Jornal OPaís edição nº1504 de 14/06/2019

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‘HÁ uM COnFrOnTO SurdO EnTrE duAS VISÕES ESTrATÉGICAS dE LIdErAnÇA dO MPLA’

EnTrEVISTA: Jaime Azulay é um dos mais aguerridos jornalistas angolanos. Advogado de profissão,

tem sido um dos principais analistas da viragem observada no seio do maior partido do país: O MPLA. Por esta razão, aborda nesta conversa os meandros das alterações vividas no seio dos camaradas, assim como as possíveis mudanças no VII Congresso Extraordinário que começa amanhã no Centro de Conferências de Belas, no Futungo, em Luanda. P. 20

Director: José Kaliengue

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O DIÁRIO DA NOVA ANGOLA

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Edição n.º 1504 Sexta-feira, 14/06/2019 preço: 40 Kz

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vIrgíLIO pINTO

CNC alimentou negócio das kinguilas ● Em busca de lucro fácil, a direcção do Conselho Nacional

de Carregadores (CNC) chegou a cambiar dólares no mercado paralelo. Ao que tudo indica, os “atrativos” valores pagos no mercado paralelo fizeram com que os dólares arrecadados pelo instituto fossem alimentar o negócio. P: 2

TYOVA FEz nEGÓCIO COnSIGO MESMO POLÍTICA. O actual governador provincial do Cunene, Vigílio Tyova, está a ser acusado de se ter apropriado de um terreno com cerca de 17.887,50 metros quadrados localizado no bairro Tchioco, arredores da cidade do Lubango. P. 8 BAI Directo_ O Pa’ s_276x42,733mm.pdf

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Confiança no Futuro

Benfica do Lubango pode desistir do Girabola 2019/20 O emblema da província da Huíla não tem verbas para suportar as despesas do campeonato que começa em Agosto próximo. por isso, está a depender de apoios institucionais para representar as terras da Chela. P: 26 ●

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03/07/17

Fonte de OpAíS atesta que a 2 de Maio deste ano, a genyNovas Tecnologias liquidou, via Banco Economico, a totalidade do contrato de crédito com o montante de 11.293.154.629,80 AKZ. P: 25 ●

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Estado anuncia recuperação de activos, mas Geny esclarece resolução da divida com a Sonangol

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O PAÍS Sexta-feira, 14 de Junho de 2019

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CNC alimentou negócio das kinguilas Em busca de lucro fácil, a direcção do Conselho Nacional de Carregadores (CNC) chegou a cambiar dólares no mercado paralelo. Ao que tudo indica, os “atrativos” valores pagos no mercado paralelo fizeram com que os dólares arrecadados pelo instituto fossem alimentar o negócio no mercado paralelo André Mussamo

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sabel Bragança foi ouvida ontem pelo tribunal no prosseguimento do julgamento do caso CNC e terá confirmado o que a IGAE constatou no seu inquérito. Os dólares arrecadados pela instituição em alguns momentos foram cambiados no mercado paralelo. Pelo menos mais de 3 milhões de dólares terão sido cambiados para atender as necessidades de uma empresa. Efectivamente, o relatório da IGAE refere este facto como uma das muitas irregularidades praticadas por aquele instituto adstrito ao Ministério dos Transportes. Uma das raras ocasiões em que Isabel Bragança deu uma informação exacta, terá sido hoje, tendo em conta que tem sido habitual o recurso ao factor “tempo que passou”. Segundo a ré,

os factos ocorreram há já algum tempo e neste momento não é capaz de lembrar-se de tudo. Com tanto “titubear” nas respostas, o depoimento de Isabel Bragança, não foi concluído esta semana e será retomado na próxima (Terça-Feira) ainda sob interrogatório da instância dos juízes do julgamento. É expectável que na próxima semana venhamos a conhecer os argumentos de outro réu,

Pelo menos mais de 3 milhões de dólares terão sido cambiados para atender as necessidades de uma empresa

depois de concluído o de Isabel Bragança. Até agora já foi ouvido Augusto Tomás da Silva, antigo ministro dos Transportes. Por ouvir estão outros 3 réus. Além de Isabel Bragança e Augusto Tomás, são réus no caso CNC Manuel António Paulo, ex-director-geral, Rui Manuel Moita e Eurico Alexandre Pereira da Silva, ex-directores adjuntos para a área Técnica e Administração e Finanças, respectivamente, ambos funcionários do Conselho Nacional de Carregadores. Augusto da Silva Tomás, que se encontra detido desde 21 de Setembro de 2018, responde com os restantes funcionários do Conselho Nacional de carregadores por múltiplos crimes. nomeadamente: peculato na forma continuada; violação de normas de execução de orçamento; abuso de poder; participação económica em negócio e branqueamento de capitais. vIrgíLIO pINTO

Juízes que julgam o caso CNC, que envolve o antigo ministro Augusto Tomás

ATLANTICO liga-se ao futuro da energia em Angola

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Banco Millennium Atlantico, em parceria com a Aenergy e outros operadores internacionais, está a promover novas formas de financiamento a projectos relevantes no sector energético em Angola. Estes esforços têm sido conduzidos no decurso do mais importante encontro global sobre energia, o Africa Energy Forum, que decorre esta semana em Lisboa, Portugal. Na qualidade de instituição financeira com maior foco no desenvolvimento de projectos energéticos em África, e em particular em Angola, o ATLANTICO juntou esta semana, em Lisboa, operadores globais de elevada importância no sector. O encontro, segundo uma nota da instituição, alinhado com a agenda do Africa Energy Fórum, reuniu empresas, investidores e especialistas em energia e o objectivo principal foi o de criar condições no futuro próximo para o financiamento de projectos estruturantes, essenciais para o desenvolvimento económico do continente africano, e em especial de Angola, ultrapassando assim um dos maiores desafios do sector. O ATLANTICO tem sido uma das instituições mais relevantes no apoio ao desenvolvimento desta área de actividade, reafirma a nota chegada ao OPAÍS, adiantando, entre os projectos

financiados, a construção da Barragem de Laúca, uma central hidroelétrica localizada no rio Cuanza, entre as províncias de Malanje e do Cuanza-Norte, cuja construção se iniciou em 2012. Quando Laúca estiver em pleno funcionamento, será a maior barragem de Angola. Para Daniel Santos, CEO do ATLANTICO, “o Banco tem vindo, desde há algum tempo, a mobilizar um conjunto de investidores com o intuito de os incentivar a investir no sector energético em Angola. Em face das alterações recentes no enquadramento regulatório e do crescente interesse e disponibilidade destas entidades privadas e multilaterais em investirem em Angola, e também da relevância do investimento neste sector para o desenvolvimento do país, julgamos que deste fórum podem resultar expressões de interesse que permitam o início da estruturação de formas de investimento inovadoras, com maior envolvimento do sector privado”, conclui. A associação do ATLANTICO a este fórum internacional resultou do trabalho há muito desenvolvido pelo banco para mobilizar investidores interessados em investir no sector energético em Angola, um dos mais estruturantes para o desenvolvimento da economia do país.


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17/01/19

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dESTAQuES POLÍTICA. PÁG. 08 vigílio Tyova fez negócio consigo mesmo e usurpou competências do MATrE

o editorial

SOCIEdAdE. PÁG. 10 dirigentes de armazém de carne retêm machadinhos dos «cortadores» no fim das jornadas.

CArTAz. PÁG. 14 roma coroa “poeta e pai da independência angolana”

ECOnOMIA. PÁG. 18 “O sector segurador apresenta um elevado potencial de crescimento”

HOJE:

Museu é passado, mas não é preciso tanto

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vice-presidente da república, Bornito de Sousa, efectuou, ontem, uma visita a museus de Luanda. dois deles: o de Antropologia e de História Natural. A publicitação da visita foi pouca, houve redacções que dela tiveram notícia apenas por via da ANgOp, o que não é minimamente compreensível, quando se sabe que nos museus nacionais está um dos maiores “desperdícios” de activos do nosso país. porque não são atraentes, não comunicam, têm horários impossíveis, normalmente nem o ar condicionado funciona e o pessoal que lá trabalha não está suficientemente treinado para lidar com o público. E, pior, não são componente obrigatória nos planos curriculares das escolas. Não é por acaso que o vice-presidente lhes apelou (aos museus) à sua modernização. Mais do que o acervo, os nossos museus estão no passado.

o que foi dito

MundO. PG. 22 Segundo paciente de Ébola morre no Uganda, dois outros em terapia intensiva.

Estou a contar com o trabalho da Inspecção Geral da Administração do Estado na luta contra a corrupção, o nepotismo e outras práticas lesivas ao interesse público” João Lourenço presidente da república

O PAÍS Sexta-feira, 14 de Junho de 2019

os números do dia

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novos médicos de diversas especialidades reforçam desde Terça-feira, o sector da saúde no município de Quiculungo (Cuanza Norte).

Mil milhões de kwanzas, dos 60 mil milhões previstos, foram arrecadados pela Administração geral Tributária (AgT), através do pagamento de dívidas fiscais contraídas até dezembro de 2017.

Milhões, 542 mil e 420 kwanzas foram arrecadados entre Junho de 2018 até a data presente, na província da Lunda Sul, pela policia Fiscal, mais seis milhões, 463 mil e 191 kwanzas que nos 12 meses anteriores.

300 “

E 57 mil e 882 alunos menores de 15 anos de idade, integrados nas escolas primárias do I ciclo do ensino secundário dos municípios do Huambo e do Longonjo, vão ser desparasitados entre os dias 17 e 22.

A tensão comercial entre os Estados unidos e a China fortalece a necessidade de os países africanos avançarem para uma maior integração regional” Hanan Morsy Economista-chefe do Banco Africano de desenvolvimento (BAd)

As coisas não se encaixaram muito bem no Benfica, mas não quero falar sobre isso. Apenas sobre coisas boas” Luka Jovic

Avançaso do real Madrid


O PAÍS Sexta-feira, 14 de Junho de 2019

5 e assim... José Kaliengue director

Hoje no online de O PAÍS leia a entrevista com o economista Carlos Lopes e encontre algumas respostas às suas inquietações sobre o desenvolvimento africano

E se Obama se naturalizasse angolano?

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o congresso do MPLA de amanhã serão eleitos militantes ao Comité Central, mas a caminhada de alguns deles até este momento não foi fácil, teve contestação dura. Está em causa, sobretudo, a sua militância, ou seja, o tempo de militância. E é justamente isso que eu acho que está a prejudicar os partidos angolanos, que querem militantes desde Dia Mundial do Dador de Sangue: O evento, criado em 2004, serve para aumentar a consciencialização sobre a necessidade de a creche até à direcção. Muitos dos que sangue e produtos sanguíneos seguros, e para agradecer aos dadores de sangue por salvarem vidas (dr) vão entrar amanhã eu não os quereria para nada, servem para pouco, tal como alguns que já lá estão. Nos outros partidos é igual. Esta lógica elege os que se sentam mais tempo no comité do bairro ou provincial e não os mais capazes. Exclui as boas “contratações”, gente que sabe fazer, que pensa, que tem ideias, mas que não tem disponibilidade para passar o tempo em reuniões de comités a dizer vivas, porque há os elegíveis por direito de militância, muito combativos nesta questão, que estão lá apenas para isso, porque não sabem fazer outra coisa, não têm outras competências. Algumas destas “inutilidades” estão no Governo, no central e nas províncias, apenas porque são militantes “antigos”, “bons camaradas”. O cartão é a sua profissão. Se Barack Obama adquirisse a nacionalidade angolana hoje, não entraria neste Comité Central (nem em qualquer estrutura de topo de outro partido), não iria para o Governo. Porquê? Porque não teria tempo de militância. O mesmo aconteceria com Francisca Van-Dunem, actual ministra da Justiça de Portugal, angolana por direito. O MPLA deveria dar o exemplo, refrescando-se com inteligências, com gente que sabe e quer fazer, independentemente de ter um cartão, essas do pr. pessoas comprometem-se antes de Política O presidente da reAndebol A Federação Ango- Música Os músicos dodó Futsal As equipas da Josiane CAn A Selecção tudo com o país. Ao menos nisso, o pública, João Lourenço, cumlana de Andebol (FAANd) Miranda, Bambila, Irmã Joly Carla Yonara (JCY) e Marinha de Nacional de futebol desporto é um bom exemplo: querpre, de 30 de Junho a 1 de Julho, apresenta e sorteia a 17 do Makanda e os irmãos Nsimba guerra defrontam-se hoje, às prossegue o estágio se os que ganhem, os bons. O retoruma visita de trabalho à recorrente, às 10:00, no anfiteareoboth e Kapakata são as 20:00, no Campo do Ferroviário, na cidade portuno é a riqueza. Nesta mudança gerapública de Cuba, onde, para tro paulo Bunze, da 41ª edição grandes atracções da II edição na abertura da oitava jornada guesa do Algarve, cional de João Lourenço, que bom sealém do encontro com o seu dos Campeonatos Nacionais do espectáculo gospel solidáda segunda volta do Campeo- visando o CAN do ria um conserto também, nalgumas homólogo cubano, Miguel seniores masculinos e femini- rio, a ser realizado no dia 23, às nato provincial de Futsal de Egipto. mentalidades. díaz-Canel Bermúdez, prevê nos, que se disputam de 10 a 15:00, na Igreja Ministério Luanda sénior masculino. O JCY depois da vitória, reunir-se com a comunidade 25 de Julho, em Luanda. 1º Evangélico da reconciliação, está no quarto lugar da tabela por 2-0, frente à E também... angolana naquele país. A visi- Agosto “A” e “B”, Atlético do no Morro Bento, em Luanda. O classificativa, com nove pontos, guiné Bissau, a ta, a convite do presidente Namibe, Casa do pessoal do responsável pelo projecto, enquanto os marinheiros são equipa técnica volta Dia Mundial do Dador de Sangue - 14 de Jucubano, servirá, dentre outros porto do Lobito, Electro do Bispo dunga, disse que o obterceiros, com 14. Hoje, na sehoje a ensaiar o nho A celebração do Dia Mundial do objectivos, para aprofundar as Lobito, desportivo do Macujectivo do espectáculo é tamquência da ronda, a radiodifuDador tem como objectivo aumenrelações bilaterais e de irman- lusso, petro de Luanda (cambém recolher bens de primei- são Nacional de Angola (rNA) tar a consciência da necessidade de dade que unem os dois países peã) e desportivo da Marinha ra necessidade, que vão ser joga com a Clínica Sagrada componentes sanguíneos seguros e ao longo dos anos, bem como (feminino) são as equipas entregues, depois, ao lar da Esperança, às 16:30, no Compleagradecer a todos os dadores as suas alargar as áreas de cooperainscritas na prova. ASA e proterceira idade Beiral, em Luan- xo Manuel Berenguel. Os radiadádivas voluntárias e benévolas, asção, sobretudo em matérias gresso Sambizanga são as da. A entrada para o espectálistas ocupam a sétima posição, sim como reconhecer a sua imporde segurança. Com vista a ausentes, ao passo que o con- culo, explicou, é grátis, mas às com oito pontos, e Clínica o tância e o seu contributo em salvar preparar as condições desta junto do Namibe faz estreia. pessoas para levarem um quinto lugar, com a mesma vidas e em melhorar a saúde e qualique é a primeira visita oficial bem alimentar, não perecível. pontuação. dade de vida de muitos doentes.

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o que vai acontecer


6 Media Nova, S.A Presidente do Conselho de Administração Filipe Correia de Sá Administradores Executivos Luís gomes paulo Kénia Camotim Propriedade : Socijornal Depósito Legal: Nº 244/2008 Contribuinte: 5417015059 Nº registo estatístico: 48058

O PAÍS Sexta-feira, 14 de Junho de 2019

nO TEMPO dO KAPArAndAndA

Director Geral de Publicações: José Kaliengue jose.kaliengue@opais.co.ao

OPAÍS

Director: José Kaliengue Sub-Director: daniel Costa, daniel.costa@opais.co.ao Chefe de Redacção: Eugénio Mateus, eugenio.mateus@opais. co.ao Grande repórter: André Mussamo andre.mussamo@opais.co.ao Editorias : Política: Ireneu Mujoco ireneu.mujoco@opais.co.ao (Editor) Sociedade: paulo Sérgio paulo.sergio@opais.co.ao (Editor) romão Brandão romao.brandao@opais.co.ao (Sub-editor) Economia Luís Faria (Coordenador-Editor) luis.faria@opais.co.ao Desporto: Sebastião Félix sebastiao.felix@opais.co.ao (Editor) Mário Silva mario.silva@opais.co.ao (Sub-editor) Cartaz: Jorge Fernandes jorge.silva@medianova.co.ao (Sub-editor) Redacção: Norberto Sateco, Alberto Bambi, Augusto Nunes, rila Berta, Miguel Kitari, domingos Bento, Neusa Filipe, Afrodite Zumba, Milton Manaça, Antónia gonçalo, Maria Teixeira, Iracelma Kaliengue, patrícia Oliveira, Stela Cambamba, Zuleide de Carvalho (Benguela),Brenda Sambo, Maria Custódia, Kiameso pedro e Adjelson Coimbra. Arte: Ladislau Bernardo (Coordenador) valério vunda (Coordenador adjunto)Lourenço pascoal, Annette Fernandes, Nelson da Silva e Francisco da Silva. Fotografia: Carlos Moco (Editor), daniel Miguel (Sub-editor), pedro Nicodemos, Jacinto Figueiredo, Carlos Augusto, virgílio pinto, Lito Cahongolo (repórteres fotográficos), rosa gaspar e Yuri dos Santos (Assistentes de departamento) Revisão: António Setas

14 de Junho 1985 - O governo português

entrega, no decurso de uma cerimónia religiosa, a urna com os restos mortais do régulo gungunhana a uma delegação de alto nível da república popular de Moçambique.

1991

14 de Junho - Jiang Qing, viúva de Mao Tse-Tung suicida-se.

1992

14 de Junho - O partido comunista da ex-UrSS, que se encontra ilegalizado, expulsa Mikhail gorbachov.

CArTA dO LEITOr dr

Agências: Angop, AFp, reuters, getty Images

Assistentes de Redacção: Antónia Correia, rosa gaspar, Inês Monteiro e Sílvia Henriques Impressão e acabamento: dAMEr, S. A. Luanda Sul, Edifício damer Distribuição: Media Nova distribuição Tel: +244 943028039 distribuidora@medianova.co.ao pontodevenda@medianova.co.ao Assinaturas: Bruno pedro Tel: +244 945 501 040 Bruno.pedro@medianova.co.ao Online: Venâncio Rodrigues (Editor)Isabel dalla e Ana gomes Sítio Online: www.opais.co.ao Contactos: info@opais.co.ao Tel: 914 718 634 -222 003 268 Fax: 222 007 754 Sede: Condomínio ALpHA, Talatona- Luanda. Tel: 222 009 444 república de Angola

Comercial e Marketing: Senda Costa 922682440 vladimir Teixeira email: comercial@medianova.co.ao Tiragem: 15 000 exemplares

O viaduto engarrafado Estimado director e profissionais do jornal OpAíS, saudações. desde que foi inaugurado, não consigo entender e aceitar como foi possível construir-se um viaduto que, em vez de manter o trânsito livre e altamente circulante, só cria

engarrafamento. Trata se do viaduto junto ao Cemitério da Camama. O engarrafamento inicia de manhã e vai até às primeiras horas da noite. É um verdadeiro quebra-cabeças que faz lembrar o jogo “não te irrites”. Mas onde estava então a cabeça do governo provincial de Luanda, dos arquitectos e engenheiros para construírem um viaduto que

provoca engarrafamento? Nas horas que muita gente vai para o trabalho, hospitais, escola, funerais, etc., etc, nem se fala.... E, além disso, quem sai do Nova vida ou da Fubu, para ir a viana passando por baixo do mesmo viaduto, depara-se imediatamente com a estrada do Calemba dois, que está num verdadeiro caos. Como é possível passar-se por um viaduto e de seguida entrar em buracões, buracos, lombas e valetas num percurso de cerca de 12km? Só mesmo em Angola.

Tantas promessas foram feitas pelo INEA e a estrada do Calemba dois continua cada vez pior. Na minha modesta opinião, é hora de se rever o viaduto junto ao Cemitério da Camama, para permitir melhor circulação rodoviária e de peões, bem como construírem uma nova via no Calemba dois. Ao acontecer, ficará mais segura a vida de peões e condutores e os transtornos vividos até ao presente ficarão para o passado.

Escreva para o Jornal OPAÍS através do e-mail info@opais.co.ao ou ligue para estes contactos Tel: 222 003 268 Fax: 222 007 754

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Um orgulho imenso na nossa terra, na nossa cultura ímpar, nas nossas gentes, nos nossos costumes e gastronomia. Uma enorme vontade de mostrar ao mundo as belezas naturais de Angola, de Cabinda ao Cunene, das planícies às praias paradisíacas, das mais pequenas comunas às grandes cidades. Como angolanos queremos continuar a descobrir este País lindo e acolhedor e receber de braços abertos quem nos visita. Como Banco de Fomento Angola, queremos continuar a contribuir para o seu desenvolvimento. Passe por uma Agência ou Centro de Empresas BFA e saiba mais. Para mais informações consulte o site www.bfa.ao ou ligue para a Linha de Atendimento BFA 923 120 120


POLÍTICA

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O PAÍS Sexta-feira, 14 de Junho de 2019

vigílio Tyova fez “negócio consigo mesmo e usurpou competências do MATrE” O actual governador provincial do Cunene está a ser acusado de se ter apropriado de um terreno com cerca de 17.887,50 metros quadrados localizado no bairro Tchioco, arredores da cidade do Lubango. Quando desempenhava as funções de Administrador Municipal da capital huilana, vigílio da ressurreição Bernardo Adriano Tyova celebrou contrato de concessão de direito de superfície com a Administração Municipal do Lubango dr

João Katombela, na Huíla

O

Tribunal Provincial da Huíla reconheceu as irregularidades de que Tyova é acusado durante duas audiências de Julgamento, envolvendo várias testemunhas, com destaque para o que na altura era administrador adjunto do Lubango, Domingos Wango. De acordo com o despacho saneador do Tribunal Provincial da Huíla, Vigílio da Ressurreição Tyova terá usurpado as com-

petências do ministro da Administração do Território e Reforma do Estado. “Salta à vista, desde logo, que a área concedida ao réu (Vigílio Tyova) ultrapassa as competências dos administradores municipais, por força do disposto no Decreto-Lei nº 02/07, de 3 de Janeiro, regulamento da Lei de Terras em vigor a data dos factos”, disse Tânia Braz, juíza da causa. Na sequência, a juíza presidente do Tribunal Provincial da Huíla detalhou que compete à Administração Municipal, no domínio do desenvolvimen-

Tânia Braz fundamentou dizendo que o réu Vigílio Tyova na altura era administrador municipal do Lubango, como ficou provado

to urbano e do ordenamento do território, autorizar a concessão de terrenos até 1000 metros quadrados, bem como observar e fiscalizar o cumprimento do disposto na lei de terras e seu regulamento. “Ora, ao abrigo da Lei de Terras, a área concedida, ou seja 17.887,50 metros quadrados, equivalente a 17 hectares, é da competência do ministro que superintende o cadastro, Art. nº 43nº1 al.c, mas, infelizmente, tal não é a única irregularidade ou vicio do contrato” detalhou. Tânia Braz fundamentou dizendo que o réu Vigílio Tyova na

altura era administrador municipal do Lubango, como ficou provado. Na qualidade de funcionário da administração pública, estava sujeito, entre outros, aos deveres de imparcialidade, moralidade, fidúcia e probidade. “Dispõe o Artigo 19º al.a do decreto-lei nº 16-A/95, de 15 de Dezembro de 1995, das normas do procedimento e da actividade administrativa, que é vedado ao titular de órgão ou funcionário da administração pública intervir, quer em procedimento administrativo ou em actos de contrato de administração pública quando nele tenha interesse, por si, ou em actos de contrato de administração pública quando nele tenha interesse, por si ou como representante de outra parte” explicou. Segundo Tânia Braz, ao celebrar o contrato de concessão do direito de superfície consigo mesmo, o réu não agiu com imparcialidade e violou uma norma imperativa da administração pública. “Ora, o negócio consigo mesmo celebrado por um agente público no exercício das suas funções, sem esquecer a área atribuída que ultrapassa consideravelmente as suas competências, caracterizadas as suas competências, caracterizam situações que atentam contra a probidade pública. A conduta do réu além de ser proibida por lei, é censurável, moralmente questionável e ofensiva as boas práticas, aos bons costumes, tornando o negocio jurídico nulo, nos termos do Artigo 280º nº 2 do Código Civil” revelou. Ainda assim, a juíza da causa, Tânia Braz, julgou improcedente o pedido do autor Fernando Simões dos Santos, que pretendia reconhecer para si a titularidade do prédio rustico. De igual modo, declarou nulo o contrato de concessão de direito de superfície sobre o prédio rustico de 17.887,50 metros quadrados celebrado entre a Administração Municipal do Lubango e a pessoa de Vigílio da Ressurreição Bernardo Tyova e Vigílio da Ressurreição Bernardo Tyova.


O PAÍS Sexta-feira, 14 de Junho de 2019

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presidente endereça condolências ao povo do Mali O Presidente da república, João Lourenço, endereçou, nesta Quinta-feira, ao homólogo maliano, Ibrahim Boubacar Keita, uma mensagem de condolências a propósito dos ataques ocorridos na localidade de Sobame da, que resultaram em dezenas de mortos e feridos dr

O

Chefe de Estado disse ter tomado conhecimento, com preocupação e tristeza, dos acontecimentos que ocorreram na localidade de Sobame Da. “É um acontecimento trágico que se repete no Vosso país, e a respeito do qual o Executivo Angolano e eu próprio manifestamos o nosso mais vivo repúdio, e a nossa fi rme e vigorosa condenação”, afi rmou Louren-

ço numa missiva a que OPAÍS teve acesso. Na carta, João Lourenço expressa a solidariedade do povo angolano ao povo do Mali no geral, aos familiares das vítimas em particular e estendeu condolências às famílias enlutadas. Um ataque armado nesta Segunda-feira na povoação de Sobame D, no Mali, fez perto de 100 mortos. Mali pede ajuda internacional para acabar com a violência De acordo com uma informação divulgada na tarde desta Quinta-feira (13) pela Euronews, o Governo do Mali pediu o reforço da presença dos capacetes azuis da ONU no centro do país para proteger as populações civis e pôr fi m ao ciclo de violência. A informação refere que o primeiro-ministro Boubou Cissé

esteve na aldeia de Sobane Da, onde ocorreu um novo massacre interétnico. Boubou Cissé pede a conjugação de esforços, nacionais e internacionais, com vista ao processo de paz: “O que se passou é um desafio para todos e deve levar-nos a acelerar as diligências em curso ao nível dos esforços políticos, securitários e económicos para acelerar o processo de paz e reconciliação”. O chefe da diplomacia do Mali, Tiébilé Dramé, pediu, em Nova Iorque, o reforço da ajuda das Nações Unidas, traçando o quadro do drama que o país vive: “Na história contemporânea do Mali, o nosso país nunca conheceu tantas vítimas e tanta destruição na violência intercomunitária, alimentada pela pressão de grupos terroristas, pela amálgama e pela competi-

ção pelo controlo dos recursos naturais e, muitas vezes, pelo ressurgimento de confl itos antigos”. O ataque de Sobane Da, uma aldeia de etnia dogon, não foi reivindicado. Desde o aparecimento em 2015 do grupo jihadista de Amadou Koufa, que recruta os combatentes entre os membros da etnia peul, as comunidades dongo e bombara criaram os seus prórios grupos de defesa e os confrontos multiplicam-se. No dia 23 de Março tinham sido mortas 157 pessoas de etnia peul, na aldeia de Ogossagou. Um massacre que foi atribuído a caçadores dogons. A missão da Minusma, que conta 15 mil capacetes azuis no Mali, termina no fi m de Junho. pUB

SOB O LEMA: ESTRATÉGIA PARA AS REFORMAS E DESENVOLVIMENTO DA MARINHA MERCANTE E PORTOS

ANÁLISE

DIAS: 19, 20, 21 DE JUNHO / SOYO - PROVÍNCIA DO ZAIRE - 2019


SOCIEdAdE Bispos da CEAST visitam Vaticano Pe. Correia Hilário, no vaticano

O

s Bispos da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) encontram-se em Roma para a tradicional Visita Ad Limina, de 9 a 17 de Junho, com uma bagagem cheia de rica espiritualidade e simbolismo, numa movimentação que se realiza a cada 5 anos. Durante a Visita Apostólica ao Vaticano, os prelados angolanos e de S. Tomé vão manter encontros com as diversas congregações e dicastérios da Cúria Romana, e que vai culminar com o encontro com o Santo Padre, o Papa Francisco, na Segundafeira, 17. Na visita que já vai no seu quinto dia (Quinta-feira, 13), os Bispos já visitaram a Congregação do Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, a Congregação para a Evangelização dos Povos, a Congregação para a Doutrina da Fé; e os Dicastérios para o Laicado, Família e Vida, o Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral e o Conselho Pontifício para a Cultura. São momentos de religiosidade, actualização das orientações pastorais do Santo Padre, comunhão e fé numa caminhada permanente com a Santa Sé, que é o Coração da Igreja Católica no mundo. Como é natural, um dos pontos importantes nestas visitas é a apresentação dos relatórios completos sobre a situação actual das dioceses em todos os seus aspectos de acção pastoral: cristão, social e cultural. Angola conquista espaço no Vaticano Trata-se de um espaço que está defronte à Praça de São Pedro, ao lado das Embaixadas da Argentina, Rússia, Brasil e Canadá. É a Embaixada de Angola, a única embaixada de África que está no Coração da Igreja Católica no mundo – o Vaticano.

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O PAÍS Sexta-feira, 14 de Junho de 2019

dirigentes de armazém de carne retêm machadinhos dos «cortadores» no fim das jornadas dr

A medida serve para evitar actos violentos e de delinquência, de acordo com um dos responsáveis da NEWACO S.A, que prometeu criar uma secção de corte eléctrico dentro do entreposto comercial do Benfica

Alberto Bambi

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iroz, o cidadão indiano que se identificou como um dos responsáveis do armazém de frescos, como são conhecidos os entrepostos que comercializam, essencialmente, carne e peixe congelados, assegurou, ontem, a OPAÍS, que foi a direcção da sua empresa que tomou a decisão de recolher os machados pequenos usados pelos jovens prestadores de serviços de corte ou retalho de carne, a fim de se evitarem tentativas de agressão ou outras tendências de delinquência no local e nos arredores. “Nós permitimos que esses jovens façam esse trabalho aqui dentro e, como a empresa se esforça a pensar em tudo, decidimos passar a receber os machadinhos e guardá-los mesmo aqui, sempre que eles acabam de trabalhar. Assim, eles não têm como levá-los e usá-los para outras coisas perigosas”, disse Firoz, tendo adiantado que a busca da clientela por parte deles impõe uma disputa cerrada e a insatisfação momentânea de uns pode motivar reservas e, consequentes, vinganças fora do recinto do armazém. O responsável do armazém NEWACO S.A, localizado próximo da AngoMart do Benfica, município de Talatona, em Luanda, reforçou também que outra razão se deveu ao facto de terem ouvido relatos que davam conta de alguns prestadores de serviços do género que se serviam dos referi-

Compradoras de carne de porco são as principais clientes dos cortadores

dos meios de trabalho para assaltarem e usarem-nas em brigas, no percurso para casa, alegadamente como meios de defesa. Segundo ele, as narrativas indicativas de violência de que fez alusão aconteceram todas fora da instituição que representa e, até à data desta reportagem, ainda não teve informações sobre a envolvência de algum dos jovens que operam no interior do seu entreposto comercial. Entretanto, momentos antes dessas alegações, certos transeuntes abordados pela equipa desta reportagem, ao lado da chamada «Ponte do Benfica» contaram que já houve tempos em que o local registava muitos assaltos com “armas brancas”, ao ponto de as vítimas serem ameaçadas com machadinhos, facas de serra e outras normais, além de alicates e escopros. Referiram, igualmente, que, no bairro Benfica, o local em causa era o preferido dos vendedores ambulantes para comercializarem esse tipo de materiais, motivados, na altura, pela presença desses mesmos prestadores de serviço, a quem também designam de trabalhadores, retalhadores ou mesmo cortadores de carne. Voltando a falar sobre os cor-

Corte eléctrico em breve O responsável da NEWACO S.A considerou que a entrada em cena dos prestadores de serviços constitui sempre um elemento susceptível a qualquer conflito com os seus compradores, razão pela qual a sua organização tem em carteira a construção de uma secção que vai fazer o corte da carne com meios eléctricos. “Isso vai ser mesmo aí ao lado”, apontou, referindo-se ao sítio que fica ao lado da parede onde está afixado o preçário geral, tendo garantido que as máquinas modernas só esperam pela de montagem. Questionado se haviam de absolver os jovens que já exercem tal actividade intra-murus, Firoz ponderou tal possibilidade, argumentando que a futura secção precisaria de menos pessoal e requeria valências técnicas que os rapazes não possuíam. Prometeu que as questões de higiene e segurança da quantidade comprada estariam asseguradas, escusando-se de avançar os custos por caixa.

tadores de carne, lembrou que, no princípio (em 2017), até situações de insatisfação dos clientes, por falta de higiene, especulação de preço e outros eram reportados por estes aos responsáveis da instituição comercial, de quem esperavam soluções. “Embora estejam dentro do nosso quintal, as cabanas onde os prestadores de serviço cortam a carne foram feitas por eles próprios”, referiu Firoz, acrescentando que, por causa disso, foi

preciso explicar aos fregueses que a responsabilidade de qualquer dano nessa secção era da alçada dos jovens. Relativamente ao tão reclamado factor da higiene, os efectivos da empresa tiveram de se impor e exigir que os “cortadores” arranjassem uma lona limpa, na qual devem colocar a carne, de acordo com o entrevistado, que, normalmente, pede a estes “parceiros” para redobrarem os cuidados para com a alimentação dos clientes.


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Segundo os prestadores de serviço, é com o dinheiro desse ofício que cobrem as despesas de casa

“Famílias poderão ficar sem sustento” O projecto não agradou aos prestadores de serviços de corte de carne, uma vez que os mesmos já ouvem falar do recrutamento de outro pessoal, além de lhes ter sido notificada a exigência de continuarem com o ofício fora dos limites da NEWACO S.A

“I

sso vai complicar os nossos lucros e as nossas famílias poderão ficar sem sustento diário, porque é com o dinheiro que ganhamos aqui que estamos a comprar comida para casa, pagar as propinas dos nossos filhos e fazer a poupança para outras despesas”. Gabriel Mutundo, de 23 anos de idade, tem vindo a pensar em mobilizar os colegas para se unirem e falar com o gestor, a fim de entender a sua situação e facilitar a inserção no quadro do pessoal de trabalho.

Para ele, a questão das valências requeridas para trabalhar com as máquinas é uma componente superável, pois, defendeu, ele e os seus colegas podem aprender a manejar os invocados instrumentos modernos. A guarda dos utensílios de trabalho, no local, é encarada por Gabriel Mutundo como uma vantagem dos retalhadores, porque esses materiais colocam a pessoa muito confiante, conforme fez questão de referir, acrescentando que a reacção é sempre inesperada.

Preço determinará a clientela Enquanto o gestor Firoz acha que a qualidade e a rapidez dos serviços de corte que pensa oferecer a partir de Julho próximo, aliada a garantias de higiene, vão evitar que os compradores dos seus produtos saiam para fora do quintal para a o corte dos mesmos, domingos e Afonso, conhecido por “The game” nessas paragens, estão confiantes de que os seus clientes não deixarão de procurar os seus serviços. “Nós já temos os nossos clientes,

Gabriel Mutundo, de 23 anos de idade, tem vindo a pensar em mobilizar os colegas para se unirem e falar com o gestor, a fim de entender a sua situação e facilitar a inserção no quadro do pessoal

que nos confiam e não vão abandonar-nos , por serem pessoas que vendem refeições, então, a factura está garantida”, disseram os cortadores, asseverando que fazem tal trabalho há muito tempo e nunca ficarão pendurados. Reconheceram que quando a secção do corte eléctrico começar, eles terão de se aplicar para garantir as condições de higiene em espaço aberto. Em nenhum momento manifestaram interesse em integrar o corpo de trabalho do armazém, justificando que não nutriam tal pretensão por não estarem habituados a esperar um mês inteiro para receber dinheiro. Finalmente, realçaram que, na busca dos serviços de corte da carne, os preços que serão praticados no armazém é que vão obrigar os clientes a continuarem a usar os seus serviços. 500 Kwanzas da permanência diária A autorização dos serviços dos retalhadores no interior da NEWACO

S.A, que até antes dos depoimentos destes prestadores parecia ser uma benevolência da parte da direcção da referida instituição comercial, ficou teoricamente anulada com a revelação dos primeiros interlocutores dessa classe, afirmando categoricamente que “todos os dias, independentemente de trabalharmos ou não, temos de pagar 500 Kwanzas”. Confessaram, a seguir, ser difícil passar um dia inteiro sem atender um freguês, no entanto falaram daquelas circunstâncias em que, tão logo começam a jornada, se lhes apresenta uma mal-estar, normalmente provocado por doença ou qualquer notícia de casa ou da família que os obriga a largar o turno. “Às vezes, ganhamos coragem e vamos lá falar com eles para não pagarmos mais no dia seguinte”, revelou Armando Muxi, realçando que nem sempre a solicitação dos prestadores de serviço encontra resposta favorável. Conquanto não tenham divulgado a quem precisamente entregam a renda diária, o jovem assegurou que a prestação financeira não os desencoraja a continuar com o trabalho, porque do mesmo podem colher uma quantia que facilita o sustento de suas famílias. “Por dia, podemos fazer entre cinco e dez mil Kwanzas, principalmente na Sexta-feira e no Sábado, os dias em que há mais compra de carne para festas, praias e “sentadas”(rodas de amigos com comes-e- bebes), detalhou. Armando aplaudiu a medida tomada pelos dirigentes da NEWACO S.A, sobre a exigência da guarda dos machados, porque, segundo ele, evita todas as situações de violência oportunas. “Conforme está esse machado, a pessoa chega aí na paragem, já cansado, encontra-se com um gatuno que quer roubar o dinheiro facturado do dia, você perde a cabeça e podes lhe dar com isso”, disse Armando Muxi, tendo, imediatamente, recordado de dois casos que envolveram colegas seus de oficio e uns lotadores de táxi, ocorridos em 2016, quando ele e os seus colegas prestavam serviços no armazém de frescos dos mesmos indianos, então localizado bem ao lado esquerdo da AngoMart do Benfica. O residente das bandas do Projecto Zona Verde, município de Belas, informou que os preços variam em função do tipo da carne, adiantando, em seguida, que o peito alto era o mais caro, (mil e 500 Kwanzas), enquanto ao corte de uma caixa de pernil de porco cobravam mil Kwanzas, sendo que, para cortejar o entrecosto, também de suíno, ficava pela metade do primeiro.



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Roma coroa “poeta e pai da independência angolana” O poeta e pai da independência angolana, Agostinho Neto, será um dos quatro autores a ser homenageado durante o 13º Congresso da Associação Internacional de Lusitanistas (AIL), que decorrerá em Roma, na Universidade Sapienza, entre os dias 20 e 24 de Julho de 2020, reunindo centenas de especialistas de todo o mundo dr

António Quino

A

decisão de homenagear Agostinho Neto, aliada à escolha da Sapienza como sede do 13º congresso da AIL em 2020, foi tomada por ocasião da Assembleia Geral do 12º Congresso, e pretende, depois dos congressos em Cabo Verde e em Macau, levar de volta à Europa onde se encontra o maior e mais representativo conjunto de pesquisadores no âmbito da língua, das literaturas e culturas de expressão portuguesa. A Sapienza, que é a segunda maior Universidade do mundo em termos de população estudantil, só superada pela Universidade Autónoma do México, e ocupa um lugar de destaque em todos os rankings internacionais, vai juntar pessoas vindas de vários países, no intuito de fortalecer a presença dos estudos lusófonos, não apenas na Itália, mas em toda a Europa. A Comissão Executiva do congresso, liderada pelo Presidente da AIL, Roberto Vecchi (da Universidade de Bolonha), e do Secretáriogeral Vincenzo Russo (da Universidade de Milão), vai contar com a presença de Giorgio de Marchis (Universidade de Roma Tre). De acordo com o Director da Cátedra “Agostinho Neto” da Universidade Roma Tre, Professor Giorgio de Marchis, além dos brasileiros Sérgio Buarque de Hollanda e Murilo Mendes, do português Eduardo Lourenço e da moçambicana Ber-

tina Lopes, o poeta angolano estará entre os autores a homenagear. “Integrando a Comissão Executiva do Congresso, é com muito prazer que posso informar que Agostinho Neto será um dos quatro autores homenageados nesta edição. Trata-se de figuras que tiveram e tem todas uma relação muito estreita com a cidade de Roma”, disse. Giorgio de Marchis acrescentou: “a decisão da Comissão Executiva, escolhendo a figura de Agostinho Neto, pretende homenagear um grande escritor, político e intelectual angolano, no cinquentenário do encontro em Roma com o Papa Paolo VI. A existência nesta cidade da Cátedra ‘Agostinho Neto’ confirma, de resto, os profundos laços que ligam Roma à figura de Agostinho Neto”. Conforme o programa do evento, a homenagem acontecerá no quarto dia do congresso (23 de julho) e, como expectativa da organização, espera-se que a participação de especialistas angolanos seja ampla em termos quantitativos. “Não há dúvida que o será em termos qualitativos. Como Coordenador da Cátedra ‘Agostinho Neto’ da Universidade de Roma Tre, colaborarei com grande empenho na organização desta homenagem. Entretanto, reitero o convite aos angolanos para marcarem presença para que a homenagem a Agostinho Neto tenha o impacto esperado também em Angola”, afirmou Giorgio de Marchis a partir de Roma. Fundada em Poitiers, em 1984, pelo lusitanista R. A. Lawton (Universidade de Poitiers), a AIL tem por objecto, segundo os seus Estatutos, fomentar os estudos de língua, literatura e cultura dos países de língua portuguesa, organizar congressos e publicar as actas, preparar e publicar a revista Veredas,

além de colaborar com instituições nacionais e internacionais. Com sede na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, em Portugal, a AIL promove o encontro de culturas entre os países e povos falantes da língua portuguesa e explora a diversidade que ela encerra. Cátedra em roma Tre Em 2014, foi rubricado um acordo de cooperação entre a Fundação Dr. António Agostinho Neto (FAAN), a União dos Escritores Angolanos (UEA) e a Universidade Roma de Tre, que prevê o ensino da literatura e da cultura de Angola nos cursos do Departamento de Língua, Literatura e Cultura Estrangeira da referida universidade italiana. O acordo que permitiu a criação da Cátedra “Agostinho Neto” que, pela primeira vez numa universidade italiana, está a ser integralmente dedicada ao ensino da Literatura e da Cultura de Angola, conforme palavras do seu coordenador, Giorgio de Marchis. “Aproveito informar que na primeira quinzena de Maio acabou o V curso livre de Cultura Angolana que, ao abrigo da Cátedra “Agostinho Neto” e com o imprescindível apoio da UEA e da FAAN, decorreu na Universidade de Roma Tre. Este ano o seminário foi ministrado pela Professora Ana Clara Guerra Marques, e também contou com a participação da Docente Egídia Souto, da Universidade Sorbonne Nouvelle, e de vários especialistas italianos. Foi realmente um sucesso”, salientou. Por força do acordo, as três instituições comprometem-se a desenvolver iniciativas e actividades que possam contribuir para o reforço dos programas de ensino da Língua, da Literatura e da Cultura angolanas na Itália.


O PAÍS Sexta-feira, 14 de Junho de 2019

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Músicos brasileiros homenageiam produtor Lincoln Olivetti em série televisiva

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rata-se de Gilberto Gil, Lulu Santos, Elba Ramalho e Moraes Moreira são alguns nomes que falam sobre produção de faixas arranjadas pelo homenageado que chegaram ao topo das principais pistas musicais. Nascido no Rio de Janeiro (Brasil), Lincoln Olivetti tem a sua vida e obra resgatada na série televisiva ‘O Mago do Pop’, projecto póstumo com a participação directa do homenageado no pré-roteiro, na pesquisa e em depoimentos. A atracção é exibida semanalmente pelo canal por assinatura Music Box Brazil para o Brasil e mercado internacional via serviços

de streaming. Vítima de um infarte em 2015, aos 60 anos de idade, Lincoln não é um nome conhecido do grande público, mas, paradoxalmente, nenhum outro músico do Brasil esteve tão presente no hit parade nacional e estrangeiro. “Houve uma fase em que ele produzia 90% do que tocava nas rádios brasileiras. Isso era muita coisa”, conta o tecladista Jorjão Barreto, parceiro de trabalho do homenageado. A afirmação explica o facto de Lincoln ter feito arranjos de alguns dos maiores sucessos dos principais nomes da música popular brasileira, entre eles Xuxa, Anitta, Roberto Carlos, Gilberto Gil, Rita Lee, Gal Costa, Tim Maia, Jorge Ben Jor, As Paquitas, Caetano Veloso, Lulu Santos, Angélica, Moraes Moreira, Sullivan e Massadas, Sandra de Sá

e Marcos Valle, entre centenas de outros artistas cujo único traço em comum foi ter trabalhado com “o mago do pop”. Recluso, excêntrico, perfeccionista e obcecado pela música, Lincoln Olivetti tem essa trajectória única revivida através de imagens de arquivo e depoimentos de dezenas de músicos, produtores, amigos, familiares e empresários da indústria fonográfica gravados em residências, ambientes de trabalho e escritórios dos entrevistados. Entre eles, Gilberto Gil, Alcione, Moraes Moreira, Marcos Valle, Lulu Santos, Nelson Motta, Ed Motta, Nando Reis, Maria Rita, Fagner, Mart’nalia, João Donato, Elba Ramalho, Sandra de Sá, Michael Sullivan, Bebeto, Lafaiette, DJ Memê, Leila Pinheiro, Pedro Luís, Leo

Gandelman, Carlos Malta, Carlos Dafé, Miguel Plopschi, Jaques Morelenbaum, Liminha, Kassin, Guto Graça Mello, Geraldo Carneiro, Max Pierre, Mario Adnet e George Israel. Através desses depoimentos descobre-se que Lincoln revelou o seu talento para música ainda criança e já na adolescência tocava profissionalmente em bailes do subúrbio do Rio de Janeiro. Depois de brilhar como músico de estúdio, ele tornou-se arranjador no final dos anos 70 e na década seguinte domina as paradas de sucesso do Brasil, trabalhando com músicos, cantores e compositores dos mais diferentes estilos e quilates. “Ele trabalhava para os melhores e para os piores, mas sempre mantendo uma qualidade extraordinária”, resume Nelson Motta, jornalista e produ-

tor musical, num dos episódios da série. Duramente atacado pela crítica da época, que o acusava de ter pasteurizado e americanizado a música brasileira, Lincoln vive um período turbulento no início dos anos 90, agravado pela morte do seu principal parceiro, o guitarrista Robson Jorge. Mas com o apoio de uma nova geração de músicos e produtores, entre os quais Kassin, Davi Moraes e DJ Meme, retoma o seu ritmo de trabalho obsessivo. Nos últimos anos de vida, estava tão activo quanto no auge da carreira, a trabalhar para artistas como Marcelo Jeneci, Vanessa da Mata, Emicida, Gabriel Moura e Rogê, entre muitos outros. Além disso, em 2011 ele ajuda o especial da TV Globo, principal emissora brasileira, que reuniu Ivete Sangalo, Gilberto Gil e Caetano Veloso a conquistar o Grammy Latino e, logo depois, assume a direção do The Voice Brasil, versão brasileira do reality musical, transmitido pela mesma emissora. pUB

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CArTAz

O PAÍS Sexta-feira, 14 de Junho de 2019

reflexão CArYLSOn ALBErTO

Os Rappers (na sua maioria) não representam a Cultura Hip-Hop dr

E

u tinha o hábito de acompanhar as entrevistas dos Rappers, mas por milhares motivos eu deixei de acompanhar. E um dos motivos é o simples facto de os rappers não passarem informações sobre o que é a Cultura Hip-Hop, já que nas músicas também não o fazem. Nota-se que de facto as entrevistas só servem para vender os seus produtos.

Há um ano, eu acompanhei a entrevista do Biura (actualmente eleito o melhor rapper do ano 2018 em Angola) numa das estações de Rádio, onde o artista afirmou que ele é Hip Hopper, usando um termo errado. E eu vejo quase todos os rappers usando esse termo “errado”. Ao que tudo indica, os rappers que usam esse termo ERRADO, não têm conhecimentos básicos sobre o que é Hip Hop e, por isso, representam mal a Cultura. Um recado para os rappers e a todos os amantes de Rap: Hiphoppa é a manifestação do Hiphop. Aqueles que

EXIBIÇÃO

Sinopse

Os Homens de Negro sempre protegeram a Terra da escória do universo. Nesta nova aventura, eles vão enfrentar a maior ameaça até hoje: um infiltrado na organização Homens de Negro. RealizaçãoF. gary gray Elenco:Chris Hemsworth, Tessa Thompson, Emma Thompson, Liam Neeson, rebecca Ferguson, Kumail Nanjiani Género: Comédia, Acção Duração:115 min ClassificaçãoEtária: M/12

Se o RAP é música da Cultura Hip Hop, como é possível os jovens na sua maioria não saberem o que é Hip Hop e para que serve o Hip Hop?

acordo com os acrónimos. E quando mandei o mesmo texto aos rappers pelo whatsapp, alguns mostraram-me que também não conheciam o significado da palavra HIP HOP de acordo com os acrónimos. A questão é: como é possível os rappers (na sua maioria) representarem a Cultura Hip Hop se os mesmos também não conhecem o que é o Hip Hop de acordo com os acrónimos e para que serve? Segundo KRS ONE, a maioria das pessoas não compreendem que fazem parte da história até ser tarde demais, o Hip Hop é uma cultura global e nós somos seus arquitectos culturais. O que falamos e fazemos hoje será a história estudada no futuro. Aquilo que acreditamos de nós mesmos hoje será o que as nossas crianças irão acreditar sobre elas mesmas amanhã. As nossas acções hoje irão informar as nossas crianças sobre o que elas são capazes e o que elas podem se tornar. Ou seja, se não mudarmos o quadro sobre aquilo que nós chamamos representar a cultura HIP HOP que eu considero de forma errada de acordo com os princípios da mesma cultura, estaremos a ser cúmplices do erro e as próximas gerações também irão representar mal a Cultura Hip Hop e assim sucessivamente.

vivem os princípios da cultura são chamados “Hiphoppas” e não “Hip Hoppers” porque viver Hip Hop é pensar Hip-hop. Os rappers (na sua maioria) representam mal a Cultura Hip Hop e isso não se deve debater. A título de exemplo, se olharmos para a juventude, vamos notar uma grande percentagem de jovens que de facto não conhecem o que é Hip Hop, sabendo que o estilo de música que os jovens mais estão a consumir é o RAP. Se o RAP é música da Cultura Hip Hop, como é possível os jovens na sua maioria não saberem o que é Hip Hop e para que serve o Hip Hop? Num dos meus textos passados eu falei sobre os acrónimos da Palavra “H.I.P H.O.P” e notei que os jovens não sabiam o que significa HIP HOP de

ArTES

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CELEBrIdAdES

EXTrAVAGÂnCIA

Bienal da CPLP antecipada para este mês

Meghan Markle na Vogue britânica. Duquesa será editora por um mês

Ex-noivo de Lady Gaga ‘gosta’ de fotografia sensual de Irina Shayk

Bruna Marquezine dá que falar ao aparecer de robe de seda em evento

A 9ª edição da Bienal de Jovens Criadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), inicialmente prevista para Julho, realizase entre os dias 24 e 28 deste mês, na capital angolana (Luanda), com a participação de 200 jovens, na ordem de 20 por cada país.O evento será preenchido com actividades nas áreas de artes visuais (escultura, pintura, fotografia, desenho gravura, grafite e artes digitais), artes performativas (música, dança, teatro, intervenções urbanas), artes aplicadas (moda e jóias), literatura (prosa e poesia) e audiovisual (curtas e médias, longas e médias metragens, documentários e ficção).

Já passou pouco mais de dois anos desde que Meghan Markle entrou para a família real britânica. Na altura, a duquesa de Sussex teve de abdicar de bastantes coisas da sua vida, inclusive um blog de lifestyle da sua autoria - ‘The Tig’. Ora, as mais recentes informações da imprensa internacional indicam que Meghan está a reviver um pouco esse tempo uma vez que foi convidada pela Vogue britânica para ser editora da revista de Setembro. O tema será ‘Os plásticos’ e claro que, nesta ocasião, a mulher de Harry aproveitará para chamar a atenção para o assunto que tanto tem estado na ordem do dia.

A separação de Irina Shayk e Bradley Cooper tem dado muito que falar nos últimos tempos. Esta semana, a manequim fez uma publicação na sua conta de Instagram na qual exibiu a sua excelente forma física, não passando despercebida pela sua beleza. Claro que a fotografia mereceu os ‘gostos’ dos seus fãs, entre eles, o de Christian Carino, ex-noivo de Lady Gaga. Opormenorchamouaatençãodaimprensa internacional tendo em conta queonoivadodeCarinoeGagaterminou pouco tempo antes da relação de Irina e Bradley chegar ao fim. A ligação de Lady Gaga e de Bradley no filme ‘Assim Nasce Uma Estrela’ foi bastante comentada.

Não é a primeira vez que uma celebridade usa um robe como se fosse um vestido num evento da Intimissimi – Rita Pereira já o fez em Itália, por exemplo, mas, mesmo assim, todas as atenções se viraram para Bruna Marquezine e o look que escolheu para uma noite de festa da marca no Rio de Janeiro. “Não conseguiu nem disfarçar a minha alegria por poder sair de casa só de robe”, escreveu a ex-namorada de Neymar na legenda de uma fotografia partilhada no Instagram, onde surge com um roupão cor-de-rosa.


MErCAdOS

O PAÍS Sexta-feira, 14 de Junho de 2019

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Taxas de Juro Taxa BNA Libor USd 6M Libor gBp 6M Libor JpY 6M Euribor 6M Luibor 6M

Cot. 11/06/19 15,500% 2,352% 0,870% -0,004% -0,258% 16,160%

∆ Diária (p.p) 0,000 0,003 0,005 -0,001 0,000 -0,060

17,03% 17,01% 17,00% 16,98% 4/Jun

Mercado ACCIONISTA Índices Accionistas Cot. 11/06/19 dow Jones (EUA) 26 048,51 S&p 500 (EUA) 2 885,72 FTSE 100 (Inglaterra) 7 398,45 IBovespa (Brasil) 98 960,00 CSI 300 (China) 3 719,28 Nikkei 225 (Japão) 21 204,28

∆ Diária (%) -0,054 -0,035 0,311 1,532 3,006 0,331

Cot. 11/06/19 338,9587 1,1329 1,2728 108,4600 14,6958 3,8575

Cot. 11/06/19 53,27 62,29 1 326,40 14,74 2,40 267,15

∆ Diária (%) 0,021 0,115 0,307 -0,083 -0,860 -0,810

∆ Diária (%) 0,019 0,000 0,128 0,690 1,782 0,376

Luibor Taxas BNA Luibor O/N Luibor 1 Mês Luibor 3 Meses Luibor 6 meses Luibor 9 meses Luibor 1 Ano

8/Jun

26 350 25 900 25 450 25 000 4/Jun

6/Jun

8/Jun

10/Jun

1,134 1,129 1,124 1,119 4/Jun

6/Jun

8/Jun

10/Jun

Brent C rude F ut. 63,0 62,0 61,0 60,0 4/Jun

6/Jun

8/Jun

10/Jun

Luibor 1 Ano Cot. 11/06/19 15,06 15,38 15,88 16,16 16,52 17,01

∆ Diária (p.p) -0,010 -0,050 -0,060 -0,060 -0,010 0,000

2,480 2,420 2,360 2,300 4/Jun

6/Jun

8/Jun

Moçambique prevê aumento significativo da produção de cajú no prazo de cinco anos

10/Jun

EUR / USD

Mercado DAS COMMODITIES Commodities WTI Crude Fut. Brent Crude Fut. gold 100 Oz Fut. prata Fut. gás Natural Fut. Cobre Fut.

6/Jun

Dow Jones (EUA)

Mercado CAMBIAL Taxas de Câmbio USd/AKZ EUr/USd gBp/USd USd/JpY USd/ZAr USd/BrL

Mercado Interbancário As incertezas face a possibilidade de aumentodastensõescomerciaispoderá ter contribuído para o aumento da taxa Libor USD, em 0,3 p.b., que durante o período em análise fixouse em 2,352%.

Libor USD 6 Meses

Mercado TAXA DE JURO

10/Jun

Mercado Accionista Os índices bolsistas norte-americanos foram penalizados pela possibilidade de agravamento das tensõescomerciaisentreosEUAeaChina,apósDonaldTrumpdeclararque deverá aumentar as tarifas aos produtos chineses se não houver acordo na reunião do G-20. O Dow Jones reduziu 0,054%, ao situar-se em 26.048,51 pontos.

Mercado Cambial A possibilidade de redução da taxa de juro de referência, pela Reserva Federal, penalizou o dólar. Consequentemente, a moeda única europeia apreciou 0,115%, tendo se situado em 1,1329 USD por unidade de euro.

Mercado de Matérias-primas A cotação do Brent manteve-se inalterada, em 62,29 USD/barril, o que poderá reflectir a manutenção das expectativas dos investidores. Paralelamente, o WTI registou um ligeiro incremento de 0,019%, fixando-se em 53,27 USD/barril.

Luibor As taxas de juro no mercado monetário registaram redução na generalidade das maturidades, com excepção da Luibor a 12 meses que manteve-se inalterada, em 17,01%. A trajectoria decrescente poderá reflectir a recente redução da Taxa BNA, para 15,50%.

Moçambique pretende regressar à produção de castanha de cajú que se registava na década de 70 do século XX no decurso dos próximos cinco anos, disse o director nacional do Instituto Nacional do Cajú (Incajú). Ilídio Bande, citado pelo jornal moçambicano O país, disse ainda que fundos disponibilizados pela Agência dos Estados Unidos para o desenvolvimento Internacional (USAId) bem como uma linha de crédito de 60 milhões de meticais (cerca de 1 milhão de dólares) para produtores vão fomentar a produção comercial de cajú. A produção comercializada da castanha de cajú aumentou de cerca de 80 mil toneladas nos anos 2014 e

2015 para cerca de 142 mil toneladas na campanha 2018/2019, tendo o director nacional do Incajú afirmado que a distribuição aos produtores de novas mudas registada na última década irá ter um efeito positivo na produção. Ilídio Bande salientou que, além da produção novas mudas para substituir árvores em fim de vida ou doentes, “estamos a pulverizar anualmente contra pragas e doenças cerca de 5,5 milhões de cajueiros.” O país dispõe de 17 unidades fabris para o processamento da castanha de cajú com capacidade para processar 105 mil toneladas, tendo em 2018 sido processadas nessas unidades pelo menos 60 mil toneladas.

Saída da euroAtlantic Airways da STP Airways implica alteração dos estatutos A saída da euroAtlantic Airways (EAA) da STp Airways tem de ter a concordância do maior accionista, a própria euroAtlantic, além de implicar a alteração dos estatutos da empresa, disse o fundador e presidente da companhia aérea portuguesa. A EAA é o maior accionista da STp Airways, companhia aérea de bandeira de São Tomé e príncipe, constituída por escritura pública a 23 de Junho de 2008 entre a euroAtlantic Airways (37%), Estado de São Tomé e príncipe (35%), Banco Equador (14%) e golfo Internacional Air Service (14%). Tomaz Metello, que admitiu em declarações à agência noticiosa Lusa a

saída da companhia da STp Airways, “quando o entendermos”, disse que a euroAtlantic Airways irá continuar a voar para São Tomé e príncipe, “se quisermos”, uma vez que o acordo aéreo em vigor autoriza que qualquer companhia aérea efectue a ligação. “Antes de existir a STp Airways, nós já voávamos para São Tomé e príncipe”, reforçou. As declarações do presidente e accionista único da euroAtlantic Airways surgem depois de o governo são-tomense ter anunciado a intenção de terminar em Outubro o acordo para a gestão da STp Airways, abrindo a porta a novos parceiros.


ECOnOMIA

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O PAÍS Sexta-feira, 14 de Junho de 2019

CAdIdA

Em 2019 teremos novidades no que diz respeito aos seguros Multirriscos Habitação e Empresas, pois introduziremos novas coberturas”

Alexandre Carreira, administrador executivo da Nossa Seguros, acredita no futuro do seguro em Angola

“O sector segurador apresenta um elevado potencial de crescimento” O sector segurador em Angola possui um elevado potencial para crescer. A afirmação é de Alexandre Carreira, administrador executivo da Nossa Seguros. para ele, o crescimento do sector, em última instância, dependerá do crescimento da economia e da disponibilização, por parte das seguradoras, de uma oferta ajustada às necessidades do mercado. No plano da expansão, o Cuando Cubango terá a primeira agência da Nossa Seguros este ano Miguel Kitari

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ue avaliação faz do mercado dos seguros em Angola? A avaliação do mercado segurador deve passar sempre por uma apreciação da capacidade das seguradoras fazerem face às necessidades dos clientes. Neste plano, a avaliação é claramente positiva, mas há bastante espaço para melhorarmos. De facto, é inegável o apoio que as seguradoras angolanas prestam à protecção das pessoas, bens e património dos seus segurados e o país tem, claramente, beneficiado dessa contribuição. No entanto, há competências por desenvolver, bem como há produtos e

serviços por criar e dinamizar. A procura pelos serviços das seguradoras ainda está longe do desejado. O mercado de seguros em Angola é ainda muito pequeno, representando menos de 1% do PIB. Contudo, o mercado é bastante competitivo. É revelador o facto de termos 27 companhias autorizadas a funcionar. A sua pequena dimensão, conjugada com os altos níveis de concorrência, tornam o mercado bastante dinâmico, mas também desafiante. Há bastante trabalho a fazer-se no que diz respeito à adopção das melhores práticas internacionais para o sector, incluindo, por exemplo, as relativas ao reporte finan-

ceiro, governação, gestão de riscos, controlo interno e canais de distribuição. Nesses domínios, as empresas não se encontram todas ao mesmo nível, estando umas bem melhor posicionadas do que outras. Há também um reconhecimento de que a legislação deve ser actualizada. Acredita num rápido crescimento do sector? O sector segurador apresenta um elevado potencial de crescimento. A taxa de penetração do mercado angolano (Prémios vs. PIB) em 2017 situou-se em cerca de 0.6% do PIB. No mesmo ano, a média africana era de 3%. Os indicadores pa-


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ra a Namíbia e o Quénia eram, por exemplo, de 7.6% e 2.6%, respectivamente. Esses números indicam-nos que existe margem para o mercado segurador angolano crescer, admitindo-se que seja possível atingirmos as taxas de penetração desses países africanos que referi. O crescimento do sector, em última instância, dependerá do crescimento da economia, da disponibilização, por parte das seguradoras, de uma oferta ajustada às necessidades do mercado, da existência de seguros obrigatórios devidamente fiscalizados, bem como do desenvolvimento da literacia financeira da população e de uma cultura de seguros. Devo notar, no entanto, que este ano se espera um impulso positivo nas vendas, com a dinamização dos seguros de bens importados, com a entrada em vigor, que se aguarda para breve, do Decreto Presidencial que regulará a contratação de seguros relativos aos bens oriundos do exterior. Qual é a carteira de clientes da Nossa Seguros? A Nossa Seguros encontra-se entre as quatro maiores companhias de seguros a operar em Angola. Possuímos clientes em todo o território nacional. Além dos clientes particulares, servimos igualmente o segmento de empresas e instituições, responsáveis, presentemente, por um volume bastante significativo das nossas vendas. Servimos todos os segmentos de clientes e temos uma actuação transversal a todos os sectores da economia. Temos estado a alargar significativamente a nossa quota de mercado no sector público e no sector privado, temos tido a capacidade de apoiar as empresas que pela sua dimensão, importância ou dinamismo têm tido uma actuação estruturante na economia. Realço aqui, a título de exemplo, as empresas do sector petrolífero, telecomunicações, construção e da distribuição, entre outros. De forma geral, os clientes das seguradoras dizem que os sinistros não são pagos em tempo útil, criando transtornos, sobretudo no seguro automóvel. Quer comentar? Na Nossa Seguros podemos orgulhar-nos da qualidade dos serviços de sinistros que prestamos. Entendemos que a gestão dos sinistros é um dos nossos pontos mais fortes. Melhoramos substancialmente a comunicação entre todas as partes intervenientes nos sinistros (segurados, lesados e prestadores de serviços); criamos um posto de

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atendimento para a participação de sinistros; temos uma linha directa (inclusive com acesso ao WhatsApp) para facilitar a comunicação, bem como o envio de documentos relacionados com os sinistros. No entanto, poderão eventualmente acontecer falhas, tendo os clientes a possibilidade de reclamar junto do nosso Centro de Reclamações. Devo, no entanto, notar que nos preocupa o nível de insatisfação a que se refere. A má imagem de algumas seguradoras pode injustamente contagiar a imagem de todo o sector. Quanto a isto, recomendamos uma postura enérgica da parte do supervisor, de forma a prevenir e a sancionar as práticas abusivas. Do ponto de vista da representatividade, em quantas províncias a Nossa Seguros está representada? A Nossa Seguros está presente em todo o território nacional. Através de agências próprias estamos em15 províncias e através de agências bancárias estamos em todo o território nacional. Também vendemos os nossos produtos através do nosso Contact Center que, por via telefónica, atinge clientes em todo o território angolano. Os corretores de seguros são também um importante canal de distribuição dos nossos produtos e possuímos uma rede cada vez mais numerosa de mediadores exclusivos. Qual é o plano de expansão? Abriremos dentro dos próximos meses mais uma agência em Luanda e teremos a nossa primeira agência na província do Cuando Cubango. No entanto, há dias fechamos duas agências situadas em zonas periféricas de Luanda, por razões estratégicas. A diversificação dos serviços é uma forma de impor uma marca no mercado. Por isso, pergunto: tencionam lançar novos serviços a curto prazo? A Nossa Seguros oferece seguros dos ramos vida, não-vida e faz a gestão de fundos de pensões. As nossas inovações têm sido transversais aos vários ramos da nossa actividade. A título de exemplo mencionarei algumas das nossas mais recentes inovações. Em 2018 passamos a disponibilizar aos nossos parceiros uma plataforma de subscrição de seguros de Mercadorias Transportadas; no ramo Automóvel, ampliamos o nosso leque de coberturas facultativas, incluindo, nomeadamente, a Assistência em Viagem, a Protecção Jurídica, a Protecção à Famí-

lia e aumentamos o capital da cobertura de Ocupantes; no que diz respeito ao ramo vida, disponibilizamos ao mercado uma nova solução de seguro Vida Risco Individual com coberturas inovadoras, incluindo Doenças Graves. Em 2019 teremos novidades no que diz respeito aos seguros Multirriscos Habitação e Empresas, pois introduziremos novas coberturas. Estamos também a trabalhar para apresentar ao mercado um Seguro de Vida Grupo com coberturas mais ajustadas às necessidades dos clientes empresariais. Os angolanos já têm cultura de segurar os seus bens ou fazem apenas os seguros obrigatórios? Penso que o melhor indicador que possuímos do nível da cultura de seguros é a penetração destes na economia (isto é, a relação dos prémios relativamente ao PIB). Esse indicador para Angola é manifestamente baixo. Para o melhorarmos devemos levar a cabo várias iniciativas. Precisamos de uma fiscalização eficaz da adesão aos seguros obrigatórios e de paulatinamente alargarmos o leque destes. As seguradoras, em especial através da ASAN, bem como a ARSEG, devem investir em campanhas de literacia seguradora e os manuais escolares devem abordar a importância dos seguros. É importante que a percepção do mercado relativamente à solidez financeira e à capacidade técnica das seguradoras seja positiva. Creio que o desenvolvimento do “bancassurance” (a venda de seguros através da ban-

As seguradoras, em especial através da ASAN, bem como a ARSEG, devem investir em campanhas de literacia seguradora e os manuais escolares devem abordar a importância dos seguros”

ca), bem como de outros canais de distribuição poderá também contribuir significativamente para uma maior adesão aos seguros. Já agora, que tipo de seguro é mais solicitado? Na Nossa Seguros, o seguro de saúde tem sido nos últimos dois anos o produto que mais vende. Não sendo um seguro obrigatório, estamos diante de um desenvolvimento assinalável e que representa uma clara evolução da cultura de seguros da população. Na Nossa Seguros, os ramos patrimoniais, automóvel e os de acidentes de trabalho seguem-se em termos de volume de vendas. Penso que no futuro, à semelhança do que se observa noutros países, o seguro de vida ganhará maior importância. Presentemente, o mercado tem demonstrado pouca apetência pelos seguros de vida. O que pensa sobre o resseguro? Quais são as vantagens de ele ser feito em Angola? Alguns negócios são demasiado grandes para que apenas uma companhia de seguros sozinha os suporte. A seguradora pode partilhar esses riscos com outras seguradoras através de programas de co-seguro. Alternativamente, a seguradora pode assumir ela própria todo o risco e, por sua vez, adquirir protecção junto de uma resseguradora, efectuando, assim, o resseguro. Na prática, tem havido muita relutância por parte das seguradoras em partilhar riscos com os seus concorrentes directos através do co-seguro e há negócios

de grande dimensão que nem todas as seguradoras angolanas em conjunto conseguiriam suportar por completo, por serem relativamente pequenas. Há, portanto, espaço para o resseguro nas transacções locais. A criação de uma companhia de resseguros em Angola apresenta a vantagem de contribuir para se reter em Angola o máximo de riscos possível, poupando-se divisas ao país. Trata-se também de uma boa oportunidade de negócio, que catalisa o desenvolvimento do sector. No entanto, entendemos que o sucesso de uma resseguradora nacional dependerá da sua boa capitalização, das competências técnicas e de gestão dos seus recursos humanos e de possuir dispersão global de riscos. Se isso não acontecer, o seu impacto será marginal em termos de poupanças de recursos cambiais, ao mesmo tempo que poderá criar ineficiências graves, sobretudo se determinadas situações não forem acauteladas. Sobre as ineficiências, devo dizer o seguinte: uma resseguradora nacional não deve ser um monopólio, nem ser constituída num veículo único e obrigatório de acesso ao resseguro. Os monopólios têm dificuldades em estabelecer preços correctos e dificilmente produzem serviços eficientes, inovadores e de qualidade. Devo ainda notar que se a resseguradora nacional não tiver dispersão internacional de riscos, a vantagem da sua criação pode ser mais simplesmente replicada com o aumento da capitalização das seguradoras locais.


Grande Entrevista

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“A transição de JES para JLo está longe de ser exemplar” Jaime Azulay é um dos mais aguerridos jornalistas angolanos. Advogado de profissão, tem sido um dos principais analistas da viragem observada no seio do maior partido do país: O MpLA. por esta razão, aborda nesta conversa os meandros das alterações vividas no seio dos camaradas, assim como as possíveis mudanças no vII Congresso Extraordinário que começa amanhã no Centro de Conferências de Belas, no Futungo, em Luanda

Texto de Dani Costa fotos de Bruno Caratão, em Benguela

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MPLA reúne-se em congresso, quais são as novidades que espera, nove meses depois de João Lourenço ter sido eleito presidente deste partido num Congresso Extraordinário? O MPLA está a gerir internamente manifestações que indiciam uma das suas rupturas cíclicas, a segunda, depois de ter assumido o poder em Angola. A transição de Eduardo dos Santos para Lourenço está longe de ser exemplar para o paradigma de um sistema verdadeiramente democrático. Há, notoriamente, um confronto surdo entre duas visões estratégicas de liderança, cujo desfecho inicialmente se presumia ser totalmente favorável ao movimento reformista do novo presidente, mas alguns desenvolvimentos de última hora indicam que a chamada “ala dos marimbondos” resiste e não cairá sem luta. Enquanto o povão se diverte com os áudios hilariantes de Tchizé dos Santos, há um “estado-maior”, instalado nas sombras, algures na Europa trabalhando noite e dia em artifícios para a sua sobrevivência e dos seus biliões de dólares retirados ilicitamente de Angola. É um poder económico que não sobreviverá se não estiver em paz com o novo Presidente da República. Já se pode falar de uma marca à João Lourenço à frente dos destinos do MPLA? Cerca de 10 meses depois de se afastar a síndrome da bicefalia, valeu a pena um Presidente da República ao mesmo tempo líder do partido no poder? Há, de facto, uma marca João Lourenço, que é fruto da legítima expectativa deste povo que suportou ao limite as injustiças de um dos regimes mais corruptos do mundo, mas há uma som-

bra que implacavelmente o persegue e com a qual tem demonstrado algumas dificuldades em lidar, porque todos os dias tropeça na imensa teia de ilegalidades tecida no consulado anterior. Cada fio que puxe para tentar corrigir uma grande distorção, aparece a Isabel, lá vem o Zenu, ou o Kopelipa, ou o Dino. Isso deixa-lhe poucas alternativas na sua decisão de avanço no que toca ao corrigir o que esta mal sem que choque frontalmente com os interesses instalados. Foi o que aconteceu. Primeiro dava impressão que havia um ressentimento obsessivo de motivação pessoal e ficava a imagem que estávamos a assistir uma perniciosa e desgastante luta de egos. Infelizmente não existe mais tempo disponível para continuar a fazer mais experiências. O poderoso império criado pelo antigo Presidente é uma realidade e joga as suas cartadas a mostrar claramente que sem eles o desenvolvimento de Angola não acontecerá. Então, as pessoas querem entender que futuro João Lourenço reserva para o seu antecessor, uma vez que as blindagens eméritas e outras estão a ser parcialmente desmanteladas. Se não os consegue exterminar dos círculos do poder, então que diga claramente ou proporcione que o próprio MPLA debata o futuro de JES, nos dois cenários possíveis: ou da sua responsabilização perante a História pelo descalabro e criminoso saque de um dos países mais portentosos do mundo, ou da reabilitação da sua imagem perante a História, relevando o que fez de mal e exaltando o valor do seu papel de liderança durante a guerra contra a África do Sul racista e a conquista da paz definitiva em 2002. Desde que chegou à liderança do


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São arrogantes e intolerantes, uns autênticos boçais políticos, apesar dos títulos académicos que ostentam e os cargos que ocupam. E é isso que preocupa, porque eles falam em nome de um MPLA de ideias nobres partido, João Lourenço tem sabido dissociar a gestão do país da do partido? Há quem diga que ele esteja muito afastado de algumas acções do MPLA. É uma acusação infundada? Desculpe, mas aqui não se distingue o MPLA do Governo, desde 1975 que é assim. Lourenço teve o seu tempo de graça para separar as coisas e apostar no reforço do poder institucional do Estado, mas vacilou no momento em que devia confirmar que o seu espírito reformista era genuíno e não circunstancial. O tempo não espera por ninguém. Agora começa a enfrentar algum descrédito, surge uma crescente contestação de vários sectores da população. Já há músicas de contestação de “ra-

Lourenço teve o seu tempo de graça para separar as coisas e apostar no reforço do poder institucional do Estado

ppers”, depoimentos e alertas que indicam que a lua-de-mel terminou. O pior que pode acontecer será o Presidente entender que essas manifestações são unicamente fomentadas pelos círculos hostis à sua liderança. Pode ser que as haja, mas outras são mesmo legítimas e de cidadania e devem ser atendidas, porque houve promessas e uma promessa ao pobre vira dívida. Quando o Presidente completou o seu primeiro ano de mandato, nós alertamos que não se deveria cair na tentação de endeusá-lo, porque o seu desafio colossal estava apenas no começo. Fomos muito mal interpretados e creio que até perdemos amizades que vinham de largas décadas. Mas a realidade demonstra agora em que posição do percurso de implementação da sua agenda reformista o PR está. Está apenas no início, apesar de ter dado passos importantes e que devem ser honestamente reconhecidos. As últimas alterações efectuadas ao nível do Bureau Político depois do último conclave têm surtido o efeito desejado? Internamente, no MPLA há um vulcão em actividade e nisso eles sabem gerir a crise entre as quatro paredes, porque tem a perfeita noção de que o que está em jogo é a sua própria sobrevivência. No seu lon-

go percurso de luta, o MPLA nunca teve medo do que vem de fora, apesar de se ter assustado agora com a UNITA nas exéquias do Dr. Savimbi. O MPLA só teve e tem medo de si próprio, do que vem de dentro e, infelizmente, não abdica dessa herança retrógrada do leninismo mal digerido de não conseguir aceitar as vozes discordantes que reclamam uma verdadeira democracia interna. Por essa razão procura controlar tudo, por isso há este jogo de poder que se desenvolve no posicionamento das peças na composição do BP e do CC para o novo ciclo que inicia após este congresso. Há silenciosas cumplicidades e um complexo malabarismo de interesses pessoais e sectários que relegaram para segundo plano o debate sobre a premente necessidade de conformar a actuação dos membros da cúpula com a matriz ideológica do partido. João Lourenço está a cair na tentação de lançar mão aos mesmos métodos de Dos Santos para o reforço da sua liderança. No Bureau político, nestes derradeiros dias antes do Congresso Extraordinário, ainda não é perfeitamente claro para onde pende o fiel da balança na correlação de forças. Basta olhar a fotografia para vermos que, com excepção da vicepresidente e mais um ou outro, são praticamente as mesmas pes-

soas, aquelas que estiveram ao lado de JES e beneficiaram dos esquemas da “Acumulação Primitiva”. Eles procuram convencer João Lourenço a evitar o risco de despoletar uma incontrolável crise interna que poderia conduzir a uma implosão em cujas chamas se imolaria o próprio MPLA, porque, afinal, uns mais e outros menos, todos comeram quando o banquete foi servido. São políticos experientes e dotados de invulgar capacidade de ginga e de sobrevivência e agora também são autênticos capitalistas e latifundiários com biliões de dólares em seu poder. Como praticamente todos eles tem rabos de palha, não lhes convém que o tal fogo que queima os marimbondos continue aceso. O BP representa estatutariamente o centro nevrálgico onde se discutem as grandes opções e JLo precisa ter ali homens de alta confiança para conseguir consenso para as grandes decisões que podem afectar a família e colaboradores do antigo PR e não apenas figuras que levantam a mão para votar a favor e depois vão para a “resistência passiva”, inviabilizando as acções do presidente. A injecção de sangue novo, no Comité Central, com mais 100 integrantes é um dos pontos fortes do conclave. Qual é o propó-

sito? São decisões que respondem a uma estratégia de afirmação da liderança do novo líder. Infelizmente a JMPLA foi transformada num corpo politicamente inerte, apenas activo nas manifestações e maratonas e são a montra onde o jovem tem de ir para ser visto e ter cartão, se quiser progredir na carreira profissional ou arranjar um emprego. O espírito irreverente, reivindicativo e comprometido com a pátria foi enterrado com o 27 de Maio de 1977 e nos anos que se seguiram. Agora vejo os jovens que ascenderam nas práticas nepotistas, que ainda imperam, a assumirem comportamentos mais retrógrados do que os mais velhos do MPLA que os lançaram. São arrogantes e intolerantes, uns autênticos boçais políticos, apesar dos títulos académicos que ostentam e os cargos que ocupam. E é isso que preocupa, porque eles falam em nome de um MPLA de ideais nobres cuja História nem sequer conhecem. Não cumpriram serviço militar e tampouco tiveram uma educação patriótica onde alguém lhes ensinasse claramente que acima de tudo esta a Pátria. Depois desta entrada dos mais de 100, sobretudo jovens, estaremos já a falar de uma mudança geracional nas hostes do partido, ou trata-se apenas de um expediente de reforço de poder e de diluição dos “eduardistas” que ainda pontificam no Comité Central? Vou reconhecer honestamente que JES surpreendeu-me completamente ao não ter introduzido o seu filho Zenu para o suceder, como amiúde acontece em Africa, vejam o Congo, Gabão aqui próximo. Sempre pensei que, pela estrutura de poder que ele construiu, apenas o seu varão garantiria a sua sobrevivência futura com ele na sombra a dirigir. Totalmente desgastado, preferiu apostar em João Lourenço entregando-lhe o poder como uma camisa de forcas com a qual procura agora subjugá-lo para preservar a sua influência. Agora a táctica é a das hienas que vencem a presa pelo cansaço. A chamada transição geracional que dizem estar em curso já vem ferida de morte desde o seu início. Ela não foi criteriosa e, salvo algumas excepções, houve uma manipulação grosseira dos estatutos para lançarem os filhos, sobrinhos e afins. Então, no jogo das cumplicidades a que me referi, amor com amor se paga: tu metes um filho e um sobrinho e eu meto dois sobrinhos e o assunto fica encerrado.


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Grande Entrevista “O poder de João Lourenço ou de outro que lhe seguir só será suficientemente forte se fugir da tentação e abdicar do poder absoluto” man”

A escolha dos novos integrantes do Comité Central não foi tão pacífica em algumas províncias e organizações, com realce para Benguela e Lunda-Norte. O que se está a passar na realidade? Em Benguela, no MPLA há um divórcio entre a direcção do MPLA e a massa militante. E isso não veio com o Rui Falcão, nem com o Isaac dos Anjos, veio de muito antes, das lutas entre o falecido Dumilde Rangel e o Zeca Moreno, mas na sombra estava o Geremias Dumbo. Teríamos de recuar até 1975, quando o Presidente Neto foi de automóvel, num Citroen, de Benguela até Quinjenje, e na base de injectar sangue camponês nas estruturas dirigentes do movimento, muitos jovens dedicados foram recrutados. Ascenderam no tempo do partido único e do Kundi Payhama porque eram dedicados e muito leais à causa. Mas chocavam com a militância urbana do MPLA nas grandes cidades. Eles ficaram em silêncio no consulado de Paulo Jorge, mas quando veio o Dumilde Rangel, já com a instauração do multipartidarismo e com as lutas dele com o Zeca Moreno, que eram os dois “urbanos”, aproveitou o Geremias Dumbo que com grande sentido de oportunidade fez avançar a sua malta nos vários segmentos da hierarquia do poder. Quando soou o apito da “acumulação primitiva”, o pessoal estava em posição privilegiada e começou a ter aquilo que sempre lhes foi

negado: o dinheiro. Era a única forma de eles conseguirem um “status” económico para fazerem frente a ascensão económica da “elite urbana” que saiu da direcção das empresas estatais que faliram durante a sua gestão, as privatizaram a preço de bagatela e se tornaram nos novos ricos de Benguela e estão aí. Desde que chegou, o Rui Falcão gasta o seu tempo a gerir as manifestações dessas tensões, tentando incutir neles a fidelidade canina ao MPLA, quando o seu interesse é o dinheiro e o património e o controlo dos cargos políticos para conseguirem os seus intentos. Não estão contentes com ele, porque o Rui eliminou-lhes as fontes de rendimento que eram o negócio do lixo, o das merendas escolares, as comissões e sobrefacturação do valor das obras públicas, etc.. João Lourenço sairá deste Congresso como o verdadeiro homem forte do MPLA? Até que ponto os fantasmas de Eduardo dos Santos ainda interferem na gestão dos assuntos do partido que governa o país? Como já referi, a lógica de poder vigente em Angola assenta uma lógica de partido-Estado. Com os super-poderes que derivam da Constituição de 2010, José Eduardo debilitou ao máximo as instituições do Estado, desprovendo-as do seu poder soberano e independente. Manietou os escalões mais altos do poder judiciário, transformou

o parlamento num “vale dos caídos”, retirando-lhe a sua essência que é a exclusividade da competência legislativa: a fiscalização dos actos do Executivo. Numa palavra, não existem contra-poderes idóneos nem aquele poder judicial que garanta o controlo da constitucionalidade das Leis, dos direitos e liberdades fundamentais, do pleno exercício da democracia participativa dos cidadãos e da observância do principio da legalidade dos actos dos órgãos do Estado e da Administração Pública. O que existe é a “democracia controlada” com a completa partidarização das instituições do Estado ao bom estilo soviético. O poder de João Lourenço ou de outro que lhe seguir só será suficientemente forte se fugir da tentação e abdicar do poder absoluto do “big man” e de seu rol de aduladores e enveredar pela concretização de uma motivação genuína de mudança. A suspensão da deputada Welwitschia dos Santos, filha do ex-Presidente do MPLA e da República, José Eduardo dos Santos, pelo Comité Central, não é um mau sinal para os camaradas nesta fase? Acredita que existiram argumentos suficientes para que se tomasse tal medida, embora não definitiva? Mau sinal? Não creio. Embora a democraticidade no seio do MPLA sempre foi e é um défice e um grande problema, o caso da Tchizé passou a ser um jogo infantil quase a

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roçar a obscenidade. Tchizé não representa nenhuma revelação na política e pela sua infantilidade só lhe deveria ser permitido militar na OPA. Personifica na perfeição, como em Angola e no MPLA se processava a ascensão dos quadros. Algumas coisas que ela diz teriam algum sentido se saíssem de outra boca. O partido aprovou há pouco tempo um código de conduta e de ética. Acredita que outros ‘camaradas’ poderão ser alvos de medidas disciplinares, sobretudo os envolvidos em casos de corrupção? A social-democracia propalada como matriz ideológica do MPLA sucumbe sistematicamente aos resquícios e atavismos da inspiração leninista, que limita e condiciona a sua democraticidade. Dá a impressão que tais códigos de conduta são feitos para serem aplicados a determinados membros ou grupos, quando deveriam ser inquestionavelmente de natureza abstracta. Até hoje não entendo qual é o medo que essa gente tem das redes sociais, nota-se mesmo quando falam nelas. E esses que falam em limitar ou “controlar naquela base” o uso das redes sociais não possuem qualquer experiência na sua utilização. É quase uma obsessão. Devem mentalizar-se que as redes sociais estão aí para ficar e temos de aprender a lidar com elas. Só se doma um cavalo bravo montando nele.

Perfil Jaime Victorino Azulay nasceu no Sumbe, Cuanza-Sul. 58 anos. Foi oficial nas Forcas Armadas Populares de Libertacao de Angola (FAPLA). Actualmente é advogado, jornalista e docente uni-

Como é que interpreta o silêncio do presidente José Eduardo dos Santos cerca de um ano depois de ter saído da liderança do MPLA? Um silêncio que de vez em quando preocupa, mas que define o tipo de pessoa que ele é: um jogador que joga com cartas escondidas. Faz muito tempo que JES deixou de chamar as pessoas pelo nome. Para ele, cada pessoa passou a ter um preço, em função do qual arregimenta cumplicidades e fidelidade. Como animal político com vasta experiência na liderança de homens em situação de pressão, o seu silêncio inquieta, não hajam dúvidas. Levou 38 anos a construir o seu império de liderança, foi cirúrgico e metódico quando precisou, mas em todas as circunstâncias preferiu sempre esboçar um sorriso cínico e matreiro do que mandar um “porra” e dar um murro na mesa. Mas depois contra-atacava pelos flancos e aí era demolidor para com os seus adversários. Os últimos anos do seu longo consulado foram um autêntico desastre e um bom exemplo de como não se deve governar um país. O centro do poder mais se assemelhava ao pandemónio de um circo decadente, onde conselheiros de alto gabarito tinham de tropeçar em palhaços da pior estirpe e não conseguiam fazer chegar os alertas ao chefe de que o espectáculo estava a chegar perigosamente ao fim. Ficou totalmente inebriado pelos “petro-dolares”.

versitário no Instituto Superior Católico de Benguela nas disciplinas de Direito do Ambiente e Urbanismo e Direito dos Recursos Naturais. Tem duas pós-graduações em direito e é finalista do mestrado em Direito de Petróleo e Gás na Universidade Agostinho Neto.


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Irão salva 44 marinheiros de petroleiros atacados no golfo de Omã Equipas de resgate iranianas salvaram 44 marinheiros de dois pe-

troleiros que foram atacados no golfo de Omã, escreve a agência IrNA dr

Segundo paciente de Ébola morre no uganda, dois outros em terapia intensiva dr

u

ma mulher congolesa tornou-se na segunda doente no Uganda a morrer de Ébola desde que o vírus cruzou a fronteira com a República Democrática do Congo (RDC), e outras

duas pessoas permanecem em tratamento intensivo, disse uma autoridade do Ministério da Saúde na Quinta-feira. A mulher de 50 anos era a avó de um menino de cinco anos que morreu na noite de Terça-feira, depois de entrar no Uganda com a família a partir do Congo, disse o ministério. “A avó também morreu ontem à noite (Quarta-feira)”, disse o oficial Emmanuel Ainebyona à Reuters. Ainebyona disse que os outros dois doentes que estavam a ser mantidos em isolamento eram o irmão de três anos do menino morto e um homem do Uganda de 23 anos que apresentava sintomas de Ébola. Os resultados dos testes para o jovem de 23 anos eram esperados para a Quinta-feira, disse ele, acrescentando que um total de 27 contactos estão a ser acompanhados. O Uganda proibiu reuniões públicas no distrito de Kasese, onde os pacientes estão a ser tratados, disse Ainebyona. A doença viral dissemina-se através do contacto com fluidos corporais, causando febre hemorrágica com vómitos, diarreia e sangramento severos. A actual epidemia do Ébola começou em Agosto do ano passado no Leste da RDC e já infectou pelo menos 2.062 pessoas, matando 1.390 delas. As infecções no Uganda confirmaram que o surto mortal se espalhou pela primeira vez para além da República Democrática do Congo.

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m coordenação com o centro de resgate de Hormozgan, 44 marinheiros foram resgatados de dois petroleiros estrangeiros”, informou a media. As autoridades de Omã confirmaram que um petroleiro norueguês foi atacado no golfo, informou o jornal norueguês Dagblaget. “Podemos confirmar que se trata de um ataque; a bordo de um navio norueguês foi produzida uma explosão”, escreveu, citando o representante da guarda costeira de Omã, Nasser Selim. Além disso, o canal libanês Al Mayadin afirmou que o petroleiro Front Altair naufragou após o ataque no Golfo de Omã e a mesma informação também foi divulgada pela agência de notícias iraniana IRNA. Ao mesmo tempo, a

Novo trecho de conversa entre Moro e dallagnol cita diálogo entre procurador e Luiz Fux, do STF

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editor-executivo do The Intercept Brasil, Leandro Demori, deu uma entrevista nesta Quarta-feira (12) ao programa É da Coisa, da rádio BandNews, em que revelou mais um trecho das mensagens trocadas entre o ex-juiz Sérgio Moro e o procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol. No diálogo, Deltan relata a Moro uma conversa que teve com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux. O ministro teria dado apoio à Operação após uma “queda de braço” entre Moro e o também ministro do STF, Teori Zavascki. Em resposta, o actual ministro da Justiça e Segurança Pública comemora: “Excelente. In Fux We trust”. Esta é a primeira vez que um ministro do Supremo é citado nos vazamentos publicados pelo The Intercept Brasil.

5ª Frota da Marinha dos EUA, instalada no Bahrein, esteve ao corrente do ataque a dois petroleiros no Golfo de Omã, mas ainda não tinha informações detalhadas, disse um porta-voz da Marinha norte-americana à Sputnik. “A 5ª Frota da Marinha dos EUA está ciente do ataque aos petroleiros, mas ainda não tem informações”, disse o porta-voz. Anteriormente, a organização UKMTO, que coordena as operações de comércio marítimo britânico, informou no seu site que o Reino Unido e parceiros estão a investigar o incidente no Golfo de Omã após relatos de medias sobre o ataque aos navios-tanque. Anteriormente, duas explosões aconteceram no Golfo de Omã em ataque a dois grandes petroleiros. As tripulações enviaram pedidos de ajuda aos países próximos, segundo a imprensa. O Centro de Segurança da Marinha Mercante da Grã-Bretanha, controlado pela Marinha Real, advertiu que houve um incidente no Golfo de Omã, a 45 Km da costa do Irão, apelando à vigilância.

MINISTƒ RIO DA SAò DE GABINETE DE ESTUDOS PLANEAMENTO E ESTATê STICA

PROJECTO DE FORTALECIMENTO DO SISTEMA DE SAò DE UNIDADE DE COORDENA‚ Ì O CENTRAL DO PROJECTO EmprŽ stimo N. ¼ 8835 Ð AO Projecto N.¼ P160948

DIVULGA‚ Ì O DOS DOCUMENTOS DE SALVAGUARDAS AMBIENTAIS E SOCIAIS DO PROJECTO DE FORTALECIMENTO DOS SISTEMAS DE VIGILå NCIA REGIONAL DAS DOEN‚ AS (REDISSE IV) PLANO DE COMPROMISSO AMBIENTAL E SOCIAL (PCAS) E PLANO DE ENVOLVIMENTO DAS PARTES INTERESSADAS (PAPI). O Governo de Angola, atravŽ s do MinistŽ rio da Saœ de, solicitou um financiamento do Banco Mundial, avaliado em $60 Milh› es de D— lares Americanos, para implementar o Projecto de Fortalecimento dos Sistemas de Vigil‰ ncia Regional das Doen• as (tambŽ m conhecido por REDISSE IV). Os objectivos do REDISSE IV s‹ o: (i) fortalecer a capacidade intersectorial nacional e regional para a vigil‰ ncia colaborativa de doen• as e a prepara• ‹ o para a resposta a epidemias na Regi‹ o da Comunidade Econ— mica dos Estados da ç frica Central (ECCAS); e (ii) fornecer uma resposta imediata e eficaz caso aconte• a uma crise ou emerg• ncia eleg’ vel. Como parte da prepara• ‹ o do novo Projecto de Fortalecimento dos Sistemas de Vigil‰ ncia Regional das Doen• as, o MinistŽ rio da Saœ de informa ao pœ blico que os documentos de salvaguardas ambientais e sociais abaixo indicados est‹ o dispon’ veis no seu website atravŽ s dos links seguintes: •

Plano de Compromisso Ambiental e Social (PCAS) http://www.minsa.gov.ao/VerPublicacao.aspx?id=1719

Plano de Envolvimento das Partes Interessadas (PAPI) http://www.minsa.gov.ao/VerPublicacao.aspx?id=1746

As informa• › es de base sobre o projecto podem ser obtidas junto do Projecto de Fortalecimento do Sistema de Saœ de (PFSS), no seguinte endere• o: Avenida 1¼ Congresso n¼ 67, Cave Edif’ cio da Direc• ‹ o Nacional de Saœ de Publica Luanda - Angola Tel: +244 913 192930 e +244 943 153 599 E-mail: procurement@minsapfss-ao.org


ACTuAL

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O PAÍS Sexta-feira, 14 de Junho de 2019

A “amizade” americana com a África O Governo dos Estados Unidos da América intensificou recentemente, de modo significativo, os seus esforços para aumentar a sua influência em África e envolver os Estados desta região do globo em várias áreas de cooperação. As visitas de trabalho de altos funcionários, empresas e organizações não-governamentais aumentaram. Foram propostos inúmeros tratados, contratos e acordos lucrativos. Sob o pretexto de prestar assistência, estão a ser realizadas várias subvenções e actividades humanitárias. Mas por detrás de tudo isso, há um interesse puramente prático e na maioria das vezes económico

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o início do século XX, durante a Primeira Guerra Mundial, a América d e s e nvol ve u uma estratégia muito conveniente para si própria: “Enquanto o resto de nós está em guerra, estamos a ficar mais ricos”. Este princípio permitiu que os EUA se tornassem no líder financeiro mundial no resultado da Segunda Guerra Mundial. E o reconhecimento do dólar como moeda de reserva global deu ao Governo dos EUA poder real sobre qualquer Estado. Actualmente, o princípio bási-

co permanece o mesmo. Ninguém da equipa de Trump está interessado em como um africano simples vive agora e viverá no futuro, o que ele e os seus filhos comerão, o que ganhará na vida, como serão tratados, etc.. A ideia principal é subordinação, a fim de obter lucro e acesso aos recursos naturais de qualquer forma. A maneira mais fácil é conseguir um Governo leal aos Estados Unidos. Para este fim, revoluções coloridas estão a ser organizadas, regimes indesejáveis estão a ser derrubados, líderes capazes de defender, efectivamente, os interesses nacionais e regionais estão a ser eliminados e políticos in-

É possível criar e regular oficialmente conflitos armados e focos de tensão em áreas com uma rica base de recursos dr

desejáveis estão a ser sancionados. Reuniões e treinamentos da oposição são organizados no território dos EUA. Exemplos recentes incluem o Iraque, a Líbia, a Síria e a Ucrânia. Não resultando, envolvem as organizações internacionais. É possível apelar da tribuna da ONU, substituindo as noções e falsificando os factos, a comunidade internacional a reconhecer governos dissidentes (Iraque, Síria) como terrorista ou desumano, e depois introduzir um contingente militar no território de um Estado soberano. Para fazer isso, Washington não precisa sequer da aprovação das organizações de garantia do direito internacional. A fim de alcançar maior efeito, o mecanismo de financiamento da oposição dentro do Estado é incluído. Isto é seguido por acusações de ilegitimidade por parte do líder legalmente eleito e demandas por uma transferência imediata do poder. Os EUA, por exemplo, não hesitam em distribuir declarações através da sua embaixada no Uganda a condenar as acções das autoridades legítimas para prevenir a agitação no país. Ao mesmo tempo, centenas de milhares de dólares são transferidas para as contas dos políticos da Oposição através de organizações não-governamentais sob vários pretextos, o que na verdade é uma interferência nos assuntos internos de um Estado soberano. Quando isso não funciona, são desenvolvidos planos de assistência armada do “povo oprimido”, como é o caso da Venezuela. E todas as opções são necessariamente apoiadas por sanções económicas. É bom que todo o mundo faça cálculos em dólares. Mas é um caminho agressivo. Com Estados menos determinados podem ser mais brandos. Na maioria das vezes é “alimentação da mão” estendida com vários empréstimos sem juros, pacotes de ajuda financeira, promessas de investimento, programas de formação de pessoal, assistência médica, etc.. Mas não se deve esquecer que a América não faz nada em vão. Mais cedo ou mais tarde são feitas exigências sob a forma de pedidos ou de acesso aos recursos naturais, de renúncia à soberania da política externa e de apoio

às iniciativas de Washington nas organizações internacionais, ou para permitir a presença de pessoal militar dos EUA no território de um Estado soberano (há muito tempo que se fazem tentativas, sob qualquer pretexto de localizar as instalações do AFRICOM directamente em África), ou algo mais. Por exemplo, em Março e Abril, representantes do Departamento de Estado visitaram vários países da África Central e Ocidental. No decorrer das conversações, os americanos exigiram que a cooperação com a China e a Rússia (que são os rivais económicos dos Estados Unidos), que atende aos interesses nacionais dos Estados africanos, fosse interrompida. E é praticamente impossível para os governos que se tornaram dependentes da assistência financeira externa manterem o seu direito à autonomia na tomada de decisões. É possível criar e regular oficialmente conflitos armados e focos de tensão em áreas com uma rica base de recursos. Ao destruir os regimes que garantiam a paz e a segurança, toda a região poderia ser incendiada, como foi o caso da Líbia e do Egipto. E depois, aos que são leais e acomodados para prestar assistência, mas não aos que são desobedientes e têm os seus próprios pontos de vista. Por exemplo, o financiamento deste ano do combate ao terrorismo liderado pela ONU, na Somália, foi reduzido em 50%. Usar o aumento da intensidade dos confrontos armados como pretexto para a intervenção militar e justificação do orçamento excessivo do Departamento de Defesa dos EUA. E usar a estabilização da situação para promover o próprio negócio na qualidade de principal actor da manutenção da paz. Na verdade, há muitas mais opções. Nem sempre, e mesmo muito raramente, os verdadeiros objectivos de Washington são visíveis à primeira vista. Apenas uma coisa permanece inalterada na posição dos EUA em relação aos Estados africanos (desde o século XVII)- a África é um grande continente rico em recursos humanos e naturais, com uma posição geoestratégica muito vantajosa. E tudo isso deve ser usado em benefício do “americano comum”.


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O PAÍS Quinta-feira, 13 de Junho de 2019

Estado recupera activos O Serviço Nacional de recuperação de Activos da procuradoria-geral da república, no âmbito dos trabalhos realizados para aferição dos financiamentos de fundos públicos efectuados a empresas privadas, em colaboração com as instituições competentes do Estado, vem dar a conhecer o seguinte:

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oram apuradas várias empresas privadas que beneficiaram de financiamento de fundos públicos, algumas em processo de privatização irregular e outras financiadas e suportadas com garantia soberana do Estado, sem ter havido o reembolso voluntário desses fundos públicos até à presente data. Deste modo, já foram tomadas medidas em relação a algumas dessas empresas, estando ainda outras por tratar, nomeadamente: Fábrica de Tecidos (Mahinajethu-Satec) sita no Dondo, Fábrica Têxtil de Benguela (Alassola-África Têxtil) e Nova Textang II em Luanda, cujos beneficiários últimos são, entre outros, Joaquim Duarte da Costa David, Tambwe Mukaz, José Manuel Quintamba de Matos Cardoso, não obstante os sócios constantes dos pactos sociais. Através da linha de crédito do Japan Bank for Internacional Cooperation, foram disponibilizados para as fábricas têxteis um total de USD 1.011.258.925,00 (Mil Milhões, Onze Milhões, Duzentos e Cinquenta e Oito Mil, Novecentos e Vinte Cinco Dólares norte-americanos). Financiamentos estes que estão a ser pagos pelo Estado Angolano. Foi também ainda concedido pelo Banco BAI uma linha de crédito à Fábrica de Tecidos sita no Dondo e à Fábrica Têxtil de Benguela (Alassola-África Têxtil), tendo o Estado prestado uma garantia soberana, no valor total de AKZ. 12.996.615.398,00 (Doze Mil Milhões, Novecentos e Noventa e Seis Milhões, Seiscentos e Quinze Mil, e Trezentos e Noventa e Oito Kwanzas), que nunca foram pagos por aquelas, estando o Estado a ser cobrado enquanto garante, tendo inclusive já sido descontado uma prestação. Por Despachos Presidenciais nº.19/18, de 23

de Agosto, 110/18, de 23 de Agosto, 108/18, de 21 de Agosto, foram autorizados a celebração dos contratos de concessão para a exploração e gestão das unidades industriais acima referidas, por meio de constituição de sociedades veículos que serviriam para se efectivar o processo de transferência gradual dos direitos sobre os activos, à medida que os pagamentos fossem efectuados. Porém, a assinatura dos referidos contratos de concessão dependia da verificação de determinadas condições, requisitos e pressupostos pré-contratuais que não ocorreram por razões imputáveis aos prometidos adjudicatários. Por isso, o Executivo decidiu proceder à reversão do processo aprovado mediante revogação dos despachos ora mencionados, extinguindo os seus efeitos jurídicos e em consequência foi interposto uma providência cautelar de arresto das referidas fábricas têxteis. Fábrica de Cimento do Cuanza Sul-FCKS O Estado angolano, através da Sonangol EP, emprestou à Fábrica de Cimento do Cuanza Sul a quantia de USD 820.513.293,40. Até à presente data não foram feitas quaisquer devoluções. São beneficiários últimos desta fábrica entre outros, os senhores Joaquim Duarte da Costa David, Tambwe Mukaz, não obstante os sócios constantes dos pactos sociais. Porém, tendo em conta o interesse nacional e o facto de a mesma estar em funcionamento pleno, o Estado decidiu celebrar um contrato de regularização da dívida onde estarão devidamente salvaguardados os seus interesses e a manutenção dos postos de trabalho. Geni e Lektron Capital O Estado angolano através da So-

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nangol EP celebrou um contrato de mútuo com a Geni S.A no valor em Kwanzas equivalente a USD 53.280.000,00 para aquisição de participações sociais no Banco Económico. A Geni S.A apenas pagou a quantia de Kz. 5.662.937.019,70 equivalente, na al-

Fonte de OPAÍS atesta que a 2 de Maio deste ano, a Geny-novas Tecnologias liquidou via Banco Economico, a totalidade do contrato de crédito com o montante de 11.293.154.629,80 AKz

tura, a USD 23.688.348,18. Faltando por pagar a quantia em Kwanzas equivalente a USD 29.591.651,81. Por outro lado, também emprestou à empresa Lektron Capital o montante de USD 125.000.000,00 igualmente para aquisição de acções no Banco Económico. O beneficiário último da empresa Geni S.A é o senhor Leopoldino Fragoso do Nascimento e da empresa Lektron são os senhores Manuel Domingos Vicente e Manuel Hélder Vieira Dias Júnior. A empresa Lektron procedeu à entrega voluntária das participações sociais ao Estado angolano. A empresa Geni S.A, assumiu o compromisso de proceder ao pagamento da dívida e caso não o faça, o Serviço Nacional de Recuperação de Activos em representação do Estado instaurará imediatamente o procedimento cautelar de arresto das referidas participações sociais. Angomédica, EP Foi instaurada uma Providência Cautelar não Especificada contra o Grupo Suninvest S.A- Investimentos, Participações e Empreendimentos, S.A para entrega imediata

ao Estado das fábricas de medicamentos nas províncias de Luanda e Benguela, tendo o tribunal procedido à entrega das mesmas ao Estado. É beneficiário último do Grupo Suninvest S.A – Investimentos, Participações e Empreendimentos, S.A entre outros, o Senhor Ismael Diogo da Silva. BIOCOM- Companhia de Bioenergia de Angola, Lda A BIOCOM, criada com o objectivo de promover o desenvolvimento dos sectores da agricultura e indústria recorreu a um empréstimo com garantia soberana a um Sindicato Bancário, constituído por dois bancos nacionais, no valor em Kwanzas equivalente a USD 210.000.000,00. No entanto, existindo um passivo por regularizar por parte da BIOCOM e tendo em conta a garantia soberana emitida, o Estado irá despoletar todos os mecanismos para evitar o accionamento da referida garantia, que poderá passar pela recuperação da propriedade da referida empresa.


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O PAÍS Sexta-feira, 14 de Junho de 2019

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Palancas Negras prosseguem os trabalhos em Portugal

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Selecção Nacional de futebol de honras prossegue hoje com os trabalhos de preparação visando o Campeonato Africano das Nações que o Egipto vai acolher de 21 de Junho a 19 de Julho próximo. Deste modo, os Palancas Negras já sabem que vão defrontar no dia 19 deste mês a África do Sul. Na sessão de treinos de hoje, o seleccionador Srdjan Vasiljevic vai insistir no trabalho defensivo e ofensivo. O CAN é uma prova exigente, por isso Srdjan Vasiljevic vai continuar a trabalhar aqueles aspectos. No desafio frente aos ‘Bafana Bafana’, o seleccionador nacional vai aproveitar para constatar o nível anímico e competitivo dos atletas. Aliás, na Segunda-feira passa-

Atletas da equipa encarnada numa sessão de aqueci-

Benfica do Lubango pode desistir do girabola 2019/2020 A dois meses do arranque do girabola Zap, o presidente das Águias do Lubango, Jacques da Conceição, disse ontem a O pAíS que o seu clube não poderá participar no Campeonato Nacional de futebol por falta de dinheiro Kiameso Pedro

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epois de garantir o apuramento ao Girabola Zap 2019/2020, o presidente do Benfica do Lubango, Jacques da Conceição, avançou ontem a este jornal que o clube encarnado está em risco de participar no Campeonato Nacional de futebol da primeira divisão. Jacques da Conceição disse que o clube está sem recursos financeiros para participar no “gira”, prova em que terá de disputar 30 jogos. Por esta razão, o dirigente alega que o seu elenco está a solicitar apoios a diversas entidades privadas para que o clube tenha ba-

ses para aguentar os encargos daquela competição. “Não temos condições. Por isso, não sabemos se vamos participar”, desabafou. Jacques da Conceição disse que já solicitou apoios a várias entidades privadas, mas sem sucesso. O responsável assegurou a este diário que caso os apoios institucionais não surgirem até ao início da prova o clube da cidade do Lubango poderá brevemente endereçar uma carta à Federação Angolana de Futebol (FAF) anunciando a desistên-

“não temos condições. não sabemos se vamos participar”

cia da competição. Jacques da Conceição disse que o seu grupo de trabalho tem estado a envidar esforços para que o clube possa competir na maior montra do futebol angolano. O responsável contou que já fez contactos junto do Governo Provincial da Huíla no sentido de ajudar o clube. “Até agora nem água vai, nem água vem”, disse . Jacques da Conceição confessou que não teve uma resposta satisfatória. O número ‘um’ do Benfica do Lubango revelou que está agastado com a situação. Por isso, disse que no final deste mês o seu elenco vai reunir para confirmar se o clube irá ou não participar no Campeonato Nacional.

da, os jogadores entraram em greve. Logo, isso dividiu o balneário. Como sinal, os atletas ficaram de costas viradas com a FAF. Mas segundo fonte do O PAÍS os jogadores, bem como equipa técnica, já não pensam nos prémios de jogo, estão focados no CAN. A Federação Angolana de Futebol (FAF) na voz do seu presidente, Artur de Almeida e Silva, já garantiu que os atletas vão receber os seus ordenados. Por esta razão, não têm motivos para reivindicar, aliás, a Federação continua a aguardar as verbas da CAF. Assim, os jogadores e equipa técnica continuarão a dar o litro pela selecção.

Conquista do CAN vale mais de USd 100 mil para cada atleta

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ada jogador da Selecção Nacional de futebol terá direito a mais de 100 mil dólares, em caso de conquista do Campeonato Africano das Nações, a decorrer de 21 de Junho a 19 de Julho, no Egipto. Segundo a tabela de premiação da Federação Angolana de Futebol (FAF), caso os Palancas Negras se qualifiquem aos oitavosde-final, cada atleta receberá USD 10 mil, bem como USD 15 mil aos quartos-definal e USD 20 mil às meias. O documento não faz referência ao valor previsto para a qualificação à final. Em caso de conquista do evento, cada futebolista da Selecção Nacional terá direito a mais USD 40 mil. Para esta empreitada, os jogadores vão beneficiar ainda de uma diária de USD 1500 por semana de estágio, USD 2000 por semana

de competição e USD 2500 de prémio, por cada vitória, durante a fase de grupos. O empate valerá USD 1000. Quanto ao valor atribuído pela Confederação Africana de Futebol (CAF), pela qualificação do combinado nacional ao CAN2019, o presidente da Federação Angolana de Futebol (FAF), Artur Almeida e Silva, confirmou ser de USD 500 mil. Esclareceu ter recebido garantias de recepção de metade do prémio (USD 250 mil) a qualquer instante e o restante a posterior. Do valor global, USD 300 mil serão repartidos entre os 23 atletas e USD 200 mil entre os membros da equipa técnica. Na prova do Egipto, Angola está no Grupo E, com a Mauritânia, Mali e Tunísia e começa a campanha no dia 24, frente aos tunisinos.


O PAÍS Sexta-feira, 14 de Junho de 2019

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ArQUIvO

CPA promove curso para treinadores Kiameso Pedro

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secretário-geral do Comité Paralímpico Angolano (CPA), António da Luz, disse ontem que o órgão que dirige realizará entre 01 e 05 de Julho um curso para treinadores de nível 1 de basquetebol em cadeira de rodas, em Malanje. Segundo aquele dirigente, participam no acto de formação técnicos afectos ao Comité Paralímpico Angolano (CPA). Naquele acto de formação os técnicos com debilidades no processo de treinamento ao nível da modalidade serão potencializados para melhor exercerem as suas funções. António da Luz disse que os preparativos decorrem dentro do que se previa, aliás aquele dirigente garantiu que tudo está pronto para o arranque do certame. Ao que este jornal apurou, o acto de formação será ministrado por técnicos da África do Sul. Segundo António da Luz, aqueles treinadores são membros da Federação Internacional de Basquetebol em cadeira de rodas. Como é evidente, Charles Foster será um dos preletores do evento. ArQUIvO

Polícias (azul) e militares (branco) numa partida no Pavilhão Multiusos do Kilamba, em Luanda

Interclube e 1º de Agosto disputam Supertaça Mário Silva

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Interclube e o 1º de Agosto disputam hoje, no Pavilhão Principal da Cidadela Desportiva, em Luanda, a Supertaça de basquetebol sénior feminino, às 18:00. Para este embate, as campeãs nacionais às ordens de Apolinário Paquete vão procurar assumir as investidas da partida, onde a vitória é o objectivo e a consequente conquista do troféu. Para isso, a formação azul e branca é obrigada a entrar em campo com muita concentração de modo a não ser surpre-

endida pela adversária. Aliás, Italee Lucas, atleta fundamental na manobra ofensiva e defensiva das polícias, e as companheiras sabem que é imperioso vencer o décimo troféu. Neste quesito, caso se concretize esta pretensão, a equipa afecta ao Ministério do Interior terá mais

As militares do rio Seco almejam vencer este troféu de modo a começar a temporada com o pé direito

dois troféus em relação à turma das Forças Armadas Angolanas. Por sua vez, as militares, detentoras da Taça de Angola, treinadas por Jaime Covilhã tudo farão para arrebatar este título de modo a começar a temporada 2019/2020 com o pé direito. As jogadoras da turma do Rio Seco reconhecem que a missão não será fácil, mas prometem puxar dos galões. Segundo fontes da Federação Angolana de Basquetebol (FAB), as condições estão criadas para que a Supertaça, prova que abre a temporada da ‘bola ao cesto’ no país, possa decorrer sem sobressaltos.

Chelsea e Man. united centralizam atenções

Hoquistas já “respiram ares” de Portugal

Juan Cobo desqualificado por doping

O duelo entre o Manchester United e o Chelsea é o destaque da abertura da Premier League 2019/2020, deu a conhecer a Confederação Inglesa de Futebol. O Man City campeão em título mede forças com o West Ham.

A Selecção Nacional sénior masculina de hoquei em patins já se encontra em Portugal, para o estágio de 22 dias, tendo em vista a sua participação no Campeonato do Mundo de Barcelona, a decorrer de 7 a 14 de Julho próximo.

Juan José Cobo vai perder o título de vencedor da Volta a Espanha em 2011, segundo noticia a TVE, depois de a União Ciclista Internacional (UCI) ter detectado violação das regras antidoping por parte do corredor.

raul duarte desvaloriza contratação de atletas O Interclube começará a preparar, a partir de Segunda-feira, a 42ª edição do Campeonato Nacional sénior masculino de basquetebol, no Pavilhão 28 de Fevereiro, às 09:00. O anúncio foi feito ontem a O PAÍS por Raul Duarte, novo timoneiro do clube. Deste modo, no dia 17 deste mês o novo treinador do Interclube vai em primeiro lugar conversar com os atletas, onde irá explicar as suas ideias de jogo. Depois, vai trabalhar os fundamentos técnicos e tácticos dos jogadores. Raul Duarte disse que é prematuro falar-se em contratações de novos atletas. Aliás, aquele treinador desvalorizou a ideia de que a direcção tem de ir ao mercado em busca de novos atletas. “Não vale a pena falar sobre isso, até porque temos um mercado, cuja qualidade dos atletas é reduzida”, assegurou.

Luís Filipe Vieira mantém discurso por João Félix O avançado do Benfica de Lisboa, João Félix, continua a ser manchete nos jornais espanhóis com destaque para o AS que revelou ontem que o Atlético de Madrid tem planos para não pagar a cláusula de rescisão de João Félix junto do Benfica de Portugal. Luís Filipe Vieira vai manter o seu discurso, ou seja, João Félix só sairá do clube encarnado por 120 milhões de euros limpos. Os ‘colchoneros’ não têm outra opção a não ser baterem a cláusula do prodígio.

“Messi é maravilhoso, não precisa do Mundial” Mario Kempes, antigo avançado argentino, melhor marcador do Mundial-1978, saiu em defesa de Lionel Messi em vésperas do arranque de mais uma edição da Copa América, competição que os argentinos não vencem desde 1993. Em entrevista ao jornal a Marca, aquele comentador disse que “Maradona foi campeão do Mundo em 1986 e Messi ainda não o conseguiu, é a realidade. Mas Messi já ganhou tudo e o que tem feito é maravilhoso. Haverá sempre essa comparação de que Messi não será como Maradona por não ter ganho um Mundial”, assegurou.


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O PAÍS Sexta-feira, 14 de Junho de 2019

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nECrOLOGIA

Maria Helena Sairava de Carvalho (FALECEU)

João Saraiva de Carvalho (esposo) Constância (Tataxa), Luís e Eurico Saraiva de Carvalho têm o doloroso dever de comunicar o falecimento de Maria Helena Sairava de Carvalho ocorrido em Coimbra no dia 8 de junho. A família informa que o funeral será realizado as 11h da segundafeira dia 17 no cemitério do alto das cruzes em Luanda.


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OPInIÃO

OPAÍS Sexta-feira, 14 de Junho de 2019

rICArdO VITA*

Abram Hanibal

O bisavô do fundador da literatura russa moderna: Pushkin

A

pesar dos testemunhos de doutos, da antigüidade e da modernidade, os Europeus permaneceram durante muitos séculos na ignorância quanto à igualdade entre os seres humanos. Por exemplo, até hoje, esse preconceito leva-os a ignorar, voluntária ou involuntariamente, o carácter negro da civilização egípcia. Mas basta consultar, metódica e objectivamente, os escritores antigos, gregos principalmente - porque muitos estudiosos da Grécia Antiga foram formados no Egipto e consequentemente foram preciosas testemunhas oculares - para sabermos que os Egípcios tinham « pele negra e cabelos crespos », segundo Heródoto, o historiador considerado, no Ocidente, o « pai da História », que visitou o Egipto. A sua observação foi confirmada quase 100 anos depois por Aristóteles, no livro De Coloribus (ou Das cores), que dedicou à ciência das cores. Este informou que tanto Egípcios como Etíopes eram « agan melanes », isto é, « extremamente pretos ». E, mais próximo de nós, o Conde de Volney, filósofo francês do século XIX, reforçou a observação escrevendo o seguinte, no livro Voyage en Syrie et en Egypte, pendant les années 1783, 1784 & 1785, « [...] quando visitei a Esfinge, a sua aparência permitiu-me perceber o enigma. Vendo a sua cabeça com características do negro em todas as suas feições, lembrei-me da notável passagem em que Heródoto diz: ‘Para mim, considero que os habitantes da Cólquida (Geórgia hoje) são uma colónia dos Egípcios, porque, como eles, têm pele negra e

cabelos crespos’. Isto significa que os antigos Egípcios eram verdadeiros negros das espécies de todos os povos naturais da África. [...] essa raça de negros, hoje nossos escravos e objecto do nosso desprezo, é a mesma a quem devemos as nossas artes, as nossas ciências e até o uso da palavra ». A intenção desta introdução não é provar a superioridade dos Egípcios (negros) em relação aos brancos, outros seres humanos, mas sim a igualdade entre eles, que somente a educação diferencia. Foi exactamente o que o Czar Pedro I da Rússia quis demonstrar, quando comprou um menino escravo de 8 anos: provar aos seus contemporâneos racistas que a educação é o único elemento diferenciador entre os humanos. Mesmo assim, nesse menino, que se tornou homem, os brancos continuaram a ver uma excepção, tal como fazem com o Alexandre Dumas, o Aimé Césaire ou hoje com o Obama. Abram Hanibal foi raptado com 8 anos em África, na região do rio Logone, na fronteira entre Camarões e Tchade, por traficantes de escravos e foi comprado secretamente em Istambul por um diplomata russo para o Czar Pedro I da Rússia que queria, através de uma experiência, provar que a superioridade racial nunca existiu. Isso mostra, acima de tudo, que o maior desafio de todos os líderes do mundo é de estar à altura de adestrar os seus povos, porque é isso que os tornará úteis. Esse menino chegou em São Petersburgo - que se tinha tornado a capital da Rússia e o emblema do reinado desse Czar apelidado de Pedro, o Grande - em 1704. Em verdade, chamava-se « Ibrahim »

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porque tinha sido capturado por esclavagistas otomanos (muçulmanos) para a corte do sultão e teve que se converter ao islão. Dos três meninos que o Czar recebeu para a sua experiência, escolheu ele. « Vou fazer de ti o meu secretária privado », anunciou-lhe depois de ter tomado a sua decisão. E a partir daí, o menino começou a preparar-se para escrever os pensamentos da noite do Czar, « aqueles que me vêm quando eu acordo ou quando não durmo! », informou também o monarca. Logo depois desse primeiro encontro, Pedro I decidiu baptizar o menino sob o nome de Piotr Petrov Petrovich, sendo ele próprio o padrinho e, acolhendo-o como se fosse um dos seus filhos, começou imediatamente a sua experiência, contra a opinião de alguns conselheiros e aristocratas da sua corte. O protegido trabalhou como seu secretário noturno até 1717. Estan-

do mais do que satisfeito com os resultados da sua experiência, Pedro I decidiu enviar o seu protegido para a França para estudar a arte da guerra. Lá, já com 21 anos de idade, ele estudará durante três anos na escola de artilharia de La Fère, na região de Altos de França onde também aprendeu várias línguas e mostrou grandes habilidades em matemática. Combateu do lado da França, contra a Espanha, nos exércitos do rei Luís XV e foi promovido a Capitão sob a regência de Filipe II, Duque d’Orleães. Foi durante essa estadia que mudou o seu nome para Hanibal, em homenagem ao general cartaginês, Aníbal. E chegou a Paris em plena efervescência do século das luzes e tonou-se, portanto, o amigo dos maiores do movimento nessa época, incluindo Voltaire que, maravilhado com o seu conhecimento e a sua inteligência, o chamava de « A Estrela Negra do Iluminismo ». De

regresso à Russia e com a morte do seu protector em 1725, Abram Hanibal foi exilado para a Sibéria em 1727. Mas foi agraciado em 1730 por ser um excelente engenheiro militar e, daí, tornar-se-ia uma figura ainda mais influente quando Isabel Petrovna acedeu ao trono como Isabel I, Imperatriz da Rússia, em 1741. Sendo poliglota, tradutor, matemático, Abram Hanibal teve então uma ascensão meteórica sob a protecção dessa imperatriz. Foi promovido a Major-general em 1742, foi enobrecido e terminou, em 1759, General em Chefe do exército, o terceiro grau da hierarquia militar e civil russa. No entretanto, casou-se duas vezes, com mulheres da nobreza. Morreu aos 85 anos de idade, na propriedade que a imperatriz lhe tinha oferecido e deixou descendentes. A sua neta foi a mãe de Alexandre Pushkin e este escreveu o seguinte sobre o bisavô, no seu livro intitulado « », que foi traduzido para o francês sob o título de Le Nègre de Pierre le Grand, (O Negro de Pedro, o Grande): « A presença de Ibrahim, a sua aparência, educação e inteligência natural despertaram em Paris uma atenção geral. Todas as damas queriam convidar o Negro do Czar em suas casas e lutavam por ele. O regente convidouo mais de uma vez para as suas festas felizes ». *é Pan-africanista, afro-optimista radicado em Paris, França. É colunista do diário Folha de São Paulo (Brasil), do diário Público (Portugal) e do diário Libération (França). É cofundador e vice-presidente do instituto République et Diversité que promove a diversidade em França e é empresário.



TEMPO

32

O PAÍS Sexta -feira, 14 de Junho de 2019

Fonte: INAMET

prEvISÃO dO TEMpO *** 3 dIAS *** pArA AS prINCIpAIS CIdAdES válida de 14 a 16 de Junho de 2019

das 18 horas do dia 12 às 18 horas do dia 13 de junho de 2019 Províncias de Cabinda, Zaire, Bengo, Luanda, Uíge, Malanje, Cuanza-Norte, Cuanza-Sul, Lunda-Norte, Lunda-Sul: Céu parcialmente nublado, tornando-se nublado durante a madrugada e manhã. períodos de ocorrência de neblina ou nevoeiro matinal em alguns municípios das províncias do Zaire, Bengo, Uíge, Luanda e Cuanza-Sul. rEGIÃO CEnTrO: Províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico Céu parcialmente nublado, tornando-se nublado durante a madrugada e manhã. períodos de ocorrência de neblina ou nevoeiro matinal em alguns municípios da província de Benguela. rEGIÃO SuL: Províncias do Namibe, Huíla, Cunene e Cuando Cubango Céu pouco nublado ou limpo, temporariamente parcial nublado pela manhã e ao anoitecer

TEMPO nO MAr Fonte: INAMET

BOLETIM METEOrOLÓgICO pArA A NAvEgAÇÃO MAríTIMA SITuAÇÃO GErAL ÀS 15:00 Tu dO dIA 13 dE JunHO dE 2019: Circulação de Sudoeste, Fraca entre os paralelos 4°S a 6°S (Cabinda); Circulação de Sul/Sudeste, moderada entre os paralelos 6°S a 14°S (Zaire,Bengo,Luanda, Cuanza sul e Benguela) Circulação de Sul, forte entre os paralelos 14°S a 18°S (Namibe).

2. PrEVISÃO VÁLIdA ATÉ ÀS 18:00 Tu dO dIA 14 dE JunHO dE 2019: AVISO: VEnTOS FOrTES dE ATÉ 23 nÓS (43Km/h) E OndAS MAXIMAS dE ATÉ 3.5 METrOS dE ALTurA nA rEGIÃO MArITIMA dA PrOVÍnCIA dO nAMIBE EnTrE OS PArELOS 14°S a 18°S

3. dESCrIÇÃO SInÓPTICA dAS 18:00 uTC dO dIA 13/06/2019 ÀS 18:00 uTC dO dIA 14/06/2019 depressão, com pressão de 1020hpa, o seu vale depressionário estende-se por toda a costa marítima de Angola. O anticiclone de Santa Helena irá deslocar-se para o Leste, com o seu centro de 1030hpa influênciando o padrão e a intensidade do vento. Assim, prevê-se ondas máximas até 3.5 metros de altura para a região marítima do Namibe. para as regiões marítimas de Cabinda, Zaire, Luanda, Bengo, Cuanza-Sul e Benguela prêve-se ondas maximas entre 1.5 a 2.7 metros de altura.. 4. CArTA dO VEnTO MÁXIMO E dA ALTurA dA OndA MÁXIMA PrEVISTA Os contornos a cores indicam a altura máxima da ondulação e os contornos em tom cinza indicam os possíveis incrementos das vagas devido à influência do vento local.


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