Jornal OPaís edição n°1532 de 2019

Page 1

‘O MPLA É O PARTIDO QUE TEM O MAIOR CAPITAL INTELECTUAL DESTE PAÍS’ ENTREVISTA: Empresário do ramo imobiliário, Tomasz Dowbor vive em Luanda há 25 anos. Angolano por naturalização, mas nascido em Varsóvia, na Polónia, é um dos responsáveis pelos primeiros condomínios construídos na capital, tendo no Boa Vida o seu desafio mais recente. Longe dos negócios, desenvolve também actividade política, é 1º secretário de um Comité de Acção do MPLA (CAP) em Luanda, formação política que descreve como sendo a mais capacitada para tornar realidade o sonho dos angolanos de uma vida melhor. P. 20

Director: José Kaliengue

www.opaís.co.ao e-mail: info@opaís.co.ao @Jornalopaís facebook/opaís.angola

O DIÁRIO DA NOVA ANGOLA Edição n.º 1532 Sexta-feira, 12/07/2019 Preço: 40 Kz

CIMEIRA QUADRIPARTIDA

SEGURANÇA REÚNE LÍDERES DE ANGOLA, RDC, RWANDA E UGANDA EM LUANDA POLÍTICA. Os presidentes de Angola, João Lourenço, da República Democrática do Congo, Félix Tshisekedi, do Rwanda, Paul Kagame, e do Uganda, Yoweri Museveni, reúnem-se hoje na capital angolana para discutir aspectos relacionados com a segurança na região e melhorar a cooperação entre os países que dirigem. P: 9

BAI Directo_ O Pa’

Duelo de gigantes nas meias-finais do CAN 2019 no Egipto

● Uma composição do Caminho-de-ferro de

● Mil e 332 pessoas carentes serão formadas

observa hoje a segunda pausa, depois de se conhecer as selecções que vão disputar as meias-finais no próximo Domingo. A Tunísia vai medir forças com o Senegal, ao passo que a Nigéria defronta a Argélia, selecção que eliminou a Cote d’Ivoire na marca das grandes penalidades (4-3). P. 26

em diversas áreas pelo projecto Mulheres em Acção até 2021, em todo país, revelou, em exclusivo a OPAÍS, a sua coordenadora, Laurinda Joaquim. Actualmente, o projecto formou mais de 500 senhoras nas províncias de Cabinda, Benguela e Luanda, onde já trabalha há dois anos. P. 12

● A festa do desporto rei em solo egípcio

BAI DIRECTO

M

Y

CM

CY

Confiança no Futuro

CONSULTAR SALDO E MOVIMENTOS

ASSIM É FÁCIL!

PAGAR

Com o BAI Directo, o BAI está sempre de portas abertas para si. Entre a qualquer hora e faça as suas operações com o banco. No seu computador ou telemóvel, num clique está no BAI.

TELEMÓVEL, TELEVISÃO

O SEU BANCO NO TELEMÓVEL OU NO COMPUTADOR

MY

K

Projecto Mulheres em Acção prevê formar mais de mil e 300 técnicas até 2021

Benguela, reabilitado no quadro do crédito chinês, descarrilou no troço Benguela Luhongo, no início desta semana. O facto ocorreu justamente na altura em que o embaixador chinês visitava a província de Benguela, onde manifestou o interesse do seu s_276x42,733mm.pdf 1 03/07/17 10:29 país de investir na indústria petroquímica. P. 2

C

CMY

Comboio do CFB descarrila em dia de visita do embaixador chinês

Adira já numa Agência BAI próxima de si!

ÁGUA, LUZ, IMPOSTOS VIAGENS, CASA NA CENTRALIDADE

CARREGAR

TRANSFERIR DENTRO DO SEU BANCO E PARA OUTROS BANCOS


EM FOCO

2

O PAÍS Sexta-feira, 12 de Julho de 2019

Acidentes frequentes

Comboio do CFB descarrila em dia de visita do embaixador chinês Uma composição do Caminho-de-ferro de Benguela, reabilitado no quadro do crédito chinês, descarrilou no troço Benguela - Luhongo, no início desta semana, segundo populares. O facto ocorreu justamente na altura em que o embaixador chinês visitava a província de Benguela, onde manifestou o interesse do seu país de investir na indústria petroquímica Constantino Eduardo em Benguela

O

Comboio do CFB teria descarrilado algumas horas antes da visita do embaixador chinês às infra-estruturas do Corredor do Lobito, fundamentalmente o Porto Comercial do Lobito e o próprio CFB. O diplomata chinês trabalhou em Benguela para o reforço da cooperação económica, tendo considerado a província, dada às potencialidades infraestruturais, um parceiro ideal

para o gigante asiático. Na Terçafeira, 9, segundo soube este jornal, os técnicos do CFB procederam ao trabalho de carrilamento da locomotiva, cujo “despiste” não causou danos humanos. O estranho foi o facto de a direcção da empresa ferroviária não se ter dignado em prestar quaisquer informações, apesar da insistência da imprensa interessada em abordar o facto. Não obstante a falta de informação com que se confrontaram alguns órgãos de comunicação social, OPAÍS tentou a “sorte” abordando o Gabinete de Comunicação e Imagem e este, por sua vez, isso no dia 10, Quarta-feira, negou, primeiro, ter havido qual-

quer facto daquela natureza. Entretanto, no dia seguinte, às 11 horas da manhã, a mesma entidade, novamente confrontada pelo OPAÍS, salientou que a responsável da área técnica estaria indisponível, “numa área sem cobertura”. O GCI promete, entretanto, um pronunciamento da empresa oportunamente. Fontes não entendem as razões de até aqui a empresa não se ter pronunciado sobre o assunto, especulando que, talvez, se deva ao facto de terem sido chineses os construtores da linha férreas que, nos últimos tempos, vão causando enormes constrangimentos ao CFB. O descarrilamento surge numa

altura em que a empresa se prepara para reforçar o transporte de mercadorias com 300 novos vagões encomendados ao gigante chinês de logística “Sinotrans”, segundo o presidente da Administração do Caminhos-de-Ferro de Benguela (CFB), Luís Teixeira, citado pelo Vanguarda. Segundo a mesma fonte, que se sustenta de uma notícia da TPA, com a chegada dos vagões, o transporte de mercadorias aumentará de 94 mil toneladas/ano para mais de 300 mil toneladas, incluindo o tráfego internacional, de que se destaca os minérios extraídos nas regiões de Katanga, na República Democrática do Congo

A situação ao lado mencionada não é a primeira envolvendo locomotivas do Caminho de Ferro de Benguela (CFB). Em Fevereiro deste ano, ocorreu um acidente entre dois comboios que faziam a rota Cavimbe e Cangumbe, na província do Moxico, cortando automaticamente a ligação com o município do Cuito (Bié). O incidente ocorreu nas imediações do quilómetro 845 da referida linha férrea, envolvendo duas composições que vinham no sentido descendente Moxico-Benguela, entre as duas localidades acima mencionadas. Em consequência do descarrilamento de uma locomotiva e quatro vagões, um dos maquinistas ficou ligeiramente ferido. Contudo, o acidente não afectou a operacionalidade do CFB nos troços Lobito (província de Benguela) – Huambo, Huambo-Cuito e Luena-Luau, ambos municípios do Moxico. Em Outubro último, uma composição proveniente do Lobito descarrilou, entre as comunas do Lepi e Calenga, ambas da província do Huambo, por causa do excesso de carga num dos seus vagões. Composto de 23 vagões, o comboio tinha como destino a província do Moxico, transportando, maioritariamente, combustíveis. O incidente danificou 506 travessas da linha férrea. Um dos primeiros descarrilamentos de um dos comboios do CFB ocorreu em 2013, na Estação da Recovagem, no Lobito, sem provocar vítimas. O comboio proveniente da cidade de Benguela ia a uma velocidade de 10 quilómetros por/ hora, ao chegar à estação do São Miguel. De referir que sempre que ocorrem tais situações, equipas de peritos do Ministério dos Transportes e do Instituto Nacional dos Caminhos de Ferro de Angola (INCFA) deslocam-se ao local para investigar as causas.



4

DESTAQUES POLÍTICA. PÁG. 08 JURA antevê sensibilizar jovens sobre eleições autárquicas.

o editorial

SOCIEDADE. PÁG. 12 Projecto

Mulheres em Acção prevê formar mais de mil e 300 técnicas até 2021.

CARTAz. PÁG. 14 Objectos cortantes sobre a árvore podem terminar em tragédia.

ECONOMIA. PÁG 18 Base do Kwanda prossegue processo de angolanização nos petróleos.

O PAÍS Sexta-feira , 12 de Julho de 2019

HOJE:

Para além dos quatro de hoje

os números do dia

Q

uatro presidentes reunidos em Luanda, hoje, para falar sobre segurança, que não é apenas para si, ou para os seus respectivos países, mas para muitos outros. Três deles com problemas reais, a República Democrática do Congo no centro de tudo, mas o Uganda e o Rwanda a apanharem pela vizinhança. Angola nem tanto, pelo menos de “fogo activo”, mas com ameaça permanente de fortes sobras se a situação se descontrolar no Congo-democrático. Dois membros da região Austral (SADEC) e simultaneamente membros da África Central (CEAC) como o dois restantes, Rwanda e Uganda, região onde se situa a República Centro Africana, em plena guerra civil, apesar da presença dos capacetes azuis. E ainda a região dos Grandes Lagos. E o no centro, a irradiar e a receber de quase todos os lados a República democrática do Congo. Por isso é tão importante que Tshisekedi tenha anuído vir, ao contrário de Kabila que se furtou vezes bastantes. Por isso também uma vitória, já, de João Lourenço.

1

40 350 450

Escola primária, uma biblioteca e a nova sede da administração municipal de Bolongongo, no CuanzaNorte, foram inaugurados esta semana.

Alunos afectos à Aldeia de órfãos SOS e à escola do I e II ciclo do ensino secundário “27 de Março” do município do Lubango, província da Huíla, beneficiam de uma formação.

Mil dólares norte-americanos e 84 mil e 200 euros, com destino a RDC, foram apreendidos no município do Soyo, no do Zaire, por transgressão cambial.

Mil milhões de kwanzas foram transaccionados, de Janeiro até a presente data, na Bolsa de Dívida e Valores de Angola (Bodiva) com mais de mil negócios efectuados.

o que foi dito MUNDO . PG. 24 Polícia lança gás lacrimogêneo contra manifestantes xiitas na capital nigeriana.

Os jogos da Organização Regional da Polícia da África Austral (SARPCCO) representam solidariedade, fraternidade e amizade” Paulo de Almeida Comandante-geral da Polícia Nacional

Angola deve continuar a investir na modernização da Marinha de Guerra se quiser afirmar-se como uma potência a nível desta subregião” Noé Magalhães Comandante da Marinha de Guerra

O esta associação tem o objectivo social congregar os profissionais de comunicação social, defender os interesses da classe, realizar estudos e acções formativas” Sara Fialho Coordenadora da Cooperativa de Jornalistas Angolanos


5

O PAÍS Sexta-feira , 12 de Julho de 2019

e assim... José Kaliengue Director

Hoje no online de O PAÍS leia a entrevista com o economista Carlos Lopes e encontre algumas respostas às suas inquietações sobre o desenvolvimento africano

Fogo livre

A

www.opais.co.ao Aldeia do Chitue (Huambo) Auxiliado pelo rei do Bailundo, EkuikuI V, o recem empossado soba-regedor do Ekunha, Muassumbu III, enfrenta o touro sacrificado como parte de um velho ritual. (CARLOS MOCO)

o que vai acontecer CAN Depois da disputa dos quartos-de-final, a festa do desporto rei quer decorre no Egipto observa hoje uma pausa. Assim, as selecções apuradas regressam somente aos relvados no Domingo para a disputa das meias.finais. Por ser uma prova de muitas surpresas, continua difícil prognosticar quem vai vencer o certame em solo egípcio, aliás a equipa de casa foi eliminada pela África do Sul, na semena passada nos oitavos. Por esta razão, o treinador e o presidente da federação daquele país pediram demissão pelo fracasso na maior festa do futebol africano. O avançado Salah saiu triste do CAN 2019

Educação O primeiro mestrado

em Matemática em Angola será promovido pela faculdade de Ciências da Universidade Agostinho Neto (UAN), em Luanda, a partir do ano lectivo 2020/2021. A informação foi prestada pela coordenadora do mestrado, Maria de Natividade, referindo estar actualmente a decorrer as inscrições para o pré-curso (nivelamento) deste grau académico, com término previsto para Agosto. O nivelamento é um curso prévio do mestrado de carácter eliminatório, que tem como objectivo uniformizar o nível de formação, devendo serem apurados os que alcançarem 25 créditos (cada crédito equivale a 15 horas lectivas).

Música Um concurso mais

abrangente e inclusivo, em termos de artistas e ritmos, é o que o músico Kyaku Kyadaff espera, desta edição do Top dos Mais Queridos, cuja gala oficial de eleição do vencedor acontece no dia 5 de Outubro. Para o cantor, vencedor da edição passada, o concurso, organizado pela Rádio Nacional de Angola (RNA), tem muito prestígio e audiência vasta, por isso, precisa ser um “reflexo” da música angolana e da sua ampla diversidade. “É um concurso prestigiante para qualquer artista, por isso, os seus regulamentos devem ser revistos, de forma a tornar-se mais amplos, com novas categorias.

preocupação surge de várias partes do mundo, sobretudo no hemisfério Norte e sobretudo nesta estação do ano, Verão, por lá. Os fogos são notícia, as seguradoras quase entram em crise de nervos, assim como os governos, proprietários rurais e os bombeiros. As economias acabam o Verão sempre algo afectadas pelas contas finais que se fazem aos prejuízos causados pelos incêndios. As televisões, estas, ganham audiência, o filme pode ser de terror, mas o fogo é sempre um espectáculo. Em Angola não. Aqui nada arde. Não há notícias de fogos e muito menos da preocupação das autoridades sobre o assunto. Dir-se-á que é porque aqui estamos em pleno Cacimbo nesta altura do ano, mas é também a época seca. É quando os camponeses e caçadores ateiam fogos para a caça e para o renascimento da erva, ou, muitas vezes, apenas para limpar o terreno. Há dias, finalmente um assumpção de perdas, um agricultor empresarial queixou-se da queima de oitenta e poucos hectares na sua fazenda, terra cultivada, plantada e com fruteiras de anos. Aqui, o fogo tem mesmo campo aberto, qual aviões tanques qual quê, bombeiros nem todos os municípios de Luanda têm, as vilas nem sonham, os fazendeiros têm de fazer figas e rezar muito. Agora queixamo-nos da seca no Sul, da madeira roubada, do ambiente que se degrada, e não falamos da floresta. Não é estranho? Hoje é o Dia do Engenheiro Florestal, pelo menos para os católicos, alguém os ouvirá?

Literatura O livro “O sucesso a Andebol Prosseum passo”, do escritor e docente universitário Januário Guimarães, é apresentado hoje, pelas 17:00, na Casa das Artes, em Talatona, em Luanda, depois do lançamento oficial, no dia 14 de Junho, em Lisboa, Portugal. Trata-se de um resumo de vários temas, sobre o desenvolvimento psico-emocional e o estímulo para a satisfação do indivíduo, nos quais o escritor procurou reunir diferentes temas, de forma a ajudar o leitor a encontrar o caminho para o almejado sucesso, dentro e fora da empresa. Para o escritor, “o indivíduo não precisa de muito para alcançar o sucesso, apenas basta uma mudança”, disse

gue hoje, a partir das 10 horas, a 41ª edição do Campeonato Nacional sénior masculino e feminino de andebol. O Petro e o 1º de Agosto são os candidatos ao título.

E também... Dia do Engenheiro Florestal - 12 de Julho A escolha desta data é uma homenagem a São João Gualberto, que morreu a 12 de Julho de 1073. Este santo foi um monge italiano que dedicou toda a sua vida ao cultivo de bosques florestais durante o século X e, por isso, e foi consagrado pelo Papa Pio XII como o “Protetor dos Florestais”. Os engenheiros florestais são profissionais que se dedicam ao planeamento e análise dos ecossistemas florestais, promovendo as suas preservações de modo sustentável.


6 Media Nova, S.A Presidente do Conselho de Administração Filipe Correia de Sá Administradores Executivos Luís Gomes Paulo Kénia Camotim Propriedade : Socijornal Depósito Legal: Nº 244/2008 Contribuinte: 5417015059 Nº registo estatístico: 48058

O PAÍS Sexta-feira, 12 de Julho de 2019

NO TEMPO DO KAPARANDANDA

Director Geral de Publicações: José Kaliengue jose.kaliengue@opais.co.ao

OPAÍS

Director: José Kaliengue Sub-Director: Daniel Costa, daniel.costa@opais.co.ao Chefe de Redacção: Eugénio Mateus, eugenio.mateus@opais. co.ao Grande repórter: André Mussamo andre.mussamo@opais.co.ao Editorias : Política: Ireneu Mujoco ireneu.mujoco@opais.co.ao (Editor) Sociedade: Paulo Sérgio paulo.sergio@opais.co.ao (Editor) Romão Brandão romao.brandao@opais.co.ao (Sub-editor) Economia Luís Faria (Coordenador-Editor) luis.faria@opais.co.ao Desporto: Sebastião Félix sebastiao.felix@opais.co.ao (Editor) Mário Silva mario.silva@opais.co.ao (Sub-editor) Cartaz: Jorge Fernandes jorge.silva@medianova.co.ao (Sub-editor) Redacção: Norberto Sateco, Alberto Bambi, Augusto Nunes, Rila Berta, Miguel Kitari, Domingos Bento, Neusa Filipe, Afrodite Zumba, Milton Manaça, Antónia Gonçalo, Maria Teixeira, Iracelma Kaliengue, Patrícia Oliveira, Stela Cambamba, Zuleide de Carvalho (Benguela),Brenda Sambo, Maria Custódia, Kiameso Pedro e Adjelson Coimbra. Arte: Ladislau Bernardo (Coordenador) valério vunda (Coordenador adjunto)Lourenço Pascoal, Annette Fernandes, Nelson da Silva e Francisco da Silva. Fotografia: Carlos Moco (Editor), Daniel Miguel (Sub-editor), Pedro Nicodemos, Jacinto Figueiredo, Carlos Augusto, virgílio Pinto, Lito Cahongolo (repórteres fotográficos), Rosa Gaspar e Yuri dos Santos (Assistentes de Departamento) Revisão: António Setas Agências: Angop, AFP, Reuters, Getty Images

Assistentes de Redacção: Antónia Correia, Rosa Gaspar, Inês Monteiro e Sílvia Henriques Impressão e acabamento: DAMER, S. A. Luanda Sul, Edifício Damer Distribuição: Media Nova Distribuição Tel: +244 943028039 Distribuidora@medianova.co.ao pontodevenda@medianova.co.ao Assinaturas: Bruno Pedro Tel: +244 945 501 040 Bruno.Pedro@medianova.co.ao Online: Venâncio Rodrigues (Editor)Isabel Dalla e Ana Gomes Sítio Online: www.opais.co.ao Contactos: info@opais.co.ao Tel: 914 718 634 -222 003 268 Fax: 222 007 754 Sede: Condomínio ALPHA, Talatona- Luanda. Tel: 222 009 444 República de Angola

Comercial e Marketing: Senda Costa 922682440 vladimir Teixeira email: comercial@medianova.co.ao Tiragem: 15 000 exemplares

1978

12 de Julho - Um dos mais conhecidos chefes da máfia norte-americana, Caminho Galante, conhecido por o “Padrinho”, é assassinado num restaurante de Nova Iorque.

1986 -

12 de Julho O ex-vice-Presidente do Conselho de Estado guineense, Paulo Correia e mais 11 outros réus do julgamento dos implicados na malograda tentativa de golpe de Estado de Outubro de 1985, são condenados à morte pelo Tribunal Superior de Bissau.

1997

12 de Julho - Portugal recusa asilo político ao ex-Presidente zairense, Mobutu Sese Seko.

CARTA DO LEITOR

Os serviços da chatice! Estimado director, saudações. Endereço-lhe esta carta para lamentar e criticar sobre o mau funcionamento de algumas instituições do país. Há dias, fui ao multicaixa no Nova vida, para efectuar uma operação. A máquina, que parecia operacional, com papel e dinheiro, engoliume o cartão. Um cartão do Banco BAI que esperei quase um mês para levantar, porque não tinham cartões. O pior de tudo é que da própria máquina escutava-se uma voz dizendo: “retire o seu cartão quando”; o mesmo estava retido. Totalmente bloqueado. Como era Sábado, o guarda da agência aconselhou-me a regressar na Segundafeira e falar com a gerente. Foi o que fiz, às 8h do dia recomendado. Depois de bem recebido e escutada a minha preocupação, a gerente informou me que não

DR

podia entregar o cartão. O mesmo seria entregue a EMIS, e só depois de 15 dias, ao BAI. Que mau trabalho. De uma forma quase geral, os nossos bancos estão mais preocupados a aumentar o número de clientes do que a servi-los como deveria ser. Com eficiência, carinho, dignidade e respeito. Em tempos, o meu cartão multicaixa do BPC expirou,

tive que ir tratar outro em Catete e com cunha de um kamba que é amigo do gerente. Tenho 3 contas bancarias sem querer. Tudo porque o BAI, o FINIBANCO e o SOL, haviam prometido transferir algum dinheiro para o filho que estuda fora do pais. Tive de tirar a conta salário do BFA, a única que tinha inicialmente na minha vida durante 12 anos para pô-la no BAI. Em quatros anos nunca consegui mandar

nem sequer 100 Dólares. A conta que tenho do BPC é para a reforma, Mas a empresa não paga o INSS há 37 anos. Estamos numa vida do kayaya e Queremos ser Europa a força, com meios que não se adaptam à nossa realidade e dominada por fraquezas incalculáveis em tempos modernos. Até quando?

Escreva para o Jornal OPAÍS através do e-mail info@opais.co.ao ou ligue para estes contactos Tel: 222 003 268 Fax: 222 007 754

Manuel Alves



POLÍTICA

8

O PAÍS Sexta-feira , 12 de Julho de 2019

CEDIDA

Vista parcial de um dos bairros da cidade do Lubango abragindo pelas demolições por força das obras em curso na província

Demolições à vista no Lubango deixam munícipes apreensivos

A Administração local desclassifica as acusações dos moradores como sendo “infundadas”, tendo garantido ter sido feita a comunicação prévia. Quanto ao seu realojamento na centralidade da Quilemba, disse ser uma ser uma questão em estudo João Katombela, na Huíla

L

ubango, cidade capital da Huíla, tem estado a observar um conjunto de obras de reabilitação e requalificação que são fruto da nova dinâmica da governação local. Porém, algumas infra-estruturas integradas, com destaque para a reabilitação de estradas, abertura de novas avenidas e construção de áreas de lazer, podem levar à demolição de algumas residências. Uma das zonas abrangidas é a do Bairro Comercial, concretamente no quarteirão (25), onde está a ser erguida uma obra paralela à margem do rio “Mukufi”, que atravessa a cidade. Nesta zona, o cadastrasmento para as demolições já teve início, com demarcações exe-

cutadas pela Administração local. Entretanto, este processo está a ser encarado pelos moradores como tendo falta de lisura, por pecar, segundo afirmaram ao OPAÍS, pela não comunicação prévia. Por esta razão, os moradores da referida zona dizem temer por um desalojamento que os venha a deixar ao relento. “Tivemos uma reunião com a administradora do bairro, ela disse-nos que, à semelhança do que está a acontecer no bairro Camazingo, vai acontecer aqui no bairro comercial. O bairro, no seu todo será demolido, mas de forma faseada”, contou, Pedro Chivela. Apesar de reconhecerem o engajamento do Executivo e afirmarem estarem alinhados, a sua maior preocupação reside no realojamento, com a provável demolição das suas residências. “Nós nascemos aqui e temos conhecimento dos projectos do Go-

verno que tendem a melhorar a imagem da cidade do Lubango. Não queremos interferir nos projectos do Governo, só não cabe na nossa cabeça que o bairro todo seja demolido sem o realojamento condigno” advertiu. “Estão a marcar umas casas e outras não, porquê desse critério? Se dizem que vão demolir todo o bairro, têm de marcar todas as casas e não apenas algumas, como está a ser feito”, avançou uma das moradoras entrevistadas. Sobre a possibilidade de serem realojados na centralidade da Quilemba, os moradores levantam outro problema, inerente aos preços practicados para a renda resolúvel, que dizem não caberem na capacidade dos seus bolsos. “Querem levar-nos à Centralidade e nós não temos o dinheiro que eles precisam”, disse. Durante o processo de cadastramento das residências que possivelmente serão demolidas no quarteirão 25 do Bairro Comercial, na cidade do Lubango, os moradores receberam garantias de que serão realojados na centralidade da Quilemba. A estes moradores, segundo adianta a Administração local, se forem transferidos para a centralidade da Quilemba, terão de pagar uma renda mensal avaliada de 12 mim Kwanzas. “Aqui há pessoas que sobrevivem com 5 mil Kwanzas, Como é que vamos viver? Querem fazer como fizeram com os outros que foram para a Tchavola, sem qualquer condição”, disse a moradora Amélia Namako, que diz viver da venda de carvão.

Administração não garante realojamento na Quilemba

Lúcia António, da Administração local, fez saber que a situação está sob controlo, apesar do clima de suspeição criado entre os moradores. Esclareceu também a informação segundo a qual não foi feita uma comunicação prévia aos moradores daquela zona. “Trabalhamos em conjunto com o coordenador da zona. O que vamos fazer, ou estamos já a fazer, é um cadastramento para vermos quantas famílias estarão abrangidas. Reunirmo-nos na semana passada para passar está informação”, disse. As resi-

dências a serem demolidas serão apenas aquelas que estiverem no perímetro abrangido pelas obras. Sobre o realojamento na centralidade da Quilemba, Lúcia Francisco referiu que tudo estará a depender das instâncias superiores, tendo garantido estarem em curso negociações neste sentido. “Não é uma promessa, é uma negociação entre as instâncias superiores e os moradores. A nós cabe apenas a sensibilização e o acompanhento técnico”, garantiu aquela responsável.


O PAÍS Sexta-feira , 12 de Julho de 2019

9

Luanda acolhe hoje cimeira quadripartida A capital angolana acolhe uma cimeira entre Angola, República Democrática do Congo, Rwanda e Uganda, consagrada à segurança e cooperação regional

Presidente da República, João Lourenço, na qualidade

Presidente da República do Rwanda, Paul Kagamé

Presidente do Uganda, Yoweri Museveni

Pesidente da República, Democrática do Congo, Félix Tshisekedi

de afintriao da cimeira

N

uma nota de imprensa, a Casa Civil do Presidente da República anuncia que a reunião se realiza a convite do Chefe de Estado, João Lourenço, aos seus homólogos Félix Tshisekedi, Paul Kagame e Yoweri Museveni. Os Chefes

de Estado estrangeiros chegaram no fim da tarde desta Quinta-feira, 11, para fazer parte da cimeira que poderá, dentre outros assuntos, abordar as questões da segurança e a cooperação entre os países, com os quais Angola mantém boas relações e cooperação em di-

versos domínios. Com a República Democrática do Congo, Angola partilha uma fronteira de cerca de 2 mil e 500 quilómetros incluindo a parte partilhada do Rio Congo (ou Zaire), o maior curso fluvial da RDC, que desagua no Atlântico na costa da província angola-

na do Zaire. O Rwanda, país do centro de África, por seu lado, em 2014, vinte anos depois do genocídio de 1994, recuperou a sua economia e demonstra dados estatísticos surpreendentes sobre a redução da pobreza, de 59 por cento para 44

por cento em 2011, e um crescimento de 8 por cento por ano do seu PIB per cápita, agora de USD 1500. Apresenta ainda 95 por cento da taxa de matrícula no ensino primário e 71 por cento da taxa de analfebitação, com base num relatório do Banco Mundial de 2013.

JURA antevê sensibilizar jovens sobre eleições autárquicas O programa insere-se no quadro das celebrações do aniversário do patrono da Juventude Unida Revolucionária de Angola (JURA), a assinalar-se a 18 de Julho, estando o acto central previsto para o próximo Sábado, 20, em Luanda DR

Maria Custodia

O

secretário-geral da JURA, Agostinho Kamuango, em declaração ao OPAÍS, começou por fazer um balanço da actividade daquela organização política, que considerou de positivo no âmbito social, não tendo abdicado da missão de contribuir para o engrandecimento do partido e mobilização da juventude para as suas fileiras. Kamuango sublinhou a necessidade de maior participação dos cidadãos na vida pública, passando pelo incentivo da juventude para a defesa das causas nobres do país. Por esta razão, aquela orga-

nização política está a levar a cabo várias actividades, em todo o país, em homenagem ao seu patrono “David Samumbuila”, morto na luta contra o jugo colonial na década de 1970. Para o jovem político, o patrono da organização que dirige foi um jovem dinâmico, destemido e na altura da sua morte era membro das agora extintas Forças Armadas de Libertação de Angola (FALA). A agenda das celebrações prevê várias actividades, com destaque para as conferências, doação de sangue, actividades recreativas e campanhas de sensibilização sobre as autarquias, e que pretendem apresentar o projecto de sociedade do “galo negro” considerado por ele a “directiva de Muangai”.

Secretário-geral da JURA, Agostinho Kamuango

Problemas sociais O responsável disse que encara com a maior preocupação os vários problemas sociais que afligem a juventude angolana, tendo apontado o desemprego, a delinquência e

a prostituição como sendo os principais. Daí, acrescentou o político, existir a necessidade de uma maior intervenção do Governo e de outras as entidades afins, no sentido de se inverter o quadro, por via da im-

plementação de políticas mais acertadas. Agostinho Kamuango defende a necessidade urgente de o Executivo aprovar uma lei sobre as políticas da juventude, de modo a servir de orientação para a esta camada da sociedade. Interacção com outras organizações políticas Sobre a questão da interacção e cooperação com organizações congéneres, apesar de reconhecer algum avanço, diz existirem ainda divergências no que toca o Dia da Juventude Angolana, faltando, em sua opinião, uma data consensual. O político, que cumpre o seu primeiro mandato, quer ver uma JURA mais forte e dinâmica, à altura de corresponder às expectativas do partido. “É preciso continuar a acreditar na nossa coragem e determinação, que fará com que os problemas sociais sejam resolvidos”, concluiu.


SOCIEDADE

10

O PAÍS Sexta-feira , 12 de Julho de 2019

Docentes universitários descontentes com salários menores do que os de “seus alunos” A reclamação foi

ARQUIvO/OPAÍS

comunicada ontem a OPAÍS pelo Sindicato dos Professores Universitários (SINPES), que insiste na revisão salarial como forma de se evitar nova greve Alberto Bambi

O

secretário-geral do SINPES, Eduardo Peres Alberto, manifestou o descontentamento da classe que representa pelo facto de estarem a assistir a uma remuneração mais alta daqueles que consideram seus alunos. “Trata-se de magistrados, tal como fez questão de referenciar a figura do Presidente do Tribunal Supremo, que, segundo avaliou, aufere um ordenado superior a 570 mil Kwanzas, assim como realçou o de um general das Forças Armadas (FAA), que, de acordo com a sua leitura, recebe 540 mil, ambos superiores aos 444 mil do Professor Catedrático, a categoria mais alta da docência no nível superior”. Para justificar a insatisfação dos docentes, o sindicalista fez entender que tanto os magistrados, quanto as altas patentes militares, recorrem aos serviços dos professores universitários sempre que pretenderem frequentar e concluir as suas licenciaturas, os seus mestrados, pós-graduações e doutoramentos e outros graus acadêmicos. Segundo ele, essas e outras sessões de formação, que, normalmente, são ministradas em forma de aulas, seminários, conferências por docentes, cobram desses técnicos do ensino um esforço igual ou ainda maior do que o das entidades citadas, que, na óptica do interlocutor desse jornal, são dotados de tais competências na escola. Por causa disso, Peres Alberto e a sua equipa recomendaram

que o sindicato e pares têm tido com o Ministério, as razões que poderão resultar em resoluções possíveis estão à vista, já que o mesmo se passou com a situação da dívida, que já está a ser paga. “Quando, em 2012, despertámos a atenção do Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação para atender à dívida com os professores, que nessa altura rondava os três mil milhões de Kwanzas, este órgão quase que desprezou, desmentiu, ao ponto de nos classificar de exagerados. Mas, algum tempo depois de lhe ser imputada a responsabilidade de apurar tal facto, a conta ficou em quatro mil milões e 800 milhões”, recordou o sindicalista, tendo asseverado que as coisas aí “só descongelam depois da orientação do Presidente da República”. Aliás, Peres Alberto, que deixou patente já ter havido ordem do mais alto mandatário do Estado para tal fim, disse que os recursos humanos do ministério foram, durante algum tempo, incapazes de apresentar os dados da dívida real.

O sindicato diz ter eleito o diálogo com o órgão reitor como a ferramenta para evitar conflitos de interesses

aos dirigentes do Ministério do Ensino Superior, ainda nesta semana finda, que revissem, em definitivo, o processo dos salários dos professores. “Até porque, na altura das primeiras reivindicações levantadas pelo SINPES, houve compreensão da parte dos docentes, que se disponibilizaram a esperar por uma fase melhor, já que o país se encontrava numa crise financeira mais crítica, em relação ao momento actual. Entretanto, se os magistrados e os generais são atendidos, significa que há capacidade financeira para atender de forma justa, os professores universitários”, argumentou o líder do sindicato, para quem o tempo de aceitação dos erros e correcção por parte do órgão reitor é elástico. Dívidas e a “lição” anterior Eduardo Alberto Peres acredita que, com os encontros regulares

Quando, em 2012, despertámos a atenção do Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação para atender à dívida com os professores, que nessa altura rondava os três mil milhões de Kwanzas, este órgão quase que desprezou, desmentiu, ao ponto de nos classificar de exagerados”

Louvada primeira evolução nos ordenados Apesar das parcelas por reajustar nos salários dos professores universitários, o secretário do SINPES louva o facto de, há ano e meio, ter havido uma evolução nos vencimentos de docentes estagiários e assistentes, que já auferem, respetivamente, 301 e 357 mil Kwanzas, uma vez que os primeiros tinham uma remuneração orçada em 170 mil. Ainda na senda dessa progressão, que a colégio dos académicos considera “relativa”, os professores auxiliares e associados viram os seus vencimentos a subirem para 381 e 405 mil Kwanzas, enquanto a tabela do catedrático passou para 444 mil. Finalmente, Peres Alberto aconselha os órgãos de direito a ajustar os ordenados dos professores até, pelo menos, dobrar a oferta do magistrado, para que não se fique pelas políticas remuneratórias alternativas. “Enquanto estivermos no sector da ciência, não nos devem alegrar, mas, sim a correcção e resolução”, rematou o líder sindical.


O PAÍS Sexta-feira , 12 de Julho de 2019

11

Juízes recorrem à sociedade civil para afastar menores da criminalidade No decurso deste ano, o Tribunal Provincial de Malanje (TPM) registou já, no global, 574 processos crimes, incluindo aqueles que envolveram menores de idade Miguel José, em Malanje

O

TPM vai auscultar a sociedade civil e os organismos de justiça, localizados nessa parcela do território nacional, para a recolha de contribuições úteis que indiquem mecanismos de contraposição à onda de crimes de autoria infanto-juvenil, revelou o juiz Félix Alexandre Sebastião nesta Terça-

feira. Ao intervir na reunião da Comissão Provincial de Coordenação Judicial (CPCJ) de Malanje, de que é coordenador, declarou que os menores em conflito com a lei necessitam de tratamento e acompanhamento adequados, para evitar que os mesmos corram o risco de integrarem grupos de marginais. Referiu que o número de casos registados no Tribunal Provincial de Malanje (TPM), durante o período acima referido, envolvendo menores com idades compreen-

didas entre os 12 e os 17 anos, deve servir de alerta à toda a sociedade, sob pena de incorrerem em crimes de maior dimensão e com impacto social desastroso. Pois, dos 54 crimes de natureza diversa praticados por menores, sendo 44 em prevenção criminal e 10 em liberdade condicional, destacamse os roubos em residências particulares e na via pública e, também, agressões físicas. Entretanto, em face da tendência de crescimento de crimes de autoria de menores, o magistra-

do rogou a necessidade das famílias e os órgãos judiciais intervirem, para, em conjunto, encontrarem soluções. A CPCJ analisou as acções desenvolvidas durante o II Trimestre deste ano, a situação criminal nessa parcela do território nacional e perspectivou as acções futuras. No entanto, entre vários pontos, salientou os índices elevados de crimes violentos que envolvem menores. No comunicado produzido, apontou que a incidência de cri-

mes reside na falta de acompanhamento familiar e a condição social, como sendo as principais causas para a criminalidade praticada. Porém, o coordenador CPCJ, Félix Sebastião, anunciou que a província, sem precisar data, ver-se-á reforçada com novos magistrados judiciais, para colmatar a insuficiência de quadros existentes e proporcionar um novo alento no andamento da justiça. A CPCJ integra magistrados judiciais dos tribunais provincial e militar, oficiais da Procuradoria Geral da República e membros do Ministério do Interior.

PUB


12

SOCIEDADE

O PAÍS Sexta-feira , 12 de Julho de 2019

Projecto Mulheres em Acção prevê formar mais de mil e 300 técnicas até 2021 CEDIDA

Mil e 332 pessoas carentes serão formadas em diversas áreas pelo projecto Mulheres em Acção até 2021, em todo país, revelou, em exclusivo a este jornal, a sua coordenadora, Laurinda Joaquim. Actualmente, o projecto formou mais de 500 senhoras nas províncias de Cabinda, Benguela e Luanda Stela Cambamba

O

programa surgiu com o objectivo de formar mulheres que não tenham opor t u n idades formação, ou, ainda, para aquelas que têm formação, mas não têm como desenvolver o seu próprio negócio, por falta de capacidades ou de habilidades. O projecto está a ser implementado pela organização não-governamental Ajuda de Desenvolvimento de Povo para Povo (ADPP), desde 2016, no território angolano. Nos cursos, administrados gratuitamente, as mulheres aprendem, num período de seis meses, noções básicas e práticas sobre “empreendedorismo”e corte e costura, entre outras habilidades que lhes poderão servir para melhorar a qualidade de vida dos seus dependentes. Temas ligados à saúde reprodutiva e às doenças sexualmente transmissíveis, entre os quais o VIH/SIDA, bem como a malária, são de abordagem obrigatória.

Entre as habilidades para a vida aprendem, por exemplo, como fazer sabão. Depois dos seis meses de formação, as mulheres permanecem a frequentar o centro por igual período de tempo, a fim de que os seus projectos sejam monitorados, como se se tratasse de uma incubadora. Findo este período, são inseridas no mercado de trabalho. Somente aquelas que não conseguiram emprego permanecem na instituição, produzindo os seus produtos para comercializar. Nestes caso, o centro disponibiliza somente os equipamentos, cabendo a elas custear as matérias-primas. Deste modo, conferem-lhes a possibilidade de juntarem dinheiro para comprarem os seus próprios equipamentos. No curso de empreendedorismo, as mulheres aprendem a ela-

Muitas mulheres despertaram. Estão a aderir em massa aos cursos, mas os orçamentos para custear as despesas estão limitados”

Laurinda Joaquim, coordenadora do projecto Mulheres em Acção

borar os planos de negócio e as ferramentas da gestão de negócios, para que possam desenvolver o seu trabalho de forma mais sustentável. Laurinda Joaquim, coordenadora do projecto, revelou que actualmente há mais mulheres interessadas em frequentar os cursos, sobretudo o de corte e costura. “Muitas mulheres despertaram. Estão a aderir em massa aos cursos, mas os orçamentos para custear as despesas estão limitados”, disse. Acrescentou que em Luanda, o projecto, que teve início no município do Cazenga, está também presente no bairro da Estalagem (em Viana) desde o ano passado, assim como no Zango. “Por agora temos, já formadas, a nível de Luanda, 220 mulheres”, frisou.

Inscrições terminam hoje Nos meses de Agosto e Setembro, a coordenação perspectiva que 339 mulheres vão terminar a formação, nas três províncias. Por agora, a nível de Luanda decorrem as inscrições para as candidaturas aos cursos. Tendo em conta o fluxo de mulheres que a eles aderem, a coordenação optou por submetê-las a um teste de admissão. O processo de candidaturas termina hoje, dia 12 de Julho. Segundo Laurinda Joaquim, o número de inscrições já ultrapassou meta estabelecida, todavia, continuam a aceitar novas inscrições porque as concorrentes serão admitidas em função do resultado no teste. Para além da Igreja Católica que coordena um dos centros no município de Viana, o projecto conta com o financiamento do Bloco 15, coordenado pela empresa petrolífera ExxonMobil.



CARTAz seu suplemento diário de lazer e cultura

Yala Nkuwu:

Objectos cortantes sobre a árvore podem terminar em tragédia

Calcula-se que a árvore Yala Nkuwu tenha mais de 500 anos. A mesma está localizada no interior do Museu dos Reis do Kongo, na cidade de Mbanza Kongo (Zaire). Sobre ela paira o mistério segundo o qual, ninguém a pode tocar com qualquer objecto cortantes, pois para quem ousar, a consequência é catastrófica Jorge Fernandes, enviado a Mbanza Kongo/ Fotos: Virgilio Pinto


O PAÍS Sexta-feira, 12 de Julho de 2019

15

to ou realidade, mas o que se tem registado quando ela é “mexida”, os resultados chegam a ser catastróficos. Um acidente de aviação ocorrido em 1991 no Nóqui, vitimando o bispo Dom Afonso Nteka, na sequência da queda de um galho da árvore, o despiste de uma aeronave em 2007, na pista do aeroporto local, provocando a morte de um exadministrador municipal e de um prelado católico, são os registos dos mais recentes de desastres. Lúcio Guimarães residente do município há mais de 15 anos, vindo de Tomboco, confirmou que esses relatos chegam à toda província e ninguém ousa em tocar nela. “Se é verdade ou não, prefiro acreditar. Somos africanos e acredito sim, no que os nossos mais velhos nos transmitem. São ensinamentos que passam de geração em geração”, disse. Contrariando, mas com algum cepticismo, um outro interlocutor que falou à nossa reportagem é Nzuzi Miguel. Para ele, a salvaguarda da espiritualidade implícita no que diz respeito à árvore é sinal de respeito, com vista a preservar o bem cultural que é Yala Nkuwu. Por seu turno, Siara Fabrícia residente do bairro Nkunga Paza, questionada se a árvore produz algum fruto que sirva para alimentação ou para algum tratamento medicinal útil para a vida humana, a cidadã respondeu-nos que não, apenas que se for “ferida”, expulsa um líquido que se assemelha e acredita-se que seja sangue humano. Soba confirma O coordenador do Núcleo das Autoridades Tradicionais junto ao Museu dos Reis do Kongo, Afonso Mendes, confirmou à nossa reportagem o que Yala Nkuwu pode pro-

O

mistério envolto a árvore Yala Nkuwu foi um dos elementos que concorreu para que Mbanza Kongo fosse elevada à Lista do Património Mundial, entre vários outros. Segundo reza a tradição, ela é anterior à chegada dos portugueses à capital do Reino, em 1482. Até à presente data mantém o espírito do lugar. A nossa reportagem conversou com alguns munícipes de Mbanza Kongo, sobre a devoção à árvore. Alguns confessaram que não sabem ao certo se se trata de um mi-

vocar, caso for mexida com algum objecto cortante. O soba explicou que além de objectos cortantes, não se pode sacar com as mãos uma folha verde, muito menos partir um galho “fresco”. Se assim ocorrer “acontecem mortes, não de uma figura qualquer, mas sim com uma com representatividade local, ou acontece uma catástrofe que sacrifica muita gente”, salientou. Entretanto, quando não acontecem fenómenos naturais, como chuvas fortes ou vendavais, e, por consequência, acontece a quebra de um galho como ocorreu em Dezembro último, e para evitarem situações desastrosas, deve ocorrer o ritual tradicional Lumbu. “As autoridades tradicionais e governamentais são convocadas, para a realização do Lumbu. Com este acto, evitam-se situações gravosas, que possam abalar a comunidade local. Todos dominam essa informação inclusive as crianças”, recordou o ancião acrescentado que ao cumprir-se o ritual nada acontece por respeito aos valores. Tribunal tradicional Por outro lado, fez saber que através da evocação da espiritualidade dos ancestrais, no local eram realizados os julgamentos tradicionais através da lei costumeira. Todavia, a prática não acabou. Ainda no interior do Museu são realizadas as sessões de julgamento às Quartas e às Sextas-feiras. O soba Afonso Mendes é o juiz da causa. Os problemas são resolvidos conforme antigamente. As situações de principais conflitos recaem às acusações de feitiçaria e conflitos de terra. O prevaricador, não cumpre cadeia, mas paga uma pesada multa. “Não há prisão. Há sim, a aplicação de multas, tal como os an-

cestrais faziam. No cometimento de alguma ilicitude, o visado deve pagar direitos costumeiros como garrafões de maruvo, um porco, uma bacia de makasu, a bebida nsamba. O lesado leva esses mantimentos para celebrar com a comunidade”, referiu. Para os casos envolvendo feitiçaria, o acusado não faz recurso a testemunhas, ao passo que em casos de usurpações de terra, este sim pode fazer recurso a provas ou a testemunhas. A cidade A cidade de Mbanza Kongo é limitada a Norte pelo município do Cuimba e com a República Democrática do Congo, a Sul e a Este com a província do Uíge e a Oeste com os municípios do Tomboco e Nóqui. A língua Kikongo é a predominante na região, mas o Lingala devido à extensa fronteira é cada vez mais usual entre os seus habitantes.

Aponta a história que o Reino foi fundado por Nimi-a-Lukeni, por volta do século XIV. Os primeiros contactos com os europeus datam do século XV, com a chegada dos primeiros portugueses à foz do rio Zaire em 1482 (Soyo), conduzidos pelo navegador Diogo Cão. Pelo manancial do seu acervo material e imaterial, a UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura), inscreveu a 8 de Julho de 2017, a cidade na Lista do Património Mundial, data em que ficou institucionalizada como o dia da capital do antigo Reino do Kongo. Este ano acolheu a I edição do Festival Internacional de Cultura Kongo, que decorreu entre os dias 5 e 8 do corrente, como uma das exigências da UNESCO, que deverá ser realizada consecutivamente nos três primeiros anos, sendo as posteriores facultativas.

A explicação do historiador O historiador Mbala Lussunzi vita, abordado pela nossa reportagem em relação ao enquadramento da árvore Yala Nkuwu, começou por dizer, que os mitos, lendas e símbolos são valores, crenças que estão intrínsecos à de um povo. Como tal, joga o papel de fonte de história, mas não a história como resultado de uma pesquisa científica. Assim, Yala Nkuwu, no universo Kongo é de um passado a que se considera que não seja apenas humano. Ela ultrapassa este nível. E essa experiência tem aspectos divinos, que não é de fácil entendimento. A mesma simboliza a força divina, não a de “Deus” (ocidental), mas a força dos ancestrais africanos. “Yala Nkuwu é um passado, que consideramos não apenas humano. Ultrapassa o nível humano. A nossa organização, a nossa civilização, a nossa experiência humana como povo, é única. E essa experiência tem aspectos divinos, crenças, que não podemos entender”, realçou o historiador. O académico acrescentou ainda, que Yala Nkuwu simboliza a espiritualidade dos antepassados africanos e inscreve-se na continuidade de um conjunto de crenças que fazem parte do passado africano. Saliente-se também, que qualquer problema na cultura Kongo deve ser resolvido na base do diálogo. E para tal deve haver um local. E Yala Nkuwu representava esse espaço de resolução de problemas e à volta dele se devem sentar, a frente poder, em concertação, e lugar de acolhimento, onde o soberano Kongo dya Ntotela dá solução ao imbróglio.


16

CARTAz

O PAÍS Sexta-feira, 12 de Julho de 2019

Luto

Gaëtan Lampo Martins de Oliveira, nascido em Luanda, em 1944, expôs individualmente pela primeira vez em 1978, e a sua obra desenvolve-se essencialmente na área do desenho. A partir do início dos anos 1980, Gaëtan centrou-se no autorretrato, que passou a tratar de modo continuado e obsessivo, aprofundando as variações sobre o mesmo tema, que era o seu rosto. Entre as exposições que realizou destacam-se a antológica “Terra de Ninguém”, no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, em 1996, e no

Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado, também em Lisboa, em 2004. Participou ainda na XXI Bienal de Paris (1980), na mostra “Depois do Modernismo”, na Sociedade Nacional de Belas-Artes, em Lisboa (1983), em “Tríptico”, no Museum van het Hedendaagse Kunst, em Gent (1991), na Bélgica, e m “Drawing Towards a Distant Shore: Selections from Portugal”, no The Drawing Center, em Nova Iorque (1994). Gaëtan estava a preparar uma exposição individual para a Fundação Carmona e Costa, em Lisboa. “É um dos artistas portugueses que mais recorreram ao desenho, praticandoo de forma quase exclusiva”, lê-se na apresentação da sua obra, no ‘site’ do Museu de Serralves. “Apostado em expulsar da sua prática quaisquer tiques de academismo, cedo decidiu que, sendo destro, passaria a desenhar apenas com a mão esquerda. É principalmente conhecido através da prática obsessiva do autorretrato, em que se tem vindo a aplicar desde 1981”. “Esta recorrência ao seu rosto”, como material de base, foi já descrita como “uma arte da fuga, composta de variações sobre o mesmo tema”, recorda Serralves sobre o artista. “Os desenhos em que Gaëtan se retrata, e onde surgem pequenas mudanças mais ou menos perceptíveis da sua face e do seu corpo - altera-

LANÇAMENTO

PUNIÇÃO

ENTRETENIMENTO

JUSTIÇA

Novo álbum de Maya Cool previsto para Outubro

Banda iraniana condenada a 14 anos de prisão por tocar heavy metal

Fractal: um festival de arte urbana para mostrar outro lado do Funchal

Khashoggi: Amal Clooney acusa líderes de “um encolher de ombros colectivo”

O músico angolano Maya Cool pretende lançar o seu novo trabalho discográfico em Outubro do ano em curso. Em declarações à Platina Line referiu que “Prefiro não dizer datas, estamos a fazer de tudo para ser disponibilizado em Outubro. Estou a preparar esse álbum há 5 anos, e já tenho 20 músicas gravadas. Vamos seleccionar e estudar quais vão integrar o CD”, explicou Maya. O músico está a preparar-se para voltar a dar brilho à sua carreira musical e reaparecer em grande nas lides musicais angolanas, apesar de ainda continuar a fazer sucesso por onde passa com os seus clássicos.

A banda iraniana de heavy metal “Confess” foi condenada a 14 anos de prisão e 74 chicotadas por difamar o país. Segundo um tribunal de Teerão, o duo de músicos “insultou a santidade da religião islâmica” ao fazer propaganda contra o regime. A lista completa das acusações inclui também “perturbar a opinião pública através da produção de música contendo letras anti-regime e conteúdo insultuoso”, “participar em entrevistas com os meios de comunicação da oposição” e “insultar o Líder Supremo e o Presidente”.

O Funchal acolhe, de 10 a 17 de Julho, o Fractal Funchal Fest, um projecto de activismo cultural no espaço público em Madeira (Portugal). A ideia surgiu de Carolina Caldeira e Vicente Spínola, dois empreendedores madeirenses preocupados com a cultura local da cidade, que querem chamar a atenção para os locais de menor circulação do Funchal, ao mesmo tempo que envolvem a comunidade em actividades culturais e de entretenimento. Segundo Vicente Spínola, “este é um festival de arte urbana, que visa povoar a cidade com uma série de intervenções, umas de cariz artístico, outras de cariz arquitectónico e poético”.

A advogada de direitos humanos Amal Clooney acusou na Quarta-feira os líderes mundiais de falharem na protecção de jornalistas e responderem com um “encolher de ombros colectivo” sobre o assassínio do jornalista saudita Jamal Khashoggi, ocorrido no ano passado. Clooney, que é a enviada do governo britânico para a liberdade de imprensa, afi rmou “A grande maioria dos assassínios (de jornalistas) fica impune”, disse, acrescentando que os “líderes mundiais responderam com pouco mais do que um encolher de ombros colectivo” ao assassínio de Khashoggi por agentes próximos do príncipe herdeiro saudita.

Morreu o artista plástico português Gaëtan aos 75 anos Gaëtan Lampo Martins de Oliveira, nascido em Luanda, em 1944, expôs individualmente pela primeira vez em 1978, e a sua obra desenvolve-se essencialmente na área do desenho DR

O

artista plástico português Gaëtan Oliveira, de 75 anos, cuja obra se centrou sobretudo no autorretrato, morreu em Lisboa, vítima de cancro, revelou ontem à agência Lusa fonte da Galeria Miguel Nabinho.

ções obviamente acentuadas com a passagem do tempo - têm servido para eleger o tempo e a memória como os verdadeiros temas do seu trabalho”, descreve o museu de arte contemporânea do Porto. A Fundação Calouste Gulbenkian disponibiliza ‘online’ a reprodução de “Agnus Dei (olhos castanhos, camisa aberta) “, uma das obras de Gaëtan, da sua coleção.

Outros trabalhos

Em 1996, com a antológica “Terra de Ninguém”, a Gulbenkian publicou o catálogo homónimo, com textos dos artistas e curadores Jorge Molder, que dirigiu o Centro de Arte Moderna, e Manuel Castro Caldas, professor e fundador do Ar.Co - Centro de Arte e Comunicação Visual. Gaëtan está representado em colecções públicas e privadas, nomeadamente da Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação Luso-Americana, Caixa Geral de Depósitos, do Ministério da Cultura, da Fundação Carmona e Costa, do Ar.Co - Centro de Arte e Comunicação Visual, em Lisboa, está ainda repesentado no Museu de Arte Contemporânea de Serralves, no Porto, nomeadamente nas obras em depósito, e no Museu de Arte Contemporânea, no Funchal, entre outras instituições. Fonte: Jornal de Notícias

ANNABELLE 3: O REGRESSO A CASA

Ed e Lorraine Warren decidem trancar a boneca possuída na sala de artefactos de sua casa, colocando-a numa vitrine sagrada. Uma noite de horror está prestes a acontecer, quando Annabelle desperta os espíritos malignos, e todos se voltam para a filha de 10 anos e as suas amigas. Kilamba Sala VIP 13H50 – 16H10 – 18H30 –20H50 – 23H10 Nova Vida Sala 1 17H00 –19H20 – 21H40 Nova Vida Sala VIP 13H50 – 16H10 – 18H30 – 20H50 – 23H10 Talatona Sala 1 13H00 – 15H20 – 17H40 – 20H00 – 22H20

CINEMAX Exibicao 28-06 5x15.indd 1

28/06/2019 11:59



ECONOMIA

18

O PAÍS Sexta-feira, 12 de Julho de 2019

ARQUIvO

Fórum reúne especialistas para debater governação e crescimento económico do país

A

Base do Kwanda prossegue processo de angolanização nos petróleos O engenheiro Cristóvão Daniel, da base do Kwanda – no município do Soyo, província do Zaire, disse que só estão na empresa cidadãos expatriados cujo papel é preponderante para o funcionamento da mesma Patrícia de Oliveira

N

o terceiro dia da Feira Internacional de Luanda ( FILDA), que decorre desde 09 de Junho, Terçafeira, as Parcerias Público-Privadas (PPP) estiveram em destaque. Na sua intervenção, o director da base do Kwanda, João Daniel, realçou o facto de haver uma redução considerável de mão-deobra expatriada naquela base. Na sua abordagem no painel sobre Parcerias Público-Privadas, João Daniel sublinhou que “tivemos perto de 200 expatriados e hoje estamos com apenas 24. Temos técnicos que operam máquinas sofisticadas e que precisam de técnicos altamente qualificados”, referiu o engenheiro, acrescentando que o processo de angolanização vai continuar. “Para tal precisamos de ter técnicos à altura das substituições, pois trata-se de um sector com algumas especificidades”, lembrou. Segundo ele, as PPPs estão num sector muito complexo, que é o petrolífero, onde há muitas exi-

gências, ressalvando que é uma experiência que tem dado frutos. A experiência das PPPs no Kwanda pode ser transportada para outros sectores e pode ser lançada para outros locais. Porém, uma PPP depende de muitas questões, nomeadamente o planeamento, gestão de conhecimento para dar seguimento a estas tarefas. Tal como um investimento na educação, apesar de pouca gente reconhecer, o país já investiu muito em quadros. “Dentro de uma PPP surgem oportunidades de formação, uma experiência que pode ser transportada tanto para sectores como a agricultura e todas acabam por gerar negócios positivos”, salienta. Referiu ainda que, quando se deu início ao projecto do Kwanda houve muitas dificuldades. “Podemos constatar que havia muitos pescadores, agricultores, escolas para a capacitação dos técnicos eram praticamente inexistentes. Mas, hoje temos outros sectores que intervém no negócio, é uma experiência em que se conseguiu sucesso graças a outros sectores. Falando da experiência de Portugal em termos de PPPs, Faria de

Oliveira, chefe do Centro de Excelência da UPPP de Portugal disse que as Parcerias PúblicoPrivadas não dependem do Orçamento Geral do Estado. Elas andam pelos próprios pés. Ainda assim, ressalvou, há más experiências com a sua implementação. Entrando para o caso angolano, disse que as tarifas não podem aumentar os 5% dos rendimentos das famílias. No entanto, acontece que os rendimentos são inferiores que aos da Finlândia e Portugal. Em sua opinião, as PPPs são parcerias e as empresas privadas tem de ser chamadas a colaborar

“Tivemos perto de 200 expatriados e hoje estamos com apenas 24. Temos técnicos que operam com máquinas sofisticadas e que precisam de técnicos altamente qualificados”

nos desafios do Governo de Angola, sublinhando a necessidade da criação de muitas ligações que permitam um maior fornecimento de água pelo país. No caso do sector privado, sublinha que à entrada dá-se por via de contratos de gestão, de operação e manutenção, e aquisição de um conjunto de peças, e recursos para as empresas provinciais que foram recentemente criadas. Explica que a ajuda é feita por meio de contratos curtos, em que os privados têm parcerias com as empresas, procurar montar da melhor forma as instituições com recursos para Angola. Questionado se esse processo não iria onerar os custos, respondeu que “não porque quem financia os contratos é o Banco Mundial e o Banco Africano de Desenvolvimento. A banca internacional é muito importante nesta fase”, reconheceu. Por sua vez, Pedro Neves, consultor para o sector dos transportes, referiu que a fiscalização é fundamental para as UPPPS, uma tarefa que envolve a sociedade civil, inclusive os jornalistas. A Feira Internacional de Luanda acontece desde Terça-feira, 09 de Julho, na Zona Economia Especial Luanda – Bengo. Participam no certame mais de 700 empresas dos vários sectores de actividade, entre nacionais e estrangeiras.

capacitação institucional e técnica visando criar oportunidades de acesso dos jovens à formação e ao emprego, assim como às estratégias para reduzir as desigualdades geográficas, são alguns dos temas a serem abordados no Fórum sobre Governação, Crescimento e Inovação que acontece nesta Sexta-feira, dia 12, no Memorial Dr. António Agostinho Neto, em Luanda. A primeira edição do IQ Fórum 2019 conta com a participação de diversas entidades ligados ao sector público e privado e também de organizações internacionais, a destacar representantes dos ministérios da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, da Economia e Planeamento, representante Residente do Fundo das Nações Unidas para a População e especialistas do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), dentre outros. O fórum trará um olhar às acções reformistas em curso no país com vista o alcance da Agenda 2030 nos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e o Plano de Desenvolvimento Nacional. Razão pela qual o fórum incidirá sobre as experiências e principais desafios no sector público e privado nacional e internacional no contexto de População e Desenvolvimento e na melhoria de vida dos cidadãos e das comunidades. “O país está a viver uma fase de transformações estruturais e há necessidade de inovar para crescer, neste contexto é necessário que todas as forças vivas possam pensar o país e perseguir os mesmos objectivos, queremos contribuir para este processo, porque somos parte dele”, refere a organização.


MERCADOS

O PAÍS Sexta-feira, 12 de Julho de 2019

19

BREVES

Mercado TAXA DE JURO Taxas de Juro Taxa BNA Libor USD 6M Libor GBP 6M Libor JPY 6M Euribor 6M Luibor 6M

Cot. 10/07/19 15,500% 2,2624% 0,823% -0,027% -0,329% 15,130%

17,15%

∆ Diária (p.p) 0,000 0,006 0,005 0,002 0,007 -0,040

16,80% 16,45% 16,10% 4/Jul

Mercado ACCIONISTA Índices Accionistas Cot. 10/07/19 Dow Jones (EUA) 26 966,00 S&P 500 (EUA) 2 993,07 FTSE 100 (Inglaterra) 7 530,69 IBovespa (Brasil) 105 817,10 CSI 300 (China) 3 786,74 Nikkei 225 (Japão) 21 533,48

∆ Diária (%) 0,394 0,451 -0,077 1,231 -0,168 -0,147

Cot. 10/07/19 345,6782 1,1259 1,2514 108,4100 14,0017 3,7550

Cot. 10/07/19 60,43 67,01 1 412,50 15,15 2,44 269,40

∆ Diária (%) 0,152 0,446 0,377 -0,368 -1,196 -1,075

∆ Diária (%) 4,496 4,442 0,857 0,524 0,784 2,629

26 800

26 600 4/Jul

6/Jul

8/Jul

10/Jul

Mercado Cambial A taxa de câmbio do euro e da libra apreciaram 0,45% e 0,38% situandose em 1,1259 e 1,2514 USD por unidade de moeda, respectivamente. O dólar norte-americano foi penalizado pela perspectiva de redução da taxa de juro pela Reserva Federal.

1,129 1,126 1,123 1,120 4/Jul

6/Jul

8/Jul

∆ Diária (p.p) 0,000 0,000 -0,020 -0,020 -0,020 -0,020

Mercado de Matérias-primas OpreçodoWTIedoBrentaumentaram 4,5% e 4,4% ao fixarem-se em 60,43 e 67,01 USD/barril, respectivamente. A redução das reservas petrolíferas dos EUA impulsionou a cotação do crude.

67,5 66,0 64,5 63,0 4/Jul

6/Jul

8/Jul

2,270 2,240 2,210 2,180 4/Jul

6/Jul

8/Jul

CFL constrói ramal para facilitar transporte de combustíveis O Caminho-de-ferro de Luanda está a construir, desde Junho último, um ramal ferroviário, partindo do oleoduto da empresa Sonangol na Boavista até à estação dos Musseques, para melhorar o transporte de combustível à província de Malanje. Além deste ramal, dois outros estão a ser construídos com o mesmo objectivo nas localidades do Lucala (Cuanza Norte) e outro na província de Malanje, com vista a facilitar o enchimento dos vagões cisternas e também diminuir os custos operacionais das empresas, em relação à actual modalidade em que são usados camiões com tanques para o enchimento dos vagões. Em declarações (Quintafeira) à Angop, em Luanda, o director do Gabinete de Co-

municação Institucional e Imprensa do CFL, Augusto Osório, explicou que, além destes trabalhos de construção de novas linhas, estão ainda a recuperar, de forma faseada, 20 carruagens de passageiros de origem sul-africana, para os itinerários Luanda/Catete, Dondo/Luanda e Malanje/ Luanda. Com a reparação destes meios, prosseguiu o responsável, a empresa vai aumentar a capacidade de transportação de passageiros nos serviços suburbanos de 6 mil para 10 mil diários, com o incremento de mais comboios, passando de 17 para 22 por dia. A conclusão da construção do ramal da Boavista/Musseque está prevista para finais deste mês e orçada em 68 milhões de Kwanzas. ARQUIvO

10/Jul

Brent C rude F ut.

Luibor 1 Ano Cot. 10/07/19 13,99 14,56 15,14 15,13 15,68 16,24

Mercado Accionista Os índices bolsistas norte-americanos, Dow Jones e o S&P 500, aumentaram0,4%e0,5%aofixaramse 26.966 e 2.993,07 pontos, respectivamente.AsdeclaraçõesdeJerome Powellqueintensificouasexpectativas de redução da taxa de juro de referência impulsionaram os índices.

27 000

EUR / USD

Luibor Taxas BNA Luibor O/N Luibor 1 Mês Luibor 3 Meses Luibor 6 meses Luibor 9 meses Luibor 1 Ano

10/Jul

8/Jul

27 200

Mercado DAS COMMODITIES Commodities WTI Crude Fut. Brent Crude Fut. Gold 100 Oz Fut. Prata Fut. Gás Natural Fut. Cobre Fut.

6/Jul

Dow Jones (EUA)

Mercado CAMBIAL Taxas de Câmbio USD/AKZ EUR/USD GBP/USD USD/JPY USD/ZAR USD/BRL

Mercado Interbancário A divulgação do desempenho positivo das vendas a grosso, nos EUA, durante o mês de Maio, poderá ter contribuído para o incremento da Libor USD 6 meses em 0,6 p.b., ao fixar-se em 2,2624%.

Libor USD 6 Meses

10/Jul

Luibor As taxas de juro no mercado monetáriointerbancáriocontinuaaseguir tendência decrescente na generalidade das maturidades, com excepçãodaLuiborOvernightea1mêsque semantiveramem13,99%e14,56%, respectivamente 10/Jul

Banca apresenta procedimento de financiamento no 3º dia da FILDA A apresentação de procedimentos de financiamento ao abrigo do Programa de Apoio ao Crédito (PAC) e a apresentação dos temas aceleradores do desenvolvimento económico foram as principais atracções do 3º dia da Feira Internacional de Luanda (FILDA/2019). O terceiro dia foi também reservado aos patrocinadores do evento e a apresentação de casos de estudo ”People – First-PPP” nos sectores da agro-indústria, saúde, energia, águas, experiências de PPP em Angola, transportes e logísticas. A par das abordagens, as empresas expositoras aproveitaram divulgar os seus produtos junto de potenciais clientes e parceiros. A 35ª edição da FILDA, que

decorre de 9 a 13 na Zona E conómica Especial (ZEE), sob o lema “Dinamizar o sector privado e promover o crescimento económico”, conta com a participação de 21 países: Portugal, Alemanha, Indonésia, Turquia, França, Índia, China, Reino Unido, Noruega, Suécia, Suíça, Israel, Brasil, Japão, Bielorrússia, Uruguai, Macau (Região administrativa Especial da China), Itália, África do Sul, Holanda e Estados Unidos da América. Produtos e serviços ligados à banca, telecomunicações e tecnologias de informação, petróleos, transportes e logística, indústria e turismo, construção civil, intermediação imobiliária, agricultura, entre outros, estão patentes nestes cinco dias de exposição.


GRANDE ENTREVISTA

20

O PAÍS Sexta-feira , 12 de Julho de 2019

‘A crise económica provocou a fuga dos empresários oportunistas’ Há 25 anos que Tomasz Dowbor vive em Angola. Aliás, é angolano, apesar de ter nascido em varsóvia, na Polónia. Empresário do mercado da construção civil, sobretudo no ramo imobiliário, é um dos responsáveis pelos primeiros condomínios construídos em Luanda, embora tenha hoje diversificado as actividades do conglomerado empresarial que preside para outras áreas, entre as quais a mineração, indústria e agricultura. O projecto habitacional Boa vida, por sinal o nome do grupo de empresas que detém, é o seu principal desafio no sector imobiliário. Conheça o percurso e as acções deste jovem investidor, de 45 anos de idade, que é igualmente primeiro secretário de um Comité de Acção do MPLA, em Luanda entrevista de Dani Costa fotos de Lito Cahongolo

C

omo é que surge Angola na sua vida? Agradeço a oportunidade de podermos trocar algumas impressões. O meu pai veio para Angola em 1968, na época das FAPLA, na colaboração que existia entre Angola e a Polónia. Por esta razão, muitos angolanos também passavam por Varsóvia. Nos anos 80 era frequentada por muitos angolanos. Foi desta forma que conheci todo o ambiente de Angola e a proximidade com o próprio país. É essa amizade que fez com que nos aproximássemos e decidíssemos vir de forma definitiva, como filhos. A primeira vez que

vim foi em 1995, percebi que, evidentemente, apesar de ter nascido na Polónia, dentro de mim corre um sangue quente e o meu futuro será aqui no território de Angola. Em 1995 tinha... 21 anos?

Certo. Qual foi a Angola que encontrou há 24 anos? Vou-lhe contar uma curta história da minha vinda aqui. Claro, se me permitir. Esteja à vontade... Vim com um amigo angolano que me tinha dito que era detentor de propriedades e que havia também muitas oportunidades, assim como a possibilidade de fazermos determinados negócios. Quando aterrámos no Aeroporto 4 de Fevereiro percebi que, apesar de me ter dito que tínhamos todas as condições reunidas, ele não tinha carro. Ele disse-me: ‘Tomás, tenha calma’. Não sei se se lembra, mas na altura havia os Mercedes dos congoleses que circulavam e faziam o transporte de pessoas na cidade. Disse-lhe que não havia problemas, sou uma pessoa resistente, vamos reconfigurar, e consegui. Então seguimos, pediu que o motori sta curvasse para o

lado esquerdo, mas este rejeitou porque era no Rocha Pinto. Era por volta das 17 ou 18 horas, já no final da tarde. Eu fiquei meio assustado pelo facto de o motorista ter dito que não poderia curvar. Com as malas, todos engravatados, saíamos a pé e entramos no Rocha Pinto. Estava muito escuro, não posso esconder, e, ainda por cima andávamos a pé. Quando chegamos, no quintal não havia chão, nem luz. Havia aquelas lâmpadas de garrafas de cerveja em que punhas petróleo... Refere-se a um candeeiro daqueles “tradicionais”? Sim, um candeeiro. Mas eu ficava cada vez mais assustado. Pretendia apenas tomar um bom banho, porque tínhamos viajado muitas horas, mas não havia água. Fiquei todo traumatizado, depois numa fase em que havia guerra civil, mas fomos dormir. O meu amigo disse-me que só havia uma cama e tínhamos que dormir juntos. Confesso que fiquei assustado. Durante a noite comecei a ouvir tiros, pensei que me fossem matar e seria o

“A primeira vez em que vim foi em 1995, percebi que, evidentemente, apesar de ter nascido na Polónia, dentro de mim corre um sangue quente e o meu futuro será aqui no território de Angola”

fim da picada. Mas, de repente, comecei a sentir água a escorrer no meu corpo e despertei. Afinal era uma chuva e percebi que não eram tiros, mas sim a água que batia na chapa. Sentei-me junto da parede e tive uma reflexão. Qual foi a reflexão que teve? Nunca vou sair daqui. Vou ficar e não desistir. Desde aquele longínquo ano de 1995 não saiu de Angola? O que aconteceu foi a principal característica do empreendedorismo e do empreendedor: nunca desistir. Dificuldades todos nós temos. Tu tens, eu tenho e cada um de nós passa as suas dificuldades, sejam elas empresariais, políticas, familiares, financeiras ou sociais. Mas tens que ter este formato de cérebro e pensamento de que ‘eu não vou desistir e isso não me vai abater, vou conseguir, mais cedo ou mais tarde’. Quais foram os primeiros passos nos negócios em Angola? O nosso negócio sempre esteve ligado à construção e à imobiliária. Introduzimos em finais dos anos 90 o conceito de condomínios. Os primeiros condomínios, em Luanda, fomos nós que os concebemos, assim como o conceito de condomínio fechado, urbanizações fechadas, com luz garantida e segurança. E, assim, de facto, ao longo dos últimos 25 anos, percorremos o nosso caminho. Evidentemente que ao longo do caminho encontramos outras oportunidades, como a agricultura, a indústria alimentar e a de construção civil. Mas, a nossa trilha, ao longo dos 25 anos, sempre foi focada na construção civil. A aposta na construção civil não resultou de algum trauma na casa do amigo, no Rocha Pinto, quando


O PAÍS Sexta-feira , 12 de Julho de 2019

veio a Angola? Encontrei Luanda como uma cidade que tinha deficiências na sua urbanização, infra-estrutura e nas condições básicas como a luz e a água. Eu percebi que a primeira necessidade da demanda humana é a dignidade de morar. Sinto um grande prazer, orgulho e reconhecimento por parte dos clientes quando vejo as caras satisfeitas e sorridentes ao receber a sua casa, o que dignifica a vida deles. Dignifica a vida do homem que trabalha 10, 20 ou 30 anos para poder proporcionar para a sua família condições dignas. No meu entender, sempre busquei reconhecimento através de uma satisfação em proporcionar o melhor produto e serviço para as pessoas. O nosso foco na imobiliária foi, por um lado, um trilho pessoal onde a gente viu que se consegue fazer uma coisa excelente, bem feita. Por outro lado, havia o país em pleno crescimento, com oportunidades, onde toda a trilha migratória era da parte do interior para as cidades. Era no começo e a gente percebeu a questão da urbanização e da migração das pessoas das áreas rurais para as urbanas. Fez vários condomínios na zona Sul de Luanda. Na altura, qual era o sentimento das pessoas, uma vez que as casas eram vendidas apenas no papel? O mercado teve uma empolgação no princípio dos anos 2000, onde vendia-se os projectos na fase inicial, isto é, no papel. Por falta de oferta do mercado todos os projectos eram aceites, mas, evidentemente, depois de 2008 e 2010, em que tivemos processos mal sucedidos, todos nós ficamos muito mais atentos. Hoje, o mercado é regulado pela credibilidade dos empreendedores e pela confiança que se deposita aos empresários. Há empresas que conseguem fornecer o produto na qualidade prometida. O mercado daqui para a frente vai regularizar-se consoante estes novos critérios. Qual é o feedback que tem recebido dos clientes, tendo em conta o custo-benefício? Sempre parti do princípio de que negócio entre cliente e empresa de construção civil tem que ser na base, como dizem os ingleses, ‘winwin’. O cliente tem que perceber que o que está a comprar é feito no sentido de uma grande oportunidade. A empresa construtora tem que ganhar o seu dinheiro, porque somos uma entidade com fins lucrativos, mas tem que proporcionar para o cliente uma sensação de uma boa oportunidade. Os ango-

21

“Para ser um

empresário bem-sucedido em Angola você tem que ter uma alta resiliência, capacidade de tornar cada problema seu uma oportunidade de solução mais sofisticada”

lanos, por natureza, são as pessoas que têm essa sensibilidade de enxergar a oportunidade nos diferentes negócios. Chamam-nos os tais ‘bisneiros’, mas vemos isso desde as ruas até qualquer cantina que abre, onde as pessoas tendem a ser empresários e empreendedores. Mas isso é exactamente fruto originado desta sensação de empreendedorismo, desta sensação de ver que este é um bom ‘bussines’. Então, a principal mensagem que passamos ao cliente é o bom negócio. Esperamos alcançar boa qualidade, bons termos de pagamentos e bom preço. Esta é a origem do sucesso da trilha da Boa Vida. Sempre teve bons negócios? Não. A vida do empresário é sempre traçada pelas constantes provas de sucesso e insucessos. O que tem de passar um bom empresário em Angola? Para ser um empresário bem-sucedido em Angola você tem que ter uma alta resiliência, capacidade de tornar cada problema seu uma oportunidade de solução mais sofisticada. Vivemos diariamente problemas de complexidade e carácter diferente, seja em termos sociais, políticos, financeiros, fiscais. Quais são estes problemas políticos, sociais e fiscais que têm vivido? Angola está na posição 185º entre os 193 países em termos de condições de facilitação de negócios, isto é quase no final. O nosso nível de burocracia e de formalidades necessárias para se desenvolver um negócio é muito alto. Evidentemente que o esforço do actual Executivo é muito alto no sentido de se facilitar as coisas, mas ainda temos uma herança do passado que nos impede, impossibilita, ou complica cada passo.

Qual é a herança a que se refere? É a herança do regime cessante. A herança de um país burocratizado que depende de muitas autorizações e de muitas assinaturas, muitas canetas. Que tipo de canetas? São as canetas dos dirigentes. Vou simplificar: fazendo comparação com qualquer país do Leste da Europa, por exemplo daquele donde vim, o país se desenvolve quando se desenvolve o empreendedorismo e abre a possibilidade de cada um de nós ter uma padaria ou um quiosque. Para se fazer isso, o Estado é obrigado a criar condições facilitadoras. Portanto, nos países do Leste que surgiram do regime comunista, igual ou similar com o que se viveu em Angola, os passos foram dados nos primeiros 10 anos, onde, exactamente, abriu-se o mercado para micro e pequenos

“O meu mote diário é seguindo o evolucionista Darwin: ‘não vai sobreviver o ser mais inteligente, mas sim aquele que se adaptar mais rápido”

empreendedores. Por mais dificuldades que tivessem, eles teriam suporte na realização do seu negócio. Em Angola, este desafio ainda está à frente de nós, ainda estamos a lutar para criar uma legislação favorável que pudesse te dar uma possibilidade caso quisesses abrir uma agência de publicidade ou de fotografia. Estas macroestruturas devem ser proporcionadas pelo Estado para se ter uma facilidade no sentido de em um dia ou numa semana se poder abrir uma empresa. Ainda estamos a lutar na burocracia e na formalização dos processos. Isso desincentiva tanto os pequenos empresários como os empresários de grande porte, como os dos Estados Unidos ou da Europa. Quando eles chegam aqui em Angola enfrentam estas formalidades e dificuldades. Apesar destes problemas que apresenta, é o presidente do Conselho de Administração de uma empresa com quatro mil trabalhadores, em quase metade de Angola e está presente em 11 países (...) Como conseguiu alcançar isso vivendo e enfrentando os problemas que enumerou? O meu mote diário é seguindo o evolucionista Darwin: ‘não vai sobreviver o ser mais inteligente, mas sim aquele que se adaptar mais rápido’. Diante de qualquer dificuldade, nós temos uma mudança diária política de Angola e no mundo de uma forma geral. Perante este cenário, tens que ter

uma adaptabilidade, uma grande capacidade de adaptação imediata. Em cada problema, por exemplo, não há divisas, não há dólares, não tem isso e aquilo, você pode proporcionar uma solução muito mais sofisticada. Hoje penso que a origem da andança do Boa Vida, como grupo empresarial, é o formato como transmitimos e incutimos nos nossos trabalhadores, é que todos os dias irão encontrar problemas, mas não nos apresentem estes problemas. Venham com soluções, porque problemas todos nós temos. A diferença consiste na forma como você vai enxergar estes problemas: como um problema que te vai impedir ou como uma oportunidade de uma solução mais sofisticada. Nós, como grupo Boa Vida, como empresa ou como todos os trabalhadores, cada problema enxergamos como apenas uma oportunidade de uma solução muito mais sofisticada. É esta adaptabilidade que nos permitiu trilhar o caminho para podermos todo o mês sobreviver, pagar salários, progredir, crescer, enxergar outras oportunidades e desenvolver outros negócios. Regressando aos problemas que aponta para os empresários, chega-se à conclusão que ninguém está a viver uma boa vida, mas ainda assim escolheu o nome Boa Vida para o grupo empresarial que lidera. Quais foram as razões desta escolha? É uma pergunta interessante. Muito obrigado. Eu acho que, no fundo do coração, todos queremos boa vida para nós, nossas esposas e filhos. Todos queremos uma boa vida. E acompanhando o desenvolvimento da Nação nos últimos 25 anos, um quarto de século, de uma conjuntura política, dificuldades da guerra civil, sempre sonhei proporcionar condições de orgulho nacional. Que não seja só o Algarve, Dubai e outros lugares bonitos lá fora, mas que tenhamos aqui dentro do país condições de que nos podemos orgulhar. Dizer que ‘nós também temos boa vida’. Lugares bons para nós, nossos filhos, sem nos preocuparmos se terão acidentes ou não, mas vão ter parques e as mesmas coisas que conhecemos lá fora. A origem do nome ‘Boavida’ foi na busca da demanda nossa, minha e do meu irmão, onde nós pudéssemos criar em Angola alguma coisa de que tenhamos orgulho. Quando vamos lá fora compartilhar com os nossos familiares, colegas ou amigos, também mostrar que temos coisas boas em Angola. Por exemplo, Luanda não é só trânsito e poeira, também temos coisas bonitas.


22

GRANDE ENTREVISTA Quais são as grandes apostas do Grupo Boa Vida? O nosso grande sonho é ampliar este grande conceito e criar a chamada ‘Cidade Boavida’. Portanto, esta urbanização já tem uma segunda fase, que se chama Cidade Boavida, que vai ser ampliada em mais três mil unidades e 1500 apartamentos. Vai ter um formato autónomo, de quase um distrito, em que as pessoas vão ter total autonomia e independência. Isso é o nosso negócio. O que sabemos fazer, fazemo-lo, melhorando todos os dias. Mas, evidentemente, o nosso grande sonho é impactar as vidas humanas. Portanto, respondemos ao apelo do Executivo para diversificar, razão que nos levou para outros campos, como a agricultura e a indústria. São campos que acreditamos que têm grande sustentabilidade a longo prazo para Angola, porque dependemos muito ainda da importação, mas temos um consumo interno muito grande. A nossa aposta na agricultura é no sentido de criar condições de produção interna para tornar o país menos dependente

‘A Build Angola foi uma burla estruturada’ Apesar da diversificação no grupo, nota-se que estão mais virados para o mercado imobiliário. Havia muita especulação neste sector? Evidentemente. Na época em que havia uma grande abundância de dinheiro, qualquer negócio vingava. Qualquer casa, condomínio ou prédio era vendido. Hoje, esta especulação foi cortada, porque apenas vende a qualidade e o preço justo. Na época da especulação você pagava qualquer dinheiro a qualquer produto, onde um I10 podias pagar a 2 milhões ou até mesmo 20 milhões se tivesse jantes douradas, porque havia sempre alguém maluco para pagar. Hoje, isso não existe mais. O preço é regulado pela qualidade e a sensação de justiça no preço. O cliente só paga se tiver certeza de que é um bom produto e com preço justo. E esta é a marca da Boa Vida. As nossas casas não são baratas. Quanto custam as casas construídas pelo grupo que lidera? Temos casas que vão a partir dos 35 e 40 milhões de Kwanzas, que é muito dinheiro. A mais cara vai estar muito acima dos 200 milhões de Kwanzas. É muito dinheiro, mas quando perceber a qualidade, entrar, ver o tamanho

do lote, a infra-estrutura vai notar que é pouco dinheiro tendo em conta o que vai receber. É um preço que consideramos ajustado, porque dá esta sensação de contrapartida. As pessoas que escolhem as casas construídas pelo vosso grupo têm a certeza de que terão mesmo uma boa vida ou depois terão as casas já com rachaduras e uma série de deficiências? Em todas as partes de infra-estruturas nós esperamos que sejam feitas com maior e melhor experiência que acautelamos ao longo dos 25 anos. Posso garantir que quanto à infra-estrutura, a Boa Vida está preparada para qualquer chuva. Nenhuma nos vai surpreender. Mas, a construção civil tem essa característica de nem tudo ir para a perfeição, porque podem surgir casas com alguns defeitos e até rachaduras. Temos consciência disso, mas temos equipas para remediar eventuais falhas. Tanto que é com a maior das tranquilidades que damos aos nossos clientes cinco anos de garantia. Vivemos num país em que mais de metade das pessoas são pobres. Não têm 30 milhões, mas ainda assim querem ter uma ca-

sa condigna para viver. Estas pessoas não constituem um nicho de mercado para o Grupo Boa Vida? Nos últimos meses nos temos focado na análise sobre como proporcionar uma casa digna às pessoas que têm menos capacidade de aquisição. Surgiu uma ideia e em parceria com o Governo estamos a desenvolver um formato onde podemos proporcionar as casas dignas para a população que tem pouco capital. Surge no âmbito de um projecto chamado ‘Casa Digna’ para restituir a dignidade das

“A Build Angola foi uma burla estruturada pelos estrangeiros aqui no nosso país. Nunca houve propósito de se finalizar estes projectos. Vieram com o propósito de abater mesmo o dinheiro”

O PAÍS Sexta-feira , 12 de Julho de 2019

da importação e que têm mercado interno. Do outro lado, no que concerne à indústria, temos ainda grande carência nas infra-estruturas, não só na parte habitacional, como na rodoviária e na electrificação do país. Estamos a preparar toda a nossa estratégia empresarial ligada às indústrias de construção civil e transformadoras. Quais são as apostas na agricultura e na indústria? Na indústria, por exemplo, o nosso objectivo é tornar real e construir a fábrica de tractores em Angola. Pensamos que o futuro da agricultura em Angola depende da industrialização do sector. Portanto, uma unidade fabril que pode proporcionar equipamentos, no nosso entender vai garantir uma alta velocidade do desenvolvimento do sector agrícola. Nós pensamos nas dificuldades que a gente tem a enfrentar o sector agrícola, para poder dar estas condições não só para o grupo Boavida, mas para o país no seu todo. Na sequência disso, temos um conjunto de terras onde já cultivamos frutas e outras espessoas. Penso que até ao final do ano vamos ter condições de lançar isso oficialmente. Tem a ver propriamente com o conceito de autoconstrução, onde as próprias pessoas contribuem e participam neste processo ao longo dos anos, cruzando com o formato de uma caixa com uma espécie de renda resolúvel, em que a pessoa mensalmente deposita um valor para sustentar a construção desta casa. Quanto deverá custa uma casa destas no âmbito do projecto ‘Casa Digna’? Entre 10 a 15 milhões de Kwanzas. É um valor razoável? Nós pensamos que a pessoa que ganha 100 ou 150 mil Kwanzas em cinco anos consegue se desenvolver. Este programa parte do princípio de que acreditamos no potencial de desenvolvimento humano, porque se hoje ganha 100 mil, pensamos que pode ser capacitada e daqui a cinco anos ganhar 200 ou 300 mil. E assim contribuir mais. Isso não é nenhuma novidade, porque buscamos estes exemplos dos Estados Unidos, Vietname e Brasil. Eram países em desenvolvimento e apostaram na educação humana. Eles ergueram-se fruto de uma aposta na educação. Hoje ganhas 100 mil, mas nada te impede de daqui a cinco anos ganhares 500 mil. Depende de ti e da tua automotivação. Eu quero ter mais, por isso tenho que me tornar mais.

pécies. Mas pensamos massificar aquilo que vai ser a fonte energética para a produção de proteínas no país, nomeadamente soja, milho e outros grãos de uma forma geral. É a base de alimentação das pessoas e também para a produção das carnes. Importa também dizer que já temos cimenteiras e siderúrgicas que nos próximos 20 ou 30 anos vão permitir o acesso aos produtos básicos. Mas, para a produção civil, estamos a falar da electrificação do país, água para todos e as próprias residências, o que precisamos são as pequenas indústrias que vão garantir os acabamentos. De facto, até hoje não conseguimos realizar isso como país. Abrimos uma fábrica de tintas, esferovite, tintas e janelas com algumas unidades, mas pensamos ir mais longe, por exemplo, uma fábrica de mosaicos. Estamos a falar de fábricas que permitam tornar a produção das casas e a construção das habitações de uma forma independente da importação. Uma informação do Grupo Boavida indica que têm 400 milhões Durante a conversa não menciona os nomes das outras empresas que actuam no sector imobiliário. Mas tivemos o caso da Build Angola e agora o da Jefran. Qual é a diferença entre os projectos que vocês apresentam e os dos vossos principais concorrentes? A Build Angola é a do Pelé? Sim. Foi do Pelé. O que se passou? A Build Angola foi uma burla estruturada pelos estrangeiros aqui no nosso país. Nunca houve propósito de se finalizar estes projectos. Vieram com o propósito de abater mesmo o dinheiro, ao contrário do caso da Jefran, onde houve uma morosidade excessiva na entrega e gerou uma frustração grande. Eu percebo do mercado da construção civil e, fruto das circunstâncias difíceis do mercado, terá havido uma quebra de planeamento da Jefran, mas nunca houve uma má intenção de não entrega das residências. Houve um atraso maior do que se esperava, o que gerou frustração e chegou-se ao estado em que está. Mas tenho a certeza de que se as circunstâncias e as autoridades permitirem, ele vai acabar todos os projectos. Vive numa casa construída pelas suas empresas? Evidentemente.


O PAÍS Sexta-feira , 12 de Julho de 2019

de dólares investidos e outros que pretendem recuperar. São os montantes envolvidos em todos os projectos? Não. Os números que você percebeu estão ligados aos investimentos feitos para retorno na Urbanização Boa Vida e torná-la realidade como vê hoje. Efectivamente, você tinha que aplicar um valor para construir este monstro que pode enxergar hoje. O capital próprio é uma cifra que depende do investimento de cada grupo. Depende não só da aplicação dos sócios que controlam o grupo, mas também de toda alavancagem bancária. Hoje não temos só um plano, mas um conjunto de investimentos em curso que exigem de nós um esforço de investimento. Portanto, respondendo à sua pergunta, para se alavancar a cidade Boa Vida, que hoje ultrapassa os 2 milhões de metros quadrados, foram necessários mais de 400 milhões de dólares. O que representa a crise económica para o Grupo Boavida? Uma grande oportunidade. A crise económica de Angola provocou a fuga dos empresários oportunistas. Fez sair do mercado os gastadores e fez com que ficassem os gestores. Essa crise económica, por mais que seja muito dolorosa para nós, porque todos os dias quando vamos aos mercados e armazéns vemos os preços a duplicarem ou triplicarem, ela fez muito bem para regular o funcionamento dos empresários em Angola. A modalidade que funcionava antes, quando o dólar ainda era capim, as pessoas não percebiam o valor da moeda, porque estava em abundância. O dólar já foi capim em Angola? Sim, o dólar já foi capim. Tínhamos um outro formato de funcionamento dos empresários e de uma forma geral dos empreendedores. Hoje é um capítulo completamente diferente que exige de todos nós uma atitude e uma postura diferenciada. Muito mais cauteloso no planeamento, nos gastos,tanto familiares quanto empresariais. Então, temos que mudar esta atitude. Por isso, digo que a crise trouxe disciplina, exigência no planeamento e muito mais critério na escolha dos empresários. Hoje não temos tempo de errar, porque temos um país que precisamos de salvar. As eleições aproximam-se, será daqui a três anos, e precisamos de mostrar projectos concretos para serem realizados. Não há tempo para erros nem para desperdiçar. A crise trouxe essa peneira entre os gastadores e gestores.

23

‘O MPLA tem o maior capital intelectual deste país’ Como é que surgiu a sua inclinação política aqui em Angola? Todos surgimos com algum propósito dado por Deus. Sou uma pessoa crente e com grande fé na capacidade de mudança humana. Que as pessoas conseguem evoluir e aprender. A minha trilha política tem um único propósito: ter maior força para poder melhorar a vida humana. O objectivo é poder ajudar o maior número de pessoas a ter uma boa vida. Eu penso que o MPLA é um partido que não é perfeito, como qualquer outro partido no mundo. O que o levou a escolher o MPLA e não um outro partido em Angola? O MPLA tem o maior capital intelectual deste país. É o partido com maior força intelectual e com base nisso é o maior alicerce para poder construir um futuro de longo prazo para Angola. Onde todos os erros já foram cometidos, evidentemente, mas não vale a pena continuar a olhar para o retrovisor. Também não se conduz sem saber quem vem atrás, ou não? Evidentemente. Mas você tem que manter esta proporção, entre o que espreitas no retrovisor, mas não focas. Mas tens que te concentrar no que vai acontecer no futuro. Como foi que as pessoas encararam um angolano de origem polaca a pretender entrar no MPLA? Gerou um grande constrangimento e até hoje uma discussão muito ampla, mas as pessoas que me conhecem de perto sabem que Angola sempre foi minha por livre e espontânea escolha. É o país onde desenvolvo os meus negócios e também escolhi família. A minha esposa é angolana. Gerou constrangimento sim, mas as pessoas aos poucos perceberam que tanto os Estados Unidos, Brasil, foram feitos fruto da partilha do conhecimento e das diferentes nações que se juntaram. O que ouvia quando manifestou o interesse em se filiar no MPLA? Ouvi coisas como a seguinte; ‘você, pula, vieste não sei de onde, o que pretendes? Agora não, mais tarde’. Houve muitos constrangimentos. Mas para mim, como lhe disse, cada problema é uma oportunidade, só queria fazer a minha parte e ajudar as pessoas. Fui ajudando como empresário em diferentes acções sociais que a gente vai desenvolvendo, mas quero

também – e porque tenho capacidade- ajudar também como político. Como pessoa que tenha uma influência maior para tornar a vida dos angolanos mais leve. Portanto, sempre disse às pessoas que me desaconselhavam que esperassem para ver. Não sou uma pessoa que goste apenas de falar, gosto de fazer. Se avaliarem as minhas acções como negativas, ok vou recuar, mas se trouxer alguma mais-valia, então deixem os actos falarem por mim. Como é dirigir o Comité de Acção do Partido MPLA numa localidade? É uma experiência nova para mim, mas as pessoas têm esta empolgação de ter uma expectativa maior. Se no campo empresarial conseguimos fazer o que fizemos, provavelmente na trilha política pode ser que tenhamos ambições maiores. O que significa melhorar a vida dos integrantes. Pretende concorrer às autarquias? Não. Eu sou o primeiro-secretário do CAP e sou apologista de que à direcção do partido cabe a decisão de indicar as pessoas que se encaixem melhor na estratégia do presidente do MPLA. É ele que deve escolher as pessoas que efectivamente possam contribuir na gestão do país. Se o partido achar que eu represento algumas qualidades que possam ser aproveitadas, estou à disposição do partido. Mas não cabe a mim. Como está o país politicamente e sobretudo as alterações que ocorrem nos últimos dois anos? Por mais que tenhamos a situação económica vulnerável, penso que do ponto de vista político o país está a passar uma fase muito boa. O actual Presidente da República indicou um caminho anti-corrupção e de se elevar a credibilidade internacional de Angola. Isso significa investimento estrangeiro e é o que o nosso país necessita neste momento. Isto se pode perceber pelo interesse dos países da Europa, da América e da Ásia em quererem investir em Angola. Por mais que tenha uma posição menos favorável do ponto de vista económico, ela hoje é objecto de aposta de várias potências internacionais. O que é fruto desta mudança política e das atitudes do Presidente do país e do MPLA.

Acha que tem havido uma má interpretação das posições defendidas pelo Presidente João Lourenço ou há necessidade de se esperar um bocadinho, embora exista fome, desemprego e uma série de problemas por se resolver? Eu penso que a implementação das políticas macroeconómicas e o seu impacto directo na vida da população exige uma paciência de longo prazo. Evidentemente, os empresários mantêm este diálogo aberto com o Executivo para melhorar, criar mais emprego, saúde e educação. Pensamos que existe este espaço de melhoria. O Executivo está aberto para receber estes imputs, como vimos no caso IVA e noutros assuntos. Do ponto de vista político, as linhas macroeconómicas são traçadas e exigem de nós uma paciência extraordinária. O repatriamento de capitais é uma boa acção desenvolvida pelo Executivo de João Lourenço? É boa. Hoje o país luta pela sua sobrevivência. Todas as pessoas que se beneficiaram do sistema como ele funcionava, elas têm a obrigação de retribuir aquilo que elas receberam do país na sua proporção. Vai dar 20, 50 ou 80 por cento. Estamos a falar da vida de 30 milhões de angolanos em detrimento de algumas centenas ou um pequeno nicho que levou a grande fatia do bolo. A tentativa de repatriar estes capitais foi uma medida política correcta. Qual é a imagem que tem do exPresidente José Eduardo dos Santos? O Presidente cessante consolidou uma Nação. Como podemos compreender, em muitos países da

SADC existem grandes complexidades sociais e raciais. O Presidente José Eduardo dos Santos conseguiu consolidar uma Nação, porque temos aqui várias tribos, regiões, línguas nacionais, mas mesmo assim conseguiu cimentar uma Nação. Somos todos angolanos. Fez-me sentir angolano apesar de eu ter nascido na Polónia. Hoje faço parte e sinto-me como integrante desta Nação. É uma grande valia e alicerce para a construção de um grande país que temos pela frente. Erros foram cometidos, porque todos estávamos numa trilha de aprendizagem. Uns beneficiaram mais e outros menos, mas a Nação foi consolidada. Eu tenho plena certeza de que estes alicerces que foram feitos exactamente pelo Presidente cessante tiveram o propósito de tornar Angola um grande país. Então, por mais erros que tenham sido cometidos, o balanço é positivo. Como vê Angola daqui a cinco anos? Eu vejo Angola nos próximos cinco, 10, 15 ou 20 anos como pivot da SADC. Um país com um maior potencial, porque temos um país grande com muita água e terras boas. Não podemos nos esquecer que dentro de oito anos teremos na terra mais um bilião de pessoas. Essas pessoas vão precisar de comer. Daqui a 18 anos mais dois biliões. E nós temos condições para esta agricultura do futuro. É uma época que se avizinha para o póspetróleo. Portanto, Angola, por força das circunstâncias e generosidade de Deus, foi feita com muitos minerais, terras e água que dão esta sustentabilidade de longo prazo.


MUNDO

24

O PAÍS Sexta-feira , 12 de Julho de 2019

Merkel quebra protocolo ao receber primeiraministra da Dinamarca após tremores

DR

A chanceler alemã, Angela Merkel, recebeu sentada a primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, nesta Quinta-feira, um dia após apresentar novos tremores enquanto estava de pé noutra cerimónia oficial

F

rederiksen sentouse ao lado de Merkel durante a cerimónia de recepção com honras militares num dia quente de Berlim, antes de as duas caminharem em direcção ao gabinete da chanceler. Merkel sorria, sem demonstrar sinais de tremores. Após receber o primeiro-ministro da Finlândia, Antti Rinne, na Quarta-feira, Merkel disse que estava a “lidar” com a questão dos tremores que ocorreram

pela primeira vez em meados de Junho, mas insistiu que estava bem e “assim como isso aconteceu, um dia irá desaparecer”. A chanceler, de 64 anos, ocupa o cargo desde 2005 e não apresenta histórico de problemas graves de saúde. O seu gabinete não forneceu explicações para os episódios. Na Quarta-feira, ela não deu detalhes sobre quaisquer recomendações ou tratamentos médicos. Especialistas minimizaram as especulações sobre os tremores,

dizendo que há múltiplas causas possíveis. Merkel é reconhecida pela sua ética e tem a reputação de superar outros líderes nas cimeiras da UE com a sua capacidade de se concentrar nos detalhes de discussões complexas no meio da noite. Em Novembro de 2016, quando anunciado que tentaria um quarto mandato como chanceler, Merkel disse que era “uma decisão não só para uma campanha eleitoral, mas sobre os próximos quatro anos (...) se a saúde permitir isso”.

Reino Unido diz que Irão tentou bloquear navio-petroleiro britânico Três embarcações iranianas tentaram impedir a passagem de um navio-tanque da petrolífera britânica BP pelo Estreito de Hormuz, mas recuaram depois de alertas de um navio de guerra do Reino Unido, disse o Governo britânico nesta Quinta-feira

O

impasse ocorreu após um alerta do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que as sanções norte-americanas ao Irão aumentarão “substancialmente”, como parte do empenho dos EUA para conter as actividades nucleares iranianas e o comportamento da República Islâmica na região. O Reino Unido exortou o Irão a “apaziguar a situação na região” depois do incidente envolvendo o navio-petroleiro British Heritage, que é operado pela BP e navega

com bandeira da Ilha de Man. “O HMS foi forçado a posicionarse entre as embarcações iranianas

e o British Heritage e fazer alertas verbais às embarcações iranianas, que então se desviaram”, disse um porta-voz do Governo britânico num comunicado. O incidente ocorreu quase uma semana depois de fuzileiros navais britânicos abordarem um navio-petroleiro do Irão, o Grace 1, no litoral de Gibraltar na semana passada e o confiscarem devido à suspeita de que violava sanções da União Europeia transportando petróleo à Síria. O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irão, general Mohammad Bagheri, disse que a apreensão britânica não ficará sem resposta, mas a República Islâmica negou ter tentado deter o British Heritage.

Irão nega tentar deter petroleiro britânico no golfo Pérsico a imprensa local. A agência de notícias Fars comunicou que a Guarda Revolucionária negou os relatos de que barcos-patrulha seus teriam tentado parar o petroleiro britânico no estreito de Ormuz.

O

Irão rejeitou as alegações de que militares iranianos teriam tentado parar um petroleiro britânico no Golfo Pérsico nesta Quinta-feira (11), informa

Tensões exacerbadas Ao comentar o incidente, o presidente do Irão, Hassan Rouhani, zombou do Reino Unido dizendo que os navios britânicos não precisariam ser escoltados pela Marinha

Real se a Grã-Bretanha não tivesse colocado em risco na segurança da navegação ao apreender recentemente um navio-tanque iraniano. As tensões entre Teerão e Londres aumentaram, recentemente, depois de o Governo do território britânico ultramarino de Gibraltar deter um petroleiro iraniano supostamente carregado de petróleo para a Síria e alegou que Teerão havia violado as sanções da União Europeia

contra Damasco.

Polícia lança gás lacrimogêneo contra manifestantes xiitas na capital nigeriana

A

Polícia disparou gás lacrimogêneo contra um grupo xiita em protesto na cidade de Abuja, capital da Nigéria, disse uma testemunha em entrevista à Reuters, na Quinta-feira.

Centenas de pessoas reuniram-se para exigir a libertação do seu líder dois dias depois de confrontos com a Polícia terem deixado pelo menos dois mortos e 40 manifestantes sob custódia policial.

Importante novo embaixador nos EUA é a melhor pessoa para o relacionamento de longo prazo

O

novo embaixador da Grã-Bretanha nos Estados Unidos deve ser a melhor pessoa para os interesses de longo prazo do relacionamento entre os dois países, disse na Quinta-feira o ministro do Exterior, Alan Duncan. O embaixador da Grã-Bretanha em Washington renunciou na passada Quarta-feira após dias de críticas de Donald Trump na sequência de um vazamento de memorandos confidenciais em que Kim Darroch descreveu a administração dos

EUA como inepta. “É muito importante que nomeamos um novo embaixador da maneira correcta, de modo que recebamos a melhor pessoa indicada da melhor maneira possível para os interesses de longo prazo do Reino Unido e da nossa relação com os EUA”, disse Duncan ao parlamento. Duncan disse que o embaixador seria indicado pelo primeiro-ministro, mas não sabia qual seria o cronograma. A primeira-ministra Theresa May está em funções até que o sucessor seja anunciado a 23 de Julho.


ACTUAL

O PAÍS Sexta-feira , 12 de Julho de 2019

DR

EUA sancionam agência de contrainteligência da venezuela após morte de capitão da Marinha

“O mundo precisa saber o que está acontecendo com tantas crianças”

Mãe de criança que morreu num centro para imigrantes fala ao Congresso dos EUA Yazmín Juárez, uma guatemalteca que em

2018 perdeu a sua filha quando estava detida num centro para imigrantes nos Estados Unidos, denunciou nesta Quarta-feira ao Congresso americano a “crueldade” dos locais de detenção

A

ntes da audiência na Comissão pelos Direitos Civis da Câmara dos Representantes intitulada “Crianças em jaulas”, Juárez declarou à imprensa que espera “conseguir uma mudança, fazer a diferença ao revelar o que acontece nos centros de detenção do ICE (Serviço de Imigração), a crueldade com que tratam as crianças, algo extremamente injusto”. Juárez contou que chegou aos Estados Unidos porque temia pela sua vida na Guatemala e após cruzar a fronteira fez um pedido de asilo, sendo levada a um centro de detenção no qual a sua filha de 19 meses, doente por ficar numa “cela fria”, morreu por falta de assistência médica. “Quando o ICE finalmente nos soltou, levei Mariee imediatamente ao médico”, mas já era muito tarde e a criança morreu seis semanas depois, contou Yazmín. Perante a comissão, Juárez disse que “o mundo precisa de saber o que está a acontecer com tantas crianças”. “Vi a minha filha morrer lenta e dolorosamente meses

antes do seu segundo aniversário”, contou Juárez. Ela relatou que ficou presa numa cela com mais de 30 pessoas a dormirem no chão e afirmou que nestes centros as pessoas são tratadas “como se fossem animais”. Juárez apresentou uma acção contra o Governo dos Estados Unidos pedindo 60 milhões de dólares pela morte da sua filha. O presidente do Comité de Supervisão da Câmara, o democrata Elijah E. Cummings, afirmou que o “Governo patrocina abusos de menores em grande escala”. O presidente da Liga de Congressistas Hispânicos, Joaquín Castro, pediu uma maior “prestação de contas” sobre estes incidentes e que a longo prazo se estabeleça um “Plano Marshall” para as Honduras, El Salvador e Guatemala, a exemplo do conjunto de investimentos feito na Europa após a Segunda Guerra Mundial. Na Segunda-feira, a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, se disse “profundamente chocada” com as condições de detenção dos imigrantes ilegais nos Estados Unidos.

O

s Estados Unidos impuseram sanções nesta Quinta-feira contra a agência de contra-inteligência militar da Venezuela após a morte de um capitão da Marinha sob sua custódia alegadamente por tortura. O Tesouro dos EUA disse no seu site que sancionou a Directoria Geral de Contra-Inteligência Militar, mas não deu outros detalhes. O Governo do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, confirmou a morte de Rafael Acosta em 29 de Junho. Acosta foi detido oito dias antes por suposta participação num plano de golpe. Organizações de direitos humanos e líderes políticos acusaram o Governo Maduro de torturar Acosta até à morte e de se recusar a esclarecer as circunstâncias.

Trump diz que “China está a nos decepcionar” sobre compra de produtos dos EUA

O

Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, disse nesta Quinta-feira que a China não está a cumprir as promessas feitas sobre a compra de produtos agrícolas de produtores norte-americanos, enquanto as duas maiores economias do mundo trabalham para resolver uma disputa comercial. “O México está a ir muito bem sobre a fronteira, mas a China está a nos decepcionar, porque não comprou os produtos agrícolas dos nossos grandes produtores como disseram que fariam. Espero que eles comecem em breve!”, disse Trump no Twitter.

25

Temporal violento mata 6 estrangeiros em praias do Norte da Grécia Uma tempestade violenta de curta duração matou seis estrangeiros, incluindo duas crianças, além de deixar mais de 100 pessoas feridas, após atingir o Norte da Grécia durante a madrugada, derrubando árvores e arrancando telhados

T

estemunhas relataram que a tempestade chegou e passou em questão de minutos. Ventos de mais de 100 Km/h foram relatados na península de Halkidiki, popular entre turistas no verão europeu. Dois turistas checos idosos morreram quando os ventos e a chuva viraram o seu trailer, informou a Polícia. Uma mulher e um menino de 8 anos, da Roménia, morreram quando um tecto desabou num restaurante do resort litorâneo de Nea Plagia. Um homem e um menino, ambos russos, morreram quando uma árvore caiu perto do seu hotel na cidade costeira de Potidea, disseram as autoridades. As ruas da área ficaram repletas de pinheiros derrubados e motos tombadas, tectos de madeira foram arrancados e lançados para as praias. Um correspondente da Reuters viu cadeiras de sol atiradas aos montes junto a outros destroços perto das praias de Nea Plagia. O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, cujo Governo tomou posse nesta semana depois de vencer as eleições de 7 de Julho, cancelou a sua

agenda matinal para a ser actualizada continuamente, disse um funcionário do Governo. Presente no local do desastre, o ministro da Defesa Civil, Mihalis Chrisochoidis, disse que a Grécia está a chorar a perda de vidas, acrescentando: “Nos próximos dias todos os danos serão reparados”. Tempestades tão severas são incomuns na Grécia, onde os verões costumam ser quentes e secos. Mas a tragédia trouxe lembranças de um incêndio florestal ocorrido quase um ano atrás que atravessou o resort de Mati quase sem aviso, atiçado por ventos quentes, aprisionando muitos habitantes antes que eles pudessem fugir e matando 100 pessoas. “É a primeira vez na minha carreira de 25 anos que vivi algo assim”, disse Athansios Kaltsas, director do Centro Médico de Nea Moudania, onde muitos dos feridos foram tratados devido a fracturas, à televisão grega. “Foi muito abrupto, e muito repentino”. Kaltsas contou que os pacientes levados à clínica tinham entre 8 meses e mais de 70 anos de idade. Alguns tinham ferimentos na cabeça causados por árvores. DR


26

Sexta-feira , 12 de Julho de 2019

DUELO DE GIGANTES NAS MEIAS-FINAIS

Jogos do dia

Fechados os quartos-de-final do CAN 2019 no Egipto, as selecções apuradas para as meias-finais aproveitam hoje a pausa para corrigir algumas falhas. Tunísia e Senegal batem-se no Domingo

Nigéria / Argélia Dia 14 17:00

Tunísia / Senegal Dia 14 20:00

DR

Argélia “despacha” Cote d’Ivoire da festa

A

Argélia apurouse ontem para as meias-finais do CAN que decorre no Egipto desde o dia 23 de Junho. Os argelinos bateram a Cote d’Ivoire por 4-3 na marca das grandes penalidades, sendo que

Sebastião Félix

A

s meias-finais do CAN 2019, que decorre no Egipto, inscrevem o embate entre a Tunísia e o Senegal. Um jogo com resultado imprevísivel, tendo em conta o históri-

co e a capacidade técnica que cada formação carrega. Os tunisinos, mesmo respeitando o adversário, só pensam em carimbar o passe para a final da festa da bola. Por isso, aproveitam a pausa para aprimorar alguns aspectos defensivos, uma vez que os senegaleses têm atletas muito fortes no sector mais avançado. Ontem, os tunisinos deixaram para trás Madagáscar, selecção

que “tombou” gigantes neste CAN 2019. Os malgaxes perderam por três bolas a zero, numa partida em que os tunisinos foram superiores. Por sua vez, o Senegal eliminou o Benin. Venceu por uma bola a zero com golo de Sadio Mané, atleta que pretende ficar no Cairo até ao dia 20 do corrente mês, segundo a imprensa desportiva do seu país.

Pausa depois dos quartos no Cairo DR

O

s quartos-definal do CAN do Egipto encerraram ontem e já são conhecidas as selecções apuradas. Por este facto, a organização do certame observa hoje a segunda pausa na prova. Nigéria e Argélia vão bater-se no Domingo para as meias-fi nais, logo, aproveitam o momento para corrigir algumas falhas. Os argelinos, por terem ido ao prolongamento

frente a Cote d’Ivoire, recuperam fisicamente hoje, tendo em conta que o adversário é um osso duro de roer. A Tunísia, que deixou pelo caminho Madagáscar, também aproveita a pausa para estudar melhor o adversário, o Senegal. Os senegaleses estão motivados e querem ultrapassar os tunisinos, aliás o craque Sadio Mané fez essas declarações depois do jogo com o Benin, venceram por uma bola a zero.

durante os noventa minutos empataram a uma bola. Com este triunfo, os argelinos estão mais próximos de chegar à final, mas sabem que não tem sido fácil. Os adversários continuam a surpreender, sobretudo aquelas selecções que se estreiam na prova. Aos ivoirenses resta apenas regressar à casa e pensar numa selecção do futuro, porque algumas estrelas já não cintilam. Voltando ao jogo, os argelinos marcaram primeiro, por intermédio de Feghouli, aos 20 minutos. Os ivoirenses reagiram, mas sem sucesso, porque o adversário estava melhor no seu jogo defensivo e ofensivo. No reatamento da partida, o adversário entrou mais ousado no ataque e conseguia colocar os argelinos no seu reduto defensivo, pelo que aos 62 minutos Feghouli empatou o desafio.

Lista dos melhores marcadores continua “rija”

A

lista dos melhores do CAN 2019 que decorre no Egipto continua renhida. Até cair o pano sobre a prova no dia 19 do corrente mês, os artilheiros não chegarão aos oito golos. As defesas continuam a ser regulares e a sofrerem poucos golos. Por este facto, Sadio Mané do Senegal, Odion Ighalo da Nigéria, Adam Ounas da Argélia e Cédric Bakambu da RD Congo são os internacionais

com três golos cada. O atleta congolês já não está em prova, por isso a vantagem recai para aqueles que ainda estão no palco da competição.


O PAÍS Sexta-feira , 12 de Julho de 2019

27 CARLOS AUGUSTO

Cuando Cubango FC prepara nova época futebolística O Cuando Cubango FC está a preparar a nova temporada do Girabola Zap, versão 2019/2020, na cidade do Cuito, província do Bié. O anúncio foi comunicado ontem a OPAÍS pelo treinador daquela formação, Albano César. Segundo o treiandor, o clube vai realizar em breve quatro jogos de controlo na província de Benguela e Huíla, para aprimorar os fundamentos técnicos e tácticos dos jogadores. Albano César contou a este diário que a equipa que orienta já garantiu 13 reforços. O treinador, que assumiu a equipa na última edição do Girabola Zap, preferiu não avan-

çar nomes, mas garantiu que os atletas têm qualidade, pelo que serão uma mais-valia para o Cuando Cubango FC. Albano César referiu igualmente que alguns jogadores da classe dos juniores ascenderam à equipa principal. “Creio que são bons jogadores, uma vez que têm qualidade. Contratamos treze jogadores. Temos alguns jogadores da classe dos juniores que subiram para a equipa principal”, disse Albano César. O Cuando Cubango FC estreia-se na maior montra do futebol nacional diante do Ferrovia do Huambo.

Angola falha meias-finais no Mundial de hóquei em patins

1º de Agosto enfrenta Atlético Namibe na Cidadela Os comandados de Filipe Cruz defrontam hoje o Atlético do Namibe, no Pavilhão Principal da Cidadela, em partida a contar para a continuidade da primeira jornada da 41ª edição do Campeonato Nacional sénior masculino de andebol, às 16:00 Kiameso Pedro

A

s equipas seniores masculinas do 1º de Agosto e do Atlético do Namibe batem-se hoje no Pavilhão Principal da Cidadela, em Luanda, na sequência da primeira jornada da 41ª edição do Campeonato Nacional sénior masculino de andebol. Os militares, às ordens do técnico Filipe Cruz, são os favoritos, uma vez que reúnem experiência nas provas sob a égide da Federação Angolana de Andebol (FAAND). No seguimento da ronda, medem forças as equipas do Interclube e da Marinha de Guerra. O encontro entre aquelas agremiações joga-se, no mesmo Pavi-

lhão, às 18:00. A segunda jornada disputa-se amanhã, com o desafio que vai opor as equipas do Joyce de Cabinda e do Atlético do Namibe, às 8:30. A Marinha de Guerra vai en-

Os militares, às ordens do técnico Nelson Catito, são os favoritos, uma vez que reúnem experiência nas provas sob a égide da FAAND

frentar o Petro de Luanda, ao passo que o 1º de Agosto bate-se com o Interclube, à mesma hora. No Sábado, para a abertura da terceira jornada, na classe feminina, medem forças as formações do Grupo Desportivo Maculusso e a Marinha de Guerra, em jogo referente ao grupo A, às 8:30. Na outra partida, enfrentam-se as agremiações do 1º de Agosto B e do Atlético do Namibe, em jogo da série B, à mesma hora. No prosseguimento da jornada, o 1º de Agosto defronta o Electro do Lobito, em desafio referente à série B, às 17:00. O Petro de Luanda, por sua vez, vai jogar com a Casa do Pessoal do Porto do Lobito, em partida do grupo A. Neste embate, as tricolores são as favoritas, uma vez que venceram na abertura da competição.

A Selecção Nacional sénior masculina de hóquei em patins perdeu ontem a oportunidade de apurar-se para as meias-finais do Campeonato do Mundo da modalidade, que este ano está a decorrer na cidade de Barcelona, Espanha. Os comandados do técnico português, Fernando Fallé, perderam frente à Argentina por seis bolas sem resposta. Angola já perdia ao intervalo por três bolas a zero. O desafio entre ambas as selecções disputou-se, no Pavilhão Palau Blaugrana. Com este resultado, o cinco nacional vai disputar as clas-

sificativas para o quinto e oitavo lugares. Para chegar a esta fase, o combinado nacional venceu a selecção de Moçambique por seis bolas a uma, tendo terminado como o terceiro melhor classificado do grupo A. Assim, Angola joga hoje com o Chile.

Sub-17 conhece adversários do Mundial do Brasil A Selecção Nacional defutebol em sub-17 conheceu ontem os adversários com os quais vai medir forças na fase de grupos do Campeonato do Mundo que vai decorrer no Brasil de 26 de Outubro a 17 de Novembro próximos. Sendo assim, o combinado nacional angolano vai competir no grupo A, ao lado do país organizador, o Brasil, Canadá e Nova Zelândia. O sorteio da competição

realizou-se na sede da Federação Internacional de Futebol Associado (FIFA), em Zurique, Suíça. O combinado nacional angolano estreia-se na competição no dia 26 de Outubro, diante da Nova Zelândia, no Estádio Valmir Campelo Bezerra. O seleccioanador nacional, Pedro Gonçalves e o director executivo, Hugo Peixoto, estiveram presentes no sorteio.


CLASSIFICADOS emprego

28

O PAÍS Sexta-feira, 12 de Julho de 2019

imobiliário

diversos

ENCARREGADO EXECUTOR

Em acabamentos ˇ Pedreiro Canalizador Electricista Ladrilhador Tˇcnico de Frio Estucador Pintor e aplica Tecto Falso, Pladur e Sancas com gavetas Em acabamentos

ENCARREGADO EXECUTOR

Pedreiro OBS: DISPONÍVEL A NÍVELˇNACIONAL

Canalizador

Electricista Cont: 933 781 255

Ladrilhador Tˇcnico de Frio Estucador Pintor e aplica Tecto Falso, Pladur e Sancas com gavetas

OBS: DISPONÍVEL A NÍVEL NACIONAL

Cont: 933 781 255

J.L.F

CANALIZAÇÃO & PRESTAÇÃO DE SERVIÇO

Especialista em Servi�o de Canaliza��o Executamos Servi�o de Ponta com material de alta qualidade e durabilidade como: Material PPR, Multicamada, Galvanizado, Politileni e muito mais. Executamos: Tubagem Sistema de �gua Quente e Fria. Sistema de Gravidade em reservat�rio de �gua e combust�vel. Tamb�m fazemos manuten�ı es com Contrato em piscinas, Col�gio, & Escrit�rios, Unidades CANALIZAÇÃO PRESTAÇÃO DEIndustriais, SERVIÇO Hot�is, Restaurantes, Resid�ncia, Condom�nios como: desentupimos canos, eliminamos infiltra�ı es, montamos electrobomba com sistema de filtro, termo-acomulador, hidromassagem e Loi�a Sanit�ria. Especialista em Servi�o de Canaliza��o

J.L.F

Executamos Servi�o de Ponta com material de alta OBS: Disponível a nível Nacional qualidade e QUALIDADE durabilidade como: AOMaterial RAPIDEZ, E EFICÁCIA TRABALHO PPR, Multicamada, Galvanizado, Politileni e muito mais. Executamos: Tubagem Sistema de �gua Quente e Fria. Sistema de Gravidade em reservat�rio de �gua e combust�vel. Tamb�m fazemos manuten�ı es com Contrato em piscinas, Col�gio, Escrit�rios, Unidades Industriais, Hot�is, Restaurantes, Resid�ncia, Condom�nios como: desentupimos canos, eliminamos infiltra�ı es, montamos electrobomba com sistema de filtro, termo-acomulador, hidromassagem e Loi�a Sanit�ria.

Telef: 918 717 526

OBS: Disponível a nível Nacional

RAPIDEZ, QUALIDADE E EFICÁCIA AO TRABALHO

Telef: 918 717 526

ALUGA-SE Um espa• o com 24x24 no km-14/A com muro, quarteir‹ o F-6 lote S/N¼ em Viana. Contacto: 912 211 171


29

O PAÍS Sexta-feira, 12 de Julho de 2019

emprego

imobiliário

diversos

J.L.F

CANALIZA‚ Ì O & PRESTA‚ Ì O DE SERVI‚ O

Especialista em Serviço de Canalização Executamos Serviço de Ponta com material de alta qualidade e durabilidade como: Material PPR, Multicamada, Galvanizado, Politileni e muito mais. Executamos: Tubagem Sistema de água Quente e Fria. Sistema de Gravidade em reservatório de água e combustível. Também fazemos manutenções com Contrato em piscinas, Colégio, Escritórios, Unidades Industriais, Hotéis, Restaurantes, Residência, Condomínios como: desentupimos canos, eliminamos infiltrações, montamos electrobomba com sistema de filtro, termo-acomulador, hidromassagem e Loiça Sanitária. hidromassagem e Loiça Sanitária.

OBS: Disponível a nível Nacional OBS: Disponível a nível Nacional RAPIDEZ, QUALIDADE E EFICÁCIA AO TRABALHO RAPIDEZ, QUALIDADE E EFICÁCIA AO TRABALHO

Telef: 918 717 526 VENDE-SE 3 Residências, T4 cassenda a kz 57.000.000, no condomínio sussego t4 c/ piscina a kz: 36.000.000, No talatona t2 a kz 25.000.000 telef. 914819680

ENCARREGADO EXECUTOR Em acabamentos ƒ Pedreiro Canalizador Electricista Ladrilhador TŽ cnico de Frio Estucador Pintor e aplica Tecto Falso, Pladur e Sancas com gavetas OBS: DISPONê VEL A Nê VEL NACIONAL

Cont: 933 781 255

VENDA 5 casas T3 Zango 3 Akz 2.800.000. Moradia T4 Camama quintal para 2 carros 3.500.000. Vivenda T4 22 milhões J.do Éden. Negociar. Telf.923532124

ALUGA-SE Armazém pronto a entrar sito no Bairro Dengerreux, Talatona sem intermediários e negociado directamente como proprietário. contacto 922696457

FOTÓGRAFO discreto e sério para todo tipo de trabalho fotográfico, books, nudes, reportagens, festas, etc. Ligue e aproveite os preços: 928 816 383

VENDE-SE Hyundai Elantra, Toyota Fortuner, Hyundai Tucson, Grande I10 0KM, Hyundai Santa Fé. Telefone: 924915793. Aproveite preços de ocasião.

TEMOS os trajes académicos que você procura e merece. Becas, traje completo e todo tipo de acessórios. Ligue 937568061 ou Visite JustArrived no facebook.

ALUGA-SE uma casa de um Quarto, Sala e Cozinha sita no Bairro Patriota. Está a ser muito procurado porque não interessa intermediários. T: 937052129

IOGURTE caseiro feito a pensar no seu bem estar e natural como só você e sua família merece. Fale com a Cláudia e delicie-se. Ligue 923 624 545 e bom apetite.

SPA AFRO MILA esteticista manicure e pédicure, extensão de pestanas, emagrecimento, preparação de noivas, depilação, massagem e maquilhagem. T. 937038551

TEMOS para a sua disposição o seguinte: diaristas, empregadas Domésticas (internas), governantas baby sitter. Confiança e profissionalismo. T. 947421241

SERVIÇOS com missão de organizar a sua empresa na Contabilidade, Fiscalidade e RH. Somos Kustus, Lda, 947104139, 934887991, 912791252. Ligue.

TEMOS softwares para gestão de colégio Universidade, hospitais igrejas e farmácias. A tecnologia ao seu dispor T.9915633 41/934764898

ELDOURADO Centro de estética. Encontre aqui os produtos que vão deixar o seu cabelo lindo e invejável. Tel: 915 754 442 /940 952 192

VENDO Apto T3 4º andar, condomínio seguro água e luz 24/24 via Expresso próx.Patriota pronto a entrar 23milhões s/intermediários e a discutir. T. 923868627

VENDE-SE 2 apartamentos no cassenda T2 a kz:18.000.000, T1 a 13.500.000, casa T3+2 Anexos, no Calemba 2, a kz: 8000.000, telf. 923532124

VENDE-SE dois (2) com as dimensões 30x15m, bem localizado, em área habitacional, nas imediações do Zango 3 e a sua espera. Ligue. Tel: 923490878

VENDE-SE terrenos c/quintal 22x17 estrada camama Kz 10.000.000, kikuxi 100x50, kz 35.000.000, Funda 5 hectares (1) a kz 14.000.000, telf.994470058

ARRENDA-SE 4ºandar porta 50 na Joaquim Kapango nº24, Sala, 3 quartos, wc, cozinha, varandas, agua/luz. 300mil/mês discutíveis. Ligue 923133373/991133363

VENDO terreno no Camama totalmente documentado. O mesmo tem uma área de 10 hectares podendo servir de um projeto imobiliário. T. 924687568

VENDE-SE 2 Terrenos c/ quintal 3 hectares no porto seco a kz.500.000.000, na mutamba rua da missão (777 m2) kz 1.402.500.000,Telef.914819680

ARRENDA-SE 4 Quartos, pagamento1 suite 1 Sala, cozinha, pagamento a pronto um ano e garantia de permanência conforme contrato. T. 926 217 759

VENDEMOS toalhas de banho, lençóis, cortinas, sapatenis Converse, pastas do fardo novo e Namíbia c/ entrega grátis no Kilamba. Ligue 992185473/925509906

SERVIÇOS de Assistência técnica, manutenção, reparação e instalação para o seu gerador. Ligue e do resto cuidamos nós. Aproveite. T. 925087288

TÉCNICO profissional de IT, trata também de Reparação de todo tipo de computador a om preço e com qualidade contacto:942938170 ou 997882448

ESPAÇOS COMERCIAIS e escritórios Projeto de arquitetura, design de interiores, Fiscalização da obra, seleção de matérias. Tel: 929 853 997

VENDE-SE Terreno 30/15 17Milhões de Kwanzas Negociável com todos os documentos. Nova Vida, Cambambe 1, Belas, Kilamba Kiaxi 946367265

VENDE-SE um terreno com uma área de 5.583,86 m2, na Rua da ponte molhada junto ao condomínio Cajueiro (Caju). Contactar: 923511569

ALUGAMOS quartos mobilados com wc maculusso por diárias/ mensalidades a preços baixos. Quartos 8000/10000 dia. mês 120000/150000. T. 923724212

FAIRPLAY, LDA Registo viaturas cartórios notários conservatórias constituição de empresas taxas de circulação seguros. www.fairplay.co.ao, T 912390899

CABELEIREIRAS Tabita e Neusa. Ajudamos a ser você a próxima a ser copiada na beleza voom que se apresentar. Marque já. 923020444 / 925604623

MOBILIÁRIOS de escritório, consumíveis,materiais gastáveis, etc. Ligue e mantenha o seu escritório em dia. T. 912324072/923 439485/222714136

PRESTAMOS SERVIÇOS de contabilidade, fiscalidade, auditoria financeira. Contacte-nos já 931967208/990287948 e maubeconsultoria.auditoria@gmail.com

VENDE-SE um terreno na Mutamba ao lado da Igreja dos Remédios já com plano de massa para a construção de um prédio de 7 andares. 946 548 228

VENDE-SE um terreno com uma área de 48.129 m2 (5 Hectares). Avenida Fidel de Castro (via expressa). Aguarda-se a sua ligação para o 923511569

ALUGA-SE uma casa de um quarto, sala, cozinha e 1 quarto de banho, bairro asfaltado e em boas condições, luz e água. Ligue. T. 924 118 212

FAÇO maquilhagem ao domicílio para todo tipo de eventos, pinturas em festas infantis e gestantes. paulapatricia1995@hotmail. com. Tel. 995015881

ENVIAMOS a sua encomenda a todas as Províncias de Angola desde documentos, cheques, mercadorias, 912324072 / 923 439485 / 222714136

BOLOS Gracy Andrade. Temos os nossos modelos e feitios mas ainda esperamos sempre pelo seu bomm gosto e fazemos o q desejar. T. 912599218

PARA SI elaboração de plano de negócios, estudo de viabilidade, gestão de crédito e RH. Ligue 931967208 / 990287948 e maubeconsultoria.auditoria@gmail.com

VENDO terreno situado em Benfica Zona Verde, 20X30, já vedado com uma carrada de areia e brita. Está bem localizado e tem fácil acesso. 934640904

VENDE-SE residência c/ 2 quartos sala cozinha wc água e luz. Garagem mosaicada p/ 3 viaturas. Talatona. Akz. 27milhões. Telf. 994470058/923532124

ALUGA-SE um quarto com cozinha e casa de banho (suite) na samba, na segunda entrada depois do centro de saúde da samba. Com água e luz. 991 946 430

MASSAGEM pela Pura Essência - Estética e Beleza também ao domicílio para o seu relaxe e ainda limpeza de rosto e depilação. 931750739/915361228

CLÍNICA DE ESTÉTICA Beaute Noire. Temos pra si Lipoaspiração sem corte. Emagreça com saúde, agende já a sua. T. 943 805 325 / 912 140 440

EFETUAMOS Pulurização, colocamos gel e tratamos da desratização. Livre-se desse mauestar. Endereço: Centralidade do Sequele. T: 912941242/945626834

DNA VIAGENS. Tratamos vistos para o mundo inteiro e assim realizar os seus sonhos. Faça já o contactos pelo 937 985 863 ou 916 865 926. Boa Viagem.

VENDE-SE várias casas no Zango 3, em optimas condições de habitabilidade e em espaço muito bem situado. Ligue para ir ver e adquirir...T: 924127518

VENDO T3 c tanque de água em espaço 20X30 vedado, Benfica Zona Verde, uma rua depois da Shoprite. Kzs 3.500.000,00 negociável. Ligue: 924 066 986

HOSPEDARIA com 24 suites, toda mobilada, situada a 3 minutos do aeroporto 4 de Fevereiro para VENDER OU ALUGAR A 4.000.000 AKZ/mês 923119002

MASSAGEM oferecida ao domicílio. Faça já a sua marcação. Ligue 923315929 / 990315929 e relaxe com o profissionalismo e a atenção da Yasmin Massagens.

DECORAÇÃO, Pintura, estuque, Papel de Parede, Aplicação das Sancas Ladrilho e Montagem de Sanefa. Centralidade do Sequele T: 922789954

PRESTAMOS serviços de manutenção de ar condicionado para garantir o seu bem estar em ambiente agradável e saudável. T. 99238 886 / 923394027

PROGRAMAÇÃO de chaves codificadas, GPS, alarmes, reparação de comando de viaturas tudo feito pensando na sua segurança. Telefone: 924915793

VENDE-SE um espaço em Cacuaco com dimensão 15/20 ao preço de 2.800.000,00 preço negociável. pronta entrega, legalizado. Ligue: 923416361

VENDE-SE Casa 3 Quartos Sala Cozinha Wc água e luz. Quintal p/4 viaturas K. Kiaxi por trás Hospital Geral. Akz 14 milhões Telf. 994470058/923532124

ARRENDA-SE Apart. T3+1 Kilamba, no B, 3º Andar, nunca habitado, prédio com elevador, A/C em toda casa. 90000/mês negociáveis. 948119522/928118211

ELETRICIDADE mais Inst-CCTV, Construção Civil, Ins-video porteiro para a sua comodidade e segurança. Délcio Fernandes, T: 925393895/912995164

SALGADOS Rissóis de Peixe e Camarão, Pasteis de Massa Terra, Coixinhos, Croquetes Peixe e Carne e Enroladinhos. C.do Sequele T:912361612/935467939

DRA. Consultoria Auditoria, Executamos serviços de contabilidade geral e finanças. Apareça e teremos a honra de o ajudar. Ligue 921433489 ou 914758495

MOTORISTA disponível para serviço variado com profissionalismo, pontualidade e confiança. Endereço: Centralidade do Sequele. T: 947973787

VENDE-SE um terreno de 20m X 20m (400 m2) Rua AL 15 Talatona por de trás da Embaixada da África do Sul, Contactar: 923511569

VENDA terrenos 50x40 beira da estrada futungo Akz 34 Milhões. Mutamba 777m2 Akz 1.300.000.000. Baleizão 1.475m2 Akz 2.080.000.000. Telf. 914819680

ALUGUER de salas e espaços abertos para cerimónias civil por 50.000Kzs incluindo o quarto de preparação para a noiva, decoração e o cocktails. T. 939589326

HML EVENTOS, Salão de festas com buffet e decoração incluídos no serviço. Estamos no Futungo, na rua do CCB. T.: 935689053 / 995275106

DEVINE SERVIÇOS não procure mais por babas (internas ou externas) lavadeiras, engomadeiras diaristas e cozinheiras. Tel: 998095589

VENDEMOS Peças e acessórios de carro na metade do preço do mercado. Faça já o seu contacto e garanta a sua viatura em bom estado. Tel: 936848407

MASSAGENS para si. Tradicional, shiatsu e dreno linfática. Ao domicílio entre as 10 e as 16h30. Ligue Massagens do Castelo 945855854


TEMPO

30

O PAÍS Sexta-feira, 12 de Julho de 2019

Fonte: INAMET

PREvISÃO DO TEMPO *** 3 DIAS *** PARA AS PRINCIPAIS CIDADES válida de 12 a 14 de Julho de 2019 Ê Ê

INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGOA E GEOFÍSICA - CENTRO NACIONAL DE PREVISÃO DE TEMPO (CNPT)Ê

Ê

PREVISÃO DO TEMPO *** 3 DIAS *** PARA AS PRINCIPAIS CIDADES, válida de 12 a 14 de Julho de 2019Ê Data 12/ 07/ 2019

CIDADE

Mín

Data 13/ 07/ 2019

Estado do Tempo

Máx

Mín

Máx

Estado do Tempo

Mín

Máx

Estado do Tempo

LUANDA

19

27

Céu parcial nublado, neblina.

20

28

Céu parcial nublado, neblina.

19

25

Céu parcial nublado, neblina.

CABINDA

21

29

Céu parcial nublado, neblina.

22

29

Céu parcialmente nublado.

20

27

Céu nublado pela manhã/ neblina.

SUMBE

16

25

Céu parcialmente nublado, neblina.

17

25

Céu nublado pela manhã/ neblina.

21

25

Céu nublado pela manhã/ neblina.

CAXITO

16

31

Céu nublado pela manhã/ neblina.

18

32

Céu nublado pela manhã/ neblina.

18

32

Céu parcial nublado, neblina.

MBANZA CONGO

20

30

Céu parcial nublado, neblina.

16

28

Céu parcial nublado, neblina.

15

28

UIGE

16

26

Céu parcialmente nublado, neblina.

15

27

Céu parcialmente nublado.

14

28

Céu parcial nublado, neblina.

NDALATANDO

16

30

Céu nublado pela manhã/ neblina.

14

30

Céu nublado pela manhã/ neblina.

14

31

Céu nublado pela manhã/ neblina.

MALANJE

15

29

Céu nublado pela manhã/ neblina.

13

29

Céu nublado pela manhã/ neblina.

10

30

Céu nublado pela manhã/ neblina.

DUNDO

20

31

Céu parcialmente nublado a limpo.

19

31

Céu parcialmente nublado a limpo.

18

31

Céu parcialmente nublado a limpo.

SAURIMO

12

30

Céu pouco nublado a limpo

11

30

Céu pouco nublado a limpo

14

30

Céu pouco nublado a limpo

BENGUELA

17

26

Céu nublado pela manhã/ neblina.

18

25

Céu nublado pela manhã/ neblina.

16

25

Céu pouco nublado a limpo

HUAMBO

01

26

Céu limpo

02

26

Céu limpo

04

27

Céu limpo

CUITO

11

24

Céu limpo

07

26

Céu limpo

10

26

Céu limpo

LUENA

10

27

Céu limpo

10

27

Céu limpo

12

29

Céu limpo

LUBANGO

12

24

Céu limpo

13

25

Céu limpo

13

27

Céu limpo

MENONGUE

11

28

Céu limpo

12

29

Céu limpo

12

29

Céu limpo

MOÇÂMEDES

16

26

Céu nublado pela manhã/ neblina.

16

26

Céu nublado pela manhã/ neblina.

17

26

Céu nublado pela manhã/ neblina.

ONDJIVA

10

29

Céu limpo

12

30

Céu limpo

10

29

Céu limpo

O (A) Meteorologista: Urssula Gonçalves. Ê

Data 14/ 07/ 2019

Céu parcial nublado, neblina.

Das 18 horas do dia11 às horas do dia 12 de Julho de 2019. Províncias de Cabinda, Zaire, Bengo, Luanda, Uíge, Malanje, Cuanza-Norte, Cuanza-Sul, Lunda-Norte, Lunda-Sul: Céu pouco ou parcialmente nublado, apresentando-se nublado pela madrugada e manhã. Possibilidade de ocorrência de nevoeiro ou neblina matinal em alguns municípios das províncias de Luanda, Cabinda, Zaire, Uíge, Malanje, CuanzaSul, Cuanza-Norte e Lunda-Norte. REGIÃO CENTRO: Províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico Céu pouco nublado ou limpo, tornando-se nublado ao entardecer. Muito nublado pela manhã ao longo da faixa do litoral. REGIÃO SUL: Províncias do Namibe, Huíla, Cunene e Cuando Cubango Céu pouco nublado ou limpo, tornando-se nublado ao entardecer. Muito nublado pela manhã ao longo da faixa do litoral. Possibilidade de ocorrência de nevoeiro ou neblina matinal em alguns municípios da província de Namibe.

Luanda, 11 de Julho de 2019

Aeroporto Internacional 04 de Fevereiro, Rua 21 de Janeiro – Tel.: 949320641 – Luanda. Site: http://www.inamet.gov.ao; emails: geral@inamet.gov.ao / geral.inamet@angola-portal.aoÊ

TEMPO NO MAR Fonte: INAMET

BOLETIM METEOROLÓGICO PARA A NAvEGAÇÃO MARÍTIMA

2. PREVISÃO VÁLIDA ATÉ ÀS 18:00 TU DO DIA 08 DE JULHO DE 2019:

DESCRIÇÃO SINÓPTICA DAS 18:00 TU DO DIA 11/07/2019 ÀS 18:00 TU DO DIA 12/07/2019. Depressão com pressão central de 1015hPa, o seu vale depressionário estende-se em toda costa marítima de Angola, influenciando, o padrão e a intensidade do vento. Assim, prevê-se ondas máximas de até 1.3 metros de altura para a região marítima do Namibe. Para as regiões marítimas de Cabinda, Zaire, Bengo, Luanda, Cuanza-Sul, e Benguela prêve-se ondas máximas de até 1.2 metros de altura.

SEM AVISO

4. CARTA DO VENTO MÁXIMO E DA ALTURA DA ONDA MÁXIMA PREVISTA

1. SITUAÇÃO GERAL ÀS 18:00 TU DO DIA 11 DE JULHO DE 2019: Circulação de Sudoeste fraca a moderada entre os paralelos 4°S a 12°S e, Circulação de Sudoeste moderada a forte entre os paralelos 12°S a 18°S. INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA E GEOFÍSICA – INAMET Centro Nacional de Previsão do Tempo

BOLETIM METEOROLÓGICO PARA A NAVEGAÇÃO MARÍTIMA

1. SITUAÇÃO GERAL ÀS 18:00 TU DO DIA 11 DE JULHO DE 2019: Circulação de Sudoeste fraca a moderada entre os paralelos 4°S a 12°S e, Circulação de Sudoeste moderada a forte entre os paralelos 12°S a 18°S. 2. PREVISÃO VÁLIDA ATÉ AS 18:00 TU DO DIA 12 DE JULHO DE 2019: SEM AVISO REGIÃO

ESTADO DO TEMPO

VENTO

(ATÉ 200 MILHAS DA COSTA)

ALTURA DA ONDA (METROS)

ESTADO DO MAR

DIRECÇÃO FORÇA (KT)

VISIBILIDADE HORIZONTAL (KM)

Cabinda (4°S – 6°S)

Nublado, neblina

Sudoeste

Até 10

Até 1.1

Pouco agitado

Zaire, Bengo, Luanda e Cuanza-Sul (6°S – 12°S) Benguela (12°S – 14°S)

Fraca pela manhã (Superior a 4)

Nublado, neblina

Sudoeste

08 à 15

Até 1.1

Pouco agitado

Fraca pela manhã (Superior a 4)

Nublado, neblina

Sudoeste

Até 17

Até 1.2

Pouco agitado

Fraca pela manhã (Superior a 5)

Namibe (14°S – 18°S)

Nublado, neblina

Sudoeste

Até 21

Até 1.3

Pouco agitado, a localmente agitado

Fraca pela manhã (Superior a 6 )

Os contornos a cores indicam a altura máxima da ondulação e os contornos em tom cinza indicam os possíveis incrementos das vagas devido à influência do vento local.


OPINIÃO

OPAÍS Sexta-feira , 12 de Julho de 2019

31

RICARDO VITA*

Não, os Africanos não venderam Africanos à escravatura !

Q

uando ouvimos a história contada pelo Ocidente - e ainda não oficialmente desafiada pelos países africanos -, temos a impressão de que os Europeus chegaram à África e encontraram reis selvagens que colocavam homens, mulheres e crianças pelo mar ou pelas praças das aldeias - para esperar por seus inocentes compradores - com sinais que diziam: « à venda ». A mentira é bem afiada. Não se diz que a África foi invadida e que quando uma nação é invadida há aqueles que resistem até o fim, que há outros que colaboram pela força porque não têm outra escolha e que há também traidores que colaboram voluntariamente com o inimigo. Por exemplo, durante séculos, os Europeus capturaram massivamente brancos para vender aos Árabes, tendo Veneza como ponto de trânsito; e foi isso que embranqueceu o Norte da África, outrora terra de negros também. E vendiam principalmente brancos oriundos da Europa central, oriental e dos Balcãs, isto é, Eslavos, daí a palavra « escravo » por corruptela latina. Mas nunca se disse que os brancos venderam brancos aos Árabes. Além disso, os Europeus tiveram colaboradores ameríndios durante a conquista e ocupação da América, mas ninguém diz que os Ameríndios exterminaram Ameríndios. E os historiadores estimam em 150 mil o número de homens de origem judaica que serviram no exército de Hitler. Quem pode hoje afi rmar que os Judeus foram responsáveis pelo Holocausto, o genocídio desta comunidade? Mais recentemente, durante a guerra da Argélia, os Argelinos conhecidos por Harkis serviram no exército francês contra o seu próprio país, mas nunca se disse que Ára-

bes e Berberes foram responsáveis pelo genocídio colonial na Argélia. Porque sempre houve traidores na história da humanidade - por isso a Pide teve os Bufos e os Flechas do seu lado nas colónias portuguesas - e que não se pode fugir da regra com o tráfico de africanos. Caso contrário, poderíamos também dizer que a França, comandada pelo Marechal Pétain, também é responsável pelo Holocausto, porque colaborou com a Alemanha nazi e entregou os seus cidadãos ao Terceiro Reich, especialmente os Judeus que foram transportados nos vagões da SNCF, a companhia nacional dos caminhos de ferro franceses. Mas nunca ouvimos dizer que os Franceses foram responsáveis por isso ou que os brancos entregaram brancos a Hitler. Em geral, quando eventos deste tipo acontecem, a história sempre os analisa através das implicações de cada um dos três grupos de pessoas citados acima. Só que no caso da África, relativamente a escravatura, é como se não tivesse havido resistências e que só houve traidores. Mas Mussolini, o chefe de Estado italiano que foi o mentor de Hitler, não foi traidor! O chefe de Estado espanhol Franco, que foi um aliado passivo de Hitler, também não foi traidor! E todas as grandes nações da Europa, excepto a Inglaterra, a única que resistiu até o fim, graças à sua situação geográfica - isolada e difícil de acesso - colaboraram com Hitler! Contudo, hoje só se diz que Hitler é o único responsável do Holocausto e pela morte de 50 milhões de pessoas que isso causou. O que é normal, porque foi ele o principal promotor disso. A diferença com os Africanos é que além de não se falar das suas resistências, os três grupos mencionados acima não existem com eles. Não se fala das lutas que duraram séculos. Por exemplo, os Bakongo resistiram durante 183 anos - de

1482 até 1665 -, data da morte do rei Vita-a-Nkanga, D. António I do Kongo, na batalha de Ambuíla. Foi traído, mais uma vez. Resistiu, como os seus predecessores. Lutou até à morte, como outros fizeram. Os Portugueses católicos e os seus aliados traiçoeiros degolaram-no e tiveram prazer em exibir a sua cabeça como trofeu, festejando a sua vitória com um Te Deum, um hino cristão usado em manifestações solenes de acção de graças, antes do governador André Vidal de Negreiro mandar emparedá-la na Igreja de Nossa Senhora da Nazaré em Luanda, onde está hoje. Não se diz que os Africanos lutaram heroicamente e que viram os seus ricos estados a serem destruídos pelos canhões. Não se diz que as cartas do rei Mvemba-a-Nzinga, D. Afonso I do Kongo, que exigia o fim do tráfico de escravos, atestam a sua resistência à opressão europeia. Não se diz o suficiente que a rainha Nzinga-a-Mbande combateu a escravatura e a ocupação europeia com maestria durante 30 anos. E a Kimpa-a-Vita, não derrotou o

cristianismo em todo o Reino do Kongo e inspirou Simão Kimbangu - dois séculos depois - e outros combatentes da resistência africana? Não se diz que o rei Nana Badu Bonsu II, de Gana, resistiu e matou esclavagistas holandeses - que, na época, controlavam a Costa do Ouro, actualmente Gana - antes de ser decapitado pelos europeus em 1838. Não se fala dos Soninquês e dos Mandingos que se uniram na África Ocidental para lutar contra os Europeus. A razão por trás desta mentira afiada é o facto de que o único povo que pode ser responsabilizado pela morte de cerca de 400 milhões de seus próprios irmãos é o povo Africano. Porque é um povo que é humilhado desde que foi invadido, isto é, há 500 anos. Foi tirado da humanidade há 500 anos, a Europa rebaixou os negros a subumanos. Logo, tudo o que não se pode dizer sobre outros povos é aceitável e dizível com os negros, esse povo outrora civilizador da humanidade e que hoje é desprezado por todos. Com os negros não se admite que o principal culpado

do crime contra eles seja aquele que o patrocinou. Também não se quer dizer que a sua noção de escravatura era diferente da dos Europeus. E esconde-se, acima de tudo, que o escravo não perdia o seu estatuto de ser humano na terra dos Africanos; que podia reaver a sua liberdade e os direitos perdidos. Esta é outra missão para os negros da minha geração e da vindoura; dos dois lados do Atlântico e como vítimas : escrever a sua própria História, já que não podem mais esperar por pessoas que os invadiram para escrever a verdade sobre eles. E este dia chegou, para também dizer que os Africanos foram capturados em nome dos esclavagistas europeus. Mãos à obra!. *é Pan-africanista, afro-optimista radicado em Paris, França. É colunista do diário Folha de São Paulo (Brasil), do diário Público (Portugal) e do diário Libération (França). É cofundador e vice-presidente do instituto République et Diversité que promove a diversidade em França e é empresário.


ÚLTIMA

32

O PAÍS Sexta-feira , 12 de Julho de 2019

Túmulos vazios do Vaticano aumentam mistério sobre menina desaparecida há 36 anos O Vaticano abriu dois túmulos nesta Quinta-feira para ver se o corpo de uma menina desaparecida desde 1983 estava escondido no local, mas deparou-se com um novo mistério, quando nada foi encontrado, nem os ossos de duas princesas do século 19 que deveriam estar no interior das tumbas

E

specialistas buscavam os restos mortais de Emanuela Orlandi, filha de um funcionário do Vaticano que jamais voltou para casa após uma aula de música em Roma. O desaparecimento causou muita especulação nos media italianos durante anos. O trabalho de exumação começou após uma prece matutina no Cemitério Teutônico, localizado dentro das dependências do Vaticano e usado durante séculos sobretudo por figuras da Igreja ou membros de famílias nobres de origem alemã ou austríaca. As autoridades esperavam encontrar ao menos os ossos da princesa Sophie von Hohenlohe, que morreu em 1836, e da princesa Carlotta Federica de Mecklenburgo, falecida em 1840, mas não havia resquício de nenhuma delas. “O resultado da busca foi negativo. Nenhum resto humano ou urna funerária foi encontrado”, disse o porta-voz do Vaticano, Alessandro Gisotti. Gisotti disse que agora o Vaticano examinará registos de trabalhos estruturais feitos no cemitério no final do século XIX e novamente cerca de 60 anos atrás para ver se eles lançam alguma

DR

luz sobre o novo mistério. A tumba da princesa Sophie levou a um grande cómodo subterrâneo vazio, e nenhum resto humano foi encontrado na tumba da princesa Carlotta, disse. As teorias sobre o desaparecimento de Emanuela foram desde alegações de uma tentativa de militantes de obter a libertação do turco Mehmet Ali Agca, preso em 1981 por tentar assassinar

o Papa João Paulo II a uma ligação com o túmulo de Enrico De Pedis, mafioso enterrado numa basílica de Roma. A sua campa foi aberta em 2012, mas nada foi revelado. No ano passado, ossos encontrados durante obras na embaixada do Vaticano na capital italiana provocaram um frenesi na imprensa por sugerirem que poderiam pertencer a Emanuela ou a Mirella Gregori, outra meni-

na que desapareceu no mesmo ano, mas os exames de ADN foram negativos. Mais tarde, a família Orlandi recebeu uma carta anónima dizendo que o corpo de Emanuela poderia estar escondido entre os mortos do Cemitério Teutônico onde uma estátua de um anjo que segura um livro diz “Requiescat in Pace” – “Descanse em Paz”, em latim.

Receitas dos Correios reduzem no primeiro semestre

A

Estação Postal dos Correios e Telecomunicações da província do Bengo registou a redução de 162 mil e quarenta e um Kwanzas no primeiro semestre deste ano comparativamente ao período homólogo de 2018, em que obteve 402.791 Kwanzas. A informação foi prestada ontem, Quinta-feira, à Angop, em

Caxito, pela responsável da instituição, Marlene António, que apontou a falta de alguns serviços, como o Banco Postal (inoperante há sete meses) e o fraco pagamento dos utentes dos apartados como o motivo da redução das receitas arrecadadas no primeiro semestre deste ano. Explicou que o valor conseguido este ano é resultado da presta-

ção de serviços e comercialização de produtos, com destaque para a exploração de Internet e entrega de encomendas, envio do correio normal interno, correspondência internacional, venda de livros, impressão de documentos e arrendamento de caixas postais. Destacou as vantagens da população aderir aos serviços de envio do correio normal interno

e correspondência internacional, por ser um processo eficaz e célere, pois no máximo são cinco dias para a entrega de encomendas. A Estação Postal dos Correios e Telecomunicações do Bengo possui 300 caixas postais, mas apenas 45 estão arrendadas com custo de 19 mil e 800 Kwanzas semestralmente. No 1º semestre deste ano, 403 clientes, maioritariamente estudantes e cidadãos de nacionalidade cubana, portuguesa e brasileira, aderirem à Estação Postal dos Correios.

Polícia quer mais colaboração para travar imigração ilegal

O

comandante da Polícia em Cabinda, Eusébio Domingos e Costa, solicitou às autoridades tradicionais e aos coordenadores de bairros, desta província mais ao norte do país, maior colaboração na denúncia dos actos de criminalidade e de imigração ilegal dentro das respectivas comunidades. Segundo Eusébio Domingos e Costa, que falava num encontro com as autoridades tradicionais, é fundamental estreitar a colaboração com essas entidades, por forma a permitir que a Polícia actue com maior profundidade nessas localidades. Sublinhou que a actuação conjunta deve ser exercida, também de forma consciente, no combate à corrupção e na denúncia dos actos indecorosos dos agentes da corporação. Trata-se de acções alinhadas para combater estes actos. A ideia é de não deixar impunes os agentes policiais que ainda persistem nestes actos que mancham o bom nome da Polícia. Segundo o responsável, a situação da imigração ilegal continua a ser preocupante, pelo número elevado de cidadãos estrangeiros ilegais que chegam à cidade de Cabinda e às vilas da província.

Polícia apreende mais combustíveis A Polícia Nacional em Cabinda apreendeu, durante o I semestre do ano em curso, 72 mil 984 litros de combustíveis (gasolina e gasóleo) que seriam contrabandeados na vizinha República Democrática do Congo. Em declarações à imprensa, o director do Gabinete de Informação e Análise do Comando Provincial da Polícia em Cabinda, Adão Maymba, informou que o contrabando de combustíveis ainda é preocupante e ganha contornos alarmantes. Referiu que os resultados do I semestre têm a ver com o aumento das acções operativas nas principais zonas fronteiriças. No mesmo período, foram detidos 33 cidadãos angolanos e três nacionais da RDC envolvidos no contrabando de combustíveis.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.