MININT REGISTA 2.847 CRIMES EM 17 DIAS
GREVISTAS DA ELISAL JULGADOS HOJE Seis funcionários da Empresa de Saneamento Básico de Luanda (ELISAL) são julgados sumariamente hoje, no Tribunal Provincial de Luanda, Palácio dona Ana Joaquina, acusados de arruaça na última greve. Os funcionários reclamavam das constantes faltas de condições de trabalho e do salário do mês de dezembro em atraso, entre outros aspectos. P. 10
Por ocasião das festividades do Natal e do Ano Novo, o Ministério do Interior mobilizou os serviços executivos centrais (PNA, SIC, SME, SP e SPCB) para a execução de acções de prevenção e segurança pública. No período de 20 de dezembro de 2019 a 5 de Janeiro do corrente registaram-se 2.847 crimes, que resultaram na detenção de 2.223 pessoas como presumíveis autores. destes crimes, 2.050 tiveram intervenção policial. P. 11
Director: José Kaliengue www.opaís.co.ao e-mail: info@opaís.co.ao @Jornalopaís facebook/opaís.angola
O DIÁRIO DA NOVA ANGOLA
Edição n.º 1709 Terça-feira, 07/01/2020 Preço: 40 Kz
ADRA DEFENDE ELABORAÇÃO DE CALENDÁRIO PARA AS AUTARQUIAS POLÍTICA: O director-geral da AdrA, Carlos Cambuta, defendeu, ontem,
Banco Económico faz aumento de capital superior ao valor recomendado pelo Banco Central ● Um aumento de capital no valor de 416 mil milhões de AKZ vai ser efectuado pelo BE até ao final do primeiro semestre de 2020, depois de ter recebido luz verde da entidade reguladora o ano passado. P. 19
em Luanda, a elaboração de um calendário que defina os próximos passos até à implantação e funcionamento das autarquias locais. P. 9 dr
Conflitos laborais aumentam na província do Huambo ● Duzentos e 66 conflitos laborais foram registados, em 2019, na província do Huambo, pela Inspecção Geral do Trabalho (IGT), que em igual período anterior identificou 217 conflitos. P. 8
Participação da brasileira Oi na calha
SONANGOL QUER REFORÇAR POSIÇÃO NA UNITEL P. 18
União Kiela quer quebrar “jejum” confiante na vitória do Entrudo luandense este ano
Joaquin Phoenix, “Era Uma Vez...em Hollywood” e 1917 vencem Globos de Ouro
Director da Cultura apela para a valorização do património cultural
Pedro Godinho nega interferência no caso Filipe Cruz ● O presidente da Federação Angolana de Andebol (FAAND) negou a este jornal qualquer envolvimento na não contratação do técnico angolano pela congénere do Congo Democrático. Por sua vez, Filipe Cruz lamentou o sucedido. P. 26
EM FOCO
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O PAÍS Terça-feira, 07 de Janeiro de 2020
Qual é a estratégia de Trump ao matar Soleimani? Especialistas americanos respondem dr
ditou que Soleimani estava por trás disso. Apresentado com uma oportunidade de alvo, o Presidente autorizou o ataque (contra o general). Qual é a estratégia de Trump? Donald Trump não é um grande estratega. Ele vive no momento e age por instinto. Eu ficaria surpreso se ele tivesse pensado (no momento do ataque) sobre os desdobramentos. Ele foi apresentado à oportunidade de eliminar um “homem mau”, que Obama não teve. Provavelmente foi tudo o que ele precisou escutar.
Presidente dos Estados Unidos da América do Norte, Donald Trump
Pessoas próximas à política externa dos EUA explicam à BBC o que acham que está por trás do ataque da semana passada e suas possíveis repercussões na política externa
A
decisão do Presidente americano, Donald Trump, de autorizar o ataque de drone que resultou na morte do general iraniano Qassem Soleimani, na Quinta-feira (02), elevou as tensões entre EUA e Irão ao longo da última semana, com trocas de ameaças e outras declarações hostis de parte a parte. Qual é a estratégia de Trump no longo prazo, e o que pode acontecer agora? Uma das principais promessas de Trump na Presidência foi a de retirar as tropas americanas das “guerras intermináveis” no Oriente Médio. Agora, essa promessa é colocada em xeque, enquanto o Irão prome-
te “vingança severa” pela morte do segundo homem mais poderoso do país e o próprio Trump promete retaliar contra 52 possíveis alvos “importantes para o Irão e a cultura iraniana”. “Os EUA acabaram de gastar dois trilhões de dólares em equipamento militar. Somos os maiores e de longe os melhores do mundo”, twittou o Presidente americano no Domingo (05). “Se o Irão atacar uma base americana, ou qualquer americano, vamos mandar alguns desses belos novos equipamentos na direcção deles... sem hesitar.” A seguir, três pessoas próximas à política externa americana explicam à BBC o que acham que motivou a decisão de Trump de matar Soleimani e quais as implicações disso nas relações ira-
“Os EUA acabaram de gastar dois trilhões de dólares em equipamento militar. Somos os maiores e de longe os melhores do mundo”
niano-americanas no futuro próximo. “Trump não é um grande estratega” -PJ Crowley, ex-secretário assistente de Estado sob o governo Barack Obama e autor do livro “Red Line: American Foreign Policy in a Time of Fractured Politics and Failing States” (em tradução livre, “Linha Vermelha: Política Externa Americana em Tempos de Política Fraturada e Estados Falidos”) Por que agora? Houve ataques pela milícia apoiada pelo Irão (ele se refere a acções, ao longo dos dois últimos meses, contra bases iraquianas que abrigavam tropas americanas no Iraque, além do ataque à embaixada americana no Iraque, no final de 2019) e as respostas contra instalações dessa milícia no Iraque e na Síria. O Governo Trump ficou surpreso com a magnitude do ataque contra a Embaixada em Bagdad, visto como uma escalada, e acre-
O que acontece agora? O Irão prometeu responder, e há muitos grupos próximos ao país que vão procurar oportunidades de atingir alvos pela região. Eles entendem o suficiente sobre política americana para saber que a chave para a reeleição de Trump é a economia. Se eles conseguirem abalá-la, o farão. Na teoria, o objectivo final de Trump é forçar o Irão a voltar à mesa de negociações para obter um “acordo melhor”, que leve em conta não apenas as ambições nucleares iranianas, mas seu o programa de mísseis e o seu comportamento regional também (o Irão é conhecido por patrocinar milícias e grupos xiitas no Oriente Médio e por ter ajudado a defender o regime de Bashar al-Assad na Síria). É implausível ver como isto (o assassinato de Soleimani) nos aproxima dessas negociações. O secretário de Estado (Mike) Pompeo está a sonhar quando diz que nós (EUA) seremos amplamente aplaudidos na região. Seremos em Jerusalém e Riad (pelos governos israelita e saudita, adversários do Irão), mas o restante da região está apreensivo. E a promessa de Trump de sair do Médio Oriente? O presidente nunca resolveu a contradição inerente da sua política para o Irão. Ele quer exercer o máximo de pressão, enquanto tenta retirar os EUA da região. Embora o Presidente tenha consistentemente criticado as guerras do Médio Oriente, ele agiu (com a
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dr
morte de Soleimani) de modo que, ao menos no curto prazo, aumenta o risco de que o actual conflito político-económico entre o Irão e os EUA escale para uma guerra.
Cobrança da Taxa de Circulação começa a 13 de Janeiro
“Política de castigo e recompensa” - William Tobey é senior fellow no Centro Belfer para Ciências e Assuntos Internacionais da Harvard Kennedy School, além de ex-vice-administrador de não proliferação nuclear da Agência de Segurança Nuclear dos EUA Por que agora? O “timing” provavelmente reflecte o facto de que a campanha de pressão máxima tem sido surpreendentemente eficiente. Teerão escolheu escalar (a rivalidade com os EUA) da dimensão económica para a militar, primeiro com ataques contra navios petroleiros e instalações e, mais tarde, contra terceirizados (em referência à morte de um civil americano no Iraque, em ataque atribuído a milícias apoiadas pelo Irão, em Dezembro). É possível ver isso (a morte de Soleimani) como uma tentativa de interromper essa escalada, de dizer a Teerão que isso não vai funcionar. Qual é a estratégia de Trump? Ele está a tentar uma política complexa: tentar aplicar pressão o suficiente para que o Irão sinta que literalmente não tem escolha senão voltar à mesa de negociação e obter um acordo melhor. Ao mesmo tempo, a pressão não pode ser grande demais ao ponto de levar o Irão a desistir totalmente de negociar. De certo modo, há (uma estratégia de) castigo — o ataque ao comboio de Soleimani — mas uma recompensa, com o Presidente (Trump) dizendo: “Não quero ir para a guerra com o Irão”.
É possível ver isso (a morte de Soleimani) como uma tentativa de interromper essa escalada, de dizer a Teerão que isso não vai funcionar
A O general iraniano Qassem Soleimani foi morto pelos EUA, o que elevou a tensão no Médio Oriente
Ele está a tentar manter no ar a ideia de que não vê o conflito aberto como um caminho construtivo. O que acontece agora? O Irão tem sofrido com a alta inflação e a desvalorização da sua moeda. Tendo lutado uma batalha perdida na frente das sanções económicas, o país decidiu abrir uma nova frente: de ataques militares. Acredito que países que sintam que estão a ser lesados ou atacados se vejam mais propensos a assumir riscos. Com certeza estamos a ver uma alta tolerância a riscos pelo Governo de Teerão. E suspeito que a sua vontade de assumir mais riscos vai aumentar. Então, a questão é: o que vai acabar primeiro, a campanha de pressão máxima ou a capacidade de Teerão para resistir? “Trump foi encurralado” - Luke Coffey é diretor do Centro Allison de Política Internacional da Fundação Heritage, centro de estudos de orientação conservadora em Washington, e também um veterano do Exército americano e exconselheiro especial do Ministério da Defesa britânico. Por que agora? Acho que cada pessoa tem um limite. Quando olhamos tudo o que o Irão fez ao longo do último ano (...), me parece claro que o país estava a tentar provocar algum tipo
de resposta dos EUA. Trump, por não ser muito intervencionista militarmente, estava a tentar evitar essa situação. Suspeito que ele tenha sido apresentado a essa opção (de matar Soleimani) antes e tenha rejeitado, mas na última semana pode ter decidido que chegou ao seu limite. Ele continua a dizer que quer um acordo negociado com o Irão, sem precondições para as conversas. Trump chegou a um ponto em que tinha de revidar. Qual é a estratégia de Trump? A campanha de pressão máxima é a estratégia — o Governo tem sido muito consistente nisso. Trump mostrou que está a tentar levar os iranianos de volta à mesa de negociações, e acho que está a tentar fazê-lo com o mínimo possível de acção militar. Acho que Trump de facto vê a si mesmo como um grande negociador e queria ser a pessoa a fazer esse acordo, mas foi encurralado porque o Irão continuava a aumentar a sua pressão. Você não acorda um dia e simplesmente decide matar Qassem Soleimani. Foi preciso planeamento entre diferentes sectores do Governo e militares para monitorar o seu paradeiro e identificar janelas de oportunidade. Não podemos esquecer que Soleimani era um combatente dentro de uma zona de combate. Sem dúvida que, se os iranianos tives-
sem a oportunidade de eliminar alguém similar dos EUA, o fariam. Isso é parte do ritmo do conflito em que estamos presos no Médio Oriente. Não acho que isso vai escalar até se tornar a Terceira Guerra Mundial. O que acontece agora? O Irã certamente não vai voltar à mesa de negociações agora. Isso não era um motivo para não fazer o ataque — falando francamente, Soleimani teve o que mereceu. Ele tem o sangue de soldados americanos nas mãos e aterrorizou grande parte do Oriente Médio por mais de uma década. Só porque Trump quer negociar com o Irão não significa que ele não deveria eliminar Soleimani. Não acho que ele agiu pensando em política; acho que ele queria evitar essa situação, ou teria feito isso (o ataque) antes. Mas, politicamente falando, isso faz ele parecer como um líder mais forte entre seus os apoiantes. E a promessa de Trump de sair do Oriente Médio? Trump mal gosta de ter tropas americanas na Alemanha, então a ideia de que Trump enviará tropas para o Irão num ano eleitoral é, para mim, inconcebível. Mas ele também tem de mostrar que os EUA só aceitarão ser pressionados até determinado ponto.
cobrança da Taxa de Circulação para os veículos automóveis e motorizados em circulação no Ano de 2019 efectua-se de 13 de Janeiro a 14 de Abril do corrente ano A medida vem plasmada num Decreto Executivo (Nº426/19) de 30 de Dezembro, assinado pela Ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa. Segundo a lei publicada em Diário da República (I Série), o processo de cobrança dividese em duas etapas, correspondendo à primeira a “fase voluntária” e à segunda a “fase coerciva”, que decorre após término da primeira. Os motociclos até 125 CC pagam Kz. 1850.00, os de até 450 CC pagam Kz. 2450.00 sendo a última categoria a começar de 451 CC a que pagará o valor mais alto; Kz. 3050.00. Nos automóveis, a categoria até 500CC paga quatro mil e trezentos Kwanzas, enquanto os de cilindrada mais alta na categoria, correspondendo a mais de 2400CC, pagam o valor de 9 mil e duzentos Kwanzas. Na categoria dos pesados, o valor mínimo é de 10 mil e quatrocentos e cinquenta Kwanzas e a categoria da cilindrada mais alta paga este ano o valor de quinze mil e trezentos e cinquenta Kwanzas. O decreto adverte que os proprietários dos veículos automóveis e motociclos que não pagarem a respectiva taxa durante o período fixado deverão pagar com multa correspondente a 50%. A taxa de Circulação será paga nos canais electrónicos disponibilizados pela Administração Geral Tributaria (AGT) ou nas repartições e postos fiscais, delegações e postos aduaneiros, bem como através de outras entidades e agentes autorizados.
4 DESTAQUES POLÍTICA. PÁG. 8 INEA busca alternativas para repor circulação de pessoas e bens .
SOCIEDADE. PÁG. 12Aumenta número de doentes no banco de urgência do Mbonde Chapé.
CARTAz. PÁG. 16 Joaquin Phoenix,
“Era Uma vez...em Hollywood” e 1917 vencem Globos de Ouro.
ECONOMIA. PÁG. 18 Ango-real reduz
frequências em 50% e regista baixa de passageiros transportados.
MUNDO . PG. 23 Trump diz que EUA não sairá do Iraque até Bagdad pague pela base aérea no Iraque.
o editorial
O PAÍS Terça-feira, 07 de Janeiro de 2020
HOJE:
Cinco mil a mais é muito
os números do dia
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A
s cadeias angolanas ultrapassaram a sua capacidade em mais de 5.000 reclusos, devido ao elevado número de prisões preventivas, que constituem metade da população prisional, informou ontem o Ministério do Interior de Angola. Cinco mil é uma população muito grande, e, de pensar que parte destas pessoas estão em prisão preventiva, há que repensar bem o sistema. As coisas não estão bem, a justiça não está a ser célere o suficiente e o país está a produzir demasiados criminosos, ou suspeitos de serem criminosos. Imagine-se quantas prisões seria necessário construir só para acomodar este excedente de uma forma decente, respeitadora dos seus direitos como seres humanos. Mas o ideal é mesmo encontrar mecanismos para reduzir as detenções e a criminalidade.
o que foi dito “ O sinal político anti-corrupção até pode ser bem recebido pelo FMI e pelas capitais ocidentais onde João Lourenço quer ser bem recebido. Economicamente, estes eventos não podem ser positivos para as empresas afectadas” Ricardo Soares de Oliveira
Professor de ciências políticas da universidade de Oxford
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Outros projectos em curso no sector de energia vão merecer igualmente atenção redobrada do Governo Provincial este ano, particularmente os trabalhos de electrificação da cidade de Cabinda e bairros periféricos Marcos Nhunga Governador de Cabinda
Mil 654 crimes de natureza diversa foram notificados pela delegação Provincial do Ministério do Interior (Minint) do Cuanza-Norte em 2019, menos 192 delitos, comparativamente ao ano de 2018.
Dos cinco pacientes internados no Hospital Geral da Lunda Sul, vítimas de accionamento de mina anti-tanque em Cacolo, apresentam um quadro clínico preocupante, segundo o director do Gabinete provincial da Saúde, António viegas. Pessoas morreram e cerca de duas mil casas ficaram destruídas no estado mais populoso, no sudeste da Austrália, onde 135 fogos continuam a arder, incluindo quase 70 por controlar. Conflitos laborais foram registados, em 2019, na província do Huambo, pela Inspecção Geral do Trabalho (IGT), que em igual período anterior, identificou 217 conflitos que envolveram as entidades empregadoras e os trabalhadores.
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A Federação Angolana de Andebol não teve influência no cancelamento das negociações entre Filipe Cruz e a Federação do Congo” Pedro Godinho Presidente da federação Angolana de Andebol (fANNd)
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O PAÍS Terça-feira, 07 de Janeiro de 2020
e assim... José Kaliengue director
O discurso e o cinto que se aperta
Hoje no online de O PAÍS leia a entrevista com Luzia Dumbo Aberdolai e saiba mais sobre a implementação de políticas públicas em Angola e o combate à criminalidade
A
www.opais.co.ao Lubango (Angola) Mal chegou às Terras Altas da Chela, o Presidente João Lourenço “entregou-se” à natureza, ontem. (dr )
o que vai acontecer Economia O Banco Económico prevê, até final do primeiro semestre deste ano, realizar integralmente o aumento de capital, decisão já aprovada na Assembleia Geral dos accionistas que teve lugar em Agosto de 2019, para assegurar a sustentabilidade do banco a médio e longo prazos. A decisão está em conformidade com as principais conclusões divulgadas pelo BNA no quadro do exercício de Avaliação da Qualidade dos Activos (AQA), que orienta o BE a fazer o aumento do capital social. Na Assembleia Geral do Banco Económico foi deliberada a necessidade de recapitalização superior à confirmada nos resultados do exercício do AQA realizado ao BE, com referência a 31 de dezembro de 2018.
Educação A Universidade José Eduardo dos Santos (UJES), que abrange as províncias do Huambo (reitoria), Bié e Moxico, na v região Académica de Angola, vai abrir, no ano académico 2020, três novos cursos de bacharelato em Ciências Agrárias, para fazer face aos desafios da diversificação económica. Trata-se dos cursos de Ensino de Produção Agro-pecuária, Ensino de Iindústria Agro-alimentar e de Ensino de Gestão Agrícola, todos eles com 30 vagas. Os cursos serão ministrados na faculdade de Ciências Agárias (fCA) com sede da zona da Chianga, constituindo-se, assim, numa das principais novidades da instituição que dirige para o presente ano lectivo.
Futebol salão A Selecção Nacional sénior masculina mede forças amanhã com um Misto de Luanda, no Pavilhão Principal da Cidadela desportiva, em Luanda. Enquadrado nos preparativos tendo em vista o Campeonato Africano das Nações (CAN), o seleccionador nacional, Benvindo Inácio, vai aproveitar a partida para verificar o estado competitivo da equipa. Assim sendo, transição ofensiva, organização nas saídas para as zonas ofensivas, jogadas combinadas vão merecer a atenção minuciosa de Benvindo Inácio. Angola vai competir no grupo B com Moçambique, Egipto e Guiné Conacry.
aposta na produção nacional, através de iniciativas agro-industriais, vai ajudar a reduzir a importação de vários produtos ao país, declarou o ministro da Agricultura e Florestas, António Francisco de Assis. Até aqui, creio que estamos todos de acordo. Mas, atenção, temos problemas. O primeiro problema diz que discursos não matam a fome. Tem-se tentado passar a ideia de que a redução da importação é resultado da produção nacional que cresceu. Nada disso, apenas apertamos mais o cinto porque não há dinheiro para importar. O segundo problema está no lobby da importação, prontinho para agir mal haja dinheiro. E argumentos não lhe faltam: os produtos chegarão mais baratos à mesa do consumidor, porquê? Porque produzir internamente é, realmente, muito caro, não há incentivos, não há produção nacional de equipamentos, não há um sistema logístico e de distribuição comercial decente, e a mobilidade, bem, esta nem precisa de muitas explicações, basta ouvir as notícias desta semana, está tudo o que é ponte ou passagem hidráulica a ceder. Eu defendo a produção nacional, mas é necessário realismo também. Não temos nem produção de milho para ração, o resultado é o que está a acontecer com o preço do ovo. O feijão, este está a tornar-se ouro. Nesta hora, o discurso deve ser mesmo o do apertar o cinto e ver como se faz para produzir algum. A importação não está a ser substituída, apenas não há dinheiro.
E também... Afrotaças O 1º de Agosto, tetracampeão angolano, realiza amanhã a última sessão de treino, no campo frança Ndalu, em Luanda, antes da viajem para a república democrática do Congo. Na cidade de Lubumbashi, os militares medem forças com o TP Mazembe, em partida a contar para a quarta jornada do grupo A da Liga dos Campeões da CAf. Na sessão desta manhã, o técnico dragan Jovic vai incidir os trabalhos na recuperação física dos jogadores, para depois olhar para as questões técnicas e tácticas. Na classificação, o 1º de Agosto e Zesco United partilham a 2ª posição com dois pontos cada. O TP Mazembe lidera com 7 pontos.
Dia do Leitor (Brasil) - 7 de Janeiro Esta é uma data dedicada às pessoas que são apaixonadas pela literatura, ou seja, que amam livros! Ninguém nasce sendo um leitor. O interesse pela literatura é algo que se desenvolve no ser humano através dos anos, a partir de influências positivas relacionadas ao acto de ler. O hábito da leitura é importante para exercitar as capacidades de comunicação, interpretação e de cognição das pessoas. O dia do Leitor foi criado em homenagem à fundação do jornal cearense “O Povo”, criado em 7 de Janeiro de 1928, pelo poeta e jornalista demócrito rocha.
6 Media Nova, S.A Presidente do Conselho de Administração filipe Correia de Sá Administradores Executivos Luís Gomes Paulo Kénia Camotim Propriedade : Socijornal Depósito Legal: Nº 244/2008 Contribuinte: 5417015059 Nº registo estatístico: 48058
O PAÍS Terça-feira, 07 de Janeiro de 2020
NO TEMPO DO KAPARANDANDA
Director Geral de Publicações: José Kaliengue jose.kaliengue@opais.co.ao
OPAÍS
Director: José Kaliengue Sub-Director: daniel Costa, daniel.costa@opais.co.ao Chefe de Redacção: Eugénio Mateus, eugenio.mateus@opais. co.ao Grande repórter: André Mussamo andre.mussamo@opais.co.ao Editorias : Política: Ireneu Mujoco ireneu.mujoco@opais.co.ao (Editor) Sociedade: Paulo Sérgio paulo.sergio@opais.co.ao (Editor) romão Brandão romao.brandao@opais.co.ao (Sub-editor) Economia Luís faria (Coordenador-Editor) luis.faria@opais.co.ao Desporto: Sebastião félix sebastiao.felix@opais.co.ao (Editor) Mário Silva mario.silva@opais.co.ao (Sub-editor) Cartaz: Jorge fernandes jorge.silva@medianova.co.ao (Sub-editor) Redacção: Norberto Sateco, Alberto Bambi, Augusto Nunes, rila Berta, Miguel Kitari, domingos Bento, Neusa filipe, Afrodite Zumba, Milton Manaça, Antónia Gonçalo, Maria Teixeira, Iracelma Kaliengue, Patrícia Oliveira, Stela Cambamba, Zuleide de Carvalho (Benguela),Brenda Sambo, Maria Custódia, Kiameso Pedro e Adjelson Coimbra. Arte: Ladislau Bernardo (Coordenador) valério vunda (Coordenador adjunto)Lourenço Pascoal, Annette fernandes, Nelson da Silva e francisco da Silva. Fotografia: Carlos Moco (Editor), daniel Miguel (Sub-editor), Pedro Nicodemos, Jacinto figueiredo, Carlos Augusto, virgílio Pinto, Lito Cahongolo (repórteres fotográficos), rosa Gaspar e Yuri dos Santos (Assistentes de departamento) Revisão: António Setas
7 de Janeiro de 1953 -O Presidente
norte-americano, Harry Truman, anuncia que os EUA acabaram de fabricar a bomba de hidrogénio.
1989
7 de Janeiro de -O príncipe Aikihito, aos 55 anos de idade, ascende ao trono crisântemo, tornando-se imperador japonês.
1994
7 de Janeiro de - O embaixador alemão no Gabão, rainer Muller, é detido sob suspeita de espionagem a favor da polícia secreta da ex-rdA (Stasi), segundo o Ministério Público.
CARTA DO LEITOR dr
Agências: Angop, AfP, reuters, Getty Images
Assistentes de Redacção: Antónia Correia, rosa Gaspar, Inês Monteiro e Sílvia Henriques Impressão e acabamento: dAMEr, S. A. Luanda Sul, Edifício damer Distribuição: Media Nova distribuição Tel: +244 943028039 distribuidora@medianova.co.ao pontodevenda@medianova.co.ao Assinaturas: Bruno Pedro Tel: +244 945 501 040 Bruno.Pedro@medianova.co.ao Online: Venâncio Rodrigues (Editor)Isabel dalla e Ana Gomes Sítio Online: www.opais.co.ao Contactos: info@opais.co.ao Tel: 914 718 634 -222 003 268 fax: 222 007 754 Sede: Condomínio ALPHA, Talatona- Luanda. Tel: 222 009 444 república de Angola
Comercial e Marketing: Senda Costa 922682440 vladimir Teixeira email: comercial@medianova.co.ao Tiragem: 15 000 exemplares
Chuva e autarquias Caro director, As autarquias estão mesmo a fazer falta. Senti isso agora, com a última chuva de Luanda. Dois dias depois, via muitos homens na rua a limpar o asfalto, que estava todo ele tomado por areia em muitas partes de
Luanda. Mas percebi que o ritmo não era como aquele que já vi em cidades europeias, por exemplo. Para mim, esta falta de ritmo, deriva do facto de o comando estar na Mutamba e não nos municípios de Belas, ou Talatona, por exemplo, que deveriam ter as suas próprias empresas ou ser-
viços, os seus próprios mapas e a sua própria proximidade com as comunidades. Se os administradores fossem autarcas, de certeza que as coisas correriam melhor, embora deva reconhecer aqui que alguma coisa parece ter melhorado com a actuação do Governador Rescova. Além da proximidade e melhor comunicação com as pes-
soas, o que permitiria respostas mais rápidas, as autarquias funcionariam mais responsabilizadas. Vejamos só quem fez o balanço, foi o governador, mas eu acho que em cada município o balanço deveria ser feito pelo seu administrador, ou autarca, acho que seria mais autêntico.
Escreva para o Jornal OPAÍS através do e-mail info@opais.co.ao ou ligue para estes contactos Tel: 222 003 268 fax: 222 007 754
Carlos António
POLÍTICA
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O PAÍS Terça-feira, 07 de Janeiro de 2020
INEA busca alternativas para repor circulação de pessoas e bens dr
O Instituto Nacional de Estradas de Angola (INEA) na Huíla está engajado em encontrar alternativas para repor a circulação de pessoas e bens nas várias estradas que ligam a província ao resto do país e aos municípios João Katombela, na Huíla
A
in iciativa su rge em consequência da degradação de algumas pontes, fruto das chuvas que, nos últimos dias, caiem um pouco por todo o país. Na Huíla, a circulação rodoviária nas principais vias que li-
gam esta província às vizinhas Benguela e Huambo faz-se com muitas restrições. A ponte sobre o rio Cutembo, arredores do município do Chongorói, província de Benguela, encontra-se inoperante para viaturas de grande porte, e a travessia sobre ela só é possível para carros ligeiros.
Para repor a circulação, uma equipa do Instituto Nacional de Estradas (INEA) da Huíla já trabalha, segundo garantias dadas ontem pelo seu director provincial, Carlos Camuenho. O responsável informou que a circulação de veículos ligeiros na ponte sobre o rio Cutembo, na fronteira entre a província
da Huíla e Benguela, já começou a ser feita desde Domingo, 5. Informou que as restrições foram tomadas em observância aos princípios de segurança. “Neste momento, só podem circular, desde o meio-dia de ontem (Domingo, 5) viaturas ligeiras, ou seja, viaturas com um peso não superior a 3500 tone-
ladas, e por razões de segurança os veículos pesados terão de aguardar por mais algum tempo, explicou. Danos das chuvas Os danos das chuvas na província da Huíla não ficaram apenas pela Estrada Nacional 105 (Huíla-Benguela), mas também no troço (Caluquembe-Caconda) na Estrada Nacional 354, onde foram destruídas duas pontes, estando interrompida a circulação entre estes dois municípios da Huíla. No âmbito da busca de alternativas de circulação rodoviária, Carlos Camuenho informou que já foi encontrada uma solução, que passa pela abertura de uma estrada alternativa com uma extensão de 40 quilómetros. Entretanto, o estado da ponte sobre o rio Hoque, na estrada nacional 105, na comuna com o mesmo nome, também na Huíla, inspira cuidados, havendo um monitoramento permanente por parte do INEA. Serviços análogos, disse o director do INEA, estão a ser desenvolvidos na ponte sobre o rio Bember, que liga os municípios de Chicomba e Quipungo.
Conflitos laborais aumentam na província do Huambo
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uzentos e 66 conflitos laborais foram registados, em 2019, na província do Huambo, pela Inspecção Geral do Trabalho (IGT), que em igual período anterior, identificou 217 conflitos que envolveram as entidades empregadoras e os trabalhadores. Emdeclarações,ontem,àimprensa, em gesto de balanço das actividades realizadas no ano findo, a responsável da Inspecção Geral do Trabalho nesta região, Paula Berta dos Santos, informou que a instituição interveio,nesteperíodo,em144conflitos, contra os 106 no ano de 2018.
Explicouqueosconflitosforamresolvidos pela instituição em função do pedido de intervenção das partes (empregador/empregado). Destes, segundo Paula Berta dos Santo, 118 foram feitos pelos trabalhadores para salvaguardar os seus direitos e 26 pelas entidades empregadoras que procuraram, junto da instituição, o auxílio para solucionar as irregularidades cometidas pelos seus funcionários. Salientou que das 266 infracções, 31 foram encaminhadas para a Sala de Trabalho do Tribunal Provincial do Huambo, por impossibilidade de acordo extra-judicial entre as partes envolvidas.
A responsável disse que, em termos de infracções de trabalho, foram registados mil e 628 casos, mais 247 em comparação com o idêntico período anterior, mil e 141 das quais deâmbitolaborale487técnicas,sendo que a não determinação do salário mínimo, em conformidade com os marcos legais, lidera a lista com 164 casos, enquanto a celebração do segurodeacidentesnolocaldeserviço foram as menos infringidas, com um registo de 89. Em consequência dessas infracções, disse terem sido aplicados 73 autos de notícias para o pagamento das respectivas multas, sendo que 28 foram pagadas no valor de três mi-
lhões, 880 mil e 401 kwanzas, ao passo 40 foram encaminhados ao Tribunal, tendo em conta a gravidade da situação e outras cinco anuladas. Noutrapartedassuasdeclarações, Paula Berta dos Santos informou que foram realizadas 700 visitas inspectivas, mais 61 uma em relação a 2018, sendo308nosectordocomércio,200 no de prestação de serviço, 81 no industrial, 74 na hotelaria, 21 de construção civil, 14 na agricultura, enquanto os do transporte e saúde mereceram apenas de uma visita, cada um deles. Ainda em 2019, de acordo com a responsável, foram identificados
sete casos de acidentes de trabalho, dois dos quais com gravidade, num ano em que foram realizadas 13 vistorias e 19 palestras de sensibilização dos intervenientes da relação laboral sobre a necessidade do cumprimento dos dispostos da Lei Geral do Trabalho e outros instrumentos legais, vigentes no país sobre esta matéria. Vivem na província do Huambo, no planalto central de Angola, dois milhões, 519 mil e 309 habitantes, distribuídos por 11 municípios, que perfazem uma extensão territorial de 35.771 quilómetros quadrados. ANGOP
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PR já está no Lubango João Katombela, na Huíla
O Carlos Cambuta, director-geral da ADRA
ADRA defende elaboração de calendário para as autarquias locais A ideia é a de se evitar especulações no seio da sociedade angolana sobre a sua ou não realização, tendo em conta o tempo que já se arrasta para a aprovação de leis. das dez que compõem o Pacote Legislativo Autárquico, só três foram aprovadas Neusa Filipe
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dircetor-geral da Acção para o Des envol v i m ento Rural e Ambiente (ADRA), Carlos Cambuta, defendeu, ontem, em Luanda, a elaboração de um calendário que defina os próximos passos ou etapas a serem dados até a implantação e funcionamento das autarquias locais. Em declarações a OPAÍS, disse que esta seria uma das formas de se evitar especulações sobre a realização das primeiras eleições autárquicas, previstas para este ano, numa altura em que algumas vozes da sociedade questionam sobre este propósito. A preocupação da sociedade reside no facto de, em ocasiões distintas (abertura do ano legislativo 2019, e na mensagem do fim do ano), o Presidente da Re-
pública, João Lourenço, não ter feito qualquer pronunciamento a esse respeito, apesar de o Pacote Legislativo das Autarquias se encontrar em discussão na Assembleia Nacional. Sobre esse assunto, Carlos Cambuta lembrou que não se pode convocar as eleições autárquicas sem a conclusão do Pacote Legislativo Autárquico. “Não se pode avançar para a implementação das autarquias locais sem a conclusão da aprovação do Pacote Legislativo Autárquico, senão teremos apenas autarquias nominais e não funcionais”, esclareceu. Reforçou que o que se pretende são as autarquias que vão estar mais próximas dos cidadãos, para a resolução das suas prementes questões. A conclusão da aprovação do Pacote Legislativo Autárquico, para Carlos Cambuta está atrasada, mas esclareceu que isso
não impede a possibilidade de se realizar as autarquias ainda neste ano. O Pacote Legislativo Autárquico é composto por dez leis, tendo sido aprovadas três, nomeadamente a Lei Orgânica sobre as Eleições Autárquicas, Lei Orgânica sobre a Organização e Funcionamento das Autarquias Locais e a Lei da Tutela Administrativa das Autarquias Locais. Gradualismo geográfico ou funcional Um dos pontos que continuam a dividir opiniões entre os diferentes actores políticos tem a ver com o gradualismo, geográfico e funcional. Ao contrário dos partidos na Oposição, que defendem a im-
“Não se pode avançar para a implementação das autarquias locais sem a conclusão da aprovação do Pacote Legislativo Autárquico, ou teremos apenas autarquias nominais e não funcionais”
plementação das autarquias em todos os municípios do país, em simultâneo, o MPLA, partido no poder, insiste no princípio do gradualismo geográfico, por entender que os distintos municípios apresentam índices de desenvolvimento diferentes. Para esta questão, Carlos Cambuta diz que, o mais importante é partir-se para “um princípio de equilíbrio”, ou seja, que haja consenso entre os actores políticos para não atrasar ainda mais o processo, propondo a selecção de municípios com condições e de outros sem condições de modo a se fazer uma avaliação. Entretanto, o modelo de implementação tem sido o “pomo de discórdia” entre a classe política angolana da Oposição, o partido no poder e, incluindo, as associações cívicas. Os partidos políticos acusam o Governo de privilegiar a implementação das autarquias nos municípios onde supostamente venha a vencer, em detrimento de outros, em que chances de vencer são remotas. Esta troca de “mimos” adensou-se por altura em que o Pacote Legislativo Autárquico foi levado para a discussão na Assembleia Nacional.
Presidente da República, João Lourenço, chegou ontem de manhã à cidade do Lubango, capital da província da Huíla, onde vai passar cinco dias de férias. João Lourenço está no Lubango, proveniente da vizinha província de Benguela, onde esteve a gozar os seus primeiros dias de férias desde o dia 30 de Dezembro do ano passado, na companhia da primeira-dama, Ana Dias Lourenço. Por se tratar de uma visita privada, até por altura em que se redigia estas linhas (18 horas) ainda não tinha sido divulgada a agenda do Presidente da República à Huila. Entretanto, uma fonte do Governo local adiantou a OPAÍS, que, durante a sua estada na cidade do Cristo Rei, João Lourenço vai visitar alguns locais turísticos, sem, contudo serem revelados.
Angola agradece apoio de Portugal no combate à corrupção
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Executivo angolano agradeceu, nesta Segunda-feira, o apoio institucional que Portugal tem prestado a Angola no combate à corrupção. O gesto foi expresso pelo ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, ao Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, durante uma audiência que serviu para entrega de uma mensagem do Chefe de Estado angolano, João Lourenço, ao homólogo luso. Em declarações à imprensa, o ministro disse que a comunidade internacional “está toda do lado de Angola nesta luta”, citando como exemplo a Grã-Bretanha, que foi fundamental na recuperação de meio milhão de dólares norte-americanos. “Não temos outra opção, para podermos garantir um futuro melhor para nós e para os nossos parceiros, teremos de vencer este combate”, afirmou o chefe da diplomacia angolana. Considerou, por isso, importante contar com o apoio de Portugal. “Angola é um parceiro importante e é do interesse de todos que tenha um ambiente de negócios que corresponda aos padrões internacionais”.
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O PAÍST erça-feira,0 7d eJ aneirod e2 020
Grevistas da Elisal julgados hoje JACINTO fIGUEIrEdO
Seis funcionários da Empresa de Saneamento Básico de Luanda (ELISAL) são julgados sumariamente, hoje, no Tribunal Provincial de Luanda, Palácio dona Ana Joaquina, acusados de arruaça na última greve. Os funcionários reclamavam das constantes faltas de condições de trabalho e do salário do mês de dezembro em atraso, entre outros aspectos Romão Brandão
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rmando Correia Muvulo, Fernando Paulo Correia, Rafael de Sousa, Formoso André Dalas, Manuel Kiluange e Paulo Samunda Adriano são os seis funcionários que vêm acusados de arruaça, depois de terem sido detidos em flagrante pela Polícia Nacional, no passado dia 3 de Janeiro, altura em que reivindicavam nas instalações da empresa, no Cazenga. Na altura da detenção, o portavoz provincial da Polícia Nacional, intendente Hermenegildo de Brito, disse que actos de vandalismo e alteração da ordem pública, bem
como o facto de terem danificado alguns dos meios rolantes da empresa, concorreram para que fossem encaminhados para o julgamento sumário. O julgamento, marcado para às 9 horas do dia de hoje, numa das salas do Palácio Dona Ana Joaquina, em Luanda, segundo Henriques Mounda, 2º secretário da comissão sindical, em entrevista ao OPÁIS, não tem razões de ser, porquanto os seus colegas não agiram de forma desordeira e não houve qualquer dano causado à empresa. Aliás, disse, é a empresa que tem causado muitos danos aos funcionários com os constantes incumprimentos no pagamento do salário, uma vez que os trabalhadores precisam de sustentar as famílias,
“Lamentamos a postura adoptada por alguns trabalhadores que têm partido para um posicionamento de algum modo agressivo, que é contra ao estipulado na lei sobre os movimentos sindicais”
pagar a escola dos filhos, pagar dívidas ao banco, pagar a renda, entre outras obrigações. “Os colegas estavam eufóricos, os ânimos exaltaram-se e tentavam impedir que entrassem carros na empresa. A empresa decidiu contratar uma empresa privada para substituir os grevistas”, disse. O interlocutor disse ainda que se fala de um carro que teve os vidros partidos supostamente pelos grevistas, o que não é verdade, pois, “o referido carro não estava no local da greve, estava a 500 metros da greve. Isto é, a greve estava no conhecido Embondeiro do Cazenga e, a viatura que teve os vidros partidos estava no Marco Histórico do Cazenga. Ninguém viu quem par-
tiu. A Polícia só prendeu por prender”, sublinhou. Os detidos, que integram um efectivo de mais de 1000 funcionários da empresa que estão em greve desde 23 de Dezembro, estão a ser acusados de incentivar arruaça, de danificação parcial de viaturas da empresa e de agressão a um motorista. Os trabalhadores exigem da ELISAL melhorias das condições laborais, pois executam as suas actividades desprovidos de qualquer mecanismo de segurança. Entre elas consta a alegada falta de luvas, máscaras, botas e uniformes. Na lista de necessidades inclui-se ainda capas para realização de trabalhos em períodos chuvosos. Problemas de há muito tempo O problema na ELISAL é antigo e os trabalhadores dizem-se cansados de promessas sucessivas sem que sejam atendidas. Só em 2019, registaram-se três paralisações. A primeira aconteceu no mês de Agosto, numa decisão que surgiu em função de a então direcção da ELISAL ter a pretensão de liquidar apenas a dívida dos ordenados do mês de Junho, violando um dos pontos constantes do caderno reivindicativo. A segunda aconteceu no mês de Outubro, com os funcionários a reclamarem de incumprimentos de pntos contantes no caderno reivindicativo por parte da direcção, sendo que, volvidos dois meses, os mesmos problemas voltam à baila. Gonçalves Imperial, representante da comissão de gestão da ELISAL, ouvido pela Rádio Nacional de Angola, disse, na altura, que sempre ouve boa vontade de conversar com os trabalhadores que foram informados sobre as razões que estiveram na base do não pagamento do salário e do subsídio de Natal. Sobre os tumultos registados, Gonçalves Imperial disse que a ELISAL não é a única empresa afectada por falta de salários e apelou ao bom censo dos trabalhadores para evitarem actos de rebelião, exortando-os para que regressem aos seus postos de trabalho. “Lamentamos a postura adoptada por alguns trabalhadores que têm partido para um posicionamento de algum modo agressivo, que é contra o estipulado na lei sobre os movimentos sindicais”, disse.
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Serviços do MININT registam 2.847 crimes em 17 dias Por ocasião das festividades do Natal e do Ano Novo, o Ministério do Interior mobilizou os serviços executivos centrais (PNA, SIC, SME, SP e SPCB) para a execução de acções de prevenção e segurança pública. No período de 20 de dezembro de 2019 a 5 de Janeiro do corrente ano registaram-se 2.847 crimes, que resultaram na detenção de 2.223 pessoas como presumíveis autores. destes crimes, 2.050 tiveram intervenção policial
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s dados da operação de asseg u ra mento de actividades festivas, que visou garantir que as festas decorressem num ambiente de harmonia social e de segurança, foram disponibilizados à imprensa, ontem, pelo Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do Ministério do Interior. Os dados apresentados, sobre a situação de segurança pública, dão conta de um total de 2.847 crimes, que chegaram ao conhecimento das forças e serviços de segurança, que resultaram na detenção de 2.223 elementos. Destes crimes, 2.050 tiveram a intervenção policial. Nos dias festivos (24, 25 e 31 de Dezembro de 2019 e 01 de Janeiro) registaram 825 crimes, dos quais 655 tiveram a intervenção poli-
Foram feitas 27.834 patrulhamentos ostensivos auto, apeado e motorizado
cial, com a detenção de 723 elementos como presumíveis autores. Importa frisar que, comparativamente aos dias festivos do ano 2018/2019, verificou-se mais 11 crimes. As províncias que registaram diminuições foram: Luanda 213 (-40), Benguela 59 (-18), Bié 56 (-6), Moxico 23 (-6), Lunda-Sul 22 (-6) e Cabinda 16 (-8). Porém, igualdade (28) crimes na L. Norte. Apesar de se ter registado um ligeiro aumento de crimes em igual período, em relação a 2018/19, as forças que temos vindo a destacar caracterizam que os últimos festejos do Natal e do Ano Novo aconteceram num ambiente social e a situação militar e de segurança pública estável em todo o território nacional. Desavenças entre familiares ou pessoas conhecidas, após consumo de álcool, que resultaram em agressões mútuas e apetência sexual, constituindo 72% dos crimes de homicídios, violações sexuais e ofensas corporais, sendo que apenas 26% foram praticados por supostos marginais. Foram feitas 27.834 patrulhamentos ostensivos auto, apeado e motorizado, direcionados aos locais de maior índice criminal, sobretudo de crimes violentos; 1.144 barreiras policiais montadas nas estradas nacionais, interprovinciais e interurbanas, onde se realizaram paragem, fiscalização e identificação de cidadãos e veículos suspeitos; 19.678 interpelações, sendo 7.019 a viaturas, 4.769 a motociclos e 7.890 a transeuntes. Dois mil e quatrocentos e dez cidadãos estrangeiros foram interpelados por situação migratória irregular, sendo 1.329 por violação da fronteira nas províncias da Lunda Norte (com 1.017), Zaire (253), Cabinda (33), Moxico (19), Cuando Cubango (5) e Uíge (2). Mereceu também destaque para a redução de (-10) crimes de natureza violenta praticados com recurso a armas de fogo, cujo cômputo representou 4% dos crimes registados. Neste particular, o MININT evidencia a eficiência e proactividade operacional conseguida com o acompanhamento da situação de segurança pública através do sistema de vídeo-vigilância, do Centro Integrado de Segurança Pública (CISP) e de viaturas especiais destacadas em focos delituosos previamente eleitos, na província de Luanda.
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O PAÍS Terça-feira, 07 de Janeiro de 2020
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O centro proporciona aos moradores deste bairro e das zonas circunvizinhas os serviços de pediatria, medicina, ginecologia e planeamento familiar
Aumenta número de doentes no banco de urgência do Mbonde Chapé Os moradores enfermos do bairro Mbonde Chapé sentem-se mais seguro quando ocorrem ao Centro Materno Infantil ali existente, porque depois das consultas recebem a devida assistência medicamentosa Stela Cambamba
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os meses passados, o centro médico atendia 30 crianças e 20 adultos, sendo que nos últimos dias a cifra passou de 30 para 70 no serviço de pediatria, e de 20 para mais de 40 em medicina. Os casos mais comuns são os de doenças diarreicas agudas e malária. Segundo a directora, Maria Fernanda Correia, nos últimos dias têm verificado o aumento do número de doentes, não apenas por ser época de chuvas, mas também
pelo facto de todo o doente que acorre àquela unidade hospitalar, depois de consultado, ter a assistência medicamentosa gratuita (sem interrupção ou carência) e o serviço de laboratório estar a funcionar devidamente. Entre as patologias mais frequentes está a malária, que é a principal causa de morte em Angola, seguida das doenças diarreicas agudas. Em função do aumento de recursos humanos no banco de urgência, de que a instituição beneficiou no último concurso público, não têm registado obstáculos no atendimento aos pacientes.
Porém, há falta de funcionários na área de limpeza e asseguramento do centro. “Temos apenas duas trabalhadoras para atender todo o centro, pelo que precisamos de, pelo menos, mais três. Precisamos de quatro seguranças, pois os que temos já têm uma idade avançada”. De acordo com a directora da instituição, Maria Fernanda Correia, a principal preocupação prende-se com a falta de vedação, facto que facilita a acção de marginais. Recentemente, na madrugado do dia 1 de Janeiro, marginais invadiram aquela instituição e roubaram o compressor do ar condicionado.
“A principal preocupação prende-se com a falta de vedação, facto que facilita a acção de marginais. Recentemente, na madrugada do dia 1 de Janeiro, marginais invadiram aquela instituição e roubaram o compressor do ar condicionado” A situação da falta de água corrente, com que o centro se vem debatendo desde o início do seu funcionamento, poderá ser resolvida nas próximas semanas, como garante a responsável. O Centro proporciona aos mora-
dores deste bairro e das zonas circunvizinhas os serviços de pediatria, medicina, ginecologia e planeamento familiar, para além do Programa Alargado de Vacinação (PAV). A instituição tem ainda uma sala de parto e um laboratório.
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União Kiela quer quebrar “jejum” confiante na vitória do Entrudo luandense este ano
Regressar à galeria dos vencedores do Carnaval de Luanda, onde já figura com cinco títulos, é o que ambiciona a comandante do grupo União Kiela do Sambizanga. Porém, acredita que tal só será possível se os vícios ligados à corrupção no seio da organização acabarem
A comandante do grupo, Maravilha dos Santos
Foliões do grupo União Kiela do Sambizanga durante o entrudo de 2019
Jorge Fernandes fotos de Virgílio Pinto/Arquivo
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grupo União Kiela abre o desfile principal do entrudo luandense confiante na victória. Embora se sintam injustiçados pelas posições alcançadas nas quatro últimas edições, o novo paradigma de combate à corrupção deverá ser acatado também pela organização do evento e se tal se efectivar, a vitória na fugirá das hostes do Sambizanga. O preâmbulo é da comandante do grupo, Maravilha dos Santos, que falava à reportagem de OPAÍS à propósito do estado anímico do
colectivo, que tem a missão, este ano, de abrir o desfile principal do Carnaval de Luanda a 25 de Fevereiro, conforme ditou o sorteio realizado o ano passado. Neste momento, o grupo está em preparação e a procura de apoios para uma performance exitosa na Marginal da Praia do Bispo: Entretanto, as respostas ainda não são animadores face ao actual momento de recessão económica que o país atravessa, nem mesmo o apoio institucional do Governo Provincial foi recebido. “Estamos a trabalhar, confiantes num trabalho exitoso, batemos algumas portas e esperamos, muito brevemente, receber as respostas. Alguns patrocínios nos foi retirado em função do actual momento, do Governo Provincial também não temos ainda
nada. Ainda assim, mantemo-nos unidos e esperançosos”, desabafou. Todavia, o ano passado na sua temática o Kiela abordou sobre as injustiças de que diz ser alvo pelos lugares que tem vindo a alcançar. Este ano, os espectadores deverão ouvi-los ao “ataque” aos corruptos, pois segundo acusa, há corrupção no Carnaval luandense, mas ainda assim mantêm-se confiante na vitória. “Algumas coisas estão a mudar e acreditamos que os júris viciados hão-de, igualmente, mudar de comportamento. Temos sido injustiçados e senti isso na pele. Por isso, vamos atacar os corruptos na organização do Carnaval de Luanda, onde temos estado a ter lugares arranjados e não propriamente o que nos é merecido”, justificou.
Novidades Por outro lado, Maravilha dos Santos fez saber que o grupo continua a inovar e, este ano, o público e concorrentes deverão ver e ouvir um grupo mais dinâmico, mantendo a sua originalidade. Entretanto, há segredos que só serão revelados em pista. “Obviamente não podemos dar o ouro ao bandido. Garanto que teremos novidades, e com o dinamismo que nos é caracterizado, nos dá a confiança para uma apresentação ao nível daquilo a que habituamos os apreciadores do Kiela”, advertiu. O grupo Considerado um dos lendários do Carnaval de Luanda, o grupo União Kiela pertence ao actual distrito urbano do Sambizan-
ga e foi fundado a 1 de Janeiro de 1948. A dança e a música Semba são as identidades da formação que aposta nas cores amarela, vermelha e preta na indumentária. Ao longo de 36 participações, sagrou-se vencedora em cinco ocasiões, designadamente, 1985,1986, 1989, 1990 e 2009, respectivamente. Desfile central No dia 25 de Fevereiro desfilam por essa ordem: União Kiela, União 10 de Dezembro, União Jovens da Cacimba, União Recreativo do Kilamba, União 17 de Setembro, União Operário Kabocomeu, União Kazukuta do Sambizanga, União Domant, União Mundo da Ilha, Amazonas do Prenda, União Café de Angola, União Njinga a Mbande e o União 54, seguidos dos blocos de animação.
O PAÍS Terça-feira, 07 de Janeiro de 2020
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Espaço Aplausos retoma aulas no Dia da Cultura Nacional O director do centro, Cabingano Manuel, faz um balanço positivo de 2019 e orgulha-se do facto de um aluno pertencente ao recinto que dirige, ter integrado o grupo de finalistas de um concurso com a dimensão do “Unitel Estrelas ao Palco” Adjelson Coimbra
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centro de formação de artes Espaço Aplausos, sito no distrito urbano do Sequele, em Cacuaco, arranca as aulas curriculares no dia 13 de Janeiro e conta com novos cursos, voltados aos instrumentos musicais de sopro. Dentre os quais, o director do referido centro, Cabingano Manuel, destaca os cursos de manuseio de saxofone, flauta transversal, clarinete e trombone. Assim, o acto de arranque das aulas vai coincidir com o Dia da Cultura Nacional que se assinala amanhã Quarta-feira, 8, e na sua programação, conta com a reabertura do centro pelo vice-Presidente da República, Bornito de Sousa Baltazar Diogo. Por seu turno, Cabingano Manuel fez um balanço positivo sobre 2019, pelo facto de neste ano o Espaço Aplausos ter recebido cerca de 500 alunos, entre crianças, adolescentes e adultos, dos
quais pelo menos um integrou os finalistas do concurso “Unitel Estrelas ao Palco”, edição de 2019. “Nós alcançámos as metas que tínhamos traçado para 2019. E o facto de termos um aluno do Espaço Aplausos entre os finalistas de um concurso com a dimensão do Unitel Estrelas ao Palco, representa um orgulho enorme”, acrescentou. Outrossim, para o presente ano tem como foco principal a aquisição de mais estudantes, cujas inscrições decorrem com várias opções de ensino artístico destinado a crianças e jovens. Outras actividades Além do plano curricular e extracuricular, o Espaço Aplausos promove diversos eventos de massa para dinamização e promoção da cultura nacional como espectáculos musicais, de dança, humor bem como seminários sobre diversas temáticas. Recentemente, na passagem de ano, o músico Yuri da Cunha foi o cartaz do evento acompanhado da sua banda e abrilhantou o espaço com o melhor do seu reportório, na
Aluno do Espaço Aplausos, no momento de uma aula de música
companhia de músicos convidados como Nagrelha dos Lambas e Cláudio Fênix. Espaço Aplausos Aberto em 2016, o Espaço Aplausos representa uma aproximação das artes à centralidade do Sequele, que situa-se longe dos principais centros de eventos culturais de Luanda, de acordo com o seu idealizador. “O teatro foi fundamental para a minha formação enquanto ser humano e na formação profissional. Por esta razão, entendi que é fundamental levar às pessoas às mesmas oportunidades que eu tive, levar estas manifestações artísticas, não apenas para entreter, mas também para formá-las. Decidi desenhar um projecto em que o nosso principal viés é a cidadania; um projecto social, porque entendemos que a arte é fundamental para o desenvolvimento de qualquer sociedade”, disse Cabingano ao site Palavra e Arte. Sob o lema “mais cultura, mais cidadania”, o centro, segundo o director do recinto, joga um papel decisivo na formação da consciência cívica dos moradores, porque tem-se cursos que, não apenas formam artistas, como também formam homens. Vale ressaltar que além das novas aulas supracitadas, o Espaço Aplausos conta com cursos de Dança, Canto, Piano, Guitarra, Artes Plásticas, Teatro, bem como de Inglês e Francês.
Director da Cultura apela para valorização do património cultural O director Nacional de Cultura, Euclides da Lomba, destacou, ontem, em Luanda, a necessidade de maior valorização do património artístico cultural angolano, como forma de preservar, perpetuar e promover a identidade nacional
E
m declarações à ANGOP, no âmbito da jornada do Dia Nacional da Cultura, Euclides da Lomba frisou que os angolanos, em particular os agentes culturais, têm a obrigação de valorizar mais o património material e imaterial angolano, bem como as potencialidades da indústria cultural. Euclides da Lomba avança que se deve olhar com muita atenção para o património cultural, evitando que desapareça e com isto se perca também a identidade nacional. “Estamos a falar do património cultural que exige uma atenção especial de monumentos históricos, de locais histórico-culturais que se não forem preservados podem desaparecer. Estamos a falar do património imaterial, concretamente do semba, kizomba, rebita que exigem de todos nós uma atenção especial”, frisou. O responsável fez ainda menção ao facto de se aproveitar as potencialidades culturais para o turismo cultural, como forma de garantir o fomento do emprego e o auto-sustento dos agentes culturais. Euclides da Lomba avançou que se deve dar uma atenção especial à indústria cultural por ser uma das
vias para a diversificação da economia. Dia da Cultura Nacional Relativamente à jornada do 8 de Janeiro, Euclides da Lomba avançou que inclui palestras, mesas redondas, shows, feiras de artes, gastronomia, exposição de artes plásticas. Em agenda consta ainda homenagem aos agentes culturais que ao longo dos anos se têm destacado em prol da valorização, divulgação e preservação dos traços culturais nacionais. Euclides da Lomba reafirmou que o Plano Estratégico de implementação da Política Cultural de Angola define as prioridades do Executivo para o sector e fornece um quadro para a tomada de decisões em relação à necessidade de alocação dos recursos internos e da assistência externa. A meta, adiantou, é consagrar a cultura como um direito de cidadania, incorporando as novas tecnologias para a produção e difusão cultural, a conservação do património e sua sustentabilidade, visando o estabelecimento de uma gestão pública moderna eficiente e eficaz.
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CARTAz
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Prémio
Joaquin Phoenix, “Era Uma Vez...em Hollywood” e 1917 vencem Globos de Ouro dr
Surpresa foi a palavra de ordem da 77.ª
edição da entrega dos Globos de Ouro, na Califórnia, EUA. No Cinema, “O Irlandês”, de Martin Scorsese, era favorito com seis nomeações, mas saiu derrotado
“1
917”, de Sam Mendes, venceu como melhor filme e realização. Em Televisão, “Succession” e “Fleabag” confirmaram o favoritismo e deixaram a Netflix de mãos a abanar. Veja a lista completa. Numa cerimónia que confirmou alguns favoritos e deixou cair outros, Awkwafina fez história ao tornar-se na primeira actriz de ascendência asiática a vencer um Globo de Ouro para Melhor Actriz. Como protagonista de “The Farewell”, na categoria de Comédia ou Musical, superou Cate Blanchet, Emma Thompson, Ana de Armas e Beanie Feldstein. “É fantástico! Se vier a passar por ter tempos difíceis, posso vender
isto [estatueta]”, brincou, no discurso da vitória, em que agradeceu a “oportunidade de uma vida”. Na mesma categoria para actores masculinos, outra surpresa: Taron Egerton levou o galardão pelo papel em “Rocketman”, deixando na sombra Leonardo DiCaprio, nomeado por “Era Uma Vez... em Hollywood”. “Este papel mudou a minha vida”, disse Egerton em palco, onde voltou a subir para receber, em conjunto com Bernie Taupin, o Globo de Ouro para Melhor Canção Original com “I’m gonna love me again”. A obra de Quentin Tarantino valeu os globos de melhor filme de Comédia ou Musical e melhor argumento. E permitiu que Brad Pitt
- “parceiro no crime” de DiCaprio, como o próprio descreveu - vencesse na categoria de Melhor Actor Secundário, contra os concorrentes de peso Anthony Hopkins, Al Pacino, Joe Pesci e Tom Hanks. “Quando estava a começar, estes nomes com quem estive nomeado eram como deuses para mim”, confessou. Laura Dern venceu a mesma categoria no feminino, pelo papel em “Marriage Story”, deixando para trás Jennifer Lopez, Margot Robbie, Kathy Bates e Annette Bening. Nas categorias de Melhor Actor e
Melhor Actriz em Drama, a grande vitória coube a Joaquin Phoenix (“Joker”) e Renée Zellweger (“Judy”), contra Christian Bale, António Banderas, Adam Driver e Jonathan Pryce, e Scarlett Johansson, Charlize Theron, Saoirse Ronan e Cynthia Erivo, respectivamente. Em Televisão, “Succession” (HBO) venceu como Melhor Série de Drama e “Fleabag” (BBC One) arrebatou o prémio de Melhor Série de Musical ou Comédia. Na categoria de Mini-série ou Tele-filme, aplausos para “Cher-
CINEMA
CIRCO
RUMORES
21 PONTES Henrique Narciso Júnior aborda sobre triângulo amoroso no seu filme “A Professora”
Chadwick Boseman é um detective da polícia de Nova Iorque que tem de capturar os responsáveis pelas mortes de vários polícias. O detective vê-se envolvido numa complicada e inesperada conspiração. Kilamba Sala 4 13:00 - 15:20 - 17:40(2) - 20:20(2) - 22:40(1) Nova Vida Sala 2 13:00 - 15:20 - 17:40(2) - 20:20(2) - 22:40(1) Talatona Sala 1 13:00 - 15:20 - 17:40(2) - 20:20(2) - 22:40(1) (1)
Apenas dias 20 e 21 de Dezembro (2) Excepto dia 24 de Dezembro
O filho do realizador Dito, Henrique Narciso Júnior, retrata sobre um triângulo amoroso no seu filme intitulado “A Professora”, com lançamento previsto para breve. O enredo gira em torno de uma professora (Cilana Manjenje), que fica perdidamente apaixonada pelo namorado (Emerson Durão) da sua aluna (Melanie De Vales) e entra num triângulo amoroso repleto de intrigas e jogadas psicológicas. A obra cinematográfica tem a direcção de fotografia de Leo Prince, formado na academia de Cinema em New York Film Academy (EUA), argumento de Mariano da Fonseca Caputo, escrito por Henrique Narciso Jr e Edgar de Carvalho.
A delirante festa fúnebre do palhaço
O sonho de um palhaço com o seu próprio cortejo fúnebre, num tom delirante de uma parada carnavalesca, é a base de “Corteo”, uma produção do Cirque du Soleil que pode ser vista no Altice Arena, em Lisboa, até ao próximo dia 12. Há acrobatas que saltam em camas descomunais, anjos que voam sobre a plateia e que podem ser tocados pelos espectadores, contorcionistas penduradas em lustres gigantescos, números de perícia atlética, tudo num ambiente bem-disposto, profusamente colorido. Mauro é o palhaço sonhador que imagina o seu funeral como uma grande celebração dos momentos bons que viveu.
Ricky Gervais para assustar HHollywood
Comediante britânico está a causar nervos e ansiedade às estrelas de Hollywood, que receiam ser alvo de piadas. A 77.ª edição dos Globos de Ouro, que durou um pouco mais de três horas foi apresentada pela quinta vez por Ricky Gervais, que apontou várias farpas à elite de Hollywood e às empresas por detrás das plataformas de “streaming”, num desempenho que obrigou a estação NBC a silenciar vários palavrões do comediante na emissão em directo. As namoradas de Leonardo DiCaprio, a sentença de Felicity Huffman, o fracasso do filme “Cats” e o suicídio de Jeffrey Epstein foram alguns dos alvos de Ricky Gervais.
nobyl” (HBO). A Netflix, favorita com 34 nomeações mas vencedora em apenas duas, sai derrotada da noite. Na categoria de Melhor Actor em Série de Comédia ou Musical, a vitória foi para Ramy Youssef, pelo papel em “Ramy”, da Hulu, inspirado no músico Elton John. Bateu Bill Hader, Paul Rudd, Ben Platt e Michael Douglas, por quem a própria mãe “estava a torcer” que ganhasse, brincou. No feminino, venceu Phoebe Waller-Bridge, por “Fleabag”, contra Christina Applegate, Rachel Brosnahan, Kirsten Dunst e Natasha Lyonne. Os prémios de Melhor Actor e Melhor Actriz em Série de Drama foram arrebatados por Brian Cox, em “Succession”, e Olivia Colman, em “The Crown”. A Associação da Crítica Estrangeira em Hollywood deu a Tom Hanks o prémio Cecil B. DeMille, pela carreira no cinema, e a Ellen DeGeneres o Carol Burnett, pela carreira na televisão. Fonte: Jornal de Notícias
TELEVISÃO
Cantor ajuda príncipe Harry e Meghan a Planear férias de Natal
Daniel Oliveira sempre assumiu ter um “pai” na televisão: Jorge Gabriel. Nos tempos da SIC, foi o principal impulsionador para as colaborações do agora director de Entretenimento da estação, tinha Daniel Oliveira 16 anos e ainda imprimia uma espécie de jornal da escola, que distribuía às portas do canal. Mas se o agora apresentador da “Praça da Alegria” (RTP1) foi o “pai”, Nuno Santos foi o “padrasto”, que abriu o talento do adolescente e que o levou para todo o lado desde que ambos se conheceram, no final da década de 90. Com a fundação da SIC Notícias, em 1999, Nuno Santos, que já tinha estado com Emídio Rangel no arranque da SIC.
ECONOMIA
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Sonangol interessada nas acções do grupo brasileiro Oi na Unitel
A Diariamente, pelo menos cinco autocarros saem de Luanda em direcção as províncias de Benguela, Huambo, Huíla e Cuanza -Sul
Ango-real reduz frequências em 50% e regista baixa de passageiros transportados A operadora privada de transporte público inter-provincial, Ango-real, registou uma baixa considerável de passageiros de Luanda para outros pontos do país. Sem precisar um número exacto, Mohamed Bouceif Ethmaue, gerente da referida empresa, explica que de 10 veículos diários reduziram para cinco Patrícia de Oliveira
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gerente da transportadora Ango Real, Mohamed Bouceif Ethmaue, referiu que a quantidade de pessoas que procuram a transportadora para viajar em direcção a diferentes pontos de Angola reduziu nos últimos tempos. “Tínhamos uma movimentação de 10 autocarros por dia. Agora reduzimos para cinco. A procura na compra de bilhetes de passagem também diminuiu ao longo de todo o ano de 2019”, lamenta. Na sua opinião, o principal motivo da redução de passageiros prende-se com a crise económica que
provocou a perda do poder de compra, ressaltando que anteriormente era grande o fluxo de pessoas que viajava para conhecer o país e visitar os familiares que residem em diferentes pontos do país o que não acontece nos últimos dias. Segundo ele, o que mais o preocupa é o estado das estradas, muitas vezes a empresa é obrigada a paralisar determinadas rotas porque o trajecto não oferece condições de mobilidade. Os passageiros tem como principais destinos Benguela, Huambo, Huíla e Cuanza-Sul. Questionado se a redução de passageiros tem que ver com os preços das passagens, Mohamed Bouceif Ethmaue garante que o valor se mantem desde Fevereiro do ano transacto e não houve alterações no preço dos bilhetes. “O preço das
passagens mantêm-se não houve alterações nem no período da quadra festiva, mas mesmo assim registou-se pouca procura dos serviços de transporte. O valor das tarifas
Tínhamos uma movimentação de 10 autocarros dia, esse número reduziu para cinco. A procura na compra de bilhete de passagem diminuiu ao longo de todo ano de 2019
varia consoante a localidade e oscila entre Kz 2.500 a 16 mil”, explica. Diariamente, pelo menos cinco autocarros saem de Luanda e percorrem as províncias de Benguela, Huambo, Huíla e Cuanza-Sul. A transportadora começou a operar em 2008 e contava com apenas três autocarros que faziam a rota inter-provincial e 50 destinados ao fluxo urbano, mas hoje o número de veículos a funcionar reduziu para 10. Neste momento, a empresa possui duas bases operacionais (embarque e desembarque), uma no Nosso Centro (Gamek) outra em Viana, ligando Luanda ao resto do país. A Ango-Real é das empresas operadoras do sub-sector de transportes rodoviários
Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol) está disponível para comprar ao grupo brasileiro Oi a participação de 25% que detém na Unitel, operadora de telefonia móvel em Angola, disse ao semanário português Expresso o presidente da petrolífera. O grupo Oi, que detém a PT Ventures, accionista da Unitel, está sujeita a um processo judicial de recuperação empresarial, pelo que tem procurado vender a participação que detém na Unitel . O presidente da Sonangol, Gaspar Martins, disse ao Expresso que “a empresa está a analisar a possibilidade de comprar as acções. Está tudo dependente da decisão final do Tribunal Arbitral de Paris”, disse. A Unitel divulgou em Fevereiro do ano passado ter o Tribunal Arbitral de Paris condenado os “accionistas fundadores” daquela empresa de telecomunicações a pagar à PT Ventures duas indemnizações que totalizam U SD 654,2 milhões. A Unitel, com uma quota de 80% no mercado das telecomunicações de Angola, conta com quatro accionistas com partes iguais (25%): a Geni, a Vidatel, a PT Ventures (da Oi) e a MSTelecom/Sonangol. Embora a Sonangol tenha anunciado, recentemente, a sua saída do capital de operações não-petrolíferas, incluindo a Unitel, a situação do mercado internacional do petróleo não deve permitir àquela que é o principal motor da economia angolana deixar cair imediatamente fontes de rendimento como é a empresa de telecomunicações. A Sonangol teria direito, caso adquirisse a Unitel, a cerca de mil milhões de dólares em dividendos. (Macauhub)
O PAÍS Terça-feira, 07 de dezembro de 2020
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Banco Económico faz aumento de capital superior ao valor recomendado pelo Banco Central Um aumento de capital no valor de 416 mil milhões de AKZ vai ser efectuado pelo Banco Económico, até ao final do primeiro semestre de 2020, depois de ter recebido luz verde da entidade reguladora o ano passado
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egundo fontes do banco, este aumento de capital é uma recapitalização superior à recomendada nos resultados do exercício da avaliação da qualidade dos activos (AQA) ordenada pelo Banco Nacional de Angola, em 2019, cujos resultados foram apresentados no passado mês de Dezembro. Com a concretização do aumento de capital aprovado, o Banco Económico estará, de acordo com a sua Administração, “a corresponder às recomendações do regulador e a assegurar a estabilidade da sua operação, e sustentabilidade a médio e longo prazos”. Nas recomendações que emitiu no âmbito do AQA, o BNA afirma que “os bancos devem avaliar as necessidades de capital adicional e assegurar o cumprimento dos limites prudenciais estabelecidos na regulamentação em vigor até 30 de Junho de 2020”, ou seja, exactamente a mesma data em que o BE tinha sido autorizado a realizar o aumento de capital aprovado em Agosto.
A fonte esclarece que a recapitalização vai permitir acomodar os desvios de imparidade identificados no AQA e contribuir para a solidez da operação a médio e longo prazos, e é uma decisão da Assembleia Geral do Banco Económico, realizada no dia 7 de Agosto, que dentre várias acções serviu para aprovar as contas do exercício de 2018. As principais conclusões divulgadas pelo BNA no quadro do exercício de avaliação da qualidade dos activos (AQA) recomendam que o
“A corresponder às recomendações do regulador e a assegurar a estabilidade da sua operação, e sustentabilidade a médio e longo prazos”
Banco Económico tem até ao final do primeiro semestre deste ano para realizar integralmente o aumento de capital já aprovado. Refira-se que na Assembleia Geral do Banco Económico foi deliberada a necessidade de recapitalização superior à confirmada nos resultados do exercício do AQA realizado ao BE, com referência a 31 de Dezembro de 2018. Neste sentido, o Banco Económico, em conjunto com os seus accionistas, dará cumprimento
às deliberações emitidas pelo BNA no quadro do exercício de avaliação da qualidade dos activos (AQA) das principais instituições financeiras angolanas. De acordo com a nota do BNA, “os bancos devem avaliar as necessidades de capital adicional e assegurar o cumprimento dos limites prudenciais estabelecidos na regulamentação em vigor até 30 de Junho de 2020”. Importa referir que desde a sua constituição, em Outubro de 2014, o Banco Económico, assumiu uma postura conservadora na gestão da sua carteira de crédito, nomeadamente através do crescimento moderado de novas operações, escrutínio e selectividade nos projectos elegíveis para financiamento e reforço das imparidades das operações recebidas do passado, em que teve de assumir os activos e passivos. Assim, o Banco Económico considera-se “uma entidade bancária sólida, competitiva, inovadora e bem preparada para enfrentar os desafios da economia angolana”. A instituição conta hoje com uma rede de 62 balcões e postos, e 11 centros de empresas, numa estratégia de crescimento focada no cliente e na satisfação das suas necessidades com uma oferta universal de produtos, e serviços financeiros. Com a criação das suas diferentes áreas de negócio, o Banco Económico assegura uma total proximidade com os seus clientes, a oferta de produtos bancários diferenciados e inovadores, o apoio de equipas especializadas, bem como instrumentos financeiros para estimular e acompanhar uma maior diversificação da economia e promover o desenvolvimento sustentável de Angola.
SIGA produz apenas a 25 por cento da capacidade instalada
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Sociedade Industrial Grossarias de Angola (SIGA), com capacidade instalada para produzir um milhão e 510 mil toneladas por ano de
utensílios plásticos, produziu, em 2019, apenas 25 por cento da sua capacidade, afirmou, ontem, o presidente desta fábrica, José Paiva de Sousa. Em relação a 2018, houve uma
diminuição de quatro pontos percentuais, ao serem produzidos naquele ano 443 mil toneladas, o que representou 29 por cento da sua capacidade instalada, afirmou o seu gestor, que falava à impren-
sa no final da visita do ministro da Agricultura e Florestas, António Francisco de Assis, a esta unidade fabril. O gestor aponta a falta de consumo, devido ao contexto de crise como causa da baixa pro-
dução. A SIGA, dedicada à produção de diversos tipos de sacos, baldes, banheiras, copos entre outros utensílios plásticos, atingiu o pico da sua produção em 2014.
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MERCADOS
O PAÍS Terça-feira, 07 de Janeiro de 2020
Perspectivas Económicas de Angola para 2020 As estimativas da economia mundial feitas pelo fundo Monetário Internacional (fMI) continuam a ser marcadas por fortes riscos. Na melhor das hipóteses a economia mundial deverá acelerar 0,4 p.p. ao se situar em 3,4% em 2020. Num cenário mais adverso, com a possibilidade de não se efectivar o acordo comercial entre os EUA e a China, a efectivação de um hard Brexit, tal como, a intensificação das tensões geopolíticas, poderá levar a uma maior desaceleração da economia mundial, considerando-se que a previsão para 2020 realizada em Outubro de 2019 representa uma revisão em baixa de 0,1 p.p. em comparação às estimativas de Julho
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s perspectivas são extensíveis à África Subsariana ¬- não obstante os países africanos apresentarem um desempenho acima da média mundial de 3,2% em 2019 e 3,6% em 2020-, sendo que Angola não deverá fugir à regra. O FMI estima que a economia recupere de quatro contracções consecutivas do Produto Interno Bruto (PIB) - 2016 (-2,6%), 2017 (-0,1%), 2018 (-1,2%) 2019 (-1,1) -, ao crescer 1,2%, necessário para fazer face às necessidades do país que precisa criar novos empregos e manter os actuais postos de trabalho. As perspectivas desafiantes para a economia angolana não se resumem apenas às baixas taxas de crescimento, elas são extensíveis às perspectivas de evolução dos preços na economia, depreciação cambial, manutenção dos baixos níveis de empregabilidade e de produtividade dos factores de produção, dos níveis de endividamento público bem como a reduzida capacidade de produção interna. A taxa de inflação deverá fixarse no final do período em 25%, segundo o Governo, um aumento mensal no IPC de aproximadamente 2% e uma aceleração de 7,3 p.p. face ao previsto para o fecho de 2019. A alteração da tendência contraria os pressupostos de base
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do Plano de Desenvolvimento Nacional e condiciona as perspectivas de manutenção dos preços abaixo de dois dígitos a partir de 2021. Paralelamente, o alto nível de depreciação cambial aliada ao agravamento da política monetária continua a condicionar a expectativa e a estratégia de financiamento do sector produtivo, variável fundamental para o aumento da produção nacional, diversificação das exportações e recuperação da economia da actual estagflação, - entendida como um período de baixo crescimento económico ou até mesmo negativo associado à elevadas taxas de inflação e de desemprego. O desempenho dos indicadores macroeconómicos é também resultado da deterioração das contas externas, sustentadas pela manutenção das exportações do petróleo, que têm registado uma redução contínua, com as perspectivas para 2020 a se fixarem em 1,436 milhões de barris/dia, longe dos 1,8 milhões registados em 2013 e abaixo da capacidade produtiva estimada pela Bloomberg de 1,450 milhões barris/dia, o que deverá pressionar os níveis de endividamento e a gestão das reservas externas do país, que poderão fixarse perto de 9 mil milhões USD, em termos líquidos. Os níveis de endividamento público poderão manter-se acima de
100% em 2020, segundo dados do FMI, enquanto o Governo deverá alocar 63% das receitas previstas no OGE 2020 ao pagamento de dívida. A fixação de um superavite primário e global de 7,1% e 1,2% do PIB, respectivamente, deverão contribuir para a redução das necessidades de endividamento. Por outro lado, a reduzida oferta interna de bens e serviços necessários à satisfação das necessidades internas, imposta pelos desequilíbrios estruturais da economia, com particular destaque para o consumo das famílias e as despe-
sas públicas. O consumo privado em bens duráveis deverá manterse em níveis reduzidos com um nível de crédito baixo e reduzido poder de compra dos salários. O desafio para 2020 deverá girar em torno da busca por uma fonte de financiamento externa à economia, que seja uma alternativa às exportações de petróleo para financiar o actual nível de procura do país, sendo que o financiamento público não parece ser uma alternativa com os actuais níveis de endividamento a se fixarem em 111% do PIB, segundo dados do FMI,
com taxas de juros para os títulos internos e externos a nível médio acima das taxas de crescimento da economia. As expectativas, quanto ao financiamento da economia, estão viradas na maior abertura da conta de capitais, sendo que a dimensão e o alcance do Aviso Nº 15/2019 de 23 de Dezembro do BNA, deverá ser fundamental para a atracção de investimento e contribuir para a acumulação de poupança e liquidez em moeda nacional, condições necessárias para assegurar a estabilidade macroeconómica.
MUNDO
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O PAÍS Terça-feira, 07 de Janeiro de 2020
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Trump diz que EUA não sairá do Iraque até Bagdad pague pela base aérea no Iraque O presidente Donald Trump disse, neste domingo (5), a bordo do avião presidencial, que as tropas norte-americanas só deixarão o Iraque se Bagdad pagar pela base aérea dos EUA instalada no país
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ntes, o Parlamento do Iraque aprovou uma resolução a pedir a retirada das tropas estrangeiras do país, incluindo as forças norteamericanas, que têm forte presença no território iraquiano. “Nós temos uma base aérea extraordinariamente cara lá. Custou biliões de dólares para construí-la, muito tempo antes de
mim. Nós não vamos sair até que eles nos paguem por isso”, afirmou o presidente norte-americano aos jornalistas a bordo do Air Force One, segundo publicado pela agência Reuters. Além disso, Trump ameaçou impor sanções contra o Iraque como “eles nunca viram” caso Bagdad realize actos hostis contra os EUA. “Caso se verifique algum acto hostil, se fizerem algo que consi-
deremos inaceitável, imporemos sanções contra o Iraque, sanções muito duras”, disse Trump. O republicano também disse que a retaliação norte-americana fará as “sanções iranianas parecerem algo inofensivo”. A tensão no Oriente Médio vem crescendo desde a morte do general iraniano Qassem Soleimani nos arredores de Bagdad, em bombardeio ordenado por Donald Trump.
Submarino da Marinha real britânica estaria pronto para atacar o Irão se guerra eclodir
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m submarino nuclear da Marinha Real do Reino Unido, armado com mísseis de cruzeiro Tomahawk, estaria em posição de atacar o Irão, comentou um oficial britânico ao tablóide britânico The Sun. Após o aumento das tensões no Oriente Médio com a morte do major-general iraniano Qassem Soleimani, o Reino Unido já teria um submarino nuclear, da classe Astute, no Golfo Pérsico num local que possibilita os seus mísseis Tomahawk atingirem alvos no Irão. Conforme publicou o tablóide The Sun, um oficial britânico, cuja identidade não foi revelada, teria dito que o submarino pode ser usado num ataque contra o país persa. “Não haverá um primeiro ataque, mas todas as precauções estão a ser tomadas, dependendo de como o Irão reage à morte de Soleimani”, disse a fonte. É válido ressaltar que a classe Astute é considerada o tipo de subma-
Polícia queniana prende três por tentarem violar campo do exército britânico
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rino mais avançado da Marinha Real britânica. De acordo com a mídia, o Reino Unido mantém constantemente um submarino no Golfo Pérsico. A última vez que o país disparou mísseis Tomahawk foi durante uma ofensiva contra o ex-presidente líbio Muammar Kadhafi, em 2011, na Líbia. Alinhamento com os EUA Ainda de acordo com a fonte, o governo britânico tem-se posicionado de forma alinhada a Washington. “Se as coisas se desenrolarem rapidamente, o Reino Unido estará sempre lado a lado com os EUA”,
Presidente americano recusa-se retirar do Iraque até que este país pague o custo da base aérea ali instalada
declarou. Além disso, o submarino americano USS Florida, capaz de carregar 154 mísseis de cruzeiro no seu interior, teria partido para algum local próximo do Irão após, recentemente, cruzar o estreito de Gibraltar. Mísseis Tomahawk Uma vez disparado, o míssil Tomahawk pode atingir alvos a uma distância máxima de cerca de 2.500 quilómetros. Além disso, o projéctil pode ter a trajectória alterada durante o vôo, sendo redireccionado para um novo alvo caso for preciso. Geralmente, o Tomahawk é utilizado para destruir edificações inimigas.
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Polícia prendeu três homens que tentaram invadir um campo do exército britânico em Laikipia, no centro do Quénia, informou a Polícia num relatório visto pela Reuters na Segunda-feira. As prisões, que ocorreram por volta das 17 horas, no Domingo, ocorreram no mesmo dia em que três americanos fo-
ram mortos pelo grupo militante da Somália al Shabaab num ataque ao aeródromo de Manda Bay, uma base militar costeira perto da fronteira com a Somália. A tentativa de invasão de Laikipia, que foi capturada por uma câmara de segurança, falhou e os três homens foram presos. Eles estão a ser interrogados por agentes policiais anti-terroristas, disse a Polícia. dr
Polícia queniana tem sob custódia três homens que tentaram invadir uma base inglesa
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Alemanha suspende patrulhamento do seu contingente militar no Iraque
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A Alemanha anunciou a suspensão pouco depois de o Parlamento iraquiano aprovar uma resolução pondo “fim à presença das tropas estrangeiras no solo iraquiano”, bem como a proibição de “utilizar o solo, espaço aéreo ou águas” do Iraque
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m meio às tensões entre Washington e Teerão, Berlim decidiu cessar o patrulhamento das suas forças militares no Iraque como parte da Coalizão Internacional Contra o Estado Islâmico (CJTFOIR, na sigla em inglês), liderada pelos EUA. “Devido aos recentes desenvolvimentos no Iraque, o inspector geral das Forças Armadas Unificadas da Alemanha, [Eberhard] Zorn, decidiu suspender a mudança regular do contingente dos soldados alemães da CJTFOIR”, informa o comunicado das Forças Armadas. A medida foi tomada poucas horas depois de o Parlamento iraquiano aprovar a resolução pondo fim à presença das tropas estran-
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Os sunitas, no poder na Nigéria, temem represálias dos xiitas proscritos
Soldados alemães embarcam num avião da força aérea de regresso à Alemanha geiras em solo iraquiano e proibir a utilização do solo, espaço aéreo ou águas territoriais sob qualquer circunstância. No dia 2 de Janeiro, um ataque aéreo eliminou o general Qassem So-
leimani, líder das forças curdas da Guarda Revolucionária iraniana. O Pentágono confirmou a autoria do ataque, realizado com mísseis sob a supervisão do presidente dos EUA, Donald Trump.
forças de mísseis do Irão estão em estado de alerta máximo, avisa oficial dos EUA
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ficial norte-americano informou à agência de notícias Reuters, que as forças de mísseis do Irão estão em estado de alerta máximo. Entretanto, ele não especificou se o estado de alerta seria de carácter defensivo ou ofensivo. Além disso, foi informado à Reuters que os militares norte-americanos estão a observar a movimentação das forças de mísseis iranianas. “Eles [iranianos] estão claramente em estado de alerta máximo. Esse estado de alerta elevado é para estarem mais bem preparados defensivamente ou para estarem mais bem preparados ofensivamente? Isso não pode ser determinado neste momento”, disse o oficial sob condição de anonimato.
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Tropas de mísseis iranianas numa parada militar
No dia 3 de Janeiro, as forças norte-americanas eliminaram o general iraniano Qassem Soleimani num ataque aéreo realizado a partir da capital iraquiana, Bagdad.
Após o ataque, o líder supremo do Irão, Ali Khamenei, prometeu represálias pela morte do general. Por sua vez, o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou bombardear o território iraniano.
Polícia nigeriana em alerta após morte de comandante xiita iraniano pelos EUA
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Polícia nigeriana ficou em estado de alerta depois que o assassinato, pelos EUA, de um importante comandante militar iraniano, no Iraque, provocou temores de distúrbios públicos no país da África Ocidental, informou a Polícia no Domingo. Qassem Soleimani foi morto na Sexta-feira num ataque de drone dos EUA num comboio automóvel à saída do aeroporto de Bagdad. O ataque levou à preocupação de um aumento das tensões entre os EUA e o Irão. A Nigéria é dividida aproximadamente em partes iguais entre cristãos e muçulmanos, sendo os últimos principalmente sunitas. O governo proibiu no ano passado o maior grupo muçulmano xiita do país, o Movimento Islâmico da Nigéria (IMN), depois de violentos confrontos entre os seus membros e a Polícia. O IMN foi fortemente influenciado pela revolução iraniana de 1979, que viu o aiatolá Khomeini tomar o poder. “O inspector geral de Polícia, IGP, Mohammed Adamu, posicionou comandos e formações policiais em todo o país em alerta vermelho”, disse a Força Policial da Nigéria em comunicado
no Domingo. “Essa medida pró-activa segue o relatório de inteligência que se baseia no recente assassinato de um general iraniano; alguns interesses domésticos estão a planear embarcar em grandes distúrbios e sabotagens públicas ”, afirmou. Ele disse que oficiais da Polícia foram “orientados para garantir a máxima vigilância e segurança de vidas e propriedades em todo o país”. A declaração não indicou nenhum grupo específico nem deu mais detalhes. Um porta-voz da Polícia não respondeu imediatamente a telefonemas a pedir comentários. A Reuters não conseguiu verificar, independentemente, as alegações de que eventos públicos foram planeados. A Nigéria proibiu o IMN e proibiu as suas manifestações que exigiam a libertação do seu líder, Ibrahim Zakzaky, que está detido desde 2015, quando forças do governo mataram cerca de 350 pessoas num assalto ao complexo do grupo. O grupo disse, no ano passado, que mais de 30 dos seus membros foram mortos em ofensivas policiais contras os seus protestos. A Polícia não deu nenhum número de mortos.
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O PAÍS Terça-feira, 07 de Janeiro de 2020
Anos de seca ameaçam a indústria da vida selvagem da África do Sul Uma seca severa está a ameaçar a indústria de vida selvagem da África do Sul, com agricultores de caça a manterem menos animais e turistas a visitar lojas de caça em menor número
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artes do país foram afectadas por anos consecutivos de clima anormalmente quente e chuvas abaixo da média que queimaram áreas de pastagem e secaram os poços de água desde 2015, o ano mais seco já registado. O órgão da indústria de ranchos de vida selvagem da África do Sul (WRSA) estima que a província de Northern Cape perdeu mais de dois terços do seu jogo nos últimos três anos. Está a realizar uma pesquisa em todo o país para determinar a escala de perdas de animais e o impacto financeiro nas mais de 9 mil fazendas de vida selvagem do país. “Foi uma seca extraordinária”, disse Adri Kitshoff-Botha, chefe da WRSA. “Não é uma seca de um ou dois anos. Em algumas áreas, vimos que isso ocorre há seis anos.“ A indústria de vida selvagem gera receitas para a África do Sul através do turismo, caça, criação e produção de carne. Somente a caça de troféus gerou 2 bili-
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ões de rands (USD 140 milhões) em 2016, de acordo com pesquisa realizada pelo Ministério do Meio Ambiente. As temperaturas da África Austral estão a subir duas vezes a taxa média global, de acordo com o Painel Internacional sobre Mudanças Climáticas, e, em grande parte da África do Sul, o nível de água nos reservatórios está a diminuir. Para Burger Schoeman, gerente da fazenda de caça Thuru Lodge em Northern Cape, a vegetação murcha e o solo ressequido são uma séria preocupação para o sector. Uma vez que abriga cerca de 4.500 animais selvagens - incluindo 35 espécies diferentes, do antílope ao rinoceronte -, o alojamento perdeu cerca de 1.000 animais devido à seca. As carcaças estão a acumular-se em áreas abandonadas nos limites das propriedades. “Nesta fase, estamos bastante mal. Todo o dinheiro que você ganha com a venda de animais, carne e tudo isso, é devolvido directamente à propriedade
para cuidar do resto dos animais ”, disse Schoeman. O alojamento vê os custos subirem quando compra ração adicional para os animais, mas os caçadores estão a pagar cada vez menos turistas, pois os animais estão em piores condições. No Karreekloof Safari Lodge, de 48 mil hectares, na mes-
ma província, os guardas florestais encontram carcaças todas as semanas. “Ninguém quer comprar o troféu, porque eles também (estão a enfrentar) ... a mesma seca”, disse o gerente da fazenda Gideon Watts, acrescentando que a sua fazenda recebeu um quarto da precipitação habitual nesta tem-
porada. A indústria registou um declínio de cerca de 20% no número de turistas no ano passado, disse Kitshoff-Botha, da WRSA. A seca também atingiu o resto da região, com o Botswana, lar de quase um terço dos elefantes da África, vendo mais de 100 das criaturas morrerem em dois meses no ano passado.
Grupo de Lima condena uso da força que impediu sessão parlamentar livre na Venezuela Os países do Grupo de Lima condenaram, neste domingo, o uso da força pelo governo de Nicolás Maduro, que impediu o livre acesso de deputados à Assembleia Nacional da venezuela para elegerem o seu presidente
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Grupo de Lima assinalou, em comunicado, que “a Assembleia Nacional tem o direito constitucional de se reunir sem intimidações ou interferências para eleger o seu presidente e aprovar directivas, motivo pelo qual não reconhecemos o resultado de uma eleição que ameaça estes direitos e foi realizada sem a participação plena dos deputa-
dos”. O grupo condenou “o uso da força pelo regime ditatorial de Maduro para impedir que os deputados pudessem ter livre acesso à sessão”. A declaração foi assinada, além dos representantes de Juan Guaidó, pelos governos do Brasil, Bolívia, Canadá, Chile, Colómbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lucia.
Guaidó é ratificado como presidente do Parlamento por deputados opositores Juan Guaidó foi ratificado, neste domingo, como presidente do Parlamento da venezuela por deputados da oposição, na sede de um jornal, depois de ser impedido de entrar na sessão em que o congressista rival, Luis Parra, auto-proclamou-se chefe do Legislativo com apoio dos chavistas. “Juro ante deus e o povo da venezuela fazer cumprir a Constituição como presidente do Parlamento e presidente encarregado da venezuela”, disse Guaidó após receber o voto de 100 deputados, numa sessão na qual participaram legisladores inabilitados por acusações penais.
DESPORTO
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Pedro Godinho nega qualquer interferência no caso Filipe Cruz
O PAÍS Terça-feira, 07 de Janeiro de 2020
Árbitros ameaçam clássico da bola ao cesto dr
O presidente da federação Angolana de Andebol (fAANd), Pedro Godinho, negou, ontem, a O PAíS, qualquer envolvimento na não contratação do técnico filipe Cruz pela congénere do Congo democrático para orientar a selecção daquele país, visando o africano que a Tunísia acolhe a partir do dia 16 do corrente mês dr
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desafio entre o Petro de Luanda e o 1º de Agosto, agendado para amanhã, de acerto à 4ª jornada do Campeonato Nacional sénior masculino de basquetebol, corre o risco de não ser realizado. Os árbitros ameaçam suspender as actividades, devido à dívida que os clubes têm com os profissionais do apito. Aliás, 1º de Agosto, Petro de Luanda, Interclube e Marinha de Guerra de-
cidiram, no ano passado, saldar o passivo que a Federação Angolana de Basquetebol (FAB) contraiu com os juízes e está avaliada em mais de 11 milhões de Kwanzas. Na classificação da prova, o Interclube lidera com 13 pontos, ao passo que o 1º de Agosto ocupa o segundo lugar com 12. O Petro de Luanda, campeão em título, é o terceiro colocado com apenas 11 pontos.
Capitão do cinco nacional crente na conquista do CAN em Marrocos dr
Atletas da Selecção Nacional orientados por Filipe Cruz nas competições africanas
Kiameso Pedro
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presidente da Federação Angolana de Andebol (FANND), Pedro Godinho, garantiu ontem a OPAÍS que não impediu que Filipe Cruz assinasse contrato para orientar a selecção sénior masculina do Congo Democrático. O dirigente assegurou que em nenhum momento ligou para a Federação do Congo de modo a denegrir a imagem do ex-seleccionador angolano. Pedro Godinho afirmou que somente a Federação do Congo pode explicar a razão de ter cancelado a negociação. “Nunca poderia manchar a imagem de um treinador que fez muito pela selecção. São
falsas as acusações”, afirmou o responsável. Por sua vez, Filipe Cruz assegurou a este jornal que as declarações de Pedro Godinho eram
falsas. O técnico, de 50 anos, acredita que a Federação Angolana de Andebol não queria vê-lo a dar um salto na sua carreira. Filipe Cruz lamentou dizendo que a FAAND tinha que se orgulhar pelo que fez ao serviço do andebol em Angola e não manchar a sua imagem. Sete nacional na Argélia
Presidente da FAAND, Pedro Godinho, nega qualquer envolvimento no caso do técnico
Treinador da equipa sénior masculina do 1º de Agosto, Filipe Cruz, lamenta o sucedido
O director executivo da FANND, António Sales, assegurou que a Selecção Nacional parte amanhã para a Argélia. Naquele país do Norte de África, Angola vai realizar um estágio pré-competitivo visando o Africano que a Tunísia acolhe de 16 a 26 deste mês. António Sales garantiu que o sete nacional vai realizar três jogos de controlo com equipas locais. Angola figura no grupo B com a Líbia, Gabão e Nigéria (advrsário de estreia).
João Cabungula (branco) acredita na conquista do africano
O
capitão da Selecção Nacional sénior masculina de futebol salão (futsal), João Cabungula, acredita na conquista do Campeonato Africano das Nações (CAN) que Marrocos acolhe de 28 de Janeiro a 07 de Fevereiro próximo. O jogador assegurou a este jornal que a selecção está unida, porque só pensa na conquista do africano. Ainda assim, João Cabungula reconheceu que não
serão favas contadas. Aliás, Angola vai competir no grupo B com selecções que têm muita qualidade. Moçambique, Egipto e a Guiné Conacry são os adversários. Por isso, o grupo tem vindo a treinar os aspectos defensivos e ofensivos de modo a ter um bom desempenho na prova. “Estamos unidos. Estou confiante na conquista do africano. Com fé conseguiremos”, adiantou o jogador.
O PAÍS Terça-feira, 07 de Janeiro de 2020
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Petro de Luanda não vai mexer no plantel
Melhor jogador africano do ano conhecido hoje
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Kiameso Pedro
O
director do departamento de marketing do Petro de Luanda, Yuri de Sousa, garantiu ontem, a O PAÍS, que o clube não irá ao mercado de transferências para reforçar o plantel, visando a segunda volta do Girabola que arranca no dia 18 do corrente mês. Yuri de Sousa fez saber que a equipa técnica, liderada por Toni Cosano, está satisfeita com o actual plantel. O director afirmou que o clube não quer perder nenhum jogador nesta janela de transferências. Yuri de Sousa disse que a equipa técnica pretende continuar com aquele plantel até ao final da época, porque acredita que tem argumentos para conquistar o Girabola. Por isso, comanda o Campeonato Nacional com 38 pontos, menos um que o 1º de Agosto, na segunda posição. “Não iremos reforçar o plantel na segunda volta do Girabola. A equipa técnica está satisfeita”, disse Yuri de Sousa. Na décima sexta jornada da segunda volta da prova, o Petro de Luanda recebe o Williete de Benguela, no Estádio 11 de Novembro. Na primeira volta, ambas as for-
Lateral esquerdo do Petro de Luanda, Eddie Afonso, tenta ultrapassar o adversário
mações empataram a duas bolas no Estádio de Ombaka. Tricolores limam arestas antes da recepção ao Wydad
O Petro de Luanda realiza nesta manhã mais uma sessão de treino, no campo do Catetão, visando o jogo de Sábado com o Wydad Casablanca de Marrocos, no Estádio 11 de Novembro. O desafio é referente à 4ª jornada do grupo C da Liga dos Clubes Campeões de África. Os tricolores ainda sonham
com o apuramento aos oitavosde-final. Por isso, o técnico Toni Cosano vai preparar a táctica de modo a vencer o adversário em casa. Na classificação da série C, os petrolíferos ocupam a última posição com apenas um ponto. A liderança é assumida pelo Mamelodi Sundowns da África do Sul com sete pontos. O Wydad Casablanca ocupa o segundo posto com cinco, ao passo que o USM da Argélia encontra-se no terceiro lugar com dois pontos.
Militares realizam último treino no França Ndalu dr
Rubro-negros celebrando uma vitória no “tapete” verde do Estádio 11 de Novembro
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O egípcio Mohamed Salah, o senegalês Sadio Mané (Liverpool) e o argelino Riyad Mahrez (Man City) são os três finalistas do prémio para melhor jogador africano do ano, evento a ser realizado hoje pela Confederação Africana de Futebol (CAF), na cidade de Hurghada, no Egipto. Salah, que representa as cores do Liverpool, procura vencer o prémio pela terceira vez consecutiva, depois de o ter conseguido em 2017 e em 2018, enquanto Mahrez, do Manchester City, tenta a segunda distinção, após ter erguido o troféu em 2016. Deste modo, o prémio de melhor jovem jogador africano será disputado pelo lateral marroquino Achraf Hakimi, que actua no Borussia Dortmund, e pelos nigerianos Samu Chukwueze (Villarreal), e Victor Osimhen (Lille). dr
1º de Agosto efectua amanhã a última sessão de treinos, no campo França Ndalu, no bairro Cassequel, em Luanda, antes da viagem para a República Democrática do Congo (RDC) na Quinta-feira. Os militares medem forças no Sábado com o TP Mazembe para a 4ª jornada do grupo A da 24ª edição da Liga dos Campeões da CAF. A equipa rubro-negra pretende somar a primeira vitória na competição e relançar o sonho do apuramento aos oitavos-de-final. Por conta disso, o técnico bósnio Dragan Jovic vai esboçar a estratégia para surpreender o adversário no seu reduto. Assim sendo, transição defesa-ataque e circulação da bola vão merecer a atenção minuciosa do bósnio de 56 anos. Na tabela classificativa, o 1º de Agosto e o Zesco United da Zâmbia partilham a terceira posição com dois pontos. O TP Mazembe, de Trésor Mputu Mabi, comanda com sete pontos, menos dois que o Zamalek do Egipto, segundo com cinco.
Arturo Vidal pode deixar o Barcelona O agente de Arturo Vidal, Fernando Felicevich, esteve ontem em Itália a fim de discutir, com o Inter Milão, qual será o futuro do jogador. Ainda que o Barcelona já tenha demonstrado pouca vontade de abrir mão do Chileno, os nerazzurri querem garantir o passe do médio. Segundo o Calcio Mercato, Antonio Conte terá identificado Vidal como o jogador perfeito para integrar o actual projecto do clube milanês, tendo chegado a preparar uma proposta em torno dos 13 milhões de euros pelo atleta.
Oklahoma City e Brooklyn Nets agitam NBA Os Brooklyn Nets e Oklahoma City Thunder medem forças na madrugada de Quarta-feira, no Pavilhão Barclays Center, na cidade de New York, em partida a contar para a Conferência Oeste. No prosseguimento, os Toronto Raptors batem-se com os Portland Trail Blazers, ao passo que Memphis Grizzlies terão pela frente os Minnesota Timberwolves. Por seu lado, os Los Angeles Lakers jogam com os New York Knicks, no Staples Center. Guarda-redes que sofreu golo fantasma em 1966 morre aos 84 anos
O guarda-redes alemão Hans Tilkowski, titular na final do Mundial de 1966 com a Inglaterra, a do ‘golo fantasma’ em Wembley, morreu ontem aos 84 anos. A informação foi avançada pelo Borussia Dortmund, um dos clubes que Tilkwoski representou, entre 1963 e 1967, indicando que o antigo guarda-redes morreu vítima de doença prolongada. Tilkwoski esteve na final do Mundial de 1966 que a Inglaterra venceu por 4-2.
Edinson Cavani disposto a trocar de clube O avançado uruguaio, Edinson Cavani, está insatisfeito no Paris Saint-Germain (PSG) e está disposto a trocar de equipa neste mercado de transferências, segundo o jornal francês L’Équipe. O jogador, de 32 anos, tem vindo a perder espaço no plantel parisiense depois da chegada de Mauro Icardi. Com a concorrência cada vez mais apertada na luta pela titularidade, o Atlético Madrid passa a ser uma opção válida para o internacional do Uruguai.
CLASSIFICADOS
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O PAÍS Terça-feira, 07 de Janeiro de 2020
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O PAร S Terรงa-feira, 07 de Janeiro de 2020
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TEMPO
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O PAÍS Terça-feira, 07 de Janeiro de 2020
Fonte: INAMET
PrEvISÃO dO TEMPO PArA AS PrINCIPAIS CIdAdES
REGIÃO NORTE: Cabinda, Zaire, Bengo, Luanda, Uige, Malanje, Cuanza-Norte, Cuanza-Sul, Lunda-Norte, Lunda-Sul Céu parcialmente nublado, alternando-se com períodos de muito nublado durante a madrugada e manhã em quase toda região. Ocorrência de chuva moderada, podendo ser localmente forte, acompanhada, por vezes, de trovoadas, em alguns municípios das províncias de Luanda, Cabinda, Bengo, Zaire, Uíge, Malanje, CuanzaNorte, Cuanza-Sul, Lunda-Norte e Lunda-Sul.
válida de 07 a 09 de Janeiro de 2020 Ê Ê INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGOA E GEOFÍSICA - CENTRO NACIONAL DE PREVISÃO DE TEMPO (CNPT) Ê
Ê
PREVISÃO DO TEMPO *** 3 DIAS *** PARA AS PRINCIPAIS CIDADES, válida de 07 a 09 de janeiro de 2020Ê Data 07/ 01/ 2020
CIDADE
Mín
Data 08/ 01/ 2020
Estado do Tempo
Máx
Mín
Máx
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Estado do Tempo
Data 09/ 01/ 2020 Estado do Tempo
Mín
Máx
Parcial a muito nublado, chuva/ trovoada.
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Parcialmente nublado. Muito nublado, chuva/ trovoada.
LUANDA
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Parcialmente nublado, chuva fraca a moderada.
CABINDA
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Parcialmente nublado, chuva fraca.
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Nublado, aguaceiros/ trovoada.
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SUMBE
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Parcialmente nublado, chuvisco/ chuva fraca.
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Parcialmente nublado, chuva fraca.
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Parcialmente nublado.
CAXITO
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Nublado, chuva fraca.
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Parcial nublado, chuva moderada/ trovoada.
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Parcial a muito nublado.
MBANZA CONGO
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Parcial a muito nublado, chuva moderada/ trovoada.
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Parcial a muito nublado, chuvisco/ chuva fraca
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Parcialmente nublado, chuvisco.
UIGE
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Parcial a muito nublado, chuva/ trovoada.
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Parcial a muito nublado, chuva/ trovoada.
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Parcial a muito nublado, chuvisco.
NDALATANDO
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Parcialmente nublado, chuva fraca a moderada/ trovoada
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Parcial nublado, chuva fraca a moderada.
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Parcial a muito nublado.
MALANJE
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Parcial a muito nublado, chuva/ trovoada.
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Parcial a muito nublado, chuva/ trovoada.
17
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Parcialmente nublado.
DUNDO
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Parcial a nublado, chuva fraca a moderada/ trovoada.
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Parcial a muito nublado, chuvisco.
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Parcial nublado, chuvisco/ chuva fraca.
SAURIMO
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Parcial a muito nublado, chuva fraca/ trovoada.
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Parcialmente nublado, chuva fraca.
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Nublado, chuva fraca a moderada.
BENGUELA
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Pouco ou parcialmente nublado.
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Parcial nublado, chuva fraca a moderada.
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Pouco ou parcialmente nublado.
HUAMBO
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Parcial a nublado, chuvisco/ chuva fraca.
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Parcial a muito nublado, chuva/ trovoada.
10
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Parcialmente nublado.
CUITO
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Parcial a nublado, chuva fraca.
17
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Nublado, chuva fraca/ trovoada.
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Céu parcial nublado, chuvisco.
LUENA
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Parcial a nublado, chuva fraca a moderada.
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Parcial a muito nublado, chuva fraca.
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Parcial nublado, chuva fraca.
LUBANGO
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Parcialmente nublado, chuvisco.
16
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Parcialmente nublado.
14
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Parcialmente nublado.
MENONGUE
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Nublado, chuva fraca a moderada/ trovoada.
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Parcialmente nublado, chuvisco.
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Nublado, chuva fraca.
MOÇÂMEDES
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Parcialmente nublado.
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Céu pouco ou parcialmente nublado.
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Parcial a muito nublado, chuva fraca.
ONDJIVA
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Parcialmente nublado.
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Parcial a muito nublado.
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Parcialmente nublado.
O Meteorologista: Miguel Figueiredo Baptista Pedro. Aeroporto Internacional 04 de Fevereiro, Rua 21 de Janeiro – Tel.: 949320641 – Luanda. Site: http://www.inamet.gov.ao; emails: geral@inamet.gov.ao / geral.inamet@angola-portal.aoÊ
Das 18 horas do dia 06 às 18 horas do dia 07 de Janeiro de 2020
REGIÃO CENTRO: Províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico Céu geralmente parcialmente nublado, alternando com períodos de muito nublado. Períodos de ocorrência de chuva fraca a moderada, podendo ser localmente forte, acompanhada, por vezes, de trovoadas, em alguns municípios das províncias de Benguela, Huambo, Bié, Moxico. REGIÃO SUL: Províncias do Namibe, Huíla, Cunene e Cuando Cubango Céu pouco a parcialmente nublado, alternando com períodos de muito nublado em quase toda a região. Ocorrência de chuva fraca a moderada, acompanhada, por vezes, de trovoadas, em alguns municípios da província do Cuando Cubango. Possibilidades de chuvisco disperso nas províncias da Huila e do Cunene.
Luanda, 06 de janeiro de 2020
TEMPO NO MAR Fonte: INAMET
BOLETIM METEOrOLÓGICO PArA A NAvEGAÇÃO MAríTIMA 1. SITUAÇÃO GERAL ÀS 18:00 TU DO DIA 06 DE JANEIRO DE 2020: Circulação de Sudeste a Sudoeste, geralmente fraca. 2. PREVISÃO VÁLIDA ATÉ ÀS 18:00 TU DO DIA 07 DE JANEIRO DE 2020:
INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA E GEOFÍSICA – INAMET Centro Nacional de Previsão do Tempo
Sem aviso.
BOLETIM METEOROLÓGICO PARA A NAVEGAÇÃO MARÍTIMA
1. SITUAÇÃO GERAL ÀS 18:00 TU DO DIA 06 DE JANEIRO DE 2020: Circulação de Sudeste a Sudoeste, geralmente fraca.
4. CARTA DO VENTO MÁXIMO E DA ALTURA DA ONDA MÁXIMA PREVISTA Os contornos a cores indicam a altura máxima da ondulação e os contornos em tom cinza indicam os possíveis incrementos das vagas devido à influência do vento local.
2. PREVISÃO VÁLIDA ATÉ AS 18:00 TU DO DIA 07 DE JANEIRO DE 2020: SEM AVISO
REGIÃO
ESTADO DO TEMPO
VENTO
(ATÉ 200 MILHAS DA COSTA)
Cabinda (4°S – 6°S)
ALTURA DA ONDA (METROS)
ESTADO DO MAR
DIRECÇÃO FORÇA (KT) Chuvisco/ Chuva fraca
Zaire, Bengo, Luanda e Cuanza-Sul (6°S – 12°S)
Chuvisco/ Chuva fraca
Benguela (12°S – 14°S)
Parcialmente nublado
Namibe (14°S – 18°S)
Parcialmente nublado
3. DESCRIÇÃO SINÓPTICA DAS 18:00 TU DO DIA 06/01/2020 ÀS 18:00 TU DO DIA 07/01/2020. A Alta pressão de Santa Helena vai manter-se estacionária, com pressão central de 1015hPa, influenciando o padrão e a intensidade do vento. Assim, prevê-se estado do mar geralmente pouco agitado, da região marítima de Cabinda a Benguela, com ondas entre 0.8 e 1.2 metros de altura, sendo localmente agitado na região marítima do Namibe, com ondas de até 1.6 metros de altura. visibilidade fraca, devido à ocorrência de chuvisco ou chuva fraca na região marítima de Cabinda a Luanda.
VISIBILIDADE HORIZONTAL (KM)
Sul a Sudoeste
Até 08
Até 1.1
Pouco agitado
Fraca (inferior a 5)
Sul a Sudoeste
06 á 14
0.8 a 1.2
Pouco agitado
Fraca ( Inferior a 6)
Sudoeste
Até 12
Até 1.2
Pouco agitado
Boa (Superior a 8)
Sul a Sudoeste
Até 18
Até 1.6
Agitado
Boa (Superior a 7)
OPINIÃO
O PAÍS Terça-feira, 07 de Janeiro de 2020
EDY LOBO*
AMADEU CASSINDA*
Huambo, a mãe do rádiojornalismo profissional em Angola
H
uambo para além de ser conhecida como a cidade académica, no seio da comunicação social goza também do status de cidade mãe do jornalismo radifónico profissional em Angola. O vagido ecoou nos ouvidos dos mais atentos em 1949, na Rádio Clube do Huambo, sob direcção de Paulo de Sousa Borges, que deu parecer positivo para a contratação de dois jornalistas profissionais. Tratam-se dos portugueses Fernando Curado Ribeiro e Joana Campina. Desde então todo pessoal da rádio nesta fase profissional passou a ser admitido por concurso. A trajectoria do jornalismo radiofónico em Angola pode ser dividada em três grandes épocas. Época Colonial, Época do Partido Único e a Época da Imprensa Democrática. As classificações das mesmas fundamentam-se nos modelos de Jornalismo que caracterizam um determinado sistema político. Isto é, nos modelos de Jornalismo Autoritário, Revolucionário, Comunista e no Modelo de Jornalismo Ocidental inerentes aos sistemas políticos vigentes nas respectivas épocas mencionadas. Entretanto, cada época contém diferentes fases que a caracteriza. Ná Época Colonial podemos citar as fases da Primeira Emissão, da Rádio Clubismo, da Rádio Profissional e a Fase da Rádio Oficial. Depois da independência, o país adoptou o sistema de governação socialista, a Época do Partido Único, liderado pela Fase da Rádio Monopólio, segundo Sebastião Coelho, foi quando a RNA passou a exercer o monopólio da radiodifusão até 1992. Os Acordos de Bicesse, a Lei de Imprensa nº 22 de 15 de Julho de 1991, legitimaram o início da Época da Imprensa Democrática, caracterizada pelo Modelo de Jornalismo Ocidental, inaugurando, concomitantemente, o começo da Fase
de Ouro do Jornalismo Angolano que vai até 2002 com as assinaturas dos Acordos de Luena o marco do início da Fase da Nova Angola. Contudo, a província do Humabo não figurou na lista das províncias que estrearam com vilslumbre e regalo na Fase de Ouro do jornalismo radiofónico angolano. Para Sebastião Coelho, “o plano de desmonopolização e expansão radiofónica funcionou perfeitamente excepo no Huambo onde, devido aos combates que se iniciaram no final de 1992, não houve tempo para instalar a emissora que lhe correspondia”. Nesta Fase, “quase simultaneamente iniciaram a sua actividade comercial quatro estações que arejaram o panorama e ganharam espaço fácil, a LAC, em Lunada; Rádio Morena, em Benguela; Rádio Comercial, Cabinda e a Rádio Dois Mil, na Huíla. Apesar disso, hoje por hoje, ou seja, na Fase da Nova Angola, a província do Huambo não registou grandes avanços no domínio da radiodifusão, contando apenas com duas rádios privadas, nomeadamente as rádios Mais e Ecclesia. Há ainda fortes indícios de gestão de conteúdos da Época do Partido Único, como a monopolização da emissão de informação a partir da RNA em Luanda. No domínio da educação, segundo o pessoal local, a província ainda não conta com escolas
Apesar disso, Huambo forjou jornalistas com méritos de um autodidatismo de cortar o fólego. Falam por si, nomes como José Eduardo, Simeão Mundula, Analtina Dias, só para citar
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ou faculdades públicas que leccionam o curso de comunicação social, existindo apenas uma instituição de ensino superior privada a leccionar o referido curso. Apesar disso, Huambo forjou jornalistas com méritos de um autodidatismo de cortar o fólego. Falam por si, nomes como José Eduardo, Simeão Mundula, Analtina Dias, só para citar. Ora, quer como cidade académica, quer como mãe do jornalismo radifónico profissional, o Huambo parece estar no esquecimento. É notável a cultura de ouvir rádio por parte da população pelos aparelhos de rádio vistos em casas frequntadas, contudo o feedback não é o mesmo de quem dirige os media a partir de Luanda. Para 11 municípios a oferta de informação parece exígua. Luanda passou a ser a principal difusora de tendência de estilos jornalísticos, inclusive na oralidade, dado que por um lado contrasta com a idiossincrasia daquele povo cuja peculiaridade da sua oralidade raras vezes é perceptível no falar dalguns locutores locais. São aspectos que o investimento nos estudos da comunicação social na perspectiva angolana deveria proporcionar um tratamento específico dada a sua pertinência do ponto de vista cultural e identitário. Sobre o assunto, Sebastão Coelho, entende que: “ não basta copiar locutores ao estilo da rádio europeia ou americana. O jornalista africano tem de estar bem consciente da africanidade de seu povo. Também, e salvo poucas excepções de trabalho específico, o jornalista que se ocupa das emissões destinadas às cidades, não pode ser o mesmo comunicador que se dirige aos ouvintes das zonas rurais” (1999, p.120). 1- Licenciado em Ciências da Comunicação/Jornalismo. Membro e pesquisador da Associação de Comunicólogos Angolanos (ACAN).
No cemitério também se dão gargalhadas
E
também há encontros nostálgicos. É um local de festas lúgubres. Eu e muitas outras pessoas despedíamosnos do último dia do ano na entrada do cemitério Sant’Ana dando o último adeus há uns tantos outros, consequentemente. Centenas de nós vivos sem vontade de lá estar mas por alguma obrigação moral tivemos de o fazer. É assim que funciona a tal da solidariedade que as vezes é necessária entre os humanos vivos. Os mortos querem lá saber disso. São uma cambada de egoístas sem culpa, literalmente. Não sabem a dor que deixam para os que ficam. Rostos acizentados com níveis de dor graduais faziam manchete no local. Para além daqueles que foram entregar seus entes que querendo ou não desligaram a ficha da vida, haviam também outros que foram limpar o apartamento dos seus entes já idos a mais tempo naquele terreno vasto. Vassouras, baldes com água e muitos pedaços de panos para dar aquele brilho na campa. Já resignados com a situação viveram o último dia do ano como se de uma data normal fosse. Mudam-se os dígitos no milénio e continuam as horas como se nada tivesse passado. Devaneios. É sempre um motivo de festa pela passagem de uma maratona de 365 voltas com vida. Num espaço de uma hora quase 10 cortejos fúnebres aconchegavam ao local. Choros em todos os tons e sinfonias. Lágrimas cansadas e secas. A rouquidão denunciava a tamanha angústia na pronúncia do nome de quem já tinha partido. Hipocrisia nalgumas melodias. Noutras o desespero total: •
“Ai minha mãe; ai meu pai...”.
Histórias algumas conhecidas. A minha capacidade de ouvir o que não me diz respeito foram apurando alguns factos. Senhora morta pelo neto desmiolado, pai abandonado na via e filhos que não tinham opção de escolha se queriam nascer ou não no seio dos frívolos país que a natureza os deu. Só restava agora
arcar com as consequências da dor e desconforto adiando assim a alegria de poder transitar para o ano subsequente com assaz satisfação. Estavam 34 graus centígrados. Até parecia um ensaio para o famigerado inferno que apregoam os religiosos. Em procissão levávamos os nossos entes, cada um ao seu novo lar. Ao mesmo passo caminhavam as nuvens no céu como se tristes também estivessem. Cânticos e louvores para acalentar com ludíbrios os presentes vivos profetizando um novo lar para o defunto ao lado do Pai celestial. Enquanto caminhávamos entoando cânticos de acalento, um coveiro ia dando uns toques ao som da tristeza. Ouvi alguém dizer: “Esse coveiro não tem coração. Estão a entoar cânticos de tristeza e ele está a mexer a bunda”. Depois puseram-se em gargalhadas. Seria muito mais engraçado se não fosse num momento trágico. As árvores com os troncos ressequidos todos os dias santos presenciavam o mesmo cenário. Se tivessem sentimentos seriam umas autênticas mal amadas. Se lágrimas regassem flores elas dariam um amor sincero. Mas nem isso. O sol abrasador que se fazia sentir desviava atenções. Vi machos a ignorarem a “macheza” e abrirem guarda-sol. Eu mantive-me orgulhoso e fui corando a pele sob a intensa raiva do astro rei. Naquele lugar invulgar, reencontros houveram. Houve também quem saudasse com satisfação quem há já um bom tempo não via. Saudavam com sorrisos e davam gargalhadas. Afinal não é um lugar só de tristezas. Há quem finte a dor com largos sorrisos. Outros há que assumem a responsabilidade dos seus sentimentos. Afinal de contas era apenas o final do ano a derramar horas no cemitério e nós dizendo “até breve” aos nossos eternos entes. Entre lágrimas e profundas reflexões sobre o que é a vida de quem sofre por quem já partiu pude observar que afinal no cemitério também dão-se gargalhadas. E audíveis.
ÚLTIMA
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O PAÍS Terça-feira, 07 de Janeiro de 2020
Três vítimas de mina em estado preocupante Três dos cinco pacientes internados no Hospital Geral da Lunda-Sul, vítimas de explosão de uma mina, em Cacolo, apresentam um quadro clínico preocupante revelou ontem, Segunda-feira, à imprensa o director do Gabinete Provincial da Saúde, António viegas dr
Agentes de desminagem em trabalho de limpeza num campo minado
Chuva destrói casas em Menongue
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O
incidente ocorreu na via que liga a sede do município de Cacolo à comuna do Alto Chicapa, a cerca de 17 quilómetros do bairro Sayema, quando um veículo de marca Toyota Land-Cruiser, com 13 pessoas, accionou uma mina que se presume ser anti-tanque, tendo causado cinco mortos e oito feridos graves. Fez saber que os médicos e enfermeiros do hospital contam com a colaboração de uma equipa de saúde da enfermaria militar. O motorista da viatura, Moisés Coneia, de 29 anos de idade, explicou que o incidente ocorreu num local que tinha sido terraplanado e usado por muitos automobilistas e população em geral. Devido à chuva, a viatura atolou
e, na tentativa de acelerar, desviou-se do trilho e accionou a mina, disse, lamentando a falta de sinalização sobre a existência de engenhos explosivos na zona. O governador da Lunda-Sul, Daniel Neto, visitou ontem os pacientes, manifestando a sua solidariedade.
“O motorista da viatura, Moisés Coneia, de 29 anos de idade, explicou que o incidente ocorreu num local que tinha sido terraplanado e usado por muitos automobilistas e população em geral”
Criança morre em Saurimo por causa da chuva
A
morte de uma menina de nove anos de idade, arrastada pelas chuvas no interior de uma vala de drenagem, e o desalojamento de 102 famílias nos bairros Nhama, Manauto, Luari e Saulimbo, município de Saurimo (LundaSul), são as consequências da forte chuva que se abateu Sábado e Domingo na região. Em declarações ontem, Segunda-feira, à imprensa, o porta-voz do Serviço de Pro-
tecção Civil e Bombeiros, Victorino Wanguna, informou que os sinistrados clamam por apoio institucional, visto que muitos estão alojados em casas de parentes e vizinhos. Avançou que, actualmente, a Administração Municipal de Saurimo e o Serviço de Protecção Civil e Bombeiros estão a mobilizar meios para apoiar as famílias atingidas pela chuva, e a trabalhar na remoção de árvores na via pública. dr
xxxx
Q
uinze casas de adobe ficaram parcialmente destruídas pela chuva que caiu entre os dias 3 e 5 deste mês, na cidade de Menongue, capital da província do Cuando Cubango. A informação foi avançada ontem, Segundafeira, à imprensa, pelo porta-voz do comando do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros da província do Cuando Cubango, Júlio Mu-
liata, quando apresentava o balanço dos estragos causados pela chuva, que caiu nos últimos dias na região. Disse que a chuva, acompanhada de fortes ventos, provocou ainda ferimentos ligeiros a um menor de três anos de idade, que já está recuperada. Referiu, que apesar da destruição parcial das 15 residências, nenhuma família ficou desalojada. Fez saber que a chuva provocou
danos nos bairros Pandera, Jubileu, Terra Nova, Tchindaca, Camumbué e o Boavida, zona periférica da cidade de Menongue. Para evitar mais prejuízos nesta época de chuva, o responsável aconselhou a população a fixar melhor as chapas do tecto, evitar construir em zonas de risco, bem como a evitar fazer uso de meios electrónicos durante os temporais, entre outras medidas.