Jornal OPaís edição 1590 de 08/09/2019

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Vice-presidente recebe autor do livro “Kayak the Kwanza”

PR aprova criação de armazéns aduaneiros nas zonas de comércio fronteiriço

O vice-presidente da República, Bornito de Sousa, recebeu ontem, Sábado, o investigador britânico Oscar Scafidi, autor do livro “Kayak the Kwanza”, com quem abordou questões de interesse geral. P. 9

Novas estruturas podem estabelecerse nas zonas comerciais fronteiriças angolanas. Trata-se dos Armazéns Aduaneiros, cuja construção doravante está autorizada nas zonas de comércio fronteiriço. P. 18

Director: José Kaliengue

www.opaís.co.ao e-mail: info@opaís.co.ao @jornalopaís facebook/opaís.angola

O diário da Nova Angola Edição n.º 1590 Domingo, 08/09/2019 Preço: 40 Kz

Angola vê Qatar como potencial parceiro económico l Angola escolheu o Qatar como parceiro económico na estratégia de alargar o leque de investidores, razão por que o país se prepara para assinar hoje, Domingo, 8, acordos com este emirato do Médio Oriente. P. 24

Seca nos Gambos

UNITA opta pela doação directa de bens às vítimas política: Deputados da UNITA que participam a partir de amanhã nas VIII Jornadas

do Grupo Parlamentar desta formação política, pretendem doar bens às vítimas da seca no município dos Gambos. Por causa de uma audiência que não foi concedida dias antes pelo administrador local, Elias Sova, a uma equipa de avanço da UNITA, os maninhos preferem entregar os bens directamente às autoridades tradicionais e a líderes da Igreja Católica local. P. 8 dr

Plano de reconciliação de conflitos políticos

Kiambata defende separação de processos conflituosos P. 8

Conselhos de administração das empresas públicas devem ser nomeados mediante “contrato programa” l Contribuir, a longo prazo, para uma mudança de mentalidades em matéria de boa governação das empresas angolanas, em especial, das empresas públicas e de domínio público que integram o sector da energia e águas, é uma das recomendações saídas do I Congresso sobre “boa governação”.P. 18

Selecção joga cartada decisiva para chegar aos Jogos Olímpicos l Caso vença esta manhã, às 9:00 (hora de Angola), a Tunísia, de Mário Palma, no Campeonato do Mundo, prova que decorre na China, o combinado angolano garante presença no torneio pré-olímpico de acesso aos Jogos Olímpicos de Tóquio de 2020. P. 26

e ainda no cartaz: Anna Joyce “aquece motores” para abrir a III temporada do projecto Duetos N’Avenida

Escolas promovem reflexão sobre legado de Agostinho Neto

Lee Israel: a original história de uma falsificadora literária


EM FOCO

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O PAÍS Domingo, 08 de Setembro de 2019

Como a escravatura ergueu Wall Street, o distrito financeiro de Nova York Faz 400 anos que escravos foram levados para o que hoje são os Estados Unidos da América

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ste mês marca 400 anos desde que os africanos escravizados foram levados pela primeira vez ao que hoje são os Estados Unidos da América. A escravidão foi abolida oficialmente no país em 1865, mas os historiadores dizem que o legado da escravatura não pode ser separado de seu impacto económico. Num dia quente de Agosto passado, 25 pessoas estão reunidas em torno de um pequeno letreiro comemorativo no distrito financeiro de Nova York. O guia turístico explica que esse era o local de um dos maiores mercados de escravos dos EUA. A apenas duas ruas do local actual da Bolsa de Nova York, homens, mulheres e crianças foram comprados e vendidos. “Isso não é história negra”, diz Damaris Obi, que lidera o passeio. “Esta não é a cidade de Nova York ou a história americana. Esta é a história do mundo.”

“Eles não percebem que as pessoas escravizadas construíram o muro ao qual a rua Wall Street deve o seu nome”


O PAÍS Domingo, 08 de Setembro de 2019

Étambémumahistória económica. Stacey Toussaint, chefe da Inside Out Tours, que administra o tour Escravidão e Ferrovias Subterrâneas de Nova York, diz que as pessoas costumam a surpreender-se com a importância da escravatura para a cidade de Nova York. “Eles não percebem que as pessoas escravizadas construíram o muro ao qual a rua Wall Street deve o seu nome”, diz ela. “Wall”, em inglês, quer dizer muro ou parede. Segundo algumas estimativas, Nova York recebeu 40% da receita do algodão dos EUA por meio do

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dinheiro que as suas empresas financeiras, empresas de transporte e seguradoras obtiveram. E as plantações de algodão contavam com mão-de-obra escrava. Relação económica com escravidão Mas estudiosos discordam sobre se é possível traçar uma linha directa entre a escravatura e as práticas económicas modernas nos EUA. “Pessoas em áreas não esclavagistas - Grã-Bretanha e Estados dr

americanos livres - rotineiramente negoceavam com proprietários de escravos e com o comércio de escravos”, diz Gavin Wright, professor emérito de história económica da Universidade Stanford, nos EUA. Mas ele diz que a “singularidade” da contribuição económica da escravidão foi “exagerada” por alguns. A escravidão prosperou sob o domínio colonial. Os colonos britânicos e holandeses contavam com escravos para ajudar a estabelecer fazendas e construir as novas vilas e cidades que acabariam tornandose os Estados Unidos. Os escravizados foram levados para trabalhar nas plantações de algodão, açúcar e tabaco. As colheitas que cultivavam eram enviadas para a Europa ou para as colónias do Norte, onde eram transformadas em produtos usados também para financiar viagens à África para obter mais escravos que depois eram traficados de volta para a América. Essa rota de negociação triangular era lucrativa para os investidores. Para arrecadar dinheiro, muitos futuros proprietários de plantações voltavam-se para o mercado de capitais em Londres - vendendo dívidas que eram usadas para comprar barcos, mercadorias e eventualmente pessoas. Mais tarde, no século XIX, os bancos dos EUA e os Estados do Sul venderiam títulos que ajudaram a financiar a expansão de plantações onde trabalhavam escravos. Para equilibrar o risco de trazer à força seres humanos de África para a América, apólices de seguro foram adquiridas. Essas políticas protegiam contra o risco de um barco se afundar e os riscos de perder escravos uma vez que chegassem à América. Algumas das maiores empresas de seguros dos EUA - New York Life, AIG e Aetna - vendiam apólices que asseguravam que os proprietários de escravos seriam compensados se os escravos que possuíam fossem feridos ou mortos. Em meados do século 19, as exportações de algodão representavam mais da metade das exportações dos EUA. O que não era vendido no exterior era enviado para fábricas nos estados do Norte, incluindo Massachusetts e Rhode Island, para ser transformado em tecido. O dinheiro ganho pelos proprietários das plantações do Sul não podia ser mantido em baixo de colchões ou atrás de tábuas soltas.

Pessoas escravizadas como activos nos bancos Os bancos americanos aceitavam os seus depósitos e contavam as pessoas escravizadas como activos ao avaliar a riqueza de uma pessoa. Nos últimos anos, os bancos americanos pediram desculpas publicamente pelo papel que desempenharam na escravatura. Em 2005, o JP Morgan Chase, actualmente o maior banco dos EUA, admitiu que duas de suas subsidiárias - Citizen’s Bank e Canal Bank na Louisiana - aceitavam pessoas escravizadas como garantia para empréstimos. Se os proprietários das plantações deixassem de pagar os empréstimos, os bancos tomariam posse desses escravos. O JP Morgan não estava sozinho. Os antecessores que compunham o Citibank, Bank of America e Wells Fargo estão entre uma série de empresas financeiras americanas conhecidas que se beneficiaram do comércio de escravos. “A escravatura era um facto extremamente importante da economia americana”, explica Sven Beckert, professor de História Americana da Universidade de Harvard em Laird Bell. O professor Beckert destaca que, embora cidades como Boston nunca tenham desempenhado um papel importante no comércio de escravos, elas beneficiaram das conexões com as economias esclavagistas. Os comerciantes da Nova Inglaterra ganhavam dinheiro vendendo madeira e gelo para o Sul e o Caribe. Por sua vez, os comerciantes do Norte compravam algodão cru e açúcar. As fábricas de tecidos da Nova Inglaterra desempenharam um papel fundamental na revolução industrial dos EUA, mas o seu suprimento de algodão veio do Sul dependente de escravos.

“Pessoas em áreas não esclavagistas - GrãBretanha e Estados americanos livres - rotineiramente negoceavam com proprietários de escravos e com o comércio de escravos”

Marcas como Brooks Brothers, a mais velha confecção de roupas masculinas nos EUA, transformaram o algodão do Sul em moda de alta qualidade. A Domino’s Sugar, que já foi a maior refinadora de açúcar dos EUA, processou cana-deaçúcar cultivada por escravos. As ferrovias americanas também beneficiavam do dinheiro ganho por meio dos negócios com escravos. No Sul, comboios foram construídos especificamente para transportar mercadorias agrícolas cultivadas por escravos e escravos também foram usados como mãode-obra para construir as linhas. Alguns estudiosos até argumentam que o uso da escravatura deu forma à contabilidade moderna. O historiador Caitlin Rosenthal aponta para os donos de escravos que depreciavam ou reduziam o valor registado dos escravos ao longo do tempo como uma maneira de acompanhar os custos. Nos 150 anos que se seguiram à abolição da escravatura nos EUA, leis que impediam que ex-escravos e seus descendentes se engajassem na economia americana moldaram o país.Após a Guerra Civil dos EUA, os esforços para pagar reparações aos escravos recém-libertados foram esmagados. O Presidente Andrew Johnson, que assumiu o comando após o assassinato de Abraham Lincoln, não quis afastar os sulistas brancos durante o período de reconstrução. Uma série de leis que privaram económica e politicamente as pessoas anteriormente escravizadas levaram a muitas das desigualdades actuais, segundo os historiadores.Novos esforços para encontrar maneiras de pagar reparações estão encontram força na disputa presidencial de 2020. O senador de Nova Jersey, Corey Booker, candidato à indicação democrata, propôs um projecto de lei para a criação de um comité que consideraria como as reparações podem ser pagas. Muitos candidatos democratas dizem que apoiam a ideia de explorar propostas. Porém, existem poucas propostas específicas e as pesquisas mostram que a maioria dos americanos não é a favor disso. A apenas 50 metros da placa que marca o mercado de escravos da cidade, foi formada a bolsa de Nova York.Enquanto os políticos divergem sobre como abordar o legado da escravatura nos Estados Unidos, os historiadores concordam que a proximidade dos dois mercados é, pelo menos, uma indicação da ligação entre seu legado económico e o seu legado de escravidão. BBC


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destaques POLÍTICA. PÁG. 08 Presidente da UNITA abre amanhã VIIIª jornadas parlamentares no Lubango

o editorial

SOCIEDADE. PÁG. 12 Deficiência não pode servir de pretexto para não alcançar objectivos

cArtaz. PÁG. 15 Anna Joyce “aquece motores” para abrir a III temporada do projecto Duetos N’Avenida

ECONOMIA. PÁG. 18 PR aprova criação de armazéns aduaneiros nas zonas de comércio fronteiriço

O PAÍS Domingo, 08 de Setembro de 2019

hoje: os números do dia

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Dívida galopante

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MI está preocupado com a dívida pública, que está em cerca de 90 por cento do PIB e deixou claro que esse rácio não deve ser aumentado”, disse Aia-Eza da Silva em entrevista à Bloomberg. Preocupante, certamente. Não está muito bem a saúde económica do país, se nos apoiarmos nestas palavras da secretaria de Estado do Orçamento. Porém, o que deve preocupar mais a sociedade é a capacidade que o país não tem para pagar a dívida, de produzir riqueza. Daí a grande “corrida” do Presidente da República em busca de investimento produtivo. Para já, o que se tem é uma expectativa de que a estratégia dê certo. E pouco mais. Contudo, haja honestidade para dizer, olhando para os dados disponíveis, que será um milagre a dívida pública não ultrapassar os noventa por cento do PIB no próximo ano.

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Livro intitulado “Kayak the Kwanza”, em inglês, que em português significa “Andar de caiaque/canoa no Rio Kwanza”, foi apresentado na passada Sexta-feira, em Luanda, pela embaixadora do Reino Unido acreditada em Angola, Jessica Hand.

Pessoas morreram, na passada Sextafeira, quando uma viatura subiu o passeio e atingiu as vítimas, num acidente que ocorreu em Berlim, capital da Alemanha, anunciaram os bombeiros locais.

Camiões com 250 toneladas de bens diversos seguiram viagem, na passada Sexta-feira, ao Cunene para apoiar as vítimas da seca nessa região, numa acção da Área Social do Presidente da República.

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Quadros de pintura estão expostos desde a passada Sexta-feira, na União Nacional de Artistas Plásticos (UNAP), em Luanda, para mostrar as consequências das escolhas de pessoas e trazer proposta de mudança para um mundo cada vez mais solidário, numa autoria do artista Oliveira Kabassu.

o que foi dito MUNDO . PG. 22 Irão alerta que “resta pouco tempo” para salvar acordo nuclear de 2015

Queremos associar as boas práticas que estão a ser implementadas aqui para o bem do transporte no seu todo, com mais eficiência, mais capacidade e que permita beneficiar a economia” Ricardo de Abreu Ministro dos Transportes

Estamos a aperfeiçoar os currículos de modo a que os alunos tenham bases científicas sólidas aliadas à realidade do seu meio e capazes de contribuír para o desenvolvimento do país” Maria Cândida Texeira Ministra da Educação

Estou contente com o salto na minha carreira. Trataram-me muito bem desde que cheguei ao clube. Estou a aproveitar a oportunidade que me estão a dar” Agustín Marchesín Jogador do FC Porto


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O PAÍS Domingo, 08 de Setembro de 2019

e assim... José Kaliengue Director

Peixe fresco

Hoje no online de O PAÍS leia a entrevista com o bispo Tirso Blanco e conheça mais sobre o Moxico e os seus problemas

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www.opais.co.ao Desfile do Dia da Independência em comemoração do 7 de Setembro, na Esplanada dos Ministérios em Brasília, o primeiro de Jair Bolsonaro na condição de Presidente do Brasil. (DR)

o que vai acontecer Política O Presidente da República, João Lourenço, vai manter hoje um encontro com presidentes e altos executivos de empresas de grande relevo no contexto da economia do Qatar, para se avaliarem as possibilidades de investimento em Angola e outras vias de cooperação. Ainda hoje, João Lourenço, vai encontrar-se com o emir do Qatar, o sheik Tamim Bin Hamad Al-Thani, liderando ambos as respectivas delegações às conversações que terminarão com a assinatura de acordos em vários domínios de cooperação. De acordo com a agenda de trabalhos, João Lourenço vai visitar um dos estádios que albergará o Mundial de 2022.

Cultura Um colóquio intitulado “Agostinho Neto e os Prémios Camões Africanos” que visa debater as literaturas africanas em português, é realizado na Segunda e Terça-feira, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), Portugal . Segundo uma nota da FLUP, a iniciativa surge após reflexões de que as literaturas africanas de língua portuguesa parecem ter perdido, nas últimas décadas, a atenção e o entusiasmo que se seguiu às independências dos países em causa. “Se é verdade que autores como Mia Couto, Pepetela, Manuel Rui, Ondjaki ou Agualusa são muito lidos e estudados, não é menos verdade que há um quase silêncio a pesar sobre muitos outros de idêntica qualidade, sobretudo os menos contemporâneos”, lê-se na nota.

Girabola O treinador do Recreativo da Caála do Huambo, Helder Teixeira, disse ontem a este jornal que o clube realiza amanhã uma sessão de treinos, no Estádio Martires da Canhala, às 9:00. Segundo aquele técnico, o clube vai realizar a sessão de modo a conferir maturidade competitiva aos jogadores. Na sessão, Helder Teixeira vai dar destaque aos trabalhos de recuperação física, para depois olhar para as questões tácticas e técnicas. Na classificação do Campeonato Nacional, os caalenses lideram com nove pontos, menos três que o 1º de Agosto que figura na 3ª posição com 6 pontos.

Mundial da China A Selecção Nacional sénior masculina de basquetebol defronta hoje a Tunísia, de Mário Palma, na cidade de Beijing, na arena Wukesong Sport, em partida a contar para as classificativas do 17º ao 32º posto. O desafio entre ambos disputa-se às 9:00 (tempo de Angola). O combinado angolano é obrigado a vencer a Tunísia e depois a Nigéria e torcer por um deslise do Senegal. Entretanto, neste embate, o favoritismo é atribuído aos tunisinos, mas terão de ter cautelas, uma vez que o cinco nacional não dará facilidades. Na outra partida, batem-se a Nigéria e a China, às 13:00.

venda de peixe fresco na Ilha de Luanda vai deixar de ser feita em bancas improvisadas e sem as condições ideais de higiene, assegurou neste Sábado a ministra das Pescas e do Mar, Maria Antónia Baptista. Olha que boa ideia, apesar de não ser uma descoberta de Arquimedes. Se a ministra conseguir que os angolanos passem a comer peixe “limpo” ficará na história como uma das maiores benfeitoras para a saúde dos cidadãos. A forma como o peixe é vendido em Luanda é simplesmente inadmissível. Exposto ao chumbo dos tubos de escape dos automóveis, ao sol, sob gelo de água duvidosa, quando há gelo, e tratado por mãos que seguram tudo. Quando se compra peixe compra-se também doença. Entretanto, isto não significa que se deva combater as peixeiras zungueiras e o seu refrão nos bairros, deve-se antes disso diposnibilizarse-lhes equipamentos, como caixas frigoríficas, ou térmicas e informação. Talvez este seja um camnho mais curto e eficaz do que sonhar com os mercados do peixe anunciados, quando sabemos que o país não tem electricidade fiável. Sem electricidade, sem frio, não há como manter peixarias a funcionar decentemente e proporcionar bons preços. Esta é a maka, senhora ministra, comece devagarinho e com pequenos passos, comece por trabalhar com as pessoas, o resto será dinheiro malgasto outra vez. E olhe que ainda ontem houve um corte geral de electricidade no sistema Norte. É assim o nosso país, fazer o quê?

E também... Dia Internacional da Literacia - 8 de Setembro O objectivo da data é destacar a importância da literacia para as pessoas e para as sociedades. Numa sociedade moderna, tecnológica e avançada, estima-se que cerca de 800 milhões de pessoas adultas ainda não sabem ler nem escrever, enquanto mais de 122 milhões de crianças em idade escolar não vão à escola. As mulheres constituem dois terços da população analfabeta mundial.


6 Media Nova, S.A Presidente do Conselho de Administração Filipe Correia de Sá Administradores Executivos Luís Gomes Paulo Kénia Camotim Propriedade : Socijornal Depósito Legal: Nº 244/2008 Contribuinte: 5417015059 Nº registo estatístico: 48058

O PAÍS Domingo, 08 de Setembro de 2019

no tempo do kaparandanda

Director Geral de Publicações: José Kaliengue jose.kaliengue@opais.co.ao

opaís

Director: José Kaliengue Sub-Director: Daniel Costa, daniel.costa@opais.co.ao Chefe de Redacção: Eugénio Mateus, eugenio.mateus@opais. co.ao Grande repórter: André Mussamo andre.mussamo@opais.co.ao Editorias : Política: Ireneu Mujoco ireneu.mujoco@opais.co.ao (Editor) Sociedade: Paulo Sérgio paulo.sergio@opais.co.ao (Editor) Romão Brandão romao.brandao@opais.co.ao (Sub-editor) Economia Luís Faria (Coordenador-Editor) luis.faria@opais.co.ao Desporto: Sebastião Félix sebastiao.felix@opais.co.ao (Editor) Mário Silva mario.silva@opais.co.ao (Sub-editor) Cartaz: Jorge Fernandes jorge.silva@medianova.co.ao (Sub-editor) Redacção: Norberto Sateco, Alberto Bambi, Augusto Nunes, Rila Berta, Miguel Kitari, Domingos Bento, Neusa Filipe, Afrodite Zumba, Milton Manaça, Antónia Gonçalo, Maria Teixeira, Iracelma Kaliengue, Patrícia Oliveira, Stela Cambamba, Zuleide de Carvalho (Benguela),Brenda Sambo, Maria Custódia, Kiameso Pedro e Adjelson Coimbra. Arte: Ladislau Bernardo (Coordenador) Valério Vunda (Coordenador adjunto)Lourenço Pascoal, Annette Fernandes, Nelson da Silva e Francisco da Silva. Fotografia: Carlos Moco (Editor), Daniel Miguel (Sub-editor), Pedro Nicodemos, Jacinto Figueiredo, Carlos Augusto, Virgílio Pinto, Lito Cahongolo (repórteres fotográficos), Rosa Gaspar e Yuri dos Santos (Assistentes de Departamento) Revisão: António Setas Agências: Angop, AFP, Reuters, Getty Images

Assistentes de Redacção: Antónia Correia, Rosa Gaspar, Inês Monteiro e Sílvia Henriques Impressão e acabamento: DAMER, S. A. Luanda Sul, Edifício Damer Distribuição: Media Nova Distribuição Tel: +244 943028039 Distribuidora@medianova.co.ao pontodevenda@medianova.co.ao Assinaturas: Bruno Pedro Tel: +244 945 501 040 Bruno.Pedro@medianova.co.ao Online: Venâncio Rodrigues (Editor)Isabel Dalla e Ana Gomes Sítio Online: www.opais.co.ao Contactos: info@opais.co.ao Tel: 914 718 634 -222 003 268 Fax: 222 007 754 Sede: Condomínio ALPHA, Talatona- Luanda. Tel: 222 009 444 República de Angola

Comercial e Marketing: Senda Costa 922682440 Vladimir Teixeira email: comercial@medianova.co.ao Tiragem: 15 000 exemplares

08 de Setembro de 1636 - Fundação

da Universidade de Harvard (instituição de ensino superior mais antiga dos Estados Unidos da América).

08 de Setembro de

1954

-O tratado de defesa colectiva do Sudoeste Asiático é assinado pelos Estados Unidos da América e sete outros países.

2018

08 de Setembro de -João Lourenço é eleito presidente do MPLA, com 2.309 votos dos delegados presentes no VI congresso extraordinário, realizado em Luanda.

carta do leitor

Não tenho nenhum orgulho nisto dr

Caro director do jornal OPAÍS, Há alguns anos, quando ainda não existiam os hipermercados grandes como o Kero e outros, só comprávamos fruta nas pracinhas ou em algumas lojas chiques. Nas pracinhas havia fruta importada ou aquela nacional meio raquítica. Era luxo comer fruta apesar de ser um alimento essencial para a saúde humana. Só quem tivesse cartão das lojas das petrolíferas ou dólares podia comprar coisas importadas. Entre elas as frutas. Hoje, quando vejo queijo, iogurte, fruta e até caviar no Kero, vejo que Angola mudou muito. E tudo vendido em Kwanzas. E não te olham de soslaio, podes entrar, qualquer pessoa pode entrar e comprar o que quiser, até roupa, televisores, geleiras, sapatos, máquinas fotográficas, tudo. E tem fruta nacional. Não tenho nenhum orgulho nisto, mas estou contente Falei do Kero porque é o maior, mas em todo o país é tudo em todas as lojas. Nem quero falar de mais nada, só quero falar das lojas, porque era um absurdo, só eras gente se comprasses nas lojas, o povo só no Roque Santeiro e noutras praças. Há uns que não querem ver, mas eu estou feliz. Afinal podemos fazer coisas boas em Angola, é possível. Alberto Mascarenhas Luanda

Escreva para o Jornal OPAÍS através do e-mail info@opais.co.ao ou ligue para estes contactos Tel: 222 003 268 Fax: 222 007 754



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POLÍTICA

O PAÍS Domingo, 08 de Setembro de 2019

Presidente da UNITA abre amanhã VIII Jornadas Parlamentares no Lubango O Presidente da UNITA, o maior partido na Oposição, procede amanhã Segunda-feira, na cidade do Lubango, à abertura das VIII Jornadas Parlamentares do seu partido

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João Katombela, na Huíla saías Ngola Samakuva encontra-se na cidade do Lubango, na Huíla, no âmbito da realização das VIII Jornadas Parlamentares do seu partido que terão início amanhã nesta localidade. Esta informação foi avançada pelo secretário provincial da UNITA na Huíla, Augusto Samuel. De acordo com o responsável dos “maninhos” nesta província, os parlamentares do Galo Negro vão, durante os cinco dias, isto é, entre 9 e 14 do mês em curso, desdobrar-se em várias actividades, como a realização de palestras dirigidas aos vários estratos sociais. “Os deputados da bancada parlamentar da UNITA, encabeçados pelo presidente do partido, já se encontram na cidade do Lubango”, disse. Nestas palestras, que segundo o programa chegado a OPAÍS

Na província da Huíla, os parlamentares vão-se deslocar aos municípios do Lubango, Matala, Caluquembe, Caconda, Matala, Jamba e Kuvango

Doação de bens às vítimas da seca nos Gambos longe da administração local do Estado A razão deve-se ao fato de uma delegação da UNITA não ter sido recebida em audiência pelo administrador E. Sova

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Secretário provincial da UNITA na Huíla revelou que o grupo parlamentar do seu partido, no âmbito das VIII Jornadas Parlamentares, vai proceder à entrega de alguns bens de primeira necessidade às vítimas da seca no município do Gambos. Sem adiantar a quantidade dos produtos a ser entregue às famílias mais afectadas pela seca naquele município da província da Huíla, Augusto Samuel informou que os mesmos vão ser

entregues nas mãos das autoridades tradicionais e eclesiásticas, não na administração local do Estado. O político justificou numa entrevista concedida a este jornal, que tal atitude resulta da rejeição a um grupo de deputados pelo administrador municipal dos Gambos, Elias Sova. Augusto Samuel adiantou que os deputados Lucamba Gato, Simão Dembo e Navita Ngolo, que muito recentemente trabalharam na província, solicitaram uma audiência ao administrador com o

intuito de saber do gestor do município quais são as zonas mais afectadas, mas, segundo o secretário provincial da UNITA, Elias Sova, que também é primeiro secretário do MPLA nos Gambos, não recebeu os deputados alegadamente por estar fora do horário normal de expediente. “Estiveram cá deputados da UNITA, chefiados pelo deputado Lucamba Gato, precisavam de deslocar-se aos Gambos, mas antes disso haviam solicitado uma audiência com o governador provincial, que por uma razão de agenda (do governador) marcou

a audiência para as 12 horas, o que foi comunicado ao administrador. E isso afectou a ida aos Gambos, pelo que o administrador respondeu que trabalha com horas e que não receberia deputado nenhum”, contou. Augusto Samuel disse não entender o comportamento do administrador dos Gambos, uma vez que o problema da seca que assola o Sul do país e, em particular os Gambos, deve envolver todos os angolanos para uma solução mais eficaz e abrangente. “Não se deve fechar portas para ninguém quando o assunto é apoiar as vítimas da seca em qualquer parte do país. Nós respeitamos as normas administrativas, mas a minha pergunta é: se não fossem deputados da UNITA, fossem deputados do MPLA, ele iria dizer que depois das 15 horas não recebe deputado algum?”. Na sequência, Augusto Samuel

vão ser dirigidas principalmente aos jovens e estudantes universitários, serão abordados temas como “O poder local como factor de inclusão social e desenvolvimento das comunidades”, “Experiência do desenvolvimento das comunidades locais de Cabo Verde”, “Pequenas iniciativas locais para mitigar a crise da seca e fome no Sul de Angola”. O conjunto de palestras, que vão ser divididas em dois painéis, vai igualmente abordar ainda a problemática da “seca no Sul de Angola”, “reflexões e formas de abordagem”, “ o desenvolvimento económico no Sul de Angola” e “a transparência e combate à corrupção”. Com o objectivo de constatar as condições de vida das populações na província da Huíla, os parlamentares vão-se deslocar aos municípios do Lubango, Matala, Caluquembe, Caconda, Matala, Jamba e Kuvango.

disse ser necessário não olhar para a cara de quem doa, mas é necessário tomar uma postura de patriota e como angolanos antes de qualquer cor partidária. Entretanto, este jornal contactou o administrador municipal do Gambos, Elias Sova, que garantiu não ter recusado receber os deputados da UNITA. “Não é verdade, vou explicar: pediram-me audiência para as 15 horas. Deveria ser às 15 horas, mas trouxeramme o pedido às 15 horas e 12 minutos, na mesma hora em que eu vinha de um trabalho de campo. Eu recebi o documento fora do prazo que eles pediram, naquilo que entendo sobre administração há regras a exigir. As audiências devem ser solicitadas pelo menos com um dia de antecedência”, defendeu-se.


O PAÍS Domingo, 08 de Setembro de 2019

9 Vice-presidente recebe autor do livro “Kayak the Kwanza”

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Luís Kiambata defende separação dos processos conflituosos no Plano de Reconciliação de Conflitos Políticos O nacionalista e veterano da luta de libertação nacional ligado ao partido MPLA entende que enquadrar todos os conflitos num único processo de reconciliação é um má premissa e não vai ajudar no sarar das feridas das vítimas que sofrem, até hoje, de sequelas dos períodos conflituosos que o país atravessou de 1975 a 2002 Domingos Bento

O

nacionalista Luís Kiambata defende a elaboração de forma faseada do Plano de Reconciliação de Conflitos Políticos recentemente apresentado pelo Executivo. Segundo Kiambata, apesar de a dor das vítimas dos Conflitos Políticos ser a mesma, por se tratar de angolanos, é preciso que se separe os processos de forma a se dar um melhor tratamento a cada período e a cada momento que o país viveu. O Plano de Reconciliação em Memória às Vítimas dos Conflitos Políticos, cuja implementação deverá culminar com a construção de um Memorial às Vítimas destes choques, foi

apresentado recentemente na Assembleia Nacional pelo ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Francisco Queiroz, que é igualmente o coordenador da comissão para a implementação do referido paragrama. O plano, de âmbito nacional, visa reconciliar as vítimas de conflitos que o país viveu entre o ano da sua Independência, em 1975, até ao acordo de paz que pôs fim à guerra, em 2002. O Executivo entende que o plano é uma ferramenta que vai permitir erguer mais um marco do país, no que diz respeito à reconciliação, à paz, à paciência e ao perdão”. Para o nacionalista Luís Kiambata, que é um veterano da luta de libertação nacional ligado ao partido MPLA, enquadrar todos os conflitos num único processo de reconciliação é uma má pre-

missa e não vai ajudar no sarar das feridas das vítimas que sofrem, até hoje, de dores causadas pelos diferentes períodos de conflitos que o país atravessou. No entender de Luís Kiambata, não se pode misturar as questões do 27 de Maio de 1977, período em que dezenas de milhares de angolanos foram torturados, mandados para campos de concentração e fuzilados sem julgamento, com o 11 de Novembro de 1975, ano em que Angola ganhou a sua Independência do Estado português. Conforme explicou, é preciso dar tratamento específico a cada período, resolvendo as questões uma por uma e não juntálas num único processo. “É um mau princípio. Não se pode misturar tudo no mesmo saco, como se fosse farinha. É preciso resolver cada caso ao seu

tempo”, apontou. Angolanos ainda não estão reconciliados Por outro lado, o também diplomata disse que Angola tem ainda um longo caminho a percorrer para a efectiva reconciliação nacional, tendo dado o exemplo da questão dos ex-militares da UNITA e da FNLA que, passados muitos anos depois do conflito armado, ainda clamam pela sua efectiva reinserção nas Forças Armadas (FAA). De acordo com Luís Kiambata, não se pode falar da efectiva reconciliação sem que antes se acerte esses passos e outros de natureza social que continuam a dificultar a vida dos angolanos. “Ainda falta muito para a reconciliação nacional. Mas é preciso que todos contribuam no sentido de fazerem alguma coisa a favor da reconciliação nacional. Somos angolanos e precisamos de nos entender uns aos outros, apesar do longo período que vivemos separados”, frisou.

vice-presidente da República, Bornito de Sousa, recebeu ontem, Sábado, o investigador britânico Oscar Scafidi, autor do livro “Kayak the Kwanza”, com quem abordou questões de interesse geral. Professor de história e filosofia, Oscar Scafidi realizou em Junho de 2016, na companhia do também britânico Alfy Weston, uma expedição de quatro semanas ao Rio Cuanza, a bordo de uma canoa (caiaque) de madeira. A aventura culminou mais tarde com uma distinção do Guiness World Book (livro de recordes). Oscar Scafidi está “imortalizado” no livro dos recordes por ter percorrido os mil e 300 quilómetros que separam a nascente do Rio Cuanza, província do Bié, da sua foz no Oceano Atlântico, em 32 dias, tempo nunca antes alcançado. Durante o encontro com Bornito de Sousa, o investigador britânico ofereceu um exemplar do livro (Kayak the Kwanza) lançada em Março deste ano, em Londres (Inglaterra). Com 206 páginas, escrito em Inglês, Kayak the Kwanza, que teve uma tiragem de duas mil cópias, mostra ao mundo os encantos do Rio Cuanza, segundo Oscar Scadifi, que falou à imprensa à saída da audiência concedida pelo vice-presidente Bornito de Sousa. “Foi uma experiência fantástica, mas também muito perigosa pela diversidade da fauna e flora”, sublinhou a propósito da expedição ao Cuanza. A aventura de Oscar Scafidi e Alfy Weston pelo Cuanza deu igualmente lugar ao documentário “Kayak the Kwanza”, apresentado em festivais de cinema no Reino Unido, nos EUA, no Canadá, na Austrália e no Chipre. Segundo Oscar Scafidi, 25 por cento do resultado das vendas do livro será revertido para o programa de desminagem em Angola, por via da Organização Não Governamental de Desminagem “ The Hello Trust”.


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Nativos estão expectantes para trabalhar nas zonas mais distantes, onde, segundo eles, os forasteiros não marcam presenças diárias

Moradores do Mungo deploram empregos ocupados maioritariamente por forasteiros Pediram para não serem interpretados como tribalistas ou regionalistas, mas revelaram que não se podem calar quando está à vista a ocupação das vagas por parte de jovens provenientes de outros municípios da província do Huambo Alberto Bambi

A

lguns jovens do Mu ngo, apesar de terem pedido o anonimato alegadamente para não serem retaliados nas próximas ofertas de trabalho, lamentaram o facto de estarem a ver a maior parte das vagas disponibilizadas pelo Estado serem ocupadas por candidatos provenientes de outras municipalidades do ciclo provincial do Huambo.

Os mesmos asseveraram que a proporção de vagas preenchidas por pessoal local estava na ordem de menos de cinco por cento, uma cifra que, segundo eles, não representa a expectativa dos que se inscreveram. “Será possível que, no concurso dos Ministérios da Educação ou da Saúde não podem entrar sete ou 10 professores do Mungo?”, questionaram os entrevistados de OPAÍS, tendo designado ainda as zonas longínquas como as ombalas de Nguenje, Kaunje e MBata, ads-

tritas à comuna de Kambwengo. De acordo com os interlocutores deste Jornal, na primeira não tem escola, mas há muita necessidade. Na segunda, foi construída uma escola, porque os habitantes pressionaram os dirigentes locais a exigirem a um explorador de inertes da zona a realizar com o seu dever social. Na localidade de Palestina, a realidade não difere das outras, afirma-se com salas adaptadas, construídas de adobe, soube OPAÍS da boca dos Jovens, pa-


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Sector do ensino minimiza

Os que já se canditataram algumas vezes revelaram que os testes têm sido relativos

Jovens temem que aumente o número de crianças fora do sistema de ensno

A busca pelo transporte exige cálculos à camada mais desfavorecida

ra os quais essas circunscrições constituem o conjunto das zonas mais prejudicadas, porque muitos funcionários destacados nessas localidades tinham dificuldade de marcar presença aí todos os dias úteis de trabalho. “Se para nós daqui da sede já é complicado ir para lá, imagine para os que vêm do Huambo ou do Bailundo”, voltaram a questionar os jovens. Finalmente, apelaram aos dirigentes do Governo provincial do Huambo para inverterem o quadro da corrida para o emprego no município Mungo, de modo a que a juventude lo-

cal passe a ser parte importante na construção de uma sociedade mais justa, conforme fizeram questão de referir. Aposta em cursos técnicos Quem confirmou essas pequenas fricções narradas pelos jovens foi o ancião Francisco Campos, para quem seria bom o Governo construir mais centros de formação profissional e aumentar a rede de infra-estruturas escolares do ensino técnico-profissional. “Só para dar um dado que entristece os munícipes, neste corredor do Bailundo, Tchika-

Mariano Cutita, um dos responsáveis do sector da Educação, no município do Mungo, não contrariou as queixas dos jovens, mas focalizou o seu discurso na necessidade de construção de institutos politécnicos e magistérios, a fim de se atribuírem valências técnico-profissionais, de modo a poderem buscar colocação em qualquer parte do país. “Se aqui for difícil arranjar emprego, queremos que os nossos jovens tenham capacidade de os alcançar fora do Mungo, porque Angola é grande e nós não estaríamos contentes se o saber deles só valesse aqui”, declarou o homem do sector do ensino. Questionado se a maior parte dos trabalhadores do Estado vinham de outras municipalidade, Mariano Cutita, informou que, tal como outras paragens do país, o Mungo não tinha o direito de se fechar aos forasteiros. “Aqui temos gente de Benguela, Kwanza-Sul, Bié e até mesmo de Luanda, porque, infelizmente, para muitos desses, ainda aqui constitui a porta de entrada”, disse o funcionário sénior da secção do ensino geral local, tendo-se queixado dos pedidos de transferências que alguns professores forasteiros. Classificando a juventude local como verdadeiros continuadores do legado dos trabalhadores da sua classe, Mariano Cutita não escondeu o desejo de ver grande parte da juventude do Mungo empregada. “Assim, o Estado evitaria gastar dinheiro noutros sectores”, reforçou o professor de profissão. Outra situação que o inquieta, enquanto responsável de um sector que se considera chave de uma sociedade, tem a ver com o facto de existir apenas uma agência bancária no município. “Quando os professores são assalariados, como uma boa parte não reside cá, então já não vêm, acabando as crianças por ficar sem aulas, durante alguns dias”, revelou o responsável, tendo adiantado que alguns funcionários possuem a conta-salário domiciliada no BPC, enquanto outros, no BCI, por sinal bancos que disse não existirem na vila.

la Tcholohanga e Cachiungo, o Mungo é o único município que não possui Instituto Médio Politécnico, nem de Saúde, muito menos Magistério Primário”, informou o velho Francisco Campos, sublinhando que, ainda assim, isso não significava que os miúdos não possam ser absorvidos pelas políticas de emprego. Aliás, aludiu a uma estratégia do Estado que consiste em apostar nos quadros locais, para dizer que, nas zonas longínquas do município, o melhor era mandarem jovens da localidade, ao invés de virem alguns de fora, que acabam por desistir da causa que os levou para lá. O idoso assegurou que no Mungo é o sector da Educação que emprega mais, porque,

“Será possível que, no concurso dos Ministérios da Educação ou da Saúde não podem entrar sete ou 10 professores do Mungo?”

normalmente, nos outros, como são os casos dos da saúde, justiça, administração e banca, só se nota já quando os novos quadros se predispõem a atender a população. Francisco Campos realçou o facto de a considerada restrição de empregos não constituir uma quebra na convivência social dos munícipes do Mungo. “É só ver que não é por causa disso que recebemos e atendemos mal os que vêm de fora para trabalhar aqui”, desabafou o Tio Chico, como é carinhosamente tratado por familiares, amigos e conhecidos. Trauma do transporte, agora no bolso Ti Chico recordou os traumas vividos pela população do Mungo, no período em que a estrada que liga a pacata vila ao Bailundo estava totalmente esburacada. “Para sair de lá para cá, as pessoas tinham de fazer um dia ou mais de viagem, num percurso de apenas 60 quilómetros”, contou o nativo, realçando que, actualmente, os problemas do género passaram para o bolso do cidadão, que tem de custear o táxi com 500, mil Kwanzas ou mais, quando há poucos carros. Para alívio da população, segundo narrou, um empresário da sede da província, a quem denominou de Yamba-Yamba, colocou uma frota de transportes públicos e cobra apenas 500 Kwanzas pela corrida do municípios do Huambo para o do Mungo e vice-versa. O ancião gostava que a Administração local interviesse junto do Governo Provincial do Huambo e este, por sua vez, com o Executivo Central, a fim de favorecer apoio, no sentido de se garantir a asfaltagem das ruas principais e secundárias da vila do Mungo. A energia é outro problema que o ancião quer ver resolvido, já que, de acordo com o próprio, actualmente até as instituições do Estado se socorrem da luz eléctrica de grupos geradores e painéis solares instalados em algumas instituições, tal como referiu o hospital principal da vila. Outra questão muito invocada pelos munícipes prende-se com a falta de água potável, sobretudo nas zonas mais distantes da sede municipal, onde os habitantes não têm muitas alternativas senão ir em sua busca nos rios e nos poços.


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Deficiência não pode servir de pretexto para não alcançar objectivos O director nacional da inclusão de pessoas com deficiência, Micael Daniel, disse ontem, que a deficiência não pode servir de pretexto para não se alcançar objectivos. O director foi chamado a prelectar o primeiro Encontro Motivacional sobre Inclusão Social (EMIS), organizado pela Associação Nacional dos Estudantes Universitários com Deficiência (ANEUD) em parceria com o Grupo de Motivação para Inclusão arquivo

à sua condição física. Sempre defendeu que está ciente das dificuldades arquitetónicas e que estava disposto a ultrapassá-las.

Miguel Matos, ANEUD Micael Daniel, ao meio, durante uma visita a Zona Económica Especial, onde trabalham muitas pessoas com deficiência

Romão Brandão

O

Anfiteatro do Departamento de Arquitectura da Faculdade de Engenharia da Universidade Agostinho Neto acolheu o primeiro EMIS, um encontro que trouxe um ciclo de palestras de carácter motivacional com o objectivo de promover a inclusão social e motivar as pessoas a superar as suas dificuldades pessoais e profissionais. Sob o lema “a melhor versão de si”, Micael Daniel foi convidado a prelectar no encontro, no qual reconheceu que existem na nossa sociedade ainda há muitas barreiras

comportamentais e infra-estruturais que as pessoas com deficiência devem estar dispostas a ultrapassar. Para chegar onde chegou, ao cargo de director nacional da Inclusão de pessoas com deficiência, Micael Daniel teve de passar por várias barreiras, pois conta que, “enquanto estudante de Direito da Universidade Agostinho Neto, a primeira barreira foi a arquitectónica, uma situação que me deixou desconfortável, como cadeirante, mas, independentemente disso, nada me impediu de realizar o meu sonho, que era o de tornar-me jurista”. Os colegas, pacientemente, carregavam-no até ao segundo andar, subindo e descendo as escadas, para que assistisse às aulas. Houve

Durante muito tempo a sociedade disse para nós que as pessoas com deficiência não prestam, não servem, o que tem feito com que muitos se retraiam. Por outra, algumas pessoas com deficiência procuram vitimizar-se, quando podem usar isso como trampolim”

professores que lhe disseram que, por causa da sua deficiência, não seria possível ser advogado, porque, segundo eles, o advogado está sempre na correria para resolver os processos. “Dentro de mim, se o advogado para exercer a sua profissão com zelo e dedicação basta que tenha as faculdades mentais em condições, o que tem a ver a deficiência com isso? Todos devemos contornar os obstáculos, a deficiência não nos deve servir de pretexto para não alcançarmos os nossos objectivos. A deficiência é uma condição e não um estado da pessoa”, disse. Micael Daniel lembra que, quando começou o estágio como advogado, notava que havia um certo receio, por parte dos patrões, de lhe delegarem tarefas, devido

Ir à luta independente da deficiência Por não querer ser um advogado invisível, e sim trabalhar nos tribunais, Micael conseguiu conquistar o seu espaço e esteve a trabalhar no Tribunal Dona Ana Joaquina, onde reivindicou várias vezes a falta de acessibilidade, a publicações, a vídeos e às redes sociais. “Durante muito tempo, a sociedade disse para nós que as pessoas com deficiência não prestam, não servem, o que tem feito com que muitos se retraiam. Por outra, algumas pessoas com deficiência procuram vitimizar-se, quando podem usar isso como trampolim”, sublinhou Micael Daniel. Em jeito de remate, o director nacional disse que todas as pessoas com deficiência devem interiorizar que independentemente disso, são cidadãos, têm direitos e condições de dar resposta às situações, sem que os outros tenham pena. “Devem ir à luta, independentemente da deficiência”, incentivou. Nesta primeira edição, o EMIS contou com oradores e músicos como Miguel Buila e Socorro, a Miss Cadeirante, Victória José, o activista Kelson António, o líder associativo Miguel Matos, para além do advogado e activista Micael Daniel. Miguel Matos, que também faz parte da organização, fez um balanço positivo, em entrevista ao Jornal OPAÍS, uma vez que participaram no evento mais de 200 pessoas. Dada a forma como o público encarou o evento, a ANEUD pensa, no próximo ano, transportar a mesma dinâmica às outras províncias para além de Luanda. Além da exposição de obras dearte feitas por pessoas com deficiência, o evento ofereceu ao público um momento cultural, com música, teatro, poesia e sorteio de livros.



cartaz seu suplemento diário de lazer e cultura

Anna Joyce “aquece motores” para abrir a III temporada do projecto Duetos N’Avenida cedida

Por conta de ter sido “descoberta” por Anselmo Ralph, considerado dos mais destacados músicos da nossa praça, alguma vez se sentiu pressionada ou debaixo da sombra do cantor? Sim, várias vezes. Sempre que se falasse de mim, associavamme ao Anselmo, e levou algum tempo até eu conquistar a minha individualidade e identidade musical.

“Sou apaixonada pela vida e pela família. Todo o resto é extra”

Em várias declarações públicas, Anna deixa claro que se não fosse cantora seria uma dona de casa. Tem conseguido conciliar a casa com e s s a paixão com a música? Sim, mas não é nada fácil. A estrada da música tem uma dinâmica peculiar. Nem sempre os horários são precisos, correctos, nem sempre conseguimos organizar as coisas com antecedência. É necessário muito jogo de cintura. Mas tem corrido bem.

Antónia Gonçalo

A

cantora Anna Joyce, que abre na Casa 70 a terceira temporada do Duetos N’Avenida com Konde Martins, no dia 27 de Setembro, vive o entusiasmo por ter sido convidada pela Zona Jovem Produções para um projecto com trajectória de grandes shows. Fã de Konde, ela conhece todo o repertório do colega e está anciosa por cantar a canção “Kátia”, durante o con-

certo: “Adoro essa música! A letra é um pouco polémica, tem uma melodia linda e foi cantada com alma. É a minha cara!”. A seguir os melhores trechos de uma entrevista exclusiva a O PAÍS. Como tem sido a sua experiência no mercado da música? Pensou duas vezes antes de colocar o pé nesse universo? Sim, pensei muitas vezes. Já entrei para a música com a minha família constituída, então tive que ponderar muita coisa. Não foi uma decisão tomada de ânimo leve.

O conceito é diferente, e só isso já o torna especial. É uma oportunidade não só de cantar com alguém, mas de conhecermos um pouco mais uma pessoa que trabalha no mesmo meio que nós

Vivemos o momento de libertação feminina! Como vê a consdição da mulher poe hoje poder escolher o que quiser ser? Acho óptimo que a mulher tenha escolha de ser o que quiser e quem quiser ser. A liberdade é fundamental para a vida de qualquer ser humano. E a mulher, com todas as características próprias que lhe assistem, precisa dessa liberdade para explorar a sua criatividade, que durante séculos esteve meio que adormecida. Só agora nós começamos a nos descobrir e tem sido lindo! Nas suas músicas, as relações amorosas têm quase sempre des-

taque! Considera-se uma mulher apaixonada? Quais são as suas paixões? Muito apaixonada pela vida em si e pela minha família. Todo o resto é extra. Como recebeu o convite para fazer parte da terceira temporada do Duetos N´Avenida? Qual a sensação de ser cabeça de cartaz e abrir a sequência de shows? Foi com muito prazer, afinal cantar é o que eu gosto de fazer. Sinto alguma responsabilidade em fazer bonito, muito por csusa dos colegas que já estiveram no palco dos Duetos e pelos que ainda vão estar também. Isso de abrir ou fechar, para mim, é irrelevante. O mais importante é servir as pessoas com boa música , diversão e fazer suscitar emoções ao ouvirem-me. É nisso que penso quando estou em palco. Qual a sua opinião sobre o conceito do projecto Duetos N’Avenida? O conceito é diferente, e só isso já o torna especial. É uma oportunidade, não só de cantar com alguém, mas de conhecermos um pouco mais uma pessoa que trabalha no mesmo meio que nós. Com esse conhecimento vem o respeito e a admiração. É importante isso entre os artistas. E o Duetos tem proporcionado isso. Este projecto está de parabéns! A Anna conhece as músicas do Konde? Já esteve com ele em palco alguma vez? Conheço todas as músicas que farão parte do show. Então já é mais fácil para mim. Já estive como convidada num show dele, mas nunca cantamos juntos. Vai ser a primeira vez. Qual a música do Konde que a Anna não pode deixar de cantar? “Katia”, porque adoro essa música! É das canções do Konde que mais se parece com as músicas que eu faço. A letra é um pouco polémica, tem uma melodia lin-


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da e foi cantada com alma. É a minha cara! (risos). No dueto de Ary e Kyaku, foi feita uma homenagem para Anna pela música “Destino”. No momento em que esteve em palco, deu para perceber a energia do Duetos N´Avenida? Como se sentiu? Deu, sim, para sentir a força desse projecto. O público foi super carinhoso e o momento foi inesperado. Foi das melhores coisas que já me aconteceu enquanto cantora. É a única voz feminina na final do “Top dos mais Queridos” e com uma composição sua. Até que

Percurso Considerada a princesa da “Bom Som”, de que é integrante, produtora sob a chancela do músico Anselmo Ralph, Anna Joyce tem disponivel no mercado o álbum “Reflexos”, além da música “Destino”, que a elegeu finalista este ano do Top dos Mais Queridos, uma inicia-

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ponto isso é gratificante? É muito gratificante para mim enquanto cantora, compositora e mulher. É um orgulho estar nomeada. Mas não posso deixar de lamentar o facto de haver apenas uma mulher. Queria ter mais senhoras ao meu lado. Não podemos continuar a ser minoria num país onde somos a maioria. O que nos reserva Anna Joyce depois do sucesso “Destino”? Depois do “Destino” vem muito mais. Aguardem! *Marlene Lopes

tiva da Rádiodifusão Nacional de Angola (RNA), cuja gala de consagração do vencedor acontece na véspera da sua participação no projecto Duetos N’Avenida. Tem feito várias participações como júri em vários concursos, designadamente “Afilhados”, da Rádio Mais, adstrito ao grupo Media Nova e mais recentemente no Unitel Estrelas ao Palco, uma plataforma visa descobrir novos talentos para música.

Primeiro presidente de Angola, António Agostinho Neto

Escolas promovem reflexão do legado de Agostinho Neto

A

s escolas da província do Huambo vão, durante este mês, realizar reflexões em torno da vida e obra do fundador da Nação, António Agostinho Neto, visando perpectuar o seu legado O anúncio foi feito na Sexta-feira, nesta região, pela governadora local, Joana Baptista Cândido, durante a abertura da jornada comemorativa ao 17 de Setembro, dia do 1º Presidente de Angola e herói da nação. “Orientamos o gabinete da Educação para que, neste mês, possa realizar em todas escolas uma reflexão sobre Agostinho Neto, incentivando os alunos a fazer redacções sobre a vida e obra do fundador da nação”, informou. Segundo a governadora, Agostinho Neto deve ser lembrado todos os dias, porém, o dia dedicado a ele representa uma grande oportunidade para o aprofundamento da reflexão da sua dimensão política, humanista e poéti-

ca. Aos presentes na cerimónia, Joana Baptista Cândido recordou que o 1º Presidente de Angola sempre colocou, em primeiro lugar, os interesses da pátria, facto que deve inspirar as gerações actuais e vindouras. Disse que o pensamento de Agostinho Neto transcende as fronteiras nacionais, por ser um político de reconhecimento internacional, sobretudo em África, onde ajudou muitos países a se tornarem inde-

O acto de abertura da jornada alusiva ao Dia do Fundador da Nação e Herói Nacional foi marcado com a apresentação do livro “Augusta Conchiglia, fotógrafa de Neto: da Guerrilha aos primeiros anos de independência”

pendentes. O acto de abertura da jornada alusiva ao Dia do Fundador da Nação e Herói Nacional foi marcado com a apresentação do livro “Augusta Conchiglia, fotografa de Neto: da Guerrilha aos primeiros anos de independência”. A iniciativa foi da Fundação António Agostinho Neto, cuja directora, Cherone Campos, marcou presença no evento, assim como o administrador do Memorial Agostinho Neto, Adriano Mixinge. Trata-se de um álbum com mais de mil fotografias inéditas tiradas ao fundador da nação pela jornalista italiana Augusta Conchiglia, 50 anos depois da sua primeira publicação, em 1969. Nascido a 17 de Setembro de 1922, em Icolo e Bengo, província de Luanda, António Agostinho Neto morreu, por doença, a 10 de Setembro de 1979, em Moscovo, capital da Rússia. Além de político, destacou-se na medicina e na literatura, com a publicação de várias obras poéticas.


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cartaz

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Filme

Lee Israel: a original história de uma falsificadora literária

cartas de personalidades como Dorothy Parker, Noël Coward ou Ernest Hemingway, vendendoas a livreiros na qualidade de autênticas relíquias (ainda que não

tenha feito fortuna com elas). É considerada uma das mais bem-sucedidas falsificadoras da história da literatura e as memórias deste episódio da sua vida es-

tão plasmadas no livro Can You Ever Forgive Me?, que deu origem ao filme homónimo realizado por Marielle Heller e protagonizado por Melissa McCarthy A personagem verídica de Lee Israel é, até à data, uma das interpretações mais exigentes e brilhantes de McCarthy, actriz que nos habituámos a ver no género da comédia (A Melhor Despedida de Solteira, Armadas e Perigosas) e que com esta mudança de registo alcançou a sua segunda nomeação para um Ólee Israel óscar na última edição dos prémios da Academia. Ao seu lado, um não menos notável Richard E. Grant, no papel de Jack Hock - o amigo da escritora que pactuou com o seu ato criminoso -, foi também nomeado, na categoria de melhor actor secundário, e a proeza estendeu-se ainda ao argumento adaptado. Apesar destes bons indicadores e do entusiasmo geral da crítica americana, Can You Ever Forgive Me? - Memórias de Uma Falsificadora Literária não chegou às salas de cinema portuguesas. Estreia agora no pequeno ecrã e conta as peripécias de uma mulher, à falta de melhor termo, desembaraçada… Quando o filme começa, deparamo-nos com alguém de feitio amargo e difícil cujo nome não progride no meio literário, preci-

MOSTRA

APELO

Celebridade

aviso

Exposição “Idiossincrasias” inaugurada no Instituto Camões

Michelle Obama partilhou foto única dos seus tempos de estudante

Rosto de Simon Cowell causa preocupação entre os fãs

Nicki Minaj anuncia que vai deixar a música

Está patente desde Quinta-feira, 5, no Instituto Camões, em Luanda, a exposição de pintura e desenho “Idiossincracias”, do artista plástico Paulo Kussy, que reafirmam traços identitários . O corpo humano é a marca do artista e o seu inesgotável território de reflexão, criação e inspiração, daí que, segundo Paulo Kussy, as obras retratam as suas próprias memórias, revendo-se nas correntes de representação na arte contemporânea que visam “celebrar o corpo, que é o maior objecto de estudo”.

Na passada Quinta-feira, 5, comemorou-se o Dia Internacional da Caridade, motivo pelo qual Michelle Obama decidiu partilhar uma importante mensagem na sua conta de Instagram. Para tal aproveitou o facto de estarmos em plena época de regresso às aulas, para abordar precisamente o assunto. “Já passamos o Dia do Trabalhador, por isso, estou a pensar em todos os jovens que vão voltar às escola e a reflectir nos meus tempos de estudante em Chicago”, começa por referir a antiga primeira-dama norteamericana.

Nos últimos meses, Simon Cowell fez drásticas alterações na sua alimentação. Depois de um pequeno susto em casa, onde desmaiou e caiu das escadas, o jurado de formatos de entretenimento de música introduziu uma dieta vegan e perdeu 10 quilos nos últimos meses, mas a sua aparência mudou um pouco. Na passadeira vermelha do novo America’s Got Talent, o produtor de 59 anos surgiu com algumas mudanças no seu rosto e os fãs não deixaram de perguntar o que se passa com o jurado.

A rapper Nicki Minaj anunciou que se irá retirar do mundo da música para “ter a sua própria família”. A cantora deixou os fãs sem palavras após ter feito o anúncio na rede social Twitter . De acordo com o jornal espanhol El Mundo, até os media especializados em música ficaram sem palavras ao saber da notícia, visto que a artista tem estado muito ativa nos últimos meses. Nicky Minaj lançou o seu último single, Megatron, há cerca de três meses e tem aproximadamente 64 milhões de visualizações no YouTube. A cantora terá casado com Kenneth ‘Zoo’ Petty, e embora não exista confirmação oficial alterou o seu nome no Twitter para “Mrs. Petty”.

Can You Ever Forgive Me? - Memórias de Uma Falsificadora Literária, chegou ontem aos ecrãns. Ao longo do mês de Setembro, os canais TV Cine exibem quatro filmes que não estrearam nas salas de cinema portuguesas

O

caso que tornou famosa a autora nova-iorquina Lee Israel (19392014) é, no mínimo, insólito: no início da década de 1990, ao longo de três anos, forjou mais de 400

samente devido à falta de paciência para a autopromoção nos círculos influentes. Por essa altura, com três biografias publicadas - da actriz Tallulah Bankhead, da jornalista Dorothy Kilgallen e da empresária Estée Lauder -, a segunda, na lista de best-sellers do The New York Times, Lee Israel é uma escritora pouco conhecida mas que não cede às estratégias editoriais propostas pela sua agente para ganhar reputação. Porém, tem a renda da casa em atraso e uma gata doente, a precisar de ser observada por um veterinário. E não há dinheiro. Um dia, estando a pesquisar material para uma biografia da comediante Fanny Brice (que não chegou a avançar), rouba uma carta original datilografada por essa estrela da Broadway e, ao reparar no largo espaço em branco depois da assinatura, acrescentou-lhe, num ímpeto de engenho, um divertido P.S. que valorizou o objecto na hora da venda. Este foi o primeiro dos seus delitos, que rapidamente se estenderam a outras celebridades como a escritora Dorothy Parker ou o dramaturgo Noël Coward, com sumarentas epístolas redigidas numa máquina de escrever vintage e todo um minucioso processo de falsificação, desde o envelhecimento do papel à rubrica. Fonte: Diário de Notícias



Economia

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DR

Conselhos de Administração das empresas públicas devem ser nomeados mediante “contrato Programa”

C

PR aprova criação de armazéns aduaneiros nas zonas de comércio fronteiriço Novas estruturas podem estabelecerse nas zonas comerciais fronteiriças angolanas. Trata-se dos Armazéns Aduaneiros, cuja construção doravante está autorizada nas zonas de comércio fronteiriço

André Mussamo

O

Presidente da República acaba de aprovar a criação de Armazéns Aduaneiros nas Zonas de Comércio Fronteiriço, através da publicação de um Decreto Presidencial que autoriza tais infraestruturas. O Decreto Presidencial, datado de 2 de Setembro, autoriza a construção de Armazéns Aduaneiros que serão locais constituídos por um ou mais edifícios para depósito de mercadorias cativas de direitos e demais imposições aduaneiras ou de outros impostos, cuja cobrança esteja cometida a Administração Geral Tributaria, AGT, e/ou mercadorias cujo desembaraço lhes pertença. Tais infra-estruturas poderão ser de carácter e iniciativa privadas através da concessão de autorização de construção total ou parcial e exploração ou terceirização, ficando a cargo da AGT o direito de avaliar os critérios de

aprovação de tais operadores. Os armazéns aduaneiros localizar-se-ão ao longo das fronteiras terrestres, obedecendo ao estipulado no Código Aduaneiro, na Pauta Aduaneira em vigor e no Regulamento sobre o Funcionamento de Armazéns Aduaneiros nas zonas de comércio fronteiriço, que foi publicado como anexo ao Decreto Presidencial que vimos citando. Estas infra-estruturas estão a ser pensadas para atender às necessidades de mercado aberto, com a existência de um ambiente de negócio favorável, que potencia o aumento das transacções comerciais transfronteiriças, nas quais operam várias pessoas que exercem actividade pessoal ou colectiva. Assim, transcorrido o prazo de 60 dias da publicação do Decreto Presidencial (2 de Setembro de 2019), a criação de mais uma estrutura facilitadora do comércio transfronteiriço poderá começar a tornar-se realidade.

ontribuir, a longo prazo, para uma mudança de mentalidades em matéria de boa governação das empresas angolanas e, em especial, das empresas públicas e de domínio público que integram o sector da energia e águas, é uma das recomendações saídas do I Congresso sobre “boa governação”. A celebração de “contratos programas”, ao invés de mera confiança política para o desempenho de funções nos conselhos de administração das empresas públicas produtivas, pode ser um caminho para tornar o sector público empresarial competitivo, defenderam alguns participantes no evento. O conclave sobre “boa governação” é uma promoção do Ministério da Energias e Águas com a coordenação científica da ACGA- Associação de Corporate Governance de Angola. O evento decorreu durante dois dias e juntou na mesma sala todas as estruturas directivas das mais de 20 empresas produtivas daquele departamento governamental, tendo produzido 20 recomendações, todas elas viradas para a melhoria do desempenho e eficácia das empresas. Recrutar gestores públicos com base na meritocracia,

“profissionalizando” a actividade de administração, promover a celebração de contratos-programa entre o Estado e as empresas públicas, nos quais sejam claramente definidas as metas que os gestores públicos devem atingir e realizar a avaliação de desempenho dos administradores, com base em critérios pré-definidos, são apenas algumas das recomendações do conclave. A inclusão da figura do administrador independente nos Conselhos de Administração, a definição do conteúdo das funções dos administradores não executivos e dos administradores independentes e fazer das estruturas fiscalizadoras entes mais acutilantes sãos outras sugestões. Segundo o titular da pasta, João Baptista Borges, este evento tem relevado importância para o Sector de Energia e Águas, numa altura em que se pretende atingir a sustentabilidade empresarial, com base na rentabilidade, melhores práticas de gestão e assegurar a maior transparência na prestação de contas para a melhoria da articulação funcional entre o Ministério e suas empresas tuteladas, nomeadamente as empresas públicas de electricidade e de água.

Participantes ao Congresso sobre “boa governação” do sector da energia e águas


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Moxico expectante com revitalização da Fazenda de Camaiangala A anunciada revita-

lização da Fazenda Agro-Industrial de Camaiangala, na província do Moxico (Leste de Angola), está a gerar uma enorme expectativa nas autoridades e população locais, ansiosas por ver este empreendimento a produzir alimentos, criar empregos e promover o desenvolvimento sócio-económico da região, fundamentalmente nas áreas rurais

O

s contratos de concessão do projecto de revitalização da fazenda foram aprovados pelo Decreto Presidencial número 91/16, de 4 de Maio de 2016, que delegou poderes ao Ministério da Agricultura, para a sua execução. A concessão tinha uma duração de 60 anos, com opção de se estender por mais 30 anos, num investimento estimado em 100 milhões de dólares americanos, sendo USD 55,6 milhões durante os primeiros três anos de actividade. De acordo com o governador provincial do Moxico, Gonçalves Muandumba, para quem o pleno funcionamento da fazenda pode resolver os problemas alimentares da população da região e não só, o relançamento do Projecto AgroIndustrial de Camaiangala está a depender do futuro vencedor do concurso público aberto no dia 16 de Junho deste ano para a sua privatização. Com uma área de 70.400 Hec-

Cidadãos depositam esperança na reabertura da Fazenda Camaiangala para voltarem a ter emprego no Moxico

tares, a fazenda, criada em 2014, tinha, como principais culturas, grãos, sementes de óleo e arroz. Na época agrícola 2014/15, produziu três mil toneladas de milho, encontrando-se inactiva desde 2016, por falta de financiamento. Inicialmente, a fazenda era suportada por uma empresa de portfólio do Fundo de Investimento Agrícola, a “Private Equity África Agriculture” (Fazangola), administrada pela “Quantum Global Group”. Tinha como propósito, nos cinco anos subsequentes, cultivar 26.600 Hectares de terra, com uma potência de produção agrícola de 100 mil toneladas de produtos diversos, visando a redução da dependência do mercado internacional em termos de aquisição de alimentos. O projecto Fazangola previa, ainda, a médio prazo, transformar a Camaiangala num parque de agro-negócios, onde seriam desenvolvidas actividades adicionais

Além da produção de milho e soja, a fazenda chegou a criar cerca de 180 suínos, para a alimentação dos trabalhadores de agro-alimentação e processamento. Pretendia, igualmente, ser um operador do sector agrícola responsável e respeitador da legislação angolana, aplicando as me-

lhores práticas internacionais, para mitigar o impacto social e ambiental das suas operações. Fornecer produtos agrícolas e serviços básicos de Saúde e Educação à população local, assim como desenvolver as melhores práticas de agricultura sustentável que respeitem os biótopos, era, também, um dos objectivos do projecto. No acto de apresentação do concurso público para a privatização de quatro fazendas, a chefe do departamento de Privatizações do Estado, Ana Paulo, revelou que as mesmas estão avaliadas entre 22 e 35 milhões de dólares americanos. Por seu turno, o administrador executivo do IGAPE, Gilberto Luther, elucidou que o processo foi desencadeado por iniciativa do Instituto de Gestão de Activos e Participação do Estado (IGAPE), e estende-se até este mês de Setembro. Afirmou que o mais importante para o Estado, neste segundo processo de alienação, é dar priorida-

de a investidores nacionais ou estrangeiros que consigam activar e dinamizar a capacidade produtiva da fazenda. Depoimento de antigo técnico da fazenda Um dos funcionários da Fazenda de Camaiangala acredita que, caso seja relançado, o empreendimento pode “brilhar” em termos de produtividade. Contratado pela antiga gestão – Cofergepo – para prestar serviço de manutenção do equipamento da fazenda, o técnico agrónomo afiançou que, em 2017/2018, a unidade agrícola produziu cerca de 400 toneladas de milho e 35 de soja. Depois de lamentar que, actualmente, a fazenda só dispõe de cinco trabalhadores, apenas para fazer a manutenção do equipamento técnico, lembrou que, em 2017/18, o empreendimento também produziu fuba de milho, pela empresa chinesa “Citic”, em parceria com a Gesterra. Ainda segundo o especialista, além da produção de milho e soja, a fazenda chegou a criar cerca de 180 suínos, para a alimentação dos trabalhadores, mas, devido à falta de um veterinário e fármacos para o tratamento adequado, o número reduziu para 60. Desolação dos habitantes dos bairros que circundam a fazenda O soba Camuleque, líder do bairro com o mesmo nome, que dista sete quilómetros da fazenda, disse que, apesar da produção anterior não ter beneficiado de forma directa os habitantes da aldeia, a unidade ajudou muito, ao oferecer empregos a cerca de 50 jovens da localidade. Assim, o também camponês sugeriu ao Governo que, além de dar prioridade à implementação de grandes empreendimentos agropecuários, também preste atenção às pequenas empresas e à agricultura familiar, que “fazem a economia acontecer”. A autoridade tradicional disse ter consciência da crise económica que afecta o país e encorajou o Executivo no sentido de revitalizar o funcionamento da fazenda, para empregar o pessoal local e contribuir para a melhoria das condições de vida da população. Disse que valorizava e tinha boas recordações do emprego, por lhe ter permitido construir a sua casa no bairro Mazemba, que dista 17 quilómetros da fazenda, bem como sustentar e matricular o filho no ensino secundário, na sede municipal de Camanongue, “o que antes era impossível”.


Mercados

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O montante de divisas comercializadas pelo BNA durante o mês de Setembro deverá fixar-se em 750 milhões USD A quantidade a ser disponibilizada por via de leilões de preços representa um aumento de 50% face ao mês anterior, o que poderá reflectir-se na depreciação do Kwanza

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Mercado Monetário nível de dolarização da economia fixou-se em 48% Julho. O nível representa um aumento de 6 p.p. face ao período homólogo, reflexo da apetência dos clientes por produtos em moeda externa, devido as incertezas que o processo de depreciação está a causar no valor do Kwanza. Crescimento da Economia A economia deverá contrair 2,2% em 2019, segundo as projecções de Agosto do The Economist. A taxa representa uma melhoria de 0,4 p.p. face às projecções de Julho, mas um agravamento face ao ano de 2018 quando as estimativas apontavam para a contracção de 2,1%. Mercados de Títulos As yields dos Eurobonds na maturidade a 2028 recuaram 0,28 p.p., na última semana, ao fixar-se em 7,406%. O desempenho poderá reflectir a expectativa sobre a evolução da produção de petróleo no país, com efeitos nos custos de financiamento externo do país, proximamente. Mercado de Trabalho

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A taxa de desemprego referente ao IIº trimestre fixou-se em 29%. O dado produzido pelo Instituto Nacional de Estatística, representa um agravamento de 0,2 p.p. face às estatísticas de Fevereiro último, e continuam a reflectir a contracção da economia apurada nos últimos anos. Espaço Internacional EUA O défice comercial referente ao mês de Julho reduziu 2,74% ao fixar-se em 53,9 mil milhões USD. O aumento das exportações em 0,6% associada à redução das importações em 0,1% suportaram o desempenho apurado, que poderá impactar na atenuação das tensões comercias. China O montante de divisas comercializadas pelo BNA durante o mês de Setembro deverá fixar-se em 750 milhões USD. A quantidade a ser disponibilizada por via de leilões de preços representa um aumento de 50% face ao mês anterior, o que poderá reflectir-se na depreciação do Kwanza. Alemanha A produção industrial contraiu 0,6% em termos mensais em Julho. A variação representa uma melhoria face à contracção de 1,1% do mês anterior e reflecte o desempenho negativo na produção de energia e bens de capital, com efeito sobre o crescimento da economia. África do Sul O Produto Interno Bruto (PIB) anualizado referente ao IIº trimestre cresceu 3,1%. O desempenho representa uma recuperação face à contracção de 3,1% do trimestre anterior, reflexo do aumento da produção de mineração, com efeitos sobre a criação de emprego.



Mundo

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Irão alerta que “resta pouco tempo” para salvar acordo nuclear de 2015 O Irão anunciou ontem, Sábado, que mantém o mesmo grau de transparência para com a Agência Internacional de Energia Atómica, nas suas actividades nucleares desde o acordo nuclear em 2015, mas alerta que resta pouco tempo para o salvar

N

uma entrevista a vários jornalistas, transmitida em directo pela televisão, o porta-voz da Organização Iraniana de Energia Atómica, Behrouz Kamalvandi, precisou que o Irão vai continuar a permitir o acesso dos inspectores da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) às suas instalações nucleares, mas avisou que “os europeus devem perceber que não resta muito tempo” para salvar o acordo de 2015. O pacto foi assinado entre o Irão e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança

da ONU (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China), mais a Alemanha, e previa o levantamento de sanções internacionais em troca de limitações e maior vigilância do programa nuclear iraniano. Um ano após o anúncio da decisão norte-americana de abandonar o acordo, o Irão declarou que não se sentia obrigado a continuar a respeitar alguns dos seus compromissos plasmados no pacto enquanto os restantes signatários não conseguissem ajudá-lo a contornar as sanções dos Estados Unidos Na ocasião, o porta-voz referiu-se à nova fase do plano de redução de

compromissos assumidos pelo Irão perante a comunidade internacional sobre a sua actividade nuclear,

mas Behrouz Kamalvandi adiantou que o Irão tem capacidade para ir além do enriquecimento de 20%

do urânio, segundo refere a AP. De acordo com os analistas, este nível de 20% está apenas a um pequeno passo técnico do enriquecimento a 90%, que é o nível usado em armamento. As declarações do porta-voz da Organização Iraniana de Energia Atómica surgem na véspera da reunião da Agência Internacional de Energia Atómica com as autoridades iranianas. “O director geral interino da AIEA, Cornel Feruta, vai viajar para Teerão no Sábado para se reunir com as autoridades iranianas no Domingo, dia 8 de Setembro”, divulgou a agência num comunicado emitido na Sexta-feira. Segundo o documento, esta visita de Cornel Feruta faz parte das “interações em curso” entre o Irão e a AIEA, acrescentando que inclui “a verificação e monitorização” da agência ao acordo de Viena, assinado em 2015, sobre a energia nuclear iraniana. Na Sexta-feira, a Comissão Europeia instou o Irão a retroceder na intenção de reduzir os seus compromissos nucleares assumidos com a comunidade internacional, no âmbito do acordo assinado em 2015, pedindo que Teerão “não prejudique” tal protocolo.

Rússia e Ucrânia têm em marcha troca de 70 prisioneiros A Rússia e a Ucrânia têm em marcha a troca de 70 prisioneiros, sendo esta a primeira operação do género desde o início da crise entre os dois países, em 2014, indicou fonte do Governo ucraniano DR

Aeronave ucraniana desembarcando cidadãos russos

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itada pela AFP, a mesma fonte indicou que 35 pessoas de cada uma das partes integram esta troca de prisioneiros que era aguardada pela Ucrânia. Estes números incluem os 24 marines ucranianos capturados no ano passado pela Rússia, segundo indicou o advogado que representa os militares. Na Quinta-feira, o Presidente russo, Vladimir Putin, anunciou a conclusão para breve de uma troca “em grande massa” de prisioneiros com a Ucrânia, uma medida que assinala um declínio nas tensões entre os dois países. “Estamos a aproximar-nos da finalização das negociações”, indicou Putin no Fórum Económico do Oriente, acrescentando que “a tro-

ca será em grande massa” e que a sua data “será conhecida em breve”. “Será uma normalização completa das nossas relações. É inevitável. Somos duas partes da mesma pessoa”, referiu o Presidente russo. Dois autocarros foram vistos a sair ontem da prisão de alta segurança de Lefortovo, em Moscovo, marcando o início desta troca de prisioneiros entre os dois países. As imagens foram transmitidas em direto pela televisão estatal russa. Em Julho, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, propôs à Rússia trocar o cineasta ucraniano Oleg Sentsov, condenado a 20 anos de prisão por Moscovo, pelo jornalista Kirill Vyshinskiy julgado por “alta traição” em Kiev. No entanto, no passado dia 28 de Agosto, um tribunal ucra-

niano libertou o jornalista Kirill Vyshinskiy, que estava detido há mais de um ano. Kirill Vyshinskiy, de dupla nacionalidade ucraniana e russa, coordenador da redacção de Kiev da agência estatal russa RIA-Novosti, estava detido desde que tinha sido julgado e condenado por acusações de traição, em Maio de 2018, tendo agora saído em liberdade condicional. Vários meios de comunicação e autoridades ucranianas avançaram nas últimas semanas que a troca de prisioneiros – cerca de trinta de cada lado – entre Moscovo e Kiev, a primeira em vários anos, poderia ser realizada em breve e incluir os 24 marinheiros ucranianos detidos na Rússia, após um incidente naval em Novembro passado. O conflito entre os dois países intensificou-se em 2014, quando a Rússia anexou a península da Crimeia. Desde então, dezenas de ucranianos e de russos foram detidos por acusações de traição ou de incitamento ao separatismo.


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Países fazem pacto de defesa da Amazónia

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Sete dos nove países que compartilham a Amazónia acordaram na Sexta-feira, na Colômbia, medidas para proteger a maior floresta tropical do planeta, atingida por incêndios e desmatamentos, no meio à reacção do Brasil em defesa da sua soberania

O

s mandatários e representantes de Brasil, Colômbia, Peru, Equador, Bolívia, Guiana e Suriname encerraram a “Cúpula Presidencial” pela Amazónia na cidade de Leticia, com o compromisso de executar “medidas concretas” para o território amazônico, essencial para o equilíbrio climático. Só faltaram a Venezuela, que não foi convidada, e a Guiana Francesa, território ultramarino desse país europeu. “Estamos aqui para assinar o Pacto de Leticia, no qual nos coordenamos, no qual trabalhámos harmonicamente por objectivos comuns (...), que nos comprometem e nos motivam a proteger a nossa Amazônia”, disse o Presidente colombiano, Iván Duque. Duque qualificou o acordo e a reunião como históricos, por considerá-los uma passagem das pala-

vras à acção. O mandatário convocou o encontro de urgência, numa iniciativa conjunta com seu par peruano, Martín Vizcarra, diante dos recentes incêndios no Brasil e na Bolívia. Ataque a Macron Questionado internacionalmente por suas respostas aos graves incêndios na Amazónia brasileira, o Presidente Jair Bolsonaro esteve ausente do encontro por motivos médicos. No entanto, por video-conferência, o Presidente defendeu que o grupo enviasse a mensagem de que a soberania de cada nação sobre a Amazónia é “inegociável”. “Nós temos de tomar posição firme na defesa da nossa soberania para que cada país possa, dentro da sua terra, desenvolver a melhor política para a região amazónica”, declarou. As chamas que arrasam uma parte da Amazónia do Brasil, onde fica 60% dessa floresta, provocaram

Presidentes “da Amazônia” assinaram pacto de defesa da maior floresta do mundo

uma crise ambiental e diplomática para o Governo brasileiro, que defende a mineração em reservas indígenas e áreas protegidas. Bolsonaro afirmou que as críticas contra sua gestão da crise ambiental - disparadas principalmente pelo mandatário francês, Emmanuel Macron - vêm de “pessoas de outro mundo, que, verdadeiramente querem se apropriar” das riquezas da Amazónia. “O Presidente da França precipitou-se, mas um plano para tornar esta grande área um património mundial ainda continua no tabuleiro do jogo”, afirmou. O texto final incluiu o pedido de Bolsonaro, representado em Leticia pelo seu chanceler, Ernesto Araújo, para reafirmar “os direitos soberanos dos países da região Amazónica sobre seus territórios e seus recursos naturais”. No Brasil, de Janeiro a 5 de Setembro, os satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) contabilizaram 96.596 focos de incêndio, 51,4% deles na região amazónica. “Acções concretas” O tratado obriga a trabalhos conjuntos de mitigação, protecção e prevenção na floresta, coordenação das nações para enfrentar as causas do desmatamento, como a mineração, o narcotráfico, a extensão ilegal da fronteira agrícola e a exploração ilegal de minerais. Além disso, cria uma rede amazónica de cooperação diante de desastres naturais e mobiliza recursos, públicos e privados, para implementar o pacto. É necessário “somar acções concretas porque somente a boa vontade já não é suficiente. Requeremos acções pelo bem da Amazónia e de todo o planeta”, destacou Vizcarra. O Presidente boliviano, Evo Morales, afirmou que “a mãe terra está em risco de morte” pela mudança climática, pelas afectações às fontes hídricas e pelo consumismo “excessivo”.

Papa denuncia o desmatamento excessivo em Madagascar

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Papa Francisco lançou ontem Sábado um alerta por causa do “desmatamento excessivo” de Madagáscar e sugeriu que as autoridades criem empregos que respeitem o meio ambiente para tirar as pessoas de uma precariedade “desumana”. Após a sua visita de menos de 48 horas a Moçambique, o Papa abordou directamente a questão no seu primeiro discurso em Madagáscar, também um dos países mais pobres do planeta. O pontífice argentino incentivou o país a lutar contra “a corrupção e a especulação que aumentam a desigualdade social”. “Devemos enfrentar as situações de grande precariedade e exclusão que ainda produzem condições de pobreza desumana”, afirmou Francisco. O Papa, muito sensível à questão da preservação do planeta, que ele chama “lar comum”, estava especialmente preocupado com o “desmatamento excessivo em favor de alguns” na ilha. Incêndios florestais, caça furtiva, exploração desenfreada de florestas preciosas, exportações

ilegais: as causas são muitas, disse o Papa, para quem “isso compromete o futuro do país”. Em Madagáscar, a quinta maior ilha do mundo, com 587.000 km2 e 25 milhões de habitantes, nove em cada dez pessoas vivem com menos de dois dólares por dia. E as actividades das florestas “às vezes garantem sua a sobrevivência”, reconheceu o pontífice. Ontem à noite, o Papa encontrou cerca de 12.000 jovens escoteiros católicos malgaxes, para uma noite de oração num campo preparado para a ocasião.

“Devemos enfrentar as situações de grande precariedade e exclusão que ainda produzem condições de pobreza desumana”


ACTUAL

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Angola vê Qatar como potencial parceiro económico dr

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João Lourenço foi recebido no aeroporto de Doha pelo ministro dos Transportes do Qatar, Jassim Saif Al Sulaiti

Angola escolheu o Qatar como parceiro económico na estratégia de alargar o leque de investidores, razão por que o país se prepara para assinar hoje (Domingo) acordos com este emirato do Médio Oriente

e acordo com o ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, o Qatar é conhecido pelo nível de desenvolvimento e capacidade de transformar os rendimentos petrolíferos e do gás como motor da sua economia. No quadro da estratégia governamental de captar investimento para Angola, encontra-se desde o princípio da noite deste Sábado em Doha o Presidente da República, João Lourenço,

O governante acredita que o potencial do país nos vários domínios é motivo de atracção, já que o Qatar tem disponibilidade financeira, até por via das suas participações, para ajudar Angola

e sua delegação. João Lourenço foi recebido no aeroporto de Doha pelo ministro dos Transportes do Qatar, Jassim Saif Al Sulaiti A visita pode abrir uma nova era de cooperação entre os dois povos, pois a capacidade interventiva do Qatar em mercados fora do seu território será aproveitada com apresentação de propostas de interesse comum. Manuel Augusto considera a visita oficial de João Lourenço como estratégia de alargamento de parcerias económicas, por isso vai servir para mostrar as oportunidades que o Qatar e

suas empresas precisam para participar no desenvolvimento de Angola. O governante acredita que o potencial do país nos vários domínios é motivo de atracção, já que o Qatar tem disponibilidade financeira, até por via das suas participações, para ajudar Angola. Actualmente, o pequeno e rico emirado dispõe de seis fundos soberanos com reservas bilionárias e Domingo, nos encontros do Chefe de Estado com as autoridades locais e classe empresarial deste país, se saberá se vai investir nos projectos de concessões e privatizações em infra-estruturas já definidos pelo Governo angolano. “Desta visita do Presidente da República pode resultar bom casamento entre a necessidade que o Qatar tem de expandir e diversificar os seus investimentos e a necessidade que Angola tem de potenciar a sua disponibilidade de recursos da mais variada origem e beneficiar, então, desta disponibilidade financeira que este estado do Golfo tem”, disse. O chefe da diplomacia angolana reiterou que Domingo (hoje) serão assinados quatro acordos com as autoridades locais, destacando-se os dos sectores dos transportes marítimos e portuários, cooperação técnica comercial e econónima, além de outros instrumentos transversais. Qatar e Angola têm uma economia dependente do petróleo. Os asiáticos são os líderes mundiais no rendimento per capita e possuem grandes depósitos de gás natural, compreendendo mais de cinco por cento do total das reservas do planeta Terra. A economia do Qatar é extremamente dependente do petróleo explorado no país. O sector petrolífero compreende mais de 70 por cento do rendimento total do Governo, mais de 60 por cento do produto interno bruto e aproximadamente 85 por cento do saldo total de exportação.


Gisela Silva

Jornalista Apresentadora

Sílvia Borges

Albino Capitango

Jornalista

Jornalista Apresentador

Mário Silva

Higino Alfredo

Sonorizador

Apresentador

Claudimer da Costa Repórter

Josefa Kiala Recepcionista

Cláudio Dias Jornalista

Rádio Mais

A Rádio que virou notícia e que se mantém no topo das audiências

Huíla 91.3 FM

Teodoro Albano

Jornalista Apresentador

Luanda 99.1 FM Huambo 89.9 FM Benguela 96.3 FM


desporto

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Espanha tenta “assalto” aos quartos-de-final do Mundial dr

A Gerson Gonçalves, branco, atleta do cinco angolano

Selecção joga cartada decisiva para chegar aos Jogos Olímpicos Caso vença esta manhã a Tunísia de Mário Palma, às 9:00 (hora de Angola), no Campeonato do Mundo que decorre na China, o combinado angolano garante presença no torneio pré-olímpico de acesso aos Jogos Olímpicos de Tóquio de 2020 Kiameso Pedro

A

Selecção Nacional sénior masculina de basquetebol defronta hoje a Tunísia, de Mário Palma, na Arena Wukesong Sport, na cidade chinesa de Beijing, em partida a contar para as classificativas do 17º ao 32º posto do Mundial da China. Em caso de vitória, o combinado angolano carimba o passe para o torneio pré-olímpico de acesso aos Jogos Olímpicos de Tóquio de 2020. Deste modo, o cinco nacional está proibido de repetir os erros do passado, tendo perdido para o

Irão por 62-71, uma vez que vai defrontar uma formação que tem atletas táctica e tecnicamente bem doptados. O encontro entre as duas agremiações promete ser renhido do primei-

A Selecção Nacional está proibida de errar, uma vez que vai defrontar uma selecção que tem um técnico que conhece bem o baquetebol angolano

ro ao último minuto, uma vez que os tunisinos têm um treinador que bem conhece o basquetebol angolano. Em declarações à imprensa, o técnico norte-americano William Voigt disse que os atletas estão preparados para enfrentar os tunisinos, mas admitiu dificuldades. Outras partidas: O selecção do Irão terá pela frente as Filipinas às 13:00. A Côte d’Ivoire, já sem qualquer hipótese, joga com a Coreia do Sul, às 9:00, ao passo que a Nigéria mede forças com a China, às 13:00. Por sua vez, o Senegal defronta amanhã a Jordânia, às 9:00. (hora de Angola)

selecção de Espanha bate-se hoje com a Sérvia, em partida a contar para os oitavos-de-final, na Arena Wuhan Sport Center, às 13:30 (tempo de Angola). Neste desafio, os espanhóis são favoritos a vencer, mas terão de ter cautelas, uma vez que os servios não darão facilidades. Aliás, terminaram na liderança do grupo D com seis pontos. Na outra partida a contar para o acesso aos quartos-de-final, a Polónia

mde forças com a Argentina, às 13:00. Por sua vez, a Itália defronta o Porto Rico, às 9:30. A Venezuela terá pela frente a Rússia, ao passo que a República Dominicana bate-se amanhã com a Lituânia, às 9:00. A República Checa defronta a Grécia, enquanto a França enfrenta a Austrália, na arena Gymnasium of Youth Olympic, às 13:30. O EUA encara o Brasil na arena Shenzhen Sport Center, às 13:30.

Grande Prémio de Itália agita Circuito de Monza

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Ferrari facturou a ‘pole position’ em casa para o Grande Prémio de Itália hoje, às 14:00, diante das arquibancadas lotadas de Monza. Charles Leclerc brilhou novamente e garantiu seu quarto ‘pole’ na temporada. Mas a sessão terminou com um desfecho estranho, depois de os carros não conseguirem tempo para abrir uma última tentativa de volta rápida.

Na sessão de ontem, Charles Leclerc com uma performance inspirada em Monza, o monegasco aproveitou a grande fase depois de ter vencido pela primeira vez no Mundial na semana passada. Com uma performance contundente, Leclerc garantiu nada menos que a seu primeiro lugar deste temporada.


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Nelson da Luz regressa aos relvados na Quarta-feira

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treinador-adjunto do 1º de Agosto, Ivo Traça, disse ontem à imprensa que o avançado Nelson da Luz está a recuperar de uma lesão muscular contraída no fim da temporada passada. Ivo Traça assegurou que na próxima Quarta-feira o referido jogador estará afastado da lesão, pelo que será opção no desafio frente ao Green Eagles FC da Zâmbia aprazado para 29, no Estádio 11 de Novembro, em Luanda, a partir das 17 horas. O desafio entre ambos é a contar para a segunda-mão da última eliminatória de acesso à fase de grupos da Liga dos Clubes Campeões da CAF. “O Nelson está a recuperar. Estamos satisfeitos. Na Quarta-feira já estará livre desta lesão”, garantiu. Ontem, o 1º de Agosto bateu-se com o Progresso do Sambizanga, cujo resultado foi um empate a duas bolas. Segundo Ivo Traça, foi importante o 1º de Agosto ter jogado com os sambilas.

Jogadores da Selecção Nacional numa sessão de treinos

Chester Williams enluta râguebi mundial O antigo praticante de râguebi, Chester Williams, morreu na passada Sexta-feira, aos vítima de um ataque cardíaco, aos 49 anos, na cidade do Cabo. O desportista sul-africano, foi o primeiro negro a conquistar o título mundial pelos springboks, em 1995, frente à Nova Zelândia e logo no campeonato organizado na África do Sul. Chester Williams foi um dos maiores impuslionadores para o término do regime Apartheid. Chester Williams foi distinguido como o melhor jogador do ano em 1994. Chester Williams foi eleito jogador do ano na África do Sul em 1994. Contudo, as lesões foram uma constante ao longo da carreira. Reformou-se em 2001 e começou a orientar a equipa de sevens sul-africana, os Blitzboks. Mais recentemente, trabalhava como treinador de râguebi universitário.

Palancas labutam para o jogo da segunda mão diante da Gâmbia so à fase de grupos qualificativa ao Mundial do Qatar de 2022. Na sessão de hoje, o seleccionador nacional, Pedro Gonçalves, vai trabalhar a recuperação física dos jogadores, para depois olhar para os aspectos defensivos e ofensivos. Em declarações à imprensa, o técnico português Pedro Gonçalves disse que o grupo está bem anímicamente, mas admitiu que o embate da segunda-mão será complicado. “Temos que ser mais agressivos no desafio da segunda-mão. Temos que estar focados em manter a vantagem, porque a Gâmbia provou no seu reduto que tem argumentos”,

afirmou. No embate da primeira mão, na cidade de Bakau, os Palancas Negras derrotaram os gambianos por uma bola sem resposta. O único golo da partida teve a assinatura de Wilson Gaspar, aos 32 minutos.

Portugal prepara desafio com a Lituânia

Samuel Eto’o “pendura” as chuteiras aos 38 anos

“Voltarei, não sei onde, não sei como”

A selecção de Portugal mede forças na próxima Terça-feira, com a similar da Lituânia, no Estádio LFF, em jogo a contar para a sexta jornada do grupo B da fase preliminar de acesso ao Euro de 2020. Neste embate, a combinado das quinas parte como favorita, uma vez que tem um plantel superior ao da Lituânia.

Samuel Eto´o, de 38 anos, decidiu ontem colocar um ponto final na carreira de futebolista. O anúncio foi feito através das redes sociais. “O fim, rumo a um novo desafio. Obrigado a todos, muito amor, adrenalina”, escreveu, no Instagram o agora antigo avançado camaronês, considerado um dos melhores jogadores africanos de todos os tempos.

O antigo presidente da FIFA e da UEFA, Michel Platini, de 64 anos, está pronto para voltar ao futebol. “Voltarei, não sei onde, não sei como. Fui vítima de uma conspiração da FIFA e do Ministério Público suíço”, afirmou à televisão suíça RTS.

Kiameso Pedro

A

Selecção Nacional de futebol de honras começa hoje, às 9:00, os trabalhos de preparação no Estádio 11 de Novembro, em Luanda, visando o jogo diante da Gâmbia marcado para a próxima Terça-feira. O embate entre os angolanos e os gambianos contará para a segunda-mão das preliminares de aces-

Escorpiões aguardados A selecção da Gâmbia desembarca hoje no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, em Luanda, onde amanhã efectua o treino de adaptação e reconhecimento ao Estádio 11 de Novembro.

Andressa Morais suspensa por doping A atleta brasileira Andressa de Morais, candidata à medalha no lançamento do disco no Campeonato do Mundo de Doha, foi ontem suspensa provisoriamente por doping depois de testar positivo para uma substância anabolizante (SARM), de acordo com a Unidade de Integridade do Atletismo (AIU). Andressa, 28 anos e dona da sexta melhor marca mundial em 2019 na prova, melhorou o próprio recorde sul-americano a 6 de Agosto, quando conquistou a medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Lima, atrás da cubana Yaimé Pérez, com um lançamento de 65,98 metros.


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O PAÍS Domingo, 08 de Setembro de 2019

J.L.F CANALIZAÇÃO & PRESTAÇÃO DE SERVIÇO

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TEMPO

PAÍS Domingo, 08 de Setembro de 2019

31

Fonte: INAMET

PREVISÃO DO TEMPO *** 3 DIAS *** PARA AS PRINCIPAIS CIDADES Válida de 08 a 10 de Setembro de 2019 CIDADE

Mín

Das 18 horas do dia 07 às 18 horas do dia 08 de setembro de 2019

REGIÃO NORTE: Províncias de Cabinda, Zaire, Bengo, Luanda, Uíge, Malanje, Cuanza-Norte, Cuanza-Sul, Lunda-Norte, LundaCéu pouco ou parcialmente nublado, passando a muito nublado INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGOA E GEOFÍSICA - CENTRO NACIONAL DE PREVISÃO DE TEMPO (CNPT) durante a madrugada e manhã, nas províncias de Luanda, PREVISÃO DO TEMPO *** 3 DIAS *** PARA AS PRINCIPAIS CIDADES, validade 8 a 10 de setembro de 2019 Cabinda, Zaire, Uíge, Malanje e no Litoral de Cuanza-Sul. Ocorrência de chuva fraca, localmente moderada, acompanhada Data 08 / 09 / 2019 Data 09 / 09 / 2019 Data 10 / 09 / 2019 por vezes de trovoada, em alguns municípios da província do Estado do Tempo Máx Mín Máx Mín Máx Estado do Tempo Estado do Tempo Uíge, ao anoitecer. Possibilidades de ocorrência de chuvisco disperso e/ou neblina matinal em alguns municípios das Pouco a muito nublado, chuvisco/neblina matinal Parcialmente nublado, neblina matinal Parcial a muito nublado, chuvisco 20 19 29 28 29 províncias de Luanda, Cabinda, Zaire, Bengo, Uíge, Malanje, Parcial a nublado, chuvisco/ neblina matinal Parcial a nublado, chuvisco/ neblina matinal Ceu parcialmente nublado 21 21 28 28 29 Cuanza-Norte, Cuanza-Sul e Lunda-Norte. Pouco a parcialmente nublado, neblina matinal Pouco ou parcialmente nublado Parcialmente nublado 18 19 25 26 26 Parcial a muito nublado, neblina matinal Parcialmente nublado Parcialmente nublado, chuvisco 20 20 31 31 30 REGIÃO CENTRO: Províncias de Benguela, Huambo, Bié e Parcial a muito nublado, neblina matinal Parcial a muito nublado, chuvisco/ neblina Parcialmente nublado 18 17 30 30 30 Moxico Parcial a muito nublado, chuvisco/ neblina Parcialmente nublado, neblina matinal Parcial a muito nublado 18 18 29 29 28 Céu geralmente pouco nublado, apresentando-se nublado Pouco ou parcialmente nublado Parcialmente nublado, neblina matinal Parcialmente nublado, chuvisco 19 18 28 27 29 durante a madrugada e manhã ao longo da faixa do litoral, com Parcialmente nublado Pouco ou parcial nublado, neblina matinal Parcialmente nublado possibilidades de ocorrência de neblina matinal em alguns 18 17 30 29 29 Céu pouco nublado a limpo, neblina matinal Pouco nublado, neblina matinal Pouco a parcial nublado, neblina matinal municípios da província de Benguela. 21 22 32 32 33

LUANDA

20

CABINDA

22

SUMBE

19

CAXITO

21

MBANZA CONGO

18

UIGE

17

NDALATANDO

18

MALANJE

17

DUNDO

22

SAURIMO

18

33

Céu limpo, por vezes pouco nublado

19

32

Céu limpo, por vezes pouco nublado

18

32

Pouco ou parcialmente nublado

BENGUELA

20

27

Parcial a pouco nublado

21

27

Parcial a pouco nublado

20

28

Parcial a pouco nublado

HUAMBO

09

30

Céu limpo, por vezes pouco nublado

09

29

Céu limpo, por vezes pouco nublado

08

30

Céu limpo, por vezes pouco nublado

CUITO

17

31

Céu limpo

16

30

Céu pouco nublado ou limpo

17

30

Céu pouco nublado ou limpo

LUENA

16

32

Céu limpo

15

31

Céu pouco nublado ou limpo

16

31

Céu pouco por vezes limpo

LUBANGO

17

30

Céu pouco nublado ou limpo

18

30

Céu limpo

19

30

Céu limpo

MENONGUE

16

31

Céu pouco nublado ou limpo

16

30

Céu pouco nublado ou limpo

15

30

Céu limpo

MOÇÂMEDES

17

25

Pouco ou parcialmente nublado, neblina matinal

16

25

Parcialmente nublado, neblina matinal

16

25

Parcialmente nublado

ONDJIVA

18

34

Céu limpo

19

33

Céu limpo

19

34

Céu limpo

O (a) Meteorologista: Miguel Pedro

REGIÃO SUL: Províncias do Namibe, Huíla, Cunene e Cuando Cubango Céu pouco nublado ou limpo, apresentando-se temporariamente nublado ao longo da faixa do litoral. Ocorrência de neblina matinal em alguns municípios da província de Namibe.

Luanda, 07 de setembro de 2019

Aeroporto Internacional 04 de Fevereiro, Rua 21 de Janeiro – Tel. 949320641 – Luanda. Site: http://www.inamet.gov.ao; emails: geral@inamet.gov.ao / geral.inamet@angola-portal.ao

TEMPO no mar Fonte: INAMET

BOLETIM METEOROLÓGICO PARA A NAVEGAÇÃO MARÍTIMA 1. SITUAÇÃO GERAL ÀS 15:00 TU DO DIA 07 DE SETEMBRO DE 2019: Circulação de sul a sudoeste, fraca a moderada em toda região marítima. INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA E GEOFÍSICA - INAMET 2. PREVISÃO VÁLIDA ATÉ ÀS 18:00 TU DOCentro DIA Nacional 08 DE SETEMBRO DE 2019: de Previsão do Tempo SEM AVISO.

BOLETIM METEOROLÓGICO PARA A NAVEGAÇÃO MARÍTIMA

1. SITUAÇÃO GERAL ÀS 15:00 TU DO DIA 06 DE SETEMBRO DE 2019: Circulação do quadrante Noroeste a oeste fraca entre os paralelos 4°S a 12°S (Cabinda, Zaire, Bengo, Luanda e Cuanza Sul), Circulação do Oeste fraca a moderada entre o paralelos 12°S a 18°S (Benguela e Namibe). 2. PREVISÃO VÁLIDA ATÉ AS 18:00 TU DO DIA 07 DE SETEMBRO DE 2019: NÃO HÁ AVISO REGIÃO

VENTO

ESTADO DO TEMPO

(AT É 20 0 MILHAS DA CO ST A)

ALTURA DA ONDA (METROS)

ESTADO DO MAR

DIRECÇÃO FORÇA (KT)

Cabinda (4°S – 6°S)

Neblina

Zaire, Bengo, Luanda e Cuanza-Sul (6°S – 12°S)

Neblina ou Nevoeiro

Benguela (12°S – 14°S)

Neblina

Namibe (14°S – 18S)

Neblina

VISIBILIDADE HORIZONTAL (KM)

Noroeste

7 á 11

Até 1.0

Pouco agitado

Fraca a mode rada durante manhã (Inferior a 5)

Noroeste a Oeste

7 á 12

Até 1.2

Pouco agitado

Fraca durante manhã (Inferior a 3)

Sudoeste

6 á 13

Até 1.5

Pouco agitado

Fraca durante manhã (Inferior a 4)

Sul

Até 16

Até 2.0

Agitado

Fraca durante manhã (Inferior a 3)

3. DESCRIÇÃO SINÓPTICA DAS 18:00 UTC DO DIA 07/09/2019 ÀS 18:00 UTC DO DIA 08/09/2019 O anticiclone de Santa Helena, encontra-se mais a sudoeste, com a pressão central máxima de 1030hPa. Deste modo, prevê-se estado do mar pouco agitado, com ondas até 1.5 metros de altura em toda região marítima. 4. CARTA DO VENTO MÁXIMO E DA ALTURA DA ONDA MÁXIMA PREVISTA Os contornos a cores indicam a altura máxima da ondulação e os contornos em tom cinza indicam os possíveis incrementos das vagas devido à influência do vento local.


Última

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O PAÍS Domingo, 08 de Setembro de 2019

Crianças na Huíla disputam concurso de soletração em dia dedicado à alfabetização Israel Campos

O Meninos participantes no “Soletrar Huíla”

Hoje, dia 08 de Setembro, celebra-se o Dia Internacional da Al-

fabetização. Em homenagem a esta efeméride, uma organização de jovens da província da Huíla, inspirada na iniciativa de Naira Wylson, professora, decidiu realizar, às 15 horas, no Shopping XYAMI do Lubango, a final do concurso “Soletrar Huíla”

INBAC quer gestão sustentável no Parque Nacional Maiombe O Instituto Nacional da Biodiversidade e Áreas de Conservação (INBAC) defendeu, na Vila de Buco-Zau, a cerca de 120 quilómetros a norte de Cabinda, a revisão da situação das empresas licenciadas pelo Ministério dos Recursos Minerais e Petróleos para exploração mineira

F

alando num workshop organizado pelo INBAC para a apresentação do Plano de Gestão do Parque Nacional Maiombe, apontou a necessidade de se reavaliar o impacto ambiental na zo-

na proposta para exploração de petróleo, que coincide com a zona de alto potencial de biodiversidade. Os participantes no encontro destacaram ainda que se deve fortalecer as relações inter-sectoriais a todos os níveis, nas questões refe-

rentes à agricultura itinerante, caça furtiva, garimpo da madeira e minerais, produção de carvão vegetal, emissão de licenças e os mecanismos de operações para assegurar a preservação e gestão sustentável dos recursos naturais. Desincentivar e combater a compra de bebés de primatas de que se pressupõe a morte de seus progenitores, pelos caçadores, e implementar a mesma medida para os papagaios cinzentos e outras espécies em vias de extinção constam igualmente nas decisões saídas no workshop. O INBAC, principal regulador dos parques nacionais, entende que o perigo do aumento da população humana, bem como das ac-

“Soletrar Huíla” faz parte do projecto “Ler, Crescer e Aprender” que visa criar e incentivar hábitos de leitura bem como promover motivos de lazer no seio das crianças da província da Huíla, através da realização de concursos de soletração, construção de bibliotecas nas comunidades e colocar baloiços nos bairros, segundo nos disse Manuel das Mangas, membro da organização do evento. O concurso de soletração foi lançado no passado mês de Julho, via publicações nas redes sociais e outros, o que resultou na inscrição independente de 11 crianças de distintas escolas da província, sendo que uma viuse impossibilitada de concorrer por ter uma idade inferior à exigida nos critérios de inscrição. A primeira eliminatória aconteceu no dia 18 de Agosto, também no Shopping XYAMI Lubango, e registou uma presença significativa de encarregados de educação, professores e interes-

tividades económicas nas zonas de transumância está na base do conflito homem e elefantes no Parque Nacional Maiombe. Para isso, foram analisadas regras, incluindo épocas venatórias para licenciamento de caça de subsistência aos residentes do Parque Nacional Maiombe legalmente identificadas, com propostas de alteração dos termos de planos subsidiário de novoss programas. Alinhar o plano de gestão com planos directores provinciais e municipais, no âmbito das autarquias locais, identificar e sinalizar as zonas de entrada e de circulação dos animais do Parque, em particular dos elefantes, foram igualmente aspectos que mereceram a atenção dos participantes. Solicitou-se ainda, da parte de todos os intervenientes do Parque Nacional Maiombe, nomeadamente madeireiros, exploradores de mineiros, caçadores, autorida-

sados. Nesta fase, foram eliminadas, das 10 iniciais, 6 crianças, pelo que as 4 restantes apuraram-se para disputar a vitória na grande final de hoje. Belmira Satumbula, França Sacato, Carla Tchiteculo, todas de 10 anos de idade, e Crisnísia Carlos, a mais velha, de 13 anos, são as 4 finalistas que irão disputar os primeiro, segundo e terceiro lugar da competição. Os apoios anónimos e de algumas instituições garantiram prémios atractivos para os participantes, tais como cursos de inglês e outros artigos. Manuel das Mangas, pela organização, assegurou que se pretende que esta iniciativa seja de carácter anual, desvendando-nos, em exclusivo, a intenção de organizar, ainda este ano, um concurso de soletração mais abrangente que deverá seleccionar crianças dos 14 municípios que constituem a província da Huíla. A título de apelo, Das Mangas acredita que é muito importante que mais iniciativas deste género nasçam em outros cantos do país, concluindo dizendo que “imitações do projecto são muito bem-vindas”.

des da administração municipal do Buco-Zau e tradicionais, uma colaboração integrada para a obtenção de melhores resultados no desafio de conservação e gestão sustentável do referido Parque. O Parque Nacional Maiombe foi criado mediante o Decreto Presidencial número 38/11, com o objectivo de proteger, conservar e garantir a gestão sustentável dos ecosistemas da Floresta do Maiombe e o desenvolvimento sócio-económico das comunidades. A floresta do Maiombe comporta uma diversidade de fauna e flora com árvores frondosas que podem atingir 50 metros de altura, incluindo espécies preciosas de madeiras e de animais em risco de extinção. Faz fronteira com o Congo Brazaville e com a RD do Congo, constituindo parte integrante da Área Transfronteiriça do Maiombe e ocupa uma área de cerca de 290 mil hectares.


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