55 março/abril 2015
Publicação Bimestral da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores
É HORA DE
OLHAR PARA DENTRO Diante do cenário adverso apresentado pela economia, que reflete diretamente no setor automotivo, é chegado o momento de olhar para dentro do negócio, reduzir custos e se preparar para a retomada do mercado.
ENTREVISTA
DEBATE
ESPECIAL FENABRAVE 50 ANOS
Marcel Visconde, da ABEIFA, comenta quais serão os rumos para o mercado de veículos importados.
Investir e manter seus talentos é fundamental para perenidade dos negócios.
Conheça parte da história da entidade que representa a distribuição automotiva no Brasil.
editorial
Faça a Diferença. Inove para vencer! Por Alarico Assumpção Júnior
E
stamos no primeiro quadrimestre de um ano difícil, atípico, porém, que já era mais ou menos esperado. Talvez a dose do impacto esteja entre as variáveis, mas todos já sabíamos, pelo ano de 2014 que tivemos, que este 2015 não seria nada fácil. E não temos muito o que fazer, além de cuidar, e muito bem, de nossos negócios, de nossas empresas. Junto ao Governo, a Fenabrave atuou, fortemente, para que os mecanismos de crédito do BNDES fossem renovados, ao menos para reduzir as perdas dos setores de caminhões, implementos, tratores e máquinas agrícolas. Temos estudado, ainda, formas de consolidar o Sistema de Consórcios para que os segmentos de automóveis e motocicletas também sofram menos com a falta de 55 crédito nos financiamentos. Mas, efetivamente, a única aclamação que temos feito, pública e enfaticamente junto ao Governo Federal e suas esferas, é quanto à necessária retomada da atividade econômica. Não há mais espaço para incentivos fiscais ou outros que já sabemos que o governo não terá como prover. Temos, inclusive, reforçado, publicamente, o quanto nosso setor representa para o PIB e para a geração de empregos no país, e o quanto tememos os possíveis impactos de É HORA DE âmbito social que a atual crise poderá acarretar. Somamos cerca de 8 mil concessionários que, juntos, empregam 410 mil pessoas diretamente e que respondem por mais de 5,22% do PIB Nacional. Isso não pode ser desconsiderado. Assim, diante da impossibilidade de agirmos para mudar os rumos imediatos da economia, caberá a nós, empresários do Setor da Distribuição Automotiva, nos apropriarmos da gestão de nossas empresas, fazendo cada um a sua lição de casa, no sentido de redimensionar nossas estruturas, estancar operações deficitárias, fazendo investimentos assertivos para reter e treinar os talentos humanos que serão, não apenas a chave para nossas empresas terem melhores resultados agora na crise, como possibilitarão estarmos preparados para a retomada do crescimento que, certamente, virá a partir de 2016. Focar nossa atuação nas áreas de serviços, de pós-vendas e peças, elevando os índices de absorção, foram as soluções encontradas pelo mercado norte-americano para superar a crise de 2008 e a base de nossa argumentação durante a Caravana Fenabrave, realizada em março. Os Concessionários estadunidenses fizeram essa lição de casa com maestria e hoje voltaram a acelerar suas vendas e resultados. Aprender a inovar deverá ser a chave para que todos nós possamos fazer a diferença entre o bom ou o mau resultado de nossas empresas nessa dura travessia do ano de 2015. Por esta razão, nosso 25º Congresso & ExpoFenabrave, que acontece entre os próximos dias 15 e 16 de setembro, em São Paulo, terá, como tema central, um verdadeiro mantra, que peço a todos que acolham e pratiquem em seu dia a dia: “Faça a Diferença. Inove para vencer!”. Em nosso evento, além de avaliar tendências e alternativas para os nossos negócios, estaremos comemorando os 50 anos da Fenabrave, uma entidade que nasceu para ser grande, pois foi criada para representar o Setor da Distribuição de Veículos Automotores. Um setor que nos orgulhamos de pertencer e que, por esta razão, devemos estar unidos para preservar. Conto com a sua participação e com a nossa união! Faça a Diferença! Boa leitura e bons negócios! março/abril 2015
Publicação Bimestral da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores
OLHAR PARA DENTRO Diante do cenário adverso apresentado pela economia, que reflete diretamente no setor automotivo, é chegado o momento de olhar para dentro do negócio, reduzir custos e se preparar para a retomada do mercado.
capa_55.indd 1
ENTREVISTA
DEBATE
ESPECIAL FENABRAVE 50 ANOS
Marcel Visconde, da ABEIFA, comenta quais serão os rumos para o mercado de veículos importados.
Investir e manter seus talentos é fundamental para perenidade dos negócios.
Conheça parte da história da entidade que representa a distribuição automotiva no Brasil.
20/04/2015 17:28:04
Alarico Assumpção Júnior é presidente da Fenabrave – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores. Revista Dealer
3
sumário
Publicação bimestral da Fenabrave – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores. Ano 7 – Edição 55 – Março/Abril 2015 Conselho Diretor Presidente Alarico Assumpção Jr. 1º Vice-Presidente Luiz Romero C. Farias 2º Vice-Presidente José Carneiro de Carvalho Neto Vice-Presidentes Antonio Figueiredo Netto, João Batista Simão, Marino Cestari Filho, Marcelo Nogueira, Ricardo Lima e Sergio D. Zonta Vice-presidentes “Ad-hoc” Glaucio José Geara, José Maurício Andreta Jr., Luciano Piana, Luís Antônio Sebben, Octávio Leite Vallejo e Waleska Cardoso Conselho de Ex-presidentes Alencar Burti, Flavio Meneghetti, Sergio Antonio Reze e Waldemar Verdi Jr. Conselho Editorial Alarico Assumpção Jr., Marcelo Franciulli, Valdner Papa e Rita Mazzuchini Editoria e Redação MCE Comunicação R. Frei Rolim, 59 – CEP 04151-000 – São Paulo, SP Tels.: (11) 2577-6533 / 5582-0049 e-mail: rita@mcepress.com.br
Radar Fenabrave
radar fenabrave TV Fenabrave realiza mesa redonda para discutir melhores
6
Mercado
mercado
6
Entrevista
16
práticas no setor de caminhões. Estão prorrogadas as inscrições para o MBA de Gestão Estratégica em Varejo.
O consultor, Francisco Trivellato, reflete sobre as decisões e preparação do empresário da distribuição para superar o momento atual de mercado e, principalmente, quanto ao futuro do negócio.
entrevista
Marcel Visconde, presidente da ABEIFA, diz que mercado de veículos importados pode retrair 10% em 2015.
Especial 50 anos Fenabrave
matéria de capa
22
A partir desta edição, a Revista Dealer prepara um especial em comemoração aos 50 anos da Fenabrave. A cada edição será contada uma parte da história da entidade que representa a distribuição automotiva no Brasil.
Opinião
opinião
25
A jornalista e âncora do programa Economia e Negócios da Recordnews, Fátima Turci, comenta a penetração do público feminino no consumo do mercado de veículos.
Editora e Jornalista Responsável Rita Mazzuchini (Mtb 22128)
Matéria de Capa
Editor Assistente Igor Francisco (Mtb 57082)
Reduzir despesas, ampliar produtividade, capacitar e manter foco no caixa. Este é o momento de reorganizar a gestão das empresas e sair mais forte do período de crise.
Colaboração Daniela Figueira Projeto Gráfico e Edição de Arte Heraldo Galan e Patricia Tagnin Fotos Agência Brasil, iStockPhoto e Marcos Alves Comercial DNF Comunicação – Gutenberg Soledade Tels.: (11) 2281-8134 e (11) 99169-7485 E-mail: dealer@dnfpropaganda.com.br Tiragem 8.000 exemplares (distribuição gratuita) Endereço para correspondência Av. Indianópolis, 1967 – Planalto Paulista CEP 04063-003 – São Paulo/ SP Tel.: (11) 5582-0000 / Fax: (11) 5582-0001 E-mail: fenabrave@fenabrave.org.br Para contatos na redação E-mail: rita@mcepress.com.br Impressão Elyon Indústria Gráfica
matéria de capa
Case de Sucesso
case de sucesso
34
Concessionária Scania obtém mais de 100% de absorção no pós-venda.
Debate
debate
36
Entenda qual é a importância da capacitação para garantir o futuro dos negócios na Rede.
Sustentabilidade
sustentabilidade
38
Fundação Volkswagen promove empreendedorismo por meio da sustentabilidade.
Apoio Jurídico apoio jurídico
Roberto Chikusa, da Lopes da Silva & Associados, sociedade de advogados, comenta sobre a necessidade de inclusão de valor da base de cálculo do ICMS, em nota de venda a frotista.
Autorização para reprodução de textos As matérias assinadas nesta revista são de responsabilidade do autor não representando, necessariamente, a opinião da Fenabrave. Autorizada a reprodução total ou parcial das matérias sem assinatura, desde que mencionada a fonte. A reprodução de matérias e artigos assinados devem contemplar autorização prévia e por escrito do autor.
26
Baixe esta edição da Revista Dealer em seu tablet ou smartphone.
42
26 MatĂŠria de Capa: olhar para dentro 22 especial: 50 anos fenabrave 16 entrevista: marcel visconde
Revista Dealer
5
radar fenabrave
Mesa Redonda de Melhores Práticas para o setor de caminhões
Valdner Papa, coordenador da TV Fenabrave, Sérgio D. Zonta, vicepresidente para o setor de caminhões da Fenabrave, Silvana Vallochi, Marcelo Franciulli, diretor operacional e setorial da Fenabrave e Luís Carlos Taoni Neto, presidente executivo da ASSOBRASC.
6
Revista Dealer
Seguindo a programação de Mesas Redondas de Melhores Práticas, a TV Fenabrave, realizou, em março, um encontro voltado para o setor de caminhões. Sob o tema: “Buscando 100% de absorção no pós-venda de caminhões”, Marcelo Franciulli, diretor operacional e setorial da Fenabrave, Sérgio D. Zonta, vice-presidente para o setor de caminhões da Fenabrave e Luís Carlos Taoni Neto, presidente executivo da ASSOBRASC – Associação Brasileira dos Concessionários Scania, debateram, com a mediadora Silvana Vallochi, de que forma as Redes podem atingir, com o pós-vendas, receita para cobrir as despesas operacionais na concessionária. No início do debate, Franciulli comentou que o setor está passando por um cenário adverso, com ajustes na política e na economia, especialmente com expectativa de crescimento negativo de PIB. “E o PIB influencia diretamente no mercado de caminhões”, complementou.
De acordo com o diretor da Fenabrave, este cenário faz com que as empresas que comercializam caminhões busquem alternativas de receitas, advindas do pós-vendas, que servirão para cobrir os custos operacionais. “Algumas empresas estão em situação crítica com relação às vendas. E, para completar, ainda tivemos mudanças nas regras do FINAME”, detalhou. Na opinião de Zonta, o mercado aponta que há a necessidade de os Concessionários prestarem mais atenção no fluxo de caixa, no pós-vendas e também na área de serviços. “Ampliar a penetração nestas áreas e reduzir as despesas será a receita para sobreviver as adversidades”, observou o vice-presidente da Fenabrave. “Em primeiro lugar, estamos no varejo. E ele pressupõe margens apertadas e grandes investimentos de capital”, complementou Franciulli. Para o diretor da Fenabrave, é preciso rever os conceitos dentro da empresa. A palavra de ordem
é “cortar custos”, porém, com muito critério. “Temos muita mão-de-obra especializada. Tem que ver o que é prioridade, já que toda crise é passageira”, disse. Zonta concordou com a opinião de Franciulli e completou dizendo que “o material humano é o maior bem da concessionária. Temos que tomar cuidado para não perdê-lo”. Para os participantes, o setor vive uma tormenta, portanto, fazendo uma analogia, concordam que os empresários têm de manter o barco flutuando. “Temos que perder gordura e não musculatura”, disse o vice-presidente da Fenabrave. Na opinião de Taoni Neto, este será um importante papel da Associação de Marca para o empresário: agir junto com o fabricante para aumentar o giro de peças, por exemplo, rever estoque e trabalhar de forma conjunta para se manterem no mercado. “Estamos entrando na crise que os Estados Unidos passaram em 2008. E eles conseguiram superar as adversidades por meio do pós-venda. Cliente bem atendido retorna e indica”, acrescentou Zonta. Seguindo esta premissa, Franciulli comentou sobre um estudo de caso que presenciaram em uma visita técnica em concessionária de caminhões, nos EUA. Na época, a empresa obtinha 130% de absorção por meio do pós-venda. Quando questionados os resultados, o dealer ensinou que fizeram uma avaliação de mercado, que resultou em um planejamento para adaptar a oficina para atender com mais eficiência os clientes (ampliaram o rendimento por pessoa, readequaram a estrutura física, montaram boxes adequados e, para o cliente, áreas de espera com “estrutura de hotel”). “Cliente bem atendido paga até mais caro”, disse Franciulli, comentando que a estruturação do pós-venda é a melhor opção para ampliar a rentabilidade. Outro ponto destacado por Taoni Neto, é a estrutura de atendimento remoto. Estar preparado para atender o cliente, onde quer que ele esteja, é um diferencial que fideliza o transportador à marca. “O que vale mais? Entregar veículo novo ou ter estrutura para atender o caminhoneiro, fazendo com que ele não fique parado?”, questiona o presidente executivo da ASSOBRASC. Para isso, ele ensina que é necessária uma estratégia bem definida de fidelização, que inclui pacotes de serviços com preços adequados ao mercado, rapidez e eficiência na entrega após o reparo, tratamento adequado nas situações adversas e, principalmente, amplo conhecimento técnico. “O Concessionário inteligente será um consultor para o cliente”, finalizou.
Universidade Fenabrave terá novo site A Universidade Fenabrave faz parte do projeto educacional da entidade, voltado ao aprimoramento profissional das Redes de Distribuição Automotiva terá um novo portal no ar. Mais de 70.000 alunos já foram beneficiados por centenas de cursos realizados pela Universidade Fenabrave, presenciais e a distância, além das mesas redondas e debates que, por meio da TV Fenabrave, abrangem concessionários e suas equipes em todo o território nacional. O novo site terá um design diferenciado e será mais dinâmico, além de oferecer informações sobre todos os canais disponíveis e voltados ao aperfeiçoamento das equipes dos Concessionários, seja por meio de cursos específicos ao setor da Distribuição, envolvendo técnicas de vendas, administração do tempo, cálculos, recursos humanos, pós-venda, peças, usados, gestão, sustentabilidade, entre outros conteúdos de interesse geral que também estarão disponíveis. No novo portal, será possível obter informações sobre os projetos educacionais da entidade, o conceito da TV Interativa, as parcerias e certificações internacionais e a grade de cursos presenciais e a distância. Junto ao lançamento do site, também serão lançados cursos via web, em um novo formato. Serão cursos em vídeos, de duração máxima de 10 minutos, para levar o conteúdo aos alunos com mais dinâmica. “A ideia é a de apresentar, nestes cursos web, fatos reais de concessionárias e divulgar quatro pontos relevantes de áreas distintas, onde profissionais especialistas explicarão as soluções práticas e caminhos para que seja solucionado o problema”, comenta Valdner Papa, coordenador da Universidade Fenabrave e TV Fenabrave. Para ele, “é importante que todos saibam do compromisso da Universidade Fenabrave, e da responsabilidade que temos em oferecer cursos que certificam a qualidade da mão de obra formada. Para obter o certificado dos cursos, os alunos devem fazer exercícios, realizar provas e ter nota mínima 7. Com isso, garantimos a maior qualidade no aprendizado”, explica Papa.
Revista Dealer
7
radar fenabrave
Atenção: Concessionárias devem se adequar às novas leis De acordo com a Política de Responsabilidade Socioambiental (PRSA), exigida pelo Banco Central, por meio da Resolução 4.327/2014, divulgada em abril do ano passado e já em vigor, as instituições financeiras de grande porte serão obrigadas a levar em conta o risco ambiental e social das empresas antes de aprovar um financiamento e deverão traçar um planejamento para fiscalizar também seus correspondentes que, no caso das concessionárias, se encaixam na resolução. As distribuidoras de veículos são geradoras de resíduos que devem ser descartados em processo de reciclagem, além de tomar cuidados necessários para não impactar o meio ambiente. Para auxiliar os Concessionários na adequação
Universidade Web Fenabrave A Universidade Fenabrave está inovando, mais uma
8
das normas, a TV Fenabrave transmitiu o curso “Concessionária Ambientalmente Adequada”, que foi ministrado pelo consultor Luiz Henrique Lopes Vilas, diretor da Ouro Verde Meio Ambiente. O objetivo foi o de mostrar às concessionárias a importância de trabalhar de forma adequada, conforme as normas e a legislação ambiental básicas pertinentes. Além dos aspectos legais, ele deu dicas de como o Concessionário deve descartar corretamente os resíduos, além de explicar como criar e propor planos de ações para a diminuição dos passivos ambientais. Para mais informações sobre os cursos transmitidos pela TV Fenabrave, entre em contato pelo e-mail: amanda.universidade@fenabrave.org.br.
Prorrogadas inscrições para o MBA de Gestão Estratégica em Varejo
vez, sua metodologia de ensino ao preparar mais
A Universidade Fenabrave prorrogou as inscrições do MBA de Ges-
uma novidade aos Concessionários de todo o Brasil. A
tão Estratégica em Varejo, curso desenvolvido em parceria com a
partir do segundo semestre deste ano, estarão dispo-
FGV, uma das melhores instituições de ensino do mundo, segundo
níveis cursos de capacitação por meio da Universidade
pesquisa feita pela Financial Times, ampliando as oportunidades de
Web Fenabrave.
colaboradores da Rede se especializar.
Trata-se de uma nova forma de ensino onde, por meio
O projeto educacional, com valores diferenciados para os associa-
de vídeos de até 10 minutos, hospedados no portal da
dos da Fenabrave tem, como objetivo, ampliar a qualificação dos
Universidade Fenabrave, o aluno acompanhará uma
profissionais que atuam no setor, oferecendo conhecimento abran-
simulação de casos que normalmente ocorrem no dia-a-
gente e profundo em gestão estratégica de varejo e negócios, em
-dia da concessionária. Quatro especialistas comentarão
um ambiente de mudanças, estimulando o pensamento e a atitude
e solucionarão os casos apresentados e, assim, mostrarão
orientados à estratégia e à inovação. “Trabalhamos mais de um ano
aos espectadores qual é a melhor forma de agir. “Teremos
na formatação desse projeto e esperamos que as concessionárias
casos referentes a conversão de vendas na loja, conversão
estimulem suas equipes a participar, pois os ganhos são gigantescos,
de vendas na internet, gestão de pessoas e práticas de
tanto para a carreira dos profissionais como para os resultados das
comunicação”, detalha o coordenador da TV e Universi-
empresas”, argumenta Valdner Papa, coordenador da Universidade
dade Fenabrave, Valdner Papa.
e TV Fenabrave.
Para obter mais informações sobre os cursos e formas de
Fazem parte dos pré-requisitos para participar do MBA, possuir gra-
inscrição, os interessados devem entrar em contato com a
duação completa, além de experiência profissional mínima de três
equipe da Universidade Fenabrave: amanda.universida-
anos na área de gestão. Será feita, ainda, a análise curricular e entre-
de@fenabrave.org.br, rosana.universidade@fenabrave.
vista dentro do processo seletivo. As inscrições podem ser realizadas
org.br ou por meio dos telefones (11) 5582-0030/0063.
por meio do link: http://sv.www5.fgv.br/hotsites_corp/fenabrave/.
Revista Dealer
20ª Pesquisa Fenabrave de Relacionamento com o Mercado Entre os dias 11 de maio e 26 de junho, os Concessionários de veículos, de todos os segmentos, em todo o Brasil, responderão a 20ª Pesquisa Fenabrave de Relacionamento com o Mercado, levantamento que mede a percepção dos empresários do setor da distribuição em relação a cada marca no mercado consumidor e, assim, destaca as Montadoras que melhor trabalham na parceria com suas Redes. Durante este período, todas as matrizes receberão um e-mail com ID (senha) de acesso. O questionário, respondido rapidamente em ambiente online, é secreto. Em todo o processo, coordenado pela Scheuer Consultoria, o Concessionário poderá, além de avaliar sua relação com a marca e também com sua Associação de Marca, poderá votar no segmento que representa e em todos
os demais, escolhendo as marcas de sua preferência. Após o encerramento e apuração, as Redes que tiverem mais de 20% de participação, concorrerão, durante o 25º Congresso & ExpoFenabrave, ao prêmio da “Marca Mais Desejada”. “A participação de toda a Rede é fundamental para medirmos as relações entre Redes, Associações de Marca e Montadoras em nosso mercado”, complementa o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Jr. Para sanar dúvidas, ou se não recebeu o e-mail com o acesso à Pesquisa, o Concessionário deve entrar em contato com a Central de Atendimento da Fenabrave, por meio dos telefones: (11) 5582-0059/0066/0074/0075/0090 ou e-mail pesquisafenabrave@ fenabrave.org.br.
Indicadores de Produtividade de Pós-vendas Por Francisco Mendes, consultor especializado no setor automotivo.
Em tempos de retração nas vendas de veículos e equipamentos novos, a atenção do Concessionário se volta para o pós-vendas, na busca de obter equilíbrio entre os gastos necessários para a manutenção do negócio de distribuição e a capacidade de geração de margem. Analisar o desempenho dos negócios de peças e serviços passa, também, pela avaliação de desempenho da estrutura humana e indicadores de produtividade são essenciais para a tomada de decisão e correção de estratégias. Os indicadores relativos de venda são os mais frequentes, apresentando o valor gerado em função do número de funcionários lotados na área de negócio e/ou por função exercida. Assim, Venda por funcionário, Venda por vendedor/balconista, Venda por consultor/recepcionista de oficina, Venda por Técnico produtivo (mecânicos, funileiros, pintores – dependendo da atividade do Concessionário) devem ser medidos constantemente.
Também a geração de lucro bruto deve ser observada, tomando por base os mesmos denominadores, bem como o valor despendido em despesas, tanto as diretas de pessoal como as demais despesas de funcionamento. A comparação entre funcionários proporciona a visão interna, determinando, objetivamente, quais são os funcionários que mais contribuem para a concessionária e, a comparação entre Concessionários, base da análise do Grupo dos 20, proporciona visão adicional, possibilitando a mensuração do nível de desempenho da equipe/estrutura. A identificação de melhores resultados revela os Concessionários mais eficientes na gestão do negócio, e o compartilhamento de suas práticas eleva a lucratividade dos demais membros do grupo. Quer fazer a “lição de casa” com base técnica e análise objetiva? Inscreva-se no Grupo dos 20 e encontre os parâmetros essenciais para seu negócio.
Revista Dealer
9
radar fenabrave
Agenda Caravana Fenabrave 2015: sobreviver já Com o objetivo de debater a atual situação econômica do País e os desafios que o setor terá de enfrentar este ano, a Fenabrave Nacional realizou, entre os dias 9 e 12 de março, a CARAVANA FENABRAVE 2015: SOBREVIVER JÁ, por meio de encontros, em sete estados do País, que reuniram mais de 600 participantes. Para a realização destes encontros, foram firmadas parcerias com os Regionais Fenabrave/Sincodivs, contemplando as capitais Porto Alegre/RS, Curitiba/PR, São Paulo/ SP, Rio de Janeiro/RJ, Belo Horizonte/ MG, Brasília/DF e Recife/PE. A comitiva foi formada pelo presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, o primeiro e o segundo vice-presidente da entidade, respectivamente, Luiz Romero Faria e José Carneiro de Carvalho Neto, assim como os demais vice-presidentes: Gláucio Geara, Luís Antônio Sebben, Marcelo Nogueira e Sérgio D. Zonta. Participaram, ainda, o Diretor de Relações com o Mercado, Valdner Papa, e do Consultor da
Fenabrave e Ex-Governador do Estado de São Paulo, Luiz Antonio Fleury Filho, que se revezaram durante os encontros. Durante as reuniões, foram levadas, ao conhecimento da Rede, as principais informações de mercado, que reforçam a importância de o setor fazer a lição de casa, ajustando estruturas de custos dentro da nova realidade de volume de vendas, para melhorar a produtividade de cada empresa, eliminando atividades deficitárias, além de filtrar, motivar e preservar talentos. “Não foi apenas o debate e da troca de informações. Os integrantes da Caravana mostraram de que forma o Concessionário deverá trabalhar diante do atual cenário, especialmente nos aspectos comerciais e de gestão”, explica Alarico Assumpção Jr., presidente da Fenabrave. Dentre os assuntos debatidos nos encontros, destacaram-se temas relacionados à gestão da Rede, como a importância de manter a estrutura de custos mais enxuta. “Os Concessionários, no momento atual do País, tem que focar no Caixa: segurar os investimentos, trabalhar o contas a receber, negociar prazos maiores e acompanhar diariamente o capital de giro, ampliar o giro de estoques de novos, usados, peças e horas de oficina. Além disso, devem buscar maior eficiência do corpo de vendas, ampliar a penetração e o retorno de leads na internet, nas vendas peças e na oficina, preservar e prestigiar os bons valores (reter talentos), buscar maior produtividade em todas as áreas, dentre outras dicas”, detalhou o Diretor de Relações com o Mercado, Valdner Papa. Os Diretores Regionais e os Presidentes dos Sincodivs de outros estados
O Consultor da Fenabrave e Ex-Governador do Estado de São Paulo, Luiz Antonio Fleury Filho, participou dos encontros promovidos pela entidade.
10
Revista Dealer
Alarico Assumpção Jr., presidente da Fenabrave.
se dirigiram até as cidades mais próximas, em que aconteceram os eventos, para multiplicar o conteúdo apresentado na Caravana. O encontro realizado em São Paulo, por exemplo, contou com a participação do Diretor Regional do Sincodiv/Fenabrave Mato Grosso, Manoel Dionisio Guedes. Já o encontro que aconteceu em Curitiba, no Parará, recebeu Ademir Antonio Saorin, presidente da Regional Santa Catarina. O nordeste, também foi bem representado e a Caravana realizada em Recife, no Pernambuco, reuniu diretores regionais e presidentes de Sincodivs de outros estados como, Otaciano Bento Pereira Júnior (Amapá), Daniel Accioly Bandeira (Alagoas), Raimundo Valeriano Santana (Bahia), Paulo Guedes Pereira (Paraíba) além de José Lewton Monteiro Jr., que representou a Diretoria Regional/ Sincodiv Ceará. Monteiro Jr também é presidente da ABRACOP – Associação Brasileira dos Concessionários Peugeot. “A ideia é a de que todos os empresários sobrevivam à crise e que não sejam engolidos por ela, além de se unirem, pois como diz o ditado popular ‘A UNIÃO FAZ A FORÇA’”, completa o presidente da Fenabrave.
Agenda Fenabrave é atendida e governo altera MODERFROTA A Fenabrave, após ofício encaminhado ao Ministério da Fazenda, ao MDIC e ao Presidente do BNDES, expondo a importância do setor da distribuição automotiva para a economia brasileira, realizou audiência com a Ministra da Agricultura, Katia Abreu, no dia 25 de março, em Brasília, que contou com a participação de representantes da ANFAVEA, CSMIA – Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas e ABIMAQ, onde expressou sua preocupação com relação a alguns assuntos que podem afetar, negativamente, os níveis de comercialização de veículos ligados ao setor de tratores, colheitadeiras, pulverizadores e implementos agrícolas, consequentemente abalando o poder de manutenção de empresas, empregos e, assim, enfraquecendo a geração de riquezas no país. Durante o encontro, a Fenabrave pleiteou ao governo uma série de medidas para benefício do setor, relacionadas ao MODERFROTA, inclusive a adição dos Pulverizadores Auto Propelidos novos ao programa. Atualmente, apenas os pulverizadores usados são contemplados. A representatividade da Fenabrave e das entidades que participaram da audiência, fez com que o Conselho Monetário Nacional (CMN), incluísse, entre os itens passíveis de
Alarico Assumpção Jr., Luiz Moan e representantes da CSMIA e ABIMAQ em audiência com Katia Abreu.
financiamento no MODERFROTA, os Pulverizadores Auto Propelido novos, com tanques acima de 2.000 litros e barras de 18 metros ou mais. O Conselho ajustou, também, os encargos financeiros de acordo com a receita operacional bruta/renda ou grupo econômico a que pertença o beneficiário, em consonância com as taxas de juros definidas no Programa de Sustentação de Investimento (PSI). Os encargos para as operações contratadas a partir de 1º de abril de 2015 estão descritas na publicação do D.O.U, de 27 de março. Para não prejudicar os mutuários com operações já protocoladas no BNDES até 27/03/2015, cujo processo de contratação ainda não foi concluído, foi concedido prazo até 10/04/2015 para a formalização dessas operações com as taxas de juros anteriores.
Margem de Valor Agregada Juntos, o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Jr., o presidente da ANFAVEA, Luiz Moan, e o presidente da ABRACICLO, Marcos Z. Fermanian, participaram de audiência, em 6 de março, com o Secretário da Fazenda do Estado de São Paulo, Renato Villela. O objetivo foi discutir a prorrogação da vigência do atual percentual de MVA (margem de valor agregada) sobre autopeças.
Registro de veículos em SP Representantes da Fenabrave estiveram em reunião com o presidente do DETRAN-SP, Daniel Annemberg, para tratar de assuntos técnicos referentes ao registro do veículo, especialmente quando ocorrer transferência entre a matriz e a filial da concessionária.
Renovação da Frota Foi realizada, em Brasília, em 25 de março, audiência com o Ministro das Cidades, Gilberto Kassab e o presidente do DENATRAN, Alberto Angerami. Na oportunidade, o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, acompanhado de vice-presidentes da entidade e do deputado federal Herculano Passos, discutiram temas relacionados à transferência de veículos usados e também sobre o projeto de Renovação de Frota, que poderá ser denominado Logística Reversa. Alarico Assumpção Jr., presidente da Fenabrave em reunião com o Ministro das Cidades, Gilberto Kassab, que contou com a participação de Ronaldo Camargo, Chefe de Gabinete do DENATRAN (ao centro).
Revista Dealer
11
radar fenabrave
Agenda Reuniões e encontros • No dia 26 de fevereiro, o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Jr., recebeu, na sede da entidade, em São Paulo, Paulo Rossi, presidente executivo da ABAC – Associação Brasileira das Administradoras de Consórcio, Luiz Moan, presidente da ANFAVEA, além de diretores técnicos das entidades, que discutiram formas de alavancar a utilização dos créditos de consórcios já contemplados, depositados em aplicações das administradoras. • O presidente da Fenabrave participou, no dia 2 de março, da convenção promovida pela ABRADIGUE – Associação Brasileira dos Distribuidores Guerra. Na oportunidade, Alarico Assumpção Jr., apresentou palestra onde retratou o momento atual do mercado, os desafios do setor e o trabalho desenvolvido pela Fenabrave em prol da distribuição automotiva. • No mesmo dia 2 de março, Assumpção Jr. participou de almoço com o presidente do MBE – Movimento Brasil Eficiente, Paulo Rabello de Castro, com o presidente do SINDIPEÇAS, Paulo Butori, e o presidente da ASSOBRAV – Associação Brasileira dos Distribuidores Volkswagen, Sergio Reze. Na oportunidade, o presidente da Fenabrave reforçou, com o SINDIPEÇAS, a importância da união entre entidades congêneres para a troca de informações e melhores práticas, com o objetivo de desenvolver toda a cadeia automotiva no Brasil. O mesmo aconteceu em visita realizada na ABEIFA – Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores. O presidente da entidade, Marcel Visconde, apoiou a iniciativa da Fenabrave e também se colocou à disposição para a realização de trabalhos conjuntos em favor da cadeia automotiva. Na ABRACICLO – Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares, o presidente Alarico foi recebido Marcos Z. Fermanian, presidente da entidade, que também apoiou o trabalho conjunto entre todos os elos da cadeia automotiva. 12
Revista Dealer
• No dia 5 de março, foi realizada, na sede da Fenabrave, em São Paulo, reunião com os segmentos de tratores e máquinas agrícolas, para apresentar e aprovar com as Associações de Marca destes segmentos, o Planejamento Estratégico traçado pela Fenabrave para a gestão 2015-2017. • Ainda no dia 5 de março, foi realizada Assembleia Estatutária do Conselho Deliberativo da entidade, seguida de palestra do economista José Roberto Mendonça de Barros, que apresentou os principais aspectos da economia e da conjuntura atual, no Brasil, informando aos participantes do encontro quais os possíveis rumos do cenário brasileiro. • Na noite do dia 5 de março, Alarico Assumpção Jr. participou do evento de posse de Cláudio Jobim, presidente da ABRARE – Associação Brasileira dos Concessionários Renault, realizado em São Paulo. • Já no dia 23 de março, o presidente da Fenabrave prestigiou a cerimônia de posse de
Alencar Burti na presidência da Associação Comercial de São Paulo. • Questões jurídicas ligadas ao setor serão discutidas, mensalmente, por meio da Comissão Jurídica da Fenabrave, formada por advogados das Associações de Marca. No mês de março, a Comissão se reuniu, no dia 10, na sede da Fenabrave. • No dia 18 de março, o presidente da Fenabrave foi recebido pelo presidente da ABRACAF – Associação Brasileira dos Concessionários de Automóveis Fiat, Guido Viviani, sua diretoria e Conselho da entidade. No encontro, Alarico Assumpção Jr., mostrou a representatividade da Fenabrave e o que tem sido desenvolvido, pela entidade, em prol da categoria econômica da Distribuição Automotiva. • O vice-presidente da Fenabrave, Ricardo Lima, representou a entidade no evento de lançamento da Agenda Legislativa da Indústria 2015, editado pela Confederação Nacional da Indústria, em Brasília.
Visitas ilustres • Representantes do banco de investimento Morgan Stanley visitaram a sede da Fenabrave, junto com um grupo de investidores, no dia 12 de março. Na oportunidade, a comitiva conheceu um pouco mais da representatividade do setor da distribuição na economia brasileira, além de se inteirarem sobre o mercado.
brave e deu apoio ao presidente Alarico no trabalho conjunto com entidades da cadeia automotiva. Já no dia 23, o apoio partiu do diretor superintendente da ACREFI – Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento, Antonio Augusto de Almeida Leite (Pancho), que também realizou visita na sede da Fenabrave.
• André Novaes, superintendente da Financeira Santander, realizou visita à Fenabrave no dia 16 de março. Recebido por Alarico Assumpção Jr., Novaes conheceu um pouco mais sobre o setor da distribuição automotiva e entendeu a importância das empresas financeiras neste mercado.
• Com o objetivo de conhecer com mais detalhes o trabalho da Fenabrave e o setor da distribuição automotiva, o presidente da Associação Comercial e Industrial de Uberlândia, Fabio Pergher, e alguns de seus vice-presidentes, visitaram a Fenabrave, no dia 24 de março, e foram recebidos por Alarico Assumpção Jr., pelo consultor jurídico da entidade, Luiz Antonio Fleury Filho, e pela sócia-diretora da MB Associados, Tereza Fernandez.
• No dia 19 de março, o presidente da FENAUTO – Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores, Ilídio Gonçalves dos Santos, visitou a Fena-
Faça a Diferença. Inove para Vencer! Congresso & ExpoFenabrave é apresentado às Associações de Marca No dia 26 de março, a Fenabrave realizou, em sua sede, em São Paulo/SP, reunião com os executivos de Associações de Marca para apresentar os principais pontos relacionados ao 25º Congresso & ExpoFenabrave, maior evento da distribuição automotiva da América Latina e segundo maior do mundo, que acontece nos dias 15 e 16 de setembro de 2015, no pavilhão azul do Expo Center Norte, em São Paulo/SP. O evento, realizado pela Fenabrave e organizado pela Reed Exhibitions Alcântara Machado, terá o Patrocínio Máster do Banco Itaú pelo oitavo ano consecutivo, e espera reunir cerca de 5 mil visitantes este ano. Na abertura do encontro, o Presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Jr., ressaltou a importância do evento para o segmento da distribuição automotiva que, nesta edição, terá o tema “Faça a diferença. Inove para vencer”. “Estamos enfrentando um momento complicado da nossa economia e, mais do que nunca, precisamos fazer a lição de casa, ou seja, temos que inovar e fazer a diferença. Sem dúvida, o Congresso & ExpoFenabrave é uma oportunidade ímpar para a troca de experiências, pois é o único no Brasil que acompanha os desafios do setor, em um ambiente que proporciona o conhecimento de tendências. Contamos com o apoio de todas as Redes para realizarmos um trabalho em parceria, por meio da comunicação da Fenabrave, que vai desenvolver todo o material de apoio às Associações de Marcas, Regionais e Sincodiv’s”, disse. O presidente da Fenabrave reforçou a importância do empenho das Associações de Marca para o sucesso do evento, destacando a importância de realizarem reuniões com suas redes durante os dias de realização do encontro. De acordo com Alarico Assumpção Júnior, as ações de incentivo promovidas pelas entidades e suas
comunicações contribuem, substancialmente, para a participação das Redes no evento. “Em pesquisa realizada com os congressistas, ficou comprovado que o melhor canal de comunicação para obter informações sobre o evento é a Associação de Marca”, disse Rita Mazzuchini, assessora de comunicação institucional e imprensa da Fenabrave e que coordenará as áreas de marketing e de comunicação do evento. A organização do evento ainda disponibilizará, às Associações de Marca, peças de comunicação personalizadas, como e-mail marketing, banners para sites, anúncios para publicações e press releases para distribuição às suas Redes. “Além disso, podemos enviar cópias do vídeo institucional do evento para transmissão em reuniões e fazer apresentação personalizada nas reuniões das Associações com suas redes”, explicou Rita Mazzuchini. Evento comemorativo – O presidente da Fenabrave citou que, neste ano, o Congresso & ExpoFenabrave terá, também, caráter comemorativo. “Esta edição será especial por ser o 25º Congresso da entidade e por estarmos comemorando 50 anos da Fenabrave. Antecipando as Olimpíadas, que acontecerão em 2016, já temos o ouro e a prata garantidos na Fenabrave”, brincou Alarico. O diretor da Fenabrave, Marcelo Franciulli, divulgou os investimentos para as inscrições do evento (veja quadro a seguir), demonstrando que os valores permaneceram inalterados em relação à edição de 2014, apenas sofrendo a correção inflacionária, e que prevêem descontos para quem efetuar sua adesão com maior antecedência, podendo, também, parcelar os valores. “Existem eventos no mercado, que não são especializados no nosso setor, e que chegam a custar 3 vezes o valor do nosso Congresso para apenas 4 palestras em um dia. Nós estaremos oferecendo mais de 30 palestras em dois dias de intenso conteúdo”, argumentou o diretor. O coordenador temático do evento, Valdner Papa, comentou que a grade de
Representantes de diversas Associações de Marca participaram do encontro.
Revista Dealer
13
radar fenabrave Valdner Papa, coordenador temático do Congresso Fenabrave.
palestras será focada, especialmente, em temas relacionados à produtividade e resultados das concessionárias. “Teremos uma pauta de palestras atrativa para todos os segmentos, composta por palestrantes de renome nacional e internacional, que ajudarão os Concessionários em seus negócios. Como o evento acontecerá no último trimestre do ano, já vamos nos preparar para começar o ano de 2016 diferente, e com o pé direito, vencendo todas as barreiras”, comentou, acrescentando que temas importantes, como economia, farão parte da grade de palestras. “O nosso evento contará com economistas renomados para falar sobre a fotografia econômico-social, com ênfase também no agrobusiness”, citou. O Diretor da Reed Exhibitions Alcântara Machado, João Paulo Picolo, falou do empenho da empresa organizadora em fazer um grande Congresso & ExpoFenabrave em 2015. “Neste ano, pretendemos quebrar mais um recorde, com a marca de 5 mil pessoas e 70 expositores nacionais e internacionais, em um espaço ainda maior, com 15 mil m²”, declarou. Na apresentação da Planta da ExpoFenabrave, Picolo comentou que “76% dos expositores participantes, em 2014, se declararam completamente e muito satisfeitos e 97% afirmaram retornar em 2015. Para esta edição, 50% das áreas destinadas à feira já foram comercializadas. Certamente, assim como foi o Congresso Fenabrave que aconteceu em Curitiba, esta edição também irá superar as expectativas”, destacou Picolo. Os executivos das Associações de Marca puderam conhecer, ainda, as condições de logística de viagem e hospedagem, destinadas a compras coletivas. O presidente da Sobratur, agência responsável por esta área no evento, Amauri Caldeira, explicou que as Associações terão uma equipe dedicada, exclusivamente, para seu atendimento. “Esta equipe está preparada para tirar todas as dúvidas e realizar toda a parte operacional de inscrições, viagem e hospedagem das concessionárias e Associações de Marca. Além disso, será possível reservar salas para reuniões com suas Redes”, completou.
Alarico Assumpção Jr., presidente da Fenabrave.
Inscrições
até 30/4
Investimentos (R$) 850,00
de 1/5 a 30/6 de 1/7 a 10/9* no local 950,00
* Última dia para inscrições online FORMAS DE PAGAMENTO: Boleto em 5X ou no cartão de crédito (Visa ou Mastercard) em até 3X.
1.050,00
1.150,00
João Paulo Picolo, diretor da Reed Exhibitions Alcântara Machado.
Para realizar sua inscrição, acesse o site: www.congresso-fenabrave.com.br 14
Revista Dealer
mercado
Negócio de distribuição de caminhões: de que lado você está?
Francisco Trivellato
Mais importante que descrever os fatos que nos levaram à crise econômica e suas consequências para o setor de caminhões, que deve se estender até o final de 2016, é refletir sobre as decisões e preparação do empresário da distribuição para superar o momento atual de mercado e, principalmente, quanto ao futuro, dependendo da visão sobre o negócio.
A
credito que boa parte dos empresários fez a lição de casa, pois o mercado vem exigindo isso desde 2014. Ações como ajuste de despesas, redução de custos, maior giro de capital e mesmo capitalização, têm sido implementadas para enfrentar as dificuldades de caixa e manter, o limite o negócio, em operação. O problema é que o impacto destas ações varia para diferentes situações de negócio e acabam por implicar em visões distintas quanto ao seu futuro no médio e longo prazo. Há situações em que o negócio (pelo tamanho do mercado, competitividade da marca e da capacidade empresarial e financeira do próprio distribuidor), mesmo após os ajustes, tem baixa geração de caixa ou mesmo negativa, e se encontra sem perspectivas de recuperação. Algumas delas são, inclusive, agravadas pelo nível de endividamento financeiro e não faz sentido continuar aportando recursos para cobrir os déficits de caixa. Nestes casos, a visão sobre o futuro exige atitudes de venda, total ou parcial, do negócio, ou do patrimônio, para sobreviver até que o mercado inicie a recuperação. Por outro lado, há empresas em que a forte redução de mercado também acarreta baixa geração de caixa ou mesmo negativa, mas em função do histórico de resultados anteriores, nível de capitalização do distribuidor, mercado onde atua e a força da marca, justificam um olhar diferente sobre o negócio. Na prática, o fato de continuar operando, mesmo que consumindo parte do capital acumulado, é vantagem competitiva no mercado frente aos que estão se enfraquecendo. A visão de negócio, neste caso, é otimizar ainda mais a operação e analisar as oportunidades de compra dos distribuidores, que se tornarão inviáveis ou cujos resultados não atendem mais às expectativas dos próprios acionistas. Entretanto, seja qual for a situação do negócio, a única
certeza é a necessidade urgente de tomar decisões, pois a inércia levará ao agravamento na situação de ausência de perspectivas, ou à perda de oportunidades na outra. E há razões para isso, pois a situação anormal, como as que vivemos, é passageira, e o segredo é manter a capacidade de leitura sobre a realidade para tomar a melhor decisão. Por exemplo, a expectativa é de que os ajustes econômicos, em discussão, comprometerão o desempenho da economia nos anos de 2015 e 2016, limitando a retomada das vendas e, portanto, de melhores resultados. Por outro lado, há o benefício que a crise econômica (e de vendas) trará pelo ajuste dos preços dos ativos, bens e serviços e do ponto de investimento para melhor, pois estão muito mais baratos (mesmo em reais) do que as loucuras do final da década passada. Muitos vão se lembrar que, próximo a 2010, havia muita dificuldade de lidar com preços de terrenos, construção, aluguéis, serviços etc. Outro exemplo é reconhecer que os ciclos de oportunidades de expansão pela compra de negócios atrativos (inclusive valores a serem investidos) no setor é tradicionalmente lento e, salvo situações particulares, a maioria ocorre em situações de crise, como a que vivemos. Ou seja, estes raciocínios (e outros que este espaço limita) permitem que cada empresário decida e, na prática, defina de que lado está! Se não vislumbra futuro promissor, agilize as decisões no sentido de, inclusive, sair do negócio, mas se for capitalizado e tiver visão positiva sobre o futuro, a hora é de avançar. Neste caso, diferente do que a maioria está propondo, convido você a analisar, com interesse, as oportunidades e investir aumentando seu poder de competitividade no mercado, preparando-se para o retorno a partir de 2017, prazo que estimo ser suficiente para consolidar os ajustes políticos e econômicos em discussão. Francisco Trivellato é especialista do setor e consultor da Trivellato Informações & Estratégias. www.trivellatoie.com.br
Revista Dealer
15
entrevista
ABEIFA estima queda de 10% em 2015 Marcel Visconde Presidente da ABEIFA
16
Revista Dealer
Depois de passar por 2014 com sucessivas quedas nas vendas, quando o segmento já havia registrado queda de 14,3% na comparação com o ano anterior, a ABEIFA – Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores continua pessimista com relação ao mercado de importados em 2015. Uma série de fatores e, especialmente, a alta acentuada do dólar no início do ano, levou os dirigentes da entidade a projetar um mercado em queda de 10%. Para o presidente da entidade, Marcel Visconde, esta projeção poderá mudar com o fim do primeiro trimestre, mas sempre sinalizando o pior. A previsão considera a conjuntura econômica atual o que, segundo ele, resultou no fraco desempenho durante o primeiro bimestre, quando as 28 associadas emplacaram 13,2 mil veículos, entre automóveis e comerciais leves, queda de 27,1% contra igual período do ano passado, quando o segmento licenciou 18,1 mil unidades. Para ele, o resultado de janeiro, cuja queda foi de 22,2%, já sinalizava “que a luz vermelha estava acesa”, enquanto que a forte retração verificada em fevereiro, de 32,5% sobre igual mês do ano passado, confirma que este será um primeiro semestre bastante difícil. “Tínhamos expectativa de aumento do câmbio para 2015, mas não contávamos que seria de forma tão antecipada e com essa intensidade, com uma desvalorização de 20% em três semanas. Além disso, a baixa confiança do consumidor é o que realmente afeta o mercado, não só o de veículos produzidos aqui, mas também dos importados. Não por falta de renda, mas pelas incertezas: assim como o consumidor do carro popular adia a compra por não saber se daqui a um ano estará empregado, por exemplo, o cliente do carro importado talvez tenha que tomar decisões também no seu âmbito profissional que não permita o consumo imediato, então há o adiamento desta ou daquela compra”, explica Visconde que, em entrevista à Revista Dealer, contou quais os possíveis rumos do mercado e de que forma a entidade está trabalhando para amenizar a situação. Revista Dealer
17
Nós estamos com níveis de expectativa e de confiança muito baixos, chegando aos níveis de 10 anos atrás. Esta díade “expectativa e confiança” está muito baixa!
Revista Dealer – O mercado de importados já vem apresentando sucessivas quedas desde o ano passado e, em fevereiro, retraiu mais 35,2% em relação ao mesmo mês de 2014. Quais são os principais motivos para este cenário? Marcel Visconde – Se você comparar janeiro e fevereiro, com o mesmo período do ano passado, tivemos um bimestre com menos dias úteis e, de uma certa forma, isso contribuiu para esta piora. Eu diria que, o que tem chamado a atenção, é que o processo de deterioração econômica e a perda de confiança começou a acontecer no último trimestre do ano passado. E eu digo isso por que você começa o ano da mesma forma que encerrou o anterior, que foi de uma forma mais complicada. Aquilo que esperávamos que fosse acontecer em janeiro e fevereiro, que tradicionalmente são meses atípicos comercialmente, foram intensificados por esta situação. Uma situação pela qual os pilares macroeconômicos, a variável do câmbio, da inflação, do crédito e do crescimento econômico, que são importantes e determinam o consumo, nos fizeram perceber que a atual situação é muito crítica. Aquilo que é mais importante e que dá uma condição de você ter uma situação um pouco melhor, está ancorada na palavra “confiança”. Nós estamos com níveis de expectativa e de confiança muito baixos, chegando aos níveis de 10 anos atrás. Esta díade “expectativa e confiança” está muito baixa! Além disso, temos a expectativa de ter uma recessão ao longo do ano, entre outros fatores que estão aliados a um conflito político latente, afugentando o consumo. Os consumidores estão em regime de espera, de resguardo e de cautela, o que, naturalmente, afeta as compras e o mercado. Além disso, tem algumas faixas que têm mais dificuldades para a obtenção de crédito. Então, quando você combina essa quantidade de questões específicas, desde o crédito, a perspectiva de crescimento econômico, a inflação acima do teto que todos imaginavam, e um dólar que, nos últimos 20 dias, sofreu 20% de variação, não é possível acreditar que o mercado esteja em boas condições. No nosso caso, de importados, vivemos todas as variáveis dos demais players de mercado, porém, temos o agravante do câmbio. E isso faz com que a gente enfrente uma situação muito mais dramática do que os demais. Revista Dealer – A desvalorização do Real já era esperada pela entidade? Quais são os principais impactos da moeda no negócio? 18
Revista Dealer
Marcel Visconde – Sim, ela já era esperada, mas não com a intensidade e com a velocidade que aconteceu no início do ano. Esperávamos que isso fosse acontecer gradativamente ao longo de 2015, mas de repente ela aconteceu. Para o carro importado, o impacto é na carne! 20% mais caro no custo! As empresas têm a possibilidade de repassar este aumento no preço do produto ou não. E nessas horas, você não pode repassar porque o mercado não está comprando. Se você repassa integralmente, vai ter um colapso comercial. Algumas empresas que são subsidiárias aqui, buscam renegociar as bases com as fabricantes. Eles entendem que essas variações cambiais acontecem no mundo inteiro. Portanto, você tem um pouco da ajuda das indústrias e um pouco da retenção do total da margem para que o empresário mantenha o negócio. Revista Dealer – De que forma a ABEIFA está trabalhando para melhorar este quadro? Marcel Visconde – Eu não enxergo uma reversão de quadro. Em 2015 vamos ter um período de travessia profunda e importante. Agora é o momento de salvaguardar as bases do trabalho, conter ao máximo os investimentos e manter o mínimo fluxo necessário para manter o negócio vivo. Este será um ano de pouca ousadia e um pouco mais de cautela. Revista Dealer – Há algum trabalho ou reivindicação junto ao governo? Marcel Visconde – Pode parecer até um paradoxo, mas o regime de cotas, com o dólar a R$ 3,20, é desnecessário. O dólar é uma barreira de entrada e um marcador importante para estabelecer o quanto mais ou menos você vai vender. Portanto, a necessidade de você ter cotas de importação, nos moldes da média de vendas de 2009, 2010 e 2011, não faz mais sentido. Estamos trabalhando este assunto com o governo para que isso deixe de acontecer. Revista Dealer – Os veículos premium não vinham sofrendo dificuldades, mas, em recente entrevista, o senhor comentou que este segmento também está com problemas. Como será possível melhorar o cenário e quanto os veículos premium representam no total? Marcel Visconde – Sim. Porém, primeiro precisamos conceituar o que determina o segmento premium. É a marca ou posicionamento de preço? Temos marcas premium que trabalham com produtos de preços mais baixos. Então você tem faixas de preço
Agora é o momento de salvaguardar as bases do trabalho, conter ao máximo os investimentos e manter o mínimo fluxo necessário para manter o negócio vivo.
que têm mais desgaste de resultado e outras com menos impactos. Em geral, este ano começou e deve continuar com resultados abaixo do esperado, em qualquer faixa de preço dentro do mercado premium. Então, não existe uma segunda via indo bem e o restante do mercado indo mal. Muita coisa que vai acontecer é o impacto inicial de lançamentos. O lançamento de bons produtos, que atendam à expectativa de conteúdo e de preço à realidade, é sempre um estímulo importante para as vendas. Temos visto alguns lançamentos que estão indo muito bem, mesmo neste cenário complicado. Por isso, enxergamos que a única forma de se ter melhores vendas é ter um portfólio de produtos que permita incluir novidades. Quem não tiver lançamentos importantes para fazer ao longo deste ano, vai sofrer mais. Revista Dealer – Qual é o tamanho do estoque atual? Marcel Visconde – O estoque de um importador nunca é muito grande com relação ao estoque das indústrias instaladas aqui. Existe uma casta de importadores que trabalham com estoque muito baixo, já que o volume de vendas e de produção é baixa. Eu diria que um importador de nicho trabalha, no máximo, com 30 dias de estoque. O importador que trabalha com mais volume tem estoque um pouco maior. Revista Dealer – Quais são as perspectivas da entidade para 2015? Marcel Visconde – Nós estamos revisando os nossos números. Mas, por enquanto, estimamos queda de 10% em relação ao registrado no ano passado, sendo que, em 2014, já teve uma queda importante. Vamos aguardar os acontecimentos ao longo do ano para ver se esses 10% são poucos ou muito, mas diria que esta porcentagem é um ponto de corte. Revista Dealer – Acredita em uma recuperação em 2016? Marcel Visconde – Acredito. Espero que, ao menos, tenhamos um fim de queda. E, sobre a base deste ano, isso já é considerada uma boa melhoria para 2016. Revista Dealer – De que forma que as Redes deverão trabalhar diante das adversidades do mercado? Marcel Visconde – Cautela, olho nas finanças, baixar a ousadia de expansão de Rede num momento tão 20
Revista Dealer
difícil, e esperar as coisas melhorarem para que você tenha um mínimo de capital para se manter para que, num futuro próximo, consiga expandir seus horizontes. Revista Dealer – Muitas marcas que eram exclusivamente importadas estão inaugurando plantas industriais no Brasil. Avalia que este seja o caminho correto para o mercado? Marcel Visconde – O Inovar-Auto fez com que fosse antecipado o processo de enxergar o Brasil como player. Não tem mais como entrar no país, se você pretende ter volume, pensando de forma diferente. Para pensar grande no Brasil, precisa trazer fábrica. Se você pensar pequeno, mantenha-se como importador e traga a quantidade de veículos necessárias para o seu mercado. Estas fábricas que estão entrando no Brasil, mesmo sem o Inovar-Auto, em um dado momento, viriam pra cá. Estamos passando por um momento de certa depressão de vendas, mas, em determinada hora, ele recupera. O potencial de vendas aqui, para os próximos 5 ou 10 anos, é representativo quando você olha o potencial de outros mercados já saturados. A visão dessas indústrias nunca é de curto prazo, mas sim, sempre de médio e longo prazo. Portanto, acredito que esta é uma tendência irreversível, já que a crise passa do estado agudo para o crônico e do crônico para o fim. Veja o que aconteceu com o mercado americano de 2008 para cá. Nós não temos a pujança e a dinâmica deles, mas você não fica a vida inteira em um processo ruim.
TRABALHAR PARA O DESENVOLVIMENTO DO MERCADO AUTOMOTIVO. PARA A CETIP ESSE É O MELHOR CAMINHO.
A Cetip é uma empresa atenta às tendências e necessidades do setor automotivo, que oferece soluções inovadoras para todo o ciclo de financiamento de veículos.
ESPECIAL
FENABRAVE: 50 ANOS DE REPRESENTATIVIDADE!
50 anos unidos na mesma direção!
A Fenabrave – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, entidade que representa mais de 8 mil Concessionários de veículos, dos segmentos de automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, tratores e máquinas agrícolas, por meio de 51 Associações de Marca filiadas, possui uma riquíssima história, construída ao longo dos 50 anos de representatividade da entidade junto à sociedade, ao governo, aos empresários e às entidades congêneres. Hoje, o setor da Distribuição Automotiva é responsável pela geração de mais de 410 mil empregos diretos – três vezes mais que a indústria, e por 5,2% do PIB Nacional. Ou seja, impulsiona o País a crescer sobre rodas, gerando riquezas e renda. Conquistas importantes, como a Lei Renato Ferrari (Lei 6729/79, atual 8132/90), por exemplo, mostram a força e a importância da entidade para a Categoria Econômica da Distribuição de Veículos. E esta força e magnitude, que representam a visão pioneira e desbravadora de um grupo de empresários, começou a ser construída no dia 18 de março de 1965. Um pouco desta história será contada neste especial elaborado pela Revista Dealer, que terá capítulos importantes da trajetória da Fenabrave, apresentados em todas as edições até o final de 2015, em comemoração aos 50 anos da Federação.
Na década de 1960, Renato Ferrari participa da inauguração da sede da ABRAVE, em São Paulo.
Confira e registre a memória que compõe a importância desta entidade!
A Cetip pensa no financiamento por completo para a sua satisfação ser também completa.
Para as instituições financeiras: a Cetip desenvolve soluções para todas as etapas do ciclo de financiamento.
Para quem vende: as soluções da Cetip colaboram para tornar a concessão do crédito ágil e segura, permitindo mais rapidez na liberação do veículo e um giro maior no estoque.
1965 A sede do Esporte Clube Pinheiros, tradicional clube na capital paulista, foi o local escolhido para realização da Assembleia Geral da ACOVESP – Associação dos Concessionários de Veículos de São Paulo. Presidida por Roberto Ferreira da Rosa, a entidade levou à pauta a criação de uma entidade que representasse os interesses do setor perante à sociedade e ao governo. Um ano após os militares tomarem o poder, o Brasil estava pautado no desenvolvimento econômico por meio da industrialização. O acelerado processo, registrado no período, fez com que o governo realizasse investimentos no setor industrial e acelerasse a emissão monetária (ou emissão de papel moeda) que ocasionou um agravamento do processo inflacionário, enquanto que a abertura da economia ao capital estrangeiro gerou uma progressiva desnacionalização econômica, já que as empresas multinacionais passaram a controlar setores industriais estratégicos da economia nacional, como a indústria automotiva, por exemplo. Francisco João Caltabiano, então presidente da diretoria da ACOVESP, informou aos Concessionários presentes sobre as razões que determinavam a então expansão da Associação para o âmbito nacional, sob a sigla ABRAVE – Associação Brasileira de Revendedores Autorizados de Veículos. Afirmando ter chegado à conclusão de que se tratava de uma medida perfeitamente viável e de grande significado para os empresários, Caltabiano revelou que a ABRAVE surgiria em um momento oportuno do cenário político e econômico da época. “A tarefa é difícil, mas os benefícios do sucesso, para toda a classe dos revendedores de veículos, estimulariam o esforço a empreender. O momento da história política e econômica que o Brasil está vivendo e a significação da atividade dos componentes da classe já não permitem sua ausência da vida social brasileira, exigindo participação efetiva na solução de problemas nacionais”, disse, à época, Caltabiano.
Empresários do setor fundam a ABRAVE
A formação da ABRAVE foi aprovada e, durante a mesma assembleia, foi feito o projeto de estatuto da nova entidade para ser debatido entre os participantes. Após a aprovação unânime, a nova entidade foi constituída, formando, então, sua primeira diretoria: • Presidente: Francisco João Caltabiano. • Vice-presidentes: Boaventura Farina, Geraldo Mauger, João Jamil Zarif e José Edgard Pereira Barreto. • 1º Secretário: João Pedro da Veiga Pacheco. • 2º Secretário: José Maiorano. • 1º Tesoureiro: Dionysio Guedes Barreto. • 2º Tesoureiro: Virgínio Montezzo Filho. Além da nova diretoria, foi criado um Conselho Consultivo, formado por empresários do setor, e também nove Diretorias Regionais (de um total de 18), que já foram eleitos e empossados na mesma assembleia. “A Associação, tendo como base territorial todo o País, precisa contar com a participação de diretores representativos dos vários centros do mercado automotivo nacional. São Paulo, principal centro de vendas e o grande e único centro de produção de autoveículos, participa com maioria de membros na condução da ABRAVE, que aqui se formou e que daqui se irradiará”, completou o primeiro presidente da Fenabrave, Francisco João Caltabiano. A formação de uma Convenção Nacional também foi pensada, na época, com o objetivo de mostrar a força e a união dos distribuidores de veículos. “A Convenção Nacional se faz necessária para que possamos sentir, mais de perto, as reivindicações da classe em todo o Brasil, e para que possamos estabelecer um código de ética para o revendedor autorizado de veículos”, informou Caltabiano, constituindo, definitivamente, o quadro diretivo da ABRAVE.
Acompanhe a continuação dessa trajetória de sucesso nas próximas edições da Revista Dealer, editadas em 2015.
Para quem compra: a Cetip apresenta as melhores soluções para as instituições financeiras, resultando na liberação mais rápida do crédito.
50 anos de estrada. Não é à toa que a Fenabrave entende tanto do setor automotivo do Brasil.
Uma homenagem da Cetip a quem também quer ver o nosso mercado sempre no caminho certo.
opinião
Eles não entenderam nada. E vocês????
Fátima Turci
Mesmo com o aquecimento do mercado global, no Brasil, as expectativas não são animadoras.
O
s números podem variar segundo pesquisas, setores ou época de coleta de dados. A conclusão, porém, é unânime: as mulheres decidem a maioria das compras. As brasileiras são responsáveis por 66% de tudo o que é consumido pelas famílias no País, de acordo com levantamento da Bolsa de Mulher. Estatísticas dos principais fabricantes de veículos do País apontam que 58% das compras de carros é responsabilidade feminina e sua influência na decisão de compra chega a 90%. Mulheres preenchem o cheque em 40% das compras de carros novos e, em alguns casos, como no do Citroën C3, esse índice aumenta para 58%. Mas será que o setor sabe vender para elas (ou nós)? Definitivamente, NÃO. Nem fabricantes nem Concessionários entenderam ainda essa profunda mudança. Com 40 anos de trabalho em economia, minha tendência seria rechear esse texto com dados, estatísticas e numerologia. Mas todas essas informações estão disponíveis num click digital. O que falta é entendê-las, interpretá-las e, acima de tudo, agir com estratégias de produção, de marketing, de propaganda e de comercialização. O paralelo é similar ao que ocorre hoje no País, quando acabamos de ter a segunda manifestação popular contra o governo com o mote: Eles não entenderam nada. E indago: será que o setor automobilístico como um todo entendeu o poder real de compra da mulher? Minha vivência e observação dizem NÃO. Não entenderam sequer quem é essa nova Mulher. Recentemente, li os comentários enaltecedores do sócio diretor do Data Popular, Renato Meirelles, sobre o empoderamento das mulheres brasileiras, e fiquei chocada com uma análise antiga e machista. “Com o aumento do número de vagas de empregos formais, elas ganharam crédito, investiram em educação, evoluíram na carreira e passaram a interferir até na administração da carteira do marido”, disse ele. Socorro!!!! Que mulher é essa do século 21? Onde estão as solteiras, divorciadas ou mesmo as que respondem pela maioria do orçamento familiar? Até o chamado controle da carteira do marido hoje é uma decisão consensual e de bom senso pela ótica da racionalidade feminina na divisão dos bens materiais. Neste momento delicado da economia brasileira, com perspectiva de recessão, é preciso debruçar mais ainda sobre como cativar, encantar e preservar essa cliente. Saber quem é ela e o que quer. Os produtos em si apresentam alguns detalhes focados no universo feminino, mas ainda muito cor-de-rosa para o gosto da
mulher moderna, como espelhinho iluminado no quebra sol do motorista, que agora também é feminino; troca da maçaneta das portas para evitar quebra das unhas ou troca do tecido dos bancos para não desfiar a meia-calça. Praticidade é palavra chave feminina. Daí vários modelos incorporarem itens como porta-objetos ou mesinhas, exigidos hoje, também, pelo público masculino ao perceber a vantagem ao levar as crianças à escola ou fazer viagem com a família. Alguns modelos, como o C3 e o Fox se dizem campeões entre as mulheres porque atendem às exigências, principalmente de conforto, como espaço interno, porta trecos e regulagem de altura dos bancos. As mudanças, porém, têm de ser mais profundas. A plataforma tecnológica de um automóvel é uma commodity. Portanto, tenho de pensar em como me diferenciar e atrair esse contingente feminino. Um automóvel para homens tem de ser possante, atrelado às características técnicas. Para as mulheres, tem de ter estilo, conforto, e itens funcionais e objetivos, como consumo de combustível e facilidades internas. Mais grave do que a falta de percepção de quem é a compradora de automóveis hoje, por parte dos fabricantes, é a quase total falta de sensibilidade da rede de concessionárias. Na experiência de compra não encontro diferenciais que atentem para a mulher enquanto a tomadora da decisão. Muito menos no chamado estímulo à compra, ou propaganda. Esta ainda se destina a uma fútil, vazia e desinformada dona de casa. Além disso, é preciso ficar atento a como nós – mulheres – compramos. Várias pesquisas indicam que a internet responde por 70% dessa busca por produto ou serviço. Outro detalhe interessante é como se dá o processo de decisão no caso de automóveis. Para a maioria absoluta das mulheres, a escolha se dá a partir de indicação de terceiros. Então, senhores e senhoras, mãos à obra: vamos colocar nossas cabeças para pensarmos juntos em como encantar nossas consumidoras nos pontos de venda. Que tal: banheiros amplos, limpos, espelhados e com fraldário nas concessionárias? Área de recreação para crianças? Test drive para toda a família com direito a guloseimas? Equipe preparada para mostrar além das características técnicas do veículo? Chats (virtuais é claro) e grupos de bate-papo presenciais para troca de experiências tanto sobre o veículo como sobre o ponto de venda? Informativos com comparativos de consumo de combustível; desgaste do automóvel? Cursos de primeiros socorros ou medidas preventivas de acidentes e ainda de pequenos reparos? Ou talvez simplesmente nos ouvir e, de fato, escutar.
Fátima Turci, jornalista, âncora do programa Economia e Negócios da Recordnews.
Revista Dealer
25
matéria de capa
FAÇA A DIFERENÇA! É A HORA DE OLHAR PARA DENTRO
26
Revista Dealer
Diante do cenário adverso apresentado pela economia, o que reflete diretamente no setor automotivo, é chegado o momento de olhar para dentro do negócio, reduzir custos e se preparar para a retomada do mercado.
O
Brasil tem passado por momentos difíceis no cenário econômico e político. Aumento da taxa de juros, inflação que deve superar a casa dos 7,5%, câmbio do dólar acima de R$ 3 e um PIB que deve ser negativo ao final do período. O desemprego crescendo e a renda diminuindo junto com os índices de confiança do consumidor no país. Todas essas variáveis refletem diretamente no setor automotivo, já que o consumidor, atento a essas notícias, fica mais reticente ao investir em um bem de alto valor agregado, como um automóvel. A produção de veículos, como reflexo do mercado contraído e do baixo volume de exportações, registrou, no trimestre, queda aprofundada e teve resultado 16,2% pior do que o primeiro trimestre de 2014. Foram feitos apenas 663 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus nas fábricas brasileiras, ante 791 mil registrados no mesmo período do ano passado. Em fevereiro, a indústria automotiva já havia acumulado retração importante. Ainda assim, a baixa era mais aceitável para o início do ano, período em que as empresas costumam diminuir o ritmo das fábricas e dar férias coletivas aos funcionários, além do feriado de carnaval. Já o resultado ruim de março sinaliza contração mais consistente das vendas. “Enquanto o ajuste fiscal não for aprovado, nem o consumidor e nem os investidores vão agir com relação à compra ou ao investimento. O mercado precisa saber quais serão os rumos do país”, diz Luiz Moan, presidente da Anfavea.
Revista Dealer
27
matéria de capa
“Há grande necessidade de ajuste dos estoques”, reconhece Moan. O número de carros armazenados chegou a 360 mil unidades em março, 31 mil a mais do que em fevereiro. O volume é o suficiente para 46 dias de vendas, considerando a baixa média diária de emplacamentos de março, que ficou em 10,2 mil unidades/dia. A exportação de veículos também não foi capaz de dar vazão aos estoques elevados: as vendas internacionais caíram 16,8% no trimestre, apesar de terem crescido em março na comparação com o fraco mês anterior, para 32 mil unidades. Depois de acumular grande queda no trimestre, a Anfavea deixou de lado o otimismo com os resultados deste ano e admitiu que a performance da indústria em 2015 ficará abaixo do que era esperado até então. “Nossas projeções apontam queda de 10% na produção total de veículos, e uma queda maior, de 13,2% no licenciamento”, anunciou Moan. De acordo com o presidente da Anfavea, os feriados que ocorrerão até o final do primeiro semestre ainda devem atrapalhar o desempenho do setor. “Depois de anunciados os ajustes fiscais, acreditamos que o segundo semestre será melhor, mas não o suficiente para empatarmos com 2014”, completou.
Ehenis sam cum laut lab ides sequi cones ab incilit faccus, omnisciate corisimus iumqui blab in plit, quae eicimi, natibus es rae. Arume delluptaqui qui berrorp ossimossed et volorem lacienis
28
Revista Dealer
Em janeiro, a entidade apresentou panorama de que a produção de veículos cresceria 4,1% em 2015 na comparação com 2014, para total de 3,14 milhões de unidades. “O quadro se alterou completamente”, analisa Moan. A redução brusca do ritmo das fábricas acontece justamente no momento em que o País conta com uma série de novas linhas de montagem entrando em produção. Em 2014, foram inauguradas três plantas: Nissan em Resende (RJ), Chery em Jacareí (SP) e BMW em Araquari (SC). Já este ano marca o início da produção da Fiat Chrysler em Goiana (PE). Está previsto, ainda, o início da operação da linha de montagem da Audi e do Volkswagen Golf, em São José dos Pinhais (PR). Como resultado destes investimentos, a Anfavea estima que a capacidade produtiva da indústria nacional esteja entre 4,5 milhões e 4,6 milhões de veículos por ano. Moan evita falar sobre o aumento da capacidade ociosa mas, se o mercado seguir no mesmo ritmo, boa parte do potencial produtivo brasileiro deve ficar inutilizado em 2015. Na opinião de Letícia Costa, diretora da Prada Assessoria, o cenário geral para o setor é negativo. Para ela, ainda não é possível avaliar, com precisão,
Luiz Moan, presidente da Anfavea, Alarico Assumpção Jr., presidente da Fenabrave, Letícia Costa, diretora da Prada Assessoria, Tereza Fernandez, sócia-diretora da MB Associados, e Valdner Papa, diretor da Fenabrave.
os rumos do mercado (ela diz que ainda há chance de um racionamento efetivo de água e energia, além dos prováveis efeitos dos ajustes fiscais anunciados pelo governo), porém, imagina que, em 2015, o mercado caia dois dígitos. “O cenário, para a Rede, hoje, é complicado, pois tudo o que estamos vendo atrapalha na venda e na rentabilidade de veículos novos”, comenta. Lição de Casa – Diante de um cenário econômico externo, que pouco ou nada pode ser alterado a partir de ações dos Concessionários, caberá a cada empresário encontrar alternativas de rentabilidade e gestão que lhe possibilite, como o presidente da Fenabrave avalia, “atravessar essa difícil ponte chegando ao final do ano inteiro”. Para Alarico Assumpção Júnior, não adianta reclamar agora. “O problema foi a economia chegar onde chegou. Agora, o remédio é esse mesmo; amargo, mas teremos que beber. Um doente não come carne assada, mas sim, se alimenta de canja de galinha até se recuperar plenamente. Assim estamos nós”, compara, referindo-se aos ajustes anunciados pelo governo. Segundo Letícia Costa, em algumas Redes, o problema pode ser mais amplo, como nas maiores marcas do mercado. “Estas terão perda progressiva de share. É um bom momento para ajustar a oferta à atual demanda”, recomenda Costa. Para os demais Concessionários, a diretora da Prada diz que agora, mais do que nunca, é o momento de focar esforços na área de serviços e peças. “Este será um ano para colocar a casa em ordem. É necessário ter cuidado com o caixa, já que os custos operacionais subiram. É preciso renegociar e ajustar diversas frentes e trabalhar, com as montadoras, sistemas menos suscetíveis”, explica. “Os Concessionários terão que treinar”, enfatiza Letícia. Para ela, o investimento em capacitação
se faz necessário ao longo deste ano, porém, estes valores não podem interferir no caixa da Rede. “Estão todos preocupados com 2015, e estão certos. Vejo uma recuperação lenta apenas em 2016, que vai seguir até 2018. O importante não é só segurar as pontas, mas se preparar para um crescimento mais baixo”, enfatiza, dizendo que, com o aumento da competitividade, é preciso fazer planejamento no longo prazo. A Fenabrave, representante de mais de 8 mil Concessionários de veículos, responsáveis por 5,2% do PIB Nacional e pela geração de mais de 410 mil empregos diretos, considera alarmantes os possíveis impactos sociais gerados por esta crise. “É preciso que a economia volte à sua normalidade, promovendo a retomada da confiança por parte do consumidor”, comenta o presidente da entidade, Alarico Assumpção Júnior. Segundo o presidente da Fenabrave, a retomada e o fortalecimento do sistema de crédito para veículos é uma prioridade para melhorar o cenário atual. “Mantivemos as nossas tratativas junto ao BNDES, por exemplo, para a renovação de modalidades de financiamento subsidiados, fundamentais para o setor de caminhões, ônibus e máquinas agrícolas”, completa Assumpção Júnior. Para a Fenabrave, agora é o momento de estancar operações deficitárias e ajustar a gestão de acordo com a atual realidade. “Diante disso, há um lado positivo e desafiador para a Rede”, comenta Valdner Papa, diretor da entidade. “A empresa que souber trabalhar este momento, certamente sairá da crise mais forte e responderá mais rápido às melhoras do mercado”, completa. Valdner explica que o ajuste deve ser pontual e não descriminado. Para ele, os empresários devem tomar cuidado para não perder seus principais talentos durante essas mudanças. “Já foram feitos investimentos para capacitar esses colaboradores. Revista Dealer
29
matéria de capa
A produção de veículos, como reflexo do mercado contraído e do baixo volume de exportações, registrou, no trimestre, queda aprofundada e teve resultado 16,2% pior do que o primeiro trimestre de 2014. Foram feitos apenas 663 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus nas fábricas brasileiras, ante 791 mil registrados no mesmo período do ano passado.
30
Revista Dealer
O Concessionário deve ter este momento como uma oportunidade de ajuste, se preparando para o futuro, já que a crise é passageira”, diz. Para suplantar a atual crise, Valdner Papa recomenda que os empresários do setor da distribuição automotiva sejam mais criteriosos na hora de investir. A ideia é direcionar o capital em tudo o que trouxer resultados fortes ou em inovações que auxiliem na maior produtividade da operação. “Não é o momento de investir em ativos fixos ou naqueles que possam trazer prejuízo. Não é o momento de arriscar”, completa Papa. Outro ponto destacado pelo diretor da Fenabrave está no aumento da produtividade da atual equipe. Para Papa, é preciso estancar perdas ou improdutividade, geradas por alguns canais dentro da operação. “A má gestão dos estoques, por exemplo, com produtos que não giram, é um problema para o negócio”, diz, afirmando que estar atento
ao caixa da empresa também será uma estratégia fundamental durante este período. Segundo Papa, é preciso ser mais eficiente na gestão e também formar resultados nas concessionárias. “Agora também é o momento de buscar rentabilidade em áreas que não são tão afetadas pela crise, como o departamento de usados e pós-vendas”, ensina Papa, para quem investir em capacitação e em novas tecnologias poderá ser a chave para ampliar os resultados da empresa. Economia não deve reagir até 2017 – Para a sóciadiretora da MB Associados, Tereza Fernandez, o cenário econômico brasileiro ainda depende de muitas variáveis, especialmente no que se refere ao campo político. Segundo a economista, 2015 será um ano de ajustes para os empresários e, de acordo com suas previsões, 2016 pode ou não se manter de forma negativa. “Se o ajuste fiscal, apresentado
pelo governo, for aprovado, acreditamos que 2016 pode ser melhor que este ano”, explica, informando que, se isso não acontecer, o ano que vem será mais complicado para a retomada de crescimento. Dentre os setores da economia menos afetados pela crise, Tereza destaca o setor de agronegócio, TI, saúde (saúde privada e indústria farmacêutica), além da exportação de manufaturados, que possui, como um dos principais compradores, os Estados Unidos. “Neste ponto, a cotação atual do dólar ajuda”, completa.
A pauta central do encontro foi o Plano Nacional de Exportações, programa de estímulo às vendas internacionais, que prevê ampliação e fortalecimento de acordos comerciais com outros países, além de buscar uma solução para a falta de financiamento às vendas externas. Entre janeiro e fevereiro foram vendidos internacionalmente apenas 47,5 mil veículos, número 7,2% inferior ao registrado no mesmo intervalo do ano passado. “O Brasil já exportou 30% de sua produção e hoje exporta apenas um terço disso”, aponta o ministro.
Ministros Kátia Abreu (Agricultura), Eduardo Braga (MME) e Armando Monteiro (MDIC).
MDIC ouve a indústria – Em encontro com dirigentes da indústria automotiva, no dia 26 de março, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, comentou que, passado o momento mais rígido do ajuste fiscal que o País enfrenta, os números da indústria automotiva começarão a apontar para cima. A expectativa é de crescimento das exportações, que devem se tornar mais robustas nos próximos anos com o Plano Nacional de Exportação, projeto para fortalecer acordos comerciais com outros países e oferecer opções mais competitivas de financiamento às vendas internacionais. Na análise de Monteiro, a indústria local enfrenta contração das vendas e do nível de atividade, mas isso não representa um colapso. “Com um mercado interno desta dimensão não podemos pensar em crise. Estamos entre os cinco maiores do mundo em vendas de veículos”, lembra, usando dados de 2014 já que, se o ritmo de vendas continuar o mesmo, o Brasil deve perder posições no ranking global este ano. Revista Dealer
31
matéria de capa
“Precisamos discutir a relação com a Argentina, ampliar a parceria com a Colômbia e buscar acordos com Equador, Peru e países do continente africano”, resume Luiz Moan, presidente da Anfavea. Ele enfatiza que a aliança com a Argentina é essencial para garantir o bom desempenho das vendas externas brasileiras, já que o país é o principal destino dos carros fabricados no Brasil. Moan defende que a parceria não se resume apenas à relação comercial, e trata-se de uma integração produtiva, já que envolve, também, importação e exportação de autopeças e componentes. O acordo atual vence no próximo dia 30 de junho. “Estamos construindo a posição brasileira com a Argentina”, aponta o ministro.
O setor de agronegócio será, junto com TI e Saúde, um dos que mais crescerão na economia brasileira.
32
Revista Dealer
Renovação de Frota – No encontro com os dirigentes de montadoras, o ministro Armando Monteiro, afirmou que a pasta atuará de forma que o programa de renovação da frota seja aprovado. Este é um pleito da Fenabrave, da Anfavea do Sindipeças,
da Confederação Nacional do Transporte, da NTC&Logística, do Instituto do Aço, entre outras entidades do setor, que foi apresentado ao governo por meio de um projeto único, em 2013. O parecer foi dado pelo próprio ministro durante seu encontro com Alcides Braga, presidente da ANFIR - Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários, dois dias antes do encontro com Moan. Em comunicado divulgado em 25 de março, a entidade que representa as fabricantes informa que a medida – para a qual não há informações sobre quando será aprovada – poderá representar o emplacamento de algo como 1 mil reboques e semirreboques no primeiro ano de aplicação. O programa consiste na substituição de implementos rodoviários antigos por modelos novos em condições a serem definidas. O ministro também salientou que estudará a ampliação do índice de financiamento do valor do bem pelo Finame PSI, linha do BNDES, das atuais 70% (para pequenas empresas) e 50% (para
grandes empresas) para 80%. Até o fim de 2014, a linha de crédito financiava 100% dos implementos para ambos os tipos de clientes. O mesmo vale para o mercado de caminhões. O ministro confirmou que o governo seguirá empenhado para implementar o programa, mas não deu um prazo para que isso aconteça. Na visão dele, um projeto de renovação da frota é oportuno mesmo no momento de ajuste das contas públicas. “Também pedimos previsibilidade de taxas de juros e condições de compras de caminhões no longo prazo. O ministro recebeu bem as propostas e se comprometeu a trabalhar nisso”, assegurou Moan. Conquistas para o setor – A Fenabrave, após ofício encaminhado ao Ministério da Fazenda, ao MDIC e ao Presidente do BNDES, expondo a importância do setor da distribuição automotiva para a economia brasileira, realizou audiência com a Ministra da Agricultura, Katia Abreu, no dia 25 de março, em Brasília, que contou com a participação de representantes da ANFAVEA, CSMIA e ABIMAQ, onde expressou sua preocupação com relação a alguns assuntos que podem afetar, negativamente, os níveis de comercialização de veículos ligados ao setor de tratores, colheitadeiras, pulverizadores e implementos agrícolas, consequentemente abalando o poder de manutenção de empresas, empregos e, assim, enfraquecendo a geração de riquezas no país.
Durante o encontro, a Fenabrave pleiteou, junto às outras entidades, ao governo uma série de medidas para benefício do setor, relacionadas ao MODERFROTA, inclusive a adição dos Pulverizadores Auto Propelidos novos ao programa – atualmente, apenas os pulverizadores usados são contemplados. A representatividade da Fenabrave e das entidades que participaram da audiência fez com que o Conselho Monetário Nacional (CMN) incluísse, entre os itens passíveis de financiamento no MODERFROTA, os Pulverizadores Auto Propelido novos, com tanques acima de 2.000 litros e barras de 18 metros ou mais. O Conselho ajustou, também, os encargos financeiros de acordo com a receita operacional bruta/renda ou grupo econômico a que pertença o beneficiário, em consonância com as taxas de juros definidas no Programa de Sustentação de Investimento (PSI). Os encargos para as operações contratadas a partir de 1º de abril de 2015 estão descritas na publicação do D.O.U, de 27 de março de 2015. Independentemente das conquistas do setor junto ao governo, parece claro que, em 2015, o tom dos negócios nas concessionárias deverá ser dado pelos próprios empresários do setor. “Será necessário cada um fazer mesmo, e de forma urgente, a sua lição de casa. Essa será a diferença e uma questão de sobrevivência para as Redes”, conclui Valdner Papa.
Luiz Moan e Alarico Assumpção Jr. em audiência com a Ministra da Agrigultura, Kátia Abreu.
Revista Dealer
33
case de sucesso
QUINTA RODA SCANIA ALCANÇA ÍNDICE DE 100% DE ABSORÇÃO NO PÓS-VENDAS Com 1.200 ordens de serviços de assistência técnica, além da comercialização de peças que, juntos, totalizaram mais de R$ 37 milhões, o grupo Quinta Roda teve todos os custos fixos absorvidos pela área de pós-vendas em 2014.
F Nilson Tassi, gerente de serviços da Quinta Roda.
34
Revista Dealer
oco no pós-venda. Esta é a recomendação de todas as lideranças do setor para o remédio que diminuirá os impactos da baixa no mercado este ano. O exemplo vem do mercado norte-americano, que hoje já possui patamares bem robustos de absorção de despesas operacionais por meio do pós-venda. O exemplo estadunidense deve ser seguido no Brasil, que vive por um período turbulento, assim como os norte-americanos passaram a partir de 2008, quando o mercado de 16 milhões de unidades caiu para pouco mais de 10 milhões. Com isso, áreas como pós-vendas passaram a ser trabalhadas
com mais afinco pelas concessionárias com o objetivo da busca por outras formas de lucratividade. A Rede de Concessionárias de Caminhões Quinta Roda, que representa a marca Scania na cidade de Sumaré (SP) e também comercializa ônibus e motores, tem 42 anos de atuação e pertence ao Grupo Lemos de Moraes. A empresa conta com 150 colaboradores, sendo que cerca de 100 funcionários atuam na área de serviços. Além das premissas da montadora, a Concessionária desenvolveu processos internos que facilitam o trabalho junto ao cliente, além da melhoria da produtividade e eficiência da equipe que trabalha na oficina. Nilson Tassi, gerente de serviços da Quinta Roda, cita que todo o trabalho voltado para o índice de absorção de pós-vendas da Rede está relacionado à produtividade e eficiência. “A produtividade da nossa Rede está acima de 85% na oficina e a eficiência nos serviços em torno de 100%. Damos suporte e treinamento, pois o funcionário precisa ter acesso às condições e ferramentas para produzir com 100% de eficiência, e tudo isso se reflete no atendimento ao nosso cliente e, consequentemente, nos nossos resultados de pós-vendas. É um processo de melhoria contínua”, afirma Tassi. O executivo cita que o pós-vendas sempre foi tratado de maneira diferenciada dentro do Grupo, mas que, nos últimos cinco anos, passou a ter um papel ainda maior. “Passamos a trabalhar mais forte o ABS, ou seja, o índice de absorção da área de serviços. No ano passado, todos os nossos custos fixos foram cobertos com a receita resultante do
pós-vendas, que totalizou mais de R$ 37 milhões. Nosso índice de absorção da área de serviços superou 100%. Nos dois primeiros meses de 2015, com as adversidades da economia, assim como vem acontecendo com o mercado em geral, que está se ajustando, fechamos com um índice de 69%, no entanto, já estamos trabalhando para reverter este número”, comenta Tassi. Outro ponto fundamental, segundo Tassi, se refere ao atendimento imediato ao cliente e à disponibilidade das peças na oficina. “Hoje, o nosso índice de atendimento na primeira chamada é de 95%, o que significa que temos, em nosso estoque, exatamente 95% das peças que os clientes precisam. A montadora também nos oferece uma ferramenta (TSM) que nos permite programar o abastecimento do estoque por demanda, onde o sistema encaminha a solicitação automaticamente, de acordo com a necessidade. Essa ferramenta é muito importante, pois a montadora recompra as peças que não giram, desde que eu deixe o TSM gerenciar o meu estoque. A Scania considera excesso de estoque quando o índice alcança 16%, o da Quinta Roda está em 12%”. O gerente de serviços da Quinta Roda afirma que bons índices de absorção no pós-vendas estão relacionados a fatores como, por exemplo, ultrapassar os padrões de excelência na qualidade determinados pela montadora. “Na Unidade Parada, que faz o atendimento emergencial aos nossos clientes,
o fabricante recomenda que o índice de pedidos de peças seja de 4%, mas o nosso é 3%, o que indica a nossa agilidade no atendimento ao veículo para que este não fique parado. Em relação ao giro de estoque, o recomendado por ano é 8 vezes, já o nosso é de 10 vezes, ou seja, estamos sempre na busca pela superação das nossas próprias metas internas”, comenta. Tassi cita que inovação, serviços diferenciados e capacitação profissional andam juntos na busca pela excelência, sempre, como o serviço de box rápido, onde o cliente realiza o serviço em até uma hora, garantindo rapidez e comodidade. “Oferecemos treinamento constante para a nossa equipe, onde contemplamos a capacitação a distância, com acompanhamento, pois acreditamos que a motivação faz toda a diferença”, cita. E conclui: “Outro diferencial que oferecemos aos nossos clientes, que não se adaptam ao nosso caminhão de imediato, é o serviço de acompanhamento chamado de máster driver, onde o nosso colaborador vai até ele e o acompanha até que se adapte, se sinta seguro. Tudo isso agrega muito no processo de fidelização, onde trabalhamos não apenas para encantar o nosso comprador, mas com o objetivo de aprender a lidar com ele, pois precisamos trabalhar abordagens diferentes que atendam os anseios de cada um dos nossos clientes”, finaliza o executivo da Quinta Roda. Revista Dealer
35
debate
MANTER TALENTOS É FUNDAMENTAL PARA OS NEGÓCIOS Responsáveis pela geração de mais de 410 mil empregos diretos no Brasil, as Redes de Concessionárias precisam, neste momento de turbulências pelo qual a economia do País atravessa, buscar formas de preservar os seus principais talentos, por meio de boas práticas que garantam não apenas a geração de resultados imediatos como a capacidade de absorção de demandas futuras, quando o mercado voltar a se aquecer.
A
Investimento na capacitação: equipes de vendas e pós-vendas da Marte Veículos participam, constantemente, de treinamentos e especialização. 36
Revista Dealer
s dificuldades do mercado estão levando as Redes de Distribuição a olhar para dentro de casa e a ajustar sua gestão de caixa e estrutura de custos e investimentos. Mas especialistas afirmam que é preciso ter cuidado, pois reduzir custo não significa realizar demissões indistintamente, mas sim, ajustar a estrutura à real demanda de mercado. Ao contrário, a preservação dos talentos passa a ser fator estratégico para qualquer empresa que deseja não apenas extrair mais resultados agora, como estar preparada para futuras demandas, em momentos de expansão. Nesse sentido, os investimentos em treinamento e cursos de capacitação profissional são importantes para manter as equipes motivadas. “Manter os profissionais de destaque é garantia de retorno imediato e futuro, visto que, para conquistar uma equipe preparada e motivada, é necessário tempo e muito investimento”, afirma Francisco Nunes, consultor empresarial especialista em gestão de pessoas. Para ele, mais do que nunca, a motivação e a sinergia deverão ser encaradas como pontos importantes no dia a dia das empresas, aliadas ao comprometimento de cada colaborador, independente da função que desempenha. “Nesse sentido, o gestor passa a ter papel fundamental nos desdobramentos de cada ação, sejam positivos ou negativos”, alerta Nunes. O especialista afirma que, para a empresa reter seus talentos, é preciso seguir três pilares fundamentais. Um deles se refere à política da empresa quanto ao desenvolvimento do colaborador, ou
Os segredos da Marte Cleide Simões Videira Cossi, sócia-diretora da concessionária Volkswagen Marte Veículos, empresa com 44 anos de atuação (sendo 35 de atuação da executiva), cita que, atualmente, o quadro de colaboradores é formado por cerca de 95 funcionários e que a empresa não vem fazendo cortes de pessoal em função das dificuldades do mercado. “Há um ano e meio, começamos a nos preparar para o cenário atual, olhando as possibilidades, sobre como poderíamos nos ajustar. Primeiro, reunimos todos os departamentos da empresa e informamos que precisávamos de todos, que a redução de desperdícios e despesas seria fundamental e que não faríamos corte drástico de pessoal. Em todos esses anos de atuação, a nossa política, junto aos nossos colaboradores, nunca foi a do ‘facão’ e isso facilita o nosso trabalho”, cita a titular. Cleide afirma que o ajuste que a Concessionária vem trabalhando é voltado para avaliar a necessidade da reposição ou não de uma vaga quando um colaborador pede demissão, por exemplo, ou se o trabalho pode ser absorvido por um outro funcionário ou, ainda, nos casos de desligamentos de pessoas que não atendem o propósito da empresa. “Trabalhamos muito bem a sinergia e, em alguns casos, atividades que antes eram desenvolvidas por quatro pessoas, hoje são desempenhadas, sem prejuízos para a empresa e colaboradores, por duas, alcançando um excelente aproveitamento interno. Dois valores são fundamentais para nós: a prevenção e a economia, no sentido do não desperdício”, declara Cossi. A empresária afirma que o investimento em treinamentos e o trabalho junto aos gestores em prol do desenvolvimento de pessoas é fundamental no processo de motivar e manter os talentos. “Além dos programas de treinamento e capacitação profissional oferecidos pela montadora, buscamos oferecer, também, aperfeiçoamento por meio de recursos internos e externos, de acordo com cada situação. Realizamos reunião de avaliação mensal dos departamentos e setores e, por meio do plano de ação do colaborador, analisamos o seu desempenho. Caso não seja satisfatório, é possível traçar uma estratégia para reversão dos
seja, o programa de capacitação profissional. “Isso motiva o colaborador, pois, na medida que ele realiza treinamentos, ganha competência técnica, administrativa ou comportamental. E este último é fundamental para que os funcionários tenham iniciativa. No entanto, nada funciona se o colaborador não possuir comprometimento, uma característica considerada essencial”, diz. O segundo pilar, destacado por Nunes, é o sistema de remuneração, que deve ser com base na meritocracia, ou seja, de acordo com o trabalho desempenhado, garantindo que os talentos tenham uma remuneração conforme o resultado apresentado. “É a forma mais justa. Para que a meritocracia tenha fundamento, é preciso que seja ‘casada’ com a produtividade. Com isso, o Concessionário reduz custo e retém o colaborador. Remuneração adequada é fundamental”, cita. Outro ponto apontado pelo consultor, e que faz toda a diferença na retenção dos talentos, são as perspectivas de futuro na empresa. “As empresas
resultados, por parte dele e do gestor. São avaliados itens como qualidade e postura, sendo que, com base nos resultados do gestor, avaliamos os resultados do departamento”, comenta. Cossi cita que a Marte Veículos traCleide Simões Videira Cossi. balha com um Comitê de Direção, onde todas as decisões estratégicas são tratadas, e que também é responsável por traçar os rumos e melhorias de todos os setores da empresa de maneira geral. “Trabalhamos com programas de incentivo e todas as metas são planejadas pelos gestores e, aprovadas ou não, pelo Comitê de Direção”. A sócia-diretora da concessionária Volkswagen Marte Veículos afirma que a motivação faz com que o colaborador valorize mais o seu trabalho, participe mais e, com isso, adquira confiança no desempenho de suas atividades, maturidade e profissionalismo. “Precisamos de pessoas comprometidas, pois, sem comprometimento, mesmo que o colaborador seja competente, não teremos bons resultados. O nosso negócio exige muito. Os nossos colaboradores, gestores em geral, precisam compartilhar da filosofia da empresa, pois os desafios são grandes. Por isso, nossa filosofia é focada na qualidade e desenvolvimento das pessoas. Mesmo com os dias mais complicados, não abriremos mão dos nossos colaboradores, pois perderíamos todo o nosso investimento”, afirma Cossi. “Precisamos ter a percepção de enxergar, no colaborador, os seus valores e possibilidade de crescimento. A possibilidade de transferência para outra área é uma realidade em nossa empresa, permitindo experiências muito ricas, mantendo os nossos talentos em nossa organização. Isso é muito importante, pois as habilidades das pessoas precisam estar em sintonia com suas atividades. Hoje, a nossa maior preocupação é não deixar o negativismo do mercado contaminar o ambiente de trabalho”, finaliza a empresária.
precisam ter clareza quanto aos benefícios e oportunidades que podem proporcionar aos seus colaboradores. O funcionário permanece em uma empresa por alguns motivos, entre eles o sustento, os benefícios e as vantagens que terão no futuro”, comenta Nunes. O consultor ressalta outra premissa imprescindível para a retenção de talentos: a contratação. Para ele, esse processo precisa ser muito bem feito e considerar itens essenciais na avaliação dos candidatos, como a análise do perfil adequado à função, e as possibilidades de que ocorra o que chama de “casamento” ou compatibilidade entre este futuro colaborador, sua chefia e a empresa. O estilo de liderança também é importante na avaliação de Francisco Nunes, já que o líder atuará como fator de estímulo, motivação e aprendizado a seus liderados, sendo determinante no processo de retenção de talentos. ”O que todo colaborador almeja é segurança e oportunidade de crescimento, aliado à garantia da formação de patrimônio”, conclui.
Francisco Nunes, consultor empresarial especialista em gestão de pessoas.
Revista Dealer
37
sustentabilidade
COSTURANDO O FUTURO!
VWB MOSTRA COMO BOA AÇÃO GERA BONS NEGÓCIOS Uma simples ideia de reaproveitar os tecidos dos uniformes dos colaboradores da Volkswagen trouxe não só conhecimento às alunas do programa ‘Costurando o Futuro’, como também oportunidade para a criação do próprio negócio. Este é o caso de sucesso da Tecoste’ Confecções, oficina estimulada pela Volkswagen, em São Bernardo do Campo-SP. 38
Revista Dealer
Eduardo Barros, superintendente da Fundação Volkswagen e diretor de Assuntos Jurídicos da Volkswagen do Brasil.
A
preocupação com o planeta e a percepção de que responsabilidade socioambiental era um diferencial para o negócio, fizeram grandes montadoras intensificarem seus investimentos e se tornarem cada vez mais sustentáveis. Este é o caso da alemã Volkswagen que, nos últimos anos, adotou medidas que proporcionaram redução de consumo de energia e água e, ao mesmo tempo, modernizou os processos de produção para evitar a geração de resíduos e o desperdício. Pensando nisso, a Fundação Volkswagen recebeu um desafio que acabou se tornando uma grande oportunidade: verificar um novo destino para os uniformes utilizados por seus colaboradores na fabricação de automóveis. “Com o desafio de dar um novo destino a esses tecidos, em 2013, nasceu o projeto ‘Costurando o Futuro’, um programa da Fundação Volkswagen que alia os três pilares da sustentabilidade: o ambiental, social e econômico.
Antes enviados para descarte, respeitando a legislação vigente, em aterros sanitários adequados, os uniformes se tornaram parte fundamental deste programa que, a cada ano, forma mais alunas, além de gerar oportunidades de trabalho e redes de negócios”, comentou Eduardo Barros, superintendente da Fundação Volkswagen e diretor de Assuntos Jurídicos da Volkswagen do Brasil. O projeto “Costurando o Futuro” tem, como objetivo, aprimorar o conhecimento das participantes sobre empreendedorismo na prática, por meio do incentivo à formalização dos grupos de trabalho. Desenvolvido em parceria com as prefeituras de São Bernardo do Campo (SP) e São José dos Pinhais (PR), o programa oferece formação em corte, costura e empreendedorismo a moradores de comunidades de baixa renda no entorno das fábricas da Volkswagen do Brasil. Desde que foi iniciado, o projeto já reutilizou 72 toneladas de tecido. “Com olhar ao Revista Dealer
39
sustentabilidade
Produtos feitos a partir dos materiais doados pela Fundação Volkswagen, cuja venda ocorre em feiras e eventos.
40
Revista Dealer
desenvolvimento social, com geração de oportunidades de trabalho e redes de negócios, a Fundação Volkswagen doa uniformes usados por funcionários, amostras de tecido automotivo utilizado em bancos, por exemplo, e até cintos de segurança para que sejam transformados em novos produtos, como nécessaires, bolsas, aventais, lixeiras para carros, entre outros. Com a matéria-prima, as participantes aprendem um novo ofício e como gerar renda, reduzindo, ao mesmo tempo, o impacto ambiental do descarte dos materiais”, orgulha-se Barros. Segundo a marca, nos últimos 15 meses, cerca de 90 mulheres passaram pelo projeto e, nesse período, foi formado um portfólio que conta com 37 produtos, cuja venda ocorre em feiras e eventos. O grupo acaba de iniciar a terceira etapa do projeto. Na primeira etapa, elas participaram de cursos gratuitos de corte e costura, na segunda, receberam noções de administração de negócios e finanças, design e comunicação para ampliar possibilidades comerciais, e agora estão aprendendo como proceder dentro do empreendedorismo social para a estruturação de um negócio próprio. “Por meio do programa ‘Costurando o Futuro’, conseguimos oferecer condições para que as participantes pudessem não só aprender uma nova profissão, mas vislumbrar novas possibilidades para suas vidas com base na sustentabilidade social, econômica e ambiental”, afirma o superintendente da Fundação Volkswagen.
O projeto tornou-se um sucesso e já conta com um grupo de empreendedoras participantes de São Bernardo do Campo, que criou o seu próprio negócio, batizado de ‘Tecoste’ Confecções, que significa Tecido, Costura e Arte. O grupo Tecoste foi integrado à incubadora do Programa Municipal de Economia Solidária, onde recebe formação em empreendedorismo por meio da Umesp (Universidade Metodista de São Paulo). A Volkswagen continua fornecendo, gratuitamente ao grupo Tecoste, tecido automotivo e uniformes, para a criação das peças. Parceria com Dudalina – Para ampliar o conhecimento dessas alunas, além de obter mais matéria-prima para o projeto, a Fundação conheceu o trabalho do Instituto Adelina, da marca de camisas Dudalina, e enxergou uma oportunidade de parceria com o projeto ‘Costurando o Futuro’, por meio do fornecimento de “kits” compostos por retalhos de tecido excedentes da sua produção. Como parte da parceria, o Instituto também fornece formação para as participantes do grupo Tecoste, para aplicação de patchwork em seus produtos. Hoje, as participantes do projeto, em São José dos Pinhais-PR, também recebem os kits. “Sempre quis aprender a costurar, para mim e para minha família, mas, desde que entrei no projeto, ampliei meus horizontes e hoje, além de fabricar as peças, também comercializo os produtos.
Ampliação dos projetos Fazer parte da rede vai nos ajudar a estruturar ainda mais o nosso negócio” – comemora a aluna Silvana Aparecida de Souza. O programa já foi reconhecido e recebeu alguns prêmios como: Prêmio AEA de Meio Ambiente (Promovido pela Associação Brasileira de Engenharia Automotiva), Prêmio Marketing Best Sustentabilidade (Promovido pela Editora Referência e Madia Marketing School) e Prêmio Nacional de Opinião Pública - POP (Promovido pelo Conselho Nacional de Relações Públicas). Os resultados do projeto “Costurando o Futuro”, em São Bernardo do Campo-SP, também foram apresentados no estande da Volkswagen na Rio + 20 – Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, realizada em junho de 2012. “Estamos sempre em busca de novas parcerias para a realização de projetos sociais, seja no entorno das fábricas da Volkswagen do Brasil como em outras regiões do País”, finalizou Eduardo Barros.
Em 2015, a Fundação Volkswagen ampliará, para 19, o número de estados brasileiros atendidos no projeto “Costurando o Futuro”. Em fevereiro, a Fundação chegou ao Mato Grosso com o programa educacional “Aceleração da Aprendizagem”, que visa reduzir a defasagem idade-série no Ensino Fundamental, evitando a evasão escolar, oferecendo um total de 460 vagas para alunos e 63 vagas para educadores nas cidades de Sinop e Sorriso. Ainda este ano, a Fundação também lança o projeto inédito “Aprendendo com Arte”, marcando a chegada da Fundação Volkswagen a Sergipe e Cariacica (Espírito Santo). Com o objetivo de promover o ensino da arte de forma aprofundada, didática e acessível, como forma de inclusão cultural e social, o projeto oferecerá formação a um total de 120 educadores do ensino fundamental, gestores de escola, professores de Arte e coordenadores pedagógicos nos dois Estados, com encontros presenciais e a distância. A previsão é que eles multipliquem os conhecimentos sobre artes para, ao menos, 3.600 alunos de escolas públicas. Os trabalhos da Fundação Volkswagen também serão estendidos para os estados do Amazonas, Maranhão, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Norte.
Revista Dealer
41
apoio jurídico
Montadoras deverão incluir valor da base de cálculo do ICMS em nota de venda a frotista
Roberto Chikusa
O preço sugerido ao público deverá ser informado para cálculo de imposto incidente, no caso de o frotista vender o veículo antes de transcorridos 12 meses da compra.
O
Conselho Nacional de Política Fazendária – CONFAZ, por meio do Convênio ICMS nº 135, de 05 de dezembro de 2014, publicado em 10.12.14, determinou a obrigação que todas as Montadoras mencionem, nas respectivas notas fiscais de vendas, de operações realizadas com locadoras de veículos, arrendamento mercantil e que explorem atividade de produtor agropecuário, o preço de venda sugerido ao público. Tal preço de venda sugerido é o estabelecido pelo Convênio ICMS n.º 64/06 como base de cálculo para apuração do ICMS, no caso de vendas de veículos realizadas antes de 12 (doze) meses de sua aquisição pelas pessoas jurídicas que explorem as atividades citadas no parágrafo anterior. Menciona-se que os veículos alienados após o período de 12 (meses) são considerados pelo citado Convênio como ativo imobilizado, cujas operações não são alcançadas pela incidência do ICMS. As montadoras já possuíam a obrigação de mencionar nas notas fiscais de vendas a incidência do
imposto na hipótese de alienação, antes da observância do prazo de 12 (meses). Contudo, por meio da nova determinação, ficaram também vinculadas a inserir expressamente o valor da base de cálculo no caso de eventual incidência do ICMS: “Ocorrendo alienação do veículo antes de ___/____/____ (data correspondente ao último dia do décimo segundo mês posterior à emissão do respectivo documento fiscal) deverá ser recolhido o ICMS com base no Convênio ICMS 64/06, cujo preço de venda sugerido ao público é de R$ (consignar o preço sugerido ao público para o veículo)”. Com as novas disciplinas, tanto as informações quanto ao período estabelecido para venda do veículo com a incidência do ICMS, como a base de cálculo para apuração do mesmo, ambos estabelecidos pelo Convênio ICMS n.º 64/06, constarão da respectiva Nota Fiscal. O Convênio n.º 135/14, que trouxe a nova determinação, passou a produzir efeitos a partir de 01 de fevereiro de 2015.
Roberto Chikusa é advogado da Lopes da Silva & Associados.
42
Revista Dealer
Lucre em 2015
Soluções para Gestão Visual
Aumenta a fidelização
Gestão de pós venda
Você sabia que...
o sistema Progresso do Trabalho não pode ser patenteado? O sistema foi desenvolvido pela Toyota e é utilizado globalmente por todas as concessionárias Toyota e, hoje em dia, por todas as grandes marcas. Redução de mão-de-obra
Redução de processos
Entrega na data programada
Só a Isoflex tem: - os melhores preços; - a melhor qualidade; - patente requerida sobre o sistema de escaninhos dos quadros.
www.isoflex.com.br
As grandes marcas preferem a Isoflex:
*A Isoflex tem patente requerida no sistema de escaninhos Isolean
Ligue a gora! 0800 64 3 4700 Leitores D ealer têm desconto !