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Parque Urbano Pedreira Santa Luzia
2 CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ ARQUITETURA E URBANISMO Mailson Ribeiro Chiaretti Código: 1202544 PARQUE URBANO – PEDREIRA SANTA LUZIA RIBEIRÃO PRETO Junho/2012 Parque Urbano Pedreira Santa Luzia
3 CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ ARQUITETURA E URBANISMO Mailson Ribeiro Chiaretti Código: 1202544 PARQUE URBANO – PEDREIRA SANTA LUZIA
Monografia apresentada ao Centro Universitário Barão de Mauá como pré‐ requisito para a conclusão do curso de Arquitetura e Urbanismo, sob a orientação do Prof. Éder Roberto da Silva.
RIBEIRÃO PRETO Junho/2012 Parque Urbano Pedreira Santa Luzia
4 Sumário Introdução Capítulo I Parques Urbanos 1. Origens dos Parques Urbanos 2. O estilo brasileiro
Capítulo II Planejamento Urbano 1. Planejamento e Paisagem 2. Conceitos e Definições das áreas verdes nas áreas urbanas
Capítulo III Leituras Projetuais 1. Parque Portugal 2. Parque Tanguá
Capítulo IV Caracterização da Área 1. Parques de Ribeirão Preto 2. Área de Estudo
Capítulo V Diretrizes para proposta 1. Programa de Necessidades 2. Projeto Urbanistico
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5 Introdução Meu objetivo para o trabalho final de graduação foi de desenvolver o projeto de um espaço livre público que oferecesse opções variadas de lazer e recreação para a população da zona oeste de Ribeirão Preto. Após pesquisas, escolhi trabalhar a área de uma antiga pedreira desativada, localizada no bairro Santa Luzia, no final da avenida do Café, em área contígua ao campus da USP. Depois de estudar a região de trabalho, somei à gleba da pedreira, definindo a área de trabalho em um total aproximado de 250.000 m². A transformação da gleba da pedreira em um parque público está prevista há anos, no ano de 2004 previa sua conclusão no final de 2006, mas foi engavetado, e até hoje ela não saiu do papel. A região de trabalho apresenta‐se como bairros um pouco carente de infra‐ estrutura geral, na qual também está incluída a infra‐estrutura de lazer: inexistem espaços públicos como praças e largos na malha urbana. Essa é conformada por uma grande massa construída, horizontal, densa, sem recuos e sem a oferta de espaços livres e vegetados. A população desse entorno é composta principalmente pela classe média, predominantemente residencial, tendo um alto número de estudantes (alunos da USP) e idosos. A área de trabalho, conformada pela gleba da antiga pedreira, apresenta, ao mesmo tempo, grandes potencialidades para se tornar um parque público. As potencialidades podem ser representadas pela conservação da paisagem natural da área, sendo alguns deles com mata nativa, cenários e paisagens resultantes das atividades de extração de pedra da antiga pedreira, muito belos e morfologicamente interessantes, e vias de grande importância da região que possibilitam fácil acesso ao futuro parque. A leitura da paisagem mostra que a área do parque é definida por grandes encostas que culminam, desse modo, essa área mais alta, da qual se tem vistas singulares do entorno e das partes mais baixas do parque, foi trabalhada com praças e espaços que funcionam como mirantes. A partir daí, apresenta diversos trechos de vegetação existente, descem as encostas do parque cobertas por mata (planejada), cortadas por trilhas e caminhos. Nos pontos dessa encosta onde a inclinação do relevo permita, serão locados os equipamentos e setores do parque, sempre definidos por clareiras, de diversos tamanhos, abertas em meio à mata. A metodologia de definição dos espaços do parque teve por conceito a criação de uma grande diversidade de espaços e consistiu no desenvolvimento de dois planos: o plano de vegetação e o de circulação. No plano de vegetação foram definidos critérios de plantio (bosque permeável, arvoredo esparso e plantio ornamental) que caracterizam as diversas clareiras e ambientes do parque. O plano de circulação definiu a localização dos equipamentos e atividades, prevendo tanto setores principais definidos por tipo de uso e atividade, quanto pequenos núcleos periféricos, localizados Parque Urbano Pedreira Santa Luzia
6 junto às entradas, para o lazer do dia‐a‐dia da população do entorno imediato. Diferentes hierarquias de vias e caminhos dentro do parque organizam e orientam os usuários, fazendo a ligação entre os diversos equipamentos. O programa resultante previu espaços para as atividades de lazer passivo (passear, ler, descansar, etc.), lazer ativo e recreação (brincar, correr, comer, etc.), atividades esportivas e culturais. Desse modo, serão projetados espaços com mesas, bancos, áreas com mesas para piquenique e churrasqueiras, praças de alimentação, quadras poliesportivas, pistas de skate, trilhas para caminhadas, escaladas e mountainbike, parquinhos infantis, pisos livres para usos também livres, dentre outros. Um importante aspecto que foi levado em conta durante todo o projeto foi o aspecto histórico: houve a preocupação de se preservar a história do lugar, da antiga pedreira. Assim, diversas diretrizes, como o uso do elemento pedra como material de construção, uso de grandes pedras e antigos equipamentos da pedreira, a preservação e valorização dos cenários resultantes das atividades de extração de pedra, dentre outros, induziram a um projeto de transformação da área que não nega seu passado, mas preserva‐o e o apresenta como testemunha do desenvolvimento do bairro. O projeto do parque da pedreira representa a criação de um espaço livre, público, de importância histórica, ambiental e social, que responde a toda potencial função dessa área. Uma gleba de importância regional que se transforma em um parque público urbano de abrangência também regional. Parque Urbano Pedreira Santa Luzia
7 Capítulo I
Parques Urbanos
Parque é um espaço comumente chamado de "área verde", em geral livre de edificações e caracterizado pela abundante presença de vegetação. Protegido pela cidade, pelo Estado/província ou pelo país no qual se encontra, destina‐se à recreação, e à preservação do meio‐ambiente natural. Desta forma, um parque pode ser caracterizado como urbano ou natural. Um parque urbano é um tipo de espaço livre de edificações, normalmente caracterizado como espaço público, no qual há tipicamente abundância de vegetação e áreas não pavimentadas, mas sobretudo localizado dentro de uma região urbana. Nele, estabelecimentos industriais e residenciais são proibidos, e estabelecimentos comerciais são normalmente restritos a quiosques e vendedores ambulantes. Eventualmente um parque urbano está ligado a um conjunto de equipamentos públicos de caráter cultural, como museus, centros culturais e casas de espetáculo. Um parque urbano propicia lazer e recreação aos habitantes da cidade, assim como uma apropriação lúdica do espaço público. Parques urbanos incluem muitas vezes playgrounds e campos de esportes, laguinhos e centros educativos como museus e jardins botânicos. Parques são um dos componentes‐chaves de uma cidade especialmente dedicada em propiciar um alto nível de qualidade de vida aos seus habitantes, várias das cidades com os melhores índices de desenvolvimento humano, como Genebra e Zurique, na Suíça, Vancouver, no Canadá e Estocolmo, na Suécia, possuem sistemas complexos de espaços de recreação e parques urbanos. Um dos exemplos mais paradigmáticos de um parque urbano é o Central Park, em Nova Iorque, projetado por Frederick Law Olmsted e Calvert Vaux. Outro exemplo semelhante é o Hyde Park, em Londres. Já exemplos bastante conhecidos de parques urbanos no Brasilsão o Parque Ibirapuera, em São Paulo, o Parque das Dunas em Natal e o Parque do Cocó em Fortaleza. Definições de parques:
"Os parques urbanos são espaços públicos com dimensões significativas e predominância de elementos naturais, principalmente cobertura vegetal, destinados a recreação." KLIASS "... reservo a palavra parque para lugares com amplitude e espaço suficientes e com todas as qualidades necessárias que justifiquem a aplicação a eles daquilo que pode ser encontrado na palavra cenário ou na palavra paisagem, no seu sentido mais antigo e radical, naquilo que os aproxima muito de cenário." OLMSTEAD Parque Urbano Pedreira Santa Luzia
8 1. Origem dos Parques Urbanos A história das áreas verdes urbanas evoluiu durante o tempo, partindo do principio de um jardim, alguns jardins famosos como o jardim do Éden e os jardins suspensos da Babilônia ajudam há contar um pouco a histórias das áreas verdes dentro das cidades. Os parques surgiram apenas no final do século XVII na Inglaterra, atingindo seu pleno desenvolvimento quase cem anos depois. Entretanto, somente nos anos de 1850 e 1860 os parques compõem os planos urbanísticos na Europa e nos Estados Unidos, com ênfase maior na reformulação de Haussmann em Paris e o Movimento dos Parques Americanos (o Park Moviment) liderado por Frederick Law Olmstead.
Figura 01: Foto aérea do Central Park em Nova Iorque. Acesso em 14 de junho de 2012 http://downloads.open4group.com/wallpapers/1024x768/central‐park‐em‐nova‐iorque‐4147.html
O modelo de criação de parques vigorou em todo o mundo, a percepção dos espaços verdes urbanos, como espaço de conservação, socialização e metáfora da natureza, motivou o surto de modelos de urbanização baseados no embelezamento das cidades. Entretanto, a transformação do espaço urbano em mercadoria dificultou a criação e implementação dos parques urbanos no mundo, uma vez que esse uso passou a ser percebido como um espaço de conflito (GRANZ, 1982). Parque Urbano Pedreira Santa Luzia
9 A fonte de inspiração do parque urbano foi o modelo paisagístico dos jardins ingleses do século XVIII, que tiveram origem nas ideias românicas de volta a natureza, sendo que dois fatos marcaram a criação dos primeiros parques: um foi à abertura dos jardins dos palácios ingleses ao público e o outro foi à realização de empreendimentos imobiliários promovidos pelas iniciativas públicas e privados, que viram na criação dos parques bons investimentos. No século XIX começa a surgir os grandes jardins contemplativos, os parques de paisagem, os parkways, os parques de vizinhança americanos e os parques franceses formais e monumentais, principalmente na Europa, EUA, China e no Egito. A partir daí começaram a aparecer os primeiros largos e praças no Brasil em área urbanísticas, principalmente a partir das três últimas décadas do século XIX, com isso houve uma constante transformação dos espaços públicos nas grandes cidades brasileiras. Sobre o desenvolvimento dos parques urbanos europeus e americanos esclarece como as várias concepções de parque foram se modificando de acordo com a época, influenciados tanto por características sócio‐econômicas quanto culturais das populações e em parte pela localização nos vários territórios. Percebe‐se que os projetos dos países desenvolvidos acabam por influenciar as ideias dos paisagistas nos países em desenvolvimento e que não existe um projeto ideal de parque que possa atender a todos os usuários e mantenedores nos diferentes países ou em diferentes cidades. Pesquisas recentes em parques de cidades europeias e americanas tratam de aspectos do comportamento e percepção. Aspectos sócio‐culturais e do planejamento de espaços além de enfocar a participação dos usuários no planejamento e na gestão dos parques. Pode‐se afirmar que como os projetos paisagísticos de parque variam, igualmente, as funções e os usos serão variados, pelo fato de que os projetos são pensados como resposta a funções específicas e que devem refletir o modo de vida da população. 2. O estilo brasileiro No Brasil, as tendências do estilo europeu e americano se fizeram presentes nos parques urbanos de São Paulo, do Rio de Janeiro e de outras cidades do país. O estilo brasileiro de criar parques foi influenciado, principalmente, com a vinda da família Real ao Brasil. No entanto, segundo MACEDO & FRANCINE (2002), os parques brasileiros não deixaram de expressar as mudanças históricas, culturais e sociais das cidades brasileiras. Esses autores realizaram um trabalho de resgate sobre o estilo dos parques Parque Urbano Pedreira Santa Luzia
10 brasileiros e concluíram que as alterações dos estilos dos parques e jardins acompanharam as mudanças de valores e prioridades, tanto sociais quanto individuais, da sociedade brasileira. Analisando parques e praças no Brasil, os parques brasileiros são classificados em três fases: o ecletismo, do fim do século até a década de 20, o moderno, que surge a partir da década de 30, cujas influencias ainda permanecem e o estilo contemporâneo que se tornou mais pronunciado a partir da década de 80. O estilo eclético é marcado pelos estilos românicos e geométricos. Seguem esses estilos o parque Museu do Ipiranga, em São Paulo, e o jardim Botânico, no Rio de Janeiro, que além de terem formas geométricas fortes procuraram imitar a natureza, com caminhos sinuosos e plantas que se debruçam sobre espelhos. São Exemplos o Campo de Santana no Rio de Janeiro, e o parque da Luz em São Paulo(LEAL, 2000).
Figura 01: Foto aérea do Museu do Ipiranga em São Paulo. Acesso em 14 de junho de 2012 http://tempointegral.files.wordpress.com/2010/08/ipiranga.jpg
Entre as décadas de 20 e 30 do século XX, houve um crescimento dos espaços urbanos e os parques passaram a serem mais democráticos, frequentados por pessoas de diferentes classes sociais. Como citado em LEAL, ``essas transformações marcam a chegada do estilo moderno e o uso dos espaços livres para práticas esportivas, lugares pra brincar e jogar’’. O estilo moderno é marcado pelas concepções de Burle Marx que projetou parques como o de Brasília reforçando o estilo nacionalista.
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Figura xx: Foto aérea do Aterro do Flamengo no Rio de Janeiro. Acesso em 14 de junho de 2012 http://www.riofilmcommission.rj.gov.br/location/aterro‐do‐flamengo
As grandes cidades brasileiras passaram cada vez mais a possuir moradias com quintais menores ou sem quintais. Os parques modernos surgiram para serem amplamente utilizados para o lazer, como na Europa, com espaços para mesinhas, playground, pistas de corridas e quadras esportivas. No Brasil, essa ruptura marca o estilo contemporâneo de construir parques urbanos, iniciam‐se embrionariamente nos anos 80 com a introdução dos conceitos ecológicos no país e com a chegada de novas obras feitas no exterior. São exemplos desse estilo a maioria das intervenções do projeto Rio‐Cidade, parques em Curitiba e a Praça Itália em Porto Alegre, de autoria de Carlos Fayet e equipe (1992), o marco desta nova geração projetual. No entanto, vários parques brasileiros encontram‐se com sérios problemas entre eles os improvisos e a falta de investimentos, principalmente em áreas de menor valor comercial, nas quais se encontram as classes de baixa renda (LEAL & GANEM, 2002).
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Figura xx: Foto aérea do Parque Birigui em Curitiba. Acesso em 14 de junho de 2012 http://www.ippuc.org.br/BancoDeDados/Curitibaemdados/albumfotos.php?N2=0&pagina=31
O aumento da longevidade, da mobilidade e do tempo de lazer e dos níveis populacionais nos espaços urbanos também são fatores que influenciaram a crescente necessidade por espaços verdes em todo o mundo. Na sociedade capitalista, os parques assumiram o papel decisivo na manutenção da qualidade de vida dos citados, porem não deixou de ser um tipo de uso urbano que despertara distintas percepções, no tocante as suas funções e utilidades no espaço urbano. Parque Urbano Pedreira Santa Luzia
13 Capítulo II
Planejamento Urbano
Nesse capítulo busca‐se compreender parques urbanos no Planejamento Urbano, contando o surgimento do Planejamento Urbano nas cidades, falando um pouco de sua história. Logo em seguida mostrar os conceitos e definições das áreas verdes nas áreas urbanas, vendo sua relação com a natureza, com a política pública, e suas transformações e importância. 1. Planejamento e Paisagem
A história das cidades revela a importância do planejamento urbano na melhor ocupação de território. Diferentes povos e nações construíram seus espaços de habitação e trabalho de varias maneiras resultando em desenho urbano característico de sua forma de viver em sociedade. A paisagem urbana retrata esta situação e tem sido alvo das discussões urbanas atualmente como meio a ser preservado para garantir a qualidade de vida nestes espaços.
O planejamento urbano, como qualquer tipo de planejamento, é uma atividade que remete sempre para o futuro. É uma forma que os homens têm de tentar prever a evolução de um fenômeno ou de um processo, e a partir deste conhecimento, procurar se precaver contra problemas e dificuldades, ou ainda aproveitar melhor possíveis benefícios (Souza & Rodrigues, 2004).
Segundo Souza (1999) o planejamento urbano começou em 2.600 a. C. com a civilização do Vale do Indo, onde algumas vilas foram crescendo e viando cidades, onde estas cidades foram crescendo e foram chamadas de cidades‐estados. Existiam aproximadamente 160 nos territórios gregos, estas cidades eram soberanas e cada uma funcionava sem leis e sem política, cada uma delas funcionava como se fosse um pequeno país. Já os romanos começaram a pensar em planos de planejamento urbano como defesas militares e de convivência civil. Eles exerciam o planejamento basicamente sempre em uma praça central quadrada, onde estariam os serviços urbanos. Esta praça era cercada de ruas pelos lados e a cidade era cercada por muros que serviam para proteção de ataques dos inimigos. Estas cidades eram implantadas onde geralmente havia um rio, o qual passava dentro dela. Assim fornecia água limpa para consumo e também servia para o esgoto. Outros espaços nesse mesmo ambiente serviam para encontros, cultos religiosos e comércio.
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14 Com o passar do tempo, a população destas cidades cercadas por muros foi crescendo, o que implicou na busca de novas soluções para acomodar os novos moradores. Solução em alguns casos foi derrubar o muro e em outras foi construir novas cidades ao redor da antiga. Erminia Maricato (1997) relata que a religião sempre fez parte da civilização antiga, e suas igrejas eram construídas no centro da cidade, no lugar mais alto, era a maior obra e a mais cara da cidade. Com a Revolução Industrial no século XVII e XIX, a população das cidades atingiu alta densidade. Esta situação provocou uma superlotação, resultando em cidades mais sujas e barulhentas. A maioria das pessoas vivia em bairros de péssimas condições sanitárias, alem das famílias inteiras viverem em poucos e pequenos cômodos. Preocupados com estas questões precárias, mobilizaram‐se em grupos para reivindicar melhorias, o que veio mais tarde a influenciar a ocupação territorial em todas as cidades do mundo. Em nossos dias as cidades, com dimensões maiores e relações sociais econômicas mais complexas. Necessitam do planejamento em diferentes escalas. Colabora com o planejamento geral da cidade, o desenho urbano compreendido pelo detalhamento do espaço público em termos de adequações, de projetos especiais e implantação de equipamento voltados para a população local. Sampaio (1986) afirma que ``... a complexidade do fenômeno urbano induz as categorias de analise ao nível indisciplinar, inclusive para clarear as especificidades do próprio espaço físico.’’ Ele aponta que estas categorias ajudam a definir o sentido da forma ao espaço, o desenho urbano define em algumas temáticas de desenvolvimento, como: técnicas e instrumentos de controle do desenvolvimento do meio ambiente construído, identificação de qualidade físicos‐espaciais e técnicas ao meio ambiente. 2. Conceitos e definições das áreas verdes nas áreas urbanas 2.1.
Urbano e Natureza
Hoje as áreas verdes se tornaram uma referência em defesa do meio ambiente e a sua degradação, atualmente os espaços verdes estão sendo tomados pelos os centros urbanos. A urbanização está cada vez mais complexa, ou seja, o espaço urbano tende a se expandir cada vez mais por causa da sua força produtiva, e assim as questões sócio‐ambientais entra em contradição com as questões sócio‐econômicas. Isso pode ser refletido na seguinte frase "A cidade é um modo de viver, pensar, mas também de sentir". (Carlos, 2005, p.26) A relação cidade e natureza com o crescimento da urbanização vão se tornando cada vez menor, e a degradação se torna comum nas grandes cidades, pois não houve nenhum tipo de planejamento que ressaltou a importância do meio ambiente, e a vida Parque Urbano Pedreira Santa Luzia
15 urbana ficou atrelada a infra‐estrutura da cidade. O desenvolvimento histórico produz um espaço a partir da unidade dialética homem‐natureza. (Carlos, 2005, p.28). 2.2.
Transformações dos parques urbanos
A consolidação da ideia de se ter variadas áreas verdes nas cidades do Brasil se efetivou após a construção de Brasília (a partir de 1950), os centros urbanos brasileiros transformaram seus espaços públicos livres em parques, mas isso se dá a partir das décadas de 70 e 80 em todo o território nacional. Um exemplo é o Parque do Ibirapuera em São Paulo e o Aterro do Flamengo no Rio de Janeiro. Mas se tratando do Ibirapuera, podemos dizer que foi o primeiro parque urbano moderno do país, fundado em 1954, se transformou em referencia de paisagismo para as cidades urbanas de todo o estado de São Paulo e do Brasil, o Ibirapuera tinha como finalidade a integração de seus usuários, e até hoje essa é sua finalidade, principalmente depois da construção de espaços culturais e da "marquise". Após a fundação do Ibirapuera, outros parques em São Paulo foram construídos em distintas localidades e com os mesmos fins, como por exemplo: Parque da Aclimação na área central, Parque do Carmo na zona leste, Parque Estadual Alberto Loefgreen ou Horto Florestal na zona norte, Parque da Água Branca na zona oeste e o Parque da Independência na zona sul, mas nenhum desses tem a mesma importância do que o Parque do Ibirapuera. 2.3.
A importância das áreas verdes
As áreas verdes no contexto das grandes cidades entram como um elemento essencial para o bem estar da população, pois tem a finalidade de melhorar a qualidade de vida pela recreação, pelo paisagismo e pela preservação ambiental, o que quer dizer que as áreas verdes urbanas são de extrema importância para a qualidade da vida urbana, elas agem simultaneamente sobre o lado físico e mental do homem, absorvendo ruídos, atenuando o calor do sol, melhorando a qualidade do ar, contribuindo para a formação e o aprimoramento do olhar estético, etc. Além de que desempenham um papel fundamental na paisagem urbana, porque constituem um espaço dentro do sistema urbano onde as condições ecológicas se aproximam das condições normais da natureza. Apesar das inúmeras funções das áreas verdes, a sua oferta é muito pouca em relação à procura. Hoje, por exemplo, o verde, a proximidade da natureza, a falta de áreas para crianças brincarem, faz surgir à criação de serviços como escolas de idiomas, balé, judô, ginástica, os shoppings, tudo isso para suprir a necessidades da população em relação às áreas verdes. (Carlos, 2005, p.55). Antigamente, as áreas verdes eram o centro dos acontecimentos políticos e das festividades religiosas, de atos cívicos e sociais. Nos finais de semana, moradores da zona urbana dirigiam‐se às praças, pois ali havia diversão, o lazer de outras épocas e encontros, e isso não existe mais com tanta intensidade, pois a população cresceu e as áreas destinadas ao lazer não. Parque Urbano Pedreira Santa Luzia
16 2.4.
A relação entre políticas públicas e as áreas verdes
Mesmo as áreas verdes tendo muita importância para a cidade e sua população, as forças sócio‐econômicas as veem em segundo plano, pois o que é publico não tem tanta importância para a economia. Além de que para desempenhar plenamente seu papel, as áreas verdes urbanas precisam ter um bom planejamento, só que o planejamento dessas áreas nunca foi um ponto de muita importância na plataforma dos principais políticos do nosso país, pois eles sempre tiveram em vista o desenvolvimento e o crescimento para uma melhor economia, e como já vimos à cima, as questões sócio‐econômicas e as questões sócio‐ambientais entram em confronto, e aí o que está ligado à economia sempre tem mais ênfase, portanto um planejamento é necessário, pois o desenvolvimento do país é importante e a qualidade de vida da população urbana também. O planejamento das áreas verdes urbanas parte de uma definição de recursos, as áreas de ordem pública são administradas com recursos que sobram de outras atividades, consideradas como mais importantes. E até mesmo existem parques e áreas que não recebe nenhum recurso, portanto não tem nenhum tipo de infra‐estrutura para receber e atrair a população à sua volta, isso ocorre principalmente nos parques que estão localizados em áreas periféricas, onde a utilização dessas áreas seria crucial para a integração da população. 2.5.
Considerações finais
Em suma, o que está acontecendo com as áreas verdes públicas, é que sempre estão reduzindo os seus recursos ou sendo administradas com os restos de outras ramificações do governo, enquanto aumenta as necessidades criadas pela expansão urbana. Associada às questões acima está à falta de políticas públicas eficientes no campo urbanístico que poderiam evitar os problemas que ocorrem hoje nas grandes cidades. É nesse sentido que embora todas as cidades apresentem áreas verdes onde a população possa ter momentos de lazer e contato com a natureza, poucas têm esses espaços de forma organizada, de modo que não passam de espaços sem função no urbano. Enfim, a falta de planejamento é um problema no desenvolvimento de nossas cidades, principalmente tratando‐se das áreas verdes que geralmente estão em segundo plano, quando não abandonadas. Os resultados são as deficiências permanentes e crescentes dessas áreas que tem uma finalidade tão importante e crucial para a população e o espaço urbano. Parque Urbano Pedreira Santa Luzia
17 Capítulo III Leituras Projetuais Neste capítulo serão apresentadas as leituras projetuais de dois parques urbanos, implantados para revitalizar e oferecer recreação e cultura para a população de seu entorno. A intenção é obter referências e relacionar os projetos com a proposta que será apresentada. 1. Parque Portugal O Parque Portugal (conhecido popularmente como Parque do Taquaral) é o parque mais famoso da cidade de Campinas, no interior do estado de São Paulo, Brasil. Localiza‐se no bairro do Taquaral, Região Leste de Campinas. Junto ao Largo do Café e da Praça Arautos da Paz, forma a mais importante zona de lazer da cidade.
Figura xx: Foto aérea. Acesso em 03 de junho de 2012. Google Maps
O parque recebe diariamente milhares de pessoas, entre moradores da cidade e turistas, principalmente aos finais de semana. No verão, o parque chega a receber 50.000 visitantes em uma semana. Dentre as principais atrações do parque, situam‐se:
Lagoa Isaura Teles Alves de Lima, conhecida como Lagoa do Taquaral. O nome é uma homenagem à esposa do fazendeiro que doou a área para a formação do parque. Possui 165.830 m2 de área e volume de água estimado em 994.000 m3. Nela se encontra uma réplica da caravela de Pedro Álvares Cabral, pedalinhos e algumas espécies de peixes de água doce, como Tilápia e Tucunaré. Muitos campineiros costumam caminhar na pista ao seu redor. Anualmente é realizado na Parque Urbano Pedreira Santa Luzia
18 lagoa o torneio de pesca esportiva Tucunacamp e nos últimos dois anos ela foi palco de uma das etapas do Campeonato Paulista de Wakeboard. A prefeitura de Campinas tem um projeto para despoluir a lagoa para a possibilidade de realizar competições de remo.
Figura xx: Lagoa Taquaral. Acesso 03 de junho de 2012. http://3forumrmc.wordpress.com/rot eiros‐turisticos/
Figura xx: Réplica da Caravela. Acesso 03 de junho de 2012. http://sintoniauniversitaria.com.br/ca mpinas/lagoa‐do‐taquaral/
Bonde Elétrico: O parque possui uma linha ferroviária com 3 km de extensão, onde circulam 4 bondes elétricos modelo "cara‐dura", que foram utilizados no sistema de transporte público da cidade entre 1912 e 1968. É um dos primeiros bondes turísticos do Brasi, os bondes são de fabricação americana, marcas General Eletric e White Whestinghouse, fabricados entre 1895 e 1905.
Figura xx: Bonde. Acesso 03 de junho de 2012. http://areasverdes.site88.net/parques%20e%20bosques.html
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Concha Acústica (Auditório Beethoven): É uma réplica da concha do Lincoln Park, em Nova Iorque (EUA). Inaugurada em 11 de dezembro de 1976, possui um palco de 140 m², envolvido por uma laje de concreto em forma de concha, com 14 m de altura. O Auditório tem capacidade para abrigar até 2.700 pessoas.
Figura xx: Concha acústica. Acesso 03 de junho de 2012. http://www.geolocation.ws/v/P/60993617/concha‐acstica‐na‐lagoa‐taquaral/en
Planetário de Campinas: Inaugurado em 28 de outubro de 1987, é fruto de um convênio entre a Secretaria Municipal de Cultural e a Unicamp, possui um equipamento modelo ZKP‐2 da marca alemã Zeiss. O prédio tem a forma de uma pirâmide, em seu interior há uma cúpula semi‐esférica com 8 m de diâmetro, onde são feitas as projeções.
Figura xx: Planetário. Acesso 03 de junho de 2012. http://www.panoramio.com/photo_explorer#view=photo&position=288&with_photo_id=53276992&or der=date_desc&user=2301577 Parque Urbano Pedreira Santa Luzia
20 O parque ainda conta com pista de saibro para caminhada, ciclovia, kartódromo, quadras de futebol, basquete, vôlei e hóquei, além de uma ampla área verde, e aos domingos entre 6:00 e 13:00 horas, a avenida ao redor é fechada para veículos, ficando destinada ao ciclismo e lazer. Mapa de parque
01 ‐ Administração 02 ‐ Caravela 03 ‐ Parada dos Bondes 04 ‐ Área para Alongamento 05 ‐ Sanitários 06 ‐ Estacionamentos 07 ‐ Ginástica e Musculação 08 ‐ Cantinho do Raciocínio 09 ‐ Guarda Municipal 10 ‐ Área para Pic‐nic
11 ‐ Pedalinhos 12 ‐ Chafariz 13 ‐ Concha Acústica 14 ‐ Escoteiros 15 ‐ Ginásio de Esportes 16 ‐ Quadras de Tênis / Gate Ball 17 ‐ Planetário 18 ‐ Balneário 19 ‐ Pista de Patinação 20 ‐ Pista de Skate 21 ‐ Viveiro dos Pássaros
22 ‐ Play Ground 23 ‐ Museu Dinâmico 24 ‐ Biblioteca 25 ‐ Centro de Valorização do Idoso 26 ‐ Pista de Aeromodelismo 27 ‐ Esplanada das Nações 28 ‐ Campos de Futebol 29 ‐ Quadras Poliesportivas 30 ‐ Kartódromo
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Figura xx: Quadras. Acesso 03 de junho de 2012. http://www.panoramio.com/photo/26820314
Figura xx: Ginásios. Acesso 03 de junho de 2012. http://www.panoramio.com/photo/53276217
Figura xx: Pista de Skate. Acesso 03 de junho de 2012. http://www.panoramio.com/photo/26820589
Figura xx: Kartódromo. Acesso 03 de junho de 2012. http://www.panoramio.com/photo/26820232
Figura xx: Pedalinhos. Acesso 10 de junho de 2012. http://www.panoramio.com/photo/26822289
Figura xx: Pista de Skate. Acesso 03 de junho de 2012. http://www.panoramio.com/photo/26821336
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22 2. Parque Tanguá O parque Tanguá é um dos principais parques da cidade de Curitiba, capital do Paraná, localizado na região norte da cidade, nos bairros de Pilarzinho e Taboão. Foi fundado no dia 23 de novembro de 1996 pelo prefeito Rafael Greca de Macedo.
Figura xx: Foto aérea. Acesso em 07 de junho de 2012. Google Maps
Com 235.000 m², o Parque Tanguá está situado em uma área com pedreiras desativadas, que hoje, é destinado ao lazer. O local foi anteriormente abrigo de uma usina de reciclagem de caliça e lixo industrial. Hoje ela possui uma pista de corrida, ciclovia, cascata, ancoradouro e um túnel que passa em meio a uma rocha que une dois lagos, com cerca de 50 metros de extensão.
Figura xx: Entrada. Acesso em 07 de junho de 2012. http://www.curitiba‐parana.net/parques.htm
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Figura xx: Cascata. Acesso 07 de junho de 2012. http://www.parquesepracasdecuritiba.com.br/images/tangua73.jpg
Por dentro do túnel há uma passarela de madeira, que leva os visitantes até um mirante. O espaço possui ainda dez quiosques com churrasqueiras de concreto gratuitas que podem ser ocupadas por ordem de chegada.
Figura xx: Tunel artificial. Acesso 07 de junho de 2012. http://www.parquesepracasdecuritiba .com.br/images/tangua43.jpg/
Figura xx: Saida tunel artificial. Acesso 07 de junho de 2012. http://www.parquesepracasdecuritiba .com.br/images/tangua66.jpg
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Figura xx: Ancoradouro. Acesso 07 de junho de 2012. http://www.parquesepracasdecuritiba .com.br/images/tangua69.jpg
Figura xx: Entrada tunel artificial. Acesso 07 de junho de 2012. http://www.parquesepracasdecuritiba .com.br/images/tangua45.jpg
Figura xx: Pinta de corrida. Acesso 07 de junho de 2012. http://www.parquesepracasdecuritiba .com.br/images/tangua36.jpg
Figura xx: Pinta de corrida. Acesso 07 de junho de 2012. http://www.parquesepracasdecuritiba .com.br/images/tangua77.jpg
Figura xx: Quiosque. Acesso 07 de junho de 2012. http://www.parquesepracasdecuritiba.com.br/i mages/tangua35.jpg
Figura xx: Gramado. Acesso 07 de junho de 2012. http://www.parquesepracasdecuritiba.com.br/i mages/tangua30.jpg Parque Urbano Pedreira Santa Luzia
25 Em 1998, dois anos após a inauguração do parque, foi criado o “Jardim Poty Lazzarotto” (o nome é uma homenagem ao artista local Poty Lazzarotto), éum jardim em estilo francês seguido de um espelho d’água, que possui o portal de acesso característico do local. A estrutura é denominada belvedere, termo de origem italiana que se refere a uma estrutura construída para usufruir de uma vista. Composto por três andares, a estrutura é formada por decks metálicos, um bistrô, banheiros, uma loja com artigos turísticos e torres para observação. Além disso, o espaço possui também um mirante de 65 metros de altura e uma cascata. O bistrô, localizado dentro do belvedere, oferece uma variedade de lanches rápidos como salgados, doces, chocolates, picolés, além de refrigerantes, sucos e água.
Figura xx: Espelho d’agua. Acesso 07 de junho de 2012. http://www.parquesepracasdecuritiba .com.br/images/tangua07.jpg
Figura xx: Jardim Poty Lazzarotto. Acesso 07 de junho de 2012. http://www.parquesepracasdecuritiba.com.br/i mages/tangua08.jpg
Figura xx: Mirante. Acesso 07 de junho de 2012. http://www.parquesepracasdecuritiba .com.br/images/tangua12.jpg
Figura xx: Mirante visto por baixo. Acesso 07 de junho de 2012. http://www.parquesepracasdecuritiba .com.br/images/tangua71.jpg
Parque Urbano Pedreira Santa Luzia
26 Na mata de preservação presente no parque é possível encontrar espécies como branquilho, cambuí‐do‐brejo, empira‐branca, tarumã, congonha, bromélia, erva‐ mate, araucária e pinheiro‐bravo, entre outros. Além disso, várias espécies de animais circulam livres na área mais baixa do parque como gambá, tatu, pavó, quero‐quero, joão‐de‐barro, sabiá de laranjeira, bem‐te‐vi e cágado‐cabeça‐de‐cobra.
Figura xx: Início mata. Acesso 07 de junho de 2012. http://www.parquesepracasdecuritiba .com.br/images/tangua37.jpg
Figura xx: Mata. Acesso 07 de junho de 2012. http://www.parquesepracasdecuritiba .com.br/images/tangua91.jpg
Nele é permitida a entrada de cães em todas as áreas do parque, com exceção da pista de corrida e ciclovia, que necessita uso de coleiras e guias (focinheiras para animais de mais de 20 kg ou raças consideradas). É de responsabilidade do dono a limpeza de detritos gerados pelos animais. O parque também contém uma das paradas da Linha Turismo, ônibus de dois andares que circula pelos pontos turísticos da cidade, de terça a domingo, das 9h às 17h30, com saídas a cada 30 minutos. Parque Urbano Pedreira Santa Luzia
27 Capítulo IV
Caracterização da área
Esse capítulo irá contar um pouco de Ribeirão Preto, citando alguns parques da cidade,contando um pouco de sua história e seu funcionamento. Logo em seguida será focado na área de estudo, mostrando os recursos que a área nos oferece para a criação do parque. 1. Parques de Ribeirão Preto Segundo o Cadastro Municipal de Espaços Livres e Urbanos de Ribeirão Preto, as praças públicas da cidade somam aproximadamente 1.274.000 m², correspondendo a 13 % da área de espaços livres públicos da cidade. Já os parques urbanos (implantados, semi‐implantados e não implantados) somam aproximadamente 1.770.000 m², correspondendo a 18 % da área de espaços livres públicos da cidade. 1.1.
Parque Luiz Roberto Jabali (Curupira)
Figura xx: Foto aérea do Parque Curupira de Ribeirão Preto. Acesso em 14 de junho de 2012 Google Maps
Inaugurado em 18 de novembro de 2000, o complexo ambiental possui uma área de 152.000 m² de vegetação, considerado a maior área de lazer da cidade. O
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28 projeto foi elaborado pela prefeitura de Ribeirão Preto, que transformou o local num ambiente ideal para caminhadas e passeios de bicicleta. O parque está localizado em uma área de antiga exploração de basalto, uma rocha formada de erupções vulcânicas ocorridas há cerca de 130 a 60 milhões de anos. O solo dessa rocha recebe o nome de Litólico, um solo muito raso, com no máximo 30 cm de profundidade, que armazena pouca água, com isso são poucas as espécies de árvores que se adaptam a estas condições. Devido ao afloramento de rochas no solo que impede o surgimento de vegetação rasteira, a área possui aparência de bosque.
Figura xx: Parque Curupira. Acesso em 14 de junho de 2012 http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/ccs/snoticias/i33principal.php?id=17027
Sua vegetação é classificada como mata Decídua, que tem como principal característica a perda total das folhas durante o inverno, local fácil de encontrar arvores como aroeiras, ipês, angicos e farinhas‐secas. Sua fauna é representada por aves como pica‐pau, quero‐quero e tantos outros, e alguns micos.
Parque Urbano Pedreira Santa Luzia
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Figura xx: Parque Curupira no inverno. Acesso em 14 de junho de 2012 http://www.flickr.com/photos/fabiomelofotografia/4902107249/
É composta por duas cachoeiras, cinco lagos, trilhas asfaltadas, uma praça de eventos com capacidade para 20 mil pessoas e estacionamento com capacidade de 200 carros.
Figura xx: Parque Curupira. Acesso em 14 de junho de 2012 http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/ccs/snoticias/i33principal.php?id=18211 Parque Urbano Pedreira Santa Luzia
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Mapa ilustrativo do Parque Curupira. http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/turismo/jabali/i71jabali.htm
1.2.
Parque Municipal Morro do São Bento
Figura xx: Foto aérea do Parque Municipal Morro do São Bento. Acesso em 14 de junho de 2012 Google Maps
O Parque Municipal do Morro do São Bento tem aproximadamente a área de 250.000 m2, é considerado uns dos patrimônios naturais mais importantes do município de Ribeirão Preto. Em 21 de agosto de 1995, foi criado através da Lei Complementar no 476, cujo objetivo é "preservação dos ecossistemas naturais, a recuperação das áreas Parque Urbano Pedreira Santa Luzia
31 degradadas, a garantia do lazer à população pela integridade das atividades culturais e esportivas, bem como a promoção da educação ambiental" (Artigo 1o, parágrafo 1o). A vocação do Parque é a conservação da integridade biológica local em seus aspectos ecológicos e a promoção da Educação Ambiental, caracterizando‐se como unidade de Conservação de Uso Indireto. Assume características de um parque urbano, pois está localizado próximo a área central da cidade. Preocupado com a manutenção do maciço da vegetação ainda existente no Morro de São Bento, foi criado o Parque, extrapolando os limites do já existente Zoológico Municipal, e incluindo os complexos Cultural e Esportivo. No Complexo Cultural Prof. Antônio Palocci temos: ‐ O Teatro Municipal foi inaugurado em 1969 com linhas modernas, tem a capacidade para 515 pessoas. O estacionamento fica localizado ao lado do teatro e tem capacidade de aproximadamente 40 carros. Por ser um lugar arborizado e amplo, é usado também para eventos culturais.
Figura xx: Teatro Municipal. Acesso em 14 de junho de 2012 http://teatromunicipalrp.blogspot.com.br/2010_10_01_archive.html
‐ A Casa da Cultura"Juscelino Kubitschek" foi inaugurada em 26 de janeiro de 1977, conforme projeto do arquiteto Durval Soave. Nela abriga a Secretaria da Cultura de Ribeirão Preto, Biblioteca Municipal "Guilherme de Almeida", Sala de Exposições "Leonello Berti", Escola de Belas Artes "Cândido Portinari", auditório com capacidade para 50 pessoas e esculturas de BassanoVaccarini e Thirso Cruz.
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Figura xx: Casa da Cultura. Acesso em 14 de junho de 2012 http://www.guiaribeiraoeregiao.com.br/menu/casacultura.htm
‐ Em 1969 foi inaugurado o Teatro de Arena, idealizado e construído por Jaime Zeiger. Em uma área de aproximadamente 6 mil metros quadrados, Jaime realizou pesquisas em vários países da Europa e Oriente Médio para a escolha do local ideal: topografia que favoreceria a qualidade acústica do teatro. Este teatro foi o primeiro teatro de arena construído no interior do Estado de São Paulo.
Figura xx: Teatro de Arena. Acesso em 14 de junho de 2012 http://blogdasppps.blogspot.com.br/2012/03/primeiro‐do‐interior‐teatro‐de‐arena‐de.html
‐ A Praça Alto do São Bento, fica no ponto mais alto da cidade, localizada a 518 metros de altitude. No centro da praça, com face voltada para a região central de Ribeirão Preto, está à escultura de bronze do Sagrado Coração de Jesus, idealizado pelo Monge Beneditino D. Casimiro Mazetti, e inaugurada em 1952. A estátua tem 10 metros e, contada da base de granito, soma‐se 20 metros de altura total.
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Figura xx: escultura Sagrado Coração de Jesus. Acesso em 14 de junho de 2012 http://www.cidadederibeiraopreto.com.br/descritivo1407‐praca‐alto‐do‐sao‐bento.html
2. Área de estudo O local escolhido foi à pedreira Santa Luzia, localizada na zona oeste na cidade de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Município de aproximadamente 651 m², com uma população de quase 600 mil habitantes.
Figura xx: Foto aérea da pedreira Santa Luzia. Acesso em 14 de junho de 2012. Google Maps
Esta área foi escolhida por ser uma área voltada para a natureza, tem um espaço verde significativo, de grandiosidade paisagística, e também por ser um espaço dentro da cidade de Ribeirão Preto, que proporcionará aos bairros vizinhos um ambiente de lazer passivo, lazer ativo, recreação e contato com a natureza, que não possui para esta região da cidade. É um local que está completamente esquecido pela autoridades públicas e que pode se tornar a ser uma área de grande importância para a cidade. Parque Urbano Pedreira Santa Luzia
34 Sua área é de fácil acesso, podendo ser pela avenida do Café, pela rua Albert Einstein, ou pela avenida Luigi Rosiello, que está integrada ao sistema viário da cidade permitindo a circulação de ônibus, automóveis, pedestres e bicicletas.
Foto xx: entrada pela avenida do Café. 10 de junho de 2012. Mailson Chiaretti
Foto xx: entrada pela avenida Luigi Rosiello. 10 de junho de 2012. Mailson Chiaretti
Foto xx: entrada pela rua Albert Einstein. 10 de junho de 2012. Mailson Chiaretti
Foto xx: entrada pela rua Albert Einstein. 10 de junho de 2012. Mailson Chiaretti
Por ter vocação paisagística com áreas verdes, dando a possibilidade de proporcionar o espaço em uma área de lazer, assim melhorando a qualidade do espaço existente, transformando em um Parque Urbano, onde as pessoas possam freqüentar tranquilamente.
Parque Urbano Pedreira Santa Luzia
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Foto xx: Pedreira Santa Luzia. 10 de junho de 2012. Mailson Chiaretti
Foto xx: entrada atual da Pedreira Santa Luzia. 10 de junho de 2012. Mailson Chiaretti
Foto xx: Capela. 10 de junho de 2012. Mailson Chiaretti
A proposta projetual levará em conta a Legislação Urbanística compreendida pelo Plano Diretor, Lei Complementar número 501 e Códego do Meio Ambiente, Lei Complementar número 1619, da Lei de Parcelamento de Uso e Ocupação do Solo número 2157/2007 e Lei Federal número 10257, Estatuto da Cidade. No Plano Diretor art. 46 item g está previsto criar vários parques, entre alguns já foram criados a possibilita criar outros, se fizer necessário da dinamização urbana. Parque Urbano Pedreira Santa Luzia
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O Código do Meio Ambiente faz algumas referencias no art. 1 itens:
b) Recuperação: é o ato de intervir um ecossistema degradado, visando ao resgate de suas condições naturais c) Preservação: é a ação de proteger um ecossistema contra qualquer forma de dano ou degradação, adotando‐se medidas preventivas legalmente necessárias e as medidas de vigilância adequadas. d) Conservação: é a utilização racional de um recurso qualquer, de modo a só obter um rendimento considerado bom, garantindo‐se a sua renovação ou a sua auto‐ sustentação. 2.1.
Características da área
Mapa de uso do solo
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Mapa de ocupação do solo
2.2.
Área de intervenção
O Parque Urbano proposto está localizado em uma pedreira desativada, que se encontra na zona oeste da cidade de Ribeirão Preto, bem em frente ao campus da USP. É um espaço que contém densa área verde e grandes gramados, o local também possui um lago, que irá dar um embelezamento no parque.
Parque Urbano Pedreira Santa Luzia
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Foto xx: lago da Pedreira Santa Luzia. 10 de junho de 2012. Mailson Chiaretti
Foto xx: vista de cima do lago da Pedreira Santa Luzia. 10 de junho de 2012. Mailson Chiaretti
Parque Urbano Pedreira Santa Luzia
39 Com o crescimento da cidade nos anos 70, a pedreira Santa Luzia foi desativada, pois tornou‐se inviável por localizar‐se muito próximo ao centro da cidade. Atualmente essa área está totalmente desativada, há alguns anos atrás ela funcionava como depósito de pedras para recapeamento asfáltico, pertencente à prefeitura de Ribeirão.
Foto xx: Construção existente. 10 de junho de 2012. Mailson Chiaretti
Foto xx: Gramados. 10 de junho de 2012. Mailson Chiaretti
Esse espaço poderia ser melhor aproveitado pela cidade, é um lugar muito rico no ponto de vista urbanístico e ambiental, oportunidade útil para se pensar na qualidade de vida das pessoas que moram em seu entorno, tanto para a população de Ribeirão Preto como para as cidades de toda região. Na verdade, propõem‐se disponibilizar esta área para quem está em busca de qualidade física e mental, de quem queira se divertir com a família ou sozinha mesma. Por ser um espaço dentro de uma área pública, adquirido pela prefeitura, se torna um parque de toda a sociedade que queira usufruir, independentemente de sua classe social, idade, ou cor, considerado também os portadores de necessidades especiais. Este parque é um lugar onde as pessoas possam ter mais qualidade de vida para passear, fazer uma atividade física, encontrar amigos, estudar, observar a natureza e a paisagem urbana.
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Foto xx: Trilhas existentes. 10 de junho de 2012. Mailson Chiaretti
Foto xx: Corgo. 10 de junho de 2012. Mailson Chiaretti
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41 Capítulo V
Diretrizes para proposta
A proposta é proporcionar aos moradores vizinhos, e de outras partes da cidade, um espaço de lazer, melhorando e dando um uso saudável para uma área que se encontra esquecida, que é muito rica em paisagem. 1. Programa de necessidades O programa de necessidades foi elaborado a partir de atividades encontradas nos exemplos estudados nas leituras projetuais do Capítulo III. No parque Tanguá em Curitiba tem a principal característica de estar instalado em uma antiga pedreira desativada. Sua topografia é muito semelhante ao da pedreira Santa Luzia, também contem um lago que morre bem rente ao paredão de pedras e vários mirantes naturais. Espaços para a prática de trilhas ecológicas e grandes gramados. No parque Portugal em Campinas, pode se retirar com referencia a importância que o parque tem em sua cidade e região, seus equipamentos são de estrema importância. Nele encontramos quase todos programas de necessidades que um parque possa ter para contemplar todos os tipos de população. A metodologia de definição dos espaços do parque teve por conceito a criação de uma grande diversidade de espaços e consistiu no desenvolvimento de dois planos: o plano de vegetação e o de circulação. No plano de vegetação foram definidos critérios de plantio (bosque permeável, arvoredo esparso e plantio ornamental) que caracterizam as diversas clareiras e ambientes do parque. O plano de circulação definiu a localização dos equipamentos e atividades, prevendo tanto setores principais definidos por tipo de uso e atividade, quanto pequenos núcleos periféricos, localizados junto às entradas, para o lazer do dia‐a‐dia da população do entorno imediato. Diferentes hierarquias de vias e caminhos dentro do parque organizam e orientam os usuários, fazendo a ligação entre os diversos equipamentos. Em síntese, o programa resultante previu espaços para as atividades de lazer passivo (passear, ler, descansar, etc.), lazer ativo e recreação (brincar, correr, comer, etc.), atividades esportivas e culturais. Desse modo, serão projetados espaços com mesas, bancos, áreas com mesas para piquenique e churrasqueiras, praças de alimentação, quadras poliesportivas, pistas de skate, trilhas para caminhadas, escaladas e mountainbike, parquinhos infantis, pisos livres para usos também livres, dentre outros.
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42 O programa de necessidades, portanto, constitui‐se num espaço onde exista tranquilidade e conforto para seus frequentadores. 2. Projeto Urbanistico Nos estudos preliminares procurou‐se distribuir as atividades ao longo da área disponível em conformidade com as atividades previstas no programa de necessidades.
O parque será todo aberto, não haverá alambrado no seu entorno, pessoas poderão frequentar em qualquer horário. Mesmo sendo todo aberto, o parque terá 4 entradas principais, uma pela av. do Café, que já vai dar de frente para a área esportiva, um pela av. Luigi Rosiello, que atualmente é a entrada principal do parque e duas pela rua Albert Einstein, que ajudará muitas pessoas, principalmente os estudantes e frequentados da USP que moram nos bairros em cima do parque, pois cortará caminho para chegar no mesmo.
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43 A partir dos estudos, as definições do projeto urbanístico preservaram a intenção de unir a preservação da natureza com convívio das pessoas e o lazer, proporcionando ao visitante uma vista do próprio parque.
O paisagismo irá partir do respeito pela vegetação existente e pela vegetação nativa. As trilhas já existente vão se manter, só irá aumentar nos gramados no lado oeste do parque.
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