Jornal OPaís edição 1863 de 09/06/2020

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praias vão a “banhos” no 2.º semestre A Agência Nacional de Resíduos assinou um memorando com várias instituições parceiras do Estado que se vão responsabilizar pela recolha de resíduos sólidos nas praias e mares do país, tendo como início este semestre. Segundo o responsável da agência, esta acção não custará dinheiro ao Estado, já que os custos estão a ser suportados pelos parceiros. P. 10 Director: José Kaliengue

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O diário da Nova Angola

Edição n.º 1863 Terça-feira,09/06/2020 Preço: 40 Kz

@jornalopais

Greve dos taxistas de cacuaco arranca com ameaças de morte

Políticos e sociedade civil defendem continuidade da situação de calamidade l Termina hoje o periodo de calamidade pública em que o país se encontra desde 25 de Maio, por 15 dias, em função da pandemia da Covid-19. Políticos e membros da sociedade civil defendem a sua prorrogação. P. 9

SOCIEDADE: Os taxistas da capital deixaram de circular no município de Cacuaco para

reivindicar melhores paragens, uma vez que a Administração local determinou paragens que têm criado constrangimentos à classe, além de o estado da via danificar as viaturas. Por causa da paralisação, o presidente da Associação Nova Aliança dos Taxistas de Angola (ANATA) disse ter recebido ameaças de morte P. 11 carlos moco

Dispara o número de negócios electrónicos no país l A pandemia da Covid-19 permitiu o

fortalecimento dos grandes players nas tecnologias de comunicação e informação, e regista-se o crescimento de negócios electrónicos, referiu o director geral do INFOSI, Meick Afonso P. 18

A boa notícia da ministra:

“14 recuperados da Covid-19 nas últimas 24 horas”

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Santa Rita de Cássia tem “kilapi” de AKZ 3 milhões com a APF Uíge l O presidente da turma “católica”, Nzolani Pedro, está surpreendido por não ter direito de voto no pleito eleitoral que vai renovar o mandato referente ao ciclo olímpico (2020/2024) na Associação Provincial de Futebol do Uíge (APFU). P. 26

e ainda no cartaz:

Fundação Arte e Cultura ilustra conteúdos com legado de artistas plásticos sobre a sua arte

“É possível ser escritor sem patrocínio”, demonstra jovem com novela “Checkin para Genebra”

A garota de Ipanema já é vovó mas a música que inspirou é uma eterna jovem


EM FOCO

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O PAÍS Terça-feira, 09 de Junho, de 2020

Angola com 14 recuperados em 24horas, mas permanece em alto perigo da Covid-19 14 pacientes com Covid-19 recuperaram nas últimas 24 horas, elevando a contagem para 38, dos 92 casos positivos. Entretanto, mais um jovem, de 22 anos de idade, proveniente da Rússia, testou positivo, revelou, ontem, em conferência de imprensa, a ministra da saúde, Sílvia Lutukuta Maria Teixeira

“P

or esta altura, ainda estamos em alto risco” afirmou Sílvia Lutukuta, sublinhando que Angola ainda não está livre do impacto da Covid-19, apesar dos investimentos do Governo para combater e prevenir a sua propagação e de registar baixo nível de contaminação. Salientou que os angolanos devem, assim, ter orgulho do grau de preparação para o efeito, mas continuar a ser rigorosos no cumprimento das medidas de bio-segurança. “Nós estamos próximos da transmissão comunitária porque temos transmissão local. Porém, podemos estar distantes da transmissão comunitária se nós adoptamos os comportamentos adequados para evitar o contágio com muita facilidade”, frisou. Assim sendo, disse que o país ainda observa cercas sanitárias de alto risco e continua a fazer uma investigação profunda em relação aos casos de contaminação que surgiram de alta complexidade, como na Clínica Multiperfil e na cerca do Cazenga, entre outras. Sílvia Lutukuta esclareceu que ninguém quer que a Covid-19 chegue a uma dimensão alarmante e com falta de condições, como a que se está a observar a nível mundial e nas maiores po-

tências. Para aclarar a importância das medidas de precaução colectiva, recordou que há muitos países em que o sistema de saúde colapsou e os pacientes foram internadas em parques de estacionamento e alguns ficavam sem assistência mesmo estando em situações críticas e outros morriam em casa e só eram descobertos passados alguns dias. “É importante que ninguém subestime a importância da Covid-19, em qualquer lugar. Acreditamos que o povo angolano é um povo sensível, que gosta das suas famílias. Ninguém quer imaginar aqui a perder o pai, mãe, irmãos, toda a gente em casa”, frisou. A ministra da Saúde fez saber que a qualquer momento pode haver uma onda muita rápida de propagação do vírus no seio da nossa população. Por esta razão, estão a ser criadas unidades hospitalares de campanha para dar resposta adequada a eventuais situações do género. Governo gasta cerca de 980 mil de dólares só em testes Sobre os custos elevados do tratamento da doença, Sílvia Lutukuta esclareceu que um teste para Covid-19 não custa menos de 80 dólares. Entretanto, contas feitas pelo Jornal OPAÍS, multiplicando este valor pelos 12.155 exames realizados até a presente data, vê-se que o Governo já gastou 972.400 dólares norte-americanos só com a feitura dos testes.


O PAÍS Terça-feira, 09 de Junho, de 2020

Fora os custos adicionais que a governante salientou serem elementos fundamentais para a testagem, como a água, energia eléctrica, o computador para passar a análise, o técnico, entre outros. Questionada sobre uma eventual disparidade do preço cobrado nas clínicas privadas, a governante esclareceu que se aproxima ao do sector público. “Só quando o sector privado cobra é que as pessoas percebem, na realidade,

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o esforço que o Governo angolano está a fazer. Portanto, não há muita diferença deste valor com o valor do privado”, garantiu. Jovem proveniente da Rússia testa positivo de Covid-19 Nas últimas 24 horas, o país registou mais um novo caso de Covid-19, perfazendo 92 casos confirmados, resultando em quatro óbitos, 38 recuperados e 50 casos activos. Entre estes, um requer atenção especial e os res-

tantes estão clinicamente estáveis em unidades sanitárias de referência. “Cumpre-nos informar que temos mais um caso positivo importado, de um cidadão angolano de 22 anos de idade, do sexo masculino, proveniente da Rússia. Por esta altura assintomático e já foi encaminhado para um dos nossos centros de tratamento”, garantiu a governante. Sílvia Lutukuta esclareceu que o vínculo epidemiológico do país aponta para o registo de 30 casos importados e 62 de contaminação local. Em relação aos testes, fez saber que por via do Instituto de Investigação em Ciências de Saúde receberam 12.155 amostras, das quais 92 positivas, 11.719 negativas e 344 em processamento. Contou, por outro lado, que foram liberadas no período em referência 227 pessoas que observavam a quarentena institucional, sendo 188 em província de Luanda, 21 no Moxico, 12 no Bié, três no Huambo, duais na Huíla e uma na Luanda-Norte. Neste momento, permanecem

Cerca sanitária do Hoji ya Henda é de alto risco Sílvia Lutukuta esclareceu que a cerca sanitária do bairro Hoji ya Henda, município do Cazenga, em Luanda, é de alto risco e, por isso, foi estabelecida a 11 de Maio. Mesmo antes de a ter sido estalecida, já havia a previsão de que a mesma seria demorada. “É mesmo uma cerca de alto risco. Nós já tivemos vários casos positivos de contaminação local que saíram da cerca do Hoji ya Henda. Já foi feito um trabalho profundo em termos de testagem”, frisou. Acrescentou de seguida que “do Hoji ya Henda nós temos mais de três mil amostras e já temos resultado de metade, mas só poderão ter alta todos juntos”, explicou. Por outro lado, a ministra garantiu que ainda esta semana serão conhecidos os resultados de todos e, pela sua complexidade, se forem detectados mais casos positivos, estes terão ser internados e os seus contactos isolados.

785 pessoas em quarentena institucional em todo o território nacional e o número dos contactos sob vigilância é de 1.160 pessoas, das quais 457 são casos suspeitos em investigação. Realçou que continuam as acções de formação e sensibilização. O Centro Integrado de Segurança Pública (CISP) recebeu 43 chamadas, sendo um alerta de caso suspeito de Covid-19, duas denúncias e 40 pedidos de informação sobre o vírus. “Continuamos em estado de calamidade, pelo que devemos continuar a observar as medidas de protecção individual e colectiva porque continua a ser muito importante cortamos a cadeia de transmissão. Continua a cerca sanitária nacional e a cerca sanitária de Luanda”, disse.

Reinício do ano lectivo depende da evolução epidemiológica do país

Sobre a bio-segurança das escolas, a governante explicou que o Ministério da Educação tem trabalhado, a nível da Comissão Multissetorial, nas suas medidas de desconfinamento de forma sectorial, igualmente o da Energia e Águas, para encontrarem as plataformas adequadas a fim de garantir a segurança e a protecção dos estudantes. “Claro que o reinício das aulas depende da evolução da situação epidemiológica e a garantia destas condições. Mas o que podemos aqui transmitir é que o Ministério da Educação desdobra-se em esforços para conseguir ter as condições mínimas adequadas à nossa realidade”, garantiu. No entanto, apelou aos pais e encarregados de educação a colaborarem na sensibilização dos filhos ou educandos a irem à escola com máscaras, evitarem juntar-se e lavarem as mãos com frequência. Quanto à feitura dos testes a professores e demais intervenientes no processo formativo, durante as aulas, a ministra da Saúde disse constar nos planos, mas que

Profissionais da saúde proibidos de trabalhar em mais de uma unidade sanitária A ministra da Saúde, Sílvia Lutukuta, informou que os profissionais de saúde estão a ser impedidos de trabalhar em mais de uma unidade hospitalar, como medida preventiva contra a Covid-19, uma vez que o seu risco de contágio é maior, devido à pressão grande que passam. “Nós arranjamos aqui uma forma de equilíbrio em que ele ao prestar serviço no sector privado fica no privado. O mesmo acontece com o público, tendo em conta o alto risco que temos com estes profissionais que estão a trabalhar em vários locais e que podem ser potenciais transmissores da doença, que tem uma propagação muito fácil e rápida”, explicou.

não se deve comparar a nossa realidade com a de outros países. Em relação à cerca sanitária da Clínica Multiperfil, tranquilizou os profissionais que lá se encontram no sentido de cumprirem as regras de saúde pública, uma vez que já foram recolhidas as amostras para análise e estão a ser processadas. Os resultados vão saindo e, cumprindo as regras, vai-se levantar a cerca sanitária. Por outro lado, a governante disse que o Estado, por via da Comissão Multissectorial e das entidades ligadas ao Ministério das Relações Exteriores, está a acompanhar as comunidades angolanas no exterior. Está a ser feito um trabalho profundo a nível da Comissão Multissectorial para se encontrar a melhor estratégia para trazer os angolanos que se encontram fora do país de forma segura. “Nós temos estado a assegurar o repatriamento de cadáveres (pessoas que estão a falecer no exterior) desde que não tenham Covid-19. Estão a regressar com os seus familiares dentro do que está estabelecido no nosso competente decreto de estado de calamidade”, assegurou. A porta-voz da Comissão Multissectorial para Prevenção e Combate à Covid-19 disse ainda que nesta actual situação de calamidade pública se tem realizado alguns voos humanitários.


4 destaques política. PÁG. 8 Associação Mãos Livres disponibiliza advogado para o “caso António Manuel”

SOCIEDADE. PÁG. 10 Limpeza de praias e mares marcada para o 2º semestre

o editorial

O PAÍS Terça-feira, 09 de Junho, de 2020

hoje: os números do dia

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Cacuaco, um sinal para o Governo

cartaz. PÁG. 14 “É possível ser escritor sem patrocínio”, demonstra jovem com novela “Checkin para Genebra”

ECONOMIA. PÁG. 18 Cresce o número de negócios electrónicos no país

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as duas últimas eleições em Angola o município de Cacuaco lançou sinais importantes para o partido que governa Angola desde a Independência. Trata-se de um município muito populoso, trata-se de um município de Luanda, a capital do país, trata-se de um município com muita gente pobre, trata-se de um município com mar e terras férteis, além de excelentes condições para a instalação de indústrias. Tudo isto deveria aconselhar o Governo a desenhar boas políticas para o município e a administrá-lo com competência. O perfil dos administradores municipais e a sua missão, enquanto não há autarquias, deve ser repensado. Olhando para a posição geográfica do município e para os seus vizinhos, e para o perfil demográfico destes vizinhos, a revolta dos taxistas de Cacuaco no início desta semana deve ser entendida como um sinal amarelo muito garrido.

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Brincar com a morte é perverso. Ao alterar os números, o Ministério da Saúde tapa o sol com a peneira”

Rodrigo Maia Presidente da Câmara Brasil

Pessoas, entre crianças, jovens, adultos e idosos, morreram vítimas de tuberculose no Hospital Sanatório da Lunda Sul, nos primeiros seis meses deste ano, informou o director clínico da referida unidade, Félix Upale

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o que foi dito

Mundo. PÁG. 22 China nega que pandemia tenha prejudicado relações com o resto do mundo

Morto e dois feridos ligeiros é o resultado de um acidente de viação ocorrido ontem, Segunda-feira, na Estrada Nacional 230 que liga a cidade de Saurimo e a comuna do Namguanza, na Lunda Sul

A A gente vai vencer essa luta aí. O Brasil não vai para a esquerda, não vai afundar, não vai virar uma Venezuela’ Jair Bolsonaro

Edifícios do conjunto de imóveis controlados pela administração municipal de Golungo Alto, no Cuanza Norte, apresentam-se em avançado estado de degradação, com fissuras nas suas estruturas, corrosão dos solos e uma imagem pouco vistosa.

Visitantes estiveram no Museu Regional do Reino do Kongo, em Mbanza Kongo, entre os meses de Janeiro e Março do presente ano.

Sou muito alinhado a Joe Biden nas questões sociais e políticas. Trabalhei com ele por 35, 40 anos. E agora ele é o candidato e vou votar nele”” Collin Powell Ex-secretário de Estado dos EUA


O PAÍS Terça-feira, 09 de Junho, de 2020

5 e assim... José Kaliengue Director

Nós e os arquivos

Hoje no online de O PAÍS leia a entrevista com o cientista político Sérgio Dundão e compreenda mais sobre os principais problemas políticos que afligem o país

O

www.opais.co.ao (Romênia)Sapateiro romeno cria sapatos de couro de ponta comprida para ajudar a manter distância social, ao combante a covid-19) (RAUL STEF)

o que vai acontecer Catete Quarenta técnicos de saúde terminam hoje, em Catete, município de Icolo e Bengo, um seminário sobre gestão integrada de casos suspeitos por infeccção do novo Coronavírus, Covid-19, promovido pela Direcção Nacional de Saúde Pública. À Angop, o coordenador do Programa Nacional de Emergências do Ministério da Saúde, Lutumba Agostinho, disse que a sessão tem por objectivo reduzir o risco de disseminação da Covid-19 nas comunidades. “No município é onde acontece o primeiro contacto da doença, urge a necessidade capacitar os técnicos das unidades sanitárias.

Massabi A limitação de se circular na comuna fronteiriça de Massabi, no município de Cacongo, imposta desde 17 de Maio, devido à propagação da Covid-19 na vizinha região congolesa de Ponta-Negra, termina hoje, Terça-feira, segundo as autoridades sanitárias. O levantamento da cerca nessa localidade é fruto dos resultados negativos de 23 das 60 amostras de sangue recolhidas a vários ciadãos, incluindo membros dos serviços de Defesa e Segurança, disse, em Cabinda, o secretário de Estado da Saúde para a Área Hospitalar, Leonardo Inocêncio.

Girassol O Centro de Saúde da Clínica Girassol (edifício 2) volta, a partir deste mês, a prestar assistência médica à população com baixos recursos financeiros. O referido centro, adjacente à Clínica Girassol, foi readaptado, em Março, para atender a pacientes com Covid-19, no quadro da parceria estabelecida com o Ministério da Saúde. Com a abertura do Centro de Rastreio e Tratamento no KM- 27, em Viana, de acordo com director de Marketing e Imagem da Sonangol, Dionísio Rocha, os pacientes internados no referido centro serão transferidos para a nova unidade hospitalar.

Pandemia O Ministério da Saúde apresenta hoje em conferência de imprensa o estado actual do novo Coronavírus (Covid-19), na sede do CIAM, em Luanda, a partir das 19 horas.

mundo se arquiva sozinho. Esta é uma verdade cada vez mais evidente, sobretudo com o advento das novas tecnologias. Em Angola, a cultura de arquivar momentos, documentos, o que seja, não existe ainda. por um lado, talvez por sermos um país mais virado para a oralidade, e, por outro, porque a nossa história está tão regada de medo que guardar alguma coisa foi sendo perigoso. Quem impôs o medo, entretanto, esqueceu-se qua a memória é coisa que não se apaga e que basta para termos estado vivos para deixarmos vestígios. E o nosso país está cheio de vestígios, além de que houve sempre alguém a guardar algum documento, apesar do medo que imperava, apesar da ameaça. Entretanto, ainda nos falta a fase em que os detentores destes arquivos pessoais percam o medo e os partilhem com o país. Falta-nos a fase em que o Estado entenda quão importante é adquirir documentos, vestígios ou qualquer fonte histórica para organizar, dispor ao estudo e assim ir escrevendo a sua própria história. O mundo assinala hoje o Dia Internacional dos Arquivos. E arquivos é o que mais falta ao país. De todo o tipo. Para quem queira realizar um estudo no nosso país, o acesso aos arquivos é mais do que uma dor de cabeça. A documentação, ou não está reunida, ou não está organizada, ou simplesmente carece da famosa ordem superior para acesso. Ora, a não existência ou não disponibilização de arquivos é uma boa forma de o país andar às rodas sem avançar nunca. O que se pode esperar, ainda, porque a esperança é teimosa, é que o Estado se lembre de começar a ensinar a importância do arquivo desde o infantário. É uma cultura que se tem de criar, é uma via que se abre para o futuro. Mas se o Estado não o fizer, mais cedo ou mais tarde os seus agentes figurarão nos novos arquivos com muito má cara. Porque o mundo se arquiva sozinho, haverá sempre alguém que junte pontas soltas para escrever a história.

E também... Dia Internacional dos Arquivos - 9 de Junho O Dia Internacional dos Arquivos foi instituído pela Assembleia Geral do CIA – Conselho Internacional de Arquivos, realizada no Québec, em Novembro de 2007. Foi escolhida esta data, por ter sido precisamente a 9 de Junho de 1948 que a UNESCO criou o CIA – Conselho Internacional de Arquivos. O objetivo da criação do Dia Internacional de Arquivos é proporcionar condições para que se desenvolvam ações de promoção e divulgação da causa dos arquivos em todo o mundo. Este dia é comemorado com exposições, mostras, apresentações, e outros, em alguns dos arquivos.


6 Media Nova, S.A Presidente do Conselho de Administração Filipe Correia de Sá Administradores Executivos Luís Gomes Paulo Kénia Camotim Propriedade : Socijornal Depósito Legal: Nº 244/2008 Contribuinte: 5417015059 Nº registo estatístico: 48058

O PAÍS Terça-feira, 09 de Junho, de 2020

no tempo do kaparandanda

Director Geral de Publicações: José Kaliengue jose.kaliengue@opais.co.ao

opaís

Director: José Kaliengue Sub-Director: Daniel Costa, daniel.costa@opais.co.ao Chefe de Redacção: Eugénio Mateus, eugenio.mateus@opais.co.ao Editorias : Política: Ireneu Mujoco ireneu.mujoco@opais.co.ao (Editor) Sociedade: Paulo Sérgio paulo.sergio@opais.co.ao (Editor) Romão Brandão romao.brandao@opais.co.ao (Sub-editor) Economia André Mussamo andre.mussamo@opais.co.ao (Editor) Desporto: Sebastião Félix sebastiao.felix@opais.co.ao (Editor) Mário Silva mario.silva@opais.co.ao (Sub-editor) Cartaz: Jorge Fernandes jorge.silva@medianova.co.ao (Sub-editor) Redacção: Alberto Bambi, Augusto Nunes, Miguel Kitari, Domingos Bento, Neusa Filipe, Milton Manaça, Antónia Gonçalo, Maria Teixeira, Patrícia Oliveira, Stela Cambamba, Zuleide de Carvalho (Benguela), Brenda Sambo, Maria Custódia e Adjelson Coimbra. Arte: Ladislau Bernardo (Coordenador) Valério Vunda (Coordenador adjunto), Annette Fernandes, Nelson da Silva e Francisco da Silva. Fotografia: Carlos Moco (Editor), Daniel Miguel (Sub-editor), Pedro Nicodemos, Jacinto Figueiredo, Carlos Augusto, Virgílio Pinto, Lito Cahongolo (repórteres fotográficos), Rosa Gaspar e Yuri dos Santos (Assistentes de Departamento) Agências: Angop, AFP, Reuters, Getty Images

Assistentes de Redacção: Antónia Correia, Rosa Gaspar, Sílvia Henriques Impressão e acabamento: DAMER, S. A. Luanda Sul, Edifício Damer Distribuição: Media Nova Distribuição Tel: +244 943028039 Distribuidora@medianova.co.ao pontodevenda@medianova.co.ao Assinaturas: Bruno Pedro Tel: +244 945 501 040 Bruno.Pedro@medianova.co.ao Online: Venâncio Rodrigues (Editor) Isabel Dalla e Ana Gomes Sítio Online: www.opais.co.ao Contactos: info@opais.co.ao Tel: 914 718 634 -222 003 268 Fax: 222 007 754 Sede: Condomínio ALPHA, TalatonaLuanda. Tel: 222 009 444 República de Angola

Comercial e Marketing: Senda Costa 922682440 email: comercial@medianova.co.ao Tiragem: 15 000 exemplares

09 de Junho de 1961 - A ONU apela a Portugal para pôr termo às actividades repressivas na sua província ultramarina de Angola.

09 de Junho de

1995

- Os Partidos Políticos da Oposição Civil Democrática Angolana (POCD) manifestam-se, em Luanda, preocupados com o que consideram lentidão no cumprimento das questões militares do Protocolo de Lusaka (Zâmbia).

1998

09 de Junho de - O presidente do Fórum Parlamentar da Comunidade de Desenvolvimento dos Países da África Austral (SADC), o namibiano Mose Tjitendero, visita por quatro dias a Angola.

carta do leitor

A cerca sanitária de Luanda Caro director, Será que o nosso país está mesmo em quarentena? Pelo que tenho visto noutros países, a quarentena é coisa para levar com seriedade e também o Estado faz mesmo testagem a toda a gente. Em Angola, eu, pessoalmente, não conheço ninguém que tenha sido testado. Também não estou a ver o Estado com força suficiente para impor uma quarentena, ou confinamento de cada família. Nisto do confinamento, o Estado perdeu a batalha, mas isso não significa que as pessoas não tenham medo, porque está quase todo o mundo a andar de máscara. Estou preocupado com outra questão: a cerca sanitária de Luanda vai aguentar até quando? Acho que daqui a pouco o Estado poderá ser outra vez derrotado. As pessoas precisam de se movimentar. Sugiro que o Estado encontre fórmulas criativas de controlar a situação, mas deixando as pessoas movimentar-se, há muitos negócios parados, há muita gente a perder dinheiro. O confinamento não é férias, vai mesmo ter consequências, mas tem de se encontrar soluções, porque a economia não é só camionistas. Imaginemos que alguém

tenha interrompido o processo de criação de uma empresa, como fica? Espero que o Governo pensem bem, e que os cidadãos ajudem também. Se todos se portarem bem, mais rapidamente a pandemia passa.

Escreva para o Jornal OPAÍS através do e-mail info@opais.co.ao ou ligue para estes contactos Tel: 222 003 268 Fax: 222 007 754

Osvaldo Tomé Luanda



POLÍTICA

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O PAÍS Terça-feira, 09 de junho de 2020

Associação Mãos Livres disponibiliza advogado para o “caso António Manuel” O gesto vem em resposta a um grito de socorro lançado pela família e pela Associação dos Antigos Combatentes (AAC/FNLA), que clamam por um patrocínio judiciário para defenderem um caso de homicídio que vitimou o cidadão António Manuel, há cinco anos

cho final”, disse, e que a Associação Mãos Livres vai reunir-se com a família, nos próximos dias, para ter contacto com o processo e começar a trabalhar nele. O responsável deplorou o facto de um caso de homicídio, passados cinco anos, não ter transitado ainda em julgado. Salvador Freire, que é advogado de profissão, evitou anunciar o número de advogados que vão trabalhar no aludido processo.

DR

Maria Miranda Cassule

A

ntónio Manuel, antigo combatente da FNLA, foi morto a soco por um jovem e colega seu de partido, identificado por Herculano Bengue Bibinge, no dia 13 de Fevereiro de 2015, em Luanda, durante a realização do XIII Congresso deste partido. O aludido conclave foi marcado por um acto de pancadaria entre apoiantes do actual presidente da FNLA, Lucas Ngonda, e de Ngola Kabangu, que lidera uma outra ala, antes do seu início, de que resultou a morte do “velho maquisard”. O seu filho, Simba Manuel, em entrevista concedida recentemente a OPAÍS, clamava por um patrocínio judiciário para continuar com o processo, para que se faça justiça à dimensão do crime que vitimou o seu progenitor. Simba António Manuel deplorou o facto de cinco anos depois o caso não ter transitado ainda em julgado, e o acusado ter sido solto pela Polícia Nacional, dias depois da morte de António Manuel, por uma

António Manue l(ao centro) no ambiente familiar, em Luanda

alegada influência movida por Lucas Ngonda, de que é familiar. O processo, com o nº 9-1067/015-DH/N, de acordo com a fonte, encalhou pelo facto de a família e a Associação dos Antigos Combatentes (AAC/ FNLA) estarem desprovidos de meios finan-

ceiros para contratar um advogado que possa dar seguimento ao caso. Mãos Livres assegura defesa Respondendo ao grito de socorro dos familiares e da ACC/FNLA, o presidente da Associação Mãos Livres, Salvador Freire dos Santos,

anunciou que a instituição que dirige está disponível para prestar o apoio pretendido para dar sequência ao processo no Serviço de Investigação Criminal (SIC) do Comando Municipal da Polícia Nacional de Viana. “Pretendemos trabalhar neste caso até ao desfe-

Satisfação O presidente da Associação dos Antigos Combatentes da FNLA, Lino Ucaca, em declarações a este jornal, sobre o assunto, mostrouse satisfeito com o gesto da Associação Mãos Livres e espera que a justiça seja feita para moralizar a família e a associação de que António Manuel fazia parte. O responsável revelou que a Associação dos Antigos Combatentes da FNLA enfrenta várias dificuldades de tesouraria, sendo a razão que a impede de contratar um advogado para resolver este caso. Disse que a ACC/FNLA por depender de quotizações dos seus membros, mas que não acontece regularmente devido ao atraso dos seus módicos ordenados da pensão de reforma, os seus associados vivem em condições sub-humanas e de indigência. Citando palavras de Simba Manuel, Lino Ucaca recordou que, apesar da avançada idade, António Manuel era o responsável pelo sustento da família, revelando que com a sua morte os seus dependentes passam por dias difíceis para se alimentar e resolver as suas necessidades vitais.

UNITA apela aos Estados Unidos e ONU a protegerem os cidadãos

O

apelo decorre na sequência da trágica morte do afro-americano George Floyd, por asfixia, por um polícia do Mineapolis, nos Estados Unidos da América, no dia 25 de Maio do ano em curso. Num comunicado enviado a OPAÍS, ontem, o Secretariado Executivo do Comité Permanente da Comissão Política (CPC) deste partido apela às autoridades americanas em particular e às Nações Unidas, em geral, a tomarem uma posição que salvaguarde a integridade física, as liberdades e garantias de todos os cidadãos. No comunicado, a UNITA re-

fere que a protecção da integridade física deve abranger a todos, “sem olhar para o tom de pele, origem, credo ou religião”, que actos como os que provocaram a morte de Floyd, devem ser desencorajados e os seus actores responsabilizados civil e criminalmente. A UNITA exprime igualmente a sua repulsa ante comportamentos similares que têm ocorrido em Angola nesta fase, onde as forças de lei e ordem têm usado excesso de força causando igualmente vítimas mortais. Na nota, a força política do país repudia e condena veementemente o acto que vitimou George Floyd, “um cidadão

que nada fez para merecer tão cruel destino em pleno Século XXI”, naquela que é considerada uma das maiores democracias do mundo, refere numa das passagens. Segundo ainda a UNITA, a “horrenda morte de Georges Floyd” deve merecer uma unânime condenação de todos os africanos, e acrescenta que em plena era de globalização as manifestações racistas e outras semelhantes encontrarão um vivo repúdio da humanidade. Na nota, o partido liderado por Adalberto Costa Júnior afirma ainda que o mundo acordou com um manto de horror no passado dia 25 de Maio de

Uma reunião de militantes da UNITA

2020, causado pelo hediondo assassinato do afro-americano George Floyd, por motivações raciais, cujo funeral se realiza hoje. A UNITA recorda que o aludido acontecimento ocorre na se-

quência de outros que a nação americana vai registando, o que levanta uma onda de revoltas por todos os defensores da vida, da justiça social, da liberdade e da igualdade, fundamentos plasmados na Declaração Universal dos Direitos do Homem das Nações Unidas de que os Estados Unidos são membro permanente do seu Conselho de Segurança. O partido do “galo negro” diz ainda que vem acompanhando com preocupação esta situação e, tal como já o fez saber aquando das manifestações de racismos ocorridas em Abril último na República Popular da China.


O PAÍS Terça-feira, 09 de junho de 2020

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Assembleia Nacional aprova relatórios pareceres de propostas de lei DR

A

Assembleia Nacional (AN) aprovou, nesta Segunda-feira, na generalidade, por unanimidade, os relatórios pareceres das propostas de lei sobre o regime jurídico das zonas francas. A Proposta de Lei Sobre o Regime Jurídico de Zonas Francas, de iniciativa do Presidente da República enquanto Titular do Poder Executivo, enquadra-se no programa de apoio à produção, substituição das importações e diversificação das exportações, definido no Plano de Fomento de desenvolvimento Nacional 2018-2022. Visa dotar a economia nacional de oportunidades e condições apropriadas para a atração de investimentos que permitam acelerar o processo de diversificação e modernização da economia nacional. O diploma, que vai à discussão na plenária do dia 17 do corrente mês, pretende criar um regime jurídi-

co para a criação de zonas francas na República de Angola mediante o estabelecimento de áreas delimitadas de livre comércio, por iniciativa do Estado ou do sector privado, com benefícios e incentivos fiscais, regimes especiais e estruturas modernas . A aprovação do referido diploma representa um novo paradigma do processo do desenvolvimento sócio-económico de Angola. Espera-se transformar rapidamente o país num lugar que favoreça a industrialização, absorção de novas tecnologias, geração de empregos, apoio à pesquisa e investigação cientifica. A proposta é constituída por oito capítulos e 43 artigos. Ainda nesta Segunda-feira foi aprovada a Proposta de Lei que altera a Lei de Contratos Públicos, com oito artigos e visa mitigar os constrangimentos verificados no processo de formação e execução dos contratos públicos. Com a presente iniciativa preten-

Políticos e sociedade civil defendem continuidade da situação de calamidade

Termina hoje o período em que o país se encontra em situação calamidade pública que vigora desde 25 de Maio, por um período de quinze dias, em função da pandemia da Covid-19. Políticos e membros da sociedade civil defendem a sua prorrogação Neusa Filipe

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presidente do Partido de Renovação Social (PRS), Benedito Daniel, considerou arriscada a medida de se levantar a situação de calamidade, por causa do número de casos positivos que aumentam a cada dia. Para o político, o “estado de calamidade” deve ser levantado de forma faseada, em função do comportamento da pandemia. “Temos estado a observar que o número de casos continua a aumentar e nada está a indicar que o vírus não está em circulação nas comunidades”, disse, acrescentando ser necessário ter prudência e ver como o vírus se vai comportar num período de mais quinze dias.

Alertou que levantar a situação de calamidade seria um exercício inútil que poderia colocar em risco a vida de toda a população e “pôr por água abaixo todo o trabalho até aqui desenvolvido”, sublinhou. Para o presidente da Associação Construindo Comunidades (ACC), Padre Pio Wakussanga, o levantamento deve acompanhar a tendência ou a evolução do número de casos a se registar no país. Padre Pio, que defendeu um confinamento mais pedagógico ou educativo, sem o uso da força, entende que actividades como a reabertura das aulas e dos cultos religiosos deveriam depender também da evolução do número de casos. “Somos de opinião que devíamos aguardar mais um pouco, para vermos qual será a tendência do aparecimento de novos casos. O

Benedito Daniel, presidente do PRS

Padre Pio, presidente da Associação Construindo Comunidades

de-se introduzir normas referentes às operações e práticas de mercado, bem como aos direitos, obrigações e garantias dos operadores, a fim de se simplificar procedimentos e garantir aplicabilidade. Garantir mais celeridade e confiança no processo de formação dos contratos públicos e adequação às boas práticas internacionais são outros dos objectivos preconizados. Já a Proposta de Lei de Bases do Sistema de Pagamento em Angola, também aprovada nesta sessão da AN, enquadra-se no processo de alteração e modernização do quadro legal, conferindo-lhe uma base legal que proporcione altos níveis de segurança, transparência e robustez alinhadas com as boas práticas internacionais. Com este diploma, pretendese definir regras claras, justas e transparentes, abrangentes, relativas ao funcionamento e supervisão da gestão do sistema de pagamentos de Angola, visando favorecer a integração de forma segura e fiável. Esta iniciativa visa apoiar o crescimento da economia nacional, bem como garantir que os agentes económicos usufruam de melhores condições operacionais. A proposta é constituída por nove capítulos e 122 artigos.

desconfinamento deve ser gradual” apelou. O sacerdote católico e pároco da Missão Católica dos Gambos, com sede no Chiange, na província da Huíla, há uma semana apelou ao Governo para ponderar o levantamento do “estado de calamidade”, tendo em conta a vulnerabilidade de algumas famílias desfavorecidas. Na visão do responsável da ACC, uma vez levantada situação de calamidade, enquanto vão surgindo casos positivos, apesar de de forma paulatina, as autoridades sanitárias podem perder o controlo da situação da Covid-19. O período de calamidade pública que vigora desde o dia 26 de Maio termina hoje, e a decisão sobre o seu levantamento ou continuidade poderá ser tomada a oportunamente pelas autoridades. Enquanto isso, nesta Terça-feira, 9, às 9 horas, os deputados à Assembleia Nacional reúnem-se na sua 5ª Reunião Plenária Extraordinária da 3ª Sessão Legislativa da IV Legislatura para a apreciação da Declaração de Estado de Emergência decretado pelo Presidente da República, João Lourenço, que vigorou de 27 de Março a 25 de Maio do ano em curso.


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Limpeza de praias e ma marcada para o 2º seme A Agência Nacional de Resíduos assinou um memorando com várias instituições parceiras do Estado que se vão responsabilizar pela recolha de resíduos sólidos nas praias e mares do país, tendo como início o próximo semestre. Segundo o responsável da agência, esta acção não custará dinheiro ao Estado, já que os custos estão a ser suportados pelos parceiros

Romão Brandão

O

mundo comemorou ontem o Dia Mundial dos Oceanos e, por ocasião deste dia, o PCA da Agência Nacional de Resíduos, Monteiro Lumbo, em declarações à imprensa, falou sobre o trabalho que esta agência tem vindo a desenvolver no sentido de se proteger a vida no mar e, consequentemente, o meio ambiente. Os nossos mares não estão como desejamos, segundo aquele responsável, mas ainda vamos a tempo de mitigar a situação, que já se começa a reflectir, principalmente quando chove, pela quantidade de resíduos sólidos que aparecem no mar. Desde o ano passado que a ANR tem procurado parcerias privadas no sentido de ajudarem a mitigar a problemática dos resíduos no oceano, e foi assim que celebrou um acordo com um grupo de empresas , com o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e o ISPTEC, para que isto seja um facto. “No segundo semestre do presente ano, começa o trabalho de limpeza das praias e dos ma-

res de Luanda, numa experiência piloto (em Luanda) que está a ser patrocinada por outras entidades. Implica dizer que o Estado angolano, a princípio, não gastará nada para que isso seja possível, após memorando assinado com as empresas parceiras”, disse. Foram feitas negociações com uma operadora de limpeza marinha que culminaram positivamente e que se disponibilizou a ajudar o Estado na limpeza das praias e mares em Luanda, como experiência piloto. É uma empresa que possui experiência e meios técnicos e só não foi executada antes por causa do momento actual, em que os sacos plásticos preocupam bastante, pois, a par do óleo e hidrocarboneto, são os mais visíveis e depois de algum período transformam-se em micro plásticos, que passam a ser alimentos para os peixes (este, se consumido, pode colocar em risco a vida do homem). Neste momento está a ser feito também um levantamento, em parceria com as redes de supermercados, do consumo de sacos plásticos, de forma a entender o comportamento do consumidor, para depois haver uma troca pelos sacos de papel.

Petróleo e outros produtos deitados no mar Entretanto, a atenção não estará apenas virada para os sacos, pois o derrame de petróleo e outros químicos constitui preocupação da ANR. Em Janeiro do presente ano foi assinado um protocolo com a Agência Nacional de Petróleo e Gás, para a produção conjunta de legislação para o sector petrolífero, e dentro de pouco tempo haverá o desmantelamento de

PCA da Agência Nacional de Resíduos, Monteiro Lumbo

algumas plataformas petrolíferas. “Foi preocupação das duas agências a preparação da legislação e formação de técnicos que poderão acompanhar estas operações”, sublinhou. Para além do trabalho nas comunidades do litoral, a ANR tem estado a fazer formações, porque entendem que é necessário educar para exigir. Todas estas acções poderão, de certo modo, falando pro-


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ares estre JACINTO FIGUEIREDO

Ameaças de morte marcam 1º dia de greve dos taxistas em Cacuaco priamente de Luanda, devolver as zonas de lazer ou praias, que de um tempo a esta parte deixaram de existir, umas porque foram ocupadas e outras por causa do acumular do lixo, segundo Monteiro Lumbo. Por isso, exorta à colaboração dos cidadãos, para que tenham uma atitude amiga do ambiente na forma como trata os resíduos sólidos e o óleo usado, por exemplo, este último que já é muito procurado no nosso mercado para a fabricação de sabão.

Os taxistas da capital deixaram de circular no município de Cacuaco para reivindicar melhores paragens, uma vez que a Administração local determinou paragens que têm criado constrangimentos à classe, para além de o estado da via danificar as viaturas. Por causa da paralisação, o presidente da Associação Nova Aliança dos Taxistas de Angola (ANATA) disse ter recebido ameaças de morte Romão Brandão

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epois de incasáveis encontros com a Administração de Cacuaco, por causa das novas paragens impostas, que dificultavam o trabalho dos taxistas e mototaxistas naquela circunscrição, eis que estes profissionais decidiram não frequentar, nos

dias 8, 9 e 10 do corrente, o município supracitado. A decisão de paralisação surge pelo facto de “não haver qualquer vontade”, da parte da Administração, de recuar ou devolver as paragens habituais aos taxistas. Assim, até ao Domingo, 7 de Junho, estava acordado, entre a Associação dos Taxistas de

Angola (ATA), a Associação Nova Aliança dos Taxistas de Angola (ANATA) e a Associação de Motoqueiros Transportadores de Angola (AMOTRANG), que não circulasse, durante estes três dias, nenhum taxista em Cacuaco. Francisco Paciente, presidente da ANATA, disse ao jornal OPAÍS que recebeu várias ameaças de morte

por causa desta decisão, mandadas por mensagens e chamadas telefónicas, bem como de pessoas que rondavam a sua residência. Reforça que não havendo negociação com a Administração de Cacuaco, as três agremiações que estão à frente da referida greve foram chamadas para uma reunião no Governo da Província de Luanda, neste caso com a nova governadora, Joana Lina, que pediu que se levantasse a greve e lhe fossem dados 4 dias para resolver esta situação. “Quando terminou a reunião com a governadora, e à hora que terminou, para além de ser no Domingo, não tivemos capacidade suficiente de reunir todos os associados e passar a informação do levantamento da greve. Por isso, muitos desses servidores aderiram à paralisação conforme estava programado”, acrescentou, também, Bento Rafael, da AMOTRANG. Para além da reposição das paragens, reclamam das vias criadas para os táxis. As vias em que os táxis foram obrigados a passar estão em péssimo estado, nem sequer foram terraplanadas e têm muitos buracos, é praticamente uma “picada”. Os taxistas defendem que continuar a usar tal via irá destruir os seus meios, pelo que é preferível que se pare. A paralisação, embora esteja prevista inicialmente para o município de Cacuaco, por uma questão de solidariedade, noutros pontos da cidade os taxistas poderão adoptar a mesma atitude. Em caso de da parte da governadora, que os taxistas consideram ser a instância superior em Luanda, não houver uma resposta positiva, as três associações têm agendada uma assembleia geral, para o próximo Sábado, 13, de forma a ditarem a paralisação, não apenas em Cacuaco, mas em todo o território da capital. Durante a paragem de ontem, não houve táxis nas rotas Kicolo - Bairro Uíge; Kicolo - Comarca; 5M – Sabadão e em toda a extensão do Kifangongo até a Funda Vila e Terra Branca. Foram criados novos itinerários, sendo o primeiro o que vai do mercado do S. Paulo, Mutamba e Mercado dos Kwanzas, com término na Tecnocarro; o segundo vai do Benfica, Zango e Viana, com término na ponte do KM25 e o terceiro itinerário é o S. Paulo – Cuca, com término no Cemitério da Mulemba “14”.


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Hospital Psiquiátrico de Luanda pronto para diagnosticar casos de Covid-19

O edifício do Bloco C do Hospital Psiquiátrico de Luanda foi reabilitado e equipado pela empreiteira Mota-Engil, no âmbito da sua responsabilidade social, para permitir o diagnóstico e eventual tratamento de pacientes de Covid-19, anunciou a construtora

A

Mota-Engil diz que entregou à direcção do Ministério da Saúde cerca de 3 mil fatos de protecção descartáveis, 1000 máscaras e 50 viseiras faciais produzidas na província de Cabinda através de impressão 3D para os técnicos do sector se protegerem contra o novo Coronavírus. A reabilitação do hospital foi feita durante seis semanas, metade das quais passadas no período de emergência. “Estes esforços vêm na senda da responsabilidade social da construtora para com Angola, procurando mitigar os efei-

tos do vírus junto das populações onde opera”, lê-se num comunicado. Por outro lado, diz que no âmbito do plano de contingência de combate à Covid-19 levado a cabo pelo Governo de Angola, disponibilizou três dos seus camiões-cisterna para apoiar o abastecimento de água potável a instituições de cariz social e população em geral. Cada uma das três viaturas faz diariamente a distribuição de 80 a 100 mil litros de água no Cazenga, Mulenvos, Benfica, Kapalanga e Futungo, em Luanda. Uma acção que vai prolongar-se até ao fi-

nal do estado de calamidade, decretado em Angola. Além de Luanda, a empreiteira diz que tem estado a prestar apoio a população de Cabinda, onde, actualmente, se encontra a construir um hospital que irá garantir um maior e melhor acesso à saúde. A Mota-Engil diz que também tem vindo a desenvolver um conjunto de esforços com vista a prevenir e minimizar a propagação do novo Coronavírus, “colocando a saúde dos seus colaboradores, clientes, parceiros e comunidades onde opera sempre em primeiro lugar”.


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O QUE É O CORONAVÍRUS E COMO ME POSSO PROTEGER? O novo Coronavírus, intitulado COVID-19, é de uma família de vírus conhecidos por causarem infecção que pode ser semelhante a uma gripe comum ou apresentar-se como doença mais grave, como pneumonia

F

oi identificado pela primeira vez em Janeiro de 2020 na cidade de Wuhan, na China. Este novo agente nunca tinha sido previamente identificado em seres humanos, tendo causado um surto na aludida cidade que se espalhou rapidamente a vários países do mundo. A Organização Mundial da Saúde decretou (OMS) que o mundo está diante de uma pandemia.

COMO ME POSSO PROTEGER?

Tendo sido reportados já 92 casos em Angola, com duas mortes, estão indicadas medidas específicas de protecção, mas há questões práticas que se deve ter em conta para reduzir a exposição e transmissão da doença:

1. Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contacto directo com pessoas doentes;

2. Evitar contacto desprotegido com animais domésticos ou selvagens; 3. Adoptar medidas de etiqueta respiratória: tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o braço, nunca com as mãos; deitar o lenço de papel no lixo); 4. Lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir.

QUAIS OS SINAIS E SINTOMAS?

As pessoas infetadas podem apresentar sinais e sintomas de infecção respiratória aguda 2.Tosse como: 1. Febre 3. Dificuldade respiratória

Em casos mais graves pode levar a pneumonia grave com insuficiência respiratória aguda, falência renal e de outros órgãos e eventual morte.

EXISTE TRATAMENTO? Não existe vacina. Sendo um novo vírus, estão em curso as investigações para o seu desenvolvimento. O tratamento para a infecção por este novo Coronavírus é dirigido aos sinais e sintomas apresentados


cartaz seu suplemento diário de lazer e cultura

Fundação Arte e Cultura ilustra conteúdos com legado de artistas plásticos sobre a sua arte

Os trabalhos e as respectivas biografias serão contados pelos artistas via online, através de gravações que serão disponibilizadas diariamente nas páginas digitais da fundação, e resultam do projecto literário, intitulado “A face da arte angolana” lançado em 2015, desenvolvido pela galeria Tamar Golan, que envolveu 20 artistas plásticos. Os profissionais vão também falar sobre o contributo da classe nesta fase de pandemia mitam a emissão em directo nesta página de rede social”, perspectivou.

Antónia Gonçalo

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Fundação Arte prossegue nesta semana com o processo de gravações de depoimentos de artistas plásticos sobre a sua trajectória e trabalhos, com base no projecto literário em que estão volvidos, denominado “A face da arte angolana”, lançado em 2015. O livro resume a biografia e os labores de 20 artista ilustrados numa exposição realizada pela galeria Tamar Golan, com o mesmo nome, composta por 40 obras. Entre eles está Francisco VanDúnem, Dom Sebas, Patrício Mawete, Adão Mussungo, Serafim Serlon, Imani da Silva, Gilberto Kapitango, que de forma individual vão contar sobre a sua participação no projecto, que posteriormente serão mostradas via online, através das plataformas digitais da fundação. Os profissionais, entre outros assuntos, vão falar da evolução da sua carreira, das dificuldades, exposições preponderantes à sua desenvoltura no mercado e a per-

O assessor da fundação, Camilo Lemos, em conversa com OPAÍS, explicou que, na semana passada, foram realizadas duas exibições

cepção sobre a arte angolana, conforme foi projectado no trabalho literário. O assessor da fundação, Camilo Lemos, em conversa com OPAÍS, explicou que, na semana passada, foram realizadas duas exibições com Mumpassi e Toi Boy e, que, agora, perante a situação relacionada à Covid-19, os artistas vão também falar de como a classe pode dar o seu contributo, nesta fase de pandemia. “É um projecto que havia sido lançado, em que muitos artistas angolanos reuniram-se e com as suas obras constituiu-se o livro. É nesta senda que serão conduzidas as entrevistas, como o ponto de vista da realidade artística an-

“É um projecto que havia sido lançado, em que muitos artistas angolanos reuniram-se e com as suas obras constituiu-se o livro. É nesta senda que serão conduzidas as entrevistas, como o ponto de vista da realidade artística angolana, mas, também, um pouco daquilo que é a sua visão, relacionada com o contributo da arte nesta fase de pandemia”, explicou o assessor

golana, mas, também, um pouco daquilo que é a sua visão, relacionada com o contributo da arte nesta fase de pandemia”, explicou o assessor. Outras histórias Depois das exibições com artistas envolvidos no projecto, a instituição de cariz cultural e solidário pretende ainda trabalhar com outros sobre o assunto em causa. “Vamos ainda aproveitar as tecnologias para ver se evoluímos para um canal no Facebook, onde pretende transmitir em directo as entrevistas, via online. Principalmente no Facebook, a partir de ferramentas adequadas, que per-

Outras actividades Devido ainda ao distanciamento social, em que as aulas presenciais foram interrompidas foi criada o projecto “Escola de arte”, que visa a produção de materiais didácticos, para serem distribuídos aos alunos do centro cultural, que actualmente encontram-se em casa, para capacitação das várias disciplinas ali ministradas. São mais de 200 alunos que beneficiavam de aulas de reciclagem, alfabetização, literatura e ginástica, que serão contemplados com os manuais, para assim manterem o ritmo das aulas. “Já que agora elas não podem vir ao centro nas formações, os professores estão a elaborar os manuais, que posteriormente serão impressos e distribuídos aos alunos. Neste momento o trabalho editorial e a revisão estão a ser feitos e dentro de duas semanas teremos o material disponível”, avançou. Quanto aos alunos, que beneficiam de lições de piano, guitarra e percussão, Camilo Lemos deu a conhecer que têm já beneficiado de aulas online, através de gravações com as instruções, disponibilizadas pelos professores. No que tange aos concertos musicais, desenvolvidos desde Março, realçou que prosseguem ao mesmo ritmo. ”Terminou mais uma semana de concertos. O nosso desafio no momento é de continuar nesta senda de actividades, para manter viva as nossas acções, o espaço e continuar a dar assistência em termos de formação e incentivo aqueles”, finalizou.


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“É possível ser escritor sem patrocínio”, demonstra jovem com novela “Checkin para Genebra” O jovem que tem uma vontade imensurável de traduzir as suas ideias, pensamentos e devaneios em textos, lançou a novela online, por já ter batido algumas portas e ter sido mal sucedido

Perfil Elias Joaquim, mais conhecido por “Diego”, é um jovem de 21 anos autóctone, natural de Luanda que aspira ser escritor renomado ao nível nacional e além-fronteiras. Estudante de Economia e apaixonado por música, escreve há cerca de um ano e é influenciado sobretudo pela solitude. As suas inspirações residem, sobretudo, na escrita portuguesa, desde Fernando Pessoa, José Saramago, António Lobo Antunes, Ricardo Araújo Pereira e muitos outros.

Adjelson Coimbra

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lias Joaquim, mais conhecido por “Diego”, é um jovem de 21 anos, que sempre sonhou ser escritor. Na falta de patrocínio, o jovem não cruzou os braços e, por estar na era da modernidade, achou conveniente lançar o seu primeiro ensaio literário numa versão digital, o que lhe fica menos dispendioso e, também, permite-lhe mostrar o seu trabalho ao mundo.“Checkin Para Genebra” é o nome da sua obra, inspirada no romance do escritor Leon Tolstoi “A Morte de Ivan Ilitch”, distribuída em três capítulos e que comporta 50 páginas. Lançada neste Domingo, 7, num blog recém criado denominado “Dna In Papel”, a obra procura contar de maneira breve, mas muito densa, a história de um simples segurança, que depois decide camuflar-se em uma personalidade alheia e assalta o banco onde trabalha. “Escolhi Check-in Para Genebra como título da obra, pelo facto de no começo da história, Genebra, ter a fama de maior paraíso fiscal da história, é o destino escolhido pelos assaltantes para congelarem o dinheiro que, eventualmente, fossem roubar, mas depois, passa a ser mais do que isto, passa a ser mais do que uma cidade suíça, passa, na verdade, a ser um destino para quem quisesse se desfazer das suas culpas”, descreve. A dada altura da história, conta o jovem aspirante a escritor, todas as personagens encontram-se em uma situação emba-

raçosa e, no momento da aflição, pensam logo noutro destino “que não fosse este onde estamos e é a este outro destino que chamou Genebra. A obra, além de falar, de maneira óbvia, segundo Diego, sobre uma história de família, a que se podia chamar comum, procura fazer, embora não tanto, uma comparação curta e irônica ao longo das páginas, da governação actual com a passada. “Não quero chamar-lhe romance político, mas há política nele, pois, além da história que é contada, há, de maneira muito intrusa, a visão de mundo do autor no meio”, acrescenta. “Existe uma carga metafórica escondida na narrativa, que traz a reflexão, para quem a encontrar, claro, de que, não somos sempre o que juramos ser, não há sempre ética, não há sempre moral nem há sempre o carácter e a personalidade forte como fazemos supor, o que há, na verdade, penso eu, é uma sucessão de circunstâncias, que ora nos favorecem, ora nos desfavorecem e es-

signos e símbolos linguísticos”, acrescenta. “Ou seja, o que me motivou foi, nada a mais nem a menos, do que a vontade de ser lido e compreendido. Tal como diz a epígrafe do livro, inspirada na frase de um escritor português que tenho como referência, António Lobo Antunes: que as páginas sejam como um espelho”, fez saber.

tamos continuamente sujeitos a ver o bem e o mal como duas caras da mesma moeda, e não como atitudes isoladas, em que uma é simplesmente a ausência da outra”, esclareceu sobre a reflexão que a sua obra traz. Motivação O que o motivou a escrever esta obra que traduz as emoções, pensamentos, devaneios ou outras formas de ideias e “que muitas vezes encontram-se congeladas na minha cabeça, numa linguagem que fosse acessível, com

Por que um lançamento online? Elias Joaquim conta que o lançamento foi porque bateu algumas portas e foi mal sucedido. “Os custos para lançamentos de livros no nosso país são um absurdo. Penso que já é tempo de se rever isto. Acho que as universidades já deviam contribuir neste sentido, devíamos olhar para a literatura com maior sensibilidade, com maior atenção, como uma forma de cultura também, não apenas a música e a dança como se tem feito”, disse. Apesar disso, acredita que cada coisa tem o seu tempo deter-

minado e o que tiver de acontecer acontecerá, ressaltando que “é possível ser escritor sem patrocínio“. Um outro aspecto que motivou Diego a apresentar a novela on-line foi o facto de que um lançamento nestes moldes vai ao encontro do leitor de maneira mais fácil, sem custos e pensa ser, também, uma forma de incentivo a própria leitura. Jovem procura crítica profissional Questionado sobre se já alguém avaliou a sua obra, Diego respondeu que sim, porém, acrescentou que não foi por nenhum crítico. “O lançamento oficial da obra foi no passado dia sete, e já houve algum feedback, embora pouco, por parte de alguns leitores. Na maior parte são só elogios, eu gostaria de uma crítica profissional. Acho que se aprende muito mais com elas do que com as ‘almofadas’ que criam os elogios“, rematou.


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cartaz

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Memória

A garota de Ipanema já é vovó mas a música que inspirou é uma eterna jovem Helô Pinheiro tinha 17 anos quando deslumbrou Tom Jobim e Vinicius de Moraes ao passar junto ao botequim do Veloso. Hoje tem 75, no cabelo trocou o moreno pelo loiro mas continua charmosa

ísa Eneida Menezes Paes Pinto, a jovem beldade de olhos azuis era filha de um oficial do exército e de uma funcionária pública e a mudança para a zona das praias cariocas só aconteceu depois do divórcio dos pais. Mesmo assim, assegura Ruy Castro, a “professorinha” Helô nunca foi

ali como peixe na água e os seus planos de vida eram bem conservadores: não tardou muito, casou com Fernando Pinheiro, herdeiro de uma siderurgia e craque do vólei do Flamengo. O casal teve três filhas e um filho. E entre os netos destacase Bruna, de 22 anos, que a vovó diz ser a nova garota de Ipanema. Foi preciso os negócios do marido correrem mal no final dos anos 1970 para Helô, agora com o sobrenome Pinheiro, finalmente aceitar propostas para entrar em filmes e telenovelas e até apresentar programas de televisão. Em 1987, já quarentinha, posou para a revista Playboy brasileira. Jobim e Vinicius, um mais velho do que Helô 16 anos e o outro 31, deixaram-se enfeitiçar pelo contraste entre o cor-

po esbelto e a timidez da garota e o cantor chegou a declarar-se à musa, levando um doloroso não que mesmo assim não impediu que assistisse ao casamento dela com o noivo de sempre. Não foi só a dupla Jobim/Vinicius que se apaixonou por Helô. Desde a primeira gravação, a Garota de Ipanema revelou-se um sucesso e em 1964, pela voz de Astrud Gilberto, foi o mundo que se rendeu à música que no original em português começa assim: “Olha que coisa mais linda/ Mais cheia de graça/ É ela a menina que vem e que passa/ Num doce balanço a caminho do mar.” Frank Sinatra interpretou a versão em inglês escrita por Norman Gimbel (com Jobim e Vinicius a terem de se impor para a palavra Ipanema não desaparecer), igualmente lhe deram voz Plácido Domingo, Madona ou Amy Winehouse. Diário de Notícias

Cinema

Música

Organização

Actor Liam Neeson de luto pela morte da mãe

Indústria do cinema espanhol volta às rodagens

Corey Taylor dos Slipknot confirma álbum a solo com “canções que não cabem” na banda

Festival Jazz em Agosto foi cancelado. Gulbenkian anuncia evento que o substitui

A mãe do actor, Katherine Neeson ‘Kitty’, morreu no Sábado, aos 90 anos, na sua cidade natal, Ballymena, na Irlanda do Norte. A mãe de Liam Neeson, faleceu um dia antes do aniversário do actor que completou 68 anos neste Domingo, 7 de Junho. O anúncio da morte foi feito na Igreja All Saints Church em Ballymenade, com as cerimónias fúnebres a serem transmitidas no Facebook devido aos regulamentos ditados pelo novo coronavírus.

A indústria cinematográfica espanhola retoma, pouco a pouco, a actividade. A equipa do filme “Vampus Horror Tales” foi uma das que voltou a gravar para alegria dos actores. “Tinha muita vontade de voltar a sentir que não tínhamos perdido o que tínhamos, que se podia voltar a trabalhar, a gravar, que podíamos voltar a estar com gente. Claro que a cadeira está plastificada...”, afirmou a actriz Elena Furiase. “É estranho porque os mundos do cinema e da televisão são muito amigáveis. Há abraços, beijos e agora não há nada... Além disso, estamos todos com máscaras e luvas”, realça o actor Félix Gómez.

Corey Taylor deu uma entrevista ao programa TrunkNation, da rádio SiriusXM, onde avançou mais detalhes acerca do seu álbum de estreia a solo. O músico explicou que o disco será composto por “canções que não cabem” nos Slipknot e nos Stone Sour, as suas bandas de sempre. “É algo que as pessoas me pediam para fazer há anos, e que eu sempre rejeitei”, afirmou, apelidando a ideia de um disco a solo de “gananciosa”. “Tenho duas bandas. Que mais posso querer? Mas a ideia ficou, e eu continuei a pensar nela. Do género: a que soaria um álbum meu a solo?”.

O Festival Jazz em Agosto vê cancelada a sua 37ª edição. Em comunicado, a Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), que o organiza, comunica que levará a cabo este ano um novo festival, denominado Jazz 2020, a realizar ao longo de seis dias: 31 de Julho, 1 e 2 de Agosto; 6, 7 e 8 de Agosto. O local é o mesmo, o Anfiteatro ao Ar Livre da Gulbenkian, em Lisboa, mas a programação estende-se também a Coimbra e Porto. A razão apontada para a mudança de modelo é “o contexto atual de pandemia”, pretendendo a FCG “apoiar o regresso dos músicos portugueses de jazz ao palco e ao reencontro com o público”.

H

oje Helô Pinheiro é loira e dentro de um mês faz 75 anos, mas quando passou naquela tarde de 1962 junto do botequim do Veloso, na praia de Ipanema, e deslumbrou António Carlos Jobim (ou melhor, Tom Jobim) e Vinicius de Moraes era morena e tinha 17 anos.Conta o jornalista brasileiro Ruy Castro, grande contador de histórias do Rio de Janeiro, que “de facto, Helô Pinheiro pode ter inspirado aquela letra de Vinicius em particular. Mas, como o próprio Vinicius sabia melhor do que ninguém, ela não foi o protótipo, nem de longe, das garotas de Ipanema. Estas moças inteligentes, independentes, corajosas e livres, já tinham sido muitas e vinham desde os anos 1940. Em meu livro Ela É Carioca - Uma Enciclopédia de Ipa-

Doação

Produtora Clé Entertainment e L&S Republicano doam bens de primeira ao distrito Sambizanga

As produtoras Clé Entertainment e Ls Republicano, estiveram no passado Domingo no distrito urbano do Sambizanga, onde fizeram a entrega de mais de 400 cestas básicas’ às famílias carenciadas dos Sectores Madeira, Lixeira’ e em particular, o “Grupo da Brigada de Vigilância Comunitária”, que empenhadamente, estão a conseguir devolver a paz e a segurança nas ruas Do Sambizanga. Os responsáveis pela produtora, fizeram-se acompanhar pelos artistas; Edmazia Mawembe e Puto Português que durante uma live solidária arrecadaram bens de primeira necessidade para doações.

nema, trato de cada uma delas. E dou também o devido crédito à Helô como, por um mero acaso, recém-chegada do conservador bairro do Grajaú, onde nascera e morara durante toda a adolescência, tendo motivado aquela canção ao passar diante do bar”. De seu nome completo Helo-

Óbito



Economia

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Cresce o número de negócios electrónicos no país A pandemia da Covid-19 permitiu o fortalecimento dos grandes players nas tecnologias de comunicação e informação, e regista-se o número de negócios electrónicos, referiu o director geral INFOSI, Meick Afonso, durante uma entrevista no CIAM sob o tema: “As TICs em tempo de Covid-19”

DR

Patrícia de Oliveira

M

eick Afonso acredita que apesar dos níveis de utilizadores ainda não serem satisfatórios, existe cobertura nas sedes municipais e têm acesso a conteúdos digitais, faltando investimentos para actualização. “Temos uma forte digitalização na economia, nos sistemas, quer ao nível da educação, banca, empresas, no entanto, houve um trabalho da parte do INFOSI que permitiu criar condições para o efeito. Por outro lado, existe o fenómeno do desenvolvimento das sociedades”, explicou. Disse ainda, que a velocidade em que são desenvolvidas fazem com que os ganhos sejam poucos. Por esse motivo, é necessário mais investimento para estarem actualizados, acrescentando que é preciso continuar com o programa de expansão e melhoria destas infra-estruturas. “O espaço cibernético vai passar a ter uma utilização maior e o palco de actividade pouco benéfico aumenta o desafio dos governos que têm a responsabilidade e as soluções que permitem também assegurar esta vertente”, explicou. O responsável referiu que foi po-

Director geral INFOSI, Meick Afonso

tencializada a utilização do CEEP (Portal de Serviço Electrónico) para prestação de serviços públicos pela via electrónica. Além disso, o portal suporta outros serviços como o processo on-line de constituição de empresas. Meick Afonso pontualizou que durante o período de confinamento foram constituídas perto de 650 empresas pela via on-line. Este serviço não paralisou e a estrutura também é suportada pelo INFOSI. “Procuramos manter os níveis de funcionamento dos pontos Angola on-line como forma de assegurar que as pessoas consigam estar próximas dos serviços de acesso e usufruir”, explicou. O responsável salientou que no início de estado de emergência, o sector criou um grupo multidisciplinar de trabalho constituídos por operadores de telecomunicações, que permitiu criar um conjunto de benefícios de modo a potencializar e a utilização exponencial das infra-estruturas, logo foram duplicados os planos de acesso à Internet. “Fomentamos acções de sensibilização, quer ao nível político e mais técnico com a utilização de ferramentas que visaram facilitar as relações de trabalho, vimos acentuar-se o número de reuniões, as organizações passaram a reunir-se mais através de vídeoconferências”, disse. Meick Afonso disse que o país teve um ganho de cultura digital e, por essa razão, todos têm a necessidade de se inserir e perceber como o processo ocorre. Os sistemas digitais vêm responder a uma necessidade e tem de ser compreendida pelo utilizados. Questionado sobre a possibilidade do ensino à distância, referiu que é possível com a junção de esforços entre sectores. No seu entender, para ter um bom sistema de ensino, não basta construir escolas, mas desenvolver acções de formação e regulamentos. Sobre o preço elevado dos serviços de Internet referiu que a regulação tem a ver com diferentes variáveis, nomeadamente a facilidade ao fornecimento de energia eléctrica, rácios populacionais e outras questões.


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Porto de Luanda doa quatro toneladas de bens alimentares As 4 toneladas que serão doadas resultaram de uma contribuição da Autoridade Portuária e das empresas que operam os terminais do porto, segundo as cláusulas dos contratos de concessão de serviço público celebrados, nomeadamente a Sogester, Multiterminais, Sonils e Unicarga DR

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Porto de Luanda vai doar de 8 a 12 do mês corrente perto de 4 toneldas de produtos diversos ao lar de acolhimento de pessoas desfavorecidas dos Ramiros, município de Belas e às famílias mais caren-

ciadas das comunidades da Boavista e Ilha do Cabo O volume de doação comporta bens de primeira necessidade, tais como arroz, fuba de milho, feijão, óleo e açúcar, que vão beneficiar 600 famílias. Deste número

15 angolanos vencem o concurso “DESAFIO DOS 1000”

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os 1000 vencedores que participaram no concurso “Desafio dos 1000 Empreendedores”, 15 são angolanos, fazendo assim de Angola o país lusófono mais recompensado. O concurso organizado pela Embaixada da França em Angola, o secretariado-geral da Cimeira África-França, a Digital Africa, os empreendedores eram convidados para a Cimeira África-França 2020 que devia ter início a 4 de Junho de

2020 em Bordéus (França). As actuais circunstâncias relacionadas com a pandemia da Covid-19 já não permitem a sua manutenção como previsto. Segundo o documento que chegou ao OPAÍS, os vencedores beneficiarão de um programa de acompanhamento específico, que lhes permitirá ter acesso a financiamentos, formação, networking e visibilidade para os seus projectos. Este programa apoia-se num tecido de parceiros franceses e africanos, através nomeada-

300 famílias estão localizadas no bairro da Boavista e outras 300 famílias da Ilha do Cabo, ambas identificadas e consideradas pelas autoridades administrativas destas localidades como das mais carenciadas. Além de 118 pessoas que residem no centro de acolhimento de indivíduos vulneráveis, localizado nos Ramiros, na sua maioria adolescentes de ambos os géneros. Na Boavista, para além dos produtos alimentícios e de higienização, as populações vão igualmente receber do Porto de Luanda dois reservatórios de água, com uma capacidade total de 20 mil litros. Fontes da empresa com ligações directas a este projecto de beneficência, avançam que, enquanto a covid-19 constituir uma ameaça sanitária grave, a Administração Portuária vai diligenciar para que os reservatórios sejam regularmente reabastecidos. Assim, com este acto humanitário o Porto de Luanda responde,

também ao apelo do Pacto Global das Nações Unidas que insta as empresas no sentido de levarem a cabo iniciativas concretas que ajudem as comunidades circunvizinhas, especialmente as mais carenciadas, a protegerem-se da Covid-19. Embora esteja actualmente sob a gestão directa da Autoridade Portuária, contribuiu também neste projecto, de forma autónoma, o Terminal Multiusos (TMU). O Porto de Luanda comemora o seu 75º aniversário no próximo dia 15. O Porto de Luanda E.P é uma empresa pública de grande dimensão, dotada de personalidade jurídica, autonomia e poder administrativo, financeiro e patrimonial. De acordo com o decreto n° 26/98 de 14 de Agosto que aprova o estatuto orgânico do porto de luanda, a empresa possui como órgãos sociais um conselho de administração (órgão de gestão), um conselho fiscal (fiscalizador da actividade) e um conselho consultivo (órgão de consulta e informação).

mente de mentoring, relacionamento, de bolsas, de financiamentos públicos e privados. Os vencedores têm acesso desde já e de forma automática ao Digital Africa Campus que lança uma “Resilient Summer School” em Julho de 2020. No programa: ciclos de masterclass gratuitos centrados inicialmente na resiliência empresarial em tempo de crise; sessões semanais de troca de experiência (meet-ups) por

sector de actividade. Os 1000 empresários, em perfeita paridade entre homens e mulheres, estão oriundos de 53 países africanos e estão activos nos domínios da água-saneamento, do tratamento dos resíduos, da energia, da educação, do digital, da agricultura, da mobilidade, etc.. Têm, na sua maioria, entre 24 e 30 anos de idade e iniciaram a sua actividade há menos de três anos.

SAHAM apoia seis Instituições com Kz 140 milhões na luta contra a Covid-19

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om este gesto de solidariedade , a SAHAM Angola Seguros, membro do grupo Sanlam apoia o Gabinete da 1ª Dama da República e o Ministério da Saúde, com quem organizou campanhas de cirurgias gratuítas no Hospital Geral de Luanda em Março do corrente ano. Foram entregues bens alimentares, produtos de biossegurança, protecção individual, higiene e limpeza, medicamentos, roupas e outros que servirão para auxiliar os esforços na ‘declinação da curva’ de casos positivos e apoiar várias iniciativas para combater a propagação e o impacto do vírus. Estes materiais foram destinados às instituições de apoio social como a Paróquia Nossa Senhora da Conceição, Associação Olhos no Horizonte, o Centro Aleluia SOS Lubango, o Governo Provincial de Luanda, a Associação dos Amigos Seropositivos de Angola e o Centro de Acolhimento Vivência Feliz para Crianças entre outras. De ressaltar que o Grupo Sanlam, do qual a SAHAM Angola Seguros é membro, deu início à luta contra a disseminação do Coronavírus em todos os mercados que espelham a sua presença nos negócios, tanto em África quanto nos outros mercados internacionais onde opera. A Sanlam doou cerca de USD 2,3 milhões para apoiar várias iniciativas de combate à pandemia em África e noutros territórios onde a SEM (Sanlam Emerging Markets) tem presença comercial. Essa doação é uma contribuição adicional de algumas subsidiárias da Sanlam nos seus respectivos mercados.


Economia

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O comércio mundial em época de pandemia A propagação da pandemia da COVID-19 tem posto à prova a resiliência das empresas e dos países no que

concerne ao comércio de bens e serviços, quer internamente como com o exterior. As medidas adoptadas pelos diferentes países referentes a limitação da mobilidade das pessoas e mercadorias, têm pressionado o nível de comércio mundial.

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anter o comércio aberto em tempos de pandemia tem sido uma tarefa árdua, convidando as pessoas e os países a se reinventarem. As últimas projecções apresentadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) revelam que o volume de bens e serviços transaccionados em 2019 aumentaram 0,9%, o que representa uma desaceleração de 2,9 p.p. em relação ao ano anterior. Para 2020 estimase uma contracção de 11%, sendo as economias avançadas as mais afectadas, com as exportações e importações a variarem -12,8% e -11,5%, enquanto nas economias emergentes e em desenvolvimento poderão variar -9,6% e 8,2%, respectivamente. Entretanto, o desempenho negativo poderá ser considerado como uma situação pontual, sendo que para o ano seguinte estimase uma recuperação das trocas comerciais, ao crescerem 8,4%. A Organização Mundial do Comércio (OMC) prevê uma queda entre 13% a 32% do comércio mundial de bens, durante o ano corrente, reflexo do impacto da propagação da COVID-19. Importa ressaltar que a contracção do comércio mundial de bens verificou-se também em 2019, quando registou-se uma variação de -0,1%, após expansão de

2,9% em 2018, impactado, essencialmente, pelas tensões comerciais, fundamentalmente, entre as principias economias (EUAChina; EUA-União Europeia). Para 2021, as estimativas apontam para uma recuperação entre 21% a 24%, que dependerá por uma lado da duração do surto e, por outro, da definição de políticas eficientes para impulsionar o comércio. Segundo a OMC, todas as regiões poderão sofrer quedas de dois dígitos nos volumes comerciais em 2020, sendo as exportações da América do Norte e Ásia as mais atingidas.

Para os sectores de cadeias de valor mais complexas, como o caso dos automóveis e produtos electrónicos, o comércio poderá cair de forma mais acentuada. Paralelamente, o comércio de serviços pode ser a componente mais afectada pela COVID-19 devido a imposição de restrições de transporte e viagens. No entanto, serviços de tecnologia da informação podem beneficiar-se nesta fase. Relativamente ao sector de turismo e viagem, que inclui serviços como hotéis, restaurantes, turismo, operadoras e agência de via-

gens é sem dúvida o mais afectado, e a recuperação dos danos encontra-se sem data prevista. De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) as estimativas preliminares apontavam para um declínio de 58% no turismo internacional em 2020, sendo que se a normalidade não se registar até o mês de Setembro ou Dezembro a queda agravaria para 70% ou 78%, respectivamente. Em termos numéricos, a Organização Mundial do Turismo (OMT) prevê uma perda entre 300 a 450 mil milhões USD nas receitas provenientes do turismo. Destaca-se que no primeiro trimestre, as receitas do sector registaram uma queda de 80 mil milhões USD. Outra projecção avançada pela Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e Desenvolvimento (na sigla inglês, UNCTAD) revela que o comércio mundial de bens poderá apresentar uma redução de 3% no primeiro trimestre de 2020 em relação ao período homólogo. Entretanto, estima-se um agravamento durante o período seguinte, ao reduzir 26,9%, níveis nunca mais vistos desde a crise financeira global de 2009. Os primeiros sinais começam a ser evidente com a maioria dos países a reportarem desempenhos pouco animadores do índi-

ce PMI que tem-se situado abaixo dos 50 pontos, o que reflecte uma deterioração das condições das actividades. Durante o mês de Maio, vários países apresentaram o índice PMI Serviço abaixo dos 50 pontos, apesar da recuperação face ao período anterior, como o caso dos EUA (37,5 pontos), Alemanha (32,6 pontos), França (29,4 pontos), Reino Unido (29 pontos), Japão (26,5 pontos), Índia (12,6 pontos) e Nigéria (25,3 pontos). A mesma tendência foi registada no PMI Composto. Outro indicador que se tem ressentido com as limitações do comércio é a taxa de desemprego, que tem atingindo máximos históricos. Como exemplo, podemos tomar o caso do sector do turismo, que actualmente tem em risco cerca de 100 a 120 milhões de empregos directos, segundo a OMT. A deterioração do comércio internacional deverá contribuir para a recessão económica mundial. Assim sendo, é necessário que a política fiscal, monetária e comercial sejam direccionadas para suportar os efeitos negativos e preparar as condições para uma potencial recuperação pós-COVID-19. Com os mercados abertos ao comércio e ao investimento internacionais a recuperação das economias poderá processar com maior dinamismo.



Mundo

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China nega que pandemia tenha prejudicado relações com o resto do mundo O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da China considerou que, “pelo contrário, as relações da China

com a maioria dos outros países melhoraram com a pandemia”, garantiu o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da China

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China rejeitou no Domingo que as suas relações com o resto do mundo tenham sido prejudicadas pela pandemia da Covid-19 e insistiu que foi transparente na partilha de informação sobre o novo coronavírus. Na apresentação do livro branco sobre os esforços realizados pela China no combate à pandemia, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Ma Zhaoxu, considerou que, “pelo contrário, as relações da China com a maioria dos outros países melhoraram com a pandemia”. ‘Poucos países foram contra a maré da História e lançaram insanamente uma campanha de difamação contra a China, tendo fabricado rumores e disseminado o vírus político, através de todos os meios possíveis”, disse Ma, em conferência de imprensa. Intitulado “Fighting Covid-19: China in Action” (“A Luta Contra a Covid-19: a China em Acção”), o livro branco foi divulgado num período de reação global sobre a resposta da China à pandemia, que começou na cidade de Wuhan, centro do país, antes de se alastrar pelo mundo. A pandemia surgiu também

numa altura de renovadas tensões entre Pequim e Washington. Os Estados Unidos passaram, nos últimos anos, a definir a China como a sua “principal ameaça”, apostando numa estratégia de contenção das ambições chinesas que resultou já numa guerra comercial e tecnológica. A Europa tem tentado um equilíbrio nas relações com Pequim, que considera simultaneamente um “rival” que “promove modelos alternativos de governação”, um “concorrente económico na corrida da liderança tecnológica”, mas também um “parceiro” em áreas como as alterações climáticas ou o multilateralismo, mas a pandemia parece ter complicado a relação, com vários líderes europeus a expressarem publicamente insatisfação para com Pequim. Em causa está, por exemplo, a discrepância entre a taxa de letalidade do vírus, que se revelou ser mais do dobro em vários países europeus do que os números apresentados pela China sugeriram, ou a pressão diplomática exercida por Pequim, em Fevereiro passado, durante o pico da crise no país, contra o encerramento de fronteiras e ligações aéreas a viajantes oriundos do país, medidas

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Vice-ministro chinês da Relações Exteriores, Ma Zhaoxu

que classificou então como “vírus político” e “estigmatização”. O regime chinês, nunca recebeu críticas externas e temendo os danos sobre o seu controlo doméstico, tem respondido agressivamente, combinando campanhas de assistência médica com uma

retórica nacionalista, enquanto exige demonstrações de gratidão e faz ameaças económicas. Na semana passada, a agência Associated Press informou que funcionários da Organização Mundial da Saúde estavam frus-

Trump queria colocar soldados em Washington

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Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou aos seus conselheiros em certo momento da semana passada que queria colocar 10 mil soldados na região da capital Washington para interromper a agitação civil motivada pelo assassinato de George Floyd por um policial branco em Minneapolis no final de Maio. Segundo um oficial sénior dos EUA, a exigência de Trump ocorreu durante discussões acaloradas no Salão Oval, na passada Segunda-feira, e mostra o quão perto o Presidente norte-americano esteve de cumprir a ameaça de deslocar soldados para a capital do país, apesar da oposição da

liderança do Pentágono. Na reunião, o secretário de Defesa, Mark Esper, o presidente do Estado-Maior Conjunto, general Mark Milley, e o procurador-geral, William Barr, foram contra o envio, disse o oficial, que pediu para não ser identificado. A reunião foi “tensa”, acrescentou o oficial. A Casa Branca não respondeu

imediatamente a um pedido de comentário. Desde então, Trump pareceu satisfeito com o envio da Guarda Nacional, a opção recomendada pelo Pentágono e uma maneira mais tradicional de lidar com crises domésticas. Os líderes do Pentágono ligaram para governadores pedindo que tropas da Guarda Nacional fossem enviadas a Washington. Mais forças policiais federais também foram mobilizados. Mas também parece ter sido chave para Trump a medida de Esper de posicionar - mas não deslocar - soldados da 82ª divisão aérea e de outras unidades da área de Washington, caso elas fossem necessárias. Essas tropas, desde

então, já partiram. “Ter soldados activos disponíveis, mas não na cidade, foi o bastante para o Presidente no momento”, disse o oficial. A tentativa de Trump de militarizar a resposta dos EUA aos protestos motivou uma rara condenação de ex-oficiais militares dos EUA, incluindo o primeiro secretário da Defesa de Trump, Jim Mattis, e aposentado general quatro estrelas que normalmente fica longe da política. Esses comentários refletem uma profunda inquietação dentro e fora do Pentágono com a inclinação de Trump de colocar o exército dos EUA para resolver uma crise doméstica oroginada pela tensão ra-

trados por a China ter adiado a divulgação de informações sobre a doença em Janeiro, custando ao mundo um tempo valioso. Uma investigação da agência, baseada em documentos internos e dezenas de entrevistas, revelou que, em Janeiro, enquanto a Organização Mundial da Saúde elogiava publicamente a China e a sua “resposta rápida” ao surto do novo coronavírus, os especialistas da agência das Nações Unidas para a saúde queixavam-se em privado da falta de informação partilhada por Pequim. Segundo a investigação, as autoridades chinesas atrasaram mais de uma semana a publicação do genoma do novo coronavírus, após vários laboratórios públicos o terem descodificado, privando a OMS de informação essencial para combater a pandemia. No livro branco, o governo chinês recusou tais alegações. “A China agiu sempre com abertura, transparência e responsabilidade, e informou a comunidade internacional sobre a evolução da epidemia em tempo útil”, apontou Ma. “A China rejeita categoricamente qualquer acusação desse tipo”, afirmou.

cial. A crise teve como base o facto de George Floyd, 46 anos, ter sido assassinado no dia 25 de Maio, quando um policial branco de Minneapolis ficou ajoelhado sobre o seu pescoço durante quase nove minutos. Imagens mostram que o polícia não se importou com os apelos de Floyd pela vida ou gritos de pessoas alertando que ele estava a matar Floyd. A morte de Floyd levou a uma onda de protestos e reflexões nacionais sobre o legado de violência e maus tratos a americanos negros e outras minorias. Também levou a líderes negros do Pentágono a emitirem comunicados sem precedentes sobre experiências com assuntos raciais no exército americano.


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Governo brasileiro divulga dados diferentes sobre casos e mortes nas últimas 24 horas Numa lista enviada aos jornalistas, o Ministério da Saúde brasileiro informou que o país registou um total de

37.312 mortes e 685.427 casos. Já no seu site oficial, os valores são diferentes, segundo a Lusa

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governo brasileiro divulgou dois dados diferentes sobre o número de mortes e de casos registados da Covid-19 nas últimas 24 horas, numa altura em que as autoridades mudaram a forma como comunica as informações sobre a pandemia. Numa lista dos dados enviado aos jornalistas, o Ministério da Saúde brasileiro informou que o país registou um total de 37.312 mortes provocadas pela Covid-19, dado que indicou um acréscimo de 1.382 óbitos nas últimas 24 horas. No Sábado o país registou 35.930 mortes provocadas pelo vírus. Já o site oficial do governo brasileiro traz informações diferentes sobre a pandemia e indicava, numa atualização às 21 horas e 50 minutos, a confirmação de 525 mortes causadas pela Covid-19 no país em 24 horas. Ou seja, menos 857 mortes do que na lista enviada aos jornalistas. Deste modo, o total de mortes confirmadas no Brasil em 24 horas seria de 36.500. No que se refere ao número de infectados, a lista para os jornalistas informava um total de 685.427 casos confirmados da doença, da-

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do que significou uma subida de 12.581 novos casos da doença no Domingo. No Sábado, o total de casos segundo informações divulgadas pelo Ministério da Saúde brasileiro indicava um total de 672.846 casos da doença. Porém, no site oficial do governo brasileiro lê-se 18.912 novos casos

da doença em 24 horas. O governo brasileiro não informa o total de casos no site, mas levando em conta os dados do Sábado o país totalizaria 691.758 casos da doença, uma diferença de 6.331 em relação à lista distribuída aos jornalistas. Num comunicado, o Ministério da Saúde brasileiro admitiu que o novo sistema precisa de melho-

rias e que o “objectivo é que, nos próximos dias, estejam disponíveis em uma página interativa que possa trazer os resultados desejados”. Recentemente, o governo brasileiro confirmou mudanças na divulgação dos dados consolidados sobre casos e mortes provocadas pela doença. O Ministério da Saúde brasileiro passou a relatar apenas o número de casos e de óbitos registados nas últimas 24 horas desde o final da semana passada. Além da suspensão da divulgação de parte dos dados consolidados, o Presidente do país, Jair Bolsonaro, também confirmou que o governo informará os números após as 22 horas, horário local, muito depois dos horários em que os números eram divulgados. A mudança na metodologia causou protestos em diferentes sectores, que acusaram o governo brasileiro de dificultar o acesso à informação quando a pandemia está se espalhando. Embora o Brasil seja um dos locais mais afectados pela pandemia, milhares de pessoas saíram às ruas no Domingo para participar em protestos contra e a favor do Presidente brasileiro, Jair Bol-

sonaro. Os protestos acontecem em pelo menos sete capitais, incluindo as cidades mais populosas do país, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. O Presidente brasileiro, que chamou drogados e terroristas aos membros dos grupos que convocaram actos contra si, e chegou a pedir que seus apoiantes não fossem às ruas no Domingo, não comentou as manifestações. Para o Presidente brasileiro, o desemprego é culpa dos prefeitos e governadores que decretaram medidas de isolamento social para conter a pandemia e, com isto, paralisaram a economia do país. A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 400 mil mortos e infectou mais de 6,9 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo o balanço feito pela agência francesa AFP. A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China. Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em Fevereiro, o continente americano passou a ser o que tem mais casos confirmados, embora com menos mortes.

Isolamento pode ter poupado 3 milhões de vidas na Europa, aponta estudo

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s medidas de isolamento, incluindo o encerramento de lojas e escolas, reduziram as taxas de transmissão de Covid-19 na Europa o suficiente para controlar a propagação do coronavírus e podem ter evitado mais de 3 milhões de mortes, indicaram pesquisadores ontem Segunda-feira. Num estudo de modelagem do impacto da quarentena em 11 países, os cientistas da Imperial College de Londres disseram que as medidas, impostas principalmente em Março, tiveram “um efeito substancial” e ajudaram a reduzir a taxa reprodutiva da infecção para abaixo de 1 no início de Maio. A taxa de reprodução, ou valor R, mede o número médio de pessoas para as quais uma pessoa infectada transmitirá a doença. Um valor R acima de 1 pode levar a um cres-

cimento exponencial. A equipa de pesquisadores estimou que, no início de Maio, entre 12 e 15 milhões de pessoas nos 11 países pesquisados —Áustria, Bélgica, Reino Unido, Dinamarca, França, Alemanha, Itália, Noruega, Espanha, Suécia e Suíça— estavam infectadas com o vírus. Ao comparar o número de mortes contabilizadas com as mortes previstas pelo modelo se nenhuma medida fosse imposta, os pesquisadores descobriram que cerca de 3,1 milhões de mortes foram evitadas. “Medir a eficácia dessas intervenções é importante, dados os seus impactos económicos e sociais, e pode indicar qual curso de ação é necessário para manter o controlo”, disseram os pesquisadores num resumo das descobertas.

Um segundo estudo realizado por cientistas nos Estados Unidos, publicado em paralelo ao da Imperial College na revista Nature, estimou que as políticas de quarentena

implementadas na China, Coreia do Sul, Itália, França, Irã e Estados Unidos impediram ou retardaram cerca de 530 milhões de casos Covid-19.

Focando sua análise nesses seis países, a equipa de pesquisa dos EUA comparou as taxas de crescimento de infecções antes e depois da implementação de mais de 1.700 políticas locais, regionais e nacionais, destinadas a retardar ou impedir a propagação da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus Sars-CoV-2. Eles descobriram que, sem políticas para conter a disseminação, as taxas de infecção precoce pelo vírus cresceram 68% ao dia no Irão e uma média de 38% por dia nos outros cinco países. Usando modelagem econométrica normalmente usada na avaliação de políticas económicas, os cientistas descobriram que a quarentena havia reduzido a taxa de infecção com “resultados mensuráveis benéficos para a saúde na maioria dos casos”.


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OPINIÃO

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Florbela Malaquias

A violência contra a mulher, pandemia sem quarentena

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m tempos como este em que estamos a viver de incerteza, de inquietude e de ambiguidade geral devido à pandemia da Covid-19, razões de ordem sanitária levaram a um apelo contundente generalizado: ficar em casa para reduzir ao máximo a mobilidade das pessoas; ficar em casa para reduzir ao máximo a proximidade entre as pessoas; em suma, ficar em casa para evitar um contágio acelerado que gere um pico capaz de ocasionar o colapso da assistência hospitalar. Tudo isso afecta profundamente as vidas das pessoas em matéria económica, financeira, laboral e emocional, a par da grande dúvida sobre o que possa ocorrer às suas vidas no dia seguinte. Estamos a viver um processo acelerado do deslocamento dos eixos de existência no e do mundo, ao questionar o que tínhamos internalizado e normalizado como um modo de vida que vemos colapsar. O Momento é bem mais importante do que se supõe e remete-nos a análises filosóficas, justamente, pela profundidade do assunto. O dramático da questão é que, pela primeira vez da história do mundo, a humanidade inteira sentiuse, simultaneamente, ameaçada em tempo real. A humanidade nunca viveu uma realidade deste tipo. Parece-nos uma interpelação da natureza ao ser humano que inventou o sistema mundo e a modernidade, iniciada há 500 anos com o desenvolvimento científico, tecnológico e a criação de equipamentos civilizatórios específicos, conformadores das sociedades. Uma etapa em que o poder pa-

triarcal, pilar do modelo de organização social, enraizou-se e estabeleceu a superioridade do homem sobre a mulher, vetando-lhe os espaços públicos e reservando-lhe o espaço privado, entendido este como sendo a casa onde reside a família. Os homens monopolizaram a esfera pública com tudo o que representa o poder económico, financeiro, politico e patriarcal. Para tanto, socorreram-se de legislação específica e de políticas públicas para garantir a sua supremacia sobre a mulher. Paralelamente, esta civilização promoveu um individualismo competitivo, de todos a competir com todos, descurando o simples facto de que numa espécie em que todo o indivíduo luta contra o outro membro da mesma espécie, esta espécie está fadada a desaparecer. É neste estado de coisas que explode a pandemia causada pela Covid - 19. Mecanismos sanitários,

jurídicos, políticos e económicos foram prontamente desdobrados para fazer frente à pandemia, entre eles a ordem/recomendação: “ FIQUE EM CASA”. Esta é a grande questão. Esta é a medida que salva vidas e preserva a sociedade. Mas, também, é a medida que, como todos os antídotos, não deixa de ter efeitos colaterais perversos. A violência doméstica e inter familiar elenca-se entre os vários efeitos colaterais nocivos que ganha contornos de uma subpandemia. O confinamento junta no mesmo espaço maltratadores e vítimas, o que aumenta os factores de risco de ocorrência de episódios de violência em que as principais lesadas são as mulheres, as crianças e os idosos, com impacto diferenciado na vida das mulheres, que convivem com os seus agressores. As famílias, nesse tempo de pandemia e de confinamento, converteram-se em espaços onde os ele-

mentos mais vulneráveis vivem uma situação de quase sequestro, sabendo-se que a violência pode, e não são raras as vezes, terminar em feminicídio, quando não há uma intervenção preventiva interdisciplinar, posto que o comportamento do autor de violência doméstica não muda, apenas se agrava em espiral, sedimentado em fundamentos culturais e tradicionais que, pelas mesmas razões, tendem a desacreditar a palavra da vítima. O dilema situa-se no facto de que as mulheres nem sempre se compreendem, ab initio, como vitimas; na maior parte das vezes, têm dificuldade de processar o comportamento abusivo no seio familiar, temem ser incompreendidas pela justiça e pelos familiares, têm vergonha de expor a sua vida pessoal e de serem desacreditadas, têm uma forte dependência emocional e, às vezes, económica; culturalmente, têm o ónus de serem as cuidadoras da família, mantendo-a unida e feliz. Logo, é muito difícil a mulher romper com esse círculo. A Lei contra a Violência Domestica, no seu artigo 12.º, prevê medidas de protecção à vítima. No entanto, a sua aplicação nunca foi efectivada por conta da minimização da importância dessa subpandemia que apenas ameaça o sector mais vulnerável da sociedade, composto por aqueles que estão mais perto de perder a vida. Acudilos é um principio ético. “Artigo 12.º ... 2. a) encaminhar a vítima de violência doméstica provisoriamente para um espaço de abrigo temporário; ... 3. Nos casos em que o agente viva em economia comum, a medida de injunção a opor àquele é o seu afastamento da residência, sempre que tal medida se afigure necessária.”

Antes da pandemia, não se cumpria o acima postulado como medidas de protecção. Durante a pandemia, a situação das vitimas agravou-se com as medidas excepcionais tomadas, limitadoras da circulação e do acesso à justiça, entre outras. Mas a vida da vítimas de violência domestica, e a sua sanidade emocional e psicológica, importa. A este propósito, o secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um apelo mundial para pedir proteção às mulheres nas suas próprias casas e o cessar fogo em todas as frentes de combate para o melhor controlo da pandemia. Guterres lembrou que a “violência não se limita ao campo de batalha.”...”Para muitas mulheres e meninas, a ameaça é maior justamente onde deveriam estar mais seguras. Em suas próprias casas. Assim, hoje faço um novo apelo à paz nos lares de todo o mundo”... “Nas últimas semanas, com o aumento das pressões económicas e sociais e do medo, observamos um chocante aumento global da violência doméstica. Peço a todos os governos que a prevenção e a reparação nos casos de violência contra as mulheres sejam uma parte vital dos seus planos nacionais de resposta contra a Covid-19.” No caso de angola, quid juris? Talvez fortalecer mecanismos de prevenção; talvez estimular a criatividade para se resolverem os problemas antigos de forma inovadora e criar uma nova normalidade; talvez promover uma educação pública com novos conteúdos fundamentais capaz de impactar a todos e de produzir valores que privilegiem o mundo do cuidado em que a vida e o humanismo se tornem no critério de construção do bem estar geral.



desporto

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Santa Rita de Cássia tem “kilapi” de AKZ 3 milhões com a APF Uíge O presidente da turma “católica”, Nzolani Pedro, está surpreendido por não ter direito de voto no pleito eleitoral que vai renovar o mandato referente ao ciclo olímpico (2020/2024) na Associação Provincial de Futebol do Uíge (APFU)

daniel miguel/arquivo

Mário Silva

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Santa Rita de Cássia do Uíge pode não votar na eleição dos novos órgãos sociais da Associação Provincial de Fute-

bol (APF) Uíge, no pleito marcado para 27 deste mês, visando o ciclo olímpico 2020/2024, por alegada

dívida com aquela instituição. O clube, que representa a província do bago vermelho no Girabo-

la, tem uma suposta dívida avaliada em 3 milhões quinhentos e oitenta e 7 Kwanzas.

O valor em causa serviria para pagar as quotas e outros emolumentos durante o quadriénio que termina este ano que está por terminar. De acordo com a fonte, os dados foram tornados público no Sábado durante a Assembleia-geral de balanço e prestação de contas dos associados. A mesma fonte explicou também que os clubes que não marcaram presenças nas provas realizadas nos últimos dois anos nas diferentes categorias serão impedidos de exercer o direito ao voto. Por esta razão, o presidente do Santa Rita, Nzolani Pedro considerou à imprensa local o acto de má-fé por parte da associação e principalmente do seu líder Agostinho Neves. A APF Uíge nunca se pronunciou a respeito do suposto “kilapi”. “Na verdade, não entendo por que motivo a questão é levantada apenas em vésperas das eleições”, lamentou o responsável do único clube da terra do Bago Vermelho que disputa há dois anos o Girabola. No Campeonato Nacional, que foi anulado por força da Covid-19, o Santa Rita de Cássia do Uíge ocupava a lanterna vermelha, ou seja, a última posição. Na condição de visitado, os “católicos” realizam os seus jogos no Estádio 4 de Janeiro.

Beto Ferreira preocupado com o futuro do andebol

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antigo treinador da Selecção Nacional sénior feminina de andebol, Beto Ferreira, mostrou-se preocupado com o futuro da modalidade, porque actualmente se está a trabalhar muito pouco. Beto Ferreira disse que os masculinos que tinham um número mais reduzido que os femininos, agora têm mais equipas. “Os femininos tem quatro equipas. Que futuro terão estas equipas no actual contexto fi-

nanceiro e económico que o país vive? Não podemos só ver o presente, temos de analisar o presente e perspectivando sempre o futuro”, alertou. O antigo técnico das Pérolas Africanas reconheceu que muitos clubes fecharam às portas, portanto é aí aonde se mostra céptico em relação ao futuro. O presidente da turma “católica”, Nzolani Pedro, mostrou-se surpreendido o facto de não ter o direito ao voto no pleito eleitoral da Associação Provincial de Futebol (APF) Uíge, por uma supos-

ta dívida. Entretanto, o órgão reitor da modalidade da terra do Bago Vermelho defende que está a cumprir a lei que regula os processos eleitorais no desporto angolano Ao serviço da Selecção Nacional, Beto Ferreira conquistou vários campeonatos africanos, uma geração que não deve nada a mais nova. Palmira Barbosa, Ilda Bengue, Maura Faial e outras atletas desfilaram na Selecção Nacional conquistando muitas medalhas de ouro no continente africano.

daniel miguel/arquivo


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Angolano desponta em Portugal e almeja selecção Do Golf 2, em Luanda, onde nasceu a paixão pela modalidade, aos juniores do Mafra, de Portugal, em 2015, o angolano Rui Társio, 23 anos, tem evoluido de forma notável no futebol português, anseiando a concretização do “objectivo supremo”: jogar pela selecção do seu país

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avançado assumese como apaixonado pelo desporto-rei. “Está-me no sangue”, afirma, numa entrevista concedida este Domingo à Angop, via WhatsApp, em que conside-

ra que o desejo de jogar pelos “Palancas Negras” deve concretizar-se pelo trabalho. Por enquanto, sublinha, o objectivo é evoluir, perspectivando para a época 2020/21 a subida da I Divisão Distrital de Setúbal, onde representa o

Alcochetense, para o Campeonato de Portugal, a terceira maior prova lusa depois das 2ª e 1ª Ligas. Há cinco anos no país europeu, o atleta, que usa preferencialmente o pé direito, realizou a sua melhor época

Passi demite-se para “acompanhar Laurent Blanc num projecto ambicioso”

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rank Passi, até então técnico do Niort, do segundo escalão francês, abandonou o clube esta Segunda-fei-

ra, onde havia chegado em Janeiro O principal destaque vai para o motivo: “Ele deu a sua palavra ao Laurent Blanc para

o acompanhar num projecto ambicioso desportivamente no verão”, pode ler-se, no comunicado do clube.

Blanc, 54 anos, está sem clube desde 2016 e é, entre outros, um dos nomes fortemente ligado ao Newcastle.

Lesão de Federer no joelho “ não está a correr como esperávamos”

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o passado mês de Fevereiro, Roger Federer foi operado ao joelho direito e Severin Luthi, um dos treinadores do suíço, revelou que a recuperação do problema conheceu alguns contra-tempos. “Não está a correr tão bem como esperávamos, está a ser mais lenta”, disse ao canal televisivo SRF. Para de-

belar esta lesão, Federer tinha planeado estar ausente do circuito até ao torneio de Roland Garros, que entretanto foi adiado, falhando praticamente toda a temporada de terra batida. O helvético acrescentou ainda que acredita que o circuito ATP, interrompido devido à pandemia de Covid-19, poderá ser retomado em setembro. “Temos essa esperança”, disse.

desportiva na formação Alcochetense na última edição, onde contribuiu com 13 golos, que permitiram ao clube colocar-se na 2ª posição na Distrital de Setúbal. Rui Társio conta, na entrevista à Angop, que liderou a lista de melhores marcadores até quase ao final da prova, mas foi ultrapassado por Mário Madeira (Vasco da Gama de Sines – 15 golos) e por Bruninho (Oriental Dragon – 16). Salienta que na primeira época (2018/19) no Alcochetense marcou apenas cinco tentos, devido a algumas lesões, mas na segunda (2019/20) deu-se a explosão e quase se sagrou o artilheiro da prova. “Foram no total 19 golos marcados, (sendo)13 na Distrital, dois na Taça de Portugal e quatro na Taça de Setúbal”, explica o jogador, que, recentemente, se vinculou ao empresário desportivo César Barbieri, brasileiro que representa a empresa “Ello Sports”. Refere, sem citar nomes, ter recebido convites de alguns clubes para evoluir no Campeonato Nacional de seniores, estando ainda a avaliar cada proposta para decidir pelo melhor projecto de desenvolvimento. O angolano considera o futebol uma arte, revelando que encontra inspiração em jogadores como Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo “O Fenómeno”,

Neymar (todos brasileiros) e Quaresma (português). “Sempre gostei do Ronaldinho e do Ronaldo ‘O Fenómeno’. Para mim, foram os tipos de jogadores que toda criança imitava. O (Ricardo) Quaresma também me inspirou, mas, actualmente, Neymar é a minha principal referência”, ressalta o atacante. Objectivo de jogar pela Selecção de Angola O goleador diz que, como todo o jogador, tem como “sonho” representar as selecções nacionais, mas “não faz disto prioridade”, sendo que tudo dependerá do seu trabalho e da avaliação da Federação Angolana de Futebol. Focado no seu objectivo de evoluir, afirma não ter ainda qualquer contacto com o órgão reitor do futebol angolano e acrescenta que continuará a empenhar-se para que surjam convites. Sobre a selecção de honra, é de opinião que existem bons jogadores a evoluírem dentro e fora do país, sobretudo valores individuais, mas que por vezes falta o colectivo. Rui Társio entende que o colectivo faz as equipas e defende maior aposta nesse aspecto, nem sempre tão bem acautelado, citando como exemplo a última participação de Angola no Campeonato Africano das Nações, decorrido em 2019, considerada um fracasso pela crítica desportiva.

Solskjaer quer evitar contratar “maçãs” podres

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arry Maguire, Bruno Fernandes, Daniel James ou Aaron Wan-Bissaka são nomes que Ole Gunnar Solskjaer levou para o Manchester United, num caminho que quer continuar com contratações acertadas, com o norueguês a explicar o perfil de jogador que deseja em Old Trafford. “Senti que era profissional e privilegiado por jogar no Man. United. Não poderia olhar-me ao espelho sem saber que tinha dado tudo pelos meus colegas e pelo meu treinador. É isso que procuro nos jogadores que contrato ou que promovo das camadas jovens. Tens de ter boa personalidade e ser profissional, porque uma maçã podre no cesto fará as outras apodrecerem”,

afirmou à Shiv Nadar Foundation. “Para mim, trata-se de formar uma equipa que reflita as personalidades e os pontos de vista. É claro que existem padrões porque queremos vencer. Mas o primeiro passo para ser jogador e pessoa do Manchester United é a humildade, suficiente para saber que tem que se trabalhar duro. Nunca desistir e fazer sempre o melhor, é necessário um esforço total todos os dias e sem pensar que somos melhores que o que realmente somos. É preciso ainda jogar com confiança ao mesmo tempo. É um bom equilíbrio, mas é isso que irá fazer a diferença no regresso do campeonato para vencermos”, assumiu.


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TEMPO

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O PAÍS

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PREVISÃO DO TEMPO *** 3 DIAS *** PARA AS PRINCIPAIS CIDADES VÁLIDA DE 09 A 11 DE JUNHO DE 2020 INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGOA E GEOFÍSICA - CENTRO NACIONAL DE PREVISÃO DE TEMPO (CNPT) PREVISÃO DO TEMPO *** 3 DIAS *** PARA AS PRINCIPAIS CIDADES, válida de 09 à 11 de Junho de 2020 Data 09/ 06/ 2020

CIDADE

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Céu nublado. Céu nublado, neblina

REGIÃO SUL: Províncias do Namibe, Huíla, Cunene e Cuando Cubango: Céu parcialmente nublado, apresentando-se pouco nublado durante a tarde.

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MOÇÂMEDES

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Cachimbuandungue e Lutuima Domingues

Das 18 horas do dia 08 às 18 horas do dia 09 de Junho de 2020 REGIÃO NORTE: Províncias de Cabinda, Zaire, Bengo, Luanda, Uíge, Malanje, Cuanza-Norte, Cuanza-Sul, Lunda-Norte, Lunda-Sul: Céu parcialmente nublado, apresentando-se nublado durante a madrugada. Possibilidade de ocorrência de neblina matinal em alguns municípios das províncias do Zaire, Uíge, Cuanza Norte, Cuanza Sul e Malanje. REGIÃO CENTRO: Províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico Céu parcialmente nublado, apresentando-se pouco nublado durante a tarde.

Céu nublado Céu nublado, neblina

DUNDO

O(s) Meteorologista(s): José

Fonte: INAMET

Céu nublado. Parcial nublado,neblina

Céu Pouco nublado.

Luanda, 09 de Maio de 2020

Aeroporto Internacional 04 de Fevereiro, Rua 21 de Janeiro – Tel.: 949320641 – Luanda. Site: http://www.inamet.gov.ao; emails: geral@inamet.gov.ao / geral.inamet@angola-portal.ao

TEMPO no mar

Fonte: INAMET

BOLETIM METEOROLÓGICO PARA A NAVEGAÇÃO MARÍTIMA

3. DESCRIÇÃO SINÓPTICA DAS 18:00 UTC DO DIA 08/06/2020 ÀS 18:00 UTC DO DIA 09/06/2020.

1. SITUAÇÃO GERAL ÀS 18:00 UTC DO DIA 08 DE JUNHO DE 2020:

INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA E GEOFÍSICA – INAMET

Circulação do vento moderado de Sul Centro Sudeste entre os paralelos de 4°S e 18°S (Cabinda à Namibe). Nacional de Previsão do Tempo

2. PREVISÃO VÁLIDA ATÉ AS 18:00 UTC DO DIA 09 DE JUNHO DE 2020: BOLETIM METEOROLÓGICO PARA A NAVEGAÇÃO MARÍTIMA

2. PREVISÃO VÁLIDA ATÉ AS 18:00 UTC DO DIA 09 DE JUNHO DE 2020:

ESTADO DO TEMPO

VENTO

(ATÉ 200 MILHAS DA COSTA)

Cabinda (4°S – 6°S) Zaire, Bengo, Luanda e Cuanza-Sul (6°S – 12°S) Benguela (12°S – 14°S) Namibe (14°S – 18°S)

ALTURA DA ONDA (METROS)

ESTADO DO MAR

VISIBILIDADE HORIZONTAL (KM)

DIRECÇÃO FORÇA (KT) Céu Parcial/Nubla Céu Parcial/Nubla Parcialmente Nublado Parcialmente Nublado

SulSudeste

Até 11

Até 1.5

Agitado

Moderada a Boa (Superior a 7)

SulSudeste

Até 14

Até 1.5

Agitado

Moderada a Boa (Superior a 9)

SulSudeste

Até 16

Até 1.6

Agitado

Boa (Superior a 12)

SulSudeste

Até 16

Até 1.5

Agitado

3. DESCRIÇÃO SINÓPTICA DAS 18:00 UTC DO DIA 08/06/2020 ÀS 18:00 UTC DO DIA 09/06/2020.

CARTA DO VENTO MÁXIMO E DA ALTURA DA ONDA MÁXIMA PREVISTA

Os contornos a cores indicam a altura máxima da ondulação e os contornos em tom cinza indicam os possíveis incrementos das vagas devido à influência do vento local.

1. SITUAÇÃO GERAL ÀS 18:00 UTC DO DIA 08 DE JUNHO DE 2020: Circulação do vento moderado de Sul Sudeste entre os paralelos de 4°S e 18°S (Cabinda à Namibe).

REGIÃO

A alta pressão de Santa Helena encotra-se estacionario, com pressão central de 1030hPa, influenciando assim no padrão e intensidade do vento. Assim, prevê-se estado do mar agitado,com a altura maxima das ondas de 1.5 à 1.6 metros de altura, da região marítima de Cabinda à Namibe.

Boa (Superior a 12)


OPINIÃO

O PAÍS Terça-feira, 09 de Junho, de 2020

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João Papelo*

Educação, língua e discurso

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língua portuguesa é um sistema, aliás, como todas as línguas, pelo que se recomenda o máximo rigor aos critérios consagrados pela norma, dada a complexidade da sua estrutura. Não é por acaso que o poeta, Virgílio Ferreira, venerado ficcionista português, dizia “da minha língua vê-se o mar”. Ou, se quisermos trazer para aqui o teólogo José Tolentino Mendonça: “as palavras mordem”. Quer um, quer outro, evocam dois pólos de prazer sensorial (visão e tacto), que, certamente, só o leitor atento saberá degustar. O português concretiza-se num sistema complexo. Para ilustrar melhor, vamos para uma sala de aulas. O exemplo mais preciso é o do aluno que falta deliberadamente às aulas, condicionando a sua presença aos sumários. O estudante, ao tomar conhecimento do programa, escolhe os dias qua irá faltar às aulas e os dias que irá assistir às aulas. Não aparece nas aulas seguintes: I. Vocativo e aposto; II. Sujeito e predicado; III. Os advérbios (modo, lugar, tempo, exclusão, inclusão, etc.); IV. Coordenação e subordinação de orações; etc. Bastam os exemplos. Sucede que, na lição acerca dos sinais de pontuações, particularmente da vírgula, o aluno decide entrar para a sala e assistir à aula. É um sumário que já lhe interessa. O “fugueiro” (de fuga, deserção, abandono e afins) irá confrontar-se com os seguintes cenários: I. Não saberá distinguir o vocativo do aposto numa frase, portanto, ficando impossibilitado de saber que estes elementos na frase devem ser separados ou isolados com a vírgula; II. Não saberá identificar que os advérbios “sim” e “não”, quando se apresentam independentes na frase, devem ser separados com a vírgula; III. Terá dificuldade de reconhecer as orações subordinadas, que, quando aparecem antes das subordinantes, devem ser separadas com a vírgula, etc. Se-

rá vã a sua presença na aula dos sinais de pontuação porque o português é um sistema que se concretiza em cadeia. Conta-se uma história bem divertida dentro desta temática. Um homem muito rico, com a saúde precária, às portas da morte, agonizado no leito de um hospital, pediu uma caneta à enfermeira. Com a caneta na mão, o quase moribundo decidiu, então, redigir uma carta de transmissão dos seus bens, direitos e obrigações aos herdeiros. “Deixo os meus bem à minha irmã não ao meu sobrinho jamais será paga a conta do padeiro nada dou aos pobres”. Sucede que o infeliz morreu antes de fazer a pontuação da sua habilitação de herdeiro. O endinheirado não tinha filhos (herdeiros legítimos de primeiro grau), e o conteúdo do seu testamento ficou disponível para um grupo de interessados, nomeadamente, o sobrinho, a irmã, o padeiro e os pobres. Cada um, com vista a salvaguardar os seus interesses, pontuou a habilitação de herdeiro com o propósito de reverter o be-

nefício para si. É hilariante ver as nuanças que o texto assume, mediante alterações de pontuação, de acordo com a vontade de cada interessado. Para não cansar o leitor, não vamos trazer para aqui os resultados, leia-se pontuações, dos quatro matreiros (mesmos parágrafos e mesmas estruturas de corpo de texto), sujeitos a quatro interpretações distintas, encerrando uma lição: os sinais auxiliares da escrita, neste caso, as pontuações, fazem toda diferença na forma como se pode interpretar um texto. Há registos de querelas jurídicas onde o réu, acusado disso ou daquilo, safou-se pela formulação de um termo que, sendo uma sugestão, havia sido interpretado como afirmação. Dizia, e bem, Inácio Rebelo de Andrade, no seu livro, Especulações Vocabulares (última obra de uma carreira com mais de 50 anos de publicações), “as palavras não são apenas o que elas significam, são-nas também o que sugerem”. *Assinaestacolunaàsterças-feiras.


Última

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O PAÍS Terça-feira, 09 de Junho, de 2020

Consultor da DW aponta estratégias para ultrapassar carência de água

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consultor do Programa de Águas da organização não-governamental Developmente Workshop (DW), Kupy Baptista, defendeu ontem Segunda-feira, que as estratégias para ultrapassar a carência de água potável nas comunidades passem pela gestão colectiva dos pontos de abastecimento, segundo a Angop Em declarações à imprensa, referiu ser importante que as autoridades públicas resgatem e aproveitem, em primeiro lugar, as várias experiências dos actores não estatais que operam em Angola, com objectivo de melhorar o abastecimento de água nas zonas peri-urbanas e rurais, sobretudo nesta fase de prevenção e combate à covid-19. No caso particular da DW, o especialista disse que uma das suas experiências estão relacionadas com o empoderamento das comunidades, treinamento e acções de sensibilização, de modo a promover mecanismos de gestão colectiva dos pontos de água e saneamento básico de que são beneficiários. Kupy Baptista explicou que esta medida permite ainda adopção de mecanismos de sustentabilidade desses pontos, aplicando a aborda-

gem da recuperação de custos, com a criação, após a conclusão, de um forte capital social das comunidades, tornando-as, deste modo, num aliado fundamental e promotor dos objectivos das autoridades públicas. Por isso, realçou a necessidade da construção de pontos de água potável nas escolas, centros de saúde, igrejas e locais de maior concentração populacional, que, por sua vez, devem ser geridos pela comunidade local, além da realização de um estudo profundo dos bairros e zonas peri-urbanas sem conexão com a rede de abastecimento do produto. Minimizou que este estudo, tal como as ligações, podem ser feitos num curto espaço de tempo e com poucos recursos, devendo também ser uma responsabilidade social das empresas, para que a população tenha mais condições para manter sua higienização, com o retorno, nos próximos dias, das aulas, cultos e missas religiosas. De igual modo, prosseguiu Kupy Baptista, com o retorno ao “novo normal”, as escolas devem possuir balneários ou latrinas para facilitar a higienização dos alunos e professores, ou ainda, como solução não menos importante e pouco agradável, a montagem de tanques ou reservatórios de água, com ga-

Lopes Paulo exonerado

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Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço, assinou ontem um decreto a exonerar o economista Lopes Paulo do cargo de Secretário para Assuntos Económi-

cos do Presidente da República, para o qual havia sido nomeado através do Decreto Presidencial número 246/19, de 29 de Julho. Noutro decreto, diz um comunicado da Casa Ci-

rantias de reabastecimento regular. “É importante que nas escolas onde não há rede de água canalizada tenham, no mínimo, furos ou chafarizes, para fazer face aos desafios da prevenção e combate à gripe por coronavírus (covid-19) e, ao mesmo tempo, reduzir outras doenças resultantes da falta de higiene, principalmente das mãos”, concluiu o consultor da DW. Implantada na província do Huambo desde 1997, a actividade da DW tem como principal foco o planeamento urbano participativo e o apoio às comunidades, tendo como estratégias a implementação de projectos de habitação, alterações climáticas, provisão e gestão de serviços de água e saneamento, estudos e pesquisas aplicadas, reforço institucional, entre outras iniciativas. No país esta organização não-governamental de origem canadiana existe desde 1981, com representações fixas nas províncias do Cunene, Cuanza-Sul, Huambo, Huíla e Luanda, onde realiza acções de reabilitação de sistemas abastecimento de água, abertura de furos de água a manivelas, construção de chafarizes, além de projectos ligados à água e saneamento gerida pela comunidade.

vil do Presidente da República, João Lourenço nomeou Victor Hugo Guilherme para o cargo de Secretário para Assuntos Económicos do Presidente da República. Lopes Paulo era também o coordenador do Grupo Técnico de Acompanhamento ao Programa de Transferências So-

ciais Monetárias “Kwenda”, que teve lançamento oficial a 30 de Maio no município do Nzeto, província do Zaire. O Kwenda tem financiamento do Banco Mundial prevê beneficiar cerca de 300 mil famílias. O montante a receber por cada uma é de oito mil e 500 Kwanzas.

Polícia frustra saída de mercadorias para RDC

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uantidades consideráveis de produtos diversos foram apreendidas Domingo pela Polícia Nacional, no município do Soyo, província do Zaire, por presumível contrabando de mercadorias para a República Democrática do Congo (RDC), segundo a Angop. A mercadoria, composta por 300 caixas de papa cerelac, 98 de whisky, número não determinado de caixas de leite em pó, embalagens de fralda descartáveis, caixas de gasosas e vinho foram encontradas escondidas num

matagal, informa a corporação em nota enviada nesta Segundafeira) à Angop. De acordo com o documen-

to, os produtos foram encontrados nas imediações da zona do Nkuluanganga, onde estavam a ser concentrados para posterior transportação para o país vizinho, por via de um dos canais do rio Zaire. Os proprietários desta mercadoria, cuja nacionalidade se desconhece, meteram-se em fuga ao se aperceberem da presença dos efectivos da Polícia Nacional na zona. A mercadoria foi encaminhada à Delegação Aduaneira da 1ª Região Tributária da Administração Geral Tributária (AGT), no município do Soyo.

O que saber sobre o Coronavírus…

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álcool ou qualquer mistura com álcool a mais de 65% dissolve qualquer gordura, sobretudo a camada lipídica externa que protege o vírus”. “Qualquer mistura com uma parte de cloro e cinco partes de água dissolve directamente a proteína, desintegrando o vírus”. “O vírus não é um organismo vivo, mas sim uma molécula de proteína (ARN) coberta por uma camada protectora de lípido (gordura), que ao ser absorvida pelas células das mucosas ocular, nasal ou bucal, alteram o código genético delas (mudam) e as convertem em células agressoras multiplicadoras”. “O vírus conserva-se muito estável em ambientes frios, húmidos e escuros”. “Nenhum bactericida serve! O vírus não é um organismo vivo como a bactéria, e se não está vivo não se pode matar com antibióticos, os vírus são desintegrados. Daí que a solução está em romper a sua cadeia de propagação e mutação”. “O vírus não atravessa a pele sã”. “O calor muda o estado da matéria da gordura da camada protectora do vírus, por isso é bom usar água a mais de 25 graus centígrados para lavar as mãos, a roupa e locais em que nos encontremos”.

“Não sacudam! Esfreguem as superfícies com álcool, cloro (lixívia), água oxigenada ou detergente! O vírus agarrado a uma superfície se desintegra algum tempo segundo a matéria de que é feita esta superfície. 3 horas (tela porosa), 4 horas (cobre e madeira), 24 horas (cartão), 42 horas (metal) e 72 horas (plástico). Se se sacudir o vírus volta a flutuar no ar e pode alojar-se no nariz”. “Como o vírus não é um ser vivo senão uma molécula de proteína, não se mata, mas se desintegra. O tempo de desintegração depende da temperatura, humidade e tipo de material onde repousa”. “A água oxigenada dissolve a proteína do vírus, isto ajuda muito depois do uso de sabão, álcool ou cloro para atacar o vírus, mas há que usá-la pura e se se usar na pele a pode ferir”. “O vírus é muito frágil, o único que o protege é uma camada externa muito fina de gordura, por isso é que qualquer tipo de sabão é o melhor remédio, porque a espuma corta a gordura (há que esfregar-se por 20 segundos no máximo e fazer muita espuma. Ao dissolver a camada de gordura se dispersa e desintegra por si”. UMA RECOMENDAÇÃO VALIOSA Use a mão não dominante para abrir as portas em casa, escritório, transporte, banhos, etc., já que é muito difícil que venha a tocar o rosto com essa mão. Na Coreia do Sul foi muito difundida esta iniciativa.


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