OLHAR DA MULHER REFLEXÕES MÊDDÊRO E CONVIDADAS EDIÇÃO 1- 2020
SUMÁRIO
1 PREFÁCIO
2 TODO DIA É DIA DE MULHER LEONA CAVALLI
3 A VIDA COMEÇA QUANDO KEILA CAIANI
4 O PODER DA PRIMEIRA IMPRESSÃO- PAULA MACHADO
5 A FORÇA DA ESSÊNCIA FEMININA SORAIA REIS
SUMÁRIO
6 M.U.L.H.E.R LUIZA REIS RIBEIRO
7 MULHER 4.0 MARCELA ARGOLLO
8 DANDO VOZ A NOSSA VOZ DANI LASALVIA
9 SER MULHER, SER HUMANA, SER LUZ - DIANA CAMARA
10 QUANDO É O DIA DA MULHER? DANIELLE STORTI
SUMÁRIO
11 ONDE ESTÁ A MINHA INDIVIDUALIDADE? KARINA BARUM
12 MULHER MOLETOM VERSUS AFRODITE - NANNA CASTRO
13 VOCÊ É O QUE QUISER SER ADRIANA MÊDDÊRO
14 O MULHER ALPHA LUCY GODOY
15 LIDERANÇA FEMININA NO ESPORTE- KELLY SANTOS MÜLLER
SUMÁRIO
16 O OUTRO FABIANA ANTUNES
17 VOCÊ, MULHER LAURETE GODOY
18 EU ME SINTO JOVEM, O MUNDO É QUE DIZ QUE SOU VELHA - IVANNA FABIANI
19 EU-VELHA-SER LÍDIA LACAVA
À todas as mulheres do mundo,
Mulheres de diversas formas e cores,
Mulheres que sorriem quando querem chorar,
Mulheres que abraçam com um aperto no coração,
Mulheres que geram, constroem e ressignificam,
Mulheres!
Prefácio
O olhar da mulher é um encontro de palavras e ideias com várias faces. Mulheres empreendedoras, mães, esposas, amigas, guerreiras. Mulheres de diversas idades que não têm medo da mudança e entendem a urgência da vida. Que se aceitam como são. Que choram, gritam, amam, sorriem e perdoam. Mulheres que por vezes se sentem poderosas e em outras tantas inadequadas. Que olham para dentro de si em busca de conhecer suas almas. Que cuidam da imagem do mundo e sentem prazer em ajudar. Uma loba, uma águia, não importa, já conhecem a astúcia e podem dar voos muito altos. Sabe encarar as rugas com um sorriso e comer um doce sem culpa, porque não possuem preconceitos e encaram o espelho com generosidade. São aquelas que percebem os sonhos não realizados do passado e concebem uma nova chance para a sua felicidade. São mulheres de diversas formas e cores. Que conseguem alcançar cada sinal: amarelo, vermelho ou verde. Em visto disto, param e refletem: dão um passo para trás para seguir adiante. São simplesmente mulheres!
O olhar da mulher é um sensacional projeto idealizado pela Mêddêro Conexão de Negócios para dar voz às mulheres. Com intuito de levar à sociedade a reflexão sobre a importância do papel feminino, o projeto se consolida a cada dia através de palestras, debates e trocas de vivências. Uma iniciativa que começou no engatinhar e que em breve correrá em largos passos. Venha conosco! Participe!
Soraia Reis
Leona Cavalli
TODO DIA É DIA DA MULHER
Podemos citar diversas histórias e realidades no Dia da Mulher: desde a força da geração até a inteligência que preserva a vida. Os seus mistérios que constituem o ser feminino. Porém, no país em que vivemos a violência doméstica e todos os níveis de abusos contra a mulher ainda são muitos. Por isso é necessário lembrarmos a nossa capacidade de resistir, transformar e de seguir em frente. É o que nos faz sermos capazes de superar as atrocidades de uma história de dominação de um gênero sobre o outro. Uma história de guerra! Hoje, quando a natureza clama por um novo tipo de comportamento da raça humana, ela o faz para todos sobrevivermos. Acredito que a possibilidade de gerar e ser um mundo novo, mais justo e pacífico, seja dentro ou fora de casa, começa com a mulher. Ou com uma visão inclusiva feminina, que pode estar tanto em mulheres como em homens. Estamos vivendo o fim de uma era patriarcal com as dores e horrores das despedidas. E o começo de uma nova era, não matriarcal, mas de harmonia entre ambos os gêneros, também com todas as dores de um parto. Os seres humanos, a natureza e o Planeta Terra. Mas agora, nós mulheres estamos mais unidas, mais conscientes da nossa luz coletiva, dos nossos direitos e da nossa FORÇA.
Parabéns e gratidão a todas as avós, mães, filhas, irmãs e amigas. A todas que lutaram pela nossa liberdade até os dias de hoje e que lutarão amanhã! Que esta data seja assumida como o que é realmente, apenas a lembrança de que “Dia da Mulher” são TODOS os dias!
Leona Cavalli Atriz, diretora, escritora e pacifista
Keila Caiani
A VIDA COMEÇA QUANDO... Sempre ouvi a frase que a vida começa aos 40 e como ela estava distante da minha realidade eu deixava para lá. Até que ela se aproximou e eu fui pesquisar sobre a sua origem. Encontrei num dos textos da Eliane Brum – jornalista, escritora e documentarista – a seguinte informação: “…a vida começaria aos 40 porque as mulheres ainda estariam bonitas, já seriam donas de uma carreira consolidada e financeiramente estáveis, teriam passado por percalços suficientes para se sentirem mais confiantes e, então, sem as pressões e inseguranças dos 20 e até dos 30, estariam mais livres para inventar novos rumos para suas vidas – e novos rumos que estariam mais próximos de seus desejos.. ” Ela continua o texto dizendo que esta explicação não faz mais sentido nos tempos atuais, porém fez muito sentido a mim. E resolvi compartilhar com vocês o que os 40 me trouxe. O medo da mudança Eu tinha muito medo desta mudança, principalmente quando estava pertinho de fazê-la. Que foi exatamente quando surgiu uma urgência em mim. Urgência de vida. De aproveitar todas as oportunidades que ela poderia me proporcionar. E ao mesmo tempo uma certa frustração do que eu queria que fosse e não foi.
A minha maturidade chegou por completo aos quarenta, muita coisa mudou dentro de mim. Uma força de quem sou e do que vim fazer neste mundo transmutou pensamentos, conceitos e limitações que tinha sobre ser quem a gente veio ser. Me tornei mais flexível, moldável, compreensível livre em mim mesma. Minha carreira amadureceu também. É fácil de perceber! Basta pegar os primeiros textos que escrevi para o Motivação Todo Dia e comparar com os últimos. Eu sinto claramente o quanto saltei. Além de me posicionar no mercado profissional como escritora, terapeuta e promovendo cursos e treinamentos focados ao autocuidado e autoamor. Todas estas novas funções em minha vida profissional surgiram junto com os 40, então, seria muito ingrata se eu dissesse que a chegada desta idade foi ruim para mim. O negócio é abandonar a comparação. A verdade é que a gente sempre se sente menos do que alguém, estamos sempre nos colocando em comparação com alguém que em nosso olhar é melhor do que nós. Eu tinha receio por estar sempre me comparando com alguém que eu admiro. E me bloqueava para ser as diversas mulheres que existem dentro de mim. E eu sei que você também pode fazer o mesmo a partir do momento que abandonar velhos padrões e regras que colocaram em sua mente e que não lhe cabem nem fazem o menor sentido.
Outra coisa que mudou em mim foi a relação que eu tenho com o meu corpo. Carreguei pesos mentais duros e muito cruéis a vida toda que não faziam sentido e levei tempo para entender isto. Achava que eu ocupava espaço demais com ele, mas hoje eu olho minhas dobras e sobras e agradeço por ter saúde mental e jamais ter me abandonado. Hoje aceito quem sou. Aceitar quem somos é abraçar a gente. Assumir quem a gente é, tem a ver com aceitação: rosto, rugas, alguns fios brancos, mente e sombras. É acolher todo o conjunto e melhorar o que precisa ser melhorado, só que sem o apontamento e julgamento que normalmente nos ronda. Para mim a vida se renovou aos 40. Para você pode ser com 25, 50, 18, não importa o número, e sim a mudança. É um processo interno, importante e único que não dá para ser feito por outra pessoa que não seja nós mesmos. E depois de entendermos que tudo faz parte da forma como nós olhamos com amor que fica fácil de olhar todo o nosso percurso e dizendo a nós mesmas: você fez um excelente trabalho até aqui, agora se joga!
Keila Caiani Terapeuta
Paula Machado
O PODER DA PRIMEIRA IMPRESSÃO Às vezes nos sentimos poderosas outras, inadequadas. Você já se viu assim? Muito desta percepção vem do olhar do outro. Da impressão que ele teve do primeiro contato que teve conosco. Vocês imaginam o quão difícil é mudar uma primeira impressão, ainda mais se esta for “inadequada” ou negativa? O cérebro em apenas 3 segundos define o outro em simpático, capaz, imprudente, triste e.., assim por diante. A primeira impressão é emocional, não racional. O primeiro passo para se sentir bem e poderosa é se conhecer, realmente se olhar no espelho e gostar do que vê! A partir daí fazer o link do que é, do que vê e do que sente começa a ficar mais fácil e cai na rotina. Quando nos apoderamos de quem somos, do que queremos transmitir ao outro, quem nos vê percebe que estamos confortáveis, que somos realmente aquilo que parecemos ser. Vamos nos conhecer? O trabalho de consultoria de imagem é antes de mais nada um convite ao autoconhecimento! Qual meu tipo físico? Qual meu estilo? Qual a minha coloração pessoal? Conhecendo-se, eu brinco que, o céu é o limite! Se você sabe quem é, e o que o valoriza, passa a usar o que gosta valorizando seu tipo físico, passa a adquirir vestuário e acessórios com sustentabilidade dentro do seu estilo e cores e, é possível trabalhar a marca pessoal, ou Branding Pessoal!!!
Ah! A primeira impressão!! Quando tudo é visto pela primeira vez, o impacto pode ser positivo ou negativo. Isso depende não só da expectativa que criamos, mas da emoção que sentimos. Os valores percebidos no ambiente, nas pessoas, no comportamento, são os mesmos? Se sim, ual!!! Parabéns! Se não, o que é preciso adequar para valorizar você consegue mesmo e, você em suas relações sociais e de trabalho. Suas ações, sua imagem, seu sorriso tudo conta! Quando falo do indivíduo, uma marca pessoal forte abre oportunidades de negócio e para relacionamentos, uma vez que se mostra o que é e para que veio. Você terá apenas uma única oportunidade para causar uma boa primeira impressão, a primeira impressão. O alinhamento de sua imagem e comportamento são essenciais para o reconhecimento de seus valores. Numa empresa, funciona do mesmo jeito: A imagem de uma empresa no mercado, na visão do público e dos concorrentes, conta muito. Não basta oferecer serviços e produtos de qualidade. Um ótimo atendimento também é só mais um diferencial. A forma como a marca é vista faz diferença no sucesso de qualquer negócio. Por isso, melhorar a imagem da empresa precisa ser uma preocupação constante. E, na imagem entram as pessoas. Uma empresa é feita por pessoas! Por trás das marcas, a pessoas tem nome, sobrenome, cérebro, autonomia, coração e personalidade. Falo muito da Primeira Impressão e sim, ela é muito importante. Mas, não adianta nada se não representa a verdade.
Você é o conjunto de suas intenções, suas ações, comportamentos, posturas...do que você fala e como fala, do que demonstra mesmo sem falar. Sua marca pessoal deve ser coerente, consistente e ter consistência, assim como sua imagem. Os conhecimentos pessoais que envolvem o cuidado com a imagem, a postura e boas maneiras podem ser o diferencial para quem quer se destacar. Lembrem-se “a primeira impressão é a que fica”.
Paula Machado Cirurgiã-dentista e Consultora de Imagem
Soraia Reis
A FORÇA DA ESSÊNCIA FEMININA
A mulher após a Revolução Industrial, iniciada no final do século XVIII, começou a conquistar um grande universo e a criar novas habilidades. Com o tempo, demonstrou força e capacidade para gerir diversos espaços na sociedade e na vida profissional, já que o seu espaço dentro de casa já estava bem consolidado. Hoje, em pleno século XXI, o trabalho feminino está em todas as áreas e em todas as posições hierárquicas, entretanto, a liderança feminina ainda está em crescimento e caminha em busca do fortalecimento. Por vezes, sofremos preconceitos e questionamentos sobre as nossas habilidades. Nos dividimos com diversas tarefas: domésticas, sociais e profissionais, pois desde pequenas aprendemos a executar várias atividades com primor, amor e dedicação. Não é fácil sair para trabalhar por horas, deixando um filho doente, enfrentando problemas familiares e financeiros. A nossa mente parece uma máquina em plena atividade, gerando pensamentos negativos e medrosos. Parece que estamos sozinhas. Como ser objetiva e profissional, com sentimentos dolorosos que dilaceram o coração e sequestram as nossas emoções? Perdemos o ponto de equilíbrio e agimos pela emoção, deixamos nossos pensamentos e emoções no piloto automático.
É muito difícil ter várias funções: mãe, esposa, filha, irmã, amiga, dona de casa, profissional de uma empresa, e tantas outras que surgem ao longo da jornada, porém, sempre conseguimos. A que preço? As vezes as custas do nosso sorriso, da vontade de colocar a perna pra cima e não fazer nada e de querer escutar uma música para relaxar... O que fazer para sentir-nos serenas e completas? É fundamental conhecer-nos profundamente. Os nossos pensamentos geram emoções que geram atitudes, e por muitas vezes percebemos que não valem a pena. Hoje, a neurociência, o estudo sobre o nosso sistema nervoso, vem elucidar a importância do equilíbrio emocional em nossas vidas. Nossas emoções estão subordinadas ao nosso cérebro, ao nosso estado mental. O equilíbrio da consciência mental e da consciência emocional é de essencial importância para que consigamos sobreviver no dia a dia. Com isto, conseguimos manter a estabilidade e não sofrer sequestros emocionais. Despertar a inteligência emocional ajuda-nos a deixar a chave emocional virada para os bons e prazerosos sentimentos e emoções. Assim sendo, quando manifestamos felicidade geramos sensação de bem-estar e o nosso estado de recompensa se mantém satisfeito. Este processo retroalimenta a felicidade que alimenta o bem-estar. Cada experiência que nos fornece prazer e satisfação, seja através de um momento alegre e descontraído, da realização de um desejo ou em um período de descanso, gera em nosso organismo os hormônios da felicidade. Ocorre uma benéfica reação química, afetando o nosso sistema nervoso, proporcionando sentimentos positivos. O mesmo acontece se estamos estressadas, tristes e ansiosas, há uma reação química negativa, gerando hormônios ruins que nos causam doenças.
Mesmo para quem a realidade da vida não esteja no momento, . sendo parceira, vale a pena pensar no assunto. O conhecimento sobre o quanto nosso comportamento nos traz paz ou ansiedade nos conscientiza da importância de fazermos uma autoanálise e uma autorreflexão: quem eu sou? O que ou quem me fortalece ou debilita? O que desejo para ser feliz? O que preciso fazer para alcançar o meu sonho? Esta reflexão facilita a nossa compreensão de como podemos conquistar a felicidade. Mostra-nos a importância de segurarmos a rédea da nossa vida. Não podemos e não devemos colocar a nossa expectativa na mão das outras pessoas, somos as construtoras da nossa jornada. E nós, escolhemos o caminho para percorrê-la. Somos completas, ter alguém ou alguma coisa somente nos complementa. Sabemos que a maioria das pessoas trazem traumas e frustrações e que não é fácil virar a chave, mas é possível. Ressignificar as imagens mentais que nos fazem sofrer é uma boa escolha. Hoje temos conhecimento que os nossos pensamentos disparam os gatilhos emocionais destruindo o nosso sistema biológico. Desse modo, precisamos analisar o verdadeiro significado de felicidade para nós, visto que, ela não depende somente de termos sucesso ou dinheiro. Simplesmente resulta de como encaramos a vida e o que escolhemos fazer para conquistá-la. Seja lá como for, precisamos vencer os obstáculos e seguir em frente. Para tanto, ao nosso modo e dentro das possibilidades que temos, vamos realizando, vislumbrando soluções e satisfazendo necessidades dos que estão a nossa volta. Todavia, não podemos esquecer-nos. Precisamos desenvolver inteligência emocional para não permite os sequestros emocionais e sermos felizes.
Vamos despertar para o nosso propósito de vida. Vamos conhecer a nossa essência e trabalhar a autoaceitação e a autoconfiança. Controlar o estresse e a ansiedade. A autoconfiança e o empoderamento é apenas uma questão de treino diário. Entendendo que somos encantadoras no que fazemos, fortes dentro da fraqueza humana, sensíveis e realizadoras. Somos muitas em uma só. Amamos, perdoamos, gritamos, choramos, sorrimos. Somos fortes, somos mulheres!
Soraia Reis Escritora, Diretora Editorial, Palestrante, Executive Coach e Reprogramadora e Influencer Emocional
Luiza Reis Ribeiro
M.U.L.H.E.R
Sororidade significa união e aliança entre mulheres. É a busca para alcançar objetivos em comum. É uma palavra que precisa estar presente na consciência de cada mulher. A nossa união pela igualdade social é de extrema importância. Mas, devemos nos assegurar que essa união atinja não só nós mulheres, e, que um dia, consigamos fazer com que todos entendam o nosso valor e a nossa luta. A mulher conhece a sua força no decorrer de sua vida. Conta com a maior e a mais bonita das forças e das grandezas: a de gerar outra vida. Não é engraçado o fato de sermos consideradas inferiores por grande parte do sexo masculino, o qual foi gerado por uma mulher? Mulher não precisa de maquiagem e nem de salto alto, ela usa porque quer. Mulher pode falar palavrão, pode gostar de beber, de dançar da forma que achar sexy, beijar e transar com quem ela estiver a fim, isso não faz dela uma vadia. Mulher deve ter cargos semelhantes aos homens, e em algumas situações até maiores, pois o que deve ser analisado é a competência e não o gênero. Mulher não precisa ser delicada, não precisa ficar em casa cuidando dos filhos e não precisa saber cozinhar. Ela deve fazer o que for melhor para ela e ir atrás dos seus sonhos.
Mulher pode e deve usar a roupa que quiser, sem ter medo de andar sozinha e sem medo do seu corpo e das suas roupas serem os vilões da sua rotina. Mulher é inteligente e guerreira, nunca desiste e muito menos foge da sua luta. Mulher milita contra quem limita os seus espaços e os seus direitos. Diariamente precisa bater boca e dizer NÃO. Mulher precisa ter voz, mulher precisa fazer e ser o que ela quiser, somos muito mais fortes do que vocês imaginam! Devemos reconhecer todos os dias as mulheres que somos. Reconhecer as mulheres que conhecemos e as mulheres que um dia criaremos!
Luiza Reis Ribeiro Publicitária e Coordenadora Comercial e de Eventos
Marcela Argollo
MULHER 4.0 A mulher atual passa por grandes desafios na vida. Pois estamos ainda engatinhando no processo de transformação e aceitação da mulher na sociedade. Até 1932, a mulher não podia nem exercer o direito de voto e utilizava o CPF do seu marido. Ela não tinha voz. Sim era forte, e SEMPRE foi!! Mas tinha que se calar, tinha que suportar tudo aquilo pois a sociedade não dava espaço para elas. Em 1968, cerca de 400 ativistas do Women’s Liberation Movement resolveram queimar seus sutiãs como forma de protesto. Como acredito que tudo na vida tem efeito inicial pendular, e quanto ao movimento feminista não vejo de maneira diferente. Tínhamos uma sociedade super restrita, com a mulher tendo um papel totalmente secundário e calado, porém por traz, sendo a fortaleza da casa. Passamos então para a mulher mostrando a sociedade que realmente ela é forte através da entrada dela no mercado de trabalho e do seu empoderamento! Mas e se essa mulher quer constituir uma família e ter filhos? Como então fica a equação? Ela não fecha! Pois a mulher tem apenas 2 braços, não consegue tomar conta de tudo!! Ela não consegue ser a executiva fora da curva (até porque a mulher precisa mostrar muito mais no trabalho que é capaz do que o homem), a mãe exemplar e a mulher perfeita (esqueci do tempo para ela mesma)! Isso é algo IMPOSSÍVEL, digo já de antemão. Nós não conseguimos fazer tanta coisa com tanto afinco.
Pois para fazemos algo bem feito ou nos dedicamos somente a aquilo (Foco), ou conseguimos ter um equilíbrio em todas as áreas (para mim o mais indicado para qualquer área da vida). Se somos mãe full time, em algum momento da vida isso vai pesar, o ninho vazio vai chegar e você vai parar para pensar e refletir que poderia ter tido uma carreira. Pois viu que a vida passou e que talvez você não conseguiu contribuir como gostaria para a sociedade (como já dizia o ditado: o trabalho engrandece o homem). Do outro lado, se somos full time executivas, deixamos de lado algo que eu julgo importante, a educação dos nossos filhos. Não conseguimos ver e acompanhar o crescimento deles!! É aquele velho ditado do cobertor curto!! Mas também vejo que o momento atual é sim das mulheres é de mostrar que tem total capacidade para ocuparem cargos executivos dentro das organizações. Pois ela possui skills os quais o homem ainda está em processo evolutivo de desenvolvimento que são eles: Orientação às pessoas: São sociáveis, expressivas e próximas, oferecendo assim muito potencial na conclusão de delas e negociações para a organização. Tendência à cooperação: Isto faz com que o trabalho em equipe seja mais natural, já que elas são ativas na inclusão e contenção das pessoas. Também se preocupam para que os processos sejam organizados e fluidos.
Capacidade de agir em muitas direções: Mulheres contam com a capacidade inata de pensar e agir de forma multitarefa, ou seja, em muitas direções ao mesmo tempo, conseguindo assim analisar de forma mais ampla o problema e seus efeitos. Isto representa uma vantagem no momento de tomar decisões e enfrentar crises. Liderança horizontal: A liderança feminina é inclusiva, encoraja a participação e compartilha o poder e a informação com aqueles que lidera. Atualmente chamada de gestão em rede, que estimula que todos da equipe e organização possam trabalhar na resolução do problema de forma mais completa. Essa liderança tende a criar e a fortalecer as identidades de grupo. Predomínio do emocional: Em geral, as mulheres estão mais aptas a entender o lado humano das pessoas e gerar altos níveis de empatia, creio que isto deva estar relacionado com o lado mãe que toda mulher tem dentro de si, mesmo essa não sendo ainda mãe. Elas possuem também uma maior resiliência e tem mais habilidade em dosar as palavras a serem ditas em momentos de conversas difíceis e negociações. Maior predisposição à mudança: Seu estilo é inovador, com um firme sentido da qualidade, centrado na pessoa, adaptável, comunicativa e persuasiva. E então? Qual seria a melhor opção para a mulher 4.0? A melhor não existe. Existe qual a ideal para VOCÊ! Qual você entende ser interessante levando em consideração seus valores e prioridades.
Para mim, creio que no momento atual que vivemos, necessitamos exercitar nosso poder de relacionamento interpessoal e entender que tudo são parcerias, divisões de tarefas e equilíbrio. Necessitamos de ambos! Para meus valores pessoais, a mulher precisa constituir uma família, pois é nela que ela tem o alicerce de um parceiro de vida e da criação dos filhos (acredito que sozinho vamos mais rápido, porém juntos vamos mais longe). Mas também precisa de uma carreira. Algo que ela faça e que veja como proposito de vida e de alguma forma ajudar a sociedade em que vive. Para este cenário tornar-se realidade, todos precisam parar para pensar um pouco e entender que precisam ceder e se adequar (começar a desenvolver o skill de cooperação). A escola tem que começar a entender que ela terá que apoiar um pouco mais no quesito educacional das crianças. Claro que a educação não será a função e obrigação da escola, porém ela terá papel fundamental em parceria com os pais para a execução dessa tarefa. As babás da mesma forma! Terão que ter um pouco mais de qualificação no quesito entendimento comportamental de uma criança. As empresas, precisarão exercer o skill EMPATIA e trabalhar para o início da jornada de mudanças organizacionais que farão com que a mulher consiga exercer de maneira equilibrada, os seus diversos papeis na sociedade. Não é sustentável ter uma política de atingimento de metas sem pensar no ser humano em si e nas suas condições de vida.
Creio que os maridos também não vão ficar de fora dessa. Eles precisam começar a refletir que não são os únicos provedores da família, e que agora terão também um papel ativo dentro de casa e na educação dos filhos. Desta forma teremos relações duradouras pois elas têm como alicerce o ganha-ganha, o equilíbrio.
Marcela Argollo Speaker, Empreendorismo Feminino e Tutora FGV
Dani Lasalvia
DANDO VOZ À NOSSA VOZ
Para que serve a nossa voz? Para ser portal daquilo que queremos comunicar ao mundo. Mas como será que se dá a construção deste canal da nossa comunicação? Várias correntes de pesquisa concordam que o ser humano é um ser resultante de características genéticas, e de experiências e relações que se estabelecem desde a vida intrauterina até os dias de hoje. Concordam ainda que, em maior ou menor grau, a personalidade sofre influência de múltiplas vivências pelas quais uma pessoa passa ao longo de sua vida. A voz de uma pessoa adulta será mais forte e potente quando experiências na infância proporcionarem uma construção positiva sobre o que ela pode expressar e o poder que ela pode exercer com uma comunicação proativa. Daí vem a pergunta: Onde está a voz e a vitalidade pulsante das Mulheres, traduzidas pelo espontâneo no arquétipo da mulher selvagem? As terras espirituais da mulher selvagem foram saqueadas durante todo o curso da história, seus ciclos naturais transformados à força, por isso a deterioração na saúde feminina física e emocional, com a tentativa de quase se aniquilar tudo que fosse instintivo. Mas o arquétipo da mulher selvagem não morre, ele é despertado nas cenas de profunda beleza, na troca afetiva, no som do tambor, do assobio, de um canto, um grito, de um chamado da alma. Com a mulher selvagem a vida criativa volta a florescer, renasce nas mulheres a lembrança de quem são, e do que representam, encarnam uma força que dá sentido ao seu viver. Ela é a raiz nutrida de todas as mulheres.
Ela é o momento anterior a aquele em que somos tomadas pela inspiração, vive no ventre do mundo, e de cada mulher com coragem de trazê-la à tona em sua atitude. Mas como trazer à tona essa essência feminina e dar vazão à nossa voz? Indo ao encontro dos anseios de nossa alma. Este caminho pode ter muitos atalhos, mas sem dúvida um dos mais prazerosos, é o caminho da arte. A voz pode ser construída pela técnica, com exercícios e auto percepções, mas ela só ganha força quando for acolhida pelas canções e histórias passadas de mãe para a filha, que reverberando nossa inteligência emocional, mostra pela identificação, quem somos e a que viemos. Fica o convite para essa maravilhosa jornada de transformação e experimentos em busca da nossa voz, do nosso autoconhecimento e da nossa realização.
Dani Lasalvia Cantora, compositora, multi-instrumentista Designer e arte-educadora.
Diana Camara
SER MULHER, SER HUMANA, SER LUZ ...
A vida se apresenta de diversas maneiras para as mulheres, e, cada mulher, com a sua forma particular de encarar a sua trajetória, tem em suas mãos o poder para decidir como reagir a cada situação. Ao fazer uma retrospectiva do contexto histórico feminino, podemos notar o quanto as nossas ancestrais tiveram as suas falas interrompidas e as suas vozes caladas pela força bruta do masculino. O choro era quase inexistente em meio a opressão, onde um sorriso amargurado e um "sim senhor meu pai (ou marido)" era valorizado e enaltecido perante a sociedade. Naquela época, essa era considerada a mulher de verdade, uma imposição da sociedade patriarcal. Contudo, a mulher se fazia grande, forte e valente; engolia o choro e fingia não saber o que era evidente... Respirava fundo, levantava o queixo, empinava o nariz e seguia fazendo o papel da bela e boa “mulher decente”. Aquelas que se rebelassem, não encontravam saída, eram queimadas na fogueira. A porta da rua era a serventia da casa, e ouviam: quero ver quem vai te sustentar... Blá, blá, blá... mas elas se refaziam de alguma forma. Viviam, sobreviviam! A força interna destas mulheres, as vozes caladas, as falas interrompidas, as pequenas e grandes lutas para defender os seus direitos nos trouxeram até os dias de hoje. Em vista disto, nos deparamos hoje, refletindo sobre a força que há no olhar de uma mulher. São muitas histórias, mulheres e vidas vividas, que se entrelaçam e dão um nó. Ao se desfazerem gradativamente, deixam suas marcas e continuam.
O olhar principal é o da alma, carregado de emoções e composto de lutas, vitórias, erros, aprendizados e acertos. A mulher se refaz a cada amanhecer, ganha luz e enfrenta os desafios impostos a ela com maestria. Parafraseia a sua queda e o levantar, sacode a poeira e dá a volta por cima. Os olhos da alma observam o amor ou desamor desde o ventre materno, os quais testificam um repertório de sentimentos, dos mais primitivos aos mais ponderados, conforme a intensidade da mulher. Todas estas experiências nos constituem como SER. Nos permitem evoluir e caminhar em direção a liberdade de ser quem realmente somos: sem medos, traumas, julgamentos ou exclusões. Que o desejo deixe de ser utópico e que nossas vidas não sejam ceifadas precocemente. Que nossos corpos e nossa integridade psicoemocional sejam preservados. Que as ações daquelas que nos precederam nos apoiem nos dias de hoje no direito de dizer NÃO. De ir e vir sem medo de falar. Que nossas ações possam ecoar na eternidade, sendo luz para aquelas que virão. E, no futuro, possamos nos orgulhar, AINDA MAIS, de tudo o que somos e representamos.
Diana Camara Consultora de Recursos Humanos, Psicopedagoga, Especialista em Educação Corporativa e Desenvolvimento Humano e Organizacional. Programadora Neurolinguística, Coach Executiva e Analista Comportamental
Danielle Storti
QUANDO É O DIA DA MULHER?
Ah, Mulher! Quando ela nasce e o médico diz: É menina! Inicia-se neste instante a jornada da mulher. Mal sabe ainda o caminho que percorrerá, as dores e as delícias de ser mulher. O dia 08 de março é uma data marcante, um dia conquistado na tentativa de diminuir o preconceito e a desvalorização da mulher. Foi preciso muita luta para conquistar seu lugar na sociedade e esta conseguiu bons resultados, entretanto, o preço foi alto: ansiedade, depressão, problemas cardíacos, problemas conjugais, entre outros. Eu ouvi falar problemas conjugais? E o que a conquista da mulher pelo seu espaço impacta neste quesito? Pois é! Infelizmente para o homem imaturo, o espaço conquistado pela mulher o deixa inseguro, vulnerável e fragilizado e seu ego é dominado por estes sentimentos. Em vista disto, aquele instinto animal que está dentro dele desperta e eclode da pior maneira possível. Escutamos mais e mais notícias todos os dias sobre: feminicidio, estupro, escravidão, assédio moral e por aí vai... A violência contra a mulher não é apenas física, ocorre principalmente a psicológica. Ameaça, ofensa e pressão são tipos de violência que mais acontece. Elas não deixam marcas físicas e visíveis, não marcam a pele, mas marcam a mente, a psique e o coração da mulher agredida.
Infelizmente, muitas mulheres ainda sofrem em silêncio. Se isolam com receio de represálias e por não terem condições financeiras para seguir em frente e de manter os filhos sozinhas. Deste modo, permanecem em um relacionamento abusivo, meramente por medo, o que vem a reforçar um padrão de comportamento cada vez mais violento do parceiro. Avançamos muito na nossa busca pela igualdade e temos muito o que comemorar. Mas, ainda precisamos lutar pelos direitos conquistados. A mulher, nos dias atuais, ainda é muito julgada pela sua vestimenta e por esboçar os seus desejos e vontades. Também quando se mostra empoderada e dona de seu próprio nariz... Feliz todos os dias das mulheres. Por um dia que não precise mais ser comemorado. Que todos os dias possamos ser reconhecidas e acima de tudo, respeitadas!
Danielle Storti Psicóloga, Programadora em Neurolinguística e Coach de vida
Karina Barum
ONDE ESTA A MINHA INDIVIDUALIDADE? Diz que para entendermos o agora, precisamos dar uma estudada, seja em qual tema for, física, política, história, economia, auto-conhecimento, amor.. Realmente, uma olhadinha pra trás, de um dia, dois, uma década, séculos, dependendo do foco, cai muito bem. Venho fazendo essa retrospectiva no quesito emocional há algum tempo. E escolhi como meu reduto, a sacada da minha casa, meu canto de aconchego e paz. Agradeço por tê-lo. Ali, sempre com uma xícara de chá ou café, ou uma taça de vinho, dependendo do humor e do estado físico, eu reflito. Confesso que tenho dado espaço maior à minha Polyana interior, dando luz positiva a assuntos sérios, sem medo de poder desmerecê-los. E então, quando olho para trás, consigo perdoar aquela menininha avoada. Minhas lembranças nunca foram nítidas. Sempre vivi no mundo da lua, mas tenho flashes... Na primeira série, eu ainda não tinha consciência do que era aquilo, mas eu seguia confiante, afinal todos estavam lá. Apesar das regras de toda escola, minha freqüência era escassa. Eu tinha apenas 5 anos e talvez por isso, minha mãe nos permitia momentos tranqüilos no terraço. Ela tomava banho de sol e eu brincava com a água, que saía da mangueira e se encontrava com a lajota quente do piso, formando minhas pequenas piscinas aquecidas. Era bom, mas, quando eu voltava para a escola, aquilo tudo não era muito real, exceto minha prima, que eu idolatrava e que estudava na mesma sala que eu. Era muito inteligente e sabia o que fazia lá dentro. Parecia à vontade. Tirando ela, lembro das coisas embaçadas e sem ordem. Alguns pensamentos se tornaram corriqueiros, mantras em minha mente, “ditado não, pelo amor de Deus, ditado não...”. Eu só sabia escrever algumas palavras. Sei até hoje
quais são, mas não vem ao caso agora. Eu ficava rezando para a professora expelir uma delas. Mas, as palavras ditadas, eram inimigas veladas. A derrota era completa. O medo, aterrador que alguém deflagrasse minha folha em branco. Vazia. A professora, que era bem velhinha, não sei mais se isso procede, mas ela ajudou para que todos percebessem minha total incompetência e criou a fila dos burros! Formada, a partir de então, por três alunos, que, do completo anonimato, passaram para os olhos brilhantes da turma inteira. A fila, que se posicionava no canto esquerdo da sala de aula, para quem está de frente para a professora, nunca mudou de participantes, sempre composta por dois meninos e eu. Dali em diante, não me lembro de mais nada. Repeti o ano e minha mãe descobriu a Megera Malvada da minha professora, tarde demais. A fila dos burros me carregou por algumas décadas e eu não percebia! Quando me dei conta disso? Não sei, talvez lembrando algum sonho abandonado. Foi preciso, essa retrospectiva, suave, e, me perdoar de tudo e enxergar que aquela menininha era fantástica! Não precisamos ser iguais, precisamos de respeito em nossas diferenças. Eu sempre fui apontada como a “desligada”, sempre “no mundo da lua”. No entanto, meu mundo era gigante. E eu achava aquilo ruim! Não era. Era meu mundo! Cheio de cores e formas que eu moldava, eu criava! Uma pena que às vezes, demoramos tanto para
enxergar nossa perfeição. Tantas expectativas de agradar o outro. Esquecemo-nos da nossa individualidade e do quanto ela é importante e única, e faz parte do todo, do coletivo.
O grupo é grande, é UNO e é feito de indivíduos.
Karina Barum
Atriz, escritora
Nanna de Castro
MULHER MOLETOM VERSUS AFRODITE Mais um round e novamente Mulher Moletom põe a nocaute minha Afrodite. Faz algum tempo que Mulher Moletom chegou e se instalou. Acho que foi logo que nasceram meus três filhos gêmeos. Ela é do tipo que vive cansada demais para ter vaidade. Corre, a louca, daqui para lá cumprindo tarefas de mãe e dona de casa. Sua agenda é complexa e impossível. Para facilitar seu furor tarefeiro, elegeu um figurino prático como uniforme diário: o moletom. Velho. Surrado. Argumenta que é mais gostoso. De manhã penteia o cabelo, mas parece que não. Brinco, só se for bem pequeno pra não enroscar em nada. Batom e moletom não combinam, então ela não passa. Tênis, claro. Velho, lógico. Vestido? Cruzes. Vestido dá trabalho quando venta. E lá vai Mulher Moletom dando porrada no dia: avança pelos corredores do supermercado, corre atrás de quimonos, chinelos, roupas de balé, remédios, courinho da pia, fórmulas homeopáticas, vai com o telefone na orelha falando com o banco, o encanador, o cabeleireiro, o pediatra, a operadora do celular, dispara rumo à escola quinze minutos atrasada, entrega os filhos à babá e se atira escada acima em direção ao computador para entregar um trabalho e, se der uma brecha, tenta, ela mesma, fazer a unha enquanto responde dúvidas do dever escolar. À noite, o marido acha que o frentista do posto veio jantar com ele, não é, é a Mulher Moletom e suas olheiras, seu saco cheio, que se aboletou na cadeira à sua frente. Péin! Mais um round e Afrodite foi lançada para fora do ringue com suas rendinhas, cheirinhos, brilhinhos, sua delicadeza...
Só dá Mulher Moletom! Ela vai dormir exausta e vai dormir mesmo: que ninguém tenha ideias eróticas na madrugada porque ela não merece. O galo canta e – péin! – ela acorda já cansada para mais um round. E dá na cara de Afrodite sem dó nem piedade. É um verdadeiro massacre. A armadura inodora de moletom parece mesmo invulnerável. Nenhum suspiro sai, nenhum carinho entra. Lá vai ela, louca, atarantada, arrastando seu feminino na poeira.
Nanna de Castro Escritora, Autora de Teatro e Cinema e Mentora de Comunicação Corporativa.
Adriana Mêddêro
VOCÊ É O QUE QUISER SER
Somos mulheres poderosas e engajadas, Super Seres Humanas, heroínas capazes de construir a própria história a partir das nossas escolhas, sonhos e realizações. Conseguimos ao acordar, todos os dias, sermos a melhor versão de nós mesmas. Cada mulher traz consigo um pouco da história de outras mulheres maravilhosas do mundo a fora. Sem a preocupação do nível social ou cultural. Pensemos no empoderamento feminino, este consiste na consciência feminina da necessidade de haver uma igualdade política, social e econômica entre ambos os gêneros, expressando atitudes e ações. Trabalhar as nossas emoções desde cedo é fundamental. Precisamos lidar melhor com as situações do dia a dia e solucionar conflitos com mais facilidade e menos sofrimento. O semáforo das emoções, pode ser um caminho para ficar atenta com o corpo e o ambiente. Que pensamentos passam em sua mente e quais sentimentos afloram neste instante? Primeiro, o sinal verde: você avança num piscar de olhos, valoriza cada momento, com o sentimento de liberdade e felicidade, porque deseja:estudar, trabalhar, amar, relacionar-se, arrumar a casa, embelezar-se, cuidar dos filhos, passear, dançar, viajar, entre outras coisas. De repente, acende o sinal amarelo: indicando atenção, iminência da parada obrigatória, e nós começamos a questionar a vida, o relacionamento, o trabalho, quem sou EU, porque deixei isso para trás, a idade está passando e os pensamentos caminham.
E, de forma abrupta, acende o sinal vermelho: onde o mundo impõe regras, limites e hábitos. Quer mudar os seus sonhos, as imagens são semelhantes e de grande frustação. Contudo, imagine que por anos, você escutou o mesmo discurso e seu subconsciente passou a aderir essas mentalidades,em um momento é verde e no outro é vermelho. Assim, muitas vezes, nós mesmas colocamos as barreiras e nos sabotamos no decorrer da vida. Nem sempre o amarelo é ruim, apenas nos permite, parar o processo e desconstruir nossas limitações internas. Somos SERES humanas, o tempo nos permite entender o nosso espaço e substituiras crenças limitantes por uma nova visão de consciência e seguimos em frente, sem olhar para atrás. Pode ser uma forma de ver a vida e para ver melhor, nada como ter uma luneta em mãos. Mulheres empoderadas são mais motivadas, tem capacidade e consciência de suas ações, buscando melhorar tudo ao seu redor. Nós corremos atrás de cada sonho e fazemos tudo para realizá-lo. Ao longo da vida, estamos expostas a diversas experiências. Deixamos as pessoas nos colocar para baixo, criarem estereótipos e nos rotularem. Esquecemos o poder existente dentro de nós. Precisamos nos empoderar e acreditar mais em nós mesmas. Mesmo que, ao longo da vida ocorra episódios que nos faça faltar o ar, precisamos controlar as emoções.
Nada nos impede de tomar as atitudes certas. Então, ter consciência emocional traz estabilidade e não prejudica o seu poder de ação para tomar as melhores atitudes. Seja o que quiser. Basta querer sempre.
Adriana Mêddêro Empresária, Educadora e Palestrante
Lucy Godoy
MULHER ALPHA
Ao olhar para dentro de mim busco no lugar mais profundo de minha alma onde escondi meus sonhos. Desenterro - os e faço com que venham até meu coração. Do coração para o cérebro é um espaço bem menor e eles vão rápido até lá. E eu começo a pensar... Pergunto-me com cautela: Quando foi mesmo que comecei a sonhar? E meus sonhos vem devagarinho conversar comigo. E me dizem: “Lembra-se de quando você sonhou realizar o seu primeiro curso de formação profissional? Teria que deixar para trás seus amigos, a praia tão amada, sua família, o primeiro namorado e vir para a capital. Como você se sentiu? Lembrase”? As lembranças renasceram das cinzas do passado e assim, do nada, forma-se a minha frente à visão de uma alcateia; caminham pela pradaria, em silêncio, um lobo atrás do outro. Na frente, liderando-os, o casal “Alpha”. Ambos imponentes, fortes, seguros em suas passadas, cabeça erguida, olhar atento, audição a postos, atentos a todo o som que poderá vir do seu entorno. De repente, o lobo Alpha se detém e escuta; a loba Alpha o acompanha na escuta. Ele uiva forte e num tom imperativo. Toda a alcateia fica atenta para o que vai acontecer. Entreolham-se, e ele sai em desabalada carreira em direção a uma família de árvores floridas que mora por ali em busca do que pode ferir sua família.
Imediatamente a loba Alpha assume o comando. Uiva para a alcateia e continuam a caminhada. Ela agora domina a situação. Decidida, forte, conhecedora do caminho, sabe muito bem o que fazer. Vai em frente sem olhar para trás. Nesse momento voltei aos anos de minha adolescência quando tive que deixar tudo para trás, a fim de buscar meu caminho no mundo. E vi, satisfeita, que desde esse tempo assumi o papel de “loba Alpha” no comando de minha vida. Este artigo é escrito para você, MULHER, que precisa decidirse e aprender a comandar sua própria vida: • Quero ajudá-la a “olhar para trás” sem dor, rancor, culpa ou arrependimento. • Quero favorecer a lembrança de alegrias já vividas e trazer para o “hoje” a visão de novas perspectivas da felicidade antes vivenciada. • Quero ajudá-la a programar “novas formas de viver” fazendo a “roda da vida” girar em ritmo cadenciado, suave e produtivo. O que é preciso para transformar-se em uma “MULHER ALPHA” na sociedade em que você vive? Seguir algumas regras básicas: 1 - Saber o que quer da vida e ser líder de sua própria estrada. • Comece fazendo um “balanço” de tudo que lhe aconteceu até agora e veja onde precisa mudar.
2 – Defina seu grau de autoestima. • Lembre-se de definir autoestima como “acreditar que pode fazer as coisas acontecerem”. • Transite sobre a elevada, a média e a baixa autoestima e se localize. • Confie em sua habilidade de resolver satisfatoriamente os desafios básicos do dia-a-dia. • Acredite na possibilidade de vencer obstáculos que porventura dificultem a resolução das metas estabelecidas. • Acredite que nascemos para ser felizes e que construímos nossos próprios caminhos. • Viva conscientemente, não confundindo o subjetivo com o objetivo, distinguindo claramente o que é e o que não é numa relação realista com a vida. 3 – Saiba tomar decisão por si mesma, sem precisar de opiniões alheias sobre seus atos. • Seja você mesma e se aceite como verdadeiramente é e esteja sempre do “seu” lado. 4 – Saiba respeitar seus pares em suas idiossincrasias, colaborando sempre com o grupo no qual está inserida, seja ele familiar, profissional, social.
5 - Proteja sua família respeitando cada um em suas decisões, procurando não interferir nos planos estabelecidos por eles. 6 - Ensine os mais jovens com paciência e respeito por suas etapas de desenvolvimento psicomotor, social, espiritual. 7 – Procure não julgar o outro e se porventura tiver que fazê-lo, use sempre o bom senso. 8 - Aprenda com seus erros e com as lições que os outros lhe apresentarem. 9 – Respeite sempre os mais velhos. 10 - Saiba quando começar e quando parar. E para encerrar nossa conversa, trago estas palavras proferidas por Albert Einstein, o grande gênio da Ciência Universal: "Quando recebemos um ensinamento devemos recebê-lo como um valioso presente e não como uma dura tarefa. Eis aqui a diferença que transcende”.
Um abraço forte e desejos de vitória em suas buscas.
Lucy Godoy Terapeuta, palestrante, educadora e escritora.
Kelly Santos MĂźller
LIDERANÇA FEMININA NO ESPORTE
No mês da mulher eu quero dividir com vocês como é importante ter mais mulheres em posição de poder, em um país onde só 4,3% das mulheres negras ocupam lugares de liderança. Como podemos mudar essa realidade?! Para mim o mais importante é construir um forte network, mas para isso é necessário um bom tempo. Nos meus 27 anos de carreira, trabalhei muito duro para obter resultados, criando uma reputação onde desenvolvi um grande prestígio diante das pessoas e desenvolvendo assim bons relacionamentos. Porém, mesmo para mim, ainda existem barreiras. Como negra, mulher e atleta, necessariamente nesta ordem, enfrento muitos preconceitos, mas ninguém me fez e nem me fará desistir. Ao observar o cenário esportivo, pode-se questionar por que existem pouquíssimas mulheres como treinadoras, como técnicas em grandes clubes ou até mesmo em treinamento de atletas de provas individuais? Já que a mulher provou ser tão competente no esporte quanto o homem, precisa conquistar também seu espaço como treinadora, dirigente, técnica, pois esse é um mercado de trabalho ocupado em sua maioria por homens.
Segundo GOELLNER, o próprio Barão de Coubertin, um dos idealizadores dos jogos, era contrário à participação feminina por considerar que as mulheres poderiam vulgarizar esse terreno tão recheado de honras e conquistas. Apesar dos esforços em manter as mulheres fora das competições, cabe registrar que, em 1896, houve uma competidora extraoficial na maratona. Stamati Revithi, grega, fez o trajeto de 42 km, sendo que a última volta aconteceu fora do estádio porque a entrada lhe foi proibida. No âmbito das provas olímpicas, talvez esta tenha sido a primeira mulher a enfrentar as barreiras da tradição esportiva na era moderna, além disso os homens competiam nus e por isso mulheres não podiam nem assistir a jogos olímpicos. Convido você mulher a seguir lutando por igualdade e respeito. Além da posição, se mulheres e homens ganhassem salários iguais, o PIB mundial seria 26% maior, diz OIT. Juntas podemos levantar outras mulheres e meninas em busca da liderança de sucesso. Não está na moda o empoderamento feminino, hoje somos uma realidade. Dê voz a sua voz no processo de constante evolução de direitos em que hoje se encontra a mulher brasileira.
Kelly Santos Müller Atleta Medalhista Olímpica e Consultora Esportiva
Fabiana Antunes
O OUTRO
“Quando eu te encarei frente a frente e não vi o meu rosto, chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto mau gosto É que Narciso acha feio o que não é espelho, e à mente apavora o que ainda não é mesmo velho..." (SAMPA - Caetano Veloso e Elvira Perpinya). O trecho dessa música ilustra bem a nossa dificuldade em aceitar o outro que pensa, age, se porta de forma diferente da nossa, a tendência que temos em causar afastamento por conta do estranhamento é automático. A sensação primária de não pertencimento nos assusta, inferioriza ou infla, nos causa aquela dor no ego. Quando nos damos o direito da aproximação, sem receios, vemos a naturalidade e riqueza que existe na diferença, aos poucos perdemos essa sensação de inferioridade e com ela o medo. A aproximação é inevitável, o aprendizado se torna rico ao abrirmos mão da comparação. O outro passa a representar imensidão de oportunidades, de aprendizado e de auto avaliação, nos faz ver o quão inútil se faz buscar o mais ou menos perfeito, e que a todos é dado o direito de se ter respeito.
Fabiana Antunes Cabelereira e Educadora
Laurete Godoy
VOCÊ, MULHER
Ah, mulher! Pensar que, em épocas perdidas no tempo, o seu mero nascer era uma desdita. Todos à espera do varão e você surgia entre desapontamentos e tristezas. Houve tempo e lugares em que, como esposa, representava apenas objeto de procriação, sem direito de qualquer espécie. Nem prazer lhe era permitido sentir. Como referencial de discriminação, vamos recordar o que acontecia há quase três mil anos, na Grécia Antiga, berço do movimento olímpico. Se você fosse encontrada nas praças de esportes de Olímpia, seria atirada ao mar, do alto do Rochedo Typeu, sem qualquer forma de julgamento. Por ser considerada inferior, não podia participar, nem como simples espectadora, do grandioso espetáculo esportivo-religioso realizado em honra a Zeus. Mas você resistiu às pressões e, submissa à razão dos mais fortes, curvou-se com dignidade. Sem poder mostrar seu verdadeiro valor atravessou séculos e povoou regiões, servindo aos homens e gerando vidas. Desde sempre foi quem carregou a semente germinada e depositou-a no mundo. Gerou homens que provocaram medos, dores e tragédias. Outros houve que se tornaram exemplos de fé, caridade, perdão e muito Amor. Passava o tempo, as civilizações passavam e você, mulher, desprestigiada. Sempre! Até que, em Belém, província da Judeia, da silenciosa, jovem e linda Maria de Nazaré, nasceu Jesus Cristo, cujo nome significa Messias Salvador.
Sua meiga e doce figura, firme nas opiniões, justo e enérgico no agir, impôs-se num mundo onde imperavam prazeres e alegrias puramente materiais. Tornou-se um marco na história da humanidade. Seu nascimento inaugurou a Era Cristã e foi Ele que a retirou da condição inferior e obscura, para mostrar ao mundo que você, mulher, por justiça, deveria ser tratada com a mesma deferência concedida aos homens. Jesus valorizou-a, assinando sua carta de alforria. E teve início a marcha que estendeu seu domínio a quase todos os setores de atividades. Você conquistou direitos, teve acesso à instrução, às artes, às ciências, ao trabalho, ao voto, à política, à religião e até ao esporte. Foi uma difícil e lenta caminhada, mas com o tempo seus passos ficaram mais firmes e você conseguiu libertar-se. Hoje, pleno século XXI, valorizada e prestigiada, possui um dia todo seu. Por esse reconhecimento desejo homenageá-la por meio da silenciosa, jovem e linda mulher, que deu vida ao Meigo Rabi da Galileia. Usarei para isso, as rimadas palavras de um querido amigo, que faz questão de ser chamado Mineiro de Coração:
“Quando Deus quis dar ao mundo / Do Evangelho a alegria / Não pediu apoio a César / Buscou as mãos de Maria.”. Maria cheia de graça, bendita entre todas as outras. Sempre bendita! Pois há mais de dois mil anos, foi o Teu Filho que libertou a mulher, ajudando-a a conquistar o lugar de honra onde se encontra. Para que possa ser festejada e homenageada todos os anos, em 8 de março – Dia Internacional da Mulher.
Um dia inteirinho, só para você, mulher...
Laurete Godoy Pesquisadora e Escritora
Ivanna Fabiani
EU ME SINTO JOVEM, O MUNDO É QUE DIZ QUE SOU VELHA
Aos 51 anos, algumas rugas e a incapacidade de ter paz com um doce ou gordura. Sua guerra está travada até com o alface, que muitas vezes você não quer comer porque ele e “sem sal”. Com sal ou sem, alface não e das iguarias mais incríveis que tenhamos que absorver. Mas o compromisso com ele e voraz. Voraz porque ele te deixa com fome, e além de te deixar com fome ele tem sabor de alface. Parei até de teclar porque me sete vítima dessa planta, mas ele e inocente, não tem culpa do meu metabolismo lento. Todo dia e o menos calórico, todo o dia, o dia todo e o que irá te fazer não ganhar medidas. Se bem que até na menopausa ele te faz ganhar medidas, mas o tema aqui não e o alface...do que era mesmo que ia escrever? Ah memória, esses calores que vem e que vão, e que dizem que são eles os que incineram os neurônios, por isso ficamos lentas e idiotizadas, eu até me lembro de Gloria Maria ficar de boca aberta e dormir ao vivo, ah sim, que aquilo era menopausa era menopausa. Calma que a história não era sobre Gloria Maria, e nem sobre o alface e não era sobre menopausa. Ah sim, lembrei era sobre o preconceito , seu preconceito, o meu e de toda uma sociedade ao dizer que velho fede. Nossa pesado?? Pesadíssimo, mas é isso mesmo. E fede sim, se não tomar dois banhos tomar menos medicações do que toma, e se não trocar as roupas todos os dias, sim fede. Tem mau cheiro. A sociedade nem liga se tem cheiro ou não, liga se é velho. Mulher velha então nem se fale. Se tem a libido em dia e uma velha louca, se não tem, e porque já está nos fins dos dias.
Eu lembro que a arte de envelhecer para mim sempre foi questionável. Eu tinha uns 25 anos e estava na beira da piscina e um dos amigos da minha irmã olhou para uma senhora de maio e disse: Nossa que imagem horrenda uma velha de maio na piscina. Eu engoli em seco, eu só quis abraçar a senhora e dizer, meu Deus quero defender todos os direitos dos idosos, quero processar esse cara, um dia ele também será idoso. S que esse cara representou aí nesse momento a sociedade. E eu percebi que aquilo havia doido e que eu tinha que fazer terapia para aceitar que um dia eu também envelheceria e teria que aprender a fazer isso. Envelhecer e sim um ato de coragem, envelhecer com dignidade de sem paranoia. Sentir que seus dentes não são mais tão brancos, que a palidez no rosto se instala e o colágeno não mais e produzido, o que faz com que a pele fique fosca e flácida. Ainda travo a luta interna de ter que achar que envelhecer e legal. Depois de ver Cher e Tina Turner responder à pergunta da Oprah Winfrey, aí e que me questionei ainda mais sobre o horror de usar ácidos hialurônicos e Botox. E algo que devo aceitar? mesmo que me deixe parecida com um peixe: olhos esbugalhados e boca de “queiro beijar muito”. Passar de uma beleza venusiana a uma netuniana e de lascar, mas enfim, acho que não tenho outra saída. Mas eu me sinto tão jovem, acho que nem rugas tenho!
Eita memoria, o que a Oprah perguntou para as divas mesmo? Perguntou o que elas achavam de envelhecer e elas responderam em comum acordo, gêmeas univitelinas separadas em maternidade: “Uma m...piiii!” So sei que todos os dias eu assumi o compromisso comigo mesma de me aceitar e de cuidar de mim, para ter qualidade de vida na ‘Melhor” idade e sem dúvida e o melhor que posso fazer, ter sanidade, me respeitar e respeitar ao outro.
Ivanna Fabiani Jornalista e Escritora
LÃdia Lacava
EM-VELHA-SER
Por que esconder o teu rosto? Lembra-te de quantas imagens teus olhos já viram? Quantos acertos, medos, lutas e enterros tu já presenciaste?! E teus ouvidos? Quantos tons, sons e mensagens que até ti chegaram? Te animaram... te ofenderam... te paralisaram em muitos momentos? E teu nariz? Que sentiu o cheiro do leite e do fel, do doce e do amargo... e agora? Agora... deves buscar o mel do néctar dos deuses! E tua boca? Que pronunciou tantas palavras de amor, de súplica, de encanto e desespero... Agora está seca, pois tua mente está vazia! Teu corpo caído, tombado, esquálido
As mãos que tanto fizeram, lutaram e buscaram agora caem ao longo dele... esperando, somente, a chegada da grande hora! Velha! É preciso levantar a cabeça, esticar os braços e tocar... tocar na mulher e na criança que tu foste um dia! E que estão aí... À tua frente, estão serenas, à espera de que tu as vejas... as receba e as convide a se reintegrarem em ti... em tuas entranhas e fazerem parte do teu ser... novamente neste momento de teu existir! Vai... Velha... Coragem! Ousadia! Pelo menos a partir desta vez... Vela a tua beleza, bela velha!
Do tempo já percorrido... da sabedoria já vivida... que só o trilhar da existência cria! Levanta tua cabeça, anima, procura... porque a menina e a mulher estão aí... aqui... fora... dentro de ti! Vai... Velha... Ao encontro de tua vida e-terna, Em tua tenra e sábia velhice, desta vez em ti!...
Lídia Lacava Educadora, Pesquisadora e Escritora
Todas convidadas que contribuíram para a confecção deste ebook, trabalham em prol do empoderamento feminino e ajudando as pessoas na conquista de uma vida digna e satisfatória. Todos temos direito a paz e a felicidade. Esta não está na conquista do dinheiro e sim na realização dos nossos sonhos e na congruência com os nossos valores. Apesar de todos desencontros da vida, você está viva e pode conquistar o seu espaço. Agradeça! Não permita que alguém diga que você é incapaz, pois no fundo você conhece o seu valor e pode se levantar quando cair. Visite o mais profundo do seu ser e descubra a beleza que está aí dentro.
Você é capaz! Você é forte! Você é linda!
Olhar da Mulher