Jornal OPaís edição 1571 de 20/08/2019

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BANCO MUNDIAL APOIA REFORMAS DE JOÃO LOURENÇO

SENTENÇA AOS RÉUS DO CNC PODE DESENCORAJAR CRIMES DE PECULATO

A International Finance Corporation (IFC) ou Corporação Financeira Internacional (CFI) na sua tradução para o português, elogiou as reformas em curso em Angola desde a entrada em funções do Governo liderado pelo Presidente João Lourenço, em Setembro de 2017. P.2

Alcides Sakala fez esta afirmação quando reagia à condenação do ex-ministro dos Transportes, Augusto da Silva Tomás, a 14 anos de prisão maior, assim como à dos outros co-réus, cujo processo foi objecto de recurso. P.8

Director: José Kaliengue

www.opaís.co.ao e-mail: info@opaís.co.ao @Jornalopaís

O DIÁRIO DA NOVA ANGOLA edição n.º 1571 Terça-feira, 20/08/2019 Preço: 40 Kz

facebook/opaís.angola

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POLÍCIA DETÉM DOIS ENVOLVIDOS NAS ESCARAMUÇAS DO ROCHA PINTO ● A Polícia nacional confirmou, em comunicado de imprensa

emitido ontem, a detenção de dois cidadãos, no rocha Pinto, acusados de arruaça. na confusão da algarada, um cidadão acabou por morrer vítima de um disparo de arma de fogo. P: 11

“DOENÇAS NEGLIGENCIADAS PREDOMINAM EM ANGOLA”

Embaixadora constata em Benguela projectos FAF sonda novo financiados pelos EUA técnico para os

SOCIEDADE: As doenças tropicais negligenciadas representam o maior

● nina Maria Fite inicia hoje uma

número de patologias que o país tem, mas, segundo Filomeno Fortes, especialista em malária e doenças tropicais, o quadro pode ser melhorado se “tivermos uma equipa de especialistas que entenda, do ponto de vista técnico, clínico e laboratorial, como gerir tais enfermidades”. P: 12

visita de trabalho de dois dias (20 e 21) à província de Benguela, com o objectivo de constatar o nível de avanço dos projectos desenvolvidos com apoio do seu país. P: 9

E AINDA NO CARTAz: Feira do Livro e do Disco movimenta Baía de Luanda

Tudo a dançar ou o “dancehall” de Burna Boy

Agentes culturais falam sobre economia versus emprego

Palancas

depois de rescindir amigavelmente o contrato com o técnico Srdjan vasilevic, a Federação Angolana de Futebol (FAF) nomeou interinamente Pedro Gonçalves, timoneiro da Selecção sub-17 . P: 26


EM FOCO

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O PAÍS Terça-feira, 2 0 d e A gosto d e 2 019

dAnIeL MIGueL

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Banco Mundial elogia Governo do Presidente João Lourenço A International Finance Corporation (IFC) ou Corporação Financeira Internacional (CFI), na sua tradução para o português, elogiou as reformas em curso em Angola desde a entrada em funções do Governo liderado pelo Presidente João Lourenço, em Setembro de 2017


O PAÍS Terça-feira, 20 de Agosto de 2019

O

reconhecimento vem expresso num estudo denominado “Diagnóstico do Sector Privado do País. Criação de Mercados em Angola”, documento elaborado pelo IFC, filial e membro do Banco Mundial. O Diagnóstico do Sector Privado do País (CPSD) identifica oportunidades para estimular o crescimento económico e o desenvolvimento sustentável, aproveitando o poder do sector privado em Angola. No diagnóstico, de mais de 90 páginas, a Corporação Financeira Internacional classifica o anterior Governo do então Presidente José Eduardo dos Santos como “nepotista” e gerador de “políticas deficientes”. A IFC destaca que o Programa de Estabilização Macroeconó-

mica do actual Governo introduziu medidas para fortalecer a estabilidade fiscal, reduzir a inflação, aumentar a flexibilidade de taxas de câmbio e baixar gradualmente os níveis da dívida. “O sector privado está a começar de uma base baixa. Sofreu com décadas de intervenção do Estado, nepotismo e políticas deficientes. O crescimento de Angola nos últimos 50 anos foi impulsionado pela despesa pública”, sublinha a publicação. O texto acrescenta que a contribuição do capital privado para o crescimento tem sido “muito baixa”, historicamente, em contraste com o resto da África Subsahariana, onde os investimentos privados desempenharam um papel mais importante na economia. “A contribuição do capital privado para o crescimento (em

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A dívida pública duplicou ao longo dos últimos quatro anos, enquanto a inflação disparou para mais de 40 por cento em Dezembro de 2016, expondo riscos macrofinanceiros significativos”

Angola) caiu ao longo do tempo e era negativa entre 19962014”, escreve a IFC. A publicação afirma que a presença de Empresas Públicas (EP) com baixo desempenho em sectores produtivos e, de um modo mais geral, o domínio de interesses ligados à política não levaram à esperada diversificação da economia. O documento destaca ainda que a crise do preço de petróleo também deu origem a déficits duplos nas contas fiscais e correntes de 2014 em diante. “A dívida pública duplicou ao longo dos últimos quatro anos, enquanto que a inflação disparou para mais de 40 por cento em Dezembro de 2016, expondo riscos macrofinanceiros significativos”, escreve. Quanto ao emprego, o IFC indica que as alterações na economia durante os anos de cres-

cimento não foram muito favoráveis para o surgimento de postos de trabalho, que foram criados maioritariamente em sectores de consumo e no Governo. Filial e membro do Grupo Banco Mundial, a IFC é a maior instituição de desenvolvimento global virada para o sector privado em mercados emergentes. Trabalha com mais de duas mil empresas em todo o mundo, usando o seu capital, experiência e influência para criar mercados e oportunidades nas áreas mais difíceis do mundo. No ano fiscal de 2018, a instituição aplicou mais de 23 biliões de dólares em financiamento de longo prazo em países em desenvolvimento, alavancando o poder do sector privado para acabar com a pobreza extrema e impulsionar a prosperidade partilhada. PuB


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DESTAQUES POLÍTICA. PÁG. 08 Sentença aos réus do CnC pode desencorajar crimes de peculato.

o editorial

SOCIEDADE. PÁG. 10

estudantes clamam por apoio para projecto de “medicina preventiva”.

CARTAz. PÁG. 16 Harry e Meghan Markle criticados por voarem a bordo de jatos privados.

ECONOMIA. PÁG. 18 “Políticas pouco assertivas não ajudam agropecuária no Cuanza-norte”.

O PAÍS Terça-feira, 20 de Agosto de 2019

HOJE:

Benguela debaixo de olho

B

enguela também vai estar a mira das câmaras de vídeo da Polícia. duzentos e 50 efectivos dos órgãos do Ministério do Interior na província começaram a ser treinados em videovigilância ontem, Segunda-feira, para que o seu Centro Integrado de Segurança Pública entre em funções ainda este ano. A lei foi aprovada com os cidadãos quase distraídos, sem discussão pública, espera-se agora que a formação dos efectivos seja boa, que respeite a democracia e os direitos dos cidadãos e que as autoridades façam uso correcto das imagens, já que não foi anunciada qualquer entidade fiscalizadora independente.

os números do dia

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Trabalhadores, afectos à Sociedade do Pólo Agro-industrial de Capanda (SodePAC), projecto localizado no município de Cacuso, em Malanje, estão há 11 meses sem receber os respectivos salários

320

180

Os ministérios do Comércio e da Indústria estão a trabalhar na avaliação do potencial que o país possui para produzir para o mercado interno” Manuel Neto da Costa Ministro da economia

Estas coisas que vemos agora, devemos ao Presidente João Lourenço, que, com coragem, apostou em brindar Angola com novos ares” D. Benedito Roberto Presidente da CeAST

É o número de licenciados formados pelo Instituto Superior Politécnico de Benguela em Gestão do Território e Recursos Humanos, análises clínicas, enfermagem e áreas conexas

Países reuniram-se em Genebra, na Suíça, para debater a protecção das espécies vulneráveis, como a girafa, o elefante e numerosos répteis no mundo

o que foi dito MUNDO . PG. 32 Adiado segundo julgamento por corrupção de exprimeiro-ministro da Malásia.

Cidadã de 110 anos, acusada de exercer prática de feitiçaria, foi assassinada em plena via pública na Chiwaia, em Calima, município do Huambo

O Parlamento recomendou que se continue a melhorar os mecanismos de tratamento das petições e reclamações dos cidadãos, tornando-os cada vez mais céleres” Raul Lima Secretário de mesa e porta-voz da Assembleia nacional


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O PAÍS Terça-feira, 20 de Agosto de 2019

e assim... José Kaliengue director

Histórias sem luz

Hoje no online de O PAÍS leia a entrevista com o economista Carlos Lopes e encontre algumas respostas às suas inquietações sobre o desenvolvimento africano

E

www.opais.co.ao Indonésia (Papua) Parlamento em chamas - A origem do protesto na província de Papua é a prisão de estudantes de etnia papaua,seguida de repressão policial. os manifestantes bloquearam as vias rodoviárias e incendiaram o edifício do Parlamento (dr)

o que vai acontecer Política os Chefes de estado

de Angola, rdCongo, rwanda e do uganda reúnem-se na próxima quarta-feira (21), em Luanda, numa cimeira quadripartida. João Lourenço, Félix Tshisekedi, Paul Kagame e Yoweri Museveni, respectivamente, participam neste encontro para testemunharem a assinatura de instrumentos que consagram os entendimentos alcançados entre o uganda e rwanda. os entendimentos foram alcançados após diligências encetadas por Angola e coadjuvadas pela rdCongo, de acordo com uma nota da Casa Civil do Presidente da república. o encontro surge na sequência da Cimeira quadripartida, reali-

zada a 12 de Julho.

Economia A realização do 1º

Congresso Sobre Hotelaria e Turismo e da 1ª expoHotel, que decorrem em simultâneo de 26 a 29 de Setembro, absorve 370 milhões de kwanzas, um valor considerado “parcimonioso” pelo presidente do Conselho de direcção da Associação de Hotéis e resorts de Angola (AHrA), Armindo César. Ao falar no lançamento dos dois eventos, na quinta-feira, Armindo César considerou que, ao empregar esse valor, a organização, constituída pela AHrA e a empresa C-Calas, espera que os objectivos preconizados vão ser alcançados com o menor custo possível. “é com agrado que a organização conta com a parceria da Televisão

Pública de Angola”.

Sociedade o governador da

província do Cuando Cubango, Júlio Bessa, garantiu, no município do nancova, a 360 quilómetros da cidade de Menongue, a construção, nos próximos meses, de duas pontes metálicas sobre o rio Longa, na localidade de Mpalei-Mpalei, para facilitar a circulação de pessoas e mercadorias. Júlio Bessa, que trabalhou durante dois dias no município do nancova, com o objectivo de se inteirar das dificuldades da população, prometeu também mobilizar equipamentos para trabalhos de terraplanagem do troço Menongue/nancova, tendo em vista o mau estado em que se encontra.

Saúde o Banco e Poupança e

Crédito (BPC) perspectiva a colecta de 100 bolsas de sangue a nível nacional, durante a campanha de doação a ter lugar de 16 a 19 deste mês, em todo país. A campanha denominada “doe Sangue, doe vida”, no âmbito da política de responsabilidade social do BPC, destina-se a ajudar o Instituto nacional de Sangue com o intuito de garantir o seu stok para atender às unidades sanitárias nacionais. o banco nacional de sangue necessita de 300 mil dadores voluntários, para colmatar o défice nesta área e melhorar a assistência às unidades sanitárias.

Girabola As equipas que disputam o Campeonato nacional prosseguem hoje a preparação rumo a disputa da segunda jornada

m 1944, dois terços do exército francês eram homens das colónias, mais de um milhão de africanos participaram na Segunda Guerra Mundial, o que as autoridades francesas resolveram mascarar imediatamente mal terminou a guerra, branquearam o exército, desmobilizaram os “africanos”. Na Alemanha nazi também havia negros, alguns tinham ficado dos destacamentos militares franceses na Primeira Guerra Mundial. Sim, havia alemães negros. Nos filmes de guerra sobre a época de Hitler vemos apenas heróis brancos, quanto muito os negros Red Tail, pilotos de caça norte-americanos enviados para proteger os bombardeiros. Está outra vez ao rubro a discussão sobre a escravatura nos Estados Unidos da América, há quem exija indemnizações, políticas mais positivas, etc.. Há dias recebi textos citando pessoas supostamente brancas e até um atribuído ao Presidente chinês que classificam o negro aida como criança, pessoas incapazes de pensar no futuro, de caminhar por si só, de construir, e até de impor à força os seus interesses. Sim, os feitos dos negros na história são escamoteados, há até uma discussão sobre o tom da pele dos faraós egípcios, que Hollywood retrata com olhos verdes e tez branca. Quase tudo o que disse até agora não o aprendi nem em Angola, nem com negros, sei que Israel investe na sua diáspora a semente de pertença, que há provas evidentes da participação de angolanos no início dos Estados Unidos da América, que há comunidades nas Américas que têm o nome Angola como uma referência ancestral e pelas políticas do nosso Estado, sei também que não queremos nada com esses negros.

E também... Dia Mundial do Mosquito - 20 de Agosto Esta data recorda a descoberta de Sir Ronald Ross (1857-1932), em 1897, na Índia, da transmissão de malária ao homem pelos mosquitos fêmea. Desde 1930 que a London School of Hygiene & Tropical Medicine celebra este dia com exposições e outros eventos de divulgação. O objectivo do Dia Mundial do Mosquito é informar as pessoas sobre as causas da malária e sobre a sua prevenção, sobretudo nos países infectados por esta doença.


6 Media Nova, S.A Presidente do Conselho de Administração Filipe Correia de Sá Administradores Executivos Luís Gomes Paulo Kénia Camotim Propriedade : Socijornal Depósito Legal: nº 244/2008 Contribuinte: 5417015059 Nº registo estatístico: 48058

O PAÍS Terça-feira, 20 de Agosto de 2019

NO TEMPO DO KAPARANDANDA

Director Geral de Publicações: José Kaliengue jose.kaliengue@opais.co.ao

OPAÍS

Director: José Kaliengue Sub-Director: daniel Costa, daniel.costa@opais.co.ao Chefe de Redacção: eugénio Mateus, eugenio.mateus@opais. co.ao Grande repórter: André Mussamo andre.mussamo@opais.co.ao Editorias : Política: Ireneu Mujoco ireneu.mujoco@opais.co.ao (editor) Sociedade: Paulo Sérgio paulo.sergio@opais.co.ao (editor) romão Brandão romao.brandao@opais.co.ao (Sub-editor) Economia Luís Faria (Coordenador-editor) luis.faria@opais.co.ao Desporto: Sebastião Félix sebastiao.felix@opais.co.ao (editor) Mário Silva mario.silva@opais.co.ao (Sub-editor) Cartaz: Jorge Fernandes jorge.silva@medianova.co.ao (Sub-editor) Redacção: norberto Sateco, Alberto Bambi, Augusto nunes, rila Berta, Miguel Kitari, domingos Bento, neusa Filipe, Afrodite Zumba, Milton Manaça, Antónia Gonçalo, Maria Teixeira, Iracelma Kaliengue, Patrícia oliveira, Stela Cambamba, Zuleide de Carvalho (Benguela),Brenda Sambo, Maria Custódia, Kiameso Pedro e Adjelson Coimbra. Arte: Ladislau Bernardo (Coordenador) valério vunda (Coordenador adjunto)Lourenço Pascoal, Annette Fernandes, nelson da Silva e Francisco da Silva. Fotografia: Carlos Moco (editor), daniel Miguel (Sub-editor), Pedro nicodemos, Jacinto Figueiredo, Carlos Augusto, virgílio Pinto, Lito Cahongolo (repórteres fotográficos), rosa Gaspar e Yuri dos Santos (Assistentes de departamento) Revisão: António Setas

20 de Agosto 1890 - é assinado o

Tratado de Londres entre Portugal e o reino unido, definindo os limites territoriais de Angola e Moçambique

19 de Agosto 1908 - Leopoldo II da

1999

20 de Agosto - Ascende a 40 mil o Bélgica transfere a tutela do Congo, sua número de mortos vítimas do sismo na propriedade pessoal, para o Governo. A Turquia. transferência sucede-se à denúncia das condições de escravatura da população local e ao endividamento do monarca.

CARTA DO LEITOR

Buracos no São Paulo

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Agências: Angop, AFP, reuters, Getty Images

Assistentes de Redacção: Antónia Correia, rosa Gaspar, Inês Monteiro e Sílvia Henriques Impressão e acabamento: dAMer, S. A. Luanda Sul, edifício damer Distribuição: Media nova distribuição Tel: +244 943028039 distribuidora@medianova.co.ao pontodevenda@medianova.co.ao Assinaturas: Bruno Pedro Tel: +244 945 501 040 Bruno.Pedro@medianova.co.ao Online: Venâncio Rodrigues (Editor)Isabel dalla e Ana Gomes Sítio Online: www.opais.co.ao Contactos: info@opais.co.ao Tel: 914 718 634 -222 003 268 Fax: 222 007 754 Sede: Condomínio ALPHA, Talatona- Luanda. Tel: 222 009 444 república de Angola

Comercial e Marketing: Senda Costa 922682440 vladimir Teixeira email: comercial@medianova.co.ao Tiragem: 15 000 exemplares

Ilustre director do jornal OPAÍS, bom dia e continuação de uma óptima Segunda-Feira. O São Paulo, em Luanda,

creio, distrito urbano do Sambizanga, está com muitos buracos faz tempo. O trânsito tem sido caótico naquelas zonas, por isso, gos-

taria que as autoridades, locais, olhassem mais para o São Paulo. Os buracos já comprometem as autoridades, porém quero que a administração local seja

mais atenta à situação Quando chove é um caso sério, não se consegue circular à vontade, porque tudo fica agitado. O lixo e as águas paradas também têm sido agentes para estragar o São Paulo, o B.O. e arredores. Com as mudanças que foram feitas e as receitas do Programa de Investimento para os Municípios, espero que o São Paulo seja o mais breve possível contemplado. Assim, vamos ter uma zona mais limpa e digna de se viver, sem esquecer que o B.O. é um bairro histórico e já merece um asfalto. O São Paulo já foi uma zona nobre, mas, com esses problemas, muitos preferem mudar de bairro. Para um Sambizanga mais limpo é importante haver a colaboração de todos na comunidade. Portanto, a responsabilidade é de todos e, consequetemente, da Administração local, à luz dos novos princípios da gestão pública. Ovídio Kassanje, São Paulo, Luanda

Escreva para o Jornal OPAÍS através do e-mail info@opais.co.ao ou ligue para estes contactos Tel: 222 003 268 Fax: 222 007 754



POLÍTICA

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O PAÍS Terça-feira,2 0d eA gostod e2 019

dAnIeL MIGueL/ArquIvo

Sentença aos réus do CNC pode desencorajar crimes de peculato O porta-voz da unITA, Alcides Sakala (na foto), considerou a sentença aplicada aos réus do “caso” Conselho nacional de Carregadores(CnC) como a “ponta de icebergue” para combater os crimes de peculato no país dAnIeL MIGueL/ArquIvo

sim será possível combater a corrupção, devolver a normalidade institucional e recuperar a boa imagem do país no estrangeiro e atrair investidores.

Ireneu Mujoco

A

lcides Sakala fez esta afirmação quando reagia à condenação do ex-ministro dos Transportes, Augusto da Silva Tomás, a 14 anos de prisão maior, e outros co-réus, cujo processo foi objecto de recurso. Em declarações a OPAÍS, avançou que este processo é um dos mais complicados, mas as sentenças podem desencorajar outros servidores públicos de usar indevidamente o dinheiro do Estado para benefício próprio.

Condenação dos réus

Além do ex-ministro dos Transportes, o ex-directorgeral do Conselho nacional de Carregadores (CnC), Manuel António Paulo, foi condenado a 10 anos de prisão, e os antigos directores-adjuntos Isabel Bragança e rui Manuel Moita sentenciados a 12 anos e 10 anos, respectivamente, ao passo que eurico Pereira da Silva, apanhou dois anos de cadeia com pena suspensa. os réus começaram a ser julgados a 31 de Maio deste ano, acusados pelo Ministério Público da prática de peculato, bran-

Segundo a fonte, outros casos trazidos a público pela Procuradoria Geral da República (PGR) deve(ia)m ser também introduzidos em juízo para que se faça justiça à dimensão de cada crime, quer tenha sido cometido de forma singular ou colectiva. Alcides Sakala entende que o processo de combate aos crimes de peculato ou outros não deve ser selectivo, mas abrangente a todos os que eventualmente tenha lesado os interesses da Nação, para se evitar especulações que apontam para a existência de uma “justiça para uns e para outros”. O também deputado à Assembleia Nacional entende que só asqueamento de capitais, associação criminosa e artifícios fraudulentos para desviar fundos do estado, com o fim de capitalizar as suas empresas e algumas entidades privadas. o montante é estimado em mais de mil milhões de kwanzas, 40 milhões de dólares e de 13 milhões de euros do Conselho nacional de Carregadores (CnC). Augusto Tomás estava em prisão preventiva desde Setembro de 2018.

Abrandamento no combate à corrupção Para este político da UNITA e especialista em Relações Internacionais, é necessário que o país não afrouxe mais nesta cruzada contra a corrupção, pelo facto de, nos últimos tempos, estar a notar um abrandamento do discurso do Presidente da República em relação a esta matéria. Alertou que o país só poderá desenvolver-se se a corrupção for estancada, admite ser um processo moroso, mas que poderá produzir efeitos positivos para o bem do próprio país e das suas populações. “Se constituirmos um Estado normal, onde as leis funcionem rigorosamente, e que impere a transparência na apresentação de contas, podemos mudar a imagem do país e a vida das populações”, disse. Separação de poderes e fiscalização Alcides Sakala sublinhou a necessidade da separação de poderes entre o Executivo, o Judicial e o Legislativo para um país que se pretenda ser de Estado Democrático e de Direito. Afirmou que a separação destes poderes “ainda não é uma realidade e tem havido a usurpação de competências”, razão pela qual o seu partido insiste nesta matéria. Exemplificou com a falta de fiscalização das acções do Governo pela Assembleia Nacional, decorrente de um acórdão do Tribunal Constitucional, o que “não é um bom para o país”. “É chegado o momento de se revogar este acórdão de fiscalização”, afirmou, tendo deplorado o facto de o Grupo Parlamentar da UNITA ter visto recusada a auditoria solicitada ao Fundo Soberano de Angola (FSDA) e à Dívida Pública, por imperativo do referido acórdão.

Luanda acolhe 2ª Conferência Internacional sobre Cerimonial e Protocolo

S

ob o lema “Protocolo Autárquico: Uma Necessidade”, a Associação de Profissionais de Cerimonial e Protocolo de Angola (APCPA) realiza nos dias 29, 30 e 31 deste mês, das 14H00 às 17H00, no Memorial António Agostinho Neto, em Luanda, a 2ª Conferência Internacional sobre Cerimonial e Protocolo. O evento vai juntar diplomatas, académicos e profissionais das áreas de Cerimonial, Protocolo e de Organização de Eventos de vários organismos públicos e privados de todo o país e tem como objectivo principal abordar as boas práticas vigentes nos domínios do Cerimonial e do Protocolo. A Conferência tem como convidada de honra Eliane Ubillús, especialista em Protocolo Autárquico e vice-presidente da Organização Internacional de Cerimonial e Protocolo, que apresentará os temas “Linguagem Cénica Aplicada aos Eventos” e “Gestão do Cerimonial e Protocolo na Autarquia” e “Erros Imprevistos no Protocolo.” Durante o evento em referência será também apresentado o tema “A Cerimónia de Entronização de Autoridades Tradicionais: O Caso do Reino do Bailundo”, pelo historiador Cornélio Caley, ex-secretário de Estado da Cultura,

bem como o tema “Organização de Actos de Tomada de Posse”, pelo ministro Conselheiro Faustino Simão, director do Cerimonial dos Órgãos Auxiliares do vice-presidente da República de Angola. No decurso da conferência, será também apresentado o tema “Diplomacia e Protocolo”, por um representante da Embaixada da República Federativa do Brasil em Angola. O programa da 2ª Conferência Internacional inclui ainda os seguintes temas: “A Importância do Código da Alta Performance para os Profissionais de Cerimonial e Protocolo”, “Diplomacia e Protocolo”, “Protocolo e Direito Internacional”, “Aspectos Protocolares da Cerimónia de Outorga do Grau de Doutor Honoris Causa: O Caso da Universidade António Agostinho Neto”, “Falar em Público e Fazer Apresentações” e “Multiculturalismo e Protocolo”. Segundo uma nota de imprensa enviada a OPAÍS, e assinada pelo seu presidente de direcção, Amílcar Mário, podem igualmente participar nesta conferência, gestores de unidades hoteleiras e similares, assim como estudantes. A APCPA é uma organização não-governamental e apartidária, sendo constituída por pessoas físicas e singulares interessadas em desenvolver acções nos domínios do Cerimonial, Protocolo, Organização de Eventos e áreas afins.


O PAÍS Terça-feira, 20 de Agosto de 2019

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embaixadora visita Benguela para constatar projectos financiados pelos euA A Embaixadora dos estados unidos da América em Angola, Nina Maria Fite, inicia hoje uma visita de trabalho de dois dias (20 e 21) à província de Benguela, com o objectivo de constatar o nível de avanço dos projectos desenvolvidos com apoio do seu país

Constantino Eduardo, em Benguela

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e acordo com uma nota da Embaixada norte-americana a que OPAÍS teve acesso, ao longo da visita, a chefe da missão diplomática dos EUA em Angola reúne-se com membros do Governo da província de Benguela e vai manter contactos de trabalho com líderes da sociedade civil, responsáveis da Educação e Saúde, bem como com a comunidade deste país residente em Benguela. Saliente-se que os EUA são o principal financiador de progra-

dr

No domínio da parceria empresarial, Angola adquiriu recentemente nos Estados Unidos, por via da companhia General Electric, mais de 100 locomotivas. No seguimento do dia, a diplomata norte-americana visitará o Porto Comercial do Lobito (PCL), onde manterá um encontro com o presidente do Conselho de Administração daquela instituição. No dia 21 de Agosto, Nina Maria Fite começa a sua agenda com uma visita ao Centro de Saúde dos Cabrais e, posteriormente, desloca-se ao Centro Materno Infantil de Benguela. No período da tarde do mesmo dia, a chefe da missão diplomática dos Estados Unidos visita a Rádio Benguela, onde manterá um encontro com jornalistas beneficiários de acções de formação promovidas pelos EUA e vai à Mediateca de Benguela doar livros, assim como falar com estudantes e utentes do espaço multimédia.

mas de combate à SIDA e à malária em Angola, daí o interesse da diplomata em visitar postos sanitários em Benguela. O objectivo da visita da embaixadora Nina Maria Fite é observar, no terreno, as actividades que os Estados Unidos financiam ou apoiam e abrir uma nova página no diálogo existente com as autoridades locais. A sua agenda de trabalho reserva para hoje um encontro com o governador Rui Falcão, depois do qual deslocar-se-á à estação de comboios dos Caminhos de Ferro de Benguela(CFB), onde vai conhecer o seu funcionamento e interagir com os passageiros até à cidade do Lobito.

Ministro reafirma apoio aos refugiados da RDC

O

ministro da Defesa Nacional, Salviano Cerqueira, declarou, nesta Segunda-feira, que é inadiável a ajuda aos refugiados da República Democrática do Congo (RDC) instalados no Centro de Acolhimento do Lóvua, província da Lunda-Norte. Em declarações à imprensa, no final de uma visita de constatação das condições básicas do centro, reafirmou o empenho das autoridades angolanas para facilitar o regresso voluntário à RDC de 18 mil 871 refugiados, de um total de 22 mil 684 alojados. Fez saber que vai solicitar ao Presidente da República, através do ministro de Estado e Chefe da Casa de Segu-

rança, o apoio necessário para que se evacuem os refugiados até à fronteira.Desde Domingo último, centenas de refugiados, incluindo crianças, mulheres e idosos, abandonaram o centro de acolhimento, criado em Maio de 2017. Alguns fixaram-se ao longo da estrada principal e outros caminharam cerca de 20 quilómetros a pé, até à sede municipal do Lóvua, à espera de transporte. Com esse acto, o campo de acolhimento ficou parcialmente desabitado. A decisão dos congoleses contraria a recomendação da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), que perspectiva o seu repatriamento a partir de Setembro próximo. Entretanto, os refugiados la-

dAnIeL MIGueL

mentam as condições sociais básicas, dizem-se agastados com a decisão do ACNUR e decidem caminhar para as regiões congolesas de Kassai e Kassai Central, através das fronteiras do Tchissanda, Tchikolondo e Marco 25. “Na minha opinião, do que constatamos, não é possível parar a vontade dos refugiados, que continuam a marcha em direcção à fronteira”, enfatizou o ministro da Defesa. O governante chefiou uma comitiva integrada pela ministra da Acção Social e Promoção da Mulher, Faustina Fernandes Alves, pelo secretário de Estado do Interior, Mbamukina Zau, e por altas patentes das Forças Armadas e da Polícia Nacional.


SOCIEDADE

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O PAÍS Terça-feira, 20 de A gosto de 2019

estudantes clamam por apoio para projecto de “medicina preventiva” O mentor do projecto “Medicina Preventiva” almeja executar o programa a nível nacional, daí que procure por ajudas do estado angolano. o plano tem o apoio do Ministério da Saúde de Cuba e de especialistas interessados em ver o programa implementado dr

Stela Cambamba

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rojecto de “medicina preventiva” foi criado por Adão Francisco Luvunga, estudante angolano do 4º ano do curso de medicina da Universidade de Santiago, República de Cuba. A ideia surgiu por causa das dificuldades que o país encontra para ver controladas as doenças infecciosas. O grupo de estudantes angolanos de medicina na província de Santiago, depois de apresentar o projecto na universidade, foi submetido a um curso intensivo de medicina preventiva durante três meses, com o objectivo de formarem os outros colegas que pretendam abraçar a causa. Numa primeira fase, os futuros médicos almejam levar informações à população em geral, sobre conceitos básicos de saúde preventiva, das diferentes patologias infecciosas e crónicas que assolam o continente africano, sobretudo Angola. Dizem que necessitam do apoio do Estado no sentido de criar as condições para colocar em prática o projecto, que será implementado junto das comunidades e unidades sanitárias. “Actualmente, a nível nacional temos um sistema de saúde curativa, mas pensamos ser importante aplicar também o sistema preventivo. Porque só assim, quando a doença chegar o impacto não será tão forte ”, frisou, Adão Luvunga. Ele acha que o povo angolano carece de educação para a saúde, e que todo o cidadão ligado ao sistema nacional de Saúde deve pas-


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O PAÍS Terça-feira, 20 de Agosto de 2019

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Adão Francisco Luvunga, angolano e estudante de medicina em Cuba

sar a informação a população, de forma a ensinar os cuidados a ter no seu meio para evitar determinadas patologias e que passos a seguir em caso de contágio. Infelizmente, a população não tem educação sobre a saúde, sobretudo no que toca ao saneamento básico, um dos grandes factores de risco das enfermidades infecciosas, disse. “A nossa população deita o lixo em qualquer lugar porque não há punição para o cidadão, nem condições para depositar o lixo”, lamentou. De modo a inverter o quadro, Adão Luvunga solicita apoio ao Governo e acredita que, se não houver apoio das entidades governamentais, a sua associação não terá como desenvolver o projecto. Declarou ser necessário definir o sistema de Saúde implementado a nível nacional, pois como estudante de medicina aprendeu que o melhor sistema utilizado deve ser o preventivo, composto por três fases, primária, secundária e terciária. “Onde o paciente, antes de chegar às unidades de referência, passa por postos ou centros médicos e estes é que o devem encaminhar para os hospitais”.

Chorar no Banco de urgência Reconheceu que os pacientes chegam às grandes unidades hospitalares, a maior parte deles, em estado avançado da doença. De forma a ter noção da realidade que se vive nos nossos hospitais, decidiu visitar uma unidade sanitária de referência. O entre-

“No país temos muitas doenças infecciosas, mas como não temos um sistema de Saúde bem estruturado funcionalmente, algumas passam despercebidas”. Outro objectivo dos estudantes é formar grupos de médicos que venham a acompanhar as famílias como “médico de família”

vistado disse ter ficado abalado com o que viu no Banco de Urgências, em duas horas, e chegou a chorar. Para ele, um doente que está no BU não pode ficar mais de uma hora à espera, já que, com esta demora, muitos chegam a morrer. Adão Luvunga defende que situações do género se registam em mais hospitais, por causa da falta de informação por parte dos cidadãos. Por exemplo, “em Cuba, a educação sobre saúde chega à população ainda no ensino primário, uma criança de oito anos sabe explicar o que é tensão arterial ou pode falar sobre o planeamento familiar”, mostrou. Caso venham a ter o apoio do Estado, o projecto será disseminado para outros países africanos, visando a Organização de Saúde Africana, com o objectivo de velar pelo sistema de Saúde a nível do continente. Segundo o representante dos estudantes de medicina, os países africanos não têm centros de Saúde preventiva. Sobre a implementação do projecto, assegurou que os recursos humanos estão garantindos, tendo em conta que cerca de 100 jovens já terminaram a formação e chegam ao país no dia 26 do mês em curso. Outros finalistas aguardam apenas pelo apoio do Estado para chegarem ao país e formarem outros estudantes na área de saúde preventiva. “Em Angola existem muitas doenças infecciosas, mas como não temos um sistema de Saúde bem estruturado funcionalmente, algumas passam despercebidas, mas a incidência é maior”. Outro objectivo dos estudantes é formar grupos de médicos que venham a acompanhar as famílias como “médico de família”. Fazem também parte do elenco docentes universitários, assim como estudantes de outras nacionalidades, designadamente Cuba, Brasil, Paraguai, Congo Democrático e Equador, entre outros, a reitora e a decana da universidade, o Ministério da Saúde de Cuba e outros especialistas no sector da Saúde. Adão Luvunga é estudante bolseiro em Cuba, está em Angola de férias, mas tem os dias contados porque deve regressar para dar continuidade aos estudos. Ainda não conseguiu contactar as entidades de direito por questões burocráticas, o que o preocupa, já que os autores do projecto almejam, nos próximos meses, realizar uma conferência internacional para abordar o assunto.

Polícia detém envolvidos na “rixa” do Rocha Pinto A Polícia nacional confirmou, em comunicado de imprensa emitido ontem, a detenção de dois cidadãos, no rocha Pinto, acusados de arruaça

N

o âmbito das acções de investigação para determinar os principais protagonistas dos actos de arruaça ocorridos no bairro do Rocha Pinto, na Rua de Serviço, a Polícia Nacional procedeu ontem à detenção dos cidadãos. Os acusados identificados por N.S.G, mais conhecido por Duvagangão e J.J.S, mais conhecido por “Joca Pi” são apontados como pertencentes à associação de malfeitores denominada “Bwe Poster”. O grupo de malfeitores, segundo a Polícia, é liderado pelo cidadão conhecido por Vice, actualmente em fuga algures na cidade de Luanda. Segundo os cidadãos detidos, os factos ocorreram devido à rixa que tiveram com a outra associação de malfeitores denominada “Belas”, liderada pelo cidadão apenas conhecido por Jú e seus comparsas (igualmente em fuga algures na cidade de Luanda) desde os acontecimentos de Sábado. Diligências prosseguem nos arredores do local onde ocorreram os factos, para se determinar a localização dos cidadãos em fuga, bem como a detenção dos mesmos. Importa frisar

que, no Sábado último, por volta das 21h30, a Polícia foi chamada a intervir numa rixa entre dois grupos, no bairro Rocha Pinto, que tirava o sono aos populares e colocava em risco a vida dos transeuntes. Os efectivos foram recebidos à pedrada, segundo o porta-voz, da Delegação Provincial do Ministério do Interior de Luanda, intendente Mateus Rodrigues, e tiveram de recuar. Os cidadãos colocaram obstáculos na via principal, o que impossibilitava o trânsito no Rocha Pinto, alguns veículos foram danificados e “constatamos, no local, a presença de um cadáver”. Depois de removerem os obstáculos da via, o que permitiu que a situação voltasse ao normal, às 22h, a Polícia empenhou-se a identificar os elementos dos dois grupos e determinar o autor do disparo que vitimou mortalmente um cidadão de 56 anos de idade, João Paulo Mutala, vendedor ambulante, atingido com um projéctil na região torácica. A vítima estava estatelada no chão, atingida por um disparo de arma de fogo acidentalmente, uma vez que a mesma se encontrava numa cantina, a fim de adquirir produtos. dr


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SOCIEDADE

O PAÍSTerça-feira,2 0d eA gostod e2 019

A maioria das doenças angolanas são tropicais negligenciadas

precisa de políticas de saúde que incentivem a investigação.

As doenças tropicais negligenciadas representam o maior número de patologias que o país tem, mas segundo Filomeno Fortes, especialista em malária e doenças tropicais, o quadro pode ser melhorado se “tivermos uma equipa de especialistas que entenda, do ponto de vista técnico, clínico e laboratorial, como gerir tais enfermidades” Stela Cambamba

F

ilomeno Fortes, eleito director do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) de Portugal, que falava ontem durante o acto de homenagem em sua honra, promovido pela Universidade Privada de Angola (UPRA), em Luanda, aponta as políticas de saúde pública e de formação de quadros como sendo as prioridades enquanto estiver em Portugal. No que diz respeito à questão da

malária, o especialista angolano vai negociar com a entidade que estiver a implementar a vacina em África para ver se há condições para aplicá-la em Angola, pois acredita que se não houver uma vacina eficaz, a malária não será erradicada do mundo. É de opinião que se deve reforçar as acções de luta antivectorial, pelo que se encarrega de reforçar os estudos para a utilização do produto larvicida (para matar larvas). Segundo o especialista, o país tem que melhorar os diagnósticos entre as várias doenças que causam febre, tendo em conta que nem tudo é malária, pelo facto

“Para se erradicar determinadas patologias, como a malária, por exemplo, o maior impasse é a pobreza”

deve-se criar condições humanas e laboratoriais. Para se erradicar determinadas patologias, como a malária, por exemplo, o maior impasse é a pobreza, sendo que a nível do continente africano, “a maior parte dos países estão em via de desenvolvimento e o investimento na investigação é muito baixo, assim como a parte do Orçamento Geral do Estado atribuído à Saúde e ao ensino superior, ciências e tecnologia está longe de ter um nível desejado”. Não há cultura de pesquisa nos países africanos, segundo Filomeno Fortes, isto sem esquecer que se dr

Filomeno Fortes, director do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) de Portugal

Insuficiência de financiamento para a investigação O secretário de Estado para o Ensino Superior, Eugénio Silva, afirmou que foi feita uma justa homenagem ao professor Filomeno Fortes, pelo facto de se destacar como cientista e investigador, sendo que a sua carreira tem sido dedicada à ciência, microbiologia e investigação das doenças tropicais. Explicou que a investigação científica no país, que é feita nas universidades e centros de investigação, tem tido dificuldades de se expressar devido à insuficiência de financiamento. Actualmente, o Ministério do Ensino Superior Ciência, Tecnologia e Inovação está a avaliar um conjunto de projectos de várias áreas, entre as quais na agricultura e saúde, que foram submetidos ao abrigo de um edital para financiamento em matéria de investigação científica. Acredita que o maior problema não é a falta de financiamento, mas sim a iniciativa dos que podem ser promotores, sendo que terão de submeter projectos. “Isto, sim, justificará o aumento dessas verbas, porque nós podemos argumentar que não há projectos porque não há financiamentos e, do outro lado, também posso dizer que não aparecem financiamentos porque não há projectos ”, frisou Eugénio Silva. Pelo que, os investigadores, cientistas, membros das equipas dos centros de investigação das universidades, ministérios, devem justificar a necessidade de existência de financiamento com a elaboração e apresentação de projectos. A problemática é cíclica e a resolução passa por, de um lado haver projectos, e, do outro, financiamento. Segundo Eugénio Silva, de maneira a evitar a fuga de quadros, deve-se apetrechar os laboratórios e centros de investigação e criar as condições necessárias para se fazer investigação científica dentro dos padrões internacionalmente exigidos. As instituições que o país tem fazem algum trabalho, mas em alguns casos as dificuldades prendem-se com a escassez dos reagentes, materiais e equipamentos. O Estado tem feito um esforço para, paulatinamente, adquirir o material e o equipamento, “é preciso aumentar ou reforçar o investimento na investigação científica, não só a contar com o OGE, mas também a contar com as verbas e financiamentos disponíveis por parte de organizações internacionais”, rematou.



CARTAz seu suplemento diário de lazer e cultura

Feira do Livro e do Disco movimenta Baía de Luanda dr

Inaugurada esta

câmbio cultural, abrindo inúmeras oportunidades comerciais entre editores, produtores, livreiros e alfarrabistas nacionais, que pretendam dar a conhecer a sua literatura e música, nos diferentes géneros e estilos. É um momento, entre vários outros, que complementa o sistema literário, dinamizando um processo que inclui a promoção e defesa dos direitos do autor, do editor, do importador, do livreiro, do distribuidor e pode motivar o exercício da crítica literária, uma prática que recai sobre um ente fundamental neste ciclo, a recepção, entenda-se o leitor.

Segunda-feira pelo governador da província de Luanda, Sérgio rescova, sob o signo “Luanda é Leitura”, a Feira reúne mais de 100 expositores, entre editores, livreiros, músicos e compositores, produtores, com obras de vários autores nacionais e estrangeiros, desde literatura, livros académicos e científicos, manuais, discos, e outros produtos

Augusto Nunes

A

festa do livro e do disco voltou a congregar ontem, na Baía de Luanda, várias figuras ligadas às letras, à música, à dança, e não só, numa atmosfera de autêntica celebração cuja abertura coube ao governador provincial, Sérgio Rescova. O certame teve início às 17 horas, com uma visita guiada pelo governador aos diferentes stands instalados no recinto e um breve contacto com os expositores. Ao intervir na cerimónia inaugural, o governador da província de Luanda, Sérgio Luther Rescova Joaquim, disse que se somam 12

anos de existência da Feira do Livro e do Disco de Luanda, certame que surge este ano com um novo formato e sob o signo, “Luanda é Leitura”, numa có-realização entre o Governo Provincial e a Arte Viva, Edições e Eventos Culturais. O dirigente desafiou a sociedade e as associações culturais a estarem atentas ao crescente movimento criativo editorial angolano, que no passado teve momentos gloriosos de edição, sobretudo depois da Independência, enquanto no presente vem dando sinais de qualidade concorrencial e consequente afirmação internacional. “Desejo uma boa fruição de lei-

“Desejo uma boa fruição de leitura e de boa música a todos os munícipes da província de Luanda. Juntos é possível”

tura e de boa música a todos os munícipes da província de Luanda. Juntos é possível”, realçou Sérgio Rescova. A presente edição decorrerá até Domingo, 25, e é um projecto de apoio à globalidade das manifestações literárias e musicais angolanas e internacionais, complementando o ciclo de promoção e aumento dos hábitos de leitura e, consequentemente, do debate à volta das questões que se relacionam com a criação, produção, edição, promoção e distribuição do livro e do disco. O evento é uma oportunidade ímpar, de convívio e de inter-

Expositores Mais de 100 expositores, entre editores, livreiros, músicos e compositores, produtores, participam neste certame com obras de vários autores nacionais e estrangeiros, desde literatura, livros académicos e científicos, manuais, discos e outros produtos. Entre os expositores destacamse, a Biblioteca Multicultura, a Bisturi-Angola Livros Técnicos, LDA, a União dos Escritores Angolanos (UEA), as Irmãs Paulinas, a Livraria Cheikh Anta Diop, Novo Chá de Caxinde, Editores e Livreiros Limitada, LS Produções, Movimento Litteragris e o Instituto Nacional das Indústrias Culturais. Integram também a longa lista de expositores a Editora Acácias, a Livraria Magas, a Editora Where Angola, o ISTC, International Angola SucessTraning, a Livraria Criativa, a Jesus Vive em Mim, a Mayamba Editora, a Livraria e Papelaria, a AMS-Comercial, a Comunidade Islâmica de Angola, o Projecto Musical de Educação Musical para a Saúde e a Livraria Lemos.


O PAÍS Terça-feira, 20 de Agosto de 2019

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Agentes culturais falam sobre economia versus emprego A conferência promovida pela Associação de Jovens estudantes Ligados à Literatura e

Arte visa “aprimorar técnicas relacionadas com a gestão pública da Cultura, balizar a economia da Cultura, empreendedorismo e Inovação em Arte e Cultura, bem como Fomentar o Auto-emprego através das actividades laborais dos agentes culturais” dr

Adjelson Coimbra

A

AJELLA (Associação de Jovens Estudantes Ligados a Literatura e Arte) promove hoje, na Mediateca de Luanda, das 9 às 13 horas, um workshop sobre “Agentes Culturais na Economia Versus Emprego” A conferência visa aprimorar técnicas relacionadas à gestão pública da Cultura, balizar a Economia da Cultura, Empreendedorismo e Inovação em Arte e Cultura, bem como Fomentar o Autoemprego, através das actividades laborais dos agentes culturais. Adwane Kilundo, coordenadorgeral da AJELLA, em entrevista a OPAÍS, adiantou que a cultura em qualquer parte do mundo fomenta emprego, mas tudo passa por um bom exercício. A título de exemplo, referiu-se ao Brasil, que pela sua experiência tem conseguido angariar muito dinheiro com a actividade cul-

tural. É, no seu entender, um país de que podemos seguir e nos fará crescer. O responsável salientou que agentes culturais são todos os indi-

víduos que praticam qualquer tipo de arte, desde a literatura ao cinema, dos artesãos aos estilistas, que, através de suas oficinas têm instruído outros jovens e criado postos de

Cidade com 12 mil anos ficará submersa devido à construção de uma barragem dr

H

asankeyf foi edificada há 12 mil anos nas margens do Tigre. Apesar dos protestos e das organizações de defesa do património, a construção da barragem avançou. A cidade pode ficar submersa em breve Na Turquia, uma barragem hidro-elétrica vai ser o suficiente para afundar, literalmente, 12 mil anos de história. Hasankeyf, antiga cidade que fica no Sudeste da Turquia e é considerada um “museu ao ar livre”, pode ficar submersa já no próximo ano. Hasankeyf fica junto ao rio Tigre e tem milhares de cavernas artificiais e 300 monumentos medievais, segundo a Smithsonian Mag. Alguns dos principais

emprego. “Estamos num país em que se fala da diversidade económica, então é importante que olhemos para esse aspecto”, acrescentou. No primeiro painel, por exemplo, os jovens empreendedores abordarão questões sobre agentes e políticas culturais, fomento da economia através da cultura, uma tema que merecerá a atenção do director-adjunto do Instituto das Indústrias Culturais, Michel Kamianga. O segundo painel será reservado a um jurista ligado a associação em causa, que abordará o mecenato cultural. Adwane lamentou o facto de não ver o Ministério da Cultura a promover os agentes culturais, mas ainda assim apelou a esta instituição pública a trabalhar directamente com as associações ligadas a actividade cultural.

Adwane Kandulo, Coordenadorgeral da AJELLA

A AJELLA A AJELLA é uma instituição nacional com representações nas províncias de Cabinda, do Huambo e de Luanda. Foi fundada a 17 de Outubro de 2003, em Luanda, por um grupo de jovens que abraçaram o projecto, sem fins não lucrativos. A agremiação congrega jovens escritores, artistas plásticos, poetas, jornalistas, críticos literários, entre outros, e tem como objectivo principal organizar estudos, pesquisas e investimento internacional, principalmente no domínio do folclore das diversas tradições do país, para que a juventude possa criar o gosto pela leitura e, sobretudo, interessar-se pela cultura angolana.

monumentos foram transportados para a “nova Hasankeyf”, que se está a erguer na outra margem do rio, a dois quilómetros do local original. Ainda assim, o reservatório de água da barragem de Ilisu vai inundar grande parte da cidade, onde em tempos viveram mais de 20 culturas diferentes. Hasankeyf é mesmo considerada como um dos sete patrimónios mais ameaçados do mundo há vários anos e, em 1981, chegou a ser declarada como área de conservação natural. A construção da barragem, a segunda maior da Turquia, motivou diversas queixas no Parlamento Europeu. Várias pessoas têm lutado pela conservação do local arqueológico e levaram mesmo a que vários países retirassem o apoio financeiro à construção da barragem. Ainda assim, Veysel Eroglu, ministro responsável pela in-

fra-estrutura, afirmou: “Não precisamos desse dinheiro. Vamos construir a barragem custe o que custar”. A obra, que começou em 2006 e terminou em 2018, foi financiada por bancos turcos. Ercan Ayboga, activista e engenheiro ambiental, acredita, no entanto, que ainda não é demasiado tarde: “Neste momento, só 1% do Património Cultural do vale do Tigre está danificado. A barragem vai demorar entre seis e 24 meses para encher, dependendo do caudal do rio. Se houver protestos na Turquia e em todo o mundo, ainda podemos salvar Hasankeyf”. Ayboga criou, em 2006, a Keep Hasankeyf Alive e afirma: “Não vamos perder só paum trimónio cultural, mas sim, u m Património Mundial”.


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CARTAz

O PAÍS Terça-feira, 20 de Agosto de 2019

Música

Tudo a dançar ou o “dancehall” de Burna Boy dr

“African Giant” é um dos discos do ano. é a nigéria inteira dona de

si, a querer dançar a desgraça dos seus governantes, a liberdade do seu povo. uma bandeira que se funde com outras texturas sonoras

A

baixo a história do primeiro EP. Aquela que diz que toda e qualquer banda ou todo e qualquer artista vale é pelo primeiro EP; que daí para a frente foi lixo, deixou-se seduzir por aquilo que as marcas iam introduzindo nas suas contas bancárias, foi dominado por produtores que tornaram a sua música mais arrumada; que, no fundo, morreu, e com ele morreu a ideia de liberdade, de punk, de não querer saber do mercado e do público. Já estamos enquadrados? Já sabemos que teoria é esta? Ótimo. Burna Boy é o oposto. Bom, não nos precipitemos. Isto também não significa que L.I.F.E (Aristokrat Records, 2013), primeiro disco do nigeriano, seja de riscar da lista. Nada disso. É coisa interessante, mas nunca, ao escutar agora African Giant — quarto disco de originais, que acaba de editar pela Atlantic –, poderíamos rejeitar ouvi-lo, refugiando-nos no

argumento do primeiro EP. Aliás, pensando bem, trocando as voltas, African Giant é o primeiro EP de Burna Boy, no sentido de obraprima, de fim das dúvidas, de consagração de um artista que todos devíamos ouvir. Damini Ogulu, 28 anos, responde por Burna Boy, uma personagem que sempre parece ter sido artisticamente, ainda antes, em 2015, ao editar o seu segundo disco On a Spaceship e ter criado a sua própria editora, a Spaceship Entertainment. Burna Boy foi gradualmente chegando a mais gente, cruzando oceanos, sugando mais ouvintes, espalhando a palavra, manchando o mapa com a sua sonoridade tão particular. Mas o salto, aquele em que deixou claro que já não lhe perdemos o resto, ou seja, foi em 2018, quando editou Outside, terceiro disco que apelidou de mixtape. Aquilo que parece ter sido o tubo de ensaio para este African Giant.

Se tentarmos definir uma cronologia para Burna Boy vamos voltar à ideia de anti-primeiro EP. É claro que também gostamos de telediscos meio toscos, com pistolas de água dentro de piscinas e figurinos de um outro tempo, como testemunhamos no seu primeiro single de relativo sucesso: “Like to Party”. Mas basta virar a página para “Ye”, tirado de Outside, para ver que alguma coisa mudou. A dança à beira da piscina transformou-se em efeitos com fumo e néons num estúdio profissional, numa realidade diferente. African Giant não deixa de aparecer, por isso, como alguma carga de surpresa. Há um refinamento no som, um saber fazer, um oiçam-lá-esta, parece uma espécie de festa a que toda a gente veiopara abraçar o nigeriano. Não deve ser tomado por acaso o facto de o avô do artista ter sido manager de Fela Kuti, herói do afrobeat nigeriano que tanto influenciou Burna Boy. E

que está neste disco, seguramente, em doses abundantes. Até aqui as texturas propostas estavam mais próximas de uma percussão quase ditatorial, carregamento de dub e vontade reggae, que, atenção, não desaparece, mas que se torna mais misturada, como uma caldeirada homemade, um caldo que é iguaria e segredo regional numa qualquer beira-de-estrada nigeriana. “Gbona”, por exemplo, um dos grandes temas do disco, tem sopros

e ecos de jazz sobre cordas que podiam ter sido roubadas a um hit de pop latino. Deve ser isso que torna este disco tão especial: a árdua tarefa de o definir. Parece que estão a gozar connosco. São terrenos arenosos aqueles pelos quais no guia Burna Boy e bem sabemos como é complexa a tarefa de dançar com areia pelos tornozelos. Mas talvez — é isso, só pode ser isso — seja um gozo inofensivo, um agora-é-quete-apanhei.

HUMOR

PETIÇÃO

CINEMA

FIGURAS

Três comediantes sem medo de ofender os religiosos

5.650 pessoas pedem acção do Governo a Museu de Salazar

Pedro Costa ganha Leopardo de Ouro em Locarno

Harry e Meghan Markle criticados por voarem a bordo de jatos privados

Estreou-se esta Segunda-feira, à noite na HBO a comédia The Righteous Gemstones. Com Danny McBride, Adam Levine e John Goodman. Uma família de trapaceiros. Tal pai, tais filhos. Pelo meio, um império: uma Igreja Evangélica que é um caso de sucesso milionário na América profunda e na China. Os Gemstones são pastores de uma igreja televangélica que vive da extorsãoedoengano.OsGemstonestêm jatos privados, mansões de centenas de hectares e nadam em dinheiro. The Righteous Gemstones é uma comédia que se estreia na HBO Portugal para a próxima semana e poderá ser a nova coqueluche da comédia televisiva americana.

Pelo menos 5.650 pessoas já assinaram uma petição pública pela intervenção do Governo socialista para impedir a instalaçãodeummuseusobreaantigaditadura do Estado Novo e seu líder, Salazar, em Santa Comba Dão, Viseu. O documento digital foi colocado na internet há escassos dois dias e meio e tem como subscritores o antigo líder sindical Carvalho da Silva, o analista político Pedro Adão e Silva, a escritora Maria Teresa Horta, o antigo reitor da Universidade de Lisboa José Barata Moura ou o cantor de intervenção Francisco Fanhais, entre outros.

Momento histórico para o cinema português. Desde 1987 que Portugal não vencia um grande festival internacional de cinema. Na altura, foi a vez de O Bobo, de José Alberto Morais, também em Locarno. Este Sábado o feito é de Pedro Costa e do seu Vitalina Varela, vencedor do Leopardo de Ouro.Umaconquistajáesperadanumfestival que não tinha rival à altura de Costa. O favoritismo de Costa era evidente e sentia-se nos corredores do festival, sobretudo após a receção entusiasta da crítica internacional presente na bela cidade suíça. Depois do prémio de realização ganho há cinco anos no mesmo festival com Cavalo Dinheiro, agora trata-se do prémio máximo, o tão desejado Leopardo de Ouro.

É a segunda vez numa semana que Harry e Meghan Markle usam um jato privado para se deslocarem em tempo de férias, uma escolha de transporte que lhes está a valer várias críticas. Os duques de Sussex têm usado o seu mediatismo para promover causas ambientais, pelo que, segundo a imprensa britânica, estão agora a ser acusados de hipocrisia. Na passada Quarta-feira, Harry e Meghan deslocaram-se a bordo de um jato privado para viajar do Reino Unido até Nice, no sul de França, apenas dois dias após terem regressado a casa — estiveram antes em Ibiza, onde celebraram o 38.º ani-



ECONOMIA

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O PAÍS Terça-feira,2 0d eA gostod e2 019

“Políticas pouco assertivas não ajudam agropecuária no Cuanza-Norte” A multiplicação de pontos de venda de produtos originários do campo, preferencialmente à beira

das estradas, transformou a província do Cuanza-norte, de “potência agropecuária”, a território dependente, o que fez das pessoas cidadãos cada vez mais pobres André MuSSAMo

dutores do bago vermelho; Bolongongo , Banga e Quiculungo, ainda enfrentam a problemática dos acessos rodoviários, servidos que estão de estradas de terra batida com pontes e pontecos que datam ainda do período colonial. Pelas mesmas razões Ngonguembo (fronteira com Bengo) podia dar ar da sua graça se não enfrentasse os mesmos problemas de falta de acessos, infra-estruturas de base como a electricidade e serviços públicos. A província é igualmente potencial na criação de gado bovino, caprino, suíno e ovino, sobretudo

Estábulo no projecto fazenda LUCALAGRO

André Mussamo

E

specialistasnaprovíncia convergem ao considerarem que a “ânsia pelo lucro imediato” e procura de solução para as necessidades de sobrevivência retirou mão-deobra aos campos, concentrando um significativo número de cidadãos em idade produtiva no negócio da revenda de manufacturados industriais em detrimento de projectos agropecuários. A província do Cuanza-Norte compreende uma extensão territorial de 24 mil 110 quilómetros quadrados e uma população estimada em 427 mil 971 habitantes, distribuídos em 10 municípios e 34 comunas. A região é potencialmente agrícola, com grandes extensões de terras aráveis e recursos hídricos garantidos pelos rios Cuanza e Lucala, e mais outros tantos cursos de média e pequenas dimen-

sões, o que proporciona a esta circunscrição de Angola uma tradição na produção em grande escala da mandioca, feijão, batata-doce e rena, inhame, milho, café, banana, citrinos, palmares, amendoim, entre outros produtos. O Planalto de Camabatela, um dos maiores e melhores territórios para a prática da agropecuária no país, que se estende pelos municípios de Ambaca e Samba Cajú e prolonga-se até às vizinhas províncias de Malanje e Uíge, é um “tigre de papel” há muito adormecido e, por vezes, sombra de si mesmo, apesar dos programas gizados e investimentos realizados. António Sousa, um engenheiro agrário especializado em extensionismo rural, considera que a “pobreza extrema” e a procura de solução para as necessidades primárias são o “inimigo número um” para as comunidades que perderam a crença na agricultura. “Se a intenção é absorver a enorme mão-de-obra ociosa que prefere vender pacotinhos de álcool,

alimentos enlatados e todas outras futilidades, as comunidades rurais devem ser transformadas em zonas agradáveis e boas de se viver”, comentou o agrónomo. Para ele, têm estado a faltar políticas de Estado capazes de levar insumos e inputs para animar a vida do campesinato e incentivá-lo pacientemente em “desmatar, cultivar, cuidar e depois vender o excedente”. O especialista não critica as grandes fazendas, mas acredita que, para o relançamento da agropecuária na província, “a chave está nas famílias com a sua pequena produção, pelo que têm faltado políticas acertivas, o que não ajuda principalmente a agropecuária”. A província do Cuanza-Norte para voltar a ser um grande produtor agrícola precisa de políticas sistematizadas e continuadas que passam pelo apoio à agricultura familiar com modernos métodos de produção. Os municípios tradicionais pro-

Olhemos para os Institutos Médios Agrários (IMA) que temos na região. Pergunto quantos daqueles meninos terminaram a formação fazendo algumas horas ao volante de um tractor? Acredito que muitos nem sequer estiveram ao lado de uma dessas máquinas” António Domingos

nos municípios de Ambaca e Cambambe. O fazendeiro António Domingos, que está a desenvolver um projecto agropecuário denominado LUCALAGRO, coloca acento tónico na necessidade de formação de quadros. Para ele, não se consegue alavancar o sector agrícola se não houver aposta na qualidade dos técnicos que deviam servir de suporte à mudança que se impõe entre o cultivo semi-rudimentar para métodos e metodologias mais modernas. O fazendeiro, a título de exemplo, critica a fraqueza das instituições de formação na região. “Olhemos para os Institutos Médios Agrários (IMA) que temos na região. Pergunto, quantos daqueles meninos terminaram a formação fazendo algumas horas ao volante de um tractor? Acredito que muitos nem sequer estiveram ao lado de uma dessas máquinas”, questionou. A formação a nível do ensino não universitário devia dar habilidades e competências aos formandos e induzi-los a olhar para as adversidades do campo como desafios a vencer e não barreiras que forçam o êxodo massivo em busca de emprego no conforto dos escritórios. Na região composta pelas províncias do Cuanza-Norte, Uíge e Malanje estão instalados três Institutos Médios Agrários (IMA), nomeadamente um em Camuaxi (arredores de Ndalatando), no Quéssua (arredores da cidade de Malanje e nos arredores do município do Negage (província do Uíge). As instituições foram exactamente concebidas como caminho para alavancar a agropecuária, mas passados uns bons anos os resultados parecem demorar. O director do projecto LUCALAGRO critica as opções políticas e apela a uma tomada de decisão corajosa para instalar-se na província um projecto de desenvolvimento agropecuário sustentável capaz de gerar valências para que, no mínimo dentro de dez anos, possa começar a colheita dos frutos.


O PAÍS Terça-feira, 20 de Agosto de 2019

19 dAnIeL MIGueL/ArquIvo dAnIeL MIGueL/ArquIvo

Ministro da Agricultura solicita mais investimento privado para o sector agrícola O ministro da Agricultura e Florestas, António Francisco Assis, efectuou neste fim-de-semana (Sábado e domingo), uma visita de campo nos municípios de Cacuso e Kangandala, na província de Malanje, para constatar o funcionamento de algumas empresas instaladas em torno do Pólo Agro-industrial de Kapanda Miguel José, em Malanje

O

ministro instou os aempresários do ramo a investir mais na agricultura, com vista ao aumento da produção e deixar o Estado, apenas, exercer a função de criar políticas de incentivo e de fiscalização das acções agrícolas. No entanto, António Assis falou da necessidade de haver mais presença do sector privado na arena agrícola, para reverter o actual cenário em que o Estado é o maior operador no sector. Lembrou que o processo de privatização de projectos agrícolas criados com fundos públicos, em curso, vai dar primazia aos investidores que apresentarem propostas que estejam de acordo com o Plano Nacional de Desenvolvimento. “Esta aposta já vem ganhando corpo em Malanje, onde grande parte das fazendas agrícolas é de iniciativa privada, contrariamente ao que se verifica noutras regiões do país”, salientou. O titular da pasta ministerial,

garantiu que o seu pelouro vai continuar a dar suporte a agricultura familiar, pelo que encorajou os camponeses a envolverem, também, as crianças das suas comunidades para que as populações consigam alcançar a autosuficiência alimentar. Do mesmo modo, lançou o compromisso de apoio às cooperativas e de, juntos, continuarem a desenvolver a actividade agrícola com o fito único de elevar a produção ao auto-sustento das famílias. “Nós não vamos vos abandonar. Vamos fortalecer as relações que temos. Vamos nos empenhar para que vocês consigam desenvolver com mais força, o trabalho que estão a fazer”, garantiu. Ministro satisfeito Depois de tomar contacto com os empreendimentos agrícolas e agro-industriais instalados nos municípios de Cacuso e Kangandala, ligados à produção de cereais, essencialmente, milho e soja, bem como a criação de gado, o ministro exaltou a sua satisfação, pelos mesmos estarem a funcionar

de acordo com a política de diversificação económica traçada pelo Executivo. Em face de algumas dificuldades, endógenas e exógenas, próprias do contexto, encorajou os empresários a continuarem a trabalhar e a emprestar o máximo das suas capacidades cognitivas para desenvolverem a produção agrícola, em prol da economia. E, no sentido de ajudar a fortalecer a produção agrícola, a mais alta entidade ministerial garantiu que a sua instância vai apetrechar de meios (que não especificou) aquelas unidades produtivas, com o intuito de melhorar a actividade. “Eles vão chegar brevemente, e vocês vão ver”, realçou. No entanto, a província de Malanje destaca-se nas culturas de mandioca, arroz, algodão, milho, batata-doce, ginguba, girassol, feijão, soja, sisal e hortícolas. Na criação animal, destaca-se a pecuária, para corte e leite, de gado bovino, além de caprinos, suínos e ovinos. Outra criação de animais de relevo, para carne e ovos, está nos galináceos.

Vista parcial do centro da Cidade Vida

Logística abordada em seminário na cidade vida

U

m seminário sobre “Logística e Investimento no sector do comércio rural” decorre de hoje até amanhã na cidade do Huambo, numa iniciativa dos ministérios do Comércio e da Economia e Planeamento. O evento decorre no âmbito do projecto de apoio institucional ao comércio, ACOM, financiado pela União Europeia e implementado por duas componentes; nomeadamente a Conferência das Nações Unidas para a Cooperação e Desenvolvimento (CNUCED) e IBF - International Consulting em consórcio com a SPI e ITA. O evento tem ainda como objectivo a capacitação dos par-

ticipantes em torno da problemática dos desafios logísticos. É igualmente tema em abordagem a forma de elaboração e submissão de projectos de financiamento bancário e será feita a apresentação do Portal de divulgação da Produção Nacional (https://www.ppn. co.ao/) bem como o aplicativo para telemóvel “Feito em Angola”. O seminário é dirigido aos técnicos das administrações municipais, empresários, agentes logísticos locais e servidores públicos que operem ou pretendam operar junto das explorações agrícolas familiares, no âmbito da expansão da rede comercial rural de proximidade.


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MERCADOS

O PAÍS Terça-feira, 20 de Agosto de 2019

OS DESAFIOS DAS PRIVATIzAÇÕES EM ANGOLA O Governo apresentou o Programa de Privatizações (ProPrIv) de algumas das empresas do Sector empresarial Público, onde a ênfase recai na necessidade de se impulsionar a competitividade do sector privado de formas a ser a base do crescimento da economia, ao tornar-se mais sustentável e inclusivo.

O

programa, incluído no Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN 2018-2022), viu inscritas 175 empresas ligadas aos diferentes sectores de actividade económica – desde os transportes, diamantes, educação, comunicação, finanças e hotelaria e 20 participações - que deverão ser privatizadas nos próximos quatros anos em quatro modalidades distintas: Oferta Pública Inicial (OPI), Leilão em Bolsa (BL), Concurso Público e Concurso Público por Prévia Qualificação. O processo de transferência de activos e participações da esfera pública para a privada – Privatizações -, ao redor do mundo, está sempre associado a desafios institucionais, sociais, económicos e operacionais, que decorrerem da reafectação de interesses dentro das economias que se bem conduzidos propiciam melhorias substanciais nas condições de vida das populações. Importa destacar que o histórico das privatizações de Angola teve início em 1989, depois do Estado ter nacionalizado a maior parte do tecido produtivo pós-independência, sendo que, dados recentes do último processo de privatizações realizado entre 2013 e 2017, dão nota que o Estado arrecadou 23,4 milhões USD de receitas com a privatização de 29 pequenas empresas. Portanto, as potenciais vantagens associadas à efectivação do PROPRIV poderão ser apuradas no médio prazo, com a redução da participação do sector empresarial público na economia, me-

Pedro nICodeMoS/ArquIvo

lhor afectação dos recursos da economia, aprofundamento do mercado de capitais – além das transacções de Títulos Públicos-, melhoria do espaço fiscal, redução da pressão sobre as finanças públicas, reorganização do posicionamento estrátégico do tecido empresarial, público e privado, factos que poderão propiciar uma maior robustez, profundidade e competitividade dos mercados em Angola. Contudo, residem focos de incertezas sobre a viabilização do programa que se não acautelados poderão se traduzir em riscos efectivos no alcance dos objectivos a que o programa se propõe. As questões como a reduzida profundidade do mercado de capitais,

associada aos constrangimentos macroeconómicos apurados nos últimos cinco anos, as perspectivas pouco animadoras de crescimento económico no médio pra-

A alteração da estratégia de gestão, do domínio público para o privado, é uma condição necessária mais não suficiente para a criação de mais valor e eficiência nas empresas

zo, o frágil historial de transparência em processos similares, reduzida competitividade sectorial de algumas empresas envolvidas, a reduzida informação disponível aos investidores sobre os diferentes ramos e sectores de actividade económica, entre outros, poderão condicionar as expectativas dos investidores e a valorização real das empresas. Outrossim, garantir que o PROPRIV não induza à destruição de mais postos de trabalho, através de um redimensionamento da mão-de-obra que seja consistente com a eficiência operacional das empresas, é outro desafio a se ter em conta. Seguramente, que os futuros stakeholders deverão impor dinâmicas próprias

de gestão, que sejam consistentes com os princípios da maximização do valor oferecido à sociedade, o que poderá induzir em despendimento ou realocação dos trabalhadores, facto que se não acautelado poderá deteriorar as condições, já desafiantes, do mercado de trabalho. Paralelamente, com a reduzida liquidez apurada na economia, o desafio reside na capacidade das empresas, a privatizar, atraírem investimento estrangeiro, sendo que, a maior abertura da conta de capitais, apresenta-se necessária. Outro desafio prendese com a capacidade do PROPRIV atrair Know-how especializado que se venham associar ao processo, com o intuito de impulsionar o tecido empresarial, alterar a dinâmica de se fazer negócios e reorientar o padrão da produção do país de modos a redirecioná-lo e expô-lo aos mercados externos. Por conseguinte, as grandes expectativas com as privatizações estão centradas nos efeitos que as mesmas possam vir a produzir na transformação estrutural do sector privado em Angola. Contudo, não se esperam efeitos imediatos no crescimento da economia, uma vez que deverão prevalecer os custos de contexto que condicionam os resultados operacionais das mesmas. Ou seja, a alteração da estratégia de gestão, do domínio público para o privado, é uma condição necessária mais não suficiente para a criação de mais valor e eficiência nas empresas. Assim, a garantia do sucesso do PROPRIV, defendem os analistas, não deverá limitar-se à remoção das empresas e participações da tutela do sector empresarial público, mas sim, garantir que a transferência se baseie em critérios da racionalidade e objectividade, e no ambiente macroeconómico estável e previsível de modos a assegurar a eficiência, transparência e sustentabilidade das mesmas.



MUNDO

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O PAÍS Terça-feira, 20 de Agosto de 2019

reino unido pode enfrentar falta de comida, combustível e remédios O Reino Unido vai sofrer com faltas de combustível, alimentos e remédios, caso saia da união europeia (ue) sem um acordo de transição, segundo documentos oficiais publicados pelo jornal Sunday Times, cuja interpretação foi imediatamente contestada por alguns ministros

A

presentando um panorama de portos congestionados, protestos do público e problemas generalizados, o jornal avança que as previsões formuladas pelo Governo mostram os mais prováveis choques de um Brexit sem acordo, e não as piores possibilidades de cenários. No entanto, Michael Gove, o ministro responsável pelos preprativos do chamado “no-deal”, ou seja, um Brexit sem acordo, rebateu essa interpretação, declarando que os documentos mostravam, sim, as piores consequências possíveis, e que o planeamento havia sido acelerado nas últimas três semanas. O Sunday Times disse que até 85% dos camiões que usam o principal ponto de cruzamento do Canal da Mancha podem não estar preparados para os procedimentos alfandegários da França, o que pode significar que os problemas nos portos poderiam durar até três me-

ses antes que o fluxo melhorasse. O Governo também acredita que o estabelecimento de uma fronteira convencional entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda, país da UE, seria provável uma vez que os planos para evitar, uma fiscalização abrangente vão se provar insustentáveis, disse o jornal. “Organizado neste mês pelo Governo sob o nome de Operação Yellowhammer, o documento oferece uma visão rara do planeamento confidencial sendo adoptado pelo Governo para evitar um colapso catastrófico da infra-estrutura da nação”, afirmou o Times. O gabinete do primeiro-ministro Boris Johnson disse que não comentaria documentos vazados, mas Gove declarou que o documento era antigo e não refletia os preparos actuais. “É o caso, como todos sabem, que se nós tivermos um Brexit sem acordo haverá inevitavel-

dr

As consequências de um Brexit sem acordo continuam a dividir os ingleses

Para não “arruinar o natal”, Trump adia aplicação de taxas aos produtos chineses dr

Presidente norte-americano Donald Trump

mente alguns problemas, alguns obstáculos no caminho. É por isso que queremos o acordo”, afirmou Gove à imprensa. “Mas também é o caso que o Governo está bem mais preparado agora do que estava no passado, e é também importante as pessoas reconhecerem que o que está sendo descrito nesses documentos é enfaticamente a pior possibilidade de cenário”, acrescentou. Uma fonte do Governo culpou um ex-ministro não identificado, que quer influenciar as negociações com a UE, pelo vazamento. “Esse documento é de quando os ministros estavam a obstruir o que precisava de ser feito para ficarmos prontos para sair e quando os recursos não estavam disponíveis”, disse a fonte ,que não quis se identificar.“Ele foi deliberadamente vazado por um ex-ministro numa tentativa de influenciar as discussões com os líderes da UE.” O Reino Unido está no rumo de uma crise constitucional e de uma confrontação com a UE, à medida que Johnson promete deixar o bloco a 31 de Outubro sem um acordo, se a UE não renegociar o Brexit. No entanto, o bloco recusa-se a reabrir a discussão sobre o acordo de saída.

T

rump anunciou o adiamento de tarifas para alguns produtos chineses para Dezembro, depois de inicialmente previstas para Setembro. A sua equipa aconselhouo a fazê-lo para “não arruinar o Natal”. Numa tentativa de impedir que Donald Trump avançasse com tarifas sobre alguns produtos chineses, os conselheiros para o Comércio Externo apelaram ao espírito natalício do Presidente dos Estados Unidos da América, segundo relata a CNN. O apelo terá funcionado: o Governo anunciou o adiamento das tarifas para meados de Dezembro. A equipa do Presidente fez o aviso durante uma reunião na semana passada: as taxas adicio-

nais poderiam “arruinar o Natal”, segundo relataram fontes próximas do processo. O alerta veio na sequência da pressão que as grandes cadeias de distribuição estão a fazer para impedir uma medida que pode, muito provavelmente, provocar o aumento do preço de produtos de consumo bastante populares. Assim, o Governo norte-americano decidiu adiar para Dezembro as taxas alfandegárias de 10% para alguns produtos chineses (incluindo telemóveis, computadores portáteis ou consolas para jogos), as quais estavam previstas para o início de Setembro. Segundo a CNN, Trump e os seus conselheiros estão activamente a tentar evitar que as “ansiedades económicas” che-

guem aos norte-americanos antes das próximas eleições presidenciais. Por outro lado, neste Domingo Donald Trump voltou a deixar um aviso à China sobre a sua acção em Hong Kong. O Presidente dos EUA afirmou que uma repressão dos protestos em Hong Kong semelhante ao massacre na praça de Tiananmen, em 1989, poderia prejudicar as negociações sobre um acordo comercial. “Acho que seria muito difícil chegar a um acordo se houver violência, (…) se for outra Praça Tiananmen”, disse o Presidente norte-americano aos jornalistas, em Nova Jersey. “Acho que seria muito difícil se houvesse violência”, reforçou. Estas declarações chegaram no mesmo dia em que o seu principal conselheiro económico, Larry Kudlow, afirmou que Washington e Pequim estão a tentar retomar as negociações de maneira a pôr fim à guerra comercial entre os dois países.


O PAÍS Terça-feira, 20 de Agosto de 2019

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Moçambique aumenta endividamento interno e adia consolidação para 2020 O Banco Standard só antevê consolidação orçamental a partir de 2020. o departamento salienta ainda a importância da paz em Moçambique, um processo que considera “irreversível”

O

departamento de estudos económicos do sulafricano Banco Standard prevê que Moçambique

aumente o recurso ao endividamento interno para compensar o afastamento dos mercados internacionais e só antevê consolida-

ção orçamental a partir de 2020. “No seguimento do impacto negativo dos ciclones e dada a possibilidade de os custos das eleições de Outubro derraparem, só vemos um regresso à consolidação orçamental no próximo ano e, como resultado, o recurso ao endividamento interno deverá continuar a aumentar”, escrevem os analistas. No relatório de Agosto sobre os mercados financeiros africanos, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, lê-se que “nos últimos anos, desde a revelação das dívidas ocultas em Abril de 2016, o Governo tem controlado o défice orçamental através de um conjunto de medidas que inclui melhoramentos na colecta fiscal e cortes na despesa, incluindo o fim de subsídios”. Para os analistas do Standard Bank, o facto de a inflação e a perspectiva de evolução da moeda terem melhorado “pode levar a cortes mais agressivos na taxa de juro”, que desceu em Agosto para 12,75%. A nível político, o Standard Bank considera que o processo de paz é “irreversível” e afirma que as perspetivas de uma eleição “pacífica” em Outubro melhoraram com o acordo de paz assinado entre o Governo e a Renamo, no início deste mês.

Adiado segundo julgamento por corrupção de ex-primeiro-ministro da Malásia dr

U

m juiz adiou por uma semana na Segunda-feira, 19, o segundo julgamento do antigo primeiro-ministro da Malásia Najib Razak por alegada corrupção. Najib Razak está a ser julgado num total de 42 acusações de corrupção, abuso de poder e branqueamento de capitais, relacionadas com o fundo 1 Malaysia Development Bank (1MDB). O juiz concordou adiar o segundo julgamento, na sequência de um pedido dos advogados para se aguardar o fim do primeiro processo, previsto ainda para esta semana. O procurador malaio Gopal Sri Ram confirmou e indicou que a última testemunha vai depor no primeiro julgamento de Najib Razak esta semana. O primeiro julgamento, que começou em Abril, refere-se a sete acusações relacionadas com a transferência de 42 milhões de ringgits (cerca de nove milhões de euros) para as contas de Najib Razak da SRC International, antiga subsidiária do 1MDB. O segundo julgamento vai concentrar-se no

Antigo primeiro-ministro da Malásia Najib Razak

alegado abuso de poder e na lavagem de 2,3 mil milhões de ringgits (cerca de 500 milhões de euros). Najib Razak criou o fundo estatal 1MDB quando assumiu o poder em 2009, para promover o desenvolvimento económico do país, mas o fundo acumulou vários milhões em dívidas e está a ser investigado nos Estados Unidos e

em vários outros países por alegado desvio de verbas e branqueamento de capitais. O escândalo levou à derrota da coligação governamental de Razak nas eleições de 9 de Maio de 2018, na primeira mudança de poder desde que a Malásia conquistou a independência do Reino Unido em 1957.

Manifestantes incendeiam parlamento de Papua e Papua Ocidental Milhares de manifestantes pró-independência incendiaram o edifício do parlamento local e organizaram outros tumultos nas províncias indonésias de Papua e Papua ocidental, na sequência da detenção, no fim-de-semana, de estudantes universitários papuas independentistas dr

O

vice-governador da província de Papua Ocidental, Mohammad Lakotani, disse que a manifestação foi um protesto contra alegadas detenções e insultos a dezenas de estudantes papuas nas cidades de Surabaya e Malang, província de Java Oriental, feitas pelas forças de segurança. Segundo o vice-governador, uma multidão enfurecida ateou fogo a pneus e ramos de árvores em Manikwari, capital da província, e há imagens de televisão que mostram chamas e fumo a sair do edifício do parlamento. Os manifestantes também incendiaram alguns carros, além de bloquearem estradas, segundo mostram as televisões locais e vídeos de activistas. Vários milhares de manifestantes também organizaram protestos em Jayapura, a capital da província vizinha de Papua, onde milhares de pessoas percorreram a cidade de mota, pedindo a independência das duas províncias. As autoridades recomendaram aos residentes não-papuas que permanecessem nas suas casas, não tendo ainda sido relatados confrontos, segundo disse a uma televisão o chefe da Polícia Nacional, Tito Karnavian. Os protestos foram convo-

cados após a prisão de 43 activistas universitários, que na Sexta-feira e no Sábado foram cercados por nacionalistas indonésios na sua residência na cidade de Surabaya, em Java, por terem, alegadamente, profanado a bandeira daquele país asiático. Os nacionalistas indonésios gritaram insultos racistas e ameaçaram os independentistas papuas e, no Sábado, a polícia acabou por intervir disparando gás lacrimogéneo para os expulsar da residência, tendo-os detido durante algumas horas. Pelo menos 95 pessoas morreram nas mãos das Forças de Segurança indonésias em Papua e na Papua Ocidental, entre 2010 e 2018, segundo a Amnistia Internacional, pelo que tanto os jornalistas como os observadores estrangeiros têm restringido o acesso a essas duas províncias. As duas províncias Papua ocupam a metade ocidental da ilha da Nova Guiné, um território rico em recursos naturais e onde o movimento de independência ganhou força a partir de 1963, quando a Holanda se retirou da Indonésia, até então sua colónia. A outra metade da Nova Guiné integra o estado independente da República de Papua Nova Guiné.


ACTUAL

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O PAÍS Terça-feira, 20 de Agosto de 2019

vender a Gronelândia? “Ideia absurda”, diz a primeira-ministra da dinamarca dr

A primeiraministra da dinamarca reiterou que a Gronelândia não está à venda, considerando a ideia de donald Trump sobre a compra do território “uma ideia absurda”

M

ette Frederiksen visitou ontem Segundafeira a região semi-autónoma onde vai encontrar-se com o responsável pelo governo local, Kim Kielsen, tendo-se referido ao estatuto da maior ilha do mundo colonizada há mais de 300 anos pelos dinamarqueses. “A Gronelândia não está à venda. A Gronelândia não é dinamarquesa, é da Gronelândia. Espero sinceramente que não tenham sido declarações sérias”, disse Frederiksen à estação pública da Dinamarca (DR) quando questionada sobre os planos norte-americanos sobre a compra da ilha. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou no Domingo as notícias que foram publicadas na semana passada sobre os planos dos Estados Unidos para comprar a Gronelândia admitindo que a “ideia surgiu como conceito” apontado como “estrategicamente interessante”. Mesmo assim, Trump disse que se trata de um assunto que não está em primeiro plano. “É uma discussão absurda e Kim Kielsen já foi claro ao afirmar que (a Gronelândia) não está à venda. A partir daqui termina-se a discussão. Por outro lado, há muitas outras coisas sobre as quais queremos falar com o presidente dos Estados Unidos”, acrescentou Frederiksen esta Segunda-feira. A primeira-ministra dinamarquesa falou sobretudo acerca das relações entre os dois pa-

íses que envolvem os interesses estratégicos no Ártico. Donald Trump visita a Dinamarca nos próximos dias 2 e 3 de Setembro, de acordo com a Casa Real da Dinamarca e a agenda do gabinete da primeira-ministra, mas no Domingo o presidente dos Estados Unidos lançou dúvidas quanto à visita ao afirmar que não “é definitivo” que vai realizar a deslocação a Copenhaga.

“Estamos a partir do princípio de que vai realizarse uma visita do presidente norteamericano e estamos a tratar dos preparativos”

“Estamos a partir do princípio de que vai realizar-se uma visita do presidente norte-americano e estamos a tratar dos preparativos. Espero a visita com alegria. Os Estados Unidos são o nosso principal aliado em questões de segurança”, afirmou Frederiksen sobre as declarações de Trump. Na Quinta-feira passada, a imprensa dos Estados Unidos indicava que os assessores da Casa

Branca tinham sido chamados para apurarem a possibilidade de compra da Gronelândia à Dinamarca, um assunto que já sido tinha mencionado pelo chefe de Estado norte-americano em reuniões e encontros privados. “Não faço previsões mas digo que o Presidente (Trump), que sabe um par de coisas sobre aquisição de bens, quer dar uma olhadela sobre a compra da Gronelândia”, disse no domingo o assessor económico da Casa Branca, Larry Kudlow, à estação de televisão Fox News. Os planos de Trump sobre a Gronelândia provocaram uma série de reacções por parte da classe política dinamarquesa que ironizou a situação encarando as notícias como brincadeira e acusando Trump de colonialismo e de ter problemas mentais. Até ontem, o governo da Dinamarca ainda não se tinha pronunciado oficialmente sobre o assunto. O governo regional da Gronelândia já tinha dito que o “país não está à venda” referindose “aos rumores” sobre a alegada intenção de compra da ilha com dois milhões de quilómetros quadrados (80% do território está coberto por gelo) e que é habitada por 56 mil pessoas, na maior parte de etnia inuíte. A Gronelândia tem desde o referendo de 1979 estatuto de autonomia, com competências próprias excepto nas áreas de defesa, política externa e emissão de moeda, entre outras áreas, incluindo a impossibilidade de pedir o direito à auto-determinação. Durante a ocupação da Dinamarca pela Alemanha nazi na Segunda Guerra Mundial (19391945) os Estados Unidos tomaram posições na Gronelândia e após o final do conflito instalaram uma base área militar estrategicamente importante durante a Guerra Fria e que continua activa. No passado, os Estados Unidos tentaram várias vezes comprar a maior ilha do mundo, a última vez foi em 1946 através de uma iniciativa do presidente Truman.


TEMPO

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Fonte: INAMET

PrevISÃo do TeMPo *** 3 dIAS *** PArA AS PrInCIPAIS CIdAdeS válida de 20 a 22 de Agosto de 2019 Ê Ê

INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGOA E GEOFÍSICA - CENTRO NACIONAL DE PREVISÃO DE TEMPO (CNPT) Ê

Ê

PREVISÃO DO TEMPO *** 3 DIAS *** PARA AS PRINCIPAIS CIDADES, válida de 20 a 22 de Agosto de 2019Ê Data 20/ 08/ 2019

CIDADE

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Céu pouco nublado/ neblina matinal.

CABINDA

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Céu parcialmente nublado.

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CAXITO

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NDALATANDO

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MALANJE

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DUNDO

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SAURIMO

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Céu pouco nublado a limpo

HUAMBO

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CUITO

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LUBANGO

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MOÇÂMEDES

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Céu nublado pela manhã/ neblina.

ONDJIVA

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Céu limpo

Céu pouco nublado, neblina.

O (s) Meteorologista (s): José Cachimbuandungue Ê

Estado do Tempo Céu parcial nublado, neblina.

Céu parcial nublado, neblina. Céu parcial nublado, neblina.

Das 18 horas do dia 19 às horas do dia 20 de Agosto de 2019. REGIÃO NORTE: Províncias de Cabinda, Zaire, Bengo, Luanda, Uíge, Malanje, Cuanza-Norte, Cuanza-Sul, Lunda-Norte, Lunda-Sul: Céu pouco ou parcialmente nublado, apresentando-se muito nublado pela madrugada e manhã. Possibilidade de ocorrência de nevoeiro ou neblina matinal em alguns municípios das províncias de Luanda, Cabinda, Zaire, uíge, Malanje, Cuanza Sul, Cuanza norte e Lunda norte. REGIÃO CENTRO: Províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico Céu pouco nublado ou limpo, tornando-se nublado ao entardecer. Muito nublado pela manhã ao longo da faixa do litoral. REGIÃO SUL: Províncias do Namibe, Huíla, Cunene e Cuando Cubango Céu parcialmente nublado ou limpo, tornando-se pouco nublado ao entardecer. Muito nublado pela manhã ao longo da faixa litoral. Possibilidade de ocorrência de nevoeiro ou neblina matinal em alguns municípios da província de namibe.

Luanda, 19 de Agosto de 2019

Aeroporto Internacional 04 de Fevereiro, Rua 21 de Janeiro – Tel.: 949320641 – Luanda. Site: http://www.inamet.gov.ao; emails: geral@inamet.gov.ao / geral.inamet@angola-portal.aoÊ

TEMPO NO MAR Fonte: INAMET

BoLeTIM MeTeoroLÓGICo PArA A nAveGAÇÃo MArÍTIMA 1. SITUAÇÃO GERAL ÀS 18:00 TU DO DIA 19 DE AGOSTO DE 2019: Circulação de Sudoeste fraca a moderada entre os paralelos 4°S a 12°S, sendo, circulação Sudoeste moderada entre os paralelos 14°S a 18°S. NACIONAL DE METEOROLOGIA E GEOFÍSICA – INAMET 2. PREVISÃO VÁLIDA ATÉ AS 18:00INSTITUTO TU DO DIA 20 DE AGOSTO DE 2019: Centro Nacional de Previsão do Tempo SEM AVISO. BOLETIM METEOROLÓGICO PARA A NAVEGAÇÃO MARÍTIMA

1. SITUAÇÃO GERAL ÀS 18:00 TU DO DIA 18 DE AGOSTO DE 2019: Circulação de Sudoeste fraca a moderada entre os paralelos 4°S a 18°S. 2. PREVISÃO VÁLIDA ATÉ AS 18:00 TU DO DIA 19 DE AGOSTO DE 2019: SEM AVISO

REGIÃO

ESTADO DO TEMPO

VENTO

(ATÉ 200 MILHAS DA COSTA)

ALTURA DA ONDA (METROS)

ESTADO DO MAR

DIRECÇÃO FORÇA (KT)

VISIBILIDADE HORIZONTAL (KM)

Cabinda (4°S – 6°S)

Neblina ou nevoeiro

Sudoeste

Até 13

Até 1.5

Pouco agitado

Zaire, Bengo, Luanda e Cuanza-Sul (6°S – 12°S) Benguela (12°S – 14°S)

Fraca pela manhã (Superior a 5)

Neblina ou nevoeiro

Sudoeste

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1.4 á 17

Agitado

Fraca pela manhã (Superior a 5)

Parcialmente nublado

Sudoeste

Até 17

Até 1.7

Agitado

Fraca pela manhã (Superior a 7)

Namibe (14°S – 18°S)

Parcialmente nublado

Sudoeste

Até 20

Até 1.8

Agitado

Fraca pela manhã (Superior a 7)

DESCRIÇÃO SINÓPTICA DAS 18:00 TU DO DIA 19/08/2019 ÀS 18:00 TU DO DIA 20/08/2019. A Alta pressão da Santa Helena poderá mover-se para sudoeste de Angola nas próximas 24H, com a pressão central de 1020hPa a 1030hPa, influênciando o padrão e a intensidade do vento, assim prevê-se ondas maximas até 2.4 metros de altura para a região marítima de namibe. Para as regiões marítimas de Cabinda, Zaire, Bengo, Luanda, Cuanza Sul, e Benguela prêve-se ondas maximas até 1.8 metros de altura. 3. CARTA DO VENTO MÁXIMO E DA ALTURA DA ONDA MÁXIMA PREVISTA os contornos a cores indicam a altura máxima da ondulação e os contornos em tom cinza indicam os possíveis incrementos das vagas devido à influência do vento local.


DESPORTO

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O PAÍS Terça-feira,2 0d eA gostod e2 019

dAnIeL MIGueL/ArquIvo

Angolano do rennes de França brilha frente ao PSG dr

Médio angolano, Camavinga, marcou frente ao PSG

O

angolano do Rennes de França, Eduardo Camavinga, 16 anos, no último Domingo foi decisivo na vitória frente ao PSG (2-1). O médio, que mostrou qualidade durante os noventa minutos, marcou o segundo golo. Ao lado do experiente Clement Grenier, ajudou a co-

locar de sentido o campeão francês.Com esta derrota, o PSG escorrega na segunda jornada, mas os seus jogadores prometem vencer neste fim-de-semana. O Rennes já trouxe más recordações ao PSG. Em Abril deste ano, venceu a equipa da capital aos penaltis e conquistou a Taça de França.

Avançado da Selecção Nacional, Djalma Campos, num jogo com o Burkina Faso, no 11 de Novembro

FAF sonda novo treinador

Campeão reencontra desportivo esta tarde no 11 dr

Depois de rescindir amigavelmente o contrato com o técnico Srdjan vasilevic, a Federação Angolana de Futebol (FAF) nomeou interinamente Pedro Gonçalves, timoneiro da Selecção sub-17

Sebastião Félix

A

Federação Angolana de Futebol (FAF), presidida por Artur Almeida, sonda um novo treinador para os Palancas Negras, segundo fontes ligadas ao processo. A FAF, que se desfez de Srdjan Vasilevic depois do CAN 2019 que o Egipto acolheu, está a avaliar o perfil de vários timoneiros angolanos e estrangeiros. Mas é ponto assente que a escolha vai recair sobre um estrangeiro, apesar das limitações financeiras que enfrenta nos últimos tempos. As razões que levaram à resci-

são amigável entre o Vasilevic e o órgão que rege a modalidade no país ainda não foram avançadas. De acordo com as fontes deste jornal, o seleccionador mostrou-se agastado com questões de ordem técnica e ad-

Presidente da FAF, Artur Almeida, tem muitos pendentes

ministrativa. Por esta razão, o treinador da Selecção Sub-17, que qualificou Angola para o Mundial da categoria, no Brasil, em Outubro próximo, vai temporariamente assumir os Palancas Negras. Deste modo, Pedro Gonçalves vai receber no próximo mês, no Estádio 11 de Novembro, em Luanda, a Gâmbia, nas eliminatórias de acesso a fase de grupos para o Mundial de 2022 no Quatar. Depois desta operação com os Palancas Negras, o técnico vai comandar os Palanquinhas no Mundial do Brasil e na primeira quinzena de Setembro o nome do novo técnico será conhecido.

Atleta tunisino (azul) tenta travar avançado do 1º de Agosto

O

1º de Agosto, tetra campeão nacional, defronta hoje o Desportivo da Huíla para a segunda jornada do Girabola Zap 2019/2020, no Estádio 11 de Novembro, em Luanda, às 17:00. O desafio foi antecipado devido ao envolvimento dos militares em jogos de acesso à Liga

dos Campeões Africanos, porém quer a primeira vitória no Campeonato Nacional. Por esta razão, o embaixador angolano recebe no Sábado o KMKM da Tanzânia, em confronto da segunda mão. Em Zanzibar, os militares venceram por duas bolas sem resposta.


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Angolanos conquistam bronze em Rabat

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ngola conquistou as primeiras medalhas nos Jogos Á fricanos que decorrem em Rabat, em Marrocos, por intermédio dos judocas Diassonema Mucungi (categoria -57 kg), e Acácio Quifucussa (-73 kg), ambos, segundo a Angop, subiram ao pódio com bronze no peito. No pavilhão Multiusos de Rabat “Prince Moulay Abdllah”, Diassonema venceu, por ippon, Marie Sylva, das Ilhas Maurícias, enquanto Acácio Quifucussa derrotou Abdelra Abdelghany, do Egipto. O atleta Nayr Pedro (- 60 Kg) perdeu nos quartos-de-final diante do marroquinoYounes Saddiki, ainda assim foi repescado, mas falhou novamente o acesso às meiasfinais, ao ser derrotado pelo nigeriano Michael Agbo. Entretanto, a cerimónia oficial desde 12ºJogos Africanos, que pela primeira vez será realizado sob a égide do ACNOA, em 54 anos de história (ao invés da União Africana, em parceria com o Conselho Superior dos Desportos - CSSA), aconteceu ontem no Estádio “Moulay Abdlaah”, em Rabat, com capacidade para 53 mil espectadores. dr

Medvedev entra no top 5 do ranking ATP O russo Daniil Medvedev, vencedor do torneio Masters 1000 de Cincinnati, nos Estados Unidos, no último Domingo, ascendeu ao quinto lugar do ranking mundial, actualizado ontem e no qual Pedro Sousa subiu 23 lugares, para 125.º. Medvedev, de 23 anos, que nunca tinha vencido um torneio de categoria Masters 1000, subiu três posições e figura pela primeira vez entre os cinco primeiros da tabela liderada pelo sérvio Novak Djokovic, que foi eliminado pelo ucraniano nas meias-finais de Cincinnati. A uma semana do arranque do US Open, quarto e último torneio do Grand Slam do ano, o espanhol Rafael Nadal, o suíço Roger Federer e o austríaco Dominic Thiem continuam a ocupar as posições imediatas. João Sousa mantém o 43.º posto e continua a ser o melhor português.

Selecção Nacional (vermelho) tem largos meses para preparar o Torneio Pré-olímpico

Cinco nacional volta a cruzar-se com o Senegal

A

pós falhar o objectivo no Afrobasket 2019 que a cidade de Dakar, Senegal, acolheu, a Selecção Nacional sénior feminina volta a cruzar-se com as senegalesas no Pré-olímpico, o sorteio realizado no palco da competição, antes da fi nal conquistada pela Nigéria. No grupo B, para além das duas selecções, o Mali tam-

bém vai disputar uma vaga para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, no Japão. A prova vai ser realizada de 14 a 17 de Novembro próximo num país a indicar, segundo a FIB-AFRICA. Por esta razão, o cinco nacional tem muito tempo para se preparar e lutar para inscrever o seu nome nos Jogos Olímpicos. Angola não teve uma prestação regular no Afrobasket, sendo que teve algumas falhas na primeira

fase. Nas meias-fi nais, diante do Senegal, perdeu e esfumou o sonho de regressar ao país com a medalha de ouro ou de prata. As angolanas, orientadas por Apolinário Paquete, perderam por 88-55 nas meias-fi nais. Não foi um jogo fácil para a Selecção Nacional, uma vez que as senegalesas jogavam diante do seu público. Mas na fi nal perderam com a Nigéria por 55-60.

Defesa de Ronaldo assume pagamento de 375 mil euros

Simeone acredita cada vez mais em João Félix

Ex-presidente do Santos “acusa” Real Madrid

Novos documentos revelados pela página norte-americana TMZ mostram que a equipa de defesa de Cristiano Ronaldo admitiu recentemente que o internacional português pagou 375 mil euros a Kathryn Mayorga para que esta não prosseguisse com a queixa por alegada violação sexual, em 2010, segundo o jornal a Bola.

Diego Simeone continua rendido a João Félix. O treinador do Atlético Madrid elogiou a jogada que o internacional português protagonizou na partida diante do Getafe, que os colchoneros venceram no último Domingo. “Foi o seu primeiro jogo na LaLiga, não é fácil. É complexo. Defrontámos um rival taticamente muito forte”, admitiu.

O ex presidente do Santos, Marcelo Teixeira, afirmou que Neymar não se transferiu para o Real Madrid em 2006, quando tinha apenas 14 anos, não só porque as relações entre o clube brasileiro e o clube da capital espanhola não eram as melhores depois da saída de Robinho para Espanha, mas também porque o mesmo não o permitiu.

Tom Dumoulin troca Sunweb pela Jumbo O ciclista holandês Tom Dumoulin, vencedor da Volta a Itália em 2017 e segundo na Volta a França em 2018, vai trocar no final do ano a formação da Sunweb pela da Jumbo-Visma, anunciaram ontem as duas equipas. “Depois de um incrível recorde de oito anos de sucesso, a Sunweb e Tom Dumoulin vão separar-se no final da temporada de 2019”, anunciou em comunicado a equipa alemã Sunweb, apesar de o holandês, de 28 anos, ter ainda mais dois anos de contrato.


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OPINIÃO

O PAÍS Terça-feira, 20 de Agosto de 2019

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BELARMINO VAN-DÚNEM

O mito da crise financeira e do desenvolvimento

A

crise financeira de um determinado Estado é mais profunda quado a estrutura da economia real não tem qualquer impacte no sistema como um todo. Nos países cujas estruturas financeiras dependem de receitas de um só produto como no caso de Angola e com a agravante da impossibilidade de controlar a volatilidade do preço desse mesmo produto, a capacidade de resiliência é quase ou mesmo nula. Mas se a reflexão for um pouco mais abrangente do ponto de vista geográfico, a indagação fica mais complexa! Depois de quatro décadas porquê que os países africanos continuam abaixo da linha da pobreza se muitos já experimentaram vários modelos de desenvolvimento? O mito do desenvolvimento parece estar a perder a sua força porque a pequena elite africana que compreende os paradigmas de desenvolvimento dos países do primeiro mundo tem vindo a falhar na implementação dos programas nos respectivos países por várias razões. A primeira razão, quase generalizada, é o facto do desenvolvimento importado passar infalivelmente pela desestruturação das sociedades que não são idênticas ou quaseidênticas às chamadas sociedades modernas. Assim o fluxo de informação e formação passa pelas organizações com estruturas importadas, entre elas, as instituições do Estado central, as ONGs, organizações da sociedade civil, os formadores do desenvolvimento vindos do exterior do país sob a capa da cooperação, eles próprios autodenominam-se de cooperantes e no fundo da lista fica o Grupo-Alvo. Todo o conjunto é chamado de “Stakeholders” (todos os intervenientes ou interessados no desenvolvimento, assim nos ensinam nas escolas vocacionadas para a

transformação das sociedades não desenvolvidas a luz do paradigma moderno). A avaliação da intervenção para o desenvolvimento leva-nos quase sempre para a mesma conclusão. Ao longo dos anos o Grupo-alvo do desenvolvimento não beneficiou, mas os intervenientes cujo objectivo era transformar a sociedade não desenvolvida em desenvolvida ou quase-desenvolvida transformaram-se numa pequena elite burguesa, alguns entraram no “business” do desenvolvimento. A razão para não transformação não é muito complexa. Simplesmente a avaliação das intervenções para o desenvolvimento tem sido enviusada porque quando não se foca no destino dado aos fundos alocados para o desenvolvimento, onde os gestores desdobramse, muitas vezes com mecanismos arrojados, na justificação dos gastos, portanto o que importa são as facturas e os relatórios periódicos que desenham a sua própria realidade e não revelam a realidade do Grupo-alvo. Assim, fala-se em sala de aulas em vez de escolas, acesso à agua potável em vez de habitações com água potável, ensino em vez de educação aliada a instrução, emprego em vez de trabalho digno, crédito em vez de criação de condições sustentáveis para a auto-suficência e autonomia das populações locais. Há uma destorção da parte dos parceiros para o desenvolvimento que, por regra, prestam mais atenção na reforma da estrutura administractiva oficial em detrimento do Grupo-alvo. As directivas passam pela realização de acções que diminuam de forma significativa as despesas do aparelho do Estado, inclusive as despesas com o Grupo-alvo. O mesmo seria dizer que o desenvolvimento ou a estabilidade económica da Nação depende da capacidade financeira do próprio Estado. Mas pergunta é: O Estado vai

criar essa estabilidade como? Segundo dizem, o Estado deve fazer isso cobrando aos seus cidadãos sobre aquilo que produzem e sobre os seus rendimentos. Portanto, imposto, atrás de imposto. O que não fica claro é o porquê que o Estado vai cobrar impostos aos cidadãos para sair da crise, quando os próprios cidadãos é sofrem com a mesma crise, ou seja, na verdade a crise do Estado não é do Estado em si, até porque o Estado é um conceito abstracto, concretiza-se no conjunto de instituições compostas por cidadãos. Então, a crise do Estado é a crise dos cidadãos na vida real. A intervenção para a saída da crise não devia focar-se nas instituições do Estado, mas sim no cidadão. O ente Estado deve estar ao serviço do cidadão, portanto, tudo que for implementado deve ter como fim-último o cidadão e não as estruturas do Estado. O chamado aquecimento da economia só é possível se os cidadãos tiverem capacidade de compra. Mas essa capacidade de compra só é sustentável se o ciclo de compra e venda tiver um diâmetro convergente para dentro do Estado, quer dizer que ao invés de tirar ao cidadão, o Estado deve dar. O Grupo-alvo deve ser o alvo das acções do desenvolvimento. É necessário legitimar as sociedades locais para que possam participar da gestão dos fundos alocados para o desenvolvimento e abandonar o paradigma da indução, segundo o qual os actores do desenvolvimento devem ser externos e que as estruturas que se encontram no terreno não são adequadas para o desenvolvimento, este conceito tão complexo que muitas vezes não rima com o bem-estar. O desenvolvimento vem com a modernidade, mas também está a causar miséria, fome, desespero, incertezas, dependência e índices elevadíssimos de desespero.


ÚLTIMA

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O PAÍS Terça-feira,2 0d eA gostod e2 019

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Trabalhadores da SODEPAC sem salários há 11 meses Cinquenta e seis trabalhadores afectos à Sociedade do Pólo Agro-industrial de Capanda (SodePAC), projecto localizado no município de Cacuso, estão há 11 meses sem receber os respectivos salários

O

uvidos a propósito, os trabalhadores, que apesar da situação continuam a laborar, clamam por solução urgente, uma vez que têm sido forçados a recorrer a pequenos “biscatos”, para sustentar as suas famílias. Criado em 2006, com o propósito de dinamizar e acelerar o processo de diversificação da economia, através de investimentos público e privado nos

sectores da agricultura e floresta, o Pólo Agro-industrial de Capanda abrange os municípios de Malanje, Cacuso e Cangandala. Actualmente, o pólo conta com 39 empresas-âncora instaladas numa área de 190 mil hectares e com um volume de negócios estimado em mais de 200 mil milhões de kwanzas. Para se inteirar da real situação do projecto, o ministro da Agricultura e Florestas, António Francisco de Assis, efectuou uma visita de dois dias às fazendas do

pólo, tendo no final destacado o trabalho já feito, com realce para o apoio à agricultura familiar, não obstante as dificuldades que os trabalhadores enfrentam. Prometeu que o Ministério está a trabalhar para restituir os 11 meses de salário em atraso. Lembrou que o Estado quer se retirar da actividade empresarial em alguns sectores, incluindo o agrícola, de modo a impulsionar o sector privado. Por sua vez, o presidente do Conselho de Administração do

Instituto de Gestão de Activos e Participação do Estado (IGAP), Walter Barros, reconheceu o potencial do Pólo Agro-industrial de Capanda no fomento da agricultura familiar, cuja acção deve prosseguir. Durante dois dias (17 e 18), o

dr

Projecto de habitação social condicionado por questões financeiras

A

s obras de construção de 40 casas sociais no bairro Quissala, arredores da cidade do Huambo, iniciadas em 2017, continuam paralisadas, por falta de divisas para importação de materiais de acabamento, apesar da grande procura que se verifica em relação às mesmas A confirmação é do directorgeral da empresa promotora do projecto (Habi-Terra S.A), David Castello, em declarações à ANGOP, admitindo que o custo actual dos materiais no mercado nacional é incompatível às possibilidades da empresa sem fins lucrativos. Disse que estas 40 casas fazem parte de um total de 307, do tipo T1 e T2, a serem construídas pela Habi-Terra, uma das subsidiárias da

organização não-governamental Development Workshop (DW), que já construiu 157 habitações no mesmo bairro, desde 2012. De acordo com David Castello, a pretensão da empresa era concluir as casas em meados do ano passado, para atender a procura dos cidadãos com poucos rendimentos mas que alimentam o sonho da casa própria. Anunciou que, depois de concluídas as 40 residências, a HabiTerra vai construir outras 110, no mesmo local, sendo que os restantes lotes de terra serão comercializados a cidadãos interessados em erguer a sua própria casa. “O nosso projecto tem como alvo atender pessoas de baixa renda e não o lucro. Logo, procuramos construir casas que possam ser acessíveis aos nossos clientes,

optando por materiais mais baratos”, explicou. O director-geral da Habi-Terra deu a conhecer que das 157 casas já construídas, 86 das quais habitadas, 35 são do tipo T2, que custam dois milhões e 100 mil kwanzas, e as restantes T1, vendidas ao preço de um milhão e 600 mil kwanzas. Explicou que as casas, que ocupam uma área de 30 metros quadrados, são de carácter evolutivo, permitindo ao cliente ampliar, já que cada uma delas é rodeada por 243 metros quadrados de área desocupada. Apesar de tratar-se de casas de baixo custo, David Castello informou que a empresa prima pela qualidade das mesmas, salientando que as vendas são feitas com recurso a crédito cedido pela Ki-

ministro da Agricultura e Florestas constatou o funcionamento de algumas fazendas instaladas no Pólo Agro-industrial de Capanda e manteve encontros com cooperativas de agricultores e piscicultores do referido projecto.

xi-crédito, pronto pagamento ou por prestação não superior a 14 meses. A Habi-Terra criou, no projecto, cinco pontos de abastecimento de água potável, através de manivelas manuais, estando em vias de montar, ainda este ano, um posto de transformação de energia eléctrica, para que os moradores

deixem de recorrer a fontes alternativas. O projecto habitacional foi criado pela Development Workshop, em 2012, para suprir o défice habitacional das camadas menos favorecidas financeiramente, tendo em 2014 passado à tutela e gestão da Habitação, Terra e Construções S.A, mantendo o mesmo carácter social.


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