Comissão Multissetorial desconhece fonte de transmissão da Covid-19 a nove pessoas em foco: O Ministério da Saúde (MINSA) desconhece, até ao
momento, o vínculo epidemiológico de nove pacientes com Covid-19 detectados em diversos municípios da província de Luanda, reconheceu, ontem ,a titular da pasta, Sílvia Lutukuta. P. 2 www.opaís.co.ao e-mail: info@opaís.co.ao @jornalopaís facebook/opaís.angola @jornalopais
Director: José Kaliengue
O diário da Nova Angola
Edição n.º 1877 Terça-feira, 23/06/2020 Preço: 40 Kz
angolanos tomam de assalto património da Universal sociedade: Um grupo de mais de 300 pastores e bispos reformistas da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) instalou, desde ontem, a sua sede nacional na catedral do Morro Bento e a sub-sede na catedral do Lar do Patriota. A liderança brasileira permanece com a gestão dos tempos localizados no centro de Luanda, mantendo a sede no Alvalade. Em Benguela, onde se registou movimento semelhante, os angolanos acusam os brasileiros de falta de respeito e racismo. P. 10
Inquérito sobre “aluguer de viaturas” no Cuanza-Sul concluído e remetido a Luanda l O processo foi remetido para a Direcção Nacional de Prevenção e Combate à Corrupção para o cumprimento de outras formalidades que poderão resultar em processo criminal, caso haja indícios de cometimento de crimes. P. 8
DR
Reforma do Estado
Executivo reduz 29 % dos institutos públicos POLÍTICA: Calcula-se que, com as reduções ora
Isabel dos Santos desmente suposto congelamento de mais de 300 milhões de euros em Portugal l A empresária angolana Isabel dos
Santos desmentiu, ontem, as informações postas a circular na imprensa portuguesa, durante o último Domingo, segundo as quais a Polícia lusa teria confiscado mais de 300 milhões de euros e bens patrimoniais supostamente pertencente à sua família. P. 8
“Importar 75 mil animais não é uma operação que se faça em meses”
apresentadas, o Estado poupará mensalmente quase 153 milhões de kwanzas, como corolário da redução das despesas com as remunerações e regalias consignadas aos titulares de cargos de direcção e chefia ao nível dos institutos públicos. P. 9
l Fraca autoridade na área de veterinária pode ter propiciado a não criação de condições regulamentares para que o lote de animais importado do Tchad tivesse seguido os parâmetros estabelecidos internacionalmente neste tipo de operações. P. 18
e ainda no cartaz:
Cultos católicos
Poderão ser realizados em espaços abertos com mais de 150 pessoas
Geraldo Dala
estreia-se nas letras com Percursos e Trajectórias “Embuscadereferências”
Museu de História Natural
Em Nova Iorque retira estátua de Roosevelt
EM FOCO
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O PAÍS Terça-feira, 23 de Junho de 2020
ACTUALIZAÇÃO COVID-19 Diária sobre o Coronavírus A partir do Centro de Imprensa Aníbal de Melo
Comissão Multissetorial desconhece fonte de transmissão da Covid-19 a nove pessoas O Ministério da Saúde (MINSA) desconhece, até ao momento, o vínculo epidemiológico de nove pacientes com Covid-19 detectados em diversos municípios da província de Luanda, reconheceu, ontem, a titular da pasta, Sílvia Lutukuta Maria Teixeira
A
governanteanunciou, na habitual conferência de imprensa de actualização dos dados sobre a pandemia em Angola, que foram detectados, ontem, mais três novos casos, dentre os quais resultou no óbito de uma cidadã, de 66 anos idade, ocorrido no Hospital Militar de Luanda. Neste momento, os dados estatísticos indicam, nas últimas 24 horas, a existência de 186 casos positivos, dos quais 10 resultaram em óbito, 77 estão recuperados e 99 estão activos e clinicamente estáveis, assistidos em unidades sanitárias de referência. Os últimos casos registados, nas últimas 24 horas, tratam-se de uma criança de dois anos de idade, assintomática, contacto directo de um caso positivo de 36 anos. Este por seu lado, é um caso positivo com sintomas moderados. Sílvia Lutukuta esclareceu que o terceiro caso envolve uma senhora de 66 anos de idade que deu entrada no Hospital Militar Central na noite de Domingo com um quadro respiratório grave. Porém, o seu estado clínico agravou-se ainda mais e acabou por morrer três horas após a sua admissão, tendo testado positivo no exame de Covid-19. Por outro lado, garantiu que foram tomadas todas as medidas de saúde pública em relação aos contactos destes três casos testados positivo.
“Do balanço que fazemos, de acordo com o vínculo epidemiológico, temos um total de 57 casos importados, 120 casos de contaminação local e nove com vínculo epidemiológico desconhecido”, revelou. Do ponto de vista laboratorial, a ministra disse que o país tem um
acumulado de 20. 140 colheitas e já foram processadas e testadas positivas 186 amostras e 16.530 amostras tiveram resultado negativo, sendo que as restantes estão em processamento. Disse ainda que 740 pessoas observam a quarentena institucional em todo o país, enquanto dez Nambi Wanderley
pessoas na província de Luanda tiveram alta e uma em Cabinda. A cifra dos casos sob investigação é de 415 pessoas suspeitas e os contactos dos casos suspeito sob vigilância são 1.345. No período em referência, o Centro Integrado de Segurança Pública (CISP) recebeu 73 chamadas, das quais uma denúncia de violação do estado de calamidade e 72 pedidos de informação sobre a Covid-19. Aumento de casos adia abertura das igrejas de Luanda e Cuanza-Norte A ministra da Saúde, Sílvia Lutukuta, informou, ontem, que as igrejas nas províncias de Luanda e do Cuanza-Norte vão continuar encerradas pelo facto de se registar nas últimas semanas aumento de casos de Covid-19. “Apesar de termos feito uma projecção no Decreto do Estado de Calamidade em que estimávamos que os locais de culto e de cerimónias religiosas abririam no dia 24, tal não vai acontecer nas províncias de Luanda e Cuanza-Norte por causa da situação epidemiológica actual. Temos tido um aumento considerável de casos nas últimas semanas”, recordou. De salientar que o Decreto Presidencial sobre o Estado de Calamidade determina que a partir de 24 de Junho as igrejas reabririam com limitação de até 50 por cento da capacidade dos locais de culto e não superior a 150 pessoas. Jovens chamados a cumprir as medidas de protecção individual e colectiva “É importante aqui fazer uma chamada de atenção, porque temos observado um grande incumprimento das medidas de protecção individual e colectiva que nós temos estado a advertir diariamente”, frisou.
O PAÍS Terça-feira, 23 de Junho de 2020
Segundo a governante, tem havido muita gente nas ruas e muitos aglomerados sem respeitar o distanciamento entre as pessoas de pelo menos dois metros e sem o uso da máscara que ajuda no corte da cadeia do vírus. “Vai aqui um alerta aos nossos jovens: reiteradamente observa-
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mos neste grupo, em particular, o incumprimento das medidas de protecção individual e colectiva”, alertou. Sílvia Lutukuta afirmou a importância do uso da máscara, salientando que ajuda e protege contra está doença de fácil contágio e não é só.
Explicou que a máscara não é para pôr debaixo do queixo, mas para colocar a tapar a boca e o nariz, uma vez que a porta de infecção do vírus é através destes dois órgãos citados e os olhos. A progressão da doença dependerá do trabalho de pessoas individuais e colectivas.
Laboratório do INIS retoma a actividade hoje, depois de descontaminado A porta-voz da Comissão Multissectorial para a Prevenção e o Combate à Covid-19 esclareceu que o laboratório do Instituto Nacional de Investigação em Saúde já foi descontaminado e desinfectado ontem e hoje retoma a actividade com normalidade. Em relação aos funcionários administrativos deste laboratório que testaram positivo, Sílvia Lutukuta esclareceu que um deles não estava em actividade, sendo que, apenas foi fazer o seu rastreio. Já o outro caso é de um jovem administrativo que fazia parte das equipas de trabalho que estava em isolamento, distante
Prorrogados prazos de reinício das aulas no ensino primário e secundário Sílvia Lutukuta disse que o Ministério da Educação está a trabalhar no sentido de criar os mecanismos de bio-segurança nas escolas e adoptou outras medidas para o ensino primário e secundário. Esclareceu que foi adiada a data de reinício das aulas para existir tempo suficiente para se criar as condições de biosegurança nas escolas. Reiterou a necessidade de se educar as crianças a usar correctamente a máscara e que há aquelas, artesanais, que chegam a ser mais baratas. O seu uso é que é muito importante. Por outro lado, disse que o país tem vários centros de hemodiálise e a sua instituição, o MINSA, tem apoiado esses centros com material de bio-segurança, quando é solicitado.
da família, num dos hotéis onde estão os profissionais. Garantiu que as medidas de saúde pública estão a ser tomadas. Por esta razão, explicou que não há necessidade de se fazer uma cerca sanitária num local estratégico que é o laboratório, em que, em primeira instância são as pessoas que melhor cumprem as regras de protecção, usam todos os equipamentos de biosegurança para trabalharem em segurança. Cuanza-Norte conta já 160 amostras negativas e quatro positivas Sílvia Lutukuta disse que, em
relação à província do CuanzaNorte, estão a fazer a avaliação epidemiológica profunda para ter conhecimento das reais condições e a fazer testagem do pessoal que se encontra nas zonas onde foram montadas cercas sanitárias. “Queríamos dar aqui nota de que das amostras que vieram do Cuanza-Norte, que englobam o grupo de casos positivos, nós tivemos já três remessas. Uma primeira com 40 amostras, depois de 60 e mais 60. Portanto, já chegaram cá a Luanda 160 amostras e todas, com excepção das quatro, foram negativas”, garantiu.
“Não vemos razão nenhuma para os médicos se manifestarem” Questionada sobre uma possível greve dos médicos, a ministra da Saúde explicou que durante essa legislatura foram realizados os maiores concursos públicos no sector da saúde de todos os tempos. Entretanto, recordou que tiveram um concurso público em 2018 cujos ingressos saíram em 2019, em que se admitiu para a função pública um total de nove mil e 250 profissionais novos. Já em 2019 realizaram um concurso de admissão de sete mil profissionais, com os enquadramentos a ocorrerem em 2020. Explicou que no universo dos profissionais, os médicos foram a classe com um número considerável de vagas. Assim sendo, disse que as admissões não podem ser feitas de formas arbitrárias, salientando que esse concurso teve pressupostos fundamentais como a nota de final de curso, o exame público bem como a avaliação que era transversal para todo o
país. De acordo com Sílvia Lutukuta, o concurso primou pela transparência, equidade e sem facilitismos de ninguém. Tinham 1.240 vagas disponíveis, entre as quais 200 vagas para médicos especialistas, e que apenas 120 médicos especialistas ocuparam as vagas, sobrando 80 vagas. Para os outros médicos, disse que as vagas não chegaram, apesar de terem boas notas. Contou que ainda têm 160 médicos por colocar com notas positivas, mas que estão a fazer uma avaliação, uma vez que há sempre aqueles que não querem entrar porque foram transferidos para outros locais do país. “Portanto, nós não vemos razão nenhuma para os médicos se manifestarem, porque quem não teve positiva não vai mesmo entrar. Não tem condição”, garantiu, enfatizando que as manifestações estão proibidas durante o estado de calamidade.
PR nomeia novos conselhos de administração da RNA e TPA
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Presidente da República, João Lourenço, exonerou o presidente do Conselho de Administração da Rádio Nacional de Angola (RNA), Marcos António, tendo nomeado para a sua substituição o jornalista Pedro Cabral. No mesmo Decreto, João Lourenço procedeu à exoneração de Paula Simons, do cargo de administradora executiva para a area de conteúdos, Fidel Silva, administrador executivo para a administração e finanças e Cândido Pinto, administrador executivo para a área técnica. Foram ainda exonerados Círia de Castro, do cargo de administradora executiva para a área de marketing e intercâmbio, José da Cruz Neto, administrador não executivo e Aguinaldo José Lino Cahilo, administrador não executivo. Noutro Decreto, João Lourenço nomeou Estanislau Garcia para o cargo de administrador executivo para a área de conteúdos, Cristina da Costa Nobre, administradora executiva para administração e finanças, Hamilton Fernandes Domingos, administrador executivo para a área técnica e António Sebastião Lino, administrador executivo para a área de marketing e intercâmbio. Foram ainda nomeados Africano Neto para o cargo de administrador não executivo e Paulo
Julião Muacavula igualmente como administrador não executivo. Já no Conselho de Administração da Televisão Pública de Angola (TPA), o Presidente da República exonerou Paulo Julião, do cargo de administrador executivo para a área de conteúdos, Ana Lemos Rodrigues de Gouveia, do cargo de administradora executiva para a área de marketing e intercâmbio, Manuel Florindo Rosa dos Santos, administrador executivo para a área técnica, e José Graça Mendes, do cargo de administrador não executivo. Para agregar ao Conselho de Administração da televisão pública, João Lourenço nomeou Neto Júnior, ao cargo de administrador executivo para a área de conteúdos, Carlos Guimarães, administrador executivo para a área técnica, Ana Edite Pinto Ferreira Ribeiro, administradora executiva para a área de marketing e intercâmbio e Ana Maria de Lemos Rodrigues de Gouveia para administradora não executiva. Foram também exoneradas as entidades que integram o Conselho de Administração da Empresa Nacional de Correios e Telégrafos de Angola, que, doravante passa a ser liderado por Walter Alexandre Pereira Teixeira, que é agora o Presidente do Conselho de Administração.
4 destaques política. PÁG. 8 Isabel dos Santos desmente suposto congelamento de mais de 300 milhões de euros em Portugal
SOCIEDADE. PÁG. 10 IURD repartida em dois universosPortugal
cartaz. PÁG. 14 Cultos católicos
poderão ser realizados em espaços abertos com mais de 150 pessoas à excepção de Luanda e CuanzaNorte
ACTUAL. PÁG. 24 Autoridades em Benguela preocupadas com sistemáticas violações na cerca sanitária da Canjala
o editorial
O PAÍS
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hoje: os números do dia
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Segurem os pastores
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or aquilo que se observou ao longo destes três últimos meses, os pastores que actuam em Angola não são todos eles bom exemplos de cumprimento das leis, nem de respeito pela vida humana, alguns, interessando-lhes mais o dinheiro dos fiéis do que a salvação das suas almas. Aliás, chegou-se ao cúmulo de alguns apelarem à ida ao banco para depósitos, já que as reuniões de culto estão proibidas. Outros arriscaram reuniões secretas. Agora, com a abertura controlada dos cultos fora de Luanda, ainda corremos o risco de ter pastores a tentar furar a cerca sanitária para irem “produzir”. E as autoridades que se ponham em alerta, porque em Luanda vão disparar as reuniões irregulares, quase que seguramente. Em todo o caso, e porque vivem apenas da linha directa do bolso do fiel, tal como as empresas, muitas igrejas vão falir em consequência das medidas devidas à Covid-19. Vai prevalecer a fé verdadeira.
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Novos Casos de Covid-19 foram reportados ontem pelo Instituto Português de Oncologia (IPO) em Lisboa, quatro das quais doentes, sendo que três deles estiveram ali internados.
Casos de má nutrição foram registados, de Janeiro a Junho deste ano, pelas autoridades sanitárias do município do Dala, a 160 Km de Saurimo (Lunda-Sul)
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Professores do ensino primário e secundário, admitidos no concurso público de 2019, na cidade de Saurimo, beneficiam, desde ontem, Segunda-feira, de uma acção de formação sobre práticas pedagógicas, com vista a melhorarem a transmissão dos conhecimentos
Crimes de natureza diversa (mais 175 comparativamente a igual período de 2019) foram registados pela Polícia Nacional em Malanje, durante o primeiro semestre deste ano
o que foi dito
Mundo. PÁG. 22 Equipa de Trump culpa manifestantes por baixa participação em comício
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O teste de saliva pode potencialmente tornar ainda mais fácil para as pessoas fazerem testes de coronavírus em casa, sem uso de zaragatoas Matt Hancock Ministro da Saúde britânico
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A partilha física, o abraço, o beijo tem de ser colocados de lado. Também temos de ter cuidado com a distância social”. Graça Freitas Diretora-geral da Saúde de Portugal
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Nós, em paz, em harmonia, com bom entendimento entre os poderes, tenho certeza que colocaremos o Brasil no lugar de destaque que ele merece” Jair Bolsonaro Presidente do Brasil
O PAÍS Terça-feira, 23 de Junho de 2020
5 e assim... José Kaliengue Director
Hoje no online de O PAÍS leia a entrevista com o cientista político Sérgio Dundão e compreenda mais sobre os principais problemas políticos que afligem o país
Erros médicos e erros técnicos
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www.opais.co.ao Rio de Janeiro (Brasil): É só a ponta de um imenso iceberg. Brasil terá não 1, mas 10 milhões de infectados, diz a OMS. (DR)
o que vai acontecer Juatiça Prossegue a visita, iniciada ontem, do procurador-geral adjunto da República, João Luís de Freitas Coelho, de trabalho de três dias, a Malanje, visando a fiscalização dos actos e funcionamento do órgão na província. O magistrado foi recebido em audiência pelo governador provincial, Norberto dos Santos “Kwata Kanawa”, de quem foi informado sobre a problemática das instalações da PGR na província e aspectos que condicionam até ao momento a melhoria das mesmas. O PGR adjunto precisou que a missão à Malanje enquadra-se no âmbito da acção da região judiciária Norte.
Pandemia O governador provincial do Cuanza-Sul, Job Capapinha, irá visitar, nos próximos dias, o posto de controlo do Rio Longa, para, junto do mercado antes da Ponte, sentido Luanda/Cuanza Sul, saber do controlo dos violadores da cerca sanitária da capital do país. O plano surge pelo facto de haver cidadãos que a todo o custo tentam esquivar-se após a ponte, utilizando atalhos antes do controlo e surgirem alguns quilómetros após a fiscalização, apanhando um outro meio de transporte já no território do Cuanza-Sul, seguindo à cidade do Sumbe ou outra a província.
Sociedade O centro de saúde da comuna do Mulondo, no município da Matala, província da Huíla, começa a beneficiar de obras de reabilitação e ampliação, no âmbito do Programa Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM). O processo de reabilitação e ampliação prevê a construção de um novo consultório médico, salas de internamento, vacinação, tratamento, refeitório com cozinha, escritório, assim como ampliará a capacidade de 20 para 80 camas. De acordo com o administrador municipal da Matala, Miguel Paiva Vicente, as obras estão orçadas emKz 60 milhões.
Pandemia O Ministério da Saú-
de apresenta hoje em conferência de imprensa o estado actual do novo Coronavírus (Covid-19), na sede do CIAM, em Luanda, a partir das 19 horas.
oi muito bom ouvir a ministra Sílvia Lutukuta, ontem, ela que é médica de profissão, admitir que o país tem muitos erros médicos. E que não venham agora as organizações da classe desmentir e atirar-se à ministra, ela tem razão. E se os profissionais quiserem ter razão também, que lutem por tudo, menos pelo direito de matar. Isto é um assunto. O outro é o das condições salariais, de trabalho, valorização, etc.. Aí estamos juntos. Mas que há erro médico por insuficiência técnica, há. E os médicos devem lutar também pela sua própria superação. Mas os erros não são um exclusivo dos médicos, não se vangloriem, por favor, no jornalismo acontecem todos os dias, os técnicos, os “ideológicos” e outros que são fruto do “cachiquismo” epidérmico que tomou conta de muita gente há muito tempo. Por exemplo (e eu não descarto a possibilidade de a “máquina” estar a trabalhar), nas conferência de imprensa da Covid-19 agora fazem perguntas apenas alguns órgãos, os mesmos sempre. Imagine-se a justificação: “fazem directos”. A raiz que a estupidez enterrou em Angola é muito grande. Então um jornal não está online e a actualizar ao minuto? Então uma pergunta de um jornal não sai no directo de uma televisão pública? A resposta da ministra virá em deferido? Há mentalidades (ou cérebros? Ou pessoas?) que nasceram mesmo de erros médicos, desculpem, de erros técnicos... ou, se calhar, em termos de democracia vivem em deferido, não estão em directo com os novos tempos.
E também... Dia Internacional das Viúvas - 23 de Junho Foi em 2010 que a ONU declarou o dia 23 de Junho como o Dia Internacional das Viúvas, sendo a data celebrada oficialmente pela primeira vez em 2011. Na prática, o primeiro Dia Internacional das Viúvas teve lugar em 2005, por iniciativa da Loom Foundation, tendo sido escolhido o dia 23 de Junho por ter sido neste dia, em 1954, que a mãe do fundador desta fundação ficou viúva. O objectivo da instauração da data é consciencializar a população relativamente ao sofrimento das mulheres viúvas, lembrando as crueldades cometidas contra elas, e obrigar os países a prestar atenção à situação das viúvas e dos seus filhos.
6 Media Nova, S.A Presidente do Conselho de Administração Filipe Correia de Sá Administradores Executivos Luís Gomes Paulo Kénia Camotim Propriedade : Socijornal Depósito Legal: Nº 244/2008 Contribuinte: 5417015059 Nº registo estatístico: 48058
O PAÍS Terça-feira, 23 de Junho de 2020
no tempo do kaparandanda
Director Geral de Publicações: José Kaliengue jose.kaliengue@opais.co.ao
opaís
Director: José Kaliengue Sub-Director: Daniel Costa, daniel.costa@opais.co.ao Chefe de Redacção: Eugénio Mateus, eugenio.mateus@opais.co.ao Editorias : Política: Ireneu Mujoco ireneu.mujoco@opais.co.ao (Editor) Sociedade: Paulo Sérgio paulo.sergio@opais.co.ao (Editor) Romão Brandão romao.brandao@opais.co.ao (Sub-editor) Economia André Mussamo andre.mussamo@opais.co.ao (Editor) Desporto: Sebastião Félix sebastiao.felix@opais.co.ao (Editor) Mário Silva mario.silva@opais.co.ao (Sub-editor) Cartaz: Jorge Fernandes jorge.silva@medianova.co.ao (Sub-editor) Redacção: Alberto Bambi, Augusto Nunes, Miguel Kitari, Domingos Bento, Neusa Filipe, Milton Manaça, Antónia Gonçalo, Maria Teixeira, Patrícia Oliveira, Stela Cambamba, Zuleide de Carvalho (Benguela), Brenda Sambo, Maria Custódia e Adjelson Coimbra. Arte: Ladislau Bernardo (Coordenador) Valério Vunda (Coordenador adjunto), Annette Fernandes, Nelson da Silva e Francisco da Silva. Fotografia: Carlos Moco (Editor), Daniel Miguel (Sub-editor), Pedro Nicodemos, Jacinto Figueiredo, Carlos Augusto, Virgílio Pinto, Lito Cahongolo (repórteres fotográficos), Rosa Gaspar e Yuri dos Santos (Assistentes de Departamento) Agências: Angop, AFP, Reuters, Getty Images
Assistentes de Redacção: Antónia Correia, Rosa Gaspar, Sílvia Henriques Impressão e acabamento: DAMER, S. A. Luanda Sul, Edifício Damer Distribuição: Media Nova Distribuição Tel: +244 943028039 Distribuidora@medianova.co.ao pontodevenda@medianova.co.ao Assinaturas: Bruno Pedro Tel: +244 945 501 040 Bruno.Pedro@medianova.co.ao Online: Venâncio Rodrigues (Editor) Isabel Dalla e Ana Gomes Sítio Online: www.opais.co.ao Contactos: info@opais.co.ao Tel: 914 718 634 -222 003 268 Fax: 222 007 754 Sede: Condomínio ALPHA, TalatonaLuanda. Tel: 222 009 444 República de Angola
23 de Junho de 1757- Forças
britânicas, sob o comando de Robert Clive, tomam Plassey e reconquistam Calcutá, na Índia.
1981
23 de Junho de -Em França, o Presidente François Mitterrand, dando cumprimento a um compromisso assumido com o Partido Comunista, integra quatro comunistas no Governo.
2005
23 de Junho de - Phumzile Mlambo é nomeada nova vice-presidente da África do Sul, em substituição de Jacob Zuma, demitido por suspeita de corrupção.
carta do leitor
Mudemos de comportamento Caro director, O vírus da Covid-19 está a espalhar-se no nosso país, ele é mesmo silencioso e invisível, como bem diz a ministra da Saúde, Dra. Sílvia Lutukuta. Mas parece que as pessoas não querem entender. Agora, todos os dias temos casos novos. E o que mais me assusta é que alguns só são descobertos depois de mortos, ou seja, se a Covid não está a matar directamente, então está a ajudar a matar. Caro director, os meios de comunicação social devem reforçar a mensagem, as pessoas perderam o medo e estão a agir nas ruas como se nada fosse. Daqui a pouco não haverá mais condições de atendimento. Se já está no Cuanza-Norte, e numa altura em que estava todo o país a relaxar, não nos espantemos se daqui a pouco forem anunciados casos noutras províncias. Lamento dizer, mas muitos angolanos não têm cuidado nem com a sua própria vida. O meu apelo, se queremos salvar as nossas vidas, é o seguinte: mudemos de comportamento! Quintino Macaia Luanda
Comercial e Marketing: Senda Costa 922682440 email: comercial@medianova.co.ao Tiragem: 15 000 exemplares
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POLÍTICA
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O PAÍS
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Inquérito sobre “aluguer de viaturas” no Cuanza-Sul concluído e remetido a Luanda Nesse momento, depois da conclusão do inquérito, o processo foi já remetido para a Direcção Nacional de Prevenção e Combate à Corrupção para o cumprimento de outras formalidades que poderão resultar em processo criminal, caso haja indícios de cometimento de crimes Domingos Bento
Isabel dos Santos desmente suposto congelamento de mais de 300 milhões de euros em Portugal A empresária angolana Isabel dos Santos desmentiu, ontem informações postas a circular na imprensa portuguesa durante o último Domingo, segundo as quais a Polícia lusa teria confiscado mais de 300 milhões de euros e bens patrimoniais supostamente pertencentes à sua família
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e acordo com a filha do antigo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, é falsa a informação de que a Polícia judiciária portuguesa tenha procedido ao confisco destes 300 milhões de euros, tendo ainda assegurado que nunca houve dinheiro do Estado angolano colocado em contas tituladas por entidades controladas pela sua família. Acrescentou também que não há e nunca houve dinheiro do Estado angolano colocado em contas bancárias tituladas pelo seu esposo, Sindika Dokolo ou suas empresas. A empresária fez saber ainda que é falsa a afirmação da existência de contas bancárias pertencentes à “família Dos Santos” no banco EuroBic. Conforme explicou, a sua família não tem e nunca teve contas bancárias no banco Eurobic ou em lado algum. “É completamente falsa a afirmação que existem contas bancárias no banco Eurobic pertencentes a familiares do antigo Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos, e que estas tenham re-
cebido fundos ou dinheiro do Estado Angolano, para o seu uso pessoal ou qualquer outro fim”, afirmou a empresária numa nota que considerou como sendo o seu direito de resposta. Para a empresária, é tendenciosa a informação dada pela TVI, canal português, que ela e o seu esposo estariam fora do país, tentando dar a falsa aparência de fuga. “É facto que nenhum é cidadão português e ambos são investidores estrangeiros e publicamente é sabido que ambos trabalham fo-
A empresária fez saber ainda que é falsa a afirmação da existência de contas bancárias pertencentes à “família Dos Santos” no banco EuroBic
ra de Portugal”, refere a empresária, tendo ainda acrescentado que “é falso que Sindika Dokolo detenha ou seja proprietário de um edifício de 11 andares em Rio de Mouro, Sintra” . Ainda segundo a empresária, é “completamente falsa e gravemente difamatória” a afirmação que a família dos Santos lava grande parte de sua fortuna em Portugal, pelo que reserva o seu direito de apresentar uma queixa crime por injúria e difamação assim como pedido de reparação cível dos graves prejuízos causados por esta notícia que visa um ex-chefe de Estado. Na nota, a primogénita de Eduardo dos Santos explicou que as sociedades Fidequity e H33 não pertencem à sua família, pelo que é falsa essa afirmação da TVI e não existe qualquer empresa ou holding detida pela “Família dos Santos”. “É tendenciosa esta afirmação da TVI e visa unicamente confundir as empresas da empresária Isabel dos Santos com um suposto “património de família”, notou.
O
procurador-geral da República no Cuanza-Sul, Joaquim Macedo, deu a conhecer, ontem, ao OPAÍS, que o inquérito sobre o caso de aluguer de duas viaturas para os dois vice-governadores do Cuanza-sul encontra-se concluído, depois de ter obedecido ao cumprimento de todas as normas administrativas de inquirição dos envolvidos. Segundo o procurador, nesse momento, depois da sua conclusão, o processo foi remetido a Direcção Nacional de Prevenção e Combate à Corrupção para o cumprimento de outras formalidades que poderão resultar em processo criminal caso haja indícios de cometimento de crimes. A abertura do referido processo foi instaurada depois de informações postas à circular terem denunciado que o Governo Provincial do Cuanza-Sul, chefiado por Job Capapinha, teria efectuodo, no dia 21 de Setembro de 2019, o pagamento de mais de 49 milhões de Kwanzas a empresa Ango Guerou para o aluguer de 2 viaturas por um ano para dois vice-governadores locais. Além do inquérito da PGR, a
situação desencadeou uma série de pretextos com os manifestantes a exigirem ao Presidente da República a exoneração de Job Capapinha, por terem considerado o gesto uma atitude imprudente e vergonhosa ante a situação de pobreza e dificuldades sociais que a província enfrenta. Joaquim Macedo esclareceu que o que foi concluído é um inquérito administrativo, que é um procedimento normal neste tipo de processos. Portanto, em obediência às normas legais, frisou, nesta fase não se detém ninguém, por se tratar de um expediente que ainda não é criminal. No entanto, já com o processo remetido a Luanda, o representante local da PGR disse que competirá ao órgão máximo definir os passos seguintes, que serão a instrucção para a fase criminal ou não. “Portanto, da nossa parte está encerrado o processo. Agora Luanda é que vai definir os outros passos a ser dados”, adiantou. De referir que aquando da denúncia constou que a referida empresa, a que foi feito o pagamento, terá sido criada supostamente três meses antes do referido pagamento, com base no Diário da República n.º 89, Série III de 04/06/2019.
Sub-procurador-geral da República no Cuanza-Sul, Joaquim Macedo
O PAÍS Terça-feira, 23 de Junho de 2020
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Executivo reduz 29 por cento dos institutos públicos A proposta em discussão hoje na Cidade Alta prevê a redução do número de institutos públicos de 144 para 102, como resultado de acções de fusão, manutenção e de extinção. Consequentemente, serão reduzidos cargos de direcção e chefia, entre directores-gerais, directores adjuntos e chefes de departamento
Dani Costa
O
Presidente da República, João Lourenço, conduz, hoje, Terçafeira, 23, a primeira reunião ordinária da Comissão Interministerial para a Reforma do Estado, cuja agenda prevê a abordagem de um conjunto de planos, projectos e acções em consonância com os objectivos traçados pelo Decreto Pre-
sidencial que institui o grupo de trabalho. De acordo com fontes deste jornal, entre os pontos em discussão o maior destaque recai para o relatório que propõe a redução de 29 por cento do actual número de institutos públicos. Trata-se de uma iniciativa anunciada pelo Executivo liderado por João Lourenço em Maio do corrente ano, altura em que se estabeleceu a meta de se reduzir os quase 250 serviços existentes, entre direcções nacionais e chefias de departamento. Um mês
depois, quando se pensava que as acções de reforma do Estado estavam apenas no início, os dados a que tivemos acesso apresentam os termos para a fusão, transformação e integração de vários institutos públicos, num esforço coordenado sob a direcção da Casa Civil do Presidente da República. Na base do relatório, parte do qual OPAÍS teve acesso de forma exclusiva, na orgânica dos 21 ministérios que compõem o Executivo do Presidente João Lourenço o trabalho incidiu sobre pelo menos 144 institutos públicos. “Os estu-
dos efectuados e agora enunciados demonstram que a máquina pública pode, com efeito, ser servida com um número bem menor de instituições afins, garantindo ainda ao Executivo ganhos consideráveis nos domínios da redução da despesa pública e da racionalização das estruturas administrativas com implicações positivas para o aumento da eficiência nos serviços a prestar aos cidadãos”, contou uma fonte. A proposta prevê a redução do número de institutos públicos de 144 para 102, como resultado de acções de fusão, manutenção e de extinção. Os resultados do trabalho ora reportado em relatório apontam para a transformação ou incorporação em outras unidades orgânicas de institutos públicos assim achados convenientes. Sob a designação de “Relatório sobre a Reforma e Redimensionamento dos Institutos Públicos”, o documento resultou de um trabalho desenvolvido por um grupo técnico multidisciplinar, coordenado pelo ministro de Estado Chefe da Casa Civil, Adão Almeida, tecnicamente apoiado pelo secretário do Presidente da República para a Reforma do Estado. Durante os trabalhos, constatou-se a existência de duplicidade de serviços exercidos pelos diversos institutos públicos, constituindo-se, esta, uma das principais bases de sustentação do processo de redimensionamento em vias de concretização. O relatório estima que os cortes a efectuar levarão à redução, de igual modo, de cargos de direcção e chefia, entre directoresgerais, directores adjuntos e chefes de departamento. A contagem dos números mostra que, ao nível dos institutos públicos, o quadro de direcção e chefia é actualmente servido por 1.440 titulares, que sofrerá, assim, uma redução de igualmente 29 por cento, fixando-se, agora, em 1.020, cor-
respondendo a uma extinção de 420 cargos. O trabalho ora efectuado vai, por outro lado, levar a uma substancial poupança para os cofres públicos. Calcula-se que, com as reduções ora apresentadas, o Estado poupará mensalmente quase 153 milhões de kwanzas, como corolário da redução das despesas com as remunerações e regalias consignadas aos titulares de cargos de direcção e chefia ao nível dos institutos públicos.
Executivo cria projecto “Simplifica” para facilitar a vida ao cidadão Segundo apurou OPAÍS, a reunião da Comissão Interministerial para a Reforma do Estado, agendada para esta Terça-feira, 23, vai alterar o procedimento para a concessão do Estatuto de Utilidade Pública, através da definição de um novo regime jurídico-legal, além de discutir um conjunto de procedimentos administrativos que serão igualmente alvo de reforma. As fontes do jornal indicam que sob a mesa estará a proposta de eixos para a elaboração de um Projecto de Simplificação de Procedimentos da Administração Pública, sob a designação genérica de “Simplifica”, cujo objectivo é a desburocratização de procedimentos administrativos. O projecto, segundo apurou este jornal, vai procurar diminuir a burocracia e criar um conjunto de medidas para a desmaterialização dos actos e procedimentos aplicados às questões que afectam directamente o cidadão. Com os mesmos objectivos, dois procedimentos vão merecer, desde já, atenção particular dos integrantes da Comissão, nomeadamente a emissão do certificado de registo criminal, bem como a homologação e verificação de estudos do ensino superior.
sociedade
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O PAÍS Terça-feira, 23 de Junho de 2020
“Se fosse por outros interesses já teríamos feito isso há muito tempo”
IURD repartida em dois universos Um grupo de mais de 300 pastores e bispos reformistas da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) instalou, desde ontem, a sua sede nacional na catedral do Morro Bento e a sub sede na catedral do Lar do Patriota. A liderança brasileira permanece com a gestão dos tempos localizados no centro da cidade, mantendo a sede no Alvalade Paulo Sérgio
O
pastor Paulo Pinheiro, um dos contestatários da gestão brasileira, declarou ontem, a OPAÍS, que a ala de pastores angolanos da qual faz parte assumiu ontem a gestão da maioria, se não mesmo todos os templos existentes em 17 das 18 províncias do país. “A nível do país, nós praticamente já assumimos a liderança dos templos em todas as províncias”, frisou, salientando que em Luanda, um dos territórios mais disputados, têm sob gestão mais de 30 templos. Paulo Pinheiro anunciou que, com excepção das províncias de Luanda e Cuanza-Norte, a únicas no país onde ficarão suspensas as realizações de actividades religiosas, em consequência do aumento de casos de Covid-19, nas
demais as actividades retornarão normalmente a partir de amanhã, sob gestão de pastores angolanos que se revêem nessa causa. Enquanto estiver a decorrer o processo contra a gestão da liderança brasileira no tribunal, o grupo de pastores angolanos terá a sua sede na catedral o Morro Bento e a sub-sede na catedral do Lar do Patriota. “Todas as igrejas que estão sob as nossas responsabilidades vão depender de orientações que sairão do Morro Bento”. Esclareceu que a forma abrupta como assumiram a gestão de grande parte dos templos da igreja é a segunda fase de um processo que começou com o abaixo-assinado subscrito por 324 pastores angolanos. Documento este que foi apresentado com um manifesto denunciando irregularidades existentes dentro da IURD, através da gestão brasileira, em Novembro do ano passado. O pastor disse que, deste modo,
chamaram a atenção da liderança brasileira, encabeçada pelo bispo Honorilton Gonçalves, representante de Edir Macedo em Angola, no sentido de mudar a sua forma de trabalhar e de gestão, mas assim não aconteceu. “Fez-se esse repúdio e quando nós nos manifestamos diante dos órgãos de comunicação social, foi no intuito de forçá-lo a procurar negociar com os pastores angolanos. Coisa esta que ele [Honorilton Gonçalves] não aceitou”, frisou. Falta de consenso De acordo com o nosso interlocutor, mesmo assim, a maioria dos pastores permaneceu nos seus templos, exercendo com brio e profissionalismo as suas responsabilidades pastorais, esperançosos de que o responsável máximo da igreja em Angola fizesse alguma coisa, o que não aconteceu. “É isso que acabou por despoletar a situação que vimos hoje.
É um processo que já vem a decorrer há sete meses, mas não houve mudança de comportamento por parte da gestão brasileira”, frisou. Paulo Pinheiro disse serem estes os factores que o levaram a tomar tais medidas, rompendo com o acordo que mantinham com a gestão brasileira em Angola. Indagado se ainda estão abertos a negociar com a liderança brasileira, Paulo Pinheiro respondeu que foi dado a ela um tempo muito longo para que pudesse reflectir e partir para este caminho, mas recusou-se. Para ser mais preciso, disse que a entrega do abaixoassinado aconteceu em Novembro último e agora se encontram em Junho. “Então, é muito difícil nós nos sentarmos à mesma mesa e conversar. Praticamente está ultrapassado isso. O que nós, angolanos, agora queremos, é que é dar sequência aos trabalhos da IURD e fazer as reformas que tanto desejamos”, frisou.
Paulo Pinheiro disse que ao longo dos 30 anos de existência da IURD em Angola já conversaram muitos com os líderes brasileiros no sentido de adoptarem um modelo de gestão melhor, tudo dentro da própria comunidade religiosa. “Conversávamos. Logo, conseguíamos ultrapassar a situação e as coisas melhoravam, só que depois voltavam novamente. Por isso, nos dissemos que não queremos negociar mais, porque já temos feito isso há um bom tempo. O pastor apela aos fiéis da IURD a terem calma, no entanto, reconheceu que em momentos como este que a igreja está a viver estes também acabam por sofrer. “Não era esse o nosso desejo, mas, também, não poderíamos compactuar com o que está a acontecer”. Declarou que os fiéis não conhecem muitas coisas que acontecem internamente a nível da gestão superior da igreja. “Há alguns que pensam que nós estamos a fazer isso, por outros interesses. Não é por outros interesses. Se fosse por outros interesses já teríamos feito isso há muito tempo”, frisou. Apela aos fiéis a continuarem a orar pelos pastores e bispos, sublinhando que não queriam que as coisas chegassem a esse ponto, mas pela resistência da liderança da ala brasileira não tivemos outra saída. “Peço que tenham muita coragem e que continuem a frequentar as nossas igrejas. É um trabalho muito sério que fizemos e vamos dar sequência”. O PAÍS tentou obter contraditório da ala brasileira da IURD, mas não teve êxito.
O PAÍS Terça-feira, 23 de Junho de 2020
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Caso IURD: pastores em Benguela tomam de assalto à gestão do património
Templo sede da IURD em Benguela
Catorze pastores da igreja Universal do Reino em Benguela tomaram de assalto na Segunda-feira, 22, a gestão do património da igreja em posse da ala brasileira e reiteram as denúncias de desrespeito e racismo, conforme sustenta o manifesto que a liderança brasileira se recusa a receber
ções da parte da liderança brasileira. Estamos a reclamar também da evasão de divisas”, esclarece o pastor, que encabeça uma manifestação no cenáculo de Benguela, sita na rua António Agostinho Neto, à estrada principal. Adélio dos Santos, que há 17 anos
Constantino Eduardo, em Benguela
O
pastor Adélio dos Santos Jorge justificou que a intenção dos pastores locais, a dois dias da reabertura das igrejas no quadro da situação de calamidade pública, é serem eles próprios a assumirem a gestão do património da igreja, facto que, em simultâneo, estaria a acontecer nas 18 províncias do país. Segundo Adélio, os pastores an-
golanos estão fartos das injustiças de que tem sido alvo por parte da ala brasileira. Contou que não foram expulsos, tampouco obrigaram pastores a assinarem o manifesto, tal como faz crer a liderança brasileira. Adélio dos Santos diz ter sofrido retaliações por, alegadamente, ter engravidado a esposa com quem está casado há 10 anos. “É minha própria esposa. Eu sofri retalia-
Adélio dos Santos, pastor
serve o altar como pastor, diz haver manifesta intenção da parte da ala brasileira de vender a sede da IURD em Benguela, a que chamam de “Cenáculo Maior”, que custou milhões de dólares, fruto de contribuições dos fiéis, para fins inconfessos.
Falando à imprensa, o pastor, sempre incisivo nas suas críticas, reclama do facto de toda a estrutura administrativa da igreja estar a ser liderada por um brasileiro de nome Edmilson Sousa, que discrimina pastores angolanos. “Em todo o país, nós, os pastores nacionais, decidimos romper mesmo com a actual liderança da igreja”, justifica, para quem, em Benguela, apenas dois pastores, um dos quais de nacionalidade moçambicana, se encontram ainda aliados à ala brasileira, todos os outros romperam com esta por já não se reverem nela. “Atenção, nós somos pastores activos”, garante, exibindo o seu passe de identificação pessoal aos jornalistas presentes no local. Em defesa dos pastores brasileiros, que, entretanto, não se quiseram pronunciar, interveio Francisco Aníbal, conhecido como obreiro Chico. O obreiro, que diz ter legitimidade para falar da igreja por estar nela há 20 anos, refere que os pastores estavam conscientes quando assumiram os termos a que foram sujeitos para a sua consagração. Se hoje têm o despeito de rejeitar, é falta de coerência “Isso aqui é uma pouca-vergonha”, considera. Obreiros que se manifestam solidários com os pastores brasileiros acusam os seus conterrâneos de serem arruaceiros e indisciplinados, argumentando que tudo terá começado quando a direcção brasileira passou a impor duras regras de convivência, facto que não terá agradado os pastores que agora protestam. O obreiro Francisco Aníbal sustenta que a reivindicação dos pastores não tem razão de ser, lamentando o que actualmente ocorre no seio da IURD um pouco pelo país. O pastor Adão Mazuela, em resposta, argumenta que um simples obreiro não tem noção do que efectivamente se passa e jamais teria argumento para falar com propriedade sobre a gestão da igreja, pois não participa em regiões restritas de cúpula. Logo, sustenta o pastor, não conhece por dentro os meandros de gestão dos recursos.
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O PAÍS Terça-feira, 23 de Junho de 2020
Setenta e uma pessoas morreram afogadas em Luanda na última época balnear Deste número, nove são crianças com idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos. O uso de bebidas alcoólicas e banhos em locais proibidos continuam a ser as principais causas. No entanto, as autoridades dizem existir uma diminuição dos casos comparativamente ao período anterior
Milton Manaça
A
informação foi prestada ontem a OPAÍS pelo porta-voz dos Serviços de Protecção Civil e Bombeiros (SPCB), Faustino Minguês, tendo realçado que as mortes por afogamento ocorreram em praias, rios, lagoas, valas de drenagens, tanques e outros reservatórios de água.
No período compreendido entre 15 de Agosto de 2019 e 15 de Maio de 2020 houve um desequilíbrio grande entre o número de mortos em mulheres e homens, sendo que os últimos aparecem com 69 casos, contra apenas dois das primeiras.
Nas estatísticas chama ainda a atenção o número de crianças menores entre os 0 e 14 anos que também perderam a vida vítimas de afogamento no período em referência, correspondendo a nove. Faustino Minguês disse que dentre as vítimas mortais estão
também 29 jovens dos 15 aos 24 anos, 33 adultos com idades compreendidas entre os 25 e os 64. O oficial dos bombeiros frisou que dentre as principais causas na base dos afogamentos estão o uso de locais proibidos, a fraca aptidão na natação e o uso de bebidas alcoólicas. Os bombeiros em Luanda controlam cercam de 54 praias, 24 das quais proibidas, onde também se tem registado várias mortes, apesar das placas de sinalização nelas existentes que servem de alerta para a população. Aliás, as praias continuam a ser o local com maior número de afogamentos, tendo nelas se registado 45 vítimas. O interlocutor de OPAÍS mostrou-se preocupado com o canal do Kikuxi, que continua a causar várias fatalidades. As residências inundadas em tempo de chuva também contribuiram para as estatísticas, principalmente no distrito urbano da Cidade Universitária, no município de Talatona.
O ano de 2019 foi pior O porta-voz dos bombeiros disse que apesar dos números elevados, houve um trabalho árduo da corporação em 2020 que resultou na diminuição de nove casos comparativamente ao ano de 2019. Justificou a diminuição com a intensificação de mais de 15 mil actividades de sensibilização aos banhistas sobre os cuidados a observar no meio aquático e os mais de mil e 100 patrulhamentos preventivos realizados ao longo da orla costeira. A intervenção dos bombeiros contribuiu ainda para o salvamento de mais 175 pessoas que estavam na iminência de afogameto. Com a pandemia da Covid-19, os decretos presidenciais de Estado de Emergência e, depois, de Calamidade Pública (este em vigor), estipulam a restrição de banhistas às praias, o que, segundo Faustino Minguês, poderá contribuir significativamente na diminuição de casos na época balnear em vigor, apesar da insistência de alguns populares.
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O PAÍS Terça-feira, 23 de Junho de 2020
O QUE É O CORONAVÍRUS E COMO ME POSSO PROTEGER? O novo Coronavírus, intitulado COVID-19, é de uma família de vírus conhecidos por causarem infecção que pode ser semelhante a uma gripe comum ou apresentar-se como doença mais grave, como pneumonia
F
oi identificado pela primeira vez em Janeiro de 2020 na cidade de Wuhan, na China. Este novo agente nunca tinha sido previamente identificado em seres humanos, tendo causado um surto na aludida cidade que se espalhou rapidamente a vários países do mundo. A Organização Mundial da Saúde decretou (OMS) que o mundo está diante de uma pandemia.
COMO ME POSSO PROTEGER?
Tendo sido reportados já 186 casos em Angola, com 10 mortes, estão indicadas medidas específicas de protecção, mas há questões práticas que se deve ter em conta para reduzir a exposição e transmissão da doença:
1. Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contacto directo com pessoas doentes;
2. Evitar contacto desprotegido com animais domésticos ou selvagens; 3. Adoptar medidas de etiqueta respiratória: tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o braço, nunca com as mãos; deitar o lenço de papel no lixo); 4. Lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir.
QUAIS OS SINAIS E SINTOMAS?
As pessoas infetadas podem apresentar sinais e sintomas de infecção respiratória aguda 2.Tosse como: 1. Febre 3. Dificuldade respiratória
Em casos mais graves pode levar a pneumonia grave com insuficiência respiratória aguda, falência renal e de outros órgãos e eventual morte.
EXISTE TRATAMENTO? Não existe vacina. Sendo um novo vírus, estão em curso as investigações para o seu desenvolvimento. O tratamento para a infecção por este novo Coronavírus é dirigido aos sinais e sintomas apresentados
cartaz seu suplemento diário de lazer e cultura
Cultos católicos poderão ser realizados em espaços abertos com mais de 150 pessoas à excepção de Luanda e Cuanza-Norte
A igreja Católica no país poderá realizar aos Domingos celebrações no interior e no exterior dos Templos, de forma a atender o número de fiéis que ali se dirigirem, pautando-se por medidas preventivas contra a pandemia da Covid-19, como a higienização das mãos e o distanciamento de dois metros, conforme recomendado pelo Executivo. Porém, o mesmo não poderá ainda acontecer nas províncias de Luanda e Cuanza-Norte Texto de Antónia Gonçalo foto de Jacinto Figueiredo
A
presente medida consta no documento normativo designado “Normas de culto público Católico”, elaborado pela Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), com base no arranque das actividades religiosas com 150 fiéis, com previsão de retoma amanhã, 24, conforme define o Decreto Presidencial de 25 de Maio sobre a Situação de Calamidade Pública. Entrento, a ministra da Saúde, Sílvia Lutukuta anunciou que tal não vai acontecer nas províncias de Luanda e Cuanza-Norte, por registarem casos positivos de Covid-19 em número crescente. Em conferência de imprensa realizada ontem, em que estiveram presentes o Arcebispo de Luanda e presidente da CEAST, Dom Filomeno do Nascimento Vieira Dias, o presidente da Comissão Episcopal da Justiça, Paz e Emigrações e Arcebispo do Lubango (Huíla) Dom Gabriel Bilingue e o Bispo da diocese de Viana, Dom Emílio Sumbelelo, em que foram apresentadas todas as medidas que vão reger as actividades religiosas na Igreja Católica e em outras congregações, o bispo de Viana, Dom Emílio Sumbelelo, esclareceu que no exterior das igrejas, ao ar livre, os cultos poderão ser realizados com
mais de 150 fiéis (conforme foi orientado pelo coordenador da Comissão Intersectorial) com o asseguramento da dignidade litúrgica e o respeito pelas normas sanitárias, a fim de descongestionar as igrejas com maior afluência de fiéis e para se evitar que alguns sejam mandados de regresso à casa, devido à lotação das igrejas. Noutro caso, conforme explicou, poderão as igrejas realizar mais de uma missa naquele dia, para assim atender o seu público. “Cada paróquia tem essa liberdade, de realizar o número de missas que achar necessário, sem que vá contra aquilo que o próprio direito canónico prescreve quanto ao número de missas” apelou aos prelados.
Suspensas missas infantis Quanto aos critérios paroquiais, foi eliminada a missa infantil, mas, em contrapartida, os petizes poderão acompanhar os pais. Para melhor orientação, disse que irá funcionar uma equipa de comissão protocolar, que vai trabalhar para auxiliar no cumprimento das medidas preventivas, assim como médicos da comissão nacional de saúde, que trabalha com as comissões diocesanas, que estarão presentes durantes os cultos, para possíveis intervenções. “Na ‘minha diocese’, de Viana tenho uma equipa de 15 médicos. Mas, a nível das outras paróquias teremos cerca de sete. Essa comissão trabalha com as comissões paroquiais. Há também um trabalho de higienização que está
a ser feito em todas as comunidades, paróquias e missões, naturalmente, dentro daquilo que as próprias condições vão permitindo”, esclareceu. No documento é ainda acautelada a presença de fiéis que se encontram no grupo de risco, como os idosos, hipertensos e diabéticos. Estes serão aconselhados a não frequentar a Missa Dominical, indo apenas naquelas realizadas durante a semana, ou em missas vespertinas. O Bispo de Viana referiu que as presentes medidas visam vincar a seriedade e a responsabilidade que o momento exige, que, de certo, serão seguidas no desempenhar das actividades religiosas, durante a pandemia.
Última hora A notícia de última hora chegou apenas no início da noite, na habitual actualização de dados sobre a evolução da pandemia no país, em que se ficou a saber que, de acordo o Decreto Presidencial sobre a Situação de Calamidade Pública, se prevê a retoma dos cultos nesta Quata-feira, 24. Porém a ministra da Saúde e portavoz da Comissão Interministerial, anunciou que tal não vai acontecer nas províncias de Luanda e Cuanza-Norte, por estas registrarem casos crescentes da doença, sendo dependentes da situação epidemiológica.
O PAÍS Terça-feira, 23 de Junho de 2020
Orientações O documento, composto por 71 números é agrupado em três títulos, cujas normas são especificadas. O primeiro “Antes da celebração Eucarística”, está relacionado com as preocupações a serem tidas em conta desde a chegada dos fiéis à igreja até à sua saída, entre elas a higienização das mãos, uso de máscara, o distanciamento entre os praticantes, de dois metros de distância. Dom Emílio Sumbelelo referiu que as presentes normas tiveram em conta o Decreto Presidencial, bem como as experiências tidas em outras conferências Episcopais Católicas, e, que, sobre o assunto, tiveram ainda uma palavra orientadora para as respectivas igrejas particulares. “Elas são o fruto de trabalho intenso e o reflexo de todo o Episcopado Angolano. Nelas se espalham, por um lado, a preocupação dos bispos, enquanto pastores de rebanhos a eles confiados por Nosso Senhor Jesus, e, por outro lado, a responsabilidade de se diminuir, quanto possível, e, se não mesmo, estancar a doença. Que Deus nos dê auxílio para evitar a propagação da doença entre os angolanos”, vaticinou o bispo. Neste capítulo, o segundo título das normas que vão regular as actividades religiosas, tem a ver com o decorrer “da celebração da Eucaristia”. A mesma tem como objectivo readaptar as normas e comportamentos habituais aos fiéis, durante a celebração eucarística, com base na nova realidade, tendo em realce a higienização das mãos, o não contacto físico e o arejamento do lugar e pontos de contactos. Já o terceiro e último, relacionado com “outras celebrações e actividades pastorais”, está ligado aos actos celebrativos, como o baptismo de crianças, a iniciação cristã de adulto, a confirmação, a primeira comunhão, o sacramento da reconciliação, a unção dos enfermos, às ordenações, o matrimónio e as exéquias dos cristãos. Dom Emílio realçou que, a todos esses actos litúrgicos celebrados, não poucas vezes, dentro da moldura eucarística, aplicam-se as regras relativas à higienização e ao distanciamento. No tocante aos matrimónios e baptismo, quanto ao número, disse que está orientado que seja adaptado com base na realidade, como a redução do número de fiéis, que permitirá a sua realização em dias seguidos, de forma faseada, por forma a ir ao encontro dos direitos dos fiéis.
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“O que se deverá chamar a atenção é o ajuntamento do pessoal que irá a celebração. Há uma orientação dada a todos os bispos, que tudo dependerá da leitura pontual de cada um, enquanto responsável pastoral da sua diocese. Se vir que, de facto, a situação não é aconselhável para que tenha, por exemplo, a catequese nos moldes tradicionais que temos tido, ele terá a uma última palavra por dizer”, explicou o responsável. Avançou que as normas são aplicáveis a todo o território da CEAST, incluindo em São Tomé, vistas como complementaridade a aplicação do princípio de caridade entre os irmãos. A mesma é ainda acompanhada de uma tabela com “Orientações e recomendações”, para os párocos enquanto ‘pastores próprios’ das suas comunidades e de um “termo de responsabilidade”, para o cumprimento das mesmas. Cumprimento obrigatório O presidente da Comissão Episcopal da Justiça, Paz e Emigrações, Dom Gabriel Bilingue, avançou que as normas são condicionadas ao que as autoridades competentes determinam em relação ao evoluir da pandemia. Lembrou que, dependendo do comportamento social dos fiéis, com relação às medidas estabelecidas, poderão alongar ou reduzir o tempo para fazer vigorar as normas, neste caso para o culto público católico e outras actividades conexas, a missão da igreja. “De acordo com o presente Decreto, as actividades como educativas, o funcionar dos 100 por cento daquilo que era normal antes da pandemia, vai depender do evoluir da situação epidemiológica. Esta é a primeira nota, condicionando-a, justamente, ao pensar das mesmas autoridades que, no decreto, citam que poderemos retomar, caso se verifique aquilo que são as medidas de prevenção previstas para a aglomeração de um determinado número de pessoas”, averiguou o também arcebispo do Lubango. De salientar que a missa ou a celebração eucarística é o principal momento de culto da Igreja Católica Apostólica Romana, sendo esta dividida em dois momentos: Liturgia da Palavra e Liturgia Eucarística, a primeira é precedida de ritos iniciais, enquanto a segunda é seguida de ritos de conclusão.
Geraldo Dala estreia-se nas letras com Percursos e Trajectórias - “Em busca de referências” Trata-se de um livro que retrata o processo de superação e de sucesso de personalidades públicas e anónimas, tem como objectivo contribuir e incentivar os cidadãos a prosseguirem com os sonhos realizáveis
O
gestor angolano Geraldo Dala estreia-se no ramo literário com a obra Percursos e Trajectória – “Em busca de referências”, que será lançada a 2 de Julho, às 17 horas e 30 minutos no auditório do Memorial Dr. António Agostinho Neto (Praia do Bispo), em Luanda. Neste trabalho, o autor retrata o processo de superação e de sucesso de personalidades públicas e anónimas que ante os obstáculos da vida conseguiram trilhar o percurso do sucesso, com uma trajectória moralmente irrepreensível, mantendo-se uma reputação de orgulho para si, para o país, e, para o mundo. Trata-se de histórias de vida da ministra das Finanças, Vera Daves, do secretário para os Assuntos de Comunicação Institucional e Imprensa do Presidente da República, Luís Fernando, o jornalista Victor Hugo Mendes, o economista e docente Alves da Rocha, a jurista Márcia Nigiolela entre outros. O livro de superação, que foi prefaciado pelo jornalista Ismael Mateus, tem como objectivo contribuir e incentivar os cidadãos a prosseguirem com os sonhos realizáveis, mas que no quotidiano lidam com barreiras muitas das vezes pensadas intransponíveis, na concretização desses objectivos pessoais.
O autor Geraldo Mambo Dala é natural de Cangundo, município do Negage (Uíge). Licenciado em Gestão Bancária e Seguros pela Universidade Técnica de Angola é ainda Mestre em Economia Monetária e Financeira ministrado pela Faculdade de Economia da Universidade Agostinho Neto. É, igualmente, pós-graduado em Gestão na Banca pela Universidade Católica de Lisboa, no Curso de Executivos em Gestão na Banca. Tem experiência no sector financeiro, mais propriamente na banca, acumulando uma experiência iniciada em
2008 na Direcção de Operações do Banco Angolano de Investimento. Em 2012, juntou-se ao Standard Bank Angola, como team leader do Departamento de Controlo Cambial, na Direcção de Operações daquela instituição. Dois anos depois, abraçou o projecto comercial no mesmo banco, tendo conquistado vários prémios com destaque para o prémio “Marca de Excelência”, um reconhecimento do grupo Standard Bank que distingue os melhores quadros em desempenho. Actualmente, entre outras tarefas/responsabilidades, Geraldo Dala é Coordenador da Direcção Comercial do Banco Valor. Empreendedor, fundador das empresas Mambo Makuntima Lda. e Investcerto – Gestão de Cobranças e Recuperação de Crédito, e mentor do grupo de solidariedade “Face-solidário”.
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O PAÍS Terça-feira, 23 de Junho de 2020
Racismo
Museu de História Natural em Nova Iorque retira estátua de Roosevelt Face aos protestos anti-racistas que correm o mundo, o Museu Americano de História Natural vai retirar a estátua do 26º. Presidente dos EUA por simbolizar o legado da expansão colonial e racismo
O
Museu de História Natural em Nova Iorque, nos Estados Unidos, vai retirar a estátua de Theodore Roosevelt, 26º. Presidente dos EUA, por glorificar a discriminação racial e a expansão colonial, avançou no Domingo o jornal The New York Times (NYT). A estátua de bronze, que se encontra numa das entradas daquele museu desde 1940, representa
Música
Roosevelt a cavalo, com um índio e um africano do seu lado. Para muitos, a estátua simboliza um legado doloroso da expansão colonial e racismo. A remoção foi anunciada
Ópera
na “composição hierárquica” da própria estátua e não em Roosevelt, que o museu continua a homenagear como “um conservacionista pioneiro”, cujo pai foi membro fundador do Museu Americano de História Natural. Segundo a Reuters, o “mayor” de Nova Iorque, Bill de Blasio, disse ser “a favor” desta medida, porque considera a estátua “problemática”, uma vez que “retrata explicitamente os negros e indígenas como subjugados e racialmente inferiores”. Já Donald Trump, actual presidente dos Estados Unidos, disse, no Twitter, que remover a estátua é uma decisão “ridícula”. Durante os protestos antiracismo nos EUA e no mundo, muitos manifestantes exigiram que as autoridades removessem monumentos que glorificam figuras pro-escravatura.
no Domingo e surge numa altura em que crescem os protestos anti-racismo nos EUA e no mundo depois da morte de George Floyd pela Polícia.
A remoção foi proposta pelo museu e aprovada pela cidade de Nova York. Ellen Futter, a responsável do museu, deixou claro, em entrevista ao NYT, que a decisão foi baseada
Tributo
Casamentos
Aniversário
Observador
Kumpania Algazarra: o disco dos 15 anos conta com o rapper angolano Luaty Beirão
Óperas tradicionais em novos palcos
João Paulo II homenageado em concerto online com músicos de todo o mundo
Divórcios aumentaram durante a pandemia no Brasil. 70% dos pedidos feitos por mulheres
Leonardo DiCaprio comemora 23.º aniversário da namorada com festa em iate
Mestres na arte de transformar qualquer espectáculo numa festa endiabrada, a banda folk portuguesa celebra 15 anos de existência com o disco “Live”, o sétimo na carreira, lançado na Sexta-feira. Conta com a participação especial do rapper e activista angolanoIkonoklasta(LuatyBeirão), num registo gravado ao vivo “The beat for Africa, the beat for Mozambique, the beat for Angola”… é com estas palavras que a banda Kumpania Algazarra chama ao palco o rapper angolano Ikonoklasta, também conhecido por ser o activista Luaty Beirão. O registo ao vivo, gravado num concerto nas Azenhas do Mar, em Sintra, está disponível no disco “Live”.
Mao Shannyu, directora da Shanghai Huju Opera Troupe e uma das mais famosas artistas de ópera de Huju (China), abriu a sua primeira conta na Douyin para promover a ópera regional da cidade, que remonta à dinastia Qing (1644-1911). “Eu nunca soube muito sobre Internet e é muito raro ópera de Huju ser representada online”, disse Mao. “Mas a pandemia forçou-nos a pensar como promover a arte tradicional quando as pessoas não se podem juntar”. Mao, de 58 anos, cantou parte da sua ópera premiada “Daughter of Dunhuang”, em Douyin, em Maio.
No último Domingo, em Itália, 40 músicos de 10 países participaram num concerto virtual para assinalar o centenário do nascimento do Papa João Paulo II. O concerto, de música clássica e sacra, foi transmitido ao vivo pelo site www.jp2concert.com, segundo o Vatican News. Originalmente, o espectáculo devia acontecer no Lincoln Center em Nova Iorque, mas, por causa da pandemia do Coronavírus, foi realizado em versão online. Desta forma, uma grande plateia no mundo inteiro poderá seguir o evento, transmitido ao vivo pelo site www.jp2concert.com onde ficará disponível até ao final desta Terça-feira, dia 23 de Junho.
Segundo a advogada da área de Família e Sucessões, Débora Guelman, o convívio intenso durante a quarentena sobrecarregou física e emocionalmente as famílias brasileiras e, sobretudo, as mulheres, reporta a Agência Brasil “Esse isolamento social forçado pela pandemia aumenta o convívio entre os casais e justamente esse aumento do convívio gera conflitos. Por conta disso, a probabilidade de haver mais divórcios é muito maior”, disse Débora Guelman, em entrevista à Rádio Nacional do Brasil. A advogada afirma que cerca de 70% dos pedidos de divórcio são iniciados pelas mulheres, e a reclamação mais frequente é a sobrecarga de trabalho que têm.
Leonardo DiCaprio foi visto, na passada Sexta-feira, a celebrar o 23.º aniversário da namorada, Camila Morrone, num iate. O actor, de 45 anos, não passou despercebido às lentes dos paparazzi e foram divulgadas imagens deste dia especial pelo Page Six. Segundo o Page Six, DiCaprio foi dos únicos convidados que não usaram máscara. Nina Dobrev ou os actores Kevin Connolly e Lukas Haas foram alguns dos nomes que não faltaram à festa. De recordar que DiCaprio e Morrone estão juntos desde Dezembro de 2017.
Economia
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“Importar 75 mil animais não é uma operação que se faça em meses” Fraca autoridade na área de veterinária pode ter propiciado a não criação de condições regulamentares para que o lote de animais importado do Tchad tivesse seguido os parâmetros estabelecidos internacionalmente neste tipo de operações André Mussamo
A
o que tudo indica, a morte de cabeças do gado bovino proveniente do Tchad pode estar a ser consequência de não terem sido respeitados os procedimentos regulamentares que devem ser “rigorosamente seguidos” no processo de importação de animais. A conclusão é de uma fonte conhecedora do tema que, entretanto, apelou ao anonimato por questões de “ética e deontologia”. A nossa fonte mostrou-se “surpresa” com a velocidade com que se concretizou a operação, duvidando que todos os passos tivessem sido respeitados num processo que, se bem preparado, deveria ter requerido no mínimo um ano. Afirmou que uma operação desta envergadura bem-sucedida precisa respeitar três fases, a começar pelo país exportador, onde se observam regras no “trânsito dos animais, embarque, viagem e finalmente reverificação e imunização à chegada”. “Não tenho dúvidas de que há procedimentos que não foram cumpridos, nomeadamente a fiscalização, verificação, confirmação da declaração do país exportador, que é um certificado internacional, dentre outras”, disse. Durante o processo, o comprador tem de verificar os animais “um a
um”, fazendo testes individuais ainda na procedência, com a participação de um laboratório certificado, que para o vertente caso é o da República dos Camarões, que tem a missão de confirmar ou não as doenças que devem ser dadas a conhecer a equipa de médicos veterinários acompanhantes com “autonomia de aceitar ou recusar o lote de animais”. Só os animais certificados em como não são portadores de doenças serão identificados com a aprovação da autoridade competente do país onde embarque o efectivo importado. A nossa fonte refere que os animais em causa são provenientes de um país “que não terá condições para cumprir estes passos, dada a situação de insegurança vigente no mesmo”. Para piorar o cenário, os mesmos terão feito uma longa viagem de mais de 800 Km a pé até entrarem em território camaronês, de onde terão embarcado para outra longa viagem em camiões até ao porto de saída. Durante o processo há um rigoroso acompanhamento e alimentação dos animais para garantir robustez suficiente para enfrentarem a adversidade das longas viagens. “Via de regra, é o país exportador que deve garantir estas condições até a chegado ao destino”. A longa viagem dos animais deve ser acompanhada por um médico veterinário, ou uma equipa de médicos veterinários que durante a viagem confirmam o estado dos animais, as lesões e apresentam relatórios à chegada que deverão igualmente ser verificados por autoridade competente e só depois os serviços alfandegários devem autorizar o desembaraço do lote. No embarque e à chegada, os animais devem ser desparasitados interna e externamente e em Luanda, antes de entrarem em quarentena, devem passar por um tanque banheiro para a sua higienização e submetidos a um rigoroso processo nutritivo com alimento doseado com elementos vitais essênciais e finalmente testados pelo laboratório local que deve apresentar os resultados. Terminado o processo, os ani-
Bovinos vindos do Tchad caídos e mortos numa fazenda de Camabatela
mais podem ser distribuídos, mas, à chegada ao destino final devem ser submetidos a nova quarentena para ambientação às condições locais nas fazendas mediante apresentação de uma guia de trânsito emitida pelos Serviços de Veterinária de Angola que deve atestar a ausência de doenças. “Para dar um exemplo, um animal com 200 Kg devia comer no mínimo 20Kg/ dia”, explicou a nossa fonte. Em caso de falha nesta cadeia, o resultado pode ser o que estamos a ver com os animais chegados do Tchad. A fonte refere que a culpa não pode “morrer órfã”, sugerindo que devem ser apuradas responsabilidades e punir os eventuais prevaricadores. Em muitos países do mundo, a autoridade veterinária é a 2.ª ou a terceira mais importante. Veja que pela via do alimento se pode provocar realmente uma catástrofe nacional” alertou a nossa fonte. Abate dos animais é a saída Informações confirmadas pelo Instituto de Veterinária de Angola revelaram que os animais estão a ser vítimas de Peripneumonia Contagiosa dos Bovinos, conhecida nos meios científicos veterinários pela sigla PPCB. A doença existe em Angola, que consta nos registos como região endémica. A nossa fonte aponta como solução o abate de todo o efectivo afectado, a não ser que “a ciência tenha descoberto outro proce-
dimento de que não terei conhecido ao longo da minha carreira de veterinário”, vaticinou. A confirmação da causa da morte dos animais vem de análises provenientes da Namíbia que comprovaram que do total das 200 amostras enviadas, 50 apresentaram resultado positivo a PPCB. Os primeiros sinais de que algo de anormal se passava com o gado proveniente do Tchad chegaram do Nzeto, em Maio, ao registar a morte de cento e 92 cabeças de gado bovino na fazenda Kinkanka. Na altura, o director municipal da Agricultura, Pecuária e Pescas, Silva António Garcia, em declarações à ANGOP confirmara que se tratavam de vacas do lote fornecido a fazenda no âmbito do processo de repovoamento do gado importado pelo Executivo angolano da República do Tchad. As causas prováveis apontadas na ocasião foram a abundância da mosca tsé-tsé (vector da doença do sono) na localidade, a qualidade da vegetação e da água consumida pelos animais. Entretanto, o que fez soar o alarme foi a notícia da morte de efectivos do mesmo lote atribuídos a fazendas no Planalto de Camabatela. Naquela região, cento e cinco das mil e 500 cabeças de gado bovino provenientes do Tchad, em Março último, morreram. Segundo uma fonte local em entrevista à ANGOP, os animais começaram a morrer logo após a sua
chegada naquele município, a 19 de Abril último, depois de terem estado em quarentena na Quiminha, província de Luanda, onde terão sido submetidos a análises laboratoriais para saber-se do seu estado sanitário. As primeiras três cabeças morreram durante a transportação e outras nas fazendas de colocação, seleccionadas no âmbito de um projecto do Executivo de repovoamento animal do Planalto de Camabatela. Fonte do Planalto de Camabatela, inicialmente apontou para a existência de sinais de várias doenças respiratórias, que afectam, essencialmente o gado e que indiciavam que todo o gado que chegou a Angola, proveniente do Tchad poderia estar doente. Para proteger as manadas encontradas na região, o gado recémchegado foi isolado em três fazendas, onde está a ser monitorado. Depois das ocorrências tinha sido iniciada também uma campanha de vacinação para depois avançarse com o processo de tratamento, de modo a evitar a morte das restantes cabeças. No âmbito do programa de repovoamento animal do Planalto de Camabatela e no quadro dos acordos assinados com o Tchad, Angola começou a receber em Março último as primeiras cinco mil cabeças de um total de 75 mil a serem entregues nos próximos oito anos, entretanto, o contrato terá sido suspenso em consequência destas ocorrências. Além de Ambaca (Cuanza-Norte), beneficiaram já também desse gado criadores das províncias de Malanje, Cuanza-Sul e Zaire, estas duas últimas não integrantes da região do Planalto de Camabatela. O Planalto de Camabatela conta com uma área de um milhão e 410 mil hectares e compreende os municípios de Ambaca e Samba Cajú (Cuanza-Norte), Cacuso, Calandula e Cahombo (Malanje), Negage, Puri, Bungo, Alto Cawale, Cangola e Damba, província do Uíge. A região conta com 280 fazendas, repartidas entre as províncias de Cuanza-Norte, Malanje e Uíge, 50 das quais localizadas no município de Ambaca, que tem como sede a vila de Camabatela.
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Capital de Fundo de Garantia aguarda reembolso de kz 5 mil milhões dos empresários O presidente do Conselho de Administração do Fundo de Garantia de Crédito (FGC), João Júlio Fernandes, disse a RNA que a empresa que dirige tem um reembolso avaliado em 5 mil milhões de kwanzas. Segundo o responsável, ainda não foi feito recursos aos tribunais para a devolução da quantia monetária e estão a ver a melhor forma de reembolso
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embrar que recentemente o capital do Fundo de Garantia de Crédito (FGC) foi reforçado, pelo Ministério das Finanças, com a emissão de Obrigações de Te-
souro no valor de 40 mil milhões de kwanzas, no quadro da recapitalização do sector empresarial público. Criado em 2012, o Fundo de Garantia de Crédito é uma instituição financeira sob supervisão do Banco Nacional de Angola (BNA) e tutelada pelo Ministério das Finanças. O FGC viabilizou a contratação de financiamentos bancários no valor superior em Kwanzas a 130 mil milhões, enquadrados, principalmente, no extinto Programa Angola Investe (PAI). Com o reforço feito, no valor de 40 mil milhões, o Executivo, de acordo com uma nota das Finanças a que a Angop teve acesso, vai permitir a emissão de garantias de crédito para a cobertura de financiamentos bancários concedidos pelos bancos comerciais, em linha com a política de diversificação da produção nacional e fomento da actividade empresarial, no quadro do actual contexto macroeconómico. Conforme a nota, entre as iniciativas para o fomento da produção nacional que poderão beneficiar da garantia de crédito, incluemse o Projecto de Apoio ao Crédito (PAC), gerido pelo Ministério da
Economia e Planeamento e enquadrado no Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição de Importações (PRODESI). A emissão da garantia do FGC aos interessados poderá ser feita opcionalmente de duas formas. Adianta que a primeira tem a
ver com a solicitação dos créditos, a partir de 15 de Junho, que poderá ser feita por qualquer sociedade comercial, incluindo em nome individual, e cooperativas legalmente constituídas. Ao emitir a garantia de crédito, o FGC assume perante o banco o compromisso de reembolsar par-
cialmente a dívida de um cliente, caso este esteja comprovadamente incapaz de continuar a honrar o crédito, com excepção das situações preveníveis pelos bancos, em que a incapacidade resulte de fraude do cliente e de desvio dos recursos do propósito do crédito. A execução da garantia de crédito concede o direito ao FGC de recuperar o valor pago ao banco pela apropriação e alienação do património do cliente. A concessão de garantias será limitada pelas normas e práticas de gestão do risco impostas e recomendadas às instituições financeiras. O Ministério das Finanças apela ao empenho e compromisso dos empresários nacionais para que todo o projecto financiado seja gerador de riqueza e empregos para o país. A origem dos recursos dos créditos são predominantemente os depósitos dos clientes bancários, por isso, a decisão de financiar, independentemente da garantia de crédito, é exclusiva do banco, devendo este justificar a recusa em financiar em conformidade com as normas bancárias em vigor.
Empossado o Conselho de Administração da ANRM
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Ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás conferiu posse, ontem, Segunda-feira, ao Conselho de Administração da Agência Nacional de Recursos Minerais, ANRM, nomeado pelo Presidente da República a 15 de Junho, através do Despacho Presidencial n.° 90/20. No referido despacho, João Lourenço delegou poderes ao Ministro para empossar Jacinto Rocha, PCA, e os administradores executivos Djanira Santos, João Chimuco, Lucombo Pedro e Moisés David. O titular da pasta dos Recursos Minerais, Petróleo, Diamantino Azevedo lembrou que “no início deste mandato governativo, assumimos a missão de melhorar o clima de investimento no sector mineiro de Angola, o que pressupunha adoptar um novo modelo de governação do sector, mais eficiente e transparente”.
Ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo
Segundo ele, com o empossamento do CA da Agência Nacional de Recursos Minerais, regista-se um passo fundamental no âmbito do compromisso assumido de reestruturação do sector mineiro e estamos a fazê-lo de forma harmoniosa e através do diálogo constante com o empresariado e os principais agentes envolvidos nesta actividade económica. “O Presidente da República, João Lourenço, no seu discurso, no acto da sua investidura ao mais alto cargo da nação, ressaltou que “não nos devíamos esquecer da diáspora angolana e que esta merecia uma atenção maior e que dada a sua importância para o desenvolvimento do nosso país devia ser levada em consideração” lembrou o titular dos Recursos Minerais que agradeceu ao PCA da ANRM “por ter aceite o convite para regressar
à pátria e exercer esta função de elevada responsabilidade”. Por sua vez, o presidente do Conselho de Administração da Agência, Jacinto Rocha, afirmou a necessidade da captação de investimento, introdução da ordem no sector e melhorar o clima de negócios. “Angola é um país rico em recursos minerais e vamos fazer de tudo para proporcionarmos a vinda a Angola de empresas sulafricanas, canadianas, australianas, americanas e inglesas e outras para a indústria mineira nacional”, concluiu. À Agência Nacional de Recursos Minerais cabe, dentre outras, a função de regulação do sector mineiro, exercendo as suas atribuições sobre todos os recursos minerais no território nacional, com excepção dos hidrocarbonetos.
Mercados
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A INVERSÃO DA TRAJECTÓRIA DA INFLAÇÃO A percepção das famílias sobre o preço de bens e serviços quando dirigem-se aos estabelecimentos comerciais caracteriza-se pela noção de que os preços têm registado aumento mês a mês. Adicionalmente, acompanha-se a certeza de que os kwanzas que obtêm contribuem para a aquisição de cada vez menos bens, o que caracteriza a perda do poder de compra
A
inflação tem registado tendência ascendente ao longo do ano corrente, ao verificar-se que de Janeiro a Maio a taxa de inflação homóloga Nacional aumentou 3,87 p.p., para 21,82%, quando em 2018 registou-se diminuição de 2,88 p.p., para 19,84% e em 2019 reduziu 1,08%, tendo-se fixado em 17,14%. A actual trajectória da inflação tem reflectido tanto factores endógenos, quanto exógenos. No primeiro caso, destaca-se a produção nacional que se encontra em níveis inferiores às necessidades de consumo, que contribui para que haja dependência de importações, e o intensificar da desvalorização cambial que torna crescente a necessidade de moeda nacional para se obter a mesma quantidade de moeda estrangeira. Na vertente exógena referencia-se o preço dos produtos a importar e choques como a COVID-19. O registo dos primeiros cinco meses de 2020 reflecte uma maior variação mensal média das classes de “Educação” (+7,19%) e “Alimentação e bebidas não alcoólicas” (+2,45%), sendo que a maior contribuição média mensal registou-se nas classes de “Alimentação e bebidas não alcoólicas”(1,14 p.p.) e “Educação”(0,12 p.p.). O registo da classe “Educação” representa o impacto do ajuste nas propinas no início do ano lectivo, que algumas instituições relacionaram ao impacto da depreciação cambial sobre os inputs necessários à concretização de suas actividades, enquanto a classe “Alimentação e bebidas não alcoólicas” inclui um maior impacto do cenário pandémico actual, em consequência da maior procura por bens essenciais diante da incerteza sobre a disponibilidade dos mesmos e das
DR
limitações na mobilidade de pessoas e bens. Entretanto, o percurso da taxa de inflação poderia apresentar-se descendente, como nas economias desenvolvidas em geral, cujas taxas de inflação têm apresentado desaceleração mantendo-se em níveis inferiores à meta de 2%, apesar das políticas fiscais e monetárias de estímulo à economia. Nestas economias efectiva-se a relação inversa entre a taxa de desemprego e a taxa de inflação identificada pelo economista Phillips em 1958. Em consequência, do aumento do consumo relacionado ao menor desemprego, que permite que as empresas ajustem os preços – considerando-se que a produção apresenta alguma limitação para o ajuste no curto prazo – e se reflecte no aumento do nível geral de preços. No entanto, no cenário actual de Pandemia, o desemprego tem registado aumento, moderação do consumo e em consequência ajuste dos preços dos bens para garantir que se efective o consumo e não se registe a deterioração dos mesmos. No caso das economias africanas em geral, a taxa de inflação tem apresentado uma trajectória ascendente apesar da deterioração do mercado laboral, o que contraria as evidências de Phillips, tendo-se em consideração distorções geradas principalmente pela dependência da produção de bens e serviços de economias externas, que contribui para o processo de importação da taxa de inflação, com baixo poder de definição dos preços dos mesmos, e no processo adiciona-se a depreciação cambial, que exerce uma pressão adicional sobre o nível de preços dos produtos importados. As perspectivas para a taxa de inflação de fecho do ano 2020 foram revistas em alta, pressionadas pelo impacto da COVID-19, sobre o
sector petrolífero, que exerce significativo impacto indirecto sobre o nível de preços na economia angolana. O canal caracteriza-se pela diminuição da arrecadação de receitas fiscais petrolíferas, quando se regista diminuição contínua do preço do petróleo, que reduz a disponibilidade de moeda estrangeira na economia, com reflexos sobre as Reservas Internacionais Líquidas. As estimativas caracterizam-se por taxas acima de 25%, de acordo com o Governo e 20,7% segundo o relatório de Abril do Fundo Monetário Internacional.
As estratégias em curso de promoção do sector privado, com o incremento de estímulos do crédito ao sector produtivo, o pacote de
Nestas economias efectiva-se a relação inversa entre a taxa de desemprego e a taxa de inflação identificada pelo economista Phillips em 1958
estímulos fiscais e monetários em curso – em consequência dos impactos da COVID-19 –, o registo e incentivo à produção agrícola nacional e o investimento no desenvolvimento de infra-estruturas – com destaque para os projectos do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM) -, poderão contribuir para a dinamização da produção nacional, aumento da disponibilidade de bens na economia e em consequência contribuir para que se efective a redução do custo dos produtos comercializados no país.
Mundo
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Equipa de Trump culpa manifestantes por baixa participação em comício Os responsáveis da campanha para a reeleição de Trump acusam os manifestantes da Oposição de bloquearem o acesso dos apoiantes do Presidente ao estádio onde decorreu um comício, segundo o Diário de Notícias
A
equipa da campanha para a reeleição do Presidente dos EUA, Donald Trump, minimizou no Domingo a pouca participação de público no comício em Tulsa, que decorreu no Sábado. Culpou os manifestantes da Oposição por criarem um ambiente hostil e por bloquearem o caminho aos apoiantes de Trump. A Casa Branca afirmou que o evento, o primeiro comício de Trump em três meses, teria cerca de 100 mil pessoas. Mas as imagens da televisão mostraram grandes sectores com lugares vazios no BOK Center, um estádio que tem capacidade para 19 mil espetadores. O departamento local de bombeiros disse que apenas 6.200 pessoas apareceram no comício, segundo a imprensa norteamericana, enquanto os responsáveis da campanha de Trump afirmaram que pelo menos 12
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mil apoiantes estiveram no estádio. Mercedes Schlapp, assessora da campanha de Trump, disse à Fox News que muitos apoiantes do Presidente não consegui-
ram entrar no BOK Center porque foram bloqueados por manifestantes. “Isso teve um impacto nas pessoas que estavam a participar no comício”, acrescentou.
Schlapp repetiu uma explicação apresentada no Sábado à noite pelo director de comunicações da campanha de Trump, Tim Murtaugh, que declarou que os manifestantes estavam a “bloquear o acesso aos detectores de metal, impedindo que as pessoas entrassem”. Mas jornalistas que estavam no evento disseram que não viram problemas no acesso ao estádio. Na última semana, foram divulgadas informações de que os utilizadores adolescentes da rede social TikTok boicotaram o comício. Antigo estratega republicano e crítico do Presidente, Steve Schmidt disse que os adolescentes de todo o país pediram bilhetes sem intenção de ir ao evento para garantir que o comício tivesse cadeiras vazias. Trump tem por hábito vangloriar-se dos seus comícios, com forte presença de público, comparando-os com os do seu rival democrata, Joe Biden.
Seis elementos da equipa de Trump infetados A assessora de campanha de Trump chegou mesmo a referirse a um evento recente de Biden, no qual os organizadores seguiram os padrões de distanciamento social, dizendo que o ex-vicepresidente não conseguiu atrair multidões como Trump fez. Mercedes Schlapp disse à Fox News que mais de 5,3 milhões de pessoas acompanharam o comício do republicano pela Internet. Biden está à frente de Trump em 9,5 pontos nas sondagens nacionais de intenção de votos, de acordo com o site RealClearPolitics. Nas redes sociais, surgiram vários comentários sobre a pouca participação no comício de Trump, um dos quais da cantora Pink. A artista ironizou, no Twitter, com o número de apoiantes do Presidente que estiveram no estádio. Além do gosto amargo deixado pela baixa participação no evento de campanha para reeleição, seis elementos da campanha, que trabalharam na organização do comício, estão infectados pelo novo Coronavírus.
Telemóveis vão alertar sobre contacto com infectados em Cabo Verde
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aplicação de rastreamento de casos e contactos por telemóvel foi desenvolvida por um consórcio internacional, que deixou o protocolo aberto para ser utilizado pela comunidade internacional, segundo o jornal electrónico Observador. Cabo Verde vai passar a usar uma aplicação de telemóvel para rastreamento e detecção de quem esteve próximo a uma pessoa infectada com Covid-19 e respectivo percurso, tentando assim conter a propagação da doença, conforme legislação aprovada pelo Governo. Em causa está uma resolução do Conselho de Ministros que entrou em vigor no Domingo dando o aval a uma “proposta de um grupo de cidadãos nacionais” para o desenvolvimento de uma aplicação de “rastreamento de contactos de proximidade” para utilização em Cabo Verde. A medida faz parte “da resposta à Covid-19 nesta fase de desconfi-
namento, em que o risco de relaxamento das medidas de autoproteção é maior” e embora “ciente de que soluções tecnológicas levantam, naturalmente, preocupações com a privacidade”, lê-se na resolução. A aplicação de rastreamento de casos e contactos por telemóvel foi desenvolvida por um consórcio internacional, que deixou o protocolo (DP-3T) aberto para ser utilizado pela comunidade internacional no apoio ao combate à propagação da Covid-19. Em Cabo Verde, a iniciativa consiste no projecto denominado “Na nôs mon” (Nas nossas mãos) e tem agora o aval legal para avançar, após consulta à Comissão Nacional de Protecção de Dados, segundo o Governo cabo-verdiano. “A proposta do grupo de cidadãos é pública e de forma expressa é manifestada como uma oferta da cidadania, como expressão da vontade de dotar o país, para ex-
ploração pelas autoridades sanitárias nacionais, de uma ferramenta tecnológica moderna, devidamente customizada e adaptada à nossa realidade”, aponta ainda a resolução do Conselho de Ministros. O regulamento desta aplicação, que acompanha a resolução, estabelece que o envio de dados pelo utilizador “é voluntário” e “anónimo”, sendo activado no sistema pela “pessoa infectada, ao introduzir o código disponibilizado para o efeito”. A gestão da informação de lo-
calização permite à plataforma da aplicação identificar interações da pessoa infectada com outros utilizadores, que “recebem um alerta, sem nunca se saber quem é o contacto dessa cadeia ou a sua localização”. Define ainda que o Ministério da Saúde e da Segurança Social é “a entidade responsável pelo tratamento dos dados”, pelo que deve instituir procedimentos para “interromper a troca de identificadores e eliminar os dados recolhidos dos telefones e do servidor”, até “ao fim da situação excepcio-
nal de pandemia”. A aplicação recorrerá a telemóveis inteligentes (‘smartphones’) e ligações de dados sem fios ‘Bluetooth’. Antes da activação geral ainda terá de passar por uma prova de conceito e um teste piloto, para validar as condições de funcionamento e segurança. Contudo, o titular dos dados “pode opor-se, a qualquer momento, ao tratamento dos seus dados, desinstalando a aplicação”, que leva à eliminação dos dados alojados no telemóvel e no servidor da aplicação, “bem como à cessação imediata do rastreio”. Cabo Verde regista um acumulado de 890 casos de Covid-19 desde 19 de Março, com oito óbitos, mas 413 já foram dados como recuperados. A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 465 mil mortos e infetou mais de 8,8 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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Países que tiveram sucesso contra Covid-19 estão a ver casos ressurgirem, alerta OMS
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Primeiro-ministro britânico, Boris Johnson
Primeiro-ministro britânico prepara novo plano para conseguir acordo pós-Brexit A comissão de estratégia vai avaliar as áreas em que um acordo pode ser alcançado, como a possibilidade de um compromisso em redor das condições equitativas em termos de direito laboral e ambiental
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primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, pretende delinear esta semana com os seus ministros um novo plano sobre o futuro relacionamento do Reino Unido e a União Europeia (UE) para desbloquear as negociações, avançou o jornal económico Financial Times. A comissão de estratégia do Governo para o Brexit vai avaliar esta semana as áreas em que um acordo pode ser alcançado, como a possibilidade de um compromisso em redor das condições equitativas em termos de direito laboral e ambiental exigidas pela UE, acrescenta o jornal. Segundo o compromisso discutido, o Reino Unido aceitaria as condições, mas reservaria o direito de divergir das regras da UE; nessas circunstâncias, a UE poderia punir o Reino Unido com tarifas sobre as suas exportações”, adianta. As duas partes entraram em negociações em Março para alcançar um acordo comercial pós-Brexit para entrar em vigor a 1 de Janeiro, quando terminar o actual período
de transição, mas até agora não foi registado grande progresso. Os pontos mais difíceis nas negociações são o acesso às águas de pesca do Reino Unido, as divergências sobre as regras da concorrência e o desejo de Bruxelas de vincular todos os aspetos do futuro relacionamento entre Londres e a UE num único acto jurídico. As pescas são um dos principais problemas, uma vez que a UE pretende garantias de acesso contínuo às águas britânicas e retenção de direitos de pesca para 75 espécies, mas o Governo britânico quer dar prioridade aos pescadores bri-
A partir de 29 de Junho, as duas equipas negociadoras deverão passar a reunir-se todas as semanas até 31 de Julho
tânicos e atribuir quotas aos barcos estrangeiros de forma anual. Bruxelas definiu o final de Outubro como prazo para conseguir concluir as negociações a tempo de garantir a ratificação pelos diferentes 27 Estados membros e Parlamento Europeu antes de 31 de Dezembro, já que Londres rejeitou uma possível extensão do período de transição para além dessa data. Na semana passada, Boris Johnson falou por videoconferência com a presidente da Comissão Europeia (CE), Ursula von der Leyen, e outros dirigentes europeus e todos concordaram em dar “um novo impulso” e intensificar as negociações. A partir de 29 de Junho, as duas equipas negociadoras deverão passar a reunir-se todas as semanas até 31 de Julho. Boris Johnson mostrou-se confiante de que será possível chegar a um acordo com a União Europeia sobre o relacionamento pós-Brexit em Julho, alegando que as posições de Londres e Bruxelas “não estão assim tão distantes”.
uitos países que tiveram sucesso no combate ao novo Coronavírus estão a testemunhar um aumento de casos devido a aglomerações religiosas ou de lazer, ou em locais fechados, como clubes nocturnos ou dormitórios, desde que relaxaram as restrições, disseram autoridades da Organização Mundial da Saúde (OMS) ontem, Segunda-feira. Ontem, a Coreia do Sul disse pela primeira vez que está às voltas com uma “segunda onda” de infecções nos arredores de Seul, provocada por surtos pequenos, mas persistentes, resultantes de um feriado comemorado em Maio. “Neste momento, há muitos países que tiveram sucesso em suprimir a transmissão e colocar a transmissão de pessoa a pessoas num nível baixo que está a começara ver um aumento de casos”, disse Maria Van Kerkhove, epidemiologista e principal autoridade técnica da
OMS para a pandemia, citando a Coreia do Sul como uma delas. “Qualquer oportunidade que o vírus tiver de se instalar, ele aproveitará”, disse ela, fazendo um apelo aos países para “darem tudo de si” para isolar tais casos para evitar uma nova transmissão comunitária. Mike Ryan, o principal especialista em emergências da OMS, disse que parece terem surgido focos novos ligados a clubes, abrigos e parques de diversão na Coreia do Sul, mas que o número de casos em geral está “muito, muito estável ou até diminuindo” e elogiou a abordagem de Seul. “O meu entendimento é que a grande maioria dos casos sendo detectados está ligada a focos existentes e reconhecidos, e sendo assim as autoridades sul-coreanas ainda têm grande visibilidade de onde o vírus está e da dinâmica dentro da qual as cadeias estão a transmitir”, disse.
Diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus
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Autoridades em Benguela preocupadas com sistemáticas violações na cerca sanitária da Canjala
A medição da temperatura corporal é um dos elementos no rastreio da Covid-19
A cerca sanitária da Canjala, ponto de entrada e saída de e para a província de Benguela a Norte, regista uma média diária de 7 violações. Os camionistas são apontados como os promotores de tais desrespeitos ao preceituado do Decreto Presidencial nº 142/20, que estabelece o estado de calamidade pública Constantino Eduardo, em Benguela
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e de um lado está a ministra Sílvia Lutukuta a referenciar a cerca como sendo a melhor a nível do país em termos de controlo, do outro, há manifesta fragilidade naquele ponto, daí que as autoridades falem em reforçar cada vez mais o sistema de segurança na Canjala, município do Lobito. Face àquilo a que chama de apetite de entrada em território por si dirigido, o governador provincial de Benguela, Rui Falcão, tem se
deslocado regularmente à comuna da Canjala, para avaliar o estado operacional das forças e dos técnicos de saúde lá destacados, avisando, entretanto que não haverá contemplações para os que insistirem em tais violações, pois o único propósito que move o Governo local a agir como está é impedir a propagação da Covid-19, salvaguardando, deste modo, um bem maior, a vida. O governante defende a necessidade de as empresas de camionagem apelarem que os seus funcio-
nários cumpram rigorosamente as regras impostas pelas autoridades. E mais, esclarece Falcão, é preciso não confundir mercadorias com pessoas, argumentando que “não estamos a trabalhar para impedir que os bens industriais circulem, o que nós não queremos é que as pessoas tragam outros níveis de infecção para a província”. Os cidadãos que violam a cerca sanitária de Luanda com destino a Benguela têm vindo a adoptar, para insatisfação das forças da ordem, novos modus operandi.
Se fosse para envolver os serviços de justiça, em todo os casos de violação, a província sobrelotação nos estabelecimentos penitenciários
Segundo uma fonte da Comissão Multissectorial em Benguela, que não se quis identificar, os cidadãos andam a reboque de camiões a troco de 3 a 4 mil kwanzas e a 5 a 6 quilómetros de distância do ponto pedem que o condutor pare e eles põem-se a andar pelo matagal adentro, contra todos os riscos, encontrando o carro um pouco mais adiante. A mesma fonte esclarece que, neste particular, em alguns casos, contam com a boa vontade de moradores de aldeias nas redondezas, que denunciam elementos estranhos que avistem a circundar nas suas localidades. De acordo com a fonte que temos vindo a citar, se fosse para envolver os serviços de justiça, os tribunais fundamentalmente, em todo os casos de violação, a província confrontar-se-ia, ainda mais, com casos de sobrelotação nos seus estabelecimentos penitenciários. Mas, ainda assim, o tribunal da comarca do Lobito condenou 13 cidadãos a dois meses de pena suspensa, estando estes a cum-
prir quarentena institucional na Vila Olímpica, ao Kawango, zona do município de Benguela. Questionado se estaria preocupado com o novo modus operandi de alguns cidadãos, Rui Falcão, o timoneiro de Benguela, diz que têm vindo a detectar várias irregularidades desta natureza e continuar-se-á com este trabalho operacional, impondo cada vez mais rigor. No local, a equipa de reportagem deste jornal constatou algumas tentativas de cidadãos ludibriarem as forças da Ordem. O caso mais flagrante é do cidadão Pedro Nguindo, que escondeu uma cidadã no interior de um lugar no seu camião destinado apenas a reboque de mercadorias. A OPAÍS, o camionista alegou ter sido mandatado por um agente da Polícia Nacional destacado no posto de controlo do Sumbe, facto não confirmado pelo referido posto, segundo o comandante municipal da Viação e Trânsito e Segurança Rodoviária, Gilson Pedro, que manteve contacto com os agentes do Cuanza-Sul.
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Secretário-geral da JURA, Agostinho Kamuango
JURA considera ensurdecedor silêncio a volta da Política Nacional da Juventude Três meses depois de ter sido apresentada publicamente, o secretário-geral da JURA, Agostinho Kamuango, disse que a Política Nacional da Juventude (PNJ), de iniciativa do Executivo, não tem nenhum impacto na vida dos jovens Domingos Bento
O
secretário-geral da JURA, braço juvenil do partido UNITA, Agostinho Kamuango, disse que, apesar de o país estar a viver momentos de dificuldades económicas, impostas pela Covid-19, é ensurdecedor o silêncio a que está submetida a Política Nacional da Juven-
tude (PNJ) lançada oficialmente em Março deste ano. A política, de iniciativa do Governo central, é um instrumento de coordenação multi e intersectorial destinado ao reforço e à protecção especial dos direitos dos jovens, promovendo e assegurando a plena inserção e participação no processo de transformação e desenvolvimento político, social, económico e cultural do país. Para Agostinho Kamuango, que falava em entrevista ao
Decretos não resolvem problemas Agostinho Kamuango fez saber ainda que a juventude angolana continua a enfrentar sérios problema sociais ligados à educação, formação, emprego e habitação. Essas questões, frisou, estão igualmente contidas na PNJ com todos os detalhes e vias para a sua resolução. Porém, o grande problema, explicou, está na falta de vontade política das instituiçoes e de responsáveis de cargos públicos para a materialização das metas. No seu entender, a criação de decretos não tem poder nem força se não for acompanhada de uma dose na mesma proporção de vontade política e encontrando interesses comuns visando a realização das acções. Para ele, o país não pode parar de andar por causa da Covid-19, que é um inimigo imprevisível que ninguém sabe quando vai ser derrotado. Neste sentido, frisou, é possível a materialização de pequenas acções que têm impacto na vida da juventude, bastando haver vontade e junção de sinergias. “É possível nos juntarmos e definirmos o melhor modelo de desenvolvimento da juventude. Com vontade, o Executivo pode movimentar parceiros sociais e empreender pequenas acções que venham beneficiar os jovens e ajudá-los neste período de dificuldades. Portanto, tudo passa pela vontade”, apontou.
OPAIS, três meses depois de ter sido lançada, a referida política caiu no profundo esquecimento, o que dá a entender que é mais um decreto elaborado pelo Executivo para meras promessas. Conforme explicou, o referido documento dispõe de várias acções que devem ser executadas, entre mais simples e complexas. Mas, frisou, até ao momento, nem mesmo as acções mínimas são executadas, o que demonstra uma falta de comprometimento do Estado para com a referida política. Com o plano, o Executivo define uma série de estratégias visando alcançar uma sociedade mais justa e equilibrada, em que os jovens tenham acesso à saúde, formação, qualificação profissional e académica que os habilite à plena integração no mercado de trabalho. A política visa, igualmente, promover a criação de um conjunto de pressupostos e de mecanismos institucionais, salvaguardados por legislação específica, com vista a assegurar a participação da juventude do país em todos os domínios da vida política, económica, social e cultural Segundo Agostinho Kamuango, embora a PNJ oriente o envolvimento de actores sociais, parceiros nacionais e internacionais para a materialização e implementação das acções contidas no documento, ainda assim não há abertura do Executivo na discussão e adopção dos modelos de desenvolvimento que devem ser adoptados para o segmento juvenil do país. No entanto, à semelhança de outros projectos públicos, Agostinho Kamuango disse que a PNJ corre o risco de redundar em fracasso, por ter sido elaborada em gabinetes e por pessoas que não conhecem, de facto, as necessidades da juventude. De acordo com Kamuango, caso houvesse, de facto, a participação das organizações da sociedade civil que na prática trabalham com a juventude, talvez a referida política tivesse um impacto maior. “Os problemas dos jovens do interior não são os mesmos dos jovens de Luanda ou de outras regiões do litoral. Não é possível termos um documento que centraliza as ideias quando o país é composto por vários pontos de vista. Este foi um dos erros na elaboração da política da Juventude”, lamentou.
desporto
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O PAÍS Terça-feira, 23 de Junho de 2020
Huambo pode internacionalizar torneio de judo Março Mulher O presidente cessante da Associação Provincial de Judo, Adelino Correia, tem novos projectos para o ciclo olímpico 2020/2024, por isso contará com o apoio de todos na cidade que antes se chamou Nova Lisboa
Mário Silva
O
presidente cessante da Associação Provincial de Judo (APJ) do Huambo, Adelino Correia, prometeu à imprensa local recandidatar-se para mais um mandato.
Por isso, uma das linhas de força do seu projecto, visando o quadriénio 2020/2024, é internacionalizar o torneio Março Mulher. O pleito eleitoral, marcado para o dia 18 de Julho, contará apenas com a lista do presidente cessante no Planalto Central. Apesar de não concretizar as linhas de força do mandato ante-
rior, Adelino Correia disse que está satisfeito e faz um balanço positivo da sua gestão, embora seja uma experiência nova. “Vamos trabalhar para darmos uma nova dinâmica ao judo na província do Huambo, sendo que pretendemos criar condições, com patrocinadores, para internacionalizar o torneio Março Mulher”, adiantou o candidato. A ser realizado, o certame vai atrair mais praticantes e ajudará a colocar o nome de Angola além fronteiras nesta modalidade de lutas, adiantou o presidente cessante. O responsável reconheceu que houve um crescimento do judo na província, pois o número de academias legalizadas também aumentou, ao passo que outras estão a trabalhar para este efeito. Nos campeonatos nacionais, em vários escalões, a província do Huambo tem tido participações regulares e conta com atletas jovens e disponíveis para crescer dentro e fora de Angola.
“Vamos trabalhar para darmos uma nova dinâmica ao judo na província do Huambo, sendo que pretendemos criar condições, com patrocinadores, para internacionalizar o torneio Março Mulher”
Presidente da associação provincial do Namibe enluta desporto motorizado Mário Silva
O
presidente da Federação Angolana de Desportos Motorizados (FADM), Ramiro Barreira, lamentou, na sua página do Facebook, a morte do recém-eleito presidente da Associação Provin-
cial da modalidade do Namibe, Álvaro de Oliveira Santos, vítima de acidente de aviação. Ramiro Barreira explicou que o acidente aconteceu na zona do Caraculo e, posteriormente, foi levado para uma unidade hospitalar da cidade do Lubango, província da Huíla, onde o quadro se complicou e Álvaro de Oliveira Santos
não resistiu aos ferimentos. O responsável federativo endereçou, em nome dos seus órgãos sociais, associados, mecânicos, equipas e pilotos, os mais profundos sentimentos de pesar à família enlutada e aos desportistas daquela prova. Álvaro de Oliveira Santos que também era empresário do
sector das pescas, panificação, restauração e agricultura, fazia parte do movimento associativo empresarial do Namibe, pois foi há menos de vinte dias que o ma-
logrado foi eleito líder dos desportos motorizados da província supramencionada. Depois de vencer o pleito eleitoral para o quadriénio olímpico 2020/2024, Álvaro de Oliveira Santos garantiu, à imprensa local, trabalhar arduamente com o apoio de todos associados de modo a resgatar a mística dos motores naquela região. Namibe é das poucas províncias do país que participam com alguma regularidade nas provas organizadas pela Federação Angolana de Desportos Motorizados (FADM), com destaque para as provas de automobilismo e motociclismo.
O PAÍS Terça-feira, 23 de Junho de 2020
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Candidatos à presidência da APAL montam estratégias Sebastião Félix
O
s candidatos à presidência da Associação Provincial de Luanda (APAL) montam estratégias para convencerem o eleitorado na renovação de mandatos, referente ao ciclo olímpico 2020/2024. Na corrida está o presidente cessante Simão Filho e Vicente Francisco, figuras que conhecem os
meandros do andebol luandense. Tudo indica que não será um pleito simples, uma vez que a província de Luanda tem o maior número de clubes no país. Por esta razão, os candidatos farão chegar as listas nos próximos dias à Comissão Eleitoral, isto é, na sede do Comité Olímpico Angolano, segundo uma fonte ligada ao processo. Assim que este expediente estiver fechado, os imponentes vão partir para a campanha, aliás, o pleito está marcado para 15 de Julho.
Viana do Castelo desiste da Volta a Portugal
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Câmara Municipal de Viana do Castelo informou, em comunicado, que não vai receber este ano a Volta a Portugal, devido à situação provocada pela pandemia de Covid-19. “Neste tempo de incerteza e de imprevisibilidade face ao desconhecimento da evolução da Covid-19 e de uma eventual vaga, o município de Viana do Castelo num sentido de prudência, responsabilidade e respeito pela vida, não vai permitir a realização da Volta a Portugal no início de Agosto”, refere a nota, acrescentando que o muni-
cípio tem procurado cumprir escrupulosamente as orientações da OMS, DGS e do Governo. De acordo com a edilidade, permitir a Volta em Viana do Castelo daria sinais contraditórios aos vianenses, que viram as centenárias festas e peregrinação da Senhora da Agonia serem também canceladas. Viana do Castelo era um dos finais de etapa previstos antes de se iniciar a pandemia. Desde 2010 recebe consecutivamente a prova rainha do ciclismo português e conta com 15 chegadas e igual número de partidas.
Deste modo, o argumento que mais convencer o eleitorado vai determinar o futuro presidente da APAL, logo, não será uma empreitada simples. Luanda é a província com mais clubes no país, no entanto, as decisões, querendo ou não, passam pela cidade capital nos campeonatos nacionais. O 1.º de Agosto e o Petro de Luanda são os clubes com mais história no andebol angolano, havendo aqueles que já foram extintos por razões financeiras e administrativas.
Mourinho vê “algo de positivo” por jogar em estádios vazios
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or força das restrições decorrentes da pandemia de Covid-19, o futebol regressou a Inglaterra sem público nos estádios, sem o calor dos adeptos nas bancadas. E também sem o ruído. Algo que, para José Mourinho, acaba por ter um lado positivo. Em especial, do ponto de vista do guarda-redes. “Sim. Ele [Hugo Lloris] está numa posição privilegiada, porque agora a comunicação é muito mais fácil. Tenho a certeza de que o nível de comunicação dele é exactamente o mesmo em todos os jogos, mas costuma ter dificuldades para se fazer ouvir”,
notou o treinador português, em conferência de imprensa. “Neste momento, cada palavra que se diz em campo é muito fácil [de ouvir]. Sempre acreditei que um guarda-redes é um bom líder, e um bom capitão. Independentemente disso, sempre soube que o guarda-redes olha para o jogo numa posição fantástica, para organizar e ser um pouco a extensão do treinador, especialmente na organização defensiva”, referiu, realçando: “Então, se conseguirmos retirar algo de positivo do negativo que é ter um estádio vazio, será a comunicação”.
Direitos televisivos da Bundelsiga descem pela primeira vez desde 2002
O
s direitos televisivos dos dois principais campeonatos alemães de futebol para os próximos quatro anos vão cifrar-se em €1,1 mil milhões por temporada. Num negócio global de €4,4 mil milhões entre 2021 e 2025, esta é a primeira vez desde 2002 que os direitos televisivos da Bundesliga e da 2.Bundesliga não aumentaram, tendo registado mesmo uma ligeira quebra - o último acordo fixara-se nos 4,6 mil ME. Nas próximas quatro épocas, o ‘bolo’ de 1,1 mil ME será repartido pelos 36 clubes do primeiro e segundo escalões. “Não sabemos se esta pequena descida é efeito do coronavírus, mas é um negócio que oferece aos clubes a melhor estabi-
lidade possível nestes tempos de incerteza. Os clubes sabem que estão seguros até 2025”, salientou Christian Seifert, presidente da Liga Alemã de Futebol, em declarações à imprensa germânica.
classificados emprego
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imobiliário
O PAÍS Terça-feira, 23 de Junho de 2020
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O PAÍS
Terça-feira, 23 de Junho de 2020
PREVISÃO DO TEMPO *** 3 DIAS *** PARA AS PRINCIPAIS CIDADES VÁLIDA DE 23 A 25 DE JUNHO DE 2020
Fonte: INAMET
INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGOA E GEOFÍSICA - CENTRO NACIONAL DE PREVISÃO DE TEMPO (CNPT)
Das 18 horas do dia 22 às 18 horas do dia 23 de Junho de 2020
PREVISÃO DO TEMPO *** 3 DIAS *** PARA AS PRINCIPAIS CIDADES, válida de 23 á 25 Junho de 2020 Data 23/06/2020
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REGIÃO NORTE: Províncias de Cabinda, Zaire, Bengo, Luanda, Uíge, Malanje, Cuanza-Norte, Cuanza-Sul, Lunda-Norte, Lunda-Sul: Céu parcialmente nublado, alternando com períodos de céu pouco nublado a limpo em quase toda a região. Possibilidade de ocorrência de neblina matinal nas províncias de Cabinda, Zaire, Bengo, Luanda, Cuanza-Sul. REGIÃO CENTRO: Províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico Céu pouco nublado, alternando com períodos de céu limpo em toda a região. Possibilidade de ocorrência de neblina matinal em alguns municípios das províncias de Benguela e do Huambo.
Céu parcialmente, neblina matinal.
REGIÃO SUL: Províncias do Namibe, Huíla, Cunene e Cuando Cubango: Céu pouco nublado, alternando com períodos de céu limpo em toda a região.
Meteorologistas: Tucaiana Lauriano e Lúcia Yola C. Fernando Luanda, 22 de Junho de 2020 Aeroporto Internacional 04 de Fevereiro, Rua 21 de Janeiro – Tel.: 949320641 – Luanda. Site: http://www.inamet.gov.ao; emails: geral@inamet.gov.ao / geral.inamet@angola-portal.ao
TEMPO no mar
Fonte: INAMET
BOLETIM METEOROLÓGICO PARA A NAVEGAÇÃO MARÍTIMA
3. DESCRIÇÃO SINÓPTICA DAS 18:00 UTC DO DIA 22/06/2020 ÀS 18:00 UTC DO DIA 23/06/2020.
O Antíciclone de Santa Helena irá manter-se estacionário nas proximas 24horas com pressão central de 1020hPa, influenciando, assim, no padrão e intensidade do vento. Assim sendo, prevê-se estado do mar pouco agitado a agitado, com altura da onda de 1.4 até 1.6 metros nas regiões marítimas de Cabinda a Benguela, sendo agitado com a altura das ondas de até 2.4 metros de altura na região marítima do Namibe.
1.SITUAÇÃO GERAL ÀS 18:00 UTC DO DIA 22 DE JUNHO DE 2020:
Circulação do vento fraco de Sul a Sudeste entre os paralelos 04°S e 06°S(Cabinda), sendo vento moderado de Sul a Sudoeste e Sudete entre os paralelos 06°S e 18°S (Zaire a Namibe).
2. PREVISÃO VÁLIDA ATÉ AS 18:00 UTC DO DIA 23 DE JUNHO DE 2020:
4. CARTA DO VENTO MÁXIMO E DA ALTURA DA ONDA MÁXIMA PREVISTA
SEM AVISO.
Os contornos a cores indicam a altura máxima da ondulação e os contornos em tom cinza indicam os possíveis incrementos das vagas devido à influência do vento local.
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O PAÍS
Terça-feira, 23 de Junho de 2020
Angola e EUA analisam impactos da Covid-19 em África O representante permanente de Angola junto da União Africana (UA), Francisco da Cruz, e a embaixadora dos Estados Unidos da América (EUA) neste organismo continental, Jessica Lapenn, analisaram, ontem, a evolução da pandemia da Covid-19 no mundo e, em especial, em África
F
rancisco da Cruz e Jessica Lapenn abordaram os esforços da UA para a contenção da pandemia, sob coordenação do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças de África (África CDC), tendentes a mobilizar assistência internacional para apoiar os estados membros na luta contra a Covid-19. No encontro virtual, em que participaram igualmente o adido de Defesa de Angola, Carlos dos Santos, e o conselheiro militar da Embaixada dos EUA junto da UA, Kack Kruse, foi também analisada a situação da paz e segurança em África, sendo que ambas as partes manifestaram preocupação ao concordarem que os problemas sociais e económicos da pandemia da Covid-19 estão a favorecer o incremento do terrorismo em várias partes do continente, pondo em causa o objectivo da UA de silenciar as armas em África. Importa referir que, sob proposta do Presidente de Angola, João Lourenço, a Cimeira da UA realizada em Fevereiro decidiu organizar uma cimeira extraordinária dedicada aos desafios do terrorismo e do extremismo vio-
O que saber sobre o Coronavírus…
“O
álcool ou qualquer mistura com álcool a mais de 65% dissolve qualquer gordura, sobretudo a camada lipídica externa que protege o vírus”. “Qualquer mistura com uma parte de cloro e cinco partes de água dissolve directamente a proteína, desintegrando o vírus”.
lento, com vista a tomar urgentemente as medidas necessárias para apoiar os países que enfrentam os graves efeitos do terrorismo. Na ocasião, o certame solicitou à Comissão da Uniao Africana que, em coordenação com o presidente em exercício da UA, proceda às consultas necessárias para a realização da aludida Assembleia Extraordinaria, em Addis-Abe-
ba, Etiópia, ou noutro EstadoMembro. Francisco da Cruz, igualmente embaixador de Angola na Etiópia e a diplomata norte-americana falaram também de questões de interesse bilateral, trocaram impressões sobre o processo de reforma institucional da UA e acerca das eleições da nova Comissão da União Africana, previstas para Fevereiro de 2021.
Autoridades sanitárias notificam 46 casos de má nutrição no Dala
Q
uarenta e seis casos de má nutrição foram registados, de Janeiro a Junho deste ano, pelas autoridades sanitárias do município do Dala, a 160 quilómetros da cidade de Saurimo (Lunda-Sul), menos seis em relação a igual período anterior. A informação foi avançada ontem, Segunda-feira, à Angop, pela directora do hospital municipal do Dala, Adelaide Cussumua, adiantando que os casos são provenientes das zonas rurais, resultantes
de desmame precoce, más condições alimentares e o abandono de crianças pelas mães. Explicou que, para contrapor a situação, as autoridades sanitárias têm levado a cabo palestras de sensibilização nas comunidades sobre os cuidados a ter com a alimentação, para evitar casos de má nutrição e garantir a saúde das crianças. Adelaide Cussumua fez saber que, durante o período em referência, o hospital registou cinco mortes por
malária, num universo de 120 casos diagnosticados. Disse que o hospital tem registado igualmente cerca de 20 casos/ dia de doenças diarreicas agudas, em consequência do consumo de água não tratada e alimentação desregrada. O município do Dala dispõe de um hospital municipal, igual número de maternidade, morgue com 12 gavetas, dois centros e 20 postos de saúde, para atender 26 mil e 573 habitantes.
“O vírus não é um organismo vivo, mas sim uma molécula de proteína (ARN) coberta por uma camada protectora de lípido (gordura), que ao ser absorvida pelas células das mucosas ocular, nasal ou bucal, alteram o código genético delas (mudam) e as convertem em células agressoras multiplicadoras”. “O vírus conserva-se muito estável em ambientes frios, húmidos e escuros”. “Nenhum bactericida serve! O vírus não é um organismo vivo como a bactéria, e se não está vivo não se pode matar com antibióticos, os vírus são desintegrados. Daí que a solução está em romper a sua cadeia de propagação e mutação”. “O vírus não atravessa a pele sã”. “O calor muda o estado da matéria da gordura da camada protectora do vírus, por isso é bom usar água a mais de 25 graus centígrados para lavar as mãos, a roupa e locais em que nos encontremos”.
“Não sacudam! Esfreguem as superfícies com álcool, cloro (lixívia), água oxigenada ou detergente! O vírus agarrado a uma superfície se desintegra algum tempo segundo a matéria de que é feita esta superfície. 3 horas (tela porosa), 4 horas (cobre e madeira), 24 horas (cartão), 42 horas (metal) e 72 horas (plástico). Se se sacudir o vírus volta a flutuar no ar e pode alojar-se no nariz”. “Como o vírus não é um ser vivo senão uma molécula de proteína, não se mata, mas se desintegra. O tempo de desintegração depende da temperatura, humidade e tipo de material onde repousa”. “A água oxigenada dissolve a proteína do vírus, isto ajuda muito depois do uso de sabão, álcool ou cloro para atacar o vírus, mas há que usá-la pura e se se usar na pele a pode ferir”. “O vírus é muito frágil, o único que o protege é uma camada externa muito fina de gordura, por isso é que qualquer tipo de sabão é o melhor remédio, porque a espuma corta a gordura (há que esfregar-se por 20 segundos no máximo e fazer muita espuma. Ao dissolver a camada de gordura se dispersa e desintegra por si”. UMA RECOMENDAÇÃO VALIOSA Use a mão não dominante para abrir as portas em casa, escritório, transporte, banhos, etc., já que é muito difícil que venha a tocar o rosto com essa mão. Na Coreia do Sul foi muito difundida esta iniciativa.