Jornal OPaís edição nº1523 de 03/07/2019

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ASSeMBLeIA NACIONAL Quer INTeGrAÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS

eurICO PereIrA DIz Que OPerAÇÃO “COMISSÕeS” erA COMANDADA PeLA CO-rÉ ISABeL BrAGANÇA

A primeira vice-presidente da Assembleia Nacional (AN), emília carlota Dias, solicitou, esta Terça-feira, o empenho dos deputados na integração das políticas públicas, a fim de permitir que o país alcance os objectivos do desenvolvimento sustentável. P. 09

eurico da Silva, último réu do caso cNc a ser ouvido, reiterou que, com excepção de Augusto Tomás, toda a liderança do cNc beneficiou do esquema de distribuição de comissões sob batuta directa de isabel Bragança, que fornecia as contas e determinava o quinhão de cada um. P. 24 Director: José Kaliengue

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O DIÁRIO DA NOVA ANGOLA edição n.º 1523 Quarta-feira, 03/07/2019 Preço: 40 Kz

JuSTIÇA DeSBLOQueIA CONTAS BANCÁrIAS DA ONG OMuNGA

POLÍTICA. A Omunga, ONG angolana de pendente humanitário, fundada por

José Patrocínio, esperou dez anos para o Ministério da Justiça dar provimento a um pedido de autorização e desbloqueamento da sua conta bancária. A autorização está expressa numa certidão datada de 23 de Maio de 2019, do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, a que este jornal teve acesso. P. 8 DR

● Várias famílias partilham o mesmo

tecto no Panguila, três por cada casa, desde que foram alojadas naquela zona com a promessa de que teriam cada uma a sua casa. Por falta de entendimento, e dada as condições precárias de habitabilidade, tem-se registado muitas violações e faltas de respeito. P. 10

Angolano “herói” na Alemanha recusa emprego nos bombeiros ● O angolano André Tiago Manuel, de 36 anos, declinou o convite que recebeu do Comando do Corpo de Bombeiros da cidade de Herten, Alemanha, para ingressar na corporação em função do seu acto heroico de salvar, no pretérito dia 14 de Junho, 65 crianças alemãs que estavam na iminencia de perder a vida. Na próxima Terçafeira, 9, será homenageado na presença de membros da Embaixada de Angola naquele país europeu. P. 11

PIIM reabilita com mais de 315 milhões de Kwanzas escola ‘Angola e Cuba’

ANGOLA eLIMINADA DO CAN

MAL(I) OuTrA Vez

P. 02

e AINDA NO CArTAz: XIV edição do FESTECA promove intercâmbio entre os grupos

Partilha de casa entre famílias propicia violações no Panguila

Joana Taya exibe “Partículas Encantadas” no Espaço Luanda Arte

A incessante batalha de um jovem empreendedor

● O Executivo vai investir 315 milhões e 113 mil e 500 Kwanzas na reabilitação da escola Angola e Cuba, no município do Cazenga, em Luanda, no âmbito do Programa Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM). P. 12


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Quarta-feira, 02 de Julho de 2019

Gelson Dala, atleta do Rio Ave de Portugal, deixa o Egipto com o sentimento do dever cumprido, mas, pela forma como joga terá convencido alguns olheiros que se encontram no palco da competição

Mal(i) outra ve No CAN 2019 que decorre no Egipto, Angola regressa mais cedo a casa. Os malianos, depois do 4-4 em Luanda, em 2010, despacharam ontem os Palancas Negras por uma bola a zero no grupo E Sebastião Félix

O

Mali voltou a ser, ontem, o pesadelo de Angola num CAN, agora no de 2019, que decorre no Egipto desde o mês passado. Na última jornada do grupo E, as Águias afastaram os Palancas Negras da maior festa do desporto rei no continente africano. Em Ismailia, os malianos venceram os angolanos por uma bola a zero, resultado que deixou os adeptos cabisbaixos nas bancadas. Aos trinta e cinco minutos, numa jogada que partiu do meio-campo maliano, o médio Amadou Haidara fez o único golo da partida. Depois do golo, os pupilos de Srdjan Vasilevic procuraram o empate, mas os atletas de Mohamed Magassouba souberam defender-se. Mesmo assim, os Palancas Negras subiram as linhas ofensivas para criar dificuldades às Aguias no meio campo. Mas, estes foram mais inteligentes, porque seguravam a bola e saíam a jogar sem sobressaltos da defesa ao meio campo. Antes de o árbitro mandar todo o mundo para os balneários, os malianos queriam chegar ao golo, mas sem muita aficácia. No reatamento, os dois trenadores não fizeram quaisquer alterações nas suas equipas, ainda assim entraram bem no jogo. Angola, como procurava pelo golo do empate, foi mais ousada e actuava mais pelos corredores para surpreender. O Mali, mais atento às intenções do adversário, fechou-se e atacava sempre que tivesse a posse de bola no meio campo. Mesmo com Dany Massunguna e Bastos Quissanga no eixo defensivo, a precipitação era tanta que

só beneficiava os avançados malianos. Por esta razão, apostaram no ataque com jogadas estudadas e isto inibia sempre a subida dos lateriais. O avançado Gelson Dala, com toques de bola de primeira água, dava um ar da sua graça, mas a marcação era feita milimetricamente e o apoio no meio campo deixava a desejar, Show e Herenilson erravam muito nas jogadas curtas e longas. Antes do apito final, os angolanos tinham noção de que estavam fora do CAN, porque as esperanças ofensivas eram remotas. Com este resultado, o Mali volta a ser o pesadelo de Angola pela segunda vez numa prova africana de futebol. A primeira vez deu-se no CAN 2010, que Angola acolheu nas cidades, de Cabinda, Benguela, Huíla e Luanda. Em pleno Estádio 11 de Novembro, os Palancas Negras venciam por 4-0, mas no reatamento as Águias recuperaram. Quando faltavam dez minutos para o apito final, o avançado Frederick Kanoute, os médios Mamadou Diarra e Seidou Keita empataram a partida, sendo que “gelaram” mais de quarenta mil almas nas bancadas.

Djalma faz o único golo dos Palanc

O

avançado angolano Djalma Campos, marcou o único golo dos Palancas Negras no CAN 2019, frente a Tunísia na primeira jornada (1-1). O internacional fez o golo na ressaca de uma jogada conduzida a partir do meio campo e no

remate salvou a honra do grupo. Depois do empate, as esperanças foram renovadas, mas o empate sem golos na segunda ronda com a Mauritânia azedou o futuro dos Palancas Negras. O avançado Wilson Eduardo foi várias vezes servido por Gelson, mas não soube tirar provei-

to dos lances e os traduzir em golos. Assim, Angola ocupa a quarta posição no grupo somente com dois pontos, os mesmos que a Mauritânia. Por sua vez, o Mali foi o vencedor da série ao fazer sete pontos em três jogos na fase de grupos


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Quarta-feira, 02 de Julho de 2019

ez!..

DANieL MiGueL

cas Negras que ontem terminou. A Tunísia foi a segunda classificada com três pontos, pelo que deverá cruzar com os Camarões ou a Côte d’Ivoire nos oitavos-de-fi nal. Por ser uma fase a eliminar, os tunisinos estudam melhor o perfi l dos adversários.

Guiné-Bissau diz adeus ao sonho Tarde inglória para a Guiné-Bissau no cAN. Apesar da boa réplica, os djurtus perderam frente ao Gana e dizem adeus de forma precoce à maior prova do desporto rei no continente africano no egipto. com vários atletas que actuam em Portugal, foi Piqueti, antigo jogador de Sporting Braga, Gil vicente, Marítimo e Académica a dar o primeiro sinal de perigo para a Guiné: remate fortíssimo fora de área, com a bola a bater na trave depois do desvio do guarda-redes Ofori. com maior qualidade individual, mas a apresentar dificuldades em ter a bola, o Gana foi tentando «agredir» o adversário através de um jogo mais directo e esteve perto de o conseguir já perto do intervalo, através de Jordan Ayew: o avançado do crystal Palace não quis ficar atrás de Piqueti e enviou também ele a bola ao ferro, depois de surgir isolado na cara de Jonas Mendes, guardião que representa o Ac. viseu. Ayew avisou na primeira parte e no início do segundo tempo balançou mesmo as redes, abrindo as hostilidades em Suez, num lance em que o defesa Juary não fica bem na fotografia. Pouco depois Joseph Mendes voltou a dar a liderança à Guiné no jogo dos ferros, ao enviar um remate fortíssimo ao poste, e ameaçou o empate para os guineenses, filme que se repetiu a meio do segundo tempo, com candé quase a concretizar um canto olímpico. Ora, quem não marca sofre e o ditado – além dos postes – castigou mesmo os comandados de Baciro candé, quando Thomas Partey fez o 2-0 final a pouco menos de 20 minutos para o apito final.

Pausa depois da fase de grupos

FAF faz vistoria aos estádios da primeira divisão

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A Federação Angolana de Futebol (FAF) realiza, a partir do dia 08 do corrente mês, vistorias aos estádios onde as equipas da primeira divisão vão disputar o Girabola Zap 2019/2020. O anúncio foi feito ontem a O PAÍS pelo director de comunicação e marketing da Federação da modalidade, Daniel Mendes. O responsável disse que as vistorias terminam no 14 deste mês. Daniel Mendes assegurou a este diário que as formações que não tiverem os campos em condições terão de procurar alternativas para realizarem as suas partidas em casa. O Petro de Luanda, Interclube, 1º de Maio de Benguela, Ferrovia do Huambo, Académica do Lobito, Benfica do Lubango, Sporting de Cabinda, Progresso do Sambizanga, Sagrada Esperança da Lunda-Norte, 1º de Agosto, Recreativo da Caála e Recreativo do Libolo serão os primeiros a receber os técnicos da FAF.

s selecções apuradas para os oitavos-de-final no CAN 2019, que decorre no Egipto, observam hoje a primeira pausa. Assim, os embates à eliminar regressam na próxima Sexta-feira, com o Egipto, anfitrião, a jogar em casa diante do seu púbico. Quanto aos adeptos, alguns regressam outros vão continuar ao lado dos seus craques, uma vez que continuam em prova. O CAN 2019 termina no dia 19 do corrente mês, pelo que, tudo indica que os donos de casa vão chegar a final da festa do futebol africano.

Ivoirenses já lá estão

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Côte d’Ivoire qualificou-se directamente para os oitavos-de-final da 32.ª edição do Campeonato Africano das Nações (CAN) de futebol, ao derrotar a Namíbia por 4-1. Os ivoirienses ocuparam o segundo lugar no grupo D atrás de Marrocos, que se qualificou para a os oitavos-de-final, derrotando a África do Sul. A Côte d’Ivoire precisava absolutamente de vencer o jogo para garantir uma posição na próxima fase da competição. Por isso, os “Elefantes” dominaram o jogo e com golos de Max-

Alain Gradel, aos 39 minutos, de Serey Dié (aos 59 minutos), de Wilried Bony, aos 84 minutos e Maxwell Cornet, aos 89 minutos da partida. Ao passo que o único golo namibiano foi inscrito por Joslin Kamatuka, aos 71 minutos do jogo. A África do Sul, para chegar à outra fase, de acordo com os regulamentos do CAN, aguarda pela qualificação dos melhores terceiros classificados. Perante este cenário, vão avaliar os golos sofridos e os golos marcados ao longo da fase de grupos.

FAKD prepara Jogos Africanos de rabat A Selecção Nacional de karatéDó, em ambos os sexos, regressou ontem aos trabalhos de preparação visando os Jogos Pan-Africanos que vão decorrer em Rabat, Marrocos, de 23 de Agosto a 03 de Setembro próximo, segundo director técnico da Federação Angolana de Karaté (FAKD), João Silva. O dirigente revelou que a preparação decorrem sem sobressaltos e que já receberam garantias do Comité Olímpico Angolano (COA) no que concerne a participação.

Chile e Peru decidem passe para as meias-finais

Ivoirenses no jogo frente ao Rwanda

As selecções do Chile e do Peru decidem na madrugada de Quintafeira o passe para as meias-finais da Copa América. O encontro entre as duas formações disputa-se na Arena do Grêmio, no Brasil. Para chegar a esta fase, o Chile deixou pelo caminho a Colômbia na marcação de grandes penalidades por (5-4). O Peru, por sua vez, bateu o Uruguai com o mesmo resultado. Neste embate, o Chile parte como favorito, uma vez que possui um plantel superior ao do Peru. O Chile vai contar com os préstimos de Alexis Sanchez e Arturo Vidal, atletas que militam no Velho Continente e com uma vasta experiência nestes jogos.


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DeSTAQueS POLÍTICA. PÁG. 09 PR condecora personalidades cubanas

o editorial SOCIeDADe. PÁG. 10 Partilha de

casa entre famílias propicia violações no Panguila

CArTAz. PÁG. 14 Xiv edição do FeSTecA promove intercâmbio entre os grupos

eCONOMIA. PÁG. 18 Novo tarifário

de energia entra em vigor a partir do dia 15 deste mês

HOJe: os números do dia

O povo sabe fazer contas

A

tributação do imposto sobre o valor Acrescentado (ivA) nos sectores da educação e Saúde levaria a uma carga fiscal maior ao consumidor final, afirma o ministro das Finanças, Archer Mangueira, no último de uma série de três artigos publicados no Jornal de Angola. Mais uma descoberta. Só que esta tardou e deveria ser transmitida sobretudo aos funcionários do Ministério das Finanças que se contorceram meses a fio a explicar às pessoas que as coisas não seriam assim, como diz agora o seu ministro. Temos um problema claro em Angola: falta seriedade aos técnicos. Falta verticalidade, falta honestidade. Preferem rasgar tudo o que diz a lógica e o que se aprende nas boas escolas em nome da defesa de políticas e benessesww, esquecidos de que está nas suas mãos influenciar e fazer funcionar as políticas para o bem dos angolanos. É legítima a desconfiança generalizada aos engravatados de fato bonito. O povo sabe fazer contas.

o que foi dito

MuNDO. PG. 22Trump receia ataques nos euA após retirada da “Harvard dos terroristas”

O PAÍS Quarta-feira , 03 de Julho de 2019

O desafio da nova Angola é oferecer serviços de qualidade a preços acessíveis, construindo infra-estruturas que vão ligar as cidades por fibra óptica e desenvolver um programa espacial para cobrir o território por satélite” José Carvalho da rocha Ministro das telecomunicações e tecnologias de informação

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Total de 150 crianças e adolescentes das escolas do ensino primário e de institutos médios concluíram, no Sábado passado, a 4.ª edição da metodologia para o ensino da Língua inglesa, realizada na Mediateca Zé Dú.

Pessoas ficaram ontem feridas em um ataque de rebeldes iemenitas contra um aeroporto no sul da Arábia Saudita, informou a coligação militar dirigida por Riad, noticiou a AFP. Marinheiros morreram na sequência de um incêndio num submarino da marinha russa, informou ontem o Ministério da Defesa da Rússia. Os marinheiros morreram quando o submarino realizava testes militares em águas territoriais do norte da Rússia.

Técnicos de estatísticas de diversas instituições públicas, com realce para os Gabinetes de estudos e de Planeamento das províncias do Huambo, Bié e cuando cubango, ambas no centro de Angola, participaram ontem, num workshop de capacitação sobre os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODS).

Acredito que o seminário vai ajudar os docentes a melhorar a saúde oral e a higiene pessoal das crianças, para se evitarem consequências negativas e contribuir para o desenvolvimento deste tecido social” Djalmila Oliveira coordenadora nacional do Programa de Prevenção e Tratamento de Doenças Orais do Ministério da Saúde

O facto de poder jogar com Cristiano ronaldo pesou na minha decisão”

Adrien rabiot ex-jogador do Paris Saint-Germain


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O PAÍS Quarta-feira , 03 de Julho de 2019

e assim... José Kaliengue Director

um país, vários calendários

Hoje no online de O PAÍS leia a entrevista com o economista carlos Lopes e encontre algumas respostas às suas inquietações sobre o desenvolvimento africano

T

www.opais.co.ao Oceano (Planeta Terra) Assinala-se hoje o Dia internacional sem Sacos de Plástico. 80% da poluição nos oceanos é constituída por plásticos, o que põe em risco a vida marinha e a vida no planeta.(DR)

o que vai acontecer economia O novo regime tarifário de energia eléctrica começa entra em vigor a partir do dia 15 do corrente mês por razões técnicas operacionais das instituições responsáveis por assegurar este procedimento. O Ministério das Finanças, de acordo com uma nota de imprensa, justifica a necessidade de actualização dos tarifários dos serviços de electricidade, um procedimento que decorre de uma medida estrutural de gestão macroeconómica, que passa por garantir que os subsídios beneficiem efectivamente os segmentos mais vulneráveis da população, contrariamente ao que vinha sucedendo até aqui.

Cultura Diversos músicos

angolanos participam no próximo Sábado, 06, num evento musico-cultural, na vila da Muxima, sede do município da Quiçama, evento enquadrado nas festividades dos oitenta e um anos da circunscrição. Pedro Kabenha, Baló Januário, bem como o agrupamento do cuanza-Sul, Kumbi Lixia, vão animar a vila da Muxima. As comemorações do município decorrem sob o lema “Quiçama a bandeira do turismo em Luanda”. Segundo uma nota de imprensa da administração local, além de eventos musicais serão realizadas actividades religiosas e desportivas.

educação Associação das

universidades de Língua Portuguesa (AuLP) realiza, entre os dias 3 e 5 do corrente mês, em Lisboa, Portugal, o seu 29º encontro, para a análise de temas científicos e culturais. Segundo uma nota daquela associação, a reunião que vai decorrer sob o lema “Arte e cultura na identidade dos Povos”, contará com a presença do reitor da universidade Mandume Ya Ndemufayo (uMN), do Lubango, Huíla, Orlando da Mata, também presidente da AuLP. Durante o evento, serão realizadas sessões paralelas de debates, bem como momentos culturais para a amostra do potencial das universidades.

Desporto A Federação Angolana de Futebol (FAF) realiza a partir do dia 8 deste mês vistorias aos estádios das equipas da primeira divisão, ou seja, do campeonato Nacional, Girabola. O anúncio foi divulgado ontema este jornal pelo director de comunicação e marketing da Federação angolna da modalidade, Daniel Mendes. O dirigente deu a conhecer que os clubes que não tiverem os campos em condições terão de procurar alternativas para realizarem os seus encontros em casa. Daniel Mendes revelou que as vistorias vão terminar no dia 14 do corrente mês. O 1º de Agosto é o campeão em título, enquanto o Petro de Luanda é o vice-campeão nacional.

Hóquei em patins A Selecção

Nacional de hóquei em patins efectua hoje o último treino antes da viagem para o palco do Mundial, que vai decorrer em Barcelona, de 06 a 14 deste mês.

elstar. Alguém se lembra do nome? Era só para situar o caso, o concurso público para o apuramento do quarto serviço de telefonia móvel em Angola, que acabaria, depois, anulado pelo Presidente da República. A Telstar tinha sido a vencedora do concurso, o que causou um grande escândalo nacional. Mas não é sobre a empresa que quero falar. Feito o escândalo, e a lavrar, João Lourenço anulou o concurso, ordenou o recomeço com as devidas correcções, criou uma comissão, que integra vários departamentos e deu um prazo para o trabalho ser apresentado. Julgamos que em um mês teríamos as bases para o lançamento de novo concurso. A licença para novo operador tinha sido anunciada pelo Presidente nas suas deslocações ao exterior, era um chamariz ao investimento estrangeiro. Passado este tempo, apenas o silêncio. Nunca mais se ouviu falar nem de concurso, nem de comissões, nem de quarto operador. O que estará a acontecer? Nisto de prazos e seu cumprimento ou satisfação pública pelos atrasos, quem quiser ir de Luanda a Benguela de carro deverá lembrar-se do prazo dado pelo ministro das Obras Públicas para a conclusão da Estrada Nacional nº 100. Das duas uma, ou o calendário acabou, ou o tempo deixou de passar. Ainda não chegamos a Junho, pelos vistos. As obras no troço do Dondo também se perderam no tempo, assim como os cerca de sessenta quilómetros da ligação entre o Cuima e o Cusse (Huambo e Huíla). Os casos são muitos. Talvez esteja na hora de se organizar uma grande convenção nacional sobre o tempo, horários e calendários, a ver se o país se acerta, isto de cada um ter o seu calendário pode não dar certo.

e também... Dia Internacional Sem Sacos de Plástico - 3 de Julho O objectivo da data é chamar a atenção para a produção e para o consumo excessivo de sacos plásticos a nível mundial, propondo-se alternativas para resolver este sério problema ambiental. estima-se que um cidadão na europa consome cerca de 500 sacos plástico por ano, que acabam no lixo ao fim de meia hora de utilização, criando-se vastas ilhas de lixo plástico nos oceanos (80% da poluição marinha).


6 Media Nova, S.A Presidente do Conselho de Administração Filipe correia de Sá Administradores executivos Luís Gomes Paulo Kénia camotim Propriedade : Socijornal Depósito Legal: Nº 244/2008 Contribuinte: 5417015059 Nº registo estatístico: 48058

O PAÍS Quarta-feira , 03 de Julho de 2019

NO TeMPO DO KAPArANDANDA

Director Geral de Publicações: José Kaliengue jose.kaliengue@opais.co.ao

OPAÍS

Director: José Kaliengue Sub-Director: Daniel costa, daniel.costa@opais.co.ao Chefe de Redacção: eugénio Mateus, eugenio.mateus@opais. co.ao Grande repórter: André Mussamo andre.mussamo@opais.co.ao Editorias : Política: ireneu Mujoco ireneu.mujoco@opais.co.ao (editor) Sociedade: Paulo Sérgio paulo.sergio@opais.co.ao (editor) Romão Brandão romao.brandao@opais.co.ao (Sub-editor) Economia Luís Faria (coordenador-editor) luis.faria@opais.co.ao Desporto: Sebastião Félix sebastiao.felix@opais.co.ao (editor) Mário Silva mario.silva@opais.co.ao (Sub-editor) Cartaz: Jorge Fernandes jorge.silva@medianova.co.ao (Sub-editor) Redacção: Norberto Sateco, Alberto Bambi, Augusto Nunes, Rila Berta, Miguel Kitari, Domingos Bento, Neusa Filipe, Afrodite Zumba, Milton Manaça, Antónia Gonçalo, Maria Teixeira, iracelma Kaliengue, Patrícia Oliveira, Stela cambamba, Zuleide de carvalho (Benguela),Brenda Sambo, Maria custódia, Kiameso Pedro e Adjelson coimbra. Arte: Ladislau Bernardo (coordenador) valério vunda (coordenador adjunto)Lourenço Pascoal, Annette Fernandes, Nelson da Silva e Francisco da Silva. Fotografia: carlos Moco (editor), Daniel Miguel (Sub-editor), Pedro Nicodemos, Jacinto Figueiredo, carlos Augusto, virgílio Pinto, Lito cahongolo (repórteres fotográficos), Rosa Gaspar e Yuri dos Santos (Assistentes de Departamento) Revisão: António Setas Agências: Angop, AFP, Reuters, Getty images

Assistentes de Redacção: Antónia correia, Rosa Gaspar, inês Monteiro e Sílvia Henriques Impressão e acabamento: DAMeR, S. A. Luanda Sul, edifício Damer Distribuição: Media Nova Distribuição Tel: +244 943028039 Distribuidora@medianova.co.ao pontodevenda@medianova.co.ao Assinaturas: Bruno Pedro Tel: +244 945 501 040 Bruno.Pedro@medianova.co.ao Online: Venâncio Rodrigues (Editor)isabel Dalla e Ana Gomes Sítio Online: www.opais.co.ao Contactos: info@opais.co.ao Tel: 914 718 634 -222 003 268 Fax: 222 007 754 Sede: condomínio ALPHA, Talatona- Luanda. Tel: 222 009 444 República de Angola

Comercial e Marketing: Senda Costa 922682440 vladimir Teixeira email: comercial@medianova.co.ao Tiragem: 15 000 exemplares

1904

03 de Julho começam os Jogos Olímpicos de Saint Louis, euA, os terceiros da era moderna, os primeiros com atletas africanos e atribuição de medalhas.

1970

2007

03 de Julho -A conferência 03 de Julho - O antigo Presidente internacional de Solidariedade com os Povos dos da Libéria, charles Taylor, acusado de crimes Territórios Africanos sob Administração Portuguesa, de guerra, comparece pela primeira vez no em Roma, condena a política colonialista da ditadura. Tribunal especial para a Serra Leoa em Haia, depois de boicotar todas as audiências desde o início do julgamento.

CArTA DO LeITOr

Concursoda AGT deprecia curso da uAN ARQuivO

Foi com grande satisfação que tomei conhecimento da abertura de concurso público de ingresso na AGT, no passado dia 18 de Maio. Mas rápido passei à indignação ao ver que nos requisitos académicos para a carreira especial de Técnico Tributário, constavam os cursos de licenciatura em economia, contabilidade, Auditoria, Direito, estatística e Matemática. Nada contra os cursos acima mencionados indica que são incompatíveis com a carreira que se apresenta na AGT, pois, pelo que parece, este órgão do estado quer se certificar de que os seus quadros sabem fazer contas impecavelmente de acordo com a Legislação Tributária em vigor, o que me parece louvável.O que não percebo mesmo, e me levou a escrever esta carta, é o facto de a licenciatura em Admi-

curso de licenciatura em Gestão e Administração Pública da uAN, entre outras disciplinas constam: economia, contabilidade Geral, contabilidade Analítica, contabilidade Pública, Auditoria, estatística, Direito económico, Direito Administrativo, Direito de Trabalho Matemática, Finanças Públicas e OGe, Administração Financeira, Fiscalidade, Ética e Deontologia da Administração Pública. como pode este curso da uAN não corresponder aos requisitos exigidos pela carreira de Técnico Tributário? É o mesmo que recrutar para um hospital enfermeiros, maqueiros, catalogadores, parteiros … e não recrutar os médicos, sob o pretexto de a sua formação não reunir requisitos académicos para trabalhar em hospitais. e se os argumentos acima descritos não forem convincentes, ou quiçá suficientes para a vossa elucidação, vale relembrar que a AGT, é uma Administração Pública!

nistração Pública não ter sido considerada como requisito académico válido, pois é a única formação que responde cumulativamente

aos propósitos gerais da AGT e da carreira tributária em particular. Tomando como exemplo o

Miranda Nzalangangu Luanda

escreva para o Jornal OPAÍS através do e-mail info@opais.co.ao ou ligue para estes contactos Tel: 222 003 268 Fax: 222 007 754



POLÍTICA

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O PAÍS Quarta-feira, 03 de Julho de 2019

Justiça desbloqueia contas bancárias da ONG Omunga DR

O Jurista Domingos Tchipilica defende a responsabilização civil do pelouro pelos danos causados na esfera jurídica daquela ONG, agravado com o impedimento de movimentações bancárias

O activista social acusa o anterior Governo de falta de “vontade política” para resolver o problema, por ter havido organizações que surgidas depois da Omunga que viram a questão resolvida em tempo recorde.

Constantino Eduardo, em Benguela

D

ez anos depois, o Ministério da Justiça deu provimento a um pedido de autorização à Omunga, Organização Não-governamental (ONG) angolana, fundada por José Patrocínio, para exercer actividade em Angola. A autorização está expressa numa certidão datada de 23 de Maio de 2019, do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, a que este jornal teve acesso. Esse departamento ministerial certifica, em cumprimento do despacho exarado na petição apresentada a 12 de Junho de 2010, sob o nº 399, do Diário (da República), que “a Associação Omunga, está autorizada a exercer a sua actividade em Angola”, diz a certidão. O documento é assinado pelo ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Francisco Queiroz, e coloca fim ao “jejum” de dez anos de “congelamento” da conta bancária. Uma das lutas do antigo coordenador da Omunga, que morreu no dia 1 Junho deste ano, foi a autorização para a sua organização exercer actividades sem restrições. José Patrocínio assumiu esta luta durante dez anos e as consequências decorrentes da falta da certidão consubstanciaram-se no bloqueio de contas bancárias.

João Malavindele está a satisfeito com a decisão do Ministério da Justiça de autorizar a Omunga a trabalhar

O seu sucessor, João Malavindele, falando à Voz da América e a OPAÍS, sobre o assunto, afirmou que a organização debateuse, durante esses anos todos, com sérias dificuldades no que respeita à movimentação de contas bancárias para aceder aos financiamentos e, por essa razão, fala em batalha vencida e em reposição da legalidade. “Isso deixa-nos mais confortáveis naquilo que tem a ver com a implementação das nossas acções, porque antes sofríamos por parte do Estado”, desabafou. Por conta da falta da certidão, segundo sustenta, sempre

O documento assinado pelo ministro da Justiça e dos Direitos Humano, Francisco Queiroz, coloca fim o “jejum” de dez anos do “congelamento” da conta bancária.

que elementos ligados ao Governo quisessem denegrir a imagem da Omunga, invocavam o argumento da “legalização”, sobretudo junto de parceiros e/ou patrocinadores, facto que prejudicou a organização, lembrando que esta nunca violou a lei. “A Omunga, desde a sua criação, cumpriu todos os procedimentos. Tanto mais que nós remetemos o documento ao Ministério da Justiça há mais de 10 anos, porque tínhamos toda a documentação para funcionarmos como uma instituição que vela pelos direitos humanos”, argumenta Malavindele.

Enquadramento jurídico-legal O jurista Domingos Tchipilica Eduardo, contactado sobre o assunto, argumentou que a Omunga, antes da certidão da Justiça já dispunha de personalidade jurídica, em consequência da publicação dos seus estatutos em Diário da República. Todavia, aquilo a que se chama de “lapso de tempo”, deveuse única e exclusivamente ao Ministério da Justiça, a quem o também advogado responsabiliza por tal demora. Do ponto de vista legal, disse o jurista, tão logo se recebeu a escritura, aliada à publicação em Diário da República, o departamento ministerial tinha 90 dias para lavrar a certidão. “Não compreendemos esse tempo todo que passou, porquanto criou imensas dificuldades à organização Omunga, no caso em concreto das movimentações das contas bancárias”. Questionado se a falta da certidão condicionava que a Omunga acedesse a financiamentos, o jurista respondeu negativamente, Porém, sustentou que a entrega da documentação ao Ministério da Justiça conferiu-lhe a personalidade jurídica, mas limitava a movimentação dos financiamentos conseguidos, disse. Saliente-se que a Associação Omunga foi criada a 16 de Junho de 2005 e os seus estatutos estão publicados em Diário da República, na III Série, Nº 156-27, de 27 de Dezembro. Tem como objectivo promover, divulgar e monitorar, em todo o território nacional, estratégias para a infância e a juventude, a fim de garantir o exercício dos seus direitos e deveres. Tem a sua sede no município do Lobito, província de Benguela.


O PAÍS Quarta-feira, 03 de Julho de 2019

9 DRDR

PR condecora personalidades cubanas O Presidente da República, João Lourenço, condecorou, na noite desta Segunda-feira, diversas personalidades cubanas com a Ordem Agostinho Neto cedida

O

estadista angolano, que se encontra em Cuba em visita de estado, condecorou, com a mais alta distinção angolana, o homólogo cubano, Miguel Mario Diaz-Canel Bermúdez, o general de Exército e primeiro secretário do Partido Comunista de Cuba, Raul Castro Ruz, o general do corpo do Exército e ministro das Forças Armadas Revolucionárias, Leopoldo Cintra Frias, e o seu viceministro, com a mesma patente militar, Ramon Espinosa Martin. Foi igualmente homenageado, a título póstumo, o general de brigada Raúl Diaz Arguelles Garcia, tombado em combate em Angola, a 11 de Dezembro de 1975. Por sua vez, as autoridades cubanas prestigiaram o Presidente João Lourenço com a Ordem José Marti. Durante a cerimónia, decorrida no Palácio da Revolução, as autoridades de Cuba consideraram a outorga da mais alta condecoração cubana a João Lourenço como prova de respeito e amizade ao povo angolano. O Presidente cubano reafirmou a prontidão no apoio à libertação dos povos e o compromisso com o desenvolvimento, a justiça social, a paz e a ordem internacional. Por seu turno, o Chefe de Estado angolano enalteceu a prontidão cubana na defesa do solo pátrio angolano e nas lutas pela Independência da Namíbia e para a abolição do regime do apartheid na África do Sul. João Lourenço sublinhou que graças a contribuição cubana, a região austral é actualmente uma zona de paz, progresso e prosperidade.

AN quer integração das políticas públicas

A

primeira vice-presidente da Assembleia Nacional (AN), Emília Carlota Dias, solicitou, esta Terça-feira, o empenho dos deputados na integração das políticas públicas, a fim de permitir que o país alcance os objectivos do desenvolvimento sustentável. Ao discursar na abertura do workshop sobre o Dia Internacional do Parlamentarismo, a deputada indicou que é necessário melhorar as condições de vida das populações e, ao mesmo tempo, combater as mudanças climáticas que têm afectado a saúde e a educação dos cidadãos. Emília Carlota Dias manifestou, também, a necessidade do reforço da democracia através da participação dos cidadãos na vida parlamentar, estabelecendo diálogos eficientes e inclusivos com os mais diversos actores da sociedade civil. A deputada entende que os jovens e as mulheres devem estar mais representados no Parlamento e em todos os órgãos de decisão política, “para assegurar uma transição geracional sustentada nos conhecimentos e na experiência dos mais-velhos”.

O Dia Internacional do Parlamentarismo A efeméride resultou de uma deliberação da AssembleiaGeral da União Inter-parlamentar (UIP), em referência à data da fundação da organização, a 30 de Junho de 1889, em Paris (França), tendo participado, na altura, nove parlamentos, entre os quais o da Libéria, como único país africano presente. UIP agrega 193 países, dos quais 54 são de África, incluindo o Parlamento angolano. A Organização tem-se constituído num espaço multilateral de fortalecimento da democracia, das relações e da solidariedade entre os povos.

UIP agrega 193 países, dos quais 54 são de África, incluindo o Parlamento angolano


sociedade

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O PAÍS Quarta-feira, 03 de Julho de 2019

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O bairro onde cada casa é partilhada por três famílias

Partilha de casa entre famílias propicia violações no Panguila Várias famílias partilham o mesmo tecto no Panguila, desde que foram alojadas naquela zona com a promessa de que teriam cada uma a sua casa. Dadas as condições precárias de habitabilidade, tem-se registado casos de violações e faltas de respeito

O Maria Teixeira

liveira Alberto, ex-morador do extinto bairro da Favela, no prolonga mento da Nova Marginal, próximo ao Mausoléu António Agostinho Neto, em Luanda, conta que tem sido vítima

de abusos por parte de cidadãos com quem partilha a residência. O cidadão, que vive nas casas sociais do Panguila desde 2011, divide a casa com três famílias, uma situação que considera desumana. Cada família ocupa um dos três quartos da casa e compartilham as mesmas sala e cozinha, por isso há o registo de várias disputas. “Muitas vezes, o vizinho come a minha comida, tenta violar a minha mulher ou a minha filha.

Manuel António

Oliveira Alberto

É tanta coisa por que passamos por causa da pobreza!” lamenta. De acordo com o jovem, há registos de muitas pessoas que são abusadas sexualmente pelos próprios vizinhos, ou aliciadas por causa da fome.

Teresa Adão, mãe de cinco filhos, e viúva, relatou a mesma situação, acrescentando que em muitos casos, o facto de não terem nada para comer tem levado as mulheres a prostitui-se. Sem emprego, a nossa interlocutora sobrevive de biscates. Ela vem também do bairro da Favela, partilhava a casa com três outras famílias, o seu marido morreu e um dos senhores que habitava a mesma casa tentou violá-la, e não foi só uma vez. Por essa razão, Teresa e os filhos vivem em situação deplorável, uma vez que não foram comtemplados com residências, porque dizem que o nome do seu falecido marido e o seu não constam na lista da Administração. “O caso está no tribunal e estão a nos pedir 27 mil Kwanzas, mas como não tenho, vivo de favores”, conta ela, que se emocionou e começou a lacrimejar. Às vezes é obrigada a deixar os filhos em casa para ir procurar algo para os alimentar e, neste “abandono”, muitos adultos aproveitam-se para abusarem. Por sua vez, o antigo coordenador do extinto bairro da Favela, Manuel António, explicou que desde 19 de Novembro de 2010 que vivem nessa situação. Foram, no total, 1.800 famílias despejadas, e só 524 pessoas actualmente possuem casa própria e 634 famílias partilham residências, num regime de três famílias, e até quatro famílias em alguns casos. “Diante dessa situação desumana, solicitamos à senhora governadora Mara Quiosa que intervenha junto do Ministério da Construção para a resolução deste mal que muito nos afecta, porque tudo isso começou no tempo do Bento Soito, antigo vice-governador de Luanda”, disse. Explicou que, em Dezembro de 2017 houve um novo levantamento para saber das pessoas em falta, mas não sabem por, ora, quem são os beneficiados, porque tanto ele como o seu colega foram afastados pela nova Administração do Panguila. Por essa razão, Manuel António fez reclamações e até escreveu cartas dirigidas a governadora Mara Quiosa e ao ministro do Território, mas nunca foram recebidos por essas entidades. Neste caso, frisou, é preciso que os programas sejam eficientes e eficazes, de forma a merecerem o financiamento.

Famílias dividem a mesma casa há nove anos Realojados em Dezembro de 2010, no chamado sector 10 do Panguila, os ex-moradores do extinto bairro da Favela, que se localizava no prolongamento da nova marginal, próximo ao Mausoléu, em Luanda, continuam a clamar por ajuda. Depois de serem instalados no Zango, área que actualmente pertence à jurisdição da província do Bengo, os mesmos pensavam que o sonho de obter a casa própria chegaria em pouco tempo, mas, até à data desta reportagem, mais de 500 famílias encontram-se a partilhar residências. A situação está a deixar os residentes bastante aborrecidos, ao ponto de acusarem a equipa de realojamento de os ter enganado. Segundo apurou OPAÍS, as residências em causa dispõem de três quartos, com cerca de quatro metros quadrados, uma sala, cozinha e casa de banho. Cada quarto é ocupado por uma família, sendo que outros compartimentos são partilhados. Domingas Alberto divide a casa com mais dois casais que têm mais de 10 filhos cada, conta que vive há quase nove anos nestas condições e tem sido difícil. A mesma já foi vítima de dois assaltos na sua residência. “Actualmente são 25 pessoas, cada família num quarto e dividimos a sala, mas a situação é precária, porque não há respeito. Cada um entra no horário que quer, come a comida do outro, enfim, é muito sofrimento”, desabafa. Já Nicolau António disse ser muito triste dividir a casa com uma pessoa que você não conhece e nunca viu em toda a sua vida. Desde o dia 14 que Nicolau e sua família dividem a casa com três famílias que conheceram apenas no bairro do Panguila. Segundo Nicolau, além de violações e assaltos à mão armada, o bairro também serve de esconderijo de viaturas roubadas. “E muitas dessas viaturas são roubadas na cidade de Luanda e em outras províncias que fazem fronteira com o Bengo. Alguns meliantes se escondem-se aqui, porque o bairro parece estar esquecido”.


O PAÍS Quarta-feira , 03 de Julho de 2019

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Angolano herói na Alemanha recusa emprego nos bombeiros cedida

André Tiago Manuel agradece o convite formulado, mas diz estar feliz no seu actual posto de trabalho, onde colabora há 10 anos. Na próxima Terça-feira, 9, o herói angolano será homenageado na cidade de Herten, na presença de membros da Embaixada de Angola naquele país Europeu Milton Manaça

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olvidos mais de sete dias desde que o angolano arriscou a sua vida para salvar 65 crianças alemãs, na cidade de Bochum, que se encontravam no interior de um autocarro que se incendiou quando circulava numa autoestrada, as manifestações de carinho e agradecimento não param de chegar. Desta vez foi o Comando do Corpo de Bombeiros da cidade de Herten que disponibili-

zou uma vaga para que o jovem André Tiago, de 36 anos, faça a formação e, posteriormente, ingresse nos quadros da instituição. Na Segunda-feira, 1 de Julho, André Manuel foi convidado a visitar um dos quartéis dos bombeiros e aceitou o desafio de realizar manobras simuladas, trajado como se de um bombeiro se tratasse. Todavia, recusou o convite para ingressar na corporação. Em declarações ao jornal OPAÍS, realçou que congratula-se com todas as manifestações de carinho, mas não está disponível a largar a sua actual

empresa, que lhe foi muito útil quando mais precisou. “Sou um dos melhores trabalhadores da minha firma, o meu chefe ajudou-me nos momentos mais difíceis e estou contente aqui. Por enquanto, não vejo razões para mudar”, disse o jovem, acrescentando que pelo seu desempenho ao longo dos 10 anos a sua empresa sempre depositou confiança em si. André Tiago reiterou ter ajudado as 65 crianças sem objectivo de conseguir qualquer protagonismo ou recompensa. No entanto, a direcção dos Bombeiros deixou em aberto o

convite caso o angolano mude de ideias. Ele, que se descreve como uma pessoa batalhadora, fez várias formações profissionais em diferentes instituições de ensino da Alemanha, dentre elas a de electricidade, serralharia e mecânica. No âmbito profissional, o destaque recai para a sua passagem na gigante construtora de automóveis, a Mercedes Benz. Presença da Embaixada Pela coragem e espírito de bravura que teve, André Tiago será homenageado pelo Governo Alemão na próxima Terçafeira, em presença da embaixadora de Angola naquele país, Balbina da Silva, e de outros membros do seu pelouro. Está ainda prevista outra homenagem pela Erich-Klausener-Schule, a escola das 65 crianças e pelos bombeiros. O acto heróico aconteceu no dia 24 de Junho, quando Tia-

go, motorista de uma empresa de entrega de encomendas de mercadorias, se deslocava para o seu local de trabalho. Viu o autocarro que circulava na auto-estrada A2, na cidade de Bochum, em direcção a Hannover a pegar fogo. Alertou o condutor para que parasse de imediato, mas este ignorou-o em várias ocasiões. Insistente, o jovem continuou a fazer sinais ao seu colega de estrada, mas como este continuava a não dar sinal de abrandamento, André Tiago arriscou a sua vida fazendo uma manobra perigosa para forçar a paragem do transporte escolar até que o outro condutor cedeu. De seguida, entrou na viatura e retirou de lá todas as crianças e os seus pertences. Vários meios de comunicação da Alemanha e de outros países europeu noticiaram o facto enaltecendo a coragem do angolano.


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sociedade

O PAÍS Quarta-feira, 03 de Julho de 2019

Reabilitação da escola Angola e Cuba avaliada em mais de 315 milhões DR

O dinheiro será disponibilizado pelo Executivo angolano, através do PIIM, um programa que visa reduzir os níveis de pobreza nos 164 municípios do país, intervindo nos sectores de Energia, Água, Educação e Saúde, bem como no saneamento básico e construção de vias

O

Executivo vai investir 315 milhões e 113 mil e 500 Kwanzas na reabilitação da escola Angola e Cuba, no município do Cazenga, em Luanda, no âmbito do Programa Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM). Paralisada desde 2009 por alegado risco de desabamento, a infra-estrutura poderá sofrer uma remodelação a partir de 2020, segundo o relatório divulgado recentemente e a que o OPAÍS teve acesso. Da referida listagem constam ainda outras 11 escolas localizadas no município em questão, das quais umas serão reabilitadas e outras ampliadas. A título de exemplo, destacase a construção de uma escola de 12 salas de aulas, avaliada em 820 milhões e 658 mil e 1 Kwanzas, bem como a construção e o apetrechamento de escolas pri-

O imovel que será reabilitado.

márias orçadas em 336 milhões de Kwanzas. Deste modo, a execução do (PIIM) virá “fechar” o ciclo de negociações e diligências desencadeado pela Administração do município do Cazenga no que concerne a reabilitação. Sobre o assunto, em depoimento à Angop, o então director do Gabinete de Estudo, Planeamento e Estatística da Administração do Cazenga, António Cabingano, referiu que estavam

a ser criadas condições para o lançamento do concurso público, no qual seria seleccionada a empreiteira para a execução da obra. “O processo para a reabilitação da escola já teve outros contratos, mas foi necessário rescindir o acordo com a empresa que havia sido contratada em 2018 porque não possuía aptidão e demonstrou insuficiências e incapacidade para a execução das obras”, disse.

Por seu turno, o governador da província de Luanda, Sérgio Luther Rescova, por ocasião da visita de trabalho recentemente efectuada ao local, solicitou que fossem imputadas responsabilidades, visto que desde 2018 haviam sido gastos 44 milhões de Kwanzas para a reabilitação da infra-estrutura, mas até à data nada teria sido feito. “Não se justifica o dinheiro que o Estado disponibilizou para a reabilitação da escola, uma

vez que não se fez absolutamente nada, prejudicando a população”, lamentou o governador. A escola Angola e Cuba (3042), com 25 salas de aulas, é uma das mais antigas do município do Cazenga. Foi erguida por técnicos cubanos no quadro da cooperação entre Angola e Cuba, dois parceiros estratégicos desde a década de 1970. O PIIM é um programa de iniciativa presidencial a ser executado nos 164 municípios do país.



cartaz seu suplemento diário de lazer e cultura

XIV edição do FESTECA promove intercâmbio entre os grupos dr

A XIV edição

O FESTECA

do Festival Internacional de Teatro do Cazenga (FESTECA), que arranca amanhã, 4, no Centro de Animação Artística do Cazenga (ANIM’ART), vai promover o intercâmbio cultural e teatral entre os 24 grupos provenientes de cinco países

O FESTECA é promovido pela Globo Dikulu (Acção para o Desenvolvimento Juvenil), através do (ANIM’ART) e tem como objectivo dinamizar um certame que proporcione espaço de intercâmbio teatral, ofereça oportunidade aos grupos e companhias de teatro para mostrarem os seus trabalhos. Além das apresentações teatrais são realizadas actividades paralelas, que comportam exibições de teatro de rua, oficinas teatrais e intercâmbio cultural orientadas diariamente por directores e actores dos grupos participantes.

Antónia Gonçalo

O

festival, de carácter anual, que decorre sob o lema “Juventude Arte e Amor: 30 anos ao serviço da sociedade”, durante 11 dias vai promover a realização de acções formativas como Oficina de Teatro e Intercâmbio Cultural, que serão dirigidas por directores de teatro nacionais e estrangeiros. Durante a série, serão realizadas cinco conferências dominadas com temas como “As parcerias para o desenvolvimento do teatro nos PALOP”, “Caminhos da formação teatral em Angola” e “Festivais de teatro e mobilidade artística em África”. As apre-

sentações dos mesmos serão dirigidas por oradores nacionais, um moçambicano, um brasileiro e um cabo-verdiano. Exibições As apresentações das peças te-

As apresentações estão a cargo dos grupos provenientes de Luanda, Malanje, Benguela, Cabinda, Cuando Cubango e Cuanza-Sul

atrais estão a cargo dos grupos provenientes de seis províncias, nomeadamente Luanda, Malanje, Benguela, Cabinda, Cuando Cubango e Cuanza-Sul. Entre eles, consta o Tic Tac, Estrelas ao Palco, Teatro do Oprimido, Ine-

ditus, Artes Sol, Amazonas, Lagrimas Negras, Gesta Artes e Letras, Monte Sinai, Filhos de Angola, Okonda Ikuto, Conjuntura D`Artes, Ndokuenu, S.O.S Teatro, Arco Iris e Ombaka. Os referidos grupos levarão ao palco do FESTECA as peças “Eva: a praga do passado”, “Quando é que o feitiço é bom”, “A carta do enforcado”, “Tomara que chova, mas bem longe daqui”, “Cemitério 38”, “Entre a bênção e a maldição”, “A inocência”, “A rol out da Luísa”, “Linhas cruzadas”, “Kakila: O segredo da lagoa”, “Matumbisse de ouro” e “ Escolas de mulheres. Outras participações Nesta edição estarão presentes grupos do Brasil, Moçambique, África do Sul, Cabo Verde e Portugal. São as companhias, Letras de Rosa, Deslimitadas, Estrela D`Alva, C.R.A, Magnet Theatre e Fladu Fla. Homenagem A XIV edição do FESTECA vai homenageado Turma Cómica KK (Kunda e Kapuete), do município do Cazenga. De acordo com a organização do evento, a homenagem deve-se ao trabalho desenvolvido pelo grupo durante os últimos cinco anos, bem como o seu contributo para as artes cénicas. Quanto ao lema do festival, o presidente da Globo Dikulu, Orlando Domingos, referiu que se deve à comemoração dos 30 anos da sua organização. Entretanto, as celebrações ocorrerão em Agosto, após a realização do FESTECA, com uma gala de homenagem a todos os membros fundadores dessa associação. “São cerca de 60 membros que começaram com o processo. Essa homenagem será feita também a título póstumo”, contou.


O PAÍS Quarta-feira, 03 de Julho de 2019

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Joana Taya exibe “Partículas Encantadas” no Espaço Luanda Arte As obras levaram cerca de 4 meses a

serem criadas e podem ser vistas nos períodos habituais, na referida galeria

A incessante batalha de um jovem empreendedor Sandro Feijó é um jovem batalhador que, apercebendo-se da falta de editoras que abrissem as portas a novos talentos, decidiu criar a sua. Trata-se da Viana Editora, no município satélite com o mesmo nome Adjelson Coimbra

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oportunidade dada a jovens que querem exibir os seus talentos é ainda um problema em Angola. Uns, acanhados e um pouco reprimidos, vêem os seus sonhos irrealizáveis. Outros, com espírito lutador e corajosos, constroem muralhas de anseios, que repercutem benefícios para a vida de outros jovens.

Referimo-nos a Sandro Feijó, o jovem escritor, poeta e ensaísta que, aos 23 anos, apercebendo-se da falta de editoras que edificassem o sonho de jovens escritores como ele, decidiu criar a sua própria, em homenagem ao município que o viu crescer, Viana. O empreendimento, segundo Sandro Feijó, foi criado com um capital de 20 mil kwanzas, que permitiram a edição, em 2013, do primeiro livro de Luís Cândido, com o título “História da Vida”. De lá para cá, Sandro Feijó não parou e passou a impulsionar outros jovens para o mercado. O jovem empreendedor disse ter publicado vários e novos valores. Pessoas cujos escritos se perderam nas prateleiras pelas intempéries do tempo.

Hoje, Sandro sente-se realizado, pelo facto de a editora transpor Angola e ter já uma visão internacional. “Somos contactados por pessoas de diferentes pontos do país. Temos feito novas parcerias e novas contratações para melhorar a nossa prestação de serviços”, disse.

Projectos Já no que diz respeito a projectos, o jovem referiu que a Viana Editora tem preparada para os próximos dias a publicação de mais de 1 dezena de títulos, uma vez que o seu grande objectivo é entrar no sector da educação. A Editora está neste momento a trabalhar para a construção de um Centro de Formação Profissional, para expandir e imortalizar a marca. Ainda no quadro dos seus projectos, Sandro Feijó referiu que pretende es-

“Eu era um jovem que queria que o Governo fizesse tudo, mas chegou uma altura em que li este livro, compreendi e o mesmo revolucionou a história da minha vida”

crever livros de auto-ajuda. “Ser autor de auto-ajuda é uma maneira de ser e estar e pode-se fazer um estudo comparativo. Basta olhar para um indivíduo que leu uma história de motivação, ele é ainda mais concentrado”, admitiu Sandro Feijó, salientando que foi influenciado por David Suor, através do seu livro “A Mágica de Pensar Grande”. “Eu era um jovem que queria que o Governo fizesse tudo, mas chegou uma altura em que li este livro, compreendi e o mesmo revolucionou a história da minha vida”, reforçou.

Atrair investidores no sector gráfico De acordo com Sandro Feijó, Angola tem um leque limitado de jovens que darão corpo à própria literatura, de modo a trazer novos textos, pensamentos e uma outra criatividade em função do contexto actual. “Penso que hoje há muito mais abertura em comparação a outros tempos. Os jovens conseguem publicar os seus escritos. Têm vontade de aprender”, disse Sandro Feijó, realçando que a sua visão relativamente à literatura angolana é positiva, pese embora haja necessidade de se fazer um pouco mais no que diz respeito à expansão da nossa literatura.

Augusto Nunes

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ezasseis telas compõem a exposição individual da artista angolana Joana Taya, com o título “Partículas Encantadas”, a ser inaugurada no ELA - Espaço Luanda Arte, esta Sexta-feira, 5, às 18 horas. A mostra com a curadoria da própria artista e do anfitrião, Dominick Tanner, ficará patente ao público até 4 de Setembro e é constituída por 13 telas de 95 x 116 cm, 2 de 97 x 108 cm, e 1 de 95 x 99 cm. As obras, segundo a artista, levaram cerca de 4 meses a serem criadas e podem ser vistas nos períodos habituais, na referida galeria. A autora da exposição, Joana Taya, convidada a comentar a obra, referiu que cada indivíduo é um universo singular de átomos, moléculas e poeira estrelar numa galáxia de partículas encantadas. A artista recordou, que vimos todos da mesma essência, mas somos todos compostos por elementos e células de uma única conjugação eléctrica, seres únicos, cada qual com a sua vibração e encanto inigualável. “Somos estrelas na terra e cada grânulo a brilhar da sua maneira neste universo magnífico”, disse. Com Rostos focados na história, cada ruga, cada sinal, expressões de corpos com batidas, melodias ímpares a dançar pela vida neste planeta e via láctea imensa, esta colecção retrata a poção e a simbiose de compostos de diversidade nesta sinfonia que cria ca-

da indivíduo numa partícula encantada. Impressões Um dos Artistas Urbanos mais importantes em Portugal, Mário Belém, no elogio à exposição, afirma que: “Há muitas formas de elogiar um artista (vá por mim: o artista gosta de todas elas). ... Mas faço aqui o melhor elogio que um outro artista me poderia fazer: “Joana, adorava ter uma destas tuas peças na minha parede”. No final de contas o melhor elogio que se pode fazer a um artista é comprar-lhe uma peça e dar uma casa digna a essa obra. Percurso Natural do Lobito, Angola, vive e trabalha entre Lisboa e Luanda. Desenhadora Gráfica e Pintora, com Mestrado em Desenho Gráfico e Artes da University of Creative Arts, Farnham, Reino Unido. Tem exposto o seu trabalho em galerias e exposições diferentes em Angola (Luanda), Noruega (Stavanger), China (Shanghai), na República Checa (Brno) e Alemanha (Berlim). Ao longo da sua carreira artísticaexperimentoumédiasdiferentes, para além da pintura, nomeadamente colagens, artes gráficas e digitais, fotografia e costura. Para além de pintora, também foi professora de Desenho Gráfico em duas Universidades em Stavanger durante 5 anos, e também trabalhou como freelancer em Desenho Gráfico. A sua obra pertence a várias colecções nacionais e internacionais.


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CArTAz

O PAÍS Quarta-feira, 03 de Julho de 2019

Cinema

Kevin Costner confirma que Princesa Diana ia protagonizar sequela de “O Guarda-Costas” Kevin costner confirmou que a Princesa de Gales estava disposta a participar na sequela do filme “O Guarda-costas”, após conversas incentivadas por Sarah Ferguson

“O

estúdio gostou da ideia de fazer um GuardaCostas 2” com a Princesa de Gales a protagonizar o papel “na mesma linha de Whitney. Ninguém sabia disto até há um ano”, afirmou Costner. No filme original o actor desempenhava o papel de um segurança destacado para proteger uma estrela pop, papel interpretado por Whitney Houston. Costner relembrou a conversa que teve com a princesa, nomeadamente sobre eventuais cenas mais íntimas do filme. “Lembrome que ela foi incrivelmente doce ao telefone e perguntou-me: ‘Vamos ter cenas de beijos?’. Disse-o de uma forma muito respeitosa, estava um pouco nervosa, porque acredito que a vida dela fosse muito controlada nessa altura. Disse-lhe que sim, mas que poderíamos negociar”.

Costner explicou ainda que foi a duquesa de York, Sarah Ferguson, que ajudou a fazer a ponte com Diana. “Sarah foi muito importante. Tenho muito respeito pela Sarah, porque ela foi a pessoa que organizou a conversa entre mim e a Princesa Diana e nunca disse ‘Então e eu? Também sou uma Princesa. Apoiou muito a ideia’”. O filme O Guarda-Costas, de 1992, teve uma receita de 411 milhões de dólares e foi o segundo filme mais visto nos cinemas naquele ano. Diana Frances Spencer, nasceu em Sandringham, Norfolk, Reino Unido, a 1 de Julho de 1961, e faleceu a 31 de Agosto de 1997). Apelidada de Lady Di, foi uma aristocrata, filantropa e a primeira esposa de Carlos, Príncipe de Gales, filho mais velho e herdeiro aparente de Isabel II do Reino Unido. Os seus dois filhos, os príncipes Guilherme, Duque de Cambridge e Henrique, Duque

de Sussex, são respectivamente o segundo e o sexto na Linha de sucessão ao trono britânico e de outros doze países da Commonwealth. Após o seu casamento com o príncipe de Gales, Diana tornouse uma das mulheres mais famosas do mundo, celebridade perseguida por paparazzi, um ícone da moda, ideal de beleza e elegância feminina, admirada por seu trabalho de caridade, em especial por seu envolvimento no combate à HIV e na campanha internacional contra as minas terrestres. A sua trágica e inesperada morte ocorrida após um acidente de carro na cidade de Paris, em 1997, foi seguida de um grande luto público pelo Reino Unido e, em menor escala, pelo mundo. O seu funeral, realizado em Setembro do mesmo ano, foi assistido em todo o mundo por cerca de 2,5 bilhões de pessoas, tornando-se um dos eventos mais assistidos da história da televisão.

ArTeS CÉNICAS

BeLezA

ArTeS

FIGurAS

Governo do Bié enaltece acção teatral nas comunidades

Eliciandra Neto eleita Miss Lubango 2019

Passear pela lua sem sair de Portugal

Princesa Haya, uma das seis esposas do emir do Dubai fugiu para a Alemanha

O teatro joga um papel fundamental na transmissão de mensagens de civismo, educação moral e conto de histórias sobre os hábitos e costumes junto das comunidades, considerou o vice-governador para o sector Político, Social e Económico do Bié, Carlos Ulombe da Silva. O responsável fez essa consideração à Angop à margem do encerramento do Festival Interprovincial de Teatro “Festeatro-Olombangui”, que decorreu, no Cuito, desde 27 de Junho.

A estudante Eliciandra Nair Neto foi eleita Miss Lubango, em gala inserida nos festejos dos 96 anos da fundação de cidade. Eliciandra Neto, de 19 anos de idade, é estudante do curso médio de Ciências Físicas e Biológicas do Colégio Cléusia Alexandra. A mesma arrebatou também o título de Miss Fotogenia, numa gala que reuniu 14 candidatas. O corpo de jurados, liderado pela empresária do ramo da moda Cláudia Boi, elegeu como primeira e segunda-damas de honor Jurema de Jesus Paz e Jeska Andreia Cardoso.

AS VIGARISTAS

Na glamorosa Riviera Francesa, duas mulheres competem entre si para darem o golpe num jovem e ingénuo milionário.

Kilamba Sala VIP 13H00 – 15H10 – 17H20 – 19H30 – 21H40 Nova Vida Sala VIP 13H00 – 15H10 – 17H20 – 19H30 – 21H40 Talatona Sala VIP 13H10 – 15H20 – 17H30 – 19H40 – 21H50

CINEMAX Exibicao 21-06 5x15.indd 2

21/06/2019 11:24

O artista britânico Luke Jerram é o criador do Museu da Lua. “Uma réplica da Lua, com 7 metros de diâmetro, construída a partir de imagens de satélite de alta resolução da superfície lunar”, informou a organização. O resultado é uma fusão de imagens e iluminação lunar, complementada por uma banda sonora do compositor britânico Dan Jones. A iniciativa insere-se no programa Oeiras Valley, lançado em Maio, e que pretende criar um ecossistema único para a investigação e para os negócios. O projecto tem estado a ser apresentado desde 2017 e Luke Jerram não se esqueceu da pergunta de uma menina durante a última exibição no Reino Unido: “Vais devolver a lua quando a exposição terminar?”

A imprensa alemã e britânica noticiam que a princesa Haya, a última das seis esposas do xeque Mohammed bin Rashid Maktoum, o emir do Dubai e vice-presidente e primeiro ministro dos Emirados Árabes Unidos (EAU), fugiu com os dois filhos, Jalila, de 11, e Zayed, de 7. O casamento terá acabado e a princesa quer divorciar-se, por isso, fugiu dos Emirados Árabes Unidos para a Alemanha. A informação é divulgada pelos mídias que noticiam a vida das celebridades, como o The Daily Mail e o The Sun (Inglaterra) e Bild (Alemanha), citando amigos e familiares da princesa Haya. O El País diz que fontes diplomáticas dos EAU não confirmam mas também não desmentem.



Economia

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A ENDE tem um programa de instalação de contadores pré-pagos para um milhão de clientes até 2022

Novo tarifário de energia entra em vigor no dia 15 e há subidas de 100% O novo regime tarifário de energia eléctrica, cuja entrada em vi-

gor estava prevista para 24 de Junho último, começa a ser praticada a partir do dia 15 deste mês de Julho, por razões técnicas operacionais das instituições responsáveis por assegurar este procedimento

O

Ministério das Finanças, de acordo com uma nota citada pela Angop, justifica a necessidade da actualização dos tarifários dos serviços de electricidade, um procedimento que decorre de uma medida estrutural de gestão macroeconómica, que passa por garantir, que os subsídios beneficiem efectivamente os segmentos mais vulneráveis da população, contrariamente ao que vinha sucedendo até aqui. Neste sentido, as novas tarifas introduzem mecanismos de protecção dos consumidores com menores rendimentos, para além de outras medidas de protecção social que estão a ser adoptadas pelo Executivo. A nova tarifa de energia para clientes de baixo consumo (ca-

tegoria social 1) vai manter-se a 2,46 kwanzas o KWH, enquanto o reajuste para outras categorias, poderá conhecer um incremento na ordem dos 97 por cento. Com o novo tarifário, aprovado com base no Decreto Executivo do Ministério das Finanças publicado em Diário da República de 24 de Maio, que aprova as tarifas de electricidade, o Estado deixa de subvencionar o chamado “subsídio a preço”, que tem a ver com os custos operacionais da empresa nacional de electricidade. Categoria de baixa renda passa a categoria social Em entrevista recente à Angop, o presidente do Conselho de Administração do Instituto Regulador dos Serviços de Electricidade e de Águas (IRSEA), Luís

Mourão, esclareceu que os subsídios aos investimentos vão continuar, porque ainda não entram na tarifa da venda ao cliente final. Um dos aspectos importantes deste tarifário é que, relativamente à categoria antes denominada por “baixa renda” que passa a ser designada por “categoria social 1”, nesta nova tabela não sofre qualquer incremento. A referida categoria é constituída por clientes com capacidade mais reduzida em termos de consumo (muito baixo), que vão continuar a pagar o que pagam actualmente, 2,46 kwanzas KWH. A categoria 2 de clientes, cujo consumo está abaixo de 200 KWH, será reajustada. Para os consumidores que estiverem abaixo deste valor, o consumo passa de três kwanzas para 6,41 kwanzas por KWH.

O PAÍS Quarta-feira, 03 de Julho de 2019

Também houve reajuste na “categoria doméstica geral”, que passa a ser designada “categoria doméstica monofásica”, uma área que integra a maioria da clientela de consumidores de electricidade em Angola. Nesta categoria, o preço passa de 6,53 kwanzas para 10,89 kwanzas KW/H, tendo um incremento de 66%. A categoria “doméstica especial” agora “categoria doméstica trifásica”, constituída por clientes com maior capacidade e consumo, passam a pagar o custo real da cadeia, isto é, desde a produção ao transporte. Nesta categoria, o preço de venda passa de 7,05 kwanzas, para 14,74 kwanzas o KWH. Na categoria Indústria, cujo preço era 7,05 kwanzas, a tarifa passa a 12,83 kwanzas o KWH. Enquanto isso, a categoria de comércio e serviços passou para 14 kwanzas, igual a categoria do doméstico trifásico. No geral, o cliente final pagava em média 6,05 kwanzas o KWH, mas agora passará a pagar 12,82 kwanzas, incremento médio em todas categorias de 97 por cento. Este valor, ainda na tabela actual, é de três a quatro kwanzas, vezes o número de dias de consumo, um valor que ronda entre 120 e 130 kwanzas. Na tabela que entra em vigor foi estabelecido um valor fixo mensal de 100 kwanzas, a partir da categoria monofásica. Este valor fixo mensal de 100 kwanzas passará a ser multiplicado pela potência contratada que vai de 1KVA a 9.9 KVA, para os domésticos. Em relação à média tensão, sobretudo para aqueles que fazem gestão dos Postos de Transformação (PT), também teve uma redução no valor da taxa fixa, passando de 538 kwanzas para 160 kwanzas, enquanto para alta tensão está fixado a 115 kwanzas, para incentivar mais o consumo. Augura-se com esta medida um melhor desempenho da ENDE, que verá o aumento das suas receitas, deixando de cobrar aos consumidores por estimativa, referiu. Deste modo, segundo Luís Mourão, a ENDE deve continuar a instalar contadores pré-pagos para que haja justiça na facturação, sendo um dos grandes objectivos da aplicação desta tarifa. A ENDE tem um programa de instalação de contadores pré-pagos para um milhão de clientes, um trabalho que se poderá estender até 2022.

Novo secretário executivo do CNEF aponta prioridades

O

acompanhamento da implementação do Projecto de Desenvolvimento do Sistema Financeiro (PDSF) e a execução do Plano Nacional de Inclusão Financeira (PNIF) constituem as prioridades definidas pelo novo secretário executivo do Conselho Nacional de Estabilidade Financeira (CNEF), Luzolo Adriano Neto Espírito Santo de Carvalho O gestor que tomou posse a 20 de Junho último, segundo uma nota a que OPAÍS teve acesso ontem, considera as duas prioridades, por si definidas, braços financeiros do Plano de Desenvolvimento Nacional 2018 – 2022 (PDN), por concorrerem para o fortalecimento do Sistema Financeiro Angolano, através da consolidação dos seus quatro pilares: Estabilidade Financeira, Inclusão Financeira, Mercado de Capitais e Seguros e Fundos de Pensões. A nomeação do novo secretário executivo decorreu após consulta prévia entre os membros do CNEF, designadamente o coordenador e ministro das Finanças, Archer Mangueira, o coordenador Adjunto e governador do Banco Nacional de Angola, José Massano, o Presidente do Conselho de Administração da Comissão do Mercado de Capitais (CMC), Mário Gavião, o Presidente do Conselho de Administração da Agência de Regulação e Supervisão dos Seguros (Arseg), Aguinaldo Jaime, e os responsáveis pelos pelouros de Supervisão Prudencial nas referidas instituições. O Projecto de Desenvolvimento do Sistema Financeiro 2018-2022 (PDSF) estabelece um plano cronológico de acções a implementar pelos supervisores, que visam a promoção de um sistema financeiro mais resiliente. Neste âmbito, da competência do secretariado executivo do CNEF o acompanhamento destas acções, facilitando a introdução de reformas ao sistema financeiro angolano.


ECONOMIA REAL

análise económica

O PAÍS Quarta-feira , 03 de Julho de 2019

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“O PIIM trará essencialmente ganhos políticos, não económicos” Lançado na semana passada pelo Presidente da República, o Programa Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM) trará essencialmente ganhos políticos, e não económicos, afirma o professor de macroeconomia Yuri Quixina daniel miguel/arquivo

Apesar de os pequenos depósitos terem um peso considerável na banca, na ordem de 85%, a garantia de protecção é mais ou menos na ordem de 36 mil dólares

Miguel Kitari

O

lançamento do PIIM com um valor global de 2 mil milhões de dólares foi um dos temas da semana passada. Em função da realidade do país, esta decisão do Presidente da República é assinalável? Foimuitointeressanteaformacomo foi publicitado na comunicação social. De modo geral, entendo que seja uma forma de gastar um pouco do dinheiro que temos. Quando se está a fazer reformas económicas há a tendência de se gastar um pouco mais. São políticas expansionistas, e o Governo cai na tentação de gastar mais em obras públicas. Estamos a falar de 164 municípios que vão beneficiar de infra-estruturas com dinheiro que vem do Fundo Soberano. Sabemos que o dinheiro será para fazer estradas, hospitais, escolas e outras infra-estruturas básicas. Esta iniciativa terá três impactos: impacto político, económico e social. O impacto político colocase por estarmos próximos das autarquias e muitas vozes se levantam em relação a isso. Se as obras começarem este ano, o eleitorado fica feliz. Aliás, o próprio Presidente da República falou do impacto político que a sua decisão terá. Portanto, do ponto de vista da estratégia política/eleitoral está no bom caminho. Em relação ao económico, o dinheiro vai sair do Fundo Soberano, que a partir de agora terá menor capacidade de expandir os seus investimentos. Todavia, o Presidente também teve o cuidado de dizer que o facto de ter tirado dinheiro não significa que o Fundo vai acabar. Há Fundos com menos mil milhões de dólares e o nosso pode estar nesta senda. Eu sempre fui defensor de que não precisávamos de um Fundo Soberano. Os Fundos Soberanos são para países estáveis, o que não é o nosso caso. Há um país com Fundo Soberano que depois não tem escola, não tem água e tem

lixo. Outro impacto económico será a realimentação das empresas de obras públicas que terão mais empreitadas e assim teremos empregos temporários garantidos. O aspecto social está ligado à construção de escolas, hospitais, unidades policiais e outras infraestruturas. O Presidente da República disse que ouve os operadores económicos. E é por isso que estão em curso alterações ao IVA. Gostou de ouvir? O debate do IVA não pode terminar agora. Estamos a dizer que o problema do IVA não é só implementação é também sustentabilidade. É por isso que entendo que o debate não vai terminar agora. Até a máquina funcionar bem, teremos o impacto do estrangulamento. É este estrangulamento que será tema de debate em vários sectores, nomeadamente na banca, na indústria, no empresariado, enfim, em todos os sectores da vida económica. Sempre defendi que antes da

implementação do IVA devíamos mobilizar ideias com o objectivo de as tornar consistentes e resilientes. AchaqueestadecisãodoPresidente da República de mandar estudar melhor o instrumento regulador do IVA antes da sua entrada em vigor está relacionada com a pressão dos operadores económicos? O Presidente da República não vive isolado. Os políticos governam o soberano, e sobreano é o povo. Neste sentido, não há outra opção senão saber ouvir o povo. E é no povo que estão os empresários e as famílias, que são foco das políticas públicas. E o IVA está mais focado no consumidor, que acaba por pagar mais. Todavia, em quase todos os sectores tem IVA. O seu impacto na sociedade é monumental. Já disse em várias ocasiões que não é pelo IVA em Angola antes de 2030. Entretanto, estão a ser feitos alguns ajustes. Não acredita que teremos um IVA que se aproxime da realidade angolana? Na verdade não gosto de muitos

impostos. O fim único do imposto é prestar serviços que o privado não consegue prestar. E o Estado não pode prestar todos os serviços. Não pode ser provedor de tudo! Sendo assim, tem de ser mínimo para “comer” poucos impostos ao cidadão. Quando o Estado é muito grande a tendência é precisar cada vez mais de dinheiro, e o dinheiro do Estado vem das empresas e das famílias. Quando temos uma carga tributária muito grande, ficamos com a ideia de que vamos trabalhar para pagar impostos. É interessante a experiência de Hong-Kong, que tem apenas três impostos muito simplificados. Isso não causa estrangulamento. A única forma de os países prosperarem é cobrar menos impostos. Foi criado o Fundo de Garantia de Depósitos. Será que é um instrumentos de que a banca angolana precisa? Depois de ter sido criada a Recredit, cujo objectivo é ajudar a recuperar o credito malparado, agora criouse este fundo para garantir que os depósitos e os depositantes possam

reaver os seus dinheiros em caso de falência dos bancos. Este fundo foi criado com aproximadamente 35 milhões de dólares, com a participação de todos os bancos, e é uma obrigação do Banco Nacional de Angola, na qualidade de Banco Central. Importa referir que este fundo de garantias não é para pagar todo o tipo de depósitos. Apesar de os pequenos depósitos terem um peso considerável na banca, na ordem de 85%, a garantia de protecção é mais ou menos na ordem de 36 mil dólares. O G-20, o bloco que congrega as potências económicas mundiais e mais os emergentes esteve reunido na semana passada. Qual é o impacto económico que este encontro pode ter para o mundo? O impacto é enorme, sobretudo pelos resultados obtidos! Refirase que a agenda tinha três pontos: crescimento económico desig ua ldade, a lterações climáticas e revolução digital. Do ponto de vista económico, houve um piscar de olho de Trump que adia as sanções à China por um período de seis meses. Já autorizou as empresas americanas a venderem, particularmente na Huawei. Entretanto, esta mesma Hawei continua na lista daquelas que não podem vender bens e serviços nos Estados Unidos. Todavia, foi aberto o diálogo. OPresidentedaChina,XiJinping, fez um discurso interessante, tendo dito que cooperação e diálogo é sempre melhor do que o confronto. Sujeitão de leitura A inteligência emocional Autor: Daniel Golemam, psicólogo.

Frase O mal dos intervencionistas é acreditarem que é possível fazer o bem com o dinheiro dos outros”

Milton Friedman, economista


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MerCADOS

O PAÍS Quarta-feira , 03 de Julho de 2019

BreVeS Mercado Interbancário A taxa Libor USB a 6 meses aumentou 1,8 p.b., para 2,2%. A melhoria das perspectivas sobre o desempenho da economia norte-americana poderá ter contribuído no aumento da taxa Libor.

Libor USD 6 Meses

Mercado TAXA DE JURO

2,240

Taxas de Juro Taxa BNA Libor uSD 6M Libor GBP 6M Libor JPY 6M euribor 6M Luibor 6M

Cot. 01/07/19 15,500% 2,201% 0,851% -0,022% -0,313% 15,900%

∆ Diária (p.p) 0,000 0,018 0,003 -0,003 -0,002 -0,020

2,210 2,180 2,150 25/Jun

Mercado ACCIONISTA Índices Accionistas Cot. 01/07/19 Dow Jones (EUA) 26 717,43 S&P 500 (EUA) 2 964,33 FTSE 100 (Inglaterra) 7 497,50 IBovespa (Brasil) 100 967,20 CSI 300 (China) 3 935,81 Nikkei 225 (Japão) 21 729,97

∆ Diária (%) 0,442 0,767 0,968 0,369 2,881 2,134

Cot. 01/07/19 343,1290 1,1294 1,2636 108,4800 14,1737 3,8497

Cot. 01/07/19 59,09 65,06 1 389,30 15,11 2,27 268,80

∆ Diária (%) 0,847 -0,695 -0,473 0,584 0,616 -0,195

∆ Diária (%) 1,060 -2,239 -1,726 -0,964 -1,776 -0,940

Luibor Taxas BNA Luibor O/N Luibor 1 Mês Luibor 3 Meses Luibor 6 meses Luibor 9 meses Luibor 1 Ano

1/Jul

Mercado Accionista A redução da tensão comercial entre os EUA e a China poderá ter contribuído para o aumento do índice S&P 500 (EUA) e CSI 300 (China) em 0,7% e 2,9% ao fixar-se em 2.964,33 e 3.935,81 pontos, respectivamente.

26.850 26.700 26.550 26.400 25/Jun

27/Jun

29/Jun

1/Jul

1,139 1,135

∆ Diária (p.p) -0,270 -0,030 0,010 -0,010 -0,010 -0,010

corte global de 800 mil por dia e os não OPeP os restantes 400 mil. Angola participou na 176ª reunião da conferência de Ministros da Organização dos Países exportadores de Petróleo (OPeP), que decorreu de 01 a 02 de Julho, em viena, Áustria. Na reunião, antecedida da 30ª Reunião do comité Misto Técnico, que decorreu no dia 30 de Junho, bem como o 15º encontro do comité Misto de Acompanhamento Ministerial (JMMc sigla em inglês), no dia 01 de Julho, a delegação angolana foi chefiada pelo ministro dos Recursos Minerais e Petróleos, Diamantino Azevedo.

1,131 1,127 25/Jun

27/Jun

29/Jun

1/Jul

Mercado de Matérias-primas OpreçodoBrentrecuou2,2aofixarseem65,06USD/barril.Porseuturno, o WTI avançou 1,1% ao fixar-se em59,09USD/barril.Osajustamentosdasexpectativasdosinvestidores influenciaram a cotação do crude.

Brent Crude Fut.

67,0 66,0 65,0 64,0 25/Jun

27/Jun

29/Jun

1/Jul

Luibor 1 Ano Cot. 01/07/19 14,72 15,28 15,69 15,86 16,48 17,00

A Organização dos Países exportadores de Petróleo (OPeP) e seus parceiros decidiram estender o período de cortes voluntários aprovado em Dezembro de 2018 por mais nove meses até Março 2020. A reunião decidiu também prorrogar o mandato do SG, Mohamed Sanusi Barkindo, por mais três anos numa altura que a OPeP e aliados conservaram as limitações de produção de petróleo previamente acordadas por Moscovo e Riad, cuja influência desagrada ao irão. A reunião de Dezembro de 2018 ditou cortes na produção do crude para 1,2 milhões de barris de petróleo/ dia assumindo a OPeP (11) o

Mercado Cambial Oeuroealibradepreciaram-se0,69% e0,47%,fixando-seem1,1294e1,2636 USD por unidade, respectivamente. A redução das tensões comerciais entre osEUAeChinabeneficiouodólarnorte-americano.

EUR / USD

Mercado DAS COMMODITIES Commodities WTi crude Fut. Brent crude Fut. Gold 100 Oz Fut. Prata Fut. Gás Natural Fut. cobre Fut.

29/Jun

Dow Jones (EUA)

Mercado CAMBIAL Taxas de Câmbio uSD/AKZ euR/uSD GBP/uSD uSD/JPY uSD/ZAR uSD/BRL

27/Jun

OPeP mantém corte até Março 2020

Luibor As taxas de juro no mercado monetário interbancário seguiram tendência decrescente na generalidade dasmaturidades,comdestaquepara luibor overnight que reduziu 27 p.b., ao fixar-se em 14,72%

17,03% 17,01% 17,00% 16,98% 25/Jun

27/Jun

29/Jun

1/Jul

Fundo de garantia de reembolso credibiliza banca nacional – BPC O Fundo de garantia de Reembolso dos Depositantes (FGD), lançado a 25 de Junho último, vai credibilizar e garantir mais confiança à banca nacional, afirmou o presidente do conselho de Administração do Banco de Poupança e crédito (BPc), André Lopes. criado através do Decreto Presidencial nº 195/18, o FGD constituído por um valor inicial de AKz 13,8 mil milhões vai reembolsar os depositantes, em caso de falência de um banco comercial, até 100 mil kwanzas e a outra parte deverá ser suportado pelo banco insolvível, afirmou o gestor bancário, quando falava à Angop a propósito dos benefícios desta iniciativa. O FGD, com a previsão de

aumentar nos próximos anos, foi constituído com uma participação de 0,23 por cento dos depósitos ilegíveis de todos bancos comerciais e permite agora Angola juntar-se a 100 países do mundo que garantem a segurança e reembolso dos depósitos financeiros. Por sua vez, o presidente da AiA, José Severino, enalteceu a iniciativa, apesar de chegar tarde, por garantir a confiança e credibilidade dos clientes à banca nacional. Já o bancário Monteiro José afirmou ser uma excelente iniciativa do Banco central e um sinal claro de consolidação do sistema financeiro angolano e vai permitir aumentar o nível de bancarização nacional.



Mundo

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O PAÍS Quarta-feira , 03 de Julho de 2019

Mais de 540 norte-coreanos fugiram este ano para a Coreia do Sul

E

ntre Janeiro e Junho deste ano, 546 norte-coreanos fugiram para o país vizinho, quando em igual período de 2018 tinham sido registados 487. Mais de 32.000 norte-coreanos vivem na Coreia do Sul. De notar que, em relação ao primeiro semestre de 2019, são mais 12% do que em igual período do ano passado, informou o Governo sul-coreano ontem, Terça-feira. O número de pessoas em fuga do hermético país asiático atingiu um pico anual de 2.914 em 2009. Desde que o actual líder nortecoreano, Kim Jong-un, chegou ao poder, no final de 2011, o número médio anual de “desertores” situa-se entre mil e 1.500 pessoas. Mais de 32.000 norte-coreanos vivem actualmente na Coreia do Sul, que anunciou planos para expandir os subsídios estatais para ajudar esses refugiados a instalarem-se no país.

Trump receia ataques nos EUA após retirada da “Harvard dos terroristas” Presidente norte-americano diz que os líderes militares preferem “combater os terroristas no Afeganistão do que em casa”. Negociações com vista ao fim da guerra prosseguem apesar de ataque dos talibans em Cabul

O

Presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a dizer que quer retirar as tropas norte-americanas do Afeganistão, mas salientou o receio de que essa retirada transforme o país numa base para o lançamento de ataques terroristas nos Estados Unidos. Numa entrevista no canal Fox News, transmitida na Segundafeira, Trump disse que o problema de retirar o contingente de

9000 militares norte-americanos do Afeganistão é o facto de o país ser “um laboratório para terroristas”. “Eu chamo-lhe a Harvard dos terroristas”, disse o Presidente norte-americano. Na entrevista, Trump disse que os oficiais norte-americanos lhe disseram que seria melhor combater os terroristas no Afeganistão do que em casa. “Um general disse-me que preferia combatê-los lá do que no nosso país. Temos sempre de

pensar nisso”, disse o Presidente norte-americano, que durante a campanha eleitoral de 2016 prometeu retirar as tropas do Afeganistão e do Iraque. “Mesmo que os EUA sigam em frente com o plano de retirada das tropas, ficaria no país uma “forte presença de espionagem”, acrescentou Trump. A entrevista na Fox News foi gravada no fim-de-semana, antes de um ataque dos taliban islamistas em Cabul que matou

seis pessoas e feriu 105. O enviado especial dos EUA, Zalmay Khalilzad, reuniu-se pela sétima vez na Segunda-feira com os talibans no Qatar, no âmbito de um processo de negociação da paz que tem como objectivo pôr fim a uma guerra que começou há 18 anos. O foco das conversações tem sido a exigência dos taliban de que as forças estrangeiras se retirem do Afeganistão, e a exigência dos EUA de que o Afeganistão não seja usado com uma base para o lançamento de ataques no estrangeiro. Os EUA lançaram uma guerra contra o Afeganistão em resposta aos ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001, em Nova Iorque e no Pentágono, com o objectivo de depor os militantes taliban que protegiam o líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden.


O PAÍS Quarta-feira , 03 de Julho de 2019

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Eurodeputados do Partido Brexit viram costas ao hino da União Europeia Os 29 eurodeputados do partido de Nigel Farage levantaram-se e viraram costas ao plenário quando soaram os primeiros acordes de Hino à Alegria. Tajani tinha acabado de pedir “respeito”, segundo o Observador

“P

orem-se de pé é uma questão de respeito — não quer necessariamente dizer que partilham dos pontos de vista da União Europeia. Se ouvirem o hino de qualquer outro país, também vão levantar-se”, tinha acabado de pedir Antonio Tajani que, ontem, Terça-feira, com a tomada de posse dos novos eurodeputados, deixou de presidir ao Parla-

mento Europeu. Foi o mesmo que nada: assim que o quarteto musical no centro do plenário, em Estrasburgo, começou a tocar o Hino à Alegria, de Beethoven, os 29 novos eurodeputados do Partido Brexit levantaram-se, sim, mas para logo de seguida virarem costas ao hemiciclo. E enquanto a música, hino da União Europeia, não terminou, não voltaram a virar-se. Para Richard Corbett, líder do

Partido Trabalhista na UE, a tomada de posição dos deputados do Brexit foi, mais do que uma falta de respeito, uma espécie de tiro no pé. “Sobre este número de virarem as costas na sessão de abertura — acho que Nigel Farage e os euro-deputados do Brexit acharam que estavam a ser espertos mas na verdade toda a gente olhou para aquilo com um pouco de desprezo. Foram simplesmente mal-educados para com os nossos colegas de outros países”, disse Corbett à Sky News. Geoffrey Van Orden, eurodeputado do Partido Conservador, optou por ficar sentado durante a música: “A União Europeia sempre disse que não tinha a ambição de ser um Estado e os Estados é que têm hinos. Não reconheço um Estado chamado Europa, quero ver uma Europa feita de nações independentes”.

Calor crescente pode custar 80 milhões de empregos até 2030, diz ONU O calor crescente provocado pela mudança

climática pode levar à perda de 80 milhões de empregos até 2030, e os países pobres seriam os mais atingidos, alertou a Organização das Nações Unidas (ONU) na Segunda-feira, o que coincide com recordes de temperaturas altas na Europa

U

m aumento de temperatura de 1,5 grau Celsius até ao final do século poderia levar a uma queda de 2,2% nas horas de trabalho —o equivalente a 80 milhões de empregos de período integral— e custar 2,4 triliões de dólares à economia global, de acordo com projecções da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A OIT disse que as pessoas serão incapazes de trabalhar devido aos riscos de saúde causados pelas temperaturas mais elevadas. “O impacto do stress do calor

na produtividade laboral é uma consequência séria da mudança climática, o que se soma a outros impactos adversos, como padrões de chuva em mutação, elevação do nível dos mares e perda de biodiversidade”, disse Catherine Saget, da OIT. A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que é provável que o stress do calor ligado à mudança climática causará 38 mil mortes adicionais por ano em todo o mundo entre 2030 e 2050. O stress do calor ocorre quando o corpo absorve mais calor do que é tolerável. O calor extremo

pode causar doenças relacionadas com o calor, como insolação e exaustão, aumentar a mortalidade e exacerbar problemas de saúde preexistentes. Trabalhadores do agro-negócio —especialmente as mulheres, que compõem a maior parte dos 940 milhões de empregados do sector— serão os mais afectados, disse a OIT, representando cerca de 60% de todas as horas de trabalho devido ao stress do calor até 2030. Se as temperaturas globais subirem como previsto, a indústria da construção sofrerá cerca de 19% das horas de trabalho perdidas, e os países mais pobres do sudeste da Ásia e da África serão os mais afectados, acrescentou a OIT. Os sectores de transporte, turismo, desporto e industrial estão entre os que também serão afectados pelo calor crescente, disse a entidade.

FMI liberta 31,7 milhões de dólares de empréstimo à República Centro-Africana

O

Conselho de Administração do FMI aprovou “um desembolso de 31,7 milhões de dólares” (28,04 milhões de euros)”. O acordo de paz “pode constituir uma etapa crucial para o fim da crise”. O Fundo Monetário Internacional (FMI) libertou 31,7 milhões de dólares de um empréstimo à República Centro-Africana (RCA), considerando que o acordo de paz entre o Governo e 14 grupos armados “pode constituir uma etapa crucial para o fim da crise”. O Conselho de Administração do FMI decidiu na Segunda-feira, no âmbito da sexta revisão do acordo de facilidade alargada de crédito (FAC) com a RCA, “aprovar um desembolso de 31,7 milhões de dólares” a favor do país, considerando ainda os efeitos das “reformas estruturais na despesa pública, a racionalização das taxas para-orçamentais e a melhoria da transparência”, sublinha um comunicado do Fundo. Com este desembolso, o montante total de crédito concedido pelo FMI à RCA ascende agora a 185,56 milhões de dólares (164,15 milhões de euros), ou 120% da quota-parte da RCA no Fundo. Mitsuhiro Furusawa, directorgeral adjunto e presidente interino do FMI, considerou na conclusão dos debates do Conselho de Administração que “os resultados obtidos pela RCA no quadro do acordo FAC permanecem satisfatórios, apesar da situação securitária e humanitária difícil”. “Desde a adopção do acordo em Julho de 2016, foram conseguidos progressos consideráveis, nomeadamente na estabilização da economia, redução da vulnerabilidade orçamental e melhoria da gestão das finanças públicas”, considerou. Para Furusawa, “o acordo de paz recentemente concluído pelo Governo e os 14 grupos armados pode constituir uma etapa crucial no sentido do fim da crise em curso”. “Ao colocar o acento na partilha do poder, a sua aplicação deverá contribuir para melhorar a

segurança e estabelecer as condições propícias para um crescimento sustentável e inclusivo”, acrescentou. As autoridades centro-africanas mostram-se “determinadas” em prosseguir uma política orçamental “compatível com a estabilidade macroeconómica”, reconhece o Fundo. O Orçamento do Estado revisto para 2019 prevê a afectação progressiva de financiamentos suplementares sob a forma de doações a iniciativas importantes das autoridades relacionadas, nomeadamente, com a implementação do acordo de paz, reforço das forças nacionais de segurança e preparação das eleições de 2020-2021, sublinha ainda o comunicado do FMI. O financiamento sustentável destas iniciativas obriga a um “esforço redobrado para aumentar as receitas internas, que permanecem insuficientes”, alerta o Fundo. Neste país classificado como dos mais pobres do mundo pela ONU, quase três milhões de pessoas, metade das quais crianças, têm necessidade de assistência humanitária e protecção, numa população total de 4,5 milhões. Cerca de 622 mil pessoas estão recenseadas como deslocadas e 590 mil refugiados estão registados nos países vizinhos. A RCA caiu no caos e na violência em 2013, depois do derrube do ex-Presidente François Bozizé por grupos armados juntos na Séléka, o que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas sob a designação anti-Balaka. O Governo controla cerca de um quinto do território. O resto é dividido por mais de 15 milícias que procuram obter dinheiro através de raptos, extorsão, bloqueio de vias de comunicação, recursos minerais (diamantes e ouro, entre outros), roubo de gado e abate de elefantes para venda de marfim. O acordo de paz foi assinado em Cartum no início de Fevereiro pelo Governo da RCA e por 14 grupos armados. Um mês mais tarde, as partes entenderam-se sobre um Governo inclusivo, no âmbito do processo de paz.


ACTUAL

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O PAÍS Quarta-feia, 03 de Julho de 2019

Caso CNC: chegou a vez das testemunhas e declarantes Lito Cahongolo

Finalmente terminou a audição aos cinco réus acusados no caso CNC. De hoje em diante serão ouvidas testemunhas e declarantes com primazia para aquelas arroladas pelo Ministério Público André Mussamo

O

ex-director adjunto para a Administração e Finanças, Eurico Pereira da Silva, terminou ontem o seu depoimento ao tribunal que julga o caso CNC. Nem a “disponibilidade de cooperação total com o tribunal na busca da verdade material” fez com que o réu escapasse de perguntas caprichosas colocadas pelas partes, com destaque para os causídicos de outros co-réus, que questionaram a favor dos seus defendidos nos pontos em que o depoente parecia “sacudir o casaco” atribuindo as culpas a outrem. Eurico, que voltou a enaltecer o facto de restituir 49 milhões de Kwanzas como um gesto de arrependimento, depois de “ter compreendido que os seus actos não foram correctos”, não escapou de uma bateria de perguntas da instância dos venerandos juízes da sessão. Foi-lhe perguntado se os “rios” de dinheiros que correram pelas suas contas em vários bancos, em um período de crise económica e financeira no país, não lhe diziam alguma coisa no alto dos seus 33 anos de idade e uma licenciatura em Economia. Citou o juiz presidente da causa, Joel Leonardo, se os mais de

Trio de juizes que presidente ao julgamento do caso CNC

21 milhões de Kwanzas e um milhão de dólares na conta no banco BAI; outros mais de 21 milhões de Kwanzas e mais de meio milhão de dólares na conta no banco KEVE e ainda mais de 30 milhões de Kwanzas no BNI e mais de 27 milhões de Kwanzas no banco BFA, não fizeram com que Eurico Pereira da Silva tomasse consciência da dimensão da falcatrua que estava a praticar. A enumeração dos actos perniciosos supostamente praticados pelo réu prosseguiram com menção ao facto de ter cambiado fora do circuito bancário mais de 180 mil dólares americanos disponibilizados pelo CNC a favor da empresa Felitrans (gestora do condomínio onde moram funcionários do instituto do MITRANS). Em sua defesa o réu argumen-

José Manuel Rasake, Osvaldo do Rosário Amaral e José Paulo Kindanda são os primeiros declarantes a ser ouvidos pelo Tribunal Supremo no Caso CNC, arrolados pelo Ministério

tou que quanto aos “rios de dinheiros” que terão corrido pelas suas contas bancárias entre os anos de 2009 a 2015, limitouse a cumprir “instruções do seu superior hierárquico”, para o caso o foragido Francisco Itembo. “Eu era um simples técnico em comissão de serviço no CNC, instituto tutelado pelo Ministério dos Transportes (MITRANS) para onde tinha sido enviado depois da passagem pela secretaria de Estado para o empresariado público”, asseverou em defesa da sua causa. De 2015 até regressar ao CNC para substituir Isabel Bragança no cargo de director-geral adjunto para Administração e Finanças, Eurico declara-se um “menino de recados”. Segundo contou, nessa altura quem comandava a “operação de distribuição de comissões” era Isabel

Bragança, pois Itembo já tinha sido exonerado. Conta que foi a co-ré Isabel quem lhe telefonou para fazer a “ponte” entre as empresas beneficiárias de contratos de empreitadas financiadas pelo CNC dentro do sector dos Transportes e uma outra intermediária que recebia uma suposta comissão de 15% previamente combinada entre as partes. Revelou que o “esquema das comissões” data da época de Itembo, e ele (Eurico) à época tinha sido o “elo” de ligação entre a BB-Comercial e as empresas contratadas pelo CNC, daí a sua remobilização para a missão na era pós Itembo. Questionado por que a ré Isabel, a quem Eurico aponta como o centro da orquestração do operação de distribuição de luvas, partindo dela as contas e os


O PAÍS Quarta-feia, 03 de Julho de 2019

valores destinados a cada beneficiário, não contactou a BB-Comercial, contou que a co-ré nem sequer conhecia o dono da empresa BB-Comercial e tendo ela apurado que no passado tinha sido Eurico o elo de ligação precisou, então, de recorrer a ele. Nega ter participado na “orquestração da operação de cobrança de comissões” ou de qualquer outra falcatrua no CNC e quanto aos dinheiros revelou que “era jovem (33 anos de idade na altura), estava a começar a vida e deram-me o dinheiro, não questionei e apenas agradeci”. Concursos falseados Partindo das revelações dos cinco réus do caso CNC, presume-se que as empresas que beneficiaram-se de contratos financiados por aquele instituto tutelado pelo Ministério dos Transportes, tinham como précondição para tal escolha a garantia de pagamento de “comissões” que variam entre 10 e 15 %. Tais “comissões eram pagas a cada valor desembolsado pelo dono da obra através de um terceiro ente (no caso vertente a empresa BB-Comercial) e era este último que repassava para os beneficiarios, todos pertencentes a estrutura máxima do CNC. De uma maneira geral, todos os co-réus, com excepção de Augusto da Silva Tomás, confirmaram ter recebido em suas contas valores não justificados que uns alegaram desconhecer a proveniencia e outros invocaram terem sido depositados sem o seu consentimento. Entretanto, iniciaram operações de restituição tão logo foi despoletado o respectivo processo crime pelo Ministério Público.

Ex-director adjunto do CNC, Eurico da Silva, na ultima sessão de audiência

25

A vez das testemunhas e declarantes Depois do término da audição ao ex-director adjunto para a Administração e Finanças, Eurico Pereira da Silva, terminou a fase de audição dos cinco réus implicados no caso que começaram a ser ouvidos desde o passado dia 31 de Maio de 2019, tendo dado o pontapé de saída Augusto da Silva Tomás, antigo ministros dos Transportes.Agora começam a ser ouvidas as testemunhas e declarantes. No processo estavam inicialmente arrolados 14 testemunhas e 31 declarantes, mas ao longo das audiências foram adicionados novos intervenientes, com destaque para o pedido do Ministério Público (aceite) para fazer comparecer ao tribunal os actuais ministro dos Transportes e director nacional do Tesouro. O caso CNC começou a ser julgado pelo Tribunal Supremo a 31 de Maio do corrente, envolve o antigo ministro dos Transportes, Augusto Tomás, que é acusado de seis crimes. Tomás está detido no Hospital Prisão de São Paulo desde o dia 21 de Setembro de 2018, depois de interrogatório na Procuradoria-Geral da República. No mesmo processocrime, nº002/19, estão implicados Isabel Cristina Gustavo Ferreira de Ceita Bragança e Rui Manuel Moita, ex-directores-gerais adjuntos para as Finanças e para a Área Técnica do Conselho Nacional de Carregadores (CNC), respectivamente. São igualmente arguidos Manuel António Paulo, antigo director-geral, e Eurico Alexandre Pereira da Silva, ex-director adjunto para a Administração e Finanças.

Conselho Executivo da UA abre Cimeira Extraordinária em Niamey Os trabalhos da 12ª Sessão Extraordinária da Conferência de

Chefes de Estado e de Governo da União Africana (UA) iniciam oficialmente Quinta-feira, em Niamey (Níger), com a reunião do Conselho Executivo, na qual Angola estará representada pelo secretário de Estado das Relações Exteriores, Téte António. DR

A

35ª Sessão do Conselho Executivo vai preparar, de 4 a 5 de Julho, a Cimeira Extraordinária da UA, marcada para Domingo, dia 7, cujo destaque recai para o Lançamento da Fase Operacional da Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA), referem em nota os Serviços de imprensa da Representação Permanente de Angola na UA. Na capital do Níger, a delegação angolana será chefiada pelo Ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, integrando ainda o titular da pasta do Comércio, Joffre Van-Dúnem, Francisco da Cruz e Georges Chikoti, embaixadores na Etiópia e UA, e no Reino da Bélgica e UE, respectivamente, bem como Eustáquio Quibato, na Nigéria. Os dois encontros foram antecedidos pela 38ª Sessão do Comité de Representantes Permanentes (embaixadores) dos Estados Membros da União Africana, realizada no período

de 17 a 27 de Junho, na sede da UA, em Addis-Abeba. Em Niamey, antes de os submeter aos Chefes de Estado, o Conselho Executivo vai discutir diversos relatórios como o da Reunião dos Ministros Africanos do Comércio, que já ocorre (1 e 2), o do Comité Ministerial para a Implementação da Agenda 2063, assim como o do Comité Ministerial de Candidaturas ao Sistema internacional. Igualmente vão debruçar-se so-

“Silenciar as Armas: Criando Condições Favoráveis para o Desenvolvimento de África”

bre o Relatório do Alto Representante da UA para o Financiamento da União e Fundo para a Paz, Operacionalização do Centro da União Africana para a Reconstrução e o Desenvolvimento PósConflito (CRDPC), Utilização do Espanhol como Língua de Trabalho da União Africana. À mesa estarão ainda o Relatório da Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos (CADHP), Eleição de Quatro Membros do Conselho Consultivo da União Africana sobre a Corrupção, Actividades do Comité Ministerial sobre os Desafios da Ratificação/Adesão dos Tratados da OUA/UA, Proposta do Tema para o Ano de 2020 “Silenciar as Armas: Criando Condições Favoráveis para o Desenvolvimento de África”. Da agenda de trabalhos do Conselho Executivo consta também a Apreciação e Adopção do orçamento para 2020, dos Instrumentos Jurídicos da Agência de Desenvolvimento da UA (AUDA-NEPAD), da Nova Estrutura da Comissão da União Africana.


OPINIÃO

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O PAÍS Quarta-feia, 03 de Julho de 2019

VALDeMAr FerreIrA rIBeIrO

Angola – uma economia com IVA DR

A

economia angolana desde o inicio da Independência vive quase que exclusivamente da economia do pe-

tróleo. Após a Independência, Angola pouco ou nada viveu ou vive de impostos sobre uma economia diversificada e formalizada, pois a maioria de sua economia é informalizada e pouco diversificada De repente, neste ano de 2019, o Executivo angolano quer a todo o custo e utilizando-se de todos os meios, impôr a construção de uma economia formalizada, diversificada e cumpridora de todos os seus deveres fiscais. O IVA é o modelo internacional utilizado nesta nova economia que o Executivo quer construir. Esta forma de se construir uma economia utilizando-se de lógicas fiscais coercivas não é a forma mais inteligente para a construção de uma economia mais equilibra-

da, diversificada e funcional. Se Angola, após a Independência, praticamente pouco viveu de impostos sobre uma economia diversificada, não dependente do petróleo, porquê agora quer a toda a pressa construir uma nova economia mais formalizada em tão pouco tempo? É preciso realismo e conhecimento do que se pretende. Não é mais razoável o Executivo económico angolano propôr medidas económicas e fiscais mais ajustadas à realidade angolana e africana, mais equilibradas, para assim conseguir construir uma nova economia mais justa e formalizada? Para se construir com justeza e motivação, uma economia fiscal focada no IVA, é preciso que a maior parte desta economia esteja formalizada, senão, quebram-se os elos que unem este processo fiscal económico e deixam de ter sentido. Assim, por que o Governo não define um hiato de pelo menos cinco (5) anos para que todas as em-

presas informais em Angola se organizem, sem sobrecargas fiscais, passem a cumprir com seus deveres sociais perante o MAPESS e com todos os deveres ambientais, passem a ter uma contabilidade organizada, por mais simples que seja, e durante estes cinco anos estariam isentas de qualquer imposto fiscal mais agravado, a não ser, talvez, do imposto de selo e outras despesas normais? Motivar o crescimento formal das empresas e sua diversificação. Neste momento, todos os angolanos e até mesmo as empresas que já estão formalizados e cumprem com as suas obrigações fiscais, têm receio de se formalizarem numa economia regida pelo IVA, pois não sabem quais as consequências fiscais desta nova economia. Na medida em que a maior parte das empresas informais se organizarem e se enquadrem num sistema económico mais formalizado e justo, haveria uma forte motivação empresarial na construção de uma economia mais desenvolvida. As empresas mais organizadas e focadas no social e ambiental, devem servir de referência e modelo no país para motivarem as empresas menos formalizadas e menos cumpridoras. Se não houver por parte do Executivo angolano uma forte motivação para uma economia mais formalizada e desenvolvida, através de medidas económicas e fiscais mais equilibradas, certamente os resultados continuarão a ser muito fracos e continuaremos em discussões repetitivas e confusas. Valdemar Ferreira Ribeiro Economista Ambientalista e industrial



classificados emprego

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imobiliĂĄrio

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diversos


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emprego

imobiliário

diversos

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OPINIÃO

O PAÍS Quarta-feira, 03 de Julho de 2019

BeNeDITO QuINTA

No calor do (des)entendimento entre médicos e enfermeiros

ARQuivO

“A

i nd iv idualidade mais importante do hospital não é o seu Director, nem o contribuinte, nem o médico, nem a enfermeira, nem o secretário; a individualidade mais importante do hospital é, sem dúvida, o enfermo”. Dr. Sigismund Schultz Goldwater A história do desenvolvimento e afi rmação do ser humano, ao longo do seu percurso evolutivo, sempre se fez acompanhar de momentos de sofrimento e necessidade de cuidados para o restabelecimento da saúde em situação de doença. A disponibilidade de um lugar para acolher e tratar pessoas em situação de doença, nem sempre esteve disponível ao longo da história, tal como se apresentam hoje os Hospitais modernos, em que, os inúmeros recursos técnicos e tecnológicos, assim como, a diversidades de profi ssionais multidisciplinares, contribuem para uma melhor eficiência no cuidar do utente. O Hospital permanece como a principal referência no exercício da atenção ao doente. Pois, neste espaço, participam no processo de cuidar do doente, distintos profi ssionais das ciências de saúde, nomeadamente, médicos, enfermeiros, técnicos de laboratório, psicólogos, nutricionistas, técnicos administrativos, entre outros. Temos vindo a testemunhar através da imprensa, bem como, nas redes sociais, um certo mal-estar na família da saúde, tendo como epicentro, os pronunciamentos tecidos pela digna Bastonária da Ordem dos

Médicos de Angola, Dra. Elisa Gaspar, aos 25/05/2019, na Província do Cunene. Em sequência, a reacção das Organizações Socioprofi ssionais de Enfermagem de Angola, foi manifestada por uma nota de protesto, dirigida à Excelentíssima Senhora Ministra da Saúde Dra. Sílvia Lutucuta. Finalmente, o Gabinete de Comunicação Institucional do MINSA, emitiu uma nota de repúdio às declarações já citadas, que em nome institucional, afi rma não concordar com tais pronunciamentos. O contexto apresentado, conduziu a um exercício reflexivo, em que pretendemos ressaltar os seguintes pontos: 1. O objecto de referência de trabalho dos profi ssionais de saúde são os doentes ou utentes, sendo estes, portanto, o centro de todo o processo de atendimento e não os próprios profi ssionais; 2. Os tempos e momentos de intervenção de cada profissional, independentemente do campo de atuação, devem ser feitos dentro do princípio de complementaridade de acções, com vista a atingir o mesmo objectivo, fi xado no restabelecimento ou melhoria das condições de saúde do doente; 3. O Hospital ou unidade sanitária, representa um sistema de interações altamente complexas, interligadas, interdependentes, cujos desfechos no atendimento, tanto podem ser previstos, como eventualmente imprevisíveis, dependendo em grande medida, do mecanismo como cada uma das peças do sistema actua no cumprimento da sua responsabilidade; 4. A busca de protagonismo destacado no espaço de trabalho, não se faz em função da

O Hospital permanece como a principal referência no exercício da atenção ao doente. Pois, neste espaço, participam no processo de cuidar do doente, distintos profissionais das ciências de saúde, nomeadamente, médicos, enfermeiros, técnicos de laboratório, psicólogos, nutricionistas, técnicos administrativos, entre outros

vontade individual, porquanto, existe uma cadeia de acções, em que cada um dos intervenientes, deve reconhecer as fronteiras do seu espaço de actuação e competências; 5. Quanto a preocupação sobre “quem manda a quem”, vale aqui ressaltar, que as instituições são movidas por um sistema assente numa pirâmide administrativa, com interligações verticais e horizontais, competências e atribuições bem defi nidas, nas quais, alguns têm funções de coordenação e controlo, outros de execução, portanto, com esse formato, cada um dos intervenientes, deve apenas cumprir com a sua responsabilidade. Finalmente, devemos aqui destacar, que esse episódio

transitório, não faz parte dos grandes desafios, tão pouco dos problemas mais sérios que o País tem pela frente, no que diz respeito ao Sistema Nacional de Saúde. Como boa romaria faz quem em sua casa está em paz, o apelo ao reencontro da família da saúde é mais importante do que essas pequenas querelas, que devem ser ultrapassadas, com visão focada nos problemas mais importantes, que são inúmeros e desafi adores, portanto, poupemos energias para os assuntos mais relevantes. Tenho dito.

*Médico Cardiologista


TeMPO

O PAÍS Quarta-feira , 03 de Julho de 2019

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Fonte: INAMET

PReviSÃO DO TeMPO *** 3 DiAS *** PARA AS PRiNciPAiS ciDADeS válida de 03 a 05de Julho de 2019

Das 18 horas do dia 30 às horas do dia 01 de Julho de 2019.

INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGOA E GEOFÍSICA - CENTRO NACIONAL DE PREVISÃO DE TEMPO (CNPT) PREVISÃO DO TEMPO *** 3 DIAS ***PARA AS PRINCIPAIS CIDADES, validade: 03 à 05 de julho de 2019. Data 03 / 07 / 2019

CIDADE

Mín

Máx

LUANDA

18

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CABINDA

21

SUMBE

Data 04 / 07 / 2019

Estado do Tempo

Mín

Máx

Céu nublado pela manhã, neblina matinal.

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Céu nublado pela manhã, neblina matinal.

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Céu nublado pela manhã, neblina matinal.

CAXITO

20

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MBANZA CONGO

15

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UIGE

16

NDALATANDO MALANJE

Estado do Tempo

Data 05 / 07 / 2019 Estado do Tempo

Províncias de Cabinda, Zaire, Bengo, Luanda, Uíge, Malanje, Cuanza-Norte, Cuanza-Sul, Lunda-Norte, Lunda-Sul: céu pouco nublado ou limpo, apresentando-se nublado pela madrugada e manhã nas províncias de cabinda, Zaire, uíge, Bengo, Luanda, Malanje e cuanza Sul. Possibilidade de ocorrência de nevoeiro ou neblina matinal em alguns municípios das províncias de cabinda, Zaire, uíge, Malanje, Bengo, Luanda, cuanza Norte e cuanza Sul.

Mín

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Céu nublado pela manhã, neblina matinal.

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Céu nublado pela manhã, neblina matinal.

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Céu nublado pela manhã, neblina matinal.

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Céu nublado, nevoeiro ou neblina matinal.

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reGIÃO CeNTrO: Províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico Céu nublado pela manhã, neblina matinal. céu geralmente limpo, apresentando-se nublado pela madrugada e manhã ao longo da faixa do litoral. Céu nublado, nevoeiro ou neblina matinal.

Céu nublado, nevoeiro ou neblina matinal.

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Céu nublado, neblina matinal.

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Céu nublado, neblina matinal.

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Céu nublado, nevoeiro ou neblina matinal.

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Parcial nublado, nevoeiro ou neblina matinal.

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Céu nublado, nevoeiro ou neblina matinal.

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Céu nublado, nevoeiro ou neblina matinal.

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DUNDO

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Pouco nublado ou limpo, nevoeiro ou neblina.

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Pouco nublado ou limpo.

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SAURIMO

13

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Céu limpo.

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Céu limpo.

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BENGUELA

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Céu nublado pela manhã, neblina matinal.

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Pouco nublado ou limpo.

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HUAMBO

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Céu limpo.

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Céu limpo.

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Céu limpo.

CUITO

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Céu limpo.

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Céu limpo.

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Céu limpo.

LUENA

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05

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LUBANGO

11

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Céu limpo.

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MENONGUE

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Céu limpo.

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MOÇÂMEDES

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Nublado pela manhã, nevoeiro ou neblina.

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Nublado pela manhã, nevoeiro ou neblina.

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Nublado pela manhã, nevoeiro ou neblina.

ONDJIVA

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Céu limpo.

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reGIÃO SuL: Províncias do Namibe, Huíla, Cunene e Cuando Cubango Céu nublado, nevoeiro ou neblina matinal. céu geralmente limpo, sendo parcialmente nublado em alguns Céu nublado, nevoeiro ou neblina matinal. municípios da província do Namibe e apresentando-se nublado pela madrugada e manhã ao longo da faixa do litoral. Pouco nublado ou limpo. Possibilidade de ocorrência de nevoeiro ou neblina matinal em Céu limpo. alguns municípios da província do Namibe. Pouco nublado ou limpo.

O (s) Meteorologista (s): Lameira Gaspar.

Luanda, 02 de Junho 2019.

Aeroporto Internacional 04 de Fevereiro, Rua 21 de Janeiro – Tel.: 949320641 – Luanda. Site: http://www.inamet.gov.ao; e-mails: geral@inamet.gov.ao / geral.inamet@angola-portal.ao

TeMPO NO MAr Fonte: INAMET

BOLeTiM MeTeOROLÓGicO PARA A NAveGAÇÃO MARÍTiMA 1. SITuAÇÃO GerAL ÀS 18:00 Tu DO DIA 02 De JuLHO De 2019:

circulação de Sudoeste moderada entre os paralelos 4°S à 14°S, sendo do Sudeste-sul moderada a forte entre os paralelos 14°S à 18°S. INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA E GEOFÍSICA - INAMET Centro Nacional de Previsão do Tempo

2. PreVISÃO VÁLIDA ATÉ AS 18:00 Tu DO DIA 03 De JuLHO De 2019:

BOLETIM METEOROLÓGICO PARA A NAVEGAÇÃO MARÍTIMA

AVISO: MAr MuITO AGITADO, COM ONDAS MÁXIMAS ATÉ 3.2 MeTrOS De ALTurA, NA re1. SITUAÇÃO GERAL ÀS 18:00 TU DO DIA 01 DE JULHO DE 2019: GIÃO MArÍTIMA De NAMIBe.

Circulação de Sudoeste fraca entre os paralelos 4°S à 6°S (Cabinda), sendo circulação de Sul a Sudoeste moderada entre os paralelos 6°S à 14°S (Zaire a Benguela) e circulação de Sul forte entre os paralelos 14°S à 18°S (Namibe). 2. PREVISÃO VÁLIDA ATÉ AS 18:00 TU DO DIA 02 DE JULHO DE 2019: AVISO: VENTOS FORTES DE ATÉ 31 NÓS (57 Km/h) E ONDAS MAXIMAS DE ATÉ 4 METROS DE ALTURA NA REGIÃO MARITIMA DO NAMIBE, ENTRE OS PARELOS 14°S a 18°S. REGIÃO

VENTO

ESTADO DO TEMPO

(ATÉ 200 MILHAS DA COSTA)

ALTURA DA ONDA (METROS)

ESTADO DO MAR

Até 2.1

Agitado

Fraca (Superior a 5)

Até 2.1 -2.4

Agitado

Fraca (Superior a 4) Fraca (Superior a 5)

DIRECÇÃO FORÇA (KT)

Cabinda (4°S – 6°S)

Nublado

Zaire, Bengo, Luanda e Cuanza-Sul (6°S – 12°S)

Nublado, neblina

Sul

Benguela (12°S – 14°S)

Nublado

SulSudoeste

Até 16

Até 2.7

Muito agitado

Namibe (14°S – 18°S)

Parcialmente nublado

Sul

Até 31

Até 4

Muito agitado

Sudoeste

Até 10

Até 13

VISIBILIDADE HORIZONTAL (KM)

Fraca a moderada (Superior a 6)

3. DeSCrIÇÃO SINÓPTICA DAS 18:00 Tu DO DIA 02/07/2019 ÀS 18:00 Tu DO DIA 03/07/2019. O anticiclone de Santa Helena, com pressão central de 1025hPa, estendendose em crista sobre a região marítima de Angola, influenciará o estado do tempo. Assim, prevê-se mar muito agitado na região marítima de Namibe com ondas máximas até 3.2 metros de altura. Para as regiões marítimas de cabinda, Zaire, Bengo, Luanda, cuanza Sul e Benguela prevê-se mar agitado à muito agitado com ondas máximas entre 2.0 e 2.8 metros de altura. Prevê-se visibilidade fraca devido a possibilidade de ocorrência de nevoeiro ou neblina matinal.

4. CArTA DO VeNTO MÁXIMO e DA ALTurA DA ONDA MÁXIMA PreVISTA Os contornos a cores indicam a altura máxima da ondulação e os contornos em tom cinza indicam os possíveis incrementos das vagas devido à influência do vento local.


Última

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O PAÍS Quarta-feira, 03 de Julho de 2019

Zuleide de Carvalho

escrever uma carta a pedir autorização para a manifestação, não o fizeram”. Ontem, constou a este jornal que os 7 detidos foram encaminhados para o Tribunal da Comarca do Lobito para “julgamento sumário”, que, depois, foi adiado para hoje ou amanhã, contou o activista Livulu Prata. Enquanto não decorrer essa sessão em Tribunal, até onde sabe, os seus companheiros no activismo permanecerão detidos, na 1ª Esquadra municipal.

“Onda” de manifestações invade Benguela e Lobito Foram detidos ontem, 2 de Julho, sete jovens lobitangas, por protestarem de forma alegadamente “desordeira” na via pública, no município do Lobito. Participantes no grupo que a 25 de Maio se manifestou em Benguela para a exoneração de Rui Falcão, prometem continuar a lutar contra “a má governação” Zuleide de Carvalho

U

ltimamente, o “pacato cidadão” tem estado agitado em Benguela. A nova dinâmica social reflecte-se na exigência dos direitos que sintam ser lesados pelos dirigentes, gritando alto as expectativas tidas de melhoria e qualidade de vida.

Foi assim que ontem, às 8h30 da manhã, Alberto José, Albino Elavoko, António Pongoti, Avisto Tchongolola, Bambi Cavalo, Martinho Prio e Silvano Olímpio, fincaram pé defronte à Administração do Lobito, contra a falta de água. Activistas sociais, os munícipes insurgiram-se “pacificamente”, para denunciar a privação de água potável nas torneiras de suas casas na zona alta do Lobito, em bairros como a Lixeira,

“Deveriam escrever uma carta a pedir autorização para a manifestação e não o fizeram”

mas também na Canata, enunciou Livulu Prata. Todavia, as suas vozes e cartazes não se fizeram ouvir nem ver por muito tempo, pois, às 9h, a Polícia surgiu para os deter, levando os sete jovens para a 1ª Esquadra do Lobito. Entrevistado na tarde de ontem, enquanto os cidadãos estavam sob interrogatório, o superintendente Francisco Tchango, porta-voz provincial da Polícia, fez saber que os crimes dos quais são acusados são “arruaça e desordem pública, supostamente”, realçou. Para se ter evitado a detenção, e prevenindo-se para eventos futuros, uma vez que “todo o indivíduo tem direito a manifestação” aconselhou, “deveriam

“Sem água não há vida” Estando a acompanhar a detenção dos seus camaradas activistas, Livulu Prata informou a OPAÍS que, esta manifestação “espontânea”, que reconheceu não ter cumprido os preceitos legais, é fruto de uma problemática recorrente. Segundo disse, a zona alta do Lobito está sem água há um mês e, o oportunismo já começou, vendendo-se “vinte litros de água a Kz 80”, despesa pesada para os munícipes que passam por dificuldades financeiras. A empresa de águas terá feito o corte do fornecimento em várias zonas porque os cidadãos não pagaram as facturas “avultadas” passadas sem contador de água. Agora, sem água, as suas vidas estão mais precárias. Manifestações em cadeia… Para os protestantes, este, água, é mais um problema apontado na “má governação” que acusam existir no Lobito, por isso mesmo, no passado dia 8 de Junho, manifestaram-se para a saída do administrador Nelson Conceição. Há outros antecedentes de exposição pública do descontentamento da sociedade benguelense face a práticas políticas, iniciados em Maio, dia 25, quando mais de uma centena de pessoas saíram às ruas a gritar “fora Rui Falcão.” Entretanto, terão pedido audiências junto do Governo e, alegadamente, não houve resposta. Sendo Livulu Prata subscritor, revelou que, como cidadão, não aceita a “má governação” que reina na província, convidando todos a protestar. E, por não terem obtido ainda qualquer resposta institucional, ou resultado de quem tem poder decisório, o grupo de activistas tem agendada outra manifestação, dessa vez legalizada, marcada para Sábado, 6 de Julho, em Benguela.


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