“O povo deverá exigir mais e melhor do Governo para gerir o seu dinheiro” A introdução do IVA no sistema fiscal angolano constitui o assunto da semana. O economista Yuri Quixina defende maior pressão sobre o Governo para cumprir as suas responsabilidades, porque vai arrecadar mais receitas. P. 19 Director: José Kaliengue
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O diário da Nova Angola
n.º 1614 @jornalopaís Quarta-feira,Edição 02 /10/2019 Preço: 40 Kz facebook/opaís.angola
Julgamento do general Zé Maria adiado por ausência de deputados
Polícias pedem rejuvenescimento da corporação em Conferência
l A audiência prevista para ontem
do julgamento do general António José Maria “Zé Maria”, ex-chefe do Serviço de Inteligência e Segurança Militar, foi adiada para o dia 8, pelo facto de as testemunhas que vão depor se encontrarem em jornadas parlamentares. P. 12
política : Os comandos provinciais de Benguela, Bié, Cuando Cubango, Cuanza-Sul e
Huambo são os que mais precisam de ser rejuvenescidos, tendo em conta o número de agentes que, apesar da idade e de terem atingido o tempo de serviço, ainda se encontram em actividade. P. 9
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XI Jinping, disse que nenhuma potência pode mais parar a nação e o chineses na sua marcha l O líder chinês falava na abertura
das celebrações dos 70 anos da Fundação da República Popular da China. O gigante asiático mostrou o seu músculo militar, mas falou também de paz e de progresso social. P. 2
Lubango já “anda” de autocarro P. 24
Petro de Luanda ascende ao sexto lugar do Girabola l Os tricolores derrotaram ontem no Estádio 11 de Novembro o Santa Rita de Cássia do Uíge por 2-0, no acerto da sexta jornada do Campeonato Nacional. P. 26
e ainda no cartaz: Exposição “É de Lá” de Klaus Novais prolongada até Domingo
Don Sebas Cassule expõe “Memórias de Viagens – Geografia de Afectos” no CCCP
Da geometria do decote à tese do branco na passadeira vermelha dos Globos de Ouro
EM FOCO
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O PAÍS Quarta-feira, 02 de Outubro de 2019
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“Queremos paz, amor e felicidade mas vamos nos defender”, o recado da República Popular da China no seu 70º aniversário
XI Jinping, disse que nenhuma potência pode mais parar a nação e o chineses na sua marcha O líder chinês falava na abertura das celebrações dos 70 anos da Fundação da República Popular da China. O gigante asiático mostrou o seu músculo militar, mas falou também de paz e de progresso social Eugénio Mateus, enviado a Pequim
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ara o Presidente Xi Jinping, a China e o seu povo fizeram nos últimos tempos progressos que espantaram o mundo. Para o efeito, ontem, perante milhares de pessoas, no acto central do Dia Nacional da China, sublinhou a importância de aplicar o socialismo com características chinesas, enfatizando a aplicação da teoria e da linha política traçada pelo partido.
“No nosso caminho para o futuro, devemos exaltar os princípios da reunificação pacífica e o sistema ‘um país dois sistemas’, mantendo a estabilidade e prosperidade em Hong Kong e Macau, promovendo pacificamente o desenvolvimento e unindo todos os filhos da mãe China”, disse o estadista chinês. Reconheceu que o estado em que se encontra o país, 70 anos após a proclamação da Independência por Mao Tsé Tung, resultou do trabalho árduo dos seus filhos e filhas.
Por esta razão, felicitou a todos, quer estejam dentro ou fora, por mais este aniversário da Constituição da RPC. No plano internacional, voltou a reiterar a necessidade de trabalhar para a construção de uma comunidade de futuro compartilhado com todos os povos do mundo. Desfile militar muito ovacionado Na qualidade de chefe supremo dás Forças Amadas, Jinping assistiu ao desfile das tropas de armas e serviços de terra, mar e
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ar, demonstrando as capacidades militares do seu país para defender a sua soberania. Pediu mesmo ao exército para manter sempre o seu propósito, natureza e carácter de força armada do povo, para cumprir as missões de defesa do país e participar na promoção da paz mundial. O desfile militar foi seguido por outro, muito ovacionado, de cidadãos trajados à paisana, entre os quais veteranos da pátria que desfilaram em carripanas. Todos os segmentos etários e sociais estiveram representa-
Xi Jinping é o timoneiro da China. Diz que “nenhuma potência pode mais parar a nação e o chineses na sua marcha”
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dos, com realce para os desportistas, que recentemente conquistaram medalhas em competições internacionais. Também passaram pela Avenida Chang’an carripanas com os rostos dos cinco Presidentes, quatro que já governaram e o que governa a China, seguindo-se a representação dos seus principais feitos. XI Jinping, seguramente, alcançou grandes proezas na esteira do que haviam proposto Xiaoping e os seus sucessores. Estiveram na tribuna os antigos presidentes Hu Jintao e Jiang Zemin.
A última carripana do desfile tinha uma plataforma (flor) enorme com outras flores várias, que parou diante da tribuna para saudar os presente e, de repente, milhares de pombos foram soltos, seguidos de balões de várias cores. À volta da carripana crianças tocavam uma música, enquanto outras brincavam, contagiando toda a plateia que gritava, arrancando mesmo muitas lágrimas durante a entoação do hino nacional. E assim ficou o recado: “queremos paz, amor e felicidade mas vamos nos defender”.
Lourenço felicita a China
Numa carta enviada ao seu homólogo chinês, o Presidente angolano, João Lourenço, diz ter “a honra de felicitar o Povo e o Governo chinês” e, acrescenta “Vossa Excelência, em nome do Povo e do Executivo angolano e em meu nome próprio”, pela celebração do septuagésimo aniversário do Dia Nacional da República Popular da China. A celebração desta efeméride, diz o Presidente angolano, “ilustra as grandes realizações conseguidas pelo povo chinês ao longo destas sete décadas em que a China alcançou altos níveis de desenvolvimento, em domínios fundamentais da vida
do Vosso país”. Mais adiante, João Lourenço, diz: “Temos um grande apreço pelo papel construtivo que a China desempenha como factor de paz e estabilidade no plano internacional e o de impulsionador do progresso e desenvolvimento de outras nações ao nível mundial”, para finalizar a expressar o desejo “de aprofundar continuamente as relações de amizade e de cooperação existentes entre os nossos dois países”, com a certeza de que “os passos que formos dando nesse sentido, contribuam para a intensificação dos benefícios mutuamente vantajosos”.
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destaques política. PÁG. 08 Administração do Quela vai aplicar 560 milhões de kwanzas para recuperar estradas.
o editorial sociedade. PÁG. 12 Cidadão que
matou duas enfermeiras no Zango conhece a sentença hoje.
cartaz. PÁG. 14 MExposição “É de Lá” de Klaus Novais prorrogada até Domingo.
ECONOMIA. PÁG. 18 Exploração petrolífera das Bacias de Benguela e Namibe vai hoje a concurso.
O PAÍS Quarta-feira, 02 de Outubro de 2019
hoje:
Há que falar sobre o IVA
os números do dia
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os próximos dias, meses, será essencial continuar-se a falar sobre o IVA, mas por gente autorizada e competente. Vai ser necessário apelar à vigilância do cidadão, porque os abusos começaram no primeiro dia. Abusos e confusões. Com um povo tão iletrado como o nosso, tudo está “preparado” para somar prejuízos. Por exemplo, ontem, já surgiram facturas em que se somava ao valor total catorze mil kwanzas, em vez de catorze por cento. Alguns comerciantes vão aproveitar-se, dessa ninguém nos livra. É necessária uma linguagem acessível, prática, para que as pessoas entendam o IVA e se defendam. O Estado tem muitas responsabilidades neste processo, se não quer que a implementação do imposto se vire contra si. E quando se fala de Estado, o governo que entenda que comunicação não se faz apenas pelos órgãos públicos de comunicação social, e muito menos apenas com gente “afecta”.
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Avião das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) saiu de pista ao aterrar na passada Segundafeira no Aeroporto Internacional de Maputo, sem registo de feridos entre os 26 passageiros e quatro tripulantes.
Efectivos afectos às Forças Especiais (comandos) estão detidos por supostamente terem atingido mortalmente com um tiro à queimaroupa , na Lunda-Norte, um cidadão de 34 anos. Pessoas ficaram feridas, seis delas com gravidade, na passada Segunda-feira, após o desabamento de uma ponte no leste de Taiwan, que causou a queda de um camião de transporte de combustível.
Agricultores, antes filiados na cooperativa agro-pecuária, comercial e de consumo “Faça tudo pelo tempo”, abandonaram a actividade nos últimos três anos na comuna da Chipipa, cuja vila está a dezoito quilómetros da cidade do Huambo.
o que foi dito
mundo . PG. 22 Sarkozy será julgado por financiamento ilegal de campanha.
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O compromisso é fazermos concursos públicos todos os anos, quer para o sector da Saúde, quer para a Educação” João Lourenço Presidente da República
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As cantinas e pequenos negócios que não possuem um volume de negócios acima dos 63 milhões de kwanzas não podem cobrar o IVA” Sílvio Burity PCA da AGT
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“Não dou muita importância à preparação física. Quando ganhamos, está tudo bem fisicamente”
Ernesto Valverde Treinador do Barcelona
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5 e assim... José Kaliengue Director
A “descompetência”
Hoje no online de O PAÍS leia a entrevista com o cientista político Paulo Faria e saiba mais sobre ciência política e políticas públicas em implementação em Angola
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www.opais.co.ao Haia (Holanda): Comemora-se hoje o Dia Internacional da Não Violencia, establecido em 2007 pela Assembleia Geral da ONU, cuja a data conscide com o nascimento de Gandhi (DR)
o que vai acontecer Economia A TAP anuncia hoje, o início da operação para Luanda com o avião Airbus 330 neo. Segundo uma nota, a companhia portuguesa nega que tal opção tenha sido posterior à retirada desses aparelhos das rotas para os Estados Unidos, Brasil e alguns destinos europeus. A companhia aérea havia admitido no passado mês de Agosto ao jornal português Público, casos pontuais de tripulantes com ligeiras indisposições, eventualmente devido a odores provenientes do equipamento de ar condicionado, reconhecendo também que foram usadas máscaras de emergência pelos pilotos durante a aterragem de um dos novos aviões devido à suspeita de odores.
Turismo A primeira edição da
Bolsa de Turismo da Huíla realizase no Lubango, de 16 a 20 de Outubro próximo, inserida no pacote do fórum de atracção de investimentos “Invest Huíla”. Participam no evento associações empresariais locais, operadores do turismo e particulares das províncias da Huíla, Namibe, Cunene, Cuando Cubango e Benguela, congregando sectores das telecomunicações, energia, água e saúde. Em declarações à imprensa, o director do gabinete provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos, Osvaldo Lunda, frisou que a Feira servirá também para apoiar as políticas de desenvolvimento sócio-económico e governamentais, apoiadas pelo associativismo.
Basquetebol O 1º de Agosto, vice-campeão nacional, prossegue hoje, no Pavilhão Victorino Cunha, em Luanda, os trabalhos de preparação, tendo em vista a participação na 42ª edição do Campeonato Nacional sénior masculino, às 10:00. Na sessão, o treinador Paulo Macedo vai trabalhar o aspecto físico dos jogadores, bem como harmonia nos processos defensivos e ofensivos. Na abertura da presente da prova, os militares vão defrontar no dia 11 de Outubro próximo, o Petro de Luanda, em encontro referente à Supertaça “ Vladimiro Romero”. De acordo com a Federação Angolana de Basquetebol, está por se definir o local e o dia do jogo.
Champions League O Barcelona recebe hoje o Inter de Milão, em Camp Nou, a contar para a segunda jornada do grupo F da prova, às 20:00 (hora de Angola). Na primeira ronda, os “blaugranas” empataram sem golos com os alemães do Borussia Dortmund, no Estádio Iduna Park. Por sua vez, os italianos, agora às ordens de António Conte, empataram a uma bola frente ao Slavia Praga da República Checa. Na tabela classificativa, ambas as formações têm um ponto cada. Neste desafio, os catalães são favoritos, mas tudo indica que não poderão contar com os préstimos de Lionel Messi devido a problemas de lesão.
s escolas de economia e gestão, afinal, têm um departamento que não é anunciado e para o qual são convidados secretamente apenas os aptos, é o que penso desde ontem. É o departamento da “descompetência”. Um departamento que forma gestores públicos angolanos para que tudo em que toquem dê errado. Ora vejamos, ontem, finalmente, no noticiário da Rádio Mais, ouvi o director do Kero-Nova Vida explicar de forma simples o IVA, aquilo que o povo precisava de saber. É assim: tudo o que pagamos até agora vem já com o imposto de consumo de dez por cento. Agora, este imposto desaparece e no seu lugar é posto o IVA, mas com catorze por cento. Na prática, os produtos vão custar mais quatro por cento. Ou seja, a entrada em vigor do IVA significa um incremento de quatro por cento na factura total actual. A nossa vida fica mais cara quatro por cento. Tanto técnico bem pago e nada, nunca conseguiram falar com simplicidade sobre o assunto. Devem ter passado pelo tal departamento da “descompetência”. Nem nos disseram que as empresas que não aderiram ao IVA continuam a cobrar o Imposto de Consumo. No Lubango, por causa da “descompetência”, entrou apenas ontem em vigor o sistema de transportes públicos por autocarros. Seis, para mais de setecentas mil pessoas. Nem Harry Potter consegue tal magia. Mas a crença na “descompetência” pública é tal que as autoridades locais resolveram deixá-la de fora e colocar privados no negócio. Talvez com receio de que a gestão pública dê para o torto. Mas onde está escrito que empresa do Estado tem que ser um desastre? Se não colocarem lá “descompetentes”, certamente que se gere como qualquer outra empresa. E, aliás, por exemplo, cidades como Lisboa, Porto, S. Paulo, Nova Iorque, e outras, têm mesmo empresas municipais, públicas, de transportes públicos. Ao menos esperassem pelas autarquias, em vez de se apressarem no negócio. Há promiscuidades na Huíla que começam a ser vergonhosas.
E também... Dia da Não-Violência - 2 de Outubro Esta data internacional foi instituída pela ONU - Organização das Nações Unidas em homenagem a Mahatma Gandhi, nascido nesse mesmo dia, em 1869. Gandhi foi um grande defensor do “Satyagraha”, um princípio de nãoagressão, onde se recorre a uma forma não-violenta para se protestar e se fazer a revolução.
6 Media Nova, S.A Presidente do Conselho de Administração Filipe Correia de Sá Administradores Executivos Luís Gomes Paulo Kénia Camotim Propriedade : Socijornal Depósito Legal: Nº 244/2008 Contribuinte: 5417015059 Nº registo estatístico: 48058
O PAÍS Quarta-feira, 02 de Setembro de 2019
no tempo do kaparandanda
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opaís
Director: José Kaliengue Sub-Director: Daniel Costa, daniel.costa@opais.co.ao Chefe de Redacção: Eugénio Mateus, eugenio.mateus@opais. co.ao Grande repórter: André Mussamo andre.mussamo@opais.co.ao Editorias : Política: Ireneu Mujoco ireneu.mujoco@opais.co.ao (Editor) Sociedade: Paulo Sérgio paulo.sergio@opais.co.ao (Editor) Romão Brandão romao.brandao@opais.co.ao (Sub-editor) Economia Luís Faria (Coordenador-Editor) luis.faria@opais.co.ao Desporto: Sebastião Félix sebastiao.felix@opais.co.ao (Editor) Mário Silva mario.silva@opais.co.ao (Sub-editor) Cartaz: Jorge Fernandes jorge.silva@medianova.co.ao (Sub-editor) Redacção: Norberto Sateco, Alberto Bambi, Augusto Nunes, Rila Berta, Miguel Kitari, Domingos Bento, Neusa Filipe, Afrodite Zumba, Milton Manaça, Antónia Gonçalo, Maria Teixeira, Iracelma Kaliengue, Patrícia Oliveira, Stela Cambamba, Zuleide de Carvalho (Benguela),Brenda Sambo, Maria Custódia, Kiameso Pedro e Adjelson Coimbra. Arte: Ladislau Bernardo (Coordenador) Valério Vunda (Coordenador adjunto)Lourenço Pascoal, Annette Fernandes, Nelson da Silva e Francisco da Silva. Fotografia: Carlos Moco (Editor), Daniel Miguel (Sub-editor), Pedro Nicodemos, Jacinto Figueiredo, Carlos Augusto, Virgílio Pinto, Lito Cahongolo (repórteres fotográficos), Rosa Gaspar e Yuri dos Santos (Assistentes de Departamento) Revisão: António Setas
1924
02 de Outubro - A Liga das Nações adopta o Protocolo de Genebra, que defende a solução pacífica dos conflitos internacionais.
1944
02 de Outubro - II Guerra Mundial. As forças nazis de ocupação dominam o levantamento de dois meses, em Varsóvia. Morreram 250 mil pessoas.
1958
02 de Outubro - Sekou Touré declara a independência da Guiné, colónia francesa.
carta do leitor
O perigo das valas abertas
dr
Agências: Angop, AFP, Reuters, Getty Images
Assistentes de Redacção: Antónia Correia, Rosa Gaspar, Inês Monteiro e Sílvia Henriques Impressão e acabamento: DAMER, S. A. Luanda Sul, Edifício Damer Distribuição: Media Nova Distribuição Tel: +244 943028039 Distribuidora@medianova.co.ao pontodevenda@medianova.co.ao Assinaturas: Bruno Pedro Tel: +244 945 501 040 Bruno.Pedro@medianova.co.ao Online: Venâncio Rodrigues (Editor)Isabel Dalla e Ana Gomes Sítio Online: www.opais.co.ao Contactos: info@opais.co.ao Tel: 914 718 634 -222 003 268 Fax: 222 007 754 Sede: Condomínio ALPHA, Talatona- Luanda. Tel: 222 009 444 República de Angola
Comercial e Marketing: Senda Costa 922682440 Vladimir Teixeira email: comercial@medianova.co.ao Tiragem: 15 000 exemplares
Está a circular por todo o lado a imagem de um carro que caiu na vala do zango. Não é a primeira vez e nem será a ultima vez, pelo menos até taparem as valas. Mas assim, quando o Governo mandou construir valas abertas, a céu aberto, tinha aonde o
juízo? No Zango, onde não há árvores e nem iluminação pública, aquelas valas têm mesmo que causar problemas ao pacato cidadão. De noite, se não vês bem, ou se alguém vem em sentido contrário com os máximos dos faróis ligados, o teu caminho é mesmo a vala.
estrada fica toda inundada, cheia de água, não dá para ver os limites da estrada e da vala, a pessoa pode mesmo mergulhar sem querer.
De dia, se chover, como a
Não estou a desculpar o cidadão
Se ao menos as valas e as margens fossem limpas todos os dias, ainda se poderia diminuir o perigo, mas assim não dá.
que meteu lá o carro, estou só a avisar que as valas assim, abertas, são mesmo um perigo que só não vê quem não quer. Acho que o Governo tem mesmo de rever os seus planos e também a forma como lida com o cidadão. Está na hora de mudar.
Escreva para o Jornal OPAÍS através do e-mail info@opais.co.ao ou ligue para estes contactos Tel: 222 003 268 Fax: 222 007 754
Albino Muhongo Viana - Luanda
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POLÍTICA
O PAÍS Quarta-feira, 02 de Outubro de 2019
Administração do Quela vai aplicar 560 milhões de kwanzas para recuperar estradas
A administração projectou, também, a construção de escolas e centros de saúde, a ampliação do hospital municipal, e a feitura de outros serviços básicos de proximidade aos cidadãos Miguel José, em Malanje
O
administrador municipal do Quela, Manuel Campo, disse a OPAÍS haver valor indicativo de 560 milhões de Kwanzas para a terraplanagem de 155 quilómetros de vias secundárias e terciárias que ligam a sede municipal às comunas da Missão dos Bângalas, Moma e distintos sectores. A verba foi atribuída à Administração Municipal do Quela (AMQ) no âmbito do Programa de Investimento Integrado nos Municípios (PIIM). Manuel Campo sustenta que, de uma forma geral, a recuperação viária constitui a chave preliminar do relançamento da produção agrícola e da produção de diamantes, sendo estes os dois principais focos económicos do município que dirige. Apesar de a porção maior para o investimento do município recair para a recuperação das vias rodo-
viárias, em discussões preliminares, tanto com empresas que se candidataram, quanto com as que estão a fazer estudos e projectos, o valor parece insuficiente. Além de estradas, a Administração projectou, também, a construção de duas escolas, sendo uma de 12 salas para o I ciclo, na sede municipal, e uma outra de 7 salas na comuna de Xandel, cujo orçamento estima-se em cerca de 200 milhões de Kwanzas, sem o equipamento para o apetrechamento. Para o sector da Saúde, está prevista a construção de centros de saúde nas três comunas do município, o alargamento do Hospital Municipal do Quela (HMQ), contando com mais espaços para trabalho. Com o orçamento alocado ao município, prevê-se ainda a construção de 10 sistemas de água, serviços de limpeza e saneamento da sede, cujos valores não mencionou. Concurso público O administrador explicou que após a selecção das empresas, a
apurar no concurso público, a primazia será para estudos e projectos, na perspectiva de definir o tipo de obras, no sentido de evitar erros de concepção das estruturas a serem erguidas. Todavia, o procedimento do concurso é com base à Lei 9/16 da Contratação Pública, em vigor, cujas candidaturas serão avaliadas por consultores idóneos, tendo em atenção a melhor proposta. “Pretendemos primar pela qualidade das obras. Por isso, temos sobre o que se pretende de concreto, qual tipo de bases e sub-bases, das pontes e pontões que se quer”, sublinhou.
“(...) já existem terrenos disponíveis para que, se alguém o quiser explorar, possa fazê-lo”
Âmbito social Do ponto de vista social, o administrador Manuel Campo aponta a escassez de professores e de enfermeiros, mas, aguarda o enquadramento destes, através de concursos públicos, à medida que forem realizados. Por conta disso, há dificuldades de se colocar enfermeiros em locais mais recônditos. Considera que o déficit é muito grande, pois, para um universo populacional de, aproximadamente, 25 mil habitantes, existem apenas dois médicos e 30 funcionários da Saúde, entre enfermeiros e pessoal administrativo. Quanto aos recursos humanos, a nível da Administração do Estado, está em aprovação um novo quadro orgânico, compilado no Decreto Presidencial n.º 202/2019, recentemente, aprovado, que prevê um conjunto de responsabilidades, para os municípios de nível A, B, C, e D. Porém, com a previsão dos concursos públicos, o quadro orgânico é aberto, mas a primazia caberá à mobilidade dos funcionários públicos do quadro, que se encontram em vários pontos da província para preencher as vagas existentes, e isso em conformidade com o novo paradigma.
“Precisamos, fundamentalmente, de um conjunto de saberes, sobretudo, na gestão micro e macroeconómica, como economistas, juristas, contabilistas, bem como indivíduos formados em áreas administrativas, para corresponder às tarefas que são acometidas”, almeja. O responsável defendeu que a primeira condição, para superar a questão da permanência dos quadros nos municípios, é importante que se aplique o princípio da discriminação positiva salarial, para que os funcionários e técnicos sejam motivados a trabalhar distante dos centros urbanos. Perspectiva económica O relançamento da produção tradicional voltado para o cultivo do algodão constitui um dos principais desideratos da autoridade administrativa do Quela. No entanto, Manuel Campo diz existirem alguns acordos com parceiros internacionais, pois em 2016 houve um fórum internacional sobre o relançamento do algodão com a presença de vários empreendedores e a ideia mantém-se. Informou que a produção agrícola está condicionada às vias de acesso, energia e água, premissas que possam incentivar os empresários a investirem no cultivo do algodão e outras culturas tradicionais da região. “A retoma da cultura do algodão está a ser discutida no âmbito central, mas, ainda assim, já existem terrenos disponíveis para que, se alguém o quiser explorar, possa fazê-lo”, lembra, Manuel Campo. Diamantes Outro potencial do município é a produção semi-industrial de diamantes, porquanto, tem ocorrência desse minério ao longo de todo território. Por isso, foram credenciadas pelo Ministério dos Petróleos e Recursos Naturais, algumas cooperativas que já se encontram a operar. Nesta senda , com a elaboração do Plano Director, o turismo será contemplado aos investidores privados. “O morro de Kabatukila já houve algum investimento pertencente a um empresário. Ele contactounos recentemente para relançar a actividade turística, em parceria com empresas sul-africanas”, finalizou. O município do Quela situa-se a 100 quilómetros a Leste da cidade de Malange, município sede da província com o mesmo nome.
O PAÍS Quarta-feira, 02 de Outubro de 2019
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Bureau Político do MPLA reúne-se em Luanda
O
Agentes da Polícia Nacional defendem entrada de novos quadros
Conferência recomenda rejuvenescimento da Polícia Nacional
A
segunda Conferência Científica Regional sobre Segurança Pública do Instituto Superior de Ciências Policiais e Criminais (ISCPC) recomendou, ontem, Terça-feira, no Huambo, a incorporação na Polícia Nacional de um efectivo mais jovem, para substituir o elevado número de agentes em idade de reforma. Segundo o comunicado final do evento, os comandos provinciais de Benguela, Bié, Cuando Cubango, Cuanza-Sul e Huambo são os que mais precisam de ser rejuvenescidos, tendo em conta o número de agentes que, apesar da idade e de terem atingido o tempo de serviço, ainda se encontram em actividade. Os participantes realçaram que a indicação de oficiais especializados em ciências policiais permite responder e implementar novas abordagens às preocupações de segurança pública, assim co-
mo a implementação do Projecto “Nossa Esquadra” nas províncias do centro do país, com vista a melhorar os procedimentos de atendimento nos piquetes. Defendem, também, a mobilização de meios técnicos e humanos em quantidade e qualidade suficiente para a adaptação do policiamento de proximidade às áreas limítrofes da região centro do país, como ferramenta principal para mediação, resolução de conflitos e mesmo para o controlo operacional. Ao discursar no encerramento do evento, aberto Segunda-feira, a governadora do Huambo, Joana Lina, disse que a população deve, inevitavelmente, juntar-se aos órgãos do Estado vocacionados para a segurança pública, sobretudo no que toca à prevenção e mitigação da criminalidade, da sinistralidade rodoviária e outros fenómenos que concorrem para a instabilidade das pessoas e bens.
De igual modo, referiu-se à necessidade imperiosa dos órgãos do Estado juntarem sinergias neste sentido. A II conferência científica, na qual participaram 300 responsáveis de polícias das províncias do Huambo, Benguela, Bié, Cuando Cubango e Cuanza-Sul serviu para caracterizar o actu-
Os comandos provinciais de Benguela, Bié, Cuando Cubango, Cuanza-Sul e Huambo são os que mais precisam de ser rejuvenescidos
al contexto de segurança pública na Região Centro do país, identificar a importância das políticas públicas de segurança local e abordar o papel das comunidades na garantia da segurança regional. Durante a conferência, foram analisados temas como “A caracterização da situação de segurança nas províncias de Benguela, Bié, Cuando Cubango, CuanzaSul e Huambo”, “A Polícia Nacional na implementação de políticas de segurança pública local”, “O papel da justiça no sistema de segurança pública” e “O velho e novo processo penal angolano”. Em funcionamento desde 2016, o Instituto Superior de Ciências Policiais e Criminais (ISCPC) outorgou, até ao momento, 642 diplomas de licenciados a igual número de polícias angolanos e de outros países africanos, com realce para os de expressão portuguesa.
secretariado do Bureau Político do MPLA reúne-se nesta Quartafeira, 2, às 09 H00, em Luanda, na sua 3ª Reunião Ordinária, a ser orientada pelo seu Presidente, João Lourenço. Uma nota enviada a OPAÍS, refere que durante a reunião, serão abordados temas ligados, essencialmente, à vida interna do Partido, nomeadamente a realização do 8.º Congresso Ordinário da JMPLA, a ter lugar em Luanda, de 10 a 12 deste mês. No encontro, serão também apreciados os planos de actividades e de eventos do Partido para 2020 e o II Colóquio Internacional sobre a História do MPLA, a decorrer na capital angolana, de quatro a seis de Dezembro próximo. O Bureau Político vai, igualmente, apreciar as propostas de temas a serem submetidos à discussão na próxima reunião do Comité Central, prevista para finais de Novembro. Composto por 72 membros, o Bureau Político do MPLA é o organismo permanente de direcção do Partido que delibera no intervalo das reuniões do Comité Central. Reúne-se ordinariamente uma vez por mês e, extraordinariamente, sempre que necessário, sob convocação do Presidente.
João Lourenço, presidente do MPLA
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O PAÍS Quarta-feira, 02 de Outubro de 2019
Cidadão que matou duas enfermeiras no Zango conhece a sentença hoje O Tribunal Municipal de Viana marcou para hoje a leitura do acórdão do cidadão Tchimbandi Ngoi, de 33 anos de idade, acusado de ter matado duas enfermeiras no Zango 4, por, supostamente, terem provocado o aborto do seu filho Romão Brandão
A
pesar de o julgamento já ter começado há bastante tempo, a história da morte das enfermeiras Celiza Menezes dos Santos, de 52 anos, também conhecida por “Guida”, e de Carlota Garcia, de 43 anos, continua, até ao momento, sem alguma motivação plausível. As enfermeiras, que terão ficado desaparecidas durante mais de um mês, foram encontradas mortas por não terem resistido aos golpes com martelo dados pelo réu. Depois de mortas, foram enterradas no quintal do réu, tendo assim aumentado a lista de crimes com a ocultação de cadáveres, para além de danos materiais concorridos com roubo.
As motivações primárias deste crime, que chocou a sociedade angolana, apontavam para uma possível vingança por parte de Tchimbandi Ngoi, ao aperceberse do facto de a sua esposa, Irene Kavunge, ter perdido o bebé por causa de um aborto feito por duas enfermeiras. O tribunal continua sem entender, depois de ter ouvido Irene, a irmã e mãe desta, sobre a sua versão dos factos. Houve realmente um aborto provocado, mas a versão destas três cidadãs, ouvidas no tribunal na condição de declarantes, davam para uma interrupção provocada pelo réu que teria agredido a esposa. A então mulher do réu disse, em audiência de julgamento, não ter conhecido as enfermeiras vítimas nos autos, nem por intermédio do esposo, nem de ninguém e que es-
ta história de que era próxima destas profissionais não passa de mais uma invenção de seu marido para buscar outra motivação do cometimento do crime. Depois de o réu a ter agredido, Irene foi parar ao hospital do Kapalanca e, por ter tido hemorragia, precisava de sangue. Quem a acompanhou foi a irmã, identificada por Lima, que confirmou o facto em tribunal, tendo acrescentado que Tchimbandi batia na irmã quase todos os dias. “Várias vezes aconselhei para que o deixasse, pois algum dia este marido tirava-lhe a vida. Quando ela o deixou, ele ainda veio com uma grade pedir desculpas e a mi-
Várias vezes aconselhei para que o deixasse, pois algum dia este marido tiravalhe a vida. Quando ela o deixou, ele ainda veio com uma grade pedir desculpas e a minha irmã recusou
nha irmã recusou. Ele bateu na Irene e a família toda sabe disso. Ela começou a sangrar em casa e depois foi parar no hospital”, disse, a jovem Lima. Réu com três nomes Para o réu, Irene e companhia estão a mentir, pois a sua esposa conheceu as vítimas nos autos, pediu-lhes auxílio para abortar o seu primogénito. Disse ainda que foi contactado pela enfermeira Guida, que o informou da situação de hemorragia por que passava a esposa. “Quando a Celiza e a Carlota apareceram em minha casa a Irene estava desmaiada e pensei que estivesse morta, por isso peguei no martelo para as assassinar. Depois a Irene acordou e levei-a para casa de uma vizinha (Marisa). A minha mulher sempre acompanhou as conversas com as enfermeiras (que eram como se fossem da família) e ela sabia onde estas trabalhavam”, defende-se A cada declaração do réu, a irmã de Irene, bem como a família da mesma, reagia de forma controversa, por acreditarem que o réu é um autêntico mentiroso. Em audiências anterior, pelo menos, ficou
provado que o réu mentiu quanto ao seu verdadeiro nome. Isto é, o réu aparece no processo com três nomes, nomeadamente, Tchimbandi Ngoi (nome de nascença e registo como cidadão congolês), João Mbumba (nome que adoptou ao falsificar documentos para conseguir um BI angolano) e Aldair Salazar (nome que vinha pronunciado nos autos). A família da esposa conhece-o como João, o tribunal tratava-o por Aldair, mas ele é Tchimbandi. De salientar que as vítimas faziam-se transportar numa viatura de marca Hyundai, modelo I10, cor preta, que após a consumação do ilícito e para ver-se livre do veículo, atendendo ser mecânico, desmanchou-a completamente, comercializando o motor e o chassy, ficando em sua posse os restantes acessórios. O SIC apreendeu no local do crime um martelo, uma pá utilizada na escavação, o bilhete de identidade de uma das vítimas, os documentos da viatura, bancos, portas, faróis, rádio, tejadilho e tapetes. De recordar que as duas enfermeiras trabalhavam nos hospitais Ana Paula e Mamã Jacinta, ambos em Viana. dr
Para o réu, Irene (sua esposa) e companhia estão a mentir, pois a sua esposa conheceu as vítimas nos autos, pediu-lhes auxílio para abortar o seu primogénito
O PAÍS Quarta-feira, 02 de Outubro de 2019
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Huambo já detectou mais de 150 registos falsos só este ano ARQUIVO
Isto acontece numa altura em que o delegado provincial da Justiça e dos Direitos Humanos, Ernesto Estevão, revelou que metade da população local não tem registo de nascimento texto de Milton Manaça fotos de Jacinto Figueiredo
E
ntre os 150 casos, estão identificados estão alguns cidadãos estrangeiros, cuja nacionalidade não foi revelada por Ernesto Estevão, tendo adiantado
que os municípios mais distantes da sede provincial lideram nos falsos registos. “De Janeiro até ao momento, temos registados no Huambo acima de 150 casos de falsificação. Os cidadãos que caem nessa prática são corrompidos a entrada dos postos pelos chamados chambeteiros, alegando ser funcionário do sector da Justiça”, disse Ernesto Estevão a OPAÍS. Os supostos falsificadores de re-
“Com o tipo de letra, os dados e as assinaturas, nós conseguimos dar conta que os registos que nos chegam são falsos”
gisto de nascimento têm material próprio, com o qual fazem o scanner dos assentos de nascimentos e outros documentos originais, retiram os dados e colocam-os num novo documento. No caso dos assentos de nascimento, Ernesto Estevão disse que só conseguem notar que os documentos são falsos depois que os seus titulares sentem necessidade de emissão dos Bilhetes de Identidade (BI). “Com o tipo de letra, os dados e as assinaturas, nós conseguimos dar conta que os registos que nos chegam são falsos”, disse. Processos em tribunal De acordo com o interlocutor de
OPAÍS, os casos, envolvendo nacionais e estrangeiros, estão a ser cuidados pelos Serviços de Investigação Criminal (SIC) e Serviço de Migração e Estrangeiros (SME). Os acusados encontram-se com processos no tribunal e aguardam pelos trâmites legais para que possam ser esclarecidos. Importa realçar que na semana passada, o delegado da Justiça no Huambo anunciou que metade da população desta população não tem registo de nascimento. Deste número, cerca de 800 mil são crianças com idades compreendidas entre os zero e os 17 anos. São cerca de um milhão e 400 mil crianças, adolescentes e jovens que não estão registados na província do Huambo, Ernesto Estevão. A população do Huambo está estimada em cerca de 2 milhões e 500 mil habitantes, e deste número apenas um milhão e 100 mil estão registadas, sendo que os restantes não possui nenhum documento legal que ateste a sua cidadania. BUE passa a ser posto de registo Todos os balcões únicos do empreendedor (BUE) a nível da província do Huambo estão a ser transformados em postos de registo civil e comercial, sendo que um dos objectivos principais é a diminuição de crianças sem registo, de acordo com Ernesto Estevão. Os balcões únicos do empreendedor (BUÉ), estão a ser transformados em postos de registo civil e comercial para diminuir o número de cidadãos sem registo na província. No princípio deste ano, a directora nacional do Arquivo e Identificação Criminal e Civil do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, Felismina Manuel, disse que 46% da população angolana não está registada. Felismina Manuel disse que existem dificuldades na emissão de BI e cédulas, tendo dito que o maior número de documentos são emitidos nas províncias de Luanda, Benguela, Uíge, Cabinda e Huíla.
sociedade
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O PAÍS Terça-feira, 17 de Setembro de 2019
arquivo
O general Zé Maria está a ser acusado pelos crimes de insubordinação e de extravio de documentos
Julgamento do general Zé Maria adiado por ausência de deputados A audiência prevista para ontem do julgamento do general António José Maria “Zé Maria”, ex-chefe do Serviço de Inteligência e Segurança Militar, foi adiada para o dia 8 pelo facto de as testemunhas que vão depor se encontrarem em jornadas parlamentares Paulo Sérgio
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ratam-se dos deputados da bancada parlamentar do MPLA João Pinto, Higino Carneiro e Roberto Leal Monteiro Ngongo, arrolados no processo como testemunhas pela instância de defesa de Zé Maria. De acordo com uma fonte de OPAÍS, em função disso, a equipa de defesa, constituída por Sérgio Raimundo, José Carlos e António João, requereu o adiamento da sessão de modo a que o trio de representantes do povo na Assembleia Nacional possa comparecer diante da equipa de juízes do Supremo Tribunal Militar encarregue deste processo. Os deputados acima mencionados integram o grupo de parlamentares que realiza de hoje até Domingo visitas de constatação aos 164 municípios do país, a fim de colherem propostas e projectos a serem incluídos no Orça-
mento Geral do Estado (OGE) de 2020. Na primeira audiência de julgamento, João Pinto e Higino Carneiro compareceram no tribunal na qualidade de testemunhas. O contributo que os parlamentares prestarão para a descoberta da verdade material tem a ver com as informações de que terão sido municiados pelo general Zé Maria a fim de acederem a conhecimentos suficientes para convencerem os outros parlamentares sobre a importância da elevação do dia 23 de Março como feriado nacional e Dia da Libertação da África Austral. Essa data tornou-se num marco histórico por ser o dia em que as extintas FAPLA vergaram as forças armadas sul-africanas do regime do Apartheid, o que contribuiu para a libertação de alguns países da África Austral, com destaque para a Namíbia e a abolição do regime de segregação racial que vigorava na África do Sul.
O general Zé Maria está a ser acusado por crimes de insubordinação e de extravio de documentos, aparelho ou objecto que contém informações de carácter militar e de insubordinação, por ter retirado do SISM documentos que abordam esta célebre batalha que ocorreu de 1987 a 1988, no Cuito Cuanavale, no Cuando Cubango. Ao requererem o adiamento da sessão, os causídicos evitaram a possibilidade de os juízes proporem ao representante do Ministério Público e eles próprios (a de-
O contributo que os parlamentares prestarão para a descoberta da verdade material tem a ver com as informações a que terão sido municiados pelo general Zé Maria
fesa) a possibilidade de lerem as declarações que terão sido prestadas pelos deputados durante a fase de instrução processual. De realçar que se procedeu desse modo em relação ao general Fernando Garcia Miala, chefe do Serviço de Inteligência e Segurança do Estado, por não comparecer em tribunal, na condição de testemunha, por se encontrar em missão de serviço no exterior do país e desconhecer-se a data do seu regresso. O general Miala foi arrolado nessa condição por ser o autor da participação criminal contra Zé Maria. Na ocasião, a equipa de juízes do STM, liderada por António dos Santos Neto “Patónio”, deu a conhecer, às instâncias do Ministério Público e aos advogados, essa ausência e o que se estava a passar, para que, em conjunto, decidissem que se prescindisse do interrogatório e se procedesse à leitura das informações que ele prestou durante a fase de instru-
ção processual ou se seria melhor aguardar pelo seu regresso. Os representantes das duas instâncias anuíram que se fizesse a leitura de tais declarações, no âmbito do princípio da celeridade processual, atendendo ao facto de ele não ser uma peça determinante para a descoberta da verdade material. O general Miala prestou declarações à Procuradoria Militar no dia 28 de Março de 2019, numa sessão conduzido pelo então titular da pasta, Adão Adriano António. Segundo consta no auto das suas declarações, o encontro que manteve com o general Zé Maria no parque de estacionamento do restaurante Jango Veleiro, à entrada da Ilha de Luanda, durou mais de duas horas. Considerou de fútil a justificação que o general na reforma apresentou para não comparecer na sede do SISM, consubstanciada no receio de que o assunto que abordariam fosse parar à Internet.
cartaz seu suplemento diário de lazer e cultura
Exposição “É de Lá” de Klaus Novais prolongada até Domingo
A mostra, visitada por mais de 2 mil pessoas, celebra a herança cultural africana com cores, danças, paisagens e personagens, e foi prorrogada até Domingo, 6 de Outubro, na Galeria do Centro Cultural Brasil – Angola em Luanda Augusto Nunes
C
om entrada grátis, a grande inspiração artística “É DE LÁ”, de Klaus Novais, criada no decorrer de duas décadas, privilegiando cores e elementos de grande conteúdo simbólico, tinha o encerramento marcado para Domingo, na Galeria do CCBA em Luanda. Mas, a presença massiva do público amante das artes plásticas, naquele espaço, forçou a organização a prolongar a exposição do artista até Domingo. A mostra, constituída por 50 quadros de pintura, recebeu, até ao momento, mais de 2 mil visitantes, desde estudantes, docentes uni-
versitários, turistas, artistas, entre outras individualidades. É constituída por imagens de três continentes e celebra a herança cultural africana, com cores, danças, paisagens, personagens de Angola
e da diáspora dos povos africanos. Para esta criação, o artista socorreu-se de materiais tão diversos como tela, papelão e filtros de café, por meio de técnicas mistas, inspiradas nas artes populares, no
Naïf e no Kitsch. Um dos destaques desta exposição é, sobretudo, a sessão dedicada à Cultura afro - peruana, revelando aspectos ainda pouco conhecidos da diáspora africana no Oceano Pacífico e guardando inesperadas conexões de ancestralidade com Angola. A colecção convida o público a uma viagem pelo universo do artista que veio a tornar-se, para sempre e inexoravelmente, de lá, de cá e de toda parte. A série tem por base a exposição “Ojos Negros”, realizada em 2018 no salão principal do Ministério da Cultura do Peru, uma dignidade raramente concedida a um artista estrangeiro. Reforçadas pelo seu próprio desenraizamento, as pinturas e os desenhos apresentados representam o que vem de fora, do estrangeiro, mas que, mesmo separados pelo espaço e pelo tempo, integram e formam sociedades tão distintas. Fascinado pelas manifestações culturais, e particularmente pelas de origem africana, o artista acumula observações e interpretações colhidas nos períodos em que residiu em Portugal, no Peru, em Angola e em seu Brasil, além das diversas regiões que percorreu. Quatro países, três continentes, dois oceanos e dois hemisférios unidos pelo fio condutor de um olhar brasileiro. Entusiasmado, Klaus Novais reconhece que foi trazido a Angola por força de sua própria inspiração.
O PAÍS Quarta-feira, 02 de Outubro de 2019
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Don Sebas Cassule expõe “Memórias de Viagens – Geografia de Afectos” no CCCP A mostra foi criada com artefactos e objectos encontrados e adquiridos, que testemunham a passagem física, emocional e espiritual do artista por espaços geográficos diferenciados pelo mundo, onde visitou e explorou
O
artista plástico Don Sebas Cassule regressa Terça-feira, 8, ao contacto com o público no Camões - Centro Cultural Português em Luanda, com o seu mais recente trabalho “Memórias de Viagens – Geografia de Afectos”. A colecção, com a curadoria por Karina Cinta Rodríguez, ficará patente ao público até dia 5 de Novembro e é um conjunto de obras auto-referenciais, que, segundo o artista, foi criadas por artefactos e objectos encontrados e adquiridos, que testemunham a sua passagem física, emocional e espiritual por espaços geográficos diferenciados pelo mundo, onde visitou e explorou diversos espaços comerciais, turísticos, artísticos e culturais, que influenciaram a sua linha discursiva. O artista pretende também utilizar, nesta obra, meios artísticos como pintura, instalação e foto-
babwe. As mais significativas são: as duas edições da Trienal de Luanda em 2007 e 2010; e as nove edições de Coopearte, Galeria Celamar; na 7ª e 8ª Bienal de Arte Contemporânea de Florença, no 2009 e no 2011 respectivamente.
grafia, e técnicas como o acrílico,
a colagem e outras, e reflectir sobre o efeito da transculturalidade, a partir de narrativas intimistas, nos resultados que explicam a influência de artistas africanos na construção de obras de referência, europeias e americanas. Algumas dessas peças servemme de inspiração para fazer uma intertextualização que abre uma multiplicidade de possibilidades estilísticas e discursivas”.
Prémios
O artista
Sebastião Joaquim Ndebela Cassule, de nome artístico Don Sebas Cassule, é desenhador, ins-
talador e artista autodidacta, e já foi técnico de manutenção aeronáutica. Nascido em Camabatela – Ambaca na Província do CuanzaNorte, em 1968, reside em Luanda há vários anos. É membro da União Nacional de Artistas Plásti-
cos Angolanos (UNAP) e da Associação Internacional de Artes Plásticas “L’Aigle de Nice”. O artista participou em mais de
60 exposições em Angola, China, Estados Unidos da América, França, Cabo Verde, Coreia do Sul, Itália, Japão, Portugal, Zâmbia e Zim-
1998: 2º Prémio do Conselho Regional PACA - Ville Roubion em França. 1998: 2º Prémio “L’Invité d’Honneur Alexis MORI, no Grande Prémio Internacional de Artes Plásticas L’Aigle de Nice. 2007: Prémio de Mérito L’Aigle de Nice. Recorde-se que as suas obras integram colecções de entidades públicas e privadas em diversificados países, designadamente Angola, Brasil, Portugal, EUA, Espanha, França, Itália, Japão, Marrocos, Noruega e Zimbabwe.
Sem concertos, músicos do Lobito vivem tempos difíceis A falta de patrocinadores de eventos, a situação económica que o país vive, associada ao fraco movimento artístico, assim como a falta de apoio institucional por parte da União Nacional dos Artistas e Compositores (UNAC), são, entre outros aspectos, factores que têm contribuído para a falta de shows musicais, segundo os interlocutores
A
falta de espectáculos na cidade do Lobito, província de Benguela, está a deixar agastados os músicos desta região, que têm enfrentado várias dificuldades por falta de patrocinadores de eventos. O fraco movimento artístico, associado à falta de apoio institucional por parte da União Nacional dos Artistas e Compositores (UNAC), já dura alguns anos, disseram à Angop alguns músicos, que aguardam por dias melhores. Segundo os artistas, a situação agravou-se com os problemas internos na UNAC, que há mais de um ano está a funcionar sem uma direcção eleita. A instituição tinha marcado as eleições para o dia 17 de Agosto de 2018, mas o Tribunal Provincial de Luanda suspendeu o pleito eleitoral, devido a problemas entre as duas listas concorrentes, condicionalismos que até ao momento não foram superados. Também a situação económi-
ca que o país vive tem contribuído para a falta de shows musicais, na opinião dos interlocutores da Angop, para quem os antigos patrocinadores já não aparecem, mesmo em “dias de efemérides”, como nos anos passados. O jovem músico Jacinto Júnior, que pretende despontar no mercado local, diz estar muito preocupado com a UNAC, bem como com o sector da Cultura, a quem acusa de estarem a deixar “morrer o movi-
mento cultural no Lobito”. “Nem mesmo o dia 2 de Setembro deste ano, em que a cidade completou 106 anos, foi aproveitado para promover alguma actividade de peso, como nas décadas de 80 e 90, para alegrar os munícipes afeiçoados à música” lamentou o jovem. Jerry Rocha, ex-líder do grupo musical KS, actualmente a evoluir no “Duo Gemas”, afirma que os músicos, principalmente os profissionais, são obrigados a procu-
rar trabalho, ao contrário de tempos idos, onde este papel cabia aos empresários dos grupos ou dos artistas. “Se não surgir algum contrato com um restaurante, um hotel ou sermos convidados para tocar em algum casamento ou festa particular, não temos trabalho”, contou o músico, com certa tristeza. Já o veterano vocalista Zé Bráz, consagrado no grupo Cadência 7, dos anos 70 no Huambo, lembrou que o Lobito já foi uma “praça forte”, de onde saíram grandes músicos, como Botto Trindade, Zeca Moreno e outros que, por razões profissionais, transferiram-se para Luanda. Em relação aos espaços para shows, Zé Bráz, actualmente a viver no Lobito, conta que o antigo Cine Flamingo no Lobito, hoje quase em escombros, albergou grandes espectáculos nos anos 70, abrilhantados por artistas internacionais, como Roberto Carlos, o americano Percy Sledge, o grupo cabo-verdiano Os Tubarões e muitos outros.
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cartaz
O PAÍS Quarta-feira, 02 de Outubro de 2019
Desfile
Da geometria do decote à tese do branco na passadeira vermelha dos Globos de Ouro O branco foi uma escolha popular, houve algumas quebras de “dress code” e, nos decotes, houve claramente um ranking. Ainda assim, os Globos de Ouro já viram dias mais extravagantes
S
etembro não tem por hábito ser um mês de Globos de Ouro, talvez por isso os habituais (e péssimos) excessos tenham passado ao lado da passadeira vermelha da 24ª edição dos prémios da SIC. O arrojo foi contido. Focou-se antes em silhuetas sóbrias, rasgadas por decotes ousados, que, mesmo assim, não comprometeram o bom gosto das estrelas do entretenimento nacional. Afinal, falamos da noite que Portugal tem de mais parecida com os grandes Óscares. Sem sequer vislumbrarmos comparações, este é (e voltou a ser) o cenário ideal para se medirem caudas e para se contarem lantejoulas. É uma noite que tende a celebrar a moda nacional, com os designers portugueses a assinarem visuais exclusivos, embora o feito à medida nunca tenha livrado ninguém de cair em desgraça. Ainda assim, o rol de criadores convocado na noite de
que eles sejam. O branco esteve, decididamente, entre as cores da noite. Carolina Patrocínio e Ana Rita Clara (ambas com vestidos Pronovias, por sinal) escolheram o tom para trazer leveza à gala de Domingo. De branco vestiu-se também Mariama Barbosa, num visual, claramente, escolhido para aguçar a curiosidade. O blazer-vestido, através de um tecido rígido, criou o efeito de uma capa invertida, escondendo os braços da convidada. Mas tudo foi calculado e a plasticidade da peça permitiu-lhe voltar à forma inicial com um movimento relativamente simples. A actriz Mia Tomé, também de branco, resolveu dar a volta ao protocolo e trocou o clássico vestido por uma longa saia e por uma tshirt com as palavras “Let’s Do It”. Neste campeonato entra ainda Carolina Deslandes, de vestido curto e botas Dr Martens.
domingo pode dar, em traços muito gerais, o seu dever por cumprido. Luís Carvalho levou a bom porto a tarefa de vestir uma Cláudia Vieira grávida — com simplicidade, leveza e juventude –, Gonçalo Peixoto, outro nomeado, entrou para o quadro de mérito, sobretudo pela criação usada por Raquel Strada. Jogar pelo seguro parece ter sido,
aliás, a grande aposta da noite. Vimos vestidos que, pela simplicidade, não tinham como dar errado — o Nuno Baltazar de Victória Guerra, o Carolina Carvalho de Mariana Monteiro, o Elsa Barreto de Mariana Pacheco, o Pronovias de Dânia Neto, o Lanvin de Débora Monteiro e ainda o conjunto de duas peças de Isabela Fontana, da autoria da por-
tuguesa Imauve. A geometria dos decotes, essa ciência mais ou menos exacta que, volta e meia, nos faz contorcer o pescoço e puxar pela cabeça, tais são as proezas de engenharia (se bem que, depois de Jennifer Lopez nos Grammy Awards, em 2000, foram poucas as leis da física que ficaram por desafiar). Diana Chaves, numa criação do francês Stéphane Rolland, deu o mote. Um corte transversal, desde o ombro até meio da barriga, fez deste visual o mais exposto da noite. Felizmente, as fitas adesivas cumpriram a sua função e, apesar do arrojo, a apresentadora da SIC conseguiu espalhar a sua dose de classe pela passadeira vermelha. Também de branco, Sara Matos exibiu um decote assimétrico e profundo. Carolina Carvalho, em Juliana Herc, Isabela Valadeiro e Raquel Prates também aderiram à tendência, qualquer uma delas dentro dos limites do bom gosto, por muito discutíveis
ALVOROÇOS
NEGÓCIOS
CRIAÇÕES
CELEBRIDADES
Casa onde moraram Kurt Cobain e Courtney Love está à venda
Conan Osíris apresenta indústria da confeção portuguesa em Paris
Justin Bieber e Hailey Baldwin finalmente casados
A casa onde Kurt Cobain e Courtney Love moraram está à venda por cerca de 7,5 milhões de dólares (6,9 milhões de euros), avançou o Seattle Post-Intelligencer. Esta é a mesma casa onde o vocalista dos Nirvana se suicidou no dia 5 de Abril de 1994. O casal adquiriu a casa em Seattle, nos Estados Unidos, em Janeiro de 1994, tendo morado no local até três meses depois, em Abril do mesmo ano, quando aconteceu a morte de Cobain.
O cantor português Conan Osíris apresentou-se pela primeira vez em Paris, a convite do Centro de Inteligência Têxtil, que mostrou na capital francesa o que se faz por “detrás dos desfiles de moda”. O evento Zona Industrial ModaPortugal, organizado pelo CENIT em parceria com a ANIVEC – Associação Nacional das Indústrias e Vestuário e Confeção juntou as empresas nacionais Calvelex, Paulo de Oliveira, Polopique, Riopele e Twintex. A noite, numa popular galeria de Paris, foi pontuada com actuações do cantor português Conan Osíris.
Trocaram alianças em setembro de 2018, adiaram a festa, e esta Segunda-feira na Carolina do Sul celebraram por fim em grande rodeados de familiares e de uma vasta lista de amigos-celebridades. Disseram “sim” pela primeira vez no final do verão de 2018, mas a grande festa ficara adiada, o noivo partilhava com os fãs que a prioridade era focar-senasua“saúdemental”.Assente a poeira, o músico Justin Bieber e HaileyBaldwin(agorasenhoraHaley Rodhe Bieber, já que Baldwin adoptou o apelido do marido) reuniram mais de cem convidados para uma celebração à altura da data.
Comediante invade desfile da Chanel e é retirada do recinto OdesfiledaChaneldecorrianamaior das normalidades, no Grand Palais, em Paris. Na recta final, surge uma estranha ao serviço entre as manequins em parada. Marie Benoliele foi rapidamente identificada, sobretudo por não ser uma invasora qualquer. Mais conhecida como Marie S’Infiltre, uma comediante com canal no YouTube e 194 mil seguidores no Instagram, furou por entre o line-up e percorreu a passerelle vestidaarigor,ouseja,comumtailleurem pied-de-poule preto e branco que, se não era Chanel, pelo menos, dava ares.Maria correu da plateia para a passerelle. Na sua marcha da fama, acabou por esbarrar em Gigi Hadid.
Fonte: Observador
Economia
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O PAÍS Quarta-feira, 02 de Outubro de 2019
Exploração petrolífera das Bacias de Benguela e Namibe vai hoje a concurso dr
A Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis faz hoje o lançamento oficial do concurso internacional para a licitação petrolífera das bacias marítimas do Namibe e de Benguela
N
um total de 10 blocos, com uma área de aprox i m ad a m ente 55.387,88 Km, as bacias mais a Sul do litoral de Angola vão ser licitadas no âmbito da Estratégia de Licitações 2019-2025 aprovada pelo Titular do Poder Executivo, sob responsabilidade da ANPG, a concessionária nacional. Historicamente, o processo de licitações ocorria num prazo máximo de 14 meses, sendo que para o actual processo, terá apenas a duração de 7 meses. Depois de iniciado o concurso, a apresentação de propostas pelos interessados pode ser feita até ao dia 12 de Novembro e a abertura das propostas no dia seguinte. A seguir a estas primeiras etapas seguem-se a qualificação das empresas e a avaliação das propostas, processo que se estende até ao dia 28 de Dezembro do corrente. A seguir ocorrerá o processo de adjudicação que esta aprazado para 17 de Janeiro de 2020, e logo depois começa a negociação dos contratos que se estende até 27 de Março. Tal como está calendarizado, a assinatura dos contratos aconte-
ce a 30 de Abril de 2020. Recorde-se que este processo teve início em Junho passado, com o pré-anúncio do concurso, e continuou depois com a realização de um road show internacional, iniciado no dia 3 de Setembro em Luanda. A apresentação internacional destas licitações petrolíferas decorreu também nas cidades de Houston, Londres e Dubai, tendo merecido a atenção das maiores operadoras mundiais, designadamente da Total, Chevron, ExxonMobil, BP, Shell, e a Qatar Petroleum. No decorrer destas apresentações foram colocadas à equipa técnica da ANPG diversas questões, sobretudo relacionadas com a possibilidade de as empresas concorrerem individualmente ou
em joint-ventures (consórcios), com o peso dos termos negociáveis no concurso, com os critérios a adoptar pela ANPG para a constituição dos grupos empreiteiros. Outro questionamento dos in-
“Tivemos em cada uma das apresentações representantes das mais representativas operadoras petrolíferas internacionais”
teressados durante o processo foi em torno de, se o concurso abrange também as descobertas de gás, e sobre se a compra do pacote de dados que permite aos interessados obter informação sísmica tridimensional disponível sobre o potencial petrolífero de cada um dos blocos é um requisito obrigatório para a participação no concurso. A especificação dos termos de referência sujeitos a negociação, assim como dos procedimentos que regem a contagem dos prazos para apresentação das propostas foi igualmente colocada em cima da mesa pelas empresas presentes, e ainda a possibilidade de a data de apresentação das propostas poder vir a ser prolongada. Para Natacha Massano, Administradora Executiva da ANPG, a
apresentação internacional da licitação destas duas bacias petrolíferas correu de forma positiva e dentro do que eram as expectativas iniciais da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis. “Tivemos em cada uma das apresentações representantes das mais representativas operadoras petrolíferas internacionais, que nos colocaram várias questões e que manifestaram interesse nos dados por nós apresentados. Consequentemente, concluímos que a apresentação desta que é a primeira de um conjunto de licitações petrolíferas a realizar por Angola nos próximos anos tem tudo para correr bem em cada uma das fases que se seguem”, sublinha Natacha Massano.
ECONOMIA REAL
análise económica
O PAÍS Quarta-feira, 02 de Outubro de 2019
“O povo deverá exigir mais e melhor do Governo para gerir o seu dinheiro” A introdução do IVA no sistema fiscal angolano constitui o assunto da semana. O economista Yuri Quixina defende maior pressão sobre o Governo para cumprir as suas responsabilidades, porque vai arrecadar mais receitas daniel miguel/arquivo
Mariano Quissola I Rádio Mais
A
semana passada ficou marcada com o balanço dos primeiros dois anos de mandato do Presidente da República. “O que não se fez em 44 anos não se pode esperar que se faça em dois”. Afirmou João Lourenço. Que comentário? Quando o Presidente da República defende que o que não se fez em 44 anos não se faz em dois, penso que é uma chapada sem mãos ao seu próprio partido que ficou e está esse tempo no poder. É, também, um sinal que precisa de mais um mandato para resolver os problemas que o país tem. Do ponto de vista económico há uma tentativa de reforma estrutural, mesmo no processo de privatização. Do ponto de vista social já devíamos sentir melhorias significativas, na Saúde, saneamento básico e Educação. A nível da justiça ainda se registam injustiças.
Como justifica? Não acabamos com o excesso de casos de prisão preventiva nos casos não mediáticos. Há muita gente sem poder que está pre-
Não cumprimos na primeira avaliação, vamos ver se conseguimos na segunda
sa preventivamente à espera de julgamento, regista-se fuga de informação sobre processos em julgamento, que aparecem nas redes sociais, que acho negativo para a justiça. Entretanto, considero um ganho a imagem do país a nível externo, fruto do esforço que o Presidente tem feito nos dois últimos anos. Do ponto de vista social, acha que as pessoas estão a pensar mais com a barriga do que com a cabeça? A barriga é importante, porque um saco vazio não fica em pé. Hoje as pessoas não querem saber se há ou não justiça, querem, sim, o pão na mesa. Pensa que se as pessoas tivessem mais informação sobre o processo de reforma as suas consequências imediatas seriam mais compreensivas? Até certo ponto. Temos memória curta. Isso aconteceu em Portugal. Hoje o povo português esquece quem os levou à crise, já não quer o PSD, quer o PS. Esqueceram-se que foi o PS que os levou à crise, mas hoje o povo acusa o PSD, que terá tomado medidas draconianas. O povo pensa no curto prazo. E o IVA entra em vigor, com o facto de que não terá incidência sobre os produtos da cesta básica e os serviços hospitalares e Educação. As pessoas sabem o que vem a seguir? Penso que ainda falta informação, mesmo a nível dos media. Se analisarmos alguns títulos da imprensa, parecem mais de propaganda e não informam. Afirmar que Angola entra na lista dos países que cobram o IVA, passa a ideia de que o país vai ganhar e, pronto, vamos sair da crise. O povo vai sentir na prática e é o melhor explicador. Mas vai reduzir o rendimento das famílias, lá isso vai. Mas aumenta a arrecadação de receitas pelo Estado. O que esperar como benefício?
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O que o povo deverá fazer é exigir mais e melhor do Governo para gerir o seu dinheiro, de contrário não se pode esperar nada. Que meios usar para fazer essa exigência? Existem vários meios de pressão. A rádio, a televisão, o parlamento… isso influencia que o Estado utilize bem o dinheiro público. A revisão da lei sobre branqueamento de capitais continua a ser um desafio, com implicações na atracção de investimento externo. Sim, porque estamos a falar de lavagem de dinheiro, que saem da porta pequena para financiar actividades ilícitas, que podem prejudicar a imagem da economia e do país, de modo geral. Essas são as reclamações que os bancos americanos apresentaram para a retirada dos dólares na economia angolana. Essa matéria é crucial e é exigência do FMI. Não cumprimos na primeira avaliação, vamos ver se conseguimos na segunda. Mas é necessário mencionar que quem lida com esses crimes são pessoas ‘grandes’, ligadas à política. As pessoas que, geralmente, praticam esses actos capturam os políticos, porque são eles que fazem as normas de regulação dos sistemas. As pessoas envolvidas no caso Arosfram, por exemplo, não são pequenas. O que o FMI pretende é que o país esteja na lista dos países com melhores prática d no sector financeiro.
SUGESTÃO DE LEITURA Título da obra: ‘Pare de acreditar no Governo’ Autor: Bruno Garschagen Ano de lançamento:
FRASE PARA PENSAR: “Em Angola ser honesto em tudo não é tão difícil, porque a concorrência é pequena”, Yuri Quixina, economista.
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MERCADOS
Libor USD 6 Meses
Mercado Taxa de juro
2,080
Taxas de Juro Taxa BNA Libor USD 6M Libor GBP 6M Libor JPY 6M Euribor 6M Luibor 6M
Cot. 30/09/19 15,500% 2,056% 0,827% -0,051% -0,386% 15,280%
∆ Diária (p.p) 0,000 -0,007 -0,002 0,003 -0,009 0,120
2,060
2,040 24/Set
Mercado accionista Índices Accionistas Cot. 30/09/19 Dow Jones (EUA) 26 916,83 S&P 500 (EUA) 2 976,74 FTSE 100 (Inglaterra) 7 408,21 IBovespa (Brasil) 104 745,30 CSI 300 (China) 3 814,53 Nikkei 225 (Japão) 21 755,84
∆ Diária (%) 0,360 0,505 -0,242 -0,316 -0,989 -0,562
Cot. 30/09/19 371,7014 1,0903 1,2290 108,1500 15,1715 4,1570
∆ Diária (%) -0,911 -0,338 -0,016 0,213 0,291 -0,041
Cot. 30/09/19 54,07 60,78 1 465,70 17,00 2,33 257,85
∆ Diária (%) -3,291 -1,825 -2,228 -3,705 -3,078 -0,731
Luibor
27.100
26.900
26.700 24/Set
26/Set
28/Set
Mercado Cambial A moeda única europeia fixouse em 1,0903 USD por unidade de euro, uma depreciação de 0,3%. As expectativas de desaceleração da economia na Zona Euro penalizaram a cotação do euro.
1,104 1,099 1,094 1,089 24/Set
26/Set
28/Set
30/Set
Brent Crude Fut.
Mercado de Matérias-primas As perspectivas de redução da procura petrolífera pressionaram a cotação do crude. O WTI e o Brent recuaram 3,3% e 1,8% ao situarem-se em 54,07 e 60,78 USD/barril, respectivamente.
65,0 63,0 61,0 59,0 24/Set
26/Set
28/Set
∆ Diária (p.p) -0,110 0,030 0,030 0,150 0,140 0,160
Luibor As taxas Luibor no mercado interbancário continuaram a registar tendência ascendente na generalidade das maturidades, com excepçãodaLuiborOvernightquereduziu 11 p.b., ao fixar-se em 14,39%.
16,40% 15,80% 15,20% 24/Set
26/Set
28/Set
ENI forma técnicos angolanos para relançar refinação de petróleo Quarenta técnicos angolanos formados em refinação de petróleo pela Universidade Corporativa da multinacional petrolífera italiana ENI, no âmbito do relançamento do sector em Angola, receberam, Segunda-feira, os seus diplomas. Os especialistas, pertencentes à Sonangol e cuja cerimónia de outorga de diplomas foi assistida pelo ministro dos Recur-
sos Minerais e Petróleos, Diamantino de Azevedo, actualizaram-se, durante um ano, nas áreas de gestão de refinarias e da integridade, saúde, ambiente e segurança (SAS), processos a jusante, inspecção e manutenção. A implementação do programa de formação enquadra-se no acordo de cooperação assinado em 2018 entre as petrolíferas angolana Sonangol e italiana ENI.
Agricultores abandonam actividade na Chipipa Pelo menos 450 agricultores, na comuna da Chipipa (província do Huambo), antes filiados na Cooperativa Agro-pecuária, Comercial e de Consumo “Faça Tudo pelo Tempo”, abandonaram a sua actividade, devido aos prejuízos causados pelas dificuldades de escoamento da produção, nos últimos três anos. Em declarações à ANGOP, o presidente da cooperativa,
Filipe Sapio de Oliveira, informou esta Terça-feira que o abandono se deveu aos sucessivos prejuízos registados no escoamento dos produtos agrícolas. Segundo o responsável, muitos dos camponeses cultivavam em zonas de difícil acesso aos meios de transportes rodoviários, situação que causou a deterioração da maior parte da produção.
30/Set
Luibor 1 Ano Cot. 30/09/19 14,39 14,55 14,69 15,28 15,67 16,36
breves
30/Set
17,00%
Taxas BNA Luibor O/N Luibor 1 Mês Luibor 3 Meses Luibor 6 meses Luibor 9 meses Luibor 1 Ano
Mercado Accionista Os índices norte-americanos, Dow Jones e S&P 500, aumentaram 0,4% e0,5%aosituarem-seem26.916,83e 2.976,74 pontos, respectivamente. A redução das tensões comerciais entreosEUAeChinabeneficiouacotação dos índices bolsistas.
27.300
EUR / USD
Mercado das commodities Commodities WTI Crude Fut. Brent Crude Fut. Gold 100 Oz Fut. Prata Fut. Gás Natural Fut. Cobre Fut.
28/Set
Dow Jones (EUA)
Mercado cambial Taxas de Câmbio UUSD/AKZ EUR/USD GBP/USD USD/JPY USD/ZAR USD/BRL
26/Set
Mercado Interbancário A expectativa em torno da entrada em vigor, a partir de 01 de Outubro, da nova taxa de juro dos depósitosdoBancoCentralEuropeu,fixada em-0,5%,poderátercontribuídona redução da Euribor 6 meses em 0,9 p.b., ao situar-se em -0,386%. 30/Set
O PAÍS Quarta-feira, 02 de Setembro de 2019
30/Set
Huíla promove primeira Bolsa do Turismo A primeira edição da Bolsa de Turismo da Huíla acontece no Lubango, de 16 a 20 de Outubro do ano em curso, inserida no pacote do fórum de atracção de investimentos “Invest Huíla”. O evento prevê a participação das associações empresariais locais, operadores do turismo e particulares das províncias da Huíla, Namibe, Cunene, Cuando Cubango e Benguela,
congregando sectores das telecomunicações, energia, água e saúde. Em declarações à Angop, no Lubango, o director do gabinete provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos, Osvaldo Lunda, sublinhou que a feira servirá igualmente para apoiar as políticas de desenvolvimento socioeconómico e governamentais apoiadas pelo associativismo.
O PAÍS Quarta-feira, 02 de Outubro de 2019
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“O BNA trabalha para facilitar transacções de pagamentos bancários na SADC Com isso, os cidadãos nacionais deverão efectuar transferências de valores monetários para qualquer país da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) através da plataforma digital denominada Sistema Regional Integrado de Liquidação Electrónica (RTGS), segundo Edgar Bruno Brenda Sambo
O
Banco Nacional de Angola ( BNA) está engajado na conclusão dos testes do seu Sistema de Pagamentos de Angola (SPA) para a sua efectiva participação na plataforma regional de pagamentos denominada Sistema Regional Integrado de Liquidação Electrónica (RTGS), que abrange os países membros da SADC. A informação foi avançada, ontem, pelo director do departamento do sistema de pagamentos do Banco Nacional de Angola (BNA), Edgar Bruno. A transferência poderá ser feita através de qualquer agência bancaria nacional, desde que a mesma esteja integrada na plataforma electrónica da região da SADC, denominada Sistema Regional Integrado de Liquidação Electrónica (RTGS). As transacções de pagamentos serão feitas em tempo real, ou seja, por exemplo, o individuo que está em Angola poderá transferir dinheiro para alguém que esteja na África do Sul e este receberá no mesmo momento. Afirmou que até ao momento, várias instituições bancárias já aderiram ao projecto, incluindo o BNA, tendo em conta as vantagens que a mesma traz. Segundo o responsável, que falou na abertura de um encontro entre os países membros da SADC e instituições bancárias que acontece desde ontem em Luanda, o BNA tem trabalhado no sentido de ajustar e reforçar o quadro regulamentar com o objectivo de estabelecer modelos adequados de revisão, supervisão. Adiantou que, neste momento, está em curso a revisão da Lei de Sistemas de Pagamentos de Angola e toda a sua regulamentação e na implementação dos pagamentos móveis instantâneos, exercício que está a ser feito com o apoio do Banco Mundial.
De acordo com Edgar Bruno, entre várias vantagens, o sistema vai permitir que transacções de pagamento a nível da região da SADC sejam feitas sem necessidade de recorrer a outros bancos correspondentes, como bancos americanos e bancos dos países europeus. Por outra, vai facilitar a questão dos custos de pagamento de taxas, bem como também o tempo de execução das operações. De acordo com o responsável, independentemente dos diferentes níveis de desenvolvimento, os sistemas de pagamentos na sua generalidade continuam a apresentar desafios comuns. O que, na sua óptica, exige, quer da parte dos reguladores quer dos supervisores, uma atenção redobrada e permanente de modo a assegurar o pleno funcionamento dos mesmos com base nas boas práticas internacionais reconhecidas. Dólar americano será inserido nas transacções da SADC Por sua vez, o presidente da Subcomité de Sistemas de Pagamentos da SADC, Andrew Mugari, adiantou a moeda de transacção actual é o rand, mas a perspectiva é incluir todas as moedas de cada países membros da região dentro da plataforma. Referiu que a moeda rand foi escolhida por ser a mais popular a nível da região. Afirmou que, para além das moedas dos países membros da região, há perspectiva de se incluir o dólar americano, uma vez que ainda há dificuldades de incluir a moeda através dos critérios estabelecidos pela reserva federal americana. Mas, no entanto, avançou que a comissão está a trabalhar no sentido de ultrapassar o problema e a moeda fazer parte do sistema. “A esperança é, até ao momento, que teremos dólar estrangeiro na plataforma”, disse. Por isso, considerando essas exigências, apelou a cada país membro da região, no sentido de fazer a inclusão da moeda a partir do seu sistema. Neste momento, qualquer cida-
Edgar Bruno, director do Departamento do Sistema de Pagamentos do Banco Nacional de Angola (BNA).
dão que queira fazer transferência para algum dos países membros da região pode fazê-lo por via do sistema que existe. “Queremos estabelecer que a SADC seja como um único país, no sentido de o sistema ser facilitado para todo o continente africano”, esclareceu. Actualmente, Angola ainda não introduziu o kwanza dentro do sis-
O sistema vai permitir que transacções de pagamento a nível da região da SADC sejam feitas sem a necessidade de recorrer a outros bancos correspondentes, como bancos americanos ou bancos de países europeus.
tema de pagamento. “A medida será implementada imediatamente, uma vez que o sistema já esta preparado e qualquer país pode inserir a sua moeda”, disse. Avançou a necessidade de os bancos comerciais estarem devidamente preparados para solucionar os problemas dos cidadãos a nível da banca. Como funciona o Sistema Regional Integrado de Liquidação Electrónica (RTGS)? Explicou que no caso de Angola, por exemplo, qualquer cidadão que queira fazer transferência para um país membro da região faça-o desde que o banco esteja incluso no projecto e faça-o até no banco intermediário da Africa do Sul, em contrapartida, o banco receptor também deve fazer parte do sistema. Subcomité de Sistemas de Pagamentos da SADC O Subcomite de sistema de Pagamentos Regional da SADC existe desde 2013, altura em que Angola aderiu. O Subcomité de Sistemas de Pa-
gamentos dos Bancos Centrais da SADC foi criado para atender à necessidade de uma estrutura regional especializada na promoção e no alcance de uma estreita cooperação dos sistemas de pagamentos dos países da África austral, de forma a viabilizar os objectivos traçados no Protocolo de Comércio Livre, bem como o cumprimento das acções delineadas pelo Protocolo de Investimento Financeiro. O encontro Regional Anual de Sistemas de Pagamentos da SADC é um encontro de cariz rotativo entre os países membros da SADC, organizado pelo Subcomité de Sistemas de Pagamentos da região, pelo que três dias de trabalho estão reservados para analisar assuntos relacionados com o aprimoramento do Projecto de Integração dos Sistemas de Pagamento da Região, inclusão financeira entre outros. O Sistema de Pagamentos Nacional de Angola (SPA) é o conjunto de instrumentos, de procedimentos bancários e de subsistemas interbancários de transferência de fundos destinados a facilitar a circulação da moeda em Angola.
Mundo
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O PAÍS Quarta-feira, 02 de Outubro de 2019
Gravação revela conversa aterrorizante dos assassinos do jornalista saudita
O Sarkozy será julgado por financiamento ilegal de campanha O ex-Presidente francês Nicolas Sarkozy será julgado pelo suposto financiamento ilegal da sua campanha eleitoral de 2012 – confirmou a Justiça nesta Terça-feira (1º)
O
Tribunal de Cassação, o mais alto órgão judicial da França, rejeitou o último recurso interposto pela defesa, e Sarkozy terá de ser julgado por “financiamento ilegal de campanha eleitoral”. Se for considerado culpado, pode ser condenado a até um ano de prisão e a pagar uma multa de 3.750 euros. Outras 13 pessoas serão julgadas neste mesmo caso. Suspeita-se de que o ex-Presidente, de 64 anos, tenha excedido o limite autorizado de 22,5 milhões de euros em despesas de campanha em Março e Abril de 2012, apesar dos avisos de especialistas em contabilidade. O seu julgamento foi decidido em 2017, mas até agora a Justiça
teve de examinar os vários recursos apresentados. O ex-chefe de Estado considerou que já havia sido punido por esses factos pelo Conselho Cons-
Até agora, apenas um Presidente da V República Francesa, Jacques Chirac, falecido na semana passada, teve de se apresentar à Justiça
titucional em 2013, o que o forçou a devolver o valor que havia gasto em excesso. A punição não levou em consideração, porém, todas as despesas. Elas foram expostas em 2014, quando uma investigação mostrou faturas falsas que ocultavam as quantias astronómicas gastas durante os comícios da campanha, organizados por uma agência de comunicação. O advogado do ex-Presidente argumenta que a maior responsabilidade dos factos cabe a essa agência de comunicação. Sarkozy acabou por perder as eleições para o candidato socialista François Hollande. Até agora, apenas um Presidente da V República Francesa, Jacques Chirac, falecido na semana passada, teve de se apresentar à Justiça. Nesse caso, o ex-Presidente foi condenado em 2011 a dois anos de prisão por um escândalo de emprego fantasma, quando era prefeito de Paris. Chirac nunca foi preso, nem compareceu perante o juiz por motivos de saúde. AFP
s supostos assassinos do jornalista saudita Jamal Khashoggi comentaram, em tom de brincadeira, que “um açougueiro não corta a sua carne no chão”, pouco antes de executálo no consulado saudita em Istambul, segundo testemunhas entrevistadas pela BBC. Helena Kennedy, uma advogada britânica que participou na investigação da ONU, ouviu uma gravação fornecida pelas autoridades turcas – que colocaram microfones no consulado – nas quais Khashoggi é descrito como “animal destinado ao sacrifício”. “Eles perguntavam ‘se o corpo e o quadril caberiam dentro de uma bolsa dessa maneira’”, disse ela à BBC no documentário transmitido no programa Panorama na noite de Segundafeira, um ano após o assassinato a 2 de Outubro de 2018. O médico legista suspeito de ter cortado o corpo em pedaços disse: “Costumo ouvir música ao cortar cadáveres. Às vezes com um café e um cigarro na mão”, segundo Kennedy. “Ele disse: ‘É a primeira vez na minha vida que tenho que cortar pedaços no chão – até um açougueiro que quer cortar um animal o pendura’”, acrescentou. “Você os ouve rir, é arrepiante”, contou a advogada. A Turquia entregou à ONU uma gravação de 45 minutos no contexto da sua investigação O jornalista Jamal Khashoggi foi barbaramente assassinado pelas autoridades sauditas
sobre o assassinato do jornalista, crítico do regime de Riad. O assassinato, que supostamente envolveu 15 agentes sauditas, provocou grande comoção. A CIA e uma especialista da ONU, Agnes Callamard, apontaram como responsável o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, que nega envolvimento. Procurando restaurar a sua imagem, o reino saudita levou 11 suspeitos à justiça. Khashoggi foi à embaixada para obter documentos para se casar com a sua noiva turca. “Você ouve Khashoggi passar do sentimento de confiança ao medo, depois a uma agonia crescente, ao terror e, finalmente, à percepção de que algo vai acontecer”, ressalta Kennedy. A relatora especial da ONU Agnes Callamard, que também ouviu a gravação, disse que Khashoggi perguntou aos seus carrascos: “Vocês vão me dar uma injecção?”, para receber um “sim” como resposta. “O que ouvimos depois mostra que ele está a ser sufocado, provavelmente com um saco plástico na cabeça”, disse ela. “Algum tempo depois, alguém diz: ‘É um cachorro, ponha isso na cabeça dele, envolva-a’. Só podemos entender que eles cortaram a cabeça dele”, explica ela à BBC .
O PAÍS Quarta-feira, 02 de Outubro de 2019
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Coreia do Norte e EUA retomarão negociações no dia 5 Após uma longa paralisação, a Coreia do Norte e os Estados Unidos retomarão a 5 de Outubro as conversas operacionais das negociações sobre a desnuclearização do regime de Kim Jong-un
O
anúncio foi feito nesta Terça-feira (1) pela vice-ministra das Relações Exteriores do país asiático, Choe Son-hui, em uma nota divulgada pela KCNA, a agência de notícias oficial do Estado. “Haverá um contato preliminar a 4 de Outubro e um encontro operacional a 5 de Outubro. Espero que as negociações operacionais possam acelerar o desenvolvimento positivo das relações entre a Coreia do Norte e os EUA”, disse Choe. A porta-voz da Presidência da Coreia do Sul, Ko Min-jung, elogiou a retomada das conversas e
instou as partes a “fazerem progressos para a completa desnuclearização da Península Coreana e por uma paz duradoura”. As negociações entre Kim e Trump estão travadas desde a fracassada reunião de Fevereiro passado, no Vietname, quando o norte-coreano exigiu o fim das sanções internacionais para desmantelar seu principal complexo nuclear. Os dois líderes chegaram a encontrar-se novamente em Junho, na zona desmilitarizada de Panmunjom, mas as tratativas não avançaram. (ANSA)
Príncipe herdeiro da Arábia Saudita assume ‘total responsabilidade’, mas diz que não mandou matar Kashoggi Em entrevista, Mohammed bin Salman considerou o assassinato de jornalista de ‘crime hediondo’, mas afirmou que não tem como saber de todos os passos de todos os seus funcionários. Também disse ficar ‘sentido’ e mesmo muito chocado quando dizem que o seu país não respeita direitos humanos
O
príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, assumiu “total responsabilidade” pela morte do jornalista Jamal Khashoggi no ano passado, mas negou ter dado a ordem para que ele fosse morto. “Este foi um crime hediondo. Assumo total responsabilidade como líder da Arábia Saudita”, afirmou bin Salman, durante uma entrevista exibida no Domingo (29) pela rede de TV americana CBS. Garantiu só ter tido conhecimento do assassinato, que aconteceu no dia 2 de Outubro do ano passado na embaixada saudita em Istambul, na Turquia, após ele ter acontecido. Assessores próximos do príncipe herdeiro estão entre os acusados pelo crime, e ele foi questionado pela emissora como é que pôde não ter tido conhecimento dos actos com antecedência. Em resposta, bin Salman disse que é impossível saber de todos os passos de seus funcionários. “É impossível que três milhões
enviem os seus relatórios diários ao líder ou para a segunda pessoa mais importante no Governo saudita”, justificou. Os 11 acusados estão a ser julgados por um tribunal na Arábia Saudita, fechado ao público – a promotoria pediu pena de morte
para cinco deles. O reino também proibiu que investigadores internacionais trabalhassem no país para obter informações sobre o caso de Kashoggi, um correspondente do “Wall Street Journal” conhecido pelas suas críticas ao regime saudita. Direitos humanos Na mesma entrevista, concedida ao programa 60 Minutes, bin Salman também afirmou ficar “sentido” com a ideia de que a Arábia Saudita seja vista como um país que não respeita os direitos humanos e convidou estrangeiros a visitar o reino e observar com os seus próprios olhos como é a vida ali. Na Sexta-feira (27), o Governo saudita anunciou que emitirá pela primeira vez vistos para turistas. Antes os vistos eram emitidos apenas para peregrinos, expatriados e, recentemente, para espectadores de eventos desportivos ou culturais. Sobre a constante prisão de militantes de direitos humanos, o príncipe herdeiro disse que, embora discorde algumas das leis do
reino, elas devem ser respeitadas até que sejam reformadas. Irão O príncipe herdeiro afirmou ainda preferir uma solução política para o acirramento da crise com o Irão, duas semanas depois dos ataques a uma a instalações petrolíferas sauditas. Entretanto, insistiu que o mundo deve agir de maneira “forte e firme” contra o Governo iraniano. “Se o mundo não tomar uma atitude forte e firme para deter o Irão, vamos ver uma escalada maior que vai ameaçar os interesses do mundo”, advertiu. “Os preços do petróleo vão saltar a números inimagináveis que nunca vimos nas nossas vidas”, acrescentou. Os houthis do Iêmen – apoiados pelo Irão e que lutam contra uma coligação liderada pelos sauditas –reivindicaram a autoria no ataque. Entretanto, os Estados Unidos e a Arábia Saudita insistem que o Governo iraniano de Hassan Rohani está por trás da ofensiva, algo que Teerão nega.
Actual
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O PAÍS Quarta-feira, 02 de Outubro de 2019
Cidade do Lubango inaugura transporte público urbano A província da Huíla recebeu do Ministério dos Transportes um total de 25 autocarros na tarde desta Terça-feira. Para já, operam apenas seis, em três linhas, e o bilhete custa 100 kwanzas João Katombela, na Huíla
O
acto de entrega destes meios rolantes inseriu-se no âmbito do programa do Governo angolano, em parceria com uma empresa de direito privado brasileiro, denominado Programa de Transporte Público Urbano Regular. Numa primeira fase, já se encontram em operação, desde as primeira horas de ontem (Terça-feira), 6 autocarros, que circulam em três rotas estabelecidas pelo Governo Provincial da Huíla, através do Gabinete dos Transportes. Segundo a directora do Gabinete Provincial dos Transpor-
tes e Mobilidade Urbana, para o acesso ao autocarros, cada passageiro pagará o valor de Akz 100. Gracinda Gonçalves explicou que a entrada em circulação dos 6 autocarros, vai minimizar as dificuldades que os habitantes do município do Lubango enfren-
Directora do Gabinete Provincial dos Transportes e Mobilidade Urbana, Gracinda Gonçalves
tavam no seu dia-a-dia no processo de locomoção. “Hoje é um dia especial para os Lubanguenses, porque começamos com a implementação do Transporte Público Urbano Regular de passageiros. No passado não tínhamos a nível do nosso município. Nós temos três rotas, que são: Centro da Cidade/Mutundo; centro da cidade/Tundavala e Mutundo/ Centralidade da Quilemba” detalhou. A responsável dos Transportes na província da Huíla, informou, por outro lado, que o projecto está ainda em fase de experimentação, daí a razão de serem postos a circular nas rotas definas os seis autocarros, na razão de dois para cada rota. A nossa interlocutora garantiu que o número de autocarros que já operam na cidade do Lubango poderá vir a ser aumentado em função das necessidades do programa. Para o seu pleno funcionamento, segundo Gracinda Gonçalves já foram selecionadas duas empresas que operam no sector dos transportes. “Numa primeira fase, em cada rota, temos dois autocarros, na medida em que formos trabalhando, caso haja desnecessidade de aumento, faremos incremento de mais autocarros” garantiu, para em seguida rematar, “selecionamos duas empresas locais, que têm todas as condições de operacionalidade”. José Naranjo, consultor da Empresa ASPBRAS, revelou que o objectivo do Governo com esta parceria é garantir à população um transporte público regular e com mais segurança.
Polícia garante segurança A cerimónia de apresentação pública dos 25 autocarros atribuídos à província da Huíla contou ainda com a participação do segundo comandante Provincial para a Ordem Pública . O Subcomissário Florêncio Ningue informou que em muitos locais tradicionais de subida e descida de passageiros, com destaque para o mercado informal do Mutundo e nos antigos mercados do Tchioco e João de Almeida, têm sido registados vários casos de assaltos aos utentes do serviço de táxi. Com a entrada de novas rotas, o oficial superior garantiu que serão aumentados os níveis de segurança nesses locais. “São meios que vão melhorar a qualidade de vida das populações, à Polícia Nacional cabe apenas a responsabilidade de assegurar e manter o sistema de segurança activado, para que em qualquer situação que vise a perturbação, sobretudo, na ordem interna. Em relação ao policiamento de proximidade, este será feito com base nas rotas definidas, ai iremos definir os pontos, que serão instalação de algumas paragens, para que as mesmas sejam asseguradas pelos órgãos da PN. Sabe-se que onde há aglomerado de populares pode haver desordem”, disse. Os autocarros têm capacidade para transportar 79 passageiros, sendo, 34 sentados e 46 em pé. Estes meios estão igualmente adaptados para atender às pessoas com necessidades especiais. O município do Lubango é a capital da província da Huíla. Segundo o censo de 2014, a sua população está estimada em 731.575 habitantes.
desporto
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DANIEL MIGUEL/ARQUIVO
O PAÍS Quarta-feira, 02 de Outubro de 2019
1º de Agosto intensifica preparação DANIEL MIGUEL/ARQUIVO
Militares numa sessão de treinos no Campo do RI-20
O
1º de Agosto, tetracampeão nacional, realiza hoje a penúltima sessão de treinos, no Estádio António dos Santos França “Ndalu”, em Luanda, tendo em vista o desafio do próximo Sábado diante do Cuando Cubango FC, no Estádio dos Eucaliptos, às 15:00.
Atletas dos tricolores após uma vitória no Estádio 11 de Novembro, em Luanda
Petro de Luanda ascende ao sexto lugar do Girabola Os tricolores derrotaram ontem o Santa Rita de Cássia do Uíge, por 2-0, no Estádio 11 de Novembro, no acerto da sexta jornada do Campeonato Nacional Kiameso Pedro
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Petro de Luanda, vice-campeão nacional, venceu ontem o Santa Rita de Cássia do Uíge por duas bolas sem resposta, em partida de acerto da sexta jornada do Girabola, CampeonatoNacional. Os golos dos petrolíferos foram apontados por Yano e Tony aos 45 e 60 minutos, respectivamente. Com este resultado, os tricolores do eixo-viário ascendem à sexta posição com dez pontos. Por sua vez, os “católicos” mantêm-se no décimo sexto lugar com apenas um ponto. Na próxima jornada, os petrolíferos medem forças com o Recreativo da Caála do Huambo, ao passo
que o Santa Rita bate-se com o Recreativo do Libolo. No final da partida, o treinador do Petro de Luanda, António Cosano, mostrou-se feliz pela vitória. “Estou feliz pela vitória e queremos continuar assim, porque conquistar o título é a nossa meta”, afirmou.
Os ‘católicos’ mantêm-se na lanterna vermelha, ou seja, na última posição com apenas um ponto
Por sua vez, o treinador dos católicos, Marcos Chivinda, felicitou o Petro de Luanda. Resultados já verificados: O Interclube bateu o 1º de Maio de Benguela por três bolas a uma. O Bravos do Maquis perdeu diante do Cuando Cubango FC por duas bolas a uma. O Recreativo do Libolo venceu o Ferrovia do Huambo por duas bolas sem resposta. Por seu lado, a Académica do Lobito derrotou o Sagrada Esperança da Lunda-Norte por 1-0. O Sporting de Cabinda e o Desportivo da Huíla empataram a uma bola, ao passo que o Wiliete de Benguela vergou o Progresso do Sambizanga por duas bolas a zero.
O encontro entre ambas as formações é a contar para a abertura da sétima jornada da 42ª edição do Campeonato Nacional. Na sessão desta manhã,
com início às 8:30, o treinador Dragan Jovic vai trabalhar o aspecto físico dos jogadores, para depois olhar para os fundamentos técnicos e tácticos. O 1º de Agosto, que garantiu no passado Domingo o passe à fase de grupos da Liga dos Campeões da CAF, figura na quarta posição com 12 pontos. Por sua vez, os comandados de Albano César encontram-se no quinto lugar com onze pontos.
Barcelona e Inter de Milão “aquecem” Liga dos Campeões
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Barcelona recepciona hoje o Inter de Milão, em Camp Nou, a contar para a segunda jornada do grupo F da Liga dos Cubes Campeões da UEFA, às 20:00 (tempo de Angola). Na primeira ronda da série, os ‘blaugranas’, às ordens de Ernesto Valverde, empataram a zero com os alemães do Borussia Dortmund, no
Estádio Iduna Park. Por sua vez, os italianos, agora sob o comando de António Conte, empataram a um golo diante do Slávia Praga da República Checa. Na outra paertia, a contar para o grupo H, medem forças as formações do Valência de Espanha e Ajax da Holanda, no Estádio de Mestalla, às 20:00. DANIEL MIGUEL/ARQUIVO
Lionel Messi, número 10, capitão do Barcelona
O PAÍS Quarta-feira, 02 de Outubro de 2019
27 DANIEL MIGUEL/ARQUIVO
Núcleo de Atletismo do São João aposta na massificação
Alberto Salazar suspenso por suspeita de doping O técnico norte-americano Alberto Salazar, 61 anos, que orientou o britânico Mo Farah até 2017, foi ontem suspenso por quatro anos por “incitação ao doping”, segundo a Agência Norte-americana Antidopagem (USADA). A USADA refere que Alberto Salazar foi suspenso “por organizar e instigar uma conduta de doping”, acusando o ex-maratonista de ter traficado testosterona e injetado nos atletas o aminoácido L-carnitina acima das doses autorizadas. Alberto Salazar é o mentor do projeto Oregon, um grupo de treino de alto nível financiado pela Nike e que tem obtido excelentes resultados no fundo e meio fundo. A USADA considera que Salazar e Jeffrey Brown, um endocrinologista que esteve envolvido no projeto e também foi suspenso, se basearam na ideia de que “vencer é mais importante do que a saúde dos atletas”.
O Núcleo de Atletismo do São João, arredores da cidade do Huambo, intensificou, nos últimos dois meses, as acções para a revitalização desta modalidade no Planalto Central, no sentido de resgatar a mística que caracterizava esta região como uma das principais referências da modalidade no país. O coordenador do projecto, Cléofas Jorge, disse que, até ao momento o projecto congrega perto de 40 atletas nos escalões de iniciados, juvenis, juniores e seniores.
Campeões do mundo perfilados para habitual fotografia antes do jogo
DR
Augusto Baptista define catorze jogadores para o CAN de Benguela
O Organização dos Mundiais de Doha responde críticas Os responsáveis pela organização do Campeonato do Mundo consideram que o início da semana de trabalho no Qatar e os horários televisivos tardios são a causa da fraca adesão ao estádio, após serem alvos de várias críticas sobre os números reduzidos de espectadores ao vivo nos primeiros dias do torneio. Embora o Estádio Internacional do Khalifa tenha capacidade para receber 40 mil pessoas, este número foi limitado para cerca de 21 mil durante a prova. Ainda assim, apenas 13,288 pessoas (incluindo 1,484 convidados) assistiram ao primeiro dia do campeonato, pelo que o número diminuiu drasticamente nos dois dias que se seguiram. O Comité de Organização Local, LOC, veio responder às críticas, em comunicado: “Após dois dias de sólida adesão (70 por cento no primeiro dia e 67 por cento no segundo), os números diminuíram em relação às nossas expectativas no terceiro dia”.
treinador da Selecção Nacional de futebol adaptado, Augusto Baptista, definiu catorze atletas para disputar a 5ª edição do Campeonato Africano das Nações (CANAF), que decorre de 4 a 12 do corrente mês, em Benguela.
Na última triagem feita ontem foram dispensados, o guarda-redes Sebastião Cacumba (da província do Huambo) e o avançado Catarino de Carvalho (de Luanda). O técnico-adjunto dos campeões mundiais, Luís Duarig, disse que o grupo, agora definido, está a ensaiar remates a baliza, circulação de bola e acções defensivas e ofensivas. Luís Duarig xplicou que a
equipa encontra-se de saúde e sem lesões, aguardando apenas pelo início da competição. Augusto Lilito (Moxico), Jesus Mateus (Luanda), Celestino Elias (Huambo), Neves Sonhi (Moxico) e Francisco Amaro (Luanda), Hilário Cufula (Benguela), Jesus Alexandre (Luanda),
Laurindo Lucamba (Huambo), Sabino António (Moxico), João das Dores “Chiquete” (Huambo), Sandro do Rosário (Luanda), Moisés Cézar (Moxico), José Candeeiro (Namibe) e Heno Guilherme (Luanda) são os jogadores que estão às ordens de Augusto Baptista
Camarões já no palco da competição A selecção dos Camarões de futebol adaptado chegou ontem a Luanda, em transição para a província de Benguela, palco do Campeonato Africano das Nações (CAN). Os “leões indomáveis” desembarcaram na capital do pa-
ís com uma delegação composta por dezoito elementos, liderada pelo presidente da federação daquelepaís,MaimoNgala.Hoje, os Camarões vão aproveitar o período da tarde para realizar a primeira sessão de treinos na cidade das Acácias Rubras.
Cristiano Ronaldo projecta adeus ao futebol
FC Porto visita Feyenoord para a Europa League
Eto´o aponta trio que marcou o futebol moderno
Aos 34 anos, Cristiano Ronaldo começa já a projectar aquela que poderá ser a sua vida depois de pendurar as chuteiras. E o adeus ao futebol, admite, poderá não estar distante. “Continuo a adorar futebol, adoro divertir os adeptos e as pessoas que gostam de mim. Não importa a idade, é tudo uma questão de mentalidade”, salientou o internacional.
O FC Porto visita Feyenoord para a segunda ronda da Europa League. Feyenoord da Holanda bate-se hoje com o FC Porto, no Estádio De Kiup, em partida a contar para a segunda jornada da Europa League, às 17:55. Na classificação, FC Porto e Rangers da Escócia partilham a liderança com três pontos cada.
O antigo jogador do Barcelona Samuel Eto´o, não tem dúvidas quanto aos jogadores que mais se destacaram no desporto-rei, nos últimos anos. “Tenho um grande respeito por Maradona, mas os jogadores que mais marcaram o futebol moderno foram Ronaldo, Messi e Cristiano Ronaldo”, apontou o camaronês, 38 anos, em entrevista ao jornal italiano Gazzetta dello Sport.
Djokovic regressa em grande no Japão O tenista sérvio Novak Djokovic, número um mundial, regressou ontem à competição com vitória na ronda inaugural do ATP 500 de Tóquio, no Japão. O sérvio, que não competia desde o início do passado mês de Setembro, quando abandonou o encontro com Stan Wawrinka, dos oitavos de final do Open dos Estados Unidos da América, impôs-se ao jovem australiano Alexei Popyrin (20 anos), 94º da hierarquia, em dois sets, com os parciais de (64 e 6-2), em uma hora e vinte e cinco minutos. Nos oitavos de final, Djokovic terá que medir forças com o japonês Go Soeda, atual 133º do mundo.
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Sonorizador
Apresentador
Claudimer da Costa Repórter
Josefa Kiala Recepcionista
Cláudio Dias Jornalista
Rádio Mais
A Rádio que virou notícia e que se mantém no topo das audiências
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Teodoro Albano
Jornalista Apresentador
Luanda 99.1 FM Huambo 89.9 FM Benguela 96.3 FM
OPINIÃO
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O PAÍS Quarta-feira, 02 de Outubro de 2019
Tadeu Fortes
CONTRIBUTOS PARA UMA RECONVERSÃO DEMOGRÁFICA E DESENVOLVIMENTO SIMÉTRICO SUSTENTADO DE ANGOLA (II) e) TRANSPORTES PÚBLICOS: Os poucos autocarros públicos que circulam nas grandes cidades, fazem-no num caos total. Angola está independente há 44 anos, mas só uma franja muito reduzida da sua população, cujo salário não ultrapassa os 50.000.00KZs, utiliza o muito raro transporte público. E não existe em toda Angola, um único não nacional, europeu, que faça uso de um dos nossos transportes públicos. E quase nenhum utiliza o popular táxi (azulinho/ candongueiro). O Caos faz ordem. f) BUROCRACIA DO ESTADO: Continuada, teimosa e excessiva burocratização nas repartições públicas. Excessiva, insuportável e insustentável individualização do trabalho, do qual apontamos os exemplos ainda recorrentes: - “ Não fui eu que recebi o documento!””O colega que recebeu o seu documento, está de férias!” ou “O meu colega não está, vem amanhã por favor!” E no dia seguinte. “O meu colega só regressa no final do mês”. Após o tão desejado regresso do funcionário que está sempre de férias. “Ele esteve mesmo aqui há pouco mas saíu e não deixou a chave da gaveta.” Pois o documento do paciente utente, verdadeiramente nunca chegou a “entrar”, ficou sempre onde não devia estar. Na gaveta. g) EMIGRAÇÃO: Os sinais apontam para uma realidade que está há largos anos a acontecer. Apesar de Angola no contexto africano, europeu e americano não ser caso único. Entrada clandestina de pessoas no nosso território nacional. O que pressupõe alguma dificuldade nossa para termos um controle das nossas fronteiras territoriais e marítimas. Sendo a aérea a mais eficiente pelo tipo de transporte utilizado. h) EMPREGO/DESEMPREGO: O desemprego em Angola é dos mais altos de sempre. O êxodo populacional que as províncias do nosso País se confrontam, envia-nos
este sinal. E é preciso saber lê-los. Sendo a Juventude a mais afectada, face a sua densidade, relativa a totalidade da população. Não obstante se terem criadas, nos últimos anos inúmeras empresas privadas que absorveram muita população jovem, elas, na sua maior parte estão ainda muito centradas na Capital, não resolvendo de todo esse problema que está identificado em todo o País. Continuamos a privilegiar Luanda no que diz respeito aos “Mega Projectos” quer de requalificação urbana, quer de desenvolvimento económico. Os maiores investimentos continuam a ser pensados e materializados em torno da província de Luanda, o que tem acentuado as assimetrias regionais, provinciais em Angola. E com consequências dramáticas, económicas e sociais, para as nossas populações nas outras províncias do País, constituíndo um tratamento discriminatório do Estado, perante as populações oriundas e residentes
naquelas Províncias. i) FINANÇAS: Desvalorização continuada da nossa moeda nacional, acima já dos 50% face as moedas de referência internacional. Como consequência imediata, uma continuada redução drástica, correspondente àquela desvalorização percentual, do poder de compra dos cidadãos angolanos. Confrontamo-nos hoje, claramente com uma invasão da pobreza, a atingir já de forma reiterada a classe média, se utilizarmos como padrão de referência, a estratificação social discutida e proposta por diferentes analistas sociais. Uma mobilidade descensional. j) FOME: Uma dura e crua realidade que invadiu uma grandíssima maioria das casas das famílias angolanas nos tempos de hoje. Inacreditável que passados 44 anos de Independência, o povo esteja a passar por dificuldades, superiores ao do período de Guerra colonial e ao da guerra Civil.
k)FAMÍLIAS A DESESTRUTURAREM-SE. Uma inevitabilidade da Pobreza. Quanto maior forem as dificuldades económicas e sociais, maior o número de crianças que ficarão fora do subsistema de Ensino, maior o número de crianças e jovens que povoarão as ruas, estradas e tomarão os passeios. Mais pessoas nos hospitais, menos pessoas a produzirem. Consequentemente maior criminalidade e mais perdas de vida. Daí verificarmos esta mobilidade familiar na procura de melhores condições de vida. Pais, filhos maiores, menores a abandonarem os seus lares, as suas províncias, com ou sem consentimento dos seus familiares responsáveis, em busca do “possível” que não é “nada” geradores de um desastre desestruturante nas famílias angolanas. Como Resolver? Algumas pistas para aquilo que designo por reconversão demográfica, económica e social no
sentido de atrair as populações para as suas zonas de origem/residência. Sugestões/Propostas: 1. MUDANÇA NO PARADIGMA DE GOVERNAÇÃO. A adopção de um modelo estratégico de governação que passe por uma mobilidade periódica do centro do poder político (Cidade Alta), para as baixas das diferentes cidades capitais Povinciais. O executivo, mediante um cronograma de trabalho interno, afinado pelos próprios nos seus detalhes, mudava-se de forma alternada para as províncias sedes. De forma fundamentada, para aquelas tidas como estratégicas. . Licenciado em Sociologia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Pós Graduação Em Estudos africanos
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Trump pressionou o primeiro-ministro australiano para obter informações contra a investigação de Robert Mueller, diz ‘NYT’ DR
mo parceiro num esquema envolvendo líderes estrangeiros para tentar obter benefícios pessoais.
Aperto de mãos entre o primeiro-ministro da Austrália Scott Morrison (à esquerda) e o Presidente norte-americano Donal Trump
Segundo jornal, o Presidente queria que o procurador geral americano William Barr abrisse um inquérito para desacreditar a investigação sobre interferência russa nas eleições de 2016. É a segunda vez que Trump é acusado de pressionar líderes estrangeiros; o caso com a Ucrânia gerou um pedido de impeachment
O procurador geral americano William Barr
O
Presidente dos EUA, Donald Trump, teria pressionado o primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, para que ele ajudasse o procurador geral americano William Barr a reunir informações para um inquérito que Trump acredita que possa desacreditar a investigação conduzida por Robert Mueller sobre a interferência russa nas eleições de 2016. A informação, atribuída a dois funcionários do Governo norteamericano que conhecem o conteúdo do telefonema entre Trump e Morrison, foi divulgada nesta Se-
gunda-feira (30) pelo jornal “New York Times”. Ainda segundo o jornal, a Casa Branca restringiu o acesso à ligação a um pequeno grupo de assessores do Presidente. Actualmente, Trump é alvo de um inquérito de impeachment na Câmara dos Deputados por, supostamente, ter pressionado o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, para que esse colaborasse com uma investigação contra o filho do pré-candidato democrata Joe Biden. A matéria do “NYT” ressalta que, em ambos os casos, Trump usou o procurador geral William Barr co-
Austrália O relatório do ex-procurador geral Robert Mueller sobre possíveis laços entre a Rússia e a campanha de Trump não mencionou directamente a Austrália, mas confirmou que o país teve um papel central na origem da investigação original. Os documentos dizem que informações de um “Governo estrangeiro” levaram o FBI a “abrir uma investigação sobre se indivíduos associados à campanha de Trump cooperavam com o Governo russo nas suas actividades de interferência”, lembra o jornal. Recentemente, porém, uma série de teorias de conspiração associando a Austrália e a investigação tem sido divulgada por aliados de Trump no Congresso e comentaristas da Fox News, e em mensagens de George Papadopoulos (exassessor de campanha de Trump, que chegou a ser preso), de acordo com o “NYT”. Segundo essas teorias, a Administração Obama teria infiltrado um espião australiano na campanha de Trump como parte de uma operação para tentar eleger Hillary Clinton. Em Abril deste ano, William Barr gerou controvérsia ao afirmar, durante um depoimento no Congresso, que parte da investigação sobre a Rússia envolveu “espionagem” na campanha de Donald Trump e que houve um “fracasso entre um grupo de líderes nos escalões superiores” da comunidade de inteligência. Mais tarde, Barr anunciou que iria rever as origens da investigação sobre a Rússia conduzida por Mueller, e Trump respondeu que estava “tão orgulhoso do nosso procurador-geral por ele estar a investigar isso”.
Globo