Director: José Kaliengue
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O DIÁRIO DA NOVA ANGOLA Edição n.º 1574 Sexta-feira, 23/08/2019 Preço: 40 Kz
PRESIdENTE dA REPÚBLICA QUER dINAMISMO NA COOPERAÇÃO COM TCHAd
“A POLÍTICA ANGOLANA NÃO POdE EXISTIR SEM ÉTICA” Mestre em filosofia pela Universidade Urbaniana, de roma, o padre Artur Pina lança hoje, na Universidade Católica, em Luanda, o livro “Convergências dialéticas entre Ética e Política”, sob chancela da Mayamba Editora. Para ele, “uma política sem ética político-humana é uma autêntica violência política”. P. 22
O Presidente da república, João Lourenço, encorajou, nesta Quinta-feira, durante a visita do seu homólogo Idris déby Itno, as autoridades de Angola e do Tchad a identificarem novas áreas para dinamizar a cooperação bilateral. P. 9
Director: José Kaliengue
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O DIÁRIO DA NOVA ANGOLA Edição n.º 1574 Sexta-feira, 23/08/2019 Preço: 40 Kz
TRIBUNAL CONSTITUCIONAL CHUMBA PRA-JA dE CHIVUKUVUKU ECONOMIA: O Tribunal Constitucional explica que o PrA-JA não se distingue da
SIC capacita agentes para combate contra crimes cibernéticos ● O Serviço de Investigação Criminal (SIC) de Malanje promoveu, nesta cidade, de 19 a 21 do mês em curso, um seminário de capacitação sobre o “Manual de Investigação Operativa e Uniformização de Procedimentos”, enquadrado no cronograma de actividades do Departamento de Identificação e Cadastro. P. 30
grafia e da fonética e da sigla do Partido republicano da Juventude de Angola (PrJA), cuja comissão instaladora foi credenciada a 3 de Setembro de 1994 e cancelada a 20 de dezembro de 2006 pelo Tribunal Supremo, nas vestes do Tribunal Constitucional. P. 30
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No açúcar e no etanol o PRODESI não está a ser cumprido ● A Biocom produz etanol suficiente para as necessidades domésticas, mas foram autorizadas importações. Se há entrada de açúcar, também quem o produz no país não foi consultado. Há crescimento na importação destes bens. P. 20
TRÊS TUMULTOS VIOLENTOS EM MENOS dE UM ANO
ROCHA dURO dE ROER PELA POLÍCIA NACIONAL BAI Directo_ O Pa’ s_276x42,733mm.pdf
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Confiança no Futuro
P. 12
● Os dois jogadores lesionaram-se na vitória, por 2-0, do 1º de Agosto frente ao Desportivo da Huíla, em jogo de antecipação da segunda jornada do Girabola Zap e estão em risco de falhar o desafio de amanhã, às 16:00, diante do KMKM da Tanzânia no Estádio 11 de Novembro, para a 2ª mão das eliminatórias de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões Africanos. P. 26
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O PAÍS Sexta-feira, 23 de Agosto de 2019
“Não gostaríamos de ver o país mergulhado novamente numa guerra” dr
to ou integração já iniciou ou não. Porque ainda estamos no início do processo. É prematuro eu dizer que alguém ficou de fora. Ainda estamos no processo de identificarmos os possíveis locais de acantonamento. Onde serão acantonados e selecionados aqueles que vão para as forças policiais. Aqueles que não puderem ir para as forças policiais serão desmobilizados com uma desmobilização condigna para que regressem às suas aldeias e povoações com alguma dignidade. Não há espaço para alguém aparecer hoje a revindicar que está sendo excluído, por estarmos no início.
Ossufo Momade, líder da resistência Nacional Moçambicana (renamo), o segundo maior partido político do país, esclareceu ontem, em entrevista à TV Zimbo (órgão do Grupo Media Nova, do qual OPAÍS faz parte), o momento que a sua agremiação vive com o surgimento da auto-proclamada Junta Militar. Os níveis de execução do Acordo Geral de Paz e de reconciliação Nacional recém-assinado e a desmobilização dos guerrilheiros também foram abordados
O
senhor ainda se sente líder da Renamo? Eu fui eleito no congresso de Janeiro. Não existe outro líder da Renamo a não ser o Ossufo Momade. Eu sou o presidente do partido Renamo. Fui eleito no congresso, por isso estou a trabalhar com os órgãos do partido. O partido tem os seus estatutos e os seus órgãos e são esses órgãos com que estou a trabalhar directamente como
presidente do partido. Têm sido feitas declarações, até certo ponto intimidatórias, por parte do líder da auto-proclamada Junta Militar da Renamo. Até que ponto essas declarações poderão beliscar o Acordo Geral de Paz com a Frelimo? Meu irmão, o Acordo Geral de Paz foi testemunhado por vários líderes e presidentes africanos. Os moçambicanos são testemunhas desse acordo. Não pode existir nenhum grupo que possa fazer com que o Acordo Geral de Paz e de Reconciliação Nacional se torne inválido. O que es-
O Acordo Geral de Paz foi testemunhado por vários líderes e presidentes africanos”
tamos a fazer agora é trabalhar, apelando a população Moçambicana para que reine essa paz, a fim de que prevaleça para a toda a vida do nosso país. Porque nós não gostaríamos de ver o país mergulhado novamente numa guerra. Mariano Nhongo reclama a reintegração de alguns militares da Renamo que terão ficado de fora do processo. Essa revindicação é legítima? Eu gostaria que o senhor jornalista perguntasse ao Mariano Nhongo se o enquadramen-
O senhor tem falado com Mariano Nhongo? Nós somos africanos. Se existe um problema dentro da nossa casa resolvemos lá dentro. O Mariano Nhongo nunca me apresentou nenhum problema em relação àquilo que estou a acompanhar através da imprensa. Eu gostaria de falar com ele. Nunca me apresentou nada em relação à reintegração ou integração ou mesmo a desmobilização. Eu não sei quais são os problemas que o Mariano Nhongo tem. Ele deve vir ao Estado Maior apresentar os problemas que inquietam a ele e aos seus seguidores. Se existem. Eu sei que ele não tem seguidores. Qual é a posição do Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, em relação a essa situação que a Renamo está a viver? É difícil eu responder em nome do Presidente [Filipe] Nyusi. Não tem falado com o Presidente Filipe Nyusi em relação a esse assunto? Não gostaria que pudéssemos falar ou interpretar em nome do Presidente [Filipe] Nyusi. E a necessidade de saber qual é o pensamento do Presidente [Filipe] Nyusi seria da sua inteira responsabilidade. Que entrassem em contacto com ele. Eu estou a falar aquilo que é o meu posicionamento em relação a esse grupo.
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14/02/19
11:07
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dESTAQUES POLÍTICA. PÁG. 10 declaração de estado de emergência no país divide MPLA e Oposição.
o editorial SOCIEdAdE. PÁG. 14
“Todas as unidades têm de ter um gabinete psicopedagógico”.
CARTAz. PÁG. 16 rádio LAC realiza Festival da Canção de Luanda sob o signo “Kutululuka”.
ÚLTIMA. PÁG. 30 Funcionário de hotel evitou novo massacre nos EUA.
O PAÍS Sexta-feira, 23 de Agosto de 2019
HOJE:
Calenga que veio das calendas
O
que o povo quer é comida, não interessa a espessura da casca da batata ou da cenoura. Sim, isto é verdade, mas nesta fase de aperto. Porém, o Governo tem a obrigação de olhar para esta fase e também para o futuro. Foi olhando para o futuro que se construiu o Entreposto Logístico da Calenga, numa altura em que a comuna se tornou famosa pela sua produção agrária, há mais de dez anos. de 2014 para cá a infra-estrutura esteve inoperante, por falta de energia eléctrica e também por falta de vontade de quem decidia, diga-se. A hora é de aperto, mas para um país que se abre ao comércio externo, se quer exportar, tem de ter como conservar, calibrar e escoar. Por isso sabe bem que o entreposto da Calenga está vivo, e há que saudar quem o decidiu na altura. Houve visão. Sobretudo pelo seu posicionamento estratégico.
os números do dia
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Livro de fotografias, intitulado “Agostinho Neto - da guerrilha aos primeiros anos da Independência”, foi lançado na província do Bengo
Tractores serão distrubuídos aos agricultores da província do Uíge nos próximos dias, segundo o Ministério da Agricultura, no âmbito do programa de revitalização do sector
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Alunos do I e II ciclos do ensino secundário da Chiyaka, no Huambo, terão as suas escolas mais próximas
Casos de falta de assistência a conflitos familiares foram registados na província do Cuanza Norte, segundo as autoridade naquela zona do país
o que foi dito MUNdO . PG. 24 ‘desmatamento é principal causa’ de incêndios na Amazônia’.
“
Como grandes Estadistas que sóis, tiveram esta visão. África e o Mundo, acompanham com interesse e ansiedade o desfecho deste momento histórico” João Lourenço Presidente da república de Angola
“
“
Manuel Augusto Ministro das relações Exteriores
Patrício Vilar Coordenador adjunto do grupo técnico do Programa de Privatizações
Temos a necessidade de reforçar os nossos consulados, por existirem novos desafios na representatividade do Estado”
A privatização não é um fim em si mesmo, mas o início de um processo para dar maior eficiência às empresas e à economia nacional”
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O PAÍS Sexta-feira, 23 de Agosto de 2019
e assim... José Kaliengue director
Hoje no online de O PAÍS leia a entrevista com o economista Carlos Lopes e encontre algumas respostas às suas inquietações sobre o desenvolvimento africano
Sinais
J
www.opais.co.ao Jamestown (Americas, 1619): Comemora-se hoje o dia Internacional para a Memória do Tráfico de Escravos e sua Abolição. (Universal History Archive-Getty Images)
o que vai acontecer Política O vice-Presidente da
república, Bornito de Sousa, prossegue a sua visita de trabalho no município da Caála, província do Huambo, para avaliar a realidade social e económica . Bornito de Sousa vai constatar a execução das políticas de governação local e de combate às assimetrias regionais, bem como a implementação de projectos estratégicos desenvolvidos localmente. de igual modo, vai reunir-se com as autoridades locais e os representantes de organizações da comunidade da Caála, além de visitar empreendimentos sócio-económicos viáveis neste momento
Economia A ministra do Am-
biente, Paula Francisco,trabalha em Genebra, na Suíça, na 18ª Convenção das Partes sobre o Comércio Ilegal de Espécies da Fauna e Flora Selvagem em Vias de Extinção (COP18). Proveniente da Coreia do Sul, onde participou na sessão do Fundo Verde do Clima (GCF) sobre programação global, Paula Francisco orienta o Conselho de Ministros da Iniciativa de Protecção do Elefante (EPI), que decorre em paralelo a COP18. Em agenda consta a aprovação de uma nova estrutura de governação do secretariado, que passa a ser liderada pelos Chefes de Estado. A COP18 decorre de 16 a 28 do mês em curso e discute 107 questões
Sociedade O Ministério da Saúde (MINSA) anunciou, em Luanda, o enquadramento, a partir do dia 1 de Setembro, dos especialistas aprovados no concurso público de 2018, nas unidades sanitárias. Para o efeito, o MINSA procede nesta altura à entrega das guias de colocação, indicando terem sido enviadas às das províncias do Bengo, Malanje, Namibe, e das principais unidades sanitárias de referência nacional de Luanda. O director Nacional dos recursos Humanos do MINSA, João Baptista, informou que três mil e vinte quatro profissionais, dos 9.120 aprovados no concurso público de 2018, estão já em condições de começar.
Saúde Trinta e cinco técnicos
de educação e gestores escolares participam numa acção formativa sobre a política de educação especial e inclusiva, promovida pelo Instituto Nacional de Educação Especial (INEE) na cidade de Saurimo, província da Lunda-Sul. A formação, que terá a duração de oito dias, abordará temas como a matriz de provas, planificação, atitude do professor nas salas de aulas e o contexto da Educação especial em Angola. Na abertura da formação, a chefe de departamento do Instituto Nacional de Educação Especial, Marcelina Manuel, fez saber que a actividade tem como objetivo possibilitar a compreensão.
Girabola As equipas que disputam o Campeonato Nacional prosseguem hoje a preparação rumo a disputa da segunda jornada
oão Lourenço não terá a longevidade do poder do seu antecessor, isto é sabido, mas há coisas que levarão mais tempo do que os mandatos deles os dois juntos, e uma delas é o bailado nos bastidores. Neste mês de Agosto já li tantos sinais que me bastam: Lourenço vai ser isolado, se não se precaver. Pior, vai ser isolado e vai viver com “medo”, desconfiado, o que abrirá espaço para a valsa de máscaras. De repente, o “Governo tecnocrata e jovem”, como foi elogiado no princípio (há dois anos)já é tudo um bouquet de incompetentes e maldosos disfarçados. De repente soam os alertas ao Presidente para ter em atenção as maquinações diabólicas dos seus ministros e secretários, de repente os projectos são aprovados sem anuência do Presidente, ou tendo sido este enganado. Pronto: de repente, o Presidente é o “rei-sol” e com os outros há que se ter mito cuidado. Foi assim com Eduardo dos Santos, que “sabia mais de política a dormir do que todos os ouros juntos”, que perdia tempo a desmantelar as traquinices dos seus auxiliares... que depois ficou sem ter em quem confiar. Porque depois talvez já poucos confiassem nele, entretanto empenhados cada um na empresa de edificar o seu umbigo. É uma avalanche de textos e discursos, o Presidente, se não lhes dá ouvidos, ou se está com os seus, um sinal subtil de solidariedade seria bem-vindo, de certeza. Não que os homens não errem, mas daí ao isolamento do poder, e mais ainda em democracia... eu cá não faço alertas, vou só assistindo, comodamente, e, olha, faltam-me as pipocas, parece que a produção de milho baixou e não se importa fuba.
E também... Dia Internacional de Lembrança do Tráfico de Escravos e sua Abolição - 23 de Agosto de 2019 Foi escolhido o dia 23 para a celebração em referência à noite de 22 para 23 de Agosto de 1791, quando escravos de São domingos se revoltaram contra o sistema de escravidão, dando lugar à Independência do Haiti. O acontecimento foi um ponto de viragem na história humana, tendo um grande impacto no estabelecimento dos direitos humanos.
8 Media Nova, S.A Presidente do Conselho de Administração Filipe Correia de Sá Administradores Executivos Luís Gomes Paulo Kénia Camotim Propriedade : Socijornal Depósito Legal: Nº 244/2008 Contribuinte: 5417015059 Nº registo estatístico: 48058
O PAÍS Sexta-feira, 23 de Agosto de 2019
NO TEMPO dO KAPARANdANdA
Director Geral de Publicações: José Kaliengue jose.kaliengue@opais.co.ao
OPAÍS
Director: José Kaliengue Sub-Director: daniel Costa, daniel.costa@opais.co.ao Chefe de Redacção: Eugénio Mateus, eugenio.mateus@opais. co.ao Grande repórter: André Mussamo andre.mussamo@opais.co.ao Editorias : Política: Ireneu Mujoco ireneu.mujoco@opais.co.ao (Editor) Sociedade: Paulo Sérgio paulo.sergio@opais.co.ao (Editor) romão Brandão romao.brandao@opais.co.ao (Sub-editor) Economia Luís Faria (Coordenador-Editor) luis.faria@opais.co.ao Desporto: Sebastião Félix sebastiao.felix@opais.co.ao (Editor) Mário Silva mario.silva@opais.co.ao (Sub-editor) Cartaz: Jorge Fernandes jorge.silva@medianova.co.ao (Sub-editor) Redacção: Norberto Sateco, Alberto Bambi, Augusto Nunes, rila Berta, Miguel Kitari, domingos Bento, Neusa Filipe, Afrodite Zumba, Milton Manaça, Antónia Gonçalo, Maria Teixeira, Iracelma Kaliengue, Patrícia Oliveira, Stela Cambamba, Zuleide de Carvalho (Benguela),Brenda Sambo, Maria Custódia, Kiameso Pedro e Adjelson Coimbra. Arte: Ladislau Bernardo (Coordenador) Valério Vunda (Coordenador adjunto)Lourenço Pascoal, Annette Fernandes, Nelson da Silva e Francisco da Silva. Fotografia: Carlos Moco (Editor), daniel Miguel (Sub-editor), Pedro Nicodemos, Jacinto Figueiredo, Carlos Augusto, Virgílio Pinto, Lito Cahongolo (repórteres fotográficos), rosa Gaspar e Yuri dos Santos (Assistentes de departamento) Revisão: António Setas
1926
23 de Agosto Morreu, em Nova Iorque, o actor de cinema rodolfo Valentino.
1991
23 de Agosto Boris Ieltsin, líder russo, sancionou a mudança da bandeira soviética: a foice e o martelo foram retirados.
23 de Agosto 1994 Os líderes da renamo e
da Frelimo, Afonso dhlakama e Joaquim Chissano, respectivamente, iniciaram conversações em Maputo destinadas a fazer avançar o processo de pacificação do país.
CARTA dO LEITOR
Assaltos em Luanda dr
Nos últimos dias, um senhor foi assaltado e morto a tiro no município do Cazenga, à luz do dia, e envolto na multidão. O vídeo está a circular nas redes sociais e choca a socidade, as câmaras colocadas na via pública vão ajudar a esclarecer vários delitos. Os jovens chegaram ao terreno, fizeram das suas e foram. Acredito que se os agentes da ordem estivessem no terreno, o pior não teria acontecido.
Agências: Angop, AFP, reuters, Getty Images
Assistentes de Redacção: Antónia Correia, rosa Gaspar, Inês Monteiro e Sílvia Henriques Impressão e acabamento: dAMEr, S. A. Luanda Sul, Edifício damer Distribuição: Media Nova distribuição Tel: +244 943028039 distribuidora@medianova.co.ao pontodevenda@medianova.co.ao Assinaturas: Bruno Pedro Tel: +244 945 501 040 Bruno.Pedro@medianova.co.ao Online: Venâncio Rodrigues (Editor)Isabel dalla e Ana Gomes Sítio Online: www.opais.co.ao Contactos: info@opais.co.ao Tel: 914 718 634 -222 003 268 Fax: 222 007 754 Sede: Condomínio ALPHA, Talatona- Luanda. Tel: 222 009 444 república de Angola
Comercial e Marketing: Senda Costa 922682440 Vladimir Teixeira email: comercial@medianova.co.ao Tiragem: 15 000 exemplares
Por outro lado, os jovens que andam de motrizada e mochila devem ser tidos em conta. Nos bancos comerciais, a Polícia Nacional tem que criar formas de ter um posto e controlar melhor.
Bom dia director do jornal OPAÍS... Os assaltos a mão armada na província de Luanda estão a preocupar os cidadãos. Isto acontece à luz do dia e em zonas de muito movimento populacional.
Jovens de motorizada devidamente indumentados, presumo, recebem coordenadas de alguém para tais práticas.
partir para a justiça por mãos próprias, uma vez que o patrulhamento tem sido reduzido.
Por isso, a Polícia Nacional deve ser mais actuanete em todos os bairros da cidade capital, para se evitar o pior.
A acontecer, pode-se entrar num estado de anomia, em que as normas de convivência serão substituídas pela violência e isto não é salutar.
de outro modo, os cidadãos vão
Esses assaltos acontecem mais quando os clientes levantam dinheiro, valores acima de 500 mil kwanzas. Por conta disto, peço mais trabalho à Polícia Nacional, órgão com poderes legítimos para controlar a sociedade.
Ngunga Lobito, Cazenga
Escreva para o Jornal OPAÍS através do e-mail info@opais.co.ao ou ligue para estes contactos Tel: 222 003 268 Fax: 222 007 754
POLÍTICA
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O PAÍS Sexta-feira,2 3d eA gostod e2 019
dANIEL MIGUEL/ArQUIVO
declaração de estado de emergência no país divide MPLA e Oposição O MPLA, partido no poder, na voz do seu porta-voz, aponta as acções do Governo em curso para mitigar o impacto da seca, enquanto a Oposição lamenta pelas vidas humanas e animais do fenómeno e diz estar alinhada ao relatório da Friends of Angola (FoA) que apela ao Executivo a declarar o estado de emergência no Sul do país Domingos Bento
O
MPLA e os partidos da Oposição com assento parlamentar estão divididos relativamente à sugestão de se decretar o “Estado de Emergência” no país, devido à seca severa que o Sul de Angola vive, como defendeu no princípio desta semana a organização nãogovernamental angolana Friends of Angola (FoA). Segundo um relatório assinado pelo seu director, Rafael Morais, Angola poderá ter uma grande catástrofe nos próximos tempos se não forem tomadas medidas concretas para minimizar a fome na
zona Sul, que afecta, sobretudo, as províncias do Cunene, Cuando Cubango e Huíla. No documento, a organização esclarece que tem acompanhado a situação com preocupação, sublinhando que “há famílias que estão a ser dizimadas” e que são forçadas a emigrar em busca de melhores condições de sobrevivência face à falta de respostas das autoridades locais. Perante esta realidade, a FoA aponta a necessidade de o Governo declarar o estado de emergência, de forma a direccionar mais acções e apoios para aquelas populações e evitar que mais vidas humanas e animais se percam. MPLA discorda da sugestão Em declarações a OPAÍS, Albino Carlos, porta-voz do MPLA, disse
que o relatório da FoA enquadra-se no âmbito do exercício de liberdade de expressão que a Constituição da República consagra, pelo que se deve respeitar, apesar de não concordar. Segundo Albino Carlos, o MPLA respeita a posição dos cidadãos e das organizações da sociedade, mas não compactua com certas posições. Explicou que o Governo tem vindo a desenvolver uma série de acções com vista a minimizar o impacto da seca no seio das populações afectadas, o que torna dispensável a declaração eventual do estado de emergência, como sugere a FoA. A fonte entende ser necessário que a sociedade ajude o Governo na implementação das acções em curso e evitar agudizar mais ainda
a situação que por si só já representa um desafio muito grande para o país, devido ao impacto que a seca está a causar no seio das populações do Sul. UNITA alinha com FoA Já o secretário para os Assuntos Eleitorais da UNITA, Victorino Nhany, o seu partido está a alinhado com a sugestão da declaração de estado de emergência no Sul do país, a julgar pelos enormes estragos que o fenómeno seca está a causar. De acordo com o político, muitas vidas se perdem, “outras dezenas andam de um lado para ou-
Não é apenas o Sul, o país todo está a viver momentos difíceis. As pessoas não estão a comer”
tro” em busca de um mínimo para sobreviver, deixando o Sul cada vez mais fragilizado, situação que considera ser preocupante e que carece de medidas urgentes. “A deslocação das pessoas de uma região para outra é extremamente preocupante. As pessoas não têm água, não têm comida e nem o mínimo para sobreviver. É uma situação de extrema dificuldade. Por isso, entendemos que o Governo precisa de declarar o estado de emergência”, defendeu. Apesar de a seca ser um fenómeno natural e cíclico, Victorino Nhany, ele que é engenheiro agrónomo de profissão, disse ser possível reduzir o seu impacto com medidas e acções sérias, com o aumento do valor do Orçamento Geral do Estado (OGE) para o sector da agricultura. Nhany fala, também, da necessidade de fiscalização das acções e dos valores cabimentados para o Sul do país, de forma a combater a seca, como é o caso dos 200 milhões de dólares que, recentemente, foram aprovados pelo Presidente da República, João Lourenço, para solucionar os problemas estruturais ligados aos efeitos destrutivos da seca na província do Cunene. “Estado de emergência” para o país todo Deputado da Assembleia Nacional pelo círculo provincial do Zaire, Makuta Nkondo vai mais longe e advoga a necessidade de o Governo declarar o estado de emergência para todo o país. Em causa está a extrema pobreza que a grande maioria das populações enfrenta, embora reconheça o elevado “sufoco” e especificidade que o Sul está a viver. De acordo com Makuta Nkondo, se por um lado o Sul está a ser devastado pela seca, por outro, o país todo está a ser asfixiado pela falta de comida e de medicamentos, situação que tem feito com que muitas crianças morram de fome e de doenças evitáveis. Para o deputado, é chegado o momento de o Governo declarar o estado de emergência porque a situação que o país vive é de extrema pobreza. “Não é apenas o Sul, o país todo está a viver momentos difíceis. As pessoas não estão a comer. Até nós, os deputados, estamos a sentir o que realmente as famílias vivem. O preço da comida sobe todos os dias e os cidadãos não têm dinheiro para sobrevir. É momento de declarar o estado de emergência”, concluiu.
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O PAÍS Sexta-feira, 23 de Agosto de 2019
Pr quer dinamismo na cooperação com o Tchad O Presidente da República, João Lourenço, encorajou, nesta Quinta-feira, as autoridades de Angola e do Tchad a identificarem novas áreas para dinamizar a cooperação bilateral CArLOS MOCO
Momento dos cumprimentos de boas vindas de Lourenço a Débi quando este chegou ao Palácio da Cidade Alta
A
o intervir na cerimónia de recepção ao seu homólogo tchadiano, o Chefe de Estado angolano orientou acções concretas nas áreas das ciências, agricultura, indústria, energia, águas, do ensino e dos transportes. João Lourenço entende haver potencialidades que podem contribuir para alavancar o desenvolvimento dos dois Estados e dos respectivos povos. Noutro momento da sua intervenção, o Presidente angolano afirmou que Angola está a promover políticas que visam a implementação de maior dinamismo nas instituições do Estado. Destacou, entre as várias medidas, a luta contra a corrupção, a moralização da sociedade e o respeito pela coisa pública. Os dois países têm um quadro de cooperação que incide, fundamentalmente, na troca de infor-
mação política e diplomática. Angola tem sido um parceiro importante para o Tchad, apoiando-o nas várias organizações a que ambos pertencem, como a Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos e a Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC). O Presidente do Tchad, Idriss Déby Itno, chegou Quarta-feira a Angola em visita de Estado de 24 horas, com o objectivo de reforçar a cooperação bilateral. Reactivação da Comissão Mista Por sua vez, o Presidente tchadiano, Idriss Débi Itno, defendeu a reactivação da Comissão Mista de Cooperação com Angola, para identificar potenciais áreas de investimento. Para Idriss Débi, que falava na abertura das conversações oficiais, os dois países podem explorar e desenvolver parcerias nos sectores da agricultura, minas, energia e infra-estruturas.
Segundo o estadista tchadiano, as eventuais parcerias podem contribuir para a transformação estrutural da economia tchadiana. Considerou essencial que os dois países trabalhem para enfrentar, melhor, desafios comuns ligados à promoção do desenvolvimento e do bem-estar das populações, com realce para a cooperação no domínio da segurança, pelo papel desempenhado na estabilidade das duas nações. Noutra vertente, ressaltou que o entendimento alcançado em Luanda, para a promoção de relações pacíficas entre o Rwanda e o Uganda, confirma o compromisso angolano com a paz e o desenvolvimento do continente africano. O acordo alcançado, referiu o estadista tchadiano, é um acto magnânimo do Chefe de Estado Angolano na mediação do conflito que tem dividido os dois países africanos. PUB
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O PAÍS Sexta-feira, 23 de A gosto de 2019
Rocha ‘duro d O bairro rocha Pinto, na cidade capital, tem sido palco, nos últimos tempos, de situações tumultuosas. Só no presente ano, a Polícia foi chamada a intervir em três situações do género. A população do rocha, de modo geral, reclama da delinquência e mostra-se insegura, por um lado. Por outro, a Polícia, em determinadas áreas não é bem vista, por causa dos “exageros” na sua actuação, o que acabou vitimando dois cidadãos. Eis a dureza do rocha
Romão Brandão
A
construção desordenada é uma das principais características do Rocha Pinto, com mais becos que ruas com capacidade de criação em duas faixas de rodagem. A forma apertada como foram construídas as casas, no bairro que pertence ao Distrito Urbano da Maianga, mostra claramente a facilidade que os meliantes têm de se colocar em fuga. É preciso ter redobrada a atenção para reportar o Rocha e não perder de vista a principal via, a Avenida 21 de Janeiro, por ser o local escolhido pelos moradores para os motins. Quando se revoltam, e porque já houve três situações do género, os moradores colocam pneus em chamas, contentores de lixo e atiram pedras, paus e ferros na estra-
da. O Rocha Pinto tornou-se uma “dor-de-cabeça” para a Polícia, um bairro “duro de ruir”, porque volta e meia a corporação é chamada para apaziguar um tumulto, quando esta mesma Polícia não é acusada de ser a causadora de tal situação. Doroteia Uzitika perdeu o marido, João Paulo Mutala, de 56 anos, com quem vivia há 5 anos, como resultado de um disparo de arma de fogo que acredita ter sido feito pela Polícia. Para ela, a história de que o seu esposo terá sido morto por um disparo feito por um dos grupos rivais do bairro, que estavam em rixa, não é verdadeira. Às 22 horas, de Sábado, 16, o dia da morte de João, havia uma festa próximo do local, na zona do Apetece. Os jovens da festa desentenderam-se e a Polícia, que fazia patrulha na zona, ao aperceber-se da situação fez dois disparos, tendo um deles atingido João Paulo Mutala, na região do tórax, segundo Juliana Maria, a jovem que viu a vítima a cair perto da sua bancada. Depois de se aperceberem de que um cidadão estava estatelado, não
prestaram o devido socorro, pensando que aquele indivíduo estava apenas tendo um ataque. “Pegaram no carro e foram-se embora. É mentira que o grupo de jovens tinha pistola, eles apenas tinham pedras e paus”, disse ela. Mataram um pastor que deixa viúva e dois filhos João Paulo Mutala era pastor da igreja “O caminho em Angola”, batalhava para sustentar a sua mulher e dois filhos com a venda a grosso de produtos como rebuçados, sambapito, bolachas e outros
A evolução do bairro trouxe consigo a tristeza no rosto dos mais velhos, cujas histórias agora são de lamentação, uma vez que a delinquência é assunto do dia-a-dia.
tipos de doces aos cantineiros do Rocha. A vizinhança está revoltada com o facto de estarem a circular informações de que João era bandido, o que não é verdade, como defende, Maria Senga, outra vizinha. Enquanto conversávamos com a dona Maria, a equipa de OPAÍS foi cercada por um grupo de moradores dispostos a desmentir a versão da Polícia que dá conta de que João Paulo Mutala perdeu a vida com disparo de arma de fogo de um dos grupos de marginais do bairro Rocha, durante uma rixa. Pong Ladi é uma das senhoras que clama por justiça pela morte do vizinho e pede que a sociedade ajude Doroteia (a viúva), porque na casa arrendada onde vivia com João têm dívida de seis meses, e ela não tem emprego ou algum negócio. “A Polícia, se não tivesse exagerado ele não teria morrido. Agora quem vai sustentar a família? Isso de que os jovens estragaram carros não houve nada disso, só queimaram pneus aqui neste lado. Não sei no outro lado da estrada”, sublinhou. O lado em que Pong Ladi vive é da estrada de serviço, sítio onde se re-
gistou apenas queima de pneus como jeito de manifestação e revolta pela morte do vizinho. Entretanto, não soube dizer se na estrada principal da Avª 21 de Janeiro houve outra manifestação em que partiram os vidros de carros que por ali passavam. Não é a primeira história de morte cuja culpa recai para a actuação da Polícia, no Rocha Pinto, uma vez que ainda neste ano moradores daquele bairro presenciaram um disparo que vitimou a jovem Juliana Cafrique, vendedora ambulante. Essa situação criou revolta na população que, com pedras, ferros e paus partiu contra os agentes e os automobilistas que por ali circulavam. “Eles é que estão a provocar esta toda revolta, agindo mal com a população. Eles têm de aceitar o que fizeram. A Polícia é quem fez tiro. Nós perdemos um senhor educado, um pai de família e a população só fez aquela confusão por culpa da Polícia”, disse, Isabel Garcia, que pedia, para além de justiça, ajuda para enterrar João Paulo, já que a família não tem dinheiro.
O PAÍS Sexta-feira, 23 de Agosto de 2019
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“A delinquência aqui não acaba” Se por um lado a Polícia não é bem vista, por outro, a Polícia é bem-vinda e devia aumentar a frequência de patrulhamento no bairro. A evolução do bairro trouxe consigo a tristeza no rosto dos mais velhos, cujas histórias agora são de lamentação, uma vez que a delinquência é assunto do dia-a-dia. Alberto Minganja Mukumbe, de 78 anos, é o morador que lamenta o facto de o rocha já não ser como era antes e da forma como muitos miúdos acham prazeroso o mundo do crime. Há 38 anos que vive no rocha e hoje, mais do que
nunca, tem a certeza de que a “delinquência neste bairro não acaba”, também por falta de vigilância no bairro, bem como o elevado nível de desemprego entre os jovens. Antigamente, a vigilância no bairro era frequentemente feita pela comissão de moradores, o que inibia a acção dos marginais, mas desde que partiram a casa do presidente da comissão e o enviaram para o Zango, segundo o entrevistado, a “bandidagem só está a pior” cada vez mais. “duas vezes que denunciei os meninos que fumam liamba e ficam a receber os pertences dos alunos, mas
Sem água potável há Noite de Quarta-feira, 3 de Julho do corrente ano, um grupo de populares do Rocha Pinto, cansados da falta de água canalizada no bairro e dos constantes gastos na compra de bidons em motorizadas, decidiu cavar um buraco e desviar a conduta de água da EPAL. O plano era perfeito e na manhã do dia seguinte a “vida iria sorrir”, não fosse a intervenção da Polícia que fazia patrulha na zona. Foi assim que detiveram o cidadão Walter de Brito, com uma enxada, quando os restantes se puseram em fuga. A detenção enfureceu a população, ao ponto de sair em defesa de Brito. Para dispersar o povo, mais uma vez, a Polícia teve de fazer disparos. As viaturas da corporação sofreram danos avaliados em 300 mil Kz e a caixa da válvula da EPAL que rondou os 330 mil Kz. Já na esquadra, a Polícia foi obrigada a regressar ao local porque recebeu a comunicação de que havia,
a Polícia não interveio. A Polícia está mais preocupada nas motorizadas, em vez de garantir a segurança dos cidadãos”, disse ele, que não espera um futuro bom para o rocha. Engana-se quem pensa que um bairro onde o fornecimento de energia eléctrica é regular, ou como se diz “24/24h”, o nível de delinquência é baixo, pois o rocha mostra precisamente o contrário. É preciso ter muita confiança na protecção divina quando pensar andar sozinho a partir das 19 horas pelas zonas do Balloteli, Catumbela ou B3, na moagem do rocha.
Os mototaxistas passam mal A viver no rocha desde 1982, Agostinho Mukondo, de 42 anos, também concorda que a delinquência no seu bairro não acaba, pois pode vir Polícia podem ter energia eléctrica, os assaltos e agressões físicas continuam. Acha que a unidade da Polícia não tem homens suficientes para dar cobro aos delinquentes do bairro, que por acaso são jovens conhecidos do bairro, que “é difícil denunciar porque a família fica contra ti e eles não demoram sair da cadeia”. Os jovens não têm emprego, passam o dia no bairro a fazer nada e o resultado é esta delinquência que se regista no rocha, de acordo com o entrevistado. Os motoqueiros são obrigados a contribuírem com 100 Kz e se recusarem são agredidos, pois já tiveram um que perdeu o braço e hoje conduz com uma mão. Agostinho Cassange, de 27 anos, é
um dos motoqueiros que preocupase com a delinquência no bairro, uma vez que concorda que todos os dias tem colocado a sua vida em risco exercendo este tipo de trabalho, mas é o seu ganha-pão e não tem outra alternativa. É dos mototaxistas que tem a zona do Balloteli, tal como os outros colegas, como a pior zona para entrar e deixar passageiros no período da noite. Para além das zonas do Balloteli, Catumbela e B3, os populares apresentam as zonas do bairro Huambo e Vala Cimentada como outras de difícil penetração à noite. “Não conseguimos trabalhar à vontade. Há sítio que não conseguimos entrar porque as vezes nos tiram o dinheiro, e se você mostrar remitência acabas por perder a vida ou ficar gravemente ferido”, disse o mototaxista. PUBLICIdAdE
40 anos
depois daquela detenção, um tumulto na zona, onde os populares colocaram pneus com fogo e contentores de lixo na estrada, dificultando o trânsito na principal via: a Avenida 21 de Janeiro. Os moradores estão cansados de terem que comprar, todos os dias, o bidon de 25 litros de água, a 80 Kz. Há 40 anos que não têm água potável e “veem” a passar pelo bairro uma conduta que transporta este precioso líquido para outras áreas. É complicado para eles que viram também, há 4 anos, serem instaladas torneiras em suas casas, na esperança de terem este problema resolvido, mas nunca a jorrar água, como confirma Manuel Figueira, de 63 anos. A canalização dos chineses até hoje não funciona e a única forma de conseguir água é por meio das “kupapatas” adaptadas. Quando pensávamos que o senhor Manuel Figueira reclamaria apenas da falta
Convite para Concurso Público Convite para Concurso Público
A Convenção da Corrente de Benguela (BCC) é uma organização inter-governamen Convite para Concurso Público A Convenção da Corrente de Benguela (BCC) é uma organização inter-governamental multisectorial estabelecida porestabelecida Angola, Namíbia e para África doSulorganização Sul (as Partes) com omultiobjectivo d sectorial por Angola, Namíbia e África do (as Partes) com o objectivo de orientar Concurso Público A Convenção da Corrente de Convite Benguela (BCC) é uma inter-governamental a colaboração regional para um sistema integrado de gestão baseado em ecossistemas, sectorialpara estabelecida Angola, Namíbia e África do Sul (as com o objectivo de orientarem ecos a colaboração regional umpor sistema integrado dePartes) gestão baseado A Convenção da sustentável Corrente de Convite Benguela (BCC) é uma organização inter-governamental multi- à desenvolvimento recurso àintegrado uma abordagem ecossistema em relação para Concurso Público a colaboração regional para com um sistema de gestãodebaseado em ecossistemas, sectorial estabelecida porGrande Angola,Ecossistema Namíbia África doabordagem Sul Partes) de com ode objectivo de orientar governação oceânica do Marinho da(as Corrente Benguela (BCLME). desenvolvimento sustentável com recurso à euma ecossistema em desenvolvimento sustentável com recurso à uma abordagem de ecossistema em relação à A Corrente de Benguela (BCC) é uma de organização inter-governamental multia Convenção colaboraçãodaregional para um sistema integrado gestão baseado em ecossistemas, governação oceânica do Grande Ecossistema Marinho da Corrente de Benguela (BCLME). governação oceânica do Grande Ecossistema daPartes) Corrente de Benguela (BCL Osectorial Secretariado dasustentável BCC propostas de empresas competentes de estabelecida porconvida Angola, Namíbia do Sul (as com/ ofirmas objectivo de orientar desenvolvimento com recursoeMarinho àÁfrica uma abordagem de ecossistema emconsultoria relação à / de água, eis que o morador
a colaboração regional para um sistema integrado gestão baseado ecossistemas, governação oceânica do convida Grande Ecossistema daconsultoria Corrente de Benguela (BCLME). consórcios / pessoas individuais para realizarde aMarinho seguintede para um em Projecto designado O Secretariado da BCC propostas empresas competentes / firmas de consultoria / voltou a tocar na questão da desenvolvimento sustentável com recurso àauma abordagem ecossistema em da relação à por «Melhoramento daindividuais Resistência às Alterações Climáticas do de Sistema de Projecto Pescas Corrente consórcios / pessoas para realizar seguinte consultoria para um designado criminalidade, no facto de se O Secretariado da BCC convida propostas empresas / firmas de consultoria / O Secretariado da BCC convida propostas dedeempresas competentes / firmas de co governação oceânica Grande Ecossistema Marinho da competentes Corrente de Benguela (BCLME). de porBenguela»: «Melhoramento dado Resistência às Alterações Climáticas do Sistema de Pescas da Corrente criar o medo de denunciar consórcios / pessoas individuais para realizar a seguinte consultoria para um Projecto designado Benguela»: consórcios pessoasOde individuais para realizar a análise seguinte consultoria para um Projecto d os bandidos por causa/da Secretariado da BCC convida propostas empresas firmas de consultoria / por da Resistência às Alterações Climáticas do Sistema de Pescas da Corrente 1.«Melhoramento Os consultores irão realizar uma de das competentes lacunas na / monitoração e alertas retaliação, bem como no consórcios / pessoas individuais para realizar a seguinte consultoria para um Projecto designado de Benguela»: 1.Resistência Os consultores irão uma análise das lacunas na monitoração e de alertas previas de condições meteorológicas extremas e eventos ambientais existentes por «Melhoramento da às realizar Alterações Climáticas do Sistema Pescas da fraco policiamento. por «Melhoramento da às climáticas Alterações extremas Climáticas Sistemaambientais de(CCorV) Pescas da previas de condições meteorológicas edoeventos existentes associados àsResistência alterações ou a variabilidade e Corrente formular 1. Os consultores irão realizar uma análise das lacunas na monitoração e alertas de Benguela»: OPAÍS tentou o contacto de Benguela»: associados às para alterações climáticas ou a variabilidade (CCorV) e formular recomendações colmatar as lacunas previas de condições meteorológicas extremas e eventos ambientais existentes recomendações para colmatar as lacunas com a Administração Dis1. associados Os de consultores realizarclimáticas uma análise lacunas na monitoração alertasou às irão alterações ou das a variabilidade (CCorV) e eformular Os Termos Referência pormenorizados estão disponíveis na página: www.benguelacc.org trital da Maianga, uma vez previas de condições meteorológicas extremas e ambientais existentes recomendações para colmatar as lacunas Os Termos deBen Referência pormenorizados estão disponíveis naeventos página: www.benguelacc.org ou 1. Os consultores irão realizar uma análise das lacunas na monitoração através do Dr. van Zyl (ben@benguelacc .org ). que o Rocha pertence a este àsZyl alterações climáticas ou a variabilidade (CCorV) e formular atravésassociados do Dr. Ben van (ben@benguelacc .org ). Ospropostas Termos de Referência pormenorizados estão na local, página: www.benguelacc.org distrito, mas sem sucesso. de As previas condições meteorológicas extremas e daeventos e devem serpara apresentadas asdisponíveis 16:00, hora Namíbia, no ambientais dia 30ou de recomendações colmatar asaté lacunas através do Dr. Ben van Zyl (ben@benguelacc .org ). Entretanto, este é um asAs propostas devem ser apresentadas até as 16:00, hora local, da Namíbia, no dia 30 de Agosto de 2019. às alterações climáticas ou ana variabilidade (CCorV) e Os Termos de Referência pormenorizados estão disponíveis página: www.benguelacc.org ou Agosto de 2019. sunto que não seassociados esgota por As propostas devem ser apresentadas até .org as 16:00, hora local, da Namíbia, no dia 30 de através do Dr. Ben van Zyl (ben@benguelacc ). aqui e vamos insistir no recomendações Agosto para de 2019.colmatar as lacunas pronunciamento do admiAs propostas devem ser apresentadas até as 16:00, hora local, da Namíbia, no dia 30 de nistrador, principalmente Agosto de 2019. Termossociais de Referência pormenorizados estão disponíveis na página: www.benguela sobreOs os problemas por que passam aqueles através do Dr. Ben van Zyl (ben@benguelacc .org ). moradores.
As propostas devem ser apresentadas até as 16:00, hora local, da Namíbia, no Agosto de 2019.
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SOCIEdAdE
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É mentira que o grupo de jovens tinha pistola, eles apenas tinham pedras e paus”, Juliana Maria, moradora
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A Polícia está mais preocupada nas motorizadas, em vez de garantir a segurança dos cidadãos” Alberto Mukumbe, morador
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É uma zona preocupante em termos de segurança pública, que, naturalmente, fará com que façamos uma revisão das estratégias” Mateus Rodrigues, intendente
rocha preocupa bastante a Polícia
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uma conferência de imprensa realizada no último dia 18, a Polícia Nacional demarcou-se da morte de João Paulo Mutala, alegando que quando chegaram no local a vítima já estava estatelada, atingida por um disparo de arma de fogo, acidentalmente, uma vez que a mesma se encontrava numa cantina, para adquirir produtos. “Alguns indivíduos, aproveitando-se do facto, desencadearam um conjunto de acções que criaram distúrbios, causando bloqueios com caixotes de lixo e colocando fogo na via de serviço do Rocha”, informou o porta-voz da Delegação Provincial do Ministério do Interior de Luanda, Intendente Mateus Rodrigues. O responsável acrescentou que quando chegaram ao local, o senhor já estava morto, como resultado da contenda entre os grupos rivais. Ainda assim, os efectivos foram recebidos à pedrada e tiveram de recuar. Os cidadãos colocaram obstáculos na via principal que impossibilitavam o trânsito no Rocha Pinto e alguns veículos foram danificados. Desde que a Polícia registou o primeiro caso, em Março, de Juliana Cafrique, que o Rocha Pinto tem sido uma preocupação para o Comando Provincial da PN, segundo Mateus Rodrigues, e tudo fazem para identificar os grupos de malfeitores que aterrori-
zam a zona e o porquê da violência contra a Polícia sempre que há uma intervenção da corporação. “É uma zona preocupante em termos de segurança pública, o que, naturalmente, fará com que façamos uma revisão das estratégias implementadas naquela zona. Vamos fazer um esforço adicional no sentido de identificar o que está na base quer da actuação dos nossos efectivos, quer da reacção da população”, disse. É necessário, para o porta-voz, que haja o envolvimento da família, da igreja, das escolas, no sentido de ajudar a tirar os menores e não só do mundo do crime ou da associação de malfeitores. O trabalho que a Polícia faz, de os deter, não é suficiente se não houver envolvimento doutros sectores da sociedade. dos 12 detidos, sete foram conde-
nados por arruaça Neste impasse entre a Polícia e a população do Rocha Pinto o número de detidos por arruaça passa uma dezena. Na última morte registada no bairro, do cidadão vendedor de 56 anos, a Polícia deteve cinco cidadãos, já no acto de vandalismo da conduta da EPAL foram detidos sete cidadãos. Os sete cidadãos foram condenados sumariamente, com penas entre os seis e os 15 meses de prisão, por envolvimento nos tumultos do dia 3 de Julho, na zona do Rocha Pinto, onde os moradores agastados com a falta de água no bairro tentaram vandalizar uma conduta da EPAL. Responderam pelos crimes de arruaça, resistência e danos não previstos. Estes doze não serão os únicos, pois a Polícia continua as investigações no sentido de identificar mais cidadãos envolvidos na arruaça do Sábado, 16 de Agosto. Entretanto, os sete indivíduos detidos e acusados de participarem do acto de vandalismo ora referido foram julgados e condenados. Por outro lado, os cinco cidadãos detidos no último caso são apontados pela Polícia como membros de grupos de malfeitores denominados “Bwé Poster” e “Os Belas”, com idades compreendidas entre os 18 e os 22 anos.
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A canalização dos chineses até hoje não funciona e a única forma de conseguir água é por meio das “kupapatas” adaptadas. Manuel Figueira, morador
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É difícil denunciar porque a família fica contra ti e eles não demoram a sair da cadeia” Agostinho Mukondo, morador
“Todas as unidades têm de ter um gabinete psicopedagógico” O sociólogo entrevistado pelo OPAIS, José Lourenço, dá nota positiva para a Polícia por prender pessoas por arruaça, porque o povo não pode partir os vidro dos carros de quem nada tem a ver com o seu problema. Da mesma forma que dá nota negativa para a Polícia pela forma de actuação e aconselha o atendimento psicopedagógico. Para o especialista, a formação dada aos polícias não tem sido a mais adequada, pois tem sido posta de parte a questão psicopedagógica. Deve ser criado um gabinete psicopedagógico em cada esquadra, que acompanhe o agente diariamente, bem como deve haver controlo do nível de alcoolémia antes e depois de os agentes saírem para as operações. Parecendo que não, com estas péssimas actuações da corporação, a Polícia está a mostrar fragilidades, por isso, segundo o sociólogo, temos vindo a registar casos de polícias que matam por crimes passionais; matam porque estava embriagado; ou porque estava cansado, etc. Outro problema, segundo José Lourenço, é que a PN recebeu pessoas que vieram das FAA, que ainda não se despiram do pensamento de guerra, já que receberam treinamento diferente. Este agente deve ser
novamente formado e devidamente acompanhado. “A Polícia quer controlar tudo e muita coisa ainda fica por se fazer. Sugiro que, por exemplo, quem deve controlar as fronteiras e o mar devam ser as FAA, porque há armas que passam de forma ilegal e depois o crime fica sem explicação”, defende. O Rocha é a réplica do Catambor, para o interlocutor, com condições precárias, extrema pobreza, delinquência, fraco investimento na educação, dominado pelo comércio informal que propicia estes tipos de reacções. A unidade da Polícia de Intervenção Rápida no local deve ser reforçada, pois tem poucos efectivos para dar resposta ao número de crimes que ali se regista, disse.
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Rádio LAC realiza Festival da Canção de Luanda sob o signo “Kutululuka”
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Sob o signo
“Kutululuka”, festa em língua portuguesa, a rádio Luanda Antena Comercial (LAC) realiza a 22ª edição do Festival da Canção, com a participação de 10 concorrentes, e homenageará o músico e compositor Eduardo Paim Jorge Fernandes
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esta, ambiente de “farra” como eram realizados os eventos antigamente, é o mote da 22ª edição do Festival da Canção de Luanda, sob a chancela da Rádio LAC. A gala de consagração dos concorrentes realiza-se a 20 de Setembro, na Marina do Clube Naval de Luanda. Por se tratar de um evento que se realiza em paz e perfeita harmonia, este ano o aludido festival estará adequado à Bienal LuandaFórum Pan-Africano para a Cultura de Paz, que a capital acolherá entre os dias 18 e 22 de Setembro. A informação foi prestada, na última Quarta-feira, por Carla Moreno, directora executiva do Festival, numa conferência de imprensa promovida pela estação emissora, tendo dado igualmente a conhecer que o objctivo é desenvolver e consolidar uma cultura de Paz e não-violência, desencadeando um movimento Pan-Africano que promova a diversidade cultural e a unidade africana. Entretanto, no festival vão com-
Intérprete Carla Moreno, com a canção “E se fora eu”, composição de Dino Ferraz, sagrou-se vencedora da 21ª edição do Festival da Canção de Luanda.
petir 10 concorrentes, cuja avaliação estará a cargo de um júri integrado por Manuel Gonçalves, Upale Mónica, Niki Menezes, Anabela Aya e Lito Costa, que os vai avaliar para o grande prémio e também para as quatro categorias parcelares, baseados na melhor letra, melhor interpretação, a melhor voz e a melhor produção. Concorrentes Saídos de um leque de cerca de 300 concorrentes inicialmente, apenas dez estão classificados para a fase final. Assim, o júri vai avaliar a performance de Alfredo Hossi, com o tema “Tempo”, Aylasa Tchiplica “Kasinda”, Diana Kabango “Amor se paga com amor”. Vão ainda soltar a sua voz, na Marina do Clube Naval de Luan-
da, Gabriel Kamenhe “Angola Minha”, Gusleine Eduardo “A luta está lá fora”, Heroide “A vida tem dessas coisas”, Ngola Cuia – Ngongo iandala henda (o mundo está lá fora), Templo Six “Angola”, Trifena “Tal como” e Yoxí “Descompassados”. Premiação Ao vencedor do grande prémio ser-lhe-á entregue o valor de um milhão de Kwanzas, ao passo que os das categorias parcelares receberão 200 mil Kwanzas cada, enquanto o vencedor do Prémio LAC, que corresponde ao total de votos dos ouvintes, receberá igualmente 200 mil Kwanzas. Momentos A rapsódia para a presente edi-
ção contará com um novo figurino. Vários dos nossos intérpretes, designadamente, Acácio Bambes, Bela Chicola, Carla Moreno,
Ao vencedor do grande prémio serlhe-á entregue o valor de um milhão de Kwanzas
Augusto Chakayá, Edizila, Erica Nelumba, Ivan Alekxei, Lina Alexandre, Sabino Henda e Voto Gonçalves vão dar voz a canções que marcaram as épocas de 1960 até aos nossos dias. Por outro lado, Eduardo Paim, enquanto convidado especial, entra no espírito da festa e da homenagem que lhe vem sendo prestada como um dos iniciadores do movimento Kizomba. Tal como fez questão de frisar, vai interpretar temas seus antigos e os mais recentes. O festival vai ainda contar com as exibições dos grupos Ndimbo Danças de Angola e de Lufunda, vencedores dos concursos de percussão e de dança promovidos pela LAC nos meses de Julho e Agosto, respectivamente.
O PAÍS Sexta-feira, 23 de Agosto de 2019
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dia Mundial da Abolição da Escravatura
Angolanos no primeiro assentamento colonial inglês em palestra
Assinala-se hoje, 23 de Agosto, o dia Internacional para relembrar a Abolição do Tráfico Negreiro. Por este facto, a chegada dos angolanos no primeiro assentamento colonial inglês na América do Norte será o tema de um workshop
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UNESCO e o Ministério da Cultura (MINCULT), através do Museu Nacional da Escravatura, promovem um workshop sobre a chegada de angolanos no primeiro assentamento colonial inglês da América do Norte, hoje, às 9 horas no anfiteatro do Centro de Artes e Mercado de Artesanato, em Luanda. No certame, também será apresentada a Resolução 29 C/40, documento que retrata a adopção deste dia pelo Con-
selho Executivo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), na sua 29ª sessão. A referida actividade visa, entre outros assuntos, reflectir em torno dos 400 anos desde a chegada de angolanos às terras norte-americanas. Esta data é celebrada anualmente, desde 1998, pelo Museu Nacional da Escravatura. Assim, a actividade tem como objectivo lembrar o 23 de Agosto através de um acontecimento histórico que envolve
Angola, no quadro da história do tráfico negreiro, bem como reflectir sobre a forte presença de africanos de origem angolana no século XVII na América do Norte e o seu contributo na formação das sociedades americanas contemporâneas. O evento conta com a actuação dos “Meninos do infantil Futuro Próspero”, considerações feitas pelo secretário de Estado da Cultura, Aguinaldo Cristóvão, e a referida palestra, presidida por Vlademiro Fortuna, director do Museu da Escravatura.
O tráfico de escravos O tráfico negreiro ocorreu em todo o Oceano Atlântico entre os séculos XVI e XIX. A grande maioria dos escravizados que eram levados para o Novo Mundo, a maior parte pela rota de Comércio Triangular, eram membros de povos da África Ocidental, nas partes central e ocidental do continente, vendidos por outros africanos ocidentais para os comerciantes de escravos da Europa Ocidental ou capturados directamente pelos europeus. O número de pessoas levadas
foi tão grande que, antes do final do século XVIII, os africanos que chegaram por meio do comércio de escravos tornaram-se os mais numerosos membros oriundos do Velho Mundo tanto no Norte quanto no Sul da América. Uma quantidade muito maior de escravos foi levada para a América do Sul em relação ao Norte. O sistema económico do Atlântico Sul era centrado na produção de produtos têxteis para vender na Europa. Aumentar o número de escravos africanos trazidos para o Novo Mundo foi crucial para os países da Europa Ocidental que, nos séculos XVII e XVIII disputavam entre si a criação de impérios ultramarinos. Estima-se que 15% dos africanos morreram no mar, com taxa de mortalidade consideravelmente maior na própria África no processo de captura e transporte de povos indígenas para os navios. PUB
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CARTAz
O PAÍS Sexta-feira, 23 de Agosto de 2019
Festival
Movimento Cultural do Cunene promove IV edição do FestNeto-Cunene
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A abertura oficial do festival terá lugar no Instituto Técnico de Saúde de Ondjiva, numa realização do Movimento Cultural do Cunene (MCC), em parceria com as administrações municipais do Cuanhama, do Ombadja, da Cahama e do Curoca. A escolha da referida instituição para a cerimónia de abertura deve-se ao facto de Agostinho Neto ter dedicado também parte da sua vida à saúde Augusto Nunes
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ma exposição literária e fotográfica das edições anteriores do evento, momento cultural, assim como a oferta de materiais sobre a “Vida e Obra do Dr. António Agostinho Neto” aos intervenientes, marcarão a IV Edição do FestNeto-Cunene 2019 O festival, a realizar-se pela primeira vez em quatro municípios desta província: Cuanhama, Ombadja, Cahama e Curoca, nos dias de 3, 4, 5 e 6 de Setembro, visa enaltecer os feitos do escritor, António Agostinho Neto, primeiro Presidente de Angola.
A abertura oficial do evento terá lugar no Instituto Técnico de Saúde de Ondjiva. A escolha da referida instituição para a abertura da cerimónia, segundo a organização, deve-se ao facto de Agostinho Neto ter dedicado também parte da sua vida ao serviço da saúde. Hamilton Venokanya, coordenador-geral do Movimento Cultural do Cunene, promotor do evento, adiantou a OPAÍS que se trata de uma edição de consolidação, por ser realizada pelo segundo ano consecutivo, em quatro dias consecutivos, e em diferentes municípios da província. O festival com enfoque na literatura, conta com as impres-
sões digitais do Movimento Cultural do Cunene e inclui também a abordagem de vários temas sobre a Vida e Obra do Peta – Maior, dos quais “O Legado Cultural de Agostinho Neto Para a Juventude”, “Mussunda Amigo - Uma Metáfora, Uma Expressão de Profunda Solidariedade”. No município de Ombadja, o festival terá como palco principal a Escola Primária Mário Sambwako, envolvendo um momento de confraternização Manguxi, Tertúlia Cultural, exposição literária, fotográfica, uma breve comunicação em torno da “Vida e Obra do Poeta Maior” e a oferta de materiais ligados a Vida e Obra de António Agostinho Neto.
“Agradecemos à Administração Municipal do Curoca pela parceria nesta edição, e da Cahama por aceitar o desafio de albergar o terceiro dia da IV edição do FesNeto-Cunene”, disse Hamilton Venokanya.
Recorde-se que o FestNeto Cunene é um projecto do Movimento Cultural do Cunene e conta com o apoio da Fundação Dr. António Agostinho Neto. Foi lançado em 2016 e tem sido executado pelo Movimento Cultural do Cunene.
MÚSICA
CINEMA
REdES SOCIAIS
dRAMA
Cantora Ângela Ferrão actua na Feira do Livro de Luanda
A saga “The Matrix” vai ter um novo filme
Miley Cyrus oferece ramo de canábis a ex de actual namorada
Diagnóstico sobre a adopção em França
A cantora Ângela Ferrão foi, na Quarta-feira, a principal atracção do terceiro dia da Feira Internacional do Livro e do Disco de Luanda, que decorre desde 19 de Agosto na Baía da capital do país, ao interpretar mais de dez dos seus sucessos musicais. A artista apresentou um reportório composto por canções dos seus primeiro e segundo álbuns, com realce para os temas “Angelina”, “Lazaro”, “Nze Nze”, “Kanuyaya”, “Xenga”, “Lua Uawu”, “Vovó Rosa”, “Wanga”, “Leva-la”, “Sala Kanawa”. Em declarações à Angop, sobre os seus projectos artísticos, Ângela Ferrão informou que prevê lançar duas novas músicas e gravar um vídeo clip ainda este ano.
A saga cinematográfica “The Matrix” vai ter um novo filme, anunciaram, esta Terça-feira, os produtores, confirmando a presença dos actores Keanu Reeves como Neo e Carrie-Anne Moss como Trinity, numa sequela escrita, realizada e produzida por Lana Wachowski. “Não podíamos estar mais entusiasmados por reentrar no Universo Matrix”, disse o director dos estúdios Warner Bros, Toby Emmerich, à revista Variety, descrevendo Lana Wachowski, que com a sua irmã lançou a saga cinematográfica há20anos,como“umaverdadeiravisionária, uma realizadora singular, original e criativa”. De acordo com a revista, o filmedeverácomeçaraserrodadoem2020.
Miley Cyrus presenteou Brody Jenner, exmarido da actual companheira Kaitlynn Carter, com um ramo de canábis. Após confirmar o fim do casamento com LiamHemsworth,MileyCyrusestánuma relaçãocomKaitlynnCarter,ex-mulherdo irmão de Kylie e Kendall Jenner. No entanto, a cantora e a modelo mostraram manter uma boa relação com Brody Jenner ao oferecerem um ramo de canábis para assinalar o aniversário do filho de Caitlyn Jenner. O aniversariante, que completou 36 anos nestaQuarta-feira,partilhouumvídeono qual revelou a prenda com os fãs nos InstaStories. “Desejamos-teumfelizaniversário!Amamos-te”, pode ler-se no cartão enviado.
Um Gilles Lellouche sensível, comovido e paternal é motivo suficiente para se ver “Em Boas Mãos”, de Jeanne Herry. Um drama francês que retrata um meticuloso processo de adopção. Como filmar o sistema de assistência social francês? Esta poderia muito bem ser a indagação por detrás de “Em Boas Mãos”, a história de um recém-nascido abandonado pela sua jovem mãe, e o processo que o levará até aos braços de uma mãe adoptiva. Pois mais do que sublinhar o tradicional conflito entre a biologia e o afecto, o que interessa à câmara de Jeanne Herry é a dinâmica do grupo de pessoas que trabalham para o bem-estar da criança rejeitada.
OPINIÃO
O PAÍS Sexta-feira, 23 de Agosto de 2019
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RICARdO VITA*
É (ainda) possível perguntar se a colonização foi assim tão má?
C
ontrariamente à opinião de alguns animadores da cena cultural de Angola, por quem tenho respeito, a despeito do que segue, e além da forte repugnância que ainda se pode sentir ao reconhecer a barbárie que a colonização foi, creio que uma posição que afirma ser intelectual deve ser livre de emoção para ser notável pelo seu raciocínio. Não é que eu esteja tentado a sacrificar o grande princípio da liberdade de expressão ou a desacreditar o mérito do conhecido jornalista e poeta em questão, não é que a sua posição seja ilegítima aos meus olhos, mas não podemos esquecer que a primeira função do intelectual é pensar. A função pode ter a virtude de pensar bem ou o defeito de pensar mal. Foram intelectuais eminentes que teorizaram e defenderam a escravatura e a colonização. No estado actual do debate sobre a colonização em Angola, e com os justos motivos que este senhor tem para fazer o seu balanço, começando por inquirir se a colonização foi algo tão mau, acho que seria sensato fazer um estudo clínico do facto colonial. De qualquer forma, e se for desta forma precisamente, seria inadequado pôr em causa as conclusões de cientistas reconhecidos. Isso não seria apenas uma atitude ultrajante, seria também um péssimo cálculo de posicionamento intelectual num dos países que sofreu até na sua alma a ira desse mal, a colonização. Seria degradante procurar transformar a colonização em uma questão puramente estética, sensacionalista, esquecendo o que ela foi realmente: um crime contra a humanidade, como é qualificada por vários historiadores e dirigentes corajosos como o actual presidente da França, Emmanuel Macron. E é já miserável o suficiente
saber disso. Inquirir se a colonização foi tão má assim é indigno, e nenhum intelectual africano sério chegou a este ponto. E mesmo os que tentaram, que deslizaram e caíram, porque imbuídos da sua ciência, não tocaram o fundo do precipício tão brutalmente. Mas entendemos a postura do senhor quando descreveu o seu habitual estado de espírito durante a entrevista onde abordou o assunto: confessou ser altamente radical na vida. Portanto, também é radical, à sua maneira, nesta importante questão da colonização. Em África, em certos meios, a tentação de também analisar o colonialismo sob um prisma selectivo é grande. Mas isso não é aceitável, seria como se procurássemos as coisas boas que o nazismo produziu. Nunca vimos um Alemão, fora dos neonazis, a afirmar que o nazismo não foi tão mau e nunca veremos um Judeu a dizer isto um dia. Então, da mesma forma que condenamos o nazismo como um todo, devemos também abominar o colonialismo como um todo, uma vez que aplicaram os mesmos métodos, como Aimé Césaire demonstrou claramente no Discurso sobre o Colonialismo. E mais ainda do nosso lado, o lado das vítimas, pouco importa o nosso altruísmo ou a proximidade que temos com o país do nosso ex-colonizador. Pois seria irresponsável criar dúvidas nas mentes dos Angolanos sobre este assunto. « Da colonização à civilização a distancia é infi nita; que, de todas as expedições coloniais acumuladas, de todos os estatutos coloniais elaborados, de todas as circulares ministeriais expedidas, é impossível resultar um só valor humano », escreveu Césaire. A colonização tem de ser repensada, disse também o senhor na entrevista, este pode ser o ponto em que devemos concordar com ele e começaremos por responder
a sua questão. Porque, no sentido que nos diz respeito, a colonização refere-se à conquista pela força de territórios, ocupando-os para explorar as suas riquezas naturais e humanas. A Europa impôs a sua soberania sobre nós apoiandose oficialmente com a afirmação da existência de raças humanas e da superioridade da « raça branca ». A escravatura, baseada na supremacia branca sobre o negro, foi legal e oficialmente encorajada nas colónias e o trabalho forçado foi oficializado. E isso foi imposto pela força militar e sem o nosso consentimento. Ouçamos novamente Aimé Césaire que nos dirá o que foi realmente a colonização: « Entre colonizador e colonizado, só há lugar para o trabalho forçado, a intimidação, a pressão, a polícia, o roubo, o estupro, as culturas obrigatórias, o desprezo, a desconfiança, a arrogância, a suficiência, a grosseria, as elites descerebradas, as massas degradadas. Nenhum contacto humano, mas relações de dominação e submissão que transformam o homem colonizador em criado, ajudante, comitre, chicote e o homem indígena em instrumento de produção. É a minha vez de enunciar uma equação: colonização = coisificação. Ouço a tempestade. Falamme de progresso, « realizações », de doenças curadas, níveis de vida elevados acima de si próprios. Eu, eu falo de sociedades esvaziadas de si próprias, de culturas espezinhadas, de instituições minadas, de terras confiscadas, de religiões assassinadas, de magnificências artísticas aniquiladas, de extraordinárias possibilidades suprimidas. Lançam-me na cara factos, estatísticas, quilómetros de estradas, canais e caminhos de ferro. Mas eu falo de milhares de homens sacrificados no Congo-Oceano. Falo dos que, no momento em que escrevo, cavam à mão o porto de Abidjan. Falo de milhões de
homens arrancados aos seus deuses, às suas terras, aos seus hábitos, às suas vidas, à vida, à dança, à sabedoria. Falo de milhões de homens a quem inculcaram sabiamente o medo, o complexo de inferioridade, o tremor, a genuflexão, o desespero, o servilismo ». Foi assim que a colonização foi. E aqui ela é explicada por Césaire, um homem altamente formado, culto e que dedicou a vida inteira à defesa da dignidade humana. Lembremos que foi uma África espiritualmente forte, materialmente opulenta e civilizada que os Europeus encontraram no século XV. Foi uma África agonizante que vieram conquistar depois da hecatombe do tráfico de escravos que orquestraram. E foi uma África destruída que nos devolveram depois da colonização, para continuar a desestabilizá-la de longe. Não sabe se a colonização foi assim tão má? Caro senhor, em Angola, quantos Angolanos a colonização formou convenientemente e quantas universidades construiu? A colonização é indefensável. Tentar humanizá-la ou criar dúvidas sobre a sua verdadeira natureza é desrespeitar o sacrifício e as memórias de milhões de homens, mulheres e crianças que foram submetidos ao trabalho forçado, chicoteados e que morreram de fome. É não reconhecer a resistência dos nossos antepassados, que foram decapitados e cujas aldeias foram queimadas por terem lutado contra a ocupação colonial. É verdade que se cita muito o carácter positivo da colonização por ignorância do passado. As infra-estruturas que a propaganda colonialista e saudosista diz que o Colono deixou foram realizadas para o benefício da colonização e foram construídas pelas mãos calosas dos nossos antepassados e anciãos; que foram requisitados ou deportados. Não foram
nem doação, nem obras caritativas. É por isso que devemos honrar esses antepassados e anciãos que lutaram contra o colonialismo, que resistiram para que nós não conhecêssemos a escravatura, para que tivéssemos a vida que temos hoje. Em verdade, se soubéssemos o que a colonização foi realmente, preferiríamos hoje viver como vivemos; na miséria que denunciamos por desatino ou desespero, do que na exaltada e falsa opulência sob o jugo da dominação. Basta conversar com os nossos parentes que estão vivos (preciosas bibliotecas desvalorizadas!) e pedir-lhes para que contem como cantaram I Wish I Knew How It Would Feel to Be Free antes da Nina Simone divulgar esse pranto colectivo! Agora, cada um de nós é livre para dar o sentido que quiser dar à vida que tem hoje. Mas temos todos a obrigação de dar a homenagem devida à luta dos nossos antepassados e anciãos. Pois se há uma coisa que a colonização não destruiu é a nossa fé na vida e na cadeia que nos liga aos nossos anciãos e antepassados. Graças a eles. Não lutaram nem morreram por nada. E não lutaram para questionarmos hoje com jactância se o mal que combateram vigorosamente foi assim tão mau. O momento é o da retomada da obra, para continuar a reconquista da posse de nós mesmos, e não para formular questões espantosas ou confusas que querem ser profundas.
*É Pan-africanista, afro-optimista radicado em Paris, França. É colunista do diário Folha de São Paulo (Brasil), do diário Público (Portugal) e do diário Libération (França). É cofundador e vice-presidente do instituto République et Diversité que promove a diversidade em França e é empresário.
ECONOMIA
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O PAÍS Sexta-feira, 23 de Agosto de 2019
No açúcar e no etanol o PROdESI não está a ser cumprido A Biocom produz etanol suficiente para as necessidades domésticas, mas foram autorizadas importações. Se há entrada de açúcar, também quem o produz no país não foi consultado dANIEL MIGUEL/ArQUIVO
Patrícia de Oliveira
N
o início da produção, a Biocom fabricava o etanol hidratado, que precisava de ser rectificado e transformado em etanol neutro, por este motivo era exportado, não havendo clientes internos. Com o tempo, a empresa esvaziou os tanques e arranjou compradores internos, mas teve de vender a um preço reduzido, apostando na produção do etanol neutro. Até ao momento, neste ano, já foram produzidos 9 milhões e 380 mil litros de etanol, o equivalente a 40% de produção projectada. De acordo com o director-geral da Biocom, Luis Bagorro Júnior, para a produção do etanol neutro, numa primeira fase estava previsto um investimento na ordem dos USD 2 milhões, mas com uma
política de redução de custos, a meta ficou no milhão e meio. “Neste momento, a empresa produz o etanol neutro e já não existe necessidade de importar, visto que o país aposta na redução das importações de bens produzidos localmente”, avançou. Segundo Bagorro Júnior, anualmente são exportadas 44 mil toneladas de álcool, mas já entraram no país, em contra-mão à política pública, 27 mil metros cúbicos de álcool este ano, que adicionados aos 19 mil metros cúbicos da Biocom dão num total de 46 mil metros cúbicos de álcool . Se o país só precisa de 40 mil metros cúbicos de álcool, terá então um excedente que não será consumido de seis mil metros cúbicos. “E a Biocom está a vender a um preço mais reduzido relativamente ao importador”, disse. Segundo Luís Bagorro Júnior, este ano, a empresa prevê produ-
zir 19 mil metros cúbicos de etanol e vendê-lo a empresas que produzem bebidas alcoólicas, apenas a empresas nacionais e devidamente licenciadas. O responsável referiu que já manteve um encontro com um representante do Executivo em que expôs a necessidade de se reduzir a importação de etanol, mas ainda não obteve uma resposta. Venda de energia ao Estado renegociada No que diz respeito ao fornecimento de energia, segundo o responsável, a Biocom tinha um contrato com a empresa Nacional de Destribuição de Energia (ENDE) e a sua produção era vendida ao Estado. Nesta altura, o contrato da Biocom está em negociações, por ter sido revogado no dia 2 de Junho do ano em curso. A Rede Nacional de Transporte de Electricidade (RNT ) pretendia a renovação
do contrato, mas o Estado “cortou” o fornecimento. O tipo de energia é de Biomassa e tem um tratamento diferenciado e outros custos. “Toda a produção de energia é comprada pelo Governo, mas o Gverno já não tem interesse em comprar a energia da Biocom porque diz que o preço é elevado”, explica. O responsável referiu que existem vários tipos de energia que o Governo quer diversificar. Por essa razão, estão em curso negociações para a retomada da venda de energia ao Estado. A energia que agora não está a ser consumida, Luis Bagorro Júnior avançou serem 55 megawatts. “O processo está a ser renegociado, está a IRS a trabalhar com a Biocom e acho que estamos numa fase de entendimento e logo teremos novidades”, disse. Questionado se será reduzido o preço da energia ao Estado, respondeu positivamente. Referiu que e foi indicado que o parceiro para o negócio da energia seria a RNT, mas quando as duas partes não encontraram consenso apareceu o instituto regulador para encontrar um meio termo e é o que está a acontecer. Estado aliena os seus 20 % Sobre a privatização de empresas no país, um processo em que a Biocom é também citada, adiantou que o Estado privatiza as empresas em que tem participação. No caso da Biocom, o Estado está representando pela Sonangol em 20% e é essa a percentagem que vai ser privatizada . “Qualquer sócio tem o direito de vender a sua participação se não quiser continuar na empresa, e isso que vai acontecer”,referiu . Disse ainda que 80% da acções da empresa vão permanecer com os mesmos sócios e a saída do Estado não vai afectar a companhia. Sobre a garantia soberana, referiu que o projecto tem empréstimos de dois sindicatos de que fazem parte os bancos de Fomento Angolano (BFA) Banco Angolano de Investimento (BAI) e o Banco Económico. Estes bancos não têm garantia soberana,mas
sim dos sócios. Foi o primeiro empréstimo da Biocom. Já o segundo sindicato de bancos tem a garantia soberana e dele fazem parte fazem parte o Banco Económico, o Banco Millennium Atlantico e o Caixa Tota. Estes quatro bancos têm a garantia soberana. Questionado sobre se a Biocom já honrou parte da dívida, afirmou que pagou sim alguma percentagem, mas reconhece que a conjuntura económica não permite ainda atingir os níveis de produção financeira desejados. PROdESI não cumpre missão em relação à produção de açúcar no país O PRODESI (Programa de Apoio à Produção Nacional, Diversificação das Exportações e Substituição de Importações) foi criado pelo Governo, por Decreto Presidencial. Segundo Bagorro, o artigo nº 8, nas alíneas a e d, refere que os produtores nacionais gozam de prioridade sobre a importação, mas isso não está a ser cumprido em relação ao açúcar. A alínea d refere que apenas os grossistas e produtores nacionais podem importar, o que igualmente não está a ser cumprido, pelo facto da Biocom ser o maior produtor e ainda não teve necessidade de importar açúcar, apesar de ele estar a entrar no país. A alínea c diz que os grossistas e produtores antes de importar devem demonstrar consultas ao mercado nacional que o justifiquem,mas as importações que estão a acontecer não partiram de qualquer consulta à Biocom. Nunca houve contrato prévios de produção nacional, apesar de todos os dados da produção encontrarem-se no portal de produtores nacionais, da responsabilidade dos Ministério de Economia, do Comércio e Indústria. A Biocom acha que o PRODESI não está a ser cumprido no referente à produção de açúcar no pais. Em 2018 o país importou 154 mil toneladas de açúcar, se o PRODESI tem a missão de reduzir a importação, então está acontecer o contrário.
MERCAdOS
Libor USD 6 Meses
Mercado TAXA DE JURO
15,80%
Taxas de Juro Taxa BNA Libor USd 6M Libor GBP 6M Libor JPY 6M Euribor 6M Luibor 6M
Cot. 21/08/19 15,500% 2,025% 0,801% -0,045% -0,424% 15,900%
∆ Diária (p.p) 0,000 0,002 0,000 0,002 0,001 -0,020
15,79% 15,78% 15,77% 15/Ago
Mercado ACCIONISTA Índices Accionistas Cot. 21/08/19 dow Jones (EUA) 26 202,73 S&P 500 (EUA) 2 924,43 FTSE 100 (Inglaterra) 7 203,97 IBovespa (Brasil) 101 201,90 CSI 300 (China) 3 781,76 Nikkei 225 (Japão) 20 618,57
Cot. 21/08/19 360,9725 1,1103 1,2144 106,4500 15,2073 4,0281
17/Ago
19/Ago
21/Ago
Dow Jones (EUA)
∆ Diária (%) 0,926 0,825 1,108 1,995 -0,158 -0,284
26 600
26 100
25 600
25 100 15/Ago
Mercado CAMBIAL Taxas de Câmbio USd/AKZ EUr/USd GBP/USd USd/JPY USd/ZAr USd/BrL
17/Ago
19/Ago
21/Ago
EUR / USD ∆ Diária (%) 0,000 0,036 -0,222 0,132 -0,977 -0,678
Mercado DAS COMMODITIES
1,119 1,113 1,107 1,101 15/Ago
17/Ago
19/Ago
21/Ago
Brent C rude F ut. 61,5
Commodities WTI Crude Fut. Brent Crude Fut. Gold 100 Oz Fut. Prata Fut. Gás Natural Fut. Cobre Fut.
Cot. 21/08/19 55,68 60,30 1 504,60 17,15 2,17 259,20
∆ Diária (%) -1,171 0,450 0,000 0,017 -2,164 0,310
Luibor Taxas BNA Luibor O/N Luibor 1 Mês Luibor 3 Meses Luibor 6 meses Luibor 9 meses Luibor 1 Ano
60,0 58,5 57,0 15/Ago
17/Ago
19/Ago
21/Ago
Luibor 1 Ano Cot. 21/08/19 13,50 14,28 14,43 14,66 15,18 15,78
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O PAÍS Sexta-feira, 23 de Agosto de 2019
∆ Diária (p.p) 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
2,098 2,032 1,966 1,900 15/Ago
17/Ago
19/Ago
21/Ago
Mercado Interbancário A divulgação da minuta da última reunião da Reserva Federal revelou a existência de uma divisão entre os membros sobre a evolução da taxa de juro de referência, o que poderá ter contribuído para o aumento da Libor USD 6 meses em 0,2 p.b., para 2,025%.
Mercado Accionista Os índices bolsistas nos EUA encerraram a última sessão com ligeiro incremento, impulsionado pela divulgação de resultados positivos de algumas empresas cotadas. O Dow Jones e o S&P 500 aumentaram0,93%e0,83%,situando-seem 26.202,73 e 2.924,43 pontos, respectivamente.
Mercado Cambial As incertezas associadas a efectivação da saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit) com o alcance de um acordopenalizaramodesempenhoda libra.Acotaçãodamoedasituou-seem 1,2144 USD por unidade, uma depreciação de 0,22%.
Mercado de Matérias-primas O preço Brent, que serve de referência às exportações de Angola, registou aumento de 0,45%, fixando-se em 60,30 USD/barril. A redução das reservasdepetróleonorte-americanas contribuiu para a performance da cotação.
Luibor O mercado monetário interbancário permaneceu estável pela segunda sessão consecutiva, com as taxas de juro a manter-se no nível apurado na sessão anterior. Destaca-se que a Luibor Overnight fixou-se em 13,50%eaLuibor12mesessituou-se em 15,78%.
BREVES
zona euro mantém crescimento económico frágil em Agosto O crescimento económico da zona euro manteve-se frágil em Agosto devido às persistentes dificuldades do sector manufactureiro, segundo o índice PMI do instituto Markit, divulgado ontem. Este indicador, que mede quer a actividade do
sector dos serviços, quer do sector manufactureiro, situou-se nos 51,8 pontos no mês de Agosto, ligeiramente acima do mínimo de 51,5 pontos observado em Julho, embora apresente “uma das leituras mais fracas dos últimos seis anos”.
Guiné Equatorial inaugura central de armazenamento de gás natural O ministro das Minas e Hidrocarbonetos da Guiné Equatorial inaugurou a primeira central de armazenamento e regaseificação de gás natural liquefeito em Cogo, na fronteira com o Gabão, salientando a importância dos pequenos projectos. “A LNG2AFrICA [um projecto para utilizar o gás
natural africano no próprio continente] tem um objectivo claro de desenvolver pequenos projectos de gás natural liquefeito para fornecer gás aos países e regiões com infra-estruturas limitadas”, disse Gabriel Lima durante a visita às instalações, em Cogo.
Testes independentes apontam radiação acima do normal no iPhone 7 Testes independentes comissionados pelo Chicago Tribune apontaram para uma emissão de radiação acima do normal em unidades acabadas de comprar do iPhone 7. Os mesmos testes foram conduzidos em smartphones de outras fabricantes. O nível de radiação emitido pelo iPhone 7 depois destes
testes foi alegadamente mais do dobro do que a Apple havia comunicado aos reguladores federais. Em reacção, a Apple indicou que os testes haviam sido imprecisos, apontando que “os testes não foram estabelecidos de acordo com os procedimentos necessários para avaliar apropriadamente os modelos de iPhone”.
ENTREVISTA
entrevista de Dani Costa fotos de DR
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O PAÍS Sexta-feira, 23 de Agosto de 2019
A política angolana não pode existir sem ética”
Mestre em filosofia pela Universidade Urbaniana, em roma, o padre Artur Pina
lança hoje, na Universidade Católica, em Luanda, o livro “Convergências dialéticas entre Ética e Política”, sob chancela da Mayamba Editora. Segundo ele, “uma política sem ética político-humana é uma autêntica violência política”, razão por que considera que “é político-ético aquele político que – quando age – tem um agir racionalizado e humanizado”. Pina acredita que existe ética na política em Angola, mas alerta que, segundo ele, uma promessa feita não significa que venha a ser uma promessa cumprida. Mais sobre o assunto na conversa que se segue
“C
onver gências Dialéticas entre Ética e Política” é mais um livro que lança. Qual é a razão desta abordagem? Alicerçada nas nossas “Convergências Dialécticas Entre Ética e Política”, pretendemos apresentar a necessidade da ética na política, visto que o que é ético é sempre ético-político e humano, mas o que é político, embora seja político, nem sempre é ético e humano. O que é ser político e ao mesmo tempo ético? Quais são as relações existentes entre a ética e a política? Existe uma íntima relação entre ética e política. Em Aristóteles, a Ética e a Política caminham juntas. Aliás, a ética aparece como alicerce da política. Ora bem, tanto a ética como a política têm como finalidade o bem do homem ou a busca da felicidade para o homem. É possível ser um político-ético quando se sabe que na política nem
sempre os fins justificam os meios utilizados? É possível ser político-ético. Aliás, a política é a acção dos humanos em favor dos homens. É políticoético aquele político que – quando age – tem um agir racionalizado e humanizado, segundo a natureza pura da autêntica política. O avanço e a consolidação da democracia produzem linhas de pensamento em torno da necessidade de os políticos primarem cada vez mais pela ética na política? Sim, porque, uma política sem ética político-humana é uma autêntica violência política. Por isso, se a ética é válida para todos os campos da vida humana, então, uma democracia que se quer consolidada, mas longe dos princípios e valores éticos, será, apenas, uma outra aberração. O debate sobre a ética na política não é mais filosófico do que técnico? Não. Como já se disse, a política sendo acção dos humanos em fa-
vor dos homens, uma política sem ética político-humana considera o homem como simples animal. Há ética na política em Angola? Sim, há ética. Aliás, toda a política, enquanto acção dos humanos em
Hoje, eticamente falando, na política, só pode ser aceite o que realmente dignifica o homem”
favor dos homens, tem como centro e fim o ser humano ou vela pela dignidade ontológica da pessoa humana. Por isso, a política angolana não pode existir sem ética. Diz a dado momento da obra que o que é político nem sempre é ético e humano. Estará com isso a dizer que é admissível na política uma espécie de vale tudo, já que a ética nem sempre está ao lado da política? Não. O vale tudo em política não existe. A política, enquanto acção dos humanos em favor dos homens, tem critérios humanos: critérios que justificam e fundamentam o ser humano, como autêntico humano. O que eticamente pode ser aceite na política hoje, quando está em jogo a manutenção ou a conquista do poder? Hoje, eticamente falando, na política, só pode ser aceite o que realmente dignifica o homem como autêntico ser humano.
Na obra “O Fim do Poder”, de Moisés Naim, pode-se ler que “o poder está cada vez mais diluído entre diferentes instituições, de tal forma que aquele que ousar incumprir normas éticas básicas corre o risco de facilmente o perder”. Concorda com esta posição? Como se pode compreender os inúmeros incumprimentos que vamos assistindo no país, tanto a nível do partido da situação, o MPLA, como dos aspirantes ao poder: a Oposição? Não se trata de concordar ou não
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lítico não é a mentira. Mas algum político pode mentir quando se encontra numa situação onde os valores éticos são completamente ignorados.
(...) Quanto se Angola era um Estado com ética, Sim (13%), Não (75%) e incerto (12)”
uma promessa de se criar 500 mil postos de trabalho. Houve alguma racionalidade nisso, quando hoje vemos o aumento do desemprego de forma acentuada? Se houve racionalidade na promessa de 500mil postos de trabalho? sim, houve. O problema é que uma promessa não significa o cumprimento da promessa. Uma promessa faz parte apenas de um leque de possibilidades e o leque pode ser avaliado com maior ou menor valoração. Um estudo realizado há alguns anos pela empresa Sensus indicava que 74 por cento de cidadãos inquiridos esperavam que os governantes angolanos devessem ser éticos, 4 por cento não e outros 22 por cento estavam incertos. De igual modo, questionados se os políticos em Angola têm moral e ética, apenas 11 por cento diziam que sim, 66 diziam que não e 23 estavam incertos. Quanto se Angola era um Estado com ética, Sim (13%), Não (75%) e incerto (12).
concordar. Trata-se de filosofar e reflectir sobre a problemática. É compreensível, porque o MPLA não significa incumprimento das promessas, mas alguém de que o MPLA pode não cumprir as promessas. As promessas políticas que os candidatos e outros aspirantes a lugares cimeiros em Angola têm feito são baseadas na racionalidade ou apenas no sentimento de caça ao voto? Se estas promessas são cumpri-
das, então, são baseadas na racionalidade e no humanismo. Mas se não são cumpridas, estão baseadas apenas na racionalidade e não no humanismo, que é a outra cara da mesma moeda chamada ética político-humana. Em 2017, durante a campanha eleitoral, foi feita
Qual é a leitura que se pode fazer destes indicadores? A leitura que se pode fazer é subjectiva. Subjectiva porque os cidadãos inquiridos podem não ser dignos de fé e não são o critério da eticidade dos governantes angolanos. Do ponto de vista da ética, é aceitável na política uma mentira útil por razões de Estado? Esta pergunta não respondo agora, porque já está respondida na obra que está para sair titulada “Meiasverdades ou Falsidades Inteiras” Pode parecer uma questão tola, mas ainda assim temos que fazêla: os políticos angolanos mentem muito? A natureza de um verdadeiro po-
A percepção da ética e política no Uíge, por exemplo, onde nasceu, vive e trabalha actualmente, é muito diferente da de Luanda, onde está o centro do poder político? É muito diferente, visto que Uíje é apenas uma das tantas regiões do país e Luanda é só a capital do País, embora seja o lugar onde está o centro de poder político. Como está o Uíge hoje em termos políticos, económicos e sociais? Na verdade, sendo uma das províncias de Angola, então, Uíje em termos políticos, económicos e sociais é como Angola. Quando lançou, há alguns anos, o livro “Superação do Ser Violento”, dizia que “não se pode combater uma violência sem que se supere em primeira instância os problemas do próprio ser violento”. Quais são os principais problemas que o angolano enfrenta neste momento? Se a violência pressupõe um ser violento, então, não se pode superar a violência sem antes ter superado o ser violento. Assim, alguns problemas éticos, problema da ausência da verdade autêntica, problema da ignorância ou negação do humanismo, o problema da carência de racionalidade na despesa pública, da pobreza de investimento na excelência da educação nacional, as deficiências visíveis no sistema médico e a fraqueza nacional das telecomunicações nas províncias. Há um aumento da violência, com alguns crimes hediondos a serem relatos pelos órgãos de comunicação social. Já estaremos perante aquilo que o bispo emérito do Uíge, Dom Francisco da Mata Mourisca, descrevia como ‘um escândalo público que enferma a sociedade”. Se a violência é a negação da razão, então, cada vez que se nega a razão na violência, aumenta a violência. E a violência torna-se escândalo público quando o homem se assume como animal na animalidade; isto é, quando os governados e os governantes acham que é impossível não conviver com a violência, visto que o mundo inteiro é violento. O que enferma, verdadeiramente a sociedade não é o escândalo público. O escândalo público torna-se epidemia fatal, quando temos de conviver com ele sem qualquer esperança de remédio.
MUNdO
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“desmatamento é principal causa” de incêndios na Amazônia’ O alarmante aumento dos incêndios na Amazônia deve-se, em grande parte, ao desmatamento e não à seca, como afirma o Governo do presidente Jair Bolsanaro, avaliou Paulo Moutinho, pesquisador do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), em entrevista à AFP
O
ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse hoje [Quarta-feira] que o avanço dos incêndios se deve “ao tempo seco, ao vento e ao calor. É isto? Historicamente, as queimadas na região estão ligadas ao avanço do desmatamento, combinado a períodos de seca intensa. O que é estranho neste ano de 2019 é que não há uma seca tão severa como nos anos anteriores e há um aumento substancial dos focos de incêndio. As relações que a gente buscou entre desmatamento e focos de incêndio são muito fortes este ano, o que indica que a seca tem alguma influência, mas não é o factor preponderante. Como os incêndios são provocados? Os incêndios na Amazônia sempre tiveram a mão do homem. Seja para limpeza de áreas já desmatadas, limpeza de pastagens ou para o preparo da terra no plantio. A falta de prevenção acaba fazendo com que esses incêndios escampem para áreas que não se queria queimar e aí temos os incêndios de grandes proporções porque as áreas adjacentes estão mais secas.
Quanto demora para recuperar estas zonas? Os incêndios florestais são diferentes na Amazônia do que na Europa. Na Europa você tem aquelas chamas que chegam até ao topo das árvores, queimando toda a árvore, de baixo para cima. Na Amazônia esses incêndios são de chamas baixas, que percorrem o chão da floresta mas são suficientes para causar uma mortalidade das árvores muito grandes. Essa mortalidade acontece nos dois anos depois de fogo. Então você tem uma floresta com muitas árvores mortas que perdem as folhas e o sol vai entrando no interior da floresta, tornando essa vegetação depois do fogo ainda mais inflamável. É muito comum, uma floresta pegando fogo, voltan-
As relações que a gente buscou entre desmatamento e focos de incêndio são muito fortes este ano, o que indica que a seca tem alguma influência, mas não é o factor preponderante
OPINIÃO
JOÃO ROSA SANTOS dr
do a pegar no ano seguinte. Se não termina, demora décadas para recuperar a mesma densidade de vegetação que havia antes. Que consequências deixam estes incêndios? O prejuízo de curtíssimo prazo é uma perda de um stock de diversidade biológica em função da floresta, porque a floresta abastece a atmosfera e as nuvens produzem chuvas, e você tem essa imersão das cidades numa quantidade de fumaça muito grande. A população durante o período de queimadas respira um ar pior do que o pior dia de poluição no centro da cidade de São Paulo. O efeito sobre a saúde é imediato... A política do Governo de Jair Bolsonaro incentiva os incêndios? Não tenho dados para responder isto (...). O problema é muito grande e o Governo tem de iniciar imediatamente uma campanha de prevenção das queimadas... Quanto já foi desmatado na Amazônia? A área da bacia amazônica desmatada equivale ao tamanho da França. É mais ou menos 20%. Ainda temos 80% em pé. Há tempo sim, com políticas mais adequadas, a gente pode inverter este processo de degradação. dr
de Regresso
d
epois de algum tempo de férias na escrita, tal como prometi, estou de regresso. Volto a este espaço de convívio com vontade de fazer melhor, já que neste pouco tempo de repouso, deu para compreender que para mim a escrita faz bem a saúde. Não tendo muito por onde escolher, vagueei pelas ruas da capital, visitei os meus kambas no “Popula”, sentei com a família no zango, em Malanje bwe de kandandos, somei mais uns pontitos, aprendi sábios conselhos da boca do povo. Desta vez não fui à praia, até porque, para além da humidade do cacimbo ter apertado feio, a banda não tem mar e eu, somente sei nadar no rio. Estou de regresso, agora quinzenalmente, nesta coluna SextaFesta, para com olhar atento e imaginação, partilhar o fio de diferentes histórias e acontecimentos do dia a dia, acrescentando, sugerindo, contribuindo para uma
escrita e leitura mais plural. Aliás, ao que parece, a crónica mora comigo, é tanta paixão que nem a sonhar há lugar para o divórcio. Com ela desperto e adormeço, junto retalhos entre curiosidades, escrevo o que eventualmente ficou por se dizer ou simplesmente se omitiu. É assim mesmo na universidade de rua, onde por estes dias e no pleno gozo de alguns dias de férias, estive a colher experiências e a beber conhecimentos, ali nas profundezas das conversas onde todo mundo é mestre, dono e senhor da razão. Na rua não faltam ideias brilhantes, projectos arrojados, julgamentos sumários, verbalizados nas sentadas de quintal ou ao lado de roulottes onde de tudo um pouco que é mujimbo se consome a granel. Como o prometido é devido, estou de volta, agora quinzenalmente, as sextas feiras, porque escrever Crónicas dáme prazer, é festa a sexta-feira, liberta a minha alma, é das maiores alegrias da minha vida.
TEMPO
PAÍS Sexta-feira, 23 de Agosto de 2019
25
Fonte: INAMET
PrEVISÃO dO TEMPO *** 3 dIAS *** PArA AS PrINCIPAIS CIdAdES Válida de 23 a 25 de Agosto de 2019 Ê Ê
das 18 horas do dia 22 às 18 horas do dia 23 de Agosto de 2019 REGIÃO NORTE: Províncias de Cabinda, Zaire, Bengo, Luanda, Uíge, Malanje, Cuanza-Norte, Cuanza-Sul, Lunda-Norte, Lunda-Sul: Céu parcialmente nublado, tornando-se nublado durante a madrugada e manhã. Probabilidade de ocorrência de chuva ou chuvisco em alguns municípios das províncias de Cabinda e Uíge. Períodos de ocorrência de neblina ou nevoeiro matinal em alguns municípios das províncias do Zaire, Uíge, Cuanza-Norte e Cuanza-Sul.
INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGOA E GEOFÍSICA - CENTRO NACIONAL DE PREVISÃO DE TEMPO (CNPT) Ê
Ê
PREVISÃO DO TEMPO *** 3 DIAS *** PARA AS PRINCIPAIS CIDADES, válida de 23 á 25 de Agosto de 2019Ê Data 23/ 08/ 2019
CIDADE
Mín
Data 24/ 08/ 2019
Estado do Tempo
Máx
Mín
Máx
Data 25/ 08/ 2019
Estado do Tempo
Mín
Máx
Estado do Tempo
REGIÃO CENTRO: Províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico Céu parcialmente nublado, tornando-se nublado durante a madrugada e manhã. Períodos de ocorrência de neblina ou nevoeiro matinal em alguns municípios da província de Benguela.
LUANDA
18
29
Céu parcialmente nublado
18
29
Céu parcialmente nublado
19
29
Céu nublado, chuvisco.
CABINDA
21
26
Céu parcialmente nublado
21
27
Céu parcialmente nublado
21
27
Céu nublado, chuvisco.
SUMBE
17
25
Céu parcialmente nublado
17
25
Céu parcialmente nublado
18
25
Céu parcialmente nublado
CAXITO
19
31
Céu parcialmente nublado
19
32
Céu parcialmente nublado
19
32
Céu nublado, chuvisco.
MBANZA CONGO
17
32
Céu parcialmente nublado
17
32
Céu parcialmente nublado
18
32
UIGE
16
29
Céu nublado, chuva.
16
29
Céu parcialmente nublado
16
30
Céu parcialmente nublado
NDALATANDO
15
33
Céu parcialmente nublado
15
32
Céu parcialmente nublado
15
32
Céu parcialmente nublado
MALANJE
14
28
Céu parcialmente nublado
14
28
Céu parcialmente nublado
15
29
Céu parcialmente nublado
DUNDO
18
31
Céu parcialmente nublado a limpo.
18
31
Céu parcialmente nublado a limpo.
19
31
Céu parcialmente nublado a limpo.
SAURIMO
11
31
Céu parcialmente nublado a limpo.
11
30
Céu parcialmente nublado a limpo.
12
30
Céu parcialmente nublado a limpo.
BENGUELA
18
28
Céu parcialmente nublado a limpo.
19
29
Céu parcialmente nublado a limpo.
19
29
Céu parcialmente nublado a limpo.
HUAMBO
16
26
Céu parcialmente nublado a limpo.
17
26
Céu parcialmente nublado a limpo.
17
27
Céu parcialmente nublado a limpo.
CUITO
09
26
Céu parcialmente nublado ou limpo.
09
26
Céu parcialmente nublado ou limpo.
10
26
Céu parcialmente nublado ou limpo.
LUENA
20
31
Céu parcialmente nublado a limpo.
20
31
Céu parcialmente nublado a limpo.
20
31
Céu parcialmente nublado a limpo.
LUBANGO
11
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Céu parcialmente nublado a limpo.
11
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Céu parcialmente nublado a limpo.
17
27
Céu parcialmente nublado a limpo.
MENONGUE
14
30
Céu parcialmente nublado a limpo.
14
30
Céu parcialmente nublado a limpo.
14
30
Céu parcialmente nublado a limpo.
MOÇÂMEDES
15
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Céu parcialmente nublado
15
25
Céu parcialmente nublado a limpo.
15
25
Céu nublado.
ONDJIVA
14
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Céu parcialmente nublado a limpo.
14
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Céu parcialmente nublado a limpo.
14
31
Céu parcialmente nublado a limpo.
Céu nublado, chuvisco.
Meteorologista: Lionete A. Mitange.
REGIÃO SUL: Províncias do Namibe, Huíla, Cunene e Cuando Cubango Céu pouco nublado ou limpo, temporariamente nublado pela manhã e ao anoitecer. Períodos de ocorrência de neblina ou nevoeiro matinal em alguns municípios da província do Namibe.
Luanda, 22 de Agosto de 2019
Ê Aeroporto Internacional 04 de Fevereiro, Rua 21 de Janeiro – Tel.: 949320641 – Luanda. Site: http://www.inamet.gov.ao; emails: geral@inamet.gov.ao / geral.inamet@angola-portal.aoÊ
TEMPO NO MAR
Fonte: INAMET
BOLETIM METEOrOLÓGICO PArA A NAVEGAÇÃO MArÍTIMA 1. SITUAÇÃO GERAL ÀS 15:00 TU dO dIA 22 dE AGOSTO dE 2019: Circulação de Sul/Sudeste fraca a moderada entre os paralelos 4°S a 12°S (Cabinda, Zaire, Bengo, Luanda e Cuanza-Sul), Circulação de Sul/Sudoeste moderada a forte entre os paralelos 12°S e 18°S (Benguela e Namibe). INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA E GEOFÍSICA - INAMET Centro Nacional de Previsão do Tempo
2. PREVISÃO VÁLIdA ATÉ ÀS 18:00 TU dO dIA 23 dE AGOSTO dE 2019:
BOLETIM METEOROLÓGICO PARA A NAVEGAÇÃO MARÍTIMA
3. SEM AVISO.
1. SITUAÇÃO GERAL ÀS 15:00 TU DO DIA 22 DE AGOSTO DE 2019: Circulação de Sul/Sudeste,fraca á moderada entre os paralelos 4°S a 12°S (Cabinda, Zaire,Bengo,Luanda e Cuanza sul), Circulação de Sul/Sudoeste, moderada á forte entre os paralenos 12°S a 18°S (Benguela e Namibe). 2. PREVISÃO VÁLIDA ATÉ AS 18:00 TU DO DIA 23 DE AGOSTO DE 2019: SEM AVISO.
REGIÃO
VENTO
ESTADO DO TEMPO
(ATÉ 200 MILHAS DA COSTA)
Cabinda (4°S – 6°S)
ALTURA DA ONDA (METROS)
ESTADO DO MAR
DIRECÇÃO FORÇA (KT) Chuvisco
Sul
Até 10
Até 1.3
Pouco agitado
Moderada a boa (Superior a 7)
Sudeste
05 á 13
1.4 á 1.6
Pouco agitado á Agitado
Moderada a boa (Superior a 7) Moderada a boa (Superior a 8)
Zaire, Bengo, Luanda e Cuanza-Sul (6°S – 12°S) Benguela (12°S – 14°S)
Parcialmente nublado
Sudoeste
Até 11
Até 1.6
Agitado
Namibe (14°S – 18S)
Parcialmente nublado
Sul
Até 19
Até 1.9
Agitado
Chuvisco
VISIBILIDADE HORIZONTAL (KM)
Moderada a boa (Superior a 8)
3. dESCRIÇÃO SINÓPTICA dAS 18:00 UTC dO dIA 22/08/2019 ÀS 18:00 UTC dO dIA 23/08/2019 depressão com pressão de 1015hPa, o seu vale depressionário estende-se em toda a costa marítima de Angola. O anticiclone de Santa Helena irá deslocar-se para o Leste, com o seu centro de 1025hPa influenciando o padrão e a intensidade do vento. Assim, prevê-se ondas máximas de até 1.9 metros de altura para a região marítima do Namibe. Para as regiões marítimas de Cabinda, Zaire, Luanda, Bengo, Cuanza-Sul e Benguela prevê-se ondas máximas de 1.3 até 1.6 metros de altura. 4. CARTA dO VENTO MÁXIMO E dA ALTURA dA ONdA MÁXIMA PREVISTA Os contornos a cores indicam a altura máxima da ondulação e os contornos em tom cinza indicam os possíveis incrementos das vagas devido à influência do vento local.
dESPORTO
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O PAÍS Sexta-feira,2 3d eA gostod e2 019
dANIEL MIGUEL/ArQUIVO
Gelson dala a caminho do futebol turco dANIEL MIGUEL/ArQUIVO
G Ary Papel (um dos lesionados) executando uma grande penalidade diante do Recreativo da Caála no 11 de Novembro
Ary Papel e Ibukun podem falhar “operação” KMKM Os dois jogadores lesionaram-se na vitória, por 2-0, do 1º de Agosto frente ao desportivo da Huíla, em jogo de antecipação da segunda jornada do Girabola Zap e estão em risco de falhar o desafio diante do KMKM para a Liga dos Campeões
Mário Silva
O
s médios ofensivos do 1º de Agosto Ary Papel e Ibukun podem falhar, por lesão, Sábado, às 16:00, o jogo frente ao KMKM da Tanzânia no Estádio 11 de Novembro, em Luanda, a contar para a segunda mão das eliminatórias de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões Africanos. Segundo o treinador-adjunto dos militares, Ivo Traça, a equipa médica tudo está a fazer para recuperar os dois jogadores que são fundamentais na manobra ofensiva da formação central das Forças Armadas Angolanas.
Os atletas supracitados lesionaramse na passada Terça-feira, no desafio em que os militares do RI-20 vence-
Treinador-adjunto do 1º de Agosto, Ivo Traça está crente numa boa exibição da sua equipa amanhã
ram, por 2-0, o Desportivo da Huíla no Estádio 11 de Novembro, em jogo de antecipação da segunda jornada do Girabola Zap 2019/20. Quanto ao desafio de amanhã, Ivo Traça disse que a sessão de treinos de ontem correu bem, felizmente para aquilo que o grupo pretende para o embate frente ao representante tanzaniano. O antigo jogador da Selecção Nacional acredita no apuramento à segunda eliminatória, mas reconheceu que o adversário gosta de ter a posse da bola. “Aliás, é uma formação que sabe trocar o esférico, porém, não podemos permitir que isso aconteça em nossa casa”, avisou Ivo Traça.
elson Dala, avançado angolano, 23 anos, está perto de se transferir para os turcos do Alanyaspor, segundo apurou O JOGO. Em cima da mesa das negociações está a cedência por empréstimo de uma temporada, estando em discussão neste momento o valor da cláusula de opção de compra dos direitos económicos do atleta, pelo qual a SAD pretende fixar
um valor superior aos três milhões de euros. As negociações têm sido intensas, o jogador já deu o seu aval à mudança, sendo igualmente pretendido por outros emblemas da Turquia, França e Espanha. Porém, o Alanyaspor foi o que avançou de forma firme, negociando directamente com o Sporting, aproveitando o bom relacionamento que tem com os dirigentes leoninos.
Interclube defronta Ferroviário do Huambo dr
O
Interclube mede forças no Sábado com o Ferroviário do Huambo, em jogo a contar para a segunda jornada do Girabola Zap 2019/2020, no Estádio 22 de Junho, em Luanda, às 15:00. Na primeira jornada, o clube sob a orientação do técnico português Bruno Ribeiro per-
deu frente ao Sagrada Esperança, por quatro bolas a uma. Na sessão de hoje, com início às 9:00, Bruno Ribeiro vai corrigir as falhas cometidas naquela partida, de modo a evitar uma outra derrota. Na sequência da jornada, o Sagrada Esperança da LundaNorte bate-se com o Bravos do Maquis (Moxico), às 15:00.
O PAÍS Sexta-feira, 23 de Agosto de 2019
27 dr
Murray apto pelo Challenger de Maiorca
A Selecção Nacional de karaté-dó em ambos os sexos participa amanhã nos Jogos PanAfricanos de Rabat, que Marrocos acolhe. Segundo o presidente da Federação Angolana de Karaté (FAKD), Félix Ferreira, os atletas estão focados em arrebatar o maior número de medalhas na prova. Além do Karaté-dó, a selecção de xadrez também entrará em acção. Entretanto, a canoagem só competirá no dia 28 do corrente mês. Ontem, a Selecção Nacional de andebol feminino derrotou a Nigéria por (45-11). No próximo desafio, as Pérolas batem-se com a RDC. Na classe masculina, Angola venceu Marrocos por (27-21). Na próxima jornada, o combinado nacional mede forças com a República Democrática do Congo (RDC).
A
pós derrotas no Máster 1000 de Cincinnati, bem como no torneio de Winston-Salem, nos Estados Unidos da América, o tenista Andy Murray, confirmou ontem que vai participar no Challenger de Espanha, a decorrer na cidade de Maiorca. Conhecido como Rafa Nadal Open, a referida competição arranca na próxima Segundafeira, ou seja, no dia 26. Andy Murray regressa à competição, depois da última participação em 2005. Depois de ponderar abandonar a carreira, por causa de uma lesão muscular, Murray vai dar o litro para regressar às conquistas. Naquele torneio participam os atletas menos experientes, facto que poderá favorecer as aspirações de Andy na competição. Sendo assim, Andy Murray parte como favorito à conquista por ter uma vasta experiência na competição. O tenista competirá com algumas cautelas, uma vez que ainda sente dores musculares, depois de ter sidi operado à anca. O tenista escocês, de 32 anos, conserva na sua galeria, 45 títulos.
Selecção de karaté estreia-se amanhã nos Jogos Africanos
Atletas da Selecção Nacional numa sessão de treinos no Pavilhão Principal da Cidadela Desportiva, em Luanda
República Checa testa Angola na Coreia do Sul
dANIEL MIGUEL/ArQUIVO
Kiameso Pedro
A
Selecção Nacional sénior masculina de basquetebol, que prepara o Mundial que a China acolhe de 31 de Agosto a 15 de Setembro próximo, disputa, de 24 a 27 do corrente mês, o Torneio das Quatro Nações, na Coreia do Sul.
Na estreia, o cinco nacional angolano vai defrontar, amanhã, a República Checa. No dia 25, o combinado nacional mede forças com a Lituânia. Entretanto, na Terça-feira, os comandados de William Voigt disputam a última partida diante da Coreia do Sul (país anfitrião). Angola figura no grupo D com a Sérvia, Filipinas e Itália. Na estreia no Mundial, os hendecampeões africanos defrontam a Sérvia.
Na segunda jornada defrontam a Itália, pelo que encerram a fase de grupos diante das Filipinas. Leandro da Conceição, Carlos Morais, Gerson Domingos, Eduardo Mingas, José António, Gerson Gonçalves, Leonel Paulo, Reggie Moore, Olímpio Cipriano, Hermenegildo Bunga, Yannick Moreira e Valdelício Joaquim são os atletas que vão participar naquela competição.
Kompany deixa carreira de treinador
1º de Maio e Santa Rita aptos para o Girabola zap
Palanquinhas regressam aos trabalhos
Depois de quatro jogos sem nenhuma vitória, Vicente Kompany, ex-Manchester City, desistiu da carreira de treinador-jogador no Anderlecth. Doravante, o belga actuará apenas como jogador. Como treinador, Kompany somou duas derrotas e dois empates. Para ocupar a vaga de treinador, Simon Davies foi indicado para assumir o cargo.
O 1º de Maio de Benguela e o Santa Rita de Cássia estão aptos a participar no Girabola2019/20, a partir da 2ª jornada, aberta Terça-feira, após cumprimento de questões administrativas e financeiras junto da Federação Angolana de Futebol (FAF). Por causa da irregularidade, as duas formações foram impedidas pelo órgão de disputar os jogos da 1ª jornada, na última semana.
Após perder diante do 1º de Agosto por 4-1, em jogo amistoso, a Selecção Nacional de futebol sub-17 regressa, na próxima Segunda-feira, aos trabalhos de preparação, visando o Campeonato do Mundo, que decorre, no Brasil, de 21 de Outubro a 17 de Novembro. O combinado nacional figura no grupo A com a Nova Zelândia, Canadá e Brasil (país organizador).
Emissário do Real Madrid em Paris por Neymar O Real Madrid de Espanha decidiu enviar um emissário a Paris para tentar encontrar uma plataforma de entendimento que viabilize a transferência do avançado brasileiro Neymar. De acordo com a “Marca”, o colosso espanhol estará determinado em bater a concorrência do Barcelona por Neymar, tem vindo a apresentar sucessivas propostas pelo brasileiro, que incluem os passes de vários jogadores e uma soma em dinheiro, e existe optimismo entre as hostes do Real que será possível assegurar o concurso do jogador. O Real Madrid acredita que as más relações que o PSG tem com o Barcelona, ligadas a várias transferências, podem ser algo a favor deles.
CLASSIFICAdOS emprego
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O PAÍS Sexta-feira, 23 de Agosto de 2019
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O PAÍS Sexta-feira, 23 de Agosto de 2019
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ÚLTIMA
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O PAÍS Sexta-feira,2 3d eA gostod e2 019
SIC capacita agentes para combate contra crimes cibernéticos dr
Com o objectivo de capacitar os chefes de departamentos e oficiais seniores dos 14 municípios da província de Malanje a elevarem os conhecimentos sobre técnicas investigativas, o Serviço de Investigação Criminal (SIC) de Malanje promoveu, nesta cidade, de 19 a 21 do mês em curso, um seminário de capacitação sobre “Manual de Investigação Operativa e Uniformização de Procedimentos”, enquadrado no cronograma de actividades do departamento de Identificação e Cadastro
O
SIC deve inovar e melhorar os seus métodos de intervenção contra as complexas estratégias de actuação dos criminosos que usam sistemas sofisticados nas suas acções delituosas, segundo afirmou o director adjunto da corporação para os Crimes Económicos, superintendente João Gaspar. O mote do seminário consistiu na interacção e coesão na circula-
ção oportuna da informação de interesse operativo, bem como a uniformização de procedimentos na prática dos actos de natureza operativa, sobretudo na recolha, análise e tratamento das informações secretas, dos prazos para o encerramento das mesmas, requisitos e pressupostos dos tipos de processos investigativos. O responsável falou sobre a necessidade de os agentes estarem capacitados e prontos para neutralizar e combater os crimes ciberné-
Tribunal Constitucional rejeita PRA-JA Chivukuvuku
O ticos, financeiros, bancários, tráfico de pessoas, de drogas, de armas, branqueamento de capitais e outros delitos, que, diariamente, são perpetrados por marginais, de forma organizada e modernizada. As fontes de informações oficiais públicas, privadas, pessoais, de acção e interferência, o controlo do potencial criminoso e conceitos pressupostos, recolha de impressões digitais, a sua importância na produção de prova em fase de instrução preparatória, os antece-
dentes criminais e a relação institucional entre o SIC, os tribunais e Serviços Prisionais foram discutidos. Em três dias de acção formativa, os participantes focaram maior atenção nos temas relacionados com “Tipos de processos investigativos”, “Recrutamento das fontes”, “Fontes de informação oficial”, “Recolha de impressões digitais e sua importância na produção de prova”, “Antecedentes criminais”.
Tribuna Constitucional rejeitou o requerimento da legalização da comissão instaladora do Partido do Renascimento Angolano-Juntos por Angola(PRA-JA), por a sigla desta comissão violar o princípio da não confundibilidade consagrado no artigo 19, da Lei dos Partidos Políticos. O TC explica que o PRA-JA não se distingue da grafia, da fonética e da sigla do Partido Republicano da Juventude de Angola(PRJA), cuja comissão instaladora foi credenciada a 3 de Setembro de 1994 e cancelada a 20 de Dezembro de 2006 pelo Tribunal Supremo, nas vestes do Tribunal Constitucional. Entretanto, o TC deu 15 dias para a alteração da sua sigla. Face à situação, a comissão instaladora do PRA-JA convocou uma conferência de imprensa para esta Sexta-feira, durante a qual se irá pronunciar sobre o assunto.
dr
Funcionário de hotel evitou novo massacre nos EUA
A
s autoridades do Estado da Califórnia, nos EUA, afirmam que um funcionário de um hotel conseguiu evitar um tiroteio em massa depois de ter denunciado que um colega tinha ameaçado assassinar outros funcionários e os clientes. Seguindo um conjunto de pistas dadas pelo funcionário, os polícias detiveram um homem, de 37 anos, em Los Angeles. Em casa, o detido tinha um elevado conjunto de armas e munições. A detenção do suspeito aconteceu poucas semanas depois dos ataques em El Paso e Dayton, que fizeram 31 mortos. “Rodolfo Montoya tinha claro os planos e as intenções, assim
como os meios, para levar a cabo um ataque violento que poderia causar múltiplas mortes”, disse, citado pela CNN, Robert Luna, da polícia de Long Beach. O suspeito não tinha qualquer antecedente criminal que impossibilitasse a compra de tais armas, permitidas pela lei do Estado da Califórnia. “Ainda bem que o colega decidiu dar-nos esta informação”, disse o polícia. Os primeiros dados da Polícia apontam para o facto de Rodolfo estar a “passar por diversos problemas pessoais”. “Estamos a viver num tempo perigoso” Esta é a terceira vez, em 2019, que as
autoridades detiveram alguém por ter feito ameaças sérias na zona de Long Beach. Há duas semanas, um homem foi detido depois de, através da Internet, ter feito ameaças a Bernie Sanders, candidato às primárias do partido democrata nos EUA, que esteve naquela cidade em campanha. Em Abril, o FBI deteve um veterano do exército dos EUA por suspeitas de que estaria a preparar um atentado à bomba naquela zona. “Estamos a viver num tempo perigoso no nosso país e na nossa comunidade. Os incidentes a envolver pessoas que não deveriam ter acesso ao porte de armas estão a preocupar as autoridades em todo o país”, confessou o polícia.