Cultura material terena - FUNAI

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 001 1. Aspectos históricos e gerais ....................................................................................... 003 2. Aspectos demográficos ............................................................................................... 009 3. Aspectos socioeconômicos envolvidos na produção de artesanato para venda .. 013 3.1 Cultura material de tradição ......................................................................................... 013 3.2 O artesanato para venda .............................................................................................. 019 Cerâmica ............................................................................................................................ 023 Bichinhos do Pantanal em madeira ..............................................................................

132

Cestos de Taboca ............................................................................................................. 145 Artesanato em Taboa ......................................................................................................

148

Abanicos de Carandá ......................................................................................................

158

Colares, brincos, pulseiras e outros ornamentos .......................................................

160

REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 169 Anexo 1 – Roteiro de pesquisa .......................................................................................... 171 Anexo 2 – Pequeno glossário ............................................................................................ 176


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Ação de Promoção do Patrimônio Cultural dos Povos Indígenas

Inventário da Cultura Material Terena – CR Campo Grande-MS Introdução O presente documento contempla o relatório final do projeto Inventário da Cultura Material Terena. Resulta de trabalho de campo nas aldeias Terena de Miranda – MS, realizado nos períodos de 19 a 24/11/2012; de 03 a 08/12/2012 e 17 a 22/12/2012, incluindo também uma visita ao Museu do Índio (MI), no Rio de Janeiro – RJ, no período de 21/11 a 02/12/2012, para ajuste metodológico. A identificação do acervo material e dos detentores dos saberes foi feita a partir de informações obtidas no Centro Referencial de Cultura Terena, espaço mantido pela Prefeitura Municipal de Miranda para exposição de artesanato indígena, bem assim de contatos agendados pelo colaborador indígena Benjamim Sebastião Farias. A partir daí foram feitas visitas aos espaços de trabalho dos mais ativos artesãos indígenas das aldeias de Passarinho, Moreira, Babaçu, Cachoeirinha e Lalima acerca da produção, circulação, comércio e consumo dos objetos da cultura material Terena. A investigação inicial seguiu, mais ou menos, a um roteiro prévio que está apresentado no anexo I. Além da catalogação das peças tal como recomendado pelo MI, foi feita uma breve descrição dos processos de produção, de informações sobre os artesãos e de fotos tomadas in loco. Procurou-se informar, sempre que possível, o nome das peças no idioma terena, grafando-se a palavra em negrito e itálico e colocando-a entre parêntesis. Um pequeno glossário, organizado pelo colaborador Benjamim, dos


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principais termos em terena utilizados neste relatório é apresentado no anexo II. Na nomeação das peças, em especial as de cerâmica, procurou-se utilizar a própria designação dada a elas pelas próprias artesãs, como por exemplo: “travessa cara de peixe” ou “porta-treco”, ao invés de termos mais técnicos, do tipo “bilha fitomorfa” ou “vasilha cefalomorfa”. Vale ainda ressaltar que o inventário está aquém do que se pretendeu realizar, seja pelo imenso esforço que seria necessário despender para cumpri-lo de forma mais completa, seja pelo pouco tempo disponível para viagens, entrevistas e catalogação, uma vez que os recursos foram descentralizados muito tardiamente, coincidindo o período de realização da pesquisa com outras agendas dos pesquisadores. Por último, mas não menos importante, cumpre informar que a escolha das peças e dos artesãos não teve como propósitos a busca por “autenticidade” ou de práticas e saberes congelados no tempo, pois se sabe que a cultura é dinâmica, portanto mutante, e é da própria característica do povo Terena, conforme se verá adiante, uma abertura para o exterior, ou seja, uma propensão cultural para a aquisição de novos equipamentos e pautas, que acabam por fortalecer sua identidade étnica.


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1. Aspectos Históricos e Gerais Antes de haver índios, já todos os animais viviam na terra [poké]. Os índios viviam quase como bichos debaixo da terra. Os Vanone saíram da terra antes dos índios. Os Vanone eram uma tribo grande, eram gente numerosa, pequena e como bicho; falavam ‘hó hó hó’, não diziam outra coisa. Mas podiam entender-se com os índios. Chamaram os índios para subir. Os Vanone ensinavam a falar a todas as tribos e davam-lhes uma língua. Depois voltavam para dentro da terra. Diferentes animais traziam sementes e ensinavam a plantar. O fogo, isto é, os pauzinhos para produzir o fogo, os Tereno receberam-nos do Vanone.

O mito de criação do povo Terena acima foi obtido por Hebert Baldus de Naliki, chefe da Aldeia Moreira (Miranda-MS), em 1934.1 O relato mostra o nascimento da língua, o aprendizado da agricultura e o domínio do fogo, mas revela, sobretudo, a íntima ligação que os Terena mantém com a terra, seja porque foram e são ainda agricultores, seja porque, mesmo morando nas cidades, continuam ligados às suas aldeias de origem, onde alguns possuem lotes, e a elas retornando, sempre que podem, para participar de atividades profanas e religiosas.2 A maioria dos Terena vive em aldeias no estado de Mato Grosso do Sul (ver fig. 1), entre os paralelos 20° e 22° e os meridian os 54° e 58°. Sua população total, segundo o Censo 2010 do IBGE, é de 28.845 indivíduos, dos quais 19.219 vivem em terras indígenas e 9.626 fora delas. Os Terena são a 5ª maior população indígena do Brasil.3 Falantes da família linguística Arawak, os Terena, juntamente com os demais subgrupos Txané-Guaná, os Exoaladi, os Layana e os Kinikinau, deslocaramse, a partir de meados do século XVIII, do Chaco paraguaio para as terras sulmato-grossenses. Dentre os povos Arawak, oriundos provavelmente do centronorte do Peru, os Terena ocupam a posição mais meridional no Brasil. 4

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BALDUS, Hebert. Ensaios de etnologia brasileira. 2 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1979, p. 156-157. 2 OLIVEIRA, Roberto Cardoso de. A sociologia do Brasil indígena. São Paulo: Editora da USP, 1972, p. 29. 3 IBGE. Censo Demográfico 2010: características gerais dos indígenas. Rio de Janeiro, 2010. Tab. 12 – População indígena com indicação das 15 etnias com maior número de indígenas, por localização do domicílio – Brasil – 2010. 4 URBAN, Greg. A história da cultura brasileira segundo as línguas nativas. Tradução de Beatriz Perrone-Moisés. In: CUNHA, Manoela Carneiro da (Org.). História dos índios no Brasil. São Paulo: Companhia da Letras: Secretaria Municipal: FAPES, 1992, p. 93-94.


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Figura 1 – Localização das Aldeias dos Terena,


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Por algum tempo, os Guaná mantiveram-se como vassalos dos MbayáGuaycuru, tribo equestre de captores e pastores, também oriundos do Chaco. A relação entre os dois povos era mais de simbiose que de sujeição violenta. Assim, os Guaná puderam preservar a sua unidade político-econômica. 5 Tal simbiose, com vantagens mútuas, foi possível dada certa semelhança que ambos apresentavam em sua estrutura social, nomeadamente a presença de uma elite dirigente, pessoas comuns (ou soldados) e cativos de outras etnias. Membros dessa elite Mbayá e Guaná casavam-se entre si. 6 Segundo Roberto Cardoso de Oliveira, a estrutura social dos Terena, herdada dos Guaná, compunha-se de dois grupos distintos e socialmente sobrepostos: o grupo dos Kauti (cativos) e o grupo tribal dominante, ou seja, os Terena. O grupo dominante, por seu turno, subdividia-se entre (1) os Naati (derivado de unati, que significa “bom”), composto dos chefes e sua parentela; e (2) os Waherê-Txané (gente ruim), que englobava o povo comum. 7 Além disso, havia ainda uma divisão entre os Terena que consignava duas metades endogâmicas: os Sukirionó e os Xumonó, “[...] tendo cada uma delas os mesmos direitos sociais, resultando serem assim simétricas em suas relações”. 8 Contudo, o principal nexo da relação entre os dois povos era a prestação, por parte dos Guaná, de serviços na lavoura em troca de proteção por parte dos Mbayá. Há registro também da adesão voluntária dos Guaná às tropas MbayáGuaycuru em suas lutas contra espanhóis e portugueses. 9 O declínio populacional dos Mbayá, causado pela prática intensa do infanticídio, bem como a aliança com os portugueses no fim do século XVIII – que acabou por obstaculizar suas correrias para a captura de mulheres e crianças de outras etnias – acarretou uma crescente decadência de seu poder 5

BALDUS, Hebert. Introdução. In: BOGGIANI, Guido. Os Caduveos. Tradução de Amadeu Amaral Júnior. Belo Horizonte: Itatiaia, 1975, p. 24-26. 6 Ibid. 7 OLIVEIRA, Roberto Cardoso de. Matrimônio e solidariedade tribal Terena. In: ______. Enigmas e soluções. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro; Fortaleza: Edições Universidade Federal do Ceará, 1983, p. 35-36. 8 Ibid., p. 36 9 BALDUS, op. cit., loc. cit.


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político.

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Dessa forma, a já precária relação de dependência mantida com os

Guaná fez afrouxar a simbiose até seu completo abandono. 11 A partir daí intensifica-se fortemente a associação entre os Guaná e os purutuyé (brancos).

Os cronistas do século XIX, como Ricardo Franco de

Almeida Serra, em 1803, e Francis Castelnau, em 1845, vão relatar o comércio de gêneros agrícolas, animais e têxteis dos Guaná com os neobrasileiros em troca de ferramentas, aguardente, armas, munição e quinquilharias. Registram também o emprego dos Guaná em serviços diversos nas vilas de Miranda e de Albuquerque e como canoeiros no rio Paraguai.12 Para Gilberto Azanha, esses cronistas ressaltaram que o caráter dessa relação entre os Txané-Guaná e os purutuyué 13 [...] estavam centradas na troca recíproca; era uma relação entre iguais e nenhum cronista menciona qualquer coisa sequer próxima de uma relação de dominação-sujeição nas suas descrições dos contatos entre os Terena e a população brasileira; sempre as descreveram como livres e espontâneas – bem ao contrário do que em geral se sucedia em outras regiões do país.

A eclosão da Guerra do Paraguai em 1864, que opôs os países da Tríplice Aliança – Argentina, Brasil e Uruguai – ao Paraguai, mudaria de forma dramática a situação dos povos Guaná. A ocupação dos territórios desses índios, então aliados dos brasileiros, pelo exército paraguaio promoveu sua dispersão e desorganização social, fazendo-os buscar refúgio nos matos longínquos e na Serra de Maracajú. 14 Azanha salienta duas consequências importantes acarretadas no pós-guerra aos povos Guaná: (1) a mudança de uma relação baseada no comércio justo e na troca recíproca mantida com a população regional para uma relação de submissão por meio da violência e prepotência conduzida pelos militares desmobilizados com o fim da guerra, oriundos de regiões do país onde era corrente o desprezo pelo “bugre”; (2) A dispersão propriamente dita das aldeias

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RIBEIRO, Darcy. Kadiwéu: ensaios etnológicos sobre o saber, o azar e a beleza. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1980, p. 64. 11 BALDUS, op. cit., loc. cit. 12 AZANHA, Gilberto. As Terras Indígenas Terena no Mato Grosso do Sul. Revista de Estudos e Pesquisas da FUNAI: Brasília, v.2, n.1, p.61-111, jul. 2005, p. 76-77. 13 Ibid, p.77. 14 Ibid, p. 78


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Terena por vasta região e a expropriação de suas terras tradicionais pelos militares forasteiros. 15 Começa então o período que os Terena chamam de servidão, que compreende a regularização fundiária em favor dos forasteiros e a absorção da mão-de-obra indígena nas fazendas recém-formadas. 16 Esse tempo caracterizou-se pelo trabalho dos indígenas em regime de servidão nos barracões das fazendas. Situação que pouco mudou, dada a dependência das aldeias ao chefe dos postos Indígenas do SPI, implantados após a demarcação das reservas logo após a década de 1920. 17 Segundo Azanha, esse encarregado do posto, além da intermediação da contratação de mão-de-obra indígena nas fazendas, 18 [...] passaria gradativamente a interferir em praticamente todos os aspectos da vida social Terena: da mediação de conflitos internos entre famílias, à lavratura - e guarda dos registros - das ocorrências civis (nascimento, casamento e óbitos) até a gestão dos contratos de trabalho e estabelecimento de uma "guarda indígena" para a manutenção da ‘ordem’.

De toda forma, as reservas indígenas demarcadas foram e são insuficientes para a plena reprodução física e cultural dos Terena. Ainda que essa demarcação tenha possibilitado uma reaproximação das famílias, a dispersão dos indivíduos em busca de novas condições de vida nas cidades alterou sua estrutura socioeconômica e cultural, forçando os Terena a se integrar cada vez mais na sociedade regional envolvente, ainda que apresentem alguma forma de resistência e se reconheçam como povo singular. Uma prova inconteste dessa ligação entre aldeia e cidade, preservando a tradição, é a presença de mulheres Terena que vendem legumes e frutos produzidos nas terras indígenas nas esquinas de Campo Grande-MS e na Praça Oshiro Takemori, atrás do Mercado Municipal da mesma cidade. 19

15

AZANHA, op. cit., p. 78-79 Ibid. 17 Ibid., p. 81 18 Ibid. 19 Cf. FERNANDES JÚNIOR, José Resina. Índio urbano em Campo Grande: conflito cultural e estratégias de sobrevivência - desenvolvimento local. 2005. 424p. (Tese de Doutoradamento) Programa de Doutorado em Desenvolvimento Local e Planificação Territorial da Universidade Complutense de Madri em convênio com a Universidade Católica Dom Bosco, p. 126-133. 16


8

Do mesmo modo, constata-se a presença da prática da cerâmica tradicional na capital sul-mato-grossense, que conta com 15 oleiras em atividade. Os três tipos de barros necessários à conformação das peças, conforme se verá adiante, são trazidos da aldeia de Cachoeirinha. 20 A manutenção da língua, das práticas profanas e religiosas e de parte do acervo da cultura material terena, que este trabalho tentou inventariar, são características inequívocas de um povo que, apesar das vicissitudes, mantevese unido e se constitui numa das mais populosas etnias do Brasil. A seção seguinte vai traçar um breve retrato da população indígena nas aldeias de Miranda-MS.

20

Cf. VIETTA, Kátya. Os “valores” da cerâmica terena campo-grandense: um patrimônio em busca de reconhecimento. Campo Grande: FUNDAC, 2012, p. 21-22.


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2. Aspectos Demográficos das aldeias indígenas de Miranda 21 A população total das aldeias indígenas de Miranda é de 7.002 habitantes. Representa cerca de 30% da população total (23.273 hab.) das aldeias indígenas jurisdicionadas à Coordenação Regional (CR) de Campo Grande – MS. A distribuição dessa população por aldeias pode ser observada no quadro abaixo: CTL Miranda

Município Aldeia Miranda Cachoeirinha Lalima Passarinho Moreira Babaçu Argola Morrinho Mãe Terra Lagoinha

Total Aldeia 1.507 1.434 1.116 1.071 633 604 323 180 134

Cabe ainda ressaltar que a população indígena das aldeias jurisdicionadas à Coordenação Técnica (CTL) de Miranda-MS é a maior dentre aquelas outras sob a jurisdição da CR de Campo Grande-MS. Observe a distribuição da população indígena por CTL no gráfico abaixo:

21

Fonte: SIASI-SESAI/MS JAN 2011. Elaboração de quadros e gráficos: CR FUNAI CGR-MS


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A distribuição das etnias por aldeia pode ser observada no quadro abaixo. Importante notar que a população Terena constitui a quase totalidade da população indígena em Miranda-MS. CTL

Município

Aldeia

Residências

Argola

129

Babaçu

125

Cachoeirinha

Lagoinha Miranda Miranda

Lalima

Mãe Terra

Moreira

Morrinho

Passarinho

307

25

333

56

268

81

271

299

304

Total Etnia 603

0

1

1

1

2

3

328

302

630

0

1

1

3

0

3

772

731

1.503

1

0

1

75

58

133

0

1

1

752

681

1.433

Kinikinawa

1

0

1

Terena

93

86

179

Kadiwéu

3

4

7

Guarani Não Indígena Terena Não Indígena Terena Não Indígena Terena

1

2

3

11

5

16

518

527

1.045

1

0

1

166

156

322

5

4

9

574

533

1.107

Etnia Terena Não Indígena Não Indígena Terena Kadiwéu Não Indígena Terena Não Indígena Terena Não Indígena Terena

Homem Mulher

Total 604

633

1.507

134

1.434

180

1.071

323

1.116 7.002

Terena

6.955

Outros

47 7.002

Quanto à distribuição da população indígena sob o critério de sexo, percebe-se certo equilíbrio entre mulheres e homens, embora o total masculino (3.604) seja ligeiramente superior ao feminino (3.398), característica já percebida na população rural indígena em geral. Compondo os critérios sexo e idade, a distribuição apresenta-se como no gráfico adiante:


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Compactando-se um pouco a distribuição da população entre as faixas etárias inferiores, percebe-se que a população das aldeias de Miranda apresenta uma pirâmide etária de base alargada, típica das estruturas demográficas indígenas do meio rural, revelando uma população jovem, fruto dos altos níveis de fecundidade das mulheres indígenas. Ver gráfico abaixo:


12

Ainda que os aspectos populacionais das aldeias indígenas de Miranda-MS, em especial o fato de ser o maior contingente populacional entre as CTLs jurisdicionadas à CR Campo Grande-MS, tenham sido importantes na escolha deste município para representar o acervo material Terena, outros fatores concorreram de forma irrefutável. O principal deles é a dimensão da produção atual de artesanato para venda, bastante significativa no total da receita familiar e, mais importante, o fato de que essa produção se processa em base tradicional e intrinsecamente relacionada aos outros modos de produção, nomeadamente a agricultura de subsistência e o extrativismo. A próxima seção vai tratar de alguns aspectos dessa produção artesanal no contexto socioeconômico da vida nas aldeias indígenas de Miranda-MS.


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3. Aspectos socioeconômicos envolvidos na produção do artesanato para venda. 3.1. Cultura material de tradição Uma das características socioculturais dos Terena, herdadas do universo cultural Arawak, é a centralidade da agricultura em sua base econômica. Outras características relevantes são aquelas referidas à terminologia de parentesco do tipo havaiano – irmãos são assimilados a primos cruzados – e a estrutura social patrilinear. Todavia, a característica mais importante para se entender o estágio atual da cultura material Terena é a disposição desse povo para uma abertura para o exterior, atitude típica dos Arawak. 22 Gilberto Azanha, a partir do pensamento de Max Schimidt, ressalta uma tendência de abertura para o exterior pela qual os povos Arawak puderam adicionar ao seu patrimônio cultural “pautas e equipamentos” de outros povos. Essa capacidade de incorporação facilitou-lhes a adaptação em diferentes ecossistemas, “[...] o que explicaria o seu expansionismo e seu domínio sobre outros povos, a quem reputavam de inferiores”. Por outro lado, procuravam realizar “[...] alianças com povos que reputavam superiores [desde que] isso lhes trouxesse vantagens”. Tal como sucedeu no passado com os MbayáGuaycuru e, mais adiante, com os portugueses. 23 Além dessa tendência histórica de abertura que remonta ao universo Arawak, os Terena sempre mantiveram contato muito próximo com a sociedade regional envolvente, seja quando praticavam um “comércio justo” com base na troca recíproca no início do século XVIII, seja no pós-guerra do Paraguai (1870), quando foram dispersados e absorvidos como mão-de-obra nas fazendas. Dessa forma, o que se observa nas aldeias de Miranda é que os Terena levam uma vida muito próxima dos demais camponeses da região, principalmente quanto ao modo regional de praticar a agricultura de subsistência e no uso dos equipamentos domésticos em geral. Assim, quase nada restou das práticas e 22

AZANHA, Gilberto. As Terras Indígenas Terena no Mato Grosso do Sul. Revista de Estudos e Pesquisas da FUNAI: Brasília, v.2, n.1, p.61-111, jul. 2005, p. 74. 23 Ibid.


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artefatos relatados por Kalervo Oberg24, encontrados ainda em meados do século XX. No final da década de 1940, Oberg observou uma crescente dependência econômica dos Terena com a economia monetária dos vizinhos brasileiros. Já não era possível o escambo; os índios precisavam de dinheiro para adquirir roupas, ferramentas, arroz, erva-mate, fósforos, fumo e aguardente. A ferrovia Noroeste e as fazendas de gado passaram a oferecer postos de trabalho para os Terena, o que logo fez com que muitos conhecessem cidades maiores como Campo Grande e Porto Esperança. Outros foram estimulados a aprender a ler e escrever, fazer operações aritméticas simples e, assim, compreender o mundo dos brancos. 25 As cidades vizinhas às terras indígenas, Miranda e Aquidauana, ofereciam, além dos empregos nas fazendas de gado, mercado para farinha de mandioca, açúcar mascavo e redes tecidas a mão. Oberg sublinha que o trabalho assalariado e o comércio tornaram-se elementos essenciais na economia Terena. No entanto, apesar dessas mudanças, a agricultura era ainda a base da economia Terena. 26 Com o passar dos anos o crescimento populacional passou a inviabilizar a subsistência nas terras indígenas Terena. A procura por uma condição de vida melhor era mote para a migração para os centros urbanos ou outras terras indígenas, tal como constatado por Roberto Cardoso de Oliveira na década de 1950. Segundo Azanha, considerando a exiguidade das áreas indígenas, “[...] não se vive da reserva, mas na reserva”. 27 Pelas razões apontadas acima, aqueles indígenas que ainda vivem nas aldeias, à exceção dos que produzem artesanato para venda (cerâmica, trançado de fibras vegetais, escultura em madeira e adornos), conservam muito pouco a cultura material de seus antepassados, aqui entendida como o acervo coletivo das sociedades, incluindo produtos, materiais e utensílios, bem assim 24

Cf. OBERG, Kalervo. The Terena and the Caduveo of southern Mato Grosso, Brazil. Smithsonian Institution, Institute of Social Anthropology: Washington, publication Nº 9, 1949. 25 Ibid., p. 14. 26 Ibid. 27 AZANHA, op. cit., p. 86.


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os diversos tipos de técnicas empregadas, em especial no vestuário, na habitação, na agricultura, na alimentação, no cultivo, na cozinha, na domesticação de animais, no fogo e na indústria. Um exemplo típico dessas perdas entre os Terena é a fabricação de tecidos de algodão por tear vertical, herdada dos Guaná, reputada como soberba por cronistas do século XVIII. Hercules Florence observou na povoação de Albuquerque, em 1826, que 28 Os Guaná fazem grandes peças de pano de algodão, com que se vestem, além de redes e cintas. Industriais, vão, em canoas suas ou nas dos brasileiros, até Cuiabá para venderem suas peças de roupa, cintas, suspensórios, silhas de selim [...]. As peças de algodão trançado que aqui são conhecidas por panões, não têm ordinariamente quatro varas de comprimento ou duas ou três de largura. São tramadas de um modo para mim desconhecido, os fios verticais inteiramente cobertos pelos horizontais de lado e de outro, o que faz com que o tecido seja muito espesso e próprio para barracas, por não dar passagem a mais violenta chuva.

Algumas décadas depois, precisamente em 1845, Francis Castelnau registrou na mesma povoação de Albuquerque que 29 As mulheres [Guanás] fiam o algodão, com que fazem lindos ponchos, tingidos com anil ou cúrcuma. Utilizam ainda uma tinta parda, que tiram da casca de uma árvore chamada maiqué. As outras cores que às vezes se vêem nos seus tecidos provêm de panos europeus, desmanchados especialmente para esse fim.

Nessa pesquisa nas aldeias de Miranda não se encontrou nenhuma indígena que praticasse ainda a tecelagem tradicional. Alguns informantes fizeram referências a algumas senhoras idosas que, na juventude, teciam redes e cintas. Devido às limitações da idade e o desinteresse das novas gerações pelos tecidos artesanais, essas senhoras não mais praticam nem transmitem essa arte. A referência aqui ressaltada pela tecelagem é que, no trabalho de pesquisa, foi percebida a necessidade de sua revitalização. No âmbito do artesanato tradicional para venda, a arte da tecelagem artesanal poderia ampliar as

28

FLORENCE, Hercules. Esboço da viagem feita pelo Sr. Langsdorff no interior do Brasil, desde setembro de 1825 até março de 1829. Revista do IHGEB, Rio de Janeiro, tomo XXXVIII, parte primeira, p. 337-469, 1875, p. 423. 29 CASTELNAU, Francis. Expedição às regiões centrais da América do Sul. Belo Horizonte/ Rio de Janeiro: Itatiaia, 2000, p.368.


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possibilidades de ocupação e geração de renda junto aos jovens Terena das aldeias de Miranda. Quanto à caça e à pesca – que Oberg ainda registrou como complementares à dieta de carne, além da criação de galinhas e porcos –, a situação está profundamente modificada. A caça, quando possível, é praticada segundo os moldes da sociedade regional envolvente com o auxílio de armas e cães. Todavia, a redução das florestas nas terras indígenas tem limitado a prática. A coleta de mel silvestre de abelhas melíponas (abelhas sem ferrão), antes importante na alimentação e no fabrico de bebida fermentada, o chichi, como atestaram Castelnau30 e Taunay31, hoje é bastante reduzida. Com a diminuição das florestas no próprio território indígena e com a implantação das fazendas de gado da região, hoje só é possível encontrar algumas colmeias domésticas da abelha Jati (Plebea ssp.) encerradas em cabaças ao modo tradicional.

A pesca também é praticada segundo os padrões regionais, com anzóis e redes. Não se pesca nem se caça com arco e flecha ou armadilhas. O entorpecimento de peixes com o lançamento de vegetais estupefacientes macerados na água é uma vaga lembrança do passado; ninguém registra, ao menos, o nome de alguma dessas substâncias. 30

CASTELNAU, op. cit., p. 401. TAUNAY, Alfredo d”Escragnolle. Scenas de viagem: exploração entre os rios Taquary e Aquidauana no districto de Miranda. Rio de Janeiro; Typographia Americana, 1868, p.10.

31


17

As casas nas aldeias de Miranda em nada diferem das casas típicas dos agricultores purutuyé da região. Feitas de tijolos e cobertas por telhas de barro ou cimento-amianto, as habitações são bem distintas daquelas encontradas por Castelnau em 1845, que eram de parede de barro e cobertas de palha e dispostas lado a lado formando um quadrilátero com uma praça no meio, onde se realizavam as atividades profanas e religiosas. 32 Para o viajante francês, essas casas eram bem feitas, embora copiassem a “[...] dos brasileiros e [contivessem] razoável mobiliário, como sejam camas feitas de um couro esticado entre paus, cabaças, utensílios de tecelagem, armas, etc.” 33 Os Terena hoje dispõem de todos os equipamentos, móveis e utensílios usados pelos agricultores da região. Substituíram as panelas de cerâmica pelas de alumínio; os vasilhames de plástico tomaram o lugar das cabaças e gamelas de pau; as camas são de madeira com colchão de espuma e há todo tipo de aparelhos elétricos e eletrônicos. Subsistem ainda da antiga tradição alguns cestos e peneiras para o trabalho de colheita, os pilões para socar milho ou macerar cacos de cerâmica, os abanicos de carandá (Copernicia Alba) para atiçar o fogo e afastar insetos. Na Aldeia Lalima, verificou-se a presença, ao lado das casas de alvenaria, de alpendres e cozinhas rústicas com as paredes feitas de taquara (Bambusa taquara) batida e cobertas com a palha da palmeira acuri (Attalea phalerata), tal como pode ser visto nas imagens adiante.

Depósito 32 33

CASTELNAU, op. cit., p. 368. Ibid.

Cozinha alpendre


18

Detalhe da cobertura em palha de acuri.

Parede de taquara batida

Outra forma de construção tradicional que ainda persiste foi encontrada nas aldeias Cachoeirinha e Babaçu. Trata-se de pequenos depósitos ou silos construídos com tijolos de adobe. Os tijolos34 são confeccionados com argila misturada a restos vegetais e dispostos em moldes de aproximadamente 35 x 20 x 10 cm. Depois de modelados, os tijolos são postos para secar ao sol e as paredes erguidas usando a mesma massa de argila como rejunte.

Nem é preciso dizer que os Terena não usam mais as vestimentas de outrora, tal como relatadas por cronistas como Castelnau, Taunay e Oberg. Apenas a pintura corporal com tintura de jenipapo e urucum ainda é praticada por alguns e a arte passa, no momento, por uma espécie de revitalização, muito embora padrões de outras etnias acabem sendo incorporados no acervo atual. Um estudo específico e mais aprofundado acerca dos padrões gráficos da pintura

34

Embora os informantes chamem “tijolo de índio”, essa técnica de adobe deve ter sido assimilada dos antigos portugueses ou espanhóis.


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corporal Terena, bem assim das vestimentas usadas em rituais e festejos como a dança do bate-pau, precisa ser realizado. Ressalte-se, finalmente, que a presente pesquisa não buscou inventariar itens autênticos ou práticas congeladas no tempo. Ao contrário, posto que a cultura seja dinâmica e mutante, o que se pretendeu, na verdade, foi apresentar um quadro do acervo material que representasse o atual momento de interação da sociedade Terena com a sociedade regional envolvente. Onde a modificação na cultura material Terena, em seus mais significativos aspectos, acabou por se confundir com aquela da sociedade envolvente julgouse inoportuno investigar com mais profundidade, principalmente por não se dispor de um período de tempo maior para tal. Assim sendo, a pesquisa foi então direcionada para o artesanato produzido para venda, o qual representa, cada vez mais, um importante papel na ocupação e renda dos indígenas de Miranda-MS.

3.2. O artesanato para venda Um diagnóstico preliminar realizado pelo setor de Etnodesenvolvimento da FUNAI de Campo Grande-MS, em 2011, identificou Miranda - MS como o município que apresenta a maior pluralidade de produção material indígena. Só este já fato indicava a oportunidade de, nesse município, iniciar um inventário que pudesse dar conta de identificar artefatos e seus produtores, elencando os materiais, técnicas e aspectos simbólicos envolvidos nessa produção. É importante mencionar que grande parte do chamado artesanato para venda é exibido no Centro Referencial da Cultura Terena no próprio município de Miranda - MS, entidade mantida pela prefeitura municipal, o qual possui registro de cerca de 50 pessoas cadastradas. A partir desse cadastro foram selecionados alguns artesãos das Aldeias Passarinho, Moreira, Babaçu, Cachoeirinha e Lalima para uma pequena entrevista e fotos, cujo resultado será apresentado adiante. Gilberto Azanha, entre outras questões referentes ao trabalho e à geração de renda, estimou, na época de sua pesquisa (2001), em dez mil os trabalhadores


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das etnias Terena e Guarani no trabalho temporário nas usinas de corte de cana-de-açúcar. O autor também observou que as condições de trabalho na aldeia, onde um grupo familiar de 5 pessoas subsiste num roçado de um a dois hectares, equivalem a um padrão de vida com menos do que um salário mínimo de renda familiar mensal. 35 Soma-se a isto o fato de que a mecanização da lavoura de cana, nos últimos anos, extinguiu grande parte dos postos de trabalho e que a densidade demográfica nas aldeias é altíssima, ou seja, de 65 hab./km2 que contrasta, em prejuízo dos indígenas, com a densidade geral de 7 hab./km2 para todo Mato Grosso do Sul.36 Segundo informações colhidas na CTL de Miranda, cerca de 70% dos homens das aldeias do município trabalham em lavouras de subsistência (mandioca, milho, arroz, feijão e outras). O restante trabalha nas fazendas ou nas usinas de álcool da região e um pequeno número (aldeias Passarinho e Moreira) atua na construção civil e em outras ocupações (funcionários municipais, pescadores). Um pequeno excedente dessa agricultura de subsistência é vendido nas feiras do próprio município e mesmo em Campo Grande, como já mencionado atrás. As mulheres, além das ocupações domésticas, ajudam na lavoura e, em certos períodos do ano, dedicam-se à coleta de frutos (guavira, caju, tamarindo, manga, água-pomba, bocaiúva

e

outros) para

venda

nas feiras

mencionadas. Em Passarinho e Moreira, aldeias mais próximas de Miranda, um número significativo dessas mulheres trabalha no comércio, no serviço público municipal e nas pousadas na sede do município.

35 36

AZANHA, op. cit., p. 76. Ibid.


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O artesanato para venda tem um importante papel na ocupação e renda dos indígenas de Miranda-MS. Trabalho que acaba por envolver quase toda família. No caso da cerâmica, ainda que a tradição seja transmitida entre as mulheres, os homens ajudam no preparo da massa e no corte e transporte da lenha para a queima das peças. Observou-se também uma participação masculina crescente na logística e nos processos de negociação da cerâmica. Requer uma investigação mais aprofundada saber se essa participação masculina é tradicional ou mais recente, nesse caso, como consequência da precariedade das relações de trabalho advinda da mecanização no corte da cana e nas outras atividades agrícolas nas fazendas. Mesmo no caso do artesanato dos Bichinhos do Pantanal em madeira, atividade exclusivamente masculina, as mulheres participam de forma ativa no acabamento das peças. Quase o mesmo acontece com o artesanato em trançado de taboa ou taboca: os homens coletam a matéria-prima e as mulheres executam o trabalho de confecção das peças (cestos, chapéus, bolsas, outros). De toda forma, é nesses núcleos familiares que se dá a transmissão dos saberes tradicionais de artesanato, em que se fala a língua Terena e onde é repassada a memória afetiva ligada a esse saber.


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Como já foi dito, o Centro Referencial da Cultura Terena em Miranda é o principal ponto de venda do artesanato indígena da Região. É um espaço amplo onde as peças são dispostas de forma organizada, divididas por tipo de artesanato. Os artesãos deixam seu produto em consignação, não se cobrando taxa alguma sobre o valor de venda. A iniciativa da construção do espaço foi da Prefeitura Municipal de Miranda, a qual mantém o espaço e destina funcionários municipais para efetuar as vendas e atender aos visitantes. Outros artesãos, como os escultores de bichinhos do Pantanal, conseguem uma inserção maior de seus produtos nas lojas de Campo Grande-MS, BonitoMS e nos estabelecimentos comerciais (churrascarias, lanchonetes, postos de gasolina) ao longo da rodovia BR 262, rota preferencial dos turistas que se dirigem ao Pantanal ou aos pesqueiros dos rios Aquidauana e Miranda. De toda forma, os preços de venda nesses locais estão bem acima daqueles que se praticam na transação direta com o produtor, o que demonstra claramente a ação de atravessadores. Percebeu-se também a necessidade de estimular práticas de associativismo e consórcio entre os produtores, de modo a ampliar a divulgação de seus produtos e minimizar os gargalos de logística de distribuição e venda. A seguir apresentaremos algumas informações referentes às categorias mais importantes do artesanato para venda praticado nas aldeias, bem assim de seus principais artesãos.


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Cerâmica No geral, a cerâmica Terena compartilha com a cerâmica indígena brasileira algumas características comuns, quais sejam: o trabalho exclusivamente feminino; a utilização do método do acordelado para levantar as peças (superposição de roletes de argila); a decoração com engobos e a queima em fogueiras abertas. Além disso, todo o processo, desde a escolha da matériaprima até a queima das peças, é permeado por regras de interdição e cuidados, que procuram assegurar um bom resultado final com poucas perdas. A habilidade das oleiras e a qualidade das argilas empregadas fazem da cerâmica Terena um conjunto bonito e de boa qualidade tecnológica. As peças são cobertas por um engobo vermelho e decoradas com engobo branco. Os utilitários de cozinha, como panelas, caldeirões, travessas, prestam-se ao uso no forno e fogão. Mas fazem-se também peças decorativas, como fruteiras, vasos, esculturas e os “Bichinhos do Pantanal”.

Panela com decoração

Jacarezinhos da ceramista Rosana.

Atualmente, a ceramista Terena utiliza quatro tipos de argila para a confecção das peças: (1) um barro preto acinzentado para a massa; (2) um barro vermelho para o banho; (3) um barro marrom usado alternativamente ao barro vermelho e (4) um barro cinzento, que se torna branco com a queima, para a decoração. Todas essas argilas são obtidas em jazidas próximas das aldeias da TI Cachoeirinha.


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Um antiplástico37 (Catipé) à base de cacos de cerâmica moídos ao pilão e peneirados é acrescentado à massa, que foi previamente limpa de pedriscos e gravetos. A mistura é então tornada homogênea por meio de vigoroso amassamento, que busca também eliminar as bolhas de ar.

Dona Idalina Sebastiana prepara a massa, misturando o barro preto acinzentado com o antiplástico (catipé).

Pilagem de cacos de cerâmica para feitura do antiplástico (catipé)

As peças são levantadas pelo método do acordelado38, que consiste na superposição de roletes de massa que vão sendo desbastados interna e externamente com uma concha (Koêyo) ou uma colher velha. Terminada a peça, a ceramista a alisa com um seixo rolado para suavizar a superfície externa, eliminando assim as descontinuidades.

Travessa cara de peixe da ceramista Rosenir.

Dina polindo bule antes do banho de engobo vermelho

No caso das peças menores, como os “Bichinhos do Pantanal”, a ceramista simplesmente modela a partir de certa quantidade de massa, acrescentando 37

RIBEIRO, Berta G. Dicionário do artesanato indígena. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: USP, 1988, p. 30-31. 38 Ibid., p. 32.


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um ou outro detalhe, adelgaçando com os dedos as superfícies, de modo a eliminar a formação de cavidades de ar isoladas, o que poderia provocar a quebra da peça ao queimar. A peça em sua forma final é colocada para secar e adquirir certa consistência. Ainda úmida, recebe um ou mais banhos de engobo vermelho e novamente é alisada com o seixo rolado. Terminado o polimento, a peça é posta para secar ao sol. Depois disso, recebe a decoração com o engobo cinza, aplicada por meio de uma lasca de taquara (Bambusa taquara) ou outro tipo de graveto flexível.

Dina polindo a panela após quatro banhos de engobo vermelho.

Dina decorando a panela com flores e ramos em engobo branco, utilizando a haste flexível.

Os desenhos decorativos são patrimônio comum das ceramistas Terena. Os padrões podem repetir-se independentemente de quem seja a ceramista. No entanto, em algumas peças é possível identificar a autora, seja pela combinação dos elementos decorativos, seja por alguma característica ligada à execução (gestual) dos elementos decorativos. Os desenhos consistem basicamente em ramos e flores estilizados, mas podem também reproduzir o grafismo da pintura corporal Terena. Quando aplicada aos “bichinhos do pantanal”, a decoração procura imitar olhos, pêlos, peles e escamas. Há ceramistas que usam também relevos (excisos) que são arrematados com a decoração em engobo branco (ver figura adiante).


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A cerâmica marrom escura com decoração em branco é o principal destaque atualmente. Praticada no núcleo familiar de Rosenir Batista (composto pela sua filha Rosilene e sua nora Ana Alice), essa técnica consiste em substituir o banho de engobo vermelho por um engobo escuro obtido da maceração de um tipo de canga ferruginosa encontrada na região da aldeia.

Rosenir aplicando o engobo marrom escuro.

Peças prontas em engobo marrom escuro.

A queima é feita em uma só etapa em fogueira aberta ou em fosso retangular não muito raso. Para alimentar o fogo são usados madeiras e gravetos bem secos, encontrados nas matas próximas ou restos de poda de árvores do próprio terreiro da ceramista. Uma espécie de grelha feita de vergalhões é colocada sobre a madeira em combustão e sobre essa grelha são dispostas as peças.


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Manipulação das peças durante a queima no quintal da ceramista Dina.

Não é preciso muito tempo para a queima, ou seja, basta um pouco mais de uma hora para queimar uma quantidade razoável de peças. A queima de três pequenos jarros pela ceramista Dina durou cerca de 20 minutos. O som metálico obtido de uma leve pancada na peça com uma taquara anuncia o momento de retirá-la para arrefecer. As regras de evitação das ceramistas Terena, relatadas pelas próprias mulheres e complementadas pela literatura, consistem em não se trabalhar quando estão menstruadas e quando cozinham ou se alimentam, buscando assim afastar o efeito danoso do sal. 39 Além disso, não trabalham nem coletam o barro durante a lua nova e, antes de começar as etapas de confecção das peças, as oleiras costumam banhar-se, evitando assim o contato do suor com a massa. 40 Também já se percebe uma participação maior dos homens na atividade ceramista. Antes relegada ao corte da lenha e à extração do barro, hoje, alguns deles até preparam a massa e participam ativamente na logística, uma vez que os locais de venda, como o Referencial de Cultura Terena e as lojas de BonitoMS, são distantes das aldeias e o transporte exige cuidados especiais, dada a fragilidade das peças. Ressalte-se, finalmente, que a cerâmica dos indígenas Terena é bem imaterial registrado no Livro de Registro de Saberes em MS. Considerada como 39

BARBOSA, Wallace de Deus. Cerâmica Terena. Rio de Janeiro: Funarte/ IPHAN/CNFCP, 2003, p. 18-20. 40 VIETTA, Kátya. Os “valores” da cerâmica terena campo-grandense: um patrimônio em busca de reconhecimento. Campo Grande: FUNDAC, 2012, p. 21.


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patrimônio imaterial histórico, artístico e cultural do Estado pelo Decreto Nº 12.857 de 16/11/2009, sob a égide da Lei 3.552/MS. As ceramistas mais atuantes e sua coletânea de peças serão apresentadas a seguir por núcleo familiar ou isoladas. A maioria delas vive e trabalha nas aldeias da TI Cachoeirinha.

O preparo do engobo vermelho: o barro vermelho é peneirado e dissolvido em água, formando uma calda grossa.

Canga ferruginosa da qual se prepara o engobo marrom escuro, macerando-se pedaços dela no pilão, peneirando e dissolvendo-a em água.


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NÚCLEO FAMILIAR ROSENIR BATISTA I - ROSENIR BATISTA - Matriarca II – ROSILENE DE ARRUDA - Filha III – ANA ALICE DE ARRUDA – Nora ALDEIA CACHOEIRINHA – TI CACHOEIRINHA, MIRANDA-MS

Rosenir Batista aplicando engobo marrom escuro.

Rosilene de Arruda polindo tucaninhos.

Ana Alice de Arruda polindo travessa cara de peixe

Neta de Rosenir aprendendo a arte da cerâmica enquanto brinca com suas bonecas

Rosenir em seu alpendre.

Peças secando após engobo vermelho e polimento.


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Descrição da Peça: Panela com tampa e alças laterais. Aplicação de engobo marrom escuro e decoração de flores e ramos com engobo branco Artesã: Rosenir Batista Dimensões: 36 x 32 x 23 cm Função: Cozinha

Vista de cima


31

Descrição da Peça: Panela com tampa e alças laterais. Aplicação de engobo marrom escuro e decoração de flores isoladas com engobo branco Artesã: Rosenir Batista Dimensões: 33 x 28 x 24 cm Função: Cozinha

Vista de cima


32

Descrição da Peça: Travessa cara de peixe. Aplicação de engobo marrom escuro e decoração de escamas, olhos e guelras com engobo branco. Artesã: Rosenir Batista Dimensões: 44 x 26 x 10 cm Função: Cozinha e mesa

Vista lateral


33

Descrição da Peça: Travessa rasa sem decoração e sem alças. Aplicação de engobo marrom escuro. Artesã: Rosenir Batista Dimensões: 37 x 27 x 10 cm Função: Cozinha e mesa

Vista lateral


34

Descrição da Peça: Escultura de Sapo. Aplicação de engobo marrom escuro com decoração em branco imitando rugosidades da pele. Artesã: Rosenir Batista Dimensões: 45 x 33 x 20 cm Função: decoração

Vista de cima


35

Descrição da Peça: Travessa cara de peixe. Aplicação de engobo vermelho e decoração de escamas, olhos e guelras com engobo branco. Artesã: Rosenir Batista Dimensões: 40 x 25 x 10 cm Função: Cozinha e mesa

Vista de cima


36

Descrição da Peça: Moringa de dois bicos (Pupû’i). Aplicação de engobo vermelho e decoração de flores e ramos com engobo branco. Artesã: Rosenir Batista Dimensões: 26 x 20 x 33 cm Função: Armazenar líquido

Vista de cima


37

Descrição da Peça: Vaso com alças em forma de correntes. Aplicação de engobo vermelho e decoração de flores e ramos com engobo branco. Artesã: Rosenir Batista Dimensões: 21 x 21 x 38 cm Função: Decoração


38

Descrição da Peça: Chaleira com alça. Aplicação de engobo vermelho e decoração de flores e ramos com engobo branco. Artesã: Rosenir Batista Dimensões: 30 x 30 x 30 cm Função: Cozinha

Vista de cima.


39

Descrição da Peça: Panela com alças laterais e tampa. Aplicação de engobo vermelho e decoração de flores isoladas com engobo branco. Artesã: Rosenir Batista Dimensões: 35 x 24 x 24 cm Função: Cozinha

Vista de cima.


40

Descrição da Peça: Escultura de Índio (Hoyeno kopenóti). Aplicação de engobo vermelho e decoração da pintura corporal com engobo branco e cabelos com engobo marrom escuro. Artesã: Rosenir Batista Dimensões: 39 x 26 x 26 cm Função: Decoração

Vista de cima.


41

Descrição da Peça: Índia (Seno Kopénoti) grávida. Aplicação de engobo vermelho, decoração de flores e ramos com engobo branco, cabelos em engobo marrom escuro e brincos com penas de galinha d’angola. Artesã: Rosilene de Arruda Dimensões: 25 x 15 x 15 cm Função: Cofre

Vista de cima.

Vista lateral.


42

Descrição da Peça: Índia (Seno Kopénoti) com tranças. Aplicação de engobo vermelho, decoração de flores e ramos com engobo branco, cabelos em engobo marrom escuro. Artesã: Rosilene de Arruda Dimensões: 35 x 22 x 19 cm Função: Decoração

Vista lateral.

Vista de costas


43

Descrição da Peça: Vaso de boca larga. Aplicação de engobo vermelho, decoração de flores, ramos e arabescos com engobo branco. Artesã: Rosilene de Arruda Dimensões: 74 x 28 x 23 cm Função: Decoração

Vista de cima com detalhes da borda.


44

Descrição da Peça: Vaso de boca larga II. Aplicação de engobo vermelho, decoração de flores, ramos e gregas com engobo branco. Artesã: Rosilene de Arruda Dimensões: 64 x 29 x 30 cm Função: Decoração

Vista de cima com detalhes da borda.


45

Descrição da Peça: Sapo vermelho. Aplicação de engobo vermelho com decoração em engobo branco imitando rugosidades da pele, olhos e unhas. Artesã: Rosilene de Arruda Dimensões: 38 x 26 x 20 cm Função: Decoração

Vista lateral.


46

Descrição da Peça: Vaso (bilha). Aplicação de engobo vermelho com decoração de flores e ramos em engobo branco. Artesã: Rosilene de Arruda Dimensões: 40 x 32 x 18 cm Função: Armazenar líquido

Vista de cima


47

Descrição da Peça: Jacaré (Vétekeke). Série: Bichinhos do Pantanal. Aplicação de engobo vermelho com decoração em engobo branco imitando pele, olhos, dentes e unhas. Artesã: Rosilene de Arruda Dimensões: 12 x 10 x 5,4 cm Função: Suvenir

Vista lateral


48

Descrição da Peça: Coruja. Série: Bichinhos do Pantanal. Aplicação de engobo vermelho com decoração em engobo branco imitando penas, olhos e unhas. Artesã: Rosilene de Arruda Dimensões: 20 x 14 x 11 cm Função: Suvenir


49

Descrição da Peça: Panela cara de peixe. Aplicação de engobo vermelho com decoração de grafismos em engobo branco. Artesã: Rosilene de Arruda Dimensões: 28 x 19 x 16 cm Função: Cozinha.

Vista de cima


50

Descrição da Peça: Moringa de dois bicos (Pupû’i). Aplicação de engobo vermelho e decoração de flores isoladas com engobo branco. Artesã: Rosilene de Arruda Dimensões: 22 x 18 x 14 cm Função: Armazenar líquido.

Detalhe


51

Descrição da Peça: Capivara (Evakaxu). Série: Bichinhos do Pantanal. Aplicação de engobo vermelho com decoração em engobo branco imitando pelos, olhos, dentes e unhas. Artesã: Rosilene de Arruda Dimensões: 12 x 7,5 x 10 cm Função: Suvenir

Descrição da Peça: Papagaio (Koêru). Série: Bichinhos do Pantanal. Aplicação de engobo vermelho com decoração em engobo branco imitando penas, olhos e unhas. Artesã: Rosilene de Arruda Dimensões: 5,4 x 12 x 10 cm Função: Suvenir


52

Descrição da Peça: Cachorro (Tamúku) I. Série: Bichinhos do Pantanal. Aplicação de engobo vermelho com decoração em engobo branco imitando pelos, olhos, dentes e unhas. Artesã: Rosilene de Arruda Dimensões: 14 x 5 x 10 cm Função: Suvenir

Descrição da Peça: Cachorro (Tamúku) II. Série: Bichinhos do Pantanal. Aplicação de engobo vermelho com decoração em engobo branco imitando pelos, olhos, dentes e unhas. Artesã: Rosilene de Arruda Dimensões: 5,4 x 12 x 10 cm Função: Suvenir


53

Descrição da Peça: Travessa rasa (ou fruteira). Aplicação de engobo vermelho e decoração de arabescos e flores em engobo branco. Artesã: Rosilene de Arruda Dimensões: 33 x 25 x 4,5 cm Função: Mesa e decoração.

Detalhe


54

Descrição da Peça: Peixe de parede. Aplicação de engobo vermelho e decoração imitando escamas, guelras, nadadeiras e olhos em engobo branco. Artesã: Rosilene de Arruda Dimensões: 22 x 18 x 14 cm Função: Decoração.

Descrição da Peça: Frigideira. Aplicação de engobo vermelho e decoração de arabescos na borda em engobo branco. Artesã: Rosilene de Arruda Dimensões: 22 x 18 x 14 cm Função: Cozinha.


55

Descrição da Peça: Fruteira I. Aplicação de engobo vermelho, decoração de flores e ramos com engobo branco. Artesã: Ana Alice Arruda Dimensões: 27x 27 x 9 cm Função: Mesa e decoração

Descrição da Peça: Fruteira II. Aplicação de engobo vermelho, decoração de flores e ramos com engobo branco. Artesã: Ana Alice Arruda Dimensões: 25 x 15 x 15 cm Função: Mesa e decoração


56

Descrição da Peça: Travessa oval. Aplicação de engobo vermelho, decoração de flores e ramos com engobo branco. Artesã: Ana Alice Arruda Dimensões: 35 x 26 x 8 cm Função: Mesa e decoração

Descrição da Peça: Bule. Aplicação de engobo vermelho, decoração de flores e ramos com engobo branco. Artesã: Ana Alice Arruda Dimensões: 25 x 15 x 15 cm Função: Cozinha


57

Descrição da Peça: Peixe de mesa. Aplicação de engobo vermelho, decoração imitando nadadeiras e olhos com engobo branco. Artesã: Ana Alice Arruda Dimensões: 12 x 8 x 5 cm Função: Mesa e decoração

Descrição da Peça: Chaleira I. Aplicação de engobo vermelho, decoração de flores e ramos com engobo branco. Artesã: Ana Alice Arruda Dimensões: 24 x 23 x 15 cm Função: Cozinha e mesa.


58

Descrição da Peça: Volôlo. Utensílio tradicional. Aplicação de engobo vermelho, decoração de flores e ramos com engobo branco. Artesã: Ana Alice Arruda Dimensões: 30 x 13 x 9 cm Função: Armazenar líquido.

Descrição da Peça: Peixe-cofre. Aplicação de engobo vermelho, decoração imitando nadadeiras e olhos com engobo branco. Artesã: Ana Alice Arruda Dimensões: 25 x 15 x 15 cm Função: Cofre


59

Descrição da Peça: Índia (Seno Kopénoti) com cesto de abóboras na cabeça. Aplicação de engobo vermelho, cabelos com engobo marrom escuro e decoração em engobo branco imitando olhos, dentes, unhas e pintura corporal. Artesã: Ana Alice de Arruda Dimensões: 36 x 12 x 9 cm Função: Suvenir


60

Descrição da Peça: Índia (Seno Kopénoti) com balaio no ombro. Aplicação de engobo vermelho, cabelos com engobo marrom escuro e decoração em engobo branco imitando olhos, dentes, unhas e pintura corporal. Artesã: Ana Alice de Arruda Dimensões: 22 x 15 x 8 cm Função: Suvenir


61

Descrição da Peça: Índia (Seno Kopénoti) com jarro na cabeça. Aplicação de engobo vermelho, cabelos com engobo marrom escuro e decoração em engobo branco imitando olhos, dentes, unhas e pintura corporal. Artesã: Ana Alice de Arruda Dimensões: 29 x 8 x 6 cm Função: Suvenir


62

Descrição da Peça: Índia (Seno Kopénoti) com lenha na cabeça. Aplicação de engobo vermelho, cabelos com engobo marrom escuro e decoração em engobo branco imitando olhos, dentes, unhas e pintura corporal. Artesã: Ana Alice de Arruda Dimensões: 22,4 x 10 x 8 cm Função: Suvenir


63

Descrição da Peça: Cofre cabeça de índio (Hóyeno Kopénoti). Aplicação de engobo vermelho, cabelo em engobo marrom escuro e decoração imitando olhos e grafismos em engobo branco. Artesã: Ana Alice de Arruda Dimensões: 14 x 13 x 9 cm Função: Cofre.

Descrição da Peça: Jacaré (Vétekeke) com peixe na boca. Série: Bichinhos do Pantanal. Aplicação de engobo vermelho com decoração em engobo branco imitando pele, escamas, nadadeiras, olhos, dentes e unhas. Artesã: Ana Alice de Arruda Dimensões: 21 x 13 x 7 cm Função: Suvenir


64

DINA SEBASTIÃO MENDES ALDEIA CACHOEIRINHA – TI CACHOEIRINHA, MIRANDA-MS.

Dina decorando pequeno jarro.

Preparando o fogo.

A lenha e os gravetos bem secos em combustão.

As peças arrefecendo.

Moringas de dois bicos (Pupû’i), após cinco banhos de engobo vermelho, e polidas. Aguardam secagem para receber a decoração de flores e ramos em engobo branco.


65

Descrição da Peça: índia (Seno kopénoti) com brincos de pena. Aplicação de engobo vermelho, com olhos, cabelos e pintura corporal feitos com tinta guache. Brincos de penas de periquito. Artesã: Dina Sebastião Mendes Dimensões: 14x 10 x 8 cm Função: Decoração.


66

Descrição da Peça: Fruteira em forma de folha (Tuti tikóti). Aplicação de engobo vermelho, decoração de flores e ramos com engobo branco. Artesã: Dina Sebastião Mendes Dimensões: 35 x 26 x 8 cm Função: Mesa e decoração

Descrição da Peça: Panela com duas abas cilíndricas (Kali Kokénoti Xûruno). Aplicação de engobo vermelho, decoração de flores e tracejados com engobo branco. Artesã: Dina Sebastião Mendes Dimensões: 20 x 15 x 14 cm Função: Cozinha.


67

Descrição da Peça: Travessa cara de peixe (None hôe). Aplicação de engobo vermelho, decoração imitando nadadeiras e olhos com engobo branco. Artesã: Dina Sebastião Mendes Dimensões: 33 x 27 x 7 cm Função: Cozinha.

Descrição da Peça: Travessa retangular. Aplicação de engobo vermelho, decoração de grafismos com engobo branco. Artesã: Dina Sebastião Mendes Dimensões: 33 x 20 x 6 cm Função: Cozinha e mesa.


68

Descrição da Peça: Vaso com quatro pontas. Aplicação de engobo vermelho, decoração de flores e grafismos com engobo branco. Artesã: Dina Sebastião Mendes Dimensões: 20 x 12 x 10 cm Função: Decoração.


69

Descrição da Peça: Vaso com boca em forma de flor. Aplicação de engobo vermelho, decoração de flores e ramos com engobo branco. Artesã: Dina Sebastião Mendes Dimensões: 22,4 x 12 x 10 cm Função: Decoração.


70

Descrição da Peça: Moringa de dois bicos (Pupû’i). Aplicação de engobo vermelho, decoração de flores com engobo branco. Artesã: Dina Sebastião Mendes Dimensões: 23 x 16 x 16 cm Função: Armazenar líquido.

Outra vista.

Detalhe.


71

ARLENE JULIO SABASTIÃO ALDEIA CACHOEIRINHA – TI CACHOEIRINHA, MIRANDA-MS.

Arlene e suas peças.

Peças conformadas aguardando polimento com seixos rolados

Travessa cara de peixe após banho com engobo vermelho. Seixos rolados.

Travessa polida aguardando decoração com engobe branco.

Peças em vários estágios de confecção.

Detalhe de peça já cozida.


72

Descrição da Peça: Jarra com boca em forma de flor. Aplicação de engobo vermelho, decoração de flores e ramos em engobo branco. Artesã: Arlene Julio Sebastião Dimensões: 43 x 20 x 9 cm Função: Decoração.


73

Descrição da Peça: Fruteira em forma de flor. Aplicação de engobo vermelho, decoração de flores e ramos com engobo branco. Artesã: Arlene Julio Sebastião Dimensões: 34 x 32 x 10 cm Função: Cozinha e mesa.

Descrição da Peça: Enfeite de mesa em forma de peixe. Aplicação de engobo vermelho com decoração em engobo branco imitando escamas, olhos, dentes e unhas. Artesã: Arlene Julio Sebastião Dimensões: 5,4 x 12 x 10 cm Função: Decoração


74

Descrição da Peça: Travessa cara de peixe. Aplicação de engobo vermelho com decoração de flores , ramos, escamas, olhos e nadadeiras com engobo branco. Artesã: Arlene Julio Sebastião Dimensões: 44 x 15 x 9 cm Função: Cozinha e mesa.

Descrição da Peça: Panela cara de peixe. Aplicação de engobo vermelho com decoração de flores , ramos, escamas, olhos e nadadeiras com engobo branco. Artesã: Arlene Julio Sebastião Dimensões: 40 x 32 x 15 cm Função: Cozinha e mesa.


75

Descrição da Peça: Jarra bojuda com boca em forma de flor. Aplicação de engobo vermelho, decoração de flores e ramos em engobo branco no bojo e nas bordas. Artesã: Arlene Julio Sebastião Dimensões: 43 x 20 x 9 cm Função: Decoração.


76

ROSANA ALDEIA CACHOEIRINHA – TI CACHOEIRINHA, MIRANDA-MS.

Rosana aplicando engobo vermelho.

Rosana aplicando o engobo branco.

Pratos e Bichinhos do Pantanal

Travessa polida aguardando decoração com engobe branco.


77

Descrição da Peça: Fruteira em forma de pato. Aplicação de engobo vermelho, decoração imitando olhos e penas com engobo branco. Artesã: Rosana Dimensões: 22 x 19 x 15 cm Função: Mesa e decoração

Descrição da Peça: Fruteira em forma de pato com asas e cauda recortadas nas bordas22 x 18 x 14 cm. Aplicação de engobo vermelho, decoração imitando olhos e penas com engobo branco. Artesã: Rosana Dimensões: 22 x 19 x 15 cm Função: Cozinha.


78

Descrição da Peça: Moringa de dois bicos (Pupû’i). Aplicação de engobo vermelho, decoração de flores e ramos com engobo branco. Artesã: Rosana Dimensões: 34 x 32 x 10 cm Função: Cozinha.

Descrição da Peça: Veado Macho (Tîpe) em forma de cofre. Série: Bichinhos do Pantanal. Aplicação de engobo vermelho com decoração em engobo branco imitando pelos, olhos, dentes e unhas. Artesã: Rosana Dimensões: 26 x 22 x 11 cm Função: Suvenir


79

Descrição da Peça: Veado Fêmea (Tîpe) em forma de cofre. Série: Bichinhos do Pantanal. Aplicação de engobo vermelho com decoração em engobo branco imitando pelos, olhos, dentes e unhas. Artesã: Rosana Dimensões: 30 x 24 x 11 cm Função: Suvenir

Descrição da Peça: Travessa cara de peixe. Aplicação de engobo vermelho com decoração de flores, ramos, escamas, olhos e nadadeiras com engobo branco. Artesã: Rosana Dimensões: 30 x 20 x 6 cm Função: Cozinha e mesa.


80

DIONÍSIA ELIAS JOSÉ ALDEIA CACHOEIRINHA – TI CACHOEIRINHA, MIRANDA-MS.


81

Descrição da Peça: Ânfora com flor em relevo (exciso). Aplicação de engobo vermelho, decoração de flores e ramos em engobo branco. Artesã: Dionisia Elias José Dimensões: 36 x 26 x 14 cm Função: Decoração.

Detalhe do exciso.


82

Descrição da Peça: Panela sem tampa. Aplicação de engobo vermelho com decoração de flores e grafismos com engobo branco. Artesã: Dionisia Elias José Dimensões: 44 x 15 x 9 cm Função: Cozinha e mesa.

Descrição da Peça: Jaguatirica (Tipûke). Aplicação de engobo vermelho com decoração que imita padrão de pele, olhos e boca com engobo branco. Artesã: Dionisia Elias José Dimensões: 22 x 20 x 12 cm Função: Cofre.


83

Descrição da Peça: Veado Macho (Tîpe). Série: Bichinhos do Pantanal. Aplicação de engobo vermelho com decoração que imita pele e olhos com engobo branco. Artesã: Dionisia Elias José Dimensões: 17 x 14 x 10 cm Função: Suvenir.

Descrição da Peça: Ema (Kipâe). Série: Bichinhos do Pantanal. Aplicação de engobo vermelho com decoração imitando penas, bico e pernas com engobo branco. Artesã: Dionisia Elias José Dimensões: 16 x 15 x 8 cm Função: Suvenir.


84

Descrição da Peça: Capivara (Evacaxu). Série: Bichinhos do Pantanal. Aplicação de engobo vermelho com decoração que imita pele e olhos com engobo branco. Artesã: Dionisia Elias José Dimensões: 17 x 6,5 x 9 cm Função: Suvenir.

Descrição da Peça: Jarra bojuda. Aplicação de engobo vermelho, decoração de flores, ramos e borda em engobo branco. Artesã: Dionisia Elias José Dimensões: 17 x 6,5 x 9 cm Função: Decoração.


85

ROSILENA BATISTA ALDEIA CACHOEIRINHA – TI CACHOEIRINHA, MIRANDA-MS.


86

Descrição da Peça: Vaso com flor em relevo (exciso). Aplicação de engobo vermelho, decoração de flores e ramos em engobo branco. Artesã: Rosilena Batista Dimensões: 22 x 19 x 18 cm Função: Decoração.

Detalhe dos excisos.


87

Descrição da Peça: Molheira com tampa. Aplicação de engobo vermelho com decoração de flores com engobo branco. Artesã: Rosilena Batista Dimensões: 21 x 14 x 13 cm Função: Cozinha e mesa.

Descrição da Peça: Panelinha com cabo comprido. Aplicação de engobo vermelho com decoração de flores com engobo branco. Artesã: Rosilena Batista Dimensões: 22 x 20 x 12 cm Função: Cozinha.


88

Descrição da Peça: Chaleirinha. Aplicação de engobo vermelho com decoração de flores e ramos em engobo branco. Artesã: Rosilena Batista Dimensões: 26 x 26 x 18 cm Função: Cozinha e mesa.

Descrição da Peça: Panela de duas abas laterais com tampa. Aplicação de engobo vermelho com decoração de flores em engobo branco. Artesã: Rosilena Batista Dimensões: 36 x 28 x 24 cm Função: Cozinha e mesa.


89

Descrição da Peça: Jarra de água. Aplicação de engobo vermelho com decoração de flores em engobo branco. Artesã: Rosilena Batista Dimensões: 26 x 22 x 16 cm Função: Servir líquidos.

Descrição da Peça: Frigideira ou travessa. Aplicação de engobo vermelho, decoração de pontilhados, grafismos e borda em engobo branco. Artesã: Rosilena Batista Dimensões: 28 x 26 x 6 cm Função: Cozinha e mesa.


90

Descrição da Peça: Carneiro. Série: Bichos de Granja. Aplicação de engobo vermelho com decoração que imita pelego e olhos com engobo branco. Artesã: Rosilena Batista Dimensões: 11 x 7 x 5 cm Função: Suvenir.

Descrição da Peça: Galo Vermelho. Série: Bichos de Granja. Aplicação de engobo vermelho com decoração que imita asas e olhos com engobo branco. Artesã: Rosilena Batista Dimensões: 12 x 8 x 5 cm Função: Suvenir.


91

Descrição da Peça: Galo Preto. Série: Bichos de Granja. Aplicação de engobo marrom escuro com decoração que imita penas e olhos com engobo branco. Artesã: Rosilena Batista Dimensões: 12 x 8 x 5 cm Função: Suvenir.

Descrição da Peça: Capivara (Evacaxu). Série: Bichinhos do Pantanal. Aplicação de engobo vermelho com decoração que imita pele e olhos com engobo branco. Artesã: Rosilena Batista Dimensões: 11 x 5 x 8 cm Função: Suvenir.


92

NÚCLEO FAMILIAR DILMA DA SILVA POLIDORIO I – DILMA DA SILVA POLIDORIO - Matriarca II – IVONE POLIDORIO - Cunhada III – JESSICA POLIDORIO – Filha IV – ALINE DA SILVA - Irmã ALDEIA CACHOEIRINHA – TI CACHOEIRINHA, MIRANDA-MS

Dona Dilma e filha observando as imagens de seu trabalho.

Peças produzidas pelo núcleo.

Gato: Marakaya

Canga ferruginosa.

Pasta de canga: engobo marrom escuro

Cofre em forma de pássaro..


93

Descrição da Peça: Enfeite de mesa em forma de folha. Aplicação de engobo vermelho com nervuras em inciso e pintadas com engobo branco. Artesã: Dilma da Silva Polidorio Dimensões: 18 x 10 x 4 cm Função: Suvenir.

Descrição da Peça: Porta-treco em forma de peixe. Aplicação de engobo vermelho com decoração que imita nadadeiras e olhos com engobo branco. Artesã: Dilma da Silva Polidorio Dimensões: 19 x 10 x 3 cm Função: Suvenir.


94

Descrição da Peça: Porta-treco em forma de pássaro. Aplicação de engobo vermelho e decoração imitando penas e olhos em engobo branco. Artesã: Dilma da Silva Polidorio Dimensões: 22 x 13 x 8 cm Função: Suvenir.

Descrição da Peça: Cinzeiro. Aplicação de engobo vermelho com decoração de flores com engobo branco. Artesã: Dilma da Silva Polidorio Dimensões: 13 x 13 x 4 cm Função: Decoração.


95

Descrição da Peça: Molheira em forma de ave. Aplicação de engobo vermelho e decoração imitando bico e olhos em engobo branco. Decoração interna de flores e ramos em engobo branco. Artesã: Dilma da Silva Polidorio Dimensões: 13 x 13 x 4 cm Função: Cozinha e mesa.

Descrição da Peça: Fruteira em forma de fruto. Aplicação de engobo vermelho e decoração de flores e ramos em engobo branco. Artesã: Dilma da Silva Polidorio Dimensões: 24 x 18 x 3 cm Função: Cozinha e mesa.


96

Descrição da Peça: Porta-canetas. Aplicação de engobo vermelho e decoração de flores e ramos em engobo branco. Artesã: Dilma da Silva Polidorio Dimensões: 9 x 9 x 8 cm Função: Suvenir.

Descrição da Peça: Potinho. Aplicação de engobo vermelho com decoração de flores e volutas com engobo branco. Artesã: Dilma da Silva Polidorio Dimensões: 7 x 7 x 6 cm Função: Decoração.


97

Descrição da Peça: Bilha antropomorfa. Aplicação de engobo vermelho e decoração de grafismos em engobo branco e as feições do rosto em relevo (excisos). Artesã: Ivone Polidorio Dimensões: 22 x 12 x 8 cm Função: Armazenar líquido.


98

Descrição da Peça: Pote boca-de-jacaré. Aplicação de engobo vermelho com decoração de flores e volutas com engobo branco. Artesã: Ivone Polidorio Dimensões: 21 x 13 x 12 cm Função: Decoração.


99

Descrição da Peça: Enfeite de tucano. Aplicação de engobo vermelho com decoração imitando penas e olhos com engobo branco. Artesã: Ivone Polidorio Dimensões: 15 x 6 x 5 cm Função: Decoração.


100

Descrição da Peça: Bilha. Aplicação de engobo vermelho e decoração com flores e ramos em engobo branco. Artesã: Jéssica Polidorio Dimensões: 22 x 13 x 8 cm Função: Armazenar líquido.


101

Descrição da Peça: Bilha tradicional Terena (Volôlo). Aplicação de engobo vermelho e decoração com flores e ramos em engobo branco. Artesã: Jéssica Polidorio Dimensões: 22 x 13 x 8 cm Função: Armazenar líquido.


102

Descrição da Peça: Bilha tradicional Terena (Volôlo). Aplicação de engobo vermelho e decoração bem desgastada de flores e ramos em engobo branco. Artesã: Jéssica Polidorio Dimensões: 23 x 13 x 6 cm Função: Armazenar líquido.


103

Descrição da Peça: Panela com abas laterais e tampa. Aplicação de engobo vermelho e decoração de flores, ramos e grafismos em engobo branco. Artesã: Jéssica Polidorio Dimensões: 19 x 19 x 16 cm Função: Cozinha.

Descrição da Peça: Molheira. Aplicação de engobo vermelho com decoração de na borda com engobo branco. Artesã: Jéssica Polidorio Dimensões: 13 x 13 x 6 cm Função: Decoração.


104

Descrição da Peça: Mini-jarro. Aplicação de engobo vermelho e decoração de flores e ramos em engobo branco. Artesã: Aline da Silva Dimensões: 15 x 13 x 9 cm Função: Suvenir.


105

Descrição da Peça: Mini-travessa. Aplicação de engobo vermelho e decoração de flores e ramos em engobo branco. Artesã: Aline da Silva Dimensões: 20 x 4 x 16 cm Função: Suvenir.

Descrição da Peça: Mini-cesto. Aplicação de engobo vermelho e decoração de flores e ramos em engobo branco. Artesã: Aline da Silva Dimensões: 14 x 13 x 13 cm


106

Descrição da Peça: Miniatura de Pupû’i. Aplicação de engobo vermelho e decoração de flores e ramos em engobo branco. Artesã: Aline da Silva Dimensões: 9 x 10 x 5 cm Função: Suvenir.

Descrição da Peça: Mini-abóbora. Aplicação de engobo vermelho. Artesã: Aline da Silva Dimensões: 11 x 11 x 5 cm Função: Suvenir.


107

CANDIDA LAVRA ALDEIA CACHOEIRINHA – TI CACHOEIRINHA, MIRANDA-MS.


108

Descrição da Peça: Panela com alças cilíndricas e tampa. Aplicação de engobo vermelho com decoração de flores e ramos com engobo branco. Artesã: Cândida Lavra Dimensões: 36 x 30 x 24 cm Função: Cozinha.

Descrição da Peça: Panela com alças em concha invertida e tampa. Aplicação de engobo vermelho com decoração de flores e ramos com engobo branco. Artesã: Cândida Lavra Dimensões: 32 x 26 x 26 cm Função: Cozinha.


109

Descrição da Peça: Volôlo com tampa. Aplicação de engobo vermelho com decoração de flores e ramos com engobo branco. Artesã: Cândida Lavra Dimensões: 31 x 17x 7 cm Função: Armazenar líquido.


110

Descrição da Peça: Pupûi pequeno. Aplicação de engobo vermelho com decoração de flores e ramos com engobo branco. Artesã: Cândida Lavra Dimensões: 16 x 15 x 10 cm Função: Suvenir.

Descrição da Peça: Cuia. Aplicação de engobo vermelho com borda em engobo branco. Artesã: Cândida Lavra Dimensões: 11 x 11 x 5 cm Função: Porta sementes.


111

Descrição da Peça: Tamanduá (Tíkoa). Série: Bichinhos do Pantanal. Aplicação de engobo vermelho com decoração imitando pelos, garras e olhos em engobo branco. Artesã: Cândida Lavra Dimensões: 23 x 7 x 6 cm Função: Suvenir.

Descrição da Peça: Capivara (Evakaxu). Série: Bichinhos do Pantanal. Aplicação de engobo vermelho com decoração imitando pelos, garras e olhos em engobo branco.. Artesã: Cândida Lavra Dimensões: 21 x 12 x 8 cm Função: Suvenir.


112

Descrição da Peça: Castiçal em forma de pato. Série: Bichinhos do Pantanal. Aplicação de engobo vermelho com decoração imitando penas e olhos em engobo branco. Artesã: Cândida Lavra Dimensões: 22 x 15 x 14 cm Função: Suvenir.

Descrição da Peça: Cofre em forma de Zebu (Vûi). Série: Bichinhos de Granja. Aplicação de engobo vermelho com decoração imitando couro, giba, cascos e olhos em engobo branco. Artesã: Cândida Lavra Dimensões: 26 x 15 x 14 cm Função: Suvenir.


113

ALZIRA FRANCISCO ALDEIA CACHOEIRINHA – TI CACHOEIRINHA, MIRANDA-MS.


114

Descrição da Peça: Potinho com tampa. Aplicação de engobo vermelho com decoração de grafismos em engobo branco. Artesã: Alzira Francisco Dimensões: 23 x 7 x 6 cm Função: Suvenir.


115

Descrição da Peça: Mini-chaleira. Aplicação de engobo vermelho com decoração de grafismos em engobo branco. Artesã: Alzira Francisco Dimensões: 32 x 26 x 26 cm Função: Cozinha.


116

REGINA ALDEIA ARGOLA – TI CACHOEIRINHA, MIRANDA-MS.

Descrição da Peça: Índio (Hoyeno kopénoti) na dança do bate-pau (Hiyokéxoti kipâe). Cerâmica cozida com decoração em tinta guache, saiote feito de palha de acuri (Attalea phaleratta), bastão e arco feitos de taquara (Bambusa taquara). Artesã: Regina Dimensões: 45 x 18 x 10 cm Função: Decoração.


117

Descrição da Peça: Índia (Seno kopénoti) grávida. Cerâmica cozida com decoração em tinta guache. Artesã: Regina Dimensões: 45 x 18 x 10 cm Função: Decoração.


118

EVA FRANCISCO CARVALHO ALDEIA CACHOEIRINHA – TI CACHOEIRINHA, MIRANDA-MS.


119

Descrição da Peça: Fruteira. Aplicação de engobo vermelho com decoração de flores e ramos com engobo branco. Artesã: Eva Francisco C. Dimensões: 40 x 40 x 13 cm Função: Mesa e decoração.

Descrição da Peça: Tigelinha. Aplicação de engobo vermelho com grafismos em engobo branco. Artesã: Eva Francisco C. Dimensões: 12 x 12 x 4 cm Função: Mesa e decoração.


120

Descrição da Peça: Travessa em forma de flor. Aplicação de engobo vermelho com decoração de flores com engobo branco. Artesã: Eva Francisco C. Dimensões: 40 x 40 x 13 cm Função: Decoração.

Descrição da Peça: Tartaruga . Série: Bichinhos do Pantanal. Aplicação de engobo vermelho com decoração de engobo branco imitando casco, olhos e patas em engobo branco. Casco desenhado com incisos. Artesã: Eva Francisco C. Dimensões: 27 x 18 x 9 cm Função: Suvenir.


121

Descrição da Peça: Jarrinho. Aplicação de engobo vermelho com decoração de flores e ramos com engobo branco. Artesã: Eva Francisco C. Dimensões: 14 x 9 x 7 cm Função: Suvenir.


122

Descrição da Peça: Cabecinha de índio (Hoyeno Kopenôti). Aplicação de engobo vermelho com decoração grafismos em engobo branco e pena de galinha. Artesã: Eva Francisco C. Dimensões: 6 x 3 x 2 cm Função: Suvenir.

Descrição da Peça: Jacaré (Vetékeke). Série: Bichinhos do Pantanal. Aplicação de engobo vermelho com decoração de engobo branco imitando pele, olhos e patas em engobo branco. Artesã: Eva Francisco C. Dimensões: 13 x 12 x 4 cm Função: Suvenir.


123

Descrição da Peça: Cabecinha de índia (Seno Kopenôti). Aplicação de engobo vermelho com decoração grafismos em engobo branco e cabelos com engobo marrom escuro.. Artesã: Eva Francisco C. Dimensões: 7 x 5 x 3 cm Função: Suvenir.

Descrição da Peça: Cateto ou Caititu (Kovêco). Série: Bichinhos do Pantanal. Aplicação de engobo vermelho com decoração de engobo branco imitando pele, olhos e patas em engobo branco. Artesã: Eva Francisco C. Dimensões: 20 x10 x 9 cm Função: Suvenir.


124

BRAULINA ALDEIA ARGOLA – TI CACHOEIRINHA, MIRANDA-MS.


125

Descrição da Peça: Tartaruga (Xulûki). Série: Bichinhos do Pantanal. Aplicação de engobo vermelho com decoração de engobo branco imitando casco, olhos e patas em engobo branco. Casco desenhado com incisos. Artesã: Braulina Dimensões: 17 x 10 x 6 cm Função: Suvenir.

Descrição da Peça: Patinha. Série: Bichinhos do Pantanal. Aplicação de engobo vermelho com decoração de engobo branco imitando bico, penas e olhos em engobo branco. Artesã: Braulina Dimensões: 15 x 10 x 9 cm Função: Suvenir.


126

Descrição da Peça: Carneiro. Série: Bichinhos de Granja. Aplicação de engobo vermelho com decoração de grafismos e olhos em engobo branco Artesã: Braulina Dimensões: 17 x 10 x 6 cm Função: Decoração.

Descrição da Peça: Cachorro (Tamúku). Série: Bichinhos de Granja. Aplicação de engobo vermelho. Artesã: Braulina Dimensões: 14 x 11 x 9 cm Função: Decoração.


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MARIA RITA MUCHACHO ALDEIA CACHOEIRINHA – TI CACHOEIRINHA, MIRANDA-MS.


128

Descrição da Peça: Jarrinho. Aplicação de engobo vermelho com decoração de flores e ramos com engobo branco. Artesã: Maria Rita Muchacho. Dimensões: 19 x 8 x 6 cm Função: Suvenir.

Descrição da Peça: Cinzeiro. Aplicação de engobo vermelho com decoração de flores e ramos com engobo branco. Artesã: Maria Rita Muchacho Dimensões: 13 x 13 x 3 cm Função: Suvenir.


129

Descrição da Peça: Pupûi pequeno. Aplicação de engobo vermelho com decoração de flores e ramos com engobo branco. Artesã: Maria Rita Muchacho. Dimensões: 12 x 10 x 9 cm Função: Suvenir.

Descrição da Peça: Chaleirinha. Aplicação de engobo vermelho com decoração de flores e ramos com engobo branco. Artesã: Maria Rita Muchacho Dimensões: 18 x 12 x 11 cm Função: Suvenir.


130

Descrição da Peça: Cestinho. Aplicação de engobo vermelho com decoração de flores e ramos com engobo branco. Artesã: Maria Rita Muchacho Dimensões: 12 x 10 x 3 cm Função: Suvenir.

Descrição da Peça: Tatu-galinha (Xulûki). Série: Bichinhos do Pantanal. Aplicação de engobo vermelho e decoração imitando olhos e carapaça em engobo branco. Artesã: Maria Rita Muchacho Dimensões: 15 x 7 x 6 cm Função: Suvenir.


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Descrição da Peça: Tartaruga. Série: Bichinhos do Pantanal. Aplicação de engobo vermelho com decoração de engobo branco imitando casco, olhos e patas em engobo branco. Artesã: Maria Rita Muchacho Dimensões: 15 x 7 x 6 cm Função: Suvenir.

Descrição da Peça: Travessinha cara de peixe. Série: Bichinhos do Pantanal. Aplicação de engobo vermelho e decoração imitando olhos e escamas em engobo branco. Artesã: Maria Rita Muchacho Dimensões: 18 x 12 x 3 cm Função: Suvenir.


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Bichinhos do Pantanal em Madeira Antigamente a técnica de esculpir os Bichinhos do Pantanal era totalmente manual, utilizando-se ferramentas de corte como canivetes e formões. Hoje, os artesãos da Terra Indígena Pilad Rebuá já se valem de ferramentas elétricas como serras tico-tico, politrizes e mini-retíficas.

Ferramenta de lixar, adaptada por Anderson.

José Medina preparando um jacaré (Vétekeke).

Os principais núcleos de produção de Bichinhos do Pantanal em madeira são dirigidos por José Medina, José Fonseca da Silva e Anderson. Os dois primeiros situam-se na Aldeia Passarinho e o último na Aldeia Moreira. Todos utilizam técnicas e ferramentas semelhantes. José Medina é o principal artesão, tendo transmitido a técnica para seus filhos Eliézer Campos dos Santos e Alexandro Medina e a sua esposa Marilza Campos Medina, bem como para Anderson, seu genro, que acabou constituindo seu próprio núcleo. José Fonseca da Silva é autodidata.

Dona Marilza pintando um quati (Kútexo).

Oficina no quintal da família.


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A madeira utilizada é o cedro (Cedrela fissilis), que é adquirido na forma de vigas aparelhadas (tábuas com mais ou menos 4 cm de espessura) ou de troncos oriundos de poda. Por meio de gabaritos em papelão, o contorno do bichinho é passado para a tábua e recortado com a serra tico-tico. Os detalhes são então esculpidos e polidos com os equipamentos de mini-retífica (brunidores, discos de corte, discos de polimento).

Etapas de corte de um jacaré (Vétekeke).

Tábua com contorno de capivara desenhado.

Dependendo da textura da pele do bichinho, a peça recebe uma pintura à base de água ou verniz copal sintético. Cada etapa do processo de esculpir vai sendo transmitida aos membros da família que, ao fim de certo tempo, acabam dominando-as por inteiro para cada tipo de bichinho. Mas, preferencialmente, a família trabalha como numa linha de produção, com cada membro executando uma etapa do processo. As peças são muito apreciadas pelo realismo com que retratam os animais do Pantanal, encontrando-se nas lojas de Bonito, Campo Grande e nos estabelecimentos comerciais ao longo da rodovia BR 262, conforme mencionado anteriormente. Os três artesãos também produzem peças em grande formato, por encomenda.


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Detalhe do jacaré – José Medina.

Jacaré de grande porte – José Medina


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NÚCLEO DE JOSÉ MEDINA ALDEIA PASSARINHO – TI PILAD REBUÁ, MIRANDA-MS.

Capivaras (Evakaxu). Peças secando.

Jacarés (Vétekeke). Peças secando

Arara (Parâva)

Ariranhas.

Fase de polimento dos jacarés.

Jacarezinhos envernizados secando ao sol.


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Descrição da Peça: Anta (Mayane kámo). Escultura em cedro com detalhes entalhados imitando pelos. Pintura com tinta a base de água. Artesão: José Medina Função: Suvenir Dimensões: 9,5 x 5 x 3 cm

Descrição da Peça: Capivara (Evakaxu). Escultura em cedro envernizado com detalhes entalhados imitando pelos. Orelhas, focinho e patas pintados com a base de água. Artesão: José Medina Dimensões: 8 x 5 x 3 cm Função: Suvenir.


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Descrição da Peça: Tamanduá Bandeira (Tíkoa). Escultura em cedro com detalhes entalhados imitando pelos. Pintura com tinta a base de água. Artesão: José Medina Função: Suvenir Dimensões: 13 x 5 x 3 cm

Descrição da Peça: Tamanduá Mirim (Kali Tíkoa). Escultura em cedro com detalhes entalhados imitando pelos. Artesão: José Medina

Dimensões: 15 x 5 x 3 cm

Função: Suvenir.


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Descrição da Peça: Quati (Kútexu). Escultura em cedro com pintura em tinta a base de água. Artesão: José Medina Função: Suvenir Dimensões: 14 x 14 x 4 cm

Descrição da Peça: Jacaré (Vétekeke). Escultura em cedro envernizado com detalhes entalhados imitando protuberâncias da pele. Olhos e detalhes do corpo pintados com tinta a base de água. Artesão: José Medina

Dimensões: 26,5 x 5 x 3 cm

Função: Suvenir.


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Descrição da Peça: Cateto ou Caititu (Kovêko). Escultura em cedro com detalhes entalhados imitando pelos e pintura em tinta a base de água. Artesão: José Medina Função: Suvenir Dimensões: 11 x 11 x 3 cm


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NÚCLEO DE JOSÉ FONSECA DA SILVA ALDEIA PASSARINHO – TI PILAD REBUÁ, MIRANDA-MS.


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Descrição da Peça: Macaco (Kâi). Escultura em cedro com detalhes entalhados imitando pelos. Orelhas, focinho e patas pintados com tinta guache. Artesão: José Fonseca da Silva Função: Suvenir Dimensões: 9 x 7 x 2 cm

Descrição da Peça: Cutia (Ánakehe). Escultura em cedro envernizado com detalhes entalhados imitando pelos. Orelhas, focinho e patas pintados com tinta guache. Artesão: José Fonseca da Silva

Dimensões: 7 x 3 x 2 cm

Função: Suvenir.


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Descrição da Peça: Jacaré (Vétekeke). Escultura em cedro envernizado com detalhes entalhados imitando protuberâncias da pele. Olhos pintados com tinta guache. Artesão: José Fonseca da Silva Função: Suvenir Dimensões: 23 x 5 x 5 cm

Descrição da Peça: Canoa e remo. Escultura em cedro envernizado com detalhes de grafismo Terena pirografados. Artesão: José Fonseca da Silva

Dimensões: 19 x 3 x 2 cm

Função: Suvenir.


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NÚCLEO DE ANDERSON ALDEIA MOREIRA – TI PILAD REBUÁ, MIRANDA-MS.


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Descrição da Peça: Tatu-galinha. Escultura em cedro com detalhes entalhados imitando protuberâncias da pele. Artesão: Anderson Função: Suvenir Dimensões: 24 x 5 x 5 cm


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Cestos de Taboca A taboca (Guadua augustifolia) é um tipo de bambu nativo do Brasil, presente com certa abundância na Terra Indígena Cachoeirinha. Muito utilizados para armazenar legumes e tubérculos por serem bem resistentes, os cestos de taboca estão plenamente integrados à economia agrícola Terena, embora também sejam produzidos para venda. As indígenas Nilda Silva Arruda e Jesuína da Silva na Aldeia Babaçu são as principais artesãs detentoras desse importante saber que é estreitamente vinculado à vida cotidiana da aldeia. Algumas ceramistas, como a Rosana de Cachoeirinha, também confeccionam cestos e outras peças em taboca. O processo, à primeira vista, pode parecer simples, mas segue todo um procedimento cercado de cuidados para que o resultado seja satisfatório. O primeiro passo é a colheita antes que as varas amadureçam muito, pois o manejo do trançado requer uma flexibilidade tal que seria impossível tecer os cestos se as mesmas estivessem maduras e secas. Portanto, as varas de taboca são colhidas ainda verdes para que, com uma faca bem afiada, a artesã possa cortar lascas delgadas e compridas. É com essas lascas que se fará o trançado quadricular. Para a conformação de um cesto é preciso começar o trançado de baixo para cima até a altura final, com uma tira interceptando e transpondo a outra. 1 Uma vara de taboca de cerca de 2 metros é suficiente para um cesto grande (Boca com diâmetro de 55 cm, altura de 52 cm e base quadrada de 30 cm de lado). As peças são vendidas na aldeia ou nas feiras de Miranda.

1

RIBEIRO, Berta G. Dicionário do artesanato indígena. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: USP, 1988, p. 66.


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Corte das lacas de taboca. A vara de taboca ao fundo

O trançado quadricular.

Cestos inacabados. Borda por fazer.

Cesto pronto. Boca: diâmetro de 55 cm, altura 52 cm e base quadrada de 30 cm de lado

A artesã Nilda com cestos ainda faltando confeccionar as bordas.

Casa de tijolo de adobe utilizada como depósito pela artesã.


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Descrição da Peça: Cesto gameliforme sem alça. Artesão: Rosana Dimensões: 30 x 30 x 10 cm Função: Fruteira.

Descrição da Peça: Cesto gameliforme com alça. Função: Transporte ou Artesão: Rosana Dimensões: 40 x 25 x 25 cm decoração.


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Artesanato em Taboa O artesanato em taboa (Typha dominguensis) é atualmente praticado pela indígena Rita Gomes Rodrigues e sua família na Aldeia Passarinho. A família de dona Rita mistura antepassados das etnias Terena, Layana e Kinikinaw, todos oriundos do povo Txané-Guaná. A técnica do trançado em taboa entre os Terena da TI Pilad Rebuá foi revitalizada por meio de uma oficina realizada em 2002, sob o patrocínio do Governo de Mato Grosso do Sul. A taboa é encontrada nos terrenos alagadiços próximos da aldeia. O processo consiste em colher os talos de taboa ainda verdes e deixar que sequem ao sol por um período de tempo de um pouco mais que um mês.

Esse cuidado

garante que a fibra fique resistente, macia e flexível. Depois de secas, as fibras da taboa são trançadas em cordões simples que são costurados uns aos outros de forma a conformar as peças, que podem ser cestos, chapéus, fruteiras, bolsas e outros. O material é vendido na feira de Miranda e no Centro Referencial da Cultura Terena de Miranda.

Espiga da Taboa liberando sementes ao vento.


149

Taboa nos terrenos alagadiços da Aldeia Passarinho.

Feixe de fibras secas e cordões

Costurando cordões dois a dois para conformar as peças.

Dona Rita com um feixe de fibras secas.

Oca coberta de sapé – local de trabalho.


150

Descrição da Peça: Travessa com aba. Artesão: Rita Gomes Rodrigues Dimensões: 45 x 30 x 9 cm

Função: Decoração.

Descrição da Peça: Bolsa com alça. Artesão: Rita Gomes Rodrigues Dimensões: 49 x 45 x 8 cm

Função: Transporte.


151

Descrição da Peça: Tapete (esteira) retangular com bordas arredondadas. Artesão: Rita Gomes Rodrigues Dimensões: 100,02 x 90 x 4 cm Função: Decoração.

Descrição da Peça: Tapete oval com detalhes vazados. Artesão: Rita Gomes Rodrigues Dimensões: 117 cm (diâmetro) Função: Decoração.


152

Descrição da Peça: Fruteira redonda. Artesão: Rita Gomes Rodrigues Dimensões: 36 x 22 x 12 cm

Função: Decoração.


153

Descrição da Peça: Cestinho de pindó (Syagrus romanzoffiana) Artesão: Rita Gomes Rodrigues Dimensões: 19 x 14 x 12 cm. Função: Decoração.


154

Artesanato em pindó O pindó (Syagrus romanzoffiana) é uma palmeira de folhas pinadas bastante comum na Aldeia Lalima. O artesanato a partir de elementos do limbo dessa palmeira é praticado pela indígena Neide Rodrigues e suas filhas Maria Eunice Rodrigues, Joanice Rodrigues e Eleonice Rodrigues. Da mesma forma que no artesananato em taboa, a técnica também foi revitalizada em 2002. Em princípio, o artesanato estava direcionado ao uso da folha da palmeira Carandá (Copernicia australis), mas as artesãs acharam bem mais adequado usar o pindó, porque suas fibras são mais longas. Tudo começa com a colheita dos brotos de pindó, tarefa executada pelos homens na época das chuvas (a partir de outubro). Do folíolo cortam-se tiras de palha e a nervura central é separada. Um feixe de nervuras é enrolado pelas tiras, constituindo o elemento (cordão) com que se vai costurar e conformar a peça. Costuram-se os elementos com a palha, em ponto de nó, e entremeiam-se fasquias de cipó imbé (Philodendron corcovadense) formando figuras geométricas para efeito decorativo. 2 Com essa técnica as artesãs fazem cestos, bolsas, tapetes e roupas especiais para a dança do bate-pau (Hiyokéxoti Kipâe).

Pindó (Syagrus romanzoffiana)

2

RIBEIRO, Berta G., op. cit., p. 65.


155

Joanice Rodrigues e Maria Eunice Rodrigues, filhas de dona Neide.

Fazendo a costura em ponto de nó.

Peça inacabada. Ver detalhe do feixe de nervuras.

Maria Eunice enrolando a palha no feixe de nervuras.

Fasquia do cipó imbé (marrom) e palha de pindó.

Saia para dança do bate-pau de taquarinha e semente de pau-brasil.


156

Descrição da Peça: Fruteira com alça, sem decoração. Artesão: Neide Rodrigues Dimensões: 22 x 15 x 10 cm Função: Decoração.

Descrição da Peça: Fruteira com alça, com decoração de grega de em timbé. Artesão: Neide Rodrigues Dimensões: 23 x 22 x 22 cm Função: Decoração.


157

Descrição da Peça: Bolsa (Nipúku) com decoração de losango em timbé. Artesão: Neide Rodrigues Dimensões: 41 x 28 x 13 cm Função: Transporte.

Descrição da Peça: Bustiê para dança do bate-pau. Artesão: Neide Rodrigues Dimensões: 22 x 15 x 10 cm Função: Celebração.


158

Abanicos de carandá A carandá (Copernicia Alba) é uma palmeira comum no Pantanal, Chaco Paraguaio, Bolívia e Argentina. Tiras de seus folíolos são usadas para confeccionar chapéus, cestos e cordas, enquanto seus troncos maduros são utilizados em cercas e construções. 3 O abanico da folha de carandá, confeccionado pelos indígenas Terena e Kadiwéu, é usado como leque, atiçador de fogo e para afastar insetos. Portanto é um instrumento multiuso na vida das aldeias e sua técnica, assim como a cerâmica, é transmitida entre gerações pela linha feminina. Não é incomum que boas oleiras sejam também exímias trançadoras de abanicos. A forma flabeliforme (em leque) da folha do carandá sugere a forma final do abanico. A partir da nervura os folíolos opostos vão sendo entrelaçados de modo a fechar o leque natural da folha. O punho, que é a nervura, também é envolvido com o entrelaçamento dos folíolos, conferindo assim um acabamento elegante à peça. 4

Carandá (Copernicia Alba).

3

SALIS, Suzana Maria; MATTOS, Patrícia Povoa. Floração e frutificação da Bocaiúva (Acrocomia aculeata) e do Carandá (Copernicia alba) no Pantanal (Comunicado Técnico). Corumbá: EMBRAPA, 2009, p.1. 4 RIBEIRO, Berta G., op. cit., p. 65.


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Artesão: Eva Francisco Carvalho

Descrição da Peça: Abanico Dimensões: 30 x 22 x 22 cm

Detalhe do trançado.

Função: Multiuso.


160

Colares, brincos, pulseiras e outros ornamentos. Indígenas de diversas aldeias praticam essa modalidade de artesanato, que é vendido principalmente no Centro Referencial de Cultura Terena em MirandaMS. O material utilizado inclui sementes, penas, cabaças, conchas, ossos e madeira. Alguns artesãos fabricam por encomenda cocares e trajes típicos para dança do bate-pau (Hiyokéxoti Kipâe). Nem todo material é coletado nas terras indígenas de Miranda. Grande parte da matéria-prima, sobretudo sementes de açaí (Euterpe oleracea) e conchas, é adquirida em lojas especializadas de Campo Grande ou de outros artesãos não índios. A esse respeito, ressalte-se que algumas peças sofrem influência desse artesanato não índio, como a feitura de “filtros do sonho” e móbiles e também a utilização de acessórios de aço, plástico e cordões industrializados. As principais sementes utilizadas são: (1) Flamboyant (Delonix regia); (2) saboneteira (Sapindus saponaria); (3) falso pau-brasil (Adenanthera pavonina); (4) capim-rosário ou lágrima de nossa senhora (Coix lacryma-jobi); (5) olho-deboi (Dioclea violacea); (6) chapéu de lampião ou aguaí (Chrysophyllum viride); (7) jatobá (Hymenaea courbari); (8) tucum (Astrocaryum vulgare); (9) olho de pomba (Abarema Lagsdorffii); (10) olho de cabra (Ormosia arbórea); (11) carobinha (Jacaranda decurrens) e ainda sementes de amendoim de arara e de chimbua, que não se conseguiu identificar pelo nome científico. Outros materiais muito utilizados são a taquarinha (Arundinaria ssp), a cabaça (Lagenaria siceraria) e os coquinhos da Bocaiúva (Acrocomia mokayayba). Os artesãos mais ativos, Luis Carlos Piuna (Tronco), Virgílio de Souza e Maria Augusta Nogueira, residem na aldeia Passarinho. Os três trabalham juntos, compartilhando ferramentas e matéria-prima, muito embora seus produtos sejam distintos. Atingiram um alto grau de sofisticação na confecção das peças, a ponto de elaborarem projetos de adornos em que antecipam a combinação de sementes, vagens e taquarinha.


161

Árvore do falso pau-brasil.

Sementes de falso pau-brasil nas vagens.

Material para confecção de chocalhos (Virgílio).

Sementes de saboneteira.

Colares (Virgílio e Tronco).

Brincos de açaí e penas de periquito (Matilda e Antonio Cebalio).


162

Projeto de colar – Virgilio Souza

Virgilio Souza com colar de dente de onça.

Luis Carlos Piuna, o Tronco.

Maria Augusta Nogueira.


163

Descrição da Peça: Colar de dentes de onça (Felis onca) e coquinhos. Artesão: Virgilio Souza Dimensões: Diâmetro = 25 cm Função: Ornamento.

Descrição da Peça: Brincos de açaí (Euterpe oleracea) e coquinho. Artesão: Virgilio Souza Dimensões: 12 x 2 cm Função: Ornamento.


164

Descrição da Peça: Brincos de lucênia e saboneteira. Artesão: Virgilio Dimensões: 12 x 2 cm Função: Ornamento.

Descrição da Peça: Colar de saboneteira e dentes de jacaré. Artesão: Virgilio Dimensões: Diâmetro = 28 cm Função: Ornamento.


165

Descrição da Peça: Cocar de penas de papagaio. Artesão: Tronco Dimensões: Diâmetro = 50 cm Função: Ornamento.

Descrição da Peça: Brinco de semente de pau-brasil e taquarinha Artesão: Tronco Dimensões: 12 x 2 cm Função: Ornamento.


166

Descrição da Peça: Colar de sementes de flamboyant e pau-brasil. Artesão: Tronco Dimensões: Diâmetro = 30 cm Função: Ornamento.

Descrição da Peça: Colar de semente de saboneteira, taquarinha e presas (dentes) de caititu ou cateto (Tayassu tajacu) Artesão: Tronco Dimensões: Diâmetro = 25 cm Função: Ornamento.


167

Descrição da Peça: Brinco de sementes de rosário, saboneteira, pau-brasil e chapéu de lampião. Artesã: Maria Augusta Dimensões: 7 x 5 cm Função: Ornamento.

Descrição da Peça: Pulseira de sementes de flamboyant e rosário Artesã: Maria Augusta Dimensões: 7 x 2 cm Função: Ornamento.


168

Descrição da Peça: Pulseira de sementes de flamboyant, saboneteira e chapéu de lampião. Artesã: Maria Augusta Dimensões: 7 x 5 cm Função: Ornamento.

Descrição da Peça: Brincos de penas de papagaio e taquarinha. Artesã: Maria Augusta Dimensões: 10 x 2 cm Função: Ornamento.


169

REFERÊNCIAS AZANHA, Gilberto. As Terras Indígenas Terena no Mato Grosso do Sul. Revista de Estudos e Pesquisas da FUNAI: Brasília, v.2, n.1, p.61-111, jul. 2005. BALDUS, Hebert. Ensaios de etnologia brasileira. 2 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1979. ______. Introdução. In: BOGGIANI, Guido. Os Caduveos. Tradução de Amadeu Amaral Júnior. Belo Horizonte: Itatiaia, 1975. BARBOSA, Wallace de Deus. Cerâmica Terena. Rio de Janeiro: Funarte/ IPHAN/CNFCP, 2003. CASTELNAU, Francis. Expedição às regiões centrais da América do Sul. Belo Horizonte/ Rio de Janeiro: Itatiaia, 2000. FERNANDES JÚNIOR, José Resina. Índio urbano em Campo Grande: conflito cultural e estratégias de sobrevivência - desenvolvimento local. 2005. 424p. (Tese de Doutoradamento) - Programa de Doutorado em Desenvolvimento Local e Planificação Territorial da Universidade Complutense de Madri em convênio com a Universidade Católica Dom Bosco, p. 126-133. FLORENCE, Hercules. Esboço da viagem feita pelo Sr. Langsdorff no interior do Brasil, desde setembro de 1825 até março de 1829. Revista do IHGEB, Rio de Janeiro, tomo XXXVIII, parte primeira, p. 337-469, 1875. IBGE. Censo Demográfico 2010: características gerais dos indígenas. Rio de Janeiro, 2010. Tab. 12 – População indígena com indicação das 15 etnias com maior número de indígenas, por localização do domicílio – Brasil – 2010. OBERG, Kalervo. The Terena and the Caduveo of southern Mato Grosso, Brazil. Smithsonian Institution, Institute of Social Anthropology: Washington, publication Nº 9, 1949.


170

OLIVEIRA, Roberto Cardoso de. A sociologia do Brasil indígena. São Paulo: Editora da USP, 1972. ______. Matrimônio e solidariedade tribal Terena. In: ______. Enigmas e soluções. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro; Fortaleza: Edições Universidade Federal do Ceará, 1983. RIBEIRO, Berta G. Dicionário do artesanato indígena. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: USP, 1988. RIBEIRO, Darcy. Kadiwéu: ensaios etnológicos sobre o saber, o azar e a beleza. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1980. SALIS, Suzana Maria; MATTOS, Patrícia Povoa. Floração e frutificação da Bocaiúva (Acrocomia aculeata) e do Carandá (Copernicia alba) no Pantanal (Comunicado Técnico). Corumbá: EMBRAPA, 2009, p.1. TAUNAY, Alfredo d’Escragnolle. Scenas de viagem: exploração entre os rios Taquary e Aquidauana no districto de Miranda. Rio de Janeiro: Typographia Americana, 1868. URBAN, Greg. A história da cultura brasileira segundo as línguas nativas. Tradução de Beatriz Perrone-Moisés. In: CUNHA, Manoela Carneiro da (Org.). História dos índios no Brasil. São Paulo: Companhia da Letras: Secretaria Municipal: FAPES, 1992. VIETTA, Kátya. Os “valores” da cerâmica terena campo-grandense: um patrimônio em busca de reconhecimento. Campo Grande: FUNDAC, 2012.


171

Anexo 01

Roteiro de Pesquisa para o Inventário da Cultura Material Terena (Artefatos, matéria prima, saberes e fazeres) – Miranda/MS.

1 - Agricultura/Extrativismo/Pecuária •

Agricultura: o Modos de preparar a terra (limpeza do terreno [corte e queima], aragem, pousio e correção do solo, adubação); o Modos de seleção ou aquisição de sementes e plantio de mudas (sementes tradicionais [crioulas], banco de sementes); o Modos de plantar ou semear, de coletar e de armazenar os frutos da terra; o Modos de beneficiar os frutos da terra: fabricação de farinha de mandioca e/ou dos cocos, féculas, extração das castanhas, beijus etc.;

Extrativismo: o Modos de coletar (cocos de buriti, bocaiúva, cumbaru, bacuri, palmitos e produtos de outras palmeiras, frutos da guavira, pequi, jatobá e outros frutos do cerrado, cereais nativos [arroz do pantanal, milho], ervas medicinais) o Modos de coleta de fibras, taquaras, sementes e outros produtos vegetais para confecção de artesanatos; o Modos de abater árvores, beneficiamento da madeira bruta;

Pecuária e criação doméstica o Manejo do gado; o Modos tradicionais de construir cercas, cercados, currais, cochos, chiqueiros; o Artefatos de montaria; o Criação doméstica de aves;

Divisão do trabalho por sexo e faixa etária;

Divisão da terra (família nuclear, família extensa, outros)

Divisão da colheita e/ou coleta produtos da coleta;

Comercialização de excedentes;

Ferramentas em geral.


172

2 - Caça e Pesca •

Caça: o Modos de caçar: de tocaia, com ajuda de cães, com armas tradicionais, com armas de fogo, outras; o Armas: arco, bodoques, flechas, zarabatanas, pelotas, bordunas e outros; o Venenos para flechas (curare e outros); o Armadilhas de caça: arapuca, visgo, laços, covas, estacas e outros; o Uso de pio para atrair caça;

Pesca: o Modos de pescar (linha e anzol, entorpecimento, rede, armadilhas, mergulho, com facho de fogo e facão, outras); o Substâncias entorpecentes para capturar peixes (timbós, tinguís e outros); o Armadilhas de pesca (jequi, covo, João Bobo, cerca de taquara, peneira, balaio e outros) o Anzóis, arpões; o Redes de pesca; o Construção de embarcações e remos; o Modos de navegar, remar, atracar etc.; o Barragens para criação e/ou captura de peixes;

Preparo e conservação das caças e pescados (moquém, defumação, salga, conserva em gordura, outros);

Preparo de couros e peles;

Preparo e utilização de dentes, ossos, chifres, unhas, peles, penas, élitros de insetos, escamas, conchas, carapaças de quelônios e outros materiais de origem animal para confecção de artesanatos;

Divisão da atividade por sexo e faixa etária;

Divisão dos produtos de caça e pesca;

Comercialização de excedentes;

Ferramentas em geral.


173

3 - Artesanato •

Cerâmica o Extração das argilas, jazidas, tipos de argilas e função específica (conformação, engobes, antiplásticos, outros) o Preparação da massa (antiplásticos, misturas etc.), o Conformação das peças

Método: rolinhos, placas, paletagem, bloco, pseudotorno, molde e outros,

Tipos de artefatos: panelas, alguidares, jarros, bilhas, figuras, bichinhos, fogareiros, pendentes etc.

o Acabamento: polimento, cobertura com engobes, decoração, grafismo, incisos, excisos etc.; o Secagem; o Queima: tipos de forno, métodos de cozedura, combustível (lenha, folhas, cortiças etc.); o Ferramentas; o Aspectos lúdicos e saberes tradicionais quanto a interdições (período menstrual, fases da lua, outros); o Divisão das atividades por sexo e faixa etária; o Comercialização. •

Cestaria e trançados o Coleta e preparação de fibras: tipos (taboa, aguapé, couros e peles, palmas, cascas, entrecascas etc. o Formas de trançar; o Tipos: cestos, tipóias, chapéus, esteiras, redes, pulseiras, saiotes, outros. o Ferramentas; o Aspectos lúdicos e saberes tradicionais quanto a interdições (período menstrual, fases da lua, outros); o Divisão das atividades por sexo e faixa etária; o Comercialização.

Tecelagem o Coleta, preparação e tingimento de fios de algodão ou outros. o Formas de tecer (urdidura): manual, teares, outros; o Tipos de teares utilizados (tradicional ou de origem européia); o Tipos de tecidos (telas); o Tipos de produtos de tecelagem: vestimentas, tangas, redes, faixas e outros; o Ferramentas;


174

o Aspectos lúdicos e saberes tradicionais quanto a interdições (período menstrual, fases da lua, outros); o Divisão das atividades por sexo e faixa etária; o Comercialização. •

Armas tradicionais: arco, flecha, borduna, zarabatana, outros; o Matéria prima; o Modos de fazer.

Objetos religiosos: maracás, flautas, bastões, escarificadores, zunidores, outros. o Matéria prima; o Modos de fazer.

Objetos lúdicos: peteca, bichinhos de argila, bichinhos de madeira, bonecas, armas de brinquedo, outros; o Matéria prima; o Modos de fazer

Instrumentos musicais: flautas, ocarinas, maracás, chocalhos, apitos, pios, outros; o Matéria prima; o Modos de fazer.

Adornos: colares, brincos, cocares, tiaras, tambetá, outros. o Matéria prima; o Modos de fazer.

Pintura corporal o Tinturas (jenipapo, urucum, outro); o Modos de pintar; o Tipos de grafismo; o Divisão das atividades por sexo e faixa etária;

Artesanato em chifre, ossos, couro, carapaças e outros materiais: pentes, artigos de montaria, guampas e outros objetos. o Processos de cortar, esculpir, polir; o Ferramentas; o Divisão das atividades por sexo e faixa etária; o Comercialização.

4 – Modos Tradicionais de Habitação •

Casa: o Tipologia construtiva: forma, dimensões, cobertura, divisões, abertura de portas ou janelas;


175

o Modos de construir; o Matérias primas; o Forma de coabitação: matrilocal ou patrilocal, família nuclear ou família extensa, outras; o Modos de dormir (jiraus, redes, outros); o Destino dos dejetos domésticos/ cuidados com a saúde coletiva. •

Espaço coletivo de convívio e de realização de assembleias: ocas e outros.

Espaço coletivo de lazer.

5 – Modos Tradicionais de Vestir.


176

Anexo 02

Pequeno glossário de palavras em Terena utilizadas neste relatório, organizado pelo colaborador indígena e professor Benjamim Sebastião Farias. Anta: Mayane kámo (significa “semelhante ao cavalo”); Arara: Parâva; Bilha tradicional de dois bicos: Pupû’i; Bilha tradicional fitomorfa: Volôlo; Boi: Vûi; Brinco: Kakêti; Cachorro: Tamúku; Capivara: Evakaxu; Caramujo: Yavâu; Cateto ou caititu: Kovêko; Cavalo: Kámo; Cocar: Xovo’iti; Colar: Nakâti; Concha: Koêyo; Criança: Kalivôno; Cutia: Ánakehe; Dança do bate-pau: Hiyokéxoti Kipâe; Dente (de animal): Oe ho’openo; Dente de [...]: Oe; Ema: Kipâe; Fibra de banana: Mako pânana; Garça: Nikôti hôe;


177

Gato doméstico: Marakaya; Gato selvagem: Marakaiana hôi; Índio (a): Hóyeno (Seno) Kopénoti; Jaboti: Óvoe; Jacaré: Vétekeke; Jaguatirica: Tipûke; Jatobá: Vâma; Jenipapo: Nutíku; Lobinho: Úkoe; Macaco: Kâi; Obrigado: Ainapu yákoe. Onça parda (puma, suçuarana): Hopu’oti; Onça: Sini; Osso de [...]: Ope; Osso: Opêti; Paca: Nikîtiniki; Papagaio: Koêru; Pena: Evoe ho’openo; Periquito: Kilikîki; Porco: Kûre; Pulseira: Honovo’uti; Quati: Kútexu; Queixada: Kimôum; Saboneteira (semente): Hiripípike; Taboa: Iopoyéhi; Taboca: Puiti étakati;


178

Tamanduá Bandeira: Tíkoa; Tamanduá Mirim: Kali tíkoa; Tartaruga: Xulûki; Tinta: Homo; Tornozeleira: Imohéveti; Tuiuiú: Kóho; Urucum: Níye; Vaca: Váka; Veado: Tîpe;


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