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E Continua a Correr Mais Tinta Sobre o Tejo

Como é nosso apanágio continuar a ter coragem para dizer não!, sempre que se justifica ou com a franqueza de dizer “Que o Rei vai Nú!” quando é evidente, vamos dar continuação aos temas da nossa crónica anterior do NM436, como ainda temos muito por dizer, na sequência desta nossa nova série de artigos de opinião, pareceres e opiniões de entendidos na matéria, que fomos registando nos três congressos do Tejo que realizámos e nas inúmeras conferências preparatórias itinerantes desses congressos, para além daquilo que também fomos registando nas nossas viagens de reconhecimento, quer navegando no rio quer nos contactos com as populações ribeirinhas, durante essas viagens.

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As imagens que ilustram este artigo de opinião, servem para mostrar como o nosso Tejo passou a ficar, a partir de quando a APAAgência Portuguesa do Ambiente, passou a substituir a 1.ª ARH do Tejo, Autónoma, por decisão do governo da Tróika.

Ora bem, como ficou por dizer na crónica anterior, tudo sobre o profícuo e competente trabalho daquela 1.ª ARH-Tejo, Autónoma, não podemos deixar que o cidadão português, possa esquecer ou ignorar o trabalho profícuo e competente que a dita entidade autónoma realizou até ser substituída pela APA – Agência Portuguesa do Ambiente, pelo tal governo da Tróika, devemos acrescentar o seguinte:

Foi graças à prática de uma gestão participada que traduziu-se na concretização de uma real gestão integrada dos recursos hídricos, devidamente suportada pelo conhecimento, pela informação e pelo envolvimento de todas as entidades ligadas ao sector e aos cidadãos em geral… Em síntese, as abordagens adotadas por esta A RH-Tejo visaram facilitar a vida do consumidor e de outros beneficiários, o que conduziu, pela sua vez, a um desempenho mais eficiente e eficaz dos seus técnicos, e de desenvolver conjuntamente com os utilizadores, as soluções mais adaptadas às realidades em causa, para os problemas existentes.

Para além disso, é digno de destaque, que no cumprimento da sua missão, ela estabeleceu como lema de atuação “ Rios vivos e vividos e um litoral de excelência”.

Rios vivos e vividos e um litoral de excelência, foi a missão que estava em curso pela arh do tejo, autónoma, que a tróika e uma super ministra impreparada, decidiu interromper inopinadamente!

Mais palavras para quê?

O Tejo e o Turismo

Não há quem não diga, ou quem não abane a cabeça afirmativamente, neste país de marinheiros à beira mar plantado, que devido ao nosso clima ameno, à paisagem, à rica gastronomia e à afabilidade do povo português, que o turismo podia e devia ser o nosso “Petróleo”, e não só, quer na orla marítima quer também no nosso interior, com destaque para o rio Tejo, por exemplo! Contudo, pelo facto desta realidade pecar por ter vindo a ser apenas seletiva, dirigida por quem e para onde já havia trabalho feito anteriormente, com algumas provas dadas, porque verdade seja dita, sobre o Tejo turístico, ainda há muito para dizer, e porquê?!

Não há dúvida de que o Programa Valtejo da CCDRLisboa e Vale do Tejo, veio dar o seu contributo bastante válido para que o Tejo e o Turismo se complementassem, com as requalificações das frentes ribeirinhas desde Vila Franca de Xira até Abrantes, com novos projetos excelentes em termos de inovação, e foi sem dúvida uma iniciativa muito oportuna, para que o objetivo superior do aproveitamento do rio Tejo para um turismo lúdico, náutico e da Natureza, passasse a ser uma realidade.

Mas como na prática, em casos como este, quem é autor do projeto e faz a obra, não é quem a vai utilizar, gerir e mantê-la nas devidas condições de fruição, com a indispensável vigilância e de criar atrativos para a sua utilização, porque é aí que está o busílis!... Porque é precisamente aí que as coisas podem mudar de figura, porque nós da AAT, que colaborámos neste profícuo projeto da CCDR-Lisboa e Vale do Tejo, PROLVT, não nos esquecemos da entrevista que nos deu já no ano de 2012, o Dr. Joaquim Rosa do Céu, então o Presidente do Turismo de Lisboa e Vale do Tejo, quando por nós questionado sobre o que esta nova região turística a que presidia, podia contribuir para a valorização do rio Tejo turístico, respondeu:

O Tejo e o turismo têm um encontro marcado, e este encontro não é certamente, uma questão de “se” é antes uma questão de “quando”. De certa forma o turismo anda, desde já, à procura do Tejo: Porque o Tejo é único; Porque o Tejo é, só por si, uma geografia… O Tejo, ou os muitos Tejos que no Tejo coexistem, precisa de afirmar o seu “ lado obscuro, complicado, que de turismo só acontece às vezes,” que seja sinónimo de uma visita. Um “lado turístico” que tem de ter o conteúdo de um serviço; Um serviço que tem de ser real, visível e fácil de adquirir e não, como frequentemente e infelizmente acontece no nosso país, um serviço difícil, complicado, quando pode, quando calha, quando há disponibilidade.

E para piorar, essa disponibilidade normalmente não coincide com a disponibilidade de quem precisa do serviço: Precisamente o turista ou o visitante. Por isso não é um serviço. É uma possibilidade ou até mesmo uma eventualidade, e tanto pode ser que sim como pode ser que não. Enquanto este estado de coisas continuar, o Tejo é muito menos turístico do que nós pensamos que é. Muito menos turístico do que os seus valores “prometem” que seja.

É um caso para merecer uma reflexão séria(?!)…

Continua no próximo jornal

O voo do Guarda Rios

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