Jornal OPaís edição 1719 de 17/01/2020

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PRESO INJUSTAmENTE EXIGE 100 mILHÕES KWANzAS dE INdEmNIzAÇÃO

PGR ANUNCIA REGIONALIzAÇÃO dOS SERVIÇOS

“Não consigo fazer mais nada. Perdi as minhas coisas todas, destruíram a minha vida”, disse Bonifácio Kuenha em entrevista exclusiva a oPAÍS. o cidadão em causa esteve preso após ser julgado e condenado a 20 anos de prisão pela suposta morte de Daniel Tchali (que apareceu vivo seis anos depois da sentença). No total, ficou sete anos na cadeia, por isso pede pelo menos 100 milhões de indemnização ao Estado, pelos danos causados. P.10

o procurador-geral da república, hélder Pitta gróz, anunciou, ontem, quinta-feira, em Ndalatando, no cuanza-Norte, a criação de coordenações regionais da Procuradoria geral da república (Pgr), com o objectivo de darem respostas céleres aos processos. 9 Director: José Kaliengue www.opaís.co.ao e-mail: info@opaís.co.ao @Jornalopaís facebook/opaís.angola

O DIÁRIO DA NOVA ANGOLA

Edição n.º 1719 Sexta-feira, 17/01/2020 Preço: 40 Kz

DANIEl MIgUEl7ArqUIvo

CINCO FUNCIONÁRIOS dO BPC dETIdOS POR FALSIFICAÇÃO dE mULTICAIXA

SOCIEdAdE: Os funcionários do Banco de Poupança e Crédito (BPC), no Moxico, foram

detidos, ontem, pela Polícia Nacional, acusados de falsificação de cartões multicaixa e furto de mais de setenta milhões de Kwanzas de contas de clientes. P. 12 “Os investidores britânicos devem saber mais sobre as possibilidades de investimento em Angola”

● londres acolhe, na Segunda-feira, 20 de Janeiro, a cimeira de Investimento reino Unido-África. Em entrevista a oPAÍS, a embaixadora do reino Unido em Angola, Jessica Mary hand, fala dos objectivos do evento e da necessidade de os investidores britânicos conhecerem mais sobre os investimentos no nosso país. P.20

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Confiança no Futuro

Angola procura segundo triunfo no Africano da Tunísia ● Ao vencer ontem a Nigéria por 30-24 no grupo B, a Selecção Nacional sénior masculina defronta hoje a líbia, às 14 horas, na cidade de radès. P. 26

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03/07/17

● Eclipsada nos últimos tempos, a organização que representa um compromisso do Estado Angolano perante a região austral do continente dá o primeiro passo para voltar à ribalta, depois de 7 anos de letargia, com a realização, no próximo dia 1 de Fevereiro, da sua primeira assembleia depois da última eleição dos órgãos directivos da organização em 2013. P. 8

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Em FOCO

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O PAÍS Sexta-feira, 17 de Janeiro de 2020

Ex-Presidente da república pode ter sido induzido em erro no caso 500 milhões lITo cAhoNgolo/ArqUIvo

O antigo Presidente da república, José Eduardo dos Santos, pode ter sido induzido em erro ao autorizar o Banco Nacional de Angola (BNA) a celebrar, em nome do Estado, um Acordo de Alocação e gestão de Activos com o consórcio Mais Financial Service e resource Project Partnership, lda que possibilitaria a transferência de mil milhões e 500 milhões de dólares para o exterior Paulo Sérgio

A

possibilidade de tal situação ter ocorrido foi aventada ontem, em Tribunal, pelo procurador-geral adjunto da República, Pascoal Joaquim, ao inquerir João Domingos Ebo, antigo assessor do então governador do BNA, Valter Filipe, ouvido na condição de declarante. João Ebo havia sido inicialmente arrolado no processo como argui-

do, mas, à medida em que os factos foram sendo esclarecidos na fase de instrução processual, o Ministério Público decidiu alterar a sua condição para declarante. Pascoal Joaquim instou-o a esclarecer por que razão enviaram uma carta ao ex-Titular do Poder Executivo, a partir de Londres (Inglaterra), pedindo autorização para celebrar tal acordo, informando que teriam, entre os dias 8 e 11, encontros de trabalho com os representantes do alegado Sindicato Bancário que disponibilizaria um fundo de 30 mil milhões de euros

ao país, sabendo, supostamente de antemão, que tais encontros não se concretizariam. João Ebo respondeu que a delegação BNA, de que fazia parte, liderada por Valter Filipe, recebia as informações relacionadas com os alegados promotores do fundo da parte da empresa angolana Mais Financial Service, representada por Jorge Guadens Pontes Sebastião. Declarou que ele, na qualidade de assessor do governador do banco central, face ao sentido de pressão notado para a assinatura do acor-

do, embora tivesse algumas dúvidas sobre os mecanismos de angariação dos 30 mil milhões de euros, sugeriu que o mesmo devesse ser assinado com a aprovação do então Chefe de Estado. “E que o [então] governador devesse diligenciar esforços para a obtenção de tal aprovação, mediante um ofício deferido pelo Presidente da República”, afirmou. É assim que a aludida carta, datada de 7 de Agosto de 2017, foi elaborada por si e aprovada por Valter Filipe, com algumas alterações, e, de seguida, enviada ao secretariado do gabinete do governador do BNA, a partir do qual, um dos estafetas fez chegar aos Serviços de Apoio ao Presidente da República. João Ebo e o seu superior hierárquico monitoravam as diligências a partir de Londres. Enquanto ele acompanhava a movimentação no BNA, Valter Filipe fez o mesmo, entrando em permanente contacto com Lito Cunha, então director do gabinete de José Eduardo dos Santos, no Palácio da Colina de São José. Garantiu que a carta fazia menção de que teriam uma reunião com o sindicato bancário, no quadro de um cronograma de acções que desenvolveriam naquele país, e fez-se acompanhar de toda a documentação relativa ao contrato que seria assinado, inclusive uma minuta do mesmo. desencontros com o alegado sindicato bancário Pascoal Joaquim retirou a carta do processo, com a anuência do juiz da causa, e disse que, em resposta, José Eduardo dos Santos escreveu: autorizo, no dia 10 de Agosto de 2017. O mesmo dia em que Valter Filipe fazia menção na carta como a data em que assinariam o acordo, depois de cumprirem determinados passos. “Se não tiveram contacto com nenhum sindicato bancário, por que razão não informaram ao antigo Presidente da República que tal não ocorreu, em vez de apresentarem aquilo que eventualmente o sindicato faria?” questionou o procurador. “João Ebo disse que, na sua qualidade de antigo assessor do ex-go-

vernador, sentido a pressão para a assinatura do contrato (…) tive a preocupação de que devíamos obter o conforto do então Titular do Poder Executivo para a assinatura do contrato”, respondeu. Indagado sobre qual o grau de confiabilidade das informações que prestaram a José Eduardo dos Santos na aludida carta, respondeu que estava preocupado a levantar dúvidas sobre o mecanismo de angariação dos 30 mil milhões de euros. A fiabilidade, nos termos da carta, cingia-se a informações referentes à minuta do contrato que receberam dos promotores, por intermédio da Mais Financial. “Tínhamos dúvidas de como é que nós, entregando 1,5 mil milhões de dólares, poderíamos trazer 30 mil milhões de euros para Angola”, confessou. “Como é que se assina acordo com um consórcio que não existe?” questionou o procurador, ao que o declarante respondeu que não tinha conhecimento de que o consórcio não existia juridicamente. Bangula Quemba, advogado de Jorge Pontes, protestou, alegando que a pergunta era bastante sugestiva, pelo facto de o procurador passar a mensagem de que o consórcio não estava ainda constituído. Convicto, Pascoal Joaquim reafirmou o que disse. O causídico retorquiu que se tratava de uma questão que já havia sido aclarada pelo seu constituinte e por Valter Filipe. No entanto, para não ficar vago na acta, manifestou que haveria de pedir esclarecimentos a esse respeito quando o declarante estivesse a depor na sua instância. Técnicos dizem que foram pressionados Questionado sobre de onde provinha a pressão que alegadamente sentiam, respondeu: “Eu, João Ebo, e o resto da equipa do BNA, com excepção do governador, fomos informados por ele que, de acordo com a Mais Financial, o contrato devia ser assinado no dia 10 de Agosto de 2017. Face a isso, sentimos que havia alguma pressão, embora não soubéssemos da sua origem, para a assinatura do mesmo”.


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4 dESTAQUES POLÍTICA. PÁG. 8 E Samakuva defende união para combater a corrupção.

SOCIEdAdE. PÁG. 10 caso “mortovivo” cidadão que ficou sete anos preso injustamente quer 100 milhões Kz de indeminização

CARTAz. PÁG. 14 Falta de rigor

gramatical nos textos musicais angolanos entre o “erro e a arte”

ECONOmIA. PÁG. 18 vera Daves quer

redução de gastos, mas melhorando resultados

o editorial

O PAÍS Sexta-feira, 17 de Janeiro de 2020

HOJE: os números do dia

Previsão do tempo

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essenta milhões de dólares é o valor que o Instituto Nacional de Meteorologia e geofísica (INAMET) prevê gastar na primeira fase da sua modernização e transformação, em curso há mais de um ano, anunciou o ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, José carvalho da rocha. Esta mensagem foi passada ao vice-presidente da república, que ontem visitou a instituição. o INAMET é dos institutos mais esquecidos do país, talvez porque quem manda acredite mais no poder dos sobas de travar ou trazer a chuva do que na ciência. E, em quanto é que a nossa economia e a nossa produtividade não ficam afectadas apenas porque os angolanos não estão educados a ter a previsão do tempo como elemento essencial dos seus planos?

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2,83 1,75

o que foi dito mUNdO . PG. 24 crecorde de 45 milhões de pessoas passam fome no Sul da África, diz oNU.

Continuaremos, nem que isso nos custe a vida, a defender e promover a paz, o diálogo franco e aberto” Filipe Nyusi Presidente de Moçambique

Novos médicos angolanos especializados em ginecologiaobstetrícia reforçam o sector da saúde, no município de Saurimo, província da lunda-Sul

É preciso menos reuniões e mais acções para a operacionalização do PIIM, tendo em conta o seu impacto na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos”

Norberto dos Santos governador de Malanje

mil e 135 vagas estão disponíveis em luanda para o ensino geral no ano lectivo 2020, cujo processo de matrícula iniciou na quintafeira e termina no dia 22 do corente mês

Por cento foi o registo que a província do Bengo teve no durante o mês de Dezembro no que se refere ao aumento de preços, segundo o Instituto Nacional de Estatística

milhões de toneladas de alimentos diversos foram colhidos pelas famílias camponesas pertencentes a algumas cooperativas

Pode haver algum atraso na aprovação do Pacote Legislativo Autárquico, mas defendo que deve existir vontade e determinação para a conclusão do trabalho” Liberty Chiyaka Deputado da UNITA


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O PAÍS Sexta-feira, 17 de Janeiro de 2020

e assim... José Kaliengue Director

Hoje no online de O PAÍS leia a entrevista com Luzia dumbo Aberdolai e saiba mais sobre a implementação de políticas públicas em Angola e o combate à criminalidade

E a culpa vai para...

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www.opais.co.ao Honduras : Nova caravana de imigrantes hondurenhos junta-se em San Pedro Sula, com a esperança de seguir caminho para os EUA, fugindo do desemprego, da pobreza e da violência de gangues e dos traficantes de droga que dominam uma vasta parte do pais (Dr)

o que vai acontecer Encontro Angola participa na 10ª Assembleia da Agência Internacional de Energia renovável (IrENA), em Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos. Trata-se de uma organização intergovernamental líder do mundo para questões de energias renováveis que se reúne anualmente, com 150 países e mais de 1.500 delegados, para analisarem assuntos sobre o sector prevendo adoptar um caminho energético seguro para a defesa do meio ambiente Segundo uma nota, a 10ª Assembléia, representa uma importante iniciativa para o alcance dos objectivos de Desenvolvimento Sustentável (oDS) estabelecidos pelas Nações Unidas, prevendo adoptar um caminho energético seguro

Comércio cerca de 20 empresas angolanas podem participar numa feira profissional, denominada “cidade das Soluções”, a decorrer, de 4 a 8 de Junho na cidade francesa de Bordéus, em paralelo com a cimeira ÁfricaFrança. Um comunicado da Embaixada da França emitido para anunciar o certame, indica que a participação de empresas nacionais nesse evento está ser promovida pelo clube de Empresários França-Angola (cEFA), em parceria com associações angolanas como a confederação Empresarial Angola (cEA), liga dos Empresários Angolanos (lIDE) e a Associação Industrial de Angola (AIA)

Cultura A tradição do povo lunda vai estar em evidência no pavilhão de Angola, na Expo Dubai, que se realiza de 20 de outubro de 2020 a 10 de Abril de 2021, nos Emirados Árabes Unidos, fruto de um trabalho de recolha de dados e imagens do património histórico e cultural da região, realizado em 2019. o chefe de departamento do gabinete Provincial da cultura da lunda-Norte, Josefo Fernando, disse que o trabalho de recolha foi realizado por uma equipa técnica multi-sectorial da cultura e alguns quadros locais e visa contribuir para a expansão da mesma dentro e fora do continente africano

Boxe A Selecção Nacional sénior masculina pode falhar o torneio de pré-olímpico de Dakar, no Senegal, a disputar-se de 20 a 29 do próximo mês. A prova é qualificativa aos Jogos olímpicos do Japão. o presidente da Federação Angolana de Boxe (FABoXE), carlos luís, disse que o comité o comité olímpico Internacional (coI) está a exigir o pagamento de uma quota destinada às despesas de participação. A quota está estimada em 70 mil dólares. Explicou que a Federação não tem condições para pagar esse valor. Por isso, está a solicitar apoios a entidades privadas. Se não conseguir pagar a quota até ao dia 20 deste mês, data estipulada pelo coI, Angola será afastada do torneio de acesso às olimpíadas

s jornaslistas. Estes, os jornalistas angolanos, são os culpados de tudo. São atacados até por jornalistas que alimentam interesses políticos ou de outro género, até económicos. Sim, entre jornalistas também há os que fazem sempre parte do banquete ou que andam na sua órbita, seja ele banquete económico, político ou social. Os jornalistas são apenas parte desta sociedade. Nos últimos dias, com as lutas lá de cima, alguns mais eufóricos, querendo ver correr sangue na outra parte, decidiram cair sobre os jornalistas, porque não investigam, porque fazem manchetes com quem não merece, porque isto, porque aquilo. Os jornalistas são apenas mediadores, os editores têm toda a liberdade de escolher as manchetes que entenderem e arcar com as consequências, se for o caso. Ponto. Depois, há a ilusão de que a profissão está agora num mar de rosas, maior engano não há. Em Angola mudou apenas o Presidente da República, tudo o resto, a maioria parlamentar, o Presidente do Parlamento, os vícios dos gestores públicos, a bajulação, serventilismo, tudo se mantém igual. Mesmo entre os contorcionistas que agora são as novas donzelas do puritanismo e da castidade, estão apenas a fazer o seu jogo de sempre. Passa pela cabeça de alguém que só por causa do “novo paradigma” as instituições já cedem informação a um jornalista que esteja a investigar um assunto? Doidice. Quem “são” as instituições? Irra! Mas, se algum “dirigente” ou algum dos que fazem opinião, etc., quiser assanhar-se e ir aos arames, já a dizer que as coisas mudaram, por favor, na página 6 deste jornal está o meu endereço electrónico, envie-me, SFF, a sua declaração de bens, para começar.

E também... dia Internacional do Fetiche - 17 de Janeiro de 2020 o Dia Internacional do Fetiche observa-se na terceira Sexta-feira do ano desde 2009. o dia surgiu no reino Unido em 2008, como Dia Nacional do Fetiche, mas foi adoptado e absorvido rapidamente por outros países à volta do globo, tornando-se numa data internacional.


6 Media Nova, S.A Presidente do Conselho de Administração Filipe correia de Sá Administradores Executivos luís gomes Paulo Kénia camotim Propriedade : Socijornal Depósito Legal: Nº 244/2008 Contribuinte: 5417015059 Nº registo estatístico: 48058

O PAÍS Sexta-feira, 17 de Janeiro de 2020

NO TEmPO dO KAPARANdANdA

Director Geral de Publicações: José Kaliengue jose.kaliengue@opais.co.ao

OPAÍS

Director: José Kaliengue Sub-Director: Daniel costa, daniel.costa@opais.co.ao Chefe de Redacção: Eugénio Mateus, eugenio.mateus@opais. co.ao Grande repórter: André Mussamo andre.mussamo@opais.co.ao Editorias : Política: Ireneu Mujoco ireneu.mujoco@opais.co.ao (Editor) Sociedade: Paulo Sérgio paulo.sergio@opais.co.ao (Editor) romão Brandão romao.brandao@opais.co.ao (Sub-editor) Economia luís Faria (coordenador-Editor) luis.faria@opais.co.ao Desporto: Sebastião Félix sebastiao.felix@opais.co.ao (Editor) Mário Silva mario.silva@opais.co.ao (Sub-editor) Cartaz: Jorge Fernandes jorge.silva@medianova.co.ao (Sub-editor) Redacção: Norberto Sateco, Alberto Bambi, Augusto Nunes, rila Berta, Miguel Kitari, Domingos Bento, Neusa Filipe, Afrodite Zumba, Milton Manaça, Antónia gonçalo, Maria Teixeira, Iracelma Kaliengue, Patrícia oliveira, Stela cambamba, Zuleide de carvalho (Benguela),Brenda Sambo, Maria custódia, Kiameso Pedro e Adjelson coimbra. Arte: ladislau Bernardo (coordenador) valério vunda (coordenador adjunto)lourenço Pascoal, Annette Fernandes, Nelson da Silva e Francisco da Silva. Fotografia: carlos Moco (Editor), Daniel Miguel (Sub-editor), Pedro Nicodemos, Jacinto Figueiredo, carlos Augusto, virgílio Pinto, lito cahongolo (repórteres fotográficos), rosa gaspar e Yuri dos Santos (Assistentes de Departamento) Revisão: António Setas Agências: Angop, AFP, reuters, getty Images

Assistentes de Redacção: Antónia correia, rosa gaspar, Inês Monteiro e Sílvia henriques Impressão e acabamento: DAMEr, S. A. luanda Sul, Edifício Damer Distribuição: Media Nova Distribuição Tel: +244 943028039 Distribuidora@medianova.co.ao pontodevenda@medianova.co.ao Assinaturas: Bruno Pedro Tel: +244 945 501 040 Bruno.Pedro@medianova.co.ao Online: Venâncio Rodrigues (Editor)Isabel Dalla e Ana gomes Sítio Online: www.opais.co.ao Contactos: info@opais.co.ao Tel: 914 718 634 -222 003 268 Fax: 222 007 754 Sede: condomínio AlPhA, Talatona- luanda. Tel: 222 009 444 república de Angola

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1893 -

17 de Janeiro de Morreu rutherford B. hayes, décimo nono Presidente dos Estados Unidos da América

17 de Janeiro de 1975 - Fidel castro, à

frente de um grupo de revolucionários, obteve a primeira vitória sobre Fulgêncio Baptista

1993 -

17 de Janeiro de o Papa João Paulo II apelou para que se cessasse os combates em Angola e que o processo de pacificação em Moçambique prosseguisse

CARTA dO LEITOR

A fila dos burros Se fosse no meu tempo de escola primária, prezado director do jornal OPAÍS, uma certa pessoa, apesar de mui digna, como a devemos tratar pelo cargo que exerce, seria mandada para a fila dos burros e obrigada a muita ortografia e cópias, além de ter de ler pelo menos seis páginas de um livro por dia. Parece cruel, é verdade, aos olhos deste novo tempo intelectualmente quase estéril, mas dava e deu muitos bons resultados. E faz falta, digo-lhe já. A indecência, quantas vezes involuntária a que chegaram os nossos concidadãos, forçará a que a dita personalidade se mantenha firme no seu “comprimício” com o cargo e suas mordomias e subleve a ética republicana e a moral que no meu tempo se chamava mesmo de vergonha, e que a levassem a resignar da função. Seria esperar em demasia, nem toda a gente chega a este raciocínio e nível de avaliação das suas próprias competências e dos

sinais externos. Contudo, convenhamos, não é a excelsa pessoa, requintada nos retoques e apuros à sua fisionámica aparência, caso único candidato à acima referida fila na sala de aulas. Não. Nem entre as nossas elites sociais e económicas, nem entre as culturais e muito menos entre as políticas, espaço em que, seguramente, entre colegas, muito provavelmente albergue ainda “mais número” do que os outros. Logo, quem censura quem? Qual é o termos de comparação? Francamente, estamos nós a falar da pasta da Educação nacional. Ou quem a nomeou está a nivelar por baixo as exigências, ou sabendo nós que filho de quem manda e tem não estuda em escola pública angolana, o que merecem os pobres é o que lhes é tão requintadamente servido, uma assunpção do Estado.

Luís Franklin Peixoto Luanda

Escreva para o Jornal OPAÍS através do e-mail info@opais.co.ao ou ligue para estes contactos Tel: 222 003 268 Fax: 222 007 754

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Investir na formação de capital humano é um factor de diferenciação para qualquer negócio. O programa Trainees foi lançado em Maio de 2019, com objectivo de identificar e capacitar jovens talentos nacionais, Licenciados, com Mestrado ou Pós Graduação em cursos de Gestão de Empresas, Contabilidade, Finanças, Matemática e Economia, para o mercado de trabalho no sector financeiro.

O processo de recrutamento e selecção teve a duração de 6 meses, e neste período recebeu mais de 1.500 candidatos. Os candidatos elegíveis passaram por testes de conhecimentos gerais, técnicos e de personalidade, tendo sido seleccionados 50 talentos nacionais. A partir de Fevereiro de 2020 daremos as boas-vindas aos 50 Trainees BFA, que irão começar um programa de formação rigorosa, para a sua integração nos quadros de Colaboradores do BFA. BFA pelo talento Angolano!


POLÍTICA

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O PAÍS Sexta-feira, 17 de Janeiro de 2020

Samakuva defende união para combater a corrupção lITo cAhoNgolo/ArqUIvo

O ex-presidente da UNITA, Isaías Samakuva, disse ser importante todas as forças vivas cerrarem fileiras para um combate eficaz contra a corrupção e a impunidade Maria Custódia

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amakuva, que falava à imprensa nesta Terça-feira, 14, depois de ter tomado posse como membro do Comité Permanente da Comissão Política (CPCP), órgão deliberativo deste partido, diz que a cruzada contra a corrupção decretada pelo Presidente da República, João Lourenço, deve

partir de dentro do seu partido, o MPLA. Reconheceu ser difícil João Lourenço estancar os actos de corrupção, começando pelo seu próprio partido, mas Samakuva entende como sendo essa a única saída. “Esta medida poderá ser um dilema grande para ele, mas há necessidade de ser feito”, disse o antigo líder da UNITA. “É preciso ter coragem, não só física, mas também política, acima de tudo, para que se alcance estes objectivos”, disse Samakuva. No seu entender, para se concretizar estes propó-

MISA-Angola inicia “renascimento” Eclipsada nos últimos tempos, a organização que representa um compromisso do Estado Angolano perante a região austral do continente dá o primeiro passo para voltar à ribalta, depois de 7 anos de letargia

Ireneu Mujoco

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Instituto de Comunicação Social da África-Austral em A n g ol a(M i s aAngola) realiza, no próximo dia 1 de Fevereiro de 2020, a sua primeira assembleia depois da última eleição dos órgãos directivos da organização em 2013. Segundo uma convocatória,

datada de 13 de Janeiro e assinada pelo presidente da mesa da assembleia geral, Salvador Freire, o encontro do primeiro dia de Fevereiro resulta da necessidade do estabelecimento de um “programa de reanimação e relançamento da organização, incidindo no cronograma de admissão de novos membros e a renovação de mandatos dos órgãos”. Desde a eleição do presidente do conselho de governadores, Alexandre Neto Solombe, e restantes órgãos directivos do Misa-Angola, em Abril de 2013,

Jornalista Salvador Freire

Ao longo de 2019 duas tentativas de convocação de assembleia da organização não terão sido bem-sucedidas e desde essa data os órgãos “mergulharam numa certa letargia”

que não se realiza qualquer reunião do género. Se fossem respeitados os princípios estatutários neste intervalo, a instituição teria realizado, no mínimo, duas assembleias/ano e um pleito eleitoral de renovação dos seus órgãos. Ao longo de 2019 duas tentativas de convocação de assembleia da organização não terão sido bem-sucedidas e desde essa data os órgãos “mergulharam numa certa letargia”, que ajudou a eclipsar a sua presença na esfera pública angolana. A convocação deste encontro resultou do encorajamento que o presidente da messa assembleia-geral recebeu dos poucos membros e defensores dos direitos humanos e garantia do exercício do pluralismo de expressão e do desenvolvimento da comunicação social, com base no que os estatutos lhe conferem. Na última assembleia reali-

sitos, além do apoio do seu partido, o Presidente da República devia contar com o apoio dos partidos políticos da Oposição, da sociedade civil, entre outros. Forças de bloqueio Apesar de alguns resultados palpáveis no combate à corrupção e à impunidade, a luta contra os crimes de “colarinho branco” tem sido difícil, por haver “forças de bloqueio, segundo o antigo líder do partido do “galo negro”. Avançou que as alegadas “forças de bloqueio” são pessoas poderosas que envolveram-se neste processo de corrupção a que o próprio Presidente se referiu numa determinada ocasião. Refira-se que Isaías Samakuva foi líder da UNITA de 2003 a 2019, em substituição do presidente-fundador Jonas Savimbi, morto em combate a 22 de Fevereiro de 2002 no Moxico. Deixou a liderança desta força política no ano passado, com a eleição de Adalberto Costa Júnior no XIII Congresso ordinário realizado de 13 a 15 de Novembro do ano passado.

zada em 2013 participaram pouco mais de duas dezenas de membros com quotas pagas e direito de voto. Refirase que uma significativa parte de membros do Misa-Angola deixou de estar engajada na vida da organização no país que tem sido marcada por repetidas falhas, tanto no interior dos órgãos eleitos como entre as equipas que se vão sucedendo na liderança. A quase permanente situação de conflito na organização motivou em algumas ocasiões a suspensão de Angola dos órgãos regionais, de onde continuam a chegar apelos para uma maior e melhor organização funcional do Misa local. O Misa-Angola existe desde 1996 e é representante do Instituto de Comunicação Social da África Austral (Misa Regional) criado em 1992, em Windhoek, Namíbia, com o objectivo de promover e defender a liberdade de imprensa, dando passos apropriados onde ela é violada e procurar remover os obstáculos ao fluxo livre da informação.


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O PAÍS Sexta-feira, 17 de Janeiro de 2020

Pgr anuncia regionalização dos serviços

O procurador-geral da República, hélder Pitta gróz, anunciou, ontem (quinta-feira), em Ndalatando (cuanza-Norte), a criação de coordenações regionais da Procuradoria geral da república (Pgr) com o objectivo de darem respostas céleres aos processos AF_ Imprensa 276x177.8mm Jornal O Pa’ s.pdf

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1/10/20

5:42 PM

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m declarações à imprensa, no quadro de uma visita de 24 horas à província, disse que está já em fase de conclusão a operacionalização da coordenação da Região Norte, cuja sede ficará na província do Cuanza-Norte e congregará as provín-

cias do Bengo, Malange, Zaire, Uíge e Cabinda. A província da Huíla será a sede da coordenação da Região Sul, que entrará em funcionamento logo a seguir a do Norte. Hélder Pitta Gróz afirmou que a ideia é permitir que os cidadãos tenham uma resposta rápida e eficaz dos serviços do órgão, para além de aproximar mais a PGR às comunidades. A coordenação da PGR para a Região Norte, informou, será dirigida pelo procurador-geral-adjunto João Luís de Freitas Coelho, que terá a missão de fiscalizar a actividade desenvolvida pelas referidas províncias, promover trabalhos conjuntos e projectar ciclos de formação para os magistrados. Em face disso, nesta sua visita a província do Cuanza-Norte, o alto magistrado do Ministério Público fez-se acompanhar pelos procuradores das províncias do Bengo, Malange, Zaire, Uíge e Cabinda, que estão já a trabalhar na verificação de processos que exigem

uma intervenção de forma alargada, sobretudo os casos mediáticos de peculato. Agenda No cumprimento da agenda da sua visita de trabalho, Hélder Pitta Gróz manteve encontros com o juiz presidente do Tribunal da Comarca do Cazengo, com o delegado do Ministério do Interior e com magistrados militares. A agenda do procurador-geral da República incluiu a auscultação das preocupações dos funcionários e técnicos administrativos do sector. A Procuradoria Geral da República no Cuanza-Norte funciona com 17 magistrados, distribuídos por quatro dos dez municípios da província, Cazengo (sede), Cambambe, Golungo-Alto e Ambaca, este último com a jurisdição alargada para os municípios de Samba-Cajú, Quiculungo, Bolongongo e Banga. PUB

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O PAÍS Sexta-feira, 17 de Janeiro de 2020

Caso “morto-vivo”

cidadão que ficou sete anos preso injustamente quer Kz 100 milhões de indemnização “Não consigo fazer mais nada. Perdi as minhas coisas todas, destruíram a minha vida”, disse Bonifácio Kuenha em entrevista exclusiva ao jornal oPAÍS. o cidadão em causa esteve preso após ser julgado e condenado a 20 anos de prisão pela suposta morte de Daniel Tchali (que apareceu vivo, seis anos depois da sentença). No total, ficou sete anos na cadeia, por isso, pede pelo menos 100 milhões de indemnização ao Estado pelos danos causados Romão Brandão

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onifácio Kuenha foi condenado pelo Tribunal Provincial do Bié a 20 anos de prisão no ano de 2013. No ano transacto, passados seis anos desde a sentença, a suposta vítima mortal apareceu viva e o acusado, depois de algum tempo de espera, foi posto em liberdade provisória. Dada a demora na averiguação da história da ausência da suposta vítima mortal, Bonifácio acabou completando sete anos na prisão. Em entrevista ao jornal OPAÍS, ontem, Bonifácio Kuenha contou que “nada vai bem” na sua vida. Não consegue retomar a vida anterior, perdeu todas as suas coisas, o terreno e a casa. “Parte das coisas, a família do morto-vivo, enquanto estava na cadeia, vendeu para custear o óbito. Estou desempregado, já não tenho casa e dependo da caridade dos familiares”, conta. Para além de o dinheiro da venda de suas coisas ter sido usado para custear o óbito, serviu também para os gastos relacionados com o acompanhamento do caso em tribunal. O interlocutor, agora com 28 anos, tem cinco filhos, estes que já não consegue sustentar, pelo que estão a viver com a sua esposa – que pediu a separação quando Bonifácio completou três anos na cadeia. Acha que para recuperar a sua vida, a indeminização ajudaria bastante, pelo que quer que sejam pelo menos 100 milhões de Kwanzas. “O tribunal, até agora, não diz nada. Acho que aqui no Bié não irão resolver o problema, talvez em Luanda. Só para ter noção da lentidão deste tribunal, na altura em que o Daniel Tchali apareceu eu tinha

Bonifácio Kuenha (à esquerda), o cidadão condenado a 20 anos de prisão pela morte de Daniel Tchali (à direita) - que apareceu “vivinho da silva”, seis anos depois

apenas três anos de cadeia, mas o caso estendeu-se ao ponto de só ter sido posto em liberdade depois de completar sete anos”, lamentou. Pelo facto de ter sido lesado pelo Estado, o cidadão defende que este deve também arranjar alguma oportunidade de emprego para si. “Nesta hora (14h) que falo consigo, estou em casa, sem nada para fazer. Sem poder ver os meus filhos, sem mulher, sem casa e sem emprego. Estou destruído e preciso de recomeçar a minha vida”, enfatizou. Questionado sobre como está a relação com Daniel Tchali (inicialmente dado como morto, que seis anos depois veio ilibá-lo), Bonifácio Kuenha disse que está boa, continuam amigos, embora o primeiro esteja a

viver na sua aldeia e o segundo na cidade do Cuito. Não têm tido contacto pessoal, mas Bonifácio disse que não guarda qualquer rancor pelo que aconteceu, e já o perdoou. Estamos à espera da notificação do T. Supremo Contactado o advogado de Bonifácio, Enoque Casongo Chivangue, que foi constituído por via da Ordem dos Advogados do Huambo para prestar o patrocínio jurídico à família do acusado, disse que o réu está em liberdade provisória porque o recurso diz que o Tribunal do Bié terá de revisar a decisão. “Depois de revisarem a decisão é que o réu estará em liberdade definitiva. Fizemos uma carta dirigida ao Tribunal Su-

“Parte das coisas, a família do mortovivo, enquanto estava na cadeia, vendeu para custear o óbito. Estou desempregado, já não tenho casa e dependo da caridade dos familiares”

premo a reclamar, porque há muita coisa a mudar, e até agora o tribunal colegial não notificou as partes para que o último julgamento saia”, disse. Enquanto o Tribunal não decidir definitivamente, o pedido da indemnização fica condicionado, segundo o interlocutor. O Ministério Público entende que

o facto de ter havido um morto e não existir uma explicação clara, pressupõe-se que Bonifácio seja o suposto causador. “Está-se a fazer uma nova investigação do processo que trará novos elementos que podem agravar, ou não, a situação do réu. Por isso, o tribunal ainda não se pronunciou”, rematou.


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Um caso insólito 191212_Anuncio_JP_276x177,8.pdf

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12/12/2019

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crime terá acontecido, segundo o que consta nos autos, na fazenda agropecuária da empresa A.C.T., na localidade de Bugalho, comuna do Kunje, município do Cuito, em 2012, ao tempo em que se comemorava o Dia Internacional da Criança (1 de Junho). A então vítima mortal era Daniel Tchali. Assim, acusados, pronunciados e julgados pelo crime de homicídio, sob o processo 405/013-2ªB, no Tribunal Provincial do Bié, em primeira instância, os réus Sabino Henda, Daniel Ngueve, Gabriel Bule, todos cúmplices, foram absolvidos, enquanto Bonifácio Kuenha, autor material, foi condenado a 20 anos de prisão. Num documento a que o Jornal OPAÍS teve acesso, datado de 10 de Abril de 2019, o Tribunal Provincial do Bié confirma que Bonifácio Kuenha foi condenado àquela pe-

na no dia 29 de Agosto de 2013, por este ter confessado o crime em audiência de julgamento. Bonifácio Kuenha passou então a cumprir a pena, mas no ano de 2018 o tribunal que o condenou em primeira instância tomou conhecimento de forma oficiosa que a vítima nos autos, Daniel Tchali, estava viva, algures no município de Catabola. O desaparecimento de daniel Daniel Tchali e Bonifácio Kuenha eram colegas na fazenda que consta nos autos, e, a dada altura, o primeiro elemento terá desviado e vendido alguns porcos numa aldeia próxima da fazenda. Com medo de ser preso, Daniel pôs-se em fuga e pelo caminho encontrou-se com um grupo de chineses, num camião, que precisavam de pessoas para trabalhar como ajudante, no Moxico. Ficou

a trabalhar no Moxico, quando no Bié era dado como desaparecido e, depois, morto. Nos autos consta que depois do desaparecimento do suposto morto foram feitas buscas na fazenda e encontraram, no matagal, ossadas enterradas e perto desta um casaco de Daniel. Essas ossadas foram elementos suficientes para se concluir que Daniel tinha sido morto, dado o tempo que ficou desaparecido, e que o culpado era Bonifácio, acusado de o ter espancado até à morte. Depois de terminado o contrato, no Moxico, Daniel decide voltar e é visto por um dos seus familiares, numa praça. Explicaram-lhe a situação e foi sensibilizado a fim ir ao tribunal porque o seu colega estava preso supostamente por o ter ‘matado’.

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SOCIEdAdE

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Detidos funcionários do BPc por falsificação de multicaixa

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inco funcionários do Banco de Poupança e Crédito (BPC), no Moxico, foram detidos, ontem, pela Polícia Nacional, acusados de falsificação de cartões multicaixa e furto de mais de setenta milhões de Kwanzas das contas de clientes A falsificação de multicaixa, segundo a PN, permitiu que os cinco funcionários retirassem um total de 74.000.000 Kz das contas da Repartição Fiscal de Luanda. A detenção ocorreu por denúncia feita pela Agência do BPC Luena, tendo os acusados sido encaminhados ao SIC sob mandado de captura. Os cinco funcionários, solteiros, com idades compreendidas entre os 33 e 39 anos, são ainda acusados do crime falsificação de outros escritos, peculato e fraude. Aristófanes dos Santos é quadro sénior da Polícia Nacional, neste momento exerce o cargo de comandante de Benguela, depois de ter passado pela Lunda-Sul

comandante de Benguela aborda segurança pública em livro O comissário Aristófanes dos Santos, comandante da Polícia Nacional em Benguela, lança hoje, 17 de Janeiro, no Memorial António Agostinho Neto, a sua mais recente obra literária de cariz científico, intitulada “Segurança Pública - legislação complementar - Breves comentários”

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livro, com 368 págicnas, é um material de apoio direccionado às pessoas que se preocupam com matérias de segurança, particularmente os licenciados em ciências policiais, os juristas, sociólogos, especialistas que lidam com questões de segurança interna, académicos, entre outros. Numa entrevista concedida ao GCII/MININT, o também professor universitário disse que a ideia da obra aparece com o intuito de

facilitar aos operadores da segurança pública informação sobre a legislação. “Quando concebemos esta obra, pensamos numa ferramenta que [olhasse] a um conjunto de normativos legais que orientam toda a actividade de segurança interna, facilitando, deste modo, a consulta, interpretação e a operacionalidade destas normas na actividade profissional e não só”. A obra comporta uma primeira parte de conceitos e abordagem da actuação policial em de-

O livro será comercializado ao valor de 7 mil Kwanzas e, nesta primeira fase, estarão disponíveis apenas 1000 exemplares

mocracia; conceitos essenciais para a compreensão do tema segurança pública. Polícia, modalidades e tipos de Polícia, surgimento da Polícia Angolana, Polícia e Sociedade democrática - Desafio Ético e Direitos fundamentais. O livro será comercializado no valor de 7 mil Kwanzas e, nesta primeira fase, estarão disponíveis apenas 1000 exemplares. Aristófanes dos Santos é quadro sénior da Polícia Nacional, onde já desempenhou e desempenha funções de relevo, como Porta-Voz, director de Estudos, Informação e Análise do Ministério, delegado do MININT e comandante provincial da Polícia Nacional na Lunda-Sul e, neste momento, é o delegado e comandante provincial de Benguela.

Caçador mata cidadão que confundiu com veado

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m Cabinda, o Serviço de Investigação Criminal deteve, na manhã do dia 15 de Janeiro, um caçador que, em plena caça isolada, atingiu mortalmente um cidadão que em vida se chamou M’paka. O crime aconteceu nas matas da aldeia de Nkaca, município sede, na província de Cabinda. Questionado pelos agentes do Serviço de Investigação Criminal, o cidadão disse que durante a caça, actividade de sobrevivência que exerce há algum tempo, terá visto um animal selvagem com características similares, pelo que disparou, sem saber que matou um homem. O suposto autor do disparo, que se encontra detido, será presente ao digno magistrado do Ministério Público para os passos subsequentes, enquanto o corpo do malogrado foi removido para a morgue do hospital regional de Cabinda, onde aguarda por enterro.



CARTAz seu suplemento diário de lazer e cultura

Falta de rigor gramatical nos textos musicais angolanos entre o “erro e a arte” Dominantes da língua consideram a falta de rigor gramatical na linguagem musical angolana um abuso a quem não saiba falar bem o Português ou desconheça as regras gramaticais. Entretanto, há quem defenda que é admissível cantar dessa forma, por se tratar de uma expressão artística. Porém, um professor de Música discorda e diz que é possível ser livre artisticamente respeitando a gramática

E o professor de Língua Portuguesa e autor do livro “Ensaboado & Enxaguado”, José Carlos de Almeida “Joseca”, responde que determinados cantores actuam desta maneira por uma questão de populismo. O interveniente da reportagem de O PAÍS continuou, dizendo que a intenção destes cantores é de fazer com que as pessoas se sintam identificadas com a música, o que, a seu ver, é desnecessário e acaba por marginalizar as mesmas. “Já imaginamos se começarmos a imitar os erros dos nossos amigos?”, perguntou retoricamente o professor Joseca Makiesse.

Adjelson Coimbra

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m o r é , amoré, Esta mos a casaré, Deus vai abençoaré, nada de mal vai aconteceré”. Este é um excerto da música intitulada “Casamento”, do cantor

C4 Pedro, onde se pode observar a falta de rigor gramatical, quer na escrita como na fonética e fonologia na Língua Portuguesa. “Vou se baté no chão, ninguém me põe a mão”, é um outro o trecho de uma música nacional, desta vez assinada pelo cantor Yuri da Cunha, intitulada “E Tudo Mudou”, em que se verifica a mesma falta de rigor linguístico. Ao invés disto, C4 Pedro podia

“Determinados cantores actuam desta maneira por uma questão de populismo”

cantar sem acrescentar sons ao fim de cada verbo, que se encontram no modo infinitivo. E Yuri da Cunha podia substituir o pronome pessoal reflexivo “se” por “me” e bater-se no chão à vontade. Adiante, como eles, há um universo muito vasto de músicos angolanos que canta desta forma. No meio disto, surge uma questão: por que razão cantam eles desta forma?

Nível corrente é o adequado José Carlos de Almeida aconselhou os cantores a usarem o nível de linguagem corrente, já que a intenção destes artistas é a de serem percebidos. “Quando nós falamos de forma corrente, todas as pessoas vão entender, porque a música tem de ter alguma generalidade de pessoas. Se usarmos o português corrente, toda gente vai entender e se sentir generalizada”, acrescentou. “O que nós devemos pedir é que os cantores cantem de acordo a língua portuguesa: amar, beijar, acarinhar, brincar. Isso é que é português, sem a necessidade de se dizer ‘beijaré’, ‘amaré’. E como eles não falam assim, acabam por não ser coerentes”, frisou. Crivo da Comunicação Social De acordo com Joseca, a consequência que advém deste populismo “é que as pessoas ficam com a convicção de que a música, embora tenha erros, por ser gravada e por passar na rádio e televisão, dá a sensação de que seja a forma


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Deu o exemplo de quando foi assistir a um jogo do 1.º D’Agosto, seu clube, e ouviu pessoas dizerem “vuvuzela”, quando se referiam a um instrumento de sopro. Na verdade, conta, esse termo popularizou-se por influência do jornalista e apresentador da TPA Ernesto Bartolomeu, que usou o termo quando fazia a cobertura do Mundial da África do Sul. “O termo correcto é corneta”, rematou.

Excerto da música “Meu Marido”

Yuri da Cunha, na música “E Tudo Mudou”

“Amor a Mwangolé” de Eddy Tussa

correcta e muitos acabam por falar dessa maneira, sob influência da música”, explicou. Para o autor de Ensaboado e Enxaguado, o que se passa na Comunicação Social acaba por influenciar as pessoas, e nasce a necessidade de se filtrar os conteúdos.

“Isso não constitui uma falta de rigor gramatical na linguagem musical” Por seu turno, o linguista Kambolo Tiaka-Tiaka não considera falta de rigor na linguagem musical os cantores dizerem “amoré” ao invés de “amor”. Segundo o especialista, a música tem uma gramática própria, que pode servir de instrumento didáctico para quem esteja a aprender uma segunda língua. A música, no seu entender, tem essa característica, mas, nem todas devem servir como instrumento ou material de apoio desta ou daquela língua. “É verdade que os músicos devem preocupar-se com o código linguístico normativo e do ponto de vista linguístico temos a norma real e a norma ideal. A real é como nós estamos a falar. O músico geralmente tem um grupo alvo e a medida que vão cantando, cantam para aquele grupo alvo. E é muito normal essa adicção de uma letra no fim da palavra”, explicou. Crianças podem ouvir músicas desta natureza, diz linguista O linguista Tiaka-Tiaka considerou normal uma criança ouvir músicas que estejam em falta de rigor gramatical, pelo facto de os pais estarem aí para as auxiliar. “Trata-se de música. Não devemos imitar o que as músicas nos passam e a criança na escola e no meio em que estiver inserida, vai poder seleccionar o nível de linguagem a falar”, disse. O especialista deu exemplo da sua filha, que grafava a palavra “quero”, com “K”, por influência do supermercado, mas ele, ao tomar nota, como pai, teve de intervir e explicar-lhe a maneira certa de escrever essa palavra. Incoerência nas formas de tratamento Apesar de estar numa posição diferente da do primeiro interveniente, Kambolo Tiaka-Tiaka, disse que muitas vezes os cantores têm pecado ao cometer alguns erros de incoerência nas formas

O que nós devemos pedir é que os cantores cantem de acordo com a língua portuguesa: amar, beijar, acarinhar, brincar. Isso é que é português, sem a necessidade de se dizer ‘beijaré’, ‘amaré’” Professor de Língua Portuguesa e escritor José Carlos de Almeida

O Konde canta na música ‘Você’: ‘A ti eu dava, faltei de te procurar’, depois diz ‘Me diga’, ao invés de ‘me diz ou diz-me’. Ainda diz, ‘Cadê você?’. ‘Eu sempre te falei que na minha casa é só você’. São algumas incoerências na forma de tratamento” Linguista Kambolo Tiaka-Tiaka

Eu acho que os nossos cantores usam essas muletas para mais fácil alcançarem certas comunidades. Infelizmente, acabam destruindo as pessoas com essas muletas gramaticais” Professor de Canto no ISART, Bruno Neto

de tratamento, ou seja, começam uma música a usar o “tu” e depois terminam a usar o “você”. “O Konde, por exemplo, canta na música ‘Você’: ‘ A ti eu dava, faltei de te procurar’, depois diz ‘Me diga’, ao invés de ‘me diz ou diz-me’. Ainda diz, ‘Cadê você?’. ‘Eu sempre te falei que na minha casa é só você’. São algumas incoerências na forma de tratamento”, descreveu. O linguista ainda citou a música Isabel, de Kueno Aionda, e fez menção do trecho “podes contar comigo como teu marido, mas diz que esqueça essa cena”, onde se verifica o tratamento de Tu e Você. “A língua não é sólida, a língua é líquida e toma forma em função do seu recipiente”, metaforizou. Erros gramaticais não embelezam músicas Por sua vez, o professor de Canto e Teoria da Música no Instituto Superior de Artes (ISARTE), Bruno Neto, disse que os erros gramaticais nas músicas não as embeleza. “Eu acho que os nossos cantores usam essas muletas para mais fácil alcançarem certas comunidades. Infelizmente, acabam destruíndo as pessoas com essas mu-

letas gramaticais, que de forma alguma se as retirarem da música perderia o sentido. Existem outras formas de fazer chegar a mensagem sem se distorcer as normas gramaticais”, opinou. Segundo o professor, há outras formas de se fazer música, evitando esses erros. A título de exemplo, mencionou os melismas, que prolongam as terminações sonoras das palavras. “Podemos parar de cantar ‘amoré’ e com a técnica do melisma cantar ‘amoooooor’ (sensação de frequência)”, exemplificou cantando. Por outro lado, o professor de Canto afirmou que em Angola, quando alguém faz algo e o público abraça, muitos vão imitando. “E aqui alguém cantou ‘amoré’, ‘mamã wé’ e todo mundo começou a seguir a linguagem como algo normal”, apontou. Outrossim, acrescentou que para ele, isso soa a falta de criatividade e de forma alguma ajuda no crescimento intelectual daqueles que ouvem. “Isso traz consequência para todo mundo. Os cantores acabam por se viciar. E diminuem as suas capacidades de criação. Pa-

ra os ouvintes, por ouvir sempre a mesma coisa, o subconsciente grava e depois começam a reproduzir. Acabamos por minar o subconsciente da pessoa porque são essas músicas que mais tocam”, lamentou. Escusado de dizer nomes, o professor Bruno Neto avançou que os cantores que fazem músicas do género com frequência “são os que dizem fazer Semba e Kizomba”. “Não vemos um cantor na dimensão de Filipe Mukenga, Gabriel Tchiema, Totó a cantar ‘amoré’. São músicos que a sua veia artística é extremamente diferente e o público-alvo acaba sendo mais abrangente, mas nós os consumidores é que queremos associar com o elitismo, enquanto eles cantam para todo mundo”, concluiu. Entretanto, fica-se com a sensação de que a falta de rigor gramatical nas músicas angolanas esteja entre o “erro e a arte”, sendo que a ausência desta rispidez na linguagem pode por um lado ser admitida, cabendo ao ouvido saber filtrar e, por outro, atendendo ao contexto socio-linguístico de Angola.


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CARTAz

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Religião

ICCA reúne 60 mil assinaturas para reconhecimento no Ministério da Cultura Visando a sua legalização junto da autoridade competente, esta congregação diz ter já as assinaturas exigidas por lei para o seu reconhecimento Ireneu Mujoco

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Igreja de Coligação Cristã em Angola (ICCA) realiza no dia 15 de Fevereiro de 2020, em Luanda, a sua 12ª assembleia geral ordinária, durante a qual fará a apresentação das novas linhas de acção para o seu reconhecimento definitivo pelo Ministério da Cultura (Mincult). A informação foi avançada a OPAÍS pelo presidente desta coligação, que congrega 900 igrejas não reconhecidas, reverendo Antunes Huambo, cujo encontro vai reunir mais de 700 entidades eclesiásticas oriundas dos 164 municípios. O responsável explicou que o encontro servirá para aferir a autenticidade das 60 mil cópias de Bilhetes de Identidade recolhidas aos seus fiéis para o reconhecimento desta igreja junto do Ministério da Cultura (Mincult), com base na Lei 12/19,

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Chadwick Boseman é um detective da polícia de Nova Iorque que tem de capturar os responsáveis pelas mortes de vários polícias. O detective vê-se envolvido numa complicada e inesperada conspiração. Kilamba Sala 4 13:00 - 15:20 - 17:40(2) - 20:20(2) - 22:40(1) Nova Vida Sala 2 13:00 - 15:20 - 17:40(2) - 20:20(2) - 22:40(1) Talatona Sala 1 13:00 - 15:20 - 17:40(2) - 20:20(2) - 22:40(1) (1)

Apenas dias 20 e 21 de Dezembro (2) Excepto dia 24 de Dezembro

Lei de Liberdade de Religião e Culto. Informou que, em cumprimento da exigência do Ministério da Cultura, cada província deverá apresentar mil assinaturas, perfazendo um total de 18 mil assinaturas em todas as províncias, sendo que as demais devem ser apresentadas a nível central. Durante o encontro, segundo Antunes Huambo, serão também feitas algumas reestruturações nas direcções centrais e provinciais.

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Será também analisado em profundidade o funcionamento da Juventude Religiosa de Angola (JRA),um fórum que reúne organizações juvenis da igrejas que formam a ICCA, bem como a sua revitalização.

“ Gostaríamos que, desta vez, as pessoas que estão a frente estejam imbuídas de boafé para que reconheçam a nossa igreja”

Reconhecimento Antunes Huambo disse estar confiante que a congregação que dirige vai ser reconhecida, se “houver honestidade de quem decide”. Segundo o entrevistado, a ICCA foi criada sob orientação do Presidente da República cessante, cujo objectivo era o de estabelecer uma nova ordem eclesiástica, ou seja, reunir as igrejas não reconhecidas numa única, para se colocar fim à proliferação das seitas. O religioso deplorou o facto de até ao momento a mesma não ter sido reconhecida pelo Ministério da Cultura, doze anos depois da sua fundação, por razões que disse desconhecer. Explicou que a ICCA foi a primei-

ra plataforma religiosa a ser criada no país, e estava prestes a ser reconhecida pela autoridade competente, mas por alegadas razões inconfessas de quem decide, o processo foi cancelado. “Gostaríamos que, desta vez, as pessoas que estão a frente estejam imbuídas de boa-fé para que reconheçam a nossa igreja”, disse o líder da ICCA, para quem a falta de reconhecimento está a privar a profissão da fé dos seus fiéis.

Denunciou que as igrejas da ICCA na província de Cabinda foram encerradas há mais de um ano pelas autoridades locais, enquanto nas restantes continuam a rezar sem nenhum impedimento. Disse que foram feitos vários contactos para a reabertura das mesmas, mas sem sucesso, deplorou, reforçando que os seus fiéis estão a ser penalizados espiritualmente, pelo que apelou o bom senso de quem decide para a sua reabertura.

PATRImÓNIO

TURISmO

RECUPERAÇÃO

CINEmA

Executivo cumpre recomendações da Unesco

Administradora de Mbanza Kongo acredita no fomento do turismo cultural

Um ano e meio depois da overdose, Demi Lovato irá regressar aos palcos nos Grammys

Um filme político e o escândalo da religião na nova longa-metragem de Terrence Malick

O Executivo está empenhado no cumprimento das recomendações da Unesco em relação ao centro histórico da cidade de Mbanza Kongo, elevada a património mundial a 8 de Julho de 2017. Essa afi rmação foi feita esta semana, em Mbanza Kongo, província do Zaire, pela ministra da Cultura, Maria da Piedade de Jesus, durante a cerimónia de apresentação da proposta do regulamento e o plano urbanístico para o centro histórico desta cidade, antiga capital do Reino do Kongo.

A apresentação esta semana da proposta do regulamento e o respectivo plano urbanístico do centro histórico de Mbanza Kongo, província do Zaire, vai contribuir no fomento do turismo cultural, afirmou a administradora municipal, Nzuzi Makiese.

Demi Lovato irá regressar este mês aos palcos, para uma actuação na cerimónia de entrega dos prémios Grammy. A cantora anunciou a sua presença no evento através das redes sociais, publicando uma fotografia sua com a mensagem “eu disse-vos que quando voltassem a ouvir falar de mim, estaria a cantar”. Este será o primeiro concerto de Demi Lovato desde a sua hospitalização, em Julho de 2018, devido a uma sobredose de drogas. Em Novembro, Lovato falou sobre os problemas pelos quais passou em entrevista à Teen Vogue: “foi um ano muito introspetivo para mim. Aprendi muito e passei por muito”, disse.

O mais recente filme do americano Terrence Malick, Uma Vida Escondida, esteve, em Maio do ano passado, na secção competitiva do Festival de Cannes. Genericamente, foi recebido com uma discreta falta de entusiasmo que vale a pena relembrar. Não está em causa a legitimidade dos contidos juízos de valor que suscitou; o certo é que tudo parecia resumir-se a um bizarro problema “conceptual”. Dito de outro modo: em relação aos filmes anteriores, Malick estaria demasiado “igual” ao seu próprio universo...

Ao intervir no acto de apresentação do referido plano urbano, cuja cerimónia foi orientada pela ministra do Ordenamento do Território e Habitação, Ana Paula de Carvalho, a administradora considerou-o ser uma ferramenta indispensável, pois, para além de permitir maior rigor na preservação dos bens culturais, irá também alavancar o turismo cultural.



ECONOmIA

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vera Daves quer redução de gastos, mas melhorando resultados Performance das contas públicas depende do comprometimento, disciplina e rigor dos responsáveis ministeriais e de unidades orçamentais, para a consolidação fiscal Dr

Norberto Sateco

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ministra angolana das Finanças, Vera Daves, considerou imperioso, no actual contexto económico que o país atravessa, e necessário imprimir maior criatividade, mostrando os benefícios das propostas. Vera Daves falava ontem na abertura do Conselho Consultivo do ministério por si liderado e defende que os gestores ministeriais, de forma transversal, consintam sacrifícios visando a obtenção de melhores resultados na nobre missão da consolidação fiscal. “Mais disciplina e rigor na acção diária. Temos que ter em foco, obviamente que emergências surgem, mas não podemos, ao longo do caminho, ir reinventando a visão do líder”, sublinhou a titular da pasta das Finanças, tendo chamado a atenção sobre um conjunto de várias coisas feitas que, por não terem um eixo condutor, o seu resultado não chega a ser sentido pela população. A governante reconheceu a magnitude das dificuldades existentes fruto das necessidades, mas advogou a necessidade de manter a disciplina resistindo a distracções ao longo do caminho. “É uma situação difícil, porque são muitas as necessidades, e quando isso acontece, a tentação da dispersão é grande”, disse Daves, tendo classificado a cultura do serviço como sendo um dos valores fundamentais que deve nortear os altos responsáveis do seu pelouro, de modo a reflectir-se positivamente na reforma do Estado, no crescimento económico e, por conseguinte, na sociedade. Apelou para o equilíbrio permanente da pressa de concretizar e “o vagar que temos que ter para fazer bem as coisas”, embora entenda que não deva ser uma exigência do sector, mas aquilo que chamou de “desejo espontâneo”. Sobre o asseguramento do sector privado, em assumir um papel

Ministra angolana das Finanças, Vera Daves

É uma situação difícil, porque são muitas as necessidades, e quando isto acontece a tentação da dispersão é grande”

de maior relevo na construção do crescimento económico, a ministra das Finanças garantiu regular mais e intervir menos, apoiando a desburocratização por via da receita fiscal, modernizando o aparelho tributário, maior qualidade do serviço ao contribuinte, consenso com os contribuintes e, o saneamento do sector empresarial público. Conselho Consultivo decorrerá durante três dias e, dentre outros assuntos, abordará temas como: “a nova ordem económica para a consolidação orçamental; rácio da divida em redor de 60 por cento do PIB em 2022; da crise de confiança ao crescimento sustentável.

Responsabilização dos implicados ao malparado de bancos públicos Para além das várias medidas em curso, como a remoção dos subsídios operacionais e a preços, com o programa de privatizações de empresas, um processo que deve merecer maior velocidade, Daves aponta também na sua agenda a estabilização do sistema financeiro e reconhecimento das imparidades dos bancos. Aos bancos públicos, com destaque para o BPc, a ministra chama a atenção para a responsabilização de quem foi

partícipe na constituição do crédito malparado, pois, para ela, a culpa ‘não pode morrer solteira’. Para a governante, “cada um tem que assumir a factura pelo facto de o crédito malparado ter atingido os níveis que atingiu”, assegurando que os bancos tenham balanços e estratégias para exercerem a sua actividade “para que juntos passássemos reforçar os alicerces da consolidação fiscal e da prosperidade!.


mERCAdOS

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A taxa de crescimento económico registou um aumento trimestral de 8% no IIIº trimestre de 2019 Dr

desempenho da economia compara com a contracção de 6,8% do trimestre anterior, reflexo do incremento do sector da construção (+68,1%) e actividade de correios e Telecomunicações (+63,3%), com efeitos sobre a recuperação da economia

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SPAÇO INTERNACIONAL Alemanha • O crescimento económico apurado em 2019 fixou-se em 0,6%. O nível reflecte uma redução de 0,9 p.p.

face ao período anterior explicado pela contribuição negativa da procura externa líquida, tal como, as mudanças nos estoques a retirarem 0,9 p.p. no PIB, com impactos sobre a aquisição de matériasprimas.

MERCADOS Petrolífero Brent: -0,76% (64,00 USD/barril). O aumento das reservas petrolíferas norte-americanas penalizou a cotação da commodity.

Cambial EUR: +0,20% (1,1150 USD). O desempenho positivo da economia alemã beneficiou a cotação da moeda única europeia.


Grande Entrevista

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Embaixadora do Reino Unido em Angola, Jessica mary Hand

O mais importante para um investidor é um ambiente de negócio fiável, transparente, que não muda diariamente”

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ondres acolhe na Segunda-feira, 20 de Janeiro, a Cimeira de Investimento Reino Unido-África. Na entrevista que se segue, a Embaixadora do Reino Unido em Angola, Jessica Mary Hand, fala dos obejctivos do evento. Como caracteriza as relações entre Angola e o Reino Unido? As relações são boas e fortes, mas podemos fazer ainda mais. Temos grandes possibilidades de abordar novos sectores e desenvolver uma parceria mais completa e ampla. O que pode ser feito mais? Particularmente no sector empresarial. Os investidores britânicos devem saber mais sobre as possibilidades de investimento em Angola. Temos possibilidades para desenvolver a cooperação no domínio da Educação, no ensino da língua inglesa e do comércio, de modo geral.

entrevista de Mariano Quissola fotos de Carlos Moco

O Reino Unido deixa a União Europeia no dia 31 de Janeiro, resultado de dois anos de discussão do projecto Brexit. É o primeiro revés da maior organização comunitária do mundo. Para acautelar a instabilidade económica, o governo britânico tem a seta apontada para novos mercados. África é prioridade. A embaixadora do reino Unido em Angola, Jessica Mary hand, fala dos obejctivos do evento na entrevista conjunta que concedeu à TvZimbo, rádio Mais e Jornal oPAÍS

Existe algum projecto específico para o ensino da língua inglesa em Angola? Começamos com os nossos parceiros e agências, através de um programa denominado “English Connect”, destinado aos países não anglófonos para abrir possibilidade de aprender por via de diferentes plataformas: online, rádio e televisão. Em que sectores não petrolíferos pretendem expandir a cooperação com Angola? É verdade que o nosso foco foi o petróleo, através da British Petroleum (BP), mas temos projectos financiados pela nossa agência britânica de investimento


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estrangeiro nos sectores da agricultura, saúde e distribuição de energia. Começamos a responder às prioridades para o desenvolvimento de Angola. O Reino Unido tem bastante experiência na produção de energias renováveis e Angola dispõe de condições climáticas para o efeito. O que pode ser feito neste domínio para resolver o problema da energia aqui no país? As nossas empresas, como a BP, fazem estudos sobre a possibilidade de fontes de energia renovável. E pode ser o sol, o vento e outras fontes. Isso pode ser importante por duas razões: o petróleo é um recurso que não dura para sempre. É necessário identificar outras fontes e recursos. Falamos muito sobre as mudanças climáticas, logo, é muito importante identificar outras fontes de geração de energias limpas. Que informação os investidores britânicos têm sobre o mercado angolano? Neste momento os investidores britânicos não sabem, ao detalhe, as reformas em curso em Angola e as possibilidades de investimento, nem a real situação económica. É necessário que os angolanos, e nós também, publicitem todo o tipo de informação sobre as mudanças e as possibilidades de investimento em Angola. Tenho que dizer que vemos muito mais interesse em Angola do que nos últimos três anos.

Neste momento os investidores britânicos não sabem, ao detalhe, as reformas em curso em Angola e as possibilidades de investimento, nem a real situação económica”

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“As estatísticas são importantes, mas os contactos humanos são mais importantes”

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m Fevereiro do ano passado, uma delegação de 11 empresários britânicos foi recebida pelo Presidente João Lourenço e o chefe da missão prometeu investir 20 mil milhões de dólares, essa intenção se mantém? (Risos)… . O processo de investimento tem tempo. Tempo para identificar as possibilidades, para desenvolver os planos e concretizar os acordos. O processo continua. É um processo contínuo. Acredita que este ano possa haver a assinatura de acordos nesse âmbito? Esperamos. Temos acordos de algumas empresas que não estavam nessa delegação. É possível que isso se concretize. A senhora disse que os investidores britânicos têm pouca informação sobre as possibilidades de investimento em Angola. O que um homem de negócios britânico espera encontra num determinado mercado? O mais importante para todos os investidores é um ambiente de negócio fiável, transparente, que não muda de dia para dia. Eles podem trabalhar num ambiente não completamente estável ou perfeito, mas querem saber sobre as possibilidades jurídicas para resolver eventuais problemas, as possibilidades de contactar, se necessário, os ministros ou as diversas autoridades para falar sobre determinado problema. E gostam de um ambiente aberto para as negociações, para tomarem decisões. O que representa para os investidores britânicos as perspectivas das agências internacionais sobre a economia angolana (a consultora britânica, Economist Intelligence Unit, é uma delas), a par do Doing Business? As estatísticas são muito importantes para criar uma atmosfera estável, mas os contactos humanos são os mais importantes para saber que tem um parceiro fiável e estável, que vai sempre responder

aos e-mail’s e às mensagens, no telefone – se necessário. É necessário ter os dois: as estatísticas e os contactos humanos. Londres acolhe a Cimeira de Investimento Reino Unido - África. Qual é a motivação e que resultados esperam?

É necessário que os angolanos, e nós também, publicitem todo o tipo de informação sobre as mudanças e as possibilidades de investimento em Angola”

A Cimeira visa criar mais confiscação e meios de contactos entre os investidores britânicos e os mercados africanos. Temos relações estáveis com a maioria dos países africanos, mas não relações suficientemente dinâmicas com os mercados e economias em desenvolvimento, como Angola. É importante também associar ao Brexit, – processo da saída do Reino Unido da União Europeia. Então, é necessário ao Reino Unido criar novos parceiros, principalmente económicos, para que a nossa economia continue a crescer. Acredita que Angola pode atrair investidores britânicos com a Cimeira? Pessoalmente, acho que sim. Na minha experiência em Angola, durante dois anos, noto um país focado na melhoria da situação económica e preocupado em atrair investimentos, com países que anteriormente não tinham relações económicas com

o Governo. Angola sempre teve parceiros tradicionais como a China e a Rússia, mas com os países europeus não. Os países europeus não foram muito privilegiados, mas agora Angola muda de visão, a política do Presidente é muito mais global e aberta. Acho que Angola tem muitas possibilidades. E quais são os desafios? Informar claramente sobre as mudanças e a situação actual da economia, as condições para criar uma empresa, a cultura do comércio e como começar esse diálogo. Quais são os principais mercados em África que interessam ao Reino Unido? Mercados em desenvolvimento potencial para criar novas parcerias, tais como Moçambique, Egipto, Angola, Senegal e Ghana. São países com sinais de criação de maiores dinâmicas e com populações jovens, com potencial para inovar.


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Grande Entrevista

O PAÍS Sexta-feira, 17 de Janeiro de 2020

“A nossa saída vai permitir maior flexibilidade para seleccionar os parceiros e negociar os acordos de forma mais confortável”

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Brexit é o mote dessa Cimeira. Está confirmada a saída no dia 31 de Janeiro do Reino Unido. Sai da União Europeia? É isso. Dia 31 é o dia da saída e é o dia da mudança também.

Que pilares sustentam o projecto Brexit? O Brexit é um processo de independência do Reino Unido. O Reino Unido pensa que tem um status de independência. É uma tradição. O Governo e a população são de opinião que o Reino Unido opere como um país independente, do que fazer parte da União. As relações entre o Reino Unido e a União Europeia vão continuar, mas numa base diferente. Há quem considere a decisão do Reino Unido uma “traição” ao projecto da União Europeia. O que o reino Unido ganha com a saída? A nossa saída vai permitir maior flexibilidade para seleccionar os parceiros e negociar os acordos de forma mais confortável para nós. Saímos daquele processo de equilibrar os interesses com os outros. Acham que o projecto União Europeia está em desuso ou em decadência? Não. Esse processo não significa que nós pensamos que a União Europeia é um desastre ou uma coisa negativa, mas decidimos que esse momento não é para nós. Não julgamos a União Europeia. A nossa experiência nesse grupo não foi o que esperávamos para o nosso país.

Não receia que venham a liderara um processo de desintegração da União Europeia? A Noruega nunca entrou. (Risos) … Espero que não. Não foi a intenção. A intenção foi apenas fazer o que é bom para o Reino Unido. A União Europeia vai continuar a trabalhar e nós vamos criar novas políticas para trabalharmos juntos. Há especulação no sentido de que o Brexit é uma agenda em linha com a Administração Trump. Confere? O Reino Unido é um país independente e temos as nossas próprias decisões. Temos relações muito fortes com os Estado Unidos, mas somos um Estado soberano e sem influência dos outros. Entre as suas prioridades em Angola consta o apoio ao desenvolvimento da democracia. Como pensa fazer isso? Estamos envolvidos em processos sobre direitos humanos, reforma económica, luta contra a corrupção e o desenvolvimento do sector do ambiente. A desminagem também consta nas nossas prioridades, para criar um país seguro. Existe algum projecto específico virado à educação cívica para a cidadania? Ainda não, mas pensamos sobre isso. Temos uma nova estratégia que passa pelo engajamento dos jovens na vida política e social.

Como avalia o processo de combate à corrupção em curso em Angola? Tem um progresso suficientemente sério e compreendemos que é um assunto muito difícil e um desafio complexo, que carece de tempo para assegurar que as investigações são feitas de maneira objectiva, séria e transparente, para apoiarmos as investigações e vermos como Angola pode trabalhar com as autoridades jurídicas britânicas. Que outros apoios o Reino Unido prestaria a Angola na prevenção de fuga de capitais? O nosso sistema bancário tem mecanismos para identificar transações anormais. Esse mecanismo nos permite interrogar a origem da transição e pretendemos partilhar com Angola. Existe algum acordo que permita Londres arrestar eventuais patrimónios de cidadãos angolanos implicados com a justiça? Nesse momento não temos qualquer acordo, mas existe essa possibilidade. Estamos dispostos a colaborar, mas é necessário criar as condições jurídicas para o efeito. Como olha para a acção das organizações da sociedade civil? Temos impressão que as pessoas têm mais confiança para falar e expressar as suas opiniões sem medo nem constrangimentos. Isso é muito positivo.

PERFIL Jessica Mary Hand, 63 anos, é embaixadora britânica em Angola desde Fevereiro de 2018. Nomeada a 21 de Julho de 2017, sucedendo a John Dennis, é também embaixadora não residente na República Democrática de São Tomé e Príncipe. Em 2014 foi chefe de política de exportação de armas

da FCO Desempenhou o cargo em Istambul de cônsul geral de Sua Majestade e diretora de comércio e investimento do Reino Unido na Turquia, entre 2008 e 2012. De 1990 a 1992 foi Chefe do Departamento de Sanções Económicas, Departamento das Nações Unidas.


OPINIÃO

PAÍS Sexta-feira, 17 de Janeiro de 2020

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JOSÉ mANUEL dIOGO

Cocktail molotov

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deserto está cheio de sol e a Sibéria coberta de gelo. Isto é tão óbvio que não é preciso ser-se especialista de coisa nenhuma para poder dizêlo, mas esta verdade de algibeira é muito mais importante do que parece. Ela responde à pergunta mais relevante do futuro: quem vai controlar a produção mundial de energias alternativas? Foi quando vi uma nova ordem mundial sair (de novo) na caneta do senhor Putin que eu gritei Eureka. Quando ele “pediu” a demissão em bloco do governo do seu sócia Medvedev, para poder de novo mudar a constituição a seu favor é que percebi finalmente qual a razão. A Rússia tem um problema que não consegue resolver. A falta de luz solar. Por maior que seja o país dos Czares — e a mim ninguém me convence que Putin não é um desses — nunca vai conseguir competir com a capacidade dos países do sul na produção de energias renováveis. A Federação é gelada, não tem um único porto de águas

quentes no seu território e, no inverno, para chegar ao mar, tem de manter vivo o ditador da Síria e uma guerra genocida que custa a vida a milhares de pessoas inocentes. Mas é a economia Kamrad! Quando Putin percebe que a economia mundial já mudou para o novo paradigma energético onde tudo é eléctrico e ele ainda não está preparado para liderar esse processo, precisa de mudar as regras para se manter mais tempo no poder. Até ao final da década nenhuma cidade do primeiro mundo vai permitir que carros a gasolina e a gasóleo durmam ao pé das pessoas; a mobilidade urbana das pessoas é

O patinetes e trotinetes mudaram a paisagem citadina da hora de ponta e é só uma questão de tempo até os habitantes de qualquer cidade média deixem de ter carro

hoje radicalmente diferente do que era há 5 anos — e tudo por causa da electricidade. As bicicletas eléctricas deixaram as cidades planas e acabaram com subidas impróprias para cardíacos, transformaram anciãos em atletas potenciais. O patinetes e trotinetes mudaram a paisagem citadina da hora de ponta e é só uma questão de tempo até os habitantes de qualquer cidade média deixem de ter carro. Nesta realidade, todos, estados, grandes companhias multinacionais, políticos e pessoas, já interiorizaram de forma irreversível a narrativa energia limpa como pilar da sustentabilidade. Nem foi o ambiente a ganhar a guerra, foi a evolução tecnológica. Porque falo da Sibéria? Porque enquanto isto acontece, a Arábia Saudita está a pensar atapetar o deserto com painéis solares de última geração, tapando mesmo poços de petróleo; Porque no Brasil o sol do equador já convocou o interesse dos maiores investidores europeus em energias renováveis; porque África é um painel solar gigante que fala chinês. A Rússia está fora e a Sibéria não chega. Putin ataca de novo!


mUNdO

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Dr Dr

líder do lNA, Khalifa haftar, concorda com cessar-fogo na Líbia

Trump é acusado de violar a lei ao reter fundos para Ucrânia O Presidente dos EUA vai ser julgado no Senado num processo de destituição, no qual é acusado de ter pressionado o seu homólogo ucraniano a investigar a actividade da família de Joe Biden. Trump é ainda acusado de ter ameaçado reter um fundo de apoio à Ucrânia, de cerca de 300 milhões de euros

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mpeachment segue para o Senado, com mais provas contra Trump. A agência de fiscalização do Governo dos EUA disse esta Quinta-feira que um departamento da Casa Branca violou a lei federal, ao reter fundos para a Ucrânia, no caso associado ao processo de ‘impeachment’ do Presidente Donald Trump. Donald Trump vai ser julgado politicamente no Senado, num processo de destituição, por ter pressionado o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, a investigar a actividade da família de Joe Biden, adversário político nas eleições presidenciais de Novembro próximo. O Presidente norte-americano é ainda acusado de ter ameaçado reter um fundo de apoio à Ucrânia, de cerca de 300 milhões de euros, se Zelenskiy não admitisse publicamente que iria investigar a família de Joe Biden. Trump nega ter colocado essa condição como exigência (‘quid pro quo’), rejeitando um dos principais argumentos em que assenta o processo de destituição, em que o Presidente é acu-

sado de abuso de poder e obstrução ao Congresso. Esta Quinta-feira, a agência de Prestação de Contas do Governo dos EUA disse, num relatório, que o Departamento de Administração e Orçamento violou a lei ao ter retido aquele apoio à Ucrânia. A agência independente, que reporta directamente ao Congresso, revelou que o Departamento de Administração e Orçamento violou a lei de controlo de reembolso, ao adiar a ajuda à Ucrânia, no esforço de guerra contra a Rússia, “por razões políticas” e não por necessidades orçamentais técnicas. A agência dá, assim, razão ao argumento dos Democratas no Congresso, que acusam Donald Trump de ter colocado os seus interesses políticos (a investigação de um seu adversário político) sobre os interesses do país (ajudar a Ucrânia a combater os interesses ilegítimos da Rússia, no Leste daquele país). “A execução fiel da lei não permite que o Presidente substitua as suas próprias prioridades políticas pelas que o Congresso promulgou em lei”, disse a portavoz da agência, Rachel Semmel.

O líder do Exército Nacional da líbia (lNA), Khalifa haftar, concordou com um cessar-fogo no país. A informação foi confirmada pelo ministro das relações Exteriores da Alemanha, heiko Maas

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erlim sediará uma conferência liderada pela ONU sobre a Líbia a 19 de Janeiro, com a participação do Egipto, Rússia, Estados Unidos e Turquia, entre outros países. É esperada a presença dos chefes do Governo do Acordo Nacional (GNA) e do Exército Nacional da Líbia (LNA). O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, confirmou nesta Quinta-feira (16) que o marechal de campo Khalifa Haftar, líder do Exército Nacional da Líbia (LNA), havia concordado com um cessar-fogo na Líbia. “Ele prometeu cumprir o cessar-fogo, independentemente do facto de não ter assinado o acordo de cessar-fogo em Moscovo no início desta semana. Isso é extremamente importante”, afirmou Maas, citado pela TV alemã, após reunião com Haftar na Líbia. Após o a morte do líbio Muammar Kadhafi em 2011, o país vive desde então um período de grande incerteza política com o surgimento de diversos grupos armados rivalizando pelo poder. Actualmente, as forças do LNA controlam o Leste do país, enquanto o GNA se limita a governar Trípoli, capital do país africano.

recorde de 45 milhões de pessoas passam fome no Sul de África, diz oNU O Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (WFP) disse nesta quinta-feira que um número recorde de 45 milhões de pessoas das 16 nações da comunidade de Desenvolvimento da África Austral estão a sofrer cada vez mais com a fome na esteira de secas sucessivas, inundações generalizadas e problemas económicos

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Sul de África passa por uma seca severa, já que a mudança climática está a fazer estragos em países empobrecidos que já têm dificuldade para lidar com desastres naturais extremos, como o ciclone Idai, que devastou Moçambique, Zimbábwe e o Maláwi em 2019. O Zimbábwe, antes o maior provedor de alimentos da região, atravessa a sua pior crise económica desde há décadas, com inflação em disparada e carência de comida, combustível, remédios e eletricidade. “Esta crise de fome tem uma escala que não vimos antes, e indícios mostram que ela piorará”, disse a directora regional para o Sul da África da agência da ONU, Lola Castro, em um comunicado. “A temporada anual de ciclones começou, e simplesmente não podemos nos dar ao luxo de uma reprise da devastação causada pelas tempestades inéditas do ano passado”. A agência planea oferecer uma

assistência a 8,3 milhões de pessoas vitimadas por níveis de fome de “crise” ou “emergência” em oito dos países mais assolados, que incluem Moçambique, Zimbábwe, Maláwi, Zâmbia, Madagascar, Namíbia, Lesoto e Suazilândia. Até agora, o WFP só obteve 205 milhões dos 498 milhões de dólares necessários para esta assistência, e foi forçado a recorrer a muitos empréstimos internos para fazer com que a comida chegue aos necessitados, informou. Em Dezembro, a Organização das Nações Unidas (ONU) disse estar a solicitar assistência alimentar para 4,1 milhões de zimbabueanos, um quarto da população de um país em que a escassez de alimento é exacerbada por uma inflação descontrolada e por uma seca induzida pelo clima. “O Zimbábwe está nas garras da sua pior emergência de fome numa década, há 7,7 milhões de pessoas —metade da população— sujeitas a uma insegurança alimentar grave”, disse a ONU.


ACTUAL

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Número de mulheres benguelenses envolvidas na agricultura familiar é insuficiente A agricultura, apesar de fonte de sustento certa para milhares de famílias angolanas, ainda não é “levada a sério”. Segundo especialistas entrevistados, quando o for, poderá não só servir para saída da crise financeira, como para potencializar económica e socialmente milhões de angolanos, principalmente mulheres da região centro e Sul do país, incluindo-se as benguelenses, dada a natureza fértil dos campos no litoral e interior dessa província Dr

Zuleide de Carvalho, em Benguela

sendo temida a fome nos anos em que chove pouco.

agricultura é a única realidade que milhares de mulheres benguelenses de famílias carenciadas conhecem, todavia, julgando-se pelo lapso entre o potencial agrícola e o real, especialistas crêem que há espaço para empregar muitas mais. Nos municípios do interior de Benguela há maior concentração de mulheres a trabalhar diariamente em pequenas lavras familiares. As culturas não diferem muito de lavra para lavra e, excedentes no final do ano são raros. Os municípios do Bocoio e Balombo lideram na predominância feminina nos campos relativamente às demais 8 municipalidades e, nas colheitas, é comum obter-se feijão, tomate, milho, batatas, cereais e amendoim, não havendo muita diversidade. De resto, a agricultura familiar é também praticada, com maiores restrições, fundamentalmente, climáticas, no Chongoroi e Caimbambo, porque as culturas são totalmente dependentes das chuvas,

Agricultura: área aberta para mulheres e sem discriminação Nos últimos dois anos, o número de mulheres benguelenses inscritas nas organizações agrícolas locais multiplicou-se em 100%, passando para mais de 20 mil camponesas, uma fasquia que tem margem para crescer muito mais. Ainda em minoria, quando comparadas aos mais de 30 mil homens associados, perfazendo um total de cerca de 60 mil campestres organizados na província, estão distribuídos entre 274 associações de camponeses e 174 cooperativas agropecuárias. Numa visão patriarca, o número de mulheres dado refere-se àquelas que são mães solteiras pois, quando se trata de casadas, no lar é apenas contabilizado como cooperante o “chefe de família”, ou seja, o homem. Leonor Fundanga, directora do Gabinete Provincial da Família e Igualdade do Género, acredita que “a mulher rural já cresceu na mentalidade, conhece agora a importância de estar enquadrada nas associações e cooperativas

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agrícolas”. A mulher rural já “reconhece que estudar é importante para o desenvolvimento da sua família”. Estudando, estarão capacitadas para acompanhar melhor os filhos, instruindo-os nas tarefas, abrindo-lhes portas para um futuro diferente e, quiçá, promissor. Assim, “muitas delas já estão enquadradas na alfabetização, outras a estudar em níveis aceitáveis,” por conseguinte, “estamos no bom caminho”, regozijou-se a directora Fundanga. Resistência à mudança João Januário, presidente da UNACA em Benguela, União Nacional dos Camponeses Angolanos, declarou que, instruir e instituir o “cooperativismo e associativismo (junto) das comunidades” é o foco da sua rotina laboral. Os 27 funcionários provinciais, incluindo a direcção, fazem trabalho técnico, indo ao campo para acompanhar a progressão dos agricultores, apoiando mediante os seus recursos, sendo a mudança de hábitos uma barreira frequente, independentemente do género. “Mesmo as técnicas, muita gente ainda não aceita a forma moderna”, mas, porque a natureza humana é

social, felizmente, alguns “vão copiando aqueles que aceitam”, desapegando-se das práticas tradicionais herdadas dos ancestrais, informou. Ao longo dos anos de trabalho com as comunidades rurais, João Januário tem vindo a notar, lentamente, maior aceitação das metodologias de cultivo ensinadas às camponesas e camponeses, reconhecendo ser uma mudança morosa. A agricultura como “empoderamento da mulher” Ana Custódio é agricultora independente, na Ganda. Para si, “é um processo que pode reduzir a pobreza nas famílias,” constituindo alternativa à migração, porquanto “todas as mulheres estão a correr para as cidades, principalmente Luanda”. É um erro, considera, “porque pensam que o custo de vida é mais fácil, mas, estão a encontrar muitas dificuldades, ficam doentes e algumas acabam por morrer”, tendo tido relatos desses na sua vizinhança. Ao invés de se tornarem zungueiras nas grandes cidades, deveriam “dar valor ao potencial, estão mesmo no local, só falta o incentivo para transformar,” aconselhou, referindose ao investimento na agricultura, por isso, fundou uma associação. A cidadã é professora, tem 43 anos e é mãe solteira, tendo quatro filhos pequenos e duas jovens adultas que são também professoras. O seu dia-a-dia no município da Ganda resume-se em dar aulas durante as manhãs de Segunda a Sexta-feira e cultivar a sua lavra, de 2 hectares, à tarde, e nos finais de semana. “Por isso é que estamos a incentivar (mulheres) a não se limitarem a uma profissão”, apelando a que apostem na agricultura, mesmo para quem tem um emprego fixo na função pública ou no privado, é uma mais-valia. Semeia milho, feijão e batatadoce, pretendendo experimentar o cultivo de cereais. Obtendo alimento e lucros suficientes, contrata 10 mulheres para a ajudar no cultivo, uma forma de ajudar quem está no desemprego, oferecendo postos provisórios. Segundo Janísio Salomão, economista, esse “empoderamento da mulher”, por intermédio da maior participação na vida agríco-

la, é imprescindível para superar a baixa produção nacional, porque, “antes da independência tínhamos um pico elevado de produção agrícola”. Por outro lado, defende que o direito à titularidade das terras que cultivam há anos, é factor motivacional para os agricultores, ajudando “a revitalizar este sector que, infelizmente, no nosso país, ainda anda muito adormecido”. Para combater a crise, crê Janísio, “se lhes forem oferecidas condições de trabalho, se forem potencializadas, ajuda no combate à fome.” Nos campos, “enquanto existir empoderamento da mulher, ajudará a reduzir a pobreza no país.” Uma perspectiva sociológica… Vikeia Cambulo, sociólogo, observa que “o aumento do número de mulheres na agricultura é positivo, mas pode demonstrar um conjunto de barreiras noutros sectores”, advertiu, referindo-se à falta de emprego condicionada por estigmas sociais. Em ramos como a indústria, por exemplo, que exigem mais conhecimentos técnicos, logo, instrução académica, tende a haver discriminação positiva para os homens e negativa para as mulheres, reflectiu o sociólogo. “Num país com terras aráveis, com rios, não se admite que haja focos de fome como houve em 2019 no Sul de Angola, mesmo aqui na província e município de Benguela, em algumas comunas”, lastimou. Por outro lado, “a agricultura é o sector cujo salário mínimo é o mais baixo.” Logo, com o aumento de mulheres camponesas, subentende-se haver “mais mulheres a fruir de menor salário na nossa estrutura económica.” E, “o grande problema” envolve também a distribuição dos hortícolas e frutas. Várias comunidades ficam isoladas no período das chuvas, assim, “a resposta tem de ser multi-dimensional” começandose pela “construção de vias terciárias,” alvitrou Vikeia. Estando essas condições asseguradas pelo Governo, “o resto depois aparece, centros de distribuição, surgem oportunidades de negócio, os produtos agrícolas também fazem as pessoas ricas.” Como bons exemplos de agronegócio, referiu Namíbia e Brasil.


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1º de Agosto e Interclube batem-se no 28 de Fevereiro DANIEl MIgUEl/ArqUIvo

A A equipa angolana (vermelho) venceu ontem a Nigéria, na estreia, por 30-24

Angola procura segunda vitória em Radès A Selecção Nacional sénior masculina de andebol defronta hoje a líbia, na segunda jornada do grupo B da 24ª edição do campeonato Africano que decorre na Tunísia. ontem, os pupilos de Nelson catito venceram na estreia a Nigéria por 30-24 Kiameso Pedro

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Selecção Nacional sénior masculina de andebol procura hoje o segundo triunfo no Campeonato Africano que decorre na cidade de Radès, na Tunísia.

No Pavilhão Omnisport, o sete angolano mede forças com a Líbia, em partida referente à segunda jornada do grupo B, às 14:00 (tempo de Angola). Os comandados de Nelson Catito venceram ontem a Nogéria por 30-24, diferença de seis golos. Os angolanos foram superiores aos nigerianos, mas continuam a trabalhar para melhorar em todas as partidas. Com uma vasta experiência nestas competições, os pupilos de Nelson Catito encaram o de-

safio como uma autêntica final. Angola paticipa na competição pela décima sétima vez, sendo que nos últimos anos é vista com um adversário duro de roer. Aliás, procura por um título há anos e tudo indica que não se contentou com o terceiro lugar conseguido no Gabão em 2018. Nos Jogos Panafricanos que Marrocos acolheu em 2019, o se-

Os angolanos foram superiores aos nigerianos, mas continuam a trabalhar para melhorar em todas as partidas

te angolano conquistou medalha de ouro. Por isso, conhece os adversários em prova, uma vez que se cruzaram em solo marroquino. Por sua vez, a Líbia participa na prova pela sexta vez, mas nunca conseguiu conquistar qualquer medalha. Por esta razão, o combinado angolano parte teoricamente como favorito nesta partida. Na outra partida, a Líbia e o Gabão empataram (2222), logo, terá que redobrar os esforços para vencer. Mas, os angolanos são mais experientes, embora reconheçam a capacidade do adversário. Aliás, não foi fácil arrancar o empate aos gaboneses que apareceram melhor preparados técnica e tacticamente.

equipa sénior masculina de basquetebol do 1º de Agosto defronta hoje o Interclube, no jogo de cartaz da 3ª jornada da segunda volta do Campeonato Nacional, no Pavilhão 28 de Fevereiro, às 18:00.

Na sequência, o Petro de Luanda joga com a Universidade Lusíada, no mesmo pavilhão, às 15:30. O Desportivo do Kwanza terá pela frente o Vila Clo-

tilde, às 15:00. O Atlético Sport Aviação (ASA) enfrenta a Marinha de Guerra, no Victorino Cunha a partir das 15:30. Na classificação, Petro de Luanda, Interclube e 1º de Agosto partilham a liderança com 17 pontos. A Marinha de Guerra é a quarta classificada com 14 pontos, ao passo que os aviadores encontramse na quinta posição com apenas 11 pontos.

Kilamba acolhe gP de ciclismo AcT

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Organização e Promoção de Eventos Desportivos (ORPED) realiza nos dias 18 e 19 deste mês o Grande Prémio ACT (Amadores do Cicloturismo) em ciclismo, prova que será disputada em duas etapas na centralidade do Kilamba, em Luanda, às 9:00. Segundo um documento a que O PAÍS teve acesso, a primeira etapa terá oito voltas, numa distância de 90 km. A prova terá como ponto de partida e chegada na estação de serviço Lairaisa.

A segunda etapa, que se realiza no dia 19, terá o percurso de 30 km distribuídos por 15 voltas. Participam na prova 90 atletas divididos pelas equipas do BAI Sicasal Petro de Luanda, Jair Transportes, Centro de Ciclismo do Kilamba, Escola de Ciclismo 2 Rodas, Gicate Bike Team, Kambas da Bicicleta, Kambas do Pedal de Luanda, Lobito Bike, Masters de Benguela, Malucos Bike By Júpiter, Misto do Talatona, Tchaco Cycling Team e RV Racing. Dr


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Presidente do Sporting de Cabinda admite dificuldades financeiras DANIEl MIgUEl/ArqUIvo

Kiameso Pedro

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presidente do Sporting de Cabinda, Manuel Luís Coelho, desmentiu ontem, a OPAÍS, as informações segundo as quais o clube não se irá deslocar à província do Cuanza-Sul para defrontar, no Sábado, o Recreativo do Libolo. Manuel Luís Coelho reconheceu que a equipa está a enfrentar dificuldades fi nanceiras, mas fez saber que os leões de Cabinda vão deslocar-se ao reduto dos libolenses. Por esta razão, afi rmou que os patrocinadores estão comprometidos em apoiar a equipa até ao fi m do Girabola. “São falsas as informações. Estamos a viver uma fase difícil, mas vamos viajar para Calulo”, afi rmou o dirigente. Manuel Luís Coelho disse ainda que o clube falhou a Taça de Angola porque a aeronave da Força Aérea Nacional que transportaria os atletas para o Huambo não se fez presente. O dirigente lamentou a situação, mas admitiu que o foco da direcção é a permanência no Campeonato Nacional. Por isso, a equipa realiza hoje

Crise na selecção feminina de futebol em sub-20

AREÓPAGO As jogadoras da Selecção Nacional feminina de futebol em sub20 estão descontentes pela forma como a seleccionadora Sandra Dias tem orientado os trabalhos visando o desafio de Domingo diante da República Democrática do Congo (RDC). O desafio é a contar para a primeira mão de apuramento para o Campeonato do Mundo, a ser organizado pela Costa Rica e Panáma. De acordo com uma fonte deste jornal, Sandra Dias não tem requisitos nem experiência nesta profissão. Por esta razão, as jogadoras pedem a demissão de Sandra Dias, uma vez que há um certo mal-estar no seio do balneário.

Eriksen vai reforçar Inter de milão neste verão

Leões de Cabinda perdem por falta de comparência na Taça de Angola

mais uma sessão de treino para discutir os três pontos amanhã com o Libolo. O desafio com a equipa de André Makanga é referente à 16ª jornada da segunda volta da maior festa do futebol angolano. O técnico Emena Kwazambe vai corrigir os aspectos falhado no jogo da 15ª jornada frente ao Petro de Luanda com quem DANIEl MIgUEl/ArqUIvo

perdeu por 2-0. Jogadas combinadas, circulação da bola, posicionamento, transição defensiva e organização vão dominar os trabalhos. Na tabela classificativa, o Sporting de Cabinda figura na nona posição com 18 pontos. Os leões do Norte somam quatro vitórias, seis empates e cinco derrotas.

Cosano não quer perder a liderança no Girabola

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treinador do Petro de Luanda, Toni Cosano, afirmou ontem, em conferência de imprensa, que o clube vai encarar as dezasseis jornadas do Girabola como autênticas finais.

Toni Cosano fez saber que a equipa vai procurar manter o ciclo de vitórias até ao fi m do campeonato. O treinador quer devolver a alegria aos adeptos, uma vez que a equipa não vence o Girabola há nove anos. Toni Cosano disse que o empate diante do Wydad Casablanca faz parte do passado. Por este facto, revelou que a equipa vai estar na máxima força amanhã para defrontar o Williete de Benguela.

O médio dinamarquês, Christian Eriksen, de 27 anos, vai mesmo reforçar o Inter de Milão, de António Conte. Depois de já ter chegado a acordo com os nerazzurri, o Tottenham e o clube italiano também já chegaram a um entendimento. De acordo com a Gazzetta Dello Sport, os spurs pediram 20 milhões de euros inicialmente, mas aceitaram a última oferta de 18 milhões de euros. O dinamarquês estava em final de contrato com os londrinos e já tinha afirmado que não queria renovar.

Barça e Real são os que mais pagam os dois gigantes do futebol espanhol, Barcelona e real Madrid, são os clubes europeus com maior massa salarial, seguidos pelo Paris Sanit-germain, de acordo com dados divulgados ontem pela Uefa, correspondentes ao ano de 2018. o Barça é o clube europeu que mais paga os seus jogadores, num total de 529 milhões de euros, seguido pelo real Madrid, que ‘apenas’ destina 431 milhões para pagar os atletas., segundo os dados publicados em um relatório para a confederação europeia.

Sebastião Félix*

O regresso da festa

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Girabola 2019/2020, festa do desporto-rei em Angola, está de regresso aos relvados do país. Depois de um mês, a segunda volta da prova é aguardada com muita expectativa pelos adeptos e os amantes do futebol. O ponto e vírgula que se observou no Campeonato Nacional criou condições para se criticar, uma vez mais, a gestão do presidente da Federação Angolana de Futebol (FAF), Artur Almeida. Nesse período, a Selecção Nacional teve duplo compromisso, com a Gâmbia para o CAN 2021 nos Camarões e para o Mundial no Qatar em 2022. Como é evidente, os clubes respeitam os Palancas Negras, mas lamentaram as manobras dilatórias da FAF. A paragem alterou significativamente a programação das equipas, porém continuam à espera de uma justificação do órgão que rege a modalidade no país. Tudo indica que o elenco de Artur Almeida continua a ter comportamento de avestruz, ou seja, a enterrar a cabeça na areia sem dar qualquer explicação. É ponto assente que o Petro e o 1º de Agosto competem na Liga dos Clubes Campeões Africanos. Nos últimos dois meses, com uma prestação negativa, fi zeram vários jogos, logo a pergunta que se coloca é a seguinte: será que a FAF engajou o compromisso dos embaixadores angolanos na sua agenda? A ser verdade, a gestão de Artur Almeida está mais próxima do improviso do que propriamente dos conceitos científicos que se impõem. A segunda volta do Girabola, alegria do povo, vai terminar amputada, pois o 1º de Maio de Benguela foi desclassificado da prova por perder duas vezes por falta de comparência, segundo os regulamentos da FAF. O Petro lidera o campeonato com 35 pontos, menos um que o 1º de Agosto. Que role a bola! * Jornalista


CLASSIFICAdOS

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O PAÍS Sexta-feira, 17 de Janeiro de 2020

diversos

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O PAĂ?S Sexta-feira, 17 de Janeiro de 2020

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TEmPO

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O PAÍS Sexta-feira, 17 de Janeiro de 2020

Fonte: INAMET

PrEvISÃo Do TEMPo PArA AS PrINcIPAIS cIDADES Ê

válida de 17 a 19 de Janeiro de 2020 Ê

INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGOA E GEOFÍSICA - CENTRO NACIONAL DE PREVISÃO DE TEMPO (CNPT) Ê

Ê

PREVISÃO DO TEMPO *** 3 DIAS *** PARA AS PRINCIPAIS CIDADES, válida de 17 a 19 de janeiro de 2020Ê Data 17/ 01/ 2020

CIDADE

Mín

Data 18/ 01/ 2020

Estado do Tempo

Máx

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Data 19/ 01/ 2020

Estado do Tempo

Mín

Máx

Estado do Tempo

LUANDA

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Pouco ou parcialmente nublado.

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Pouco ou parcialmente nublado, chuvisco.

25

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Pouco ou parcialmente nublado.

CABINDA

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Parcial a muito nublado, chuva/ trovoada.

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Parcialmente nublado, chuva fraca.

23

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Parcialmente nublado.

SUMBE

25

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Pouco ou parcialmente nublado.

25

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Parcialmente nublado, chuvisco matinal.

25

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Parcialmente nublado.

CAXITO

23

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Parcialmente nublado, chuvisco.

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Parcialmente nublado, chuvisco/ chuva fraca.

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Pouco ou parcialmente nublado.

MBANZA KONGO

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Parcial a muito nublado, chuva fraca/ moderada.

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Parcial a muito nublado, chuva fraca/ moderada

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Parcialmente nublado.

UIGE

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Parcial a muito nublado, chuvisco/ chuva fraca.

18

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Parcial a muito nublado, chuvisco.

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Pouco ou parcialmente nublado.

NDALATANDO

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Parcialmente nublado, chuvisco/ chuva fraca.

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Parcial a muito nublado, chuva/ trovoada.

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Parcialmente nublado.

MALANJE

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Parcialmente nublado, chuva fraca/ trovoada.

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Parcial a muito nublado.

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Parcialmente nublado.

DUNDO

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Parcial a nublado, chuvisco.

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Parcial a muito nublado, chuvisco/ chuva fraca.

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Parcial a nublado.

SAURIMO

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Parcial a muito nublado, chuva fraca.

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Parcialmente nublado.

20

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Parcialmente nublado.

BENGUELA

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Pouco ou parcialmente nublado.

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Pouco ou parcialmente nublado.

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Parcialmente nublado.

HUAMBO

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Pouco ou parcialmente nublado.

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Parcialmente nublado.

10

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Parcialmente nublado.

CUITO

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Pouco ou parcialmente nublado.

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Parcial a nublado.

16

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Pouco ou parcialmente nublado.

LUENA

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Parcialmente nublado, chuva fraca a moderada.

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Parcialmente nublado, chuva/ trovoada.

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Nublado, chuvisco/ chuva fraca.

LUBANGO

15

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Parcialmente nublado, chuva/ trovoada.

15

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Parcialmente nublado.

16

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Nublado, chuvisco/ chuva fraca.

MENONGUE

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Parcialmente nublado, chuvisco/ chuva fraca.

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Parcial a muito nublado.

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Nublado, chuvisco.

MOÇÂMEDES

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Parcialmente nublado.

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Céu pouco ou parcialmente nublado.

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Parcial a muito nublado.

ONDJIVA

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Parcialmente nublado, chuvisco.

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Parcial a muito nublado.

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Parcialmente nublado.

O Meteorologista: Miguel Figueiredo Baptista Pedro. Aeroporto Internacional 04 de Fevereiro, Rua 21 de Janeiro – Tel.: 949320641 – Luanda. Site: http://www.inamet.gov.ao; emails: geral@inamet.gov.ao / geral.inamet@angola-portal.aoÊ

das 18 horas do dia 16 às 18 horas do dia 17 de janeiro de 2020 REGIÃO NORTE: Cabinda, Zaire, Bengo, Luanda, Uige, Malanje, Cuanza-Norte, Cuanza-Sul, Lunda-Norte, Lunda-Sul céu parcialmente nublado, alternando-se com períodos de muito nublado durante a madrugada e manhã, em quase toda a região. ocorrência de chuva moderada, podendo ser localmente forte, acompanhada, por vezes, de trovoadas nas províncias de cabinda, Zaire, Uíge e lunda-Norte. Possibilidades de ocorrência de chuvisco ou chuva fraca em alguns municípios das províncias do Bengo, Malanje e lunda-Sul. REGIÃO CENTRO: Províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico céu geralmente parcialmente nublado, alternando com períodos de muito nublado. ocorrência de chuva fraca a moderada, acompanhada, por vezes, de trovoadas, em alguns municípios das províncias do Moxico e Bié. Possibilidades de ocorrência de chuvisco ou chuva fraca em alguns municípios da província de Benguela REGIÃO SUL: Províncias do Namibe, Huíla, Cunene e Cuando Cubango céu parcialmente nublado, alternando com períodos de muito nublado em toda a região. ocorrência de chuva moderada, podendo ser localmente forte, acompanhada, por vezes, de trovoadas, em alguns municípios da província da huíla. Possibilidades de chuvisco ou chuva fraca em alguns municípios das províncias do Namibe, cunene e cuando cubango.

Luanda, 17 de janeiro de 2020

TEmPO NO mAR Fonte: INAMET

BolETIM METEorolÓgIco PArA A NAvEgAÇÃo MArÍTIMA 1. SITUAÇÃO GERAL ÀS 18:00 TU dO dIA 16 dE JANEIRO dE 2020: circulação geralmente de Sul a Sudoeste, fraca a moderada entre os paralelos 4°S e 12°S, sendo moderada a fraca a Sul do paralelo 12°S. 2. PREVISÃO VÁLIdA ATÉ ÀS 18:00 TU dO dIA 17 dE JANEIRO dE 2020: INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA E GEOFÍSICA - INAMET SEm AVISO Centro Nacional de Previsão do Tempo BOLETIM METEOROLÓGICO PARA A NAVEGAÇÃO MARÍTIMA 1. SITUAÇÃO GERAL ÀS 15:00 TU DO DIA 12 DE JANEIRO DE 2020: Circulação de vento de Sudoeste calmo entre os paralelos 4°S a 14°S (Cabinda até Benguela) e pouco agitada de sudoeste a Sul do paralelo 18°S 2. PREVISÃO VÁLIDA ATÉ AS 18:00 TU DO DIA 13 DE JANEIRO 2020: NÃO HÁ AVISO.

REGIÃO

ESTADO DO TEMPO

VENTO

(ATÉ 200 MILHAS DA COSTA)

ALTURA DA ONDA (METROS)

ESTADO DO MAR

DIRECÇÃO FORÇA (KT)

VISIBILIDADE HORIZONTAL (KM)

Cabinda (4°S – 6°S)

Parcialmente nublado

Sudoeste

08 a 10

Até 1.2

Pouco agitado

Fraca pela manhã (Superior a 5)

Zaire, Bengo, Luanda e Cuanza-Sul (6°S – 12°S) Benguela (12°S – 14°S)

Parcialmente nublado

Sudoeste

10 a 12

Até 1.3

Pouco agitado

Fraca pela manhã (Superior a 5)

Parcialmente nublado

Sudoeste

Até 10

Até 1.2

Pouco agitado

Boa (Superior 8)

Namibe (14°S – 18S)

Parcialmente nublado

Sudoeste

Até 16

Até 1.4

Pouco agitado

Moderada (Superior a 6)

3. dESCRIÇÃO SINÓPTICA dAS 18:00 TU dO dIA 16/01/2020 ÀS 18:00 TU dO dIA 17/01/2020. A Alta pressão de Santa helena vai manter-se estacionária nas próximas 24 horas, com pressão central de 1030hPa, influenciando o padrão e a intensidade do vento. Assim, prevê-se estado do mar pouco agitado, sendo localmente agitado, com ondas entre 1.0 e 1.7 metros de altura, nas regiões marítimas de cabinda a cuanza-Sul, e agitado nas regiões marítimas de Benguela a Namibe, com ondas entre 1.9 e 2.4 metros de altura. Prevê-se visibilidade reduzida devido à ocorrência de chuva fraca a moderada na região marítima de cabinda ao Bengo. 4. CARTA dO VENTO mÁXImO E dA ALTURA dA ONdA mÁXImA PREVISTA os contornos a cores indicam a altura máxima da ondulação e os contornos em tom cinza indicam os possíveis incrementos das vagas devido à influência do vento local.


OPINIÃO

PAÍS Sexta-feira, 17 de Janeiro de 2020

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RICARdO VITA *

O racismo britânico provocou o megxit

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um passado recente, o pai da mulher com quem eu namorava, um aristocrata britânico, que acabara de descobrir que a sua linda filha estava a namorar com um negro, fezlhe esta pergunta importante: How black is he? (quão escuro ele é?) A pergunta, que parece sem importância para muitos, também pareceu sem importância aos olhos da minha namorada. Até veio depois contar-me a cena rindo à bandeiras despregadas. Mas o seu riso congelou rapidamente, surpresa e chocada, quando lhe disse que era uma pergunta racista. E ela sentiu nesse preciso momento o que estava enterrado no seu subconsciente, fruto da educação e do meio, meio onde se pensa ainda, embora se negue abertamente, que quanto mais escuro for o negro, mais céptico se deve ser com ele e pouco se tem em comum com ele, especialmente para as pessoas da geração do seu pai. O seu pai queria conhecer o tom da minha pele para saber se devia ficar tranquilo ou preocupado. Por outro lado, esse mesmo homem contava com alegria Mandela e Martin Luther King entre os seus heróis. E são pessoas como ele que assumem prontamente, e com certa condescendência, que Obama é brilhante por ter sangue branco. Pessoas como ele atribuirão risonhos o génio de Dumas e Pushkin à parte branca que está neles. Então, vemos que o racismo não é apenas um ódio simplista. É, na maioria das vezes, a demonstração de muita simpatia por alguns e muito cepticismo por outros. O racismo, quando é definido pela vítima, não é um insulto gratuito ao autor. É um comportamento ou uma atitude, expressos conscientemente ou não. É adquirido, portanto é uma cultura. É um comportamento observado nos seres humanos. E a Europa, o Ocidente, o homem branco construíram o seu racismo criando uma hierarquia entre os seres huma-

Dr

nos, classificando-os de acordo com a cor das suas peles. Os intelectuais ocidentais contribuíram muito para isso. « Os brancos são superiores a esses negros, assim como os negros são a macacos e os macacos a ostras », escreveu o admirado filósofo francês Voltaire, no Essai sur les Mœurs et l’esprit des Nations (Ensaio sobre os costumes e o espírito das nações). Voltaire destacou-se nessa tentativa de demonstrar esse mito absurdo. E esses reflexos permanecem, inclusive em certos meios de mestiços e negros, onde ainda se acredita no génio atribuído por algumas gotas de sangue branco. Mas na minha vida deparei-me tanto com brancos, mestiços ou negros alarves e estúpidos quanto com negros, mestiços ou brancos excepcionais. Porque eu simplesmente sei que são todos seres humanos. Só que a tolerância do negro com sangue branco tem limites, ele não deve sair do lugar que lhe foi dado no mundo branco. E quanto mais alto estiver na hierarquia, mais facilmente despertará os velhos demónios supremacistas. O poder e o privilégio de nãobrancos, mesmo simbólicos, perturbam o mundo branco, são suspeitos. Nos Estados Unidos, Obama foi convidado a mostrar a sua certidão de nascimento para provar a sua legitimidade. Em França, quando era ministra da Justiça, Christiane Taubira foi tratada de macaca durante longos meses na total indiferença. Na Itália, Cécile Kyenge, a primeira pessoa negra a entrar num governo daquele país, em 2013, foi chamada de orangotango. Em Portugal, durante uma sessão no parlamento, António Costa sentiu a necessidade de responder à presidente do CDSPP: « Está a olhar para mim e é pela cor da minha pele que me pergunta se eu condeno ou não? ». A mensagem para tudo isso é: « você não é legítimo ». Se Obama destacou-se na moderação durante a sua presidência, evitando a todo custo

a questão racial, é porque conhecia bem a paixão que o poder negro desperta nas mentes dos brancos. Habilmente evitou falar sobre o racismo (foi o presidente democrata que menos falou sobre a questão racial desde 1961) e foi implacável, - até mesmo precipitado, como no caso de Shirley Sherrod (erroneamente), uma pessoa da sua administração, - com o pastor Jeremiah Wright, durante a campanha da primeira eleição. São pessoas que foram acusadas de racismo antibranco. Obama pediu repetidamente que os negros fossem duas vezes melhores que os brancos, o que basicamente mostra que há dois pesos e duas medidas no seu país. Ele queria estar « limpo », como Joe Biden o chamou quando foi o seu concorrente nas primárias democratas, e trabalhou duro como um bom equilibrista para encontrar as palavras que ecoavam na América negra e na América branca, apesar das afrontas e provocações que sofreu com elegância. Mas Obama ainda sabia que a cor da sua pele seria um problema no sistema político do seu país, onde a supremacia branca estava em todos os níveis do governo. A presidência americana, uma função ocupada desde a sua fundação por homens brancos, foi, até 2008, o maior símbolo dessa ordem até aí bem preservada. E a vitória de Obama não acabou com o racismo, intensificou-o. Essa vitória criou Donald Trump.

“ Os brancos são superiores a esses negros, assim como os negros são a macacos e os macacos a ostras “

O negro é bem-vindo no mundo do poder branco, mas sem a sua história nem a sua identidade. A princesa Meghan Markle entrou na família dos Windsors com a sua história e identidade negras, e desde cedo a supremacia branca lembrou-lhe que a família na qual tinha entrado incarnava o monopólio do poder branco. A mídia e os tabloides ingleses, acusados de tudo hoje, apenas expressam e alimentam os sentimentos mais profundos do povo britânico. « Mas o que é Voltaire afinal? Voltaire, digamos com alegria e tristeza, é o espírito francês », escreveu Victor Hugo no seu livro intitulado William Shakespeare. E o que dizem a mídia e os tabloides britânicos, se não que os Windsors estão ligados por uma aristocracia que exclui pessoas não-brancas? Quando um jornalista da BBC comparou o filho da princesa Meghan a um chimpanzé, isso não é expressão de um medo excessivo de ver o colapso do ideal de brancura diante dos seus olhos e, consequentemente, de toda a sociedade que construiu? E que mensagem a princesa Miguel de Kent queria transmitir quando usou um broche

racista no dia do primeiro encontro da princesa Meghan com a família real? Diz-se também que foi feita uma tentativa de privar o seu filho, Archie, de um título de nobreza, algo devido a todos os filhos dessa categoria. E tudo isso ocorre num momento crítico da história deste país, onde, como em toda a Europa, um vento supremacista está a soprar novamente para lembrar as horas mais sombrias deste continente. Conhecemos as motivações populistas para o Brexit. A princesa Meghan Markle não pôde, portanto, não ser associada a tudo o que se quer rejeitar. Em suma, a integração e a excelência de pessoas não-brancas não são suficientes no mundo do poder branco, continuam a ser um ataque violento à supremacia branca. * é Pan-africanista, afrooptimista radicado em Paris, França. É colunista do diário Folha de São Paulo (Brasil), do diário Público (Portugal) e do diário Libération (França). É cofundador e vice-presidente do instituto République et Diversité que promove a diversidade em França e é empresário.


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