnaldo Batista e companhia no palco do “Colher de Chá”. Se a cidade de Bethel parou com Woodstock, o centro de Cambé continuava com o mesmo ar de cidade interiorana no auge da produção cafeeira: a missa no domingo, a sorveteria cheia de gente e a matine do cinema lotado. A única movimentação estranha que se via, eram os mochileiros pedindo informação nas ruas sobre um tal concerto de rock. Era a prova de que o festival foi mais reconhecido fora dos limites cambeenses. O concerto teve ampla divulgação por parte da imprensa. Era distribuído o terceiro número do jornal Subterrâneo, produzido no estilo underground por gente conhecida como Domingos Pellegrini, Carlos Eduardo Sargi, Eduardo Borba, Cláudio Cambé e alguns dos organizadores do festival. “A Folha de Londrina” chegou a instalar uma barraca no local dos shows para uma cobertura especial. Notícias também apareceram na TV, mais ainda foi pouco: “Poderia ter sido feito uma transmissão, através do canal 4 de Curitiba, em uma ocasião que estive lá fazendo a divulgação do festival na TV Paranaense canal 12, através do programa do Jabur Junior. Houve também a possibilidade de fazer uma gravação na hora porquê tinha cabo de filmagem ao vivo no local. Mas era necessário usar um prédio elevado de Cambé para a transmissão de microondas. O único que existia na época era a torre da Igreja Matriz.” (Wilson Vidotto) Enquanto os músicos faziam história, o jornalista Oswaldo Diniz narrava fazendo poesia os acontecimentos daquele dia 11 de fevereiro:


Às oito e vinte com um grito: “Hoje é o primeiro dia do resto de sua vida”, a aparelhagem de som foi ligada e um solo de órgão, gravado em fita, acordou os dorminhocos renitentes. Aos poucos, lentamente, com os olhos vermelhos, um ar quase místico, o que dava um ar extremamente belo à cena, as pessoas foram se aproximando do palco. O sol começava já a castigar. A expectativa que dominava a todos pelo inicio do show foi sendo substituída, a custa de cansaço, sol e suor, por uma indiferença que os fazia deitar e tentar dormir. Na loucura da preparação para os últimos detalhes do festival, a organização esqueceu de buscar os Mutantes, que estavam hospedados em uma república no centro de Cambé. Eram 10h30min quando finalmente soaram os acordes da guitarra de Tony Osanah, anunciando o início do “Colher de Chá”. Osanah é autor de “Cavaleiro de Aruanda” e integrou os “Beast Boys”. Com o sol a pino, as pessoas tentavam aproveitar o abrigo das barraquinhas comerciais espalhadas por todo o campo que foi coberto com palha de arroz. De forma improvisada, com o auxilio de folhas e cobertores, pequenas barracas iam surgindo na tentativa de prolongar o conforto. Alguns se refrescavam com uma banho na Cascata. A ameaça de insolação espreitava aqueles que insistiam em ignorar o forte calor, o que provocou o adiamento do show. “Uma poeira incrível sujava as roupas coloridas, sumárias em sua maioria, dos que se encontravam esparramadas por toda a parte. O calor de quase quarenta graus se traduzia em suor e preguiça, fazendo os poucos hippies de verdade e muitos “hippies de boutique” (aqueles hippies que só tem mesmo as roupas coloridas de luxo para usar só em ambientes adequados) se espicharem na grama e aumentarem consideravelmente o consumo de cerveja e coca-cola. Algumas meninas de biquíni faziam a festa dos fotógrafos (em numero impressionante) que circulavam por todo o local. Léo o técnico de som dos “Mutantes” (“parece o capeta, uma das definições ouvidas a seu respeito) e sua namorada, com um beijo cinematográfico de quinze minutos, sensibilizaram os fotógrafos presentes que não paravam de dançar a volta de sua vasta cabeleira loira durante todo o espetáculo. O que o pessoal sentia mesmo era a falta de som.” (Novo Jornal) Havia até freiras sentadas em um canto do campo. Nesse clima tranquilo, famílias deram um clima descontraído. Na tarde ensolarada do domingo, o público da região compareceu com mais peso no Clube Cascata. O som subiu lá pelas 14h30 com a banda “Banana Tree” de Joinville. Em seguida, “A Semente” de Curitiba, “Os Bárbaros” de Cambé e mais uma vez Tony Osanah. Quem também deu as caras lá e fez a primeira aparição em solo brasileiro, ainda de modo improvisado, foi cantor britânico Ritchie, que ficou conhecido mais tarde pela música “Menina Veneno”. O público esperava ansiosamente pela entrada de “Os Mutantes”. Depois de muita espera, somente às 18h30 a banda, que revolucionou o rock Brasil, subiu ao palco. Era “Os Mutantes”, mas de uma maneira diferente. Mais progressivo e sem Rita Lee (que já havia deixado a banda), o som era hipnótico. Ao som dos instrumentos percebe-se a sonoridade metálica e estridente da


cítara indiana tocada por Arnaldo Batista, uma revolução. “O segundo numero foi dedicado a extinta revista Rolling Stones, o terceiro a primeira estrela que apareceu no céu avermelhado...Depois de cinco números, o ultimo dos quais durou 20 minutos os Mutantes cederam lugar a Tony Osanah. Aos primeiros acordes de uma musica sobre Jesus, as luzes se apagaram e o céu de encheu de fogos de artifício. A plateia começo a se ligar, balançando o corpo, estalando os dedos e batendo palmas”. (Folha de Londrina Oswaldo Diniz 13/02/1973) Enquanto Tony Osanah, “Os Mutantes” e “Joelhos de Porco” alternavam-se no palco, a chuva chegou de mansinho e o concerto teve que ser interrompido pela segunda vez. Somente às quatro da manhã as luzes se apagaram e o pessoal deitou e começou a dormir ali mesmo, compartilhando o mesmo local. Acabava o “Colher de Chá”. Foram quinze bandas anunciadas no festival, mas apenas seis tocaram para o publico presente: “Banana Tree”, “A semente”, “Os Bárbaros”, “Joelhos de Porco”, Tony Osanah e ”Os Mutantes”. Bandas como “Chico Amiro”, “Edwaldo e Walter Guimarães”, “Hortelã e Pimenta” e “Tropa Santa” não puderam participar. O restante das bandas nem mesmo compareceu. Uma semana depois do festival, Tony Osanah voltou a Chacará Cascata. Ele viu os vestígios da realização do I Concerto de Rock Brasil. Maravilhado, Osanah dizia que “tudo deveria ser deixado com está, temos que tombar como patrimônio histórico da cidade.” Mais uma “Colher de Chá”? A população cambeense acompanhou o concerto com certo distanciamento. O estilo despreocupado e revolucionário do rock‘n roll ainda preocupava os que não estavam acostumados com um estilo tão contestatório e cheio de linguagens diferentes. Apesar de o festival ser realizado no clima de “paz, amor e curtição” e fazer reconhecer a pequena cidade do interior, a idéia negativa do mochileiro, do movimento hippie e do rock falaram mais alto quando se surgiu a possibilidade de concretizar o Segundo “Colher de Chá” em 1974: “Houve dificuldade porquê as pessoas sabiam que o festival tinha uma dimensão muito além do que eles imaginavam. Foram muitos motivos negativos. Quando não era uma censura a obra literária, era censura a ordem administrativa. Íamos fazer o Festival de Verão incluindo o Festival Colher de Chá que seria o segundo concerto. Não foi possível pela intolerância das autoridades. Pensamos em fazer no estádio de futebol, mas as autoridades não permitiram. Assim, cancelamos o contrato com a Pratulha do Espaço, que era formado pelo mesmo integrantes dos Mutantes, já que os Mutantes tinha terminado. Cambé foi uma das ultimas apresentações do “Os Mutantes” naquele espírito dos anos 70.” Wilson Vidotto O interessante é que ainda muitos cambeenses desconhecem que Cambé está presente na construção da história do rock ‘n roll nacional.


ENTREVISTA UM COMPOSITOR LEGÍTIMO Edmundo Villani Côrtes destaca-se por suas composições que revelam a música popular brasileira dentro da perspectiva clássica. Villani é um autêntico compositor brasileiro que em suas músicas faz um passeio do erudito ao popular. A exaltação do Brasil e sua sinceridade são pontos fortes de suas composições Esta é a primeira visita do compositor à Londrina. Ele já havia conhecido Cícero Cordão, solista e trompetista da Orquestra da Universidade Estadual de Londrina, Osuel, em Ourinhos no ano 2003. Já Helena Herrera, regente da orquestra, o compositor conheceu em 2004 quando ela estreou uma peça que Villani compôs ainda em 1978. Edmundo Villani-Côrtes atribui a homenagem da Osuel à presença feminina de Elena Herrera na regência da orquestra. Ele diz que somente com mulheres regendo orquestras é que foram realizadas as primeiras versões sinfônicas de sua obra. Assim como, neste mês de maio a Osuel apresentou sua composição de forma inédita no Cine Teatro Universitário Ouro Verde UEL. “Esta é a primeira audição mundial da versão sinfônica em trompete graças ao Cícero Cordão, Elena Herrera”, ressalta Villani-Côrtes. Sobre a aceitação do público perante sua música, Villani diz que é espetacular, pois sua musica é sincera e tem caráter legitimo. Ele revela que já sofreu preconceitos de alguns eruditos sobre sua música expressar além do clássico, o popular. O compositor também se sente um pouco incomodado com valorização de composições somente internacionais. Na sua obra ele menciona o Brasil, sempre de um jeito legítimo, com citações da música popular do nordeste até o sul do país. “Procuro exaltar a felicidade que tive de morar no Brasil”, afirma. Edmundo Villani-Côrtes nasceu em 1930 em Juiz de Fora, Minas Gerais. Segundo o compositor, seu primeiro contato com a música vem desde a infância quando tentava tocar cavaquinho. Sempre tirou peças de ouvido, em função disto seu primeiro professor de piano negou-se a dar continuidade a aula. Villani, persistente, continuou sua aprendizagem sozinho. Aos 17 anos, Villani foi para o Rio de Janeiro e ingressou no Conservatório Brasileiro de Música. Relembra que foi neste período que teve um dos primeiros contatos com orquestra além de freqüentar casas noturnas para observar a habilidade dos músicos e absorver novos truques de piano. Também se apresentava nestas casas, e diz que foi desta vivência prática que se aperfeiçoou em sua habilidade musical. Somente em 1995 apareceu o primeiro cd com composições de Villani. Hoje, já possui mais de 50 cds gravados em diversos países. Só no


ano de 1998 viu ser gravada sua primeira peça sinfônica. Com quase 80 anos, o compositor revela que não se incomoda da aceitação tardia de sua obra. “Eu nunca fiz a música e nem fui ser músico com o intuito de ser famoso” afirma Villani-Côrtes. Atualmente, Edmundo Villani Côrtes dá aulas na Universidade Livre de Música (SP) e está desenvolvendo composições para musicais, trilha sonora, e um concerto para orquestra. Doações Ao visitar a Casa de Cultura na sexta feira, 22 de maio, Edmundo Villani-Côrtes doou partituras e um cd para a o Centro de Documentação da Casa. Segue as doações do compositor: 1. Música contemporânea brasileira: Edmundo Villa-Côrtes(livro e CD) 2. Música contemporânea brasileira: Edmundo Villa-Côrtes(partituras) 3. Dez prelúdios Cinco Interlúdios para piano: Edmundo Villa-Côrtes (2 exemplares) 4. Prelúdio n.º9 5. Papagaio Azul 6. Cinco miniaturas brasileiras (3 exemplares) 7. Luciana Hamond interpreta Edmundo Villani-Côrtes

TEXTO JORNALÍSTICO UM LUGAR PARA GUARDAR AS MEMÓRIAS A Sociedade Rural do Paraná comemora o jubileu de ouro da Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina com a inauguração de seu próprio museu Logo que os primeiros colonos se fixaram na região do Norte do Paraná, a produção cafeeira se expandiu largamente. Em pouco tempo, Londrina ganhou o titulo da “capital do café”. A cidade, inicialmente projetada para 10 mil habitantes, crescia envolta ao clima da cultura do grão que modernizou e caracterizou a paisagem londrinense. É a partir da produção do café que também se originou a Exposição Agropecuária de Londrina. A feira criada pela Associação Rural de Londrina, que mais tarde transformou-se em Sociedade Rural do Paraná, foi inaugurada no dia 23 de julho de 1960. Na época, o café ainda era a força que movimentava a economia da região e a Exposição veio contribuir para o fortalecimento desta cultura e de outras áreas. Esta história, que se mescla com o crescimento da região, não poderia passar despercebida. É para preservar esta memória que a Sociedade Rural do Paraná organizou o seu próprio museu. Durante a Expo 2010, que aconteceu em abril e concentrou a programação nas comemorações


de 50 anos do evento, a entidade inaugurou o Museu da Sociedade Rural do Paraná localizado em frente à pista central do Parque de Exposições Ney Braga. A criação do Museu visa documentar a história da ExpoLondrina e dar auxilio pedagógico a escolas e pesquisas sobre o assunto. A idéia da construção do museu surgiu em 2007, a partir da iniciativa de Elenice Mortari Dequechi, associada da Sociedade Rural do Paraná. O passo seguinte foi estruturar o projeto com a participação de historiadores, bibliotecários, museólogos e voluntários. “Foram dois anos organizando a documentação”, relata Amanda Higashi, arquivista do museu. Segundo Amanda, o museu reúne em seu acervo textos, cartazes, atas, peças, troféus, placas, campanhas publicitárias, discursos antigos, fotos e arquivos audiovisuais que remontam a história da ExpoLondrina. As fotos compõem a maior parte do acervo. São 20 mil imagens que reproduzem os mais diferentes aspectos da feira: as famílias visitando o parque de tarde, a esquadrilha da fumaça com seu espetáculo, os leilões e os eventos técnicos que movimentam a economia e trouxeram tecnologia para a feira. Pecuária e tecnologia A feira que começou pequena, aos poucos foi ganhando a forma do maior evento rural e de entretenimento da região. Com o esforço dos pioneiros e associados, a feira conseguiu apoio político e hoje caracteriza-se como uma grande ponte de desenvolvimento econômico na região. Segundo dados da Sociedade Rural do Paraná, a feira chega a movimentar uma ordem financeira de cerca de 180 milhões de reais com um público aproximadamente de meio milhão de pessoas. A Exposição que se ergueu graças ao café, tomou novos rumos e passou a ter a pecuária como o mais forte investimento. Com a importação do boi indiano em 1960, Londrina tornou-se uma referência para todo país na pecuária. As geadas na década de 70, especialmente a de 1975, vão intensificar os investimentos neste setor. A tecnologia no campo também é outro referencial da feira, que trouxe uma série de eventos técnicos que possibilitaram a discussão e o encontro sobre os mais diversos campos da agropecuária e da indústria que facilitaram o fechamento de negócios. Esta história próspera é contada no Museu da Sociedade do Paraná que inclui o registro genealógico das raças indianas importadas para o Brasil através do empresário Celso Garcia Cid. O Museu foi inaugurado oficialmente em maio para os colaboradores que ajudaram a erguer o museu, associados, autoridades e representantes de instituições. Interessados em visitar o museu, devem entrar em contato pelo telefone (43) 3378-2000.


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