Jornal OPaís edição 1645 de 02/11/2019

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Governador de Cabinda garante que alunos deixarão de ter aulas no Congo

Cidadãos divergem sobre a celebração dos finados

Marcos Alexandre Nhunga disse que, à semelhança de outras áreas, a educação é dos sectores que ainda se debate com muitos problemas na província. Porém, de forma a mitigar este problema, o governante deu a conhecer a OPAÍS a existência de algumas medidas que visam oferecer maior oportunidade escolar aos citadinos . P. 08

Para uns, a celebração do Dia dos Finados não faz sentido, por acreditarem que com a morte tudo acaba. Em sentido contrário, outros defendem que a morte não é o fim e que existe vida numa outra dimensão, por isso, faz todo o sentido homenagear os que já partiram. P. 12

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Director: José Kaliengue

O diário da Nova Angola

Edição n.º 1645 Sábado,02 /11/2019 Preço: 40 Kz

Angola não tem Comité de Controlo de Queimadas, apesar de estar legislado SOCIEDADE: O problema das queimadas no nosso país é real, de acordo com o Instituto de

Desenvolvimento Florestal e o Centro de Estudos Tropicais e Alterações Climáticas. Há a necessidade de criação de um Comité de Controlo de Queimadas que, segundo os responsáveis das duas instituições, apesar de estar legislado, ainda não existe no país. P. 10

DR

Bornito de Sousa testemunha investidura do novo Presidente do Botswana l O vice-presidente da República, Bornito de Sousa, testemunhou ontem, em representação do Presidente João Lourenço, a investidura do novo Presidente do Botswana, Mokgweetsi Eric Masisi. P. 9

Nacionalidades cruzam-se em investimentos na ZEE Luanda-Bengo l Grupo empresarial indiano é um dos

primeiros a arregaçar as mangas este mês, mas espera-se por investimentos da China, França, Japão, Portugal, África do Sul e Estados Unidos da América. P. 19

Brasil mandou em casa, mas o sonho ANGOLANO vive P. 26

e ainda no cartaz: Feira de gastronomia junta 30 expositores em Luanda

Capui Lara apresenta “Sol da Mulembeira” no Huambo

“Modangola” CCBA acolhe convida exposição “Turma empresários a da Mônica Viagem investir–no sector aostêxtil Países de Língua Portuguesa”

Interclube tenta regressar às vitórias diante da Académica l Hoje, o Interclube recebe a Académica do Lobito no Estádio 22 de Junho, no bairro Rocha Pinto, em Luanda, para a 11ª jornada do Girabola Zap 2019/20, às 15:30. P. 26


EM FOCO

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O PAÍS Sábado, 02 de Novembro de 2019

Governo deve conquistar financiamen combater alterações climáticas oferec No primeiro Workshop de Jornalismo e Ambiente realizado em Angola, que hoje termina, com o subtema “Rumo ao Desenvolvimento Sustentável”, a decorrer desde Quinta-feira, 31 de Outubro, em Cabo Ledo, Luanda, ficou patente que as alterações climáticas não têm merecido a devida atenção do Governo, dada a parcela “irrisória” atribuída no O.G.E. Zuleide de Carvalho, em Cabo Ledo

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impacto ext rem a mente negativo e irrecuperável das alterações climáticas é um problema universal, com o qual poucos se preocupam, esforçam, ou pensam. Em Angola, o cenário está ainda mais adormecido do que a média Mundial. Luís Constantino, especialista em meteorologia agrária, admitiu que “a inacção é preocupante, porque, depois, vai custar muito caro. Nós estamos a fazer alguma coisa, estamos a honrar os compromissos internacionais”, alegou. Nomeando as acções, salientou: “contribuições na redução da emissão dos gases que causam efeito estufa, combate à desertificação, para que até 2030 o país possa diminuir a taxa de desflorestação, para 50%”, com repovoamento florestal. Quanto à emissão de CFC, há envolvimento de vários sectores, pois que, técnicos da AGT, os portos, entre outros, trabalham “para impedir que produtos que estão proibidos no Protocolo de Montreal entrem no país”, afirmou.

Financiamento estrangeiro “sustenta” o departamento Sendo chefe do Departamento para as Áreas de Mitigação e ponto focal da Conservação sobre a Desertificação, o enge-

“Os níveis dos mares irão subir. Já imaginou, se os níveis subirem? Estamos neste empreendimento, um bom exemplo, daqui a uns anos isto deixa de existir, (seria) uma pena, tanto investimento…””

Uma das girafas existentes no Parque Nacional da Quiçama

Profissionais da Comunicação Social durante a formação


O PAÍS Sábado, 02 de Novembro de 2019

nto privado para cendo benefícios fiscais JACINTO FIGUEIREDO

Luís Constantino, especialista em meteorologia agrária

nheiro Luís Constantino defende a criação de estratégias para se obter financiamento nacional privado. Devido às alterações climáticas, “os níveis dos mares irão subir. Já imaginou, se os níveis subirem? Estamos neste empreendimento, um bom exemplo, daqui a uns anos isto deixa de existir, (seria) uma pena, tanto investimento…” No “nosso OGE, os valores são irrisórios,” e, lamentavelmente, é a única fonte de financiamento a nível nacional para se tratar das questões inerentes à luta para amenizar ou travar as alterações climáticas. Porque, “se para outras questões como saúde, educação”, a fatia do bolo é ínfima, “imagine para as alterações ambientais…”, lastimou o engenheiro. Todavia, dos países desenvolvidos, Angola recebe um orçamento superior de várias organizações estrangeiras. Para haver equilíbrio, é imprescindível que na estratégia do Ministério do Ambiente, com parceria de órgãos afins, se canalizem energias para criar propostas atractivas, para o empresariado nacional passar a financiar o combate às alterações climatéricas.

Tal como se faz em países com outras realidades, com altas taxas de crescimento e desenvolvimento, como a vizinha Áfricado-Sul, para aliciar o patrocínio dos empresários em protecção do ambiente, o Executivo deverá oferecer-lhes benefícios fiscais. Garantindo-se o bem global, é uma forma eficiente para, em Angola, fazer-se face ao problema do século, a luta pelo ambiente, envolvendo todas as classes empresariais, bem como a sociedade civil e o Governo. Jornalismo Ambiental exigese!!! Sem tirar o peso que cabe a cada um de nós, na formação para jornalistas, liderada por especialistas de diversas áreas, ficou assente e foi reiterado o vital papel que a sociedade deve desempenhar, já! O desconhecimento paira no seio social, bem como mora em alguns profissionais da classe jornalística, por isso, o Ministério do Ambiente e o Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA), decidiram co-organizar este workshop. Segundo a mensagem do SJA, na sessão inaugural do colóquio, esta iniciativa, que promete repetir-se, tem por foco capacitar

“Apresentarmo-nos como principais motivadores (promovendo debates).” Porque, enquanto a sociedade não compreender o valor de cuidar do ambiente, “estamos a condenar o nosso desenvolvimento”

jornalistas em questões ambientais, envolvendo problemas ecológicos globais e locais, para divulgarem-nos mais e melhor. Para Teixeira Cândido, secretário-geral do SJA, “o desenvolvimento do país passa pelo ambiente.” Logo, devemos “abordar com mais profundidade, a nossa abordagem tem sido marginal…” assim, “a sociedade também tende a abordar de forma marginal.” De agora em diante, espera-se da classe que passemos a “apresentarmo-nos como principais motivadores (promovendo debates).” Porque, enquanto a sociedade não compreender o valor de cuidar do ambiente, “estamos a condenar o nosso desenvolvimento”. Com muito para espelhar, os temas de ontem centraram-se em Queimadas e Incêndios Florestais, Alterações Climáticas, subdividido na apresentação da Proposta Nacional para as Alterações Climáticas (2018 – 2030), que aguarda por aprovação, e a seca. “Os países sérios têm plano de ordenamento do território” Segundo Carolino Mendes, director do Gabinete das Bacias Hidrográficas, “os países sérios têm Plano de Ordenamento do Território”. Logo, uma vez que Angola não tem organização territorial, infere-se que não seja um país sério. O engenheiro declarou ter formação em urbanismo e ordenamento do território, logo, em muitas das centralidades habitacionais, é evidente que não tiveram a devida planificação, a pensar de forma sustentável, desrespeitam parâmetros arquitectónicos e urbanísticos. Debruçando-se sobre a seca no Sul de Angola, disse deverse parcialmente ao facto de as 77 bacias hidrográficas nacionais não estarem “distribuídas de forma equitativa geograficamente”. Logo, a construção de uma barragem no Huambo ajudará. Todavia, a falta de estruturação territorial condiciona o acesso e distribuição da água, pois, as localidades fortemente afectadas pela seca não foram pré-concebidas, surgiram de acordo aos fluxos populacionais desordenados, um grande problema no país.


4 destaques política. PÁG. 08 PRS defende maior dinamismo na implementação do PIIM

SOCIEDADE. PÁG. 10 Angola não tem Comité de Controlo de Queimadas apesar de estar legislado

cartaz. PÁG. 14 CCBA acolhe exposição “Turma da Mônica – Viagem aos Países de Língua Portuguesa”

ECONOMIA. PÁG. 18 II Censo agropecuário e pesca em 58 anos, resultados só em 2020

mundo . PG. 22 Família do Paquistão treina vítimas de incêndio para identificar entes queridos

o editorial

O PAÍS Sábado, 02 de Novembro de 2019

hoje: os números do dia

Ombros encolhidos

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aiu uma enormidade de granizo na Humpata, terra agrícola da Huíla, e as autoridades não fizeram disso um assunto noticioso. Não fossem as redes sociais e o país mal saberia, não veria as imagens do enorme manto branco que cobriu a região. Mais uma vez, as autoridades encolheram os ombros e sacudiram a água do capote. Querem lá saber! Pois bem, deveriam, sim, interessar-se, deveriam comunicar se pode ou não voltar a cair gelo igual nos próximos dias, deveriam falar sobre as possíveis perdas agrícolas, já que o gelo afecta as plantas arrancando com a sua queda e queimando folhas e raízes com o seu frio. É que estamos no início da época agrícola e sabe-se que por cá não há seguro agrícola. Para o Estado, os camponeses e os consumidores que se virem.

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Cidadãos, um angolano e outro da República Democrática do Congo (RDC), que se dedicavam ao crime de burla e falsificação de moeda foram detidos e apresentados, Quinta-feira, no Dundo, província da Lunda Norte, pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC).

Dos catorze feridos graves do acidente de viação ocorrido na tarde de Quinta-feira na estrada que liga a cidade de Mbanza Kongo à comuna de Madimba, província do Zaire, receberam, ontem, alta médica. Portadores de HIV/SIDA do município de Cambambe (Cuanza-Norte) receberam ontem uma cesta básica composta por leite em pó, farinha de milho, feijão, chouriço e arroz, para a melhoria da sua dieta alimentar. Cidadãos, entre angolanos e estrangeiros, serão transportados semanalmente pela TAAG - Linhas Aéreas de Angola para a Nigéria, com a inauguração, ainda este trimestre, da rota Luanda/Lagos, com três frequências semanais.

o que foi dito

Todas as equipas que vêm aqui jogar querem tirar algo de positivo. Temos que estar prontos e preparados para um jogo complicado” Zinedine Zidane Treinador do Real Madrid

Não se percebe o enquadramento que se fez. Não faz sentido as duas escolas superiores politécnicas fazerem parte da oitava região académica, não obstante os factores de identidade” Vigílio Tyova

Governador do Cunene

Queremos tranquilizar a sociedade de que procuraremos fazer o máximo do nosso trabalho, no sentido de que o produto acabado, que é a justiça” Joel Leonardo Presidente do Tribunal Supremo (TS)


O PAÍS Sábado, 02 de Novembro de 2019

5 e assim... José Kaliengue Director

Hoje no online de O PAÍS leia a entrevista com Luzia Dumbo Aberdolai e saiba mais sobre a implementação de políticas públicas em Angola e o combate à criminalidade

Três a três

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www.opais.co.ao Hoje é Dia internacional pelo Fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas: Novo relatório da UNESCO diz que de 2006 a 2018, 1109 jornalistas foram mortos. Até 30 de Outubro deste ano houve 43 assassinatos de profissionais de media e imprensa. 90% dos autores de assassinatos de jornalistas continuam impunes. (DR)

o que vai acontecer Cultura “Karma” é o título do terceiro disco de carreira de Celma Ribas, que é apresentado, oficialmente, ao público hoje, num acto de lançamento realizado apenas nas plataformas digitais. Actualmente, a residir nos Estados Unidos, Celma Ribas informou, ontem, o Jornal de Angola, que o CD tem 14 faixas e as participações especiais de Filho do Zua, MC Cabinda e a cantora nigeriana Dave Wonder. O CD, com temas nos estilos kizomba, soul, r&b e afrobeat, foi gravado em Angola, Estados Unidos, Portugal e Alemanha. A mistura e masterização foi feita em Portugal, pelo produtor Tiago Freitas.

Sociedade Administradores municipais adjuntos para Economia e Finanças das províncias do Uíge e Bengo participam, desde Segunda-feira, numa acção formativa sobre gestão do património municipal, regime financeiro das autarquias locais, elaboração de orçamento e excussão de projectos municipais. O seminário é uma iniciativa do Ministério das Finanças,que visa dotar os administradores municipais para Economia e Finanças, secretários das administrações municipais, técnicos de património e contabilidade e chefes de departamento de administração e finanças de conhecimentos sobre o regime finan-

á algumas coincidências nesta Angola política independente. No Governo, vamos no terceiro Presidente e Chefe de Estado, sendo que o primeiro teve um consulado curto até à sua morte. O segundo teve um mandato longo, de décadas, e o terceiro já sabe que constitucionalmente não poderá passar dos dez anos, assim como não ficará mais tempo a liderar o seu partido depois de se ter batido contra a bicefalia, ou seja, contra a continuação de Eduardo dos Santos sendo ele, João Lourenço, Presidente da República. A liderar a Oposição, primeiro armada e agora civil, na UNITA, o primeiro líder presidiu o partido até às sua morte. O segundo também teve um mandato de mais de uma década, foram dezasseis anos. E o terceiro, o que for eleito no congresso deste Novembro, já sabe, também, que não ficará por mais de dez anos, a não ser que se alterem os estatutos e ele se torne num fazedor de presidentes da República numa bicefalia saudável, o que é pouco provável. O mais normal é as bases não lhe tolerarem mais do que dois fracassos. E se avançarem para as primárias, talvez um fracasso baste para ser encaminhado para a porta de saída, tal como no MPLA, em que os resultados das autárquicas, se forem de derrota “vergonhosa”, o seu líder poderá nem ser autorizado a concorrer nas gerais de 2022. Para já, até ao fim do ano, o Governo e os dois maiores partidos angolanos terminam com o seu terceiro timoneiro (depois da Independência), 2020 poderá mudar muita coisa em cada um dos campos, ou num dos três.

ceiro das autarquias locais.

Sociedade Mil jovens angolanos

abaixo de 30 anos de idade vão beneficiar, até 2020, do projecto denominado Alliance for Youth, destinado a desenvolver de competências (criação e formação de jovens para entrarem no mercado de trabalho profissional). Promovido pela Nestlé, a aliança será focada na criação e implementação de programas de empregabilidade, bem como em iniciativas de tutória e formação pensada para oferecer competências de trabalho essenciais aos jovens. O evento vai combinar os esforços de empresas parceiras na contratação,requalificação e formação de jovens, trabalhando com diferentes universidades.

Girabola O Petro de Luanda procura regressar às vitórias frente ao arqui-rival, 1º de Agosto, quando se defrontarem amanhã, no Estádio 11 de Novembro, naquele que será o 79º confronto entre ambos para o Girabola, competição na qual ganhou pela última vez este adversário em 2016. Apesar de os “petrolíferos” terem vantagem nos desafios entre si, 31 contra 25, certo é que não conseguem vencer os “agostinos” há três edições (2017, 2018 e 2018/19).Em 2016, os tricolores suplantaram pela última vez o seu adversário, por 1-0, no jogo da última jornada.

E também... Dia internacional pelo Fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas - 2 de Novembro. A data foi criada pela ONU em Dezembro de 2013 com a resolução A/RES/68/163, após o assassinato de dois jornalistas franceses no Mali a 2 de Novembro de 2013. A primeira celebração deste dia internacional em defesa dos jornalistas ocorreu em 2014. Segundo as Nações Unidas, nos últimos 10 anos morreram 700 jornalistas apenas por fazerem o seu trabalho e 90% dos casos de violência contra os jornalistas não são devidamente punidos


6 Media Nova, S.A Presidente do Conselho de Administração Filipe Correia de Sá Administradores Executivos Luís Gomes Paulo Kénia Camotim Propriedade : Socijornal Depósito Legal: Nº 244/2008 Contribuinte: 5417015059 Nº registo estatístico: 48058

O PAÍS Sábado, 02 de Novembro de 2019

no tempo do kaparandanda

Director Geral de Publicações: José Kaliengue jose.kaliengue@opais.co.ao

opaís

Director: José Kaliengue Sub-Director: Daniel Costa, daniel.costa@opais.co.ao Chefe de Redacção: Eugénio Mateus, eugenio.mateus@opais. co.ao Grande repórter: André Mussamo andre.mussamo@opais.co.ao Editorias : Política: Ireneu Mujoco ireneu.mujoco@opais.co.ao (Editor) Sociedade: Paulo Sérgio paulo.sergio@opais.co.ao (Editor) Romão Brandão romao.brandao@opais.co.ao (Sub-editor) Economia Luís Faria (Coordenador-Editor) luis.faria@opais.co.ao Desporto: Sebastião Félix sebastiao.felix@opais.co.ao (Editor) Mário Silva mario.silva@opais.co.ao (Sub-editor) Cartaz: Jorge Fernandes jorge.silva@medianova.co.ao (Sub-editor) Redacção: Norberto Sateco, Alberto Bambi, Augusto Nunes, Rila Berta, Miguel Kitari, Domingos Bento, Neusa Filipe, Afrodite Zumba, Milton Manaça, Antónia Gonçalo, Maria Teixeira, Iracelma Kaliengue, Patrícia Oliveira, Stela Cambamba, Zuleide de Carvalho (Benguela),Brenda Sambo, Maria Custódia, Kiameso Pedro e Adjelson Coimbra. Arte: Ladislau Bernardo (Coordenador) Valério Vunda (Coordenador adjunto)Lourenço Pascoal, Annette Fernandes, Nelson da Silva e Francisco da Silva. Fotografia: Carlos Moco (Editor), Daniel Miguel (Sub-editor), Pedro Nicodemos, Jacinto Figueiredo, Carlos Augusto, Virgílio Pinto, Lito Cahongolo (repórteres fotográficos), Rosa Gaspar e Yuri dos Santos (Assistentes de Departamento) Revisão: António Setas Agências: Angop, AFP, Reuters, Getty Images

Assistentes de Redacção: Antónia Correia, Rosa Gaspar, Inês Monteiro e Sílvia Henriques Impressão e acabamento: DAMER, S. A. Luanda Sul, Edifício Damer Distribuição: Media Nova Distribuição Tel: +244 943028039 Distribuidora@medianova.co.ao pontodevenda@medianova.co.ao Assinaturas: Bruno Pedro Tel: +244 945 501 040 Bruno.Pedro@medianova.co.ao Online: Venâncio Rodrigues (Editor)Isabel Dalla e Ana Gomes Sítio Online: www.opais.co.ao Contactos: info@opais.co.ao Tel: 914 718 634 -222 003 268 Fax: 222 007 754 Sede: Condomínio ALPHA, Talatona- Luanda. Tel: 222 009 444 República de Angola

Comercial e Marketing: Senda Costa 922682440 Vladimir Teixeira email: comercial@medianova.co.ao Tiragem: 15 000 exemplares

02 de Novembro

1956

-A Hungria renuncia ao Pacto de Varsóvia e apela às Nações Unidas para enfrentar a invasão soviética, que veta a decisão das potências ocidentais no Conselho de Segurança, que consideraram a situação na Hungria como “estado critico”.

02 de Novembro

1962

- O Presidente Kennedy, dos EUA, divulga a crise dos mísseis de Cuba, anunciando que a União Soviética está a desmantelar as bases existentes na ilha.

02 de Novembro 1984

- Um coronel e um tenente-coronel do serviço de segurança polaco são detidos em Varsóvia no decurso das investigações sobre o assassínio do sacerdote Jerzy Popieluszko.

carta do leitor

A Ineficácia das medidas da redução da informalidade Melhores cumprimentos Nos últimos anos, a actividade informal em Angola em sido a tónica de várias discussões em seminários, fóruns,workshops, por parte de muitas instituições nacionais e não só. Por paradoxal que seja, as causas da informalidade estão mais do que evidente identificadas, assim como apontadas as medidas para a sua mitigação, olhando para o fracasso de algumas políticas sociais públicas existentes e outras até já executadas. Um país cujo sector não petrolífero nacional não produz, seria insensato pensar na mitigação da informalidade. Este segmento social não pode ser combatido tal como acontece todos dias, com medidas

extremistas ou policiais como vimos na nossa cidade de Luanda.Ela deve ser mitigada com diálogo envolvendo os operadores informais na definição das medidas de intervenção.Pois, a informalidade é um problema de governação (resulta da falta de emprego formal), e nem deve ser visto como uma afronta directa de quem quer que a pratique para a sua sobrevivência familiar. É preciso formalizála integrando-a no sector formal sem que para tal haja a mão visível da Polícia ou da fiscalização. Estamos numa fase de ou tudo ou nada, pois a situação económica e social das famílias vai piorando a cada dia que passa. E a fome, esta, sim, não pode ser adiada.

Lemos Ganga/Luanda

Escreva para o Jornal OPAÍS através do e-mail info@opais.co.ao ou ligue para estes contactos Tel: 222 003 268 Fax: 222 007 754



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POLÍTICA

O PAÍS Sábado, 02 de Novembro de 2019

Governador de Cabinda garante que alunos deixarão de ter aulas no Congo dr

Marcos Alexandre Nhunga disse que, à semelhança de outras áreas, a educação é sector que ainda se debate com muitos problemas na província. Porém, de forma a mitigar esta problemática, o governante deu a conhecer a OPAÍS a existência de algumas medidas que visam oferecer maior oportunidade escolar aos citadinos locais

Miguel da Costa acreditado embaixador na RDC

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embaixador extraordinário e plenipotenciário de Angola na República Democrática do Congo (RDC), Miguel da Costa, foi acreditado Quinta-feira, em Kinshasa, pelo Presidente da RDC, Félix Tshisekedi. Após o acto, decorrido no “Palais de la Nation”, Félix Tshisekedi abordou com o diplomata angolano assuntos relacionados com as relações bilaterais, com destaque para os aspectos económicos, sociais e de segurança

na fronteira comum. Segundo uma nota de imprensa da Embaixada de Angola na RDC, esta cerimónia de acreditação foi a primeira realizada pelo Presidente Félix Tshisekedi, desde que assumiu a chefia do Estado, a 24 de Janeiro do ano em curso. Com uma fronteira comum de cerca de 2.511 quilómetros, Angola e a RDC cooperam nos domínios dos Transportes, entre outros. Ambos os países preparam-se para a formalização de um acordo a nível do Comércio.

De acordo com o governante, não é verdade que a problemática da educação em Cabinda esteja totalmente resolvida, como avançaram, durante muito tempo, algum segmentos da sociedade local. Conforme explicou, à semelhança de outras áreas, a educação é um sector que ainda se debate com muitos problemas na província, o que tem forçado a transição de cidadãos nacionais a estudarem nas zonas fronteiriças com a RDC, por esta apresentar melhores alternativas. Para se mitigar esta problemática, Marcos Alexandre Nhunga garante que existem algumas medidas que visam oferecer maior oportunidade escolar com vista a travar a transição de angolanos para estudar no Congo. Dentre as medidas, o governador apontou a implementação e a Domingos Bento

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governador provincial de Cabinda, Marcos Alexandre Nhunga, garante que o seu Executivo está afincadamente a trabalhar para permitir que os alunos angolanos deixem de ter aulas na República Democrática do Congo por falta de escolas na província.

Dentre as medidas, o governador apontou a implementação e a execução do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM)

execução do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM) a nível da província. Dentro do referido plano, explicou, está contemplada a construção e a recuperação de salas de aulas e de escolas para assegurar uma melhor oferta escolar aos citadinos locais. “Estamos a identificar a nível dos municípios. Mas, actualmente, temos mais de mil crianças força do sistema de educação, além das outras tantas que vão estudar no outro lado da fronteira. Vamos descobrir onde estão essas crianças para podermos integrá-las dentro do nosso sistema”, frisou. Marcos Alexandre Nhunga, que reconhece a limitação das verbas, entende que os problemas da educação, por serem estruturantes, não se resolvem numa só altura. Mas, apontou, é possível fazer-se um esforço e trabalhar com disciplina e foco para mitigar as preocupações e oferecer melhor oportunidade aos cidadãos. “O anterior governador fez um trabalho excelente que hoje é conhecido pelos populares. Actualmente, Cabinda está mudada. Vamos é continuar com esse trabalho e permitir que os nossos cidadãos tenham, de facto, orgulho de viverem na província. O desafio é grande, mas vamos prosseguir”, assegurou o governante.

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arquivo

Bornito de Sousa testemunha investidura do novo Presidente do Botswana

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Benedito Daniel, presidente do PRS

PRS defende maior dinamismo na implementação do PIIM Para Benedito Daniel, apesar das boas intenções, o plano não vai resolver os problemas na sua generalidade, a julgar pela complexidade de necessidades que os municípios ainda enfrentam e que carecem. Mais do que um plano integrado, ele quer uma verdadeira descentralização do poder, de forma a dar vida e autonomia às comunidades Domingos Bento

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presidente do Partido de Renovação Social (PRS), Benedito Daniel, defende maior dinamismo na implementação do Plano Integrado de Intervenção dos Municípios (PIIM), com vista a resolver com maior celeridade os problemas que os cidadãos vivem nas comunidades. Segundo o político, o programa, de iniciativa presidencial, lançado em Junho deste ano, ainda é desconhecido pela grande maioria dos cidadãos, sobretudo os das zonas do interior, que não têm qualquer

informação sobre o que é o plano e as modalidades de aplicação para permitir um acompanhamento e fiscalização. De acordo com Benedito Daniel, que falava em recente entrevista a OPAÍS, com a situação actual dos municípios, que têm a grande maioria dos seus acessos degradados, seria bom que o PIIM fosse divulgado junto das comunidades para permitir que os cidadãos conheçam, de facto, os seus eixos no que toca a melhoria das condições sociais e de infra-estruturas. O plano, que prevê a concretização de 236 projectos de vias de comunicação, repartidos pela colocação de asfalto, reabilitação e terraplanagem de estradas, bem como a instalação e reparação de pontes, está orçado no equivalen-

te em kwanzas a dois mil milhões de dólares norte-americanos e congrega propostas de necessidades, de iniciativa dos municípios, ajustadas às prioridades locais e aos anseios da população. Para Benedito Daniel, apesar das boas intenções, o plano não vai resolver os programas na sua generalidade, a julgar pela complexidade de necessidades que os municípios ainda enfrentam e do que carecem. Mais do que um plano integrado, ele quer uma verdadeira descentralização do poder, de formas a dar vida e autonomia às comunidades. “O PIIM ainda vai demorar para se implementado. Apesar de ter sido lançado recentemente, a maioria dos municípios não conhecem o que é o PIM. Portanto, não po-

demos pensar que o PIIM vai ser a grande solução dos municípios. É mais um projecto, é mais um processo que vai requerer tempo para se chegar aos resultados esperados”, frisou. No entender de Benedito Daniel, numa altura em que se assiste a uma forte degradação do país, é necessário que se encontre medidas estruturantes para a sua recuperação, que passam pelo empoderamento das pequenas iniciativas a nível local. “O Governo deve sair um pouco das prioridades macroeconómicas e priorizar as pequenas iniciativas que incidem directamente na vida das populações. E, a continuar assim, o PIIM terá muitas dificuldades para ser implementado”, apontou.

vice-Presidente da Republica, Bornito de Sousa, testemunhou, ontem, em representação do Presidente João Lourenço, a investidura do novo Presidente do Botswana, Mokgweetsi Eric Masisi. O Presidente do Botswana, Mokgweetsi Eric Masisi, iniciou ontem, em Gaberone, o seu mandato de cinco anos, prometendo dias melhores ao seu país. O político e académico Mokgweetsi Masisi, de 58 anos, é o quinto Presidente do Botswana desde a Independência do país, em Setembro de 1966. A cerimónia de posse durou três horas e foi testemunhada pelo vice-presidente da República, Bornito de Sousa, por membros da classe política, entre os quais da Oposição e milhares de cidadãos, que encheram o Pavilhão Multiusos da Universidade do Botswana, em Gaberone. Os presidentes de Moçambique, Filipe Nyusi, do Zimbabwe, Emmerson Manangagwa, e da Zâmbia, Edgar Lungo, testemunharam também o acto, marcado com a exibição de grupos de dança tradicional e a presença de líderes religiosos. No seu primeiro pronunciamento como Presidente de todos os tswaneses, Mokgweetsi Masisi reforçou o discurso usado na campanha eleitoral, prometendo promover a paz e estabilidade da nação e combater a corrupção. “Estabilidade política e económica do país é a nossa bandeira, uma nova era se inicia para o Botswana”, afirmou, diante de uma multidão que o aplaudia intensamente.


sociedade

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O PAÍS Sábado, 02 de Novembro de 2019

Angola não tem Comité de Controlo de Queimadas, apesar de estar legislado JACINTO FIGUEIREDO

O problema das queimadas no nosso país é real, de acordo com o Instituto de Desenvolvimento Florestal e com o Centro de Estudos Tropicais e Alterações Climáticas. Há a necessidade de criação de um Comité de Controlo de Queimadas, segundo os responsáveis das duas instituições, que, apesar de estar legislado, ainda não existe no nosso país

A Romão Brandão

Uma das manadas de animais existentes no parque Nacional da Quiçama

s queimadas que se tem registado, de um tempo a esta parte, com alguma intensidade nalgumas regiões do nosso país foram abordadas no I Workshop sobre Jornalismo e Ambiente, organizado pelo Sindicato dos Jornalistas Angolanos e o Ministério do Ambiente, em Luanda, Cabo Ledo. Um estudo sobre queimadas no Planalto Central, apresentado pelo director do Centro de Estudos Tropicais e Alterações Climáticas (CETAC), Joaquim Laureano, dá conta da intensificação das queimadas nesta região e leva a pensar na necessidade de se tomar medidas que visam fazer face a este problema. O CETAC desenvolveu uma investigação que consistiu em analisar as queimadas e as suas motivações, bem como as potenciais con-


O PAÍS Sábado, 02 de Novembro de 2019

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JACINTO FIGUEIREDO

Joaquim Laureano, director do CETAC

sequências, tendo chegado a uma resolução que consiste na criação de um Comité de Controlo de Queimadas. Por se tratar de um assunto sério, segundo Joaquim Laureano, devem também ser formados especialistas nesta área, uma vez a resolução carecer de conhecimentos científicos. Serão realizadas, no referido comité, estimativas automáticas sazonais nas áreas de queimadas; serão dadas informações sobre a ocorrência de incêndios e os meses mais comuns, bem como a criação e implementação do monitoramento das queimadas. Tudo isso, é claro, se os profissionais também tiverem à disposição os equipamentos necessários. O Comité de Controlo de Queimadas, que não existe no nosso país, está legislado, de acordo com o Decreto Presidencial 171/18 de 23 de Julho, citado por Mateus André, director-geral adjunto para a área técnica do Instituto de Desenvolvimento Florestal, pertencente ao Ministério da Agricultura e Flo-

“Com poucos fiscais é difícil controlar as queimadas” Esta questão das queimadas já tinha sido abordada no jornal OPAÍS, quando a NASA, com o seu satélite MODIS (Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer) colocou Angola no topo da lista de países com registo de fogos florestais. Um total de 6.902 fogos tinham sidos registados no mês de Agosto, mais do dobro dos 3.395 na República Democrática do Congo e mais do triplo dos 2.127 fogos registados no Brasil. Segundo o engenheiro agrónomo Fernando Pacheco, que falara ao nosso jornal, o país

restas. O Comité deve propor a criação de um Plano de Controlo de Queimadas para Prevenção, Detenção e Combate às Acções Florestais, onde devem ser integrados os serviços de Protecção Civil e Bombeiros, de Meteriologia, o Instituto Nacional de Gestão Ambiental, o Ministério da Administração e Território, etc. “Existe a proposta de criação, falta a implementação deste mesmo comité, para que passe então a trabalhar nos assuntos relacionados às queimadas. Se virmos, mesmo nos tempos idos, as pessoas que faziam as queimadas careciam de autorização, então, este comité poderá ajudar nestas questões, por exemplo, e fazer voltar esta norma”, disse. Reconhece que a implementação de todo e qualquer projecto carece de recursos humanos e financeiros, por isso acredita que se já está legislada, talvez seja a ausência destes recursos, esteja a dificultar a sua implementação.

tem poucos fiscais para uma extensão territorial muito grande para ser controlada e, para além disso, reclama-se da falta de recursos e da capacidade de formação. Antes, as queimadas eram controladas e havia um certo know-how para serem feitas. “Embora houvesse problemas, porque há sempre prejuízos do ponto de vista da flora, solo, etc., nos outros tempos havia mais perícia ou habilidade. Hoje não existe, e registamos muitos prejuízos”, disse. Com muito menos fiscais é difícil controlar as queimadas, por um lado. Por outro, segundo o especialista, temos de ter dinheiro para pagar os fiscais, bem como para comprar meios para os fiscais trabalharem.

JACINTO FIGUEIREDO

Motivos das queimadas A questão das queimadas é uma realidade no nosso país, também por questões culturais, pois em alguns povos é frequente este tipo de prática para a agricultura, caça, segurança e outras actividades do meio rural. O estudo feito na região do Planalto Central (propriamente nas províncias do Bié, Huambo, Huíla e Cuanza-Sul), compreendendo um terço da população, aponta que alguns dos inquiridos acabaram mentindo sobre as razões das queimadas. Embora alguns pratiquem para a agricultura, muitos as fazem para a caça e produção de carvão, por isso, os especialistas que participaram do estudo tiverem de ir aos locais de queimadas, para além de ouvirem os inquiridos. “Outros abatem as árvores para a expansão das zonas agrícolas, limpeza e segurança. Procuram expandir as zonas agrícolas porque o solo vai perdendo a fertilidade”, disse Joaquim Laureano, tendo sugerido intervenção que vise educar a população na implementação de técnicas que permitem aumentar a fertilização, para além da adubação. Muitas das queimadas são controladas, segundo o especialista, mas outras, nem por isso, e acabam tomando proporções alarmantes. A queimada não é de todo má, pois pode ter vantagens, como a criação de um banco de sementes no solo, para quando houver água elas germinarem; afugentar os animais e aumentar as zonas agrícolas.

“Quem vive no interior do país convive com este problema e este é um assunto que, infelizmente, não está na agenda prioritária do Executivo”, lamenta. Sugere ainda que os administradores deviam tomar a iniciativa no sentido de coordenarem com as autoridades tradicionais (sobas) o controlo dessas queimadas, por exemplo. “Existem várias soluções. É necessário realizarmos um debate nacional sobre assunto. Um debate à sério, e não um debate mais para show off do que discutir os problemas. Um debate com pendor técnico para que os problemas como as queimadas e muitos outros sejam realmente resolvidos”, finalizou.

Mateus André, director-geral adjunto do Instituto de Desenvolvimento Florestal

“Há províncias em que só temos 1 fiscal florestal” A cada ano que passa, o número de fiscais florestais tem diminuído, por vários motivos, dentre os quais a reforma, o que faz com que existam apenas 260 fiscais, em todo o território nacional. Segundo Mateus André, do Instituto de Desenvolvimento Florestal, o número é tão irrisório que existem províncias com apenas um fiscal a trabalhar

O

director-geral adjunto para a área técnica do Instituto de Desenvolvimento Florestal, Mateus André, reconheceu que o ministério de tutela se tem debatido com a falta de fiscais para controlar as florestas. O responsável, que respondia às questões dos jornalistas apresentadas durante o I Workshop sobre Jornalismo e Ambiente, lamentou o baixo número de fiscais existentes. Nos anos anteriores, segundo o responsável, falava-se em 500 fiscais, mas hoje contam apenas com um total de 256 e, dependendo da província, há aquelas em que apenas um toma conta da extensão florestal. O facto de estarem a sair fiscais, uns por causa da reforma e outros por questões de saúde, etc., e não ingressarem novos, faz com que se tenha este número irrisório de agentes. “O país possui 69,3

milhões de hectares de floresta e este número de fiscais é bastante ínfimo. A nossa pretensão, para além disso, é que os fiscais da fauna e flora tenham as mesmas regalias que os outros tipos de fiscais”, defende. Aquele responsável disse ainda que já foi apresentada ao Ministério das Finanças a proposta de melhoria das condições salariais dos fiscais florestais, mas o titular da pasta, na altura, disse não haver disponibilidade financeira. “Passou-se a bola para o ministério de tutela, nós fizemos um estudo sobre as receitas arrecadadas nas explorações florestais e tão logo seja concluído, vamos ver se podemos melhorar as condições salariais. Não é o sector que decide a remuneração, os fiscais estão na carreira administrativa e o salário sobe em função da progressão e para haver isso temos de ter vagas”, disse.


sociedade

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O PAÍS Sábado, 02 de Novembro de 2019

Cidadãos divergem sobre a celebração dos finados Para uns, a celebração do dia dos finados não faz sentido, por acreditarem que com a morte tudo acaba. Em sentido contrário, outros defendem que a morte não é o fim e que existe vida numa outra dimensão, por isso, faz todo o sentido homenagear os que já partiram

DR

Milton Manaça

A

pegando-se ao livro bíblico de Eclesiastes, o jovem Yamba Mangani disse que quando as pessoas morrem, tudo em que ele acreditava deixa de existir, como os seus pensamentos, não exercendo qualquer influência sobre os que continuam em vida. Yamba acredita que os que sofrem tormentos dos mortos estão, no fundo, sob domínio de forças demoníacas, acrescentando que o respeito pela memória dos que já partiram não deve ser confundido com uma eventual intervenção deles na vida dos vivos. Pedro Mbandi partilha a mesma opinião e diz que as pessoas que alegam estar a passarem por domínio positivo ou negativo por pessoas que já partiram do mundo fisicamente... isto só pode ser explicado com a presença de forças demoníacas. “A Bíblia fala que existem espíritos do mal que nos incomodam

e eles nos trazem imagens de pessoas que nós conhecemos. Em função da vivência que tivemos com esta pessoa, interpretamos que ela tem aparecido no nosso sonho”, disse Pedro Mbandi. Contrariamente aos dois pri-

Na linhagem que represento, quando as pessoas morrem não exercem qualquer acção sobre os vivos” Soba Miguel Neto

meiros interlocutores, Gilberto Capitango, professor de profissão, acredita piamente que existe vida numa outra dimensão após a morte, porque, para ele, não seria possível que esta criação de Deus se extinguisse depois do seu desaparecimento

Há vida depois da morte e em função do percurso que a pessoa faz neste mundo definirá onde a minha alma irá” Gilberto Capitango

físico na terra. “Há vida depois da morte e em função do percurso que a pessoa faz neste mundo definirá onde a minha alma irá”, disse, e acrescentou: “Mas há pessoas que já experimentam o inferno ou o paraíso na terra, em função das suas acções diárias”. Assumindo-se como cristão católico, Capitango partilha da opinião de que não existe influência direita dos mortos sobre os vivos, mas que isso não deve retirar o respeito e a homenagem que os vivos devem prestar a eles. Gilberto Capitango defende que os mortos devem ser honrados e que o dia 2 de Novembro é sinal de que os que partiram estão na memória dos seus entes queridos e não foram esquecidos. “O soba morto já não tem acção sobre ninguém” Para o soba grande do município de Belas, Miguel Neto, há diversas formas de encarar a morte na cultura Bantu. Na linhagem que representa, por exemplo, quando as pessoas morrem não exercem nenhuma acção sobre os vivos. Contrariamente a outros sobados, em que esta figura permanece por cerca de uma semana em casa depois de morto, Miguel Neto disse que na sua cultura até o soba é submetido a um enterro normal e é levado a morgue como qualquer cidadão, dando o exemplo do seu tio a quem sucedeu no trono, falecido há cerca de duas semanas. “A diferença é que, no nosso caso, vamos ter que cumprir um mês de cinzas, e, depois disso, cumprir um ritual para dar a conhecer as suas realizações”, disse a autoridade tradicional, reforçando que apesar dos sucessores invocarem o nome do falecido, este já não exerce qualquer poder sobre os vivos. Segundo Miguel Neto, as autoridades tradicionais são escolhidas por Deus e a ele devem temor, acrescentando que os homens que acreditam em Deus não podem acreditar na influência dos mortos sobre os vivos. Questionado sobre a existência de tradições como o feitiço

nos sobados, o representante das autoridades tradicionais no Belas disse que o trono que herdou não se guia por esta prática, chamando a atenção para a necessidade de se distinguir a diferença entre poder e feitiço nos sobados. “O que muitos sobas têm é poder, que deve ser usado para o bem da comunidade. Poder para travar a chuvas se estiver a vir em momento inoportuno, identificar e punir os ladrões da aldeia. Isso é poder do soba e não feitiço”, disse Miguel Neto.

Origem do Dia de Finados Desde o século XII que o Dia dos Finados é celebrado pela Igreja Católica a 2 de Novembro. Desde o século XI, os papas Silvestre II, João XVIII e Leão IX já recomendavam os cristãos a dedicarem um dia por ano a rezarem por quem já havia falecido e que não era lembrado. No entanto, desde o século I, os cristãos têm o costume de rezar pelos seus mortos. Neste período, as pessoas iam às catacumbas e túmulos para rezar pelos que morreram sem martírio, com esperança de terem as suas almas salvas. Na tradição católica, o Dia dos Finados é celebrado no dia 2 de Novembro porque no dia 1 de Novembro é comemorado o Dia de Todos os Santos - data que celebra todos os que morreram em estado de graça, mas que não tiveram a oportunidade de serem canonizados ou que não são lembrados em orações por ninguém.


Concurso de Redacção sobre a importância da Rádio na Sociedade REGULAMENTO II.º Concurso de Redacção sobre a importância da Rádio na Sociedade A Rádio Mais promove o II.º Concurso de Redacção sobre a importância da Rádio na Sociedade para crianças de idades compreendidas entre os 11 e os 16 anos, sob o lema, “Aprendendo com a rádio”. O período para entrega das redacções será de 21/10/2019 a 15/11/2019.

CAPÍTULO I - Do Objecto

Art. 1º O Concurso de Redacção sobre a Importância da Rádio na Sociedade visa promover e despertar o interesse pelos conteúdos de carácter educativo e entretenimento, emitidos pela rádio, que elevem o conhecimento da criança sobre os fenómenos sociais do país e do mundo. Com o tema “Aprendendo com a rádio”, as redacções deverão retratar, de forma criativa e original, sobre a rádio enquanto meio de comunicação. Art. 2º Poderão inscrever-se no Concurso, o público infantil que tenha, a data do início do Concurso, de 11 a 16 anos de idade. Art. 3º É vedada a participação no Concurso de parentes ou afins de membros da Comissão de Júri e de funcionários da Rádio Mais.

CAPÍTULO II - Das Entregas

Art. 4º A redacção deverá ser entregue na portaria da Rádio Mais Luanda, sito na Urbanização Nova Vida, Rua 40 Art. 5º A redacção deve obrigatoriamente incluir todas as informações abaixo: 1. Título da Redacção; 2. Nome completo e idade do concorrente; 3. Endereço de residência; 4. Município; 5. -mail; (do encarregado de educação, na eventualidade de o candidato não possuir) 6. Telefone; (do encarregado de educação, na eventualidade de o candidato não possuir) Art. 6º Depois de enviada a redacção, o candidato estará automaticamente, de acordo com as regras do Concurso

CAPÍTULO III – Das Redacções

Art. 7º A redacção deve ser manuscrita com caligrafia legível, na medida em que serve de elemento de avaliação, sendo que cada concorrente deverá participar com apenas uma redacção.

CAPÍTULO IV – Prazos

Art. 10º O período para entrega da redacção será de 21/10/2018 a 15/11/2019. Art. 11º Será invalidada a redacção recebida após o prazo estipulado no artigo 10 º Art. 12º O Júri terá o prazo de até 20/11/2018 para reunir-se, selecionar os premiados e divulgar os resultados finais.

CAPÍTULO V - Da Selecção

Art. 13º O Corpo de Júri será integrada por até 10 pessoas entre personalidades de reconhecidos méritos no campo da literatura, professores, jornalistas ou críticos literários, e a decisão da mesma, em quaisquer circunstâncias, será irrecorrível. Não haverá remuneração financeira aos membros do Júri. Art. 14º O Corpo de Júri, cuja composição será publicada durante a emissão da Rádio Mais e no Jornal O País, vai eleger os três melhores trabalhos. Art. 15º O Corpo de Júri selecionará as redacções a serem premiadas consoante os seguintes critérios: caligrafia legível, expressividade, originalidade, e criatividade. Composta por dois parágrafos de no máximo cinco linhas cada – A decisão do Corpo de Júri é soberana, não se admitindo recurso. Art. 16º Os membros do Corpo de Júri reunir-se-ão para eleger as três melhores redacções. O resultado da selecção será divulgado em evento próprio para esse fim, a ser realizado a 28 de Novembro de 2018, por ocasião do 11.º aniversário da Rádio Mais.

CAPÍTULO VII Da premiação

Art. 17º Os três primeiros classificados serão agraciados pela Rádio Mais com prémios e certificados que serão divulgados na cerimónia a ser realizada a propósito.

CAPÍTULO VIII - Das disposições finais

Art. 20º A participação implica a plena aceitação das normas deste regulamento e o não cumprimento de qualquer uma delas acarretará a desclassificação da redacção concorrente. Art. 21º O Júri será competente para dirimir, graciosamente, eventuais dúvidas de interpretação do presente regulamento e resolver casos omissos.


cartaz seu suplemento diário de lazer e cultura

CCBA acolhe exposição “Turma da Mônica – Viagem aos Países de Língua Portuguesa” A colecção, trazida a

Luanda pela Embaixada do Brasil e pelo Centro Cultural do Brasil (CCBA) em Angola, reúne um conjunto de painéis representativos dos países da CPLP, mostrando que a língua portuguesa é uma só, mesmo que seja falada com diferentes sotaques, em cenários diversos e pelas mais variadas pessoas Augusto Nunes

P

ainéis, livros, jogos e outras actracções compõem a exposição “Turma da Mônica–Viagem aos países de Língua Portuguesa” do artista e ilustrador brasileiro Maurício de Sousa aberta, esta Quarta-feira, na Galeria do Centro Cultural Brasil–Angola, em Luanda. A mostra, trazida a Luanda pela Embaixada do Brasil e pelo Centro Cultural do Brasil (CCBA), em Angola, estará ao dispor do público até 20 de Dezembro, podendo ser visitada de Terça a Sábado,

das 10 às 20 horas e aos Domingos, das 11 às 18 horas. A colecção foi inspirada na conhecida personagem de história em quadrinhos (banda desenhada) de Maurício de Sousa e nela o visitante descobre e encanta-se com os diferentes falares do idioma que nos une na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). A iniciativa insere-se no projecto “Brasil em Quadrinhos”, idealizado pelo Ministério das Relações Exteriores, em parceria com a Bienal de Quadrinhos de Curitiba. Ao retratar este seu “jeito brasileiro de ser criança”, a Turma da Mônica veio a ser universalmente compreendida e admirada, contando histórias que se relacionam com os pequenos e os mais crescidos, nos mais diversos cantos do globo. Nesta jornada, celebram-se também os nossos vocabulários ortográficos comuns (VOC), os falares regionais e os termos derivados das línguas originárias dos territórios por onde o idioma luso se espalhou, sendo todas variantes respeitadas e legítimas. Publicadas desde 1959, as histórias de Maurício de Sousa conquistaram corações de geração após geração, consolidando o gosto de crianças e adultos pelas histórias em quadrinhos (bandas desenhadas), tendo contribuído para a indústria criativa. Outros exemplos recentes incluem a exposição “Angola Janga” de Marcelo D´Salete, recebida pelo CCBA entre os meses de Junho e Agosto do corrente ano, e a participação brasileira na mais recente edição do Festival Luanda Cartoon, com uma “Gibiteca” representativa da produção actual do Brasil.

DR

A exposição estará patente ao público até 20 de Dezembro


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Capui Lara apresenta “Sol da Mulembeira” no Huambo O autor concen-

trou-se na necessidade de cada cidadão contribuir para fazer de Angola um país próspero e de referência mundial, desencorajando práticas negativas

TV Zimbo exibe desfile militar chinês em tarde de Domingo

O

auditório da Biblioteca Provincial do Huambo foi o local escolhido para a apresentação da mais recente obra literária do escritor, Capui Lara, numa cerimónia que contou com a presença de centenas de leitores desta região. Em “Sol da Mulembeira”, obra constituída por 67 páginas, o autor aborda as vivências dos jovens angolanos, incentivando-os para a edificação de uma Nação justa e desenvolvida, segundo o jor-

A

nalista Atanagildo Paulo, durante a apresentação do livro. O livro está divido em duas partes: a primeira intitula-se “Olhos Mergulhados ao Sol da Alma” e reúne 24 poesias, onde o escritor faz uma introspecção sobre si mesmo evidenciando a

importância do patriotismo. Na segunda parte do livro, igualmente com 24 poemas, o autor concentra-se na necessidade de cada cidadão contribuir para fazer de Angola um país próspero e de referência mundial, desencorajando prá-

ticas negativas. Nascido em Janeiro de 1987, Capui Lara é o pseudónimo de João Lara Macuva Hotalala, Mestre em Ecologia dos Sistemas Aquáticos, e autor da obra “Gravidez de Um Pôrdo-sol”, publicado em 2011.

Feira de gastronomia junta 30 expositores em Luanda Trinta expositores nacionais e estrangeiros dos sectores de gastronomia e cultura partici-

pam desde Quinta-feira, em Luanda, na I edição da Feira de Gastronomia e Cultura, denominada Gastro Música DR

O

evento, com a duração de quatro dias, visa promover a gastronomia nacional e internacional, entre as quais a do Japão, Brasil, dos Estados Unidos da América e da Itália. Convidado a pronunciar-se sobre o certame, Bruno Monteiro, membro da organização, considerou a iniciativa um passo importante por dinamizar a gastronomia e a Cultura Nacional, atraindo o turismo interno. Já Vanessa Jacó, da empresa Bazar da Mariana, uma das expositoras de alimentos e artesanato, afirmou que pretende com esta inicia-

tiva aumentar o leque de clientes, através da exposição dos seus produtos. Enquanto isso, Hélder Alberto, da empresa Delícia da Mana Aninha, destacou o facto de o evento, além de divulgar a nossa gastronomia, servir também para manter contactos com outros agentes do ramo. Já Nádia Madureira, da empresa Mãos de Fada, afirmou que pretende, com este certame, alargar também o seu leque de clientes, com maior incidência na confecção e distribuição em diferentes eventos.

TV Zimbo emite neste Domingo, 3, o desfile militar chinês 2019 a partir das 17 horas. A pelicula documenta a parada do Dia Nacional da República Popular da China de 2019, e passou a estar disponível desde o passado dia 13 para o resto do mundo em seis idiomas, dos quais, além do português, figuram o inglês, russo, francês, espanhol e árabe. A abrangência proporcionada deverá superar os três biliões de pessoas. A 1 de Outubro, o China Media Group (CMG) transmitiu ao vivo o desfile militar realizado no centro de Beijing (China), em sinal 4K, a 70 cinemas espalhados por mais de 10 províncias daquele país do oriente. Recentemente, versões em cantonês também conhecido como Yue, um dos principais dialetos da família linguística do chinês e noutras línguas de minorias étnicas foram também lançadas. A CMG pretende tirar melhor proveito da capacidade de tradução de mais de 40 idiomas para disponibilizar a dobragem e legendagem das gravações da parada militar chinesa com base nas necessidades específicas de estações no resto do mundo. O filme, adstrito ao canal daTelevisão Central da China (CCTV), deverá continuar a distribuí-lo em 4K junto de mais de 150 parceiros audiovisuais em toda a esfera do globo.


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cartaz

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Revelações

Mafioso diz em livro de memórias que assassinou o Papa João Paulo I Sobrinho do mítico

DR

contar uma nova versão da história num livro de memórias e afirmou que foi ele quem matou o Papa. A versão oficial é a de que João Paulo I tinha estado a beber um chá durante a tarde do dia 27 de Setembro de 1978. Nessa tarde, quando rezava na capela papal acompanhado pelo seu secretário, o padre irlandês John Magee, João Paulo I teve uma forte

dor no peito, mas recusou chamar o médico. Jantou, deitou-se e acabaria por morrer essa noite, tendo sido encontrado morto na manhã seguinte. A falta de detalhes médicos e científicos sobre a morte do Papa italiano, aliada a algumas variações na história tornada pública, alimentaram inúmeras teorias da cons-

CINEMA

SÉRIES

TELEVISÃO

CONCERTOS

Estrelas da “Guerra dos Tronos” anuncia abandono da trilogia “Guerra das Estrelas”

Two Door Cinema Club confirmados no festival NOS Alive

A dupla responsável pela série “Guerra dos Tronos”, David Benioff e D.B. Weiss, anunciou esta semana que tinha abandonado a trilogia “Guerra das Estrelas” para se dedicarem aos projectos da Netflix em que estão a trabalhar. Os guionistas norte-americanos tinham sido escolhidos para escrever uma nova trilogia para ser lançada em 2022 e que, segundo revelou a Variety, esta Quarta-feira, se iria afastar da história dos Skywalker e seguir uma nova direção.

A banda irlandesa de indie-pop Two DoorCinemaClubvai actuarnapróxima edição do festival NOS Alive. O anúncio foi feito esta Quinta-feira pela organização do festival, em comunicado enviado aos jornalistas e através das contas oficiais do festival nas redes sociais. Este será o regresso do grupo não apenas a Portugal, mas também ao festival que decorre no Passeio Marítimo de Algés, já que foi no NOS Alive queosTwoDoorCinemaClubactuaram pela última vez no país, em 2018. A próxima edição do festival português decorrerá de 9 a 11 de Julho do próximo ano e a actuação dos Two Door Cinema Club está agendada para o último dia de concertos.

Lucky Luciano e um dos mais activos mafiosos do final do Século XX, Antoni Raimondi revela num livro de memórias que matou João Paulo I. Causa da morte sempre levantou suspeitas

A

história diz que o Papa João Paulo I morreu de ataque cardíaco (embora abundem as teorias da conspiração sobre a morte do italiano Albino Luciani, que foi Papa apenas por 33 dias, em 1978). Antoni Raimondi, um dos mafiosos mais activos do século XX em Itália, que pertencia à máfia de Colombo, vem agora, 41 anos mais tarde,

seu primo e na altura presidente do Banco do Vaticano. Segundo o livro, Marcinkus terá advertido Raimondi para a intenção de João Paulo I de tornar públicos vários documentos que, alegadamente, seriam prova de que o Vaticano estava envolvido numa fraude financeira na ordem dos mil milhões de euros, relacionada com a venda de certificados de acções falsos, que mostravam posições do Vaticano em empresas como a IBM ou a Coca-Cola, o que, muito provavelmente, levaria à condenação de vários membros do Vaticano. O plano para travar essa denúncia consistia em dar a tomar um chá com um calmante a João Paulo I, para que pudessem entrar nos aposentos enquanto o Papa estava a dormir, e administrar pessoalmente uma dose letal de cianeto. O efeito do calmante deveria durar tempo suficiente para que pudesse voltar a sair sem problemas.

piração à volta do desaparecimento de um Papa que havia sido eleito no mês anterior. Por exemplo, até a identidade de quem encontrou o Papa morto variou na versão oficial. Inicialmente, o Vaticano revelou que tinha sido o secretário do Papa. Mais tarde, um livro da jornalista italiana Stefania Falasca (vice-postuladora da causa de canonização de João Paulo I) considerado hoje a versão mais completa da história, revelou que na verdade o Papa tinha sido encontrado por uma jovem freira que trabalhava nos aposentos papais, depois de João Paulo I não ter saído do quarto para tomar o pequeno-almoço como fazia diariamente. Nesta versão considerada definitiva pelo Vaticano, é explicado que a morte de João Paulo I se deveu a um enfarte e que o cardeal já sofria de problemas cardíacos antes de ser eleito Papa. Raimondi afirma agora que, na verdade, envenenou o Papa com cianeto, a mando do arcebispo norte-americano Paul Marcinkus -

Fonte: Observador

MALÉFICA: MESTRE DO MAL

Filme “Vitalina Varela” de Pedro Costa premiado em Chicago

Numa continuação do sucesso mundial de bilheteira de 2014, Maléfica e a sua afilhada Aurora começam a questionar os complexos laços familiares que as unem. Kilamba Sala 5 | VP 13H30 - 16H00 - 18H30 Nova Vida Sala 2 | VP 13H30 - 16H00 - 18H30 Nova Vida Sala 2 | VP 13H30 - 16H00 - 18H30 - 21H00 Nova Vida Sala 2 | VO 21H00 Talatona Sala VIP | VO 13H50 - 16H20 - 18H50 - 21H20 - 23H50

CINEMAX Exibicao 09-15_5x15.indd 2

O filme “Vitalina Varela”, do realizador português Pedro Costa, cuja actriz principal é a cabo-verdiana Vitalina Varela, conquistou o “Silver Hugo”, prémio do júri do Festival de Cinema de Chicago, que está a decorrer nos Estados Unidos, anunciou a Midas Filmes, em comunicado, recordando que o galardão do Festival de Cinema de Chicago acontece poucos dias depois do filme ter vencido o grande prémio do Festival de Cinema de La Roche-su-Yon, em França. Segundo o site oficial do Festival de Cinema de Chicago, o filme “Vitalina Varela” mereceu o prémio “Silver Hugo” por uma “visão arrebatadora e magistral”.

10/17/19 4:21 PM

HBO anuncia nova prequela de “Guerra dos Tronos” (e cancela outra com Naomi Watts)

A série House of the Dragon passa-se 300 anos antes da série original. A data de lançamento não é ainda conhecida, mas sabe-se que terá pelo menos dez episódios, que é baseada no livro Fogo e Sangue, de George RR Martin, e que conta a história dos primeiros tempos de Wetereos e da Casa Targaryen-que em Guerra dos Tronos ficou famosa devido a Daenerys (interpretada por Emilia Clarke) e aos seus temíveis dragões. O escritor George RR Martin será um dos produtores da série, juntamente com o argumentista Ryan Condal (cujo currículo inclui a série Colony).


A maior rede de rádios privada de Angola uma rádio que se mantém no topo das audiências e que tem emissoras nas quatro províncias mais populosas (Luanda, Huambo, Benguela e Lubango).

O I D Á A R VA O N A D A L O G AN

mais informação mais entretenimento mais música

arte: Raul Santos

Luanda 99.1 F M Benguela 96. 3 Huambo 89.9 FM F Huíla 91.3 FM M


Economia

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O PAÍS Sábado, 02 de Novembro de 2019

II Censo agro-pecuário e pesca em 58 anos, resultados só em 2020 DR

Da esquerda para a direita: Domingos da Silva (coordenador), Anderson Gerônimo (coord. adjunto para a Agricultura) e Marcelo Ferreira (coordenador adjunto para as Pescas)

O projecto conta com o financiamento do Banco de Desenvovimnto de Angola avaliados em USD 24, 9 milhoes Norberto Sateco

“O

censo vai marca uma nova fase de recolha de dados, no sector produtivo primário”, assim classifi-

cou o coordenador-adjunto geral do programa, Anderson Jerônimo, ontem, a propósito da apresentação pública do projecto, aos jornalistas nacionais e estrangeiros. Para aquele dirigente, a iniciativa do Governo, sob a égide do Instituto Nacional de Estatisticas (INE), surge numa fase particular do país, onde o maior desafio reside no incremento da produção interna, por via do sector primário. O processo, acrescentou, compreende quatro etapas, tendo começado em Março último nas províncias de Benguela, Cunene, Cuanza Sul, Moxico e Uíje. Nesta primeira fase, a prioridade recai para a forma-

ção de pessoal seleccionado para integrar as comissões provinciais e municipais. Um dos grupos alvos a serem atingidos são os operadores privados e estrangeiros, que precisam fazer as suas projecçoes, bem como as instituições que queiram melhorar a elaboração dos seus planos, estratégias e controlo da política pública. Aquele dirigente garantiu que até Dezembro de 2020 o país poderá conhecer os primeiros resultados do censo agropecuário e das pescas. Em relação ao censo piloto realizado em cinco províncias do país, desde Janeiro ultimo, per-

mitiu avaliar as características agrícolas e piscatórias destas províncias. “Finalizamos os questionários para o último teste para evitar a margem de erros”, esclarece o responsável, um processo que contou com 800 recenseadores, Entretanto, a semana passada, o director do INE, Camilo Ceita, reconheceu alguns desafios que se vão enfrentar durante o processo, tendo por isso, solicitado maior colaboração dos administradores municipais, tendo em conta as dívidas às autoridades tradicionais ainda por pagar e referentes ao Censo Geral da População, realizado em 2014.

“Eu reconheço que temos uma dívida com as autoridades tradicionais (cerca de seis mil sobas), com os quais trabalhamos durante o Censo Geral da População (2014), mas dificuldades financeiras que se colocaram a partir de Junho de 2014 levaram a essa situação, que espero que seja resolvida tão logo haja recursos”, referiu o dirigente. O censo agropecuário e pesca estará consubstanciada na recolha estatística, processamento e divulgação sobre a estrutura da agricultura, pecuária e pescas em todo o país. O primeiro censo agropecuário foi realizado em Angola em 1961, na era colonial.


O PAÍS Sábado, 02 de Novembro de 2019

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Nacionalidades cruzam-se em investimentos da ZEE Luanda-Bengo Um grupo empresarial indiano é um dos primeiros a arregaçar as mangas este mês, mas espera-se por investimentos da China, França, Japão, Portugal, África do Sul e Estados Unidos da América

O

grupo empresarial indiano Palmentar Comércio Geral está a investir 2 milhões e 700 mil dólares numa fábrica de detergentes e produtos de higiene, situada na Zona Económica Especial (ZEE) Luanda/Bengo. A assinatura do contrato para a instalação da referida fábrica aconteceu, recentemente, em Luanda, entre o presidente do Conselho de Administração da ZEE, Henriques da Silva e o representante da referida empresa, cujo nome não foi revelado à Angop. O projecto, de acordo com a fonte da Angop na ZEE, será implantado numa área de 2,5 hectares, cujas obras começam este mês de Novembro, com um prazo de conclusão de 12 meses. Pelo menos 39 postos de trabalho para nacionais e quatro para estrangeiros serão criados. Além de indianos, estão a investir na ZEE empresários da Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos e Eritreia.

A título de exemplo, empresários dos Emirados Árabes Unidos investiram, na ZEE, na montagem de uma fábrica de processamento de produtos agrícolas, como de montagem de tractores, enquanto indianos estão a investir na montagem de uma fábrica de leite e de sacos de ráfia. Enquanto isso, empresários da Eritreia instalaram também na ZEE uma fábrica de sabão e sabonetes.

“Com 160 empresas instaladas, no âmbito do Programa de Privatizações (Propriv), 25 aguardam pela privatização, depois da alienação de cinco unidades fabris no decurso deste ano”

Operários numa fábrica de colchões no seu labor

A Sociedade de Desenvolvimento da ZEE, criada em 2009, espera receber investimentos da China, França, Japão, Portugal, África do Sul e Estados Unidos da América.

Com 160 empresas instaladas, no âmbito do Programa de Privatizações (Propriv), 25 aguardam pela privatização, depois da alienação de cinco unidades fabris no decurso deste ano.

Na ZEE, estão instaladas fábricas ligadas à indústria alimentar, bebidas, metalurgia, de materiais de construção civil, plásticos, montagem de veículos, tintas e vernizes, e carpintaria.

DR

Oficinas de Análise Orçamental junta PALOP em Luanda

A

s Oficinas de Análise Orçamental, no âmbito de um programa regional de apoio para o reforço da fiscalização das Contas Públicas nos Países Africanos de Língua Portuguesa (PALOP) e Timor Leste, decorrem entre os dias quatro e oito de Novembro no Tribunal de Contas, em Luanda. de acordo com uma nota do Programa para a Consolidação da Governação Económica e Sistemas de Gestão das Finanças Públicas dos PALOP distribuída ontem à

imprensa, as oficinas irão envolver 47 participantes, entre auditores e demais técnicos com o objectivo do aprofundamento institucional, visando o reforço da fiscalização e controlo jurisdicional das despesas públicas ao longo do ciclo orçamental. Financiada pela União Europeia e implementado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), as oficinas vão sistematizar a metodologia no “Guião Metodológico” para a análise dos processos orçamentais. Durante o encontro serão analisa-

dos o Orçamento Geral de Estado (OGE), respectiva revisão, e o relatório de execução trimestral do OGE (REOGE) do exercício orçamental de 2019, bem como o último parecer sobre a Conta Geral do Estado de 2017, emitido pelo TC e já entregue ao Legislativo. A actividade enquadra-se no Plano de Trabalho Anual acordado entre o Programa para a Consolidação da Governação Económica e Sistemas de Gestão das Finanças Públicas dos PALOP (Pro PALOP) e o Tribunal de Contas de Angola para 2019.


Mercados

Mercado Interbancário OadiamentodaefectivaçãodoBrexit para Janeiro de 2020 poderá ter contribuído no ajustamento das expectativas dos investidores, com a Libor GBP 6 meses a reduzir 0,3 p.b. ao situar-se em 0,876%.

Libor USD 6 Meses

Mercado Taxa de juro

16,80%

Taxas de Juro Taxa BNA Libor USD 6M Libor GBP 6M Libor JPY 6M Euribor 6M Luibor 6M

Cot. 31/10/19 15,500% 1,916% 0,876% -0,048% -0,337% 15,960%

∆ Diária (p.p) 0,000 -0,003 -0,003 -0,006 0,002 0,000

16,60% 16,40% 16,20% 25/Out

Mercado accionista Índices Accionistas Cot. 31/10/19 Dow Jones (EUA) 27 046,23 S&P 500 (EUA) 3 037,56 FTSE 100 (Inglaterra) 7 248,38 IBovespa (Brasil) 107 219,80 CSI 300 (China) 3 891,23 Nikkei 225 (Japão) 22 843,12

Cot. 31/10/19 501,0788 1,1146 1,2937 107,9800 15,0743 4,0195

∆ Diária (%) -0,517 -0,302 -1,124 -1,096 -0,115 0,367

Cot. 31/10/19 54,18 60,23 1 514,80 18,07 2,63 263,80

∆ Diária (%) 1,226 0,261 0,560 -0,827 0,554 0,704

∆ Diária (%) -1,598 -0,627 1,209 1,119 -2,155 -1,787

Luibor Taxas BNA Luibor O/N Luibor 1 Mês Luibor 3 Meses Luibor 6 meses Luibor 9 meses Luibor 1 Ano

31/Out

27 250 27 100 26 950 26 800 25/Out

27/Out

29/Out

Mercado Cambial O euro apreciou 0,26% ao se situar em 1,1146 USD por unidade da moeda, na última sessão. A redução das taxas de jurodaReservaFederalcontinuaapenalizar o desempenho do dólar.

1,117 1,113 1,109 1,105 25/Out

27/Out

29/Out

31/Out

Brent Crude Fut. 63,0 62,0 61,0 60,0 25/Out

27/Out

29/Out

∆ Diária (p.p) 0,000 0,010 0,010 0,000 0,000 0,000

Luibor As taxas de juro no mercado interbancário mantiveram-se inalteradas, com excepção para as Luibor 1 e 3 meses que aumentaram 1,0 p.b., para 15,16% e 15,31%, respectivamente.

1,946 1,934 1,922 1,910 25/Out

27/Out

29/Out

Mercado de matérias-primas O preço do WTI e o Brent recuou 1,6% e 0,6% ao se fixar em 54,18 e 60,23 USD/Barril, respectivamente. O anúncio do aumento da produção da Arábia Saudita penalizou a cotação do crude.

31/Out

Luibor 1 Ano Cot. 31/10/19 14,91 15,16 15,31 15,96 16,28 16,61

Mercado Accionista As reduzidas expectativas quanto a assinatura de um novo acordo comercial entre os EUA e a China, penalizaram a cotação bolsista. O Dow Jones recuou 0,52% ao se situar em 27.046,23 pontos e o CSI 300 (China) ao cair 0,12% com 3.891,23 pontos.

31/Out

EUR / USD

Mercado das commodities Commodities WTI Crude Fut. Brent Crude Fut. Gold 100 Oz Fut. Prata Fut. Gás Natural Fut. Cobre Fut.

29/Out

Dow Jones (EUA)

Mercado cambial Taxas de Câmbio USD/AKZ EUR/USD GBP/USD USD/JPY USD/ZAR USD/BRL

27/Out

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breves INADEC encerra provisoriamente estabelecimento comercial “Jumbinho” O estabelecimento comercial “Jumbinho”, localizado na Açucareira, província do Bengo, foi encerrado hoje, Sexta-feira, pelo Instituto Nacional de Defesa do Consumidor (INADEC) por tempo indeterminado devido à inexistência de ventiladores e outros equipamentos de frio.

Em declarações à imprensa, o chefe de secção

da área técnica do INADEC do Bengo, Graças Pedro, explicou que devido à falta dos referidos equipamentos de frio regista uma temperatura elevada no estabelecimento comercial que pode prejudicar a saúde humana e causar a deterioração dos produtos.

Angola Cables estabelece parceria com DE-CIX A Angola Cables, empresa de telecomunicações nacional, anunciou, hoje, a assinatura de um acordo com a DE-CIX, líder mundial em serviços de Internet Exchange (IX). De acordo com uma nota de imprensa

a que a Angop teve, Quintafeira, acesso, o objectivo é expandir capacidades e impulsionar negócios de Provedores de Internet via ligações Sul-Sul pelo Atlântico. A DE-CIX é a operado-

ra líder mundial em serviços de Internet Exchange (IX) que fornece serviços premium de interconexão. Fundada em 1995, a empresa atende a mais de mil e 700 operadoras, ISPs e redes de conteúdo em mais de 100 países, incluindo todos os players líderes internacionais em diversos mercados na Europa, Médio Oriente, Índia e América do Norte.

Responsável desafia jovens a apostarem no turismo A técnica do Gabinete de Apoio Empresarial do Ministério do Turismo, Madalena Quilo, incitou em Mbanza Kongo, província do Zaire, os jovens a apostar em projectos de fomento e dinamização do sector turístico da região. Em declarações à imprensa, à margem da apresentação de um Estudo da Cadeia de Valores de Turismo, Hotelaria e Lazer, Madalena Quilo encorajou a juventude a criar as-

sociações e cooperativas, bem como a elaborar projectos do ramo do turismo, no sentido de gerarem empregos, receitas e ajudar no desenvolvimento da região. Aconselhou, para tal, os jovens interessados a entrarem para o sector turístico a fazerem formações ministradas pelo Instituto Nacional de Pequenas e Médias Empresas (INAPEM), no sentido de estarem melhor capacitados.

An­gola e Zâmbia, Rei­ni­ciam Con­ver­ sa­ções Sobre Cons­trução de Pi­pe­line

31/Out

An­gola e a Zâmbia rei­ni­ci­ aram as ne­go­ci­a­ções sobre a cons­trução da Pi­pe­line que trans­por­tará pro­dutos pe­ tro­lí­feros de An­gola para a Zâmbia, que im­porta todas as suas ne­ces­si­dades de pe­tróleo. Em 2012, a agência de pro­ moção de in­ves­ti­mentos da

Zâmbia, afirmou que uma em­presa re­gis­tada na Zâmbia pla­neava cons­truir uma pi­pe­line multi-pe­tróleo de An­gola para a ca­pital da Zâmbia, Lu­saca, após a con­ clusão de uma re­fi­naria com uma ca­pa­ci­dade de pro­ces­ sa­mento de 200.000 bpd, em An­gola.



Mundo

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DR

Tribunal sul-africano anula decisão de extradição de exministro de Moçambique

N

a Sexta-feira, um tribunal sulafricano anulou a decisão de extraditar o ex-ministro das Finanças de Moçambique, Manuel Chang, para o seu país de origem, disse Sami Mo-

diba, o advogado que representa Moçambique no caso. Chang, cuja extradição foi solicitada pelos Estados Unidos e Moçambique, está sob custódia na África do Sul desde Dezembro. Ele nega ter cometido irregularidades. DR

Explosão de uma botija de gás originou o incêndio de três carruagens

Família do Paquistão “treina” vítimas de incêndio para identificar entes queridos Parentes de vítimas de um incêndio no comboio paquistanês que matou 74 pessoas lutaram na Sexta-feira para identificar os seus entes queridos, com dezenas de pessoas queimadas além do reconhecimento e precisando de testes de DNA para determinar quem são, disse uma autoridade

O

incêndio envolveu três carruagens do comboio, depois de uma botija de gás que os passageiros usavam para preparar o café da manhã explodir, provocando o pior desastre no sistema ferroviário do Paquistão em quase 15 anos. Jameel Ahmad, alto funcionário do distrito de Rahim Yar Khan, na província de Punjab, onde o comboio em chamas parou, disse que 57 das vítimas foram gravemente queimadas. “Parentes de várias pessoas

vieram identificá-los, mas falharam”, disse Ahmad à Reuters. “Agora o Governo está a colectar amostras de ADN”. O comboio estava a caminho da cidade de Rawalpindi, perto da capital, da cidade de Karachi, no Sul, com muitos passageiros a viajar para uma reunião religiosa. As pessoas que escondem fogões nos comboios para cozinhar em longas viagens são um problema comum no Paquistão, apesar das regras contra isso, dizem as autoridades. Um investigador disse que, segundo os sobreviventes, as pes-

soas no compartimento onde ocorreu o incêndio usaram fogões a gás pelo menos três vezes. As ferrovias do Paquistão mostravam fotos de uma vasilha de gás rachada e enegrecida recuperada dos destroços. A rede ferroviária da era colonial do Paquistão caiu em ruínas nas últimas décadas devido ao sub-investimento crónico e à manutenção deficiente, e acidentes são comuns. Cerca de 130 pessoas foram mortas em 2005, após a colisão de dois comboios numa estação na província de Sindh, e um terceiro atingiu os destroços.

Manuel Chang, antigo ministro das Finanças de Moçambique

Polícia britânica apela a que dois irmãos da Irlanda do Norte se entreguem por mortes em camião

A

polícia britânica, que investiga a morte de 39 pessoas encontradas na parte traseira de um camião perto de Londres na semana passada, apelou a dois irmãos da Irlanda do Norte para que se entregassem aos detectives. O inspector-chefe do detecti-

ve Daniel Stoten disse que Ronan Hughes, 40, e o seu irmão Christopher, 39, são procurados por suspeita de homicídio culposo e tráfico de pessoas pelas mortes de 31 homens e oito mulheres descobertos no contentor em Grays. “Ronan e Christopher, entreguem-se ao Serviço de Polícia da Irlanda do Norte”, disse ele. DR

Um dos responsáveis pela morte de pessoas num camião que é procurado pelas autoridades britânicas


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Trinta anos após queda, Muro de Berlim sobrevive em parques, praças e souvenires DR

Trinta anos após a queda do Muro de Berlim, a estrutura imponente que dividiu o Leste comunista do Oeste capitalista sobrevive em parques, praças e souvenires

Presidente Jair Bolsonaro, do Brasil

Bolsonaro diz que não vai à posse de Fernandéz na Argentina

Q

uando alemães eufóricos subiram no topo do muro no dia 9 de Novembro de 1989, quebrando-o com martelos, foi difícil imaginar que ele teria futuro. Mas ele se tornou um sucesso de exportação. Pedaços do muro são enviados para todo o mundo como presentes oficiais, e é comum turistas em visita a Berlim comprarem pedaços de pedra de cores brilhantes que os vendedores dizem ter pertencido à construção – alguns têm até certificados de autenticidade. Mas nem todos acreditam. “Não existe tanto muro quan-

to está a ser vendido”, disse Bernd Breitenbach, um transeunte de 67 anos no Memorial do Muro de Berlim. Secções do muro são uma grande atracção turística em Berlim. Ver a Galeria do Lado Leste - um segmento do muro que artistas pintaram em 1990 e que continua de pé - é obrigatório para os visitantes.

Muitos gostam de ser fotografados junto a uma pintura que mostra um Trabant - um carro clássico da Alemanha Oriental comunista - rompendo o muro ou junto à imagem do ex-líder soviético Leonid Brezhnev e o ex-líder da Alemanha Oriental Erich Honecker a se beijarem - uma experiência que faz muitos reflectirem. “Acho que é bastante chocante ver

como ele deve ter dividido comunidades e (…) estou a pensar nos lugares em que ainda existem muros”, disse Matthew Chaplin, turista inglês de 24 anos. Daria Ustymenko, visitante ucraniana de 35 anos, disse: “Digamos que isso evocou alguns sentimentos, sentimentos muito profundos e impressões emotivas.”

ONU confirma reunião do clima em Madrid para Dezembro após desistência do Chile

A

Organização das Nações Unidas (ONU) confirmou nesta Sexta-feira que a reunião deste ano para discutir as mudanças climáticas será realizada em Madrid, em Dezembro, depois de o Chile ter desistido esta semana de realizar a conferência devido aos protestos no país. A reunião, conhecida como COP25, será realizada de 2 a 13 de Dezembro, conforme planeado originalmente.

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O Chile desistiu de organizar a prova esta semana apenas um mês antes do início das negociações, devido a protestos de rua. A Espanha se ofereceu, na Quinta-feira, para realizar a reunião na sua capital, e a ONU disse que avaliaria a proposta. A conferência tem como objectivo detalhar os planos de implementação do pacto climático Acordo de Paris, ante a pedidos de acções urgentes de grupos ambientalistas e manifestantes.

O

Presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta Sextafeira que não vai à posse do Presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, no dia 10 de Dezembro e negou que haja retaliação da parte dele. “Não vou”, disse Bolsonaro, ao ser perguntado se iria ao acto. O Presidente afirmou que a Argentina se encontra numa “situação complicada”, mas destacou que espera que “dê tudo certo lá”. “Vamos em frente. Da minha parte, não tem qualquer retaliação. Espero que eles continuem a fazer uma política connosco semelhante à que o Macri fez até ao momento”, disse, uma referência ao actual Presidente e candidato à reeleição derrotado, Mauricio Macri, preferido de Bolsonaro na disputa. Durante a corrida eleitoral argentina, Bolsonaro chegou a afirmar que “bandidos de esquerda” começavam a voltar ao poder no país vizinho, numa referência a Fernández e sua candidata a vice e expresidente, Cristina Kirchner.


Actual

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Navio de bandeira grega Bouboulina é suspeito de vazamento de óleo nas praias do NE, diz MPF O navio de bandeira grega Bouboulina é suspeito de vazamento do óleo nas praias do

Nordeste brasileiro, afirmaram procuradores da República em representação encaminhada à Justiça Federal que sustentou a busca e operação realizada nesta Sexta-feira em duas empresas ligadas à embarcação e obtida pela Reuters

À

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Justiça, os procuradores narram todo o trabalho que levou a chegar à suspeita que envolve a

embarcação. “Nesse sentido, cristalino a existência de fortes indícios que o NM BOUBOULINA, da empresa DELTA TANKERS LTD., foi o navio envolvido com o vazamento de petróleo que gerou uma poluição marinha sem precedentes na história do Brasil”, disseram os procuradores. “Também há fortes indícios de que a empresa DELTA TANKERS, o comandante do NM BOUBOULINA e tripulação deixaram de comunicar às autoridades competentes acerca de vazamento/lançamento de ‘petróleo cru’ no oceano Atlântico que veio a poluir centenas de praias brasileiras”, completaram. A pedido do MPF, a Justiça Federal autorizou buscas e apreensão na Lachmann Agência Marítima e Witt O´Brien´s, ambas sediadas no Rio de Janeiro, que teriam ligações com o navio petroleiro suspeito do vazamento. O delegado da Polícia Federal Agostinho Cascardo, um dos responsáveis pela Operação Mácula, no âmbito da qual foram cumpridos os mandados de busca e apreensão, disse que as duas empresas com sede no Rio de Janeiro alvo dos mandados não são em princípio suspeitas do vazamento de óleo, mas teriam ligações com o navio de bandeira grega. “As duas empresas são endereços ligados à empresa, são representantes, empresas que prestam consultoria, eles não são em princípio suspeitos de crime. São pessoas que podem ter arquivos e dados que sejam úteis à investigação da Polícia Federal”, disse o delegado, em conferência de imprensa. Em nota, a Lachman disse que não é alvo de investigação no caso e que recebeu solicitação para colaborar com as investigações. “A Lachmann Agência Marítima esclarece que não é alvo da investigação da Polícia Federal. A agência foi tão-somente solicitada pe-

Marinha diz que navio grego suspeito de derrame transportou petróleo da Venezuela

Várias praias brasileiras afectadas por um derrame de petróleo

A

la Polícia Federal a colaborar com as investigações, uma vez que actuou, em 2016, como prestadora de serviço para a empresa dona do navio suspeito. A agência segue à disposição das autoridades para quaisquer informações adicionais”, afirma a nota. Também em comunicado, a Witt O´Brien´s disse que o navio suspeito de derramar o petróleo nas praias nordestinas nunca foi cliente da companhia e se colocou à disposição das autoridades. “Prezando pela transparência, a Witt O´Brien´s informa que, esse navio ou seu armador jamais foi cliente da Witt O’Briens no Brasil, e que o Brasil não exige que navios tenham contratos pré-estabelecidos para combate a emergências”, disse a companhia. “A Witt O´Brien´s Brasil afirma que está à disposição das autoridades brasileiras e que contribuirá com todas as informações necessárias.” A Delta Tankers disse que não foi

contactada pelas autoridades brasileiras no âmbito das investigações. Na decisão em que autorizou os mandados de busca e apreensão, o juiz Francisco Eduardo Guimarães Faria, da 14ª Vara Federal do Rio Grande do Norte, apontou que as companhias-alvos dos mandados podem ter documentos que auxiliem nas investigações. “No caso vertente, o pedido de busca e apreensão revela-se necessário, isso porque há fortes indícios de que haja algum documento, informação ou dado no Brasil que possam colocar luz sobre as circunstâncias do crime, nos endereços em que tais empresas funcionam”, escreveu o magistrado. “Aliado a tal suspeita, exsurge a necessidade da medida para a investigação criminal. Com efeito, a imprescindibilidade da diligência requestada decorre da pertinência que ela apresenta para a investigação, uma vez que, para o fim proposto, não existe outro meio legítimo para colher os bens visados.”

Cooperação internacional Cascardo disse ter enviado cinco pedidos de cooperação internacional a cinco países diferentes, via Interpol, com o objectivo de investigar também o navio supostamente autor do vazamento do óleo em águas brasileiras. Ele destacou que essa é uma das linhas da investigação. O delegado afirmou que, com base em dados da investigação, o óleo pode ter sido descartado entre os dias 28 e 29 de Julho, numa localidade distante 730 quilómetros da costa da Paraíba. Ele disse que não é possível saber o motivo do descarte do material, uma vez que, apesar de a materialidade do crime estar bem definida, não se tem a circunstância do delito. Cascardo afirmou que o navio tem capacidade de transportar 80 mil toneladas de petróleo, não sendo um dos maiores para esse tipo de uso. “O que chegou à costa brasileira, é uma pequena fracção”, disse.

Marinha informou nesta Sexta-feira que, em trabalho coordenado com a Polícia Federal e outros órgãos, foi possível identificar o navio grego suspeito do derrame de petróleo no mar que atingiu o litoral nordestino. Segundo a Marinha, a embarcação suspeita transportava produto proveniente do terminal San José, na Venezuela, com destino à África do Sul. “Imagens de satélite (...) apontam esse navio como principal suspeito”, afirmou em nota. A Marinha disse ainda que o óleo colectado nas praias do litoral nordestino foi submetido a várias análises em laboratórios que comprovaram ser originário de campos petrolíferos da Venezuela, informações essas que foram complementadas pela verificação de outros parâmetros, como carga, porto de origem, rota de viagem e informações dos armadores. A Polícia Federal, por meio de geo-inteligência, identificou uma imagem satélite do dia 29 de Julho de 2019, relacionada a uma mancha de óleo, localizada 733,2 Km a Leste do Estado da Paraíba. Essa imagem foi comparada a imagens de datas anteriores, em que não foram identificadas manchas, de acordo com o comunicado que aponta os caminhos das investigações. Segundo a Marinha, “as investigações prosseguem, visando identificar as circunstâncias e factores envolvidos nesse derramamento (se acidental ou intencional), as dimensões da mancha de óleo original, assim como mensurar o volume de óleo derramado, estimar a probabilidade de existência de manchas residuais e ratificar o padrão de dispersão observado”.



desporto

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daniel miguel/arquivo

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1º de Agosto e Petro de Luanda encerram preparação daniel miguel/arquivo

Atletas dos militares tentam ajudar o adversário

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Interclube tenta regressar às vitórias diante da Académica Depois de três derrotas consecutivas, os polícias procuram hoje regressar às vitórias frente aos lobitangas, que almejam os três pontos para assumir o 2º lugar à condição, no Estádio 22 de Junho, às 15:00 Mário Silva

H

oje, o Interclube recebe a Académica do Lobito no Estádio 22 de Junho, no bairro Rocha Pinto, em Luanda, para 11ª jornada do Girabola Zap 2019/20, às 15:30. Depois de três derrotas consecutivas, a equipa afecta ao Ministério do Interior procura esta tarde voltar a vencer de modo a subir alguns degraus na tabela classificativa. Mas, a tarefa não será fácil para os pupilos do treinador português Bruno Ribeiro, que tem consciência que os técnicos vi-

vem de resultados positivos. Deste modo, o “tuga” é obrigada a apostar numa equipa que não pode facilitar o jogo ofensivo dos visitantes, porque podem ser surpreendidos em casa. Mesmo a jogar fora do seu reduto, os estudantes que ocupam a terceira posição com 23 pon-

A equipa do Ministério do Interior procura esta tarde voltar a vencer de modo a subir alguns degraus na tabela classificativa

tos, os mesmos que tem o Petro de Luanda no segundo lugar, vão tentar repetir o feito das três últimas rondas onde foram vencedores. Ainda assim, Águas da Silva, técnico da Académica, terá de ter algum cuidado, porque na temporada passada o seu emblema perdeu por 1-0 no Rocha Pinto. Outras partidas Na cidade da Paz, o FC Bravos do Maquis recebe o Recreativo do Libolo, às 15:00, no Estádio Mundunduleno. Em Benguela, o 1º de Maio-joga com o Sagrada Esperança, a partir das 15 horas.

1º de Agosto, tetra-campeão nacional, encerra hoje, às 8:30, a preparação no Estádio França Ndalu, tendo em vista o derby de amanhã frente ao seu arqui-rival, Petro de Luanda. Na sessão, o treinador dos militares, Dragan Jovic, vai procurar aprimorar os aspectos técnicos e tácticos para vencer o adversáerio, no Estádio 11 de Novembro, em jogo de maior destaque da 11ª jornada do Girabola Zap, a partir das 16 horas.

Nas hostes do Catetão, os tricolores redobram os esforços para quebrar o jejum de quatro anos sem vencer o rival. Ainda amanhã, o Cuando Cubango FC e o Sporting de Cabinda medem forças no Estádio dos Eucaliptos, às 15:00. No Huambo, o Recreativo da Caála recebe o Wiliete de Benguela, às 15 horas. O Santa Rita de Cássia joga com o Progresso do Sambizanga.

Angola perde frente ao Brasil, mas deixa boa impressão

C

om golos dos brasileiros Talles Magno e Gabriel Veron, aos 68 e 77 minutos, a Selecção Nacional de futebol em sub-17 perdeu, por 0-2, frente ao Brasil nesta madrugada no Estádio Olímpico Pedro Ludovico, em jogo da última e terceira jornada do grupo A do Campeonato do Mundo da categoria. Apesar da derrota, o combinado angola-

no termina no segundo lugar, ao passo que os brasileiros ficam no 1º posto e defrontam nos oitavos-de-final o vencedor desta noite da série C, que pode ser a França, Chile ou a República da Coreia. Para os “oitavos”, os angolanos têm quatro dias para preparar o desafio onde têm pouquíssima margem de errar.


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Maratona dos Jogos de Tóquio será em Saporo A maratona dos Jogos Olímpicos Tóquio2020 vai mesmo ser disputada na cidade de Saporo, no norte do Japão, uma decisão final do Comité Olímpico Internacinal (COI), apesar da oposição dos organizadores e do Governo nipónico. O presidente da comissão de coordenação dos Jogos, John Coates, indicou que todas as partes “reconheceram a autoridade do COI para decidir a mudança de local”, após uma reunião realizada ontem em Tóquio para discutir a medida que gerou controversa. “Continuamos a achar que era melhor que [a maratona e as provas de marcha] se realizassem em Tóquio, mas queremos garantir o sucesso dos Jogos. Não podemos concordar com a decisão do COI, mas também não podemos impedi-la”, disse o governador.

dr

São Silvestre 2019 orçada em mais de 18 milhões de Kwanzas

A

MINJUD pode criar uma comissão de gestão para dirigir basquetebol Depois do presidente da Federação Angolana de Basquetebol (FAB), Hélder Cruz “Maneda”, ter renunciado ao mandato. Com base nos estatutos da federação, o Ministério da Juventude e Desportos (MINJUD) pode indicar um órgão de gestão para dirigir os destinos da Federação Angolana de Basquetebol (FAB), nos termos do regime jurídico das associações desportivas, a quem competirá praticar os actos de gestão corrente e manutenção da FAB e preparar o processo de eleições dos seus novos órgãos sociais. Deverá o mesmo órgão praticar os actos de gestão corrente e de manutenção dos compromissos assumidos pela federação.

A formação dos Atlanta Hawks, onde actua o angolano Bruno Fernando, voltou a perder, na madrugada de ontem, frente aos Miami Heat, por 97-106, em mais uma partida da NBA, o campeonato de basquetebol mais competitivo do mundo. Sem a sua principal referência, o base Trae Young (lesionado), coube a Jabari Parker liderar o conjunto de Atlanta com 23 pontos, mas insuficientes para evitar a derrota da sua equipa. O angolano Bruno Fernando foi o jogador menos utilizado pelo treinador Loyd Pearce, com apenas 3.50 minutos, tendo marcado um ponto, sem qualquer ressalto, nem assistência efectuada.

Corredores nacionais e estrangeiros na São Silvestre 2016

Kiameso Pedro

Renuncia

Atlanta Hawks volta a “escorregar” na NBA

Federação Angolana de Atletismo (FAA) conta já com 18 milhões de Kwanzas, dos 66 milhões orçamentados, para a realização da 64ª edição da corrida pedestre São Silvestre de Luanda, a disputar-se dia 31 de Dezembro, deste ano. Esse dado foi divulgado pelo presidente da FAA, Bernardo João, durante uma conferência de imprensa de lançamento da prova de 2019, tendo referido que a menor parte da verba é garantida pelo Ministério da Juventude e Desportos e a restante será disponibilizada pelos patrocinadores e outras entidades. Bernardo João acrescentou que para a cobertura do orçamento

conta com o apoio de várias empresas e instituições, que poderão minimizar os gastos com o pagamento e prestação de serviços. Como exemplo, o dirigente federativo indicou a transportação de atletas, alojamento, fornecimento de equipamento, viatura da cronometragem, entre outros materiais. “O referido valor, em que se inclui os prémios, é idêntico ao do ano

DR

passado”, esclareceu. Sobre a participação de atletas estrangeiros, o presidente da FAA salientou que a prioridade será dada aos países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), Portugal e Brasil. Até ao momento, precisou, estão já confirmadas as presenças da Namíbia, África do Sul, Quénia e Etiópia.

Max Verstappen recebe crítica Max Verstappen, da RBR, é o quinto colocado na classificação geral desta temporada da Fórmula 1. Aos 22 anos, o piloto cometeu alguns erros durante o final de semana no Grande Prémio do México e, para Ross Brawn, director técnico da categoria, ele ainda precisa amadurecer muito para ser campeão.

Carlos Almeida visita Escola de Futebol Ti Nandinho

Pau Gasol faz reflexão: “A NBA mudou bastante”

O secretário de Estado para o Desporto, Carlos Almeida , realiza hoje, Sábado, uma visita de campo à Escola de Futebol Ti-Nandinho, no Zango I, Viana, a partir das 9 horas. Segundo o documento a que este jornal teve acesso, o objectivo desta visita visa constatar no terreno as condições de funcionamento da escola de futebol supracitada.

O poste dos Portland Trailblazers, Pau Gasol, reflecte acerca da sua carreira numa entrevista ao jornal Marca. “A NBA mudou bastante. Para mim a grande mudança é o jogo em si. Há lançamentos mais rápidos, posses de bola mais curtas, poucos passes em cada ataque”.

Guardiola desabafa: «Joga-se demasiado futebol»

Pep Guardiola mostrou-se solidário com o excesso de jogos no futebol inglês, preocupação manifestada por Jurgen Klopp. Recorde-se que o Liverpool tem agendado os quartos de final da Taça da Liga (16 de Dezembro) um dia antes de disputarem a meia-final do Mundial de Clubes, no Qatar.

Dudão Jaime assume comando técnico do 1º de Agosto O treinador Dudão Jaime é o novo técnico da equipa sénior masculina de hóquei em patins do 1º de Agosto, em Luanda. Até então técnico-adjunto, Dudão substitui o português Henriques Ribeiro, afastado por maus resultados no campeonato nacional, de acordo com o clube. Em cinco jogos, os militares têm duas derrotas, igual número de vitórias e um empate, ocupando a sexta posição com sete pontos. O novo treinador estreia-se amanhã frente ao Sagrado Coração de Jesus, às 18:30, no pavilhão da Cidadela, no fecho da sexta jornada. Os militares somam dois títulos nacionais (2015 e 2016). O treinador vai comandar a equipa até ao final da temporada e será supervisionado pelo coordenador técnico, António Gaspar.


classificados

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COMISSÃO LIQUIDATÁRIA DA USOKO - ASSOCIAÇÃO MUTUALISTA EDITAL N.º________/19

Tendo sido extinta a USOKO - Associação Mutualista, nos termos da al. a) do n.º 1 do artigo 74.º do seu Estatuto, por deliberação do colectivo de associados, tomada em Assembleia Geral, realizada no dia 12 de Abril de 2019, por maioria qualificada de 2/3 dos mesmos, em pleno gozo dos seus direitos. Uma vez criada a Comissão Liquidatária, na referida assembleia, nos termos do n.º 2 do artigo acima citado, para proceder a liquidação do respectivo património. São, por este meio, convocadas todas as pessoas singulares ou colectivas que se julgarem com direito sobre qualquer crédito com a extinta associação a virem comprova-lo junto da Comissão Liquidatária, no prazo de 30 dias, a contar da data da primeira publicação deste edital, devendo para o efeito dirigir-se ao edifício n.º 130, rua Marien N´gouabi, Distrito Urbano da Maianga, município de Luanda, província de Luanda.

COMISSÃO LIQUIDATÁRIA, em Luanda, de Outubro de 2019. A COORDENADORA Rita Catarina Kianvo Francisco


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Israel Campos

Angola tu és capaz! DR

S

into-me regozijado por estar de volta a este espaço, depois de algum tempo em “silêncio”. Um silêncio propositado, não me estou a tentar justificar, atenção, sustentado pela turbulência dos ventos que retiram o sossego de todo e qualquer um que tente, ainda que com a melhor das intenções, descansar em nosso solo. Dizer que estamos a viver tempos difíceis pode soar redundante, pelos impactos directos da conjuntura, ou até mesmo provocativo para aqueles que não querem ouvir nem mais uma palavra em relação a este cenário desgastante que estamos a ultrapassar, quanto mais não seja vindo de um daqueles que fala “de fora para dentro”, como é o meu caso no momento. A crise está instalada, é preocupante, geral e vai para além das finanças. Paliativos nenhuns ou tentativas de maquilhagem da melhor marca a nível mundial serão capazes de ocultar esta realidade. As famílias estão mais pobres, os preços

mais altos, a sociedade fragilizada e a esperança na mudança cada vez mais reduzida. Lamento informar mas esta é a maneira mais honesta que me vejo a descrever o momento actual, com preocupação e, pois claro, vontade de encontrar soluções eficazes que nos ajudem a sair desta. Para além de as vezes parecer “irrelevante”, como quem diz menos importante, - pois o povo tem fome e precisa de comer - o que estamos a viver hoje são só algumas das consequências acumuladas de um sistema brutalmente violado, corrompido e sem qualquer tipo de reserva moral, cívica e/ou patriótica. A duração do período de degradação do sistema foi tão longo que possibilitou que o anormal passasse à categoria de normal, aos olhos de quem vive e vê. E fazer o aposto, no caso o correcto, que é o normal ser normal e o anormal ser anormal (apesar de todas as relatividades que este debate nos poderia oferecer) levará muito tempo, tal-

vez mais até do que durou o outro exercício. Não estou com isto a dizer, e Deus que me livre, que o actual Governo é “coitadinho” e que está a ser julgado por erros que não cometeu. Claro que não! Pois até estamos cansados de saber que são poucos os novatos neste “game”. Quero é dizer que estamos em um contexto em que não podemos continuar no muro. Em que, enquanto angolanos, precisamos de acreditar em algum projecto - e aqui a escolha é individual de país melhor para todos. Hoje, mais do que nunca, sinto a necessidade de nos unirmos, enquanto um só povo e uma só nação, para que urgentemente possamos decidir que futuro queremos e teremos. Não podemos continuar a ser um país em que as crianças são obrigadas a sonhar com limitações. É impensável e irresponsável continuarmos a viver na incerteza do jogo das cadeiras do Executivo, que se reflectem em novos projectos e outros gastos, e sermos bombardeados pelos discursos de divisão de certos actores da nossa política. Angola é um país com capacidade de dar a volta por cima deste quadro actual, mesmo antes dos investidores internacionais aterrarem no Aeroporto 4 de Fevereiro, o que não acontecerá tão cedo, pelos vistos. Se houver, de facto, um compromisso sério por parte de quem de direito, baseado na definição das prioridades reais do país, somos, sim, capazes de fazer um país melhor, dentro das nossas possibilidades e limitações. Podemos até não chegar à tão sonhada industrialização do país, mas seremos capazes de dar um bocado de mais dignidade às nossas pessoas. Somos capazes. Eu acredito nisso cegamente. Temos recursos humanos competentes e capazes e isto vale mais do que o petróleo. Elas, as pessoas, são a nossa maior e mais rica reserva. Se colocarmos, por um instante, o acessório de parte e nos focarmos, todos, no que é essencial, podemos sim construir um país melhor para todos! Soa um bocado utópico, eu sei… mas é tão utópico quanto possível de se fazer.


Última

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PRODESI predispõe-se apoiar investimentos para o sector têxtil no Kwanza-Norte No âmbito do Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição de Importações (PRODESI), o Ministério da Economia e Planeamento realizou, nesta Quinta-feira, na vila do Dondo, município de Kambambe, um workshop de auscultação e recolha de contributos para estudos das cadeias dos inseridos nos clusters (aglomerados) da indústria têxtil e calçados Miguel José, em Malanje

O

director do Gabinete Provincial de Desenvolvimento Económico Integrado do Kwanza-Norte (GPDEIKN), Fernando Mesquita, falou que a auscultação e recolha de informação decorre da necessidade de melhorar e sustentar as ideias que conformam o PRODESI, no sentido de promover a produção das matérias-primas de suporte à produção fabril têxtil e calçado. Apesar de o município de Kambambe situar-se abaixo na escala das regiões produtoras de algodão, como a Baixa de Kasanje, Kwanza-Sul e Bengo, Fernando Mesquita aludiu a necessidade da retoma do seu cultivo, como era no passado, na perspectiva de garantir a reabertura da SATEC, fábrica têxtil local, para elevar a economia e gerar emprego para a juventude. Apoio aos projectos Perante as dúvidas levantadas por empreendedores e empresários sobre o funcionamento do PRODESI, o responsável esclareceu que o sucesso do projecto depende, unicamente, da proactividade e audácia dos mesmos, na busca dos seus objectivos. Porém, referiu que a plataforma institucional para o apoio a iniciativas de investimento estão criadas. Acrescentou que o PRODESI está presente para proceder advocacia e ajuda atra-

vés das instituições, como no caso do INAPEM na certificação das empresas e a avaliação dos projectos, para serem encaminhados aos bancos para a concessão de créditos. “Criamos o Programa de Apoio ao Crédito (PAC), um instrumento financeiro de apoio ao PRODESI, cabendo aos empreendedores e empresários cumprirem com a sua parte do ponto de vista dos projectos e submete-los aos bancos”, garantiu. Facilitação do processo O responsável do GPDEIKN explicou que para a facilitação do processo de tramitação de documentos está previsto, brevemente, uma campanha nacional com vista à legalização das cooperativas e associações, com o sentido de dirimir os problemas que se colocam sobre a sua legalização. Outrossim, a falta de organização de algumas co-

operativas fez com que não conseguissem proceder ao pagamento dos emolumentos para obter a documentação civil dos seus membros, além de muitos deles viverem em localidades de acesso difícil, sem serviços afins. “Haviam princípios de base que elas próprias acarretavam, já que muitos membros de cooperativas e associações não tinham bilhetes de identidade”, observou. Por conta disso – continuou –, o PRODESI vai interagir com as instituições vocacionadas para tornar o processo menos burocratizado e fazer com que o público-alvo consiga obter toda a documentação requerida de modo célere. “Vamos em todos os municípios para legalizar as cooperativas para então concorrerem ao apoio financeiro, dentro dos parâmetros jurídico-legais, de forma prudente e transparente”, finalizou.

Revitalização da indústria têxtil O consultor de nacionalidade brasileira Mauro Pereira, que dissertou sobre o “Estudo de desenvolvimento da cadeia de valor têxtil, vestuário e calçado em Angola, na Preparação do PRODESI”, mencionou que a sua revitalização é o assunto que deve ser tratado, cada um deles, de maneira independente. Porém, descreveu que a questão relacionada com o plantio do algodão remonta uma série de acções a serem tomadas, como, por exemplo: a definição da semente, o seu lugar de proveniência e, principalmente, o estabelecimento de um convénio com entidades que têm tecnologias para poder ajudar Angola no plantio e na modernização de diversas técnicas. Contudo, insinuou que enquanto se procede à plantação do algodão, será necessária a importação de fibra de algodão e fibra de poliéster, matérias-primas para a produção de fios para colocar a indústria têxtil a funcionar. Em paralelo, as indústrias de confecção, elas têm, também, de receber matéria-prima para trabalharem, até que as tecelagens consigam entregar os tecidos. “Cada uma tem uma acção isolada para que elas se encontrem mais a frente para evitar a importação da matéria-prima”, indicou. Financiamento vs plano de negócios Mauro Pereira, a dado passo da sua dissertação, notificou que a indústria deve estar mui-

to bem entendida com o banco, que ambos consigam compreender o tipo de documentos necessários para a troca de interesses e estabelecimento de modelos de negócios de maneira sistemática. Sobre a alegada falta de financiamento evocada pelos empreendedores e empresários, o consultor disse que o problema da reabilitação da indústria têxtil em Angola dependente de, tão-somente, um bom plano de negócios que demonstre ao banco, à financiar, a garantia de reembolso. De igual modo considerou que a questão do financiamento decorre da desconfiança de muitos empréstimos concedidos a empresários que desviaram o sentido do investimento. “Pois, muitos ao invés de investir na fábrica compra um carro novo. Talvez tenha acontecido isso, e banco nenhum vai emprestar se não comprovar que o dinheiro está a ser disponibilizado se não tiver garantia de devolução”, concluiu o consultor. Todavia, Mauro Pereira supõe que através dos contactos que vem estabelecendo com os empresários nacionais, ter certeza que os angolanos têm uma força interior, uma chama interna de ultrapassar as adversidades, que jamais viu em outros povos. “Com todas as dificuldades os angolanos estão firmes trabalhando, sempre acreditando que tudo vai melhorar”, consolou.

Cerca de 1500 pessoas atendidas na Feira de Saúde UNITEL no Namibe

M

il e 455 pessoas foram consultadas gratuitamente por especialistas de saúde de diversas áreas que participam na Feira da Saúde UNITEL, realizada entre Quarta e Quinta-feira, nos municípios de Moçâmedes e Tômbwa, na província do Namibe. De acordo com uma nota de im-

prensa enviada à nossa redacção, os pacientes beneficiaram de consultas gratuitas de Pediatria, Clínica Geral, Urologia, Fisioterapia, Oncologia, Ginecologia, Dermatologia e Medicina Dentária. Atendendo ao facto de a malária constituir a principal causa de mortalidade no país, foram reali-

zados testes rápidos dessa doença bem como de VIH. As crianças também mereceram uma especial atenção da organização da Feira de Saúde, por via da realização de uma campanha de imunização dentro do Programa Alargado de Vacinação (PAV).

“Nas duas localidades foram distribuídos no total 20. 450 fármacos e 1.350 mosquiteiros impregnados”, lê-se no documento. Para o sucesso do evento, os organizadores contaram com o apoio do Governo Provincial do Namibe, Gabinete Provincial da Saúde, Serviço de Protecção Civil

e Bombeiros (SPCB), PSI Angola e do Instituto Nacional de Emergências Médicas de Angola (INEMA). A organização diz que a Feira da Saúde UNITEL é realizada desde 2015 e até ao momento já foram realizadas 53 feiras e beneficiadas cerca de 83 455 pessoas com consultas gratuitas.


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