Jornal OPaís edição 1839 de 16/05/2020

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Ocupantes ilegais abandonam apartamentos no Capari

Cerca de 150 apartamentos do bloco 8 ocupados ilegalmente, em Março último, na centralidade do Capari, província do Bengo, começaram a ser desocupados, com a intervenção da Polícia Nacional e de uma empresa de segurança.. P. 32

opaís

Director: José Kaliengue www.opaís.co.ao e-mail: info@opaís.co.ao @jornalopaís facebook/opaís.angola

O diário da Nova Angola Edição n.º 1839 Sábado, 16/05/2020 Preço: 40 Kz

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Confinamento pode aumentar gravidezes, diz especialista l O especialista em ginecologia e obstetrícia Cláudio Cipriano disse

haver a probabilidade de se registar um aumento considerável de gravidezes devido ao confinamento social derivado da pandemia da Covid-19 P. 10

Observatório Eleitoral defende autárquicas em 2022 Especializado em escrutinar processos eleitorais em Angola e no estrangeiro, Luís Jimbo alega que, apesar da aprovação de alguns diplomas do Pacote Legislativo Autárquico, o país não está preparado para realizar eleições autárquicas em 2020. política:

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18/11/19

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Grupo Zahara lança campanha de promoção da produção nacional l As superfícies comerciais das

marcas Kero e Nosso Super lançaram mais uma campanha de produção nacional. Ambas colocaram à disposição dos seus clientes uma vasta gama de produtos com o sabor e a qualidade do que é nacional. P. 19

Laurindo Lucamba quer mais apoio do Governo do Huambo l Para ultrapassar algumas situações, o campeão sugere que o apoio neste momento da Covid-19 resolve questões pontuais de alimentação. P. 26


EM FOCO

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O PAÍS Sábado, 16 de Maio, de 2020

40 dos 48 dos pacientes de Covide-19 são assintomáticos 40 (85 por cento) dos 48 cidadãos infectados pela Covid-19 são assintomáticos e oito (15 por cento) apresentam várias sintomatologias, revelou, ontem, em Luanda, o secretário de Estado para a Saúde Pública, Franco Mufinda Maria Teixeira

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ranco Mufinda fez esta revelação na habitual actualização de dados sobre a pandemia no país que decorre diariamente no Centro de Imprensa Aníbal de Melo, com o objectivo de esclarecer a evolução da doença. Esclareceu que nas últimas 24 horas não houve novos casos. Mas conseguiu-se mais três recuperações, perfazendo assim, um total de 17 casos recuperados, 29 pacientes clinicamente estáveis e dois casos que resultaram em morte. Este especialista em Saúde Pública explicou que dentre os pacientes que se encontram a ser assistidos, as pessoas que expressaram febre representam 15 por cento. Entre as que têm sintomas, apenas 25 por cento expressaram temperatura acima de 38 graus centígradosm 10 por cento expressaram dificuldades respiratórias, 5 por cento expressaram mal-estar geral e 5 por centro apresentaram calafrio. Por outro lado, disse que 15 por cento apresentaram dor de cabeça, 5 por cento fadiga e tosse, dos 48 casos até ontem reportados positivos no país.

Apesar de termos essa vivência com a Covid -19, mantemos os cuidados de saúde que são os serviços essenciais. Apelamos as mulheres gravidas a continuarem a realizar as consultas de pré-natal”, disse.

“Quando olhamos os 21 casos de transmissão local, já descartamos dos 48, ficamos com 27. Analisando a proveniência da doença, 78 por cento provém de Portugal, 22 por centos são de outros países como Espanha, África do Sul, Cuba, Brasil e França”, detalhou. Salientou que os casos de transmissão local mantêm-se 21. Sobre as análises clínicas de casos suspeitos e não só, Franco Mufinda explicou que o Instituto Nacional de Investigação em Saúde desde a colheita da primeira amostra até a data presente examinou 6. 236 amostras, dos quais 48 positivas, 5.687 negativas e 501 encontram-se em processamento. Em quarentena institucional encontram-se 720 pessoas e há 436 casos suspeitos, enquanto 1.111 cidadãos estão sob vigilân-

cia, por terem mantido contacto com portadores da Covid-19. Entretanto, 129 pessoas receberam alta da quarentena, dentre elas 87 são de Luanda, 21 de Cabinda, nove do Zaire, oito do Uíge e três nas províncias de Benguela e Bié, cada uma com igual número. O Centro Integrado de Segurança Pública (CISP) registou 81 chamadas, das quais uma denuncia e 80 pedidos de informação sobre a Covid-19. Entretanto, as equipas de resposta rápida receberam três alertas de casos suspeitos, que após investigação foram descartados, porque não reuniam os pressupostos de casos suspeitos da Covid-19. Maianga lidera quantidade de casos Franco Mufinda fez saber que por causa do surgimento de casos

no bairro Cassenda, município da Maianga, a distribuição geográfica mudou. Este município passou a liderar com 14 casos activos, dois recuperados e um óbito, se comparado com os demais municípios que reportaram também casos neste leque de 48 positivos. Nesta senda, disse que Belas tem actualmente cinco casos activos, seis recuperados e um óbito. Já Talatona conta com seis casos activos e quatro recuperados. No que respeita ao município de Belas, somando os casos com Talatona passam a registar 11 casos activos, 10 recuperados e um óbito. Já no Kilamba Kiaxi três casos activos, um recuperado, enquanto o município de Cacuaco tem um recuperado. Actualmente o município do Cazenga conta com seis casos activos, Ingombota dois recuperados e o Sambizanga um activo e um recuperado. Por outra, contou que a distribuição etária também mudou, sendo que a concentração dos infectados está à volta dos 77 por cento na faixa etária dos 20 aos 59 anos de idade e a predominância de género contínua masculina, com 68 por cento. De acordo com Franco Mufinda, as províncias continuam a trabalhar com a colheita das amostras e o respectivo envio a Luanda. As autoridades sanitárias estão também a fazer algumas acções de capacitação dos técnicos na província de Benguela. Em Cabinda promoveu-se alguns encontros de sensibilização da população, bem como noutras províncias. “Apesar de termos essa vivência com a Covid-19, mantemos os cuidados de saúde que são os serviços essenciais. Apelamos às mulheres gravidas a continuarem a realizar as consultas de pré-natal”, disse. Franco Mufinda apelou ao cumprimento das medidas do estado de emergência, designadamente lavar frequentemente as mãos com água e sabão, o uso da máscara nos locais indicados, a permanência das pessoas em casa e a observância do isolamento físico.


A maior rede de rádios privada de Angola uma rádio que se mantém no topo das audiências e que tem emissoras nas quatro províncias mais populosas (Luanda, Huambo, Benguela e Lubango).

O I D Á A R VA O N A D A L O G AN

mais informação mais entretenimento mais música

arte: Raul Santos

Luanda 99.1 F M Benguela 96. 3 Huambo 89.9 FM F Huíla 91.3 FM M


4 destaques política. PÁG. 8 Observatório Eleitoral Angolano defende realização de eleições autárquicas em 2022

SOCIEDADE. PÁG. 10 Confinamento em casa pode aumentar gravidezes, diz especialista

o editorial

ECONOMIA. PÁG. 18 Mais de três mil postos de trabalho extintos e suspensos nos últimos dois meses

hoje:

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ngola enfrenta problemas sociais muito graves, mas não intransponíveis. E há esforços bem claros e exemplares que desbravam o caminho para uma saída airosa da fome e

Cabinda tem a imagem ligada ao petróleo, como se nada mais pudesse produzir, mas esta é uma falsa imagem. A província está a desenvolver um excelente projecto de fomento agrário que merece a devida atenção. A distribuição de sementes, de mudas de plantas, de galináceos(pintos) e de ovos, aliada à devida assistência técnica aos camponeses, é, seguramente, a mais eficaz forma de combate contra a pobreza. O projecto, desenvolvido pelas autoridades locais, vai permitir melhorias na dieta das família e a obtenção de ganhos monetários com a venda dos produtos excedentários. E o resto, bem, caberá às autoridades desenhar um programa maior que leve à exportação e à descoberta da eterna verdade que diz que trabalhar a terra pode gerar riqueza.

o que foi dito Mundo. PÁG. 22 China pede cooperação com EUA após Trump ameaçar suspender relações

os números do dia

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Grão a grão...

da pobreza.

cartaz. PÁG. 15 “Moda não é para preguiçosos”

O PAÍS Sábado, 16 de Maio, de 2020

Sou católico e fico rezando para que o povo brasileiro escape deste genocídio de irresponsabilidade causado por Bolsonaro”

Lula da Silva Antigo Presidente do Brasil

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Cidadão angolano, que se encontra em Portugal ao abrigo da Junta Médica, foi diagnosticado, nesta Sextafeira, em Lisboa, com a Covid-19, elevando para 26 o número de concidadãos angolanos activos. Cidadãos nacionais foram detidos na noite desta Quintafeira pelas forças de segurança e militar na cidade de Mbanza Kongo, província do Zaire, por desobediência.

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4000 “

Não quero que as pessoas pensem que tudo depende de uma vacina, mas isso seria formidável”

Donald Trump Presidente dos Estados Unidos da América

Projectos, de um total de 435 elegíveis para execução, no âmbito do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), já têm as quotas atribuídas, pagas e estão em fase de materialização

Mil quilos de arroz estão a ser distribuídas, desde Quinta-feira, às populações mais carenciadas no Cuando Cubango, numa acção do secretariado provincial da Cruz Vermelha de Angola (CVA).

Criamos a melhor economia da história do mundo e vamos fazer isso novamente. Eles vão começar a ver isso no quarto trimestre ou até mais cedo” Donald Trump Presidente dos Estados Unidos da América


O PAÍS Sábado, 16 de Maio, de 2020

5 e assim... José Kaliengue Director

Bem-vindo Cacimbo

Hoje no online de O PAÍS leia a entrevista com realizadora Maria João Ganga e perceba como a pandemia Covid-19 afecta o mundo cultural e artístico angolano.

H

www.opais.co.ao Kiev (Ucrania) Cerca de cinquenta bebés nascidos de mães de aluguer estão mantidos numa clínica, pois o bloqueio da doença do novo Coronavírus (COVID-19) impede que os seus pais adoptivos os venham recolher. (DR )

o que vai acontecer Bungo Quatro projectos de impacto social inseridos no âmbito do Plano Integrado de Intervenção nos Município (PIIM), ligados aos sectores da educação e águas, arrancam no município do Bungo, província do Uíge. Com a primeira pedra lançada pelo vice-governador para os serviços técnico e infra-estruturas do Uíge, Afonso Luviluku, são duas escolas de sete e 12 salas de aulas cada, e dois sistemas de tratamento e distribuição de água. A serem executados num período de dez meses, os projectos, nos sectores da educação e águas, estão avaliados em mais de 188 milhões de kwanzas.

Covid-19 JMPLA promeve uma campanha de sensibilização da população para o cumprimento das medidas de prevenção e contenção da propagação da pandemia da Covid-19, na cidade do Dondo, município de Cambanbe, província do Cuanza-Norte. A campanha conta com o envolvimento de 200 jovens filiados na JMPLA, que vão percorrer os mercados informais espalhados nesta cidade, através de contactos com os comerciantes. Segundo o primeiro secretário municipal Ezequiel Manuel, ao longo da comunicação, a ser feita em línguas portuguesa, kimbundo e umbundo.

Tribunal A formação do 1º de Maio de Benguela vai avançar, na próxima Segundafeira (18), com a solicitação de uma providência cautelar junto do Tribunal Provincial De Luanda, em resposta à decisão da Federação Angolana de Futebol (FAF) de confirmar a sua descida de divisão, anunciou, na Sexta-feira, o seu presidente de direcção, António Moisés. Segundo um comunicado da FAF, tornado público nesta Quinta-feira, é declarada a interrupção definitiva do Campeonato Nacional da 1ª divisão e a prova de apuramento a esta competição.

Pandemia O Ministério da Saúde apresenta hoje em conferência de imprensa o estado actual do novo Coronavírus (Covid-19), na sede do CIAM, em Luanda, a partir das 19 horas.

á anos que não ouvia tanta unanimidade na designação da estação do ano iniciada ontem em Angola, entramos no Cacimbo. Estou contente, nas rádios diz-se Cacimbo, nos textos que tenho lido também se escreve Cacimbo. Ficou a “frescura” do Inverno que nos estava quase a ser imposto pela burrice da nossa “elite glamorosa”. Agora espero que lá para Setembro voltemos a ter a Estação das Chuvas e não o Verão. Nunca vi gente fina mais obtusa. Mas há outras expressões que espero que a escola ajude a repelir. Espero que os angolanos recomecem a dizer que alguém participou numa reunião e não de uma reunião. Que as pessoas passem a cumprir as suas obrigações e não a cumprir com as suas obrigações. Este Cacimbo tem de ser suficientemente frio para gelar as manias em relação o vírus e voltem as relacionadas ao vírus. Também espero que as coisas deixem de acontecer em meio à pandemia e aconteçam naturalmente neste período de pandemia. Não, não tenho nada contra os brasileirismos exagerados, tenho é contra os bandidos que rendem os guardas e sou a favor dos polícias que imobilizam ladrões. A língua evolui, é verdade, algumas vezes até os conceitos, mas, ainda assim, sabe bem melhor ouvir que alguém foi a todas as casas em vez de ter ido a todas casas. Os nossos heróis que deram a vida pela pátria estão bem melhor definidos do que nossos heróis que nada fizeram, afinal. O Cacimbo já cá está, felizmente, as temperaturas começam a baixar, talvez o frio e a Covid-19 levem algumas pessoas as ler um pouco mais, a descobrir que uma sala de cinema não fica lotada, mas com a lotação esgotada. E que disto a gente não falamos, a gente fala, dos shoppings que deveriam ser centros comerciais, onde o Cacimo voltará a servir um sumo no lugar do suco, se o estado serológico do país permitir, porque se for o sorológico...

E também... Dia Mundial do Whisky - 16 de Maio de 2020 (Sábado) O Dia Mundial do Whisky celebra-se todos os anos no terceiro Sábado de Maio. Este dia resume-se a parar para se sentar junto a uma mesa em boa companhia e apreciar um copo da água da vida que é o whisky. Esta é a razão para se celebrar o dia internacional do whisky sempre aos sábados, com calma e moderação. Como beber? O whisky pode ser bebido em cocktail, como é habitual nos espaços nocturnos, ou em puro malte (a forma clássica de se beber whisky), quando a bebida é feita a partir da mistura de grãos maltados e destilada num só local.


6 Media Nova, S.A Presidente do Conselho de Administração Filipe Correia de Sá Administradores Executivos Luís Gomes Paulo Kénia Camotim Propriedade : Socijornal Depósito Legal: Nº 244/2008 Contribuinte: 5417015059 Nº registo estatístico: 48058

O PAÍS Sábado, 16 de Maio, de 2020

no tempo do kaparandanda

Director Geral de Publicações: José Kaliengue jose.kaliengue@opais.co.ao

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Director: José Kaliengue Sub-Director: Daniel Costa, daniel.costa@opais.co.ao Chefe de Redacção: Eugénio Mateus, eugenio.mateus@opais.co.ao Editorias : Política: Ireneu Mujoco ireneu.mujoco@opais.co.ao (Editor) Sociedade: Paulo Sérgio paulo.sergio@opais.co.ao (Editor) Romão Brandão romao.brandao@opais.co.ao (Sub-editor) Economia André Mussamo andre.mussamo@opais.co.ao (Editor) Desporto: Sebastião Félix sebastiao.felix@opais.co.ao (Editor) Mário Silva mario.silva@opais.co.ao (Sub-editor) Cartaz: Jorge Fernandes jorge.silva@medianova.co.ao (Sub-editor) Redacção: Norberto Sateco, Alberto Bambi, Augusto Nunes, Rila Berta, Miguel Kitari, Domingos Bento, Neusa Filipe, Milton Manaça, Antónia Gonçalo, Maria Teixeira, Iracelma Kaliengue, Patrícia Oliveira, Stela Cambamba, Zuleide de Carvalho (Benguela), Brenda Sambo, Maria Custódia e Adjelson Coimbra. Arte: Ladislau Bernardo (Coordenador) Valério Vunda (Coordenador adjunto), Annette Fernandes, Nelson da Silva e Francisco da Silva. Fotografia: Carlos Moco (Editor), Daniel Miguel (Sub-editor), Pedro Nicodemos, Jacinto Figueiredo, Carlos Augusto, Virgílio Pinto, Lito Cahongolo (repórteres fotográficos), Rosa Gaspar e Yuri dos Santos (Assistentes de Departamento) Agências: Angop, AFP, Reuters, Getty Images

Assistentes de Redacção: Antónia Correia, Rosa Gaspar, Sílvia Henriques Impressão e acabamento: DAMER, S. A. Luanda Sul, Edifício Damer Distribuição: Media Nova Distribuição Tel: +244 943028039 Distribuidora@medianova.co.ao pontodevenda@medianova.co.ao Assinaturas: Bruno Pedro Tel: +244 945 501 040 Bruno.Pedro@medianova.co.ao Online: Venâncio Rodrigues (Editor) Isabel Dalla e Ana Gomes Sítio Online: www.opais.co.ao Contactos: info@opais.co.ao Tel: 914 718 634 -222 003 268 Fax: 222 007 754 Sede: Condomínio ALPHA, TalatonaLuanda. Tel: 222 009 444 República de Angola

1991

16 de Maio de - Com a entrada em vigor do cessar-fogo entre o governo e a rebelião armada no país, as armas calam-se no Luena (província do Móxico, e entra em vigor a paz em Angola.

1997

16 de Maio de -Um dia após a saída do presidente Mobutu do Zaíre, as forças de Kabila entram em Kinshasa.

2014

16 de Maio de - Recenseamento geral da população e habitação em Angola (16 a 31 Maio), o segundo censo. O Primeiro foi em 1970.

carta do leitor

Bandidos sem medo Caro director do jornal OPAÍS Os bandidos nos bairros já não respeitam ninguém, perderam mesmo o medo. Não sei se é mesmo da fome, como costumam a falar algumas pessoas, uns roubam só mesmo por ilusão, querem tirar o que é dos outros, ir vender e fazer banga no bairro. Os bandidos não têm medo e nem respeito, todos no bairro Mundial sabem quem eles são, mas mesmo assim eles ameaçam as pessoas, são eles que mandam. Mesmo os polícias, se estão sozinhos, nem fazem nada, mesmo a ver os miúdos a desmontar alguém. Os familiares deles deviam ir fazer queixa na Polícia, mas alguns também comem do que eles roubam. Até de dia roubam. À noite não querem saber se tem gente em casa ou não, entram e roubam. Ainda batem nas pessoas. Um dia o povo vai começar a fazer justiça por mãos próprias outra vez. Será que nunca mais teremos paz? Já basta a vida que não está fácil, a pessoa tem de lutar muito para ganhar o pão dos filhos, e ainda os bandidos vêm buscar. Isso não pode ser. Tem de acabar. Estamos fartos. O Governo tem de fazer alguma coisa. Pôr luz nas ruas, asfaltar as ruas e pôr mais polícia. Maria António

Comercial e Marketing: Senda Costa 922682440 email: comercial@medianova.co.ao Tiragem: 15 000 exemplares

Escreva para o Jornal OPAÍS através do e-mail info@opais.co.ao ou ligue para estes contactos Tel: 222 003 268 Fax: 222 007 754



POLÍTICA

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O PAÍS Sábado, 16 de Maio, de 2020

Moçambique, que, na sua óptica, têm pouco reflexo na vida das comunidades. Assegurou existir estabilidade política, social e económica nos países em que se realizam as eleições autárquicas e as eleições gerais num único processo, apesar da realidade de cada um destes. O entrevistado deste jornal insistiu que se Angola optar por este tipo de processo, em 2022 poderá começar a desenhar um novo estilo de governação, que lhe vai garantir, a curto ou médio prazo, resolver as mais prementes necessidades das comunidades.

lização do registo eleitoral oficioso (cartão do munícipe), actualização do registo eleitoral em todos os municípios pelo princípio da universalidade, e a eliminação da base de dados dos eleitores de registo testemunhado. Outra tarefa menos importante, segundo a fonte, será a aprovação pelo Tribunal Constitucional das candidaturas propostas a nível dos municípios, a formação e organização dos quadros da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) nos municípios, seguindo-selhe o programa de educação cívica eleitoral. “Não é realístico dizer que haverá eleições autárquicas este ano, quando, na verdade, falta muita coisa por se fazer, tendo em conta a exigência de um processo eleitoral como são as eleições autárquicas”, justificou.

Sem condições para autarquias Abordado sobre a implementação do poder local este ano em Angola, socorrendo-se da sua experiência de observador internacional, afirmou que o país não está em condições de realizar eleições autárquicas em seis meses, apesar da aprovação de algumas leis que vão suportar o Pacote Legislativo Autárquico. Luís Jimbo sustentou que a realização de qualquer tipo de eleições acarreta uma série de despesas, do ponto de vista financeiro, técnico e logístico, sobretudo nesta altura em que o país, o continente e o mundo se empenham na luta contra a Covid-19. Explicou que, para além da aprovação das leis na Assembleia Nacional, será necessária a actua-

Discussão honesta Durante a conversa com O PAÍS, exortou os partidos políticos e o Governo a terem uma discussão honesta sobre a realização ou adiamento deste processo, realçando ser injusto realizar-se apenas para “inglês ver”. Alertou os partidos políticos para “deixarem de se assumirem como sendo os “donos” das eleições, como se fazem transparecer”, colocando os demais actores e os cidadãos/eleitores como meros expectadores. “Infelizmente, esta é uma verdade que hoje assistimos na nossa classe política angolana”, afirmou, apelando para que, nos próximos tempos, haja mais consultas a outros actores da sociedade civil.

Observatório Eleitoral Angolano defende realização de eleições autárquicas em 2022 Especializado em escrutinar processos eleitorais em Angola e no estrangeiro, alega que, apesar da aprovação de alguns diplomas atinentes ao Pacote Legislativo Autárquico, o país não está preparado para realizar eleições autárquicas em 2020 Ireneu Mujoco

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director do Observatório Eleitoral Angolano (ObEA), Luís Jimbo, defendeu a realização das eleições autárquicas e eleições gerais em 2022 em Angola, num único processo, para conformar o sistema de governos, com mandatos de quatro ou cinco anos, vigente em alguns países de África. Em entrevista a OPAÍS, justificou que este é um modelo utilizado por 21 países africanos que têm instituídas as suas autarquias, com regularidade, destacando a

Director do Observatório Eleitoral Angolano, Luís Jimbo

Namíbia e o Botswana, porque, diz, além de conformar o processo, poupa recursos financeiros dos próprios Estados. Luís Jimbo entende que o mandato do Poder Local (autarca) deve estar alinhado com o do Presidente da República e o dos deputados, que devem ser eleitos num único processo eleitoral. Para este modelo eleitoral, de acordo com a fonte, que é também observador internacional, a única diferença na eleição está nas urnas, havendo umas para as autarquias e outras para as eleições gerais. Com larga experiência em pro-

cessos eleitorais em África, na Europa e na América, Jimbo apontou este modelo como sendo eficaz para o desenvolvimento das sociedades. “É preciso realizar eleições que elevem a consciência e a soberania do cidadão”, sublinhou, insistindo que a realização de eleições autárquicas e eleições gerais em períodos diferentes é muito dispendiosa, apesar do apoio da comunidade internacional. Para o caso concreto de Angola, Luís Jimbo disse ser interessante que se adopte este modelo, evitando o tipo de eleições autárquicas que ocorrem, por exemplo, em

Sector dos diamantes prevê queda de 20%por causa do Coronavirus Neste momento, todas as minas reduziram os trabalhos de exploração

Patrícia de Oliveira

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presidente do Conselho de Administração da Endiama, Ganga Júnior, ressaltou que neste período não há mercado para comercializar diamantes e as ven-

das estão paralisadas. “Em todas as minas de diamantes foram reduzidas as capacidades de exploração, tendo em conta a redução dos funcionários, na ordem nos 50% , seguindo as orientações do Executivo para travar a pandemia do novo Coronavirus no país”, explicou. O responsável salientou que as concessões mineiras estão a trabalhar em situação de equilíbrio, com as reservas que cada uma delas fez durante o ano e com o sistema financeiro. “Não temos pressa de vender os diamantes, tendo em conta a situação da pandemia do Coronavírus que o mundo enfrenta”,

disse. Sobre as perdas financeiras, Ganga Júnior sublinhou que foi feito um cálculo global sobre o que estava previsto, uma produção de 10 milhões de quilates no presente 2020. Mas, com todas as restrições, espera-se a produção de 8 milhões. O dirigente acredita que nos próximos quatro meses as empresas possam retomar os trabalhos a 100% . Sendo que o sector prevê uma redução na ordem dos 20%. Questionado sobre o início das actividades das empresas vencedoras de concessões para exploração de diamantes, Ganga Júnior referiu que após assina-

tura dos contratos, as empresas têm seis meses para início de actividade. “O período de instalação e mobilização da mina não será a 18 meses ou dois anos”, explicou. No que toca ao investimento nos dois quimberlitos sobre os quais o Estado realizou recentemente um concurso, avançou que não será inferior a USD 150 ou 200 milhões, ressaltando que as áreas concedidas tem potencialidades para grandes quantidades de diamantes . Por outro lado, existem alguns quimberlitos conhecidos que ainda não foram estudados definitivamente.

Para Ganga, é preciso transformar todo o conhecimento em reservas aprovadas. Sobre posicionar Angola entre os três maiores produtores de diamantes, Ganga Júnior referiu que para isso se está a trabalhar diariamente nas minas existentes. Disse ainda que se pretende começar a exploração experimental da mina do Luaxi e que também se registou uma “melhoria na antiga concessão e nos quimberlitos que foram descobertos e estão a ser estruturados, de modo a aumentar a capacidade de produção. “A meta é em 2022 consolidar essa posição, rematou.


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PR avalia situação político-social com CASA-CE e PRS O Presidente da República, João Lourenço, analisou, nesta Sexta-feira, em separado, a situação política, económica e social do país com os líderes da Convergência Ampla de Salvação de Angola Coligação Eleitoral (CASA-CE), André Mendes de Carvalho, e do Partido de Renovação Social, Benedito Daniel

A

ndré Mendes de Carvalho afirmou ter abordado com o Presidente João Lourenço a necessidade de se

O Presidente da República, João Lourenço

potencializar os produtores nacionais com alguma experiência, para se alcançar a auto-suficiência alimentar, enquanto se reformula o sistema de ensino, a fim de alargar a formação de quadros no segmento da investigação científica.

Sugere, a título de exemplo, a atribuição de motores aos pescadores, para aumentarem a capacidade de captura, bem como parelhas de bois e charruas a agricultores, para incrementar a produção alimentar. Para o político, as apostas em

grandes fazendas fracassaram, apesar do muito dinheiro gasto. Relativamente às autarquias, a CASA-CE defende eleições em todo o território nacional, mas que a transferência de responsabilidades seja gradual, por não terem to-

Analisados preparativos do VII Congresso ordinário da OMA O secretariado do Bureau Político do MPLA

analisou, ontem, Sexta-feira, em Luanda, na sua 5ª Reunião Ordinária, os preparativos para a realização do VII Congresso da OMA, organização feminina deste partido

E

m nota enviada a OPAÍS, o MPLA faz saber que durante a reunião, orientada pela sua vice-presidente, Luísa Damião, o Secretariado do Bureau Político abordou diversas matérias ligadas à vida interna do partido. No encontro, foi também aprovado o plano

de visitas aos municípios de Luanda com o objectivo de avaliar o estado de organização e funcionamento das estruturas de base e intermédias do partido, orientando-as no sentido do aumento do trabalho massivo políticopartidário a todos os níveis. De acordo com o comunicado, as deslocações dos grupos de

Vice-presidente do MPLA, Luísa Damião

da capacidade para assumir e implementar alguns serviços. Defendeu a realização de eleições autárquicas o mais breve possível, por fazerem falta à organização do Estado de qualquer país. O presidente da coligação fundada em Abril de 2012 e terceira maior força política no Parlamento, com 16 deputados, defendeu, para cada município, uma assembleia eleita que delibere sobre os assuntos da sua comunidade nos mais variados domínios. Já o presidente do PRS, Benedito Daniel, declarou ter analisado com o Titular do Poder Executivo as implicações da Covid-19 e as medidas a tomar para reduzir o seu impacto económico e social. Para Benedito Daniel, o Executivo deve priorizar a produção de alimentos para o sustento da população, bem como assegurar o fornecimento de água e energia às comunidades e ao sector produtivo. Para o líder do PRS, fundado em 1990 e com dois deputados na Assembleia Nacional, deve ser privilegiada a aposta na diversificação da produção alimentar, para garantir o sustento dos angolanos, ante a escassez de divisas para a importação de bens alimentares. Segundo Benedito Daniel, a covid-19 trouxe grandes prejuízos, mas também lições para que cada país crie soluções de auto-sustento. acompanhamento do Secretariado do Bureau Político vão decorrer no dia 29 de Maio de 2020. O mesmo acrescenta que o Secretariado do Bureau Político tomou conhecimento das conclusões do encontro realizado com os segundos secretários dos Comités Provinciais do MPLA e aprovou o relatório do Encontro Nacional sobre os Programas do Sector Social no Plano de Desenvolvimento Nacional - 2018/2022 - realizado em Luanda. Após a provação do relatório, foi recomendado o acompanhamento e avaliação por parte das estruturas do partido das acções e medidas previstas, no âmbito da melhoria contínua das condições de vida das populações. Finalmente, o Secretariado do Bureau Político anuiu à proposta de nomeação do Chefe de Divisão de Estudos e Análises do Gabinete do Secretário Geral do MPLA.


sociedade

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O PAÍS Sábado, 16 de Maio, de 2020

Confinamento em casa pode aumentar gravidezes, diz especialista O especialista em ginecologista e obstetrícia Cláudio Cipriano revelou que há a probabilidade de se registar um aumento considerável de gravidezes devido ao confinamento social derivado da pandemia da Covid-19

Maria Teixeira

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láudio Cipriano, médico, declarou a jornalistas que a procura por consultas de genecologia nas maternidades e clínicas nacionais tem sido grande e constante, mesmo nesta época de confinamento. Em seu entender, as angolanas já se consciencializaram sobre a necessidade de cuidarem melhor da sua saúde e estão a fazê-lo. “As maternidades estão

constantemente cheias e as clínicas também, com consultas de genecologia”, frisou. Para exemplificar a procura, contou que diariamente realizam entre 13 e 15 cesarianas em 12 horas de trabalho, o que considera ser um número considerável. Mas, ão especificou a quantidade de partos normais no seu local de trabalho, ainda assim, disse serem muitos. Enfatizou que isto acontece numa época em que só estão a atender a emergências, pelo que supõe que se estivessem a fazê-lo em 24 horas a cifra ultrapassaria

Cesariana em parturiente com Covid-19 Questionado se as mulheres com Covid-19 podem ou não ser submetidas a cesariana, o médico esclareceu que isso depende muito do seu estado de saúde. Segundo o especialista, se for assintomática e não tiver qualquer problema respiratório pode, desde que devidamente analisada do ponto de vista obstétrico. Caso ela tiver uma pélvi compatível e não tiver nenhuma difusão, pode fazer o parto normal. Porém, se tiver uma insuficiência respiratória terá de fazer obrigatoriamente uma cesariana, porque o abdómem está aumentado. Disse ainda que uma mulher que tem Covid-19 pode fazer o parto normal, dependendo do sintoma. “Se estiver com o sintoma que nós consideramos menos agressivo, como uma tosse leve, uma febrícula e sem dificuldade respiratória, vamos ver em que condições obstetras está, para que, se tiver uma pélvi compatível, tenha um parto normal”, disse. O médico obstetra fez saber que a fase da gravidez mais arriscada para as mulheres, ante o vírus, é o terceiro trimestre, por ser neste período em que ela já tem algumas limitações e está mais susceptível a ter alguns problemas respiratórios. “Por exemplo, por causa da mudança que ela tem a nível do seu tórax, que não lhe permite ter grande amplitude de respiração”, explicou.

os 30 casos de cirurgias por dia. Cláudio Cipriano fez tais revelações, recentemente, numa conversa sobre a “Covid-19 na gestação”, realizada no Centro de Imprensa Aníbal de Melo, em Luanda. Sobre este assunto, baseandose num estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), afirmou que, apesar de a mulher grávida ter alterações nos órgãos, sistema de órgãos e a sua imunidade baixa, ela é considerada como qualquer um dos pacientes com Covid-19 em termos de probabilidade de infecção Segundo o médico, não foi verificada até ao momento transmissão de mãe para filho, mas continuam os estudos para se saber mais sobre o vírus. Realçou que os estudos não detectaram, até agora, o vírus da Covid-19 em secreções, ou seja, no fluido vaginal, leite materno na placenta, no cordão umbilical, nem no líquido amitótico. “Segundo a OMS, a mulher grávida, apesar de sofrer alterações nos seus órgãos, sistema de órgãos e baixar a sua imunidade, é considerada como qualquer um paciente com Covid-19 em termos de probabilidade de infecção”, revelou. Entretanto, disse haver países, como o Brasil, que enquadraram todas mulheres em estado de gestação, de parto e do perpélio (período pós-gravidez) no leque de pessoas de risco. Como medida de prevenção, disse que a mulher, ao amamentar, deve evitar acariciar a criança e evitar beijar o rosto do bebé. As orientações de lavar as mãos frequentemente e de higienizar o mamilo antes de amamentar devem, obrigatoriamente, fazer parte da sua rotina. Cláudio Cipriano explicou que se a mulher grávida testar positivo e for assintomática pode amamentar, cumprindo as medidas de protecção, porque já se viu que o bebé não contrai Covid-19 pelo leite materno. Situação que deve ser alterada em caso de insuficiência respiratória grave. Em caso de ocorrerem secreções na boca e no nariz, deverá usar sempre máscara e luvas para pegar o filho e ter uma bata especial para usar no momento de amamentar.


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Ponte amarela de Viana será reaberta dentro de 45 dias

Há mais de 40 anos que a “grua do Prenda” representa perigo para a comunidade

GPL desembolsa mais de KZ 50 milhões para remoção da grua do Prenda O Governo Provincial de Luanda (GPL) está a desembolsar 57 milhões, 707 mil e 650 kwanzas para se proceder à remoção da grua que há mais de 40 anos põe em perigo a vida de cerca de 490 pessoas residentes nos lotes do bairro Prenda, Distrito Urbano da Maianga.

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operação de remoção dessa torre que durante décadas aterrorizou a vida dos moradore já teve início e deverá decorrer em 30 dias, de acordo com uma nota de imprensa do GPL a que o OPAÍS teve acesso. A execução da operação arranca com a demolição parcial de cerca de 10 moradias que se encontram num perímetro que vai facilitar a mobilidade de todo o equipamento, bem como dos técnicos engajados. “As 10 famílias cujas residências serão demolidas, estão provisoriamente acomodadas em casas arrendadas pelo Governo Provincial, de acordo com a livre escolha de cada um”, garante. O GPL esclarece que o montante acima mencionado suportará os custos relacionados à demolição e reconstrução par-

cial das moradias, instalação de guindastes, transporte de entulhos, remoção da contra-lança da grua, engate de cabos de aço do guindaste na estrutura da lança, movimentação dos pinos e das travas que unem a parte do equipamento à torre e a retirada total da grua. “Depois de concluídos os trabalhos, as moradias serão reconstruídas e os moradores regressarão às suas residências, evitando-se, deste modo, o realojamento numa outra localidade”. As autoridades solicitam a colaboração de todos os cidadãos, atendendo a complexidade desta operação e havendo a necessidade de se acautelar as melhores condições de segurança para o êxito do trabalho. Neste sentido, anuncia que os habitantes das residências que estão localizadas num períme-

tro não inferior a 250 metros da “grua”, no dia da retirada total do equipamento, cuja data ainda não está determinada, deverão abandonar o local das 8:00 às 16:00. Alerta que serão comunicados com a devida antecedência pela equipa coordenadora de toda a operação, cumprindo as indicações da Administração da Maianga, da Polícia Nacional e da Comissão de Moradores. “Exorta-se a permanente colaboração da Comissão de Moradores e o diálogo construtivo, no sentido de salvaguardar, em primeiro lugar, a segurança e a vida dos munícipes residentes naquele local”, diz a nota. A operação conta com a colaboração institucional e técnica do Ministério da Construção e do Ordenamento do Território, o qual deu início aos estudos e outras tarefas preparatórias.

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pedonal de 106 metros de cumprimento instalada sobre a estação dos Caminhos de Ferro de Luanda (CFL) na vila de Viana, arredores de Luanda, que se encontra em reparação desde 18 de Março do ano em curso, será entregue ao dono da obra (Administração Municipal) dentro de 45 dias. A informação foi prestada à imprensa pelo engenheiro Georges Luemba, responsável da obra, que avançou terem sido executados já 50 por cento dos trabalhos, que consistem em reparação de soldadura, reapertos e pintura. Feita de estrutura metálica e com uma durabilidade de 50 anos, segundo Georges Luemba, os trabalhos de recuperação estão a ser assegurados por 17 técnicos angolanos, que, apesar do estado de emergência, seguem com a obra a bom ritmo. A execução da obra, enquadrada no âmbito da responsabilidade social da empresa Pipo-Angola, SA, está avaliada em 82 milhões de Kwanzas. A presença da imprensa serviu para

desmentir informações que circulam nas redes sociais e que dão contam do abandono dos trabalhos por parte da empresa. “Nós estamos aqui para dar o nosso contributo com a reparação desta pedonal que é muito importante para a travessia das pessoas nos dois sentidos e em momento algum abandonamos os trabalhos”, disse. Sendo a única travessia entre o bairro Kapalanga e a vila de Viana e que se transpõe sem riscos de atropelamento, o empreiteiro pediu mais “um pouco de paciência” aos munícipes. Com o encerramento da pedonal, a população tem estado a transpor a estrada com muito risco, pelo que pede ao empreiteiro para cumprir o prazo de entrega. Refira-se que aquando do empossamento do novo administrador de Viana, Fernando Eduardo Manuel, este apontou como primeira prioridade, durante o seu mandato, o melhoramento das vias secundárias, terciárias e pedonais. Segundo apurou OPAÍS, além desta pedonal, outras que se encontram em avançado estado de degradação poderão ser também intervencionadas, ainda este ano.


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sociedade

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das duas famílias, do jornalista e do seu amigo, durante o período de vigência do estado de emergência. Armando Chicoca disse que isso ocorreu no final do dia, no entanto, só à noite o alegado chefe da brigada subiu uma montanhas nos arredores para tentar apanhar a rede telefónica a fim de comunicar o que se estava a passar ao seu superior hierárquico. De regresso, informou-lhe que em cumprimento de ordens superiores teriam de acompanha-lo à esquadra da Polícia. O jornalista e o seu companheiro de viajam acabaram por passar a noite sob custódia policial e só foram libertados por volta das 11 horas do dia seguinte. É assim que, por considerar tratar-se de abuso de poder, na manhã de ontem foi ao SIC apresentar uma queixa-crime contra os agentes da Polícia.

Chicoca, jornalista: “pretendem silenciar-me” O jornalista Armando Chicoco revelou, ontem, a OPAÍS, que considera o processo-crime movido contra si, por, alegadamente, ter violado os limites do exercício da liberdade de imprensa e cometido o crime de injúria contra agentes da autoridade ou força pública, perito ou testemunha, como uma forma de silenciá-lo

Paulo Sérgio

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rmando Chicoca descreveu como sendo uma atitude rotineira as autoridades da província do Namibe procederem deste modo quando se aproximam eleições, com vista a inibir as vozes críticas. Ele foi, na tarde de ontem, informado de que fora constituído arguido do processo-crime nº 1784/20-20 que corre os seus trâmites legais na Procuradoria Geral da República (PGR) junto do Serviço de Investigação Criminal (SIC) nesta província. Contou que no período da manhã ele compareceu no SIC local com o propósito de apresentar uma queixa-crime contra alguns efectivos da Polícia Nacional por, alegadamente, terem violado os seus direitos, restringindo a sua liberdade de circulação por várias horas.

O jornalista, ao serviço da Voz de América, disse que, dias antes, havia sido retido, por várias horas, numa unidade policial, quando saiam de uma das suas fazen-

MISA Angola manifesta solidariedade O MISA Angola, em comunicado de imprensa tornado público ontem, alerta a opinião pública para eventuais manobras intimidatórias que visam desencorajar o engajado activismo que Armando Chicoca tem feito em nome do bom jornalismo e de uma atitude cívica em prol do bem-estar das pessoas e da província do Namibe. “Vimos, através da presente nota, dar conta a opinião pública nacional e internacional que

das em companhia de um amigo. De regresso à casa, transportavam na sua viatura pessoal uma cabeça de gado e alguns bens alimentares para assegurar a alimentação

Armando Chicoca, apesar de todo o crime de aparente intimidação para desencorajar a sua atitude cidadã, contínua firme e fiel às suas convicções, declarando-se inocente e nada temer”, lê-se no documento. A organização manifestou total solidariedade ao profissional e cidadão em causa e promete, em nome do interesse público e da defesa da Liberdade de Expressão, continuar a acompanhar o assunto. De realçar que em Março de 2011 Armado Chicoca fora condenado a um ano de prisão efectiva e ao pagamento de mais de Kz

De queixoso a arguido No período da tarde recebeu um telefonema de um procurador convocando a sua presença nas instalações da PGR no Namibe. “Fiquei surpreso e questionei se a queixa que apresentei no SIC horas antes já havia sido transferida para a PGR e me foi respondido positivamente”, frisou. Porém, assim que chegou à PGR lhe foi apresentada uma notificação que faz menção de que é arguido no processo-crime nº 1784/2020 e deverá fazer-se presente em audiência de primeiro interrogatório na próxima Segunda-feira, às 10 horas. Armando declarou a este jornal que, apesar de considerar a forma como tudo se procedeu atípica, assinou a notificação e vai comparecer na data marcada com o seu advogado. Sublinhou, no entanto, que só durante o primeiro interrogatório saberá quem é o queixoso e quais os seus fundamentos, uma vez que o magistrado que lhe entregou a notificação se recusou a citar o nome.

200 mil por uma equipa de juízes do Tribunal Provincial do Namibe liderada por juiz Manuel Araújo. A sentença resultara de uma queixa apresentada pelo então juiz presidente do tribunal local, António Vissandula. Inicialmente eram quatro processos-crime, mas acabaram sendo reduzidos num único em que o jornalista respondia pelo crime de injúria e difamação ao magistrado judicial. Armando Chicoca chegou a permanecer 33 dias preso, tendo sido solto no dia 7 de Abril, após ter pago uma fiança.


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O QUE É O CORONAVÍRUS E COMO ME POSSO PROTEGER? O novo Coronavírus, intitulado COVID-19, é de uma família de vírus conhecidos por causarem infecção que pode ser semelhante a uma gripe comum ou apresentar-se como doença mais grave, como pneumonia

F

oi identificado pela primeira vez em Janeiro de 2020 na cidade de Wuhan, na China. Este novo agente nunca tinha sido previamente identificado em seres humanos, tendo causado um surto na aludida cidade que se espalhou rapidamente a vários países do mundo. A Organização Mundial da Saúde decretou (OMS) que o mundo está diante de uma pandemia.

COMO ME POSSO PROTEGER?

Tendo sido reportados já 48 casos em Angola, com duas mortes, estão indicadas medidas específicas de protecção, mas há questões práticas que se deve ter em conta para reduzir a exposição e transmissão da doença:

1. Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contacto directo com pessoas doentes;

2. Evitar contacto desprotegido com animais domésticos ou selvagens; 3. Adoptar medidas de etiqueta respiratória: tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o braço, nunca com as mãos; deitar o lenço de papel no lixo); 4. Lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir.

QUAIS OS SINAIS E SINTOMAS?

As pessoas infetadas podem apresentar sinais e sintomas de infecção respiratória aguda 2.Tosse como: 1. Febre 3. Dificuldade respiratória

Em casos mais graves pode levar a pneumonia grave com insuficiência respiratória aguda, falência renal e de outros órgãos e eventual morte.

EXISTE TRATAMENTO? Não existe vacina. Sendo um novo vírus, estão em curso as investigações para o seu desenvolvimento. O tratamento para a infecção por este novo Coronavírus é dirigido aos sinais e sintomas apresentados


cartaz seu suplemento diário de lazer e cultura

Rui Lopes

Moda não é para preguiçosos” entrevista de Jorge Fernandes fotos Cedidas

Perfil Rui Lopes nasceu em Luanda no bairro da Lixeira, actual distrito do Sambizanga. Formou-se na Amazing Fashion School do Zimbabwe e Thompson Education Direct dos EUA. Eventos internacionais: Ao longo da sua carreira participou em vários eventos internacionais com destaque para Cotton Fashion Fair, Zimbabwe; Mozambique Fashion Week, Moçambique; Vukani Fashion Awards, África do Sul, Zâmbia Fashion Night out, Ghana Fashion Night Out, Swahili Fashion Week, Tanzânia; Ethiopia 20º Aniversário Banco Africano, África Fashion Week Nigéria, Expo Zaragoza, Espanha Fashions Finest London Fashion Week, Inglaterra; África Fashion Week Barcelona, Cabo Verde Fashion Week, Carrousel de la Mode, Ponta Negra África Fashion Week Colômbia e Zimbabwe Fashion Week. É fundador do evento de moda solidária Rui Lopes & Amigos que se realizou na rua nos Combatentes em 2019 com a inclusão de crianças, manequins, modelos plus size e adultos. Detém um prémio Award ganho na África do Sul em 2015, no International Recognition Award.

Estilista com dimensão internacional, Rui Lopes já participou em vários eventos internacionais. O interlocutor de OPAÍS considera que existe uma carência cada vez mais crescente de alfaiates e costureiros qualificados, como tal cresce o número de estilistas sem formação e, por essa razão, a moda actual não pode prosperar. Porém, com foco direccionado à moda, pode-se gerar riqueza para os angolanos e consequentemente de empregos. Contudo, defende a formação não só para quem vai trabalhar no sector como também para aqueles que a dirigem

C

omo caracteriza o estado actual da moda em Angola? Quando um membro do nosso corpo está doente, o corpo inteiro fica doente, sofre. Portanto, com uma economia débil como a nossa não poderíamos esperar outro destino. Existe uma carência cada vez mais crescente de alfaiates e costureiros qualificados para trabalharem nos ateliês. Cresce o número de estilistas sem formação. Existem cada vez menos eventos em Angola e acentua -e a desunião entre os profissionais da moda. Cada vez mais nota-se o medo pela concorrência e o favoritismo ou conveniência em detri-

Pretendo dirigir a Casa ou o Atelier do Carnaval no Distrito do Sambizanga onde nasci. Foi um choque muito grande ver o rebaixamento dos grupos Carnavalescos do Sambizanga

mento da competência. A moda declinou muito nos últimos cinco anos como consequência do saque e desvio dos dinheiros atribuídos à recuperação da indústria têxtil nacional. O facto de no país não haver uma indústria têxtil, aliada à falta de formação, resulta em, na sua opinião, pouca qualidade do produto final dos nossos estilistas? A formação não é só para aquele que vai trabalhar na indústria. Quem dirige a indústria têxtil também deve ter formação a respeito. Acredito que a indústria teria sempre a última palavra a dizer no que diz respeito à

qualidade do produto final dos estilistas. Quer explicar melhor? Não é com matéria prima de pouca qualidade que se espera obter produtos de alta qualidade. A moda representa a terceira maior indústria do mundo. Portanto, falta visão nas pessoas que dirigem o país para perceber que além do petróleo e diamantes a indústria têxtil nacional poderia gerar riqueza para os angolanos e também milhares de empregos, assim como havia no tempo colonial. O mundo está “fechado” face à pandemia Covid-19 e Angola é


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dependente do mercado exterior. De que forma afectou o trabalho dos estilistas em Angola e o seu em particular? O trabalho dos estilistas angolanos não foi afectado pela Covid. Sempre vivemos dificuldades desde um botão, um fecho, linhas, tecidos etc. Não se compreende como até hoje o mercado informal continua a ter mais matéria-prima que o mercado formal. Até hoje, os carros em Cuba estão em movimento. Aqui as coisas também não pararam com a Covid-19. É preciso cada vez maior sabedoria e criatividade para contornar a situação. Quando não se tem uma bola jabulani joga se com uma bola de meia. Que mercados enquanto profissional pretende atingir e o que falta? Não descuro a possibilidade dos mercados europeus, asiáticos ou americanos. Contudo, a nossa realidade é bastante difícil por falta de indústria. Quando desfilei em 2011 na Inglater-

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ra tinha uma empresa interessada nos meus trabalhos mas as roupas deviam ser produzidas cá. Desisti do contrato porque mesmo confeccionando no meu atelier um kilo de roupa para enviar pela DHL custava usd 125. Imagina! Desistiu e não correu atrás? Estou mais virado actualmente para o mercado africano. Muitos grandes estilistas africanos já andaram pelo mundo fora e as portas continuam fechadas. Como é que surgiu a indicação para Embaixador da Catedral de Sal em Zipaquira na Colômbia? Continua a exercer o “Mandato”? Fruto do meu trabalho em defesa dos valores e cultura africanas fui contactado pela senhora Belky Arizala uma afrodescendente colombiana, antiga modelo internacional, que, reconhecendo o meu desempenho na moda africana, endereçou-me o convite para ser o convidado especial do lançamento do Áfri-

ca Fashion Week Colômbia 2017.

Fruto do meu trabalho em defesa dos valores e cultura africanas, fui contactado pela senhora Belky Arizala uma afrodescendente colombiana

E qual a função desta senhora? A senhora Belky é uma das Embaixadoras desta Catedral que é a 1ª Maravilha da Colômbia situada a 180 metros abaixo da terra e também embaixadora do UNICEF. Assim como eu, o jogador colombiano Falcão também é outro Embaixador desta grande atracção turística. Continua o mandato desde 2017? O meu mandato continua. O ano passado consegui convencer alguns estilistas africanos a participarem na 1ª Edição do referido evento. Este ano provavelmente não será possível devido a situação do Coronavirus. Que conselhos pode dar a quem queira entrar para o mundo da moda? Quem quiser entrar para o mundo da moda tem de ser diligente. Moda não é para preguiçosos. Precisa ser também argucioso. Tem de ser criativo, fazer as coisas com amor, dedica-

ção. Não desistir nunca. Tem de acreditar nos seus sonhos, nas suas capacidades. Tem de estar preparado para enfrentar a concorrência, os bloqueios, as invejas, as lutas. Moda requer muito do nosso tempo. Tem de ter disponibilidade e nunca desistir quando as coisas não estiverem bem. Que projectos pretende desenvolver, a curto, médio e longo prazos? Pretendo dirigir a Casa ou o Atelier do Carnaval no Distrito do Sambizanga onde nasci. Foi um choque muito grande ver o rebaixamento dos grupos Carnavalescos do Sambizanga. É necessário dar emprego a essa juventude que se perde no álcool e nas drogas. O nosso Carnaval vai de mal a pior. Quero ajudar na melhoria e inovação das indumentárias dos grupos do meu distrito. Estavam mal representados no último Carnaval. Também sonho com uma Fashion School para dar formação aos futuros estilistas nacionais.

National Geographic assinala os 75 anos fim da 2ª Guerra Mundial com 13 documentários O National Geographic vai dedicar a programação deste mês de Maio à comemoração dos 75 anos do fim da 2ª Guerra Mundial e da vitória dos Aliados neste conflito, após a rendição da Alemanha e Itália em Maio de 1945

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o nível mundial, a Grande Guerra terminaria em Setembro do mesmo ano, com a rendição do Japão. Para assinalar esta data, todas as Quintas-feiras a partir das 23h00 deste mês, serão dedicadas a esta efeméride, com a exibição de 13 documentários (sendo dois deles uma estreia no canal) e com a possibilidade de rever alguns dos melhores conteúdos relacionados com esta época. O documentário “Insubmersível: O Navio de Batalha Per-

dido no Japão”, da premiada equipa da Vulcan Productions, acompanha a fantástica aventura de oito anos liderada pelo co-fundador da Microsoft, Paul G. Allen, na tentativa de localizar o local de descanso final do super navio de guerra japonês, o IJN Musashi. Em 1944, com o resultado da Segunda Guerra Mundial em jogo, o Japão contava com uma arma secreta sobre a qual os americanos nada sabiam. Com 72 mil toneladas, o Musashi foi o maior e mais poderoso navio de guerra alguma vez construído,

considerado pelos japoneses como inafundável. Mas, numa das principais batalhas, o impensável aconteceu e o enorme navio afundou. Décadas após o naufrágio, a equipa de Allen partiu para encontrar o que resta dele. ‘A última tentativa de Hitler 2’ Esta série acompanha algumas das mais dramáticas bata-

lhas que marcaram o último ano da 2.ª Guerra Mundial, revelando as decisões desesperadas de Hitler no sentido de tentar inverter aquilo que seria a derrota do seu ideal e da Alemanha. Os seis episódios desta série retratam alguns dos mais marcantes momentos deste conflito como a libertação da zona portuária de St. Malo pelo exército ameri-

cano; o plano das forças aliadas com o general Bernard Montgomery para pôr fim à guerra em 1944; a operação Market Garden, uma das maiores operações aéreas de todos os tempos; a reconquista do porto de Antuérpia ou o esforço do exército dos Aliados para se posicionarem ao longo do rio Reno e invadirem a Alemanha nazi.


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cartaz

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RAP

Festival de hip-hop Rolling Loud adiado para 2021 com “o mesmo cartaz” de 2020 A 1ª edição, em Portugal, do auto-denominado “maior festival de hip-hop do mundo” foi adiada para 2021, devido à pandemia. Mantém-se o cartaz, que tinha Future e ASAP Rocky. Bilhetes continuam válidos

A

primeira edição do festival de música norte-americano Rolling Loud, que estava agendada para os dias 8, 9 e 10 de Julho deste ano, foi adiada para os dias 6, 7 e 8 de Julho de 2021. O adiamento resulta da “directiva do Governo português de 7 de Maio de 2020, que proíbe eventos de grande escala no país até Setembro” devido à pandemia do novo coronavírus, de acordo com comunicado enviado pelos promotores do festival. Apesar do adiamento da primeira edição portuguesa daquele que se apresenta como “o maior festival de hip-hop do mundo”, em 2021 “mantém-se o mesmo line up

Televisão

[cartaz] apresentado em 2020″ e o local continuará a ser a “Praia da Rocha em Portimão”. Portugal continuará assim a ser “o primeiro país europeu a receber o Rolling Loud”. Para a primeira edição portuguesa deste festival de música nascido em Miami (EUA) estava confirmada a presença dos cantores e rappers internacionais ASAP Rocky, Future e Wiz Khalifa. Também confirmadas estavam as actuações de Chief Keef, Gucci Mane, Lil Baby, Lil Uzi Vert, Meek Mill, Playboi Carti, Polo G, Rico Nasty, Saint Jhn, Trippie Redd e Young Thug, além dos portugueses Piruka, Yuzi e Sippinpurpp, entre outros. De acordo com a organização,

MÚSICA

“todos os bilhetes comprados para 2020 permanecem válidos para as novas datas” de 2021, mas “os promotores abrem a possibilidade aos seus clientes de, caso desejem, poderem colocar à venda os seus bilhetes, através de uma plataforma oficial de re-

venda”. Citada no comunicado, a Presidente da Câmara Municipal de Portimão, Isilda Gomes, refere: “Estamos solidários com a decisão de adiamento deste grande evento. Toda a grande festa que já estava no terreno para vos aco-

Festival

Família

lher na nossa cidade e nas nossas praias, iremos melhorar e colocar em prática em 2021. Têm a garantia que a Câmara Municipal e as gentes de Portimão tudo farão para vos proporcionar experiências inesquecíveis”. O comunicado refere ainda que “através da colaboração da Câmara Municipal de Portimão, foi possível, junto da hotelaria local, garantir, em 2021, as mesmas condições de estadia e preço a todos os festivaleiros do Rolling Loud. Os promotores, agradecem penhoradamente o esforço de todos e a forma com que têm sido recebidos em Portimão”. Fonte: Observador

Desafio

Programa O Momento da Blindada com mais uma hora de exibição

Novo single do rapper Grabriel O Pensador já disponível

VOA Heavy Rock Fest adiado para 2021

Após rumores, Kim Kardashian mostra-se ao lado dos filhos

Holyfield ‘responde’ a Mike Tyson e mostra forma invejável aos 57 anos

Três semanas após a estreia na programação do canal ZAP Viva, o programa O Momento da Blindada, apresentado por Stela de Carvalho, terá mais tempo de antena. Tal é o sucesso do programa junto do público que a direcção do canal decidiu aumentar mais uma hora ao programa. Assim, a partir do próximo dia 18 de Maio O Momento da Blindada estará na companhia dos telespectadores durante duas horas, das 10:00 às 12h00. Para o gáudio dos fãs da apresentadora, esta será a oportunidade de estarem mais tempo em companhia da irreverente e simpática Stela de Carvalho ou, como preferirem, a Stela Blindada.

Os conteúdos estarão disponíveis durante 72 horas nas suas plataformas, para os que não tiverem a possibilidade de o acompanhar em directo, ontem, 15, dia do seu lançamento oficial. A música deste novo single tem na produção e arranjo instrumental nomes pesados da indústria no Brasil, como Papatinho e André Gomes, e conta com especial feat da cantora Cynthia Luz. O videoclip especialmente editado para este tema vai também tocar em temas artísticos e presentearnos com obras de arte de vários artistas plásticos, de diferentes países, mundos e tempos.

O VOA Heavy Rock, que se realizaria no Estádio Nacional no próximo mês de Julho, foi adiado para 2021. Na sequência da determinação do Governo, que proíbe festivais até 30 de Setembro, a organização do evento comunicou “com tristeza” a decisão. O VOA acontecerá agora a 1 e 2 de Julho do próximo ano. “Agradecemos a compreensão e o apoio de todos e esperamos - tão breve quanto possível - comunicarvos a notícia que todos desejamos: a manutenção integral do cartaz já anunciado”, lê-se ainda no comunicado.

Depois das especulações que alegam que Kim Kardashian e Kanye West têm discutido mais que o habitual durante a quarentena, e que estão a viver em zonas diferentes da casa, a celebridade partilhou algumas fotografias em que aparece apenas junto dos filhos. Nas imagens, que foram publicadas na página de Instagram de Kim, a figura pública surge com um sorriso no rosto na companhia dos pequenos North, de seis anos, Saint, de quatro, Chicago, de dois, e Psalm, de um, fruto do casamento com o rapper.

Dias após Mike Tyson publicar, nas redes sociais, um vídeo no qual mostra que continua em grande forma aos 51 anos, Evander Holyfield, de 57 anos, não se deixou ficar e fez o mesmo. O histórico pugilista norte-americano provou que não se deixou afectar pela idade, ao demonstrar aos milhões de adeptos como continua a treinar no dia-a-dia. Um vídeo que fez ‘disparar’ os rumores em torno de um eventual reencontro entre ambos. Holyfield, recorde-se, venceu o último combate, em 1997, por desclassificação de Mike Tyson... que lhe arrancou um pedaço da orelha com a boca.



Economia

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Mais de três mil postos de trabalho extintos e suspensos nos últimos dois meses Para impedir cenários piores, Governo e empregadores reuniram,

ontem, em Luanda, para juntos buscarem soluções para a manutenção dos empregos e a sobrevivência das empresas DR

Empregadores reuniram-se com a ministra que tutela a Administração Pública, Trabalho e Segurança Social

Domingos Bento

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evido à crise financeira provocada pela pandemia da Covid-19, o país registou, nos últimos dois meses, a extinção e a suspensão de 3 mil e 728 contratos de trabalho, deu a conhecer ontem a ministra do Trabalho e Segurança Social, Teresa Dias, durante o encontro de auscultação conjunta entre os vários departamentos ministeriais e a classe empregadora. Segundo a ministra, os dados constam da base estatística da Inspecção Geral do Trabalho, dos últimos dois meses e representam uma preocupação em função das consequências sociais que as perdas dos empregos representam para as famílias. “Um número considerável de cidadãos viram extintos os seus postos de trabalho, por um lado, e outros suspensos os seus contratos de trabalho, cifrando-se, as duas realidades, em mais de 3 mil potos de trabalho”, frisou.

Segundo Teresa Dias, o Executivo está preocupado não só com a estabilidade das famílias, em função da manutenção dos empregos, bem como também com a estabilidade das empresas pelo fundamental papel que representam na robustez da economia nacional. Face a essa preocupação, o Executivo reuniu, ontem, os empregadores das mais diversas áreas de actividades e serviços para auscultar as suas preocupações relativamente aos processos de despedimentos e de suspensão de contratos em curso em muitas empresas devido à situação de dificuldades financeiras motivadas pelas medidas de prevenção e combate à Covid-19. O encontro de auscultação conjunta, que decorreu em Luanda, contou com a participação da ministra da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, Teresa Dias, dos Recursos Mineiras e Petróleo, Diamantino Azevedo, da Cultura, Ambiente e Turismo, Adjani Costa e de empregadores, e representantes de empresa do ramo petrolífero, construção civil, prestadoras de serviços e hotelaria. Durante o encontro, a ministra

da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social (MAPTSS), Teresa Dias, disse que, no actual contexto de dificuldades económicas é fundamental ouvir dos empregadores para perceber os reais motivos que têm estado na base da tomada de decisões de suspensões e rescisões de contratos. Por esse motivo, frisou, em função da situação da Covid-19, que lamentavelmente tem reflexo negativo na vitalidade das empresas e na execução de determinadas políticas publicas, o Executivo aprovou, por via do Decreto Presidencial nº 98/20, de 9 de Abril, as medidas imediatas de alivio dos efeitos económico e financeiros provocados pela pandemia. Para Teresa Dias, a medida descrita no referido decreto presidencial demonstra, de forma inequívoca, a grande preocupação do Governo para com as empresas que operam no território nacional. Esta preocupação, apontou, tem como finalidade a garantia da estabilidade económico-financeira bem como a salvaguarda das relações jurídico-laborais dos cidadãos que, em face disso, garantem a sustentabilidade das suas famílias.

Porem, foi com esse espírito de transmitir a preocupação do Executivo, referiu a ministra, que o procedeu-se com o processo de auscultação conjunta da classe empregadora para que, numa base de diálogo e concertação social, juntos se possa encontrar as melhores soluções para se atingir a solução e reforçar as política públicas que venham a ajudar a mitigar as dificuldades. Neste sentido, Teresa Dias apelou ao bom senso dos empregadores e ao cumprimento das medidas estabelecidas no estado de emergência bem como nas normas que regulam a relação jurídico-laboral, enquanto se aguarda, do Executivo, por outras medidas de alívio e reforço do sector empresarial para a sobrevivência das empresa em tempo de crise. Empregadores optimistas Por seu lado, a classe empregadora presente no encontro manifestou-se satisfeita com o interesse do Governo em ouvir as suas preocupações. Conforme frisaram, face à situação actual, o cenário apresenta-se bastante preocupante, mas que poderá ser minimizado caso haja um apoio financeiro prático para o levantamento das suas empresas que se encontra em situação de falência. Ana Pizarro, directora de recursos humanos da companhia petrolífera Sonamer, disse que está em previsão o despedimento, nos próximos tempos, de 380 pessoas na sua empresa. Mas, frisou, caso haja algum reforço financeiro do Estado, poderá haver algum recúo nessa decisão. “Saímos satisfeitos do encontro, porque consideramos ser um passo importante na defesa das empresas e dos trabalhadores. Temos bons quadros angolanos e temos pena de os perder por causa da crise”, notou. Por seu lado, Carlos Reis, director de recursos humanos do grupo empresarial responsável pelo Skyna Hotel, considerou o encontro bastante produtivo na medida que vai ajudar a aliviar a pressão que a crise está a ter sobre as empresas. Para ele, com este encontro de auscultação, o Governo dá a entender que as empresa não estão a caminhar sozinhas.

Fundo de Solidariedade Africana apoia luta contra a praga de gafanhotos do deserto

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presidente do Fundo de Solidariedade Africana (ASTF, na sigla inglesa), Fátima Jardim, assinou ontem, em Roma, o documento que formaliza o apoio de emergência no valor de USD 1 um milhão para reforçar a capacidade de resposta dos países da África Oriental afectados pela praga de gafanhotos do deserto. O dossier foi objecto de análise e aprovação em Fevereiro último, pela 23ª reunião do Comité Director do Fundo, presidido por Angola, na sequência do apelo da FAO ante esta praga, que afecta a segurança alimentar e nutricional dos países do Corno de África. De acordo com a FAO, a actual praga dos gafanhotos do deserto é uma ameaça sem precedentes à segurança alimentar e meios de subsistência, sobretudo na Etiópia, no Quénia e na Somália. É considerada a praga migratória mais perigosa do mundo e para controlar o seu alastramento, a FAO necessita de cerca de USD 76 milhões . O Fundo de Solidariedade Africana, criado em 2012 pela Conferência da FAO para África realizada em Brazzaville, visa apoiar a agricultura e a segurança alimentar, com recursos próprios do continente e de outros parceiros, aumentar a resiliência das populações rurais às alterações climáticas e criar oportunidades de emprego, em especial para os jovens. Segundo Fátima Jardim, o Governo angolano,comoempenhopessoal do Presidente João Lourenço, tem prestado particular atenção à recapitalização do Fundo. A diplomata, também representante nas agências da ONU sediadas em Roma, nomeadamente FAO, FIDA e PAM, convidou parceiros de outros continentes a participaremno esforçoderecapitalização, como aconteceu recentemente com a França e a China. Mais de 40 países já beneficiaram da ajuda do Fundo, que arrancou com um montante global de 40 milhões de dólares, resultantes das contribuições de vários países africanos. Pela FAO assinou o documento, a directora-geral adjunta para o clima e recursos naturais, Maria Helena Semedo.


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Mina de ferro de Cassala-Kitungo Cuanza Norte sem vencedora O sector de minas do Executivo apresentou ontem os resultados do concurso publico de atribuição de licenças de exploração mineiras no país, depois de um longo processo de promoção, recepção e avaliação de propostas

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Cimenfort Industrial é uma das quatro vencedoras do concurso público internacional para outorga de direitos mineiros em Angola e vai investir USD 75 milhões na exploração de fosfato. Ao avançar a informação ontem, em Luanda, durante uma cerimónia de anúncio dos vencedores do concurso público, o coordenador de projectos da Cimenfort Industrial, David Silva, referiu ainda que, numa primeira fase, o projecto deverá gerar 80 postos de trabalho directos, 160 na segunda fase e 190 na terceira . A Cimenfort, uma das maiores

fabricantes de cimento de Angola (situada na região oeste do país, próximo do Porto do Lobito, na província de Benguela), estreia-se agora na exploração de fosfato.O concurso contou com 17 concorrentes para outorga dos direitos mineiros em concessões de ferro, diamantes e fosfatos, nas províncias do Cuanza-Norte, Cabinda, Zaire, Lunda-Norte. Além da “Cimenfort Industrial, LDA” (Angola), também foram vencedoras a “Mimbos Resources, LDA” (Austrália) fosfato, ao passo que para a exploração de diamantes a escolha recaiu para a “Bizzi e Associados/Somipa” (consórcio Angola/Brasil) e “Ishangol” (EUA). Para exploração do ferro, a

única empresa candidata não cumpriu com os requisitos exigidos, de acordo com Mankenda Ambroise, coordenador da comissão de avaliação. Neste concurso público internacional, o primeiro do sector mineiro em Angola, a concessão do jazigo de fosfato da região de Cácata (Cabinda), foi o que maior número de propostas recebeu, com um total de sete empresas concorrentes, correspondendo a 41,2%, seguida do kimberlito de Camafuca Camazombo, província da Lunda-Norte, com quatro concorrentes (23,6%). O resultado do concurso acontece após uma longa maratona de apresentações técnicas no

país e no estrangeiro, nomeadamente em Luanda (Angola), Dubai (Emirados Árabes Unidos), Londres (Reino Unido), Beijing (China) e Nova Iorque (EUA. Das cinco concessões constam três propostas para o jazigo de fosfato de Lucunga (Zaire), duas para a de diamantes de Tchitengo (Lunda-Norte) e uma para a mina de ferro de CassalaKitungo (Cuanza-Norte). A concessão de Cácata está localizada na área de Cácata e Tchôbo, 240 quilómetros a Leste da cidade de Cabinda, numa área de 90 quilómetros quadrados. Os trabalhos realizados sobre a concessão de Cácata estão calculados em cerca de USD 114 milhões de dólares americanos. Trabalhos de investigação geológico-mineira foram realizados no jazigo de fosfato de Cácata, que resultou na identificação de uma sequência de fosfóricos lenticulares até 14 metros de espessura. As reservas calculadas estão estimadas em 16.70 milhões de toneladas com teores de 24.6% de pentóxido de fósforo (P2O5). O acesso aos jazigos pode ser feito pela estrada nacional 201, que liga a cidade de Cabinda à localidade de Cácata, além do Porto de Cabinda, que pode ser usado para a importação de máquinas e equipamentos. Este jazigo pode apoiar as estratégias de segurança alimentar e nutrição, mediante a produção de fertilizantes e rocha fosfatada, para o fomento da agricultura. Já o kimberlito de CamafucaCamazambo, com uma superfície de 160 hectares, está localizado a 27 quilómetros do município de Lucapa (Lunda-Norte). Três empresas estiveram envolvidas no reconhecimento, prospecção, pesquisa e avaliação das reservas de kimberlito de Camafuca-Camazambo, descoberto em 1952, pela então Diamang. Resultado dos trabalhos recentemente realizados apontam para uma reserva provada de 209,5 milhões de metros cúbicos de mineiro 23,3 milhões de quilates. Enquanto isso, a mina de Lucunga está localizada no município do Tomboco (Zaire), ocupando uma área de 171 quilómetros quadrados. As reservas estão estimadas em 215 milhões de toneladas de mineiro com teores de 9.56% de pentóxido de fósforo (P2O5).

Supermercados do Grupo Zahara lançam mais uma campanha de promoção da produção nacional

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s superfícies comerciais das marcas Kero e Nosso Super lançaram mais uma campanha de produção nacional. Ambas colocaram à disposição dos seus clientes uma vasta gama de produtos, com o sabor e a qualidade do que é nacional. A iniciativa é uma das prioridades do Grupo Zahara, que detém os hipermercado Kero e os supermercados Nosso Super, que sempre apostou na oferta dos melhores produtos nacionais. A campanha decorre até 30 de Maio, sendo que os produtos nacionais estão e estarão sempre à disposição dos clientes de ambas as lojas. “Promover o desenvolvimento profissional dos produtores nacionais e garantir uma oferta de produtos nacionais diversificada e de alta qualidade, são os objectivos a longo prazo do conjunto de iniciativas do Grupo, planeadas para este ano, e que contribuem acima de tudo, para o desenvolvimento económico do país”, garante o Grupo Zahara. A par desta campanha, o grupo lançou, recentemente, um desafio aos fornecedores nacionais para reforço e criação de parcerias. A iniciativa consiste no apoio aos produtores e um compromisso continuado que, no actual contexto, assume ainda maior relevância. O apoio à produção nacional é um dos pilares fundamentais para o Grupo Zahara, que visa também a defesa dos clientes, proporcionando-lhes o acesso a produtos nacionais de qualidade e a preços mais acessíveis, diminuindo o peso das importações. Esta campanha decorre até 30 de Maio, sendo que os produtos nacionais estão e estarão sempre à disposição dos clientes, nas lojas Kero e Nosso Super.


Mercados

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americanos. Os índices Dow Jones e S&P 500 registaram perdas de 2,7% e 2,8%, ao situarem-se em 23.678,46 e 2.849,14 pontos, em cada caso.

Os preços do WTI e o Brent aumentaram cerca de 19,4% e 5,4%, respectivamente, para 29,54 USD/barril e 32,65 USD/ barril. A melhoria das

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A re dução da ta xa de i n f lação da A le ma n ha e m 0 , 5 p . p . , pa ra 0 , 9 % e m A br i l , cont r i bu iu pa ra o re g i s to da mo e -

da ú n ica e u rop e ia q ue du ra nte a se ma na , de pre c iou 0 , 2 2 % ao f i xa r - se e m 1 , 0 8 1 5 U S D p or u n idade da mo e da .

Mercado de Matérias-primas

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∆ Diária (%) 19,402 5,425 2,311 7,687 -9,874 -2,909

A redução da produção industrial em 11,25%, no mês de Abril, uma deterioração de 6,7 p.p., em comparação ao mês anterior penalizou os índices bolsistas norte-

1,0860

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∆ Diária (%) 5,490 -0,221 -2,369 0,563 1,394 1,857

a maior taxa desde o início da série histórica em 1948, poderá ter contribuído para o registo da Libor.

Mercado Cambial

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Mercado cambial Taxas de Câmbio USD/AKZ EUR/USD GBP/USD USD/JPY USD/ZAR USD/BRL

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A Libor USD 6 meses registou uma redução semanal de 1,3 p.b. para 0,675%. O aumento da taxa de desemprego nos EUA para 14,7% em Abril,

Mercado Accionista

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Índices Accionistas Cot. 05/02/20 Dow Jones (EUA) 23 678,46 S&P 500 (EUA) 2 849,14 FTSE 100 (Inglaterra) 5 799,77 Bovespa (Brasil) 77 959,40 CSI 300 (China) 3 912,82 Nikkei 225 (Japão) 20 037,47

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Mercado accionista

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expectativas sobre a procura de petróleo divulgada pela Agência Internacional de Energia beneficiou a cotação do crude.

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Cot. 05/02/20 15,53 14,85 15,24 15,71 16,61 17,33

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Taxas BNA Luibor O/N Luibor 1 Mês Luibor 3 Meses Luibor 6 meses Luibor 9 meses Luibor 1 Ano

As taxas de juro do mercado monetário interbancário seguiram tendência decrescente na generalidade das maturidades, com excepção para a Luibor Overnight que manteve-se em

15,53%. O registo poderá reflectir a expectativa de incremento da liquidez no sector bancário, em consequência das medidas de mitigação dos impactos da COVID-19 em curso.



Mundo

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Militares do Governo querem general Pazuello no lugar de Teich na Saúde, diz fonte

C

om a demissão do segundo ministro da Saúde em menos de um mês, e em meio à epidemia de coronavírus, a ala militar do governo quer ver o secretário-executivo do ministério, general Eduardo Pazuello, em definitivo no cargo, disse à Reuters uma fonte palaciana, nesta Sexta-feira. Pazuello não tem qualquer relação com a área, mas foi indicado ao posto de secretário-executivo pelos militares do governo para tocar a área de logística. Ex-comandante da operação Acolhida, de recepção aos imigrantes venezuelanos em Roraima, foi visto como um óptimo administrador. “Pazuello tem o apoio de todo o mundo. É um craque”, disse a fonte, que pediu anonimato. De acordo com duas fontes do governo, Pazuello ficará de qualquer forma como interino, e o presidente Jair Bolsonaro deve deci-

Presidente da Namíbia corta regalias de ministros na luta contra coronavírus DR

General Eduardo Pazuello é o preferido pelos seus pares no Governo para “comandar” a Saúde

dir, neste final de semana, o nome definitivo para o ministério. Teich pediu demissão na manhã desta Sexta-feira depois de ser cobrado por Bolsonaro para endossar um novo protocolo de uso da cloroquina no início dos sintomas

O PAÍS Sábado, 16 de Maio, de 2020

de coronavírus, medicamento que não tem os efeitos contra a Covid-19 comprovados. O ministro assumiu a pasta no dia 17 de Abril, depois da demissão de Luiz Henrique Mandetta, e ficou menos de um mês no cargo.

O

presidente da Namíbia, Hage Geingob, anunciou na Sexta-feira medidas de corte de custos para economizar até 200 milhões de dólares namibianos (USD 10,80 milhões) enquanto o país luta contra o impacto do novo coronavírus. Até agora, o vírus infectou 16 pessoas, com 14 recuperações e zero mortes. Também atingiu fortemente a economia da Namíbia após um bloqueio de cinco semanas que paralisou os sectores produtivos do país. As medidas do presidente incluem interromper a compra de todos os veículos novos para ministros até 2025, demolir os postos de consultores especiais para os 14 governadores regionais do país e reduzir o tamanho do gabinete para 19, de 26, disse o porta-voz presidencial Alfredo Hengari, na Sexta-feira. O presidente também limitou o consumo mensal de combustível para os principais políticos, disse Hengari. Os ministros da Namíbia e seus suplentes se qualificam para um

Governo diz que foi obrigado a adaptar estratégia e meios contra terrorismo O ministro do Interior de Moçambique, Amade Miquidade, disse, ontem, Sextafeira, que as forças de defesa e segurança moçambicanas foram obrigadas a adaptar a sua estratégia e meios para enfrentarem os grupos armados que atacam no Norte do país

A

made Miquidade falou da actuação das forças de defesa e segurança moçambicanas, quando respondia a perguntas das bancadas da Assembleia da República (AR) sobre a violência armada nas regiões centro e norte do país. “A complexidade da actuação dos terroristas levou a um redimensionamento da estratégia e dos meios para os combater [no Norte]”, declarou Miquidade. O governante avançou que os grupos armados assumem uma natureza e actuação complexas, tendo começado por ter um cariz aparentemente religioso. “Aquilo que parecia ser um conflito inter-religioso, nalgum

momento, degenerou numa dimensão de violência”, assinalou o ministro do Interior. Amade Miquidade defendeu ainda que as acções de grupos armados na província de Cabo Delgado, onde ocorrem os ataques, têm uma dimensão externa, mas não avançou mais detalhes. Na abertura da sessão parlamentar de perguntas e respostas com o Governo, o primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário, afirmou que o executivo aposta na promoção de projectos de desenvolvimento social e económico na província de Cabo Delgado, para a criação de emprego a favor de jovens e mulheres.

“Em complemento às acções das forças de defesa e segurança, temos estado a reforçar os mecanismos de trocas de informação ao nível regional e continental, bem como a implementar projectos de desenvolvimento e dinamização da actividade económica e social naquele ponto do país”, disse o primeiro-ministro. Em relação aos ataques armados no centro do país, o ministro do Interior exortou a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, a encontrar uma saída à dissidência que levou ao surgimento da Junta Militar da Renamo. As autoridades moçambicanas

carro de luxo topo de gama, como Mercedes-Benz ou BMW, e um veículo off-road. As medidas visam ajudar a economizar 200 milhões de dólares namibianos nos próximos cinco anos. Geingob tem feoto uma ofensiva de charme desde o início de seu segundo mandato em 21 de Março, após uma fraca exibição durante as eleições presidenciais e parlamentares de Novembro de 2019, altamente disputadas no país. Ele tomou medidas radicais em comparação com as suas acções durante o seu mandato anterior de quatro anos e procurou manter o apoio durante o surto de coronavírus. Ele nomeou um dos membros mais jovens do gabinete em África, Emma Theofelus, 23, como vice-ministro da Informação, Comunicação e Tecnologia da Namíbia, uma semana depois que o coronavírus atingiu o país. O presidente também rompeu com a tradição do partido e nomeou o líder de um partido da oposição como novo vice-ministro da Saúde.

têm responsabilizado a referida junta pela autoria dos ataques armados no centro do país. Na Quinta-feira, Amade Miquidade disse que as forças de defesa e segurança abateram, entre Terça e Quinta-feira um total de 50 membros dos grupos que têm protagonizado ataques armados em Cabo Delgado. Cabo Delgado, região onde avançam mega-projectos para a extracção de gás natural, vêse a braços com ataques de grupos armados classificados como uma ameaça terrorista e que já provocaram a morte de, pelo menos, 550 pessoas em dois anos e meio. As autoridades moçambicanas contabilizam 162 mil afectados pela violência armada na província. No Centro de Moçambique, desde Agosto do ano passado, ataques armados atribuídos à Junta Militar da Renamo têm visado forças de segurança e civis em aldeias e nalguns troços de estrada da região, tendo causado mais de 20 mortos e vários feridos, além da destruição de veículos


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Homem nú interrompe vídeo-conferência entre Bolsonaro e empresários Presidente do Brasil estava a reunir

com empresários brasileiros, quando percebeu que havia um intruso...

U Porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros Zhao Lijian

China pede cooperação com EUA após Trump ameaçar suspender relações

m homem nu, a tomar banho, interrompeu de forma involuntária a vídeo-conferência por Zoom do presidente Jair Bolsonaro com empresário brasileiros esta Quinta-feira. O momento caricato causou algum constrangimento, segundo relata a correspondente do Diário de Notícias. A certa altura ouve-se o líder do Brasil a pedir ao presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) para parar de falar e alertar o “colega do último quadrinho” que estava a aparecer na imagem um homem despido.No registo sonoro da conversa que, entretanto, foi revelado na Internet, ouvese ainda o ministro da economia do Brasil “Tem um cara tomando banho aí peladão, tem um peladão aí fazendo isolamento. Pela-

dão em casa e tal...”, atirou Paulo Guedes rindo da situação. Ainda não é possível saber quem era o desconhecido que tomou conta da reunião de Bolsonaro com empresários brasileiros. Se era um intruso, uma vez que, segundo a Folha de São Paulo, a reunião por Zoom (aplicação para videoconferências e reuniões on line) não tinha senha de acesso, ou se algum dos empresários se esqueceu que tinha mais pessoas em casa. Esta não é aliás uma situação inédita. Neste dias de quarentena quase mundial, onde o teletrabalho passou a dominar o panorama empresarial, têm sido vários os casos de situações constrangedoras dos utilizadores. Em Portugal, registaram-se vários casos de hackers que entraram enquanto decorriam aulas. O caso está a ser investigado. DR

A China apelou, ontem, Sexta-feira, a uma cooperação “mais próxima” com os Estados Unidos na luta contra a pandemia de Covid-19, após o Presidente norte-americano, Donald Trump, ameaçar “interromper todas as relações” com Pequim, segundo o Jornal de Notícias

“M

anter relações estáveis entre a China e os Estados Unidos é do interesse fundamental dos dois povos e da paz e estabilidade no mundo”, afirmou o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros Zhao Lijian. Zhao pediu maior cooperação entre o seu país e os Estados Unidos na luta contra o novo coronavírus. Há várias semanas que Trump repete que o pesado número de mortes devido à infecção pela Covid-19 - mais de 300 mil em todo o mundo - poderia ter sido evitado se a China tivesse agido responsavelmente quando o novo coronavírus foi ini-

“Se o fizéssemos, o que aconteceria? Pouparíamos 500 mil milhões dólares se rompêssemos todas as relações”

cialmente detectado na cidade de Wuhan, no centro da China, no final do ano passado. Questionado sobre possíveis medidas de retaliação, Trump disse que “há muitas coisas” que pode fazer, inclusive “terminar com o relacionamento” entre Pequim e Washington. “Se o fizéssemos, o que aconteceria? Pouparíamos 500 mil milhões dólares se rompêssemos todas as relações”, afirmou Trump, sugerindo o fim do défice comercial norte-americano no comércio com a China. O Presidente dos EUA, que disse estar “muito decepcionado” com a forma como Pequim geriu a crise, rejeitou a ideia de conversar directamente com o homólogo chinês, Xi Jinping, para aliviar as tensões.

Jair Bolsonaro teve momento “pornográfico” em reunião com o seu staff


actual

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O PAÍS Sábado, 16 de Maio, de 2020

“Podemos perspectivar a possibilidade de uma crise económica global” Elsa Cristina Vaz é economista e investigadora do Centro de Estudos e Formação Avançada em Gestão e Economia da Universidade de Évora, em Portugal. A docente universitária afirma nesta entrevista que as estatísticas económicas evidenciam a desaceleração do crescimento económico mundial na generalidade dos países mais afectados pela Covid-19. Elsa Vaz considera igualmente que este momento difícil pode conduzir os actuais líderes ao diálogo e permitir que sejam desenhadas formas de resposta coordenada às crises comuns. Salomão Abílio*

Q

ual é o cenário económico pós-pandemia Covid-19? Não creio que possamos falar, neste momento, num único cenário pós-pandemia Covid-19. Esta pandemia, que começou por ser um choque nacional, chinês, rapidamente se tornou um choque regional, asiático, e depois num choque verdadeiramente global, dado que todos os continentes estão a ser afectados de forma significativa. Por outro lado, é importante não esquecer que o impacto desta pandemia depende da capacidade de reacção de um conjunto muito grande de agentes económicos, que se revela muito diferente nos diversos países. Não obstante esta incerteza, os cenários a desenhar deverão todos eles considerar a possibilidade de cada um dos agentes poder efectivamente aprender com esta situação. Com isto, quero dizer que as empresas estão a aprender que as cadeias globais de valor podem ser quebradas de forma abrupta e inesperada, que as instituições financeiras ou reguladoras deverão incluir novos parâmetros na avaliação de risco, e que os cidadãos também estão a perceber que outros países podem reagir de forma xenófoba. Com estas

aprendizagens inevitavelmente os seus comportamentos irão ser ajustados no futuro. A Covid-19 vai fazer com que muitos governos adoptem políticas proteccionistas? Depois de 70 anos de abertura progressiva às relações internacionais cada vez mais liberais (recordemos que no passado dia 9 de Maio comemoraram-se os 70 anos de declaração de Schumann, que conduziu a Europa ao contexto actual) a adopção de políticas proteccionistas continua a ser uma possibilidade se o medo assumir dimensões verdadeiramente grandes. Este medo será certamente dependente da dimensão e da persistência dos danos económicos (e políticos) que esta pandemia provoque. Assim, podemos perspectivar a possibilidade de uma crise económica completamente global e acompanhada do retrocesso no processo de globalização. No entanto, também podemos almejar que esta crise conduza os actuais líderes ao diálogo e desenhem formas de resposta coordenada às crises comuns. A pandemia poderá trazer recessão? Acredito que sim, ainda que a sua dimensão não seja semelhante nas diferentes economias nem a persistências dos seus efeitos. As estatísticas económicas já evidenciam a desaceleração do crescimento económico na generalidade dos países mais afectados. Esta evolução mostra o grau de dependência das diferentes economias que está especialmente associado aos fluxos comerciais actuais. A globalização recente incentivou a segmentação da produção e o crescimento das cadeias globais de valor, tanto em número de agentes como também em termos geográficos. Isto significa que é agora muito mais

fácil que um choque específico num determinado sector possa repercutir-se em muitos outros sectores industriais. Além disso, as estratégias de contenção da doença com confinamento social, a substituição do trabalho presencial pelo teletrabalho, as restrições nos transportes ou o encerramento das fronteiras levou à estagnação de muitas empresas que tiveram que manter muitos dos seus custos sem conseguir manter os seus rendimentos. Se em alguns sectores podemos pensar que será possível recuperar estas perdas, noutros elas nunca serão recuperadas e isso poderá levar a falências e insolvências. A actuação da União Europeia começou por ser dúbia. O primeiro-ministro português, António Costa, criticou a actuação do governante holandês Wopke Hoekstra que se mostrou contra o apoio aos países mais afectados pela pandemia. A actuação das Instituições Europeias tem sido considerada pouco visível, mas não foi inexistente. Numa estrutura pesada como é a União Europeia é normalmente demorada a obtenção de consensos entre tantos países, que embora tenham muitos interesses comuns, também têm muitos interesses específicos. A Comissão Europeia começou por actuar dando ênfase à saúde dos cidadãos e nesse sentido foram tomadas medidas para assegurar a continuidade dos serviços de transporte de carga que permitissem o funcio-

A globalização recente incentivou a segmentação da produção e o crescimento das cadeias globais de valor, tanto em número de agentes como também em termos geográficos


O PAÍS Sábado, 16 de Maio, de 2020

namento do mercado interno europeu e que respondessem de forma eficaz à actual crise de saúde pública. Foram também restringidas temporariamente as viagens não essenciais, definidas as orientações para as questões de asilo e procedimentos de regresso e reinstalação. Definiram-se igualmente as regras a aplicar pelos Estados membros como os controlos sanitários nas fronteiras ou o aconselhamento dos viajantes. A Covid-19 vai abrir portas à mutualização da dívida na União Europeia? A questão da mutualização da dívida é considerada por muitos economistas um instrumento fundamental para o relançamento das economias e para a diminuição do desemprego e da pobreza, mas não é o único. Alguns passos estão a ser dados para definir uma resposta mais robusta, onde podemos incluir a flexibilização das regras no âmbito do Pacto de Estabilidade e Crescimento, a incorporação no orçamento da Comissão Europeia de iniciativas de investimento de resposta directa à crise (propostas estas já aprovadas pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho mas ainda não foram assumidas pela Comissão Europeia) e ainda a possibilidade de aplicação do Fundo de Solidariedade também nesta crise ou as medidas de política monetária focadas na liquidez das economias. Para combater o impacto da Covid-19 na economia do euro, o Banco Central Europeu anunciou novas medidas focadas na liquidez dos bancos, incluindo novos empréstimos e melhores condições para os existentes. Christine Lagarde – Presidente do Banco Central Europeu -, alerta que a economia da Zona Euro pode contrair 5% a 12% este ano. Que leitura é que faz destas novas medidas adoptadas na União Europeia para combater o impacto da Covid-19? A adopção de medidas facilitadoras da liquidez na economia é muito importante e a sua disponibilização rápida é urgente. De facto, importa que os bancos nacionais sejam capazes de responder às necessidades das empresas, em especial das pequenas e médias empresas, que têm tido muita dificuldade em fazer face às suas despesas quando estão impossibilitadas de manter as suas receitas, devido às restrições que foram impostas como forma

25 no Unido poderão ter uma redução do PIB superior à redução nos EUA, que se espera ser de -5,9%. Podemos também verificar que se espera que o défice comercial americano (-2,634% do PIB) seja inferior ao do Reino Unido e do Canadá. No entanto, o impacto na taxa de desemprego é dos mais graves, já que embora se espere ter uma taxa de desemprego igual à da França será a economia que terá o maior agravamento, passando de 3,7% para 10,4% da população activa.

A actuação da União Europeia começou por ser dúbia. O primeiro-ministro português, António Costa, criticou a actuação do governante holandês Wopke Hoekstra que se mostrou contra o apoio aos países mais afectados pela pandemia No entanto, o impacto na taxa de desemprego é dos mais graves, já que embora se espere ter uma taxa de desemprego igual à da França será a economia que terá o maior agravamento, passando de 3,7% para 10,4% da população activa

de conter o contágio pela população. Segundo a primeira estimativa do Eurostat, o Produto Interno Bruto - PIB da Zona Euro caiu 3,8% entre Janeiro e Março deste ano em relação ao trimestre anterior.

breza. Por esse motivo, especialmente alguns países com maiores fragilidades, poderão ter mais dificuldade em retomar o crescimento sem a coordenação em diferentes frentes por partes de todos os parceiros.

Que impacto tem esta queda na economia da Zona Euro? O problema da redução do crescimento não é apenas crítico para os países da Zona Euro. Efectivamente, todos os Estados membros estão fortemente dependentes do mercado único e os fluxos de bens e serviços reflectem a densidade das cadeias globais de valor existentes. No entanto, os países da Zona Euro não têm autonomia monetária ou cambial para responder ao problema do desemprego e da po-

A economia dos Estados Unidos da América está a ressentir-se da pandemia Covi-19? Neste momento a economia dos Estados Unidos é uma das economias do hemisfério norte que mais intensamente está a sofrer em termos de saúde pública, no número de pessoas infetadas e no número de mortes por Covid-19. Considerando as previsões do Fundo Monetário Internacional do passado mês de Abril, podemos confirmar que a Itália, a França, a Alemanha ou o Rei-

As medidas adoptadas pelo Presidente norte-americano Donald Trump para salvar a economia foram as mais adequadas? É evidente que a Administração americana pretende que as empresas retomem o mais rápido possível a sua actividade de forma a minimizar os efeitos no crescimento económico, na balança comercial, e indirectamente no nível do desemprego. No entanto, tal como muito economistas afirmam trata-se de uma estratégia muito arriscada porque o número de casos de infecção poderá crescer de forma ainda menos controlada. Este facto é tanto mais grave quanto menos funcional é o sistema de saúde pública americano e quando a pandemia deixar de estar nas primeiras páginas, esperamos todos que a sociedade perceba não só as fragilidades das suas instituições como a incapacidade dos seus governos em lidar com a situação. A economia portuguesa deverá recuar quase 6,8% este ano, segundo a previsão da Comissão Europeia, o que confirma a pior recessão desde o 25 de Abril de 1974. Como é que Portugal está a lidar com a pandemia? Portugal tem seguido as recomendações europeias e tem conseguido que a população mostre ainda confiar nas autoridades, o que se revela pela evolução cordial da situação de confinamento. Inevitavelmente, porque Portugal é uma economia muito dependente dos seus parceiros no mercado único, e especialmente alguns dos que têm vivido maiores pressões por parte desta pandemia como a Espanha, a Alemanha, a Itália ou o Reino Unido (na prática as regras do mercado único ainda se aplicam), a sua actividade está a ser influenciada não apenas pelo impacto directo da doença no país assim como com a redução da oferta e da procura nesses parceiros. *Especial para OPAÍS


desporto

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Laurindo Lucamba quer mais apoio do Governo do Huambo Para ultrapassar algumas situações, o campeão sugere que o apoio neste momento da Covid-19 resolve questões pontuais sobre alimentação

Corrida à APF Cabinda já tem candidatos para o quadriénio 2020/2024

Mário Silva

O

internacional angolano, campeão africano e do mundo de futebol para amputados, Laurindo Lucamba, disse, ontem, a O PAÍS, que não tem recebido apoio do Governo Provincial do Huambo. Laurindo Lucamba revelou que face à Covid-19, doença que assola o mundo, os atletas paralímpicos de outras províncias estão a receber apoio dos seus governos, lamentando o facto de o mesmo gesto não estar a acontecer no Planalto Central. “Esqueceram-se de nós (eu e os meus colegas que estamos no Huambo). Só lembram de nós nos momentos de glória ou quando vêem que a província deu mais de cinco atletas à Selecção Nacional”, frisou. Aliás, o camisola número oito do

combinado angolano acrescentou que o Governo da província supracitada não recebeu os atletas locais, após a conquista do inédito título de campeão africano. “Tentei, pessoalmente, falar com a governadora, não fui permitido. Apenas me disseram para fazer um requerimento para ter acesso e não fiz, porque fiquei aborrecido”, desabafou o também capitão do Misto do Huambo.

Quanto ao seu futuro, o craque angolano revelou que recebeu propostas de equipas da Turquia e da Costa Rica, porém a propagação da pandemia do novo Coronavírus “Covid-19 está a travar a realização do sonho de jogar no exterior. “Tão logo isso passe estarei mesmo a jogar no estrangeiro. Agora, estou a estudar qual das duas propostas devo aceitar, mas daquilo que está na minha agenda é mes-

mo para o campeonato turco”, garantiu. Aliás, o atleta assegurou que tem dois colegas da Selecção Nacional que estão a evoluir na Turquia, pois têm passado boa referência do campeonato turco. Em momento de confinamento devido à Covid-19, Laurindo Lukamba explicou que tem realizado treino em casa para manter a forma desportiva.

Luís Borges reconduzido na Académica do Lobito

O

presidente da Académica do Lobito, Luís Borges, foi esta semana reconduzido à presidência do clube com tradição do desporto-rei em Angola. Por este facto, o responsável vai dirigir os destinos do clube nos próximos quatro anos, isto é, de 2020 a 2024, segundo os regulamentos do olimpismo. Ainda assim, Luís Borges vai manter as políticas de desenvolvimento daquela formação, porque é projecto de curto, médio e longo prazos.

Com isto, os lobitangas pensam em dias melhores, porque as condições financeiras continuam a afectar os aspectos técnicos e administrativos. A Académica do Lobito é uma equipa que já formou atletas que deram cartas no Girabola, Campeonato Nacional de futebol sénior masculino. Por isso, os próximos quatro anos serão decisivos para a formação de Benguela, porque a formação e outros aspectos são de relevância para o clube da cidade lobitanga.

À

s eleições na Associação Provincial de Futebol de Cabinda (APFC) conta com dois candidatos Joaquim Mota, presidente cessante e José Gonçalves “Túbia”, empresário. Com pleito aprazado para 31 de Maio, os concorrentes vão apresentar os programas de acção nos próximos dias ao eleitorado. Por isso, o presidente cessante adiantou que vai apostar na continuidade dos projectos que não foram realizados por várias razões. Assim, o dirigente é de opinião que não se deve falar de coisas que ainda não aconteceram, mas o importante é manter os projectos em dia. Para José Gonçalves, a aposta no futebol é das coisas que mais o interessa, porque a formação deve ser tida em conta em todos os momentos. Por isso, todos os clubes estarão ligados às políticas da Associação para juntos trabalharem e levaram o futebol para frente em Cabinda.


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Ferrari pode abandonar a Fórmula 1 Mattia Binotto, director da Scuderia Ferrari, admitiu que a equipa estuda a possibilidade de competir no campeonato norteamericano IndyCar, provavelmente a partir de 2022. Esta confirmação surgiu poucos dias depois de Mario Andretti desafiar os italianos a considerarem essa hipótese.

D

urante entrevista à SkySport Itália, Binotto respondeu que a entrada em campeonato novo satisfaz as necessidades da Scuderia, que não pretende reduzir a estrutura de equipa após a implementação do novo tecto orçamental na Fórmula 1, que obriga a uma redução no investimento anual de USD 175 milhões (162 milhões de euros) para USD 145 milhões (134 milhões de euros) em 2021, USD 140 milhões (129,4 milhões de

euros) em 2022 e USD 135 milhões (124,4 milhões de euros) em 2023. “A Ferrari é responsável socialmente e tem de encontrar soluções profissionais para os seus funcionários. Por isso, estudamos alternativas à Fórmula 1 e posso confirmar que o IndyCar, que prepara uma mudança importante nos regulamentos para 2022, com a introdução das motorizações híbridas, é uma possibilidade”, revelou Mattia Binotto.

ATP cancela competição até 31 de Julho

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ATP anunciou, esta Sexta-feira, que os torneios vão continuar cancelados até 31 de Julho devido à pandemia do coronavírus.

Neville responde a provocação de Klopp

N

uma entrevista à BBC, Jurgen Klopp foi questionado sobre o que tinha aprendido durante o tempo que passou em confinamento. O treinador alemão aproveitou para lançar uma provocação a Gary Neville, antigo internacional inglês que tem estado particularmente activo como comentador desportivo apesar da paragem nos campeonatos devido à pandemia da Covid-19.

“Devido às incertezas acerca da Covid-19, temos muita pena de anunciar o prolongamento da suspensão da competição. Tal como todos os adeptos, jogadores e locais onde iam

“Não aprendi muita coisa. Excepto que Gary Neville tem uma opinião sobre praticamente tudo. É incrível!”, disse, a rir, ao canal britânico. A notícia foi partilhada pelo jornal Liverpool Echo nas redes sociais, com Gary Neville a ser associado à publicação. O ex-Manchester United não deixou o técnico do Liverpool sem resposta: “Encantado por ele estar a ouvir”.

decorrer as competições em todo o mundo, nós partilhamos a vossa tristeza pela competição continuar a ser afectada desta maneira”, afirmou o presidente do ATP, Andrea Gaudenzi.


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OPINIÃO

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Anísio Samandjata*

A (in) oportunidade da Covid-19: cinco passos para (re) pensar o Direito

E

m virtude da pandemia da Covid-19, Angola viu decretada pela primeira vez na sua história constitucional o Estado de Emergência, um termo que entrou no nosso vocabúlario dário de maneira mais dramática e inesperada. À medida que a situação se agrava, um número crescente de iniciativas legislativas foi sendo publicado para as necessidades dos cidadãos e da sociedade, sendo que muitas destas iniciativas foram gizadas no sentido de se assegurar a continuidade da satisfação das necessidades colectivas públicas, dando, por isso, origem à regras inovadoras de actuação e organização administrativa. Podemos com isso dizer que estamos a testemunhar o advento de um Direito Administrativo de excepção que surge como resultado do volume de tarefas e missões confiadas à máquina administrativa pública para fazer face a este vírus. O Direito Administrativo de excepção será, caracterizado pela sua transitoriedade, mais que certamente deixará marcas que podem contribuir para melhoria do funcionamento da administração pública na sua dimensão relacional com o Direito Administrativo da normalidade. Não podemos, de maneira alguma, sair desta pandemia sem uma visão clara do que aspiramos que seja o nosso Direito Administrativo nos próximos tempos, razão pela qual enumeramos, aqui, cinco aspectos impulsionados de alguma maneira pelo momento actual, mais que devem ser tidos em consideração num quadro de reforma do Direito Administrativo angolano e da Administração Pública, são eles:

1

. Definição do Direito Administrativo Organizatório: o Decreto Legislativo Presidencial n.º 4/20 de 1 de Abril, alterou a organização e o funcionamento dos órgãos auxiliares do Titular do Poder Executivo, tendo reduzido para 7 dos anteriores 28 ministérios existentes, tal alteração não se verificou em relação aos Ministros de Estado, constituí competência do PR a definição do número, designação e a orgânica dos Ministérios. Logo, as alterações verificadas neste domínio, que até parecem de cariz reformista não podem, de maneira alguma, resultar numa mera alteração consmética e sem qualquer conteúdo, espera-se que a nova estrutura governativa deve ao máximo prevenir a duplicação ou até triplicação das mesmas competências e atribuições a estruturas orgânicas diferentes, procurando evitar o desperdício de recursos, dai haver a necessidade de reforçar a coordenação inter- ministerial com foco na gestão fundada em resultados positivos, para que de forma prudente e realista os cidadãos possam fazer uma avaliação dos seus servidores, evitando deste modo a desresponsabilização dos autores envolvidos numa eventual avaliação negativa dos resultados alcançados;

2

. Uma aposta na Administração Pública Electrónica: com o isolamento social, as TICS se mostraram o meio mais idóneo e apropriado no relacionamento entre a Administração e os particulares. Ora, nos próximos tempos é irreversível o caminho para uma administração electrónica, que de forma mais céle-

re, com menos burocracia, mediante criação de redes de acesso, os cidadãos e as empresas possam, a qualquer hora e em qualquer lugar, resolver todas as suas demandas com a administração. Com uma verdadeira administração electrónica os serviços públicos são prestados de uma forma mais eficiente e com uma qualidade superior do que o conseguido até ao momento. O tempo de resposta é reduzido, reforçando maior transparência e redução dos custos. Deste modo, nos próximos tempos deverá ser incentivada a massificação de serviços existentes na administração electrónica, o que passa antes de tudo pela alteração das Normas de Procedimentos e da Actividade Administrativa hoje consagradas no Decreto-Lei n.º 16-A/95, de 15 de Dezembro, com vista a consagração do procedimento administrativo eletrónico (da iniciativa à decisão), alterando a forma de contacto entre a Administração Pública e os particulares. Esta medida terá certamente reflexo em relação ao regulamento, contrato e ao próprio acto administrativo.É um processo inadiavel e não nos resta alternativa, o caminho será a desmaterialização total da forma de agir da administração pública.

3

. Uma Administração Pública Colaborativa e Subsidiária: é cada vez mais premente e necessária a combinação dos recursos do sector público e privado com vista a prossecução do interesse da colectividade, hoje e nos próximos tempos, recomenda-se uma administração mais colaborativa no sentido de incentivar e valorizar outras estruturas e organismos separa-

dos do Executivo que acrescentam valor na visão estratégica de uma administração pública que desenvolve um trabalho comum com os particulares. Tal exercício se afigura indispensável para desconstrução da ideia segundo a qual a realização do interesse comum é tarefa e monopólio exclusivo do Estado e da Administração Pública. É apenas o reforçar do pensamento contemporâneo, em que, em nome do bem comum, a Administração Pública não pode e não deve fazer tudo, havendo responsabilidades que devem ser deixadas ou transferidas para a alçada da sociedade civil ou dos particulares.

4

. A introdução do teletrabalho na Administração Pública: o teletrabalho era até aqui uma realidade quase inexistente no funcionalismo público, e agora apresenta-se como modelo de trabalho. É fundamental que, no pós-crise, sempre que as funções em causa permitirem, o legislador deverá consagrar ou até regulamentar orientações em matéria de regime de teletrabalho no funcionamento dos serviços públicos. Trata-se de uma realidade que veio para ficar. A introdução do teletrabalho, vai obrigar o recuso a condições e horários de trabalhos flexíveis e adptados a trabalhadores, tendo em conta a natureza das funções exercidas, concretizando o binómio conciliação entre a vida profissional e familiar. Fica ressalvado, desde já, que este regime não poderá ser aplicável aos serviços essenciais e de atendimento presencial, sendo por outro lado, importante assegurar que o mesmo não venha a prejudicar

quaisquer direitos dos trabalhadores da função pública e permita manter genericamente o funcionamento e a qualidade dos serviços públicos. Tal solução poderá ter impacto na produtividade e, em certas situações, na melhoria da qualidade de vida das pessoas, não nos espantemos se com esta solução o Executivo venha a entender que metade dos trabalhadores do sector público administrativo são susceptíveis de exercer funções em teletrabalho, o que pode de certa forma reduzir custos diários com os trabalhadores.

5

. Um Direito Administrativo que protege os mais fracos face aos poderes públicos: há que repensar no valor essencial do Direito Administrativo hoje. Em nosso entender, este ramo da ciência jurídica deve continuar a ter como critério finalístico a prossecução do interesse público, no estrito respeito pelos Direitos fundamentais dos cidadãos. Os desafios para o Direito Administrativo pós-crise são enormes. O importante é termos a consciência que, o presente momento também representa uma imperdível oportunidade para tocar em temas que no contexto anterior se mostravam incontornáveis! Falhar nesta missão será adiar as nossas expectactivas sobre a reforma da Administração Pública. Destaque: Não podemos, de maneira alguma, sair desta pandemia sem uma visão clara do que aspiramos que seja o nosso Direito Administrativo nos próximos tempos! Falhar nesta missão será adiar as nossas expectactivas sobre a reforma da Administração Pública *Jurista


Gisela Silva

Jornalista Apresentadora

Sílvia Borges

Albino Capitango

Jornalista

Jornalista Apresentador

Mário Silva

Higino Alfredo

Sonorizador

Apresentador

Claudimer da Costa Repórter

Josefa Kiala Recepcionista

Cláudio Dias Jornalista

Rádio Mais

A Rádio que virou notícia e que se mantém no topo das audiências

Huíla 91.3 FM

Teodoro Albano

Jornalista Apresentador

Luanda 99.1 FM Huambo 89.9 FM Benguela 96.3 FM


Última

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O PAÍS Sábado, 16 de Maio, de 2020

Ocupantes ilegais abandonam apartamentos no Capari Cerca de 150 apartamentos do bloco 8, ocupados ilegalmente, em Março último, na centralidade do Capari, província do Bengo, começaram a ser desocupados, com a intervenção da Polícia Nacional e de uma empresa de serviço de segurança dr

dr

O que saber sobre o Coronavírus…

“O

álcool ou qualquer mistura com álcool a mais de 65% dissolve qualquer gordura, sobretudo a camada lipídica externa que protege o vírus”. “Qualquer mistura com uma parte de cloro e cinco partes de água dissolve directamente a proteína, desintegrando o vírus”.

Vista de projecto habitacional na área de Bom Jesus, em Luanda

A

informação foi avançada ontem, à Angop, pelo coordenador do referido bloco, Paxi da Silva, que caracterizou a situação até ao momento como calma. Deste número (150), segundo o responsável, 113 corresponde a famílias com capacidade contributiva, que habitam no bloco há mais de 10 anos, que na sua opinião deveriam ter um outro tratamento por parte do Estado. Helena Manuel Luís, moradora do bloco, há cerca de sete anos, disse que não está na mesma situação da maior dos ocupantes, por possuir documentos comprovativos. Lembrou que quando beneficiou do apartamento poucas pessoas habitavam no bloco, tendo acompanhado de forma assustadora a vandalização das casas por parte de supostos marginais.

Por isso, apelou às autoridades competentes a agirem com mais celeridade na atribuição de casas, para que situações do género não voltem a acontecer. Entretanto, uma fonte na Procuradoria-Geral da República (PGR) disse à Angop que o processo de investigação está em curso, e que os cidadãos notificados continuam a ser auscultados. Em Abril, a sub-procuradora geral da República titular da província do Bengo, Carla Patrícia Correia, havia afirmado que as pessoas que invadiram as residências na centralidade do Capari cometeram crime de usurpação de imóvel, punível no código penal. “Caso se comprove e haja matéria suficiente, os ocupantes poderão estar implicados no crime de extorsão de imóvel, punível no artigo 445º do Código Penal, cuja pena a aplicar é de dois anos de prisão cor-

reccional”, sublinhou na ocasião. Em Março, cerca de 150 residências do tipo T3, desocupadas há mais de sete anos, na centralidade do Capari, província do Bengo, foram invadidas, por supostos funcionários públicos e outros cidadãos em Abril último. As casas vandalizadas estão localizadas no bloco 8, de 30 edifícios de um piso, com 480 apartamentos. Destes apartamentos, a Sonip entregou, em 2013 e 2014, de forma simbólica, residências aos primeiros 30 beneficiários, que vivem oficialmente até à presente data. No Bengo, um número significativo de funcionários públicos e estudantes residem na capital do país (Luanda) e diariamente fazem o trajecto (Caxito-Luanda) e viceversa, num percurso de 100 quilómetros para o cumprimento da jornada laboral e estudantil.

“O vírus não é um organismo vivo, mas sim uma molécula de proteína (ARN) coberta por uma camada protectora de lípido (gordura), que ao ser absorvida pelas células das mucosas ocular, nasal ou bucal, alteram o código genético delas (mudam) e as convertem em células agressoras multiplicadoras”. “O vírus conserva-se muito estável em ambientes frios, húmidos e escuros”. “Nenhum bactericida serve! O vírus não é um organismo vivo como a bactéria, e se não está vivo não se pode matar com antibióticos, os vírus são desintegrados. Daí que a solução está em romper a sua cadeia de propagação e mutação”. “O vírus não atravessa a pele sã”. “O calor muda o estado da matéria da gordura da camada protectora do vírus, por isso é bom usar água a mais de 25 graus centígrados para lavar as mãos, a roupa e locais em que nos encontremos”.

“Não sacudam! Esfreguem as superfícies com álcool, cloro (lixívia), água oxigenada ou detergente! O vírus agarrado a uma superfície se desintegra algum tempo segundo a matéria de que é feita esta superfície. 3 horas (tela porosa), 4 horas (cobre e madeira), 24 horas (cartão), 42 horas (metal) e 72 horas (plástico). Se se sacudir o vírus volta a flutuar no ar e pode alojar-se no nariz”. “Como o vírus não é um ser vivo senão uma molécula de proteína, não se mata, mas se desintegra. O tempo de desintegração depende da temperatura, humidade e tipo de material onde repousa”. “A água oxigenada dissolve a proteína do vírus, isto ajuda muito depois do uso de sabão, álcool ou cloro para atacar o vírus, mas há que usá-la pura e se se usar na pele a pode ferir”. “O vírus é muito frágil, o único que o protege é uma camada externa muito fina de gordura, por isso é que qualquer tipo de sabão é o melhor remédio, porque a espuma corta a gordura (há que esfregar-se por 20 segundos no máximo e fazer muita espuma. Ao dissolver a camada de gordura se dispersa e desintegra por si”. UMA RECOMENDAÇÃO VALIOSA Use a mão não dominante para abrir as portas em casa, escritório, transporte, banhos, etc., já que é muito difícil que venha a tocar o rosto com essa mão. Na Coreia do Sul foi muito difundida esta iniciativa.


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