COVID-19 VAZA NO INIS E CONTAMINA DOIS FUNCIONÁRIOS ADMINISTRATIVOS
EM FOCO: Dois funcionários administrativos do Instituto Nacional de Investigação em
Saúde, instituição encarregada dos exames do novo Coronavírus, estão entre as sete pessoas infectadas pelo vírus detectadas ontem e encaminhadas para unidades sanitárias. Por outro lado, mais 11 cidadãos recuperam, elevando a cifra para 77. P. 2 Director: www.opaís.co.ao José Kaliengue e-mail: info@opaís.co.ao O DIÁRIO DA @Jornalopaís NOVA ANGOLA facebook/opaís.angola Edição n.º 1876 @Jornalopais Segunda-feira,,22 /06/2020 Preço: 40 Kz
Sindicato apela à cautela na abertura das universidades no país
A PANDEMIA DO SAQUE A CÉU ABERTO CONTINUA SEM CURA EM BENGUELA
l O secretário-geral do Sindicato
Nacional dos Professores do Ensino Superior (SINPES), Eduardo Peres Alberto, disse que a criação de condições de bio-segurança nas instituições deve ser a principal condição para o reinício das aulas. P. 12
Uma década de ‘’gestão danosa’’ representa descaminhos de 900 milhões de Kwanzas. Caso vai a julgamento, reunidos os elementos de prova, mas a teia de interesses prevalece intacta, exigindo mais da PGR. P. 10 DR
PR felicita músicos angolanos l João Lourenço, felicitou, neste
Domingo, os músicos angolanos por ajudarem a população, com a realização de shows live, a suportar a dureza do confinamento social imposto pela pandemia da Covid-19d P. 9
EN 230
MAIS DE KZ MIL MILHÕES E 10 EMPREITEIROS NO TROÇO MALANJE - SAURIMO P. 18
E AINDA NO CARTAZ:
Profissionais
de comunicação destacam-se nos Troféus Moda Luanda 2020
Guitarra
de Kurt Cobain vendida por seis milhões de dólares
Romeu Filemón com dupla função no Recreativo do Libolo l Com o objectivo de retirar a formação
do Cuanza-Sul do marasmo em que se encontra, o novo treinador tem voto de confiança e apoio da direcção presidida por Luís Mariano. P. 26
EM FOCO
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O PAÍS Segunda-feira, 22 de Junho de 2020
ACTUALIZAÇÃO COVID-19 Diária sobre o Coronavírus A partir do Centro de Imprensa Aníbal de Melo
Covid-19 vaza no INIS e contamina dois funcionários administrativos Os dois funcionários administrativos do Instituto Nacional de Investigação em Saúde (INIS), uma das instituições encarregadas dos exames do novo Coronavírus, estão entre as sete pessoas infectadas pelo vírus detectadas ontem e encaminhadas para unidades sanitárias de referência. Por outro lado, mais 11 cidadãos recuperam, elevando a cifra para 77, revelou, ontem, o secretário de Estado para a Saúde Pública, Franco Mufinda
O PAÍS Segunda-feira, 22 de Junho de 2020
3 NAMBI WANDERLEY
Maria Teixeira
E
ntre os sete que se juntam aos mais de 150 cidadãos contaminados a nível nacional estão seis angolanos e um norte-americano que chegou ao país no dia 11 de Junho, pelo que as autoridades sanitárias consideram ser seis casos de contaminação local e um importado. “Cumpre-nos informar que temos mais sete casos positivos, sendo dois de transmissão local, um importado e quatro com vínculo epidemiológico em estudo, com idades compreendidas entre os 29 e os 64 anos. Um caso é do seNAMBI WANDERLEY
xo feminino e seis do sexo masculino”, revelou.“Destes casos, dois são funcionários administrativos do INIS, que é o laboratório de referência nacional de contacto da Covid-19. Os mesmos foram diagnosticados no rastreio regular dos trabalhadores daquela instituição”, revelou, Franco Mufinda. O secretário de Estado para a Saúde Pública disse, durante a apresentação do balanço diário sobre a pandemia no país, no auditório das Edições Novembro, em Luanda, que por causa dos dois funcionários administrativos que testaram positivo foram tomadas algumas medidas como o isolamento dos contactos directos. Sobre a caracterização social e geo-localização dos mesmos, Franco Mufinda contou que o primeiro caso é de um norte-americano de 55 anos de idade, caso importado que desde que transpôs as fronteiras nacionais esteve em quarentena institucional até a data da sua testagem. O segundo é um cidadão eritreu de 38 anos de idade, morador do distrito de Luanda, cujo vínculo epidemiológico está em estudo por ser desconhecido até ao momento. O terceiro é um cidadão da Guiné Conacri, de 30 anos de idade, morador do bairro Hoji ya Hend que foi contaminado a nível local. O quarto caso é de um cidadão de 29 anos de idade, morador do distrito da Samba. O Sambizanga passou desde ontem a figurar no mapa de casos de Covid-19 por
municípios e distritos ao detectarse a existência do vírus num dos seus moradores, de 59 anos. O vínculo epidemiológico deste cidadão nacional também está em estudo. O sexto caso é de um cidadão angolano de 36 anos de idade residente em Viana. E o sétimo é uma cidadã de 64 anos de idade, angolana, moradora do Kilamba Kiaxi, Ambos têm os vínculos epidemiológicos em estudo.
Laboratório do INIS entra em funcionamento amanhã Em consequência do facto de terem sido detectados dois casos positivos no INIS, iniciou-se ontem do processo de desinfecção de toda a instalação, pelo que actividades laborais aí retomam só amanhã, Terça-feira. “Sendo assim, teremos nesses dias uma redução da capacidade de produção laboratorial pela paragem parcial deste que
faz parte de um leque de três que apoiam a testagem da Covid-19 no nosso país”, disse Mufinda. Segundo o secretário de Estado para a Saúde Pública, com a paralisação do INIS, o país terá uma baixa de 180 análises por dia. Entretanto, apelou aos profissionais de saúde e outros que trabalham em locais de alto risco, e não só, ao cumprimento escrupuloso das medidas de protecção individual e colectiva.
11 dos internados na Zona Económica Especial receberam alta Franco Mufinda disse, por outro lado, que, apesar dos sete casos registados nas últimas 24 horas, o país conseguiu recuperar 11 pessoas que estavam infectadas e internadas no Hospital de Campanha da Zona Económica Especial. Nesse momento, o país conta com 183 casos positivos, dos quais nove óbitos, 77 recuperados e 97 activos. Dentre eles, 118 casos re-
sultam de transmissão local. Os demais são importados. O Centro Integrado de Segurança Pública (CISP) recebeu, em igual período, 55 chamadas, das quais duas foram alertas de casos suspeitos da Covid-19, investigados e descartados porque não reuniam pressupostos da doença. Os autores das demais chamadas pediram informação sobre a doença.
Em relação a actividades laboratoriais, Franco Mufinda fez saber que o país tem um acumulado até a presente data de 20.020 amostras colhidas, sendo 183 positivas, 16.071 negativas e 3.766 encontram-se em processamento. “Nas últimas 24 horas os três laboratórios processaram 441 amostras, dentre elas sete foram positivas”, frisou.
Disse ainda que 677 pessoas observam a quarentena institucional em todo o país e que foram atribuídas altas a 25 pessoas, sendo 23 na província do Cunene e duas na Luanda-Norte. Franco Mufinda disse que há ainda 515 casos suspeitos investigados, enquanto os contactos sob investigação são 1.345 pessoas.
Mais de 70 pessoas regressam ao país em voos humanitários “Ainda hoje [ontem] chegaram ao país 72 angolanos provenientes da Zâmbia e do Zimbabwe, no âmbito dos voos humanitários realizados pela Comissão Multissectorial”, revelou Franco Mufinda.
No mesmo dia, num outro voo proveniente da China chegaram ao país mais 16 toneladas de equipamento hospitalar, entre os quais ventiladores e camas hospitalares adquiridos pelo Executivo angolano.
Por outro lado, o governante fez saber que os trabalhos na província do Cuanza-Norte continuam a bom ritmo. Franco Mufinda reiterou o uso da máscara em locais indicados, a higienização das mãos com
frequência, a não discriminação das pessoas que estão ou estiveram infectadas pela Covid-19, a observância do distanciamento físico e acatamento das medidas contidas no decreto de calamidade pública.
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POLÍTICA. PÁG. 8 Associação dos Antigos Combatentes envolvida na venda de terrenos
o editorial
os números do dia
comunicação destacam-se nos Troféus Moda Luanda 2020
ECONOMIA. PÁG. 24 Mais de mil milhões de kwanzas serão investidos no troço da Estrada nacional 230 entre malanje e Saurimo
O
Agora são os professores do ensino superior a chamar a atenção para os riscos também entre estudantes crescidos. O problema não se fica apenas pelas classes infantis. Também nas universidades há salas superlotadas, também aí há o problema do distanciamento físico e também aí há o problema do “caminho”, quando a larga maioria dos estudantes faz o percurso de casa para a escola em táxis que se sabe que não dão muitas garantias de segurança, quer pela proximidade, quer porque não se tem controlo da sua higienização. Também no plano do ensino superior se tem de pensar muito bem, sensibilizar as pessoas e fazer por disponibilizar meios sobretudo de higienização. O desafio é grande.
o que foi dito
MUNDO. PÁG. 22 Assessor da Casa
Branca diz que “nunca ouviu” Trump pedir ajuda a Xi para reeleição
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Os grandes também, regresso da actividade escolar volta a ser assunto de discussão e vai continuar assim até ao dia marcado, e continuará por mais algum tempo.
CARTAZ. PÁG. 14 Profissionais de
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HOJE:
DESTAQUES
SOCIEDADE. PÁG. 10 A pandemia do saque a céu aberto continua sem cura
O PAÍS
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O Surf de competição está de regresso já no próximo fimde-semana na praia do Cabedelo, na Figueira da Foz. Os melhores surfistas nacionais vão voltar a dar espectáculo numa das melhores ondas de Portugal Pedro Lima Actor e nadador olímpico angolano no seu último post nas redes sociais
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Terrorista Bohene Boulaabi foi condenado, na Sexta-feira, a 48 anos de prisão, por participação em operações terroristas contra elementos das Forças Armadas e Forças de Segurança e da Gendarmaria da Tunísia. Delegadas d da Liga da Mulher Angolana (LIMA), no Moxico, foram eleitas neste Sábado para participarem no IV Congresso da organização feminina da UNITA, a realizar - se em Luanda. Cidadãos, entre angolanos, zambianos
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e zimbabwanos, regressaram, neste Domingo, às suas casas, após 90 dias de confinamento, no estrangeiro, em virtude das medidas de prevenção da pandemia Covid-19.
Amostras, de funcionários da Clínica Multiperfil, que não foram abrangidos pela cerca sanitária levantada este Sábado (20), em Luanda, estão em processamento laboratorial, visando prevenir a saúde dos pacientes e técnicos dessa unidade hospitalar
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Meu amigo… foste muito A pouco e pouco, o mundo cedo, lágrimas deixaste-nos, … saudades e memórias dos vai acordando, a nossa vida vai voltando. Voltá- nossos tempos inesquecímos à vida juntos. O mun- veis, do Alvalade , da Piscina, do precisa de nós todos da escola … foram tantos dias tantos momentos... e das agora. Com força, com nossas conversas. Uma pesamor, com paciência e sentindo de que há sem- soa Linda por dentro e por fora, um amigo de infância…. pre alguém para nos sem palavras, coração partiapoiar nos desafios” do. Pedro Lima Actor e nadador olímpico an- Isabel dos Santos golano, na sua última publica- Em homenagem ao nadador e acção nas redes sociais tor Pedro Lima
O PAÍS Segunda-feira, 22 de Junho de 2020
5 e assim... José Kaliengue Director
Hoje no online de O PAÍS leia a entrevista com o cientista político Sérgio Dundão e compreenda mais sobre os principais problemas políticos que afligem o país
O bronze e a memória da alma
www.opais.co.ao Estugarda (Alemanha): Vários polícias ficaram feridos durante tumultos na cidade alemã de Estugarda, Estado de BadenWuerttemberg. (DR)
o que vai acontecer Pandemia O país vai reduzir, nas próximas 48 horas, a capacidade de testagem laboratorial dos mais de 600 testes por dia para 400, devido à desactivação temporária do Instituto Nacional de Investigação em Saúde (INIS). De acordo com o secretário de Estado para a Saúde Pública, Franco Mufinda, a desactivação temporária do INIS devese ao facto de dois funcionários administrativos desta instituição terem testado positivo à Covid-19, nas últimas 24 horas. Mufinda explicou que os dois infectados foram diagnosticados no rastreio regular feito aos funcionários do INIS.
Pandemia Começam a ser conhecidos os resultados das mil e 200 amostras de funcionários da Clínica Multiperfil, que não foram abrangidos pela cerca sanitária levantada este Sábado (20), em Luanda, e que estão em processamento laboratorial, visando prevenir a saúde dos pacientes e técnicos dessa unidade hospitalar. Além da testagem desses funcionários, a referida clínica também vai beneficiar de desinfecção, depois de ter registado 15 casos positivos de Covid-19, entre profissionais de saúde e pacientes, segundo o secretário de Estado para a Saúde Pública, Franco Mufinda.
. Economia Com vista ao reforço e à modernização da frota, a TAAG - Linhas Aéreas de Angola recebe amanhã, Terça-feira a primeira das seis aeronaves do tipo Dash8-400s, adquiridas à companhia canadiana “De Havilland of Canada Limited”. O aparelho, que cobrirá essencialmente as rotas domésticas e regionais, vai aterrar no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro nas primeiras horas da manhã, “ostentando” a nova logomarca da companinha nacional de bandeira, noticiou a Angop. O reforço da frota e a modernização dos serviços continuam a ser apostas da TAAG.
Pandemia O Ministério da Saúde apresenta hoje em conferência de imprensa o estado actual do novo Coronavírus (Covid-19), na sede do CIAM, em Luanda, a partir das 19 horas.
A
história está em revisão permanente, o que é bom, sobretudo quando esta revisão é feita com trabalho científico, bem assente em pesquisas aturadas e que juntem muitas pontas para construir ideias. Entretanto, não raras vezes os homens são tentados a refazer a história, iludemse quando pensam que a destruição do legado físico ou da imagem de alguém refaz, por si só, a história. o melhor caminho é sempre fazer diferente, apenas isso, quando reprovamos o passado. Há a imagem histórica dos nazis a queimar livros, há a imagem de estátua de Saddam Houssein a ser derrubada, nenhum destes momentos foi um recomeço, o passado continua a estar no passado, mas não pode ser apagado. Agora há a investida contra os homens de bronze, ou de pedra, em capitais europeias e americanas, a raiva é antiga, a razão contra a celebração de colonialistas ou comerciantes de escravos está no lado da ira, da indignação, de uma forma nova de ver o mundo, as pessoas, o sentido de dignidade. É bom que esta razão seja mais forte ainda no sentido de construir um futuro diferente. Diferente deste passado que fica no passado e que nunca será apagado. De facto, a melhor forma de derrubar estátuas e imagens, pelo muito que nos incomodem, não pode ser apenas isso: derrubar fisicamente. É preciso fazer diferente para melhor. É que a memória se constrói na alma.
E também... Dia do Orquidófilo - 22 de Junho Esta é uma data especial destinada a homenagear e promover o cuidado das diferentes espécies de orquídeas no mundo. A escolha desta data é uma homenagem ao nascimento de João Barbosa Rodrigues (22 de Junho de 1842), responsável por mais de duas décadas pela direcção do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (Brasil). O naturalista, taxonomista e botânico é conhecido por ter desenvolvido e conduzido um importante estudo sobre as orquídeas brasileiras, trabalho este que foi imortalizado nas obras: “Genera et species orchidearum novarum” e “Iconografia das orquídeas”.
6 Media Nova, S.A Presidente do Conselho de Administração Filipe Correia de Sá Administradores Executivos Luís Gomes Paulo Kénia Camotim Propriedade : Socijornal Depósito Legal: Nº 244/2008 Contribuinte: 5417015059 Nº registo estatístico: 48058
O PAÍS Segunda-feira, 22 de Junho de 2020
NO TEMPO DO KAPARANDANDA
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OPAÍS
Director: José Kaliengue Sub-Director: Daniel Costa, daniel.costa@opais.co.ao Chefe de Redacção: Eugénio Mateus, eugenio.mateus@opais.co.ao Editorias : Política: Ireneu Mujoco ireneu.mujoco@opais.co.ao (Editor) Sociedade: Paulo Sérgio paulo.sergio@opais.co.ao (Editor) Romão Brandão romao.brandao@opais.co.ao (Sub-editor) Economia André Mussamo andre.mussamo@opais.co.ao (Editor) Desporto: Sebastião Félix sebastiao.felix@opais.co.ao (Editor) Mário Silva mario.silva@opais.co.ao (Sub-editor) Cartaz: Jorge Fernandes jorge.silva@medianova.co.ao (Sub-editor) Redacção: Alberto Bambi, Augusto Nunes, Miguel Kitari, Domingos Bento, Neusa Filipe, Milton Manaça, Antónia Gonçalo, Maria Teixeira, Patrícia Oliveira, Stela Cambamba, Zuleide de Carvalho (Benguela), Brenda Sambo, Maria Custódia e Adjelson Coimbra. Arte: Ladislau Bernardo (Coordenador) Valério Vunda (Coordenador adjunto), Annette Fernandes, Nelson da Silva e Francisco da Silva. Fotografia: Carlos Moco (Editor), Daniel Miguel (Sub-editor), Pedro Nicodemos, Jacinto Figueiredo, Carlos Augusto, Virgílio Pinto, Lito Cahongolo (repórteres fotográficos), Rosa Gaspar e Yuri dos Santos (Assistentes de Departamento) Agências: Angop, AFP, Reuters, Getty Images
Assistentes de Redacção: Antónia Correia, Rosa Gaspar, Sílvia Henriques Impressão e acabamento: DAMER, S. A. Luanda Sul, Edifício Damer Distribuição: Media Nova Distribuição Tel: +244 943028039 Distribuidora@medianova.co.ao pontodevenda@medianova.co.ao Assinaturas: Bruno Pedro Tel: +244 945 501 040 Bruno.Pedro@medianova.co.ao Online: Venâncio Rodrigues (Editor) Isabel Dalla e Ana Gomes Sítio Online: www.opais.co.ao Contactos: info@opais.co.ao Tel: 914 718 634 -222 003 268 Fax: 222 007 754 Sede: Condomínio ALPHA, TalatonaLuanda. Tel: 222 009 444 República de Angola
Comercial e Marketing: Senda Costa 922682440 email: comercial@medianova.co.ao Tiragem: 15 000 exemplares
22 de Junho de 1885 - Os colonos
portugueses ocupam o reino de Ambriz (Angola), comandados pelo capitão Teotónio Maria Coelho Borges.
22 de Junho de 1989 - O Dezoito
chefes de Estado africanos reunem-se em Gbadolite (Zaire), (actual RDC) em cimeira para discutir a paz em Angola, tendo o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, e o dirigente da UNITA apertado as mãos pela primeira vez e concordado no cessar-fogo no país.
22 de Junho de
1993
- Estados Unidos da América instalam embaixada em Luanda (Angola).
CARTA DO LEITOR
Viva a Live no Kubico! Caro director, bom dia e boa semana. A live no kubico da Platine Line e a TPA está a bater à sério. O Coronavírus é mau e esta a fazer muita gente pensar e criar para o bem. É o caso da live no kubico que foi criada no quadro do confinamento em casa. Não sei onde anda a área de programas da TPA que nos oferecia um Domingo morto. Muito chocho. Agora são largas horas de muita coisa boa. Solidariedade com os mais sofridos, cultura geral e muita animação. Muito boa música e dança. Uma tarde amena com muitos ingredientes que te põem no sofá num alegre e profundo relaxe. Entre os fazedores destes momentos memoráveis, merecido destaque a Matias Damásio, Yola Semedo, Puto Português, Calabeto, Filho do Zua, Dom Caetano e Telma Lee. Maraviha. Beleza. Nota mil para a Platina Line e a TPA. Com Covid-19 ou não, a TPA que aproveite ao máximo essa fase pa-
ra nos proporcionar domingos inesquecíveis, e não só. Aliás, precisamos de uma programação mais atraente de Domingo a Domingo. Não e fácil, mas é possível. A forca de vontade tem de falar mais alto. O telespectador em primeiro lugar.
Convite quente para Domingo, dia 28, com Bonga, Paulo Flores e Yuri da Cunha, gigantes da nossa música. Parabéns a Live no Kubico. Fica em casa.
Escreva para o Jornal OPAÍS através do e-mail info@opais.co.ao ou ligue para estes contactos Tel: 222 003 268 Fax: 222 007 754
Tio kanzala
POLÍTICA
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O PAÍS
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Associação dos Antigos Combatentes envolvida na venda de terrenos O distrito do Ramiros, município de Belas, em Luanda, começa a capitalizar as atenções dos cidadãos no que se refere a questões de venda ilegal de terrenos, sendo algumas parcelas reservas fundiárias do Estado. A circunscrição virou um “el dourado” para este tipo de negociatas Ireneu Mujoco
N
a suposta venda de terrenos está a Associação de Antigos Combatentes residentes nesta circunscrição, dirigida por Ângelo Tomé.
A denúncia é do Observatório para a Coesão Social e Justiça (OCSJ), uma instituição ligada aos direitos humanos, que está a defender um caso de um grupo de camponeses, depois de ter sido solicitada por estes. Segundo o advogado de defesa dos camponeses, Zola Bambi, um grupo de doze camponeses, possuidores de uma parcela de
terreno de 18 mil e 948 mil metros quadrados, transformada em cooperativa, está numa disputa de possessão de terrenos com a Associação de Antigos Combatentes liderada por Ângelo Tomé. A associação é acusada de ser a mentora de esbulho de terrenos, sob pretexto de todo o distrito do Ramiros ter sido concedido exclusivamente aos antigos combatentes pelo primeiro Presi-
dente angolano Agostinho Neto. Sob este pretexto, de acordo com a fonte, aproveitando-se da fragilidade dos camponeses indefesos, a associação está, alegadamente, a expropriar quantidades de terrenos neste distrito, ante o alegado olhar impávido e sereno da Administração Municipal de Belas, numa altura em que as acusações dos camponeses sobem de tom, apesar de parte destes terrenos ter sido concedida legalmente pela Administração Municipal de Belas, ainda na vigência do antigo administrador António Mateus da Costa (Godô). Em declarações a OPAÍS, a coordenadora da cooperativa dos camponeses, Natália Bongue, contou que a instituição que di-
rige está “em pé de guerra” com a Associação dos Antigos Combatentes sobre a titularidade do terreno. “Nós estamos aqui desde 1986, crescemos aqui e foram os nossos pais que tinham estes terrenos e bem legalizados junto do Ministério da Agricultura, mas hoje nos querem retirar porque dizem que o presidente Agostinho Neto é que os ofereceu”, explicou. Numa reportagem feita no terreno, Natália Bongue exibiu documentação que atesta a titularidade legal do terreno passada pelo então administrador do Belas. Informou que Ângelo Tomé é o responsável do alegado esbulho de terrenos, cuja situação a fonte avançou que remonta a vários anos. Natália Bongue disse ainda que por defender o interesse colectivo dos camponeses, tem sofrido ameaças contra a sua integridade física, mas ainda assim diz que nunca vai arredar o pé. “Nós estamos aqui para defender o que é nosso, porque este é património deixado pelos nossos pais”, reiterou Natália Bongue, que informou que por ter denunciado o caso à Rádio Despertar foi apontada como tendo dupla filiação partidária. “Eu sempre fui da OMA, mas pelo simples facto de ter denunciado a tentativa de expropriação de terreno, me acusam de ser da LIMA e ter dupla filiação”, sustentou. Denunciou que a Associação dos Antigos Combatentes do Ramiros destruiu uma casa sua num dos terrenos e foi advertida de nunca voltar a colocar lá os pés, sob ao risco de ser detida. Admite que por detrás da usurpação de terras estejam também membros da Administração Municipal do Belas, apesar de ter sido esta entidade a ter legalizado o terreno. Disse ser estranho que um terreno legalizado pela autoridade competente volta e meia seja posto em causa, aproveitandose da saída do ex-administrador municipal. Responsável recusa falar Contactado sobre o assunto, o responsável da Associação dos Antigos Combatentes, Ângelo Tomé, recusou falar sobre o assunto, alegando que já não faz parte desta associação, desde o ano passado. “Já não estou aí, por isso não comento sobre este assunto, que é antigo”, declarou, sem mais pormenores.
O PAÍS Segunda-feira,22 de Junho de 2020
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PR felicita músicos angolanos
JACINTO FIGUEIREDO
CARLOS MOCO
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Presidente da República, João Lourenço, felicitou, neste Domingo, os músicos angolanos por ajudarem a população, com a realização de shows live, a suportar
a dureza do confinamento social imposto pela pandemia da Covid-19. Na sua conta na rede social Twitter, o Chefe de Estado Angolano felicitou, igualmente, os produtores agrícolas e camionistas que garantem a oferta de
bens essenciais de consumo. “O meu reconhecimento vai também para os empresários, ONG e cidadãos anónimos que doam bens para mitigar o sofrimento dos mais necessitados”, escreveu João Lourenço.
Angolanos retidos na Zâmbia e Zimbabwe regressam ao país
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ento de vinte e três cidadãos, entre angolanos, zambianos e zimbabwanos, regressaram, neste Domingo, às suas casas, após 90 dias de confinamento no estrangeiro, em virtude das medidas de prevenção da pandemia Covid-19. Com efeito, a companhia aérea angolana, TAAG, realizou um voo humanitário ligando Luanda/Lusaka/ Harare, atendendo ao clamor de vários cidadãos retidos nestes países, muitos dos quais vivendo dificuldades extremas, por falta de meios de subsistência. Os beneficiários da acção, que contou com o envolvimento direto do Governo angolano, através da Comissão Interministerial de Combate à Covid-19, manifestaram o seu reconhecimento às autoridades angolanas, realçando a oportunidade desta acção humanitária. Em Lusaka, a imprensa local deu ênfase ao facto. O jornal Lu-
Luísa Damião, vice-presidente do MPLA
MPLA reitera realização das autarquias
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saka Times, elogiou a atitude das autoridades angolanas. Numa matéria publicada ontem, aquele jornal descreve o gesto como “expressão de boa vontade”, facto que prova as excelentes relações que Angola busca manter com os seus vizinhos. O embaixador angolano na Zâmbia, Azevedo Francisco, esteve no aeroporto internacional Kenneth Kaunda para dar as
boas vindas aos que chegavam e bom regresso aos angolanos que regressavam, finalmente, ao país. Laurence Chalungumana, embaixador da Zâmbia em Luanda, é citado pelo Lusaka Times como tendo expressado gratidão e reconhecimento pela pronta resposta das autoridades angolanas que colocaram ao dispor uma aeronave da TAAG para a realização do voo humanitário.
vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, reiterou neste Domingo a aposta do partido no poder na realização das autarquias no país, previstas para este ano. Em declarações à imprensa, à margem da homenagem ao nacionalista Malaquias António, indicou que neste momento se aguarda pela conclusão do pacote legislativo autárquico em discussão na Assembleia Nacional. Elucidou que foi o seu partido que colocou na agenda política a questão das eleições autárquicas, por ser um imperativo constitucional. Luísa Damião augura que o processo decorra com responsabilidade, para o cumprimento dos objectivos preconizados na Constituição.
Lamentou, por outro lado, o surgimento da Covid-19, sublinhando, a esse respeito, que a preservação do bem vida constitui prioridade das autoridades angolanas. Ao referir-se à personalidade do nacionalista Malaquias António, que comemora 83 anos de idade, considerou-o um militante dinâmico e comprometido com a causa do partido, sendo um exemplo para as novas gerações. “A história de Angola é a história do MPLA” declarou, na ocasião, o nacionalista Malaquias António, que durante a homenagem recebeu uma viatura e electrodomésticos. Malaquias António destacouse na Luta de Libertação Nacional, que culminou com a proclamação da Independência do país em Novembro de 1975.
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O PAÍS Segunda-feira, 22 de Junho de 2020
Como se (mal) trata a receita da praça de Benguela
A pandemia do saque a céu aberto continua sem cura Uma década de ‘’gestão danosa’’ representa descaminhos de 900 milhões de Kwanzas. Caso vai a julgamento, reunidos os elementos de prova, mas a teia de interesses prevalece intacta, exigindo mais da PGR Textos e fotos , João Marcos/Benguela
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o epicentro de um processo-crime que levará a julgamento o antigo administrador municipal de Benguela, Carlos Guardado, suspeito de corrupção e peculato, o Mercado da Paz continua a emitir matéria para a Procuradoria Geral da República (PGR), confrontada com denúncias de desvios de uma média de 12 milhões de Kwanzas/mês referentes a taxas de venda pagas pelos feirantes. Um duelo entre a Associação dos Feirantes e a Transmaya, empresa gestora do maior mercado a céu aberto na província de Benguela, descortina uma teia de interesses à volta das receitas, estimadas, conforme a calculadora da primeira entidade, em 15 milhões de Kwanzas mensais. Há quase três anos na cobrança de taxas a mais de 12 mil feirantes e a agentes proprietários de armazéns que fornecem aos retalhistas, a Transmaya conseguiu, à boleia das medidas contra a pandemia da Covid-19, ficar com a limpeza da praça, até então nas mãos de brigadas. Esta investida, caucionada pela Administração Municipal, leva o presidente da Associação dos Feirantes, Gonçalves Almarante Xavier, a avançar para os tribunais com uma providência cautelar, nos termos da qual evoca, entre várias ‘’irregularidades’’, a falta de concurso público. Enquanto prepara o expediente, com suporte técnico de uma equipa de advogados, lamenta que o tesouro nacional abocanhe não
mais de três milhões de Kwanzas por mês, quando as receitas são cinco vezes superior. ‘’Estamos a falar, como sabeis, de um mercado de âmbito, se quisermos, internacional, a maior bolsa de negócios. Esta empresa não passou por concurso, há uma série de atropelos’’, reclama o líder associativo, que questiona o paradeiro das receitas. Gonçalves acha inconcebível que a administradora municipal,
“O julgamento só não teve início porque a prisão preventiva prescreveu enquanto o juiz de turno analisava a medida de coação. Daí a liberdade provisória, mas o julgamento está para breve, uma vez reunidas as provas”
Presidente da Associação dos Feirantes, Gonçalves Almarante Xavier
Mercado da Paz
O PAÍS Segunda-feira, 22 de Junho de 2020
Adelta Matias, mantenha uma empresa “sem transparência’’, responsável pelo sumiço de 380 milhões de Kwanzas em quase três anos de actividade. Em comunicado distribuído às redacções, a Administração Municipal de Benguela escreve que a Transmaya é a gestora exclusiva do mercado, mas não responde a acusações da Associação dos Feirantes. Nem a empresa em causa, com trabalhadores a clamar por salários, falou das receitas, limitando-se a afirmar que “não cabe a nenhuma associação proceder a
Não percebemos por que razão o senhor Lito (Guardado) aceita um contrato nos termos do qual a Transmaya é obrigada a mandar para o Tesouro Nacional apenas entre dois a três milhões, quando as receitas são de 15 milhões por mês”
11 cobranças ou lidar com dinheiro’’. À observação feita por Genilson Cabinda, representante da Transmaya, na Rádio Benguela, os asso-
ciados respondem que as brigadas têm anuência da Secção Municipal dos Serviços Comunitários, há mais de dez anos, desde a praça da
Caponte, e chegaram a arrecadar para os cofres do Estado, em pouco mais de um ano, 6 milhões e 622 mil Kwanzas.*
Mercado cruel para senhoras que limpam Benguela À primeira vista, o drama de cinquenta e sete colaboradores da Administração Municipal de Benguela, obreiros do pouco que há em termos de limpeza na cidade ‘’mãe de cidades’’, sem salários há cinco meses, parece desajustado ao foco desta reportagem. Mas não. Encaixa-se perfeitamente, ou não estivessem os constantes atrasos salariais, que são a marca de um contrato a caminho do sexto ano, ligados ao corte das verbas que saíam do mercado do 4 para o pagamento de salários a funcionários eventuais. Ana Catarina, 34 anos, não sabe o que levou a Administração Municipal, há três anos, a deixar de pagar salários com recurso a receitas da praça. ‘’Éramos mais de cem, os outros fugiram porque eles come-
Dimensão do buraco bem mais assustadora Em liberdade provisória após ter cumprido prisão preventiva, Carlos Guardado vai a julgamento, em breve, segundo a PGR, num processo assente em ‘’fortes suspeitas’’ de descaminho de 900 milhões de Kwanzas, apurou a nossa reportagem. Duas fontes bem posicionadas, uma no Serviço de Investigação Criminal e outra na Inspecção de Finanças, contactadas num dia em que o ainda 1.º secretário municipal do MPLA regressava ao interrogatório, revelaram que o montante global é bem mais chorudo do que os questionados pela Associação dos Feirantes. Trata-se, conforme apontam, do somatório de quase dez anos de ‘’gestão danosa’’, extensivos ao consulado do agora vice-governador provincial para a esfera Técnica e de Infra-estruturas, Leopoldo Muhongo. O mandado de captura de Guardado e outros quadros da AMB, por nós consultado, arrola no processo o antigo administrador municipal, que goza de foro especial, pelo que acaba entregue à Direcção Nacional de Inspecção e Acção Penal (DNIAP), afecta à Procuradoria Geral da República. Sem pretender ‘’alimentar polémica’’, Leopoldo diz não ter conhecimento deste expediente, até porque nunca foi notificado, e afirma que tem orgulho do trabalho em prol da organização do mercado enquanto líder da Administração Municipal. Já Carlos Guardado, também em poucas palavras, garante que um dia virá a público contar tudo o que sabe, mas avisa que nunca ‘’roubaria’’ 900 milhões de Kwanzas.
çaram a dar três quilos de fuba, meio de arroz e três bolachas a cada um ao invés de dinheiro’’, lamenta a jovem. Num grito de socorro que serve para expor o agudizar do seu sofrimento em tempo de pandemia, homens e mulheres idosas acusam as autoridades de oportunismo e falta de sensibilidade ante a situação de famílias sem alimentos. ‘’Só nos chamam quando a cidade está suja, depois nos abandonam e nos aldrabam’’, prossegue Rita, uma jovem que não vê soluções para sustentar os seus cinco filhos. ‘’O meu marido, ‘kupapata’, tem a motorizada na Polícia, apreendida’’, desabafa a colaboradora, que acha possível o regresso ao pagamento com base no Mercado da Paz. O secretário-geral do Sindicato da
Administração Pública e Serviços, Custódio Cupessala, diz estar a pressionar para que a dívida, acima dos 5 milhões de Kwanzas, não seja substituída por pequenas quantidades de bens alimentares, muito aquém do trabalho efectuado. Em obediência ao artigo 166 da Lei Geral do Trabalho, os salários, lembra o jurista, devem ser pagos em dinheiro, podendo ser convertido em alimentos só na ordem de 50%. ‘’Pedi que as senhoras fiquem em casa, assim a dívida não aumenta, mas daqui a poucos dias a cidade volta a estar suja’’, avisa o sindicalista. Contactada, a administradora municipal, Adelta Matias, assumiu, sem entrevista gravada, que a falta de dinheiro justifica os atrasos, mas assegurou que os salários vão ser liquidados.
Segredo capital Guardado a sete chaves Assim que chegou à AMB, há três anos, Carlos Guardado, um antigo quadro do Fundo de Apoio Social, foi confrontado com ‘’números reais’’, mas optou, para o desalento de quem tratou de mostrar as receitas, por fazer vistas grossas a evidências de descaminhos. Numa jornada de campo, com o então administrador a par da missão de um mês, uma equipa composta por membros da Associação dos Feirantes e das brigadas afastadas da limpeza efectuaram cobranças de taxas e apresentaram um resultado na ordem de 15 milhões. ‘’Não percebemos por que razão o senhor Lito (Guardado) aceita um contrato nos termos do qual a Transmaya é obrigada a mandar para o Tesouro Nacional apenas entre dois a três milhões’’, sustentam agentes que estiveram na ‘’operação cobrança’’. Aliás, o líder da Associação considera que ‘’o dito peculato foi um dos problemas da gestão do camarada Lito, uma vez que as receitas saíam e ninguém sabia, como ninguém sabe, o destino’’. Gonçalves Xavier vai mais longe e, em jeito de desafio, pede que as autoridades voltem a conceder uma abertura similar à anterior, agora com a polémica na ordem do dia, para que a mesma equipa efectue cobranças ao longo de trinta dias. Atenta ao desenrolar dos acontecimentos, a Inspecção de Finanças reprova o voto de confiança à Transmaya, exigindo que a Administração Municipal avance para um concurso público, com o vencedor (gestor do mercado) a receber pelos serviços prestados mediante ordens de saque. Quanto ao processo-crime, o sub-procurador-geral titular cessante na província de Benguela, Herculano Chilanda, explica que o julgamento só não teve início porque o prazo para prisão preventiva prescreveu enquanto o juiz de turno analisava a medida de coação. ‘’Daí a liberdade provisória, mas o julgamento, deste e de outros casos, está para breve, uma vez reunidas as provas, existem elementos’’, assegura o magistrado, agora no Tribunal da Relação, ao negar a tese de prender para investigar, levantada por certos advogados dos arguidos.
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SOCIEDADE
O PAÍS Segunda-feira, 22 de Junho de 2020
Sindicato apela à cautela na abertura das universidades no país O secretário-geral do Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Superior (SINPES), Eduardo Peres Alberto, disse que a criação de condições de bio-segurança nas instituições deve ser a principal condição para o reinício das aulas
JACINTO FIGUEIREDO
Milton Manaça
O
responsável do SINPES disse existir o risco eminente de contaminação da Covid-19 nas salas de aulas caso não se olhe para as medidas de protecção individual e colectiva tanto para os estudantes como para os professores. O arranque das aulas nas instituições de ensino superior está previsto para 13 de Julho do corrente ano, segundo o decreto de situação de calamidade pública em vigor em todo o país. Eduardo Peres Alberto disse ser
“Ainda temos quatro alunos a se sentarem numa carteira que seria apenas para dois elementos. Há escolas com mais de 500 ou mil alunos por turma e sem água nas instalações sanitárias. Não acreditamos que o que não foi preparado ao longo dos anos seja preparado em um ou dois meses”,
necessário levar em conta que as escolas são locais em que cada indivíduo vem de um distanciamento diferente, com contactos de várias pessoas e, nas salas de aulas, ninguém consegue identificar quem transporta ou não a doença. “É necessário compreender que nesta fase todo o cuidado é pouco, porque nós podemos adoptar medidas de prevenção individual, mas na sala de aula não sabemos como os professores darão as aulas com as máscaras, por exemplo”, disse o sindicalista. O sindicalista disse que foram chamados pelo ministério de tutela para discutir aspectos liga-
dos a reabertura das escolas, mas adiantou a OPAÍS que na ocasião não chegaram a qualquer conclusão. O académico frisou que têm previsto um outro encontro aprazado para o princípio do mês de Julho, que será determinante para a última avaliação sobre se as aulas deverão ter o seu reinício na data prevista. Eduardo Peres diz que o sindicato não se opõe à abertura das universidades, mas sublinha que o mais importante nesta fase é a criação de condições nas instituições. “Todo o cuidado é pouco, por isso, não basta dizer que vamos nos prevenir”.
As aulas no ensino superior foram suspensas em Março do corrente ano, dias antes de se ter decretado o Estado de Emergência a 27 do mesmo mês. Segundo o calendário reajustado pelo Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, as aulas recomeçam a 13 de Julho e decorrem até Março 2021. O decreto que estabelece a situação de calamidade pública no país avança a data de 13 de Julho para o reinício das aulas no Ensino Superior e no Segundo Ciclo do Ensino Secundário, entretanto, dependendo da evolução da pandemia da Covid-19. Oportunidade para melhorar as condições No ensino geral, o Sindicato Nacional dos Professores e Trabalhadores Não Universitários (SINPTENU) e o Sindicato Nacional dos Professores (SINPROF) por diversas ocasiões mostraram-se a favor do cancelamento do actual calendário e o regresso ao modelo da UNESCO, em que as aulas vão de Setembro a Junho. As duas forças sindicais entendem que o Decreto Presidencial sobre o Estado de Calamidade Pública que obriga o distanciamento físico de dois metros entre pessoal administrativo, professores e alunos, no acesso às infra-estruturas escolares, está longe de ser cumprido na nossa realidade caso as aulas retomem. “Ainda temos quatro alunos a se sentarem numa carteira que seria apenas para dois elementos. Há escolas com mais de 500 ou mil alunos e sem água nas instalações sanitárias. Não acreditamos que o que não foi preparado ao longo dos anos seja preparado em um ou dois meses”, defendem os sindicalistas Afirmam que esta é também uma oportunidade para o Executivo pensar em aumentar o orçamento destinado à educação para a construção de mais e melhores escolas que reúnam requisitos aceitáveis.
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O PAÍS Segunda-feira, 22 de Junho de 2020
O QUE É O CORONAVÍRUS E COMO ME POSSO PROTEGER? O novo Coronavírus, intitulado COVID-19, é de uma família de vírus conhecidos por causarem infecção que pode ser semelhante a uma gripe comum ou apresentar-se como doença mais grave, como pneumonia
F
oi identificado pela primeira vez em Janeiro de 2020 na cidade de Wuhan, na China. Este novo agente nunca tinha sido previamente identificado em seres humanos, tendo causado um surto na aludida cidade que se espalhou rapidamente a vários países do mundo. A Organização Mundial da Saúde decretou (OMS) que o mundo está diante de uma pandemia.
COMO ME POSSO PROTEGER?
Tendo sido reportados já 183 casos em Angola, com 9 mortes, estão indicadas medidas específicas de protecção, mas há questões práticas que se deve ter em conta para reduzir a exposição e transmissão da doença: 1. Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contacto directo com pessoas doentes;
2. Evitar contacto desprotegido com animais domésticos ou selvagens; 3. Adoptar medidas de etiqueta respiratória: tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o braço, nunca com as mãos; deitar o lenço de papel no lixo); 4. Lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir.
QUAIS OS SINAIS E SINTOMAS?
As pessoas infetadas podem apresentar sinais e sintomas de infecção respiratória aguda 2.Tosse como: 1. Febre 3. Dificuldade respiratória
Em casos mais graves pode levar a pneumonia grave com insuficiência respiratória aguda, falência renal e de outros órgãos e eventual morte.
EXISTE TRATAMENTO? Não existe vacina. Sendo um novo vírus, estão em curso as investigações para o seu desenvolvimento. O tratamento para a infecção por este novo Coronavírus é dirigido aos sinais e sintomas apresentados
CARTAZ seu suplemento diário de lazer e cultura
Profissionais de comunicação destacamse nos Troféus Moda Luanda 2020 O apresentador do programa “Viva a Tarde” da TV Zimbo, Igor Benza, o jornalista da Televisão Pública de Angola Cabingano Manuel e a dupla Scrô que Cuia e Nerú Americano destacaram-se na 23ª edição do Moda Luanda, com a distinção em duas categorias, durante a cerimónia virtual realizada ontem, Domingo, 23, a partir dos estúdios da Zimbo
Antónia Gonçalo
I
gor Benza foi distinguido como “Melhor Apresentador Talk Show” com o Viva a Tarde e “Melhor Momento Red Carpet Masculino”, com o Look em que se apresentou na gala Globos de Ouro Angola, realizada no ano passado. Ambas subcategorias estão relacionadas com as categorias de TV e Cinema e de Moda, respectivamente. O apresentador, durante o evento, agradeceu aos organizadores e aos fãs pela distinção, que ocorreu através de votação pública, tendo dito sentir-se feliz pelos prémios conquistados, um dos quais partilhou com o apresentador de Tv e também músico Daniel Nascimento, pela sua vasta experiência e profissionalismo. O jornalista Cabingano Manuel, também na categoria de TV e Cinema, foi vencedor na subcategoria de “Melhor Apresentador de Programa Temático e Contributo do Ano Informação” com o programa “Na Lente” da televisão pública. Cabingano referiu, na ocasião, sentir-se feliz com os prémios, pelo facto de ser o segundo ano consecutivo a ser premiado no evento. Quanto ao programa que dirige, disse ser importante saber que “a informação tem um pouco a ver com a vida dos cidadãos e o programa Na Lente a vida de todos”. Por sua vez, a dupla composta por Scrô que Cuia e Nerú Americano, que se encontram em Portugal, venceu na categoria de Música Festa do Ano e Melhor Colaboração, com o tema musical de sucesso, do estilo Kuduru, “O Pintin”, mas não tiveram a oportunidade de acompanhar o evento presencialmente. A gala teve, pela primeira vez, uma transmissão virtual.
O PAÍS Segunda-feira, 22 de Junho de 2020
Outras distinções Durante o evento, ainda na categoria de TV e Cinema, o prémio de Melhor Actor e Actriz Drama recaiu a Pedro Hossi, com o seu personagem na novela “Prisioneira” emitida na TVI e Érica Chipassa no filme “Chaduka”, correspondente ao ano de 2019. Na subcategoria de Melhor Actor e Actriz Comédia foi consagrado Costa Vilola pelo seu desempenho “No Cubico dos Tuneza” e Elisabeth Caley “Mimi” no programa “Sexto sentido”. Costa agradeceu a nomeação e a consequente distinção aos colegas do grupo Os Tuneza e a todos os que votaram em si. Reconheceu que as conquistas tidas ao longo da sua carreira são resultado de um trabalho feito em equipa. “É a 4.ª vez que sou nomeado, sendo a 3.ª no Moda Luanda. Por isso, agradeço a iniciativa da organização, com este evento que engrandece a cultura angolana, com o reconhecimento do trabalho dos artistas”, enfatizou. Por sua vez, Elizabeth Caley agradeceu também aos organizadores do Moda Luanda, a sua família e a todos que contribuíram directa e indirectamente para o sucesso do seu trabalho. As distinções nesta categoria prosseguiram com a premiação de Salú Gonçalves e Sandra Mainsel, como Melhor Apresentador e apresentadora Magazine da actualidade, com o programa “Fala Angola” da TV Zimbo e “África hoje” da TPA, respectivamente. Henesse Cacoma e Zuleika Wilson venceram na categoria de Melhor Apresentadora Magazine Temático e Melhor Apresentadora Talk Show com os programas “Zap News” e “Viva a tarde”. Já o prémio Contributo do Ano/ Cinema foi para Ngouabi Silva, através do filme “Chaduka”. Categoria de moda O músico C4 Pedro foi reconhecido como o Melhor Modelo de Campanha de Publicidade, com o trabalho desenvolvido com o Banco Africano de Investimento, a Top Model do Ano, Amilna Lemos; Melhor Manequim Nacional, Vado Alves;Fotógrafo, Patrice de Lemos; Maquilhadora do ano, Juvenália Beuaty; Melhor Momento Red Carpet Feminino, Anna Joyce, com o look do Unitel Estrelas ao Palco, em que foi membro do corpo de jurados. A Melhor Colecção do Ano de 2019 foi a “Revival”, da estilista Regarde Moi. A profissional
dedicou o prémio a todas as estilistas da nova geração que com muito trabalho e dedicação têm apostado nas suas carreiras. Referiu ainda que o presente prémio resulta do trabalho e dedicação. Categoria de música Nesta categoria, tida como uma das mais concorridas, o grupo Mobbers venceu na subcategoria de Melhor Artista/Grupo de Música Moderna. Na de Melhor Performance Masculina e Feminina em Palco venceram Preto Show e Noite e Dia. O prémio de Melhor Espectáculo 2019 foi para o “SSP 28 anos de carreira”, realizado na Baía de Luanda, numa produção da Karga Eventos. O aspirante a músico Edgar Domingos, que também animou o evento com um dos seus temas musicais, foi reconhecido como Estrela em Ascensão, enquanto o Melhor Vídeo do Ano foi o “Perigosa”, de C4 Pedro e Anselmo Ralph”. Troféus Carreira e Prestígio Os troféus Carreira e Prestígio são indicados pela organização, dedicados a uma pessoa ou empresa dentro da área da moda, entretenimento ou comunicação social, pelo conjunto do seu trabalho ao longo dos anos, enquanto o segundo também a uma empresa ou pessoa, que tenha feito algo de especial, de relevo, no ano anterior. dentro de uma destas áreas. Nesta senda, o troféu Carreira foi dedicado a modelo Mariza Gonçalves, pelos seus 20 anos de carreia, sendo uma das preferidas em vários eventos, como de moda e publicidade. “Mariza dedicou o prémio a si, pelos desafios atravessados para alcançar
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o sucesso. Já o troféu Prestígio mereceu o humorista Gilmário Vemba, pelo progresso tido na sua carreira e a internacionalização do seu trabalho, que, consequentemente, levou o nome do país além-fronteiras. Os desfiles A 23ª edição do Moda Angola contou com a participação de cerca de 14 estilistas, as suas colecções foram mostradas por 15 manequins. A mesma decorreu sob o lema “Néon Vibes”, em que as colecções basearam-se nas cores verde, amarela, pink,
vermelha, laranja, camarão, lilás e outras, fazendo assim jus ao lema do evento, de carácter anual, emitido também no formato virtual, através da parceria com a plataforma de informação, Platinaline. São colecções que ilustraram uma explosão de cores, cortes autênticos, desde roupas africanas, temas de praia com cores quentes, também feitas a mão com linha de crochêt, colecções vibrantes que espelham ousadia e acessórios com tons fortes e fluorescentes que se misturam com o romantismo A estilista Nadir Tati, que
procedeu à abertura do evento, apresentou uma colecção composta por fatos pretos e camisas e vestidos com estampas africanas. LayArt levou ao Moda Luanda roupas de praia, desde biquínis a calções e vestidos feitos à mão com linha de Crochêt. Soraya da Piedade, no seu trabalho inspirou-se nas cores neons e nos estilos dos anos 1980, numa paleta de cores pink, laranja, verde e preto. Foram ainda apresentadas as marcas de vários talentosos como Sisters Paiva, Pretah, Minha Marcah, Conquistador, Regarde Moi, Manzvat, LayArt, Mussulus, Millucha Design, Wan Kiamy, La Atitude e Sangue Novo - alunos da escola de modelagem e estilismo Arte Fashion de Dina Simão. Propostas que se estrearam no evento, com as suas roupas glamorosas com cores vibrantes.
Homenagem Durante a exibição do evento foi ainda homenageado o actor e nadador angolano-português Pedro Lima (1971-2020), que foi encontrado morto na Praia do Abano, em Cascais, aos 20 deste mês. O actor estava desaparecido havia dois dias e o alerta foi dado pela companheira, Anna Westerlund.
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Licitação
Guitarra de Kurt Cobain vendida por seis milhões de dólares
Gilmour, do grupo britânico Pink Floyd, que rendeu 3,975 milhões de dólares (3,55 milhões de euros) durante uma venda organizada pela casa Christies’s, em Junho de 2019. A guitarra semiacústica, vendida com o estojo personalizado por Cobain, é um raro modelo D-18E, fabricado em 1959 pela empresa
norte-americana Martin, que fez apenas 302 exemplares. O álbum “MTV Unplugged New York” foi gravado num concerto em Nova Iorque a 18 de Novembro de 1993, no auge dos Nirvana, o grupo de rock mais marcante da década de 1990 e representante do movimento musical grunge.
O concerto decorreu menos de seis meses antes do suicídio, a 5 de Abril de 1994, de Kurt Cobain, com uma depressão e viciado em heroína. O guitarrista e cantor não assistiu ao lançamento de “Unplugged”, que chegaria à liderança das tabelas de vendas quando foi lançado, em Novembro de 1994. Na Sexta-feira, no mesmo leilão, uma guitarra personalizada utilizada por Prince no auge da sua carreira, em 1980 e 1990, foi vendida por 563,5 mil dólares (504 mil euros), uma pequena quantia em relação à de Cobain, mas mesmo assim acima dos 100 mil a 200 mil dólares (89,5 mil a 179 mil euros) que a leiloeira esperava. No mesmo dia, um cinto de macramé que Elvis Presley usou cerca de 30 vezes em palco conseguiu 298 mil dólares (266 mil euros), cerca de 10 vezes mais do que a estimativa, e um vestido cor de marfim usado por Madonna no seu vídeo “Vogue”, de 1990, foi vendido por 179,2 mil dólares (160 mil euros). No final de Outubro, o lendário colete verde usado por Kurt Cobain ao gravar o mesmo álbum foi vendido por 334 mil dólares (quase 300 mil euros), num leilão também organizado pela Julien’s. Diário de Notícias
ANIMAÇÃO
REVELAÇÃO
REALEZA
Instrumento foi usado na gravação do álbum “MTV Unplugged in New York”, em 1993, e foi vendida a um empresário australiano
A
guitarra utilizada por Kurt Cobain na gravação do célebre álbum “Unplugged” dos Nirvana, em 1993, foi vendida no Sábado, nos EUA, por seis milhões de dólares, um recorde para uma guitarra, indicou a leiloeira Julien’s, Auctions. O comprador é o empresário australiano Peter Freedman, fundador da empresa de microfones Rode Microphones, que participou fisicamente no leilão de objectos de ícones da música, realizado em Beverly Hills, na Califórnia, pela Julien’s. As licitações para a venda abriram
SOLIDARIEDADE
em um milhão de dólares (quase 895 mil euros) e atingiram os seis milhões (quase 5,4 milhões de euros) com taxas e comissões, ultrapassando largamente as estimativas da leiloeira. Até agora, a guitarra mais cara da história era uma Fender Stratocaster utilizada pelo guitarrista David
CINEMA
Lambas fazem chegar cestas básicas a bairros de Luanda
Welket Bungué assina curadoria de curtas-metragens afrodescendentes
Canal Panda estreia Vera e o Reino do Arco-Íris
Angelina Jolie revela porque se divorciou de Brad Pitt
William faz anos e a Rainha lembra data com fotografia ternurenta
Nagrelha e Bruno King, dos Lambas, nacompanhiadeWezaedoparceiros SambiEventos, impactaram, na semana passada, mais de 1.500 famílias em Luanda, que beneficiaram de cestas básicas, comidas quentes e artigos de limpeza e higiene, para ajudar a combater os desafios da Covid-19, quer no que toca a prevenção, quer no combate às carências alimentares dos que mais precisam. As famílias beneficiadas - dos bairros Kifica (Benfica), Morro dos Bois (Sambizanga) e Iraque (N’gola Kiluanje) – receberam várias centenas de quilos de farinha de trigo, farinha de milho branca e amarela, feijão, óleo vegetal,sardinhaenlatada,espaguete, açúcar, arroz, leite moça, sabão, álcool gel e cisternas de água potável.
O artista guineense-português Welket Bungué assina a curadoria de curtas-metragens realizadas por afrodescendentes no Young South Film Festival, que decorre online até 29 de Junho. Welket Bungué quis dar foco a realizadoras afrodescendentes Ana Flávia Cavalcanti, a são-tomense Katya Aragão, Lolo Arziki, a cabo-verdiana Vanessa Fernandes. Yuri Costa e Daniel Santos foram os convidados e convidadas do artista “São filmes potentes pela capacidade humanizante que emitem” diz o curador que não vê estas películas como “entretenimento, mas filmes que dão voz aos conteúdos temáticos ali retratados”
Em Julho, o Canal Panda vai estrear uma série pré-escolar que promete ser uma série de animação cativante! “Vera e o Reino do Arco-Íris” é a nova história de um dos canais favoritos dos mais pequenos e acompanha as façanhas de uma dupla de amigos inseparáveis: Vera e o gato Bartolomeu. Na nova animação do canal infantil, “Vera e o Reino do ArcoÍris” acompanha a forma bondosa e altruísta com que a guardiã Vera e Bartolomeu, o seu gato, entram em acção e activam os poderes mágicos da “Árvore dos Desejos”. Se bem activados, eles irão ajudar a resolver os mais diversos dilemas dos Yetis no Reino do Arco-Íris.
Angelina Jolie falou sobre o divórcio de Brad Pitt numa entrevista à revista Vogue. A actriz de 45 anos fez uma rara referência à polémica separação, sublinhando que a mesma aconteceu pelo “bem” dos filhos. “Foi a decisão certa. Continuo a focar-me na cura deles [dos filhos]. Alguns aproveitaramse do meu silêncio e as crianças vêem mentiras acerca delas na imprensa, mas relembro-as sempre que conhecem a sua própria verdade”, declarou. Neste sentido, a celebridade sublinhou que os seis filhos revelaram-se “corajosos” e muito “fortes”.
O Príncipe William fez este Domingo 38 anos e, porque este Domingo também se celebrou o Dia do Pai no Reino Unido, a Rainha Isabel II homenageou o neto com a publicação no Twitter de uma ternurenta fotografia em que o duque de Cambridge aparece divertido com os filhos. A fotografia foi tirada este mês pela duquesa, cuja paixão por fotografia é amplamente conhecida. Além desta fotografia, a Rainha publicou também uma imagem em que aparece ao lado do neto. Por se celebrar o Dia do Pai, a casa real britânica partilhou também uma série de fotografias antigas do marido da Rainha, o Duque de Edimburgo, com os filhos enquanto crianças.
ECONOMIA
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Mais de Kz mil milhões investidos no troço da Estrada Nacional 230 entre Malanje e Saurimo O troço da Estrada Nacional EN230, com 625 km ligando as cidades de Malanje e Saurimo, vai ser reabilitado. Mais de mil milhões de kwanzas serão investidos numa operação dividida em 10 empreitadas para facilitar o tráfego rumo ao Leste do país André Mussamo
S
egundo o Titular do Poder Executivo (TPE), o elevado estado de degradação da estrada ultimamente tem dificultado o tráfego rodoviário, inviabilizando, consequentemente, o fornecimento de combustíveis, géneros alimentares e mobilidade das pessoas da região. Numa operação sem precedentes, João Lourenço fez publicar no Boletim Oficial do Governo, edição de 15 de Junho, o Despacho Presidencial n.º 85/20, em que reconhece que o péssimo estado da rodovia é um impedimento para o desenvolvimento da actividade económica e social da região, com consequências negativas para a economia. Para debelar o problema, o Presidente autoriza 1000 milhões e quatrocentos e cinquenta milhões de kwanzas para suportar uma mega-operação de reabilitação do troço, dividido em dez empreitadas. Serão ao todo dez diferentes empresas de construção a intervirem no troço com as suas respectivas empresas de fiscalização cada uma, tudo isso, segundo o Presidente, “tendo em atenção a grande extensão da estrada, com 625 km”. Ao bilionário orçamento, o TPE manda acrescentar ainda 980 milhões e setecentos e cinquenta mil kwanzas para adjudicação do contrato para a elaboração de projectos executivos de sete pontes, nomeadamente sobre os rios Cacuilo, Candembe, Luáli, Luvo, Nhama, Peso e Tchuango. O Presidente argumenta, no seu despacho, que os estudos mais re-
centes apontam para a necessidade de reconstrução de todas as pontes, por apresentarem degradação decorrentes da “longevidade, assim como inadequação ao novo perfil traçado e ao volume de tráfego previsto e cargas a transportar”. Não foi possível apurar quem são as potenciais empresas empreiteiras a entrarem em cena para esta mega reabilitação de um troço que é um verdadeiro calvário para os camionistas, passageiros e cargas, mas João Lourenço incumbe a titular da pasta das Finanças para a mobilização de recursos, enquanto a competência de aprovação das peças e verificação da validade e legalidade dos actos decorrentes da contratação ficam com o titular da pasta de Obras Públicas e Ordenamento do Território. O dossier que está a ser viabili-
“Certamente a mobilização de recursos financeiros para a implementação desta megaoperação terá sido afectada pela Covid-19, mas a ligação regular com o Leste não só é uma promessa eleitoral do partido governante, como é imperativa para o desenvolvimento económico”
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zado agora pelo TPE data de Dezembro do ano passado (DP nº 229/19, de 24 de Dezembro) e presume-se que a pandemia do momento tenha sido “factor impeditivo da execução do plano”, segundo aventou uma fonte do Executivo que, entretanto, apelou ao anonimato. “Certamente, a mobilização de recursos financeiros para a implementação desta mega-operação terá sido afectada pela Covid-19, mas a ligação regular com o Leste não só é uma promessa eleitoral do partido governante, como é imperativa para o desenvolvimento económico e satisfação social das gentes de uma região que mais contribui para a riqueza nacional, o Leste”, comentou a nossa fonte.
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“Reabilitar traçados rodoviários de há 100 anos é perder tempo” Segundo o conhecido engenheiro António Venâncio, a questão fulcral nesta problemática gira à volta da política de estradas adoptada pelo país. O especialista critica o actual perfil em voga que data ainda do tempo colonial, um projecto iniciado em princípios do século XX e que tinha sido idealizado para os 50 anos seguintes que terão terminado na década 1980/90. “O perfil adoptado reúne grande perigosidade, não é seguro, não é confortável e não tem aquilo que se chama velocidade de projecto. Você sai daqui (Luanda) para o Huambo e quando chega ao destino está completamente cansado, stressado, e não sabe se voltará vivo. Portanto, precisamos de ex-
NÚMEROS: + 1000 Milhões Kz 625 Km de extensão entre (Malanje e Saurimo) 10 Lotes 10 Empresas de construção 10 Empresas de fiscalização 2 Projectistas
purgar estas características”, referiu António Venâncio. Estas deficiências e debilidades são expurgáveis pensando em estradas que separam os dois sentidos do tráfego. Ou seja, é preciso conceber estradas onde “os utentes, ao seguir viagem, tenham de estar seguros de que não se vão cruzar com o tráfego em sentido contrário. “Precisamos pensar estradas em que os condutores devem saber que ao seguir viagem não têm ninguém na sua plataforma e isso significa evoluirmos para o conceito de auto-estradas”. Venâncio defende que o Estado, com os poucos recursos que tem, devia abster-se de entrar nas grandes obras de estradas, chamando para a empreitada o sector privado, que, por via de concessões a médio e longo prazo, poderia ficar encarregue de construir as EN (Estrada Nacionais). O sector privado era capaz de investir significativos recursos em infra-estruturas do género desde que estivesse garantida a modalidade de rentabilização construindo estradas estruturantes que não deviam ter “nem já um único buraquinho, porque tendo um buraquinho, ao fim de um mês o mesmo passa a ser um buracão, mata a velocidade de projecto, propicia acidentes e desconfiança dos motoristas que, por sua vez, passam a conduzir stressados”. Para ele, as estradas estruturantes são empreendimentos rentáveis pela via das portagens e ser-
“O perfil adoptado reúne grande perigosidade, não é seguro, não é confortável e não tem aquilo que se chama velocidade de projecto. Você sai daqui (Luanda) para o Huambo e quando chega ao destino está completamente cansado, stressado, e não sabe se voltará vivo. Portanto, precisamos de expurgar estas características”
viços. António Venâncio defende que em caso da persistência do próprio Estado em continuar a investir nas infra-estruturas rodoviárias, o conceito devia evoluir para “características modernas” esquecendo o de “reparação das actuais” que, a partida, “não são duráveis e aliciantes e estão longe de fomentar a camionagem, o que cria a subida dos preços dos produtos e serviços”, porque o custo adicional enorme resultante do tráfego ser feito em péssimas estradas é repassado para o consumidor final. “O camionista que sai de Luanda a Malanje e chega a Saurimo, vai multiplicar o custo final do seu produto ou serviço resultante da carga transportada porque a viagem é stressante, não é segura e desgasta rapidamente o veículo”. O engenheiro de construção civil critica a falta de “aprofundamento da cultura de auscultação e inclusão dos técnicos nacionais” na procura de solução para os problemas, tendo sido refúgio da governação a “importação de soluções”. Venâncio refere que a importação de soluções nunca esteve ao serviço da procura de soluções duradouras para o país, porquanto “os consultores” vêm vender ideias e ganhar dinheiro e regressar às suas procedências. Propostas António Venâncio defende a concepção de dois a três eixos rodoviários nacionais (EN) de grande velocidade de projecto que deviam ser pensados como auto-estradas estruturais, não necessitando já que sejam construídas. Defende que se pode buscar um conceito de auto-estrada estrutural que pudesse ser feito paulatinamente, infra-estruturando o espaço para acomodar o turismo, áreas de serviço e desenvolvimento de pólos industriais e residenciais. “A auto-estrada tem categorias e podíamos optar por uma funcional, ao contrário da estrutural. Não precisamos fazer as melhores do mundo com obras de arte como na Alemanha e EUA, mas podemos fazer aquelas que nos garantam conforto e segurança, mas, acima de tudo, bons serviços. Você, a andar nelas, tem pronto-socorro, locais para descanso, acolhimento e alojamento, em suma, serviços que farão da mesma uma infra-estrutura rentável a longo prazo”. A proposta do engenheiro é fazer estradas em traçados novos com leitos reforçados e duradou-
ros, contemplando raios de curvatura dimensionados a realidade dos actuais veículos e onde a velocidade deve ser priorizada, mas de forma segura, encurtando as distâncias entre as localidades. Este tipo de obra é uma boa forma de vitalizar o emprego, absorvendo a não de obra ociosa que abunda nas cidades e por via disso distribuir a renda nacional. Para ele, agora, no século XXI, é “antiquado” reabilitar estradas que foram pensadas há 100 anos, quando a carga máxima da camionagem era de 20 toneladas. “É preciso fazer-se a actualização e pensar em estradas que permitam que camiões possam fazer curvas a 100 Km hora sem risco nenhum”. As estradas devem ser como as artérias do corpo humano Em analogia com o corpo humano, a EN 230 é aquilo a que se pode chamar de “uma artéria”, tal é a sua relevância para o sistema nacional rodoviário, ao atravessar o país do Oeste ao Leste. O troço, que começa em Luanda, passa por Ndalatando (CN), cidade de Malange, Saurimo (LS), Luena (Moxico) e termina no município do Luau, estabelecendo ligações transfronteiriças com as República da Zâmbia e Congo Democrática. Ao longo dos seus mais de 1000 Km de extensão, tem conexão com quase todos os restantes nós, sendo a partir da mesma possível seguir para o sentido Sul (tanto pela nova ponte construída sob o rio Cuanza, Muxima) como pelo ramal no Alto Dondo em direcção ao Cuanza-Sul e Huambo, chegando a fronteira com a vizinha Namíbia pelas províncias do Cunene e Cuando Cubango. Desde o território do CuanzaNorte, na localidade de Lucala, é possível seguir para a província do Uíge e da terra do bago vermelho ligar até ao vizinho a Norte, a RDC. Com uma “artéria” desta dimensão e envergadura, se funcional, a circulação dos “nutrientes” para a economia nacional, tornarse-ia uma operação vital, permitindo a que pessoas e bens fluíssem de forma confortável e, consequentemente, pulverizaria o desenvolvimento económico, fomentando o bem-estar e a satisfação dos operadores. É caso para dizer que com uma EN230 operacional, a circulação desde o coração da economia (pontos de entrada e saída marítimas e grandes centros de consumo) e vice-versa, passaria a ser uma realidade e por via disso a economia teria muito a ganhar.
MERCADOS
Mercado TAXA DE JURO Taxas de Juro Taxa BNA Libor USD 6M Libor GBP 6M Libor JPY 6M Euribor 6M Luibor 6M
Cot. 05/02/20 15,5% 0,415% 0,314% -0,009% -0,234% 15,10%
∆ Diária (p.p) 0,000 -0,018 -0,034 0,005 -0,035 1,480
Libor USD 6 Meses 19,00%
18,00%
17,00%
16,00% 13/06/20
Mercado ACCIONISTA Índices Accionistas Cot. 05/02/20 Dow Jones (EUA) 25 871,46 S&P 500 (EUA) 3 097,74 FTSE 100 (Inglaterra) 6 292,60 Bovespa (Brasil) 96 572,10 CSI 300 (China) 4 098,71 Nikkei 225 (Japão) 22 478,79
∆ Diária (%) 1,039 1,855 3,070 4,070 2,389 0,777
15/06/20
17/06/20
19/06/20
Dow Jones (EUA) 26 400,0
26 100,0
25 800,0
25 500,0 13/06/20
Mercado CAMBIAL
15/06/20
17/06/20
19/06/20
Cot. 05/02/20 601,0417 1,1178 1,2350 106,8700 17,3316 5,3114
∆ Diária (%) 0,431 -0,693 -1,515 -0,475 1,483 5,182
1,1300
1,1200
1,1100 13/06/20
Cot. 05/02/20 39,75 42,19 1 745,90 17,85 1,67 262,80
∆ Diária (%) 9,625 8,934 0,960 2,088 -3,582 0,363
17/06/20
19/06/20
Brent Crude Fut.
Mercado DAS COMMODITIES Commodities WTI Crude Fut. Brent Crude Fut. Gold 100 Oz Fut. Prata Fut. Gás Natural Fut. Cobre Fut.
15/06/20
42,50
41,00
39,50
38,00 13/06/20
15/06/20
17/06/20
19/06/20
Luibor 1 Ano
Luibor
O PAÍS Segunda-feira, 22 de Junho de 2020
Mercado Interbancário A taxa Libor GBP 6 meses reduziu 3,4 p.b., para 0,314%, no fecho da semana. O registo reflecte a manutenção da taxa de juro de referência em 0,1%, na reunião de 18 de Junho do Ban-
co da Inglaterra, o mesmo nível desde Março de 2020, e o aumento do programa de compra de activos em 100 mil milhões GBP, para um total de 745 mil milhões GBP.
Mercado Accionista Os índices bolsistas mundiais fecharam em alta, na generalidade, com destaque para o CSI 300 (China) e Dow Jones (EUA) que aumentaram 2,38% e 1,04%, para 4.098,71 e 25.871,46 pontos, respectivamente.
O desempenho representa a recuperação do sector petrolífero e a perspectiva de melhoria da relação comercial entre os EUA e a China, com a China a comprometer-se a comprar bens agrícolas dos EUA.
Mercado Cambial
EUR / USD 1,1400
Taxas de Câmbio USD/AKZ EUR/USD GBP/USD USD/JPY USD/ZAR USD/BRL
20
O dóla r a pre c iou e m com pa ração à l i bra e o e u ro , e m 1 , 5 % e 0 , 7 % , te ndo - se f i xado e m 1 , 2 3 5 0 e 1 , 1 178 U S D p or u n idade da s mo e da s , re s p e c t iva me nte . A p os s i bi l idade de re c u p e ração
da s relaçõ e s come rc ia i s e nt re os E UA e a C h i na , a s so c iada ao i nc re me nto do prog ra ma de e s t í mu los e conóm icos e m a lgu ma s e conom ia s e u ro p e ia s , favore ce ra m a cotação do dóla r .
Mercado de Matérias-primas Os preços, do Brent e WTI, encerraram a semana com incremento de 8,93% e 9,63%, respectivamente, ao fixarem-se em 42,19 USD/ barril e 39,75 USD/barril, em cada caso. A performan-
ce reflecte o compromisso dos membros da OPEP e aliados com a redução da produção de crude, e o optimismo dos investidores em relação à recuperação económica mundial.
Yield dos Eurobonds
0,44%
Taxas BNA Luibor O/N Luibor 1 Mês Luibor 3 Meses Luibor 6 meses Luibor 9 meses Luibor 1 Ano
Cot. 05/02/20 15,36 15,48 15,74 16,46 17,73 18,71
∆ Diária (p.p) 0,010 1,110 0,880 1,480 1,360 1,790
0,43%
0,42%
0,41% 13/06/20
15/06/20
17/06/20
19/06/20
As taxas de juros no mercado monetário interbancário apresentaram tendência ascendente na generalidade das maturidades, com o maior aumento de 1,79 p.p., para
18,71% a se registar na taxa Luibor 12 meses. O que poderá reflectir o ajuste das expectativas dos bancos comerciais relativamente à disponibilidade de liquidez na economia.
MUNDO
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O PAÍS Segunda-feira, 22 de Junho de 2020
Assessor da Casa Branca diz que “nunca ouviu” Trump pedir ajuda a Xi para reeleição
O
DR
assessor comercial da Casa Branca Peter Navarro disse, ontem, Domingo, que estava na sala com os presidentes Donald Trump e chinês Xi Jinping quando se reuniram, mas nunca ouviu o Presidente dos EUA pedir a ajuda da China para conquistar a reeleição. Navarro disse ao “State of the Union” da CNN que a alegação explosiva feita no livro do ex-assessor de segurança nacional John Bolton era “apenas boba”, dado o quão duro Trump havia sido com a China e suas práticas comerciais desleais. “Eu nunca ouvi isso. Eu estava na sala”, disse Navarro, ecoando as observações do representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, na semana passada. Bolton deve enfrentar consequências —incluindo potencialmente
um tempo na prisão— pelo uso de informações altamente sigilosas ao longo do livro, disse Navarro. Navarro, um feroz crítico da China, também reviveu uma disputa de longa data sobre a origem do novo Coronavírus que inflama as tensões entre os Estados Unidos e a China nos últimos meses, mesmo depois de as duas maiores economias do mundo terem assinado um acordo comercial de Fase 1 em Janeiro. Ele disse que o vírus era “um produto do Partido Comunista Chinês” e continuava sendo “uma questão em aberto” se foi criado propositalmente. “Esse vírus saiu da China”, disse ele. “O Partido Comunista Chinês é responsável por isso. Eles criaram o vírus na China, esconderam por dois meses e mataram mais de 100.000 americanos.” A China rejeita firmemente qualquer alegação de que tenha deliberadamente desencadeado o vírus. Na semana passada, Trump renovou a sua ameaça de cortar os laços com a China, e escreveu no Twitter: “uma dissociação completa da China” continuava sendo uma opção para os Estados Unidos.
Trump admite ter pedido menos testes para diminuir número de casos Trump disse que testar é “uma faca de dois gumes”. “Eis o lado mau: quando se faz este volume de testes, encontramos mais casos”. Casa Branca diz que Presidente estava “em tom de brincadeira
O
Presidente dos Estados Unidos admitiu, no Sábado, ter pedido às autoridades de saúde para diminuírem o ritmo de despistagem da Covid-19 devido ao aumento de casos diagnosticados no país, o mais atingido no mundo pela pandemia. Sem deixar claro se falava à sério, Donald Trump disse aos apoiantes reunidos em Tulsa, no Estado de Oklahoma, que a despistagem da doença era “uma faca de dois gumes”. “Eis o lado mau: quando se faz este volume de testes, encontramos mais pessoas, mais casos”, explicou, durante o primeiro comício para retomar a campanha para a reeleição presidencial, organizado durante a epidemia nos Estados Unidos. “Então disse à minha equipa para diminuir o ritmo da despistagem. Eles fazem testes e testes…”, acrescentou Trump, cuja gestão da crise sanitária nos Estados Unidos é alvo de
críticas de todos os quadrantes. Sem se identificar, um responsável da Casa Branca defendeu Trump e disse que o Presidente dos EUA “estava claramente a falar em tom de brincadeira para denunciar a cobertura absurda dos media”. “Estamos a liderar no número de testes e estamos orgulhosos de ter realizado mais de 25 milhões de testes”, acrescentou a mesma fonte. Seis membros da equipa de campanha de Donald Trump receberam testes positivos para a Covid-19 e foram colocados sob quarentena, algumas horas antes do início deste comício. Até aqui bastante poupado, o estado de Oklahoma regista agora um forte aumento de casos. Os Estados Unidos são o país mais atingido pela Covid-19, com mais de 2,2 milhões de casos e quase 120 mil mortos, numa população de 300 milhões de habitantes. Na intervenção, Trump retomou
os ataques contra o adversário democrata na corrida à Casa Branca, o antigo vice-Presidente Joe Biden, ao mesmo tempo que voltou a responsabilizar a China por não ter controlado a propagação do novo Coronavírus. Se Biden chegar ao poder, será “o fim dos Estados Unidos” já que estará “controlado pela esquerda radical”, advertiu o candidato republicano. O comício decorreu num estádio com capacidade para 19 mil pessoas e que a campanha de Trump tinha prometido encher. As imagens difundidas mostravam bancadas vazias.
Um outro evento previsto no exterior do recinto, em que devia participar também o vice-presidente norte-americano, Mike Pence, foi cancelado horas antes devido à baixa afluência. A data e o local escolhidos por Trump para este comício vieram aumentar as tensões raciais que se vivem nos Estados Unidos desde o homicídio do negro George Floyd às mãos de um polícia branco em Minneapolis, em finais de Maio. Este homicídio desencadeou uma onda de protestos sem precedentes em todo o país. Tulsa foi palco de um dos pio-
res massacres de afro-americanos da história, quando em 1921 cerca de 300 negros foram assassinados por grupos brancos. O comício de Trump estava inicialmente previsto para decorrer na Sexta-feira, 19 de Junho, data conhecida como “Juneteenth” e que comemora a abolição da escravatura nos Estados Unidos. “Somos o partido de Abraham Lincoln e o partido da lei e da ordem”, salientou Trump, numa referência ao Presidente republicano que apoiou a abolição da escravatura em plena guerra civil (1861-1865). Sobre as manifestações generalizadas, que levaram ao derrube de várias estátuas e monumentos da Confederação, que integrou os estados do Sul e esclavagistas que se rebelaram contra o resto do país, a União, o Presidente norte-americano acusou os manifestantes de serem “anarquistas e incendiários”. “Querem demolir a nossa herança (…) Devíamos ter legislação para prender durante um ano quem queimar a bandeira e a pisar”, declarou. Depois de Oklahoma, Trump tem previstos, nas próximas semanas, comícios na Florida, no Arizona e na Carolina do Norte, todos estados que podem decidir o resultado das eleições presidenciais de 03 de Novembro.
O PAÍS Segunda-feira, 22 de Junho de 2020
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Putin admite concorrer a novo mandato se Constituição for alterada O referendo sobre as emendas à Constituição estava inicialmente previsto para 22 de Abril, mas Putin teve de adiar o plebiscito para 1 de Julho devido à pandemia do Covid-19, de acordo com o Diário de Notícias
O
Presidente da Rússia, Vladimir Putin, admite concorrer a outro mandato presidencial se os russos aceitarem, no referendo de 1 de Julho, as emendas constitucionais que lhe permitiriam permanecer no Kremlin após 2024, declarou ontem, Domingo, numa entrevista. “Ainda não tomei uma decisão. Não afasto a hipótese de concor-
Presidente da Rússia, Vladimir Putin
rer [às eleições] se a Constituição o estipular. Vamos ver”, afirmou Putin, em entrevista ao canal Russia-1. A actual Constituição, de 1993, não permite o exercício em fun-
ções do Chefe de Estado “mais de dois mandatos consecutivos”. Porém, as alterações constitucionais aprovadas pelo Parlamento russo e enviadas ao Tribunal Constitucional (TC) eliminam
a palavra “consecutivo” e permitem que o Presidente em exercício, no momento da entrada em vigor da revisão constitucional, ou seja, Putin, concorra à reeleição, independentemente do número mandatos que já exerceu. O Presidente russo, no poder há 20 anos, alertou na entrevista que, se as emendas à Constituição não forem adoptadas, seria necessário encontrar um sucessor nos próximos anos e que isso seria contraproducente. “Temos que trabalhar, não procurar sucessores”, alegou Putin. O referendo sobre as emendas à Constituição estava inicialmente previsto para 22 de Abril, mas Putin teve de adiar o plebiscito para 1 de Julho devido à pandemia da Covid-19. No referendo, os russos terão que responder sim ou não a um único projecto de reforma constitucional, apesar de esta abranger quase 200 emendas. O mais importante em jogo é a proposta de Putin permanecer no Kremlin após 2024, uma vez que a actual Constituição o obriga a deixar o cargo após dois mandatos
consecutivos (2012-2018 e 20182024). Segundo o Kremlin, “mais da metade” dos russos que vão às urnas devem apoiar as alterações à lei constitucional. Putin também argumentou, na entrevista, que sua proposta de alterar a Constituição estava correcta, dizendo: “Estou absolutamente convencido de que estamos a fazer a coisa certa”. Putin justificou que a actual Constituição (que pretende agora reformar) foi aprovada num período crítico, em que houve “a mais grave crise interna” no país, designadamente quando tanques dispararam contra o Parlamento e houve confrontos com várias dezenas de vítimas em Moscovo. Actualmente, diz Putin, a situação política interna é estável e há motivos para alterar conceitos ancorados na Constituição. As alterações à Constituição de 1993 são múltiplas e variadas, incluindo a menção de que o casamento é a união de um homem e uma mulher ou a prevalência da Constituição russa sobre o Tratados Internacionais.
Amnistia Internacional acusa Moçambique de manter refugiados detidos em condições desumanas
A
Amnistia Internacional (AI) acusou as autoridades moçambicanas de manterem em prisão e em condições desumanas, há 18 meses, 16 refugiados e requerentes de asilo, assinalando que essa situação configura uma “violação dos direitos humanos”. A posição da organização nãogovernamental (ONG) de defesa dos direitos humanos surge num comunicado divulgado no dia 20 de Junho, em que assinalou o Dia Mundial do Refugiado. “As autoridades moçambicanas mantêm na prisão 16 refugiados e requerentes de asilo africanos, em condições desumanas, há 18 meses, sem que estes tenham cometido qualquer crime”, refere o co-
DR
municado da AI. Segundo a ONG, o grupo foi detido arbitrariamente no dia 17 de Janeiro de 2019 e é constituído por 15 congoleses e um etíope. Os 16 refugiados foram algemados e alegadamente espancados por polícias e agentes de imigração, no campo de refugiados de Maratane, província de Nampula, Norte de Moçambique, adianta o comunicado. Dois dias depois da detenção, os 16 homens foram transferidos para uma esquadra da Polícia em Pemba, capital da província de Cabo Delgado, Norte do país. As autoridades moçambicanas tentaram deportar sete refugiados para a RDCongo, no dia 23 de Janeiro do ano passado, mas foram devolvidos no Aeroporto In-
ternacional de Kinshasa pelas autoridades migratórias congolesas. Em Moçambique, os refugiados estão detidos em condições desumanas, em celas sem casa de banho e sem acesso a água potável, vendo-se obrigados a beber água insalubre, acusa a AI. Estão também privados de comida suficiente, não têm mantas e dormem em cima de papéis. “A maior tragédia sobre a contínua detenção arbitrária destes refugiados é que, 18 meses após a sua detenção, continuam sem saber porque foram detidos”, afirma o diretor-adjunto da AI para a África Austral, Muleya Mwananyanda, citado no comunicado. Mwananyanda considerou “abominável” o tratamento in-
Mulher num campo de refugiados
fligido aos 16 refugiados, exortando as autoridades moçambicanas a resolver a situação de acordo com a lei. A organização sublinha que a detenção arbitrária e prolongada é uma violação dos direitos humanos e expõe as vítimas à ameaça da covid-19. A AI refere que as autoridades não estão a implementar nenhuma medida de prevenção de covid-19 nas celas em que os 16 refugiados se encontram detidos. “O Governo moçambicano deve imediata e incondicionalmente pôr fim à detenção arbitrária destes refugiados e libertálos sem mais demora ou deduzir acusação dentro de padrões internacionalmente reconhecidos, se tiverem cometido algum crime”, lê-se na nota de imprensa.
OPINIÃO
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O PAÍS Segunda-feira, 22 de Junho de 2020
ELISABETE CEITA VERA CRUZ*
Os paradoxos da DEMOCRACIA e o BLACK LIVES MATTER
E
m nome da comodidade, da rapidez, da segurança e quejandos, a invasão da privacidade é hoje uma realidade. Aceite. Não foi sufragada, mas é aceite – sinal dos tempos, é daquelas imposições que (quase) não se questiona, tacitamente imposta e aceite em nome do progresso. Em nome do progresso, mas também da democracia – valor que parece conter, por arrasto, o progresso (e aqui e agora deixo ao leitor/a a tarefa de se indignar, interrogar e responder “afinal o que é isso de democracia e o que é isso de progresso, qual a relação entre os 2 conceitos?) –, vimos impavidamente assistindo e participando na gradual redução do que temos de mais privado. Ainda não temos na “banda”, mas sabemos, por exemplo, da existência dos cartões electrónicos que não precisam de ser passados na máquina para que se possa proceder ao pagamento, coisa básica, e aqueles (esses sim) que contêm o nosso historial – “sabem”, “conhecem-nos” de A a Z, desde o berço até aos nossos hábitos de consumo. O progresso, quantas vezes dramático – caso das bombas nucleares com Hiroxima a povoar a nossa memória – deve fazer-nos pensar, questionar as fronteiras do mesmo. Em nome do progresso e da liberdade, são cometidos horrores. Os pilares da liberdade, mormente da individual, encontram-se ameaçados e o bom senso exige, de todos nós, que paremos para pensar o que queremos, podemos e aceitar, o que estamos disponíveis
a sacrificar e até onde queremos chegar. Hoje, falar de tecnologia, de internet, de robótica, é um lugar-comum. A popularização da internet, permite que uma boa parte de nós tenhamos acesso ao mundo, conhecendo e dando(-se) a conhecer. Fala-se da necessidade de adequar a legislação com relação à protecção dos internautas, mas também do que é publicado, sendo que as balizas continuam porosas, o que nos deixa desconfortavelmente expectantes. Uma coisa é certa,
ninguém quer abrir mão da (sua) liberdade! A liberdade, esse valor que parece andar de mãos dadas com a democracia, valor tantas vezes reclamado quanto perseguido, tem um espectro: até onde se pode ir? Trata-se de uma questão que o país tido como a maior democracia do mundo, não poucas vezes (se) colocou, directa ou indirectamente – as circunstâncias para o seu limite (liberdade de informar), como a guerra, e o tempo para abertura de arquivos são disso exemplos.
Para o bem e para o mal, a invasão da privacidade é um facto e num tempo em que tanto dela se fala, felizmente há registos que vale a penafazeredaraconhecer–edizer, viva a liberdade! Foi a internet que permitiu conhecer, em directo, o homicídio de Georges Floyd. Foi a internet que nos deu a conhecer, nos mostrou o homicídio do jovem Rayshard Brooks. Sem a internet, o corporativismo da polícia (como de outras categorias e grupos socio-profissionais) poderia ter feito destes homicídios mais 2
casos corriqueiros da lei e da ordem, entre polícias e bandidos, entre bons e maus. Ora, os paradoxos da democracia existem porque fazem parte do jogo democrático, dirão alguns, porque interessará a outros tantos a sua manutenção, dirão outras vozes. No tocante aos DIREITOS HUMANOS, não pode haver paradoxos. Por isso há muito defendo que os estados devem/iam PROIBIR a existência de organizações, grupos racistas, isto é, que defendam, proclamem e promovam o RACISMO. O mesmo digo com relação à internet, às redes socias. Esta a resposta à pergunta como combater o racismo institucional, sistémico e seus derivados. A sua não proibição é que leva à existência de partidos políticos, com assento nas assembleias/parlamentos, em nome da liberdade de expressão e da democracia – institucionalizase e banaliza-se, assim, o horror e o injustificável. As fronteiras e balizas da liberdade e da democracia devem ser o bem e o mal. E é precisamente em nome da liberdade, da Democracia e da Paz que o respeito pelos DIREITOS HUMANOS, um valor inalienável, deve ser a premissa para combater o racismo sob todas as suas formas. Como diria Sherlock Holmes, “Elementar, meu caro Watson”. Porque BLACK LIVES MATTER, socorro-me, para terminar, do Manifesto Enquanto houver RACISMO não haverá DEMOCRACIA, a que qualquer um pode aceder (comracismonaohademocracia. org.br). * Professora e Investigadora
OPINIÃO
O PAÍS Segunda-feira, 08 de Junho de 2020
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KAJIM BANGALA DR
Mamã Ndonana
E
ra apesar de tudo divertido. A mama Ndonana vendia bombo com jinguba torrada. E micate. Curiosamente, muitos de nós estudaram na micate. A “Micate “ depois converteu-se na sede da “Jota “ ou qualquer coisa assim - é já confusa a memória. Nas nossas idas e voltas para e da escola comprávamos ou o matabicho ou almoço na mama Ndonana. Minto: a banca da mamã Ndonana ficava mais próxima da Escola da “Paracuca “. Uma vez, ao tentar transpor um dos portões do campo de São Paulo, o Vito morreu. Um tempo em que quando não havia recursos os miúdos pobres do bairro Indígena, congolenses e arredores subiam nos eucaliptos para espreitar os filmes em exibição no “Ngola “. Filmes como “Advinha quem vem jantar “ com Sidney Poytier, pri-
meiro negro galã de Hokliwwod. Acho. A nossa infância e o comércio da vovó Ndonana processava -se em torno do triângulo prédios dos congolenses, mercado do mesmo nome e o campo do S. Paulo. O campeonato distrital, geralmente à noite nos dias de semana e de manhã aos sábados e domingos, era dominado pelo ASA, Benfica de Luanda e Sporting de Luanda. Mais tarde apareceu o Futebol Clube de Luanda por volta de 1973, se a memória não foge. O nosso “amor” era, porém, o” Torneio Cuca” com todos aqueles heróis: Zaragateiro, Eduardo André, Matreira, Lourenço Dias. Nesses dias do Torneio Cuca “ havia filas no lugar da mama Ndonana. Muito antes das filas da Padaria Leão nos confrontos entre os três movimentos de libertação nacional, antes da independência. Muitos governantes de hoje é só por despeito que não admitem que janta-
vam bombo com jinguba da mamã Ndonana. Diga-se também que eram várias as sanções que os pais aplicaram aos filhos por roubarem as moedas do pão para ir na mama Ndonana. Geralmente de manhã : -Vadito ! - Papá... (o prevaricador,murcho, quase já a fazer a confissão) - Você já sabe como o teu pai é... Dá com uma mão mas bate com a outra. - Papá... Cama-te, ainda não acabei de falar. Onde estão as moedas que estavam no cafocolo do papá? A resposta insatisfatória dava direito a uma sessão de “descarrego.” Consubstanciada numa valente coça e que deixava invariavelmente de cama o castigado. Mas, eventualmente, algumas mães observavam uma greve de sexo em sinal de protesto. Mamã Ndonana foi embora para os EUA. Ninguém mais se lembra dela. A excepção do meu amigo Dr. Matadi Daniel.
DESPORTO
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O PAÍS Segunda-feira, 22 de Junho de 2020
Romeu Filemón com dupla função no Recreativo do Libolo Com o objectivo de retirar a formação do Cuanza-Sul do marasmo em que se encontra, o novo treinador tem voto de confiança e apoio da direcção presidida por Luís Mariano. Romeu Filemon já passou por vários clubes do Girabola, mas foi na Selecção Nacional onde atingiu o auge na sua carreira como treinador DANIEL MIGUEL/ARQUIVO
Mário Silva
O
treinador angolano Romeu Filemón foi, no Sábado, apresentado na Vila de Calulo, província do Cuanza-Sul, como novo técnico e coordenador de todo o projecto de formação do Recreativo do Libolo para a época 2020/2021. Segundo a página oficial do clube, a direcção dos libolenses, encabeçada por Luís Mariano Carneiro, pediu ao antigo técnico dos Palancas Negras para devolver a mística do tetra-campeão do Girabola, Campeonato Nacional de futebol da primeira divisão. Para concretizar este objectivo, a direcção espera que o novo timoneiro da turma da Vila de Calulo aposte no trabalho da formação para, no curto ou médio prazo, os atletas da ‘cantera’ possam potencializar a base da equipa principal. Para esta empreitada, Romeu Filemón terá como adjunto Afonso Paxe Filho, e para treinador de guarda-redes Ndombaxi João “Dodó”. O treinador substituiu no comando técnico André Macanga, antigo capitão dos Palancas Negras, que não chegou a acordo com a nova direcção do Libolo. Romeu Filemón já orientou vários clubes nacionais, o último foi o Kabuscorp do Palanca, e a Selecção Nacional em sub-20.
FAN lamenta morte do antigo nadador angolano
O
membro da Federação Angolana de Natação (FAN) Manuel Gomes lamentou a morte de Pedro Lima, vítima de alegado suicídio, em Portugal. Manuel Gomes, em nome de todos os desportistas, em particular dos nadadores, endereçou à família do malogrado os sentimentos de pesar e muita cora-
gem neste momento bastante difícil. Pedro Lima representou as cores da bandeira angolana nos Jogos Olímpicos de 1988 e 1992. Pedro Lima emigrou muito cedo para as terras de Luís de Camões, onde deu continuidade a natação. O malogrado, de 49 anos, depois trocou as piscinas pelo cinema e TV, afirmando-se também como actor de várias novelas.
O PAÍS Segunda-feira, 22 de Junho de 2020
27 DANIEL MIGUEL/ARQUIVO
ASA aposta na formação nos próximos dois anos
A
formação será uma das apostas da nova direcção do Atlético Sport Aviação (ASA) eleita neste Sábado, em Luanda, para suportar o escalão sénior, que ficará ausente das competições durante dois anos. Envolto em problemas financeiros, o clube pretende formar jovens atletas e voltar à alta competição ao menos dois anos depois, com o objectivo de resgatar à mística de outros tempos, quando conquistou o nacional da I - Divisão em três ocasiões.
Eleita com 30 votos a favor e um em branco para o quadriénio 2020/24, o elenco, liderado por José Luís Prata, aposta, para já, em garantir autonomia financeira, na construção e reabilitação das infra-estruturas, além da formação. Do ponto de vista administrativo e financeiro, o desafio será solucionar as dívidas com jogadores, treinadores, funcionários e fornecedores com ajuda de um possível acordo com os patrocinadores. Por via de uma lista de consenso, José Luís Prata,
proposto pelo Conselho de Administração da Transportadora Aérea Nacional, substitui no cargo Adriano Domingos. A mesa da Assembleia-geral dos aviadores é liderada por Rui Carreira, Luís de Almeida (vicepresidente), José Filho (secretário). Glória Garcia e Domingos Bento (vogais). Além de José Luís Prata, integram a direcção cinco vicepresidentes: Laurentino Martins, Manuela de Oliveira, Omar de Matos, Catarina Vieira e José Morais.
Grigor Dimitrov anuncia que está infectado com COVID-19
G
rigor Dimitrov, 19.º do ranking da ATP, está infetado com Covid-19. O anúncio foi feito pelo tenista búlgaro de 29 anos. “Quero informar-vos que testei positivo ao Covid-19. Desta forma, pretendo garantir que todos aqueles com quem estive em contacto nos últimos dias tomem as precauções necessários e reali-
zem testes. Peço desculpa por algum mal que possa ter causado”, desabafou no Instagram. Recorde-se que Dimitrov esteve no Adria Tour, um torneio organizado por Novak Djokovic na Croácia. Durante a estadia em Zadar, o tenista participou em vários eventos sociais, que contaram com a presença do actual número um do mundo.
Van Dijik destaca: “mais um ponto rumo ao nosso objectivo”
V
irgil Van Dijk assumiu a felicidade pelo regresso aos relvados depois da suspensão forçada devido à pandemia de Covid-19. O central do Liverpool frisou a importância do empate no terreno do rival Everton. “Foi um jogo muito intenso e duro, em que ninguém sabia o que esperar. Ainda assim, esta-
mos todos contentes por regressar aos relvados. Não perdemos e conseguimos mais um ponto rumo ao nosso objectivo. Agora é continuar a melhorar”, assumiu à Sky Sports. Recorde-se que o Liverpool continua na liderança da Premier League com 83 pontos, mais 23 que o Manchester City (menos um jogo).
Zapatsboss na goleada da Atlanta
A
Ata l a nta derrotou, ontem, o Sassuolo por 4-1, em jogo da 25.ª jornada da Liga italiana. O avançado Duvan Zapata esteve em destaque ao assi-
nar dois dos quatro golos da Atalanta, tendo os restantes sido apontados por Bourabia (autogolo) e Djimsiti frente ao Sassuolo, que marcou o golo de honra nos descontos através de Bourabia.
CLASSIFICADOS emprego
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O PAÍS Segunda-feira, 22 de Junho de 2020
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TEMPO
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O PAÍS
Segunda-feira, 22 de Junho de 2020
PREVISÃO DO TEMPO *** 3 DIAS *** PARA AS PRINCIPAIS CIDADES VÁLIDA DE 22 A 24 DE JUNHO DE 2020
Fonte: INAMET
INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGOA E GEOFÍSICA - CENTRO NACIONAL DE PREVISÃO DE TEMPO (CNPT)
Das 18 horas do dia 21 às 18 horas do dia 22 de Junho de 2020
PREVISÃO DO TEMPO *** 3 DIAS *** PARA AS PRINCIPAIS CIDADES, válida de 22 a 24 de junho de 2020 Data 22/ 06/ 2020
CIDADE
Mín
Data 23/ 06/ 2020
Estado do Tempo
Máx
Mín
Máx
Estado do Tempo
Data 24/ 06/ 2020 Mín
Máx
LUANDA
20
29
Céu nublado a pouco nublado por vez limpo
19
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Céu nublado a pouco nublado
20
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CABINDA
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Céu nublado a pouco nublado, neblina matinal
20
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Céu nublado a parcialmente, neblina
20
30
SUMBE
20
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Céu parcialmente nublado a pouco nublado
19
29
Céu parcialmente nublado a limpo
20
30
CAXITO
21
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Céu parcialmente nublado a limpo
20
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Céu parcialmente a pouco nublado
19
31
REGIÃO NORTE: Províncias de Cabinda, Zaire, Bengo, Luanda, Uíge, Malanje, Cuanza-Norte, Cuanza-Sul, Lunda-Norte, Lunda-Sul: Céu nublado a parcialmente nublado, apresentando-se pouco Céu parcialmente nublado a limpo nublado a limpo durante a tarde, em quase toda a região. Céu nublado a pouco nublado Possibilidade de ocorrência de neblina em alguns municípios das Céu nublado a pouco nublado províncias de Cabinda, Uíge, Zaire e Malanje Estado do Tempo
Céu parcialmente nublado, neblina Céu nublado
MBANZA KONGO
17
29
Céu nublado a pouco nublado, neblina matinal
17
30
Céu nublado neblina
16
29
UIGE
14
28
Céu nublado a pouco nublado, neblina matinal
15
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Céu nublado a pouco nublado, neblina
14
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NDALATANDO
17
31
Céu parcialmente nublado a limpo.
17
29
Céu parcialmente a pouco nublado
16
28
REGIÃO CENTRO: Províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico Céu parcialmente nublado, alternando-se com períodos de céu Céu parcialmente nublado a limpo limpo a pouco nublado em quase toda a região.
MALANJE
13
28
Céu nublado a pouco nublado, neblina matinal
12
29
Céu nublado a limpo, neblina
13
28
Céu nublado a pouco nublado
DUNDO
15
29
Céu pouco nublado a limpo
14
30
Céu pouco nublado
15
29
Céu pouco nublado
SAURIMO
14
27
Céu pouco nublado a limpo
13
28
Céu pouco nublado
12
27
Céu parcialmente a pouco nublado.
BENGUELA
18
29
Céu pouco nublado a limpo
19
30
Céu parcialmente a pouco nublado
19
30
Céu pouco nublado
HUAMBO
02
26
Céu parcialmente nublado a limpo
03
25
Céu pouco nublado a limpo
03
24
Céu pouco nublado
CUITO
04
21
Céu pouco nublado a limpo
05
22
Céu pouco nublado
04
23
Céu parcialmente nublado a limpo
LUENA
14
24
Céu pouco nublado a limpo
13
25
Céu limpo a pouco nublado
14
24
Céu limpo.
LUBANGO
10
23
Céu limpo a pouco nublado.
09
24
Céu pouco nublado
08
24
Céu pouco nublado
MENONGUE
08
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Céu pouco nublado a limpo
09
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Céu limpo
10
27
Céu limpo a pouco nublado
MOÇÂMEDES
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33
Céu limpo
18
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Céu pouco nublado
17
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Céu pouco nublado
ONDJIVA
08
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Céu pouco nublado a limpo
09
26
Céu limpo
08
25
Céu limpo
Céu parcialmente nublado.
REGIÃO SUL: Províncias do Namibe, Huíla, Cunene e Cuando Cubango: Céu pouco nublado, apresentando-se temporariamente limpo em quase toda região.
O(s) Meteorologista(s): Miguel Pedro & Basília Maia Luanda,21 junho de 2020 Aeroporto Internacional 04 de Fevereiro, Rua 21 de Janeiro – Tel.: 949320641 – Luanda. Site: http://www.inamet.gov.ao; emails: geral@inamet.gov.ao / geral.inamet@angola-portal.ao
TEMPO NO MAR
Fonte: INAMET
BOLETIM METEOROLÓGICO PARA A NAVEGAÇÃO MARÍTIMA
3. DESCRIÇÃO SINÓPTICA DAS 18:00 TU DO DIA 21/06/2020 ÀS 18:00 TU DO DIA 22/06/2020.
INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA E GEOFÍSICA – INAMET
Previsão do Tempo 1. SITUAÇÃO GERAL ÀS 18:00 TU DO Centro DIA Nacional 21 DE de JUNHO DE 2020:
Circulação geralmente fracaBOLETIM a moderada, de Sul-Sudoeste entre MARÍTIMA os paralelos 4°S e 12°S, Sul 12°S e METEOROLÓGICO PARA A NAVEGAÇÃO 14°S e Sul-Sudeste 14°S – 18°S.
2.1. PREVISÃO ATÉ AS TU DO DIA 22 DE JUNHO DE 2020: SITUAÇÃO GERALVÁLIDA ÀS 18:00 TU DO DIA 21 DE 18:00 JUNHO DE 2020:
4. CARTA DO VENTO MÁXIMO E DA ALTURA DA ONDA MÁXIMA PREVISTA
Circulação geralmente fraca a moderada, de sul-sudoeste entre os paralelos (4°S – 12°S), sul (12°S – 14°S) e sul-sudeste(14°S – 18°S).
2. PREVISÃO VÁLIDA ATÉ AS 18:00 TU DO DIA 22 DE JUNHO DE 2020:
REGIÃO
VENTO
ESTADO DO TEMPO
(ATÉ 200 MILHAS DA COSTA)
ALTURA DA ONDA (METROS)
ESTADO DO MAR
VISIBILIDADE HORIZONTAL (KM)
DIRECÇÃO FORÇA (KT)
Cabinda (4°S – 6°S)
Parcialmente Nublado
Zaire, Bengo, Luanda e Cuanza-Sul (6°S – 12°S) Benguela (12°S – 14°S)
Parcialmente Nublado
Namibe (14°S – 18°S)
Geralmente limpo
Geralmente limpo
O anticiclone de Santa Helena alterna-se com períodos de pressão central de 1020 hPa a 1025 hPa. Assim, prevê-se mar agitado, com ondas de 1.6 a 2.2 metros de altura, da região marítima de Cabinda a Benguela e muito agitado com ondas de até 2.6 metros de altura e ventos de 18 a 24 nós na região marítima do Namibe. Possibilidade de ocorrência de neblina, tornando a visibilidade moderada na região maritima de Cabinda
SulSudoeste
Até 08
Até 1.6
Agitado
Moderada (Superior a 5)
SulSudoeste
Até 16
Até 2
Agitado
Boa (Superior a 10)
Sul
Até 20
Até 2.2
Agitado
Boa (Superior a 10)
SulSudeste
18 a 24
Até 2.6
Muito agitado
Boa (Superior a 10)
Os contornos a cores indicam a altura máxima da ondulação e os contornos em tom cinza indicam os possíveis incrementos das vagas devido à influência do vento local.
OPINIÃO
O PAÍS Segunda-feira, 22 de Junho de 2020
31
DANI COSTA
Não privatizem o Presidente!
Q
uem acompanhou a imprensa depois do fim da guerra lembrar-se-á, certamente, da tripla mais feroz que saia em defesa das acções do Executivo angolano, mormente do ex-Presidente José Eduardo dos Santos. Atendiam pelos nomes Rui Tristão, Afonso Bunga e Paulina Frazão. Quase que não se lhes conheciam os rostos, embora a escrita, para os mais atentos, apontavam para determinadas penas conhecidas, algumas das quais ainda em vida. Dia sim, dia não, eram os ‘patrulheiros’ de um regime que muitos deles hoje dizem abominar e até chegavam a idolatrar os desvaneios que alguns dizem não ter tido conhecimento, se calhar a soldo de interesses que não eram sequer tão inconfessos. A crítica ao então Executivo e ao então Presidente, mesmo que necessária fosse, eram pagos com insultos. Foi assim que dezenas de angolanos, entre jornalistas e políticos, viram os seus nomes atirados na lama por ousarem apontar caminhos ou criticar o destino que era dado ao erário. Tudo acontecia numa fase em que se pensava que com a alta do preço do petróleo e os desígnios que se pretendia da economia nos fossem levar a um país diferente do esquelético que vamos tentado recuperar, onde, infelizmente, milhares de angolanos continuam na miséria, mais de 30 por cento de jovens desempregados e outros até sobrevivem graças ao que encontram nos contentores de lixo. A intocabilidade no passado fez com que determinados acessos fossem fechados. Quem emitisse opinião contrária fosse taxado de ‘inimigo do Estado’, de tal sorte que franquear as portas da Cidade Alta era privilégio para poucos, embora teoricamente fossemos todos
apresentados aos olhos do mundo e para os relatórios da Amnistia Internacional, Repórteres Sem Fronteiras e Human Right Watch como iguais perante a lei. Se o tempo pudesse recuar, não tenho dúvidas de que hoje, talvez, os que mandavam outrora teriam as opiniões melhor acolhidas. Se calhar nem os jornais fossem apelidados de pasquins ou a Oferta Pública de Aquisição (OPA) de que foram alvos determinados meios de comunicação social fizesse sentido. A defesa cega e suspeita de muitos fez com que se travasse o evoluir de um processo natural em que
dizer o certo e o errado seria a mais simples das opiniões num Estado de Direito de Democrático. Três anos depois de ter chegado ao poder, já há quem pense que este Presidente também não é todos os angolanos, o que faz com que opiniões contrárias tenham já despertado determinados guardiões do templo sempre disponíveis para achincalhar quem assim pense. Os novos calvinistas insistem na teoria segundo a qual ‘a única grande ofensa das pessoas é ter vontade própria. E que todo o bem de que a humanidade é capaz consiste na obediência’.
Criticar voltou a ser sinónimo de heresia. Apontar caminhos diferentes um privilégio para poucos, independentemente do rumo que o país vai seguindo em determinadas esferas, apesar de o próprio Presidente já se ter manifestado em determinadas ocasiões favorável a isso. Os novos patrulheiros parecem já estar em prontidão. Alguns nomes já vão sendo vilipendiados e, certamente, se as coisas apertarem, outros poderão conhecer o mesmo sabor por ousarem dizer o contrário àquilo que são os desígnios do partido no poder ou ques-
tionarem as acções do próprio Executivo e do seu titular. No Estado Democrático, a crítica é parte da participação política. É parte do direito que assiste a quem elege reivindicar melhores políticas públicas e inclusivas. Quem aceita está convivência, com novos patrulheiros e as suas sirenes nesta fase, ainda não percebeu o que é democracia nem o Estado Democrático. Como já dizia Stuart Mill, no livro Sobre a Liberdade, ‘há sempre esperança quando as pessoas são forçadas a escutar os dois lados. É quando prestam atenção a apenas um deles que os erros se solidificam…”. Há poucos dias, em Talatona, empresários, jornalistas, líderes religiosos e outras entidades apresentaram as suas visões sobre os destinos que se pretende para o país na fase pós-COVID. E outros poderiam fazê-lo caso fosse possível. Impossibilitados, há quem o faça apresentando, publicamente, aqueles que são os seus caminhos para os milhares de problemas que devemos enfrentar em conjunto, cada um contribuindo na sua zona de actuação. Mas isso não pode fazer deles novos inimigos do Estado, ressuscitando fantasmas de um passado que se esperava ultrapassado com a nova governação, só porque as ideias são diferentes de quem tem o poder político e económico. Não se pode sequer permitir que alguém se julguem detentores exclusivos dos direitos de formular críticas ao Executivo ou quem o dirige. É importante que não se privatize o Presidente. Ele é de todos desde o dia em que se conheceu os resultados das eleições há três anos. É da situação e da oposição. É daqueles que o votaram e dos que não o votaram. É até dos que preferiram deixar o papel em branco. É dos que o criticam como daqueles que o adulam. O Presidente é nosso!
ÚLTIMA
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O PAÍS
Segunda-feira, 22 de Junho de 2020
MINEA coopera na instalação de sistemas de água nas escolas O Ministério da Energia e Águas (Minea) vai cooperar no programa de instalação de sistemas de água as escolas fora da cobertura da rede pública, tendo em conta o reinício do ano lectivo 2020, agendado para o próximo mês de Julho
Ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges
D
e acordo com uma nota de imprensa, citada ontem pela Angop, o ministro João Baptista Borges garantiu que, apesar das limitações em recursos materiais e humanos, o MINEA vai juntar-se aos esforços dos governos provinciais e do Mi-
nistério da Educação envolvendo o seu potencial técnico. Por outro lado, na reunião de balanço do Núcleo de Gestão de Distribuição de Água às Comunidades, em que participaram igualmente a ministra da Educação, Luísa Grilo, e a governadora de
Luanda, Joana Lina, o governante fez uma retrospectiva do Programa Nacional de Distribuição de Água Potável às populações de zonas desprovidas de rede pública, desde a entrada em vigor do estado de emergência, a 27 de Março de último. Falou sobre os milhões de litros de água oferecidos a milhares de cidadãos e instituições de carácter social nos últimos três meses de operação, com envolvimento de cerca de 119 camiões, maioritariamente cedidos por particulares. Devido à pandemia da Covid-19, as aulas foram suspensas em Março transacto e conforme a actual situação de calamidade pública a retoma está prevista para 13 de Julho para o ensino superior e segundo ciclo do ensino secundário e posteriormente o ensino primário, dependendo, no entanto, da situação epidemiológica do país. As instituições de ensino são também orientadas a garantir condições para o distanciamento físico, à entrada e dentro do edifício escolar, assim como o uso obrigatório de máscaras.
INACOM regista ataque às operadoras móveis
“O
álcool ou qualquer mistura com álcool a mais de 65% dissolve qualquer gordura, sobretudo a camada lipídica externa que protege o vírus”. “Qualquer mistura com uma parte de cloro e cinco partes de água dissolve directamente a proteína, desintegrando o vírus”. “O vírus não é um organismo vivo, mas sim uma molécula de proteína (ARN) coberta por uma camada protectora de lípido (gordura), que ao ser absorvida pelas células das mucosas ocular, nasal ou bucal, alteram o código genético delas (mudam) e as convertem em células agressoras multiplicadoras”. “O vírus conserva-se muito estável em ambientes frios, húmidos e escuros”.
O
Instituto Angolano das Comunicações (INACOM) informa que tomou conhecimento de um ataque às redes das operadoras móveis nacionais, nas últimas horas, e apela aos utilizadores a não atenderem, nem retornar chamadas internacionais para números desconhecidos. Numa nota, a que a Angop teve ontem acesso, o INACOM refere que o ataque, também conhecido como “toque e foge”, é uma fraude económica que visa, essencialmente, atrair os utilizadores a retornar a chamada de telefone, com o objectivo de arrecadar receitas pelas chamadas internacionais. Trata-se de um fenómeno que afecta a indústria, essencialmente de telefonia móvel, em vários países.
O que saber sobre o Coronavírus…
“Nenhum bactericida serve! O vírus não é um organismo vivo como a bactéria, e se não está vivo não se pode matar com antibióticos, os vírus são desintegrados. Daí que a solução está em romper a sua cadeia de propagação e mutação”. “O vírus não atravessa a pele sã”. O instituto das comunicações informa estar a trabalhar desde que tomou conhecimento, com as operadoras, com destaque para a Unitel, e que já foram tomadas medidas para o controlo da situação.
Tranquiliza os utilizadores das redes móveis de que não há o risco de roubo de informações ou dados pessoais e coloca à disposição a sua linha de atendimento gratuita (15 555) para apoiar os utentes dos serviços de comunicação.
“O calor muda o estado da matéria da gordura da camada protectora do vírus, por isso é bom usar água a mais de 25 graus centígrados para lavar as mãos, a roupa e locais em que nos encontremos”.
“Não sacudam! Esfreguem as superfícies com álcool, cloro (lixívia), água oxigenada ou detergente! O vírus agarrado a uma superfície se desintegra algum tempo segundo a matéria de que é feita esta superfície. 3 horas (tela porosa), 4 horas (cobre e madeira), 24 horas (cartão), 42 horas (metal) e 72 horas (plástico). Se se sacudir o vírus volta a flutuar no ar e pode alojar-se no nariz”. “Como o vírus não é um ser vivo senão uma molécula de proteína, não se mata, mas se desintegra. O tempo de desintegração depende da temperatura, humidade e tipo de material onde repousa”. “A água oxigenada dissolve a proteína do vírus, isto ajuda muito depois do uso de sabão, álcool ou cloro para atacar o vírus, mas há que usá-la pura e se se usar na pele a pode ferir”. “O vírus é muito frágil, o único que o protege é uma camada externa muito fina de gordura, por isso é que qualquer tipo de sabão é o melhor remédio, porque a espuma corta a gordura (há que esfregar-se por 20 segundos no máximo e fazer muita espuma. Ao dissolver a camada de gordura se dispersa e desintegra por si”. UMA RECOMENDAÇÃO VALIOSA Use a mão não dominante para abrir as portas em casa, escritório, transporte, banhos, etc., já que é muito difícil que venha a tocar o rosto com essa mão. Na Coreia do Sul foi muito difundida esta iniciativa.