nOVO RECRuTAMEnTO nA EduCAÇÃO ARRAnCA EM OuTuBRO
OPERAÇÃO TRAnSPARÊnCIA MOSTRA RESuLTAdOS dE uM AnO
O Ministério da Educação começará a recrutar novos professores a partir do próximo mês, revelou ontem, em Luanda, a titular da pasta, Maria Cândida Teixeira, em declarações à imprensa. P. 12
Mais de 12 mil quilates de diamantes, 23 milhões de Kwanzas e um milhão de dólares foram apreendidos em um ano. Segundo as autoridades, o garimpo de diamantes e a imigração ilgal punham em causa a Segurança Nacional. P. 10 Director: José Kaliengue
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O DIÁRIO DA NOVA ANGOLA Edição n.º 1602 Sexta-feira, 20 /09/2019 Preço: 40 Kz
PARALISAÇÃO dAS OBRAS dO nOVO AEROPORTO CuSTA uSd 1 MILHÃO POR MÊS
Polícia abre inquérito após denúncia sobre consumo de liamba em esquadra de Viana ● O porta-voz do Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional, Hermenegildo de Brito, revelou ontem, a OPAÍS, que estão a averiguar as denúncias de que alguns dos efectivos consomem estupefaciente liamba na esquadra. P.12
EM FOCO: Há mil milhões e 400 milhões de dólares disponibilizados pelo Governo chinês
que não estão a ser usados para a conclusão da obra. Por cada mês de atraso, Angola poderá ter de pagar um USD um milhão, e já lá vão seis meses. A construtora está de mãos atadas e teve de desmobilizar pessoal e meios. Oficialmente, do Ministério dos Transportes OPAÍS obteve apenas silêncio. P. 2
Detectadas mais de 100 tentativas de duplo registo de nascimento ● Cento e 80 casos de tentativa de duplo registo de nascimento foram detectados, nos últimos quatro meses, pelo Serviço de Registo Civil e Notariado do município da Ganda, em Benguela, informou esta Quinta-feira, o seu responsável, Lucas Joaquim Alfredo. P. 24
Campeões de basquetebol em sub-16 e sub-18 ainda não receberam prémios
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● Os jogadores que venceram o Afrobasket 2013 em Antananarivo, Madagáscar, e em Kigali, no Rwanda, em 2016, aguardam do Ministério da Juventude e Desportos pela merecida premiação. P. 26
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O PAÍS Sexta-feira, 20 de Setembro de 2019
Obras do novo aeroporto de Luanda “paradas” pelo Governo há seis meses Há mil milhões e quatrocentos milhões de dólares disponibilizados pelo Governo chinês que não estão a ser usados para a conclusão da obra. Por cada mês de atraso, Angola poderá ter de pagar um USD um milhão, e já lá vão seis meses. A construtora está de mãos atadas e teve de desmobilizar pessoal e meios. Oficialmente, do Ministério dos Transportes OPAÍS obteve apenas silêncio José Kaliengue
“O
Gabinete de Obras do Novo Aeroporto Internacional de Luanda diz que está a terminar o processo de relançamento das obras e promete que tão logo termine falará do assunto, mas não há data indicativa, porque o documento deverá, antes, ser aprovado superiormente”. Esta foi a reacção de um alto funcionário do Ministério dos Transportes, a única possível e ainda assim sob anonimato. Entretanto, com base no acordo, Angola pode já estar a perder dinheiro, USD 1 milhão por mês As obras do novo aeroporto internacional de Luanda estão paradas há seis meses e quando forem retomadas poderão não cumprir o prazo estabelecido pelo Governo para a sua entrega e inauguração, agendadas para 2022. A remobilização de meios técnicos, material, equipamento, pessoal qualificado e mão-de-obra de base (2 mil angolanos) poderá levar seis meses e a execução da obra mais dezoito meses, isso se o Governo não colocar sobre a mesa novas exigências de alterações. O que está em causa, em termos financeiros, agora, são mil milhões e quatrocentos mil dólares norte-americanos para a execução física de 85 por cento do plano geral do Novo Aeroporto Internacional de Luanda, valor já disponibilizado pelo Go-
O PAÍS Sexta-feira, 20 de Setembro de 2019
verno da República Popular da China e pronto a usar. A AVIC, uma empresa chinesa de engenharia que assinou um contrato com o Estado angolano em Fevereiro de 2017 para a conclusão do aeroporto, está, no entanto, de braços cruzados, à espera que o Governo apresente as suas propostas de correcção e optimização do projecto. O Governo, que “suspendeu” as obras, quererá fazer mais trabalhos na primeira fase, já que o projecto geral sempre previu uma segunda fase, para as chamadas obras secundarias. A falta de dinheiro e os limites impostos pelo FMI podem estar a forçar as “revisões” do Governo, que quererá, incorporar na primeira fase algumas empreitadas que julga indispensáveis, mas que esta-
Desde a placa de taxiamento, de aviões, a vista dos três terminais do Novo Aeroporto Internacional de Luanda
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vam inicialmente previstas para a segunda fase. Certificável e operacional As obras tiveram início com a construtora CIF, que mobilizou elas própria o investimento. Agora, a AVIC está contratada para dar continuidade ao projecto, que quando terminado e entregue deverá estar certificável e operacional, respeitando as regras internacionais de aviação civil, que comandaram também a elaboração do estudo de viabilidade, segundo fonte de OPAÍS. As obras da segunda fase são aquelas que não contam para a certificação, como um hotel ou o edifício para escritórios das companhias aéreas. Mas se o Governo as quiser incluir na primeira fase, colocar-se-á de imediato o problema do financiamento, já que, à partida, não estão incluídas no pacote de financeiro chinês para a conclusão do aeroporto. Há já um plano de trabalhos a executar e acordado. Esta pode ser uma das causas do atraso na execução da obra. Angola já perde dinheiro A cada mês que passa, com base no acordo, a AVIC entrega à empresa de fiscalização um relatório, esta, se validar os trabalhos executados, faz também chegar um relatório ao dono da obra, o Ministério dos Transportes, que , por sua vez, se concordar também, enviará o processo ao Ministério das Finanças. O último elemento nesta cadeia é o Banco Nacional de Angola, segundo Juan Shang, consultor chinês que acompanha a actividade de empresas do seu país em Angola. Apenas no fim deste percurso Angola activa o banco de financiamento chinês para o pagamento directo à empresa.
A gare executiva do aeroporto está totalmente concluída há quatro anos
Juan Shang diz, entretanto, que este tipo de acordos tem uma cláusula que prevê o pagamento de uma comissão pela imobilização monetária. Ou seja, como o Ministério dos Transportes não dá sequências aos três últimos autos ou relatórios da empresa já aprovados pelo fiscal de obra, interrompendo o processo que lava ao pagamento e imobilizando o financiamento no banco chinês, o Estado angolano fica obrigado a pagar qualquer coisa como um milhão de dólares por mês de “multa”. Apesar de no início Angola ter pago 15 por cento do valor global, segundo o contrato, nos meses seguintes a AVIC teve de obter financiamento pelos seus meios, totalizando trezentos milhões de dólares norte-americanos para financiar os trabalho, ficando, agora, também ela em dívida com credores, já que Angola parou o processo.
Fachada exterior do aeroporto e acesso à zona de embarque
Gigante lento Iniciado em 2007, o Novo Aeroporto Internacional de Luanda tem ainda incerto o prazo de conclusão, apesar de estar projectado para ser o primeiro grande hub na costa Ocidental de África, que tem outras pla-
A falta de dinheiro e os limites impostos pelo FMI podem estar a forçar as “revisões” do Governo
Corredor da ala executiva
cas giratórias em Addis Abeba, Joanesburgo e Cairo. A previsão aponta para um movimento de seis milhões de pessoas por ano, ficando Luanda como porta de entrada ou de ligação entre a África Oriental, parte do Médio Oriente e as Américas Central e do Sul. Entretanto, a gare executiva, com salas presidencial, ministerial e empresarial está completamente concluída, correndo o risco de degradação pela não utilização. Os três terminais da gare necessitam ainda de obras de acabamento e instalações e as duas pistas, uma delas desenhada para suportar os maiores aviões do mundo, carecem de uma ultima camada de pavimento. Entretanto, algumas obras como a linha férrea e outros acessos estão a ser executadas por diferentes empresas, chinesas também, em bom ritmo.
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dESTAQuES POLÍTICA. PÁG. 8 Organização Humanitária Internacional insta PGr a investigar demolições em Benguela
o editorial SOCIEdAdE. PÁG. 10 resultados de um ano da Operação Transparência apresentados hoje.
CARTAz. PÁG. 16 Mbanza Kongo forma guias turísticos.
ECOnOMIA. PÁG. 18 Ensa e empresas cervejeiras serão privatizadas ainda este ano.
MundO . PG. 22 Irão exige provas
de acusações e não descarta ‘guerra generalizada’.
O PAÍS Sexta - feira, 20 de Setembro de 2019
HOJE: os números do dia
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um jogo inglório
A
Ordem dos Advogados de Angola (OAA) lamentou ontem, no Namibe, a ausência de salas para estes profissionais nos tribunais superiores e de comarca, recentemente inaugurados, uma prática recorrente que menospreza o seu papel da administração da justiça. Nada de novo, apenas a constatação de que entre a teoria e a prática, em Angola, a distância é ainda insuperável. Assim é com os advogados, assim é com os jornalistas ante as fontes oficiais que preferem desaparecer por magia, como se calaram na matéria de capa desta edição, sobre o novo aeroporto internacional de Luanda. A ingenuidade é tão absurda que, ou alguém pensa que apenas falando materializa, ou que ainda há espaço para “chico-espertismos” e para o “jajão”. Ledo engano. Bem, talvez os ginásios sejam mais úteis.
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Subestações eléctricas, com capacidade de produzir 75 megawatts de energia no total , entraram em funcionamento na cidade de Cabinda e vão servir os bairros periféricos.
Mil imigrantes é o aumento que Angola teve desde ano 2017, segundo um relatório do Departamento de Assuntos Económicos das Nações Unidas, órgão encarregue de fazer este estudo.
Mil adultos foram matriculados e inseridas este ano no Programa de Alfabetização, para reduzir o número de pessoas iletradas no município do Andulo e do Cuito, na província do Bíé. Alunos da localidade do Gombe, município do Bungo, província do Uíge, deixaram de estudar em condições provisórias, com a inauguração de uma escola com sete salas.
o que foi dito
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Só com paz o continente poderá atrair o investimento privado estrangeiro, industrializar-se e passar a acrescentar valor aos seus principais produtos de exportação” João Lourenço Presidente da república de Angola
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A cultura de paz deve ser presidida por uma cultura de diálogo e deve ser nutrida com o tempo, num momento em que existem desafios do século” Audrey Azoulay Directora-geral da UNESCO
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O fundador da nação deve continuar a ser uma importante fonte de inspiração para a aplicação de valores importantes e positivos” Sianga Abílio Embaixador de Angola no Quénia
O PAÍS Sexta - feira, 20 de Setembro de 2019
5 e assim... José Kaliengue Director
El hombre dell pollo Hoje no online de O PAÍS leia a entrevista com o bispo Tirso Blanco e conheça mais sobre o Moxico e os seus problemas
O
www.opais.co.ao zabul (Afeganistão)Talibãs reivindicam o ataque que fez 15 mortos e 70 feridos, atingiu um hospital, e ameaçam com violência, processo eleitoral. Dizem que processo é manipulado por potências estrangeiras para a reeileção do actual Presidente (Dr)
o que vai acontecer Sociedade Os cidadãos que se deslocarem aos centros de emprego do Instituto Nacional de Formação Profissional (INEFOP) vão ter, a partir dos próximos dias, um atendimento mais esclarecedor, facilitado e com maior possibilidade de obter o seu primeiro emprego. A nova estratégia foi apresentada, na capital do país, pelo director geral do INEFOP, Manuel Mbangui, depois do encerramento do primeiro curso de formação e orientação profissional de 29 técnicos de emprego de vários pontos do país. Manuel Mbangui anunciou que esse processo de formação vai abranger mais de 200 técnicos de emprego e enquadra-se no plano estratégico do INEFOP de 2019.
Economia A procura de produtos alimentares e de bebidas não alcoólicas, em Angola, deverá atingir, até 2021, cerca de 21 mil milhões de dólares, acima dos 15 mil milhões em relação a 2017, abrindo novas oportunidades de produção, transformação e distribuição de produtos agro-alimentares. As previsões constam no relatório de revisões de Políticas de Investimentos (IPr) da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (CNUCED), apresentado recentemente, em Luanda. O documento destaca o Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (PrODESI) como importante instrumento de captação de investimentos para os sectores produtivos.
Música Luanda acolhe o maior festival de “House e Afro-House”, a partir de hoje, às 18h00, no Porto de Luanda, num projecto organizado pela Mix FM e a Unique Beverages. Entre as principais atracções do festival constam DJ internacionais de renome, como Mo Black, roger Sanchez, Enoo Napa, vibe e o grupo Afrokillerz. O elenco artístico convidado para esta edição inclui ainda os DJ angolanos Paulo e ricardo Alves, Kapiro, Nelasta, Bruno Tuga e Jorge Cadete. O esteilo em questão tem tido muita aceitação pelos jovens angolanos e sobretudo da cidade capital, portanto espera-se que os fazedores deste estilo consigam atrair mais dançantes naquele local da cidade
Cinema O Cinemax lançou em Luanda a primeira app de cinema em Angola. A APP Cinemax oferece uma nova experiência e serviços aos utilizadores e está disponível para smartphones e tablets através das plataformas android no google play e iOS, na app store. De acordo com uma nota de instituição, a app disponibiliza informação sobre todos os cinemas da rede Cinemax e permite consultar estreias, filmes em exibição, trailers, sinopses, horários, preços, promoções entre outras informações. A informação é dada em tempo real, de forma rápida, intuitiva e económica, já que tem um baixo consumo de dados. A aposta nesta nova tendência acontece numa altura em que o público de cinema quer estar mais e melhor.
meu novo amigo é daquelas surpresas que a vida nos oferece e que nos fazem lembrar que o início de cada dia é como abrir uma nova porta. Ele chama-se Benjamin Ruiz, não sei quando nos voltaremos a ver, mas certamente que não me esquecerei da singularidade do seu humor e da profissão que exerce e que o faz viajar o mundo inteiro. Bem, vamos, a profissão não tem nada de mais, ele é jornalista. Nasceu no México, filho de pais mexicanos e neto de avôs espanhóis “muito pobres” que migraram para o novo mundo em busca de oportunidades. Hoje, Benjamin tem nacionalidade espanhola e vive em Madrid, mas considera-se “um pouco tripeiro” porque gosta da cidade do Porto, no Norte de Portugal. Eu, duas, jornalistas argentinas, um executivo espanhol e Benjamin, conversávamos numa explanada de S. Paulo, no Brasil. E depois juntouse-nos outro jornalista mexicano, Roberto Morales. Falávamos de quase tudo, a nossa crise, com este namoro com o FMI, agora, afinal, ainda não vimos nada, palavra de argentina e jornalista, Lorena Rodrigues. Ok, volto à singularidade do Benjamin, um homem, normal, vistoso, que diz que encurta as mangas de todas as camisas que compra tem braços de Tiranossauro-rex. Bem, não é o único. Mas então, e as outras particularidades? Benjamim tem uma forma particular de ganhar a vida, ele vive do frango. Benjamim é editor de uma revista internacional que se dedica exclusivamente a escrever sobre o frango, criação, utensílios, técnicas veterinárias, concursos, feiras, mercado, etc. E quando os vizinhos querem saber dele, a resposta é sempre a mesma: “vivo escribiendo sobre el pollo”.
E também... Dia do Engenheiro Químico (Brassil) - 20 de Setembro Esta data tem como intuito homenagear os profissionais que possuem a função de trabalhar nas indústrias químicas. Essas pessoas desenvolvem produtos e realizam processos químicos que podem ser usados em escala industrial. Os engenheiros químicos desenvolvem produtos, mas, além disso, supervisionam e projectam as peças, artigos, artefactos e materiais que são feitos com substâncias extraídas a partir de derivados, como o petróleo, minérios, metais, sintéticos e produtos alimentares.
8 Media Nova, S.A Presidente do Conselho de Administração Filipe Correia de Sá Administradores Executivos Luís Gomes Paulo Kénia Camotim Propriedade : Socijornal Depósito Legal: Nº 244/2008 Contribuinte: 5417015059 Nº registo estatístico: 48058
O PAÍS Sexta- feira, 20 de Setembro de 2019
nO TEMPO dO KAPARAndAndA
Director Geral de Publicações: José Kaliengue jose.kaliengue@opais.co.ao
OPAÍS
Director: José Kaliengue Sub-Director: Daniel Costa, daniel.costa@opais.co.ao Chefe de Redacção: Eugénio Mateus, eugenio.mateus@opais. co.ao Grande repórter: André Mussamo andre.mussamo@opais.co.ao Editorias : Política: Ireneu Mujoco ireneu.mujoco@opais.co.ao (Editor) Sociedade: Paulo Sérgio paulo.sergio@opais.co.ao (Editor) romão Brandão romao.brandao@opais.co.ao (Sub-editor) Economia Luís Faria (Coordenador-Editor) luis.faria@opais.co.ao Desporto: Sebastião Félix sebastiao.felix@opais.co.ao (Editor) Mário Silva mario.silva@opais.co.ao (Sub-editor) Cartaz: Jorge Fernandes jorge.silva@medianova.co.ao (Sub-editor) Redacção: Norberto Sateco, Alberto Bambi, Augusto Nunes, rila Berta, Miguel Kitari, Domingos Bento, Neusa Filipe, Afrodite Zumba, Milton Manaça, Antónia Gonçalo, Maria Teixeira, Iracelma Kaliengue, Patrícia Oliveira, Stela Cambamba, Zuleide de Carvalho (Benguela),Brenda Sambo, Maria Custódia, Kiameso Pedro e Adjelson Coimbra. Arte: Ladislau Bernardo (Coordenador) valério vunda (Coordenador adjunto)Lourenço Pascoal, Annette Fernandes, Nelson da Silva e Francisco da Silva. Fotografia: Carlos Moco (Editor), Daniel Miguel (Sub-editor), Pedro Nicodemos, Jacinto Figueiredo, Carlos Augusto, virgílio Pinto, Lito Cahongolo (repórteres fotográficos), rosa Gaspar e Yuri dos Santos (Assistentes de Departamento) Revisão: António Setas Agências: Angop, AFP, reuters, Getty Images
Assistentes de Redacção: Antónia Correia, rosa Gaspar, Inês Monteiro e Sílvia Henriques Impressão e acabamento: DAMEr, S. A. Luanda Sul, Edifício Damer Distribuição: Media Nova Distribuição Tel: +244 943028039 Distribuidora@medianova.co.ao pontodevenda@medianova.co.ao Assinaturas: Bruno Pedro Tel: +244 945 501 040 Bruno.Pedro@medianova.co.ao Online: Venâncio Rodrigues (Editor)Isabel Dalla e Ana Gomes Sítio Online: www.opais.co.ao Contactos: info@opais.co.ao Tel: 914 718 634 -222 003 268 Fax: 222 007 754 Sede: Condomínio ALPHA, Talatona- Luanda. Tel: 222 009 444 república de Angola
Comercial e Marketing: Senda Costa 922682440 vladimir Teixeira email: comercial@medianova.co.ao Tiragem: 15 000 exemplares
1985
20 de Setembro de - Angola pede ao Conselho de Segurança da ONU que exija a retirada das tropas de Pretória do território angolano e a expulsão da África do Sul da organização mundial.
1995
20 de Setembro de. - Chega a Luanda o novo comandante das forças militares da Missão de verificação das Nações Unidas em Angola (UNAvEM III), Phillip valério Simbanda, de nacionalidade zimbabweana.
20 de Setembro de 1996 - Presidente da UNITA, Jonas Malheiros Savimbi pretende para si o estatuto de líder da Oposição, com prerrogativas consagradas constitucionalmente e resultante do voto expresso do eleitorado, de acordo com um documento entregue ao Governo.
CARTA dO LEITOR
Polícia repõe a ordem na centralidade do Kilamba Exmo. Senhor director do jornal OPAÍS, José Kaliengue. Antes de mais queira aceitar os nossos respeitosos cumprimentos. Escrevo pela primeira vez ao vosso jornal com o propósito de informar sobre um facto noticioso que terá passado despercebido a vossa equipa de reportagem. Trata-se da detenção de supostos marginais que se dedicavam a práticar furtos diversos na centralidade do Kilamba. Foram apanhados em flagrante delito com a ajuda dos moradores, nos quais me incluo, vários marginais e em situações distintas. O que mais nos chamou a atenção, e quero aqui abordar, é o facto de alguns dos supostos marginais serem os próprios moradores da centralidade. Não se tratam de adolescentes, mas de chefes de famílias, cujos filhos,
menores de idade, frequentam a mesma escola que os nossos (as suas vítimas). O que demonstra que os vizinhos, nesses locais, à semelhança do que acontece em outras partes do país, deixaram de ser considerados segunda família. De aqui também sublinhar, por não ter sido noticiado, a detenção do jovem Jorge Sebastião “Jó”, um indivíduo que se dedicava a roubos de acessórios de viaturas e bijutarias nas escolas. Um indivíduo que se fazia passar por estudante para ofeito. Esses factos julgo que mereciam ser estampados no vosso jornal para desencorajar acções do género, uma vez que os marginais aparentam ter uma apetência muito grande para cometer delitos na nossa cidade presumindo que todas as pessoas que aqui residem são afortunadas. O que não é verdade, como prova, estão aí os nossos dois vizinhos, um dos quais dizem ser dono de um ginásio, flagrados a roubar placas
Dr
de viaturas. Portanto, senhor director, envio a presente carta, via e-mail esperançoso de que seja divulgada no vosso espaço carta do leitor. Parabéns a Polícia Nacional por cerrar fileiras na nossa centralidade. Que esse
esforço seja extensivo a todas as zonas com elevados índices de criminalidade.
Manuel Alexandre Centralidade do Kilamba
Escreva para o Jornal OPAÍS através do e-mail info@opais.co.ao ou ligue para estes contactos Tel: 222 003 268 Fax: 222 007 754
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POLÍTICA
O PAÍS Sexta-feira, 20 de Setembro de 2019
vIrGÍLIO PINTO
OAA volta a queixar-se da falta de salas para advogados nos tribunais
A Administração Municipal de Benguela pondera demolir mais casas nas Salinas, alegando serem construções ilegais
Organização Humanitária Internacional insta PGR a investigar demolições em Benguela O representante da ONG nesta província admite haver fins
inconfessos para tantas demolições, sendo que a Administração Municipal de Benguela é citada pelos cidadãos por fornecer licenças para as respectivas construções Constantino Eduardo, em Benguela
O
director executivo da Organização Humanitária Internacional (OIH), Messelo da Silva, olha para a questão das demolições e desalojamentos com grande preocupação e insta a Procuradoria Geral da República (PGR) a investigar o caso. “Estamos num contexto de crise. Imagine demolir uma casa de um funcionário público, tem crianças que estudam, como é que ficam essas?” questiona. Estão à vista mais demolições, pela Administração Municipal de Benguela, de construções consideradas “ilegais” no bairro das Salinas (R4), zona B do município de Benguela, descrito como “reserva fundiária do Estado”. O activista não entende como é que estes cidadãos, a quem a Administração se refere como “ilegais”, têm documentos de titularidade, passados por aquele mesmo órgão, com os quais muitos deles construíram as suas residências. À semelhança do que ocorreu no dia 13 de Setembro no bairro do 4 de Abril, as autoridades locais, movidas por uma acção judicial, pode-
rão, novamente, avançar com mais demolições, apurou este jornal de fonte da Administração. A Administração Municipal de Benguela (AMB) acusa os cidadãos de inobservância das normas e justifica que estes se terão apropriado e construído moradias num espaço não autorizado.
Terreno dos ancestrais Os cidadãos, por sua vez, recorrendo à história, argumentam que o espaço em litígio pertenceu a seus avós, à época funcionários de por-
“Estamos num contexto de crise. Imagine demolir uma casa de um funcionário público que tem crianças que estudam, como é que ficam essas ?”
tugueses salineiros. “Os brancos queriam construir aqui um bairro para os seus funcionários. Como é que a Administração agora diz que o espaço é do Estado?”, questiona uma cidadã identificada por Margarida, de um grupo de dezenas de cidadãos que têm residências no bairro das Salinas, na estrada Baía-Farta/Benguela. Os cidadãos acusados de estarem a agir à margem das normas ostentam documentos emitidos pela Administração Municipal de Benguela. Segundo apurou OPAÍS, inicialmente, o espaço tinha sido concedido a um grupo empresarial que pretendia desenvolver projectos no local, mas este não terá cumprido os prazos estabelecidos, por alegada incapacidade financeira. Ante a presumível incapacidade, de acordo com as fontes, o Estado viu-se obrigado a chamar novamente para si a titularidade da parcela de terra. Contudo, nesta altura, os cidadãos “já tinham ocupado parte do mesmo. Neste momento, há uma acção judicial a favor da Administração”, disse a OPAÍS uma fonte que, entretanto, não avança data para as tais demolições.
Ordem dos Advogados de Angola (OAA) lamentou ontem, no Namibe, a ausência de salas para estes profissionais nos tribunais superiores e de comarca, recentemente inaugurados, uma prática recorrente que menospreza o seu papel na administração da justiça. “É um problema antigo que, infelizmente, ainda hoje se assiste, menosprezando o papel de advocacia e dos advogados, bem como descredibiliza o sistema da justiça”, afirmou o bastonário da OAA, Luís Paulo Monteiro, na cerimónia de abertura da 6ª Conferência Nacional destes quadros. Actualmente, os advogados que vão defender os seus clientes aguardam pela abertura da sala da sessão de julgamento, o que acontece poucos minutos antes do inicio, fazendo com que fiquem em locais inapropriados. O mesmo cenário assiste-se aquando da consulta dos processos. Lembrou que o advogado é essencial na administração da justiça, tal como consagra a Constituição, por isso, não pode estar de fora nas políticas judiciárias e dos tribunais . Noutra parte do seu discurso, Luís Paulo criticou ainda o
facto de na província do Cuando Cubango existirem presos amnistiados no quadro da Lei 11/2016, de 12 de Agosto , mais que não foram restituídos à liberdade, por os seus processos de recurso estarem a tramitar há quase três anos no Tribunal Supremo. Para solução, o bastonário sugeriu a convocação de uma reunião conjunta entre os advogados e o Tribunal Supremo, enquanto presidente da Comissão Nacional da Coordenação do Sistema Judiciário. O governador do Namibe, Carlos da Rocha Cruz, que também usou a palavra no evento, apelou aos advogados a criar no seio da sociedade a cultura jurídica, para que não haja retrocessos das conquistas sociais alcançadas nas últimas décadas. Na conferência, que vai durar dois dias, serão debatidos temas como, “Reforma da administração da justiça”, “Assistência judiciária/estatuto orçamental”,“Desafios da implementação das autarquias locais em Angola”, entre outros. Participam 380 conferencistas provenientes das 18 províncias do país, bem como convidados dos países de Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
O PAÍS Sexta-feira, 20 de Setembro de 2019
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Chefe de Estado nomeia novo vice-PGR militar
O
Presidente da República, João Lourenço, nomeou ontem (Quinta-feira) o General Filomeno Octávio da Conceição Benedito para os cargos de vice-procuradorGeral da República para a Esfera Militar e de procurador militar das Forças Armadas Ango-
lanas (FAA). Uma nota de imprensa da Casa Civil do Presidente da República chegada às redações refere que, antes, o Chefe de Estado exonerou o General Adão Adriano António dos cargos de vice-procurador-geral da República para a Esfera Militar e de Procurador Militar das FAA. O agora vice-procurador-geral da República para a Esfera Militar e procurador militar das FAA exercia as funções de procurador-geral adjunto da República para a Jurisdição Militar e de Procurador Militar Adjunto, das quais foi exonerado também hoje. A nota da Casa Civil informa que essas movimentações foram feitas nos termos da Constituição da República de Angola, da Lei Orgânica da Procuradoria-Geral da República e do Ministério Público, Lei de Defesa Nacional e das Forças Armadas, depois de ouvido o Conselho de Segurança Nacional.
Bd reúne Conselho nacional Maria Custódia
O
encontro, que vai decorrer de 20 a 21 deste mês em Luanda, sob o lema “Renovar as estruturas do Bloco Democrático para Fortalecer o Partido Face aos Novos Desafios 2019-2022”, vai avaliar a situação interna do partido no que concerne à sua continuidade na coligação CASA-CE, o processo das autarquias locais e as eleições gerais. Em declaração, ontem, a OPAÍS, o secretário-geral deste partido, João Baruba, informou que o encontro vai servir também para aprovar os relatórios financeiros e do secretariado nacional referentes ao primeiro semestre do ano em curso. Durante a reunião, será ainda discutido o plano estratégico de estruturação e acção do Bloco Democrático para o período que vai de 2019 a 2021, fase em que termina o mandato da ac-
Justino P. Andrdade, líder do Bloco Democrático
tual direcção liderada por Justino Pinto de Andrade. No primeiro dia deste Conselho Nacional, a Comissão Política (CP) vai auscultar o presidente da CASA-CE, André Mendes de Carvalho, sobre a vida interna desta coligação. Será ainda discutida a integração dos membros do Bloco Democrático e o posicionamento estratégico para o seu enquadramento nos órgãos da CASACE, bem como daqueles que farão parte da comissão nacional eleitoral e dos secretariados executivos da coligação. O Conselho Nacional (CN) é o órgão deliberativo deste partido, um dos seis que formam a coligação CASA-CE.
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SOCIEdAdE
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O PAÍS Sexta-feira, 20 de Setembro de 2019
resultados de um ano da Operação Transparência apresentados hoje Mais de 12 mil quilates de diamantes, 23 milhões de kwanzas e um milhão de dólares foram apreendidos num ano. Segundo as autoridades, o garimpo de diamantes e a imigração ilegal punham em causa a Segurança Nacional JACINTO FIGUEIrEDO/ArQUIvO
Alguns dos meios apreendidos durante a Operação
Milton Manaça
O
Executivo apresenta hoje, em Luanda, o balanço de um ano de “Operação Transferência”, cujo lançamento ocorreu precisamente no dia 25 de Setembro de 2018, com o objectivo de combater o garimpo de diamantes e a imigração ilegal. Com uma actuação inicial nas sete províncias de maior exploração diamantífera, o Governo decidiu, posteriormente, estendê-la para todo o país, visando intensificar e consolidar o processo. Os últimos dados das autoridades apontavam para 416 mil imigrantes que abandonaram o país
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Mil repatriados administrativamente
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Mil imigrantes abandonaram o país de forma voluntária
cooperativas encerradas
Milhão e 39 mil USD apreendidos Milhões Kz confiscados
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Casas de compra ilícita de diamantes encerradas
850
Mil Euros apreendidos
944 13
Mil randes
Mil kilates de diamantes apreendidos
4
Mil e 910 pedras de diamantes por avaliar
102 28
Máquinas retroescavadoras
Máquinas buldózer
18
Máquinas niveladoras
224 9
Viaturas ligeiras e pesadas
Tratores agrícolas
de forma voluntária e cerca de 35 mil e 784 foram repatriados administrativamente, sendo outros 842 transferidos para Luanda e, consequentemente, repatriados para os países de origem. O grosso destes imigrantes era proveniente da República Democrática do Congo (RDC) e de países oeste-africanos. Mais de 23 milhões de kwanzas, um milhão de dólares, 335 mil euros e 944 mil rands sul-africanos foram igualmente apreendidos pelas “malhas” da Operação Transparência, em que caíram ainda mais de 12 mil quilates de diamantes em bruto, já avaliados, e ainda cerca de 4.900 pedras por avaliar. No lote do material de apoio ao garimpo ilegal foram apreendidas 93 dragas, 63 lavarias, 253 motobombas, 16 jangadas, 65 bóias pneumáticas com motor, três detectores de diamantes, 92 compressores de ar, uma máquina de teste de diamantes, 214 balanças, 97 lupas, 79 geradores, 38 cofres, 153 contentores, bem como 108 armas de fogo. Dados fornecidos pelo porta-voz da operação, António Bernardo, no último balanço, anunciavam o encerramento de 159 cooperativas, 289 casas de compra ilícita de diamantes e a apreensão de 102 máquinas retroescavadoras, 28 máquinas buldózer e 18 máquinas niveladoras (ver gráfico abaixo). Mar seguro Da terra, a Operação Transparência estendeu-se ao mar e conta com o envolvimento da PGR, SIC e de vários ramos da Polícia Nacional. O objectivo é combater a pesca ilegal e o tráfico de pessoas. Foram definidas quatro zonas de actuação ao longo da costa angolana. A primeira área compreende as províncias de Cabinda e Soyo; a segunda as do N’Zeto, Luanda e Cabo Ledo. Na terceira área está a zona do Porto Amboim, Lobito, Baía Farta e da Lucira. Para a quarta zona, a operação está a actuar em Moçâmedes, Tômbwa, até à Baía dos Tigres. Algumas residências e restaurantes construídas de forma ilegal e que coloquem em perigo o ecossistema marinho poderão ser demolidas como é o caso de algumas infra-estruturas marítimas do Mussulo.
O PAÍS Sexta-feira, 20 de Setembro de 2019
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vIrGÍLIO PINTO
Eunice de Carvalho , directora-geral-adjunta para os Assuntos Corporativos da UNITEL
UNITEL forma estudantes do Alda Lara em rede Cisco
V
inte estudantes do Instit uto Médio Politécnico Alda Lara (IMPAL), em Luanda, vão beneficiar de formação em matérias da Cisco, certificações valorizadas no mercado profissional para administradores e engenheiros de redes, fornecida pela UNITEL. A iniciativa resulta de um memorando assinado ontem entre as duas instituições, com o intuito de proporcionarem formação intensiva aos melhores estudantes num período de seis meses. A mesma será acompanhada com treinamentos teóricos e práticos na academia de formação desta empresa de telefonia móvel. A directora-geral-adjunta para os Assuntos Corporativos
“São certificações profissionais que vão facilitar a inserção dos jovens no mercado de trabalho”
da UNITEL, Eunice de Carvalho, disse que o acordo traduzse numa oportunidade para permitir que os contemplados façam a sua formação na área. A possibilidade surgiu por via da certificação que a sua instituição obteve para ser formadora neste ramo. De acordo com a gestora, em Setembro do ano passado os contemplados foram 10 estudantes do Instituto Médio Politécnico Industrial de Luanda (IPIL). “São certificações profissionais que vão facilitar a inserção dos jovens no mercado de trabalho”, disse Eunice de Carvalho. Com esta formação, os beneficiários terão capacidade de instalar, configurar, operar e solucionar problemas em redes, incluindo a implementação e verificação de conexões em sites ou unidades remotas conectadas via rede. Já o director-geral do Alda Lara, Victorino Caculo, disse que o acordo vai incentivar os estudantes criativos e com um pensamento de empreendedorismo. A formação será destinada aos estudantes do curso de informática com um aproveitamento igual ou superior a 13 valores.
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SOCIEdAdE
O PAÍS Sexta - feira, 20 de Setembro de 2019
Educação começa a recrutar professores em Outubro
Polícia investiga denúncia de consumo de liamba O em plena Esquadra Em causa estão uma fotografia em que aparecem supostos efectivos a consumir, alegadamente, liamba, e um vídeo amador feito por um radialista da rádio Despertar, em Luanda, denunciando a existência de ocorrências do género Dr
Os supostos agentes a consumirem o estupefaciente numa esquadra
Paulo Sério
O
porta-voz do Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional, Hermenegildo de Brito, revelou ontem, a OPAÍS, que a Polícia está a averiguar a denúncia sobre efectivos que consomem o estupefaciente liamba numa esquadra localizada no quilómetro 30, em Viana. Para o efeito, os responsáveis da corporação estão a trabalhar com uma imagem fotográfica em que aparecem dois supostos agentes a fumar. Um dos quais, o suposto autor da foto, aparece a soltar o fumo diante da câmara. Atrás de si está outro indivíduo, de costas,
trajado com o uniforme da Polícia Nacional, com o cigarro improvisado aceso nas mãos. O local onde se encontram a consumir este produto proibido em Angola assemelha-se à parte traseira de uma esquadra de Polícia. A imagem vazou nas redes sociais uma semana depois de o radialista Dumesnil Kabanga, da Rádio Despertar, ter dito publicamente num vídeo, que se tornou viral, que “flagrou” quatro agentes da corporação a consumir canábis entre os dias 14 e 20 de Agosto, na aludida unidade policial. Em declarações a OPAÍS, Kabanga disse que tomou conhecimento de tais “fumaradas” através de uma denúncia que chegou
ao seu programa radiofónico por intermédio de um ouvinte. No primeiro momento ignorou, julgando ser falsa, porém, surgiram denúncias de outras pessoas referindose ao mesmo assunto e indicando esse local. Para constatar “in loco” o facto antes de abordar no seu programa, concertou com os rádios-ouvintes, que residem próximo da esquadra, um dia em que fosse possível testemunhar tal ocorrência. Incomodados com o cheiro que os tornou fumadores passivos, em função da invasão do mesmo aos seus domicílios, anuíram. Assim aconteceu. Na data prevista, em que estaria de serviço o turno dos supostos agentes que se dedicam a tal acto, Kabanga deslocou-se à noite a casa de um dos ouvintes, onde permaneceu até às 5 horas da manhã. “Passei lá a noite de uma Sexta-feira e foi assim que apanhei os quatro agentes”, frisou. Depois, o radialista divulgou o vídeo amador no qual ele aparece denunciando publicamente a
Forneci-lhe todos os dados, incluindo o dia em que aconteceu isso, a seu pedido”, frisou. Acrescentou de seguida que “ela disse que se está a fazer uma investigação”
ocorrência. No vídeo, relata que se dirigiu à esquadra para apresentar uma falsa queixa-crime e pôde ver quatro agentes consumindo o estupefaciente, um dos quais, parou para o atender. Enquanto os outros, sem qualquer receio, continuavam a saciar o “vício”. “Das 4h54 até às 5horas eles ainda estavam a consumir bastante”, frisou. O radialista contou que depois de tornar pública a denúncia, foi contactado pela superintendente-chefe Engrácia Costa, do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do Comando Geral da Polícia Nacional, que o felicitou pela coragem e ousadia. “Forneci-lhe todos os dados, incluindo o dia em que aconteceu isso, a seu pedido”, frisou. Acrescentou de seguida que “ela disse que estão a investigar o caso”. Kabanga disse que pediu à oficial superior para não expulsarem os supostos prevaricadores da corporação por supor que se assim ocorrer podem tornar-se marginais altamente perigosos. Neste contexto, como tornou público a denúncia e fez o vídeo em que expõe o assunto, teme que algo de mal lhe possa acontecer. Instado a precisar com maior clareza onde se encontra localizada a aludida esquadra, disse não saber ao certo, por ter entrado no bairro na calada da noite e saído de madrugada. Não prestou atenção a esse pormenor e nem regressou ao local para aferir dias depois. “É na esquadra que está junto a um empreendimento com o nome de Platon”, declarou. Sobre a imagem fotográfica, de acordo com uma outra fonte da Polícia Nacional, fez-se um inquérito junto dos comandantes municipais de Luanda para tentar aferir o local em que a mesma foi tirada e os dados preliminares apontam não ser na capital do país. No entanto, as investigações prosseguem para identificar a esquadra e os agentes infractores. A nossa fonte não descartou a possibilidade de se tratar de uma foto-montagem.
Ministério da Educação começará a recrutar novos professores a partir do próximo mês, revelou ontem, em Luanda, a titular da pasta, Maria Cândida Teixeira, em declarações à imprensa. A governante, que falava à margem da entrega oficial de quatro escolas ao Governo provincial, na Urbanização do Zango 5, presidido pela ministra do Ordenamento do Território e Habitação, Ana Paula de Carvalho, garantiu que estão criadas as condições para que não faltem professores nas instituições ora inauguradas. A entrada em funcionamento dos referidos estabelecimentos de ensino, com um total de 90 salas de aulas, vai permitir que mais de 15 mil crianças em idade escolar, residentes no município de Viana, sejam matriculadas, no próximo ano lectivo. Trata-se de quatro escolas, sendo duas do ensino primário e outras do ensino secundário. As escolas primárias possuem cada uma delas 24 salas, enquanto das secundárias, uma conta com 24 e outra 18. As referidas escolas possuem um pavilhão polidesportivo, um campo de futebol 11 (com uma pista de tartan) para a prática do atletismo, enfermaria, refeitório, biblioteca e um edifício para serviços administrativos. Além destas instituições de ensino foram igualmente entregues ao GPL quatro Jardins de Infância (creches). A ministra Ana Paula de Carvalho informou que um dos Jardinsde-infância será transformado em posto médico para beneficiar os mais de 48 mil habitantes que se vão instalar na urbanização Zango 5. O governador de Luanda, Sérgio Luther Rescova, disse, à imprensa, que as infra-estruturas escolares estão entre as prioridades do Governo, visto que as referidas escolas satisfazem os interesses do município de Viana, que possui um número elevado de população.
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Agostinho Casseça ‘Mikas’
“O GPCS assinou um memorando com a LS e não um contrato” queremos fazer parte dos problemas, mas da solução destes problemas. Eles existem, estão identificados, podem ser resolvidos, vão ser resolvidos, somos uma província laboriosa, de gente disposta e destemida. A situação macro-económica que o país vive, sabemos que terá afectado na não execução das obras iniciadas de um tempo a esta parte mas, a nossa esperança é que melhores dias vêm e deu para notar como ficou a Marginal do Sumbe. E isso espelha o quanto as pessoas estavam receptivas ao regresso do Festival.
Agostinho Casseça ‘Mikas’ responde pelo
gabinete provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos do Cuanza-Sul. Em entrevista, fala sobre os meandros que nortearam o retorno do FestiSumbe, organizado pela LS republicano, resultante de um “memorando de entendimento” em que são signatários o Governo Provincial do Cuanza-Sul (GPCS) e a respectiva produtora por um período de quatro anos Jorge Fernandes,enviado ao Sumbe fotos de Daniel Miguel
A
c i d a d e do Sumbe acaba de retomar a realização do FestiSumbe, numa fase em que a mesma apresenta um aspecto quase nada convidativo. Acredita que desta forma atrairá turistas em próximas ocasiões? O facto de ter uma casa humilde, não significa que não possa comemorar o meu aniversário. A realização do FestSumbe é mesmo na perspectiva de mostrarmos às pessoas que não se avalia o Cuanza-Sul pelo índi-
Acredita nesta perspectiva de que a vida vai melhorar? É natural que queiramos ter uma cidade mais arrumada, mais convidativa, harmoniosa e estamos todos a trabalhar nessa perspectiva para que, a breve trecho, possamos ter um Sumbe como uma cidade-espelho como sempre foi apanágio e sempre deu essa possibilidade. ce e o estado de degradação da cidade do Sumbe. Está em curso o projecto de requalificação da cidade. Sabe que a Marginal tem agora um novo calçadão. Já é um esforço que o governo está a fazer da melhoria da própria imagem da cidade como tal. Ainda não respondeu a minha questão... Temos consciência de que na verdade, queríamos ter uma cidade mais acolhedora, que orgulhe a todos, mas se ouviu a mensagem do governador, houve um fecho cantado por músicos locais, em que se dizia que a vida vai melhorar. Nós comungamos do princípio de que não
Então não colhe a justificação segundo a qual o FestiSumbe havia sido paralisado devido às obras de requalificação da cidade, embora houvesse alguma melhoria aqui pela calçada da Marginal. O FestiSumbe retoma e não se vêem melhorias pela cidade? O FestiSumbe não paralisou em grande medida pela requalificação da cidade ou devido ao estado da cidade. E não gostava de olhar para o retrovisor, mas olhar para frente. A minha perspectiva de governação enquanto jovem, sendo que estamos a herdar um fardo e responsabilidade dos mais velhos, sem desprimor por tudo o que
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fizeram, daí ter dito que quero olhar apenas para frente. Qual foi o real motivo para a paralisação do FestiSumbe? O principal motivo foi a questão financeira. O FestiSumbe desde a sua criação até à paralisação era suportado inteiramente pelo governo da província. Não é o caso do actual FestiSumbe. Por que meios o Festival foi realizado este ano? Para realização deste ano do Festival, a LS Republicano, a convite do Governo da Província, propôs que realizasse este ano o Festival e obviamente a LS questionou qual seria o retorno que teria uma vez que havia de alocar recursos, e o governo prontamente respondeu que em termos financeiros não tinha qualquer tostão. Mas que todos os apoios administrativos ligados à organização e outros aparatos seriam postos à disposição. E a LS aceitou o desafio e foi à busca de patrocínios. Sem qualquer contrapartida, a LS assumiu logo? O que a LS vai retirar como retorno do Festival essa questão deve ser dirigida a eles. Quero apenas lhe dizer, que todos os outdoors que aqui foram expostos foram pagos pela Cuca. O patrocinador principal do Festival é a Cuca, e há outros complementares. Aqui houve mais, vontade política de fazer com que as coisas acontecessem. Porque reconhecemos o primeiro, o volume de negócios que a realização do FestiSumbe traz, não ainda calculado por nós que é outra preocupação que fica sob nossa responsabilidade, os custos inerentes relativos a empregos directos e indirectos, daí que olhamos mais na vertente positiva desta realização. Foi signatário do documento que autoriza a LS a realizar e a produzir o FestiSumbe por quatro edições. Quais são as balizas deste instrumento legal? Fui signatário obviamente, mas a contrapartida que a LS tira deste trabalho ela por si só sabe. As responsabilidades ficaram repartidas. A parte do governo é a de criação de condições de iluminação, água, saúde, segurança, melhoria da Marginal, por aí além. E a restante parte logística? A hospedagem dos músicos, transporte, caché, alimentação
15 dizer-lhe que também a Cuca esteve presente em todas essas realizações, com palco, luz, som etc.. Se me perguntar o que a Cuca ganha, obviamente terá de redireccionar essa questão, pois eles sabem melhor o quanto gastam e quanto ganham.
“Aa ídiferença. consiste
Estávamos habituados, é verdade, que o governo assumisse todos os gastos. Essa realidade já não é a mesma hoje”
Pelo número de festivais qualquer cidadão questiona de onde vêm todos esses cursos. Tem certamente consciência disso? O GPCS encontrou aqui a solução de resolver um problema com o qual estava “atado”. E felizmente foi resolvido. Temos de aprimorar, pois infelizmente erros existem, vamos aperfeiçoando. O que queremos dizer aos outros agentes, promotores de eventos e similares, é que cheguem até a nós para qualquer tipo de informação. Há essa abertura? Claramente. Um servidor público não pode ter dificuldades em prestar informações ao público que serve. Não temos qualquer receio em sermos criticados, chamados a atenção. Somos seres errantes e não somos perfeitos. Aprendi uma máxima muito cedo, segundo a qual, uma cabeça pensa bem e duas pensam sempre melhor. E o retorno do FestiSumbe, da palavra crise retirar o “s”, desenvolvemos o sentido de criar e isso fez com que hoje muitas famílias estejam a aqui a viver essa manifestação cultural.
é da inteira responsabilidade da LS Republicano. O Governo da Província não tem responsabilidade financeira nem material com a outra parte signatária do documento, no caso a LS Republicano. Em quanto está avaliado o FestiSumbe? Em termos de orçamento igualmente é com a LS. Embora sejam repartidos, pois há a componente que acima me referi que tem que ver com as responsabilidades de apoio, que são custos que fazem parte daquilo que está no orçamento do GPCS, aliados ao programa de intervenção dos municípios no caso a requalificação da Marginal. A restante parte que tem que ver com a energia e águas já estava salvaguarda. A questão da segurança, temos os órgãos de defesa (Polícia e outros), então como que demos um toque aqui e acolá. O que o governo gizou, que fique claro, foi a busca de parcerias. O governo foi soberano ao convidar a LS? Por que razão não se estendeu o convite às demais produtoras com interesse em realizar o FestiSumbe, no quadro do novo paradigma de governação em que o ponto assente é a governação participativa. Não houve concurso público? Não houve um concurso públi-
co, porque o FestiSiumbe não foi a concurso. Ele não estava orçamentado, não tinha um valor. E o que o fizemos com a LS Republicano não foi a assinatura de um contrato, foi um memorando de entendimento. Qual é diferença? É importante que fique claro, porque não vou citar aqui as pessoas colectivas e individuais que manifestaram intenção de realizar o FestiSumbe, na perspectiva de que o governo provincial assumisse as despesas relativas a esta realização e produção do FestiSumbe. Aí consiste a diferença. Estávamos habituados, é verda-
de, que o governo assumisse todos os gastos. Essa realidade já não é a mesma hoje. Aqui está uma impressão dos empresários e a sociedade civil nas acções decorrentes da própria governação. Nós temos 12 festivais municipais. E todos eles foram organizados sob a égide da sociedade civil. Como assim? Cada um dos 12 municípios tem a sua data de celebração. E durante o ano foram-se realizando os festivais locais. O FestiSumbe é o culminar de todos os festivais, porque são 12 festas, simbolizando os 12 municípios que a província congrega. Deixa-me
Inicialmente, referiu que o Cuanza-Sul não pode ser avaliado olhando-se para o Sumbe. Que outro potencial tem no quadro do sector que dirige? Exactamente. Daí que queremos a divulgação do turismo no Cuanza-Sul. Não podemos olhar para o potencial desta província, olhando apenas para o Sumbe. A 40 quilómetros temos as Cachoeiras do Binga, uma das localidades turísticas encantadora. Se andar um pouco mais, está a Conda com as águas termais medicinais da Tokota. Temos a cidade da Gabela, está a Quibala que é o epicentro das fazendas agro-turísticas. No Waku Kungo temos aí o Lupapa Lodge, dos maiores aglomerados turísticos que este país tem. No Ebo, temos um sítio em que podes visualizar os hipopótamos. Não queremos ficar reféns da poeira e do estado degradante do Sumbe, enquanto não se resolve este problema, temos de olhar do ponto de vista perspectivo mais além.
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CARTAz
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Formação
Mbanza Kongo forma guias turísticos Trinta e quatro guias turísticos estão, desde Quarta-feira, a ser formados em Mbanza Kongo, província do Zaire, com a missão de auxiliar os turistas
A
formação está a cargo do Ministério do Turismo e a ser orientada pelo técnico da Associação dos Guias de Turismo e Servidores Artísticos de Angola (AGTSA), Carlos Bumba. Na abertura desta acção formativa, que tem a duração de cinco dias, o formador explicou que, nesta primeira fase, tem um pendor teórico e prático, com a abordagem de temas ligados à animação turística, história e geografia geral. Os participantes receberão ainda noções relativas às relações púbicas ou humanas, ferramentas e técnicas do guia de turismo, assim como
a evolução do turismo, numa acção sub-dividida em quatro fases, com a duração de dois anos. Esta é a primeira acção de forma-
“Mbanza Kongo poderá ser a primeira cidade de Angola a contar com um roteiro turístico oficial” FESTIVAL
Simbiose marca primeiro dia do Festival de Culturas O potencial cultural africano, com destaque para o artesanato, artes plásticas, gastronomia, música, dança e trajes típicos do continente-berço prendeu, na noite da última Quarta-feira, a atenção dos visitantes que se fizeram presentes no primeiro dia do Festival de Culturas no Museu Nacional de História Militar. A par de toda a diversidade cultural, o certame oferece ainda aos amantes de leitura livros académicos, literários, entre outros temas, e a exibição de filmes angolanos. Entre os países convidados, o Quénia, por exemplo, trouxe produtos decorativos para o lar e os adornos usados pelas meninas que simboli-
Dr
ção de guias turísticos a realizar-se no Zaire e, em especial, em Mbanza Kongo, que surge da necessidade de se preencher a lacuna existente neste domínio, numa altura em que cresce, a cada dia que passa, o número de turistas que visitam a capital da província do Zaire. Por outro lado, Carlos Bumba avançou que Mbanza Kongo poderá ser a primeira cidade de Angola a contar com um roteiro turístico oficial, a ser lançado no próximo dia 24 de Setembro, pela ministra do Turismo, Ângela Bragança. Com o lançamento deste documento, que vai conter informações sobre a localidade e a província do Zaire, úteis para quem visitar esta parcela do país, Angola tornar-seá na primeira nação ao nível da África Austral a contar com um roteiro oficial do género. De acordo com o responsável, este documento é de suma importância para a actividade turística, devendo, por isso, ser cabimentado no Orçamento Geral do Estado (OGE). O mesmo terá a homologa-
ção da UNESCO, União Africana e da Organização Mundial do Turismo (OMT). Mbanza Kongo foi o centro político e administrativo do antigo Reino do Kongo, cuja influência abarcava, além da zona norte de Angola, os actuais territórios das Repúblicas
Democrática do Congo (RDC), Congo -Brazzaville e do Gabão. Este centro histórico foi elevado à categoria de Património Cultural Mundial da Humanidade, a 08 de Julho de 2017, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
COnCERTO
QuAdRO
REALEzA
Júlio Siza: a surpresa tropical
Príncipe Carlos da Inglaterra associa-se à marca de roupa “punk”
Um álbum agora produzido em modo de auto-edição mostra a obra e a importância de Júlio Augusto Siza na história e na evolução da fotografia portuguesa. Muito depois de ter fundado e dirigido, de 1997 a 2007, o Centro Português de Fotografia, hoje uma ínfima sombra de si mesmo, sem que este desastre escandalize ou incomode responsáveis políticos e os meios ditos culturais que temos, Teresa Siza (1948-) vem fazer o que, talvez por pudor ou prudente cautela, não prosseguiu durante o desempenho daquelas funções primordiais.
O príncipe Carlos da Inglaterra surpreendeu os fãs da realeza ao participar na London Fashion Week, associado a uma marca de roupa “punk”. O príncipe de Gales associou-se aos designers Vin Omi, cujas maiores preocupações são reduzir o impacto ambiental. A marca, que tem como um dos principais clientes Marilyn Manson, utilizou as urtigas da casa de Carlos para fabricar peças da colecção de 2020. O filho da rainha Isabel II, que terá conhecido a dupla na recepção da Positive Fashion em 2018, deu permissão para que as ervas daninhas da propriedade fossem colhidas.--
Graffiti, música, performance, skate e a melhor vista de Lisboa
Para um dos cantos da cave Maria Imaginário trouxe o seu mundo em tons de rosa e pastel. Na praça da alimentação, o colectivo Thunder inspirou-se na série de televisão Stranger Things para criar um enorme mural com o título Thunder Things. A artista Sara Moreira pintou uma parte da parede e, do outro lado, Ana Aragão colou “posters” com uma Torre de Babel. Estas serão algumas das obras de arte que o Festival Iminente se prepara para deixar no Panorâmico de Monsanto e que se vão juntar às obras criadas no ano passado e aos vários graffiti e inscrições que foram sendo feitos.
ARTIGO AnALÍTICO Como começava a Segunda Guerra Mundial? No dia 1 de Setembro de 2019 completaram-se 80 anos desde o início do acontecimento mais sangrento de toda a história da humanidade –a Segunda Guerra Mundial. 62 países (por volta de 80% da população da Terra) participaram nela. Os combates, de um modo ou outro, foram travados nos territórios de 40 estados. As perdas totais ultrapassaram 60 milhões de pessoas. Quem, então, é culpável em desencadear esta tragédia de escala mundial que ceifou as vidas de tantas milhões de pessoas? Sem dúvida, a maior parte da responsabilidade recai nas potências do Eixo – Alemanha, Japão, Itália e os seus satélites. Militarismo, curso político expansionista destes países, virado à conquista da supremacia mundial e ampliação dos territórios deles, irredentismo (sobretudo de Alemanha e Hungria) foram as causas principais da agressão dos estados do Eixo contra outros estados que ao fim levaram à eclosão da Segunda Guerra Mundial. Ao mesmo tempo, podemos perguntar-nos, se as Potências do Bloco Fascista teriam podido iniciar a agressão de tão envergadura, se não tivesse lugar a inação, e em vários casos até a complacência e ajuda da parte das principais potências mundiais de então? A partir da invasão à Etiópia em 1935, os países europeus só se limitaram a condenar o facto de agressão verbalmente, e só por vezes com imposição das sanções econômicas, que, para dizer a verdade, não produziam nenhum efeito para dissuadir o agressor. A situação semelhante foi observada também na Ásia depois da invasão japonesa à China em Julho de 1937. A remilitarização da Renânia pelas tropas do Reich Alemão em Março de 1936, que se tornou o primeiro passe da Alemanha Nazi em caminho da expansão também não encontrou nenhuma objeção quer da França quer do Reino Unido. Há que assinalar, que até os generais alemães admitiram que a intervenção de França teria levado à derrota incondicional da Alemanha e à queda do Regime Nazi. Depois a política de apaziguamento do Primeiro-Ministro do Reino Unido Neville Chamberlain acabou com o Anschluss (anexação) da Áustria em Março de 1938 que resultou em aumento do território da Alemanha Nazi em 17% e da população em 10%, e depois do Complô (Acordo) de Munique – com a ocupação total da Checoslováquia em Março de 1939. Como
resultado, Hitler teve nas mãos um dos Complexos militar-industriais mais desenvolvidos da época que contribuiu drasticamente para o potencial militar do Terceiro Reich e precipitou a sua entrada em guerra. E tudo isso aconteceu sem o único disparo! Não obstante, todos estes factos hoje em dia são abafados cuidadosamente. Não se costuma lembrar a Declaração Inglesa-Alemã de não-agressão, datada de 30 de Setembro de 1938 nem a Declaração Francesa-Alemã “sobre o desenvolvimento das relações de paz e boa vizinhança entre os dois países) de 6 de Dezembro 1938, ambos os documentos assinados depois do Complô (Acordo) de Munique. Ao mesmo tempo no Ocidente não se cansam de indicar ao Pacto Molotov-Ribbentrop, que como se fosse a causa principal da guerra e que deu luz verde à agressão de Hitler contra Polônia. Multiplicam-se as acusações contra o “imperialismo soviético”, que aproveitando-se da situação, dividiu a Europa com os Nazis, tudo isso com projeção à política da Federação da Rússia que “não se mudou desde então”. Ultimamente no Ocidente ninguém toma em conta que o único país que se empenhava muito em dissuadir o Terceiro Reich, que denunciava a política de “apaziguamento” e se esforçava a criar o sistema de segurança coletiva, foi a União Soviética. A diplomacia soviética trabalhava nessa área desde os meados do anos 30. Assim, em 1935 os dirigentes da URSS assinaram os acordos de assistência mútua com França e Checoslováquia, os documentos que foram considerados os alicerces daquilo sistema. No entanto, segundo o Acordo Soviético-Checoslovaco, a URSS só podia prestar assistência no caso que tais obrigações fossem cumpridas pela França. Enquanto todo o ano de 1938 o Reino Unido consequentemente promovia o conceito da “neutralização” da Checoslováquia, e França hesitava, mais e mais inclinando-se à posição de Londres, Moscovo procurava todos os meios para empregar as alavancas da segurança coletiva com fins de pôr cobro ao crescimento da agressão da Alemanha contra aquele país centro-europeu. Quando em Setembro de 1938 ficou claro que Paris abandonou Praga, deixando-a sozinha, a União Soviética mantinha firme a sua intenção de prestar o apoio militar de forma unilateral. Os maiores tropeços naquele
caso eram as posições da Polônia e Romênia, cujos territórios deviam atravessar as tropas soviéticas para auxiliar à Checoslováquia. Polônia, que hoje em dia é representada como a primeira vítima inocente da agressão alemã, não só recusou a conceder acesso às tropas soviéticas mas também, por sua vez, estava em preparação permanente da futura ocupação da Silésia Cieszyn – região onde a grande minoria étnica da população foi constituída pelos polacos (por volta de 40%). Assim, o governo polaco, que historicamente se queixava de ser alvo de divisão entre as potências estrangeiras, agora tornou-se um pequeno depredador. O futuro Primeiro-Ministro do Reino Unido Winston Churchill depois caracterizará Polônia como “hiena, que com avidez participou na rapinha e destruição do estado checoslovaco”. No que se refere à Romênia, a sua posição não era tão intransigente, como da Polônia, mas o mesmo tempo, Bucareste teria concedido o acesso ao Exército Vermelho só no caso do apoio da Checoslováquia por França e condenação pela Sociedade das Nações. Como já mencionamos, Paris não só recusou de apoiar Praga, mas também junto com Londres aumentou a pressão, exigindo que Checoslováquia aceitasse as condições alemãs. O resultado daquela política é bem conhecida – no dia 29 de Setembro a Alemanha, Reino Unido, França e Itália sem sequer contar com a participação da mesma Checoslováquia nem União Soviética assinaram o Complô (Acordo) de Munique que obrigava Praga a ceder a Região dos Sudetas à Alemanha. O país perdeu uma quinta parte do seu território, uma quarta parte da sua população, objetos militares e fábricas, a metade das plantas siderúrgicas. Passados seis meses, a Checoslováquia desaparecerá dos mapas políticos da Europa, dando espaço ao Protetorado Alemão de Bohemia e Morávia, o estado-fantoche Eslováquia e uma parte oriental, Rutênia – cedida à Hungria. Em Setembro de 1938 ainda existia a possibilidade de garantir a integridade da Checoslováquia, pôr um freio ao agressor e prevenir a Segunda Guerra Mundial. Mas os estados da Europa Ocidental não se aproveitaram da situação, supondo, que a Alemanha Nazi foi o mal menor do que a União Soviética, crendo, quem assim poderiam evitar o enfrentamento com o Terceiro Reich, empurrando-o a con-
quistar espaço vital em Oriente. Os autores das interpretações históricas parciais contrapõem o Acordo de Munique ao Pacto de Não Agressão Germano-Soviético de 23 de Agosto de 1939. Pois: em primeiro caso as democracias ocidentais empenhavam-se em preservar a paz, e em segundo – os regimes totalitários desencadearam a guerra. No sentido político, tal comparação é de conjuntura, no sentido científico – não é aceitável. Não é possível preservar a paz, sempre cedendo ao agressor, isso só suscita mais os seus apetites. Hitler só fazia chantagens à Europa e nunca pensava parar. Deparando a política de “apaziguamento”, Hitler só se convencia mais e mais da fraqueza das potências ocidentais, que cederam posição após a posição para ao final das contas também tornar-se presas fáceis. De acordo com Winston Churchill, escolhendo entre a desonra e a guerra, Chamberlain escolheu a desonra e recebeu a guerra. Para Hitler Munique tornouse um argumento decisivo para a agressão de grande escala na Europa. As asseverações, que ele pararia depois de apoderar-se dos Sudetas não valiam nada. Depois o Munique Reino Unido e França assinaram as declarações de não-agressão com Hitler, que abriram o caminho para a agressão Nazi contra o Oriente. A União Soviética de-facto ficou totalmente isolada. Londres e Paris não apoiaram a sua protesta contra a ocupação da Checoslováquia (Nota Verbal ao Governo Alemão de 18 de Março de 1939), nem concordaram abordar a questão na Sociedade das Nações. Com tudo isso, a União Soviética empreendeu uma nova tentativa de acordar com Londres e Paris a assistência mútua, incluindo militar, que abrangia todos os países da Europa Oriental com a fronteira comum com URSS entre as costas dos Mares Báltico e Negro. A Parte Soviética lançou esta iniciativa no dia 17 de Abril de 1939, que depois resultou nas negociações soviético-ingleso-francesas em Moscovo. O encontro apresentou grandes oportunidades para a criação da Coligação Anti-Hitler, mas a França e Reino Unido dilatavam as negociações, contemplando-as como um via de alcançar o compromisso com a Alemanha por conta da URSS. Os factos foram confirmados também pela inteligência soviética em Londres, que revelou as negociações secretas do Reino Unido com a Alemanha.
A experiência das relações da União Soviética com os países Ocidentais foi pouco conciliadora: a intervenção armada dos anos 19171920, bloqueio econômico, política do cordão sanitário, provocações militares e diplomáticas, apoio do nazismo alemã e militarismo japonês. Não puderam ignorar a recente traição de Munique. Assim, o vasto leque dos fatores aumentava a falta de confiança dos dirigentes soviéticos aos parceiros e por fim forçouo mudar de rumo para não encarar a frente consolidada das potências estrangeiras. A informação sobre já quase pronta invasão da Alemanha à Polônia também jogou o papel importante. Não podiam permitir que no caso da derrota da Polônia as tropas alemães ocupassem as cercanias de Minsk – tudo isso poria em perigo a região estratégica de MoscovoSmolensk no Centro e no sudoeste – a região estratégica de Kiev. O pacto de não-agressão de 23 de Agosto não era a causa da Segunda Guerra Mundial – a agressão contra Polônia tinha sido preparado muito tempo antes disso e aconteceria sem ter em conta o Pacto com a URSS nos prazos definidos por Hitler já em Abril de 1939 – “1 de Setembro” o mais tardar. Até os meados de Agosto o Exército Nazi já foi mobilizado e pronta para executar o Plano “Weiss”. Assim, o Pacto de Não Agressão Germano-Soviético deve ser considerado desde ponto de vista da política real daquela época e daquelas condições em particular, próprias para a véspera da Segunda Guerra Mundial. Hoje em dia é fácil deliberar sobre a sua imoralidade, esquecendo, que toda a política exterior de então não se caracterizava por alta moral e consistia principalmente na repartição territorial por direito do mais forte. De facto a União Soviética venceu Reino Unido e França no seu próprio campo, seguindo as regras propostas por eles. Ao mesmo tempo, a diferença do Acordo de Munique, que entregou o país inteiro com a sua população (incluindo os judeus que seriam aniquilados pelos Nazi) a ser estraçalhado as mãos da Alemanha, o Pacto de 23 de Agosto tirava da influência alemã as vastas áreas da Ucrânia e Bielorrússia Ocidentais, Países Bálticos, eximindo os seus habitantes do “Novo Ordem” e Holocausto. O Pacto melhorou as posições estratégicas da URSS de maneira significativa e outorgavalhe uma trégua antes da luta inevitável com a Alemanha Nazi. A assinatura do Acordo foi a medida extraordinária nas condições excepcionais, a única alternativa ao Complô (Acordo) de Munique, mas esta vez – por conta da URSS.
ECOnOMIA
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O PAÍS Sexta-feira, 20 de Setembro de 2019
Ensa e empresas cervejeiras serão privatizadas ainda este ano Dr
Estado vai vender a maioria das empresas de referência em 2020, por via de concurso público.
A venda da maior empresa do ramo de seguros do país, a Ensa, será feita através de um concurso público, assim como as cervejeiras Cuca, Ngola e a EKA no âmbito do Programa de Privatizações (Propriv) em curso no país
O Brenda Sambo
Estado angolano vai pôr à venda, ainda este ano, as suas acções na seguradora Ensa e também as acções nas cervejeiras Cuca, N’gola e Nocal, onde detém mais ou menos 1% em cada uma delas, adiantou o coordenador adjunto do grupo técnico da Co-
missão Internacional para Implementação de Programas de Privatização, Patrício Vilar, no Seminário Metodológico. Segundo Patrício Vilar, que falou ontem durante a sua apresentação no Seminário Metodológico do programa de privatizações, o “Propriv”, o Estado vai vender a maioria das empresas de referência em 2020, por via de concurso público. Referiu ainda que a maioria dos processos de privatização de empresas de referência em que o
Estado angolano tem acções ou participações, como o caso do banco BAI, onde o Estado detém 8,5% de acções e no BCI 100%, Caixa Angola com um 25% de acçoes, TVCabo com um total de 49% das acçoes, Unitel 20%, Mota Engil 20% e a Biocom 20% terá início a partir de 2020. Além destas, Patrício Vilar indicou também como empresas de referência abrangidas no processo de privatizações para o próximo ano, sem precisar a percentagem das acções do Es-
tado, a cimenteira Nova Cimangola, Secil Lobito, NetOne, Angola Cable, Aldeia Nova, MSTelcom, Multitel, Textang, Satec, África Têxtil e Enana – que, neste processo, vai gerar uma empresa a ser privatizada. Dentre as 17 empresas a serem vendidas via Bolsa consta a Multitel, Caixa Angola, Aldeia Nova, TAAG, Angola Cable, Sonair e Banco Económico, MSTelcom, ZEE, Multitel, Caixa Angola, pelo facto de terem as suas contas auditadas sem reservas.
“Processo de privatizações não será confinado a um grupo de pessoas “ Por sua vez, o ministro de Estado para a Coordenação Económica e Coordenador da Comissão Nacional Interministerial para a Implementação do Programa de Privatizações, Manuel Nunes Júnior, garantiu que o programa de privatizações em curso no país vai abranger a todos e não a um grupo restrito de pessoas Segundo o responsável que falava na abertura do Seminário Metodológico do programa de privatizações, há necessidade de conjugar os esforços de vários parceiros e especialistas para que o resultado do programa seja um sucesso.Por isso, ressaltou ser importante actuar como uma equipa coesa e que dialoga permanentemente com outros organismos desde os sindicatos, associações empresariais, sector financeiro, consultores, investidores entre outras entidades. “Vamos todos trabalhar para fazer de Angola um país que seja uma referência em Africa e no mundo”, disse. Segundo o governante, um dos objectivos do programa de privatizações é contribuir para a eficiência das empresas no país, levando desta feita a uma redução gradual dos custos de produção e a prática de preços mais competitivos. Por outro lado, vai promover também o crescimento de Angola através do investimento privado e do aumento dos níveis de emprego no país sobretudo para a juventude. “Não se pode edificar uma economia de mercado forte e sustentada sem um sector privado forte e competitivo”, disse. O seminário que teve inicio ontem termina hoje e conta com a presença de representantes de organismos internacionais, como a Corporação Financeira Internacional (IFC), adstrita ao Banco Mundial, do sector financeiro, de consultoras, associações empresariais e câmaras de comércio.
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MERCAdOS
Mercado TAXA DE JURO Taxas de Juro Taxa BNA Libor USD 6M Libor GBP 6M Libor JPY 6M Euribor 6M Luibor 6M
Cot. 18/09/19 15,500% 2,085% 0,846% -0,058% -0,369% 14,410%
∆ Diária (p.p) 0,000 0,007 -0,006 -0,017 -0,004 0,000
15,96% 15,84% 15,72% 15,60% 12/Set
Mercado ACCIONISTA Índices Accionistas Cot. 18/09/19 Dow Jones (EUA) 27 147,08 S&P 500 (EUA) 3 006,73 FTSE 100 (Inglaterra) 7 314,05 IBovespa (Brasil) 104 531,90 CSI 300 (China) 3 910,08 Nikkei 225 (Japão) 21 960,71
Cot. 18/09/19 369,0787 1,1063 1,2480 108,1700 14,6152 4,1105
14/Set
18/Set
16/Set
Dow Jones (EUA)
∆ Diária (%) 0,134 0,034 -0,087 -0,081 0,485 -0,185
27 300
27 200
27 100
27 000 12/Set
Mercado CAMBIAL Taxas de Câmbio USD/AKZ EUr/USD GBP/USD USD/JPY USD/ZAr USD/BrL
Mercado Interbancário A Euribor 6 meses reduziu 0,4 p.b., ao fixar-se em -0,369%. A expectativa dos investidores sobre a introdução de estímulos à economia pelo Banco Central Europeu, poderá explicar o desempenho da taxa.
Libor USD 6 Meses
14/Set
16/Set
18/Set
EUR / USD ∆ Diária (%) 1,215 -0,063 -0,184 0,093 -0,943 0,827
Mercado DAS COMMODITIES
Mercado Cambial A moeda única europeia depreciou 0,6% ao fixar-se em 1,1063 USD por unidade da moeda. A expectativa de desaceleração da economia mundial tem favorecido a cotação do dólar.
1,113 1,105 1,097 1,089 12/Set
14/Set
16/Set
Brent C rude F ut.
Cot. 18/09/19 58,11 63,60 1 509,10 17,80 2,64 261,30
∆ Diária (%) -2,073 -1,472 0,146 -1,227 -1,162 -0,533
67,0 63,0 59,0 12/Set
14/Set
16/Set
BREVES Vitol e EnH de Moçambique estabelecem parceria com sede em Singapura A vitol e a estatal moçambicana Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) constituíram a ENH Energy Trading, uma parceria que se vai dedicar ao comércio de produtos petrolíferos, segundo um comunicado divulgado recente-
mente. A ENH Energy Trading será inicialmente detida em 51 % pela ENH e nos restantes 49 % pela vitol, estando previsto no contrato de parceria que a participação da estatal moçambicana aumente com o tempo.
Pontos vulneráveis da governação da Guiné-Bissau em análise pelo FMI Uma equipa do Fundo Monetário Internacional encontrase na Guiné-Bissau para avaliar as vulnerabilidades da governação do país, anunciou Quarta-feira o ministro das Finanças , em Bissau. “É uma missão que que irá abordar vários assuntos, no-
meadamente questões ligadas ao risco orçamental, questões de transparência na gestão das contas públicas, macro-economia, reformas estruturais e, por isso, é uma missão muito importante para o país”, afirmou o ministro Geraldo Martins.
Comércio entre o Brasil e a China em queda de Janeiro a Agosto
18/Set
71,0
Commodities WTI Crude Fut. Brent Crude Fut. Gold 100 Oz Fut. Prata Fut. Gás Natural Fut. Cobre Fut.
Mercado Accionista O FTSE 100 (Inglaterra) diminuiu 0,09% ao fixar-se em 7.314,05 pontos. A incerteza sobre a efectivação do Brexit continua a penalizar as perspectivas de consumo e investimento, o que se tem reflectido na cotação bolsista.
O PAÍS Sexta-feira, 20 de Setembro de 2019
Mercado de matérias-primas A perspectiva de rápida recuperação dos campos petrolíferos na Arábia Saudita, continuam a pressionar o preço da commodity. O Brent reduziu -1,47% ao fixar-se em 63,60 USD/barril, respectivamente.
18/Set
Os dados relativos às trocas comerciais entre o Brasil e a China de Janeiro a Agosto apontam para uma queda expressiva do seu valor ao longo do ano de 2019, escreveu a equipa redactorial da Comex-DF. O comércio entre os dois países atingiu 93,13 mil milhões de dólares em 2018, segundo
dados brasileiros (e 110 mil milhões de dólares segundo dados chineses), com exportações brasileiras no valor de 63,93 mil milhões de dólares e importações de produtos chineses no montante de 34,74 mil milhões de dólares, proporcionando um saldo positivo de 29,2 mil milhões de dólares favorável ao Brasil. Dr
Luibor Taxas BNA Luibor O/N Luibor 1 Mês Luibor 3 Meses Luibor 6 meses Luibor 9 meses Luibor 1 Ano
Luibor 1 Ano Cot. 18/09/19 14,11 14,28 14,44 14,78 15,21 15,91
∆ Diária (p.p) 0,010 0,040 0,030 0,120 0,140 0,250
Luibor As taxas Luibor registaram aumento na generalidadedasmaturidades, com destaque para a Luibor 12 meses que aumentou 25 p.b. ao fixar-se em 15,91%.
2,100 2,080 2,060 2,040 12/Set
14/Set
16/Set
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OPInIÃO
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O PAÍS Sexta-feira, 20 de Setembro de 2019
CARLOS MATEuS
França pronta para fazer o que for preciso para voltar à África
n
o continente Africano existem 54 Estados. Cerca de um terço deles são antigas colónias francesas, que se tornaram países independentes na década de 1960. A maioria deles mantém relações especiais e amigáveis com a antiga metrópole. O francês é usado diariamente nestes países. Além disso, é uma das línguas oficiais. Até hoje, o Tesouro francês garante a convertibilidade em euros das moedas de 14 países africanos - o franco da África Ocidental e o franco da África Central Os vizinhos europeus da França, de vez em quando, comentam sobre este tema. Por exemplo, em Janeiro, Luigi DiMaillot, vice-primeiro-ministro e ministro do Desenvolvimento Económico, Trabalho e Política Social da Itália, disse que Paris “cunhou a sua moeda, o franco colonial, e assim financia a sua dívida externa, explorando esses países”. Na sequência desta declaração, o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês convocou o embaixador italiano em Paris. Ao mesmo tempo, a França continua a exercer influência não só económica e cultural sobre as suas antigas colónias. Países como o Gabão, Djibuti, a Costa do Marfim e o Chade, têm bases militares francesas. No Mali e no Sahel, as forças armadas francesas, juntamente com as Nações Unidas e outros países do continente, estão envolvidos em operações anti-terrorismo. De acordo com o site Stratfor: “Após as suas independências, 12 países [africanos] assinaram acordos secretos de defesa nacional com a França. Os acordos, que nunca foram tornados públicos, permitem à França manter uma presença física nos países em troca da defesa da sua soberania nacio-
nal...”. Podemos adivinhar os países que assinaram estes nefastos acordos franceses: Marrocos, Senegal, Mauritânia, Mali, Burkina Faso, Níger, Tunísia, Chade, Costa do Marfim, República CentroAfricana, Gabão e Djibuti. Alguns mais - de acordo com conhecedores do caso- foram acrescentados à lista: Rwanda, Burundi e Zaire (República Democrática do Congo). De qualquer forma, a imagem era e é clara: antes de sair de África, a França lançou uma teia à volta de África. E o que significaram estes arranjos, na realidade? Em 2007, o New York Times escreveu que “a França interveio militarmente em África 19 vezes entre 1962 e 1995”. E a Stratfor, em 2016, calculou 42 intervenções francesas entre 1968 e 2013. Os tempos estavam a mudar na década de 1990. A França estava a perder “as batalhas” pela Europa e pela África. O New York Times cortou o ponto significativamente em 1995, porque em 1994 a França perdeu para os EUA na batalha estratégica pelo Ruanda (um milhão ou mais de hutus e tutsis morreram nessa batalha - e milhões foram mortos nas batalhas que se seguiram no Congo). E nos anos seguintes, neste ponto de viragem na geopolítica africana - o poder francês em África diminuiu decisivamente, não só por causa do poder militar dos EUA (AFRICOM), mas também por causa do novo poder económico da China. Estava a tornar-se uma potência de segundo plano. No entanto, esse truque permanecia na manga: os acordos militares explícitos e encobertos que tinha organizado em África. O dedo da França ainda estava no gatilho. A contra-revolução precisava desesperadamente de uma nova vida. E a “Primavera Árabe” deu-lhe uma. Quando a Tunísia começou a
protestar em 2010, a França respondeu oferecendo o seu “poderio militar” ao seu agente tunisiano: Ben Ali. E quando essa tentativa francesa de reprimir a independência africana fracassou - a França liderou as guerras contra a Líbia independente em 2011 (Opération Harmattan) e contra o Azawad independente (Opération Serval no norte do Mali, etc.) em 2013. Em 2014, a situação foi tal que a Newsweek afirmou que “a França está lentamente a recuperar o seu velho império africano”. E, em 2015, o Business Insider relatava que “os militares franceses estão por toda a África”. Milhares de soldados franceses estavam espalhados por todo o Sahara e além dele. Mas o facto é que eles estavam a lutar para salvar não a África, mas a França. A propósito, muitos países africanos acumularam muitas reivindicações contra a França, que é o mais activo de todos os países ocidentais a tentar manifestar-se no continente, inclusive em termos militares. A verdade é que os contingentes militares franceses não estão tanto a combater os terroristas, mas antes a promover as posições das suas empresas interes-
O ministro francês dos negócios Estrangeiros, Jean-Yves Le drian, anunciou ter havido fraudes na votação
sadas na exploração dos recursos naturais. O aumento da actividade terrorista nos países africanos é uma razão para que os franceses tragam as suas tropas, instalem bases militares e aeródromos e reforcem a presença de serviços especiais. A África sempre lutou, sempre houve conflitos inter-tribais e entre clãs, golpes militares, guerras civis. Mas não há dúvida de que foi o Ocidente que contribuiu directa ou indirectamente para a propagação do terrorismo. A França tem repetidamente afirmado a crescente ameaça do terrorismo em África, bem como a mobilização de todas as forças contra redes terroristas dentro e fora do seu território. No entanto, apesar das declarações ruidosas, a França continua a apoiar os grupos armados ilegais, utilizando-os para desestabilizar a região. A razão para isso é, acima de tudo, o desejo de controlar os ricos recursos de matérias-primas. A República Democrática do Congo possui as maiores reservas de cobalto, estanho, tungsténio, cobre, zinco, urânio, tântalo e diamantes. Além disso, os minerais mais importantes são o petróleo, gás natural, carvão, minérios de ouro e prata. No entanto, devido ao atraso tecnológico, o país não pode tirar pleno partido das suas fontes de matérias-primas. Por outro lado, muitas minas e pedreiras não são controladas pelo governo central, mas sim por vários grupos criminosos, o que parece ser plenamente satisfatório para as empresas francesas. Aparentemente, é mais rentável para a França obter terras raras e metais preciosos, bem como hidro-carbonetos e outros recursos naturais através de canais ilegais numa situação política interna instável do que lidar com as autoridades legítimas do país.
Paris procurou inicialmente pressionar os interesses das suas empresas na RDC ao nível diplomático, o que trouxe sérios lucros às empresas francesas. Mas, nos últimos anos, a RDC começou a desenvolver activamente a cooperação em vários domínios com outros países, incluindo os Estados Unidos, a China, a Índia, a Rússia e a África do Sul, perturbando assim os planos da França para estabelecer o controlo dos recursos na RDC. A França estava pronta para tal resultado. A resposta de Paris foi desestabilizar a situação no Estado africano. A França começou a fornecer ilegalmente armas às facções armadas congolesas, desafiando uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que proíbe o fornecimento de armas à República Democrática do Congo, e também patrocinou actos terroristas no território do país. Com o mesmo objectivo, a França tentou perturbar as eleições gerais na RDC em Dezembro de 2018. Depois obteve uma vitória indesejável para os franceses do líder da oposição Union pour la Démocratie et le Progrès Social, Felix Tshisekedi. O ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean-Yves Le Drian, anunciou ter havido fraudes na votação. É possível que, desta forma, Paris estivesse à procura de um pretexto para enviar os seus “observadores” à RDC. Até à data, a França, consciente da perda de influência no continente africano, está a tentar restabelecer a sua posição na região. Sob o pretexto de ajudar a erradicar o terrorismo e estabilizar a situação, Paris tem os seus próprios interesses egoístas em África e está a lutar pelo acesso aos ricos recursos naturais da região, independentemente das vítimas entre os cidadãos africanos.
OPInIÃO
O PAÍS Sexta - feira, 20 de Setembro de 2019
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RICARdO VITA
Art Comes First ou o espírito do dandy moderno
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alemos da arte de criar uma moda edificante e mais diversa com o colectivo Art Comes First, já que a Paris Fashion Week começa na Segunda-feira. Pois, Paco Rabanne no seu tempo, Yves SaintLaurent depois, Jean-Paul Gaultier desde o início e John Galliano até à sua triste queda, na Dior, provocada naquela noite de bebedeira naquele café à beira da estrada em Paris, já rimavam alta-costura com diversidade. Quarenta anos depois, uma nova onda de génios vai além e quebra a uniformidade que estilistas como Karl Lagerfeld, na Chanel, tentaram impor. E entre esses génios estão os dois fundadores - e um é Angolano - do fascinante colectivo Art Comes First, um dos projectos artísticos mais interessantes e criativos dos últimos dez anos. Eles são admirados por outros génios, como Kanye West, Pharrell Williams, Will.i.am, Raphael Saadiq, Mos Def, Ozwald Boateng e são trend-setters (criadores de tendências) com quem tudo se faz na rima e poesia. Mas eles são, sobretudo, da geração daqueles que só dançam quando gostam da música e não quando são convidados a dançar. Para o estilismo masculino, eles criam o elo entre passado, presente e futuro a fim de dar lugar a uma moda mais diversificada. A sua tesoura icónica viajante delineia os contornos da tradição e herança e o fio da agulha revela o presente que prediz o futuro. Os fatos da Art Comes First são criados a partir das técnicas históricas dos míticos alfaiates de Savile Row, a famosa rua de Mayfair em Londres, e são feitos com cortes e acabamentos contemporâneos. Os casacos, as jaquetas e as botas, bem como as meias de seda ou algodão; às quais a queda das calças deve deixar uma aparente grada-
ção, permitem que cores e detalhes se harmonizem impecavelmente. Para completar as suas colecções, outros génios convidados do colectivo participam na elaboração das peças necessárias: os chapéus, Super Duper Hats, são desenhados por Matteo Gioli ou por Liam Maher, para os modelos em brim, os óculos são inspirados pelos do jazzista Thelonius Monk em colaboração com Aroun Ducroix, as camisas e gravatas têm a assinatura de Sebastian Dollinger e uma mala de viagem foi pensada por T. Michael. Art Comes First é uma forma de expressão abrangente, a sigla ACF refere-se a qualquer esforço realizado no sentido artístico. Por exemplo, exprimem-se pela fotografia através da Aperture Camera Flash, fazem as colaborações com outros artistas sob o nome de Alchemy Creative Family e o design sob o de Always Cut First e assim por diante. Em resumo, Art Comes First é uma agência de estilo que aborda artisticamente o design, a fotografia e praticamente tudo o que toca. E com as três letras, ACF, define-se um carácter, um espírito, uma cultura. O colectivo foi iniciado em 2008 por Sam Lambert e Shaka Maidoh, com a intenção de criar e ser capaz de inspirar outras pessoas através das suas criações como eles próprios foram inspirados pela história do artesanato. Sam nasceu em Angola e partiu do país há 30 anos, mas Angola nunca saiu dele, e Shaka é de origem ganense e nasceu em Londres. O pai de Sam foi alfaiate e a sua mãe foi uma comerciante que viajava por toda parte, recebeu deles o gosto pela moda e viagem. O pai de Shaka foi um dandy de bom gosto e a sua mãe enfermeira, ele também recebeu deles o gosto por roupas e pelas pessoas. Antes de se conhecerem, cada um no seu lado já tinha paixão pelo estilo e passava tem-
po a procurar peças raras nas lojas vintage de Londres. E quando se conheceram, o seu interesse comum no estilo, na tradição e cultura naturalmente levou-os a começar juntos a viagem infinita pelo mundo. Emigraram primeiro para a Suécia, para continuar a sua viagem que ainda dura. Eles não vivem para viajar, viajam para viver, porque perceberam que a viagem torna modesto e permite ver melhor o pequeno lugar que ocupamos no mundo. Sam e Shaka sabem viajar em lugares que fazem a alma crescer, é a fonte da sua inspiração. Como o escritor francês Guy de Maupassant, entenderam
Art Comes First é uma forma de expressão abrangente, a sigla ACF refere-se a qualquer esforço realizado no sentido artístico. Por exemplo, exprimem-se pela fotografia através da Aperture Camera Flash, fazem as colaborações com outros artistas sob o nome de Alchemy Creative Family e o design sob o de Always Cut First e assim por diante
que viajar é uma espécie de porta através da qual se deixa a realidade para se penetrar numa outra realidade inexplorada similar a um sonho. É esse sonho que eles querem tornar realidade ao aproximar os seres humanos uns dos outros através da sua arte. Aliás terminaram esta semana uma viagem enriquecedora em Marraquexe para começar uma outra, neste momento, em terras subsarianas a fim de continuar a conviver com outros irmãos com quem também crescem, partilhando e trocando na simplicidade e generosidade. Fazem o mesmo na Ásia. Fazem o mesmo na América do Sul. Fazem o mesmo na América do Norte. Tudo na alteridade. Vão ao encontro do Outro, essa parte de si mesmos, não importa se são ícones em Copenhague, Dakar, Joanesburgo, Londres, Los Angeles, Nova Iorque, Paris, Estocolmo, Tóquio. A colecção que apresentaram para Primavera/Verão de 2019 chamava-se Surf Africa, foi inspirada das viagens que fizeram em Dakar e Acra. A intenção era dizer que também se faz surfe em África. A colecção Outono/Inverno de 2019, que chamaram « Electric Church », retraça um encontro entre um motociclista e um Tuaregue. E não podiam só explorar culturas sem explorar a suas músicas e danças. Sam e Shaka têm uma relação especial com a música, e é por isso que também são DJs. Eles exploram culturas musicais da mesma maneira que exploram as culturas que descobrem pelo mundo e que exprimem na moda e fotografia. No fundo, seguir o espírito de Art Comes First é ser um gentleman moderno que sabe de onde vem e para onde vai. É também tomar chá, usar gravata e apreciar arte. É viajar pelo mundo, porque ele é um livro e quem não viaja lê apenas uma página. É viver em toda parte e em nenhuma ao mesmo
tempo. É ser um cigano. Porque todos os povos têm o seu charme e cada aldeia tem a sua beleza. Sam e Shaka decidiram explorar o mundo a fim de exprimi-lo nas suas artes. Art Comes First é um conceito feliz que transmite autenticidade, singularidade e nobreza. É um estilo de vida boémio e moderno, ancorada na tradição e na abertura à descoberta. Sam e Shaka sopram esse espírito em todas as suas criações e colaborações. É o seu fôlego que instalou e revolucionou a famosa marca The Kooples, que Sam dirigiu. É esse fôlego que participa há muitos anos no sucesso das colecções do gigante Ozwald Boateng, e para quem Sam coordenou em Março último o lançamento da linha feminina que teve lugar no lendário Apollo Theatre em Harlem, Nova Iorque, no âmbito da celebração do centenário do Harlem Renaissance. Trouxeram o mesmo fôlego nas colaborações com artistas como Andersson Paak, G-easy, Saul Williams, Hypnotic Brass Ensemble, The Selecter, The Specials. Foi ainda com o mesmo espírito que incitaram designers a reduzir o impacto da sua produção no meio ambiente quando colaboraram com a marca Calik Denim. Em suma, a filosofia de Art Comes First incentiva o crescimento espiritual, desperta emoções positivas, sentimentos nobres e o ideal de solidariedade. Art Comes First interpela o nosso modo de vida e inspira cada um de nós a melhorar continuamente, porque a vida é arte. Ricardo Vita é Pan-africanista, afro-optimista radicado em Paris, França. É colunista do diário Folha de São Paulo (Brasil), do diário Público (Portugal) e do diário Libération (França). É cofundador e vicepresidente do instituto République et Diversité que promove a diversidade em França e é empresário.
MundO
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Irão exige provas de acusações e não descarta ‘guerra generalizada’ Ontem, o Ministério da Defesa saudita organizou uma conferência de imprensa para mostrar aos jornalistas o suposto míssil de cruzeiro iraniano e drones
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omentando uma recente apresentação pela Arábia Saudita de uma suposta prova de que Teerão estaria envolvido no recente ataque a refinarias sauditas, o Ministério das Relações Exteriores iraniano afirmou que precisa de ver essa prova. “Quanto ao ataque às instalações petrolíferas da Aramco, caso eles tenham provas reais da cumplicidade iraniana, então, que as mostrem”, afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irão, Abbas Mousavi à emissora Al Alam. Ante as acusações, o ministro das Relações Exteriores do Irão, Mohammad Javad Zarif, afirmou à CNN nesta Quinta-feira (19), que a República Islâmica não admitirá
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um ataque contra o seu país e responderia com uma “guerra generalizada”. “Estou a fazer uma declaração muito séria de que não queremos
guerra, não queremos nos envolver num conflito militar, mas não vamos pestanejar quanto a defender o nosso território”, afirmou Zarif. “Acto de guerra” ou Agitação pa-
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ra Guerra? O que resta do time B (+ aliados ambiciosos) estão a tentar instigar Donald Trump à guerra. Para o seu próprio bem, eles devem rezar para que não consigam o que tanto desejam. Eles ainda estão a pagar pela guerra do Iêmen, eles foram arrogantes demais para terminá-la quatro anos atrás. No último Sábado (14), a Saudi Aramco foi obrigada a fechar duas das suas instalações depois de estas serem atacadas por drones, o que posteriormente levou ao corte na produção de petróleo em quase metade, resultando no aumento dos preços do petróleo em todo o mundo. O Ministério da Defesa saudita mostrou nesta Quarta-feira (18) um suposto míssil de cruzeiro iraniano e drones que teriam sido utilizados no ataque. Contudo, antes de as supostas provas terem sido tornadas públicas, o secretário de Estado norteamericano, Mike Pompeo, culpou o Irão pelo ataque, que, por sua vez, negou as acusações. Posteriormente, o Presidente norte-americano, Donald Trump, declarou durante uma reunião com o príncipe saudita, Salman bin Hamad Al-Khalifa, que, com base nas evidências que havia visto, o Irão seria responsável pelo ataque.
Sistemas Patriot sauditas não contiveram drones e mísseis no ataque a refinarias A defesa anti-aérea saudita, dona de 88 complexos de mísseis Patriot, não conseguiu conter dezenas de drones e mísseis de cruzeiro no ataque a refinarias
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proximadamente 88 sistemas Patriot instalados na Arábia Saudita não foram capazes de conter o ataque às instalações petrolíferas da Saudi Aramco. O ataque foi realizado com dezenas de drones e mísseis guiados, que passaram pela defesa saudita, segundo fonte de alto nível do Ministério da Defesa da Rússia. A fonte do Ministério da Defesa russo rejeitou a justificativa do secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, que tentou explicar o fiasco do sistema norte-americano Patriot, que é, na verdade, de acordo com a fonte, de baixa eficiência. “As declarações do secretário de Estado [dos EUA] de que os sistemas de defesa anti-aérea em todo o mundo demostram resultados controversos ao repelir ataques, às vezes, podem ser levadas a sério se
estivermos a falar de um único sistema Patriot, que cobre um único objeto. Mas os Estados Unidos instalaram uma poderosa rede de defesa anti-aérea na Arábia Saudita, especialmente no Norte [do país], com um sólido campo de radar”, detalhou a fonte. Segundo a fonte, a rede de sistemas não conseguiu impedir o ataque, o que significa que as características do Aegis e Patriot não demonstram o seu real desempenho, já que demonstraram ser ineficazes no combate de pequenas aeronaves e mísseis guiados. “Actualmente, a fronteira Norte da Arábia Saudita está coberta por 88 complexos norte-americanos de defesa anti-aérea Patriot. Sendo que 36 deles possuem o PAC-2 e os outros 52 possuem o PAC-3”, afirmou a fonte. Duas refinarias de petróleo da
empresa estatal saudita Saudi Aramco foram atacadas por drones e mísseis no Sábado (14). O ataque provocou danos significativos que interromperam as suas operações por dias, resultando numa redução considerável da produção de petróleo do país. Após os ataques às refinarias sauditas, os EUA não perderam tempo e logo acusaram o Irão,
mesmo depois de os houthis terem reivindicado os ataques. Pompeo classificou o ataque como “acto de guerra” do Irão, enquanto que o Presidente norteamericano, Donald Trump, assegurou que o país está “carregado e pronto” para contra-atacar. Entretanto, Washington não apresentou nenhuma prova da participação iraniana.
Caça belga F-16 cai no Oeste de França
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esta Quinta-feira (19), um avião militar F-16 caiu em Pluvigner, no departamento francês de Morbihan, enquanto participava num exercício militar, informou a mídia local. De acordo com o site Ouest-France, o caça belga caiu durante os exercícios militares conjuntos entre a França e a Bélgica, mas os dois pilotos conseguiram ejectar-se e sobreviveram. Os relatos dizem que um dos pilotos ficou preso num fio de alta voltagem depois de se ejectar, tendo ficado ferido. O site comunica ainda que uma residência foi atingida durante o acidente, mas que não há outros feridos. No momento, 40 bombeiros e 20 equipas de resgate de Sdis du Morbihan estavam a trabalhar na área do incidente, segundo relatos. O avião descolou da Base Aérea de Florennes perto de Namur, Bélgica, e seguia para a base aérea naval de LannBihoué, Morbihan.
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Chefe de milícia da África Central acusado por crimes de guerra dois supostos líderes das milícias da república Centro-Africana, um deles figura de
destaque no futebol africano, ouviram os detalhes das acusações de crimes de guerra contra eles no Tribunal Penal Internacional (TPI), nesta Quinta-feira
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atrice-Edouard Ngaissona e Alfred Yekatom, que negam irregularidades, participavam na chamada audiência de “confirmação das acusações”, na qual os procuradores descreveram o seu caso. Os juízes decidirão se há provas suficientes para avançar com um julgamento. Os procuradores dizem que Ngaissona era um dos líderes mais importantes das milícias dominadas pelos cristãos, enquanto Yekatom era um comandante das mesmas forças - conhecido como “anti-balaka”, que na língua local Sango implica a capacidade de parar as armas inimigas - durante os combates, em 2013-2014. A República Centro-Africana está atolada em casos de violência desde que uma coligação de rebeldes maioritariamente muçulmanos do Norte, conhecida como “Seleka”, ou “aliança” em Sango, tomou o poder em Março de 2013. O seu Governo brutal deu origem às milícias anti-balaka, opostas. Ngaissona e Yekatom foram acu-
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Afred Yekatom
sados de participar num plano para atacar os muçulmanos que pensavam apoiar os Seleka e de cometer crimes, incluindo perseguição, assassinato, tortura, estupro, uso de crianças-soldados e civis. Ambos foram transferidos para o tribunal no ano passado. No momento da sua prisão, Ngaissona era membro do conselho executivo da Federação Africana de Futebol (CAF), órgão reitor do futebol
Patrice-Edouard Ngaisona
em África. Ngaissona enfrenta 111 acusações, enquanto Yekatom é acusado de 21 crimes. A defesa de Yekatom argumentou que os procuradores prejudicaram injustamente a sua defesa ao não divulgar a maioria das evidências relacionadas com supostos crimes cometidos pelo grupo Seleka. Está em curso uma investigação separada do TPI sobre supostos cri-
mes do grupo Seleka. “O senhor Yekatom não pode obter uma audiência de confirmação justa, porque os Seleka não estão aqui e a sua ausência é usada para recolha de matéria de defesa”, disse o advogado Mylene Dimitri ao tribunal. Como Yekatom é acusado de ataques indiscriminados a civis, os seus advogados dizem que precisam de informações sobre o Seleka para mostrar que alguns dos ataques de que ele é acusado foram contra combatentes inimigos que eram alvos legítimos. As organizações de direitos humanos da África Central presentes na audiência disseram que o julgamento estava a ser acompanhado de perto na capital Bangui, onde alguns acham que há um duplo padrão. “Você não pode acusar apenas um lado e sair do outro lado. Consideramos que o TPI deve processar os dois campos ”, disse à Reuters Mathias Morouba, do centro de controlo de direitos da OCDH na África Central.
Ex-Presidente da Tunísia, Ben Ali, morre no exílio na Arábia Saudita O ex-Presidente tunisino Zine El-Abidine Ben Ali, cuja deposição em
2011, na esteira de uma revolta, desencadeou as revoluções da Primavera Árabe, morreu durante o exílio na Arábia Saudita, nesta Quintafeira, dias depois de uma eleição presidencial livre na sua terra natalG
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funeral acontecerá hoje, Sexta-feira, também na Arábia Saudita, disse o seu advogado, Mounir Ben Salha, à Reuters. Ben Ali fugiu da Tunísia em Janeiro de 2011, quando os seus compatriotas - muitos deles revoltados depois que um vendedor de vegetais se ter imolado, algumas semanas antes, para protestar contra a Polícia - se rebelaram contra o go-
verno opressivo, numa revolução que inspirou outros levantamentos no Oriente Médio e levou a uma transição democrática no país. “É o fim de ditadores como ele. Não podemos esquecer que ele destruiu o nosso país (...) ele deu ordem para matar civis em protestos em 2011”, disse Imad Layouni, desempregado de 26 anos, numa cafetaria de Túnis. No Domingo, eleitores tunisinos
Ben Ali morreu na Arábia Saudita
votaram numa eleição que contou com candidatos de todos os lados do espectro político e que colocou dois nomes sem tradição política na segunda volta - algo impensável durante as duas décadas de Ben Ali no poder. Mas, embora os tunisinos tenham tido uma marcha muito mais suave rumo à democracia do que a de cidadãos de outros países árabes que também se rebelaram em 2011, muitos deles estão em situação económica pior do que na era Ben Ali. Enquanto quase todos os candidatos da votação de Domingo são defensores explícitos da revolução, um deles, Abir Moussi, fez campanha como apoiante do Governo deposto de Ben Ali, recebendo 4% dos votos.
Trump classifica como “fake news” denúncia sobre suposta promessa a líder estrangeiro
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Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou nesta Quinta-feira como “fake news” uma reportagem alegando que ele fez uma promessa por telefone a um líder estrangeiro considerada preocupante o suficiente para que uma autoridade da inteligência norte-americana registasse uma denúncia. “Praticamente, a qualquer momento em que eu falo ao telefone com um líder estrangeiro, compreendo que muitas pessoas podem estar ouvindo a partir de várias agências dos EUA, sem mencionar aquelas de outros países”, twittou Trump. Na sua sequência de twíttes, o Presidente questionou se alguém seria “idiota o suficiente” para acreditar que ele diria algo inapropriado com um líder estrangeiro durante uma ligação bastante supervisionada. “De todo modo, eu só faria o que é certo e só faria o bem para os EUA!”, acrescentou. O jornal Washington Post, citando duas ex-autoridades familiarizadas com o assunto, disse na Quarta-feira que o inspector-geral da Comunidade de Inteligência dos EUA, Michael Atkinson, havia determinado que a denúncia era crível e problemática o suficiente para ser considerada um assunto de “preocupação urgente” e que requer que comités do Congresso sejam notificados. No entanto, o director em exercício da Inteligência Nacional, Joseph Maguire, não apresentou uma cópia da denúncia ao Congresso.
ACTuAL
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Jovem apoia captadores de lixo
repatriamento de refugiados da RdC adiado sem data
Para ajudar na preservação do meio ambiente e na redução do desemprego no país, particularmente em Luanda, foi lançado no mercado angolano o projecto Angolatas e Angobidões, numa iniciativa do jovem Miguel de Almeida
O
projecto destina-se a melhorar a vida dos captadores de lixo, evitando que recolham os resíduos sólidos dos contentores sem qualquer protecção para a saúde, correndo o risco de adquirir doenças graves. Miguel Almeida frisou que o projecto surgiu depois de ter visto várias vezes crianças, adultos e portadores de deficiência entre os contentores de lixo a recolher latas e garrafas de plástico. Esclareceu que está a cadastrar os captadores de lixo de forma a desenvolverem a actividade com pro-
Dr
tecção e sem riscos, oferecendo um salário mensal de 30 mil Kwanzas. A recolha dos resíduos sólidos será feita nas residências de forma grátis, sendo que o interessado poderá ligar para o número 930304395 ou acessar as páginas www.facebook.com/angolatas ou www.facebook.com/angobidões. Os resíduos sólidos recolhidos serão vendidos às empresas de reciclagem, obtendo-se daí o valor a pagar mensalmente aos trabalhadores. Duas semanas depois da entrada em acção do projecto, conta já com seis captadores de lixo inscritos e a trabalhar.
A reciclagem pode acabar com este cenário nas ruas das grandes cidades
Detectadas mais de 100 tentativas de duplo registo de nascimento Cento e 80 casos de tentativa de duplo registo de nascimento foram detectados, nos últimos quatro meses, pelo Serviço de registo Civil e Notariado do município da Ganda, em Benguela, informou esta Quintafeira, o seu responsável, Lucas Joaquim Alfredo
E
m declarações à Angop, o delegado do Registo Civil e Notariado na Ganda disse que os cidadãos que incorrem nesta prática são inicialmente convocados para prestar esclarecimentos, estando sujeitos a responder criminalmente. Segundo o responsável, os actos de duplo registo surgem porque os cidadãos preferem fazer um novo registo, isento de cobrança de emolumentos, do que pedir a segunda via de um assento de nascimento, que tem custos. “A maioria dos actos de registo civil e notariado são isentos de cobranças de emolumentos pela primeira vez, razão pela qual há cidadãos já registados que, ao invés de pedirem o assento de nascimento, que deve ser pago, preferem fazer
um novo registo”, explicou. Lucas Alfredo alertou ainda os cidadãos a evitarem recorrer a intermediários para a obtenção fácil desses documentos, uma vez que a instituição está aberta nos dias normais de trabalho para prestação de serviço público a todos, sem excepção. Apontou a existência de utentes já registados noutras províncias que também têm recorrido aos Serviços de Registo da Ganda, omitindo informações, mas que são prontamente detectados através de documentos que trazem das escolas, igrejas e outros. “Os cidadãos cujos registos foram efectuados fora desta circunscrição territorial devem solicitar uma segunda via lá onde se registaram, com excepção do Bilhete de Identidade que pode ser adquirido em
qualquer parte do país”, disse. Lucas Alfredo avançou, por outro lado, que no período em referência foram emitidos 1.531 registos de nascimento, 4.301 certidões e mil bilhetes de identidade, tendo arrecadado mais de um milhão de Kwanzas para os cofres do Estado, resultante do pagamento dos emolumentos. Segundo o delegado, a instituição está na posse de 2 mil assentos de nascimento e 450 bilhetes de identidade por levantar, apelando ao apoio das entidades religiosas, sobas, professores e órgãos de comunicação social para persuadirem os utentes a efectuar o seu levantamento. Reiterou o compromisso do governo em levar o serviço de registo mais próximo do cidadão, baseado na gratuitidade dos actos de identificação civil pela primeira vez, enquanto pela segunda vez devem pagar uma taxa normal ou urgente de emolumentos que ronda entre os 3 mil e 828 a 6 mil e 675 Kwanzas, tendo apenas o Bilhete de Identidade uma taxa única fixada em Akz 555,00. Apontou a falta de transportes, insuficiência de material gastável, de fontes alternativas de energia eléctrica e de recursos humanos, como estando na base das
dificuldades existentes para o desenvolvimento do sector. “A instituição não possui sequer um meio de transporte, facto que condiciona levar os serviços de registo às quatro comunas do município, embora exista um programa para extensão, em Outubro próximo, da campanha de massificação do registo civil nas áreas da Babaera, Ebanga, Casseque e Chikuma, respectivamente”, frisou Lucas Alfredo. Defendeu a realização urgente de um concurso público no sector da Justiça para cobertura do défice de pessoal especializado na localidade. Deu a conhecer que existe em cada uma das quatro comunas um representante do Registo Civil, número considerado insuficiente para atender a demanda. Ao nível da sede municipal, os serviços de registo, notariado, identificação e Bué possuem no total 13 funcionários, estando a precisar de mais 20 para fazer a cobertura total da região. A Angop soube que, além da Conservatória do Registo Civil e Notariado da Ganda, existe mais uma loja de registo civil, erguida nos últimos cinco anos, na vila do Alto Catumbela, que por alegada falta de apetrechamento e de funcionários até ao momento não funciona. Segundo Lucas Alfredo, para o arranque dos serviços na loja do Alto Catumbela, a 18 quilómetros da sede municipal, são necessários 15 funcionários.
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repatriamento organizado dos 4 mil refugiados assentados no campo do Lóvua, Lunda-Norte, inicialmente previsto para o dia 18 do corrente, está adiado sem data a pedido das autoridades da República Democrática do Congo (RDC). A informação foi avançada nesta Quinta-feira à Angop pelo chefe do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) na LundaNorte, Daniel Roger Tam, tendo sublinhado que o adiamento se deve à falta de condições de acolhimento nas províncias de Kassai e Kassai Central, na RDC. Para ultrapassar o impasse, o responsável do ACNUR disse que a organização está a trabalhar com o governo congolês para que o processo comece na próxima semana. Daniel Roger Tam afirmou que estão disponíveis cinco viaturas, alimentação e técnicos para apoiar o repatriamento logo que as autoridades congolesas confirmem as condições para o acolhimento dos refugiados. Os 4 mil refugiados fazem parte de um grupo de 9 mil que ainda se encontram assentados no campo do Lóvua. Neste processo, o ACNUR assegura cerca de 20 mil francos congolese e USD 80 para a reintegração sócio-económica dos regressados. Durante o repatriamento voluntário e espontâneo regressaram à RDC 14 mil e 724 pessoas. Deste número três mil e 772 são homens, sete mil e 974 crianças e dois mil e 978 mulheres, dos 18 mil e 800 previstos. O repatriamento voluntário teve início a 19 de Agosto, quando um grupo de refugiados decidiu unilateralmente regressar ao país de origem voluntária e espontaneamente. O total de cidadãos da RDC na altura acolhidos em Angola, na província da Lunda-Norte, em particular, atingiu os 35 mil, destes, 23 mil e 684 foram acolhidos no campo de refugiados do Lóvua, enquanto os restantes 11 mil e 316 estavam distribuídos pelas comunidades da província.
dESPORTO
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DANIEL MIGUEL/ArQUIvO
O PAÍS Sexta-feira, 20 de Setembro de 2019
Sub-17 defronta Escócia no Domingo Dr
A Avançado do 1º de Agosto, Ary Papel, no momento em “traduziu” a (grande) penalidade em golo
1º de Agosto bate Ferrovia e ascende ao segundo lugar Os rubro-negros venceram, ontem, o Ferrovia do Huambo,
por duas bolas a zero, no Estádio 11 de Novembro, em Luanda, no encerrameno da quarta jornada do Girabola 2019/2020 quarto lugar com apenas um ponto. Durante os 90 minutos, os militares Kiameso Pedro do Rio Seco dominaram o adversário em todos os aspectos, uma vez 1º de Agosto, tetra- que o Ferrovia apresentava muitas campeão nacio- dificuldades para chegar com perinal, venceu ontem go à defesa do 1º de Agosto.
O
o Ferrovia do Huambo por duas bolas sem resposta, no Estádio 11 de Novembro, em Luanda.
No desafio, que encerrou a quarta jornada do Girabola 2019/2020, os golos dos rubronegros foram apontados por Ary Papel, de grande penalidade, aos 44 minutos, e Mabululu aos 58. Com este resultado, os militares ascendem à segunda posição com nove pontos, juntamente com o Recreativo da Caála, Interclube e Recreativo do Libolo. Por sua vez, o Ferrovia do Huambo mantém-se no décimo
“Gostei da postura dos meus atletas, uma vez que conseguiram dignificar o espectáculo. Mas, vamos continuar a trabalhar para os próximos jogos”
Em declarações à imprensa, no final da partida, o treinador do Ferrovia, João Pintar da Silva, disse estar triste pela derrota, mas admitiu que a sua equipa poderia ter feito mais, uma vez que os seus jogadores bateram-se bem. “Gostei da postura dos meus atletas, uma vez que conseguiram dignificar o espectáculo. Mas, vamos continuar a trabalhar para os próximos jogos”, disse. Por sua vez, o treinador-adjunto do 1º de Agosto, Ivo Traça, admitiu que o desafio foi difícil, porque a sua equipa desperdiçou oportunidades de golo, mas admitiu que o Ferrovia apresentou-se bem. “Foi um jogo de paciência e felicito o Ferrovia porque bateu-se bem, mas nós falhamos muitas ocasiões de golo”, finalizou.
Selecção Nacional de futebol em sub-17 mede forças no próximo Domingo com a Escócia, em partida a contar para a primeira jornada do grupo 2 do torneio de desenvolvimento da UEFA, no âmbito da preparação do Mundial que o Brasil acolhe de 26 de Outubro a 17 de Novembro próximo. Na segunda jornada, marcada para Terça-feira, 24, a Selecção Nacional joga frente ao
Paraguai. Na terceira e última ronda terá pela frente os Camarões no dia 26 deste mês. O seleccionador Pedro Gonçalves disse ontem à imprensa que vai aproveitar este torneio para corrigir aspectos ofensivos e defensivos de modo a entrar forte no Campeonato do Mundo. Os ‘palanquinhas’ vão competir no Mundial do Brasil no grupo A com o Canadá, Brasil e Nova Zelândia.
Imprensa espanhola volta a chamar José Mourinho
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osé Mourinho, treinador de 56 anos, continua a fazer sombra a muitos outros técnicos nos principais campeonatos europeus, mas em Espanha ‘suspiram’ mesmo pelo regresso do português ao comando do Real Madrid.
O desaire dos merengues na 1.ª jornada da fase de gru-
pos da Liga dos Campeões, frente ao PSG (3-0), voltou a colocar a imprensa espanhola em alerta e já à procura de um substituto para Zidane. Como tem sido habitual desde que José Mourinho está sem emprego, o nome do treinador volta a ser insistentemente associado aos blancos. Dr
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“Estou acima de Messi, sou o número um” O internacional português Cristiano Ronaldo voltou a dar demonstrar a sua enorme auto-confiança ao considerar-se o melhor jogador de todos os tempos, colocandose à frente de nomes como Lionel Messi, Pelé e Maradona. “Não consigo controlar o que as pessoas gostam, algumas pessoas gostam deste ou daquele jogador. Para mim, sou o número um da história. Sei que sou um dos melhores”, começou por confessor o avançado luso, de 34 anos, em declarações ao Mundo Deportivo. No que diz respeito às constantes comparações com Lionel Messi, o jogador da Juventus admitiu estar acima do argentino. “Quero ganhar o maior número de bolas de ouro da história, Acho que mereço isso. Messi é fantástico e um jogador incrível, mas acho que depois de ter seis, sete ou oito, ficarei acima dele. Eu tenho uma relação com ele e sei que ele me motiva a ser um jogador melhor, bem como eu também o pressiono”, disse. Dr
FIFA pede ao Irão para ser mais flexível O presidente da FIFA, Gianni Infantino, disse ontem que o organismo tem uma posição “clara e firme”, no sentido de se “permitir que as mulheres entrem em estádios de futebol no Irão”. Infantino clarificou em comunicado a posição da FIFA e disse esperar que a Federação e as autoridades daquele país “sejam receptivas” aos “reiterados pedidos” para se fazer frente a uma “situação inaceitável”. “Estive em contacto em várias ocasiões com eles. Neste momento, temos uma delegação de membros da FIFA no Irão, e espero receber boas notícias”, indicou o responsável.
Dr
Huambo acolhe torneio de atletismo Depois da abertura da nova temporada ao nível do atletismo, os fundistas nacionais, em ambos os sexos, disputam amanhã o Grande Prémio Cuima, na província do Huambo.
Campeões africanos ainda não receberam prémios Sebastião Félix
O
s atletas da Selecção Nacional masculina de basquetebol em sub-16 e em sub-18, que conquistaram o Afrobasket 2013 em Antanarivo, Madagáscar, e em 2016, em Kigali, no Rwanda, ainda não receberam os respectivos prémios, segundo uma fonte ligada ao processo.
O Ministério da Juventude e Desportos (Minjude), órgão responsável pela premiação, desde que os atletas regressaram ao país com o troféu, não moveu qualquer palha. Segundo fonte de OPAÍS, de promessas e abraços o Ministério da Juventude e Desportos não passou até agora. Por esta razão, alguns encarregados de educação estão agastados com a atitude daquela instituição. Aos poucos, vão desmotivando os filhos a não praticarem determinadas modalidades, por falta de incentivo.
“É preferível os nossos filhos estudarem do que jogar basquetebol. Não há qualquer incentivo. Isto não se faz”, lamentou a fonte deste jornal. Childe Dundão, Sílvio de Sousa, Ismael e Bruno Fernandes, agora na NBA, e outros fazem parte desta geração de campeões africanos. Agora que chegou ao melhor basquetebol do mundo, a NBA, o prémio para si, quiçá, faz parte do passado. Por conta disto, a fonte deste jornal adianta que a Federação Angolana de Basquetebol
De acordo com a Federação Angolana de Atletismo (FAA), a competição será disputada num percurso de dez quilómetros, à semelhança da Taça Herói Nacional, que foi disputado na passada Terça-feira, em Luanda. A prova vai contar com a participação de atletas federados, população, paralímpicos e estudantes universaitários. Dr
(FAB) desconhece as razões do incumprimento do Ministério da Juventude e Desportos. O processo já leva algum tempo, logo o órgão que rege a modalidade no país, por saber que é um prémio de classificação, espera que o problema seja brevemente resolvido. Num passado recente falouse da premiação dos jogadores, mas o assunto, parece, não foi levado a sério pelos responsáveis. Este jornal tentou ouvir a reacção do Ministério da Juventude e Desportos, mas sem sucesso.
Angola disputa acesso aos Jogos Olímpicos de Tóquio A Federação Angolana de Basquetebol (FAB) anunciou ontem à imprensa que a Selecção Nacional sénior masculina disputa de 23 a 28 do corrente mês o torneio pré-olímpico, num país a indicar. Angola, Brasil, Canadá, China, Croácia, República Checa,
Leicester City e Tottenham ‘aquecem’ King Power
Motores “roncam” em Singapura
O Leicester City recebe amanhã o Tottenham Hotspur, no King Power Stadium, em partida da sexta jornada da Premier League, às 12:30. Ambas as equipas têm o mesmo número de pontos na classificação. Os Spurs figuram na terceira posição com 8 pontos, ao passo que o Leicester encontra-se no 5º lugar com 8.
O Grande Prémio de Fórmula 1 da Singapura disputa-se no próximo Domingo, às 13:00 (tempo de Angola). Na classificação, o britânico da Mercedes, Lewis Hamilton, lidera a competição com 284 pontos. Na segunda posição encontra-se o filandês Valtteri Bottas, igualmente da Mercedes, com 221 pontos.
República Dominicana, Alemanha, Grécia, Itália, Coreia, Lituânia, México, Nova Zelândia, Polónia, Porto Rico, Rússia, Senegal, Sérvia, Eslovénia, Tunísia, Peru, Uruguai, Venezuela, são as selecções que vão lutar por uma vaga para os Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020.
del Bosque recusa abordar a crise do Real Madrid O Real Madrid não começou bem o campeonato espanhol e sofreu, na Quarta-feira, uma derrota (3-0) frente ao PSG, na estreia para a Liga dos Campeões, tendo o antigo selecionador espanhol Vicente Del Bosque preferido não se alongar em comentários. Real Madrid? Nem desejo que as minhas declarações possam incomodar”, disse.
Federer admite estar a poucos jogos do final da carreira O tenista Roger Federer, de 38 anos, recordista de títulos do Grand Slam, admitiu ontem ao L’Equipe que está a poucos dias de terminar a carreira.
“Agora tornou-se um requisito em todas as minhas entrevistas, como se fosse absolutamente necessário fazer essa pergunta, porque pode ser que eu anuncie esse momento. Mas não vou fazer isso, porque eu mesmo não sei. Mas tenho certeza que estou a poucos jogos desse final”, afirmou Roger Federer, citado pelo jornal francês L’Equipe. O actual número 3 do ranking mundial, vai estar nos courts pelo menos por mais um ano, tendo revelado que definiu já o calendário para a próxima temporada.
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imobiliário
O PAÍS Sexta-feira, 20 de Setembro de 2019
diversos
O PAĂ?S Sexta-feira, 20 de Setembro de 2019
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TEMPO
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O PAÍS Sexta-feira, 20 de Setembro de 2019
Fonte: INAMET
PrEvISÃO DO TEMPO *** 3 DIAS *** PArA AS PrINCIPAIS CIDADES válida de 19 a 21 de Setembro de 2019 Ê Ê
INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGOA E GEOFÍSICA - CENTRO NACIONAL DE PREVISÃO DE TEMPO (CNPT) Ê
Ê
PREVISÃO DO TEMPO *** 3 DIAS *** PARA AS PRINCIPAIS CIDADES, válida de 19 a 21 de Setembro de 2019Ê Data 19/ 09/ 2019
CIDADE
Mín
Data 20/ 09/ 2019
Estado do Tempo
Máx
Mín
Máx
Data 21/ 09/ 2019
Estado do Tempo
Mín
Máx
LUANDA
20
29
Céu pouco nublado/neblina matinal.
20
28
Nublado pela manhã/ chuvisco.
21
27
Nublado pela manhã / chuvisco.
CABINDA
21
29
Céu pouco nublado/ chuva fraca
21
27
Céu pouco nublado/ chuva fraca
20
29
Céu nublado pela manhã/ chuvisco.
SUMBE
17
25
Céu nublado, neblina.
19
27
Céu nublado pela manhã/ neblina.
20
28
Céu nublado pela manhã/ neblina.
CAXITO
23
29
Céu nublado pela manhã/ neblina.
22
30
Céu nublado pela manhã/ neblina.
23
31
Céu parcial nublado, neblina.
MBANZA CONGO
17
30
Céu pouco nublado/ chuva fraca
18
29
Céu parcial nublado, neblina.
19
30
UIGE
16
30
Céu nublado, neblina.
17
29
Céu parcialmente nublado.
18
30
NDALATANDO
15
27
Céu nublado pela manhã/ neblina.
15
28
Céu nublado pela manhã/ neblina.
16
29
Céu nublado pela manhã/ neblina.
MALANJE
18
30
Nublado, chuvisco a chuva fraca.
18
30
Nublado, chuvisco a chuva fraca..
19
29
Nublado, chuvisco a chuva fraca.
DUNDO
22
30
Chuva moderada com trovoada a anoitecer
22
31
Chuva fraca a moderada/ neblina
2
29
Céu parcialmente nublado a limpo.
SAURIMO
18
30
Céu pouco nublado a limpo
17
29
Céu pouco nublado a limpo
16
28
Céu pouco nublado a limpo
BENGUELA
19
28
Céu nublado pela manhã/ neblina.
20
27
Céu nublado pela manhã/ neblina.
21
28
Céu pouco nublado a limpo
HUAMBO
09
29
Céu limpo
10
27
Céu parcialmente nublado a limpo
10
28
Céu limpo
CUITO
12
28
Céu parcialmente nublado a limpo
13
26
Céu parcialmente nublado a limpo
14
27
Céu limpo
LUENA
15
30
Céu limpo
14
29
Céu limpo
15
28
Céu limpo
LUBANGO
14
29
Céu limpo
12
28
Céu limpo
14
28
Céu limpo
MENONGUE
15
30
Céu limpo
14
29
Céu limpo
15
27
Céu limpo
MOÇÂMEDES
16
26
Céu parcialmente nublado a limpo.
16
26
Céu parcialmente nublado a limpo.
15
27
Céu nublado pela manhã/ neblina.
ONDJIVA
15
30
Céu limpo
16
31
Céu limpo
15
30
Céu limpo
O (s) Meteorologista (s): José Cachimbuandungue Ê
Estado do Tempo
Céu parcial nublado, neblina. Céu parcial nublado, neblina.
das 18 horas do dia 19 às horas do dia 20 de Setembro de 2019. REGIÃO nORTE: Províncias de Cabinda, Zaire, Bengo, Luanda Céu parcialmente nublado, apresentando-se muito nublado pela madrugada e manhã nas províncias de Luanda, Cabinda, Zaire, Bengo Uíge Malanje, Cuanza-Norte, Cuanza- Sul. Probabilidade de ocorrência de chuva fraca a moderada no período da manhã e tarde em alguns municípios das províncias de Luanda e, Cabinda, Zaire, Uíge, Malanje, Cuanza-Sul. Possibilidade de ocorrência de nevoeiro ou neblina matinal em alguns municípios das províncias de Luanda, Cabinda, Zaire, Uíge, Malanje, Cuanza-Sul.
REGIÃO CEnTRO: Províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico Céu pouco nublado ou limpo. Parcialmente nublado pela manhã ao longo da faixa do litoral. REGIÃO SuL: Províncias do Namibe, Huíla, Cunene e Cuando Cubango Céu parcialmente nublado, tornando-se pouco nublado ao entardecer. Parcialmente nublado pela manhã ao longo da faixa litoral. Possibilidade de ocorrência de nevoeiro ou neblina matinal em alguns municípios da província do Namibe.
Luanda, 18 de Setembro de 2019
Aeroporto Internacional 04 de Fevereiro, Rua 21 de Janeiro – Tel.: 949320641 – Luanda. Site: http://www.inamet.gov.ao; emails: geral@inamet.gov.ao / geral.inamet@angola-portal.aoÊ
TEMPO nO MAR Fonte: INAMET
BOLETIM METEOrOLÓGICO PArA A NAvEGAÇÃO MArÍTIMA 1. SITuAÇÃO GERAL ÀS 15:00 Tu dO dIA 18 dE SETEMBRO dE 2019: Circulação de Sudoeste fraca entre os paralelos 4°S e 14°S (Cabinda até Benguela) e moderada de INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA E GEOFÍSICA - INAMET Sudoeste e a Sul do paralelo 15°S Centro Nacional de Previsão do Tempo
BOLETIM PARA A NAVEGAÇÃO 2. PREVISÃO VÁLIdA ATÉ ÀS 18:00 TuMETEOROLÓGICO dO dIA 19 dE SETEMBRO 2019: MARÍTIMA SITUAÇÃO GERAL ÀS 15:00 TU DO DIA 18 DE SETEMBRO DE 2019: nÃO1. HÁ AVISO.
Circulação de Sudoeste fraca entre os paralelos 4°S a 14°S (Cabinda até Benguela) e moderada de sudoeste, a Sul do paralelo 15°S 2. PREVISÃO VÁLIDA ATÉ AS 18:00 TU DO DIA 19 DE SETEMBRO 2019: NÃO HÁ AVISO.
REGIÃO
ESTADO DO TEMPO
VENTO
(ATÉ 200 MILHAS DA COSTA)
ALTURA DA ONDA (METROS)
ESTADO DO MAR
DIRECÇÃO FORÇA (KT)
Cabinda (4°S – 6°S)
Nublado
Zaire, Bengo, Luanda e Cuanza-Sul (6°S – 12°S) Benguela (12°S – 14°S) Namibe (14°S – 18S)
VISIBILIDADE HORIZONTAL (KM)
Sudoeste
08 a 10
Até 1.0
Pouco agitado
Fraca pela manhã (Superior a 5)
Parcialmente nublado
Sudoeste
08 a 15
Até 1.0
Pouco agitado
Fraca pela manhã (Superior a 5)
Parcialmente nublado
Sudoeste
Até 12
Até 1.2
Pouco agitado
Boa (Superior 8)
Parcialmente nublado
Sudoeste
Até 16
Até 1.6
Agitado
Moderada (Superior a 6)
3. dESCRIÇÃO SInÓPTICA dAS 18:00 uTC dO dIA 18/09/2019 ÀS 18:00 uTC dO dIA 19/09/2019 O Anticiclone de Santa Helena manter-se-á estacionário com a sua pressão central máxima de 1030hPa. Prevê-se assim, estado do mar geralmente pouco agitado, da região marítima de Cabinda a Benguela, com o vento a variar de 08 a 15 Nós. Para a região de Namibe, prevê-se agitação marítima fraca a moderada. Prevê-se visibilidade fraca a moderada pela manhã, superior a 5 km, nas regiões marítimas de Cabinda a Luanda e Namibe, devido a ocorrência de neblina. 4. CARTA dO VEnTO MÁXIMO E dA ALTuRA dA OndA MÁXIMA PREVISTA Os contornos a cores indicam a altura máxima da ondulação e os contornos em tom cinza indicam os possíveis incrementos das vagas devido à influência do vento local.
OPInIÃO
O PAÍS Sexta-feira,20 de Setembro de 2019
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JOÃO ROSA SAnTOS
Alegria e tristeza DANIEL MIGUEL/ArQUIvO
É
voz corrente que em certos meios, para certa gente, “jindungo no olho do outro é refresco”. Não estão nem aí, por tudo e por nada, soltam gargalhadas ante a tristeza ou desgraça alheia. Na vida passamos por muitas provações. Todos têm os seus momentos altos e baixos, de bonança e escassez, de glória e tempestade, de bestial e de besta. Se em todos lares e famílias, enquanto uns nascem, outros morrem, também há os bem ou mal-intencionados, os de boa ou má fé, os fezadeiros ou os azarados. É assim a vida, na alegria e na tristeza, a dar cartas em cada contexto, na hora certa ou errada, mais quando, o coração clama luz ante ao que se
Os bons ou maus momentos vividos por uns hoje, também podem acontecer com outros amanhã
mujimba, se comenta, se dá e recebe todos os dias. Feliz ou infelizmente, são as pessoas que geram este estado de coisas, descobrem horizontes, lançam foguetes, fazem procissões, cochicham e bafejam na fuga a monotonia e na descoberta de olhares distantes ou indiferentes. Longe ou perto, não é inteligente dizer que desta água não beberei. Os bons ou maus momentos vividos por uns hoje, também podem acontecer com outros amanhã. É que o quotidiano tem o dom de oscilar a circunstância, a descrição de escolha no pulsar do tempo. Enquanto isso, os sinos não param de badalar, na alegria ou na tristeza, quem tem coração repassa ao ar e aos olhares o perfume da paz, respeito e amor ao próximo.
Af_bai_pme_o pa’ s_26,6x40,6cm_05032018.pdf
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