Jornal OPaís edição 1577 de 26/08/2019

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LuCAS NGONDA ACuSADO DE “ASFIXIAr” FNLA

SINDICATO ACuSA SONAMET DE SE TEr APrOPrIADO DE 14 MILHÕES DE KWANZAS DE DESCONTOS

o Comité Central denuncia que o presidente do partido insiste em funcionar com os órgãos saídos do congresso de 2018, apesar de o tribunal Constitucional ter invalidado o conclave. P.9

o sindicato das Indústrias petro-Químicas e Metalúrgicas de Angola em benguela acusa a direcção da empresa SoNAMet, instalada no município do Lobito, de ter dado destino incerto este valor. P.8 Director: José Kaliengue

www.opaís.co.ao e-mail: info@opaís.co.ao

O DIÁRIO DA NOVA ANGOLA

n.º 1577 @Jornalopaís Segunda-feira,edição 26 /08/2019 preço: 40 Kz facebook/opaís.angola

Calouste Gulbenkian encoraja professores do Moxico a disseminarem o PAT

COMPArAr FOGOS EM ÁFrICA AOS DA AMAZÓNIA É “NONSENSE”

● A representante desta organização, Maria Leonor Vieira de Sousa, recomendou os professores dos municípios de Kamanongue, Luena, Léua e Cameia, província do Moxico, a serem verdadeiros arautos e continuadores da formação, valências e competências que pretende dar aos docentes do ensino primário a fim de elevar a qualidade do ensino em Angola. P. 10.

POLÍTICA: Na sua conta do twitter, o ministro da Comunicação Social, João Melo,

fez alusão a um artigo da agência bloomberg, que se baseava em fotos da NASA, nas quais a agência espacial norte-americana punha Angola no topo mundial em número de fogos, considerando que a comparação não faz sentido. P.9 DR

FILOMENA OLIVEIrA

Estado deve agir para tirar Angola do topo mundial de queima florestal

‘TEMOS EM ANGOLA OS VAIDOSOS DO GADO’

● O engenheiro agrónomo Fernando Pacheco e o ambientalista Vlademiro Russo reagiram aos dados da NASA, noticiados pela agência de informação financeira Bloomberg, dando conta de que Angola registou 6.902 fogos nos dias 22 e 23 de Agosto, mais do dobro dos 3.395 na RDC e mais do triplo dos 2.127 que incendiaram a Amazónia, no Brasil. P.12

Petro defronta Kampala City na última eliminatória ● Depois de eliminar por 4-0, no agregado dos dois jogos, o Matlama FC da Zâmbia, os tricolores defrontam o campeão do Uganda a 14 de Setembro, para a última eliminatória de acesso à fase de grupos da Champions. O 1º de Agosto mede forças frente Green Eagles da Zâmbia. P. 26

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E AINDA NO CArTAZ: Luís Paulo materializa história do Zouk em livro

Académicos sugerem inserção da música nos currículos do ensino

Scarlett Johansson é mais bem paga entre actores de Hollywood


EM FOCO

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O PAÍS Segunda-feira, , 26 de Agosto de 2019

Famílias sobrevivem do negócio da pele de bovinos no Lubango Os efeitos nefastos que a estiagem está a causar aos criadores tradicionais de gado, principalmente no Sul do país, passaram a ser encarados como uma oportunidade de negócio para muitas famílias residentes no município do Lubango. As peles de animais mortos estão a ser transformadas em cabedal exportado, tanto para outras províncias do país como para países como o Senegal e Mali João Katombela

João Katombela, na Huíla

A

província da Huíla é considerada a maior detentora de gado bovino, de acordo aos dados fornecidos pelo Governo local, estimado no total em 2 milhões, 354mil e 398 cabeças. A seca que assola a região Sul do país já provocou, até ao momento, a morte de milhares de cabeças de gado nesta província, sendo que as mais afectadas estão localizadas nos municípios do Quipungo, Gambos, Chibia, Matala e Humpata. Entretanto, o Executivo local traçou políticas para minimizar os seus efeitos, tendo em conta que o gado constitui a principal riqueza da região. Segundo o governador provincial, Luís da Fonseca Nunes, está prevista a construção de cerca de 71 sistemas de água nas zonas afectadas. Mas, os efeitos nefastos que a seca está a provocar aos criadores tradicionais de gado, nessa parcela do território nacional, estão a ser encarados como uma grande oportunidade de negócio para muitas famílias residentes no município do Lubango. As famílias dedicam-se à arte de curtir peles de animais para a produção de cabedal que se usa no fabrico de vários artefactos, como calçados, cintos, bolsas e outros derivados dessa matéria-prima. Pedro dos Santos, de 60 anos, trabalha numa oficina montada na própria casa com os seus três filhos e mais cinco jovens que também encontraram na arte uma forma de sobrevivência.

Camião carregando pele fretado pelo exportador Yaya Samakake

Na oficina, foram construídos seis tanques com a capacidade para 150 peles, nos quais é feito todo o processo para a produção do cabedal de forma rudimentar. De acordo com este chefe de família, a aquisição dessa matéria-prima não tem sido fácil por

palhada pelas províncias do Namibe, Cunene, Luanda e Benguela. “Cada tanque destes tem a capacidade para amolecer numa semana cerca de 150 peles. A quantidade ainda é irrisória em função da procura”, disse. Oportunidade para os criadores tradicionais de gado Além da seca, que está a matar milhares de bovinos, os criadores tradicionais debatem-se igualmente com algumas doenças que afectam o gado, como é o caso do carbúnculo hemático e sintomático. Estas e outras doenças fizeram com que as autoridades sanitárias tomassem algumas medidas de segurança, através da incineração dos animais mortos por forma a se evitar o contágio da doença aos humanos pelo consumo da carne. Tais medidas fazem com que os criadores tradicionais de gado registem maiores prejuízos. No entender de Pedro dos Santos, estes prejuízos podem ser minimizados caso se faça o bom aproveitamento da pele e dos cornos. “Nós já pensamos em se deslocar aos municípios dos Gambos e da Matala, na localidade de Mulondo, onde apuramos que terão morrido cerca de 4 mil cabeças de gado, mas desistimos por falta de transporte. Se houvesse condições para a transportação, seria uma forma de minimizar os danos causados aos criadores”, afirmou. Estudante da 11ª classe, António dos Santos, de 15 anos, trabalha com o seu pai Pedro dos Santos desde tenra idade. No seu entender, para que seja possível minimizar os prejuízos é preciso que se tracem políticas viradas para o apoio aos criadores que perdem os seus rebanhos em consequência da seca. “Se o Governo Provincial pudesse abrir zonas de comércio da pele nas localidades afectadas pela seca, seria mais fácil para nós e para os criadores, pois assim haveria maior controlo durante o processo de depilação dos animais que morrem”, assegurou.

Sandalias feitas de couro vendidas a 5 mil Kwanzas

existirem poucos matadouros na província e, particularmente, na cidade do Lubango. Para ultrapassarem esse empecilho, acorrem aos matadouros dos mercados informais do Mutundo, no Lubango, e do município da Chibia, ao preço

módico de 5.000 Kwanzas, dependentemente do tamanho. Por semana, segundo ele, são curtidas na oficina de Pedro dos Santos 900 peles. Além da Huila, os vendedores têm a clientela es-

Pele da Huíla vendida no Senegal e Mali Não obstante a exiguidade de matadouros, os artesões do couro na província da Huíla disputam o mercado da pele com alguns exportadores. OPAÍS constatou que a pele preparada nessa província é exporta-


O PAÍS Segunda-feira, , 26 de Agosto de 2019

da para as Repúblicas do Senegal e também do Mali. Nestes casos, os preços são ditados pelos exportadores, agindo de maneira a que os curtidores artesanais fiquem incapacitados de adquirir o produto. “Aqui disputamos o mercado com alguns exportadores que na sua maioria são estrangeiros, vindos do Mali e do Senegal. Eles têm muito dinheiro e quando chegam pagam por uma pele Akz 10.000. Assim nós ficamos sem acção”, revelou Pedro dos Santos. Yaya Samakake, de nacionalidade maliana, disse que ambicionava deslocar-se aos municípios mais afectados pela seca, como é o caso dos Gambos e da Matala, mas desistiu porque as condições das estradas não facilitam, devido ao elevado nível de degradação. Por isso, prefere comprar a pele que leva para o seu país nos municípios do Lubango, Chibia e Humpata, aguardando cerca de um mês para en-

cher contentos de 40 pés. “Para encher um contentor levamos perto de um mês, porque aqui não matam muitos bois. Ouvimos que estão a morrer muitos bois em alguns municípios, o nosso desejo era de ir para lá, mas as estradas estão todas esburacadas. Aí nem camiões circulam”, detalhou. Falta de equipamentos modernos dificulta curtume de pele O processo de curtição da pele é fei-

Abrão Patia

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to de forma rudimentar, sem nenhum recurso à tecnologia moderna para se retirar os pelos da pele. Pedro dos Santos e os seus filhos deixam a pele mergulhada em água fria, por três dias, adicionando amónio. Segundo explicou o patriarca, a adição do amónio tem como finalidade amaciar a pele e torná-la mais flexível. Este processo faz com que a produção seja feita em pequena escala, o que não satisfaz as solicitações dos vários sapateiros que vêm um pouco de todo o país. “Infelizmente não temos maquinaria. Fazemos tudo de forma manual e isso faz com que a nossa produção seja pouca, embora tenhamos muitas solicitações das províncias do Namibe, Benguela, Cunene e Luanda”, contou Pedro dos Santos pretende aumentar os níveis de produção. Para o efeito, defende necessidade de abertura de créditos bonificados apadrinhados pelo Governo.

“Eu preciso de mais equipamentos. Já havia apresentado um projecto à Administração Municipal do Lubango que visitou a minha oficina, da qual recebi garantias de que haveriam de apoiar, mas até hoje nada”, frisou. E acrescentou: “preciso de pelo menos dois milhões de Kwanzas para a aquisição de todo equipamento. Se tivesse este equipamento, triplicava a produção e aumentava a mão-de-obra. Neste

Da pele ao calçado Existem muitos artesãos que trabalham com couro na cidade do Lubango. Os principais artefactos saídos destas oficinas são sandálias, botas, cintos, pulseiras e pastas. Na oficina de Pedro dos Santos, cada pele curtida é comercializada entre Akz 10.000 a 15.000, dependentemente da sua dimensão e qualidade.

momento trabalho apenas com oito jovens”. Por outro lado, Pedro dos Santos revelou que para a textura das peles utilizam cascas de uma árvore que localmente é conhecida por “Mumwe”, que deixa o cabedal de cor castanha, pela falta de cromo. Actualmente só produzem cabedal de cor castanha. Com esta actividade, o nosso interlocutor informou que tem um rendimento mensal de Akz 600 mil.

Por outro lado, o artesão Abrão Padias informou que numa pele de dois metros quadrados saem 45 cintos que são vendidos ao preço de 2 a 3 mil Kwanzas cada. Quanto aos calçados, disse que a quantidade varia do tamanho e estilo de cada um. “Pode sair numa pele grande 15 a 20 pares de calçados. A única dificuldade são as solas”, revelou. pub


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DESTAQuES POLÍTICA. PÁG. 09 Lucas Ngonda acusado de “asfixiar” a FNLA

o editorial SOCIEDADE. PÁG. 10 Calouste

Gulbenkian encoraja professores do Moxico a disseminarem o pAt

CArTAZ. PÁG. 14 Luís paulo materializa história do Zouk em livro

ECONOMIA. PÁG. 18 “estamos à

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HOJE:

Ouçam-nas

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gora são as zungueiras a apelar à criação de feiras para ordenar a venda ambulante. Não é nada de novo, imensa gente tem indicado esta solução para Luanda há anos. estranhamente as autoridades parece não entenderem, o que é uma pena. entretanto, por iniciativas pontuais de cidadãos, soluções vão surgindo e com elas algumas feiras em Luanda, no Nova Vida, no patriota, e até na Fidel Castro. pode-se dessiminar, calendarizar, limpar e contar taxas, é só querer, em poucos anos Luanda pode ter um novo rosto nisto da venda ambulante, a não ser que as autoridades administrativas prefiram o far-west que se instalou na cidade.

procura de caminhos e estes acham-se procurando e não sentados em Luanda”

os números do dia

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68

180

Jovem condutor de uma motorizada morreu na madrugada de Sábado e outro ficou gravemente ferido, na sequência de um acidente de viação, ao embater frontalmente num contentor de lixo mal posicionado, nas imediações do Nzamba 2, na estrada da Samba, em Luanda

Vitórias e duas derrotas é o saldo da Selecção de xadrez, no torneio por equipas, dos Jogos Africanos, cuja estreia aconteceu ontem, no hotel Mogador, Casablanca, Marrocos

Pessoas foram detidas este Sábado nos protestos contra a cimeira do G7, das grandes potências industriais, que decorre em biarritz, no Sudoeste da França, divulgaram as autoridades locais. Destas, 38 ficaram detidos, de acordo com numa mensagem enviada à efe pelo departamento policial dos pirenéus Atlânticos, Estudantes receberam ontem os diplomas de final de curso no Instituto Superior de Angola (ISA), em cerimónia que decorreu na sede da instituição, em Cacuaco, província de Luanda

o que foi dito MuNDO . PG. 22 França propõe um fundo internacional para a Amazónia

É preciso mobilizar mais a sociedade civil no processo de implementação das autarquias, para estar atenta na avaliação dos programas dos futuros candidatos às autarquias, evitando que sejam enganados” Mário Pinto de Andrade Deputado e membro do Comité Central do MpLA

No futebol tudo pode acontecer. A equipa teve um conportamento fantástico. Limitámos ao máximo os pontos fortes do Benfica” Sérgio Conceição treinador do FC porto

“Dediquem o vosso saber a favor de causas humanas e nobres, vincando as vossas competências” Daniel Neto Governador da província da Lunda-Sul


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O PAÍS Segunda-feira, 26 de Agosto de 2019

e assim... José Kaliengue Director

Hoje no online de O PAÍS leia a entrevista com o padre Artur pina e encontre algumas respostas sobre a política e a ética

Mas são assim porquê?

www.opais.co.ao

O

que de pior se pode fazer nesta época é negar o óbvio. Negar que temos um problema com os fogos florestais em Angola é como negar a fome. Imprudente e com custos políticos. Não, não há apenas capinzinho a arder na fotografia. Há fogos, muitos em Angola. Os camponeses não controlam o fogo que ateiam, não conseguem, não têm como. Os seus vizinhos agricultores, com fazendas, que o digam, muita gente já perdeu culturas importantes. Admitir que temos fogos, queimadas e incêndios, os que a NASA viu com os seus satélites, é mau? Mas são assim por quê? Talvez porque os fogos ainda não significam dinheiro. O Estado deve admitir o problema e começar a trabalhar sobre ele. No nosso caso. Ainda se pode trabalhar com as populações rurais na prevenção. Há danos ambientais que podem ser graves, mesmo quando arde “apenas capim”, não sei o que esperavam ver a arder para se preocuparem, talvez alguma cidade, o que em Angola é quase impossível, já que o material combustível, as plantas, há muito que foi banido das cidades, com custos que também estamos a pagar. Mas é mais fácil enterrar a cabeça na areia, de dor terra camada melhor ainda.

França(biarritz:): uma foto antes da reunião dos líderes mais poderosos do mundo.(DR)

o que vai acontecer

E também... Educação os resultados da prova de conhecimentos para candidaturas às bolsas de Mérito serão divulgados hoje, no portal do Instituto Nacional de Gestão de bolsas de estudo (IGNAbe), segundo uma nota do Ministério do ensino Superior, Ciência, tecnologia e Inovação. Das 300 bolsas, 60 são para especialidades médicas, 150 para mestrado e 90 para doutoramento. De acordo com a nota as entrevistas aos candidatos aprovados na prova de conhecimentos decorrem de 28 a 30 deste mês, em Luanda, no Campus universitário da Camama, afecto à universidade Agostinho Neto, às 9h00.

Basquetebol A Selecção Nacional sénior masculina de basquetebol defronta hoje a Coreia do Sul, em mais um desafio a contar para o torneio internacional das Quatro Nações, às 17:00. A competição serve de preparação tendo em vista a participação no Campeonato do Mundo que a China acolhe de 31 deste mês a 15 de Setembro próximo, em oito cidades. o seleccionador nacional, William Voigt vai avaliar, neste desafio, a postura competitiva dos seus atletas, uma vez que vai evoluir num grupo cujas dificuldades serão elevadas.

Sociedade Centenas de operações a pessoas com cataratas vão ser realizadas até ao dia 31 deste mês, em Menongue, pela organização Solidariedade evangélica (Sole), em coordenação com a Igreja evangélica Congregacional em Angola (IeCA), do sínodo provincial do Cuando Cubango. o oftalmologista Stephen Collins disse que a consulta de oftalmologia custa 2 mil kwanzas e a operação a cataratas 10 mil. Diariamente serão realizadas cerca de seis cirurgias e mais de 40 consultas de oftalmologia. No mesmo período, terão lugar mais de 500 consultas de oftalmologia, no quadro do projecto de oftalmologia Comunitária.

Canoagem A Selecção Nacional de Canoagem começa a competir nos 12º Jogos pan-Africanos, que a cidade de Rabat, Marrocos, acolhe, a partir do dia 28 do corrente mês. Na referida competiçã, o combinado nacional vai dar o litro para arrebatar o maior número de medalhas. ontem, Catarina Sousa, dos 50 livres e 100 costas, Daniel Francisco, 50 livres e Lia Lima, 200 estilos falharam as finais da última ronda do torneio de natação, da competição que se disputada na piscina olímpica de 50 metros, do Complexo Gimnodesportivo “Mohamed V”.

League 1 o Lyon

de França, líder com 6 pontos, defronta amanhã o Montpellier, em jogo da 3ª jornada da prova, no estádio De La Moson, às 18:00.

Dia do Soldado (Brasil) - 25 de Agosto Esta data celebra a actividade exercida pelos soldados do Exército Brasileiro, que trabalham e lutam pela protecção da Nação. No Brasil, o serviço militar é obrigatório desde 1908. Todo o homem com 18 anos de idade deve alistar-se no Exército Brasileiro, na Marinha ou Aeronáutica, que pertencem ao Ministério de Defesa do Brasil. Embora não seja obrigatório para as mulheres, elas também podem seguir a carreira mili


8 Media Nova, S.A Presidente do Conselho de Administração Filipe Correia de Sá Administradores Executivos Luís Gomes paulo Kénia Camotim Propriedade : Socijornal Depósito Legal: Nº 244/2008 Contribuinte: 5417015059 Nº registo estatístico: 48058

O PAÍS Segunda-feira, 26 de Agosto de 2019

NO TEMPO DO KAPArANDANDA

Director Geral de Publicações: José Kaliengue jose.kaliengue@opais.co.ao

OPAÍS

Director: José Kaliengue Sub-Director: Daniel Costa, daniel.costa@opais.co.ao Chefe de Redacção: eugénio Mateus, eugenio.mateus@opais. co.ao Grande repórter: André Mussamo andre.mussamo@opais.co.ao Editorias : Política: Ireneu Mujoco ireneu.mujoco@opais.co.ao (editor) Sociedade: paulo Sérgio paulo.sergio@opais.co.ao (editor) Romão brandão romao.brandao@opais.co.ao (Sub-editor) Economia Luís Faria (Coordenador-editor) luis.faria@opais.co.ao Desporto: Sebastião Félix sebastiao.felix@opais.co.ao (editor) Mário Silva mario.silva@opais.co.ao (Sub-editor) Cartaz: Jorge Fernandes jorge.silva@medianova.co.ao (Sub-editor) Redacção: Norberto Sateco, Alberto bambi, Augusto Nunes, Rila berta, Miguel Kitari, Domingos bento, Neusa Filipe, Afrodite Zumba, Milton Manaça, Antónia Gonçalo, Maria teixeira, Iracelma Kaliengue, patrícia oliveira, Stela Cambamba, Zuleide de Carvalho (benguela),brenda Sambo, Maria Custódia, Kiameso pedro e Adjelson Coimbra. Arte: Ladislau bernardo (Coordenador) Valério Vunda (Coordenador adjunto)Lourenço pascoal, Annette Fernandes, Nelson da Silva e Francisco da Silva. Fotografia: Carlos Moco (editor), Daniel Miguel (Sub-editor), pedro Nicodemos, Jacinto Figueiredo, Carlos Augusto, Virgílio pinto, Lito Cahongolo (repórteres fotográficos), Rosa Gaspar e Yuri dos Santos (Assistentes de Departamento) Revisão: António Setas

1972

26 de Agosto - Começam os XX Jogos olímpicos da era moderna, em Munique. Ficam marcados pela morte de onze elementos da equipa de Israel, sequestrados pelo comando árabe Setembro Negro.

26 de Agosto 1997 - Frederick

Willem de Klerk, último presidente branco da África do Sul, abandona a política. De Klerk libertou Nelson Mandela e pôs termo a mais de 40 anos de apartheid.

26 de Agosto 2016 - A policia Federal

brasileira indicia o ex-presidente Lula da Silva, a sua mulher e outras três pessoas por corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro num caso da operação Lava Jato, que investiga crimes cometidos na petrobras.

CArTA DO LEITOr

o kota bonga canta “Água rara”, nós choramos DR

Agências: Angop, AFp, Reuters, Getty Images

Assistentes de Redacção: Antónia Correia, Rosa Gaspar, Inês Monteiro e Sílvia Henriques Impressão e acabamento: DAMeR, S. A. Luanda Sul, edifício Damer Distribuição: Media Nova Distribuição tel: +244 943028039 Distribuidora@medianova.co.ao pontodevenda@medianova.co.ao Assinaturas: bruno pedro tel: +244 945 501 040 bruno.pedro@medianova.co.ao Online: Venâncio Rodrigues (Editor)Isabel Dalla e Ana Gomes Sítio Online: www.opais.co.ao Contactos: info@opais.co.ao tel: 914 718 634 -222 003 268 Fax: 222 007 754 Sede: Condomínio ALpHA, talatona- Luanda. tel: 222 009 444 República de Angola

Comercial e Marketing: Senda Costa 922682440 Vladimir teixeira email: comercial@medianova.co.ao Tiragem: 15 000 exemplares

porque aqui as torneiras apenas são enfeites das residências. o projeto água para todos, por estas bandas mudou de nome, passando a denominar-se água para alguns. Aqui quase todas ruas têm problemas. Ruas há em que a água só jorra nas casas á esquerda e em outras nas á direita. Infelizmente os responsáveis da epAL, praticamente vivem na boleia da crise. Quando questionados, alegam falta de verbas para implementar os inúmeros projetos que têm para a distribuição de água nesta zona. Vivemos desesperados por falta do precioso líquido, e dependendo apenas dos jovens que comercializam a água através dos vulgos kupapatas ou motas de três rodas a preços especulativos, porque o bidon de 20 litros adquirimos ao preço de 75 kz, em épocas de abundância de vendedores. e a 100 kz em épocas de carência. este país é bon, este país é bom, canta o paulo Flores, mas nós, mano, estamos male, male!

prezado diretor, Agradeço a oportunidade que me foi concedida para expor o meu descontentamento a epAL

e a administração do palanca. Sou residente do bairro palanca, Distrito do Kilamba Kiaxi há mais de 5 anos, na Avenida

Deolinda Rodrigues. Inicialmente pensei que era brincadeira mas, com o decorrer do tempo caí no real e vi que as coisas eram sérias ,

Mário da Costa Luanda

Escreva para o Jornal OPAÍS através do e-mail info@opais.co.ao ou ligue para estes contactos tel: 222 003 268 Fax: 222 007 754



POLÍTICA

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“Tanto é assim que, em várias ocasiões, eu falei com ele por telefone, fazendo-lhe ver que o que ele estava a fazer não estava certo”, disse. O advogado assevera que a última reunião, no ano passado, com o advogado Cristiano Paciência, indigitado pela direcção da Sonamet, ficou acordado que o sindicato deveria desenvolver a sua actividade sem qualquer constrangimento “a partir da data em que nós tivemos a reunião”. Viena acrescentou que “também ficou acordado que a comissão realizasse uma reunião para a eleição dos novos órgãos de direcção. “Situação que não ocorreu, porque a direcção da Sonamet continuou a colocar impedimento”, acusa. Apesar dos impedimentos à actividade sindical, a direcção nunca deixou de fazer os descontos das quotas sindicais. “A grande questão que está aqui é que, ao longo de mais de 4 anos,

a Sonamet, por orientação do senhor Domingos Augusto, não descontou esse dinheiro e foilhe dado destino diferente àquilo que são os objectivos do sindicato”, disse. Queixa-crime Entretanto, face a esta situação, o sindicato teve de apresentar uma queixa-crime contra Domingos Augusto, junto do Ministério Público (com processo nº 7590/ SIC/2018, segundo fontes deste jornal) em Benguela e interpôs uma acção de condenação a correr os seus trâmites legais no Tribunal de Comarca do Lobito. De acordo com o causídico, o seu constituinte vê-se lesado no seu direito, daí que resolvesse despoletar o caso na esperança de que os resultados sejam a contento das partes, porquanto a falta de recursos financeiros faz com que o sindicato não desenvolva o seu trabalho em defesa dos seus filiados na Sonamet.

Instalações da Sonamet na cidade do Lobito, provincia de Benguela

SONAMET acusada de desviar AKZ 14 milhões O sindicato das Indústrias Petro-Químicas e Metalúrgicas de Angola em Benguela acusa a direcção da SONAMET de ter dado destino incerto aos 14 milhões de kwanzas descontados aos trabalhadores para aquela entidade sindical. A direcção visada, contudo, garante ter devolvido “todo dinheiro” aos trabalhadores Constantino Eduardo, em Benguela

O

sindicato, por via do seu mandatário judicial, Francisco Viena, intentou uma acção judicial de natureza cível e criminal junto dos órgãos competentes, de modo a salvaguardar o interesse dos trabalhadores. Segundo o advogado de acusação, há um conflito que opõe o seu constituinte à direcção da Sonamet, na pessoa de Domingos Augusto. No exercício da sua relação sindical, relata, o Sindicato das Indústrias Petro-Químicas e Metalúrgicas de Angola estabeleceu uma comissão sindical que, por

várias vezes, terá sido impedida de exercer a actividade sindical pela direcção visada, contrariando a lei. O advogado sustenta que, apesar do impedimento, a comissão sindical estabeleceu um “acordo colectivo com os trabalhadores”, na base do qual a direcção da Sonamet passaria a fazer descontos directos para efeito de pagamento das quotas sindicais. O entendimento era de que a empresa, ao proceder daquele modo, fá-lo-ia em nome do sindicato e não “para si. O que significa que a Sonamet era apenas um fiel depositário, que tinha obrigação de entregar os respectivos

valores ao próprio sindicato”, esclarece. Francisco Viena salienta que, além da direcção da empresa não ter permitido que o sindicato desenvolvesse a sua acção, o “ próprio senhor Augusto (actual director-geral) não procedia à entrega dos valores descontados ao sindicato e faz isso desde 2014”.

Advogado Francisco Viena

Sonamet reage Contactada a respeito, a direcção da Sonamet confirmou que decorre junto do SIC em Benguela um processo– crime movido pelo sindicato contra Domingos Augusto, actual director-geral, à data dos factos responsável pelos recursos humanos, e Cristiano Paciência, advogado, lamentando o facto de o advogado Viena ter trazido à imprensa um assunto sobre um processo que corre os seus trâmites e, como tal, ainda coberto pelo princípio de segredo de justiça. “ O doutor Viena arrolou-me como contabilista, quando não era. Sou advogado, não funcionário da Sonamet e isso é para quê? Era para produzir matéria para despoletar o processo-crime”, disse o advogado Cristiano Paciência. Numa conversa mantida com este jornal via telefónica, o advogado Paciência lembrou o pressuposto legal segundo o qual até, prova em contrário, eles são inocentes, “pelo que não seria correcto fazer essa abordagem”. Apesar desse pressuposto, o causídico sujeitou-se a uma abordagem sobre o que, de facto, estará a acontecer. De acordo com o advogado,

qualquer acusação que se esteja a fazer neste momento afectará, de alguma forma certas medidas, porque o actual secretário de Estado do Ministério dos Recursos Minerais e Petróleo, José Barroso, à data dos factos era o director-geral da empresa e não Domingos Augusto, como Viena faz crer nas suas acusações. O advogado Cristiano Paciência lamenta a atitude adoptada apelo seu colega e esclarece que, uma vez que os trabalhadores não estavam formalmente filiados ao sindicato, a empresa, para não ficar com os valores(14 milhões de kzs), decidiu devolver “todo o valor aos trabalhadores”. Sustentou que “ a empresa devolveu, porque há trabalhadores que já não estão na empresa”, disse, acusando, por isso, o sindicato de falta de seriedade e que não esteja a lutar pelos interesses dos trabalhadores, acreditando, porém, haver objectivo inconfessos dos dirigentes que quererão viver à custa das quotas sindicais. “E mais, nenhum trabalhador da Sonamet reclama de más condições de trabalho, má remuneração…”, refere.


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Lucas Ngonda acusado de “asfixiar” a FNLA O Comité Central denuncia que o presidente do partido insiste em funcionar com os órgãos saídos do congresso de 2018, apesar de o Tribunal Constitucional ter invalidado o conclave Domingos Bento

O

actual presidente da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), Lucas Ngonda, está a ser acusado pelos membros do Comité Central de estar asfixiar a formação partidária em virtude de estar a deturpar a sua linha politica e orientadora à luz dos estatutos. Lucas Ngonda é apontado como a principal figura que tem vindo a desrespeitar, sucessivamente, as orientações saídas do último congresso válido do partido realizado em 2015, e que o elegeu por um período de quatro anos como presidente do partido, cujo mandato terminou em Fevereiro deste ano Segundo os membros do Comité Central, Lucas Ngonda não foi fiel ao mandato que lhe havia sido confiado durante o congresso e, ao longo desse tempo, tem procurado instalar um clima de asfixia no seio do partido que, cada vez mais, face à sua atitude, debate-se com um preocupante ambiente desestabilizador. Os acusadores apontam o congresso do Huambo, realizado em 2018 por Lucas Ngonda, como sendo um dos graves atropelos de desrespeito “às normas e aos regulamentos internos do partido para onde pretendia eternizar-se na sua direcção”, intensão prontamente anulada pelo

Tribunal Constitucional que invalidou o conclave. Mesmo depois de ver o seu congresso anulado, segundo os membros do Comité Central, até ao momento Lucas Ngonda insiste em funcionar com os órgãos saídos daquele conclave, desvalorizando assim o Comité Central legítimo, que tem “a autonomia de discutir, apreciar e participar da vida interna do partido formado por Holden Roberto”. Numa declaração política tornada pública ontem, o Comité Central afirma que Lucas Ngonda tem actuado de forma “ unipessoal, desregular, anárquica e aleatória, contrariando não só os estatutos da FNLA, bem como o princípio de organização e funcionamento democrático dos partidos políticos consagrados na Constituição da República”. Com essa atitude, o Comité Central da FNLA entende que Lucas Ngonda tenciona desferir um golpe institucional aos órgãos de direcção do partido, situação que caracteriza como um puro suicídio político. Dentro dos regulamentos do partido, os denunciantes ressaltam que o presidente não pode tomar iniciativas ou decisões que extrapolem as competências do Comité Central que, entre vá-

rias competências, tem o poder de decidir sobre os assuntos importantes e inadiáveis. Os membros do Comité Central alertam que, a continuar agir desta forma, a julgar pelas manobras que tem vindo a arquitectar, Lucas Ngonda não terá legitimidade de agir em nome da FNLA, pelo que sugerem a mudança de comportamento, já que, em termos estatuários e de doutrina, as instituições saídas do congresso de 2015 são indissociáveis. Afirmam ainda que, caso Lucas Ngonda já não se reveja nas instituições saídas do legitimo conclave, perde automaticamente as prerrogativas que os estatutos lhe conferem enquanto presidente do partido. Batalha judicial no Tribunal Constitucional Face ao ambiente crítico no seio do partido, os membros do Comité Central deram a conhecer que, para além de já terem desencadeado uma batalha judicial contra Lucas Ngonda, junto do Tribunal Constitucional, mostraram disponibilidade de diálogar com o presidente, mas este tem demonstrado, por via do silêncio, que não está interessado a ultrapassar o cenário de crise que a organização enfrenta há quase 22 anos. Para os queixosos, a problemática da unidade na FNLA exige uma solução justa baseada em princípios justos e, por isso, advogam o diálogo inclusivo e participativo de todas as sensibilidades do partido. Entretanto, este jornal contactou o presidente da FNLA, sobre o assunto, mas sem sucesso, tendo uma fonte próxima do seu gabinete referido que Lucas Ngonda, enquanto presidente do partido, tem respeitado as normas e os regulamentos internos, realçando haver conversações com vários grupos divergentes desta força política.

Comparar fogos em África aos da Amazónia é “nonsense”, segundo João Melo

O

ministro Comunicação Social reage a comparação feita pelo jornal Bloomberg com base em fotos da Nasa sobre os incêndios na Amazóna, no Brasil, segundo o Observador. O ministro da Comunicação Social, João Melo, afirmou que comparar as queimadas que se fazem em vários países africanos do centro-sul, como Angola, com os fogos da Amazónia “é um completo nonsense”, admitindo, no entanto, o problema. Na sua conta do Twitter, o ministro fez alusão a um artigo da agência Bloomberg, que se baseava em fotos da NASA, a agência espacial norte-americana, e punha Angola no topo mundial em número de fogos, considerando que a comparação não faz sentido. “O artigo atribuído à Bloomberg afirmando, com base em fotos da NASA, que há mais fogos em Angola, Congo e outros países do centro-sul de África do que na Amazónia é um completo nonsense. Como comparar queimadas, tradicionais nesta região, com o incêndio da maior floresta do mundo?”, escreveu João Melo. De acordo com uma notícia da Bloomberg, do dia 24 de Agosto, que citava dados do satélite MODIS (Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer) da NASA, Angola tinha registado 6.902 fogos nas anteriores 48 horas, mais do dobro dos 3.395 na República Democrática do Congo e mais do triplo dos 2.127 fogos registados no Brasil. “Os fogos que grassam na Amazónia podem ter colocado pressão sobre as políticas ambientais do presidente Jair Bolsonaro, mas o Brasil é, na verdade, o terceiro país no mundo em termos de incêndios nas últimas 48 horas”, referia a Bloomberg, salientando que estes números não eram invulgares na África central, quando os agricultores fazem queimadas para preparar a terra para cultivar. Numa sequência de ‘tweets’, em que interagiu também com os seus seguidores, João Melo criticou o “carnaval” em torno das fotos da NASA e a confusão entre queimadas e fogos florestais. “Confundir fotos de capim a arder na nossa região com incêndios massivos em florestas é brincadeira. E misturar isso com politiquice

barata é pior ainda. Lamentável”, escreveu o governante. João Melo reconheceu, contudo, que o problema existe e precisa de ser resolvido, respondendo a um seguidor que “o Governo está a tomar medidas para enfrentar esses problemas. Mas resolvê-los leva tempo”. O governante rejeitou ainda, em resposta a outro internauta, que os seus comentários estivessem relacionados com um ‘tweet’ do anterior ministro brasileiro do Meio Ambiente, Ricardo Sales. Sales reagiu às críticas do Presidente francês, François Macron, sobre o ‘ecocídio’ da Amazónia, escrevendo: “Mais fogo em Angola e Congo do que na Amazónia… e o Macron não fala nada… Porque será? Será que é porque eles não concorrem com os ineficientes agricultores franceses?”. “Não vi nenhum tweet de nenhum ministro brasileiro ou de qualquer país sobre este assunto”, respondeu João Melo ao seguidor que o interpelou. O Brasil começou hoje a distribuir 44 mil soldados na vasta região amazónica para combater os incêndios florestais que ocorrem nesta região nas últimas semanas e que levaram o Governo de Jair Bolsonaro a ser criticado internacionalmente por não ter reagido a tempo. Hoje, os países do G7 (maiores potências industriais) concordaram em “ajudar o mais rapidamente possível os países afectados” pelos incêndios que se multiplicaram nos últimos dias na Amazónia, anunciou o presidente francês, Emmanuel Macron. “Há uma verdadeira convergência para dizer: ‘nós concordamos em ajudar o mais rapidamente possível os países que são atingidos pelos fogos’”, disse o anfitrião da cimeira de sete grandes potências mundiais que decorre em Biarritz até segunda-feira. Na Sexta-feira Macron criticou a “inação” do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, face ao desastre ambiental. As imagens do “pulmão do planeta” em chamas suscitaram uma comoção mundial e colocaram o assunto no centro das discussões do G7, apesar da relutância inicial do Brasil, que não está presente na cimeira.


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Calouste Gulbenkian encora do Moxico a disseminarem o Enquanto se aguarda pelo tão esperado PAT 2, os professores que beneficiaram das etapas de formação do Projecto Aprendizagem para Todos(PAT) deverão formar os outros cujas Zonas de Influências Pedagógicas(ZIP) não foram contempladas nessa era. O recado é da fundação acima descrita

Leonor recomenda aos docentes responsabilidade na apreensão de conhecimentos

Alberto Bambi

A

representante dessa organização, Maria Leonor Vieira de Sousa, recomendou aos professores dos municípios de Kamanongue, Luena, Léua e Cameia, província do Moxico, a serem verdadeiros transmissores e continuadores da formação que pretende dar aos docentes do ensino primário valências e competências para elevar a qualidade do ensino em Angola. Maria Leonor Vieira de Sousa, cuja missão se cingiu em avaliar como estava a decorrer a última formação das ZIP da referida região Leste do país, endereçou inicialmente o seu apreço aos docentes que se encontravam no ciclo formativo, tendo adiantado que os formandos actuais deviam consciencializar-se de que os subsídios que estão a receber são mesmo para transmitir ou partilhar com os colegas de ou-

tras escolas não contempladas pelo PAT. “Aquilo que eu verifiquei de positivo é que as formações estão a ser muito participadas, ao ponto de haver nas turmas desses municípios, professores que frequentam o curso desde o seu início, em 2016, ou, pelo menos há dois anos, além de ir ao encontro do que se pretende”, disse, acrescentando que “ para que não morra a formação, é preciso dinamizá-la contínuamente nas ZIP, aproveitando os momentos em que os docentes primários estejam reunidos nas suas zonas de influência para consolidar, trocar experiências e utilizar as metodologias e os materiais que foram fornecidos durante as sessões formativas”. A representante da fundação da filial em Portugal asse-

Os professores comprometemse a produzir os meios de apoio

gura que havia bons meios para se fazer esse tipo de trabalho, bem como formadores que também estavam desde o princípio doProjecto Aprendizagem para Todos. A portuguesa, que apoia técnica e logisticamente o PAT, salientou que, aquando do arranque do projecto, ela e os seus colegas sentiam que os primeiros beneficiários estavam com al-

guma insegurança nas salas de formação, uma postura actuamente contrariada com o ambiente adoptado pelos educadores, baseada no expressivo à vontade e orgulho positivo, conforme fez questão de realçar a interlocutora de O PAÍS. Para a representante da Calouste Gulbenkian, os professores constituem uma mais-valia para as Zonas de Influência Pedagógicas, com intuito de promover a formação contínua, já que, de acordo com ela, os formandos estão em condições de assegurar a continuidade da acção formativa. Leonor de Sousa não deixou de manifestar a sua preocupação em relação aos professores que foram admitidos mais tarde para o sector da Educação por via do concurso público, que não


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aja professores o PAT

Todos os dias vou comprar o peixe na praia e depois salgo para fazer o seco. Faço isso por falta de oportunidades” Leonor Vieira de Sousa

poassuem módulos de Português e Matemática. Criatividade na falta de meios A entrevistada deste jornal disse, entretanto, que, com o material que existe nos centros de recursos das Zip´s, os formandos já têm de ter criatividade para, quando faltar esses meios, produzi-los a partir dos já existentes e disponíveis”. Para ela, era preciso que se incentivasse a classe, bem como se reforçassem as trocas de experiência entre eles. Quanto à questão do nível de linguagem contida nos manuais de apoio atribuidos aos formandos do Projecto Aprendizagem para Todos, pertecentes à ZIP do muicípio de Cameia, a representante da Fundação Calouste Gulbenkian informou que só registou essa queixa do colectivpo dessa municipalidade, que dista a mais de 60 quilómetros da sede provincial(Luena), ao ponto de colocar a possibilidade de se tratar de professores teoricamente com maior idade, se comparados com os de outras escolas anfitriãs por onde passou. Professores dizem-se prontos Com excepção de alguns professores que se escusaram de tecer quaisquer considerações sobre a continuidade do PAT, a maior parte dos que foram abordados por O PAÍS, nas Zip contempladas pelo Projecto Aprendizagem para Todos, nos municípios de Camanongue, Léua e Lumeje-Cameia, mostrou-se pronta a continuar com a missão, por via de partilha de conhecimentos e experiências com outros. Adália Helena Jones, do primeiro município, disse que os subsídios que recebeu não teriam razão de ser se guardados apenas consigo. Do mesmo diapasão alinhou o seu colega Inocêncio Cumesso, para quem o dever dos que se formam por via do PAT é ajudar os outros professores das escolas não contempladas pelo projecto a prepararem bem as aulas, partilhando com os mesmos as me-

todologias apreendidas. À missionária Maria Margarida Inês Bartolomeu, da congregação das Irmãs do Santíssimo Salvador, há quatro anos como como coordenadora da ZIP local, preocupa a aquisição de meios de apoio, quando o compromisso dos docentes primários for efectivado, mas nem por isso arreda o pé, no que toca à vontade do seu colectivo de trabalho, já que é também directora da escola João Paulo II da sede municipal de Lumeje-Cameia. No Léua, o coordenador municipal da ZIP do PAT, Pedro Jamba, anunciou que ele e os seus colegas já começaram a ensaiar um exercício de disseminação, através de um encontro que denominam a fogueira do professor. É aí que trocam impressões e debatem como ultrapassar os obstáculos que a sala de aulas impõe.

Extensão do PAT para 2021, “reforço”

Não são poucos os municípios das províncias do Huambo, Bié e Moxico onde a medida que resultou no alargamento temporal do Projecto Aprendizagem para Todos já começa a ser denominado de «Reforço». Aliás, uma das razões invocadas por dirigentes do PAT, quando questionados sobre tal, tem a ver com a necessidade de se consolidarem as formações, de modo a assegurar o alcance dos objectivos ora preconizados. O Conselho das Escolas das Zip, conhecido no referido ciclo formativo pelo acrónimo CEZ, constitui outro motivo que vem logo a seguir ao primeiro motivo. Por CEZ deve entender-se o Conselho das Escolas, recomendadamente compostas por um grupo de entidades com funções e poder de intervenção variados, ao ponto de agregar autoridades tradicionais e religiosas, polícia, coordenadores de bairro, enfim, encarregados de educação de extractos sociais diferenciados.

Ao CEZ também está entregue a responsabilidade de acompanhar, de forma teórica, o processo de formação dos professores das ZIP, observar o impacto desta na actuação dos professores nas salas de aula, bem como os resultados dos alunos. Segundo apurou O PAÍS de elementos afectos à gestão do PAT, essa comissão ainda não trabalha de forma cabal, porquanto, em alguns municípios terá começado tarde, sendo que noutros estão a formar-se agora, um indicativo que não afasta a possibilidade de inexistência em certas ZIP´s. Finalmente, preocupam aos gestores as dificuldades de apreensão dos conteúdos dos módulos de Língua Portuguesa e Matemática, por parte de uma boa parte dos formandos das Zonas de Influência Pedagógicas contempladas pelo Projecto Aprendizagem para Todos, que frequentaram a primeira fase, em 2017 e de outros admitidos para o Ministério da Educação, nos últimos concursos públicos.

Alegria e dedicação recomendada para a disseminação de aprendizagens

Estou preocupada com a aquisição dos meios de apoio, quando o compromisso dos docentes primários for efectivado” Maria Margarida Inês Bartolomeu

Fases da formação O processo de formação dos professores primários começou efectivamente no final de 2016. Em cada ciclo, há uma fase que comporta três etapas, sendo que a primeira acontece normalmente em Novembro de cada ano.Neste mês, acontece a formação dos formadores das Escolas do Magistérios (E.M), portanto os 133 ou mais, quando o projecto envolvia certos facilitadores e, actualmente, inspectores. Em Janeiro, ocorre a formação dos 669 formadores das ZIP, os mesmos que estão responsabi-

lizados a levarem a cabo a acção formativa dos períodos de pausa pedagógica que intercala um e outro trimestre, mormente nos meses de Maio e Agosto. Nos fins do primeiro e segundo trimestre acontece a formação dos professores mais 18 mil cujas ZIP´s estão contempladas pelo PAT. Em relação aos módulos já ministrados, apontam-se o de Língua Portuguesa, Matemática, Diferenciação pedagógica I e II, além do +de Educação Especial, com o qual se terminou a sessão encerrada, no último Sábado.


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Estado deve agir para tirar Angola no topo mundial de queima florestal Segundo a NASA, entre 15 e 22 de Julho, a plataforma de monitoramento de incêndios Global Forest Watch Fires, enviou 178.484 alertas de incêndio para seus assinantes na Rússia, 136.087 alertas para os assinantes da República Democrático do Congo e 109.512 alertas para os assinantes de Angola

Mapa de África com os sinais de queimadas a vermelho

Romão Brandão

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agência de informação financeira Bloomberg noticiou, citando dados do satélite MODIS (Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer) lançado pela NASA em 1999, que Angola registou 6.902 fogos, nos dias 22 e 23 de Agosto, mais do dobro dos 3.395 na República Democrática do Congo e mais do triplo dos 2.127 fogos registados no Brasil. Segundo a NASA, entre 15 e 22 de Julho, a plataforma de monitoramento de incêndios Global Forest Watch Fires enviou 178.484 alertas de incêndio para seus assinantes na Rússia, 136.087 alertas para os assinantes da República Democrático do Congo e 109.512 alertas para os assinantes de Angola. Salientando que este número não é um fenómeno invulgar na África central, a agência de notícias escreve que só numa semana de Junho foram registados 67 mil

incêndios quando os agricultores fizeram queimadas para ganhar terra para as colheitas. Esta é uma informação muito preocupante, segundo o engenheiro agrónomo Fernando Pacheco, que quando contactado pelo jornal OPAÍS achou estranho uma vez que, para ele, há muito tempo que a comunicação social angolana não fala dos incêndios florestais que acontecem no nosso país, tendo preferido falar dos outros países. Tem sido frequente, nesta época do ano, o registo de queimas do género, e ultimamente aumentou também pelo facto de a população estar cada vez mais empobrecida e procurar com a queima fazer caça, que é uma tradição no nosso país. “Antes, as queimadas eram controladas, havia um certo now how para se fazer as queimadas. Embora houvesse problemas, porque há sempre prejuízos do ponto de vista da flora, solo, etc., nos outros tempos havia mais perícia ou habilidade. Hoje não existe e re-

Dados estatisticos dos países africanos com maiores registos de queimada de florestas

gistamos muitos prejuízos”, disse. Fernando Pacheco acredita na existência de várias soluções para este problema, pelo que aponta o dinheiro do OGE cabimentado para o sector da Agricultura e Ambiente como um deles. O país tem poucos fiscais para uma extensão territorial muito grande para ser controlada e, para além disso, reclama-se contra a falta de recurso e a capacidade de formação.Com muito menos fiscais é difícil controlar a queima, por um lado. Por outro, segundo o especialista, temos de ter dinhei-

“São milhares de hectares a serem queimados por caçadores e por pessoas que põem fogo só por pôr e que, ao longo dos anos, vão criando um desequilíbrio nestas áreas”

ro para pagar os fiscais e comprar meios para os fiscais trabalharem. “Quem vive no interior do país convive com este problema e este é um assunto que infelizmente não está na agenda prioritária do Executivo”, lamenta. Sugere ainda que os administradores deviam tomar a iniciativa no sentido de coordenarem com as autoridades tradicionais (sobas) o controlo dessas queimadas, por exemplo. “Existem várias soluções. É necessário realizarmos um debate nacional sobre o assunto. Um debate a sério, e não um debate mais para o show off do que discutir os problemas. Um debate com pendor técnico para que os problemas como as queimadas e muitos outros sejam realmente resolvidos”, finaliza. Biodiversidade, fazendas e residências estão a ser afectadas Para o ambientalista Valdemiro Russo, esta informação não é nova, porque nos últimos 12/13 anos tem assistido a queimadas regulares em todo território nacio-

nal, com particular realce para as províncias do Cuando Cubango, Moxico, Cuanza-Norte, Huambo e Cuanza-Sul, quer para abertura de campo agrícola, bem como fogo usado como mecanismo de caça, principalmente no final do cacimbo. “São milhares de hectares a serem queimados por caçadores e por pessoas que põem fogo só por pôr e que, ao longo dos anos, vão criando um desequilíbrio nestas áreas, na flora e na fauna. Não afecta só a biodiversidade, mas também há fazendas e residências que estão a ser queimadas porque o fogo não é devidamente controlado”, disse. O entrevistado lembrou que, no tempo colonial, qualquer queimada tinha de ser aprovada pelas autoridades e inclusive tinha de se pagar uma espécie de licença, quer às autoridades governamentais, quer aos sobas (ali onde as instituições do Estado não estejam presentes). Infelizmente, agora toda a gente faz queimada e não se tem o controlo da situação.



cartaz seu suplemento diário de lazer e cultura

Luís Paulo materializa história do Zouk em livro Adjelson Coimbra

O autor do volume intitulado “Gigantes do Zouk”, motivado pela pouca informação que Angola tem sobre um estilo de música que muito se consome, vem a escrever o livro desde a sua adolescência

Adjelson Coimbra

“G

igantes do Zouk” é o título do livro da autoria de Luís Paulo, apresentado Sábado, 24, nas instalações da Rádio Mais em Luanda. Trata-se de uma obra que retrata a história deste género musical. Luís Paulo, que é apresentador do programa “ZouK Non Stop” da Rádio Mais, no seu livro, deu a conhecer todo movimento em torno do estilo, que se iniciou em 1979, com o grupo Kassav, em Guadalu-

pe, Antilhas. Nesta obra, o autor traça o perfil das principais figuras do universo zoukanse, desde os cantores da primeira geração até os da mais nova geração, argumentando que esta última tem feito um trabalho de continuidade da música de matriz africana. Luis Paulo realçou que, embora não tendo o “calibre” como, por exemplo, dos Kassav, a nova geração de músicos daquele arquipélago é original e tem desempenhado um papel de promoção deste género de música que é o Zouk. O livro, com 300 páginas distribuídas em 10 capítulos, dá desta-

que ao Zouk em África, explicando a sua dinâmica e variantes, que, de modo obrigatório, fala também sobre Eduardo Paim, Monique Seka, Oliver N’goma, entre outros artistas. Este livro, segundo Luís Paulo, aborda 40 anos de Zouk (1979 2019), dando também ênfase a outros grupos que surgiram após a explosão do Zouk nos anos 80. Daí a razão de haver interesse enorme por parte das pessoas que querem conhecer com detalhe a história do Zouk e o percurso musical de seus protagonistas. Luís Paulo levou quase duas décadas para conceber a presente obra. E conta que foi motivado a fazé-lo devido à falta de informações que os angolanos tinham sobre um estilo musical que muito consomem. O autor recorda que em 2015 foi convidado a visitar a Ilha de Guadalupe (a famosa terra do Zouk) à convite de Pierre Edouard Deci-

“O livro, com 300 páginas distribuídas em 10 capítulos, dá destaque ao Zouk em África, explicando a sua dinâmica e variantes”

mus, fundador do Zouk e do grupo Kassav, e de Eddy Compper, produtor e director do Centro Cultural de Guadalupe, e apercebendose da curiosidade que tinha sobre esse estilo, lhe foi lançada a proposta de escrever uma obra, sem que soubessem que a mesma já estava em curso. Percurso do autor Luís Paulo nasceu e vive em Luanda. É jornalista, jurista, ensaísta e especialista em comunicação. Trabalhou no Jornal de Angola como redactor e repórter. Colaborou em várias rádios e jornais do país. É quadro sénior do Ministério dos Transportes da República de Angola. De 2001 a Janeiro de 2019 desempenhou várias funções/cargos no Ministério dos Transportes da República de Angola (consultor de imprensa, chefe do Departamento do Centro de Documentação e Informação e director do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa). Dirigiu a revista Rumos do Ministério dos Transportes, fundou a Casa do Zouk, a revista In Memoriam, e com o jornalista Mário Santos, criou o programa “Zouk Non Stop” (emitido todos os domingos na Rádio Mais). Com o também jornalista Pedro Baptista criou o “Hora do Zouk”, na Rádio Nacional de Angola. Livros Publicados Transportes, um Sector da Linha da Frente, Evolução Histórica e Novas Dinâmicas, 2017 (Prefácio do professor Manuel José Nunes Júnior. Bê-à-Bâ de António Agostinho Neto e José Eduardo dos Santos, Digníssimos da História Contemporânea de Angola (Prefácio do professor Francisco Manuel Monteiro de Queirós e do nacionalista Luís Neto Kiambata) Principais Artigos de Investigação António Agostinho Neto: 1922 1979 (revista In Memoriam, 2014 - com a colaboração da Fundação António Agostinho Neto - FAAN). Maria Mambo Café, nacionalista de fortes e firmes convicções (revista In Memoriam, 2015 - com a colaboração dos jornalistas Mateus Cavumbo e Celso Malavoloneke). Pascoal Luvualu, em defesa dos mais nobres ideais da Nação Angolana (revista In Memoriam, 2016).


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Académicos sugerem inserção da música nos currículos do ensino DR

Os prelectores do

primeiro workshop sobre o Semba sugeriram a necessidade de inserção da história da música angolana nos currículos escolares do ensino superior, para evolução do estilo musical

Professor e investigador Jomo Fortunato

N

o evento que decorreu sob o lema “ A Dimensão Cultural da Música Angolana, na vertente do Semba”, o professor universitário Jomo Fortuno defendeu que a história da música angolana deve estar devidamente estruturada em todas as vertentes. Segundo o académico, que dissertava o tema “ Proposta de periodização da música popular angolana “, afi rmou que os docentes das áreas da psicologia e das artes têm de motivar os discentes a investigarem sobre o cancioneiro angolano. Augurou ver em Angola nos próximos anos mestrados e doutorados na área da música popular angolana, tendo citado o Brasil e Estados Unidos da América, que já têm indivíduos formados na área de investigação da canção dos seus países. Na mesma senda, a psicóloga Rosa Roque considerou importante haver mais iniciativas do género, no intuito de se re-

flectir de forma profunda o estilo semba, tendo aconselhado a nova geração de músicos a aproximar-se dos mais velhos para troca de experiência. Na abordagem do perfi l histórico do Semba, o músico Carlos Lamartine, fez um retrato dos clubes desportivos com salões de festa na década de 40, centros culturais e recreativos, com destaque para o Clube Desportivo do Maxinde. Considerou o período de 1940 até 2000 como tendo sido bastante fértil e de grande progresso da música angolana, com matriz africana. Já Elias Dya Kimuezo, convidado ao evento, defendeu mais incentivos para que o Semba não seja esquecido, tendo sugerido a criação de mais espaços culturais, tendo acentuado que os contratos com os músicos devem ser feitos pessoalmente, para se evitar pagamentos a terceiros, no qual em alguns casos o músico acaba prejudicado.

VIGÉSIMO TERCEIRO FÓRUM REGIONAL DE PREVISÃO CLIMÁTICA SAZONAL PARA A ÁFRICA AUSTRAL THE TWENTY THIRD SOUTHERN AFRICAN REGIONAL CLIMATE OUTLOOK FORUM (SARCOF-23) Lema: “Entendendo o sistema terrestre para construir resiliência contra eventos climáticos extremos recorrentes na região da SADC” Theme: “Understanding the Earth System to build resilience against recurring extreme weather and climate events in SADC region” Patrocinado pela União Europeia através do Banco Africano de Desenvolvimento, secretariado da SADC e Governo de Angola Co-sponsored by the European Union through the African Development Bank, the SADC Secretariat, and the Government of Angola

Luanda, Angola 28-30 de Agosto de 2019 Luanda, Angola 28 - 30 August 2019

Luanda,Angola 28-30 de Agosto de 2019 Luanda,Angola 28-30 August de 2019


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CArTAZ

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Cinema

Scarlett Johansson é mais bem paga entre actores de Hollywood Só há duas mulheres na lista dos actores mais bem pagos de Hollywood. Scarlett Johansson é uma delas

C

om 49,8 milhões de dólares de rendimentos, a actriz norte-americana é a mulher mais bem de Hollywood. É o efeito Marvel na sua carreira. Graças aos resultados da saga “Os Vingadores”, Scarlett Johnasson, 34 anos, com 56 milhões de dólares (49,82 milhões dólars) de rendimento anual, lidera pelo segundo ano consecutivo a lista das atrizes mais bem pagas dos EUA publicado pela revista Forbes. Não vai, porém, além do oitavo lugar, atrás de Adam Sandler, numa lista que inclua os dois géneros e que é liderada por Dwayne Johnson, The Rock, que ganhou 89,4 milhões de dólares (79,5 milhões de euros). Apenas outra mulher figura nesta lista de homens e mulheres: Sofia Vergara, protagonista de Uma Família Muito Moderna. Com um

Marvel). 2 - Sofia Vergara - 39,1 milhões de euros (Uma Família Muito Moderna, ABC). 3 - Reese Witherspoon - 31, 1 milhões de euros (Big Little Lies, HBO). 4 - Nicole Kidman - 30,2 milhões de euros (Big Little Lies, HBO). 5 - Jennifer Aniston - 24,9 milhões de euros (Mistério a bordo, Netflix). 6 - Kaley Cuoco - 22,4 milhões de euros (Teoria do Big Bang, CBS). 7 - Elisabeth Moss - 21,3 milhões de euros (Handmaid’s Tale, Hulu). 8 - Margot Robbie - 20,9 milhões de euros (Era uma Vez... em Hollywood). 9 - Charlize Theron - 20,4 milhões de euros (Hyperdrive, Caçador de Mentes e Mistério a Bordo, Netflix). 10 - Ellen Pompeo - 19,7 milhões de euros (Anatomia de Grey, ABC).

vencimento anual de 39,1 milhões de euros, está em nono lugar na lista dos mais bem pagos atrás de Chris Evans. É o segundo ano consecutivo que Scarlett Johnasson, 34 anos, vê o efeito Marvel na sua conta bancária, e, claro, na lista da revista Forbes. Outra novidade: todas as atrizes da lista receberam mais de 20 milhões de dólares - algo que há um ano só acontecia com Scarlett Johnsson e Angelina Jolie, número 2 em 2018, e que não aparece entre as mais bem pagas este ano. Saíram também Cate Blanchett, Melissa McCarthy e Gal Gadot. E se a lista é liderada por uma atriz que protagonizou um filme, a maioria das estrelas mais bem pagas protagoniza séries de televisão ou distribuídas em plataformas de streaming.

Actores mais bem pagos 1 - Dwayne Johnson - 79,5 milhões de euros 2 - Chris Hemsworth - 76,4 milhões de euros 3 - Robert Downey Jr - 58,7 mi-

Actrizes mais bem pagas 1 - Scarlett Johansson - 49,8 milhões de euros (Os Vingadores,

SÉTIMA ArTE

Erros cósmicos trazem antigos vikings até à actualidade Viagens no tempo? Já foram muito exploradas, e de diferentes maneiras, é certo. A nova proposta da HBO pode não ter crédito no que toca à originalidade da ideia, mas tem certamente na sua aplicação narrativa: e se de repente surgissem na nossa sociedade pessoas, por exemplo, da Idade da Pedra? Isso mesmo. A cada flash de luz que irrompe no oceano, um ser humano vem à superfície, trazendo no corpo as marcas da sua época. Pode ser o vestuário, tatuagens ou adornos na pele. É um beforeigner. A série assim intitulada - Beforeigners está disponível a partir de hoje na HBO Portugal e é a primeira incursão desta plataforma de streaming num projecto norueguês, com assinatura de Jens Lien.

ArQuEOLOGIA

Descoberta uma das maiores muralhas do Calcolítico em Portugal Arqueólogos portugueses e espanhóis descobriram em Alenquer uma muralha monumental, uma das maiores do país do período Calcolítico, com quatro a cinco mil anos, após terem realizado este mês as primeiras escavações. A uma altitude de 170 metros, em pleno Canhão Cársico da Ota, agora classificado como paisagem protegida de âmbito local,foidescoberto“umrecintomurado com cinco mil anos”, os primeiros vestígios do que poderá vir a ser um povoado pré-histórico, disse à agência Lusa o arqueólogo André Texugo Lopes. Atravésdomotordelocalizaçãoporsatélite Google Earth, o arqueólogo já tinha conseguido identificar a estrutura murada pré-histórica, mas, devido à vegetação densa.

lhões de euros 4 - Akshay Kumar - 57,8 milhões de euros 5 - Jackie Chan - 60,5 milhões de euros 6 - Bradley Cooper - 50,7 milhões de euros 7 - Adam Sandler - 50,7 milhões de euros 8 - Chris Evans - 38,2 milhões de euros 9 - Paul Rudd - 36,4 milhões de euros 10 - Will Smith -31,1 milhões de euros Os resultados de Dwayne Johnson alicerçam-se no contrato com a marca de artigos desportivos Under Armour e o spin-off de Velocidade Furiosa. Na lista dos homens, a grande surpresa é a ascensão da estrela de Bollywood Akshay Kumar. Chris Hemsworth, nota a BBC, subiu até ao segundo lugar e Bradiley Cooper voltou a entrar no ranking à boleia do êxito Nasceu uma Estrela. Will Smith, que este ano só esteve numa produção (Aladino), desceu ligeiramente. Fonte: Diário de Notícias

ESPAÇO

VAIDADES

Astronauta acede à conta da exmulher a partir da estação espacial

“Louraça” conduz o carro mais potente do mundo

Summer Worden começou a ter suspeitas quando percebeu que a astronauta Anne McClain, excompanheira, continuava a saber onde gastava o seu dinheiro. Acabou por descobrir que, a partir de um computador registado na NASA, alguém tinha acedido à sua conta bancária. O acesso não tinha sido um qualquer, tinha sido feito a partir do espaço, já que McClain estava a bordo de uma missão de seis meses. A astronauta Anne McClain reconheceu mais tarde que acedeu à conta da ex-mulher a partir do espaço, mas que o fez apenas para supervisionar aquelas que eram as contas que mantinham ainda.

Sabe quem é Alex Hirschi? E Supercar Blondie? São a mesma pessoa: uma australiana que vive no Dubai, onde abundam clientes endinheirados. Até agora, só ela conduziu o carro mais potente do mundo. O Rimac C_Two colocou a fasquia lá em cima ao oferecer 1.900 cv, recorrendo a quatro motores e, agora, a Lotus eleva um pouco mais a fasquia, ao anunciar um número redondo: 2.000 cv de potência para o Evija. A “louraça” começa por realçar que é a primeira a guiar este Lotus, para depois, recorrendo aos seus profundos conhecimentos de aerodinâmica.



Economia

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O PAÍS Segunda-feira, 26 de Agosto de 2019

Estamos à procura de caminhos e estes acham-se procurando e não sentados em Luanda” Filomena de Oliveira é detentora de uma experiência de trabalho no meio rural com estágio efectuado pela Europa. Acredita que a reversão da precariedade que assola o meio rural, só acontecerá quando o produtor familiar for mais valorizado. Para ela, o cooperativismo pode ser uma saída, daí o seu engajamento em duas iniciativas. Empresária e activista pelas causa do meio rural, Filomena de Oliveira, é a mentora da COOPERAGRO, a primeira inciativa do genero no Cuanza-Norte

André Mussamo

C

uanza Norte acaba de trazer a luz uma cooperativa. Até agora conhecíamos a intervenção da senhora na midia e, muito particularmente, sobre os assuntos relacionados com a província da Huíla. Como aparece associada a esta iniciativa? Primeiro devo explicar que a ideia das cooperativas não é nada de novo no nosso país e no mundo. Elas começaram logo a seguir à Revo-

lução Industrial, particularmente no Reino Único e aparece como um movimento para criar sinergias e resolver-se dificuldades comuns. Neste caso por quê CuanzaNorte? Porque foi da minha parte encontrado um conjunto de potenciais investidores que pudessem dar corpo a uma iniciativa ligada ao sector produtivo e não de carácter político. Foram persuadidos 20 investidores (empresas) que já estão a trabalhar no sector da agricultura, quer no produtivo, quer em maquinaria, pesticida, sementes suplementos e insumos.

Ao invés dos produtores andarem a vender anarquicamente e com muita dificuldade deviam concentrar-se naquilo que sabem fazer bem, que é produzir

Juntaram-se 20 investidores concretamente para fazer o quê? Com um depósito de aproximadamente Kz 2 000 000 00 (dois milhões de Kuanzas), cada, permitiu a constituição do capital inicial. Esta cooperativa foi fundada em Março deste ano, no mês de Abril abrimos a primeira infra-estrutura. Com o capital inicial foi possível fazermos pequenas coisas como a loja do produtor. Cada uma das empresas fez questão de entregar à consignação lotes de equipamentos, medicamentos para a veterinária, pesticidas, adubos, insumos, etc. Agora temos uma pequena sala de

reuniões para cerca de 30 pessoas, acondicionamos uma sala do gestor, uma secretaria uma copa, wc e temos também a sala do engenheiro agrónomo que esta contratado para dar apoio aos produtores locais. Na parte de trás temos um espaço para armazenamento. O passo seguinte é o registo e angariação dos sócios que são no essencial as famílias, pequenos produtores, micro, pequenas e médias empresas, que queiram estar associados a cooperativa. Para estes fixamos uma quota de 40 mil kwanzas/ano, com acesso a um cartão que lhes permite ir acumulando desconto, mas também a assistência do engenheiro agrónomo que se desloca às lavras para poder apoiar não só com boas técnicas de cultivo, mas também com o tratamento das pragas. Esta é a primeira fase do projecto. Isso é o que já está feito. Daqui para frente o que teremos? Daqui para a frente é a segunda fase do nosso projecto que arranca efectivamente com a criação do Mercado Abastecedor Grossista (MAG). Ao invés dos produtores andarem a vender anarquicamente e com muita dificuldade deviam concentrar-se naquilo que sabem fazer bem, que é produzir. Neste sentido e também com recurso a material rural, criamos de forma organizada standes para que os produtores associados possam às Sextas-feiras e aos Sábados ter um mercado devidamente organizado. A partir de agora, a cooperativa passa a receber encomendas de todo as partes interessadas, porque está localizada a 23 km de Ndalatando, no município do Lucala, bem juntinho a Estrada Nacional 230, com grande movimento para o Norte. Leste e Luanda. Por quê Cuanza-Norte? Porque tem tudo para dar certo. Uma excelente bacia hidrográfica, as maiores barragens hidroeléctricas do país, muitos jovens desempregados, está a 200 km de Luanda (grande mercado consumidor) e ainda temos o caminho-


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de-ferro. Portanto temos aqui uma espécie de infra-estrutura natural necessária para que um projecto dê certo, daí ter dirigido parte da minha energia para a criação de um modelo que a seguir pode ser replicado em outras províncias. Em primeira mão posso anunciar que a Associação dos Jovens Agricultores de Angola, sediada na província da Huíla já decidiu disponibilizar um terreno para permitir replicar aquilo que estamos a fazer aqui no Cuanza Norte. Ao programarmos um acto de inauguração permitiu-nos que tivéssemos tido aqui a imprensa, à qual agradecemos a divulgação da nossa iniciativa e esperamos inspirar outros actores do mercado, mas também foi oportunidade para convidar ministérios chaves detentores de vários programas do governo para mostra-los que têm aqui um interlocutor válido, já instalado, sem acesso a nenhum crédito até agora. Veio o INEFOP na senda da identificação das necessidades de formação nas profissões com intervenção directa nos processos produtivos no campo, veio o IDA, (infelizmente por sobreposição de agenda o senhor Ministros não conseguiu chegar). O IDA pode ser de grande valia em termos de extensão agrária, disseminando técnicas de cultivo e planificando melhor os processos de sementeira e colheita… Parece tudo muito bem gizado mas em teoria. Como pensa que isso poderá passar à prática? Olhe, posso dar um exemplo existente em várias das nossas comunidades, apesar de vir a ser um exemplo não aplicável ao Cuanza-Norte. As nossas populações ainda colhem o abacate e a maçã à paulada o que danifica o produto. Ora, precisamos de melhorar os processos de colheita para que tenhamos um produto mais perfeito possível a chegar ao consumidor final. O produto precisa de estar com aspecto apetitoso! Precisamos melhorar os nossos conhecimentos no uso dos agro-tóxicos porque eles interferem na saúde humana. Os produtores precisam de saber onde e quando, e em quais intervalos, aplicar tais produtos. Trouxemos o ministério da Justiça que pode ajudar no processo de emissão de documentos, até de identidade pessoal dos agricultores, tivemos a AGT na perspectiva de deixarmos de olhar para aquilo que é chamado de “mercado informal” como sendo marginal, mas uma parte importante da nossa própria economia e logo trazê-la para a base tributária. Portanto es-

19 ca que permite a lavagem, embalagem, refrigeração, transformação e consequentemente um incremento na renda dos próprios produtores.

tamos a procurar caminhos, e estes acham-se procurando e não sentados em Luanda. De facto, vi um stand da AGT e lembrei-me de que a senhora parece ter uma animosidade pessoal com esta instituição? Não que seja uma animosidade em si mesmo. Veja, por exemplo, que eu vi os senhores da AGT fazerem compras, mas não sei se por via disso acabaram por pagar impostos… (risos) …Aqui os mecanismos não estão operacionais. A ideia é confrontar a realidade e sermos criativos o suficiente levando a que os executores da legislação ajudem a responder à questão: agora fazemos como? O portal do cidadão vai ajudar no cadastramento, mas simultaneamente qual é o grau de instrução em termos de utilização das novas tecnologias no seio das nossas populações? Temos energia e acesso a internet? Estas são as outras questões logísticas que é necessário constatar na prática e acabamos por concluir que o INEFOP pode entrar com a componente de formação em novas tecnologias de comunicação e de informação. Tivemos aqui o ministério da Economia. O Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA). Tivemos a representação da Caixa de Segurança Social das Forças Armadas. Trouxemos uma série de instituições que podem ter como interface a cooperativa. O passo a seguir é a formação de uma cooperativa de crédito, pelo que estamos a pedir apoio nesse sentido, tendo em mira o facto de podermos ter pequenos créditos para ajudar os próprios agricultores dando simultaneamente formação em literacia financeira que faz falta ao país como um todo e não apenas aos agricultores desta cooperativa. Em resumo, o que quisemos fazer, foi iniciar um projecto e depois dizer às várias instituições e departamentos do governo que têm sob tutela vários programas de uma forma aparentemente descoordenada, aqui está uma iniciativa como um projecto-piloto que pode ser replicado com sucesso noutras partes do país, agrupando as capacidades produtivas. Para que esta iniciativa corresponda às expectativas, faltam componentes como a produção intensiva, a conservação, etc. Estes aspectos estão acautelados? A fase seguinte do projecto é iniciarmos o processo de recepção de encomendas de todo o país, onde pretendemos interagir com quem precisar, para por via disso, fazer-

Não que seja uma animosidade em si mesmo. Veja, por exemplo, que eu vi os senhores da AGT fazerem compras, mas não sei se por via disso acabaram por pagar impostos… (risos) mos a identificação dos produtos e produtores. Veja que na sua vinda de Luanda de carro viu várias exposições de produtos à beira da estrada e as senhoras, grande parte delas próprias produtoras, ficam ali também expostas a todos os riscos durante o dia e a perder muito tempo. Entendemos que o trabalho dos produtores é produzir e o trabalho da área da comercialização é este que estamos a propor que seja o mercado grossista da cooperativa e assim liberta mais tempo para as pessoas dedicarem-se àquilo que melhor sabem fazer, mas sobretudo a terem também uma melhor qualidade de vida porque vendem sob égide de um preçário normalizado, apoiado por uma base logísti-

Falou em conservação e transformação. Por exemplo, compramos o tomate a bom preço em comparação a Luanda. Entretanto é um produto perecível? Na base logística preconizamos ter cadeia de frio e isso, por si só, permitiria conservar o tomate por mais tempo. Estamos a promover entre os associados a possibilidade de montagem de pequenas indústrias transformadoras, e temos pena que o ministério da Indústria não tenha aceite o nosso convite, acabando por não estar representado, porque ele tem programas interessantes que visam a transformação dos produtos a nível local o que pode aumentar consideravelmente o emprego e também o rendimento. Aqui o tomate tem de duas a 4 variantes de produtos possíveis, desde o tomate seco, a polpa do tomate, a massa do tomate ao doce do tomate. Isso aumentaria a cadeia de valor do produto. Um agrónomo local chamou a nossa atenção para o seguinte: os preços praticados na loja do produtor não estão ao alcance da grande maioria dos agricultores. Quer comentar? Nós ainda importamos tudo, desde as sementes, agrotóxicos, adubos, e por aí em diante. Existe um programa do governo para apoio a produção local, mas uma vez por essa razão tivemos aqui o IDA, mas como ao iniciarmos o projecto era difícil, senão mesmo impossível vendermos a “ideia”, nasceu a concertação de começarmos com produtos entregues a consignação pelos próprios associados funda-

dores. Temos a consciência que esses preços são altos e fora do alcance da maioria da população alvo. Temos feito um levantamento de produtos mais baratos, porém contamos, acima de tudo, com o próprio Ministério da Agricultura e Florestas para que dentro das suas campanhas possa utilizar as nossas infraestruturas para que o camponês tenha acesso a produtos mais baratos e as vezes certificados. Não é o caso da nossa cooperativa, mas muitas vezes os produtores têm acesso a produtos baratos, e, por falta de literacia, acabam por gastar dinheiros mas não alcançam os resultados pretendidos. Imagine que compram sementes e elas depois não germinam. Ou porque põem um produto para a peste e nada acontece. Portanto é dinheiro mal empregue. A outra grande vantagem que temos é que com a extensão rural poder-se-á fazer a reconversão. Veja por exemplo que a região do Cuanza-Norte (um pouco o Norte todo) planta muita mandioca e batatadoce, mas as mudas já são antigas e algumas até portadoras de doenças. Então a ideia é utilizarmos um centro de mudas de mandioca na província de Malanje. Com apoio da cooperativa pretendemos ajudar os cooperados a substituir as mudas por outras de variedades mais resistentes a algumas pragas e muito mais produtivas. Portanto este é o tal beneficio, de uma vez criada a infraestrutura da cooperativa, os vários programas do governo pode ser acoplados a ela e ali ser um centro até de formação técnico-profissional, e fornecer formação especifica ao agricultor no que tange a produção em si, a conservação, a transformação, ao transporte, em suma uma cadeia de valor para que se crie mais riqueza e mais desenvolvimento. Assim se combate a pobreza pela via da criação de rendimento para as famílias.

Temos feito um levantamento de produtos mais baratos, porém contamos, acima de tudo, com o próprio Ministério da Agricultura e Florestas


Economia

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“Felizmente os bois do Curoca não comem terra” Parece uma cidadã que muito aposta nas causas das comunidades rurais. Sei que está associada a uma iniciativa similar na Huíla? Na realidade a primeira cooperativa que está na forja é aquela a que estou associada, a cooperativa do Curoca, uma comunidade que, como sabe, está a passar tempos terríveis, e a procura de soluções levou-me a arranjar aqui (Cuanza-Norte) 1000 hectares para transferirmos gado de lá pra cá para que aquela comunidade tenha mais possibilidades de manter o seu efectivo, que de resto é a única riqueza que têm enquanto povos ligados à pastorícia. Explique-nos melhor essa ideia de transportar gado do Curoca para as férteis terras do Cuanza-Norte? Faz todo o sentido. Tradicionalmente e, no tempo colonial vi isso. Tenho que dizer que não nasci no município do Curoca. Nasci na

cidade do Lubango, mas fui bebé para o Curoca e cresci com os meus amigos a pastar gado (cabritos e bois) e o que vi e retive, para a recria do gado os efectivos eram vendidos aos dois anos para recriadores na região do Cuanza-Norte porque ela é detentora de um excelente clima para engordar e finalizar o gado de corte, aquele destinado a produção da carne. Olhando para as dificuldades que temos agora tenho de dizer que não temos estado a ser capazes de coordenar os diferentes departamentos ministeriais para conjugar programas assertivos e objectivos em prol da populações. Veja que andar a comprar e a levar um pouco de capim e sacos de sal (que até não devia ser sal, mas blocos de sais e minerais) e água para que o gado possa reabsorver as substâncias e reconstituir a sua enorme fraqueza, é muito mais caro do que as soluções que temos à mão.

Inclusivamente, as doenças agora começam a aparecer porque o gado não foi vacinado durante os dois últimos anos porque o Ministério da Agricultura não conseguiu trazer a vacina. O que acontece de momento é que as pessoas estão desesperada com a morte de muito gado, seu principal activo e optaram por rotas de transumância impossíveis para o estado dos animais, ou seja, estão a migrar para as regiões do Caiundo, Cuando Cubango, um pouco para lá do Cuchi, estão a ir para Cabolongo, Parque do Bicuar. No outro sentido sobem até Quilengues chegando mesmo ao Catengue, já na província de Benguela. Tudo isso por desespero das pessoas. Esta migração desregrada, desorganizada e descoordenada sem apoio de ninguém, está a criar focos de tensão nas regiões destinatárias que tem concentração populacional e, logo detentoras de lavras. O gado quando chega ávi-

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do por comida, come tudo e depois as populações reagem com catanadas sobre os animais ou obrigam por cada porção de milheiro consumido uns tantos bois ou ainda os sobas que estão a cobrar 200 mil kuanzas/mês pelo usufruto de uma terra que nem se quer é deles. Perante essa situação precisamos de um projecto de emergência. Felizmente temos actualmente um novo ministro na pasta do Interior que é um dos quadros que mais formação recebeu em termos de gestão de catástrofes via Nações Unidas e o actual ministro da Agricultura é uma pessoa sensível e que não esta ligada aos “bisness” como nós dizemos, porque até a pouco tudo era “bisness”. Então agora depois de ajudar a trazer à luz o projecto COOPERAGRO estou concentrada em ajudar os meus conterrâneos e amigos de infância a estabilizarem o gado sob ponto de vista de sanidade animal e depois transporta-lo para esta região do Cuanza Norte, porque acredite que não vai chover no Curoca e arredores até próximo ano e o gado e as pessoas só vão estar em situação cada vez mais vulnerável de agora em diante. Aqui já temos 1000 hectares disponíveis e é nisso que me vou con-

“Chega de mimos para os meninos vaidosos de Camabatela” Do lado de cá, com as populações do Cuanza-Norte, pode surgir outro conflito? A situação està prevenida. Já falei com o senhor Governador da província, com o senhor Ministro da Agricultura. Sabemos que existe muita terra no Cuanza-Norte, que, apesar de ter dono, não está a ser utilizada. Felizmente os bois do Curoca não comem terra. Eles (os bois) vão chegar para comer temporariamente capim. Até porque a solução para combate ao capim nesta região é atear fogo? Está a ver? Vindo o boi para comer capim seria uma solução mais sustentável. E, por outro lado, apesar das boas terras de cá terem donos, não podemos continuar a despender avultados valores em moeda nacional e divisas naquilo que eu chamo “os meninos vaidosos de Camabatela” que até agora já receberam mais de 5 mil cabeças, um moderno matadouro, mas não conseguem produzir o mínimo possível. Nova-

mente vão receber, segundo se diz através de um projecto 73 milhões de euros, para importarem mais 10 mil cabeças. Por outro lado andam os fundos públicos a ajudar a fazer as vedações aos meninos, os estábulos etc., etc.. Por amor de Deus, temos estes concidadãos, que não são população, como é vulgo dizer-se, com os mesmos direitos e as mesmas obrigações e que, durante estes anos todos de independência, alimentaram este país sem nenhum programa de apoio à sua produção, nem sequer a sua capacitação técnico-profissional e muito menos dos seus filhos. As nossas escolas do campo não têm qualquer informação, nem sobre agricultura, nem sobre gestão pecuária, nem sobre coisa nenhuma. Penso eu que chegou a altura de enquanto Estado o Ministério da Agricultura preocupar-se mais com estas questões, ao invés de importar 10 mil cabeças para a sua maioria ser de recria. Peguemos este gado, o estabilizemos aqui na região do Cuanza-Norte e demos a estas pessoas as mesmas condições que estamos a pretender dar a meia

dúzia de pessoas que já usufruem de fundos e mundos. Meninos vaidosos de Camabatela. Uma nomenclatura interessante. Quer explicar-se melhor? Eu divido os criadores de gado em 3 categorias. A primeira, a dos criadores tradicionais, que detêm mais de 90% do efectivo bovino, caprino e suíno em todo nosso país. Temos os criadores profissionais, que estão sobretudo concentrados na região Sul do país e temos aí um grande interlocutor que é a Cooperativa de Criadores de Gado do Sul de Angola, que detêm cerca de 50 mil cabeças de gado e depois temos então aquilo que chamo “Os Vaidosos do Gado”, que são pessoas detentoras de poder, que tiveram acesso a fundos infindáveis e que vieram instalar-se essencialmente no Planalto de Camabatela e um pouco por todo o lado com boas condições que nos oferecem os grandes desastres que tem sido com a importação de milhares de bovinos do Brasil e que morreram às centenas e aos milhares, porque o gado foi atirado para a mata sem qualquer preparação. Estas

pessoas não tinham o mínimo de noções do que é criar gado. Eu vi gado de raça atirado no meio dos picos, as vacas a parirem no meio dos picos e o resto a morrer porque não estava confinado de manhã, altura em que circula um sapo até bater o Sol. Ou seja os animais comiam o capim com sapinhos e logo morria envenenado. Não observaram as quarentenas no gado importado e hoje temos doenças que não tínhamos no país, uma prática que pode ser considerada criminosa. Portanto é hora de dar apoio àqueles que durante séculos tem estado a fazer nada mais do que criar gado com os conhecimentos por eles adquiridos e que agora clamam pela componente técnica e científica para poderem melhorar a sua produção. Da mesma forma que existem o conceito “A TERRA A QUEM TRABALHA” também vamos dar recursos aos criadores que trabalham, é uma questão de justiça e equidade, porque essas pessoas com muito pouco são capazes de fazer muito mais do que estes meninos vaidosos do gado de Camabatela.

centrar proximamente enquanto cidadã e por via disso conseguirmos melhorar as hipóteses de sobrevivência do gado e das populações detentoras do mesmo, já que é o único activo que possuem. Os criadores de gado são pessoas muito apegadas às suas manadas. Elas também vêm com o gado? Eles vêm. Como deve saber os jovens são os pastores do gado porque ele não é pertença de um individuo mas sim da família e a riqueza é transferida por via matriarcal. O que acontece é que os sobrinhos maternos são normalmente os protectores das manadas e daí acompanharem o gado. Não estará a desunir famílias? É uma emergência. O mais importante é sobrevivermos a ela. Todos os dias falo com sobas e isso foi decidido assim, não por minha autoria sozinha, mas com eles. Ainda fim-de-semana passado tive em minha casa em Luanda três enviados e estivemos a debater o projecto. A questão é essa: precisamos de ter uma solução emergencial, capaz de garantir sobrevivência aos animais até que haja outra solução. A solução na qual o governo esta concentrado é de médio e longo prazo. Em conversa com os camponeses presentes na feira, retive uma frase: estamos cansados de fazer lavras com enxadas. Acredita que essa forma de pensar vai ser invertido um dia? Não só vamos inverter, como vamos melhorar a condição de vida das pessoas. A ideia da cooperativa com apoio do IDA é precisamente fazermos o cadastro das terras de cada um dos associados, olhar para as suas dimensões e fazer aquilo que é a chamada planificação agrícola. Fazer a correcção dos solos com apoio da extensão rural. Temos calcário, mas precisamos de técnicos para auxiliar no doseamento e para fazer a formação das pessoas. Vermos as várias culturas que temos e começarmos a planificar e mecanizar. Aquilo que pretendemos com ajuda do ministério de tutela é o apoio à extensão rural. Assim, conseguimos tirar mais produtos da terra e vai igualmente produzir-se com maior regularidade, com menos pestes, com maior qualidade e preparado para as encomendas ao invés de estarmos a produzir só por produzir, devemos produzir para fins e objectivos já contratados e pré-estabelecidos.


MErCADOS

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Libor USD 6 Meses

Mercado TAXA DE JURO

15,80%

Taxas de Juro taxa bNA Libor uSD 6M Libor Gbp 6M Libor JpY 6M euribor 6M Luibor 6M

Cot. 22/08/19 15,500% 2,043% 0,799% -0,051% -0,418% 14,660%

∆ Diária (p.p) 0,000 0,026 -0,011 -0,001 0,009 -0,010

15,79% 15,78% 15,77% 16/Ago

Mercado ACCIONISTA Índices Accionistas Cot. 22/08/19 Dow Jones (euA) 25 836,66 S&p 500 (euA) 2 873,19 FtSe 100 (Inglaterra) 7 094,98 bovespa (brasil) 97 629,30 CSI 300 (China) 3 820,86 Nikkei 225 (Japão) 20 710,91

Cot. 22/08/19 360,1404 1,1136 1,2254 105,4800 15,2339 4,1049

20/Ago

22/Ago

Dow Jones (EUA)

∆ Diária (%) -0,191 -0,536 -0,312 -2,181 2,973 1,431

26 600

26 100

25 600

25 100 16/Ago

Mercado CAMBIAL Taxas de Câmbio uSD/AKZ euR/uSD Gbp/uSD uSD/JpY uSD/ZAR uSD/bRL

18/Ago

18/Ago

20/Ago

22/Ago

EUR / USD ∆ Diária (%) 0,045 0,415 0,864 -0,846 -0,470 2,471

Mercado DAS COMMODITIES

1,119 1,113 1,107 1,101 16/Ago

18/Ago

20/Ago

22/Ago

Brent Crude Fut. 61,5

Commodities WtI Crude Fut. brent Crude Fut. Gold 100 oz Fut. prata Fut. Gás Natural Fut. Cobre Fut.

Cot. 22/08/19 53,62 58,57 1 522,00 17,36 2,15 254,00

∆ Diária (%) -2,278 -0,119 0,628 1,361 -2,136 -2,383

Luibor Taxas BNA Luibor o/N Luibor 1 Mês Luibor 3 Meses Luibor 6 meses Luibor 9 meses Luibor 1 Ano

60,0 58,5 57,0 16/Ago

18/Ago

20/Ago

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Luibor 1 Ano Cot. 22/08/19 13,50 14,28 14,44 14,66 15,18 15,78

∆ Diária (p.p) 0,000 -0,010 0,000 -0,010 -0,010 -0,010

2,098 2,032 1,966 1,900 16/Ago

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Mercado Interbancário AtaxadejuroLiborUSD6mesesterminouasemanacomumincrementode2,6%,fixando-seem2,043%,o quepoderáreflectirasincertezassobre a evolução da política monetária da Reserva Federal nos EUA, após discurso de Jerome Poweel em Jackson Hole.

Mercado Accionista Osprincipaisíndicesbolsistasencerraramasemanaemqueda,comdestaque para as norte-americanas que foram penalizadas com a imposição de novas tarifas aduaneiras por parte da China aos EUA, tal como as incertezassobreaevoluçãodapolíticamonetária da Reserva Federal. O Dow Jones e o S&P 500 reduziram 0,19% e 0,54%, situando-se em 25.836,66 e 2.873,19 pontos, respectivamente. Mercado Cambial O dólar norte-americano depreciou face as principais contrapartes, reflexo das indefinições no discurso de Jerome Powell, tal como as tensões comerciaisentreosEUAeaChina.Alibra eoeurosituaram-seem1,1136e1,2254 USD por unidade da moeda, uma depreciação de 0,42% e 0,86%, respectivamente. Mercado de Matérias-primas O agravamento das tensões comerciais entre os EUA e a China, com a China a impor mais tarifas sobre os bens norte-americanos em 75 mil milhões USD, a partir de 1 de Setembro, penalizou o desempenho do crude. O WTI reduziu 2,3% ao situar-se em 53,62 USD/barril e o Brent diminuiu 0,12%, para 58,57 USD/barril.

Luibor As taxas de juro do mercado monetário interbancário seguiram tendência decrescente na generalidade das maturidades, com excepção da Luibor Overnight e a 3 meses que mantiveram-seestáveis,em13,5%e 14,44%, respectivamente.

BrEVES

Líderes dos sete países mais industrializados mandam sinal positivo ao Irão A presidência francesa avançou que os líderes do G7 concordaram em encarregar o seu presidente emmanuel Macron de enviar uma mensagem em nome das democracias avançadas ao Irão e manter conversações com as autoridades deste país, visando evitar uma escalada de violência na região, mas Donald trump

negou a informação. A agência Lusa noticia que quando questionado sobre se assinou esta mensagem, o presidente dos estados unidos disse aos jornalistas: “eu não discuti isso”, acrescentando que não impede nenhum líder de falar com o Irão. “Se eles querem conversar podem conversar”, salientou.

Fechado acordo entre EFTA e Merconsul Ministro norueguês da economia confirmou o acordo anunciado na véspera pelo presidente brasileiro, Jair bolsonaro, confrontado com uma chuva de críticas internacionais pela gestão dos incêndios que assolam a floresta amazónica. A Noruega, membro da Associação europeia de Comércio Livre (eFtA), que junta quatro países não membros da união europeia,

garantiu Sábado que o acordo comercial concluído com o Mercosul contém garantias de preservação da floresta amazónica. o ministro norueguês da economia, cujo país assume no segundo semestre a presidência rotactiva da associação, confirmou o acordo anunciado na véspera pelo presidente brasileiro, Jair bolsonaro.

China e Estados unidos afogam Wall Street em onda vermelha No índice tecnológico Nasdaq, apenas dois títulos fecharam em terreno positivo. A história agravouse no industrial Dow Jones onde apenas uma cotada sobreviveu à fúria vermelha que abalou a bolsa norte-americana. os três maiores índices dos estados unidos fecharam com quedas superiores aos 2%, depois do ministro das finanças chinês ter anunciado que vai apli-

car tarifas adicionais sobre os produtos norteamericanos, que podem chegar até aos 10% e entram em vigor no primeiro dia de setembro. o anúnico surge em resposta às taxas impostas pelo presidente norte-americano, Donald trump, que já prometeu reagir ao contraataque da China, intensificando, desta forma, guerra comercial entre as duas superpotências.


Mundo

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O PAÍS Segunda-feira, 26 de Agosto de 2019

França propõe um fundo internacional para a Amazónia DR

A proposta surge na sequência do “fracasso” do fundo brasileiro. Será independente dos Estados e servirá para lançar acções de luta concretas contra incêndios florestais e para o reflorestamento

A

Guiana Francesa e a ministra francesa dos Territórios Ultramarinos, Annick Girardin, propuseram ontem, Domingo, a criação de um fundo internacional “contra incêndios florestais para reflorestamento”, quando os fogos na Amazónia estão a causar emoção mundial. “A França, país da Amazónia. Preserve esse bem comum da humanidade”, é o título de um artigo pu-

O fogo continua a consumir enormes parcelas na maior floresta do mundo

blicado este Domingo pelo Journal du Dimanche, assinado pela governante francesa e pelos representantes políticos da Guiana, território francês da América do Sul, fronteiriço com o Brasil e que é tocado directamente por estes incêndios. Esta proposta surge na sequência do “fracasso” do fundo brasileiro, explicam os responsáveis. “A floresta amazónica, que se estende por nove países, incluindo a França, perdeu mais de 550.000 km2 [quilómetros quadrados] nos últimos dez anos”, e após uma moratória de vários anos, o desmatamento começou a acelerar, “principalmente no Brasil”, lamentam. “Esses hectares perdidos são todos sumidouros de carbono aniquilados, é uma biodiversidade excepcional que desaparece pouco a pouco”, acrescentam, aplaudindo a recusa de Macron de ratificar o atual acordo comercial da UEMercosul. Por isso, “face ao fracasso do Fundo Amazónia, do Brasil,” sugerem um “fundo internacional, que não dependesse directamente dos Estados, e que pudesse lançar acções de luta concretas, pontuais, dirigidas directamente aos actores locais, contra incêndios florestais e para o reflorestamento”. Os signatários também pedem “à União Europeia que duplique o seu fundo de desenvolvimento interregional dedicado à biodiversidade e ao desenvolvimento da Amazónia”.

Papa Francisco preocupado com a ameaça ao “pulmão de florestas” A Amazónia vai ser o tema do próximo encontro de bispos, em Outubro. O pontífice já afirmara que a desflorestação significa matar a humanidade.

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ma salva de palmas dos fiéis presentes na Praça de São Pedro, no Vaticano, foi a reacção às declarações do Papa Francisco sobre os incêndios que grassam na Amazónia. “Estamos todos preocupados pelos vastos incêndios que deflagraram na Amazónia. Rezemos para que, com o compromisso de todos,

sejam dominados o mais rapidamente possível. Este pulmão de florestas é vital para o nosso planeta”, disse o pontífice depois da oração dominical. O Papa anunciou há dias que o próximo sínodo especial sobre a Amazónia é uma resposta da Igreja Católica a preocupações religiosas e ambientais, numa região decisiva para a so-

brevivência da humanidade. “É uma situação de emergência mundial. Não é uma reunião de cientistas ou de políticos. Nasce da Igreja e terá missão e dimensão evangelizadora. Será um trabalho de comunhão conduzido pelo Espírito Santo”, disse em entrevista ao La Stampa. Sobre a Amazónia disse: “É um lugar emblemático e decisivo. Juntamente com os oceanos, contribui decisivamente para a sobrevivência do planeta. Muito do oxigénio que respiramos vem de lá. É por isso que a desflorestação significa matar a humanidade. E depois a Amazónia envolve nove estados, por isso não diz respeito a uma única nação. E penso na riqueza da biodiversidade amazónica, vegetal

e animal: é maravilhosa”. A reunião de bispos foi anunciada pelo Papa a 15 de Outubro de 2017 e vai-se reflectir sobre o tema “Amazónia: Novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”, de 6 a 27 de Outubro deste ano. “A ameaça à vida das populações e do território deriva dos interesses económicos e políticos

dos sectores dominantes da sociedade”, sustenta Francisco, sublinhando que a desflorestação significa “matar a humanidade”. O tema voltou a ser referido no encontro de oração com peregrinos, esta manhã, num momento em que vários líderes internacionais e religiosos se têm manifestado sobre a vaga de incêndios na Amazónia.


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Presidente dos EUA recua em relação à China Dois dias depois de ter ordenado às empresas norteamericanas que abandonassem a China, o Presidente diz que teve dúvidas e pensou melhor. “Agora estamos a dar-nos muito bem e a falar”, explicou DR

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onald Trump recuou na sua última ameaça em relação à China. Ontem Domingo, à margem da cimeira do G7, em Biarritz, o presidente norte-americano garantiu aos jornalistas que não tem qualquer plano, “neste momento”, para recorrer ao mecanismo que lhe permitia obrigar as empresas norte-americanas a sair da China. O recuo acontece apenas dois dias depois de Trump ter ordenado à empresas que procurassem “imediatamente” uma alternativa ao mercado chinês. No Twitter, o presidente norteamericano especificou que as empresas deveriam voltar para

os Estados Unidos e passar a fabricar todos os seus produtos no país. Depois, ameaçou com novas tarifas aos produtos chineses. Agora, questionado sobre se tinha tido dúvidas sobre essa postura agressiva e se tinha pensado melhor, respondeu que isso é natural, até porque tem dúvidas sobre tudo. “Por que não?”, questionou, explicando que agora as conversações com Pequim estão a melhorar. “Estamos a dar-nos muito bem com a China, neste momento. Estamos a falar. Penso que eles querem chegar a um acordo muito mais do que eu”, disse.O presidente não excluiu, ainda assim, a possibilidade de voltar atrás e renovar a ordem às empresas norte-americanas. Trump diz que, para isso, só precisa de declarar uma emergência nacional: “Bom, tenho o direito de fazer isso. Se eu quiser, posso declarar uma emergência nacional”. Na Sexta-feira, os tweets de Trump tiveram efeitos imediatos na bolsa. O Dow Jones desceu 2,3%, o S&P 2,6% e o Nasdaq 3%, uma das maiores registadas este mês. O impacto sentiuse também nas tecnológicas. A Apple, por exemplo, que precisa do mercado chinês, teve uma queda de 4,6% nas ações.

Donald Trump recua na sua posição sobre a saída das empresas da China

Trump diz que Boris Johnson é “o homem certo ” e promete “grande acordo comercial” Os dois líderes estiveram reunidos à margem da cimeira do G7. Trump elogiou Boris e garantiu que o acordo comercial com o Reino Unido será rápido depois do Brexit. Johnson diz que será “fantástico”.

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presidente norteamericano considerou, ontem Domingo, 25, o actual primeiro ministro britânico, Boris Johnson, “o homem certo” para liderar o ‘Brexit’ e prometeu um acordo bilateral comercial rápido, assim que o Reino Unido deixar a União Europeia. Donald Trump e Boris Johnson reuniram-se ao início da manhã à margem do G7 de Biarritz pela primeira vez desde a chegada ao poder do primeiro-ministro britânico.

Boris Johnson, o novo aliado de Donald Trump

“É o homem certo para o trabalho”, disse Trump, enquanto Boris Johnson afirmou que os dois países vão concluir “um fantástico acordo comercial assim que as barreiras forem removidas”, segundo imagens oficiais do encontro. Donald Trump prometeu ao primeiro-ministro britânico um acordo bilateral de comércio “bastante rápido”, assim que o Reino Unido abandonar a União Europeia (UE). O acordo chegará “bastante rápido”, já que “não prevemos nenhum problema”, assegurou Donald Trump, em breves declarações à imprensa, durante um pequeno-almoço de trabalho com Boris Johnson. Para Trump, Johnson “é o homem certo” para levar a cabo a saída do Reino Unido da UE, prevista pa-

ra o próximo dia 31 de Outubro. Durante este encontro, o presidente norte-americano admitiu também que é “possível” que venha a convidar a Rússia para se juntar novamente ao encontro anual das economias mais avançadas do mundo, que em 2020 se realiza nos Estados Unidos. Donald Trump afirmou que está a considerar convidar o presidente russo, Vladimir Putin. A Rússia foi membro do que era então o Grupo dos Oito (G8), mas foi expulsa pela maioria dos outros países em 2014 devido à invasão da Ucrânia. As nações europeias insistiram para que a Rússia cumpra primeiro os acordos de Minsk antes de ser autorizada a voltar. Trump não especificou sob que critérios iria convidar novamente Putin.


actual

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O PAÍS Segunda-feira, 26 de Agosto de 2019

Tempos de “vacas magras” impossibilitam apoios a fazedores de programas infantis de rádio O ministro da Comunicação Social angolano, João Melo, revelou, à saída do encerramento da quarta edição da “Formação Nacional para Repórteres e Apresentadores Infantis”, que ‘o tempo das vacas magras impossibilitam apoios e incentivos a fazedores de programas infantis de rádio. O evento aconteceu nas instalações do Instituto Nacional da Criança (INAC), na passada Sextafeira, 23, em Luanda

Israel Campos, Luanda***

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m declarações a O PAÍS, João Melo falou da existência de uma tradição de programas infantis de rádio que, na sua visão, “é preciso manter e revitalizar”. Contudo, o dirigente reconhece que o actu-

al momento financeiro do país não possibilita que mais acções possam ser tomadas no sentido de se dar maior valorização e visibilidade aos conteúdos radiofónicos para as crianças, bem como para quem os produz, pelo que, ainda assim, pensa que “é indispensável haver ideias e iniciativas”, ao mesmo tempo em que se compromete em fazer “tudo o que for possível” para a melhoria do cenário actual. Resgatar a mística dos programas infantis Apesar de não existirem estudos que comprovem a queda de audiência dos programas infantis das estações públicas de rádio e televisão, RNA e TPA, há muito que se fala sobre a necessidade de se fazer um maior trabalho no sentido de se garantir que os programas infantis continuem a ter a mesma componente lúdica e pedagógica, assim como o mesmo impacto na educação e vida das crianças angolanas. Em 2014, por ocasião do Dia Internacional da Criança na Rádio e na Televisão, instituído pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a jornalista Maria Luísa Fançony, voz autorizada sobre o assunto pelo grande contributo que já deu neste segmento, concedeu uma entrevista à Rádio Luanda em que dizia que nos tempos modernos se atribui “uma importância relativa aos programas infantis de rádio e televisão” porque há alguns anos os programas para as crianças eram ouvidos também pelos pais. Segundo ela, isto servia como elemento de incentivo para as crianças os consumirem, o que hoje não acontece pela dinâmica dos dias e por

Participantes posam para a posteridade com membros do Executivo e formadores


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outros elementos que foram surgindo. No seu pronunciamento, na passada Sexta-feira, o próprio ministro da comunicação Social, João Melo, falou sobre a necessidade de se resgatar a qualidade de bons programas infantis que “foram perdendo a sua importância e força” por razões que considerou não precisarem de ser mencionadas. Ele considerou, ainda, que a aposta nos programas pa-

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ra as crianças é indissociável da aposta na produção musical infantil, uma vez que estiveram sempre ligadas uma à outra. Dentre os 11, o 10º compromisso Em 2007, aquando do terceiro Fórum Nacional sobre a Criança, o Governo angolano assumiu 11 Compromissos de protecção à criança, que visam garantir respeito e protecção aos direitos das crianças consagrados por lei e di-

plomas internacionais, como é o caso da Convenção Internacional Sobre os Direitos das Crianças, por exemplo. Dentre os 11 compromissos que o governo assumiu, está a “Criança e Comunicação Social”, o décimo, que aborda a garantia de expressão das crianças através dos órgãos de comunicação social. O Ministério da Comunicação Social diz, através dos seus representantes, que se tem dedi-

Nome: Cleidemira Chipango Provincia: Moxico Idade: 16 Função: Locutora Programa Infantil: “Fonte de Esperança”, Rádio Moxico “A formação ajudou-nos a trocar experiências com outros colegas, pois os nossos programas têm dinâmicas diferentes e podemos sempre aprender uns com os

Nome: Bruna de Castro Provincia: Namibe Idade: 12 Função: Locutora Programa Infantil: Rádio Namibe “Ganhamos muito conhecimento durante esta formação. Aprendi como fazer uma entrevista e como fazer um entrevistado ficar mais descontraído durante a entrevista.”

Nome: Ivanilson Ramos Provincia: Benguela Idade: 18 Função: Locutor Programa Infantil: “Ondjango Pió”, Rádio Benguela “Uma das coisas mais importantes que eu aprendi é que é muito importante ser criativo.”

cado no sentido de materializar as exigências deste compromisso, com iniciativas como a “Formação Nacional para Repórteres e Apresentadores Infantis”, dentre outras. Ainda assim, é evidente que muito ainda há por se fazer para que se melhore a representação das crianças na comunicação social. Para além de existirem poucos programas infantis, cerca 30 em todo o país, a nível da Rádio Nacional de Angola (RNA), nas suas emissoras provinciais e regionais, excluindo a tímida actividade dos serviços privados neste segmento, e sem nenhum, actualmente, a nível da TPA, ainda existem preocupações sobre questões da periodicidade com que os programas existentes são emitidos e o suporte técnico e financeiro reservado aos mesmos. A Rádio Luanda, por exemplo, indicada pelos estudos da Marktest Angola 2019 como sendo a rádio mais ouvida em Luanda, dedica, por semana, somente duas horas ao seu programa infantil, o “Kaluanda-Pió”, o que revela, sem dúvidas, o seu baixo grau de comprometimento para com este segmento a nível da sua programação. Formação nacional para criadores de conteúdo infantil Na tentativa de dar resposta à demanda e no âmbito dos esforços que pretende fazer para a alteração do quadro actual, o Ministério da Comunicação Social juntou-se ao UNICEF para a realização da quarta edição da “Formação Nacional para Repórteres e Apresentadores Infantis”, que aconteceu entre os dias 19 e 25, em Luanda. A iniciativa, que pretende ser de periodicidade anual, segundo nos assegurou uma fonte ligada à organização do evento, reuniu aproximadamente 60 profissionais ligados a programas infantis de rádio, fundamentalmente da Rádio Nacional de Angola (RNA), nomeadamente realizadores, locutores e repórteres de todas as 18 províncias do país. Durante a semana de formação, as crianças e jovens tiveram a oportunidade de partilhar experiências com os seus homólogos, bem como aprender elementos técnicos ligados a sua actividade, o que, segundo Daniela Geraldo, apresentadora e realizadora do programa infantil da Rádio Huíla, será bastante “valioso” para o seu crescimento, enquanto profissionais.


desporto

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O PAÍS Segunda-feira, 26 de Agosto de 2019

daniel miguel/arquivo

Zambianos na rota do 1º de Agosto na Liga dos Campeões daniel miguel/arquivo

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Jogadores do Petro de Luanda durante a celebração de mais uma vitória no Estádio 11 de Novembro, em Luanda

Petro defronta Kampala City na última eliminatória Depois de eliminar por 4-0, no agregado dos dois jogos, o Matlama FC da Zâmbia, os tricolores defrontam o campeão do Uganda a 14 de Setembro, para a última eliminatória de acesso à fase de grupos da Champions Kiameso Pedro

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om golos de Isaac Mensah, aos 37 minutos, e Benvindo, aos 83, o Petro de Luanda derrotou ontem o Matlama FC da Zâmbia e garantiu o apuramento para a última eliminatória de acesso à fase de grupos da Liga dos Clubes Campeões Africanos de Futebol. Na primeira mão da prova, o Petro de Luanda venceu por duas bolas sem resposta, totalizando 4-0, no cômputo das duas mãos. Com este resultado, o clube do Catetão vai medir forças na últi-

“Gostei da postura dos meus atletas, até porque tivemos uma exibição semelhante ao desafio da primeira mão na casa do adversáriio”

ma eliminatória com o Kampala City do Uganda. Para chegar a esta fase, os ugandeses deixaram pelo caminho o African Stars FC da Namíbia por duas bolas a zero, depois da vitória na primeira mão por três bolas a duas. Em declarações à imprensa, o técnico do Petro de Luanda, António Cosano, mostrou-se feliz pelo facto de o seu emblema se ter apurado para a outra fase. “Gostei da postura dos meus atletas, até porque tivemos uma exibição semelhante ao desafio da primeira mão na casa do adversário”, afirmou.

1º de Agosto, tetracampeão nacional, defronta o Green Eagles da Zâmbia a 15 de Setembro, às 17:00, no Estádio 11 de Novembro, em jogo referente à 1ª mão da última eliminatória de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões Africanos. Para chegar a esta fase, os militares venceram por 4-0, no

agregado dos dois jogos, com destaque para o ‘bis’ de Mabululu na partida da segunda mão, em Luanda. Por sua vez, o campeão zambiano deixou pelo caminho o Orlando Pirates da África do Sul. Na primeira jornada da liga daquele país, o adversário da equipa do RI-20 recebe o Kabwe a 31 deste mês.

Caála vence e Mano Calesso deixa Rocha Pinto ao rubro

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om golo de Paizinho, aos 70 minutos, o Recreativo da Caála recebeu e venceu o 1º de Maio de Benguela, em jogo a contar para a segunda jornada do Girabola Zap. Com esta vitória, os caalenses somam os primeiros três pontos e têm menos um jogo frente ao Santa Rinta. Na cidade portuária do Lobito, a Académica goleou, 3-0, o Sporting de Cabinda, ao passo que o Cuando Cubango FC bateu, por 2-0, o Santa Rita de Cássia do Uíge. Mano Calesso deixa Rocha Pinto ao rubro No Sábado, com ‘hat-trick’ de Mano Calesso, o Interclube recebeu e venceu o Ferrovia do Huambo no Estádio 22 de Junho, no bairro Rocha Pinto, em Luanda,

jogo a contar para 2ª jornada do Girabola Zap 2019/20. Com os três golos apontados, o avançado da equipa afecta ao Ministério do Interior lidera a lista dos melhores marcadores do Campeonato Nacional. Depois, segue-se uma lista com mais de dez jogadores com um tento cada. Na cidade da ‘Paz’, ou seja, no Luena, o Bravos do Maquis do Moxico derrotou, por uma bola sem resposta, o seu vizinho da LundaNorte, Sagrada Esperança. Depois de roubar um ponto ao Petro de Luanda, candidato ao título, na ronda inaugural, o Williet de Benguela não teve estofo para evitar o sabor amargo da derrota, 2-0, na casa do Recreativo do Libolo do Cuan


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rins vence GP da Grã-Bretanha Com o tempo de 40 minuto, o piloto Álex Rins (Suzuki) venceu ontem o Grande Prémio da Grã-Bretanha de MotoGP batendo Marc Márquez (Honda) em cima da linha de meta e colocando um ponto final dourado numa corrida cheia de drama, do princípio até esse fim e que envolveu pelo meio o piloto português Miguel Oliveira (Tech3 KTM). Márquez saiu da ‘pole position’ e segurou o primeiro lugar à frente de Valentino Rossi (Yamaha). Mas o drama começou logo na primeira volta, com Fabio Quartararo (SRT Yamaha) a perder o controlo da sua moto e a cair ficando na trajectória de Andrea Dovizioso (Ducati), que teve uma queda ainda mais violenta. Dovizioso subiu por cima da moto do francês e o vôo terminou com o italiano a bater violentamente no chão e a rebolar várias vezes até se imobilizar enquanto a sua Ducati escorregou por entre labaredas do fogo que pegou. Dovi foi transportado para o Centro Médico de Silverstone e, posteriormente, para o hospital para fazer mais exames.

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Angola garante presença na outra fase A Selecção Nacional sénior masculina de andebol empatou ontem (26-26) com a Argélia, em partida referente à última jornada do grupo B, dos 12º Jogos Pan-Africanos, que decorrem na cidade de Rabat, Marrocos. Na natação, Catarina Sousa, dos 50 livres e 100 costas, Daniel Francisco, 50 livres e Lia Lima, 200 estilos falharam, as finais da última jornada do torneio de natação, dos 12ºJogos Africanos de Rabat, prova disputada na piscina olímpica de 50 metros, do Complexo Gimnodesportivo “Mohamed V”. Nas preliminares, os nadadores orientados por Carlos Alberto não alcançaram os mínimos exigidos, com excepção de João Duarte, nos 1500 livres, que terminou no oitavo posto da tabela. O egípcio Ahmed Mahmoud conquistou a medalha de ouro. Em quatro dias consecutivos de competição, a nadadora Lia Lima ganhou a medalha de bronze. DANIeL MIGueL/ARQuIVo

Atletas da selecção numa sessão de treinos no Pavilhão Principal da Cidadela Desportiva, em Luanda

Cinco nacional procura vitória no torneio das Quatro Nações Kiameso Pedro

A

Selecção Nacional sénior masculina de basquetebol mede forças amanhã com a Coreia do Sul (país organizador), em mais um desafio referente ao Torneio Internacional das Quatro Nações, às 17:00 (tempo de

Angola). A competição visa preparar a participação no Campeonato do Mundo que a China acolhe de 31 do corrente mês a 15 de Setembro próximo. Depois de perder frente às selecções da República Checa por (84-65) e da Lituânia por (9156), o combinado angolano vai tentar reagir amanhã de modo a despedir-se da competição com vitória. Na sessão de treinos de hoje, o

técnico norte-americano William Voigt vai corrigir os erros cometidos nas partidas anteriores para evitar a terceira derrota na competição. Portanto, o aprimoramento nas transições ofensivas, lançamentos a longa distância, pressão no portador da bola, vão dominar as sessões. Angola vai competir no grupo D com a Sérvia (adversário de estreia), Filipinas e Itália.

Quaresma procura clube até ao fecho do mercado

Campeões do mundo regressam aos trabalhos

Daria Bilodid sagra-se campeã mundial pela 2ª vez

Ricardo Quaresma, 35 anos, foi dispensado do Besiktas e procura agora colocação até ao fecho do mercado de transferência, com o FC Porto em alerta sobre esta situação. A notícia da saída do clube turco foi dada pelo próprio jogador, na sua conta na rede social Instagram.

Depois da folga registada ontem, Domingo, a Selecção Nacional de futebol com muletas realiza hoje, às 8:30, a primeira sessão de treinos da semana no Campismo, em Benguela, tendo em vista a disputa do Campeonato Africano das Nações, a decorrer na província supracitada, de 1 a 12 de Outubro próximo.

Daria Bilodid, contratada pelo Sporting no ano passado, tornouse ontem na judoca mais jovem de sempre a sagrar-se bicampeã mundial de judo. Aos 18 anos, a ucraniana revalidou o título em -48 kg, no Japão, depois de vencer Funa Tonaki, atleta da casa, na final. Refira-se que Bilodid já tinha alcançado o estatuto de judoca mais nova da história.

Gabriel Jesus fora dos relvados até Setembro Minutos antes da vitória sobre o Bournemouth, Pep Guardiola recebeu uma notícia. Gabriel Jesus sofreu uma lesão muscular na coxa e vai ficar afastado dos relvados durante três semanas, ou seja, só regressa depois do interregno para os encontros de selecções. A informação surgiu nas redes sociais, confirmando assim a ausência do avançado para a receção ao Brighton, marcada para o próximo sábado. Recorde-se que o jogador também não figurava nos convocados de Tite.


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OPINIÃO

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SuELY L. S GAMArANO*

A importância do desenvolvimento ósseo da Criança

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o nascimento à idade adulta, o caminho é longo até que o pé da criança se desenvolva completamente. A estrutura e as necessidades dos seus pés desenvolvem à medida que vão crescendo, logo que as crianças começem a caminhar. Para garantir o melhor desenvolvimento do pé da criança, dos 0 aos 15 anos, contamos-lhe tudo! A criança não é de todo um adulto em miniatura: desenvolve -se a sua fisiologia e aprende a movimentar-se numa primeira fase com base nos seus reflexos. Pouco a pouco, aprende a dominar os seus gestos, particularmente o da marcha. Dos 0 aos 2 anos: O bebê procura equilibrar-se . Quando a criança está por fim pronta a manter-se em pé, começa a avançar colocando todo o peso do corpo para a frente. Nesta idade, a criança avança sobretudo com a cabeça, depois o corpo todo e depois os pés. Colocando todo o pés no chão, para recuperar o equilíbrio, evita a queda e continua a avançar, sem desenrolar o pé do calcanhar até aos dedos. Neste período, o pé é plano e carnudo: o arco plantar, os ossos e os músculos do pés vão-se formando pouco a pouco. Dos 2 aos 7 anos: A criança aprende a caminhar como adulto . Pouco a pouco, a criança aprende a caminhar em todas as direções, tanto a subir como a descer. É um período em que trabalha muito a sua fisiologia . Os seus movimentos ganham precisão, pelo que se recomenda o máximo de atividade! É uma fase de aquisição de conhecimentos em que a criança cria o seu repertório motor. Os pés ficam mais musculados, os ossos dos pés e o arco plantar vão assumin-

do a sua forma. Infelizmente em algumas províncias de Angola , como é o caso do Kwanza sul ,onde as mães são obrigadas a recorrer ao cocare bebe, (Que são aqueles panos amarrado com seus filhos nas costas), para que assim as mães possam trabalhar vendendo as suas bananas com as bacias na cabeça. Impedindo assim que suas crianças desenvolva suas funções motoras ,pois na maior parte do tempo elas estão impedidas de se locomoverem -se devidamente . A maioria dos Africanos tem os pés planos, aqueles que chamamos de pés (chatos ), e pisadas bem prona-

Com o crescimento, as suas necessidades modificam-se: A criança ganha massa, cresce e começa gradualmente a necessitar de amortecimento

das, popularmente conhecida como “pisar para fora”, Em casos excepcionais, pode provocar dor e a formação de calosidade nos pés, além de limitar a prática de alguns desportos. Mais tudo isso pode ser evitado , Desde que as crianças comecem a andar, é importante que possam caminhar descalças e por terrenos irregulares, de modo a desenvolver seu caminhar com segurança, uma vez que podem enfrentar diversos e pequenos desafios para equilibrarse. E, com isso, seus pés e todo o seu corpo se desenvolvem com liberdade, ampliando suas possibilidades de formar-se a partir de seu potencial inicial. O melhor calçado para fazer com que a criança se desenvolva corretamente e o melhor possivel. Recomenda-se que se escolha calçados leves sem amortecimentos, de sola plana com contraforte o máximo de aderência e maleabilidade, para que a criança se movimente com toda a liberdade e segurança , em todos os tipos de piso. Dos 7 aos 15 anos: Acompanhar a criança até a idade adulta . A partir dos 7 anos, o sistema ósseo estabiliza-se e os músculos iniciam o seu pleno crescimento. A criança irá optimizar todos os conhecimentos adquiridos até então. Com o crescimento, as suas necessidades modificam-se: A criança ganha massa, cresce e começa gradualmente a necessitar de amortecimento para sustentar o peso. E por isso necessário garantir que não se sinta dor no calcanhar e, junto com uma equipe multidisciplinar que inclui o ortopedista ,fisioterapeuta e um podólogo,para certificar-se de que o pé está a desenvolver-se corretamente em função do seu crescimento e do aumento de peso, de forma absolutamente natural. Como uma solução para acompanhar as novas necessidades ós-

seas. *Podologa


TEMPO

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Fonte: INAMET

pReVISão Do teMpo *** 3 DIAS *** pARA AS pRINCIpAIS CIDADeS Válida de 26 a 28 de Agosto de 2019 CIDADE

Mín

Das 18 horas do dia 25 de Agosto às 18 horas do dia 26 de Agosto de 2019

rEGIÃO NOrTE: Províncias de Cabinda, Zaire, Bengo, Luanda, Uíge, Malanje, Cuanza-Norte, Cuanza-Sul, Lunda-Norte, LunINSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGOA E GEOFÍSICA - CENTRO NACIONAL DE PREVISÃO DE TEMPO (CNPT) da-Sul: PREVISÃO DO TEMPO *** 3 DIAS *** PARA AS PRINCIPAIS CIDADES, validade 26 a 28 de Agosto de 2019 Céu parcialmente nublado, apresentando-se nublado durante a Data 26 / 08 / 2019 Data 27 / 08 / 2019 Data 28 / 08 / 2019 madrugada e manhã. Nublado a muito nublado ao longo da faixa do litoral. probabilidade de ocorrência de neblina ou Estado do Tempo Máx Mín Máx Mín Máx Estado do Tempo Estado do Tempo nevoeiro matinal em alguns municípios das províncias de Cabinda, Luanda, Cuanza-Norte e Cuanza-Sul. Parcialmente nublado, neblina matinal Ceu nublado, limpo de tarde, neblina matinal Ceu parcialmente nublado, por vezes limpo 20 19 28 27 26

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Ceu nublado, neblina matinal

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Ceu nublado a muito nublado, neblina matinal

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DUNDO

18

32

Ceu parcialmente nublado

20

31

Céu nublado, neblina matinal

25

32

SAURIMO

16

32

Ceu parcialmente nublado

15

29

Parcialmente nublado, nublado de madrugada

22

32

BENGUELA

15

27

Ceu limpo

16

28

Ceu limpo

18

24

Céu limpo, nublado pela manhã e tarde

HUAMBO

09

25

Céu limpo

10

28

Céu limpo

10

27

Céu limpo

CUITO

07

26

Céu limpo

09

29

Céu limpo

14

28

Céu limpo

LUENA

08

30

Céu limpo

10

31

Céu limpo

16

30

Ceu parcialmente nublado

LUBANGO

10

30

Céu limpo

10

27

Céu limpo

13

29

Céu limpo

MENONGUE

08

30

Céu limpo

12

29

Céu limpo

14

30

Céu limpo

MOÇÂMEDES

12

29

Ceu limpo, nevoeiro

14

28

Pouco nublado ao anoitecer, nevoeiro matinal

17

31

Pouco nublado, neblina ou nevoeiro matinal

ONDJIVA

10

28

Céu limpo

11

30

Céu limpo

16

32

Céu limpo

Ceu nublado, neblina matinal

rEGIÃO CENTrO: Províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico Parcialmente nublado, limpo deCéu tarde limpo, apresentando-se pouco nublado em alguns municípios da província de benguela e parcialmente nublado ao Parcialmente nublado, neblina matinal entardecer em alguns municípios da província de Cuando Ceu parcialmente nublado Cubango. Ceu limpo, neblina matinal rEGIÃO SuL: Províncias do Namibe, Huíla, Cunene e Cuando Céu limpo Cubango Céu nublado, neblina matinal Céu limpo. probabilidade de ocorrência de neblina ou nevoeiro matinal em alguns municípios da província do Namibe. Ceu parcialmente nublado Parcialmente nublado ou limpo

O(a) Meteorologista: Lúcia Yola C. Fernando.

Luanda, 25 de Agosto de 2019

Aeroporto Internacional 04 de Fevereiro, Rua 21 de Janeiro – Tel. 949320641 – Luanda. Site: http://www.inamet.gov.ao; emails: geral@inamet.gov.ao / geral.inamet@angola-portal.ao

TEMPO NO MAr Fonte: INAMET

boLetIM MeteoRoLÓGICo pARA A NAVeGAÇão MARÍtIMA 1. SITuAÇÃO GErAL ÀS 18:00 Tu DO DIA 25 DE AGOSTO DE 2019: Circulação de Sul a Sudoeste moderado entre os paralelos 4°S à 18°S (Cabinda á Namibe). 2. PrEVISÃO VÁLIDA ATÉ ÀS 18:00 Tu DO DIA 26 DE AGOSTO DE 2019: INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA E GEOFÍSICA - INAMET Centro Nacional de Previsão do Tempo

SEM AVISO

BOLETIM METEOROLÓGICO PARA A NAVEGAÇÃO MARÍTIMA 1. SITUAÇÃO GERAL ÀS 18:00 TU DO DIA 25 DE AGOSTO DE 2019:

4. DESCrIÇÃO SINÓPTICA DAS 18:00 uTC DO DIA 25/08/2019 ÀS 18:00 uTC DO DIA 26/08/2019 A Alta pressão da Santa Helena encotra-se estacionária a Sudoeste do continente de África austral nas próximas 24H, com pressão central de 1040hpa, influênciando assim o padrão e a intensidade do vento. Assim, prevê-se ondas máximas até 1.6 metros de altura a Sul da região marítima de Namibe. para as regiões marítimas de Cabinda, Zaire, bengo, Luanda, Cuanza Sul e benguela prêve-se ondas máximas de até 1.2 metros de altura. Visibilidade fraca devido a possibilidade de ocorrência de nevoeiro ou neblina matinal. 5. CArTA DO VENTO MÁXIMO E DA ALTurA DA ONDA MÁXIMA PrEVISTA

Circulação de Sul a Sudoeste moderado entre os paralelos 4°S à 18°S (Cabinda á Namibe).

os contornos a cores indicam a altura máxima da ondulação e os contornos em tom cinza indicam os possíveis incrementos das vagas devido à influência do vento local.

2. PREVISÃO VÁLIDA ATÉ AS 18:00 TU DO DIA 26 DE AGOSTO DE 2019: 3. SEM AVISO.

REGIÃO

ESTADO DO TEMPO

VENTO

(ATÉ 200 MILHAS DA COSTA)

ESTADO DO MAR

Até 1.0

Pouco agitado

Fraca pela manhã (Superior a 4)

Até 1.0

Pouco agitado

Fraca pela manhã (Superior a 6)

Pouco agitado

Moderada a boa (Superior a 8)

DIRECÇÃO FORÇA (KT)

Cabinda (4°S – 6°S)

Nublado, Neblina

Zaire, Bengo, Luanda e Cuanza-Sul (6°S – 12°S)

Parcialmente nublado

Benguela (12°S – 14°S)

Pouco nublado

Namibe (14°S – 18°S)

ALTURA DA ONDA (METROS)

Ceu limpo

Sudoeste

SulSudoeste

Até 12

Até 12

SulSudoeste

Até 14

SudesteSudoeste

Até 16

Até 1.0

até 1.6

Agitado

VISIBILIDADE HORIZONTAL (KM)

Moderada a boa (Superior a 7)


Última

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O PAÍS Segunda-feira, 26 de Agosto de 2019

Extinto incêndio que lavrava na Gran Canária há 15 dias dr

O incêndio florestal que deflagrou em 10 de Agosto em Artenara, na Gran Canária, e que queimou 1500 hectares, foi declarado extinto.

E

ste fogo começou por um descuido de um homem que estava a fazer trabalhos de soldadura, foi o primeiro dos três incêndios que fustigaram a Gran Canária nas últimas duas semanas. O homem, de 55 anos, foi detido pela Guardia Civil horas depois do início do fogo, mas conseguiu ser libertado através do

pagamento de uma fiança fixada em 25 mil euros, refere a agência de notícias espanhola EFE. Este incêndio obrigou à retirada de mil pessoas de duas dezenas de localidades nos municípios de Artenara, Tejeda e Gáldar. Apesar de as chamas estarem extintas - duas semanas depois de terem começado a lavrar naquela ilha espanhola - o serviço de emergência nas Canárias usou a sua conta na rede social Twitter para recomendar “muita precaução” à população. Este aviso deve-se ao facto de um outro grande incêndio florestal, que deflagrou em Valleseco há nove dias, ainda não estar nem controlado nem extinto, mas apenas estabilizado. Este incêndio já queimou 9200 hectares de floresta e obrigou à retirada de 10 mil pessoas. Este último grande fogo, cujas causas ainda estão a ser investigadas, está a ser combatido pelos bombeiros, pelo que as autoridades insistem em pedir à população para que não atrapalhe os trabalhos nem o regresso à normalidade daqueles que foram realojados há alguns dias.

Só depois de 15 dias é que se conseguiu extingir os incêndios nas Canárias

dr

Coreia do Norte lança mais mísseis de curto alcance

A Coreia do Norte disparou o que parecia ser dois

mísseis balísticos de curto alcance para o mar a partir de sua costa leste no Sábado, afirmaram forças militares da Coreia do Sul

O

lançamento de Sábado foi o sétimo da Coreia do Norte desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong Un, se encontraram em Junho na fronteira entre as duas Coreias. Os lançamentos complicaram as tentativas de retomar as conversações entre negociadores norte-americanos e norte-coreanos sobre o futuro dos programas de mísseis balísticos e de armas nucleares do governo de Pyongyang.

Os dois líderes concordaram em Junho em retomar as negociações de nível prático mas os Estados Unidos até agora não tiveram sucesso nas iniciativas para reiniciar as conversas. O processo está congelado desde uma segunda cúpula entre Trump e Kim em Hanói, em Fevereiro. Trump disse no início do mês que Kim havia dito que estava pronto para a retomada das conversas sobre os programas nuclear e de mísseis e que iria parar de conduzir testes assim que fossem encerrados os exercícios militares conjuntos entre Estados Unidos e Co-

reia do Sul. Entretanto, embora os testes militares conjuntos tenham terminado, os lançamentos continuados da Coreia do Norte causam “forte preocupação”, disse o Conselho Nacional de Segurança da Coreia do Sul (NSC) no último Sábado. Trump disse após os últimos lançamentos que os Estados Unidos tem uma boa relação com a Coreia do Norte. “Kim Jong Un foi bem sincero comigo”, disse Trump a jornalistas na Casa Branca. A Coreia do Norte criticou repetidas vezes as simulações e testes -

Coreia do Norte não desarma

a maioria delas computadorizadas - nas últimas semanas, assim como a importação de armas de alta tecnologia, como aviões camuflados de guerra F-35, e os testes norte-americanos de mísseis de cruzeiro de alcance intermediário, classificando como um diálogo ameaçador e obstrutivo.

O principal diplomata nortecoreano chamou o Secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, de “uma toxina obstinada” na última Sexta-feira, dizendo: “Estamos prontos tanto para o diálogo como para o impasse”. Os comentários aconteceram após o embaixador norte-americano para a Coreia do Norte Stephen Biegun esteve em Seul nesta semana para discutir maneiras de encaminhar novamente as negociações. O Norte continuou com suas críticas duras das sanções impostas por conta de seus programas nuclear e de mísseis. “Os Estados Unidos deveriam claramente entender que não temos uma ligação persistente com o aliviamento das sanções e que nunca trocaremos a segurança estratégica do nosso país pelo aliviamento das sanções”, dizia num comentário no veículo de imprensa estatal norte-coreano KCNA no Sábado.


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