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SINOPSE A
Gostam de estar juntas, criando florestas lindas e vibrantes, nutrem e sustentam a vida. São guardiãs e como já dizia o provérbio “não negam sombra nem ao lenhador s Árvores são uma enorme fonte de inspiração para mim. Tanto no meu trabalho, como na minha vida pessoal, sempre me trouxeram insights, sustentação e sabedoria. E por isso, ressoa em mim totalmente o que disse Herman Hesse “Quem sabe como falar lhes, ouvi-las, esse conhece a verdade”.
Sempre encontrei várias semelhanças entre as Mulheres e as Árvores.
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Além da mais evidente e bela relação de troca, através do oxigénio que respiramos e da sua capacidade de absorção do dióxido de carbono que expiramos, transformando o que para nós é tóxico novamente em solo fértil, há já várias investigações acessíveis em diferentes contextos, sobre a forma como as árvores comunicam umas com as outras e se cuidam, não só entre ancestres (Mães) e pequenas crias, mas também entre famílias vastamente conectadas pelas suas raízes, que têm uma linguagem própria e imperceptível a nós, mas altamente poderosa e que espelha muito do que é o feminino e a própria vida.
São claramente um exemplo de cooperação – árvores da mesma família não só não competem entre si, como se avisam do perigo percebido e ajudam vizinhas próximas, enviando água e outros nutrientes através do micélio.
Além de estabelecerem relações significativas, possuem memória e conhecem sensações, registando-as na forma como os seus anéis internos (ou impressão digital) se tecem, na forma como abrem os seus ramos (ou braços) à vida e na fertilidade que oferecem ao ecossistema.
Gostam de estar juntas, criando florestas lindas e vibrantes, nutrem e sustentam a vida. São guardiãs e como ja dizia o provérbio “não negam sombra nem ao lenhador”.
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Todas elas – as Árvores e as Mulheres conhecem a ciclidade. Sabem o que é viver as diferentes estações. E o quão importante é poder contar com o apoio da rede de suporte da floresta, quer nos momentos mais difíceis, quer nos momentos de pura partilha, convivência e celebração.
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Conhecem a dor e o êxtase profundos, são capazes de experienciar emoções aparentemente opostas em simultâneo e trazem dentro de si uma diversidade de potenciais e papéis. Esta ciclicidade e complexidade da Árvore e da Mulher, nem sempre é entendida, e principalmente respeitada, no mundo bruto, competitivo e masculinizado em que vivemos.
Como diz a Joan Halifax (adaptando a ideia original de Thich Nhat Hanh) “Somos flores de Lótus em mares de fogo”.
Vejo no entanto cada vez mais, florestas vibrantes, vitais para reflorestar a alma, a vida e o mundo.
E ainda bem, pois por mais que nos seja difícil admitir, são sobretudo as Mulheres, que garantem que a vida continua em – casa, na escola, na terra, na guerra e nos lugares da vida económica, social, cultural e política que ela ocupa.
Estamos longe de lhes dar o devido valor e poder, mas para lá caminhamos, assim espero.
As Mulheres são como Árvores e “Árvores são poemas que a terra escreve para o céu.” Kahlil Gibran.
Susana Cravo Presidente da Direção Kutsaca