Jornal Cinema Medeia Nimas 22.12.2022 — 18.01.2023

No Arizona do pós-guerra, Sammy Fabelman desperta para um amor pelo cinema que o ajuda a navegar uma adolescência perturbada por segredos familiares e determina a realização como seu manifesto destino. Spielberg foca uma lente terna e generosa numa narrativa semiautobiográfica — escrita com Tony Kushner, vencedor do Pulitzer por Anjos na América — que é também uma homenagem aos seus pais recentemente desaparecidos, interpretados por Michele Williams e Paul Dano, sendo o jovem alter-ego do realizador encarnado por Gabriel LaBelle, entre nomes queridos do público, como Seth Rogen, Judd Hirsch e David Lynch num badalado cameo

UM PEDAÇO DE CÉU

Drii Winter de Michael Koch

com Michèle Brand, Simon Wisler Suíça, Alemanha, 2022 – 2h16 M/14 ESTREIA – 29 DEZEMBRO

Alois, uma aldeia alpina esmagada pelo céu, é o cenário de uma inusitada história de amor jovem que luta por transcender até a morte. Anna, barmaid e funcionária dos correios, é uma mãe solteira nativa; Marco é um pastor da planície, extremoso para os seus bovinos como para a filha de Anna. Vivem um amor cúmplice e natural abalado pelo diagnóstico de um tumor no cérebro de Marco, que faz pesadelo de um quotidiano bucólico e da montanha um cruel campo para a batalha humana.

Michèle Brand e Simon Wisler lideram um elenco não profissional que pinta este telúrico drama classicista, um dos filmes do ano para a crítica internacional, em cores ainda mais vivas.

de Berlim 2022 – Menção Honrosa do Júri Internacional

BROKER - INTERMEDIÁRIOS

de Hirokazu Koreeda

com Song Kang-ho, Dong-won Gang, Bae Doona, Ji-eun Lee, Lee Joo-young Coreia do Sul, 2022 – 2h09 | M/12

ESTREIA – 5 JANEIRO

Depois de ter vencido a Palma de Ouro por Shoplifters Hirokazu Koreeda regressa com mais um filme repleto de emoções poderosas sobre famílias inconvencionais, Broker – Intermediários, o filme que valeu a Song Kang Ho (que todos encantou em Parasitas o prémio de Melhor Actor em Cannes. Sang-hyun e Dong-soo vendem crianças órfãs (que roubam de uma das caixas especiais colocadas nas igrejas sul coreanas) a casais que não conseguem ter filhos biológicos, numa empreitada em que se desafiam a contornar a burocracia da adopção legal. Certo dia a mãe de uma das crianças regressa para surpresa desta dupla. O propósito desta mãe é assegurar que o seu filho é criado num bom lar. Assim, os três embarcam numa road-trip para encontrar o casal certo, e, ao mesmo tempo, constroem uma família ao seu jeito, e chegam a destinos inesperados. •

– Lisbon & Sintra Film Festival 2022 – Selecção Oficial em Competição

A Noiva é a história de uma adolescente portuguesa, que, como tantas outras adolescentes europeias, fugiram de casa para casar com um guerrilheiro do ISIS, tornando-se uma noiva da Jihad. Uns anos depois a sua vida mudou dramaticamente. É mãe de duas crianças, espera uma terceira e vive num campo de prisioneiros no Iraque. Em breve será julgada pelos tribunais iraquianos. Baseado em muitos relatos e artigos de vários jornais europeus (alguns portugueses) esta é a história inquietante da jovem Bárbara, com uma extraordinária interpretação de Joana Bernardo, e que conta no elenco com Hugo Bentes, que já há algum tempo vem trabalhando com Tréfaut, e a actriz espanhola Lola Dueñas, entre outros.

R.M.N.

com Marin Grigore, Judith State Roménia, 2022 – 2h05 M/14

ESTREIA – 12 JANEIRO

Poucos dias antes do Natal, e depois de deixar o seu emprego na Alemanha, Matthias regressa à sua aldeia multiétnica na Transilvânia. Matthias pretende estar mais presente na educação do seu filho, Rudi, que ficou entregue à mãe, Ana, e quer trabalhar alguns dos medos que o dominam. Mas ele está também preocupado com seu pai doente, Otto, e ansioso para ver sua ex-amante, Csilla. Mas quando Csilla contrata novos empregados para a fábrica da qual é gerente, a paz da comunidade fica em causa. Mungiu regressa com um retrato duro da Transilvânia rural povoada pelos nacionalismos e xenofobia, o abismo das paixões, os tumultos emocionais e a frustração económica neste filme que é também uma reflexão sobre a história da Roménia. R.M.N. é um drama feroz.

• Festival de Cannes 2022 – Selecção Oficial em Competição

• Festival de San Sebastián 2022 – Selecção Oficial, Perlak

LOBO E CÃO

de Cláudia Varejão com Ana Cabral, Ruben Pimenta, Cristiana Branquinho Portugal, 2022 – 1h51 M/14

POETA Akyn de Darezhan Omirbayev com Yerdos Kanaev, Aida Abdurakhman Cazaquistão, 2021 – 1h45 M/12

Entre a raiva e a melancolia, o passado e o mundo contemporâneo, Poeta é um lúcido grito de resistência contra a uniformização e a formatação de um mundo cada vez mais circunscrito. É no coração da carência que nasce a relação mais forte, aquela que toca os outros pelo exercício da beleza Para esses, o canto do poeta é indispensável.

26 Dez. 19h – Hugo van der Ding conversa com Cláudia Varejão

A palavra à realizadora deste belíssimo filme “de entrada na idade adulta”: “Acho que filmo vozes, corpos, vidas, que têm a sensação de estarem sós e de não existir mais ninguém igual a eles”.

Festival de Veneza – Giornate degli Autore, Melhor Filme

OS IRMÃOS DE LEILA

Leila’s Brothers de Saeed Roustaee com Taraneh Alidoosti, Saeed Poursamimi, Navid Mohammadzadeh, Payman Maadi Irão, 2022 – 2h45 M/12

10 Jan. 21h – Um novo cinema iraniano – força e risco.

Conversa com Maryam Najafi, Vasco Câmara e outros convidados

Drama de uma família iraniana à beira da implosão (metáfora de um país), construído a partir de um poderosíssimo retrato de uma mulher determinada a salvar os irmãos da pobreza. O filme continua proibido no Irão.

Festival de Cannes '22 – Selecção Oficial em Competição, Prémio FIPRESCI

RUÍDO BRANCO

White Noise de Noah Baumbach com Adam Driver, Greta Gerwig, Don Cheadle EUA, 2022 – 2h16 M/14

Adaptação do romance homónimo de Don DeLillo, Ruído Branco move-se entre um certo esplendor do quotidiano, os grandes mistérios da vida e o medo da morte.

Festival de Veneza 2022– Selecção Oficial em Competição

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Festival

OS FABELMANS The Fabelmans de Steven Spielberg

com Michelle Williams, Gabriel LaBelle, Paul Dano EUA, 2022 – 2h31 M/12

de Cristian Mungiu

Festival de Tóquio 2022– Melhor Realizador Festival de Berlim

Festival de Veneza 2022 – Selecção Oficial, Secção Orizzonti Festival de Sevilha 2022 – New Waves Special Award

O REINO DE NÁPOLES

Nel regno di Napoli de Werner Schroeter

com Liana Trouche, Antonio Orlando, Renata Zamengo Itália, Alemanha, 1978 – 2h16 M/12 V.O. com legendas em inglês

“Ficção de esquerda, melodrama kitsch, fotoromanzo decadente, crónica de uma cidade,

ELE Él de Luis Buñuel

com Arturo de Córdova, Delia Garcés, Luis Beristáin, Aurore Walker, Manuel Dondé México, 1953 – 1h32 M/12

CÓPIA DIGITAL RESTAURADA

“

Él é um caso de paranóia tão bem estudado que o doutor Lacan serve-se dele para as suas aulas em Saint-Anne.“

– S. D.

Festival de Cannes 1953 – Selecção Oficial em Competição

A PRIMEIRA VITÓRIA In Harm’s Way de

com John Wayne, Kirk Douglas, Patricia Neal EUA, 1965 – 2h45 M/12 CÓPIA DIGITAL RESTAURADA

com Jack Hawkins, Anna Lee, Anna Massey Reino Unido, EUA, 1958 – 1h31 M/12

CÓPIA

“Alguns filmes recentes são o testemunho desta angústia e desta modernidade inesperada. Um Crime por Dia [Ford]

e A Primeira Vitória [Preminger] oferecem-nos o espectáculo de uma mestria absoluta, um olhar soberano, justo e rigoroso, assente sobre vários mundos ao mesmo tempo, e cujo resultado é apesar disso a maior entropia […] – S. D.

DEEP END ADOLESCENTE PERVERSA

com Jane Asher, John Moulder-Brown, Karl Michael Vogler Reino Unido, Alemanha, 1970 – 1h32 M/12 CÓPIA DIGITAL RESTAURADA

“Skolimowski é o homem que diz: eis uma personagem, se a filmo de longe, é uma comédia musical, de mais perto é um melodrama, de ainda mais perto, é cinema-vérité Tudo isto é verdade. Que cada um escolha o que lhe convém. Eu escolho tudo. “ – S. D.

com Masayuki Mori, Kinuyo Tanaka, Machiko Kyo, Mitsuko Mito Japão, 1953 – 1h35 M/12

CÓPIA DIGITAL RESTAURADA

“Eu ia de braço dado com a minha mãe e a minha avó ver os filmes do Mizoguchi […] Tinha total confiança nos Cahiers que escreviam que os seus filmes eram geniais, e ainda nos vejo, num domingo, que era o nosso dia de sair, a chegar atrasados depois de nos perdermos na saída do metro, e de já estar o genérico dos Contos da Lua Vaga a passar no ecrã… Fui tomado por um terror sagrado.“ – S. D.

CRUEL

OLHOS SEM ROSTO

Les Yeux sans visage de Georges Franju

com Pierre Brasseur, Alida Valli, Juliette Mayniel França, Itália, 1960 – 1h30 M/14

CÓPIA DIGITAL RESTAURADA

“Se tivesse existido, o grande cinema francês fantástico, nocturno, teria sido parecido com o filme de Franju. Uma maravilha.“ – S. D.

ELMER GANTRY O FALSO PROFETA

de Richard Brooks

com Burt Lancaster, Jean Simmons, Arthur Kennedy

EUA, 1960 – 2h26 M/12

CÓPIA DIGITAL RESTAURADA

“O único grande filme de Brooks.“ – S. D.

• Óscares 1961 – Melhor Actor Principal; Melhor Actriz Secundária; Melhor Argumento

• Globos de Ouro 1961 – Melhor Actor

LUZES DA RIBALTA Limelight

de Charlie Chaplin

com Charlie Chaplin, Claire Bloom, Nigel Bruce

EUA, 1952 – 2h17 M/12

CÓPIA DIGITAL RESTAURADA

“É a força única do cinema de Chaplin, o seu extraordinário luxo de ter sido – no pleno sentido do termo – biográfico e contemporâneo. “ – S. D.

Óscares 1973 – Melhor Música Original BAFTA 1953 – Melhor Actriz Revelação, Claire Bloom

INTRIGA INTERNACIONAL North by Northwest de Alfred Hitchcock

com Cary Grant, Eva Marie Saint, James Mason EUA, 1959 – 2h16 M/12

CÓPIA 35MM

“Que melhor metáfora do lugar do espectador o do desejo do Outro, da ficção como carburante do desejo desse discurso que Intriga Internacional?“ – S. D.

• Festival de San Sebastián – Concha de Prata

• Prémios David di Donatello – Melhor Actor Internacional, Cary Grant

com Jack Lemmon, Walter Matthau, Ron Rich EUA, 1966 – 2h05 M/12

CÓPIA DIGITAL RESTAURADA

“Que Wilder seja infame, não o contestamos. Observemos também a sua preferência por tudo o que é mentira, prostituição, impostura, temas dos quais ele é o panegirista mor, mestre dos seus meios até à vertigem. Como Ganhar um Milhão confirma tudo isso." – S.D.

com Richard Burton, Curd Jürgens, Ruth Roman França, EUA, 1957 – 1h42 M/12

CÓPIA DIGITAL RESTAURADA

“Lembro-me de uma época em que, num dos quatro cafés do Trocadéro, alguém (um qualquer rato de cinemateca) poderia afirmar que o maior cineasta do mundo era X ou Y, mas que Nicholas Ray tinha feito o mais belo filme do mundo. Algumas noites era o Cruel Victória, outras, o Atrás do Espelho. “ – S. D.

Krzysztof Kieslowski – As Obras da Consagração

A partir de 29 de Dezembro — Cópias Digitais Restauradas

Krzystof Kieslowski (1941-1996) foi um dos maiores realizadores do século XX, cujo cinema a Europa descobriria tardiamente, embora se lhe rendesse de imediato e em absoluto, sobretudo com os seus últimos filmes, as suas obras da consagração, filmadas em francês, e premiadas em Cannes, Veneza e Berlim.

TRÊS CORES: AZUL

Trois couleurs: Bleu de Krzysztof Kieslowski

com Juliette Binoche, Benoît Régent, Emmanuelle Riva França, Suíça, Polónia, 1993 – 1h34 | M/12

Primeiro filme da Trilogia das Cores, Azul Leão de Ouro em Veneza entre muitos outros prémios, leva-nos pela viagem interior de Julie (Juliette Binoche), na sua tentativa de se recompor, depois de uma perda irreparável. Kieslowski consegue “filmar” o impalpável, a inquietação, o íntimo, para nos levar ao território das almas. Sublime!

TRÊS CORES: VERMELHO

Trois couleurs: Rouge de Krzysztof Kieslowski

A DUPLA VIDA DE VÉRONIQUE

La double Vie de Véronique de Krzysztof Kieslowski

com Irène Jacob, Philippe Volter, Halina Gryglaszewska França, Polónia, Noruega, 1991 – 1h35 M/12

Em Cracóvia, Veronika, uma estudante de canto, vislumbra num grupo de turistas franceses uma rapariga estranhamente parecida com ela. Professora de música em Clermont-Ferrand, Véronique, a jovem francesa, recebe telefonemas nos quais ouve uma composição musical. Um filme soberbo sobre o tema do duplo e as suas correspondências fantásticas e poéticas.

com Irène Jacob, Jean-Louis Trintignant, Jean-Pierre Lorit França, Suíça, Polónia, 1994 – 1h35 | M/12

Terceiro filme da Trilogia, e o último do cineasta polaco, que morreria dois anos depois, Vermelho é uma obra-prima onde Kieslowski mostra toda a sua grande mestria. Os tons são agora predominantemente vermelhos, as intrigas e os motivos entrecruzam-se (Hitchcock ronda por ali).

TRÊS CORES: BRANCO

Trois couleurs: Blanc de Krzysztof Kieslowski

com Zbigniew Zamachowski, Julie Delpy, Janusz Gajos, Jerzy Stuhr França, 1994 – 1h31 M/12

Branco, que começa em Paris, num tribunal, é também um regresso a casa, à Polónia natal, que Karol, o cabeleireiro que emigrara e é abandonado, vai reencontrar muito mudada. A mestria aqui está na contenção e numa simplicidade cortante, no humor polaco, sarcástico e até doloroso (leia-se Gombrowicz).

Otto Preminger

de Jerzy Skolimowski

COMO GANHAR UM MILHÃO The Fortune Cookie de Billy Wilder

CONTOS DA LUA VAGA Ugetsu Monogatari de Kenji Mizoguchi

VITÓRIA Bitter Victory de Nicholas Ray

• Festival de Veneza – Selecção Oficial em Competição

UM CRIME POR DIA Gideon of Scotland Yard de John Ford

DIGITAL RESTAURADA

Sessões Especiais

O TRIO EM MI BEMOL

com Rita Durão, Pierre Léon, Ado Arrieta Portugal, Espanha, 2022 – 2h07 | M/12 23 de Dezembro, 18h45 – Martim Sousa Tavares

Sob o signo de Rohmer e de Mozart, esta “comédia de re-casamento” é um verdadeiro prazer para os olhos (belíssima fotografia de Paulo Quintela) e para os ouvidos.

CESÁRIA ÉVORA

de Ana Sofia Fonseca

com Cesária Évora, Janete Évora, José da Silva Portugal, 2022 – 1h34 | M/12

27 Dezembro, 19h –  Apresentação de Ana Sofia Fonseca

Com vários prémios e nomeações, este “retrato amoroso” da cantora Cesária Évora é um dos documentários do ano.

TRIÂNGULO DA TRISTEZA

Triangle of Sadness de Ruben Östlund

com Harris Dickinson, Charlbi Dean Suécia, Reino Unido, Alemanha, 2022 – 2h27 | M/12 1 de Janeiro, 21h

É a comédia do ano, que depois de arrebatar a Palma de Ouro em Cannes, foi o grande vencedor dos Prémios do Cinema Europeu.

O JOVEM CUNHAL de João

Botelho

com João Pedro Vaz, Margarida Vila-Nova, Gonçalo Norton Portugal, 2022 – 53 min | M/12 4 de Janeiro, 19h – Apresentação de João Botelho

Como escreveu Manuel Gusmão, “Uma chama não se prende”. Depois de várias sessões esgotadas, Botelho apresenta O Jovem Cunhal, a abrir o ano em que se comemora o seu 110º aniversário.

AINDA NÃO ACABEI de Catarina Neves

com Sandro Resende e os artistas do projecto Manicómio Portugal, 2022, 1h54 | M/12 9 de Janeiro, 18h30 – Conversa com Catarina Neves

Sandro Resende e José Azevedo criaram em 2019 o projecto “Manicómio”, demonstrando que é possível desmistificar o estigma associado à doença mental, e que os artistas que ali trabalham são admirados pela arte que produzem.

LAWRENCE DA ARÁBIA

Lawrence of Arabia de David Lean

com Peter O’Toole, Alec Guiness, Anthony Quinn, Omar Sharif Reino Unido, 1962 – 3h47 | M/12

CÓPIA DIGITAL RESTAURADA 4K 60º aniversário do maior épico de todos os tempos

Adaptado da autobiografia de T.E. Lawrence, Lawrence da Arábia foi um dos maiores sucessos, tanto de público como de crítica (que o apelidou de “obra-prima”, filme “grandioso”, “impressionante”), do cineasta britânico David Lean. Peter O’Toole encarna o enigmático T. E. Lawrence, o oficial do exército inglês que durante a Primeira Grande Guerra conduz o povo árabe na luta contra a ocupação turca do império otomano.

• 7 Óscares – Melhor Filme, Realização, Fotografia, entre outros

com Delphine Seyrig, Jan Decorte, Henri Storck Bélgica, França, 1975 – 3h22 | M/12

CÓPIA DIGITAL RESTAURADA “O Melhor Filme de Todos os Tempos” – Sight & Sound

Na votação para os 100 melhores filmes da história do cinema que a Sight & Sound organiza de 10 em 10 anos, escolhidos por um extenso painel internacional, surge pela primeira vez no topo um filme de uma realizadora. Jeanne Dielman, 23 quai du Commerce, 1080 Bruxelles, de Chantal Akerman, sucede assim a Vertigo, de Hitchcock, o filme eleito em 2012.

A obra-prima que consagrou Akerman segue as rotinas de uma mulher, viúva, mãe de um adolescente, ao longo de 3 dias. Subitamente, uma hora livre desregula essa rotina.

Homenagem a Jean-Marie Straub (1933-2022)

Independente e ferozmente “não reconciliado” (“Era uma vez, um pequeno cineasta / Ainda não era bem um cineasta e já era ameaçador. […] Pequeno e já cineasta. / […] ameaçador/ com o seu cinematógrafo / por causa do seu cinematógrafo”, escreveria ele em registo autobiográfico), Jean-Marie Straub criou, com Danièle Huillet, e vários filmes a solo depois da morte dela, uma das obras mais singulares do cinema nas últimas seis décadas. Vamos celebrá-lo(s) numa sessão dupla que junta o sublime Sicília! e Onde Jaz o Teu Sorriso?, o filme que Pedro Costa fez com eles, filmando-os magistralmente a propósito da montagem de uma terceira versão de Sicília!

SICILIA!

de Danièle Huillet e Jean-Marie Straub com Gianni Buscarino, Vittorio Vigneri CÓPIA 35MM França, Itália, 1998 – 1h06 | M/12

“A igualdade straubiana não é a do fundo que absorve ou da cor que enaltece, é a igualdade do movimento de um corpo que se ergue para se apropriar da palavra, para afirmar, graças ao domínio do que a língua possui de mais sublime, a capacidade de acção e a força de pensamento daqueles a quem se chama dominados.” – Jacques Rancière

ONDE JAZ O TEU SORRISO?

de Pedro Costa com Danièle Huillet e Jean-Marie Straub França, Portugal, 2001 – 1h42 | M/12

“O melhor filme que alguma vez se fez acerca do cinema e da montagem. Um filme muito belo.”

– Jean-Luc Godard

Programa Cinema Medeia Nimas | 33ª Edição | Depósito legal 466849/20 | Av. 5 de Outubro, 42 B - 1050-057 Lisboa | Telefone: +351 213 574 362 | info@medeiafilmes.com

Director: Paulo Branco | Coordenação editorial: António M. Costa | Redacção: Alexandra Fonseca, Francisco Adão | Revisão: Alexandra Fonseca, Catarina Alves, Manuela Mina

Design: Catarina Sampaio, André Carvalho Programação sujeita a alterações. Consulte o site www.medeiafilmes.com

de Rita Azevedo Gomes

conversa com Rita Azevedo Gomes

JEANNE DIELMAN, 23 QUAI DU COMMERCE, 1080 BRUXELLES de Chantal Akerman

Cesária

Lawrence da Arábia