Ciclo Glauber Rocha

Uma Câmara na Mão e uma Ideia na Cabeça

A V Tima Do Medo

Peeping Tom de Michael Powell com Karlheinz Boehm, Anna Massey, Moira Shearer

Reino Unido 1960 – 1h41 | M/16

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14 Mar, 15h15

Chamaram-lhe o “Psico inglês”, e na altura não compreenderam nem perdoaram a ousadia a Powell, por um filme tão perturbador. Scorsese resgatá-lo-ia, e esta obra sobre um operador de câmara e fotógrafo que esconde um lado negro ganhou o estatuto de obra-prima absoluta.

Glauber Rocha (1938-1981) é a figura proeminente, a mais brilhante, do Cinema Novo brasileiro. Com Barravento (1962), a sua primeira longa, recebeu o prémio de melhor realizador em Karlovy Vary. Em 1963 estreava em Cannes Deus e o Diabo na Terra do Sol, com as suas imagens barrocas e a denúncia das desigualdades sociais, saudado pela crítica como o manifesto deste novo cinema, que traduzia as aspirações da juventude brasileira. As ilusões políticas foram destruídas pelo golpe de Estado militar, que instalaria uma ditadura no país em 1964, e a sua descrição mais severa surge em Terra em Transe (1967), uma espécie de ópera poética e talvez o seu filme mais consagrado. António das Mortes (1968, premiado em Cannes com a melhor realização) é uma variação à volta do personagem de Deus e o Diabo na Terra do Sol na paisagem rural do nordeste brasileiro. Já no exílio, realiza O Leão das Sete Cabeças (1970), um filme sobre a luta anticolonialista no continente africano. No regresso ao Brasil, em finais da década de 70, escreve bastante em jornais, envolve-se em polémicas, publica um romance e desenvolve aquele que muitos consideram o seu projecto mais radical, A Idade da Terra (1980), que Antonioni descreveu como “uma lição de cinema moderno”.

BARRAVENTO de Glauber Rocha com Antonio Pitanga, Luiza Maranhão Brasil, 1962 – 1h21 | M/16

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A obra que veio mudar o cinema brasileiro, e que Alberto Moravia comparava ao cinema de Eisenstein.

• Festival de Karlovy Vary 1962 – Melhor Realizador

DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL de Glauber Rocha com Geraldo Del Rey, Yoná Magalhães, Othon Bastos Brasil, 1964 – 1h59 | M/16

BLOW-UP – HISTÓRIA DE UM FOTÓGRAFO

de Michelangelo Antonioni com David Hemmings, Vanessa Redgrave, Sarah Miles UK, Itália, EUA, 1966 – 1h51 | M/12

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12 Mar, 16h30. Com conversa

Num dia de sol, o fotógrafo fotografa às escondidas um casal num parque de Londres. Ao revelar as fotos descobre algo que se lhe tinha escapado antes.

• Festival de Cannes 1989 – Palma de Ouro

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Audacioso e livre, com uma energia transbordante, deslumbrou Cannes em 1964.

• Festival de Cannes 1963 – Competição | Prémio da Crítica Internacional

ANTÓNIO DAS MORTES de Glauber Rocha com Maurício do Valle, Odete Lara, Othon Bastos Brasil, 1969 – 1h40 | M/16

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Espécie de ópera barroca de cores estridentes, canto de revolta e de esperança, voltou a ser sensação em Cannes.

• Festival de Cannes 1969 – Melhor realizador

TERRA EM TRANSE de Glauber Rocha com Jardel Filho, Glauce Rocha, José Lewgoy, Paulo Autran, Paulo Gracindo Brasil, 1967 – 1h51 | M/16

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“Filme admirável, negro poema, Terra em Transe mostra como se fazem e se desfazem, no ‘terceiro mundo europeu’ as ditaduras tropicais.”

– Marguerite Duras

• Festival de Cannes 1967 – Prémio FIPRESCI

O LEÃO DAS SETE CABEÇAS de Glauber Rocha com Jean-Pierre Léaud, Rada Rassimov, Giulio Brogi Brasil, França, 1970 – 1h54 | M/16

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“Uma história do colonialismo euro-americano em África, em oposição aos filmes comerciais que tratam de safaris e às concepções dos brancos em relação a este continente. É também uma teoria sobre a possibilidade de um cinema político.” – Glauber Rocha

• Mostra Internacional de Cinema de São Paulo 1970

A IDADE DA TERRA de Glauber Rocha com Maurício do Valle, Jece Valadão, Antonio Pitanga Brasil, 1980 – 2h33 | M/16

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Uma visão torrencial e alucinatória do destino histórico, cultural e político do Brasil.

• Festival de Veneza 1980 – Selecção Oficial em Competição