BORNITOu OuVIu QuE ÁGuA DO KILAMBA JÁ ESTÁ REGuLAR
COMANDANTE QuE MATOu SuBORDINADO INVOCA PERTuRBAÇÕES MENTAIS
O pCA da EpAL, diógenes diogo, afirmou ontem, na visita do vice-pr Bornito de Sousa, que o volume da água produzida pela empresa ainda é insuficiente, e que necessita de um milhão e 200 mil metros cúbicos para satisfazer as necessidades de Luanda. A que jorra no Kilamba, disse, já é potável. P. 17
Está a ser julgado, em Luanda, o comandante da polícia Nacional do distrito do patriota, apontado como autor dos disparos que vitimaram mortalmente um agente e deixaram outros dois feridos. Em julgamento, o comandante terá colocado em causa as suas ‘faculdades mentais’, mas nos autos constam documentos que provam o contrário. P. 10
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Director: José Kaliengue
O DIÁRIO DA NOVA ANGOLA Edição n.º 1476 Sexta-feira, 17/05/2019 preç o: 40 Kz
CArLOS MOCO
ArQuivO/OpAÍS
IGREJAS ILEGAIS FECHAM NO FIM DO ANO ● A nova “Lei sobre a Liberdade de religião e de Culto” dá 6
meses para que igrejas ilegais cumpram os preceitos, ou serão encerradas. para continurem, são-lhes exigidos 60 mil membros, no mínimo, declaração da origem do património, e os pastores devem ter formação certificada. P. 13
CARLOS FERNANDES
“É MAIS DuRO SER GAY EM CABINDA DO QuE EM LuANDA Ou BENGuELA” ENTREVISTA. Assinala-se hoje o Dia Internacional da Luta contra a
Homofobia e a Tansfobia. O director da Associação Irís, de defesa das Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transsexuais no país, abre o seu universo e fala de preconceitos: “As pessoas, quando olham para mim, não vêm o Carlos, mas sim a forma como eu faço sexo”, diz. P. 20 BAI Directo_ O Pa’ s_276x42,733mm.pdf
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10:29
entidade empregadora que discriminar, ou, por qualquer forma, prejudicar um trabalhador nos seus direitos por ter dirigido ou aderido à greve lícita, será aplicada a multa de 3 a 6 vezes o salário médio mensal praticado na empresa. P. 12
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Confiança no Futuro
Noite de gigantes nos play-off ● O petro de Luanda, que
vence por 3 - 2, vai hoje ao pavilhão da Cidadela para abrir o champanhe. O 1º de Agosto bate-se para forçar o sétimo jogo da final do unitel Basket. Tudo se decide a partir das 18:00. P. 26
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03/07/17
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Greve não pode durar mais de quatro dias na nova proposta de Lei
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EM FOCO
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O PAÍS Sexta-feira, 17 de Maio de 2019
Compensações do ANGOSAT-1 garantem Internet gratuita no país dr
Apesar de ter ocorrido um imprevisto no lançamento do
primeiro satélite angolano, o Executivo gizou um programa que vai, de forma regular, permitir o lançamento de vários artefactos desta índole, visando assegurar serviços diversos em prol do desenvolvimento socio-económico do país
André Mussamo
A
ngosat é nome do projecto estruturante, estabelecido no âmbito da estratégia espacial nacional, e arrancou com a construção do primeiro satélite angolano, cuja finalidade era prestar serviços de telecomunicações, mas, infelizmente, não entrou em serviço. No projecto está estabelecida uma estratégia continuada, pelo que o próximo passo é o da construção do terceiro artefacto desta geração, designado ANGOSAT-3 e que terá como missão a observação da terra. A construção do Angosat-3 está a cargo da gigante europeia Airbus, a maior construtora de satélites do mundo. Na decorrência dos projectos ANGOSAT-2 e 3, está prevista até
2022, a formação de pelo menos 14 mestres em Engenharia, Tecnologia e Aplicações Espaciais nas melhores universidades de França. Os esclacimentos são do Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação que, através do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa, acrescenta que quanto ao ANGOSAT-1 a contraparte do contrato continua a trabalhar no satélite de substituição, assim como a garantir as compensações acordadas. Assim sendo, enquanto se aguarda pela construção do Angosat-2, que teve início a 24 de Abril do ano passado, o país está a beneficiar de cerca de 288 Megahertz, equivalentes aproximadamente a dois cabos de fibra óptica em STM-1. O Ministério da Saúde é um dos grandes beneficiados no âmbito destas compensações, através do programa de telemedicina, um serviço já instalado no Huambo (todos os hospitais municipais) e no
Hospital Central da Lunda-Norte. O programa de telemedicina estender-se-á brevemente às províncias do Moxico e Lunda-Sul, e mais tarde a todas as províncias do país, com o trafégo assegurado pela contraparte russa até que o ANGOSAT-2 seja concluído, lançado e operacionalizado. A telemedicina permite que pacientes, a partir do local em que se encontrem, possam
“Nenhuma empresa internacional fez algum pagamento antes ou depois do lançamento do satélite Angosat-1”
ter consultas de forma remota com médicos especialistas em Luanda, por exemplo. Outro beneficiário, segundo a nossa fonte, é o Ministério da Comunicação Social, através da TPA, que usa a disponibilidades de satélite cedida pela parte russa para assegurar a transmissão do programa “Bom Dia Angola”, jogos do Girabola, acontecimentos em directo e alguns programas de entretenimento. Os operadores nacionais de telecomunicações, que já tinham reservado cerca de 10% de espaço do ANGOSAT-1, neste momento usam os mesmos serviços para levarem comunicação às zonas onde não há ainda infra-estrutura de telecomunicações solidificadas, disponibilizando serviços de telefonia e Internet. Outros beneficiários são os projectos de cariz social, com destaque ao Angola online, que visa levar Internet grátis a escolas e locais públicos, o que permitiu que vários pontos instalados no país disponibilizem Internet. Quanto a clientes estrangeiros, que tinham igualmente manifestado interesse em alugar espaço no satélite angolano, atenden-
do que, afinal, nenhum efectuou qualquer pagamento, não estão a ser contemplados no leque de disponibilidade de espaço dos satélites russos. “Nenhuma empresa internacional fez algum pagamento antes ou depois do lançamento do satélite Angosat-1 e a indústria não recomenda a recepção de dinheiros antes da confirmação dos testes em órbita. O que se faz e foi feito são contractos promessa ou de intenção”, asseverou a nossa fonte, que garante que o país não está em falta com ninguém neste quesito. Neste momento, Angola participa como principal gestor das compensações cedidas pela parte Russa, e faz a gestão autônoma em função das necessidades do Estado. Para auxiliar a gestão, foi instalado no Centro de Controlo e Missão de Satélites (MCC), na Funda, um sistema de monitoramento constante da utilização das referidas capacidades. O Centro da Funda encontrase em pleno funcionamento e é assegurado por mais de 40 especialistas angolanos que acompanham as complexas etapas de construção do Angosat-2. A partir do centro da Funda é possível operar pelo menos até 3 satélites de forma simultânea, o que, em princípio, deverá servir para operar os ANGOSAT-2 e 3. Segundo ainda a nossa fonte, o número de satélites a serem lançados por Angola dependerá da dinâmica e das avaliações constantes que vêm sendo feitas sobre as necessidades de soluções tecnológicas que possam contribuir para o desenvolvimento harmonioso da economia e o aumento da capacidade tecnológica do país. Adicionalmente, os satélites ANGOSAT-2 e 3 deverão, por si só, gerar receitas suficientes para o financiamento e construção de futuros satelites, pelo que, no futuro poderão ser lançados quantos forem necessários, tendo sempre em atenção a mobilização de recursos financeiros. O que OPAÍS não pôde apurar foi o impacto directo da “compensação” no bolso do consumidor final de sinais de Internet e televisão.
Af_bai_campanha_inst_imprensa_O_pais_26,6x40,6cm_afluente_v1.pdf
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17/01/19
11:45
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DESTAQuES POLÍTICA. PÁG. 8 poder local em debate hoje no 6º diálogo Estratégico na Academia BAi.
o editorial SOCIEDADE. PÁG. 11 Especialistas
abordam a Física e o seu contributo no desenvolvimento equilibrado.
CARTAZ. PÁG. 14 Orlando domingos “O FESTECA é o festival mais internacional que o país tem”
ECONOMIA. PÁG. 18 Solução tecnologica da Sistec para o ivA custou mais de Kz 23 milhões.
O PAÍS Sexta-feira, 17 de Maio de 2019
HOJE:
As ravinas e o tempo
os números do dia
P
oderiam muito bem ter sido evitadas, mas não o foram. poderiam ter sido travadas à nascença, mas não o foram. poderiam ter sido obrigadas a recuar quando progrediam, mas não o foram. resultado: temos hoje um país a lutar contra ravinas que ameaçam cidades. E vai-se gastar imenso dinheiro, vai-se ocupar recursos humanos, vaise redesenhar até cidades ou áreas de progressão. Mas, porque a natureza não gosta de estar às nossas ordens, também não sabemos da eficácia dos métodos que se estão agora a aplicar para refazer áreas absorvidas pelas ravinas. A certeza pode ser apenas uma, no entanto: vai levar tempo até que tudo volte ao normal, mas isso não acontecerá com a forma como os políticos e a sociedade lidam com o ambiente nos nossos dias.
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42 47 104
Poço de petróleo com reservas de entre 150 e 250 milhões de barris foi descoberto em águas profundas do Bloco 15/06, anunciaram a Agência Nacional de petróleo, Gás e Biocombustíveis.
Pontos do base extremo do 1º de Agosto, Emmanuel Quezada, os militares venceram (101-100) Quarta-feira o petro de Luanda, no pavilhão victorino Cunha, para os play-off do unitel-Basket.
Mulheres grávidas, residentes no Cuanza-Norte, teve resultado positivo nos testes de vih-Sida, realizados no primeiro trimestre do ano em curso a 11.371 mulheres, informou em Ndalatando, no Cuanza-Norte.
Anos depois em circulação, o diário venezuelano “panorama” circulou Quarta-feira impresso pela última vez devido à escassez de papel, elevando para 67 os meios de comunicação que fecharam total ou parcialmente desde 2013.
o que foi dito
MuNDO . PG. 24 duas russas são feridas no iemen após ataque da coalizão árabe.
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Não há crise interna, porque que as estruturas do partido em todo o país estão a funcionar em pleno” Paulo Pombolo Secretário para a informação do MpLA
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A equipa tinha esperança de ir mais longe nesta competição, Taça de Angola” Zeca Amaral Técnico do FC Bravos do Maquis do Moxico
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A necessidade de as famílias angolanas continuarem a ser as fiéis depositárias da nobreza social” Faustina Inglês de Almeida Ministra da Acção Social, Família e promoção da Mulher
O PAÍS Sexta-feira, 17 de Maio de 2019
5 e assim... José Kaliengue director
Hoje no online de O PAÍS leia a entrevista com o embaixador Lima viegas e conheça os meandros da diplomacia em Angola
Amargos de congresso
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parentemente, a oposição a João Lourenço vem de onde menos se esperaria, do seu próprio partido, fruto até da liberdade de expressão que ele anunciou. Tudo isto pode, se não houver cuidados, resultar em cisões e criação de novas forças políticas, já o vimos noutras ocasiões e noutros países, ou, em última instância, ao isolamento do Presidente, como aconteceu com Zuma, Alemanha:. Justiça alemá pediu prisão perpetua ao ex- enfermero Niels hogel, que confessou em tribunal ter por exemplo, embora por razões diassassinado 43 pessoa e não se lembrar dos outros 52. A acusasão diz ter morto 100 doentes de 2000 a 2005 (dr) ferentes. Explico. Lourenço tem um problema original: não chegou nem a presidente do partido, nem a candidato a Presidente da República por via de uma disputa. Não pleiteou, não debateu, não sufragou as suas ideias dentro do partido. Mas foi eleito Presidente da República com apoio e trabalho da máquina do partido. E muitos do que fizerem a máquina andar estão agora a contas com a justiça, que justifica a sua acção no discurso e orientação do Presidente. Estes sentem-se “traídos”. Sobretudo porque até os maus comportamentos eram, no passado, justificados com um fim: o poder. O denominador comum, que uniria todos nos momentos mais complicados, deixando as desavenças de lado. Isto “desculpava” alguma impunidade, todos sabiam. Mas foi esta forma de estar que colocou Lourenço no poder, foram estes que fizeram a campanha, eram os únicos a poder fazêlo. Agora “vão presos” por “aquele” que fizeram eleger. O congresso de Junho dirá se se consegue reerguer a máquina, ou se se monta outra, mas com que tempo e com que gente? Com que experiência? Este assunto, o da unidade do partido, será o mais amargo de debater no congresso, se ainda houver espaNatação A Federação Angola- Sociedade uma marcha de proGolfe Oitenta jogadores, de uma Girabola Zap O 1º de Agosto, Basquetebol O petro ço para o debate franco e democrátide Luanda e o 1º de na de Natação (FAN) realiza a testo contra a construção de uma comitiva de 300 delegados de tri-campeão nacional, realiza co, já que, tirando uma ou duas pesAgosto disputam partir de hoje, às 09:00, até ao fábrica de fertilizantes, em zona países da Comunidade de dehoje uma sessão de treinos no soas que falam e dão a cara, todos os hoje a sexta partida outros, contra e a favor do líder, prefedia 19 o Campeonato Nacional, residencial de Benguela, terá lugar senvolvimento da África AusCampo França Ndalu, no bairro dos play-off do uni- rem expressar-se sob anonimato, ou, na piscina do Alvalade, em hoje, às 10:00, coincidindo com as tral (SAdC), reino unido, Japão Cassequel, às 08:00, tendo em Luanda. Segundo fonte fedecelebrações do dia da Cidade das e Turquia, disputam amanhã, o vista à 30ª jornada do Campeona- tel-basket, Campeo- simplesmente, ficaram mudos. rativa, estarão em competição Acácias rubras, revelou o director Torneio “presidential Golf day”, to Nacional de futebol da primeira nato Nacional sénior masculino de basatletas das categorias de inexecutivo organização cívica no Campo dos Mangais, na divisão frente ao Kabuscorp do E também... fantis, juvenis, juniores e seOMuNGA, José patrocínio. Sob o barra do Cuanza, às 8:00. A palanca, o embate está agendado quetebol, no pavilhão Dia Internacional de Luta contra a Homofobia e a principal da Cidadela Transfobia - 17 de Maio niores. Clube Náutico da ilha lema “Não à desgraça na graça”, a tacada inicial será dada pelo para domingo no Estádio 11 de de Luanda (CNiL), 1º de Agosto, marcha, que foi antecedida de presidente da república, João Novembro, às 16:00. por sua vez, o desportiva, às 18:00 Trata-se de um dia de consciencialiOSC e AdEOA são as equipas uma campanha de recolha de Lourenço. petro de Luanda prossegue esta zação civil para a discriminação das que asseguram presença no assinaturas, implantação de A competição, com carácter manhã, às 09:00, com os trabapessoas homossexuais, transexuais e certame. A vice-presidente da cartazes para a divulgação do filantrópico, tem o objectivo de lhos de preparação no Campo do transgêneros. Nesta data realizam-se Federação Angolana de Nataevento, prevê passar pelas ruas promover a interacção entre os Catetão, no bairro popular. Na eventos internacionais tendo em vista ção (FAN), Ana Lima, disse que da cidade de Benguela e terminar homens de negócio que farão sessão, os tricolores vão procurar obter o apoio para o respeito dos direiestão criadas as condições no local onde é erguida a fábrica parte do “Fórum Mundial do ensaiar o sistema técnico e táctitos dos homossexuais e lésbicas por topara que o certame possa de fertilizantes, no dia em que a Turismo”, que decorrerá de 23 a co para ultrapassar o progresso do o mundo. Conferências e campanhas decorrer sem sobressaltos. urbe celebra 402 anos da sua 25 do mesmo mês, também na do Sambizanga no Estádio Munide abraços grátis são exemplos de evenfundação. “Tivemos um trabalho Ana Lima espera que os atlecapital do país, disse a ministra cipal dos Coqueiros. Os dois sutos realizados neste dia de luta contra a árduo de mobilização com a tas consigam novas marcas do Turismo, Ângela Bragança. pracitados vai decidir o campeão discriminação. “recordes”. recolha de assinaturas”, disse. do Girabola zap.
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o que vai acontecer
6 Media Nova, S.A Presidente do Conselho de Administração Filipe Correia de Sá Administradores Executivos Luís Gomes paulo Kénia Camotim Propriedade : Socijornal Depósito Legal: Nº 244/2008 Contribuinte: 5417015059 Nº registo estatístico: 48058
O PAÍS Sexta-feira, 17 de Maio de 2019
NO TEMPO DO KAPARANDANDA
Director Geral de Publicações: José Kaliengue jose.kaliengue@opais.co.ao
OPAÍS
Director: José Kaliengue Sub-Director: daniel Costa, daniel.costa@opais.co.ao Chefe de Redacção: Eugénio Mateus, eugenio.mateus@opais. co.ao Grande repórter: André Mussamo andre.mussamo@opais.co.ao Editorias : Política: ireneu Mujoco ireneu.mujoco@opais.co.ao (Editor) Sociedade: paulo Sérgio paulo.sergio@opais.co.ao (Editor) romão Brandão romao.brandao@opais.co.ao (Sub-editor) Economia Luís Faria (Coordenador-Editor) luis.faria@opais.co.ao Desporto: Sebastião Félix sebastiao.felix@opais.co.ao (Editor) Mário Silva mario.silva@opais.co.ao (Sub-editor) Cartaz: Jorge Fernandes jorge.silva@medianova.co.ao (Sub-editor) Redacção: Norberto Sateco, Alberto Bambi, Augusto Nunes, rila Berta, Miguel Kitari, domingos Bento, Neusa Filipe, Afrodite zumba, Milton Manaça, Antónia Gonçalo, Maria Teixeira, iracelma Kaliengue, patrícia Oliveira, Stela Cambamba, zuleide de Carvalho (Benguela),Brenda Sambo, Maria Custódia, Kiameso pedro e Adjelson Coimbra. Arte: Ladislau Bernardo (Coordenador) valério vunda (Coordenador adjunto)Lourenço pascoal, Annette Fernandes, Nelson da Silva e Francisco da Silva. Fotografia: Carlos Moco (Editor), daniel Miguel (Sub-editor), pedro Nicodemos, Jacinto Figueiredo, Carlos Augusto, virgílio pinto, Lito Cahongolo (repórteres fotográficos), rosa Gaspar e Yuri dos Santos (Assistentes de departamento) Revisão: António Setas Agências: Angop, AFp, reuters, Getty images
Assistentes de Redacção: Antónia Correia, rosa Gaspar, inês Monteiro e Sílvia henriques Impressão e acabamento: dAMEr, S. A. Luanda Sul, Edifício damer Distribuição: Media Nova distribuição Tel: +244 943028039 distribuidora@medianova.co.ao pontodevenda@medianova.co.ao Assinaturas: Bruno pedro Tel: +244 945 501 040 Bruno.pedro@medianova.co.ao Online: Venâncio Rodrigues (Editor)isabel dalla e Ana Gomes Sítio Online: www.opais.co.ao Contactos: info@opais.co.ao Tel: 914 718 634 -222 003 268 Fax: 222 007 754 Sede: Condomínio ALphA, Talatona- Luanda. Tel: 222 009 444 república de Angola
Comercial e Marketing: Senda Costa 922682440 vladimir Teixeira email: comercial@medianova.co.ao Tiragem: 15 000 exemplares
1978
17 de Maio de - O caixão do actor e realizador Charles Chaplin (Charlot), é encontrado num campo a cerca de 16 quilómetros do cemitério de onde tinha sido roubado 11 semanas atrás.
1989
17 de Maio de - A união Soviética inicia a retirada de tropas e unidades de combate da rdA, num comboio especial a partir da localidade de Jueterbog, em direcção a Krivoi rog (ucrânia), na presença de jornalistas ocidentais e do Comandante-Chefe das tropas soviéticas estacionadas na rdA, general Boris Snettkov.
1990
17 de Maio de -A Assembleia Geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da sua lista de doenças mentais.
CARTA DO LEITOR
É preciso ser-se sério Estimados amigos do jornal OpAÍS, caro director, No nosso país, se não fosse porque dói, dava mesmo para rir a toda a hora as coisas que acontecem. Eu não sei como é que as pessoas ainda acreditam nos governantes quando falam na televisão ou na rádio. Não sei se já deram conta, mas eles repetem muitas vezes a mesma promessa, se esquecendo que já a tinham feito no ano passado, que já inauguraram a mesma coisa há dois anos e nada funciona. Tipo é tudo um jajão. Se estão a se divertir connosco, então só nos resta rir, ou não é assim? Alguém se lembra de há quanto tempo nos disseram que tratar o Bilhete de identidade seria na hora? E quantas vezes já repetiram isso? vamos perguntar a cada
cidadão que trata o seu Bi para vermos quanto tempo demora. O mesmo se passa com as cartas de condução, que o cidadão espera anos a andar com um verbete e a pagar gasosas, e também com os passaportes.
Até subiram o preço do passaporte, mas eu sei de pessoas da minha família, por exemplo, que estão a espera do passaporte, aqui no Lubango, há cinco meses. Assim é para levar mesmo os nossos dirigentes como pessoas sérias? Eu não acho. pena é
termos de ter dirigentes e governantes como sociedade, mas estes que temos nos mentem muito.
João Chivala Lubango
Escreva para o Jornal OPAÍS através do e-mail info@opais.co.ao ou ligue para estes contactos Tel: 222 003 268 Fax: 222 007 754
dr
POLÍTICA
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poder local em debate no 6º Diálogo Estratégico na Academia BAI, hoje De acordo com a agenda a que OpAÍS teve acesso, a abertura do certame será feita pelo vice-presidente da república de Angola, Bornito de Sousa, que tem ainda agendada uma apresentação de 30 minutos, enquanto o encerramento ficará sob a responsabilidade do ex-presidente cabo-verdiano e patrono do ipp, pedro pires
O PAÍS Sexta-feira, 17 de Maio de 2019
dumilde estaria a escrever o seu livro de “memórias” Joaquim Grilo, amigo do malogrado, contou a OpAÍS, à margem da cerimónia de homenagem, que a última vez que falou com ele, este informou-lhe que estaria a escrever as suas memórias para publicá-las numa obra literária
pEdrO NiCOdEMOS
território, tendo referido ser uma das chaves para a oportunidade de desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida das comunidades, em harmonia com o ambiente. Gisa Martins afirmou que a conferência será uma oportunidade para abordar questões relacionadas com o ordenamento do território e recolher experiências que possam contribuir para o processo da edificação do sistema que vai reger as autarquias. A organização conta reunir cerca de 160 participantes. “Nós gostaríamos de ter presentes decisores e todos os que lidam com estas questões”, afirmou Kámia Madeira. Comandante Pedro Pires, patrono do IPP e ex-Presidente de Cabo-Verde
Rila Berta
A
Academia BAI, em parceria com o Instituto Pedro Pires (IPP), realiza, pela primeira vez em Angola, a conferência “Diálogo Estratégico” - VI edição na sua história e primeiro em Angola – hoje, Sexta-feira (17). Sob o tema “Poder local e ordenamento territorial: pensar, planear e potencializar”, o encontro será realizado num único dia, estando subdividido em dois painéis interactivos e uma “conversa” com Pedro Pires, patrono do IPP e ex-Presidente de Cabo-Verde. De acordo com a agenda a que OPAÍS teve acesso, a abertura do certame será feita pelo vice-presidente da República de Angola, Bornito de Sousa, que tem ainda agendada uma apresentação de 30 minutos, enquanto o encerramento ficará sob a responsabilidade do exPresidente cabo-verdiano e patrono do IPP, Pedro Pires O IPP tem realizado desde 2015
“Diálogos Estratégicos” em Cabo-Verde. De acordo com a directora do Gabinete de Comunicação da Academia BAI, com a realização do primeiro evento do género em Angola pretende-se contribuir para a discussão relativamente à realização primeiras eleições autárquicas, previstas para 2020. Kámia Madeira explicou que a organização olha para a questão do ordenamento do território como sendo um factor importante, nesta fase, e uma forma de aproximação e de melhoria de vida das populações. Referiu também que a participação de convidados de outros países vem, precisamente, ajudar na reflexão do que poderá ser o processo de autarquias em Angola, por meio da informação e experiência que possam ser levadas em consideração. O director do gabinete de Alterações Climáticas do Ministério do Ambiente, que será um dos moderadores do evento, destacou a importância dos processos de tomada de decisão sobre o ordenamento do território, bem como do uso do
Diálogo Estratégico Trata-se de um evento anual de um dia, que reúne, em Cabo-Verde, e agora Angola, especialistas de diversas áreas e nacionalidades. Os encontros são abertos ao público e abordam temas que se espera poderem contribuir para a formulação ou reformulação de políticas públicas sensatas, condizentes com a realidade sobre a qual pretendem agir. Pedro Pires volta “à conversa” em Luanda O antigo Presidente de Cabo-Verde esteve em Angola em Novembro de 2018 e participou no encontro denominado “Conversa com” na Academia BAI. Na ocasião, o patrono do IPP falou para uma plateia restrita que reuniu membros da Fundação Tchiweka, professores universitários e outras individualidades. No encontro, respondeu a diferentes questões relacionadas com a história de África, política e chegou mesmo a sugerir algumas ferramentas que podem servir de ideologias motivacionais para os jovens que pretendam tornar-se bons líderes: nomeadamente patriotismo, auto-estima, orgulho nacional e aposta na Educação.
Constantino Eduardo, em Benguela
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overnantes, políticos, académicos, autoridades tradicionais e religiosas e demais convidados prestaram homenagem ao antigo governador provincial de Benguela, que morreu em Portugal, vítima de doença A cerimónia, que decorreu no palácio, foi promovida pelo Governo Provincial de Benguela e visou destacar os feitos do antigo dirigente em prol da província. A ocasião foi aproveitada para determinadas entidades, que durante anos privaram com o antigo dirigente, expressaram o sentimento de pesar face ao infausto acontecimento. O deputado à Assembleia Nacional Veríssimo Sapalo considera uma perda irreparável, tendo destacado a integridade que caracterizava Dumilde das Chagas Simões Rangel. Bastante sensibilizado com o sucedido, Veríssimo Sapalo, que também trabalhou com Dumilde, limitou-se a dizer que tinha que se aceitar a dialéctica da vida, destacando algumas qualidades: “foi um homem respeitador,
corajoso, um homem que sabia o que devia fazer no dia seguinte”. Por sua vez, o contador de histórias Joaquim Grilo, amigo do malogrado, disse que a última vez que falaram, este informoulhe que estaria a compor as suas memórias para publicá-las numa obra literária. “Fiz (para ele) um trabalho de memórias, porque ele estava a escrever um livro sobre a vida dele”. Petiz, como era tratado carinhosamente pelos seus, é lembrado como tendo sido uma pessoa com carácter humano fora de “serie”, segundo destaca Joaquim Grilo, o seu amigo de infância. Já Agostinho Estêvão Felizardo, que foi vice-governador para o sector Económico no Executivo de Dumilde Rangel, enaltece o facto de o antigo governante ter acreditado nele a ponto de o convidar para contribuir na edificação da província de Benguela como seu vice. “Em determinado momento, também acreditou em nós, deunos um espaço e permitiu-nos que, a seu lado, depositássemos também contributos para esta pátria e para esta província, em particular”, declara o actual PCA do Porto Comercial do Lobito, que diz ter guardado boas recordações e ensinamentos do homem que mais tempo ficou à frente dos destinos de Benguela. Segundo fontes, Dumilde Rangel foi o governante que mais contribuiu para o enriquecimento de muitos antigos governantes, mas, quando foi exonerado do cargo de governador, muitos dos homens que andaram à sua volta viraram-lhe as costas. “Muitos indivíduos em Benguela, entre empresários e antigos governantes, se têm o que têm é graças ao camarada Dumilde, mas só que muitos não sabem reconhecer”, considera um alto funcionário.
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O PAÍS Sexta-feira, 17 de Maio de 2019
Ministro da Justiça denuncia empresa americana por chantagem ao Executivo O ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Francisco Queiroz, denunciou ontem, em Luanda, que o Estado angolano está a ser vítima de uma chantagem à sua reputação e bom nome por parte de uma empresa privada americana, a África Growth dANiEL MiGuEL/ArQuivO
Norberto Sateco
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alando em conferência de imprensa, explicou que esta empresa privada, detida por cidadãos americanos, tinha uma relação comercial com uma outra angolana, Ilico Comércio Geral e Prestaçao de Serviços, representada pelo general reformado das Forças Armadas Angolanas (FAA), António Francisco de Andra-
de. Falando em nome do Governo, disse o ministro da Justiça que, passado algum tempo, esta relação comercial entre as duas empresas correu mal, tendo a americana sido alegadamente prejudicada nos seus interesses num monatnte de 47 milhões de dólares norte-americanos. Não tendo encontrando uma solução com a outra parte para recuperar o que terá alegadamente perdido neste negócio, segundo Francisco Queiroz, decidiu pressionar o Executivo angolano, por via de uma acção
judicial instaurada nos Estados Unidos da América (EUA), para recuperar o dinheiro. “A mesma quer envolver o Estado angolano porque julga que é mais fácil extorquir dinheiro deste do que negociar com o seu parceiro privado angolano, ou mesmo intentar acções ou agir legalmente contra esta”, esclareceu. Esta acção consubstanciase em manchar o bom nome de Angola em instituições de prestígio como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI), através de lobby e notícias juntos de actores políticos de relevo do Governo americano, explicou. Outro procedimento utilizado por esta empresa americana, a que chamou de “armadilha negocial”, é de promover encontros e os manipular em prol da sua causa. O objectivo da emprea americama, com base nas declarações do ministro, é o de tentar prejudicar o Goveno angolano, colocando em risco os esforços que tem feito para a captação de
financiamento privado estrangeiro. “O Estado angolano não pode ficar indiferente à pressão com contornos de chantagens perante a comunidade nacional e internacional”, denunciou Francisco Queiroz. A parceiria As partes terão celebrado um contrato com outra empresa de construção, designada por BLOX Construções, S.A., para que fosse erguido um edifício que, após a sua conclusão, seria gerido pela construtora num período de dez anos, o que não se concretizou, pelo facto de a parte angolana se ter apossado do mesmo, logo após a sua construção. Neste processo, referiu, terá havido o uso de meios violentos e abuso de poder da parte de uma das filhas de António Andrade (no caso a procuradora Natacha Andrade), mas que agiu de modo pessoal e está a ser responsabilizada com a instauração de um processo disciplinar e outro de natureza criminal. puB
SOCIEDADE
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O PAÍS Sexta-feira,1 7d eM aiod e2 019
dANiEL MiGuEL
O comandante que fez os disparos está a ser julgado no Instituto Superior de Ciências Policiais e Criminais, na Via Expressa
Comandante que matou subordinado invoca perturbações mentais Está a ser julgado, em Luanda, o comandante da polícia Nacional do distrito do patriota, apontado como autor dos disparos que vitimaram mortalmente um agente e deixaram outros dois feridos. Em julgamento, o comandante terá colocado em causa as suas ‘faculdades mentais’, pelo que nos autos contam documentos que provam o contrário
Romão Brandão
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etoma, hoje, no Instituto Superior de Ciências Policiais e Criminais “Osvaldo Serra VanDúnem”, o julgamento do comandante João Lourenço Neto, acusado de ter disparado mortalmente contra o seu subalterno Fernando António e deixado gravemente feridos dois outros colegas, em Maio de 2018. Coin-
cidentemente, o julgamento teve início no mesmo mês (Maio) em que ocorreram os factos, um ano depois do enterro de Fernando António, que deixou viúva e 10 filhos, cidadão que ingressou na Polícia Nacional em 2008. Salvador Simão, irmão da vítima, em entrevista ao jornal OPÁIS, confirmou ter tido início na Segunda-feira o julgamento do comandante que terá matado o seu parente. O julgamento, à porta fechada, segundo o entrevistado, ficou mar-
cado com as declarações do réu João Lourenço Neto e a presença dos dois agentes feridos pelos disparos feitos por ele. O réu, ouvido das 8 às 15h, a princípio começou por justificar a sua acção alegando estar, na data dos factos, embriagado e ter sido drogado. “Disse que estava inconsciente e não sabia o que estava a acontecer. Por outra, foi invocada uma declaração assinada pelo réu alegando estar a sofrer de perturbações mentais”, disse. O juiz da causa voltou a perguntar ao réu se sofre de algum problema mental, pelo que este respondeu negativamente, facto que indignou o tribunal, que foi obrigado a mostrar-lhe a declaração que João Lourenço Neto assinou, invocando sofrer deste tipo de problema, durante a instrução preparatória. A invocação de estar a sofrer de perturbações mentais é uma das razões que contribuíram para a demora no início do julgamento, porque tinham de ser feitos exames, estes que deram todos negativos. Esta revelação deixou o réu numa situação constrangedora e menos boa para o seu lado. Hoje, continua a audição do comandante, bem como, dependendo do tempo, serão ouvidos os dois polícias que presenciaram o acto e foram atingidos com quatro e três tiros respectivamente. O desenrolar dos factos Dois tiros na cabeça e quatro no peito levaram à morte imediata do agente Fernando António, de 43 anos, dentro do carro da divisão da Polícia em que trabalhava. Os disparos, feitos pelo comandante da esquadra do Patriota, deixaram também ferimentos graves nas pernas e tronco a outros dois colegas. Fernando trabalhava na Divisão do Talatona e, normalmente, quando largava tarde aproveitava a boleia de um colega. Na data dos factos, antes de sair com o colega, o comandante do distrito estava embriagado e pediu que o deixassem em casa. “Saíram os quatro, mas, no Patriota, o comandante João Lourenço Neto pediu que fizessem uma paragem, pois precisava de urinar. Tão logo terminou de urinar, sacou da pistola, sem mais nem menos, e disparou contra os três que estavam na viatura”, conta Salvador, irmão da vítima mortal.
AF_DStv_desportosMotorizados_anPais_163,6x355,6mm.pdf
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O PAÍS Sexta-feira, 17 de Maio de 2019
Especialistas abordam a Física e o seu contributo no desenvolvimento equilibrado A Sociedade Angolana de Física (SAF) realiza, hoje, no município da humpata, as primeiras Jornadas de Física, sob o tema “a Física para o desenvolvimento equilibrado JOÃO KATOMBELA
Jorge Maria Gonçalves Mayer, presidente da Sociedade Angolana de Física (SAF)
João Katombela, na huíla
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egundo o presidente da referida sociedade, Jorge Maria Gonçalves Mayer, o evento é uma antecâmara para a terceira conferência de Física da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), a realizar-se no próximo mês, em São Tomé e Príncipe. O certame tem como objectivos a melhoria do processo de ensino e aprendizagem da Física e incentivar a inovação de ideias em Física com aplicações sociais, científicas, tecnológica e ambientais. “É também nosso objectivo, com estas jornadas de Física, congregar os físicos, professores e estudantes de física para, em conjunto, pensarem sobre como anda o ensino desta disciplina no país e qual o contributo dela na resolução de muitos problemas sociais”, disse. Em relação ao contributo da Física na resolução dos problemas sociais, o presidente da Sociedade Angola de Fí-
sica, Jorge Maria Gonçalves Mayer, informou que a sua organização tem em carteira um projecto que brevemente será apresentado às autoridades competentes, com vista a obter fi nanciamento para a sua execução. “Trata-se de um projecto de montagem e instalação de pára-raios, já que, como sabemos, a província da Huíla tem sido palco de várias descargas eléctricas em períodos chuvosos, causando vítimas mortais humanas e animais. Nós queremos acabar com este fenómeno, e tão logo haja fi nanciamento, passaremos logo para a sua execução”, revelou. A Sociedade Angolana de Física participará nas terceiras jornadas da Física da CPLP a convite da Sociedade Portuguesa de Física (SPF), qco-organizadora do evento, que vai juntar especialistas de todos os países falantes do português. A Sociedade Angolana de Física (SAF) é uma ONG do Lubango, província da Huíla, que tem, entre outros objectivos, o de congregar os físicos, engenheiros, professores e estudantes de física no país.
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SOCIEDADE
O PAÍS Sexta-feira, 17 de Maio de 2019
Greve não pode durar mais de quatro dias na nova proposta de Lei LiTOCAhONGOLO
A proposta diz ainda que à entidade empregadora que discriminar ou, por qualquer forma, prejudicar um trabalhador nos seus direitos, por ter dirigido ou aderido à greve lícita, será aplicada a multa de 3 a 6 vezes o salário médio mensal praticado na empresa Domingos Bento
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proposta de alteração da Lei da Greve, apresentadas ontem em Luanda, avança que a duração da greve não pode exceder um período de quatro dias conceptivos, porém, sempre que as organizações sindicais pretenderem decretar greve com duração superior, a mesma deve ser intercalada por um intervalo não inferior a 90 dias. Segundo a proposta, à entidade empregadora que discriminar, ou, por qualquer forma, prejudi-
car um trabalhador nos seus direitos por ter dirigido ou aderido a uma greve lícita será aplicada a multa de 3 a 6 vezes o salário médio mensal praticado na empresa. A referida proposta atesta ainda que a entidade empregadora que impedir a efectivação de uma greve lícita, por meios violentos, ameaças, coação ou qualquer meio fraudulento, será punida com multa de 4 a 8 vezes o salário médio mensal praticado na empresa, sem prejuízo da responsabilidade criminal nos termos da lei. Outrossim, o referido documento, que altera ainda a Lei da Actividade Sindical e da Negociação Colectiva, propõe que os
trabalhadores dos portos, aeroportos, caminhos de ferro, transportes rodoviários, aéreos, marítimos e fluviais, serviços públicos de comunicação social, energia, águas, bem como trabalhadores civis de estabelecimentos militares e de outras empresas ou serviços que produzem bens ou prestem serviços indispensáveis às forças armadas e policiais exercem o direito a greve sem pôr em causa o abastecimento necessário à defesa nacional, segurança pública, defesa do Estado e respectivas infra-estruturas e operacionalidades dos serviços. De acordo com o director do Gabinete Jurídico do Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social (MAPTSS), Vassili Agostinho, o exercício do direito a greve pelos trabalhadores a que se refere o presente artigo obriga-os a adoptar as providências para assegurar, durante esse período, a realização das actividades necessárias para assegurar os serviços essenciais à população e da defesa nacional em pelo menos 50 por cento das actividades da empresa ou serviço publico. Segundo o responsável, dentro da nova proposta, o ajustamento dos procedimentos à greve obedece à apresentação de um caderno reivindicativo, a negociação directa das partes e a mediação.
Alcançar o máximo de consenso Por seu lado, o ministro da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, Jesus Maiato, disse que os parceiros sociais têm até ao mês de Agosto para submeterem as suas propostas, de forma a que o seu órgão ministerial recolha as contribuições necessárias. Essas contribuições agregarão mais valor ao futuro diploma que vai reger a Lei da Greve, da actividade sindical e da negociação colectiva. Segundo o ministro, todas as contribuições são válidas e serão acolhidas com a mesma atenção, independentemente de serem cidadãos associados em organizações de defesa dos direitos dos trabalhadores ou singulares. Para o governante, embora seja difícil, o mais importante é que se alcance, com as referidas propostas, o máximo de consensos, de forma a tornar as futuras leis num objecto que possa beneficiar, quer os trabalhadores, como os próprios empregadores. “Sabemos que é muito difícil alcançar o consenso. Mas o importante é que tenhamos o máximo de contribuições possíveis. São apenas propostas, nada está acabado. Agora, é preciso o contributo de todos, de forma a esgrimirmos todos os argumentos”, frisou. dr
Sabemos que é muito difícil alcançar o consenso. Mas o importante é que tenhamos o máximo de contribuições possíveis. São apenas propostas”
Ministro da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, Jesus Maiato
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pastores deverão ter formação certificada
JACiNTO FiGuEirEdO/ArQuivO
A Liberdade religiosa e de culto tem novo instrumento legal. A nova lei, designada por “Lei sobre a Liberdade de religião e de Culto” vem publicada no diário da república de 15 de Maio e dá 6 meses para que igrejas ilegais cumpram os preceitos, ou serão encerradas André Mussamo
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legalização de novas confissões religiosas em Angola fica condicionada a apresentação de comprovativos de subscrição de pelo menos 60 mil cidadãos (dentre nacionais e estrangeiros residentes), maiores de 18 anos, no pleno gozo dos seus direitos, devendo, de entre os requerentes figurar pelo menos, mil residentes em cada uma das 18 províncias de Angola. As 60 mil assinaturas devem ser reconhecidas por notário. A disposição vem expressa na nova Lei Sobre Liberdade de Religião e de Culto trazida a estampa no Diário da República desta Terça-Feira, 14 de Maio de 2019. A nova lei revoga a Lei nº 2/04 de 21 de Maio sobre o “Exercício da Liberdade de Consciência, Culto e Religião”. A nova lei que passa a regular a actividade das confissões religiosas no país estabelece o prazo de 6 meses para as organizações religiosas “não reconhecidas” reunirem os “documentos e preencherem os requisitos estabelecidos no novo diploma legal para o seu reconhecimento junto do departamento ministerial competente”. “Findo o prazo defi nido, estas organizações são consideradas extintas, devendo encerrar as suas instalações, bem como realizar o respectivo processo de liquidação”, assevera a nova lei. O procedimento de solicitação de reconhecimento de confissões religiosas deve ser despoletado por uma comissão instala-
dora com o minino de 7 e máximo de 21 membros, mediante apresentação de uma série de documentos. Dentre eles a identificação do fundador, o ano e o local de fundação, informar se a nova iniciativa resulta de cisão ou desmembramento, mencionar o número provável de fiéis, indicar os órgãos da confissão ou agrupamento religioso, nome e nacionalidade dos ministros de culto e outras entidades que façam parte da hierárquia da confissão religiosa. No processo de requerimento de reconhecimento os proponentes deverão igualmente indicar os principais actos de culto que pretendem praticar, informar sobre os lugares de culto e os respectivos horários, apresentar documentos comprovativos da origem e da existência dos recursos financeiros e do património que possui para o início da sua actividade e juntar os projectos de construção de possíveis lugares de culto, se existirem. Quanto aos ministros de culto, a lei estabelece a obrigatoriedade de formação teológica ou bíblica certificada por centros especializados que podem ser da própria confissão, que deverão, mediante comunicação ao departamento competente, dar a conhecer quem são as pessoas detentoras desta qualidade. A nova lei estabelece que as confi ssões religiosas regem-se por estatuto próprio que, dentre vários itens, devem conter a denominação, duração e sede; âmbito e finalidades, princípios essenciais da sua doutrina, direitos e deves dos membros, forma de organização e funcionamento dos órgãos deliberativos e executivos e condição para altera-
ção das disposições estatutárias e para a sua dissolução. Com 6 capítulos e 67 artigos, a nova Lei Sobre a Liberdade de Religião e de Culto aprovada pela Assembleia Nacional foi promulgado pelo Presidente da Republica a 3 de Maio do corrente ano. puB
CARTAZ seu suplemento diário de lazer e cultura
Orlando Domingos
“O FESTECA é o festival mais internacional que o país tem” O Presidente do Conselho de Direcção da Associação Globo Dikulu, Orlando Domingos, em conversa com OPAÍS falou dos projectos desenvolvidos pela associação, em várias províncias, com o objectivo de elevar o nível da juventude e a sua participação na vida social Antónia Gonçalo
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associação desenvolve vários projectos culturais e sociais, como o Festival Internacional de Teatro do Cazenga (FESTECA), o Festival Internacional de Teatro para a Infantil e Juventude (FESTIJ), e a Rede de Apoio às Meninas em Angola (RAMA). Por essa razão, Orlando Domingos considera a Globo Dikulu como sendo uma associação de referência, que contribui para a formação sociocultural dos jovens.
Dirige a Associação Globo Dikulu há dez anos. Para Julho, está prevista a entrega das pastas, quais foram os primeiros passos dados para a criação da associação? A Globo Dikulu foi fundada em Julho de 1989, há 30 anos. Faço parte da lista dos fundadores da organização, que surgiu da necessidade de ocupar utilmente os jovens. Dez anos depois, isso em 2000, tornou-se na Acção para o Desenvolvimento Juvenil. Estou a cumprir o último ano do mandato e neste momento estamos a preparar-nos para a assembleiageral, para termos uma nova direcção. Que balanço faz da prestação da vossa gestão nos últimos 10 anos? Em 2008 assumimos esse mandato que vai agora terminar. Durante esse período vivi momentos intensos e calmos. Recordo-me das fases difíceis que a associação viveu e tivemos de fazer de tudo
para que ela não morresse. A dinâmica social do país foi-se alterando e, para persistir enquanto projecto associativo, era preciso ter uma visão diferente da que tínhamos, de uma simples associação, para passar a um projecto organizativo e sustentável, enquanto associação que trabalhava para os jovens. Um pouco contra a minha vontade, já que quis afastar-me, mas pensei nas conquistas que tínhamos feito. Os compromissos nacionais e internacionais alinhavados fizeram com que me mantivesse na associação. Como está constituída a Globo Dikulu? A Globo Dikulu foi fundada por cinco jovens, entre eles eu. No princípio, estava sedeada junto a Administração do Cazenga. Posteriormente, o Ministério da Juventude e Desportos deu-nos um espaço na Cidadela Desportiva. Depois, voltamos ao Cazenga, onde continuamos até hoje. Desde a sua fundação, foram momentos de procuras e descobertas. Por hoje, todos aqueles que participaram na fundação do projecto estão satisfeitos, porque vingou. Temos a assembleia-geral, o órgão supremo, e o plenário de membros fundadores. São cerca de 60 membros que começaram com o processo. Quais foram os momentos mais difíceis por que passou enquanto dirigente da associação? Lembro-me que na altura fizemos um projecto de formação, para a passagem de testemunho a uma nova geração. Esta foi a
parte mais complicada de todo o processo. Por hoje, está cada vez mais difícil trabalhar com os jovens, porque há um certo imediatismo. Eles estão virados para o lado económico, mas o lado altruísta e voluntário deixam de lado. Mas podemos dizer que estamos felizes, porque conseguimos um grupo de jovens, que ronda entre os 24 e 35 anos, que vão agora assumir a direcção da organização, na próxima assembleia. Como estão a decorrer os preparativos para assembleia? A nova direcção será eleita na segunda quinzena de Julho. Vamos apresentar os novos membros numa gala em comemoração dos 30 anos da Globo Dikulu. Nessa gala, vamos homenagear todos os membros fundadores. Como alguns são já falecidos, faremos a homenagem póstuma. Então, a nova direcção começa a trabalhar logo depois de ser eleita? Sim. Mas nós, de todo o modo, vamos ficar um ou dois anos a acompanhar e a orientar os jovens, porque são muitos os compromissos da associação, tanto nacionais como internacionais. Temos parceria com instituições na Europa e América. Estamos agora, também, a conhecer um novo mercado por via da filiação em instituições internacionais, o caso da Ásia. Por isso, é preciso que se passa esse dossier a mãos seguras, e vamos preparar esses jovens para poderem responder a esta demanda. A Globo Dikulu, hoje, não é apenas uma associação que tem
a sede no Cazenga, mais uma referência no país, quiçá, em alguns pontos do mundo, por causa da persistência, do tempo de permanência e do trabalho que tem feito em prol da juventude. A que trabalhos propriamente se refere? O trabalho tem a ver com a inserção dos jovens na vida social, a sua capacitação para que respondam às demandas. Por essa razão, estamos nas províncias do
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Luanda e noutro ponto do país. E quantos grupos teatrais tem o Animar’t? Temos três companhias de teatro. O Flores a Brincar é a companhia infantil, a primeira que tivemos, fundada em 1990. O Arco-Iris é a intermédia, fundada há sete anos. O Tic Tac é sénior, criada há 10 anos.
Cuanza-Norte, Malanje, CuanzaSul, Benguela, Namibe, Cunene, Zaire, Bengo e Luanda. Os trabalhos reflectem-se nos projectos que essas filiadas têm desenvolvido. Como pode caracterizar as actividades de maior vulto, realizadas durante os 30 anos? Durante estes trinta anos, a Globo Dikulu realizou mais de 500 actividades nas várias províncias do país. Formamos jovens na área da animação sociocultural e gestão associativa. Na verdade, o que fizemos, e é aquilo que temos notado, é que nos tornamos uma referência no associativismo juvenil em Angola. Conseguimos ser também os pioneiros na cooperação, no intercâmbio e na mobilidade juvenil no país. A Globo Dikulu é a única que realiza projectos de intercâmbio, como formações n a área cultural. Por essa razão, somos uma
referência na formação de animadores socioculturais. Continuamos a trabalhar com os jovens, a potenciá-los e imponderando-os. Realizamos actividades em todo o país e somos membros fundadores do Conselho Nacional da Juventude (CNJ). Qual é a implementação prática desses trabalhos? Trabalhamos por via de projectos. Damos vida aos projectos que são assumidos pelos membros da associação a nível das províncias. A nossa filosofia de trabalho é a animação sociocultural, para além da educação social. Então, trabalhamos nesse segmento e temos conseguido mobilizar os jovens e ocupá-los utilmente com actividades culturais. Em Luanda temos o Centro de Animação Artística Cazenga (ANIM’ART), um projecto artístico cultural construído de raiz. No ANIM’ART realizamos o FESTECA, um evento de carácter internacional que vai na sua XIV edição, em que têm participado grupos oriundos de várias províncias do país. Realizamos também o FESTIJ, pois, representamos o país na Associação Internacional de Teatro para a Juventude (ASSITEJ). O FESTIJ é um evento dedicado às crianças? O FESTIJ, que este ano vai na sua quarta edição, surge do imperativo da ASSITEJ, de ter orientado que devíamos ter um festival direccionado ao público infantojuvenil. Precisávamos de ter mais para o final do ano. O FESTIJ tem uma componente muito forte, que é o teatro de inclusão, para pessoas com deficiência e aqueles que trabalham com o teatro para atingir determinados objectivos. Então, nós queremos juntar essas componentes todas. É um evento diferente. Um festival itinerante. Já o realizamos em Catete e no Dondo. Este ano queremos realizar em
E sobre o FESTECA, como surgiu a iniciativa para a sua realização? Tínhamos alguns grupos, no Cazenga, com poucas actividades para participar, para além da falta de apoios para actividades culturais. Fomos forçados a candidatarmo-nos para a realização de um projecto de formação na área do VIH/SIDA, do equilíbrio no género e saneamento do meio, a fim de formar activistas para essas áreas. A nossa proposta foi a de trabalhar com os responsáveis dos grupos teatrais, formá-los como activistas, mas no final realizar um festival de teatro, em que as peças abordassem os assuntos referidos. Fizemos a formação em 2005, que teve o apoio do grupo África, da Suécia. E como correu a experiência saída deste festival? Em 2006 fizemos a primeira experiência, mas como festival temático com o nome do município. O resultado ultrapassou as nossas expectativas e decidimos realizálo todos os anos. Houve um facto curioso: Na primeira edição participaram apenas grupos do município do Cazenga. Na segunda fomos invadidos por grupos de outros municípios de Luanda. Já na terceira tivemos grupos de algumas províncias e, por conseguinte, na quarta edição fomos desafiados pelo administrador municipal na altura, Victor Nataniel Narciso a trazer grupos estrangeiros, e assim aconteceu. E não mais paramos. São vários os países que se fizeram representar no festival. Há ainda um que almejam ter neste evento? Tivemos grupos provenientes de
“No campo internacional temos tido um trabalho muito grande, em termos de mobilidade juvenil”
vários países, como da França, Camarões, Alemanha, Quénia, Brasil, Portugal, Nigéria, Congo Democrático, São Tomé e Príncipe, Moçambique e Argentina. O FESTECA é o festival mais internacional que o país tem. Pena que não temos conseguido responder a todas as candidaturas que nos são apresentadas. Alguns são espectáculos pesados, de grupos com carácter profissional, que exigem um caché. Como tem sido apoio para os projectos de cariz internacional? No campo internacional temos tido um trabalho muito grande, em termos de mobilidade juvenil. Nós recebemos jovens que vêm de outros países, da Alemanha, França, Portugal e Espanha, assim como do México, Israel, Peru e do Brasil, para fazer intercâmbio. Já recebemos jovens estagiários que se identificam com o nosso projecto e querem fazer trabalhos de pesquisa. Normalmente ficam três meses. Vamos receber, ainda este ano, um jovem voluntário, com 30 anos de idade. Vai fazer uma pausa de um ano no seu trabalho investigativo para desenvolver um trabalho voluntário em Angola, na formação de jovens na área do teatro de improviso. Temos a probabilidade de no próximo ano recebermos jovens para trabalhar em regime voluntário, concretamente da França e Alemanha. E os artistas angolanos também têm feito trabalho de voluntariado nesses países? Para Portugal também enviamos vários jovens para fazer voluntariado, com a vantagem da língua. Estamos agora a prepararnos para enviar jovens artistas a Alemanha e França. Mas, antes, temos que habilitá-los. Têm que falar a língua local para poderem desenvolver uma acção positiva no estágio e acçao de intercâmbio. Como grande parte dos nossos membros estão ligados a actividade docente, é bom que se faça um trabalho mais profundo para aqueles que fazem teatro, no sentido de colherem e terem habilidades para encontrarem mecanismos e metodologias de trabalho na transmissão de conhecimento e informação. Como é que habilitam esses jovens? Normalmente enviamos jovens que terminam a licenciatura, ou aqueles que ainda não começaram com o trabalho de fim de curso. Isso habilita-lhes, dá-lhes força para interagir e intervir um
pouco mais a nível das comunidades onde estiverem inseridos. Não queremos que sejam apenas jovens de Luanda, mas também de outras províncias, onde temos representações. E os projectos de cariz social, quais são? Temos desenvolvidos alguns, com maior destaque para RAMA. O projecto começou a ser desenvolvido há três anos e está relacionado com a inserção e empoderamento das meninas no país. Começou com os membros da associação do sexo feminino, que se reúnem todos os anos durante dois dias, para identificar os problemas que as meninas nas comunidades vivem. Alguns dos problemas já identificados estão relacionados com sexualidade, gravidez precoce e o empoderamento feminino. Depois de serem identificados propõem-se a fazer uma acção durante o ano, envolvendo várias meninas nas províncias do país, como CuanzaNorte, Malanje e Cunene... E como foram esses três anos de trabalho? Aos longos de três anos conseguimos identificar e potenciar meninas com uma parceria que temos com o Brasil, na Baía, com um projecto similar que, curiosamente, não conhecíamos, têm a mesma finalidade. Desta feita, adaptámos o nome desse projecto para nós, que é o “Hoje menina amanhã mulher”. Esse projecto visa justamente dar o empoderamento feminino. São meninas que vivem em situações difíceis, que representam uma faixa-etária. Actuamos nas escolas durante o ano, com a realização de palestras. Quais são os problemas que mais afligem as jovens? Questões relacionadas com a gravidez precoce. Ficamos um pouco preocupados com essa ocorrência, porque em 2014 tivemos seis meninas com grande potencial artísticos e engravidaram praticamente ao mesmo tempo. Essa situação motivou-nos a criar esse projecto. E quando fizemos uma avaliação, do que estava na base disso, demos conta que havia uma grande falta de informação relactivamente às questões relacionadas com a sexualidade na adolescência e na juventude. A princípio, pretendíamos desenvolver apenas em Luanda, mas quando recebemos relatos de demais províncias decidimos juntar todas senhoras.
ACTuAL
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O PAÍS Sexta-feira, 17 de Maio de 2019
Ministra do Ambiente criticada por juristas e ambientalistas Existe uma “Licença Ambiental de instalação”, com assinatura da ministra do ambiente, paula Francisco Coelho, datada de 26 de dezembro de 2018, não só autorizou a retoma das obras da fábrica de fertilizantes químicos em zona urbana, em Benguela, como declarou “a não existência de potenciais impactos ambientais no decorrer do desenvolvimento do projecto” . Juristas e ambientalistas em Benguela condenam os “erros” cometidos pela ministra do Ambiente FOTOS: zuLEidE dE CArvALhO
Zuleide de Carvalho, em Benguela
A
problemática da fábrica de fertilizantes químicos num dos bairros mais populosos de Benguela revela falhas crassas por parte de dirigentes com jurisdição no processo, segundo especialistas locais. A obra, em construção adianta, foi suspensa a 9 de Maio, por orientação do governador provincial. Porém, tanto os benguelenses protestantes como juristas e ambientalistas não estão satisfeitos com a dita “manobra”, querem mais. Rui Falcão alegou que o processo está a ser “reapreciado”, todavia, para os contestatários nada há para ponderar, considerando evidentes o desfecho e passo seguinte, que há muito deveria ser tomado. Assim, Chipilica Eduardo e José Ramón, juristas, bem como Isaac Sassoma, engenheiro ambiental e, João Buaio, mestre em ambiente, baseados na legislação ambiental angolana, salientam os “erros” da ministra do Ambiente, na Licença ao lado.
Tendo em conta os factos, Chipilica Eduardo acredita que a Procuradoria Geral da República detém argumentos mais do que suficientes para encetar um inquérito. Espera que o Ministério Público investigue as “circunstâncias que envolveram a senhora ministra do Ambiente ao passar uma Licença Ambiental de Instalação, denominando-a provisória’, porque ‘não existe nada na lei sobre isso.” Logo, “o senhor procurador tem elementos para aferir o que aconteceu e, se existirem elementos, responsabilizar, quer criminalmente, quer civilmente, pelos danos que este acto administrativo lesivo aos interesses dos munícipes, poderá provocar”, argumentou. Começar a construir a casa pelo tecto… A Licença Ambiental de Instalação, assinada pela ministra da tutela, um dia após o Natal, 26 de Dezembro de 2018, atesta não haver perigo para o ambiente. Segundo o Ministério do Ambiente, somente “no primeiro trimestre de 2019” terão recebido o Estudo de Impacto Ambiental (E.I.A.), estudo esse considerado
“inexistente” por ambientalistas, porque não se viram os procedimentos no bairro da Graça. Contudo, a Lei 5/98 de 19 de Junho, artigo 10º, estabelece: “projectos cujas actividades impliquem com interesses das comunidades” estão “sujeitos a Avaliação de Impacto Ambiental e Social, é obrigatória a prática de Consultas Públicas”. Sequencialmente, no artigo 15º está prescrito que “a implantação de infra-estruturas que pela sua localização provoquem impacto negativo significativo no ambiente natural ou social, é condicionada à Avaliação de Impacto Ambiental e Social”.
“Neste momento decorre o processo de Avaliação de Impacto Ambiental. Posteriormente, passar-se-á à fase de consultas públicas com as populações directamente impactadas…”
Assim, no artigo 16º lê-se: “a Avaliação do Impacto Ambiental tem como base Estudos de Impacto Ambiental (…) e devem conter no mínimo: d) um resumo das opiniões e críticas resultantes das Consultas Públicas”. Quando quem deve proteger “é o primeiro a prejudicar”… O engenheiro Isaac Sassoma está profundamente indignado com esta problemática da indústria química em zona urbana. Para si, é ainda mais doloroso saber que o Ministério do Ambiente é “o que mais o prejudica”. O comunicado do ministério diz: “tendo emitido a Licença de Instalação (26 de Dezembro), na ocasião, foi recomendado ao promotor remeter o Estudo de Impacto Ambiental”, ocorrendo “no primeiro trimestre de 2019”. E, 5 meses após terem passado a Licença, alegam: “neste momento decorre o processo de Avaliação de Impacto Ambiental. Posteriormente, passar-se-á à fase de consultas públicas com as populações directamente impactadas…”. Por fim, no artigo 17º “Licenciamento Ambiental”, afirma-se que “a emissão da licença ambiental é baseada no resultado da Avaliação de Impacto Ambiental da proposta da actividade”, porém, o Ministério do Ambiente inverteu a ordem, segundo os ambientalistas. O Decreto 59/07 de 13 de Julho, no artigo 5º “Pedido de Licença”, diz que deve ser “feito mediante requerimento dirigido à entidade responsável, logo que cumpridas todas as formalidades de Avaliação de Impacto Ambiental”. E, no artigo 1º, “Licença Ambiental de Instalação”, significa “autorizar a implantação e alteração da obra”. Ao passar essa Licença Ambiental de Instalação provisória, que “não existe” na Lei, afirmou Chipilica Eduardo, a ministra “errou”. Implica dizer que, a ministra Paula Coelho resolveu “passar por cima da lei”, ao dar o aval positivo “provisório”, permitindo a construção de uma fábrica de fertilizantes químicos numa zona urbana, condena João Buaio, ambientalista.
No artigo 15º, ordena-se: “a entidade responsável pela política do ambiente deve indeferir o pedido de licenciamento ambiental quando: a) a obra e/ ou actividade não obedeçam normas urbanísticas e ordenamento do território”, algo “ignorado”, diz Buaio. Sobre o comunicado do Ministério do Ambiente, enunciando que, primeiro licenciou e somente depois pediu à empresa “Fertiáfrica” um Estudo de Impacto Ambiental, José Ramón, declarou à TV Zimbo ter tomado conhecimento “com muito desagrado”. Isto “demonstra claramente” desrespeito à lei, porque “há uma Licença Provisória” que antecede o Estudo de Impacto Ambiental, logo, “é uma aberração”, indiciou o jurista. Benguela manifesta-se hoje nas ruas Marcada para as 10h30 da manhã de hoje, está a manifestação da sociedade civil em prol da campanha “NÃO À DESGRAÇA NA GRAÇA!!!”, criada contra a indústria de fertilizantes químicos em instalação num meio urbano. Hoje, 17 de Maio, é data do 402º aniversário do município de Benguela. Sair às ruas, de preto, para apelar ao cumprimento dos seus direitos civis, é o presente que os munícipes dão à cidade. Num vídeo divulgado pela Omunga nas redes sociais, na manhã de anteontem, Quarta-feira, o activista e rapper Luaty Beirão declarou apoiar este movimento social, pedindo a todos que adiram à manifestação, em massa. Já o padre Paulino Koteca, da Diocese de Benguela, entrevistado pela Omunga, revelou que é a favor desta campanha, porquanto, “quando a gente quer desenvolvimento, não pode permitir estruturas que prejudiquem o ser humano”. Pois, “o município tem muito espaço onde se poderia construir uma fábrica daquele tipo. Isso passaria por um inquérito à população. Os cidadãos, se isso tivesse sido feito, acho que ninguém concordaria”, reflectiu o sacerdote.
Chipilica Eduardo, jurista
O PAÍS Sexta-feira, 17 de Maio de 2019
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Luanda necessita de um milhão e 200 metros cúbicos de água O presidente do Conselho de Administração da EpAL, diógenes diogo, afirmou ontem, em Luanda, que o volume da água produzida pela empresa ainda é insuficiente, e que necessita de um milhão e 200 mil metros cúbicos para satisfazer as necessidades JACiNTO FiGuEirEdO
Maria Custódia
O
responsável fez estas declarações à imprensa no fim da visita de campo efectuada pelo vice-presidente da República, Bornito de Sousa, às estações de tratamento de água (ETA) do Bita da e da Centralidade do Kilamba. Justificou que actualmente a EPAL produz 550 mil metros cúbicos de água/dia, e que este número é insignificante, sendo que Luanda necessita de um milhão e 200 mil metros cúbicos/dia. Diógenes Diogo informou que a empresa que dirige tem um défice pelo facto de, de forma intermitente, distribuir água a vários pontos da cidade de Luanda. Para a normalização da distribuição de água, o PCA da EPAL defendeu a construção de projectos estruturantes no Bita e em Quilonga, para um aumento do volume de água, complementados com outras acções que passam pela criação de novas tubagens e novas redes para um sistema mais adequado e mais contínuo. Pagamento da água Relativamente ao alto valor do pa-
gamento da água, de que os munícipes reclamam, disse que a EPAL não cobra além do que está estipulado por lei. “Há um novo tarifário em vigor desde o dia 1 de Julho de 2018 e é este que está a ser praticado, conforme a lei estipula”, disse. Anunciou que brevemente a Centralidade do Kilamba poderá usufruir de água 24/24 horas. A nossa reportagem apurou junto de alguns moradores que na Centralidade KK5000 a tarifa mensal da água é de 8 mil kwanzas/mês, enquanto que na do Kilamba é de 20 mil kwanzas. Qualidade da água Sobre a qualidade da água consumida nos últimos dias nestas duas centralidades, o responsável disse estar já incolor, pelo que a situação ficou ultrapassada. “Devo dizer que a água já não está castanha como há uns dias, porque tivemos um trabalho de choque e essa situação não estava nas nossas previsões”, explicou, informando que se está a acautelar para que tal jamais que volte a acontecer. Finalmente, Diógenes Diogo enalteceu a visita do vice-presidente da República, que serviu para se inteirar do funcionamento destas duas estações de tratamento de água.
Vice-presidente da República quando recebia explicações sobre o funcionamento das estações de água
prS capacita militantes da região Sul em matérias de autarquias Com vista a ter uma participação exitosa nas primeiras eleições autárquicas, que o país realiza em 2020, o partido de renovação Social (prS) realizou nesta Quarta-feira, 15, na cidade do Lubango (huíla) o primeiro seminário metodológico regional Sul dirigido a formadores
João Katombela, na huíla
N
o encontro, em que participaram delegados das províncias do Namibe, Cunene, Cuando Cubango, e da Huíla, a coordenadora regional Sul, Juliana Caquene Adriano, pediu aos seus membros maior engajamento na mobilização dos eleitores para se obter um bom resul-
tado nas eleições autárquicas. “Temos uma tarefa longa, de mobilizar os angolanos no sentido de estes aderirem a todas as fases das autarquias”, disse, acrescentando que se tem que trabalhar mais para se alcançar o alvo programado, que é vencer uma autarquia em cada província. Gradualismo geográfico Por seu vez, Pedrito Cuchiri, que representou o presidente do PRS,
Benedito Daniel, nesta cerimónia, disse que a matéria sobre autarquias ainda é uma novidade em Angola, por isso, deve-se redobrar esforços na formação dos militantes do seu partido. No seu entender, a implementação das autarquias no país representa a consolidação da democracia iniciada em 1992 com a realização das primeiras eleições em Angola. Durante o seu discurso, Cuchiri disse que o argumento apresentado pelo Governo como sendo a razão da aplicação do gradualismo geográfico ou territorial como modelo para a realização das eleições autárquicas é “um falso problema”. “É uma violação ao artigo 242º da Constituição da República de Angola, em relação ao gradualis-
CArLOS AuGuSTO/ArQuivO
dr
mo geográfico e territorial”, afirmou.Explicou que o PRS defende o gradualismo funcional (transferência de funções na medida em que o mandato dos autarcas vai durar), tendo-o considerado como o momento de despertar dos
angolanos da política de “divisionismo e de exclusão” Os participantes neste seminário sobre as autarquias vão, de seguida, servir de formadores em todos os municípios das suas respectivas províncias.
ECONOMIA
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O PAÍS Sexta-feira, 17 de Maio de 2019
Solução tecnologica da Sistec para o IVA custou mais de Kz 23 milhões O PCA da Sistec, António Candeias, admite que à entrada em vigor do do imposto Sobre o valor Acrescentando (ivA), com 90% da sua implementação e com custo de mais de 23 milhões de Kwanzas, a “sua” soclução tecnologica para o ivA está a ter acolhimento positivo por parte das empresas dr
António Candeias, PCA da SISTEC
Miguel Kitari
O
Imposto Sobre o Valor Acrescentado começa a ser implementado no início do próximo mês de Julho. Qual o entendimento da Administração da SISTEC sobre este
imposto? Há que ter presente que o IVA é uma lei que já está em vigor, como tal, não nos cabe ter qualquer entendimento sobre ela. Cabe-nos cumprir e contribuir para que este processo possa correr da melhor forma, quer para o contribuinte, quer para a AGT.
A implementação do IVA é contestada por uns e aplaudida por outros, acha que a implementação acontece numa boa época? Obviamente, acreditamos que numa fase inicial irão acontecer muitos constrangimentos, resultantes do facto de a maioria das empresas ainda não estarem contabilisticamente organizadas para a introdução do IVA. A fazer fé nos números de que oiço falar, que referem a existência de cerca de 4.000 contabilistas inscritos na OCPCA, é importante referir que nem todos fazem contabilidade, alguns são funcionários públicos, outros estão na direcção das empresas. Esse número não significa que exista disponibilidade para o mesmo número de empresas, até porque a sua generalidade está em Luanda e o país tem 18 províncias. A título de exemplo, temos a SISTEC, que conta com oito contabilistas inscritos na OCPCA. O nosso contributo para facilitar a vida dos empresários foi disponibilizar ao mercado soluções tecnológicas de gestão capazes de resolver as iminentes alterações fiscais. A SISTEC tem uma solução tecnológica para o IVA, em que consiste essa solução? Para este caso particular do IVA, foram realizadas várias alterações para que os nossos clientes pudessem contar com uma versão do software 100% adaptada à nova realidade do país. Não obstante, e como empre-
sa atenta às diferentes dimensões das organizações que actuam em Angola (e como tal com diferentes níveis de exigência de reporte nacional e internacional), a SISTEC tem vindo, ao longo de mais de 10 anos, a cimentar a parceria com uma empresa portuguesa - a Eticadata, no sentido de disponibilizar às empresas nacionais uma solução exaustivamente testada no mercado português e adaptada ao mercado angolano. O Eticadata é um ERP (Enterprise Resource Plannig), ou seja, trata-se de um software essencial na gestão de qualquer empresa, independentemente da sua dimensão ou segmento. O programa comporta vários módulos de apoio à gestão nas mais diversas áreas de negócio, que incluem a gestão comercial e financeira, contabilidade e recursos humanos. O Eticadata pode adaptar-se a qualquer indústria, desde o turismo, cobrindo todo o canal horeca (hotelaria, restauração e cafés), a empresas de logística, ao sector de distribuição ou a redes de retalho. Ou seja, pode incluir todas as empresas angolanas que a partir de 1 de Julho estarão sujeitas ao novo regime fiscal. Qual é a nacionalidade dos técnicos que trabalharam na solução tecnológica? O desenvolvimento deste ERP foi requerido na sede da Eticadata. Todavia, toda a parametrização que contempla as especificidades do mercado angolano foi feita localmente pelos técnicos da SISTEC, que, à excepção de um, são todos angolanos, incluindo o coordenador. Três deles estão na empresa praticamente desde a sua fundação. Os projectos desta natureza devem integrar diversos intervenientes em toda a sua cadeia de valor.
Quando custou a sua elaboração? Tal como referido anteriormente, o desenvolvimento de software faz parte do nosso ADN. É difícil quantificar um valor específico sem considerar todo o investimento feito pela SISTEC ao longo de quase 3 décadas a operar no mercado angolano. O custo que quantificamos foi a aposta nos recursos humanos de excelência com capacidade técnica de criar soluções adaptadas ao mercado nacional, sem ser necessário importar programas, pagar licenças que em muitos casos têm uma aplicabilidade limitada por não terem sido desenhadas de raiz para a nossa realidade. O valor orçamentado para este projecto específico (alteração do nosso software e parceria com a Eticadata) foi de AKz 238.000.000,00. Neste momento podemos dizer que a sua execução está em cerca de 90% e sem desvios orçamentais. Como é que está a ser acolhida a solução tecnológica apresentada pela SISTEC? De um modo geral, tem sido muito positiva, as empresas têm necessidade de actualizar os seus programas informáticos de gestão para se adaptarem à introdução do IVA. Sentimos que a grande preocupação dos clientes tem sido confirmar junto da SISTEC se existe, de facto, uma solução tecnológica compatível com as suas necessidades, que lhes permita cumprir o novo quadro de exigência fiscal. Qual é o grau de participação da empresa neste processo? É total! Repare, a partir de 20 de Maio estaremos a oferecer um curso em horário laboral e póslaboral 100% grátis, de 60 horas “Formação e Certificação ERP ETICADA SOFTWARE”, na nossa sede do Maculusso, aos já utilizadores da aplicação. O interesse da SISTEC é formar parceiros, revendedores e futuros interessados para trabalharem na comercialização em Eticadata. Disponibilizar este novo produto ao mercado irá auxiliar todos os grandes contribuintes angolanos a fazer a transição, o mais rápido possível, para o novo ambiente fiscal do IVA. Este é o nosso grau de compromisso com o país.
MERCADOS
O PAÍS Sexta-feira, 17 de Maio de 2019
19 BREVES
Taxas de Juro Taxa BNA Libor uSd 6M Libor GBp 6M Libor JpY 6M Euribor 6M Luibor 6M
Cot. 15/05/19 15,750% 2,551% 0,905% -0,002% 0,000% 16,210%
∆ Diária (p.p) 0,000 0,000 -0,004 -0,005 0,232 0,000
16,99% 16,97% 16,95% 16,93% 9/Mai
Mercado ACCIONISTA Índices Accionistas Cot. 15/05/19 dow Jones (EuA) 25 648,02 S&p 500 (EuA) 2 850,96 FTSE 100 (inglaterra) 7 296,95 iBovespa (Brasil) 91 623,44 CSi 300 (China) 3 727,09 Nikkei 225 (Japão) 21 188,56
∆ Diária (%) 0,454 0,584 0,764 -0,509 2,248 0,576
Cot. 15/05/19 62,02 71,77 1 297,80 14,75 2,60 274,30
∆ Diária (%) -0,204 -0,036 -0,410 -0,201 -0,086 0,667
∆ Diária (%) 0,388 0,744 0,116 0,000 -2,181 0,661
Luibor Taxas BNA Luibor O/N Luibor 1 Mês Luibor 3 Meses Luibor 6 meses Luibor 9 meses Luibor 1 Ano
15/Mai
25 570
11/Mai
13/Mai
15/Mai
Mercado Cambial A libra e o euro perderam valor face ao dólar norte-americano, como resultado da expectativa sobre a evolução das negociações comerciais. As moedas fixaram-se em 1,2864 e 1,1206 USD por unidade, uma redução de 0,4% e 0,04%, respectivamente.
1,125 1,122 1,119 1,116 9/Mai
11/Mai
13/Mai
15/Mai
Brent C rude F ut.
72,0 70,8
∆ Diária (p.p) 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
Mercado de Matérias-primas Os preços, do Brent e do WTI, aumentaram cerca de 0,7% e 0,4%, para 71,77 e 62,02 USD/barril, respectivamente. A redução das reservas de gasolina nos EUA beneficiou a cotação da commodity.
69,6 68,4 9/Mai
11/Mai
13/Mai
15/Mai
Luibor A taxa de juro Luibor Overnigth mantem-se inalterada, em 15,73%, há um mês, abaixo do nível da Taxa BNA, que se situa em 15,75%. Por outro lado, a taxa de juro Luibor a 1 ano atingiu 16,96%.
Luibor 1 Ano Cot. 15/05/19 15,73 15,50 16,06 16,21 16,51 16,96
Mercado Accionista As indicações que apontam para o recomeço das negociações comerciais entre os EUA e China, contribuíram para recuperação do índice CSI 300, da China, que registou um aumento de 2,25% fixando-se em 3.727,09 pontos.
26 020
EUR / USD
Mercado DAS COMMODITIES Commodities WTi Crude Fut. Brent Crude Fut. Gold 100 Oz Fut. prata Fut. Gás Natural Fut. Cobre Fut.
13/Mai
26 470
Mercado CAMBIAL Cot. 15/05/19 325,7460 1,1206 1,2864 109,4400 14,2165 4,0018
11/Mai
Dow Jones (EUA)
25 120 9/Mai
Taxas de Câmbio uSd/AKz Eur/uSd GBp/uSd uSd/JpY uSd/zAr uSd/BrL
Mercado Interbancário A manutenção da taxa de crescimento económico homólogo da União Europeia, no Iº trimestre, em 1,5% poderá ter contribuído para a redução da taxa de juro Libor GBP a 6 meses em 0,4 p.p., ao situar-se em 0,91%.
Libor USD 6 Meses
Mercado TAXA DE JURO
2,610 2,575 2,540 2,505 9/Mai
11/Mai
13/Mai
15/Mai
Açúcar do Brasil pode ser comercializado na China A ministra da Agricultura, pecuária e Abastecimento do Brasil vai solicitar às autoridades da China autorização para que o açúcar produzido a partir de cana geneticamente modificada possa ser exportada para o país. A ministra Tereza Cristina Correia disse à agência reuters que o assunto será debatido durante uma visita à Administração Geral de Alfândegas da China, com cujos responsáveis irá argumentar que o acúcar resultante não contém traços dos genes que fo-
ram modificados para que a planta possa resistir melhor a pragas e doenças. O Centro de Tecnologia Canavieira do Brasil desenvolveu uma variedade de cana geneticamente modificada que é resistente à broca (diatraea saccharalis), principal praga que ameaça a cultura, tendo o Governo brasileiro aprovado o seu uso comercial e a agência de regulação do Estados unidos “Food and drug Administration” concluído que o consumo daquele tipo de açúcar é seguro.
Seguradoras no capital social do BIG Moçambique O capital social do banco BiG Moçambique foi aumentado com a entrada de três novos accionistas, as companhias de seguros hollard e Global Alliance da África do Sul e a Empresa Moçambicana de Seguros, disse o administrador executivo Mário Bolota. O administrador executivo do grupo português BiG responsável pela actividade em África disse ainda ao jornal português público que as três companhias de seguros passaram a deter em conjunto 16% do capital social do banco BiG Mo-
çambique, ficando o grupo com uma participação de 83,99%. O aumento de 599,4 milhões de meticais fez com que o capital social do banco a operar em Moçambique tenha passado a ser de 1,1 mil milhões de meticais (17,1 milhões de dólares). O administrador informou ter o investimento da Global Alliance Seguros sido realizado em nome de investidores institucionais, caso do Fundo de pensões dos Trabalhadores da Mozal e o Fundo de pensões Aberto (Global Alliance).
Banco Mundial aposta na formação em Angola O Banco Mundial vai conceder um crédito de mil milhões de dólares a Angola para, ao longo de seis anos, desenvolver projectos, com destaque para a formação profissional, disse Quarta-feira, em Luanda, o representante para Angola e São Tomé e Príncipe.
Olivier Lambert prestou a informação durante um encontro de uma delegação do Banco Mundial com deputados da 5.ª Comissão para a Economia e Finanças e a 6.ª Comissão de Saúde, Educação, Ensino Superior, Ciência e Tecnologia, segundo a agência noticiosa Angop.
Grande Entrevista
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O PAÍS Sexta-feira, 17 de Maio de 2019
É mais duro ser gay em Cabinda do que em Luanda ou Benguela” entrevista de Dani Costa fotos de Carlos Moco
Com a homossexualidade discriminada, o Executivo angolano, através do Ministério da Justiça, reconheceu, há pouco tempo, a existência da Associação irís, uma organização de defesa das Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transsexuais (LGBT) no país. Com representação em Luanda, Benguela, huambo e huíla, o grupo vai desenvolvendo actividades para a defesa dos seus associados. Num dia como hoje, 17 de Maio, mundialmente dedicado à luta contra a homofobia e transfobia, o director-geral da Íris, Carlos Fernandes, fala dos propósitos da organização e dos principais problemas que enfrenta a comunidade
O
que é a Íris? A Íris é a uma associação de LGBT e Gays, que engloba as lésbicas, bissexuais, transsexuais e intersexos. A nossa ideia em nos juntar era no sentido de nos apoiarmos nós próprios, por forma a dar voz à nossa comunidade dentro da sociedade angolana. Foi difícil reunir a comunidade de gays, lésbicas, transexuais para se criar a associação? Não. As pessoas, no geral, não tinham conhecimento, mas nós já somos uma comunidade há bastante tempo. Entre nós, nos conhecemos há bastante tempo, apesar de que a sociedade só mais tarde, em 2018, teve conhecimento devido a este boom. Por exemplo, eu faço parte de um grupo específico da nossa comunidade há mais de 12 anos. Nos primeiros anos pouco se ouviu falar de nós, porque fazíamos um trabalho mais interno. Queríamos unir mais a comunidade e saber como é que iriamos trabalhar com esta problemática, as barreiras e outras situações que existem.
Buscar aceitação seria permitir que alguém me filtre e depois diga que sou digno de ser aceite. Eu não quero”
É difícil ser gay, transexual ou lésbica em Angola? Normalmente digo à minha mãe, mesmo que eu acorde num dia e não me lembre de que seja gay, basta pôr o pé fora de casa, a sociedade vai fazer questão de me lembrar que sou gay. Os comentários das pessoas e as situações na rua chegam até ao sítio ou local em que me tenha de dirigir. Para ver mais ou menos o tipo de di-
O PAÍS Sexta-feira, 17 de Maio de 2019
ferença, faz mais ou menos uma semana desde que cheguei de Portugalequando lá estou, mesmo parado num sítio, sou um indivíduo mais no meio de tantos. Mas aqui é um pouco sufocante eu parar num sítio, por causa dos comentários bons e maus. Não é possível ser mais um no meio das pessoas, porque há sempre alguém que tenta evidenciar aquilo que sou. O facto de se ter formado a associação Íris, agora reconhecida pelo Estado angolano, conseguiu reverter a forma como são vistos os gays, lésbicas e transsexuais no país? Eu creio que alguma coisa mudou, mas não começa só daí. É um processo que já vem de trás. De princípio era um trabalho feito para nós, mas quando decidimos sair para fora e falar com aqueles que chamamos decisores, isto é, as pessoas que estão no Governo e noutros sítios preponderantes, vai dar este resultado. Escolhemos primeiro a saúde, porque quando entramos para trabalharnestesectorvamosencontrar vários decisores, como os ministérios da Saúde, da Justiça, da Educação e da Família. De certa forma, isto abriu um diálogo entre os vários sectores, o que vai culminar com a própria legalização da associação e a posteriori a descriminalização da homossexualidade. Tudo isso é resultado de anos de trabalho, não é algo feito por uma pessoa singular. Numa entrevista que concedeu em tempos dizia que ‘tinha sido criada a associação no sentido de se quebrar o preconceito que ainda existia na sociedade’. Mantêm a mesma ideia? O problema em Angola é o seguinte: o ser gay não é muito difícil em caminhar na rua e na minha própria segurança não há assim um receio, embora existam as agressões verbais e às vezes as físicas. Muitas coisas mudam quando é na família de alguém. A percepção das pessoas é que ‘respeito, ainda acho graça, ou falo mal’. Mas quando já é na nossa família, as coisas mudam muito. Então, ainda tentamos resolver esta questão do preconceito. Sabemos que é algo que não vamos conseguir fazer sózinhos. Por exemplo, como é que vou ajudar um jovem de 14 anos que está dentro da sua casa a sofrer violência dos seus pais? Eu, como organização, ainda não tenho um leque de parceiros que possam proteger isso tudo. E quando falamos disso mencionamos o Ministério da Criança, da Família e até o próprio UNICEF, porque nós sozinhos não vamos conseguir convencer um pai ou uma mãe de um adolescente que não adianta agredir o
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seu filho devido à sua orientação sexual. Não adianta estar a limitar a liberdade deste jovem por causa disso, porque ainda há um medo sobre o que os outros vão pensar quando souberem que o meu filho é gay. Às vezes, o problema não está em nós ou na própria família, mas sim na aceitação dos outros, porque muitas vezes os pais sentem-se sufocados. Por isso, estamos a trabalhar contra o estigma e o preconceito, porque muitos deles são causados pela falta de informação dos próprios pais e da sociedade no geral, que tem o seu próprio conceito do que é a homossexualidade. Qual é o conceito que as pessoas em Angola têm da homossexualidade? A primeira visão que tenho é que a ideia inicial é que todo o gay quer ser mulher ou uma imitação de uma mulher, assim como ficam focados na forma como faço sexo. As pessoas, quando olham para mim não vêm o Carlos, mas sim a forma como eu faço sexo. Isso continua a ser um rótulo e cria impedimentos para se conhecer as pessoas. Cria logo uma barreira, a ideia de que ele é gaye quersermulhernãovaichegar, mas a liberdade de conhecer porque pensa que sou gay e, se falar com um hetero, ele vai querer me conquistar. Isso cria logo uma ideia um pouco deturpada do que é ser gay e o que nós, enquanto comunidade, queremos ou somos. Então ajude-nos a perceber: quem é gay?
Há duas ou três semanas, uma menina foi agredida num bar com garrafa no pescoço e quase que ia perdendo a vida. Na outra semana recebi um outro jovem. Em casa descobriram que era gay e começaram a espancar-lhe aí mesmo, depois colocaram-lhe fora e os vizinhos também ajudaram a espancar
Um gay é uma pessoa que sente atracção afectiva por outra pessoa. A relação entre as pessoas não são baseadas em sexo mas sim em sentimentos. Então, o que tento explicar é isso: eu posso mudar o meu comportamento sexual, posso deixar de ter relações sexuais, mas afectivamente não tenho como escolher a quem gostar. Não é uma escolha minha, é algo incutido no ser humano e que acontece. Senão, todo o mundo ía escolher uma pessoa rica e não seria aquilo que chamamos amor, que nasce directamente nas pessoas. O que pretendo é que as pessoas entendam que ser gay é apenas um detalhe da minha vida. Noutras coisas eu faço e tenho as mesmas obrigações que qualquer outra pessoa na sociedade. Tenho que trabalhar, pago os mesmos impostos e tudo o que é obrigatório numa sociedade dita normal, mas ainda tenho que superar esta barreira de ser diferente, embora cobrada a mesma coisa que os outros. Os seus pais aceitaram facilmente quando souberam que é gay? Eu não falo aceitação. Primeiro, não busco aceitação de ninguém, nem dos meus pais nem de ninguém que exista na terra. Buscar aceitação seria permitir que alguém me filtre e depois diga que sou digno de ser aceite. Eu não quero. Qual seria a palavra ideal na questão do homossexualismo? A palavra ideal é respeitar a orientação sexual de alguém ou a diver-
sidade de pessoas que existem no mundo. Quando falo de direitos, até porque trabalho com direitos humanos, nunca vejo os direitos dos gays e das lésbicas como um direito isolado. Quando estamos a falar em direito, estamos a falar num todo. Eu, como sou luso-africano, tive mais facilidade com a minha família portuguesa que a angolana. Levei um processo um pouco difícil, porque sabemos que em África iremos lutar contra o que é imoral e o que é a tradição africana. Eu creio que no fim de tudo o que prevaleceu é o indivíduo na minha família. Acho que chegou um ponto em que viram que temos que olhar para o Carlos em si. Depois de muitos anos, sinto que eles é que cobram a minha pessoa para estar com eles. Alguns dizem que afinal aquela questão da homossexualidade é um detalhe, porque eu como pessoa tenho mais para oferecer ou dar. A história do Carlos não é semelhante a de muitos outros casos que chegam à Irís? Não é. Quais são os relatos que têm recebido? Ouvimos casos desde a limitação de liberdade quando é um pouco na adolescência. Há a ideia de escolacasa e casa-escola. Quando se fala das lésbicas há a pressão de elas terem filhos, porque depois já não há tanta pressão familiar. Também, às vezes, há expulsões de casa. Já houve casos de pessoas que foram sub-
metidos a tratamentos tradicionais. Nunca é fácil. Há uns que são postos fora de casa pelos pais. Alguns encaminho para uma organização que tem uma casa de acolhimento e outros coloco-os na minha própria casa. Estou a falar apenas de Luanda, porque se formos para o Norte de Angola as pessoas e as reacções são mais duras. O que se passa no Norte de Angola? É mais duro ser gay em Cabinda do que em Luanda ou Benguela. O que aconteceria a um gay em Cabinda em relação aos que estão em Luanda? Dou-lhe um exemplo: em Luanda ando de mãos dadas com o meu parceiro na rua, porque não tenho medo da reacção das pessoas. Mas, certamente, em Cabinda as pessoas não se sentem confortáveis serem abertamente gays ou lésbicas por causa da repressão. A forma como está construída a nossa sociedade tem impacto na comunidade em que vivemos. Às vezes, as pessoas se escondem para não sofrerem este impacto da comunidade em que vivem. Há muitos casos de miúdos que fogem de casa por causa das represálias? Eu tenho dito que uma parte boa das coisas é que a lei avançou, mas nós próprios, associação, e a estrutura ... não avançou ainda. O que pretende dizer? Hoje em dia temos leis que punem quem viola os nossos direitos. Também tínhamos que ter sistemas que apoiassem isso. Quando lhe falo da criança que está a ser discriminada dentro de casa, o próprio Ministério da Família e Promoção da Mulher, o INAC, têm que entender que uma violência baseada na orientação sexual de um adolescente fere o direito da criança. Enquanto ainda não conseguirmos juntar isso, há quem pense que talvez o pai devesse ajudar a endireitar aquela criança, porque pode ser ‘só uma fase’. Ainda não há um casamento entre as coisas, para que não aconteça como no Brasil. No Brasil há leis bonitas, mas o povo não entende as referidas leis. É este o trabalho que agora precisamos. Já temos os mecanismos, agora devese começar com uma educação no povo e nas famílias para que entendam e respeitem as pessoas. Não é aceitar, mas que respeitem para que não batam nem matem. Não queremos leis específicas para nós, como se fossemos seres humanos diferentes, mas sim mecanismos para punir quem fere estes direitos.
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Grande Entrevista
Há pessoas que ainda julgam a ho mossexualidade como moda. Há uma idade em que as pessoas já sentem que sou gay, lésbica ou que a minha orientação sexual é diferente de um hetero? O próprio ser humano, mesmo não sendo gay ou hetero, leva algum tempo para compreender. O que nós como sociedade temos que entender é que da mesma forma que não ensinas o teu filho a ser hétero, ninguém ensina o seu filho a ser gay. Há quem se tenha tornado gay por influência? Não. Não sei de ninguém que tenha sido gay por influência. Pode ser uma questão anormal, mas são os tabus que ainda existem na sociedade, por isso gostaria que nos ajudasse a compreender. Sim, compreendo. Ontem vi uma notícia onde se dizia que um gay de 15anossuicidou-se.Quandovianotícia, a primeira coisa que me veio à cabeça foi que as pessoas costumam usar ou dizer que ‘eu é que escolhi assim, eu é que optei’. Será que se fosse uma escolha, este jovem que se matou não ia preferir deixar de ser do que optar por acabar com a sua vida? Então, é algo que está dentro da própria pessoa. O que as pessoas não têm consciência é que quanto à homossexualidade notas desde criança. Muitas vezes, estas crianças têm medo que os seus pais saibam, então faço o necessário: controlar tudo o que falo e penso. Tem-se uma vida de dupla personalidade. É uma criança que tem medo do que vai ser no futuro, porque desconhece qual será a reacção dos seus pais. É um processo solitário, não pode dividir com alguém o que está a passar, por isso disse que as pessoas fogem cedo de casa. Descobrem outros gays que vivem confortavelmente com a sua orientação sexual e sonham ter esta vida sem pressão, medo e perder a própria família. A família também, às vezes, diz que não te aceito assim, mas respeito. É triste quando se diz: ‘eu te amo, mas aquele detalhe não’. Sente-se que a pessoa não te ama como um todo. Falou da dupla personalidade, mas háumtermo que é muitousado, mas desde já vai o nosso pedido de desculpas caso não goste, ainda há muita gente que demora a ‘sair do armário’ por causa desta dupla personalidade? Há vezes em que tem a ver com alguma pressão social. Conheço jovens que se sentem mulher, mas por causa da faculdade, por saber que os pais vão parar de pagar, preferem sufocar o que são, por causa desta ques-
O PAÍS Sexta-feira, 17 de Maio de 2019
porque a tua protecção sexual vai ser a última coisa em que vais pensar. Não encontras atenção, carinho nem suporte em algum lado.
tão da educação e da exclusão. A vida em si é que obriga as pessoas a terem dupla personalidade para não perderem algumas das partes que mencionei. Mas nem todos é dupla personalidade. Porexemplo,vou assumir porque que sou homossexual, se nenhum hetero também se assume como tal?
Já tiveram casos de familiares que vieram ter à associação por não gostarem do apoio que têm dado aos seus parentes? Não. Falamos com os jovens e sabemos quais são os comportamentos sendo ou não gays, porque não diferem muito dos mesmos problemas que outros jovens sofrem. Já tivemos situações de pais que procuraram por nós porque os filhos diziam que vinham nas actividades da Íris. Mas vinham mais para ver se os filhos estavam na Íris ou não. Mas nunca na ideia de serem contra.
Há vários membros da associação que ainda não assumiram a sua condição sexual? Sim, há vários, entre os assumidos e não assumidos. Nós entendemos, como lhe disse, temos que medir sempre o impacto disso na vida da pessoa. Quanto a mim, interessa como organização o apoio que queremos dar às pessoas. A prioridade é sempre comunidade. Quando vou para ajudar não vejo em que condições.
É muito difícil para um gay conseguir emprego? Eu creio que para a população no geral é muito difícil, mas quando há aquelas barreiras na educação aumentam mais. Quando tens um nível educacional baixo, as oportunidades de emprego também são menores.
A associação está representada noutras províncias? Nós estamos em Benguela, Huíla, Huambo e Luanda, mas em diferentes contextos. Nas outras províncias, exceptuando Luanda, estão ainda naquela fase de iniciação como nós começamos para a própria comunidade. Aqui em Luanda fazemos advocacia nacional como internacional. Quantos membros tem a associação neste momento? Assim imediatamente não lhe consigo dizer. O número de membros tem aumentado ou diminuído? Posso dar uma ideia, não de números, mas das pessoas envolvidas. Antes, nós tínhamos uma equipa de 12, mas agora temos mais de 40. Hoje há outros movimentos que também acabamos por absorver. Quais são estes movimentos? Como sabe, a LGBT é composta por várias letras. Temos movimentos específicos para algumas letras, outros para questões de saúde. Somos como um guarda-chuva, mas outros trabalham para grupos específicos dentro de nós. Disse que alguns dos jovens vêm ter com a associação. Neste caso, a associação tem feito advocacia junto das próprias famílias destes jovens? Junto das famílias é um pouco mais difícil. Apesar de hoje em dia existirem mecanismos de punição, não há uma garantia se eu depois de falar contigo, sobre um filho gay, não irá piorar ainda mais a situação do mesmo. Também não há uma garantia de que eu vá falar contigo e
Nós já somos renegados na sociedade, na família, na educação, será que até Deus vai nos renegar? É algo que temos que repensar
não me faças mal. É aqui que se teria que usar os sistemas punitivos para reprimir. A nossa ideia é não usar as coisas para intervir, mas sim para evitar. Para isso, temos que ter outros parceiros que façam isso connosco. O diálogo com a família não pode ser só feito por nós associação de LGBT. Tem que haver apoio do próprio Ministério da Família e da Mulher, que reconheça que existimos e estamos a passar estes problemas dentro das nossas famílias. Em Angola, as primeiras pessoas a nos descriminarem são da própria família. Isso depois acarreta o resto de todos os problemas. Se for ver alguns dados de saúde, dados de seroprevalência, vais ver que os indicadores acesso à educação e à saúde são muito baixos. Então vais ter um número muito alto de abandono da escola, pouco acesso ao emprego e à saúde, o que vai fazer com que esta população sofra mais de VIH do que a população no geral. Se você não tem educação, emprego, mas com estigma e discriminação na tua família, você torna-se uma pessoa muito vulnerável em relação ao aspecto de transmissão de doenças,
Diz-se também que a comunidade LGBT tem um espírito empreendedor muito grande. Trata-se de um espírito de sobrevivência ou é algo que nasce mesmo já dentro de um gay? Alguém uma vez me disse o seguinte: ‘só um gay sabe o quanto é difícil ser gay’. Muitas vezes ando na rua e não me incomodo, mas é preciso ter um poder de encaixe muito grande. Imagine todos os dias a mesma pressão e os mesmos comentários! A diferença é que às vezes enfrentamos isso com um sorriso. No campo ‘empreendedor’, por causa deste espírito temos alguma queda para coisas como a arte, cultura, mas dentro da sociedade angolana temos LGBT em vários lugares. Há muito espírito de entre-ajuda? Sim. Quando algum indivíduo da comunidade sente ou precisa de algo recorre a nós. Quando falamos do Huambo, por exemplo, no ano passado tivemos um LGBT que era portador do VIH e estava com tuberculose. Foi abandonado. A própria comunidade juntou-se para comprar comida, tirar-lhe do local em que se encontrava para fazer consultas e o internamento. O mais triste é que ele acabou por morrer. Para piorar ainda mais a tristeza, no dia seguinte a família conseguiu dinheiro e enterrou-lhe logo. A pessoa passa meses no hospital com problemas de alimentação, mas ninguém se importa. Mas quando se morre, no dia seguinte é enterrado.
O PAÍS Sexta-feira, 17 de Maio de 2019
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‘As pessoas têm sempre algum versículo da Bíblia para nos atacar’ Como é que viram o facto de o novo Código Penal já não criminalizar a homossexualidade? De certa forma, já tínhamos conhecimento de que isso iria passar. Como assim? As pessoas pensam que é um processo novo e algo gerado por este Governo. Não é. O caso do Código Penal vem do antigo Governo e é algo que já vinha a ser revisto há algum tempo. Já tínhamos conhecimento do que estava escrito. Estávamos à espera não é só que se retirasse a lei de 1889 que criminalizava, mas também os mecanismos que punissem quem viola os nossos direitos. Háoutros aspectos que gostariam de ver alterado na legislação? Quando se fala, por exemplo, nos mecanismos de punição, nós vimos que aborda apenas a questão da orientação sexual mas não a identidade do género, isto é, quando acho que nasci com um sexo diferente da identidade que sou.Nãohá uma protecção, ou seja, de certa forma é um impedimento. No contexto africano, quando se fala da comunidade gay, as pessoas têm logo aquela ideia de casamento e adoptar filhos. Não digo que não são importantes, mas as mais gritantes não são estas. É a família nos discriminar e as barreiras que temos no dia-a-dia. Se ainda não conseguimos ter uma vida normal, então não é essencial pensar no casamento. Se ainda não tenho um respeito da sociedade, como é que vou conseguir cobrar aos meus filhos ou fazer com que a sociedade me respeite e aos meus filhos? Tem um parceiro? Sim, tenho um parceiro. Pensa em se casar um dia com o teu parceiro? Sim. Pretende casar-se no exterior, naqueles países em que se aceita o casamento entre pessoas do mesmo sexo, ou acredita que seja possível um dia em Angola? Primeiro, quando se fala do casamento temos que ver dois aspectos. Quando se fala do casamento, a ideia que existe é heteronormativa. As pessoas têm aquela ideia da coisa bonita, da festa e isso tudo. É o que se pensa que nós homossexu-
ais queremos, mas não é. As pessoas têm que ter noção do seguinte: eu tenho um parceiro, a sociedade aceitando ou não, estou a construir uma vida com ele. Agora pense, se vivermos 10 ou 20 anos e eu morrer? Você que fez a vida comigo, construímos as coisas juntos, é justo não ter direito a nada, porque a minha família não lhe vai dar este direito? Quando se fala em casamento, estas são algumas coisas que queremos salvaguardar. Quando se fala por exemplo dos filhos, há muitos casais LGBT que têm filhos de outros relacionamentos antigos, mas vivem juntos. Que direitos vou ter se viver contigo seis ou sete anos, temos um filho em conjunto, mas não queres que eu veja mais a criança? São estas coisas que vemos quando falamos do casamento, mas as pessoas pensam que, como sou gay, quero pôr um vestido de noiva. Não é. Nós queremos salvaguardar alguns direitos que os casais heteros também pretendem salvaguardar. Tudo o que um hetero tem, então nós devemos ter os mesmos direitos e privilégios. Não tem nada a ver com o se é moral ou tradição africana. É direito garantido pela lei de que um indivíduo tem direito a isso. Tocou pela segunda vez no termo tradição africana. Este facto ainda pesa muito para a comunidade LGBT? Sim. Às vezes, o nosso problema é pensarmos que tudo é novo, as coi-
sas só estão a acontecer agora e que há muitos anos não existia. Daí alguns dizerem que ser homossexual não é algo que vem de África, foi o estrangeiro que trouxe. Se virmos isso internamente, vamos ouvir por exemplo que ‘nós os bakongos não aceitamos isso, porque é contra os nossos princípios’. Ao contrário dos outros LGBT ao nível do mundo, muitos só têm o problema da religião, em que os cristãos são contra ou os muçulmanos também. Em África temos os cristãos contra nós, os muçulmanos e também a tradição africana. O que pesa. Apesar de aqui em Angola ser um pouco mais soft, em muitos países de África chega-se ao ponto de os gays não poderem ser enterrados em cemitérios. Desenterram-te porque a população acha que por ser gay não é digno de estar ao lado dos seus antepassados por causa desta ideia da tradição africana. A posição da Igreja Católica ainda é incómoda? Quando ouvimos o que o Papa Francisco vai dizendo, vimos que há uma abertura da própria Igreja Católica. É um processo. O actual Papa é mais aberto? Além de ser mais aberto, na minha visão pessoal tenho analisado o seguinte: a Igreja foi feita para os pecadores. Se se fechar as portas para os pecadores, onde é que as pessoas irão passar? O que quer dizer com isso? Tudo. Não existe na terra alguém que seja santo. Todo o mundo peca. A Igreja foi feita para as pessoas pecadoras lá irem se santificar ao longo dos tempos, mas não podemos escolher se este é ou não digno. Nós já somos renegados na sociedade, na família, na educação, será que até Deus vai nos renegar? É algo que temos que repensar. Já sentiu em algum momento que até as portas de Deus lhe estavam a ser encerradas? Normalmente, vejo que as pessoas têm sempre algum versículo da Bíblia para nos atacar. Dizem que somos aberrações e um leque de nomes. Portanto, eu posso ser gay, mas acredito na compaixão de Cristo. Na última ceita, Jesus estava com Judas na mesa a comer. Jesus sabia que
Judas seria o responsável pela morte dele, mas ainda assim compartilhou a santa ceia com ele. Poderia ter dito: ‘não quero, vou morrer por culpa dele ou ele irá parar no inferno’. É mais ou menos nisso em que me fixo: em Jesus. Essa crença fortalece a vossa luta? Como já lhe disse, viu a quantidade de barreiras que nós ultrapassamos? Vou-lhe dar um exemplo: eu já fui espancado, atirado numa obra sem roupas, com pessoas na rua. Se não acreditasse em Deus, será que hoje estaria vivo? É mais ou menos a mesma ideia, sempre que saio de casa fico a pensar se não vai aparecer um louco que não gosta de mim e bater de repente por aquilo que sou? Se não tivesse ou não acreditasse neste Deus, não teria esta coragem de todos os dias sair. Durante algum tempo fizeram um estudo sobre as condições de vida dos integrantes da comunidade LGBT. A que conclusão chegaram? O estudo não é sobre as condições de vida, mas vamos ter os indicadores de que lhe falei: a educação, emprego e acesso à saúde. Em tempos fizemos um projecto desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e outros parceiros regionais que identificaram algumas barreiras que dificultam a vida dos LGBT no acesso à saúde. Os dados são animadores? O problema continua no estigma e na discriminação no seio da família e que são gritantes. Às vezes há também a nossa própria incapacidade de poder ajudar as pessoas que estão no Huambo ou noutro ponto do país. Aparenta ser tudo normal, que as pessoas não sofrem grandes coisas, mas acontece. Há duas ou três semanas, uma menina foi agredida num bar com uma garrafa no pescoço e quase que ia perdendo a vida. Na outra semana recebi um outro jovem. Em casa descobriram que eragay ecomeçaramaespancar-lhe aí mesmo, depois colocaram-lhe fora e os vizinhos também ajudaram a espancar. Há muitos membros da comunidade como profissionais do sexo? Não muitos. Existe um grupo conhecido como as ‘mulheres trans’
ou ‘travestis’ mas isso muitas vezes é associado à falta de oportunidades. Já é difícil a família aceitar um gay, mas o mais difícil é aceitar um gay que quer ser mulher. A maior parte deles é posta na rua. Então, por causa da sua situação de género, as pessoas não as contratam para trabalhar. Não entram na educação por causa da forma como se apresentam. Não conseguem tratar o bilhete porque têm que mudar a aparência ou cortar o cabelo, mas elas não querem. Isso cria um leque de barreiras que faz com que algumas recorram ao trabalho de sexo. Os problemas na comunidade LGBT são transversais ou há um segmento em que mais se destacam? Eu creio que a questão é o quão visível tu és. Ser trans é logo um problema, porque eu ser gay e não demonstrar ainda se pode esconder. Quando sou trans já se nota e torna-se mais grave. Se eu for lésbica e andar com uma mulher de mãos dadas na rua, as pessoas que virem nem lhes passara pelas cabeças que elas sejam lésbicas. Podem pensar que são duas amigas. Agora, se for eu e o meu parceiro de mãos dadas, vão logo pensar: não é normal vermos dois rapazes de mãos dadas. Há uma associação reconhecida, tiveram apoios internacionais e os projectos vão sendo desenvolvidos. Já pensaram na realização de uma ‘parada gay’ em Angola? É uma pergunta que a própria comunidade me faz. Eu respondo que irá acontecer no momento certo. Creio que há outros passos, porque o foco que a os meios de comunicação social deram às marchas tirou o seu valor político. A midia desgastou tanto a imagem das marchas que as pessoas pensam que uma marcha gay é para as pessoas irem à rua e estarem aos beijos. Quando falo com a comunidade, eu digo que há um caminho a percorrer. Este ano faz 50 anos do movimento no mundo, as pessoas voltaram a perguntar se teremos. É preciso continuar a educar a população. Já temos uma marcha que aos poucos tem dado visibilidade à comunidade, que é a marcha do VIH. Tenho dito à comunidade que quanto mais visibilidade ganharmos dentro desta marcha, talvez possamos sair daí. Por enquanto, o ideal é criar eventos aberto socialmente para as pessoas irem, compreender e entender.Até porque marcha é um direito garantido pela própria Constituição. Para não fazermos como a África do Sul em que todo o mundo faz marcha para alguma coisa.
MuNDO
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O PAÍS Sexta-feira,1 7d eM aiod e2 019
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duas russas são feridas no iémen após ataque da coalizão árabe Duas cidadãs russas ficaram feridas após um ataque aéreo da coalizão liderada pela Arábia Saudita na capital iemenita, Sana, de acordo com informações do canal Al-Masirah, gerido pelos houthis.
No Oriente Médio aumentou a violência depois do ataque à Arábia Saudita
‘E
ntre os feridos há duas russas que moravam no bairro atingido pelos ataques”, comunicou o canal, citando um representante do Ministério da
China se opõe a medida dos EuA de colocar gigante Huawei na lista negra
A
dr
EUA, Donald Trump, assinou na Quarta-feira um decreto a impedir empresas do país de usarem equipamentos de telecomunicações feitos por companhias consideradas como risco à segurança nacional. “A China enfatizou muitas vezes que não se deve abusar do conceito de segurança nacional, e que ele
cial em Sana. Como resultado, seis pessoas morreram, dezenas ficaram feridas. Os ataques vieram à tona dois dias depois de sete drones dos houthis terem atacado um oleoduto da empresa petrolífera nacional saudita Aramco.
Oposição do Sudão diz que a suspensão das negociações pelos governantes militares é lamentável
A China criticou, nesta Quinta-feira, a decisão do governo dos Estados unidos de colocar a gigante de equipamentos de telecomunicações huawei numa lista negra e disse que adoptará medidas para proteger as suas empresas, em mais um teste para as relações entre as duas potências. China se opõe fortemente à imposição, por outros países, de sanções unilaterais a entidades chinesas, disse um porta-voz do Ministério do Comércio, destacando que os EUA devem evitar impactar ainda mais as relações comerciais entre os dois países. A repressão à Huawei acontece no momento em que o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, disse que visitará a China, em breve, para mais negociações comerciais. As expectativas de um acordo para acabar com a guerra comercial diminuíram depois que as duas maiores economias do mundo elevaram as tarifas sobre os produtos um do outro na última semana. O Departamento do Comércio dos EUA informou na Quarta-feira que estava a adicionar a Huawei Technologies Co e 70 afiliadas à sua chamada “Lista de Entidades”, num movimento que proíbe a empresa chinesa de adquirir componentes e tecnologia de companhias dos EUA sem aprovação prévia do governo dos EUA. Separadamente, o presidente dos
Saúde dos houthis. Segundo as informações do canal, as russas trabalhavam no sistema de saúde. Actualmente as duas estão hospitalizadas. Anteriormente, o canal comunicou que a coalizão árabe havia atacado um bairro residen-
não deve ser usado como ferramenta para proteccionismo comercial”, disse Gao Feng, porta-voz do Ministério do Comércio chinês, aos jornalistas. “A China adoptará todas as medidas necessárias para proteger os direitos legítimos das empresas chinesas.”
A
aliança da oposição do Sudão disse na Quinta-feira que a suspensão das conversações entre o conselho militar e os manifestantes, por três dias, foi um revés “lamentável” dos esforços para forjar uma nova era democrática, após o derrube de Omar al-Bashir. Os acontecimentos ocorreram após a violência no centro de Cartum, na Quarta-feira, quando pelo menos nove pessoas foram feridas por tropas sudanesas que disparavam balas para dispersar os manifestantes. Na Segunda-feira, pelo menos quatro pessoas foram mortas numa explosão de violência, depois que as forças de segurança tentaram limpar alguns locais de protesto - as primeiras mortes ligadas à agitação em Cartum por várias semanas. O chefe do Conselho Militar de Transição do Sudão (TMC), tenente-general Abdel Fattah alBurhan, acusou os manifestantes de quebrar um entendimento sobre a cessação das manifestações enquanto as negociações estavam em curso e disse que os manifestantes estão a atrapalhar a vida na capital, bloqueando estradas fora da zona de protesto acordado com
os militares. Num discurso na televisão, Burhan disse que o conselho decidiu suspender as negociações por 72 horas “até que uma atmosfera adequada seja criada para concluir um acordo”. A aliança da oposição, conhecida como a Declaração de Liberdade e Forças de Mudança (DFCF), disse em resposta: “A suspensão das negociações é lamentável ... e ignora a realidade dos revolucionários que estão cada vez mais irritados como resultado do derramamento de sangue e da violência, assim como das almas que perdemos”. Prometeu manter os protestos fora do Ministério da Defesa em Cartum e em todo o país. O protesto, o culminar de meses de manifestações contra o regime de três décadas de Bashir, não foi interrompido depois que o Exército o retirou do poder a 11 de Abril, enquanto a oposição exige que os militares entreguem o poder aos civis. A violência lançou uma sombra sobre as negociações que surgiram no caminho para se chegar a um acordo sobre a formação de um corpo militar-civil conjunto para administrar o país por um período de transição de três anos até às eleições presidenciais.
TEMPO
O PAÍS Sexta-feira, 17 de Maio de 2019
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Fonte: INAMET
prEviSÃO dO TEMpO *** 3 diAS *** pArA AS priNCipAiS CidAdES válida de 17 a 19 de Maio de 2019 Ê Ê
REGIÃO NORTE: Províncias de Cabinda, Zaire, Bengo, Luanda, Uíge, Malanje, Cuanza-Norte, Cuanza-Sul, Lunda-Norte, LundaSul: Céu parcialmente nublado, apresentando-se nublado ao entardecer e manhã. possibilidade de ocorrência de chuva fraca a moderada acompanhada, por vezes, de trovoada em alguns municípios das províncias de Cabinda, zaire, uíge, e CuanzaNorte. possibilidade de chuva fraca ou chuvisco em alguns municípios das províncias do Bengo e Luanda. possibilidade de ocorrência de chuvisco ou neblina matinal em alguns municípios das províncias do Cabinda, zaire, Bengo, Luanda, uíge, Malanje, Cuanza-Norte, Cuanza-Sul e Lunda-Norte.
INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGOA E GEOFÍSICA - CENTRO NACIONAL DE PREVISÃO DE TEMPO (CNPT)Ê
Ê
PREVISÃO DO TEMPO *** 3 DIAS ***PARA AS PRINCIPAIS CIDADES, validade: 17 a 19 de Maio de 2019.Ê Data 17 / 05 / 2019
CIDADE
Das 18 horas do dia 16 às 18 horas do dia 17 de Maio de 2019.
Data 18 / 05 / 2019
Estado do Tempo
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Data 19 / 05 / 2019
Estado do Tempo
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LUANDA
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Nublado pela manhã, neblina ou chuvisco.
CABINDA
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Nublado, chuva fraca a moderada / trovoada.
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Nublado, chuvisco.
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Nublado, chuvisco.
SUMBE
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Pouco ou parcialmente nublado.
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Pouco ou parcialmente nublado.
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Nublado pela manhã, neblina ou chuvisco.
CAXITO
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Nublado pela manhã, neblina ou chuvisco.
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Pouco ou parcialmente nublado.
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Nublado pela manhã, neblina ou chuvisco.
MBANZA CONGO
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Nublado, chuva fraca a moderada / trovoada.
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Pouco ou parcialmente nublado.
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Nublado, moderada/ trovoada.
UIGE
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Nublado, chuva fraca ou moderada/ trovoada.
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Pouco ou parcialmente nublado.
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Nublado, chuva moderada ou forte/ trovoada.
NDALATANDO
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Nublado pela manhã, neblina ou chuvisco.
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Pouco ou parcialmente nublado.
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Nublado, chuva moderada ou forte/ trovoada.
MALANJE
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Parcialmente nublado, neblina
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Pouco ou parcialmente nublado.
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Nublado, chuva moderada ou forte/ trovoada.
DUNDO
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Parcialmente nublado, neblina
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Nublado, chuva fraca a chuvisco.
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Nublado, chuva moderada a forte/ trovoada.
SAURIMO
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Parcialmente nublado, neblina
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Pouco nublado ou limpo.
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Pouco nublado ou limpo.
BENGUELA
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Nublado pela manhã.
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Nublado pela manhã.
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Pouco nublado ou limpo.
HUAMBO
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Pouco nublado ou limpo.
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Pouco nublado ou limpo.
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Pouco nublado ou limpo.
CUITO
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Pouco nublado ou limpo.
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Pouco nublado ou limpo.
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Pouco nublado ou limpo.
LUENA
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Pouco nublado ou limpo.
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Pouco nublado ou limpo.
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Nublado, chuvisco.
LUBANGO
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Pouco nublado ou limpo.
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Pouco nublado ou limpo.
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Pouco nublado ou limpo.
MENONGUE
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Pouco nublado ou limpo.
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Pouco nublado ou limpo.
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Pouco nublado ou limpo.
MOÇÂMEDES
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Nublado pela manhã, neblina
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Nublado pela manhã.
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Pouco nublado ou limpo.
ONDJIVA
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Pouco nublado ou limpo.
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Pouco nublado ou limpo.
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Pouco nublado ou limpo.
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Estado do Tempo
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Nublado, neblina ou chuvisco.
REGIÃO CENTRO: Províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico Céu pouco nublado ou limpo, tornando-se parcialmente nublado ao entardecer e manhã. REGIÃO SuL: Províncias do Namibe, Huíla, Cunene e Cuando Cubango Céu pouco nublado ou limpo, tornando-se parcialmente nublado durante a tarde; apresentando-se muito nublado pela manhã ao longo da faixa do litoral.
Os Meteorologistas: Rita Ndoki e Ursula Gonsalves
Luanda, 16 de Maio 2019. ÊÊ Aeroporto Internacional 04 de Fevereiro, Rua 21 de Janeiro Ð Tel.: 949320641 Ð Luanda. Site: http://www.inamet.gov.ao; e-mails: geral@inamet.gov.ao / geral.inamet@angola-portal.aoÊ
TEMPO NO MAR BOLETiM METEOrOLÓGiCO pArA A NAvEGAÇÃO MArÍTiMA
3. DESCRIÇÃO SINÓPTICA DAS 18:00 Tu DO DIA 16/05/2019 ÀS 18:00 Tu DO DIA 17/05/2019.
1. SITuAÇÃO GERAL ÀS 18:00 Tu DO DIA 16 DE MAIO DE 2019: INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA E GEOFÍSICA Ð INAMET
Centro Nacional de Previsão do Tempo Circulação de Sul – Sudoeste fraca a moderada entre os paralelos 4°S a 14°S; sendo de Sudoeste moderada entre os paralelos 14°S a 18°S. BOLETIM METEOROLÓGICO PARA A NAVEGAÇÃO MARÍTIMA 1. SITUAÇÃO GERAL ÀS 18:00 TU DO DIA 16 DE MAIO DE 2019:
2. PREVISÃO ATÉ 18:00entre Tuos DO DIA DE MAIO DEmoderada 2019: entre os paralelos 14°S a 18°S. CirculaçãoVÁLIDA de Sul Ð Sudoeste fracaÀS a moderada paralelos 4°S a17 14°S; sendo de Sudoeste 2. PREVISÃO VÁLIDA ATÉ AS 18:00 TU DO DIA 17 DE MAIO DE 2019:
SEM AVISO SEM AVISO.
REGIÃO
Fonte: INAMET
depressão com pressão central de 1010hpa, o seu vale depressionário estende-se em toda a costa marítima de Angola. Assim, prevê-se ondas máximas até de até 2.8 metros de altura para a região marítima de Namibe. para as regiões marítimas de Cabinda, zaire, Bengo, Luanda, Cuanza-Sul e Benguela prêve-se ondas maximas entre 1.2 a 2.1 metros de altura.
4. CARTA DO VENTO MÁXIMO E DA ALTuRA DA ONDA MÁXIMA PREVISTA ESTADO DO TEMPO
(ATÉ 200 MILHAS DA COSTA)
VENTO
ALTURA DA ONDA (METROS)
ESTADO DO MAR
DIRECÇÃO FORÇA (KT)
Cabinda (4°S Ð 6°S)
Chuva Trovoada
Zaire, Bengo, Luanda e Cuanza-Sul (6°S Ð 12°S)
Pouco agitado
VISIBILIDADE HORIZONTAL (KM)
Sul a sudeste
Até 05
Até 1.2
Moderada (Superior a 5)
Chuva Trovoada
Sudoeste
06 à 15
Até 1.9
Agitado
Moderada (Superior a 5)
Benguela (12°S Ð 14°S)
Parcialmente nublado
Sudoeste a sul
Até 15
Até 2.1
Agitado
Moderada a boa (Superior a 6)
Namibe (14°S Ð 18°S)
Parcialmente nublado
Sudoeste
Até 25
Até 2.8
Muito Agitado
Moderada a boa (Superior a 6)
Os contornos a cores indicam a altura máxima da ondulação e os contornos em tom cinza indicam os possíveis incrementos das vagas devido à influência do vento local.
DESPORTO
26 dANiEL MiGuEL/ArQuivO
O PAÍS Sexta-feira, 17 de Maio de 2019
Paulo Macedo confia em Deus
O
treinador do 1º de Agosto, depois de duas vitórias, quando na realidade perdia por 3-0, na série da melhor de sete partidas, só acredita em Deus nesta final. Por esta razão, alguns adeptos militares, no Victorino Cunha, ficaram agastados ao ouvirem as suas declarações. “Devemos agradecer a Deus”, os adeptos questionaram, uma vez que o técnico tem a obrigação de orientar e ter argumentos para contrapor o adversário em campo. Para Paulo Macedo, a equipa recuperou e espera fazer melhor
esta noite no Pavilhão Principal da Cidadela Desportiva. Por sua vez, o técnico Lazare Adingono acredita que com trabalho vão conseguir ultrapassar o rival de longa data. Depois do quinto encontro, o camaronês ao serviço do Petro disse que nada está perdido, porém é preciso acreditar. “Vamos preparar o desafio e entrar com o espírito de vitória no jogo desta noite”, «lançou» o treinador. Lazare Adingono referiu também que a equipa está atenta aos demais atletas influentes do 1º de Agosto. dANiEL MiGuEL/ArQuivO
Base do Petro de Luanda, Childe Dundão (azul), tenta passar por Emmanuel Quezada
Noite de gigantes nos play-off O Petro de Luanda vai hoje ao pavilhão da Cidadela para abrir o champanhe. O 1º de Agosto bate-se para forçar o sétimo jogo da final do unitel Basket. Os tricolores vencem a série por 3-2. Forçar a finalíssima é o objectivo dos militares Sebastião Félix
É
hoje! Um jogo. Com objectivos distintos. O Petro recebe o 1º de Agosto para o sexto embate da final dos play-off do Unitel Basket, às 18:00. No Pavilhão Principal da Cidadela Desportiva, os tricolores são obrigados a vencer para abrirem o champanhe. Por sua vez, o cinco do rio seco quer reascender, ou seja, surpreender o rival de longa data e forçar o sétimo jogo, a finalíssima, no Domingo.
Os petrolíferos venceram os três primeiros encontros por (89-84; 7765 e 74-71) com alguma vantagem técnica e táctica. Nos jogos seguintes, o clube das Forças Armadas reagiu e vergou a formação do eixo viário por 73-70 e 101-100 nesta Quarta-feira. O resultado, apesar de ter sido tangencial, alimenta a esperança dos militares, tendo em conta as “fezadas” do Quezada. O extremo base do 1º de Agosto tem sido regular nas suas actuações. No último embate marcou quarenta e dois pontos. Por ser rápido nas transações, deixava sempre os adversários do Petro atrás, pelo que finalizava sempre na linha dos dois ou dos três pontos. O cinco tricolor, mesmo perdendo, sacode a pressão e continua a
trabalhar para fazer a festa com os seus adeptos. Por isso, ontem corrigiu e já ultrapassou as falhas, na linha dos lances livres, cometidas por Olímpio Cipriano. O Petro enquanto conjunto tem sido melhor que o 1º de Agosto, aliás o regresso do exttremo base Carlos Morais garante mais confiança ao grupo. Nos três primeiros jogos, liderou a equipa, pelo que conseguia passar pelos seus adversários sem muitos sobressaltos. No jogo exterior, marcava sempre, facto que permitiu aos tricolores reduzirem a vantagem no quinto jogo nesta Quarta-feira. Assim, é ponto assente que será um jogo impróprio para cardíacos esta noite na Cidadela Desportiva.
Pavilhão Victorino Cunha sem condições
O
Pavilhão Victorino Cunha, casa dos militares, em abono da verdade, não tem tido condições para acolher a final dos play-off entre o 1º de Agosto e o Petro de Luanda. O espaço é tão exíguo que os jornalistas não conseguem fazer o seu trabalho em condições. Os adeptos também passam mal. O calor, às tantas, toma conta de todos nas bancadas e nas “supostas” cabines de imprensa. A direcção do 1º de Agosto, tida como competente, à luz dos no-
Campo dos Mangais acolhe torneio O Campo dos Mangais, na Barra do Cuanza, em Luanda, acolhe no fim-de-semana a primeira edição do torneio “presidential Golf day”, às 8:00. A tacada inicial será dada pelo presidente da república, João Lourenço. para este certame, a organização contará com a presença de 80 jogadores e de uma comitiva de 300 delegados de países da Comunidade de desenvolvimento da África Austral (SAdC), reino unido, Japão e Turquia.
vos ventos da gestão como ciência, tem a obrigação de mudar de palco sempre que o adversário é o petro, isso é óbvio. isso ajudará a proteger a integridade física de todos os intervenientes no processo que transforma o basquetebol na modalidade rainha. de outro, a Federação Angolana de Basquetebol (FAB), não se sabe por que via, mas deve intervir, enquanto o pior ainda não aconteceu e que deus seja surdo, mas não se assistem os jogos como sardinhas enlatadas.
Milwaukee Bucks dão a volta e vencem Depois de terem estado a perder por 13 pontos no primeiro período, os Milwaukee Bucks ainda foram a tempo de dar a volta e levar de vencida os Toronto Raptors, por 108100, no primeiro encontro da final da Conferência Este da Liga norte-americana de basquetebol profissional (NBA). A equipa de Giannis Antetokounmpo não ganhou efetivamente para o susto, mas o grego, bem secundado por Brook Lopez.
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dANiEL MiGuEL/ArQuivO
Huambo acolhe supertaça de futebol com muletas
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Kiameso Pedro
A
província do Huambo acolhe no dia 02 de Junho próximo a supertaça de futebol com muletas. Em confronto estarão as formações do Misto do Huambo e do 1º de Junho de Luanda. O anúncio foi feito ontem pelo director técnico do Comité Paralímpico Angolano (CPA), Sapalo Muacassanje. Em declarações a O PAÍS, Sapalo Muacassanje disse que o jogo entre ambas as equipas serve de antecâmara para o Campeonato Nacional de futebol para amputados que também se realiza no dia 02, mas com término marcado para 08 de Junho. O responsável revelou que o seu elenco continua a aguardar pelo ‘sim’ do Governo Provincial do Huambo, pois não se sabe se a Supertaça e o Campeonato Nacional serão realizados naquela província. O dirigente assegurou que o governo provincial tarda em responder a solicitação do CPA em organizar a prova naquela província. Por esta razão, caso haja uma resposta negativa, Sapalo Muacassanje referiu que Benguela será o plano “B” do Comité Paralímpico Angolano (CPA).
Bastos campeão da Taça de Itália
Antigo Capitão dos Palancas Negras, Akwá, não sabe do que está a ser “ventilado” nos bastidores
“Novela” entre Fabrice Akwá e Qatar Sport Club longe do fim
A sanção de Fabrice Maieco Akwá devese ao facto do antigo avançado ter representado a Selecção Nacional sem ter sido dispensado pelo Qatar SC
dois últimos jogos da Selecção para o apuramento ao Campeonato Africano das Nações (CAN) do Egipto 2019. “Na verdade, não sei de nada”, negou o antigo internacional angolano. O eterno capitão dos Palancas Negras, que apontou o único golo que apurou pela primeira vez Angola ao Mundial na Alemanha em 2006, desconhece o assunto. Akwá teve uma curta passagem por Portugal. Jogou no Benfica, mas não teve muito sucesso. Volvidos alguns anos, transferiuse para o futebol asiático, mas foi em Angola, no Petro de Luanda, onde terminou a carreira. Akwá foi uma das “pedras” fundamentais no ataque dos Palancas Negras, estreiou-se num amistoso frente a Moçambique, sob batuta do técnico Carlos Alhinho.
Nadal arrasa Chardy no Master de Roma
Ribéry revela clubes interessados
Moratti não quer Mourinho na Juventus
O espanhol Rafael Nadal não deu qualquer hipótese ao francês Jeremy Chardy e seguiu em frente no Master de Roma. Nadal derrotou o adversário em dois expressivos “sets”, com os parciais de 6-0 e 6-1, após apenas 1:08 hora de jogo.
Franck Ribéry recordou, numa entrevista ao Sport Bild, o ano de 2009, quando era um dos jogadores mais cobiçados do mundo. “Foi uma loucura, sete equipas de topo queriam-me. Juventus, Inter, Milan, Chelsea, Real Madrid, Barcelona e Manchester United.
O antigo presidente do Inter, Massimo Moratti, nem quer pensar na possibilidade de José Mourinho, que está livre para assinar. O responsável adiantou que o técnico português não faz parte dos interesses daquela direcção.
Mário Silva
O
Governo angolano, através do Ministério da Juventude e Desportos (Minjud), não disponibilizou verbas à Federação Angolana de Futebol (FAF) para liquidar a “multa” de USD 260 mil ao Qatar SC imposta ao antigo jogador da Selecção Nacional, Fabracie Maieco Akwá, pela FIFA em 2009, segundo fonte ministério. A sanção de Fabrice Maieco Akwá se deve ao facto de o antigo avançado ter representado a Selecção Nacional sem ter sido dispensado pelo Qatar SC. A mesma fonte do Minjud avançou que a informação posta a circular é uma “pura mentira”, porque o órgão que rege o desporto no país não recebeu qualquer
dinheiro. Aliás, a mesma fonte explicou que o Orçamento Geral do Estado foi revisto recentemente e é impossível já receber verbas agora. Na senda deste assunto, o antigo capitão dos Palancas Negras, Fabrice Maieco Akwá, disse ontem a O PAÍS que até agora não foi notificado pela Federação Angolana de Futebol, apenas ouviu o comentador José Luís Prata a revelar que as verbas já foram alocadas à FAF na véspera dos
internacional angolano Bartolomeu Quissanga “Bastos” sagrou-se na Quarta-feira campeão da taça italiana de futebol pela Lazio, após vitória de 2-0 frente a Atalanta, em jogo disputado no Estádio Olímpico de Roma. O defesa central, oriundo do Petro de Luanda, faz história com a equipa italiana que conquista o troféu pela sétima vez. Bastos entrou no onze inicial, numa partida em que os golos foram anotados apenas nos minutos finais. Milinkovic-Savic abriu o placar aos 82 minutos, aproveitando um cruzamento do brasileiro Lucas Leiva, e Joaquim Correia garantiu o título com golo anotado aos 90’. O atleta, preponderante na Selecção Nacional, este ano disputa o Campeonato Africano das Nações (CAN), no Egipto.
Teixeira lamenta problemas financeiros
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treinador do Progresso do Sambizanga, Hélder Teixeira, apontou, Quarta-feira, em Luanda, os problemas financeiros que afectam a equipa como estando na base da derrota diante do 1º de Agosto, por 1-2, no jogo dos quartos-de-final da Taça de Angola em futebol. Hélder Teixeira revelou que o conjunto fez um grande sacrifício para enfrentar o adversário, mesmo com as enormes dificuldades do clube, que deixam muito desmoralizados os jogadores.
Neymar pode ir para o Real Madrid
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Imprensa francesa avança com um meganegócio entre o Paris Saint-Germain e o Real Madrid, que iria envolver os passes de múltiplos jogadores. De acordo com o “Le Parisien”, o Paris Saint-Germain pretende garantir junto do Real Madrid os passes do alemão Toni Kroos, do espanhol Isco e do galês Gareth Bale, numa operação financeira avaliada em 210 milhões de euros. Por outro lado, o clube francês iria negociar com o Real Madrid o passe de Neymar, numa transferência avaliada em 330 milhões de euros.
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OPINIÃO
O PAÍS Sexta-feira, 17 de Maio de 2019
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RICARDO VITA *
Sobre figuras excepcionais: Toussaint Louverture, « o primeiro dos negros »
F
rançois-Dominique Toussaint Bréda nasceu em 1743, em São Domingos, o nome do Haiti na altura. Nascido escravo, aprendeu a ler e escrever, o que era raro para um escravo na época, e foi libertado pelo seu amo em 1776. Diz-se que veio de uma família real africana. Bastante pequeno e raquítico, na sua infância, foi um homem vivo, inteligente e carismático. Tinha ao mesmo tempo um grande conhecimento de fitoterapia, o que fazia dele um nganga de alto nível. Tornou-se rapidamente um excelente cavaleiro e um estratega visionário. Dotado de um verdadeiro sentido da política e diplomacia, Toussaint foi também corajoso, incansável, oportunista, idealista e pragmático. Tudo isso ao mesmo tempo. Casou-se, teve filhos e possuiu uma pequena fazenda. Apesar desse sucesso material, Toussaint participou activamente na insurreição anti-esclavagista de Agosto de 1791, após a cerimónia secreta vodu que os escravos organizaram no Bois-Caïman. Nesse mês e ano, no clima de excitação despertado pela Revolução Francesa, muitos escravos formaram uma aliança com os Espanhóis para se opor aos Franceses esclavagistas. Na primavera de 1793, Toussaint, líder de um exército de 4.000 rebeldes treinados e disciplinados, aceitou a proposta dos Espanhóis; que tinham ocupado a parte oriental da ilha e que estavam em conflito com a recém nascida República Francesa; de juntar-se a eles. Tornou-se tenente-geral e tomou o apelido de Louverture, por causa da sua capacidade de penetrar nas fileiras inimigas. Então, ele é o Toussaint AAbertura. Na sua maioria, os revolucionários franceses, ao defender a mudança e proclamar os direitos
humanos, não tinham intenção de abolir a escravatura, já que consideravam que os escravos não pertenciam à raça humana. Os anos 1789, 1790 e 1791 foram prósperos para os traficantes de escravos, com um fluxo maciço de Africanos que chegava em São Domingos. Nessas condições, Toussaint Louverture não tinha nenhuma razão táctica para recusar a oferta dos Espanhóis, que concediam proteção aos rebeldes. Em tal situação, aliou-se com eles para lutar contra os Franceses. A abolição sendo finalmente proclamada em Paris, sob a pressão de escravos insurgentes, Toussaint Louverture uniu-se à República Francesa, o que levou à capitulação dos Espanhóis que abandonaram a sua ilha em 1795. Em 23 de Julho de 1795, foi nomeado brigadeiro-general no exército francês. Em Março de 1796, foi promovido a major-general e vice-governador da colónia sob as ordens de Lavaux, um dos representantes da França. Em 1797, tendo conseguido livrarse de Lavaux e Sonthonax, os dois emissários da França, Toussaint Louverture tornou-se de facto o chefe de uma grande parte da ilha. Em Agosto de 1798, obteve a rendição dos Britânicos, que ainda ocupavam o norte, e liderou a guerra contra um rival nativo que os Franceses tinham utilizado contra ele, o general Rigaud, que ocupava o sul. Toussaint Louverture derrotou Rigaud em Julho de 1800. E para comemorar a abolição da escravatura, em 4 de Fevereiro de 1801, invadiu a parte espanhola da ilha, que era francesa desde 1795, mas apenas no papel. Em 8 de Julho de 1801, instaurou uma constituição. Tudo isso foi demais para Napoleão Bonaparte, um racista inveterado, que decidiu restaurar a escravatura e derrubar Toussaint Louverture. Tendo feito
as pazes com a Inglaterra em Outubro de 1801, Bonaparte enviou um exército de quase 20.000 homens, comandados pelo seu cunhado, o general Leclerc, que se apresentou no aniversário da abolição; 4 de Fevereiro de 1802. Toussaint Louverture abriu fogo contra eles sem hesitação. Os Franceses venceram, mas à custa de perdas muito pesadas. Toussaint Louverture, praticando uma táctica de terra queimada, negociou uma capitulação vantajosa em 6 de Maio de 1802. Mas foi seqüestrado por traição em 7 de Junho de 1802 e deportado para a França com a sua família. Não foi baleado na captura porque Bonaparte pensava que ele possuía um tesouro de 15 milhões. Toussaint Louverture foi secretamente encarcerado na prisão de Fort Joux, na região de Borgonha-FrancoCondado. Foi interrogado com ameaças, punição e humilhações por Caffarelli durante uma semana para descobrir onde ele escondia a sua fortuna. Em vão. Então Bonaparte enviou um homem da sua confiança, Amiot, para acabar com ele. Toussaint Louverture estava encarcerado numa cela fria e a hipótese do veneno não pode ser descartada, tendo em conta os vómitos que teve. Toussaint Louverture morreu em 7 de Abril de 1803. O capitão Colomier, que esteve presente no momento da descoberta do cadáver, recusou-se a dar a Amiot, o carrasco que Bonaparte tinha enviado, um certificado que atestasse que Toussaint Louverture morreu de morte natural. Ele garantirá mais tarde que Toussaint Louverture não estava mais a ser alimentado, e alguns historiadores franceses defendem que o herói negro morreu de frio. E se levarmos em conta as declarações de Colomier e o testemunho de prisioneiros que sucede-
ram Toussaint Louverture na sua cela em Julho de 1803, a sua morte foi de facto um assassinato. Mesmo assim, em São Domingos, todos os afrodescendentes uniram-se contra os esclavagistas e retomaram a luta. Apesar de uma tentativa atroz de exterminar a população civil, usando gás, afogamento e cães treinados, as tropas francesas foram esmagadas em 19 de Novembro de 1803 e tiveram que sair da ilha depois da assinatura de uma rendição humilhante. A República do Haiti foi proclamada em 1 de Janeiro de 1804. Toussaint Louverture foi certamente um homem de guerra. Mas foi também um homem político, pai de um povo, « Papa Toussaint », como era commumente chamado. No fim da sua vida, denominava-se « Bonaparte Negro » e, quando escrevia ao Primeiro Cônsul de França, título usado por Napoleão Bonaparte apôs o seu golpe de estado e que Toussaint Louverture chamava de « o primeiro dos brancos », apresentava-se como « o primeiro dos negros ». Toussaint Louverture incarnou vários valores universais que merecem ser defendidos e ilustrados. Sabendo que os escravos são frequentemente apresentados como seres passivos e totalmente submissos ao seu destino miserável, Toussaint Louverture lembra-nos que os escravos foram os primeiros actores na luta contra a escravatura. Assim, Toussaint Louverture incarnou Coragem e Resistência. Toussaint Louverture representa na história do mundo a luta pela abolição da escravatura, um crime contra a humanidade, do qual milhões de negros, embutidos no comércio triangular, foram vítimas. Lutou pela emancipação dos escravos. Toussaint Louverture representou a Liberdade e lutou pela Igualdade entre os seres humanos. Na constituição que ele procla-
mou em 1801, afirmou claramente o princípio da não-discriminação racial. Artigo 4: « Todo homem, pouco importa a sua cor, é elegível para todos os empregos ». Artigo 5: « Não há outra distinção que a das virtudes e dos talentos, e não há nenhuma outra superioridade fora daquela que a lei dá no exercício de um cargo público. Toussaint Louverture representou a luta pela igualdade e foi uma figura exemplar. É por isso que existe no Panteão de França uma placa com o seu nome, e a Unesco optou por marcar a data do Dia Internacional de Lembrança do Tráfico de Escravos e da sua Abolição em 23 de Agosto, em referência à revolta após a cerimônia de Bois-Caiman, o ponto de partida da batalha que Toussaint Louverture lançou contra a escravatura no Haiti. Esse momento histórico teve consequências incalculáveis não só para o Haiti, mas também para o mundo inteiro. Toussaint Louverture desempenhou um papel vital na história da França, Inglaterra e Espanha, defendendo esses valores de liberdade e igualdade. Inspirou o movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos da América e o movimento pela descolonização na África. A sua memória é comemorada em todo o mundo, porque Toussaint Louverture é uma figura universal. . *Pan-africanista, afro-optimista radicado em Paris, França. É colunista do diário Folha de São Paulo (Brasil), do diário Público (Portugal) e do diário Libération (França). É cofundador e vice-presidente do instituto République et Diversité que promove a diversidade em França e é empresário.
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