Jornal OPaís edição 1880 de 26/06/2020

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Brasileiros da IURD acusados de contratar marginais para atentar contra a vida de angolanos sociedade: O pastor da Igreja Universal do Reino de Deus, Fernando Teixeira, de nacionalidade brasileira, está a ser acusado pelos seus colegas de nacionalidade angolana de ter contratado 40 supostos marginais para atentarem contra as suas vidas e das suas famílias, a troco de 500 mil Kwanzas para cada um deles. P. 10

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Director: José Kaliengue www.opaís.co.ao e-mail: info@opaís.co.ao @jornalopaís facebook/opaís.angola

O diário da Nova Angola

Edição n.º 1880 Sexta-feira, 26/06/2020 Preço: 40 Kz

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Detectados casos “misteriosos” de Covid-19 em hospitais e clínicas Ontem, 15 novos de contágio por Covid-19, elevaram o total para 212 casos, dos quais mais cinco casos com a definição epidemiológica por determinar, revelou o secretário de Estado para a Saúde Pública, Franco Mufinda. P. 2

Angolanos confiam mais em religiosos e sobas do que nos Governantes Sociedade. “Menos de quatro em cada 10 angolanos afirmam confiar nos tribunais (38%), Polícia (37%), Presidente da República (37%) e outros líderes eleitos e autoridades do Estado”, diz o estudo da Afrobarometer divulgado ontem. P. 12 af_bai_nahora_imprensa_276x42,733mm_empresa.pdf

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18/11/19

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Huíla inaugura amanhã equipamentos sociais “Angola precisa ter construídos pelo PIIM produção agrícola e industrial forte” O Governo inaugura os eleitoral em Agosto primeiros equipamentos sociais construídos no âmbito do Programa Integrado de Intervenção nos Municípios no Lubango, Caluquembe e Humpata. P. 3

Director adjunto da Biocom, Luís Bagorro Júnior, diz que o país precisa de depender cada vez menos do petróleo e que a Biocom continua a produzir para atingir tal desiderato. P. 18


EM FOCO

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O PAÍS Sexta-feira, 26 de Junho de 2020

ACTUALIZAÇÃO COVID-19 Diária sobre o Coronavírus A partir do Centro de Imprensa Aníbal de Melo

Detectados casos de Covid-19 com fontes desconhecidas em hospitais e clínicas Nas últimas 24 horas foram confirmados mais 15 novos de contágio por Covid-19, elevando o total cumulativo para 212 casos, dos quais há mais cinco com a definição epidemiológica por determinar. Entretanto, quatro dos infectados recuperaram, perfazendo um total de 81, revelou, ontem, o secretário de Estado para a Saúde Pública, Franco Mufinda Maria Teixeira

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ranco Mufinda disse que cinco dos quinze novos casos testados positivo foram detectados num total de 150 amostras colhidas aleatoriamente nas áreas de rastreio da Covid-19, nomeadamente em cinco hospitais nacionais de referência e três clínicas privadas. Explicou que foi possível detectar estes casos, cuja definição epidemiológica está por se determinar, no cumprimento da orientação de testagem dos contactos de casos positivos durante o período de quarentena. O outro factor que pesou favoravelmente é o rastreio que está a ser feito nas unidades sanitárias no que respeita a doenças respiratórias agudas, graves ou agravamento de síndrome respiratória e a testagem aleatória. “Continuamos a fazer esse seguimento a nível das unidades sanitárias. Estamos também a testar um grande número de contactos e a colher amostras aleatórias em vários conglomerados”, frisou. Deste modo sobe para 20 o número de casos com fonte de transmissão desconhecida no país, sendo que a transmissão local chega aos 157 infectados. “Esperamos que a problemática da Covid seja encarada com seriedade e interesse que merece. Estamos a verificar um aumento de casos, sendo assim, não devemos relaxar nas medidas de higienização das mãos, no uso da más-

Nambi Wanderley

dois são casos de contaminação local relacionada com casos registados na clínica Multiperfil, um com um dos casos positivos do Hoji ya Henda e sete com um dos casos seguidos testados positivos. Com o registo de 15 casos em apenas um dia, sobe para 212 o número de infectados pela Covid-19 em Angola, dos quais 10 resultaram em óbito, 81 recuperados e 121 activos.

Mais 300 amostras processadas nas últimas 24 horas Franco Mufinda fez saber que no período em referência foram processadas 347 amostras, das quais 15 positivas. O Centro Integrado de Segurança Pública (CISP) recebeu, nas últimas 24 horas, 85 chamadas, das quais duas foram denúncias de violação do estado de calamidade pública, houve dois alertas de casos suspeitos de Covid-19 e 81 pedidos de informação sobre o vírus. Por outro lado, o governante disse que ontem chegaram ao país equipamentos hospitalares e material de bio-segurança adquiridos pelo Executivo na República Popular da China. Sobre as actividades nas diversas províncias, contou que as autoridades sanitárias na província do Bié capacitaram os efectivos da Polícia Nacional sobre as medidas de bio-segurança. Já no Bengo fez-se palestras de sensibilização e na Huíla o dia ficou marcado com uma campanha de pulverização dos pontos de entrada na província. Na província do Huambo fez-se a capacitação dos líderes religiosos sobre as medidas de bio-segurança. Por outro lado, a província de Benguela fez monotorização, sensibilização e rastreio dos principais pontos fronteiriços e a Lunda-Sul realizou as mesmas actividades, mas voltadas aos transeuntes nos principais pontos de entrada dos municípios de Saurimo e Muconda. O secretário de Estado para a Saúde Pública disse que a formação continuará e há bastante envolvimento da comunidade religiosa. Por outra, alertou que se mantém a cerca sanitária da província de Luanda.

cara, no distanciamento físico e no evitar de conglomerados”, apelou. Por outro lado, Franco Mufinda apela especialmente à juventude e à população em geral a observarem a medidas de prevenção da Covid-19, tendo em atenção que a progressão

da pandemia depende de cada pessoa e de como se acata as medidas de protecção. Em relação ao historial dos outros 10 casos, o secretário de Estado para a Saúde Pública, que falava na habitual apresentação do balanço diário sobre a pandemia no

país, no auditório das Edições Novembro, em Luanda, esclareceu que as idades dos novos contagiados varia entre os cinco e os 67 anos. Quanto ao género, são 10 do sexo feminino e cinco do sexo masculino. Franco Mufinda detalhou que

Falar com desconhecidopodeameaçaranossavida Franco Mufinda explicou que a doença é transmita pelas pessoas e actitudes como não lavar as mãos, o contacto com superfícies contaminadas ou até a falar sem o uso de máscara perante alguém que se desconhece o seu estado serológico pode pôr em perigo a vida. “O que aqui se procura é cortar a cadeia de transmissão, logo, devemos reatar as medidas que já referi atrás”, disse. Em relação ao laboratório, Franco Mufinda fez saber que o país tem um acumulativo de 22.895 amostras colhidas, sendo 212 positivas, 17.527 negativas e as restantes se encontram em processamento. Por outro lado, disse que 1.035 pessoas observam a quarentena institucional em todo o país e nas últimas 24 horas 33 pessoas receberam alta, 24 na província de Luanda, quatro na Lunda-Norte, duas Lunda-Sul e uma em Cabinda, Huambo e Cuando Cubango. Os casos suspeitos investigados são 515, enquanto os contactos sob investigação chegam a 1.359 pessoas.


O PAÍS Sexta-feira, 26 de Junho de 2020

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Huíla inaugura amanhã primeiros equipamentos sociais construídos no âmbito do PIIM O Governo Provincial da Huíla começa a amanhã (Sábado) a inaugurar os primeiros equipamentos sociais construidos no âmbito do Programa Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), no Lubango, Caluquembe e Humpata João Katombela, na Huíla

S

egundo umprograma

cegado à nossa redação, entres os equipamentos a serem inaugurados amanhã na província da Huíla constam o novo edifício da Administração Municipal de Caluquembe e uma escola com 12 salas de aulas no bairro Sofrio, arredores da cidade do Lubango. No programa saído do Governo Provincial da Huíla consta igualmente a inauguração de uma unidade sanitária no Município da Humpata, cujas obras foram iniciadas em 2012.

As obras de ampliação do Hospital Municipal da Humpata, província da Huíla, foram iniciadas em Abril de 2012, inseridas no Programa de Investimentos Públicos (PIB). Na altura, as obras de reabilitação tinham sido orçadas em cerca 72.000.000,00 (setenta e dois milhões de Kwanzas) e foram interrompidas no ano de 2015 por falta de financiamento, com uma paralisação em 85 por cento. A unidade sanitária, que vai permitir assistência médica e medicamentosa aos habitantes do município da Humpata e arredores, foi concebida com uma capacidade de 120 camas, bem como agregados os serviços de ma-

ternidade e pediatria, assim como a ampliação do banco de urgência. A rede sanitária local é composta por um hospital municipal, 15 postos de saúde e três centros médicos, com mais de 100 trabalhadores, entre médicos, enfermeiros, pessoal de apoio e administrativo. O município da Humpata dista 22 quilómetros da sede capital da província da Huíla e tem uma população estimada em 82 mil 758 habitantes. “PIIM é lufada de ar fresco” A Associação das Empresas de Construção Civil e Obras Públicas da província da Huíla considera as obras inscritas no Progra-

ma Integrado de Intervenção nos Municípios uma lufada de ar fresco para os empresários que se dedicam a esta actividade económica. Carlos Damião, presidente da referida agremiação empresarial, diz que na execução dos projectos inseridos no PIIM em toda a província da Huíla estão envolvidos 30 por cento dos seus associados, facto que satisfaz a Associação, em função do actual contexto económico.“Este projecto PIIM é uma janela de oportunidades para toda a gente e quem teve essa oportunidade e conseguiu ganhar esteve bem. Ao que sabemos, os associados estão satisfeitos com as obras em curso, porque muitas empresas precisavam

mesmo de obras para trabalhar e o PIIM veio colmatar essa lacuna” disse. Carlos Lopes, secretário-geral da referida Associação, disse que, a Covid-19 veio trazer alguns constrangimentos na execução dos projectos, em função da paralisação registada em algumas obras que se registou em todo o país. “Nós estamos a recordar que de 1864 projectos, 68 por cento são concebidos e são definidos pelos municípios, daí vermos a amplitude deste programa. Logicamente que três, quatro ou cinco meses de paralisação vão influenciar nos resultados finais! Nós estamos a tentar acelerar e dar o melhor que pudermos para cumprir com os prazos contratuais” revelou.

Invitation to Tender The Benguela Current Convention (BCC) is a multi-sectoral Inter-Governmental Organisation by Angola, Namibia and South Africa (Parties) to spearhead regional collaboration for integrated management, sustainable development and protection of the environment using an ecosystem approach to ocean

governance in the Benguela Current Large Marine Ecosystem (BCLME). The BCC Secretariat hereby invites proposals from competent company/consultancy firm/ consortium/individual to: 1. undertake a Regional Oil Spill Risk Assessment for the Benguela Current Convention;

2.develop a Resource Mobilization Strategy and Implementation Plan for the Benguela Current Convention. Detailed Terms of Reference are available at: www.benguelacc. org or from Mr. Jackson Kaoti, (jackson@benguelacc.org, Tel: + 264 64 406 901). Closing Date: 22 July 2020


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política. PÁG. 8 CASA-CE repudia martelo demolidor da Administração de Benguela

o editorial

os números do dia

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Apenas vítimas

O

s dois lados dizem-se vítimas na disputa pelo património (incluindo fiéis) da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola. Os dois lados têm as suas listas de queixas e de acusações.

cartaz. PÁG. 14 Refuta críticas da Top Model Maria Borges e as considera “más intencionadas”

Economia. PÁG. 18 “Angola precisa ter uma produção agrícola e industrial forte”

Sexta-feira, 26 de Junho de 2020

hoje:

destaques

SOCIEDADE. PÁG. 12 Brasileiros da IURD acusados contratar marginais para atentar contra a vida de angolanos

O PAÍS

Agora temos (e isso não é novidade) a parte brasileira e atacar órgãos de comunicação social angolanos. Foi sempre assim, uma intolerância tremenda a notícias contrárias aos seus interesses. Talvez seja a igreja que mais processos moveu, pedindo indeminizações (sempre o dinheiro) contra órgãos ou jornalistas angolanos. Não é um bom caminho. A igreja deve respeitar a liberdade de imprensa e buscar usála para passar a sua mensagem, a sua comunicação além dos canais que detém ou paga. Mas não deixa de ser curioso como, perante um problema previsível, talvez até anunciado, de repente cai por terra toda a encenação “milagreira”, dos dois lados. Dê no que der, a IURD, se continuar com este nome em Angola, não voltará a ser a mesma coisa. O que se espera é que o novo caminho seja de seriedade.

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Infra-estruturas sociais construídas de raiz, no âmbito do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), estão já concluídas na província da Huíla.

Amostras de cidadãos que violaram a cerca sanitária de Luanda foram recolhidas Quartafeira e levadas para testagem à Covid-19, no Instituto Nacional de Investigação em Saúde (INIS), na capital do país Empresas da província do Huambo manifestaram, até ao momento, o interesse de aderirem aos projectos de financiamento do Governo angolano, com o objectivo de alargarem os níveis de negócio e contribuírem na elevação da produção nacional

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Cabeças de gado bovino foram vacinadas, nos últimos nove dias, pelas autoridades do município da Caála (Huambo), para preveni-las de doenças como o carbúnculo hemático, sistemático, dermatite nodular e peripneumonia contagiosa..

o que foi dito Mundo. PÁG. 22 75 anos da grande victória pela pátria: responsabilidade comum perante o passado e o futuro

O teste RTPCR continua a ser o teste padrão no país, mas há necessidade de se alargar a capacidade de rastreio e pesquisas epidemiológicas com testes rápidos”

Leonardo Inocêncio Secretário de Estado para Saúde Hospitalar

A democracia está em perigo (...) a liberdade, a saúde e a dignidade das pessoas estão em causa um pouco por todo o mundo”

Um cidadão com medo tolera (medidas drásticas) e habitua-se às restrições do exercício dos direitos fundamentais”

Kevin Casas-Zamora Carta assinada por 500 personalidades mundiais, entre as quais Secretário-geral da IDEA, Kevin Casas-Zamora vários ex-chefes de Estado


O PAÍS Sexta-feira, 26 de Junho de 2020

5 e assim... José Kaliengue Director

Hoje no online de O PAÍS leia a entrevista com o cientista político Sérgio Dundão e compreenda mais sobre os principais problemas políticos que afligem o país

“Nojo” assassino

O

www.opais.co.ao Banguecoque (Tailandia) Shopping troca botões dos elevadores por pedais, num esforço para impedir a disseminação do coronavírus, além de ajudar a restaurar a normalidade da economia do pais. (DR)

o que vai acontecer Economia Mais de seis mil cabeças de gado bovino vão ser vacinadas até Julho próximo contra o carbúnculo sintomático e dermatite modular, no município do Lobito, província de Benguela, noticiou ontem a ANGOP. Segundo a directora da Repartição Municipal da Agricultura e Pescas no Lobito, Maria Francisco, a campanha arrancou nos últimos dias e só na comuna da Canjala prevê-se imunizar mais de três mil e 300 bovinos, em três mangas de vacinação.

Economia As obras para a construção do novo aeroporto de Mbanza Kongo arrancam este ano, no quadro da implementação das recomendações específicas da UNESCO sobre o centro histórico de Mbanza Kongo, elevado a património mundial. A informação foi avançada esta quinta-feira pela ministra da Cultura, Turismo e Ambiente, Adjany Costa, no final da V Reunião Ordinária da Comissão Nacional Multisectorial para a Salvaguarda do Património Cultural, orientada pelo Vice-presidente da República, Bornito de Sousa.

Sociedade O sector da Saúde na província do Cunene prossegue a testagem da covid-19 à população residente ao longo da fronteira Angola/ Namíbia para evitar o risco de contaminação com esta pandemia. A informação foi avançada ontem, Quintafeira, à Angop, em Ondjiva, pelo porta-voz da Comissão Provincial Multissectorial de Combate à Covid-19 no Cunene, Félix Belarmino Satyohamba, referindo que é urgente a testagem daquela população residente no perímetro fronteiriço Angola/ Namíbia, sendo que ambos países registam casos positivos

Pandemia O Ministério da Saú-

de apresenta hoje em conferência de imprensa o estado actual do novo Coronavírus (Covid-19), na sede do CIAM, em Luanda, a partir das 19 horas.

Governo decidiu repescar e dar força a uma estratégia de saneamento comunitário, com ênfase no plano escolar, e jornal OPAÍS tem tratado o assunto. Acontece que algumas vozes “muito finas” e hipócritas resolveram criticar o jornal por referir a questão da defecação ao ar livre com destaque. Não se comoveram com o facto de quase quarenta a cinco por cento das crianças das escolas defecarem ao ar livre. É metade da nossa população escolar. É chocante. É o suficiente para ver que estamos perante uma calamidade de saúde pública. É mais do que uma parede no caminho do desenvolvimento humano. É terrível. É inadmissível. E só quem tem na cabeça aquilo que as crianças são obrigadas a fazer ao ar livre se pode dar ao luxo de querer esconder a realidade, de pensar que não é assunto de jornal. É diabólico pensar-se que o problema dos filhos dos outros, crianças, não é um problema. Tirem os vossos filhos dos colégios de Luanda, mandem-nos a uma escola de uma comuna de Icolo e Bengo, ou mesmo do Bonde Chapé, aqui ao lado de Talatona, sem água, sem janelas, às vezes sem portas, sem quartos de banho. E corram também o risco de os vossos filhos morrerem por uma doença qualquer como morrem aos milhares crianças pobres. O Governo merece aplausos por ter resgastado um assunto que deveria envergonhar qualquer um com um pingo se sensibilidade humana. E é para dar manchete sim! Mas sempre podem levantar os vidros escuros dos carrões e fingir que nada vêm, afinal, é só com os filhos da outros. Aliás, para os nossos “enojados”, os outros nem seres humanos são.

E também... Dia Internacional de Apoio às Vítimas de Tortura -26 de Junho O objectivo deste dia é alertar para a necessidade de apoio a todas as vítimas de tortura, que sofrem maus tratos silenciosamente e frequentemente por todo o mundo. A data sublinha que a tortura, além de ser uma violação dos Direitos Humanos, é um crime. O apelo é feito sobretudo aos Estados, que se devem prontificar a erradicar a prática da tortura. O Dia Internacional de Apoio às Vítimas de Tortura foi instituído em 1997 pela Assembleia Geral das Nações Unidas, com vista à erradicação da tortura e à aplicação da Convenção contra a Tortura e Outras Penas ou Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes (resolução 39/46, criada a 26 de junho de 1987).


6 Media Nova, S.A Presidente do Conselho de Administração Filipe Correia de Sá Administradores Executivos Luís Gomes Paulo Kénia Camotim Propriedade : Socijornal Depósito Legal: Nº 244/2008 Contribuinte: 5417015059 Nº registo estatístico: 48058

O PAÍS Sexta-feira, 26 de Junho de 2020

no tempo do kaparandanda

Director Geral de Publicações: José Kaliengue jose.kaliengue@opais.co.ao

opaís

Director: José Kaliengue Sub-Director: Daniel Costa, daniel.costa@opais.co.ao Chefe de Redacção: Eugénio Mateus, eugenio.mateus@opais.co.ao Editorias : Política: Ireneu Mujoco ireneu.mujoco@opais.co.ao (Editor) Sociedade: Paulo Sérgio paulo.sergio@opais.co.ao (Editor) Romão Brandão romao.brandao@opais.co.ao (Sub-editor) Economia André Mussamo andre.mussamo@opais.co.ao (Editor) Desporto: Sebastião Félix sebastiao.felix@opais.co.ao (Editor) Mário Silva mario.silva@opais.co.ao (Sub-editor) Cartaz: Jorge Fernandes jorge.silva@medianova.co.ao (Sub-editor) Redacção: Alberto Bambi, Augusto Nunes, Miguel Kitari, Domingos Bento, Neusa Filipe, Milton Manaça, Antónia Gonçalo, Maria Teixeira, Patrícia Oliveira, Stela Cambamba, Zuleide de Carvalho (Benguela), Brenda Sambo, Maria Custódia e Adjelson Coimbra. Arte: Ladislau Bernardo (Coordenador) Valério Vunda (Coordenador adjunto), Annette Fernandes, Nelson da Silva e Francisco da Silva. Fotografia: Carlos Moco (Editor), Daniel Miguel (Sub-editor), Pedro Nicodemos, Jacinto Figueiredo, Carlos Augusto, Virgílio Pinto, Lito Cahongolo (repórteres fotográficos), Rosa Gaspar e Yuri dos Santos (Assistentes de Departamento) Agências: Angop, AFP, Reuters, Getty Images

Assistentes de Redacção: Antónia Correia, Rosa Gaspar, Sílvia Henriques Impressão e acabamento: DAMER, S. A. Luanda Sul, Edifício Damer Distribuição: Media Nova Distribuição Tel: +244 943028039 Distribuidora@medianova.co.ao pontodevenda@medianova.co.ao Assinaturas: Bruno Pedro Tel: +244 945 501 040 Bruno.Pedro@medianova.co.ao Online: Venâncio Rodrigues (Editor) Isabel Dalla e Ana Gomes Sítio Online: www.opais.co.ao Contactos: info@opais.co.ao Tel: 914 718 634 -222 003 268 Fax: 222 007 754 Sede: Condomínio ALPHA, TalatonaLuanda. Tel: 222 009 444 República de Angola

Comercial e Marketing: Senda Costa 922682440 email: comercial@medianova.co.ao Tiragem: 15 000 exemplares

1917

26 de Junho de - Grande Guerra 1914-18. As primeiras forças aliadas norteamericanas desembarcam em Saint Nazaire, França.

1935

26 de Junho de - Adolf Hitler obriga ao aborto e à esterilização as mulheres que possam transmitir o que os nazis consideram “males hereditários”.

1945

26 de Junho de - A Carta das Nações Unidas é assinada em São Francisco, EUA, por representantes de 50 países. Será ratificada a 24 de Outubro.

carta do leitor

Digam logo que é comunitário Caro director, Nos outros países do mundo onde há Covid-19 as notícias não falam de casos sem vínculo epidemiológico determinado. Até podem existir, mas não é um detalhe importante, simplesmente falam dos números do dia e dos esforços para conter a pandemia. Aqui inventou-se esta expressão como se ela fizesse com que a Covid-19 fosse embora. Não interessa. Do meu ponto de vista, quando não se sabe com quem uma pessoa se contaminou, então não se sabe quantas outas pessoas a fonte contaminou e em se sabe quantas outras o “sem vínculo conhecido” já contagiou também. Se não se sabe quem passou, é porque apanhou na comunidade, temos circulação comunitária, é preciso assumir e alertar as pessoas para terem ainda mais cuidado.

DR

Isto significa que qualquer um com que nos cruzemos pode ser um portador assintomático e contagiador. Não sei que gestão o Governo está a fazer dos dados, se é uma gestão emocional do povo ou se é cálculo político (sabemos do que se trata), mas

esta gestão pode levar a mais contágios que sabemos que Angola não aguenta. O que falta estabelecer é o vínculo epidemiológico desta gestão com a verdade. Carlos Amorim Açoreira

Escreva para o Jornal OPAÍS através do e-mail info@opais.co.ao ou ligue para estes contactos Tel: 222 003 268 Fax: 222 007 754



POLÍTICA

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O PAÍS

Sexta-feira, 26 de Junho de 2020

CASA-CE repudia martelo demolidor da Administração de Benguela O secretário exe-

cutivo provincial da CASA-CE acusa a Administração Municipal de Benguela de ter violado direitos humanos ao demolir mais de 100 casas, um posto médico e uma escola

Constantino Eduardo, em Benguela

C

ontinua o braço de ferro entre os moradores do conhecido bairro das Salinas e a Administração de Benguela, liderada por Adelta Matias, em consequência das demolições protagonizadas pelas autoridades do município na Quarta-feira, 24. Fontes policiais avançaram a OPAÍS que deram suporte à Administração Municipal de Benguela por esta ter agido com base numa ordem judicial do Tribunal de Benguela. A CASA-CE não vai nessa, sustentando que, agindo desse modo, a Administração violou direitos fundamentais dos cidadãos previstos na Constituição e na lei, daí que, além de repudiar a atitude, espera que os órgãos de justiça responsabilizem exemplarmente aquele órgão do Estado. Entrevistado no local pela imprensa, o político descreveu o facto vivido pelos moradores como sendo um autêntico “filme de terror”, apelando que a sociedade jamais devia encarar de ânimo leve mais este atropelo. “Analisamos as lágrimas do governador (Rui Falcão) no momento do falecimento de Dom Óscar e agora consideramos “lágrimas de crocodilo”, porque era mais importante chorar neste momento em

que as pessoas ficaram sem um sítio para morar”, critica Cuvíngua. Os sinistrados foram alojados na desactivada escola do Magistério Primário, na margem de direita da estrada Baía-Farta/ Benguela e transportados em camiões contentorizados, segundo informações colhidas por este jornal. Cuvíngua considera desumanas as condições postas à disposição dos mesmos na escola, por isso sugere que a sociedade civil faça um abaixo assinado a pedir a exoneração de Rui Falcão do cargo de governador de Benguela por parte do Presidente João Lourenço. Jornalistas impedidos As tentativas da reportagem d´O PAÍS de aceder ao local onde se encontram os sinistrados redunda-

ram em fracasso, por ter sido impedida pelo cordão de segurança montado no local: “Não temos autorização para nenhum jornalista entrar aqui”, atirou-se logo um polícia contra os jornalistas, depois de estes se terem identificado. Em conferência de imprensa na sua sede, a Administração Municipal apresentou a sua versão dos factos. O director do Gabinete Jurídico, Eurico Bongue, começou por refutar as acusações de alguns juristas de que teria agido à margem e invocou, por isso, um Decreto Executivo que estabelece as Normas do Procedimento Administrativo. Sempre incisivo em argumentos defensivos, o jurista afirma que desde 2018 se assiste no local a in-

vasões de terreno e que nenhum deles que se diz proprietário dispunha de um título de concessão. Este facto, entretanto, foi desmentido pela cidadã Maria Almeida, que ostentou vários documentos, curiosamente, emitidos pela própria Administração, alguns dos quais datados do consulado do antigo administrador Leopoldo Muhongo. O director do Gabinete Jurídico diz que aqueles a quem chama de invasores foram várias vezes notificados no sentido de se lhes desencorajar a ocupação ilegal, mas estes, infelizmente, terão ignorado todos os apelos das autoridades. Escola demolida Em relação à escola destruída, Bongue diz que a instituição em

causa não reunia requisitos técnicos, logo, os argumentos de razão dos moradores da Salina ‘caem por terra’. Num documento a que este jornal teve acesso, que deu entrada no Governo Provincial no dia 12 de Junho deste ano, o advogado de defesa dos moradores, José Faria, alertou a Administração de Benguela que a Sala do Cível e Administrativo tinha indeferido o pedido de demolição da Administração, representada pelo Ministério Público, e apelou ao “não uso da força para acobertar a prática de demolição no bairro das Salinas”. Face ao cenário, José Faria fala de um alegado atropelo da lei por parte da Administração do município sede da província de Benguela.


O PAÍS

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Praça 1.º de Maio do Lubango reabre amanhã aos citadinos O Governo Provincial da Huíla vai reabrir amanhã o Largo 1º de Maio na cidade do Lubango, totalmente reabilitado no âmbito do Programa de Recuperação e Construção de Infra-estruturas João Katombela, na Huíla

A

s obras de recuperação e construção de infraestruturas da cidade do Lubango foram iniciadas em Junho de 2017, custaram aos cofres do Governo Central um total de USD 212.682.926,83 USD (Duzentos e doze milhões, seiscentos e oitenta e dois mil, novecentos e vinte e seis e oitenta e três cêntimos). Na também conhecia como

Praça da Sé, as obras incidiram na reposição do tapete asfáltico, passeios, lancis, bancos, dois lagos artificiais e algumas árvores. Segundo o programa traçado pelo Governo Provincial da Huíla, e chegado à redacção de OPAÍS, a inauguração acontece no princípio da noite de amanhã (Sábado). O mesmo programa refere que ainda no Sábado serão também entregues as chaves da Sé Catedral do Lubango, que foi totalmente reabilitada sem se alterar o padrão arquitectónico original. Munícipes recomendam har-

monia entre betão e espaços verdes Os munícipes do Lubango, mostram-se satisfeitos com a nova imagem do centro da urbe, fruto da requalificação que se observa desde o ano de 2017. Maurícia Kapamba diz que a cidade do Lubango aos poucos começa a reconquistar a mística de cidade jardim, com a requalificação que se tem vindo a observar. “Não há uma comparação possível daquilo que foi esta praça, em relação ao passado, mas o que foi feito aqui ainda não é tudo, preci-

sa de mais zonas verdades, sobretudo neste jardim” disse. Rodrigues Martins disse que o visual que hoje a cidade do Lubango apresenta deve-se ao empenho do Governo, no entanto, ainda há muito por fazer para garantir a sua manutenção. “Eu não sei se as obras já estão terminadas, mas é necessário que se coloque alguns eco-pontos para se garantir a manutenção do saneamento básico, bem como a colocação de balneários públicos para os utentes deste jardim” recomendou. Já Elena David, engenheira

ambiental, diz que o património público foi totalmente reestruturado, no entanto, é preciso, agora, apostar na educação ambiental dos citadinos. “É um património completamente reestruturado, tem um impacto visual ambiental muito agradável, para aquilo que é o impacto na visão dos munícipes. Nos resta simplesmente ter uma educação ambiental que seja proporcional ao nosso comportamento para a guarnição deste bem público. Foi feita uma parte arquitectónica muito bonita, apesar de que o aspecto ambiental, que é o verde, não estar muito evidente. Talvez devamos aguardar pela época chuvosa para ver como que vai ser o contraste arquitetónico com o ambiental natural” explicou.


sociedade

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O PAÍS Sexta-feira, 26 de Junho de 2020

Brasileiros da IURD acusados contratar marginais para atentar contra a vida de angolanos O pastor da Igreja Universal do Reino de Deus Fernando Teixeira, de nacionalidade brasileira, está a ser acusado pelos seus colegas de nacionalidade angolana de ter contratado 40 supostos marginais para atentarem contra as suas vidas e das suas famílias, a troco de 500 mil Kwanzas para cada um deles

O

s pastores que integram a comissão de reforma da IURD dizem, em comunicado de imprensa a que OPAÍS teve acesso, que tais indivíduos, repartidos em grupos fortemente armados, dirigiram-se, às 3 horas da manhã de Quarta-feira, aos templos e às suas residências com o intuito da cumprirem a missão. Esclarecem que ficou evidente a intenção dos supostos marginais que foram pagos com dinheiro de sacrifício dos fiéis angolanos. “Os referidos marginais fizeramse transportar numa caravana de automóveis, incluindo uma viatura com a matrícula LD-87-25-GF, caracterizada, da Record TV Angola, canal televisivo dirigido pelo Pastor Fernando Teixeira”, lê-se do documento. Esclarecem que a caravana de supostos marginais era liderada pelo pastor Douglas Oliveira, de nacionalidade brasileira. Essa acção surgiu em resposta ao facto de os pastores angolanos que subescrevem o acto terem recebido os templos da referida igreja que se encontravam sob gestão de pas-

tores da nacionalidades brasileirase moçambicana nos dias 22 e 23 do corrente mês. Os “reformistas da IURD” afirmam estar em pleno gozo de funções e dos direitos, pelo que, imbuídos de um espírito de fé e bravura, decidiram pôr fim às más práticas perpetradas pelo bispo Honorilton Gonçalves, nomeadamente racismo, arrogância, abuso de poder e

Polícia Nacional acusada de inercia A ala brasileira da IURD, num comunicado tornado público também ontem, acusa a Polícia Nacional de estar inerte e nada fazer para repor o que descreve como legalidade. Eles negam que a igreja esteja sendo liderada por duas alas, uma ala angolana ou uma ala brasileira, afirmando que a mesma é uma Instituição mundial, “dirigida pelo Espírito de Deus e com o Conselho de Direção constituído legalmente”.

de confiança. Esclarecem que após os referidos acontecimentos, foram surpreendidos com uma campanha de desinformação e disseminação de mentiras, fazendo crer que os expastores e os ex-obreiros foram os protagonistas dos referidos actos, desencadeada pelo bispo acima mencionado. De acordo com os pastores, o

Descrevem os actos praticados pelos seus antigos fiéis colaboradores de “actos criminosos, beirando ao terrorismo, além da inércia de algumas autoridades competentes”. Por outro lado, alertam a mesma instituição que acusam de inercia (a Polícia Nacional) e a PGR que os crimes que citam que irão coibir já ocorreram e estão se perpetuando através de expulsões de pastores brasileiros, angolanos e moçambicanos das Igrejas e residências de forma violenta. Dizem terem informado também o Instituto Nacional de Assuntos Religiosos (INAR),

representante de Edir Macedo em Angola classificou o acto de “vandalismo” e invasão dos locais de culto “usando, para o efeito, as redes sociais e a “mídia” controlada pela então Liderança Brasileira, designadamente a FÉ TV e a RecordTV Angola, cujo director é o senhor Fernando Teixeira, pastor brasileiro da IURD, num claro conflito de interesses”. Eles explicam que não se tra-

os ministérios da Cultura e o da Justiça e dos Direitos Humanos, “que uma organização criminosa está se auto-declarando uma nova igreja”. “Apelamos aos órgãos competentes, que estão a assistir perplexos os acontecimentos de violações de direitos e princípios constitucionais. Com a Polícia Nacional de Angola inerte. Continuamos crendo na justiça dos homens e principalmente na justiça do nosso Deus”, lê-se no documento. Por outro lado, os pastores atiram-se contra alguns órgãos de comunicação social,

tou de invasão aos templos de expastores e ex-obreiros, como se fez crer, mas sim de assunpção da gestão dos templos pelos pastores e obreiros nacionais, em pleno exercício das suas funções eclesiásticas na aludida instituição religiosa. “Não houve vandalismo, nem muito menos actos de xenofobia e de violência”. Em relação à um vídeo posto a circular nas redes sociais e divulgado por alguns órgãos de comunicação social, onde aparece um pastor de nacionalidade brasileira ferido, os queixosos dizem não estar relacionado com as ocupações dos templos. Afirmam que o referido incidente resultou da tentativa do pastor brasileiro, em violação do direito a informar dos órgãos de comunicação social, impediu a cobertura jornalística do acto de adesão ao Manifesto Pastoral, tornado público no dia 28 de Novembro de 2019, em que os pastores angolanos haviam de declarar em conferência de imprensa. “Foi um lamentável acidente provocado pelos óculos do mesmo, ao colidir com o tripé de uma das câmaras de filmagem de um dos jornalistas presentes no interior do templo”. No entender deles, tal atitude serviu para expor publicamente o caracter do bispo Honorilton Gonçalves e da então liderança brasileira da IURD-Angola, que, alegadamente, tem agido com falsidade e manifesta má-fé ao povo angolano. “Apelamos aos membros, obreiros, pastores e bispos da Igreja Universal do Reino de Deus e sociedade em geral à calma e ao espírito de irmandade. Reiterando que as acções da Comissão de Reforma têm observado a lei e a dignidade da pessoa humana, em respeito aos princípios da fé cristã e aos padrões morais e cívicos da nossa cultura”, garantem.

afirmando que em virtude dos acontecimentos ocorridos desde às 9 horas de Terça-feira, têm sido surpreendidos por diversas notícias de que algumas Igrejas foram invadidas juntamente por pastores dissidentes. “Face a estes factos, a Universal repudia a forma tendenciosa e caluniosa que profissionais de imprensa, nomeadamente Jornal de Angola e TPA têm conduzido este processo, passando para opinião pública inverdades, deturpando a realidade dos factos, para atender interesses escusos”.


O PAÍS Sexta-feira, 26 de Junho de 2020

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MININT regista mais de 360 casos de violência doméstica em cinco meses Ao contrário do que se previa, o período de isolamento social fez baixar o numero de casos de violência doméstica, em comparação ao ano anterior. Nos últimos cinco meses, o Ministério do Interior (MININT) registou 366 casos de violência doméstica, quando no ano passado em igual período tiveram 675 casos

A

Delegação provincial do MININT registou um total de 366 casos de violência doméstica consubstanciados em ofensas corporais (92), violência psicológica (68), fuga à paternidade (oito), abandono familiar (20), não prestação alimentar (20), ameaça de morte (67) e outros crimes enquadrados no âmbito da violência doméstica. Segundo o director provincial do MININT, Hermenegildo de Brito, os casos de violência doméstica praticados na cidade capital e que chegaram ao conhecimento dos órgãos do referido ministério sofreram uma redução, uma vez que em igual período do ano passado registaram 675 casos. Apesar do período de confi-

namento que o país vive, disse, com a implementação do Estado de Emergência, seguido da situação de calamidade, face a Covid-19, em que “se perspectivava um número elevado de casos de violência doméstica, contrariamente não se registou o aumento dos níveis deste tipo de crime”, sublinha. A faixa etária das vítimas situa-se entre os 0 e os 12 anos de idade com 102 casos, representando 28% e a faixa etária dos 13 anos em diante com 260 casos, o que representa 72%. Enquanto a faixa etária dos autores situa-se entre os 16 e os 62 anos de idade. Outrossim, a delegação provincial do MININT aproveitou a oportunidade para exortar as famílias a terem uma participação activa na segurança pública, denunciando os actos que perturbem a ordem e a tranquilidade.

“Estudantes do Ensino Superior não se opõem às propinas nas universidades públicas” A revelação foi feita pela representante da União dos Estudantes do Ensino Superior de Angola, Yolanda de Sousa, num encontro promovido pela JMPLA e os líderes associativos das universidades de Luanda Adjelson Coimbra

A

presidente da União dos Estudantes do Ensino Superior de Angola (UEESA), Yolanda de Sousa, disse, nesta Quinta-feira, em Luanda, que a organização que dirige não está contra a cobrança de propinas pelas universidades públicas. “Porque os estudantes nocturnos já pagavam 15 mil kwanzas, os estudantes regulares é que não. Não é uma situação nova”, justifica, falando durante uma auscultação sobre a retoma das aulas e a modalidade do pagamento das

propinas nesta fase pandémica. O encontro teve como base o Decreto Executivo conjunto, assinado pelos ministérios das Finanças, Ensino Superior e Educação que determina que os estudantes devem pagar até 60 por cento das propinas. A representante da UEESA mostrou-se preocupada com o reinício das aulas. “Estamos preocupados com questões ligadas a biossegurança, com as condições de higiene das próprias instituições. Sabemos que essa doença é letal e de fácil contágio. Comprometemo-nos no sentido de trabalhar com as instituições para saber se, de facto, os nossos associados estarão a assistir às aulas de forma presencial e de mo-

do seguro”, garantiu. Por sua vez, o presidente do Movimento Nacional de Jovens Universitários (MNJUA), José Serqueira, que preferiu focar-se no reinício das aulas, fez saber que a sua associação tem em agenda uma visita às instituições de ensino superior para constatar de perto as medidas de bio-segurança aplicadas. “Mas, ainda assim, anteontem, efectuámos a visita s algumas instituições e achámos prematuro o reinício das aulas. De acordo com o número de casos que têm estado a aparecer, nós, o Movimento dos Jovens Universitários, achamos melhor que se reinicie as aulas apenas em Setembro”, afirmou.

Estudantes das Privadas evitam pagar 60 % das propinas Já o presidente da Associação dos Estudantes das Universidades Privadas de Angola (AEUPA), Joaquim Caiombo, trouxe à mesa questões relacionadas com a modalidade do pagamento de propina. “Defendemos que o pagamento seja sequencial, relactivo ao consumo. O Estudante deve pagar quando estiver a beneficiar do produto, que é a prestação dos serviços das aulas e evitando novamente o processo de pagamento de 60 por cento. O que pretendemos é que os estudantes paguem 100 por cento dos meses que vão estudar”, disse. Joaquim Caiombo acrescenta

que “as aulas decorram de Julho a Março de 2021, então vamos pagar de Julho a Março, para totalizar 10 meses, evitando situações desnecessárias e pagamento de coisas que não se consomem”. Um outro aspecto que preocupa o associactivista tem a ver com as associações dos estudantes, a legitimidade e o processo das eleições dos corpos directivos das mesmas. Há associações, segundo o representante da AEUPA, que “estão no mandato desde a sua fundação”. “Se quisermos um país efectivamente organizado, com jovens capazes de mudar a política, as renovações das organizações, o processo de democratização das organizações deve ser um processo constante”, finalizou.


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sociedade

O PAÍS Sexta-feira, 26 de Junho de 2020

Estudo revela que angolanos têm pouca confiança nos governantes e nas instituições “Menos de quatro em cada 10 angolanos afirmam confiar nos tribunais (38%), Polícia (37%), Presidente da República (37%) e outros líderes eleitos e autoridades do Estado”, diz o estudo da Afrobarometer divulgado ontem

O

s cidadãos angolanos confiam mais nos líderes religiosos do que nos seus governantes legitimados nas urnas e nas instituições estatais, de acordo com um estudo. Esclarece que a confiança nos líderes religiosos é maior do que a média entre os residentes rurais (56%), cidadãos pobres (57%), e entrevistados mais velhos (66% daqueles que têm 66 anos de idade ou mais), bem como entre os residentes das regiões Leste e Centro (57%). Porém, menos de metade (47%) dos residentes na província de Luanda expressam confiança nos líderes religiosos. O estudo diz que 53% dos angolanos confiam nos líderes religiosos “razoavelmente” ou “muito,” seguidos por 43% que expressam confiança nas Forças Armadas Angolanas (FAA) e 42% nas autoridades tradicionais. “Os líderes religiosos e as autoridades tradicionais desfru-

tam de uma confiança acima da média entre os angolanos residentes nas zonas rurais, em situação de pobreza, e os idosos – grupos que podem apresentar dificuldades na compreensão das informações públicas sobre a Covid-19”. Esclarece que a confiança nas FAA é maior entre as mulheres (46%) do que os homens (40%) e entre cidadãos mais velhos (54% daqueles que têm 66 anos de

idade ou mais) em comparação com os mais jovens. Estes também desfrutam de maior confiança popular nas regiões Sul e Leste (48% cada, em comparação com apenas 40% na província de Luanda). De acordo com o estudo, metade dos angolanos (50%) consideram que as autoridades tradicionais exercem “alguma” ou “muita” influência na governação das comunidades locais. Os residentes ru-

rais são mais propensos do que os urbanos a perceber essa influência (57% vs. 46%), assim como os cidadãos pobres (54%), e os que não têm educação formal (54%) em comparação com outros cidadãos mais abastados e com maior escolaridade. “Para os angolanos residentes nas regiões Norte (60%) e Sul (59%) as autoridades tradicionais são influentes na governação das comunidades locais; na Província

de Luanda apenas 40% dos entrevistados concordam” . Face a isso, os pesquisadores advertem que líderes influentes e confiáveis podem desempenhar um papel importante na conscientização da comunidade sobre os cuidados a observar diante dos riscos de propagação da Covid-19, tal como foi feito nas campanhas de vacinação contra a poliomielite no passado. O estudo conclui que de modo geral, “a maioria dos angolanos revelaram desconfiança em todas instituições e líderes, o que pode reduzir a sua eficácia como agentes mobilizadores e sensibilizadores das comunidades no cumprimento das medidas sanitárias refentes à pandemia”. Os pesquisadores da Ovilongwa – Estudos de Opinião Pública, que lideraram a equipa do Afrobarometer, entrevistaram 2.400 angolanos adultos, entre 27 de Novembro e 27 de Dezembro 2019. Garantem que uma amostra deste tamanho produz resultados nacionais com uma margem de erro de +/- 2 pontos percentuais e um nível de confiança de 95%.

Angolanos confinados na Turquia regressam ao país Um voo humanitário da transportadora aérea de bandeira nacional, TAAG, regressou ontem, por volta das 16h, ao país, com um total de 50 cidadãos angolanos que se encontravam retidos há três meses em Istanbul, por força das medidas restrictivas de prevenção da Covid-19, particularmente o encerramento do espaço aéreo nacional

S

egundo um comunicado a que OPAÍS teve acesso, trata-se de um grupo de 40 senhoras, na maioria comerciantes, incluindo mães e uma bebé recentemente nascida em Ankara, duas famílias de sete cidadãos e três jogadores da selecção nacional de futebol adaptado que jogam em clubes turcos. “Foi com bastante júbilo que estes compatriotas tomaram conhecimento desta medida da Comissão Multisectorial de Coordenação ao combate à pandemia do Covid-19, tendo no momento da partida de regresso ao país expressado o seu reconhecimento e gratidão por esse gesto e também por toda a ajuda e assistência assegurada pelo Estado angolano através da sua Embaixada na Turquia”, lê-se , no documento.


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O PAÍS Quinta-feira, 25 de Junho de 2020

O QUE É O CORONAVÍRUS E COMO ME POSSO PROTEGER? O novo Coronavírus, intitulado COVID-19, é de uma família de vírus conhecidos por causarem infecção que pode ser semelhante a uma gripe comum ou apresentar-se como doença mais grave, como pneumonia

F

oi identificado pela primeira vez em Janeiro de 2020 na cidade de Wuhan, na China. Este novo agente nunca tinha sido previamente identificado em seres humanos, tendo causado um surto na aludida cidade que se espalhou rapidamente a vários países do mundo. A Organização Mundial da Saúde decretou (OMS) que o mundo está diante de uma pandemia.

COMO ME POSSO PROTEGER?

Tendo sido reportados já 212 casos em Angola, com 10 mortes, estão indicadas medidas específicas de protecção, mas há questões práticas que se deve ter em conta para reduzir a exposição e transmissão da doença:

1. Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contacto directo com pessoas doentes;

2. Evitar contacto desprotegido com animais domésticos ou selvagens; 3. Adoptar medidas de etiqueta respiratória: tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o braço, nunca com as mãos; deitar o lenço de papel no lixo); 4. Lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir.

QUAIS OS SINAIS E SINTOMAS?

As pessoas infetadas podem apresentar sinais e sintomas de infecção respiratória aguda 2.Tosse como: 1. Febre 3. Dificuldade respiratória

Em casos mais graves pode levar a pneumonia grave com insuficiência respiratória aguda, falência renal e de outros órgãos e eventual morte.

EXISTE TRATAMENTO? Não existe vacina. Sendo um novo vírus, estão em curso as investigações para o seu desenvolvimento. O tratamento para a infecção por este novo Coronavírus é dirigido aos sinais e sintomas apresentados


cartaz seu suplemento diário de lazer e cultura

Karina Barbosa

Refuta críticas da Top Model Maria Borges e as considera “más intencionadas” A responsável da Step Model, empresa gestora dos Troféus Moda Luanda, Karina Barbosa, considerou o evento realizado, apesar do “atipismo” face à Covid-19, positivo. Entretanto, refuta as críticas da Top Model Maria Borges, tendo dito que as consideraria “se fossem críticas construtivas e feitas com boas intenções, baseadas nos factos, e não posts de mentiras com ataques pessoais para denegrir o evento e os seus mentores” Jorge Fernandes

O

Moda Luanda foi realizado num formato diferente face à situação da pandemia. Que balanço faz da presente edição? Fazemos um balanço bastante positivo pois apesar das circunstâncias extraordinárias como ausência de público físico, dos nomeados, das áreas de activação de marca dos nossos patrocinadores, o evento foi muito bonito e os criadores e marcas angolanas apresentaram moda de qualidade com muita criatividade. Foi também excelente podermos proporcionar esta oportunidade de trabalho a vários profissionais e empresas do sector da moda e eventos que tem sido extremamente afectado pelas restrições de trabalho impostas pelo contexto da Covid-19, e que muito tem debilitado a sua saúde financeira, e contribuído para uma crise cada vez mais acentuada. Por que razão a STEP não optou por suspender a atribuição e a realização dos Prémios Moda Luanda tendo em conta a conjuntura sanitária? Porque haveríamos de suspender? Na STEP não pensamos em problemas, mas em desafios a ultrapassar. O Moda Luanda existe há mais de duas décadas e é um palco essencial ao desenvolvimento da moda nacional, além de ser um dos eventos mais aguardados do

ano pela sociedade que aprecia moda e entretenimento. A STEP não tem mentalidade de desistir das coisas só porque são difíceis... O nosso foco é sempre continuar a trabalhar apesar das dificuldades, inovando sempre. Gerou os objectivos preconizados? Gerou sim. Já recebi feedback dos estilistas a informar que têm sido bastante contactados para encomendas de looks que o público viu nos desfiles, o que é bom para a dinâmica e desenvolvimento do sector. Também recebi um grande agradecimento do agente da artista White, por exemplo, que disse que desde a actuação que têm sido contactados muitas vezes para projectos com a cantora, devido ao bom desempenho que as pessoas viram dela na TV durante a sua actuação no Moda Luanda. Estamos muito satisfeitos com o evento e não mudaria o conceito. Ficou mais barato ou nem por isso, produzir o ML Virtual? Qual é o custo de produção em média do ML? Os custos foram aproximadamente os mesmos. Nós investimos muito em produção e estruturas de qualidade, na imagem, nos convites, no website, nas estruturas, manequins, cabelos, maquilhagem, staff de bastidores, nos troféus... Enfim, há uma grande equipa envolvida e muitas especificidades de produção, vários fornecedores diferentes... O custo total aproximado é de 50 milhões de Kwanzas.

O ML é uma janela de oportunidades como se costuma dizer no sector. Este ano apesar do “atipismo” da sua realização, foi diferente? Não foi exactamente igual. Nesta edição participaram nove modelos que nunca tinham participado e estrearam-se também seis novas marcas de moda nacional. Continuamos sempre a dar espaço a novos talentos. Pelos anos de experiência que tem neste tipo de trabalho, os comentários em relação à atribuição de prémios e a organização em si geram quase sempre controvérsias. Isso ainda a incomoda? Nunca me incomodou, nem antes e nem agora. Os Troféus Moda Luanda são um reconhecimento nosso a artistas e profissionais que mais se destacam ano após ano. São um mimo, e valem o que valem. São apenas um complemento do evento e não o seu foco principal, este é a Moda. É normal que cada nomeado e os seus respectivos fãs achem que ele é melhor, mas todos têm qualidade e fãs que os adoram, ou não teriam chegado até ali. As pessoas devem trabalhar para a excelência e não estar preocupados com prémios. Podemos notar que os comentários da modelo Maria Borges mereceram uma pronta reacção de vossa parte. Por que razão? Porque uma coisa são gostos pessoais e outra coisa bem diferente são os factos e a verdade. A Maria atacou


O PAÍS Sexta-feira, 26 de Junho de 2020

o evento e apelou inclusivamente a marcas e empresas para que não o apoiassem ou patrocinassem mais, alegando que o mesmo não dá oportunidades a novos talentos e não é inclusivo, porque às modelos que ela representa não é dada a

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oportunidade de desfilar devido a “favoritismos”, o que é a mais pura mentira. Como assim? A própria Maria é fruto da STEP. Dar oportunidade a várias pessoas anónimas sem favoritismos, já que foi a STEP que em 2011 apostou numa Maria que ninguém conhecia, lhe deu um contrato, investiu nela, a levou para Portugal, lhe arranjou agenciamento internacional, lhe deu a formação inicial, sempre com muito carinho e atenção. Inclusive, ela ficou hospedada em casa dos meus pais em Portugal, cuidada pela minha mãe por uma questão de protecção, porque ela era inexperiente e nunca tinha viajado para fora do país. Então eu não a coloquei num hotel sozinha para que ela ficasse mais protegida, cuidada e acompanhada como se fosse minha filha. Então ela é a prova viva que damos sim oportunidades a novos talentos para que brilhem e se profissionalizem, porque se não o tivéssemos feito, se não lhe tivéssemos dado a ela um contrato, apoio, formação e levado para fora, todo o potencial dela teria ficado enterrado e no anonimato aqui em Angola e ela não estaria hoje a viver em Nova Iorque. Por outro lado, quando ela iniciou a sua agência falou com a STEP e pediu para darmos oportunidade às modelos dela, nós aceitamos, elas foram ao casting e desfilaram sim no Moda Luanda há 2 anos e no ano passado, com cachés pagos. Então não se pode agora fazer de esquecida só porque este ano foram seleccionados modelos de outras agências. Estamos a dar as tais oportunidades a outros novos talentos este ano, há que respeitar o trabalho alheio. Não considera legítimas as críticas da modelo enquanto cidadã e também parte desta indústria? Consideraria se fossem críticas construtivas e feitas com boas intenções, baseadas nos factos, e não posts de mentiras com ataques pessoais para denegrir o evento e os seus mentores. O Moda Luanda está a ser anunciado desde Fevereiro, e de lá para cá ela nunca contactou a organização a informar do desejo que as suas modelos participassem, a perguntar se havia casting ou a fazer qualquer sugestão construtiva, quando tem todos os nossos contactos directos. Agora, quatro meses depois, pós-evento é que se lembrou que tem modelos??? Estranho isso. Não terá feito o trabalho de casa?

O papel do agente é estar sempre à procura de oportunidades e contratos para os modelos, e não ficar sentado em casa à espera que o telefone toque. Ela é parte da indústria, mas o seu contributo activo para o desenvolvimento ou promoção deste sector qual tem sido, pergunto eu? Uma modelo com nove anos de carreira, conhecida mundialmente, que evento ou acção já fez pela moda nacional?

A própria Maria é fruto da STEP dar a oportunidade a várias pessoas anónimas sem favoritismos, já que foi a STEP que em 2011 apostou numa Maria que ninguém conhecia”

“Porque é que para vir a Luanda participar no Angola Fashion Week, por exemplo, cobra cachés altíssimos em dólares e exige transportes e hotéis de luxo, staff de apoio exclusivo”

A senhora pode dizer... Nenhum. Uma manequim com acesso às melhores marcas e empresas de moda do mundo, porque não usa esse alcance e influência para angariar patrocínios ou financiamentos para promover eventos realizados em Angola que beneficiem os profissionais angolanos para lhes dar trabalho e rendimentos? Nada. Porque não promove marcas e estilistas nacionais levando-os para eventos internacionais aos quais tem acesso? Nunca. Porque é que para vir a Luanda participar no Angola Fashion Week, por exemplo, cobra cachés altíssimos em dólares e exige transportes e hotéis de luxo, staff de apoio exclusivo, camarins particulares e etc, provas de roupa diferenciadas para escolher o que quer ou não desfilar? Isto é humildade?? Ajudar a moda nacional como manequim ou cidadã seria, por exemplo, oferecer a sua imagem para apoiar aquele evento que visa promover os estilistas angolanos. Promover outros eventos e modelos do seu país. Porque é que durante este Covid deu donativos a Nova Iorque e não ao seu país natal? Eu e o Kayaya cedemos a nossa imagem e voz a filmes de sensibilização e apelo à segurança e saúde pública devido ao Covid-19 para passarem gratuitamente nas TVs nacionais e redes sociais, e a Maria fez? Nós fazemos a nossa parte há mais de 20 anos como profissionais e cidadãos, sendo ela um dos frutos do nosso trabalho. E ela, o que fez por outras modelos ou estilistas na mesma dimensão ou com consistência? Zero. Fazer parte da indústria é “Fazer e Dar”, e não apenas receber e usufruir. Terá havido algum problema que eventualmente tenha despoletado nestas críticas pessoais? Eu não disse que as críticas eram pessoais. Disse que tinham sido escritas coisas que não correspondem à verdade, daí serem críticas infundadas e sem nexo. Se ela tem algum problema não sei e isso é com ela, e não com o Moda Luanda. Nós estamos bem aqui no nosso

canto a fazer o nosso trabalho. Apenas não podemos aceitar que se tentem passar mentiras como factos para prejudicar o evento. Por outro lado, questiona-se bastante a distinção dos profissionais da TV Zimbo. A vossa parceria “obriga” ou exige a que os profissionais daquela estação sejam premiados? Não tenho conhecimento que se “questione bastante”, até porque a TPA recebeu mais nomeações e prémios por exemplo, logo é outra informação que não procede A nossa parceria tem a ver com a transmissão apenas. Toda a produção é responsabilidade da STEP e os prémios são para quem recebeu mais votos. Existem outras premiações e levantamentos estatísticos de outras empresas e instituições que têm distinguido os mesmos profissionais, tal como estudos de audiências, logo tem até havido consistência entre vários resultados autónomos. Não se reconhece o mérito destes profissionais ainda que por colegas da concorrência? Eu pelo menos acho que se reconhece. Não vi ninguém a dizer que o colega A, B o C não merecia. É normal que todos queiram ser reconhecidos, mas para o ano há mais, é só continuarem a trabalhar. E quem está muito focado nos prémio, está com o foco no sítio errado. Que inovações estão a ser projectadas para os próximos eventos do ML? Já se pensou em incluir a categoria de Artes Plásticas, tendo em conta a importância desta disciplina artística? Essa e outras áreas ficarão para outros eventos. Aliás, indo às vozes críticas que perguntam porque é que é sempre a STEP a organizar e que nos acusam de termos “o monopólio”, deixo o desafio para que façam também alguma coisa. Há muito por se fazer neste país, e mais produtivo do que se querer questionar ou destruir o que já está a ser feito. Então, criem os vossos conceitos, angariem os financiamentos, contratem quem quiserem, prestigiem quem vos apetecer e apresentem resultados. É o que nós fazemos... Há 20 anos! Que outros projectos tem a STEP ainda para este ano? Os Globos de Ouro Angola, entre outras coisas que estamos a preparar e que saberão na hora certa. Vamos continuar a trabalhar com serenidade e apresentar resultados, step by step.


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cartaz

O PAÍS Quinta-feira, 25 de Junho de 2020

Cinema

Uma família brasileira pré-Bolsonaro Depois de uma passagem com sucesso pelo Festival LusoBrasileiro de Santa Maria da Feira, chega aos cinemas Benzinho, de Gustavo Pizzi, crónica daquilo que é mais íntimo no seio de uma família

DR

é a mãe que aos poucos parece encontrar um vazio grande quando percebe que o tempo está a passar e que o seu menino querido, o seu “benzinho”, a vai deixar. Daqueles momentos na vida de uma mãe que pode mudar o sentido da vida. Benzinho prefere nunca forçar o sentimento e é filme ao sabor de um naturalismo que muitos podem achar raro no panorama brasileiro, sabê-lo-íamos em função de um

eventual preconceito do espectador com a ditadura do engenho da telenovela. Pizzi joga também muito com um festim metafórico. Esta família ruidosa que também inclui a irmã da mãe, personagem que serve para meter ao barulho a questão da violência doméstica (o seu marido é violento e ressabiado), vive numa casa a ruir. Obviamente, é o Brasil a ruir mas também serve de paralelismo de um certo fim de

ciclo. A mãe no centro da equação é certamente o foco da câmara. Importa referir que Karine Teles, a portentosa actriz que lhe dá corpo, é a co-argumentista do filme, escrito a meias com Pizzi, ex-companheiro dela na vida real. Essa marca de “primeira pessoa” torna-se vital para dar credibilidade a esse acto de homenagem às mães. E é ainda fundamental, quem pudera imaginar, para ser fiel a uma imersão de intimidade familiar genuína, onde o peso da adultidade e as pequenas coisas do dia-a-dia ganham ascendência. Por isso, uma refeição, um banho das crianças, uma ida à praia, torna-se num invisível acto de exaltação dramática. O processo, sobretudo se pensarmos nos actores mais juvenis, é de um rigor muito complicado de se atingir, mas se pensarmos que por entre ruídos de televisão e cacofonia, surge uma verdade muito íntima de “cenas de uma família”, o filme ganha aí o seu propósito: estamos literalmente no conforto e desconforto daquele lar vívido. Jornal de Notícias

Televisão

Festival

Realeza

A

dor de uma mãenomomento em que se capacita que o filho adolescente vai sair de casa para viver no estrangeiro. Xaropada? Nada disso, Gustavo Pizzi pega nessa premissa para construir uma teia melodramática tão sóbria como moderada sobre o amor incondicional. Sem se esforçar muito, Benzinho é também uma observação sobre um momento generalista da condição da classe média no Brasil pré-Bolsonaro, um Brasil onde as famílias acreditavam numa estabilidade financeira e num futuro melhor para os seus filhos.

Música

A história introduz-nos a um casal do subúrbio de São Paulo e os seus quatro filhos. Tudo muda quando o rapaz mais velho, de 17 anos, recebe uma proposta para ir para a Alemanha como guardaredes profissional de andebol. Uma proposta que causa uma agitação familiar e também um pretexto para uma mudança. O pai aceita a ideia ao mesmo tempo que pensa investir num novo negócio, mas

Lançamento

Live com Gigantes do Semba será o I show angolano a ser transmitido no Twitter

Rostos conhecidos prestigiam lançamento do livro « BOSS Lady step by step »

Fim de semana de diversão na Zap

Neneh Cherry, Kokoroko e Jorge Ben Jor reconfirmados no EDPCOOLJAZZ 2021

A alcunha com que Diana tratava o filho mais velho, William

Trata-se dos músicos Barceló de Carvalho”Bonga”,PauloFloreseYuri da Cunha, cuja actuação terá transmissão na TPA e Platina em todas as suas plataformas e, às 14h30, no denominado “Show 3 Gerações do Semba”.Eteráumagrandenovidade,que será o primeiro o show angolano a ser transmitido no microblog Twitter. “É no Twitter que as pessoas estão a conversar sobre o que mais interessa para elas, incluindo programas de TV. O Show Live no Kubico Especial 3G do semba é um óptimo exemplo de conteúdo que gera engajamento e extrapola a televisão para o Twitter e outras mídias sociais, reforçando a complementaridade entre as duas plataformas”, diz Sarchel Necésio CEO do Platina Line.

Karina Barbosa apresentou Quarta-feira, 24, em ambiente descontraído ao por do sol no Clube S, o seu primeiro livro sobre os “6 Passos para Conquistares Sucesso e Liberdade”. Várias celebridades como Kyako Kyadaf, Big Nelo, Kanguimbo Ananás, Lesliana Pereira, Kayaya Júnior, Soraya da Piedade, Gersy Pegado, Rui Silva, Carina e Luís Costa, Neide Van-Dúnem, Marisa Gonçalves, Edivânia do Carmo, Leomarte Freire, Zamira Rodrigues, Sarchel Necésio, Guelmo Cruz, Berta Issa, Lukkaz, Daniel Braz, Gunza Djoz e as directoras criativas das marcas Millucha Design, Munha Marcah, La Atitude e Cinco Cores, entre outros.

Um misto de aventura e emoção, vão preencher o seu fim de semana a partir do canal Zap Viva. No sábado a partir das 10 horas, divirta-se com As Aventuras de Asterix e Oblexix e o Domínio dos Deuses, que conta a história do imperador romano Júlio César, que sempre quis derrotar os irredutíveis gauleses, mas jamais teve sucesso nos seus planos de conquista. Um dia, ao invés de atacá-los, passa a oferecer os prazeres da civilização aos gauleses. Já no Domingo às 9:15 o sucesso televisivo infantil CLUBE Z SHOW A Floresta Encantada.

Neneh Cherry, Kokoroko e Jorge Ben Jor foram reconfirmados para o EDPCOOLJAZZ 2021. O festival regressa a Cascais em Julho do próximo ano. Neneh Cherry e Kokoroko vão levar as sonoridades contemporâneas ao Hipódromo Manuel Possolo a 27 de Julho. Já Jorge Ben Jor, um dos maiores nomes da música brasileira, vai encerrar o festival, a 31 de Julho. Os músicos juntam-se aos já anunciados nomes de Yann Tiersen, Lionel Richie e Herbie Hancock. Os bilhetes adquiridos para a edição deste verão vão poder ser usados em 2021.

Mais um ternurento pormenor da relação próxima que a princesa Diana mantinha com os filhos. Conforme evidencia o jornal Daily Express, Lady Di tinha uma alcunha para William quando este era pequeno: wambat, um animal originário da Austrália. Esta informação foi revelada pelo próprio príncipe durante uma entrevista que deu em 2007, que agora voltou a ser recuperada pela imprensa internacional. “Quando fomos à Austrália com os nossos pais, o wombat, é um dos animais nativos, e simplesmente fui apelidado disso, não porque parecesse um wombat, ou talvez parecesse”, disse.



Economia

18

O PAÍS Sexta-feira, 26 de Junho de 2020

“Angola precisa ter uma produção agrícola e industrial forte” O director adjunto da Companhia de Bioenergia de Angola (Biocom) Luís Bagorro Júnior disse que Angola precisa ter uma produção agrícola e industrial forte, e depender cada vez menos da indústria petrolífera, pelo que a Biocom continua a produzir para atingir tal desiderato ra atender às exigências do negócio”, referiu. Relativamente ao recrutamento, além das 563 novas contratações, a empresa tem em processamento aproximadamente 250 novas oportunidades de trabalho que deverão ser efectivadas nos próximos meses.

Brenda Sambo

O

responsável que falava em entrevista exclusiva a este jornal avançou que tal desiderato só será possível com a promoção e protecção da produção nacional, como ocorre a partir dos programas e medidas implementadas pelo Executivo. E por outro lado, referiu que deve existir entendimento entre o Governo, industriais, comerciantes, quer grossistas ou retalhistas, e toda população em si de que é fundamental produzir no país e não somente importar. Para o gestor este é um dos principais desafios da Biocom e para o efeito estão a ser feitos avanços importantes. “Estamos a obter alguns resultados. Porém, é necessário um estreito acompanhamento”, disse. Salientou ainda que a indústria nacional precisa ter prioridade para que o país possa crescer, criar empregos e melhorar a qualidade de vida dos angolanos.

PCA da ENDIAMA garante formação qualificada no futuro centro da Lunda-Sul

Neste momento, a empresa já formou mais de 200 jovens nas áreas agrícolas, equipamentos e industrial. Segundo o gestor, as acções formativas dentro da Biocom são regulares e contínuas, desde o ingresso. As formações estendem-se ao longo da construção da carreira, uma vez que estão estruturadas para atenderem a dinâmica do negócio que é cíclico. Salientou que os integrantes são formados de acordo com a

O

PCA da ENDIAMA E.P. garantiu que o centro de formação que está em desenvolvimento na Lunda-Sul poderá contemplar laboratórios de especialidade que garantam formação qualificada no ramo diamantífero.Ganga Júnior avançou que o centro foi projectado para abarcar todas as vertentes da cadeia de valor da indústria, como sejam a investigação geoló-

necessidade das diferentes áreas e guiados pelo plano de carreira da empresa que passa desde a formação de operadores de máquinas, segurança, treinamento e actualização para motoristas canavieiros, bombeiros, pranchas e outros. “Como fiz referência, as nossas acções formativas são contínuas, pois obedecem ao plano de melhoria contínua das competências individuais e colectivas pa-

gica, a exploração e lapidação de diamantes. O responsável da diamantífera angolana falava à margem do workshop sobre laboratórios de apoio ao sector, promovido pelo MIREMPET, ontem, em Luanda. De acordo com o gestor, a meta imediata passa pelo fortalecimento do já existente instituto geológico da Lunda-Sul, de forma a atender as necessidades relativas à investigação geológico-mineira.

Medidas implementadas Com a Covid-19, a empresa tomou algumas providencias cautelares assentes num plano de contingência, onde por exemplo, os trabalhadores que retornaram do exterior passaram a cumprir uma quarentena de 14 dias na cidade de Luanda, para fins de prevenção. Foram também limitadas, ao estritamente necessário, e ou suspensas as viagens de trabalho. Luís Bagorro Júnior disse ainda que foram também reforçadas as medidas de higienização pessoal nos locais de trabalho e transportes colectivos, assim como adoptado o distanciamento social no refeitório e postos de trabalho a partir da redefinição das equipas e horários. A Biocom desenvolveu também um amplo trabalho contínuo, até hoje, de informação e formação

com a distribuição, a todos os trabalhadores, de cartelas informativas, palestras e briefings diários sobre o Coronavírus, acção esta que é extensiva aos prestadores de serviços, mediante a entrega e controlo nas portas de acesso à empresa. “É assim que apesar de tudo não paramos a nossa produção”, disse tendo acrescentado que “adaptamo-nos à situação para produzir o açúcar, álcool neutro e energia eléctrica renovável, tão importantes neste momento para o nosso país”, rebateu. Sobre a Biocom A Companhia de Bioenergia de Angola (Biocom) é a primeira empresa angolana a produzir e a comercializar açúcar, etanol e energia eléctrica a partir da biomassa, e tem como visão, contribuir para o desenvolvimento de Angola por meio da produção de alimentos, energia eléctrica e de combustíveis desde fontes renováveis. Criada em 2008, a sua primeira safra experimental aconteceu em 2014 com a produção de três mil toneladas de açúcar. A unidade está implantada no Pólo Agro-industrial de Capanda, no município de Cacuso, numa área de 81 mil e 201 hectares, dos quais 11 mil e 55 estão reservados à preservação da fauna e flora, 70 mil e 102 hectares virados à produção agrícola.


Mercados

O PAÍS Sexta-feira, 26 de Junho de 2020

19

ANÁLISE DIÁRIA /26 DE JUNHO DE 2020

As Reservas Internacionais Líquidas referentes ao mês de Maio fixaram-se em 10.228 milhões USD O montante representa uma redução de 6,3% face ao período anterior, o que poderá reflectir a redução das exportações de petróleo, com efeitos sobre a solvabilidade externa do país ESPAÇO ANGOLA

O

mercado secundário de dívida pública negociou, na sessão de ontem, cerca de 1.481 milhões Kz. O desempenho revela uma redução semanal de 81%, justificado pela diminuição das transacções de Obrigações Indexadas à taxa de câmbio (OT-TX) em 82%, com impactos sobre a profundidade do mercado.

ESPAÇO INTERNACIONAL Mundo • A recessão económica poderá fixar-se em 4,9% em 2020. O registo do World Economic Outlook de Junho, divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) representa uma revisão em baixa comparativamente ao registo de -3% previsto no relatório de Abril, em consequência do significativo impacto da Covid-19 sobre a produção e consumo mundial.

MERCADOS Petrolífero Brent: -5,44% (40,31 USD/barril). O ressurgimento de casos de Covid-19 em algumas economias, como a China, pressionou a cotação do crude

Cambial EUR: -0,5% ( 1,1251 USD). O intensificar da recessão económica prevista pelo FMI para a Zona Euro penalizou a cotação do euro.


Economia

20

O PAÍS Sexta-feira, 26 de Junho de 2020

Incumpridores no Bié perdem verbas do Estado As unidades orçamentadas que não cumprem, nos prazos estabelecidos, a prestação de contas das verbas a si alocadas pelo Estado, na província do Bié, deverão perder a atribuição dos valores nos próximos meses

A

posição foi dada a conhecer, nesta Quinta-feira, pelo delegado local das Finanças, Armindo Faria, que lamentou o facto de algumas instituições não efectuarem com regularidade a prestação de contas das verbas atribuídas mensalmente. Ao falar no final da quinta Sessão Ordinária do Governo do Bié, o responsável explicou que as unidades incumpridoras ficarão privadas de

verbas até o final do ano, devendo a restituição do dinheiro acontecer no Orçamento Geral do Estado (OGE) referente ao próximo ano económico. A delegação local das Finanças alocou cerca de 75 milhões de Kwanzas em 22 unidades orçamentadas, das quais sete não têm justificado os gastos regulamente nos prazos estabelecidos. O responsável não adiantou o nome das unidades incumpridoras

Taxas de Câmbio dos Bancos Comerciais

Taxas de Câmbio das Casas de Câmbio

Sexta-Feira, 26 de Junho de 2020

Quinta-Feira, 25 de Junho de 2020

Taxa de Câmbio Actual Compra

Venda

Variação

Variação

Taxa de Compra*

Taxa de Venda *

Taxa de Câmbio Actual Compra

Venda

Variação

Variação

Taxa de Compra*

Taxa de Venda *

BANCOS COMERCIAIS

USD/KZ

EUR/KZ

USD/KZ

EUR/KZ

USD/KZ

EUR/KZ

USD/KZ

EUR/KZ

CASAS DE CÂMBIO

USD/KZ

EUR/KZ

USD/KZ

EUR/KZ

USD/KZ

EUR/KZ

USD/KZ

EUR/KZ

Banco Valor - (BVB)

576,237

652,443

620,517

702,578

0,00%

0,00%

0,00%

0,00%

UNIVERSAL CÂMBIOS

650,000

700,000

740,000

770,000

0,00%

0,00%

0,00%

0,00%

Banco Yetu - (YETU)

580,438

656,011

618,000

700,498

-0,31%

-0,43%

-3,56%

-3,67%

GEMS CÂMBIO

680,000

740,000

730,000

770,000

0,00%

0,00%

0,00%

0,00%

Banco de Investimento Rural - (BIR)

580,438

656,011

616,860

697,175

0,00%

0,00%

0,00%

0,00%

SANCASE - CASA DE CÂMBIOS

648,000

687,000

698,000

724,000

0,00%

0,00%

0,00%

0,00%

Banco Keve - (BKEVE)

568,829

642,891

615,264

698,536

3,60%

2,83%

0,67%

-0,24%

RENARO

648,000

687,000

698,000

724,000

0,00%

0,00%

0,00%

0,00%

Banco Caixa Angola - (BCGA)

586,242

662,571

613,952

693,889

-0,31%

-0,43%

0,07%

-0,04%

NOVACÂMBIOS

648,000

720,000

698,000

770,000

0,00%

0,00%

0,00%

0,00%

VTB África - (VTB)

572,844

646,684

610,160

688,810

0,00%

0,00%

0,00%

0,00%

TRAVELEX CÂMBIOS

648,000

708,000

698,000

748,000

0,00%

0,00%

0,00%

0,00%

Banco Comércio e Indústria - (BCI)

574,425

649,215

609,669

689,048

0,00%

0,00%

0,00%

0,00%

SUKULÍDER C. CÂMBIOS

580,438

656,011

696,526

787,213

-0,31%

-0,43%

-0,31%

-0,43%

Standard Bank Angola - (SBA)

580,438

656,011

609,460

688,812

0,00%

0,00%

0,00%

0,00%

CELECÂMBIOS

648,000

687,000

695,000

724,000

0,00%

0,00%

0,00%

0,00%

Banco de Crédito do Sul - (BCS)

580,438

656,011

607,440

686,529

-0,31%

-0,43%

-0,02%

-0,13%

MASTER CÂMBIO

605,430

683,470

665,970

717,640

3,26%

2,59%

3,26%

2,59%

Banco Económico - (BE)

586,126

662,440

606,761

685,761

-0,31%

-0,43%

-0,31%

-0,43%

GOO TRANSFER

622,341

698,117

664,029

745,793

0,00%

0,25%

0,00%

0,42%

Banco de Fomento Angola - (BFA)

580,438

656,011

606,558

685,531

0,00%

0,00%

0,00%

0,00%

MONETA CÂMBIOS

601,000

680,000

662,000

744,000

0,00%

0,00%

0,00%

0,00%

Banco Comercial do Huambo - (BCH)

576,734

651,075

605,427

683,467

0,00%

0,00%

0,00%

0,00%

LUBONGO CÂMBIO

580,438

656,011

661,699

747,852

-0,31%

-0,43%

-0,31%

-0,43%

Banco de Negócios Internacional - (BNI)

562,258

630,882

605,288

682,382

1,17%

1,90%

1,17%

1,90%

EURODOLLAR CÂMBIOS

590,000

664,000

656,000

738,000

0,00%

0,00%

0,00%

0,00%

Banco de Poupança e Crédito - (BPC)

568,829

642,891

604,816

682,907

0,00%

0,00%

0,00%

0,00%

FONTE CÂMBIO

556,000

598,000

656,000

710,000

0,00%

0,00%

0,00%

0,00%

Standard Chartered Bank Angola - (SCBA)

557,395

629,967

603,829

665,574

-0,31%

-0,43%

-0,31%

0,00%

SPOTCÂMBIOS

637,755

699,425

653,730

716,945

0,00%

0,00%

0,00%

0,00%

Finibanco Angola - (FNB)

563,025

636,331

603,656

682,251

0,00%

0,00%

0,00%

0,00%

BENFICA CASA DE CÂMBIOS

614,760

700,000

651,640

735,000

0,00%

0,00%

0,00%

0,00%

Banco BIC - (BIC)

576,085

651,091

601,914

680,283

-0,31%

-0,43%

-0,02%

-0,14%

TRANSGLOBAL

605,000

650,000

650,000

720,000

0,00%

0,00%

0,00%

0,00%

Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA)

577,542

654,706

600,144

689,855

-0,31%

-0,43%

-0,31%

-0,43%

AVANESSA

620,000

691,000

650,000

730,000

0,00%

0,00%

0,00%

0,00%

Banco Millenium Atlântico - (ATL)

579,006

644,637

599,373

667,312

0,00%

0,00%

0,00%

0,00%

DAKOTA CÂMBIOS

645,000

735,000

650,000

740,000

0,00%

0,00%

0,00%

0,00%

Banco da China Limitada - Sucursal - (BOCLB)

563,025

636,331

597,851

675,691

-0,08%

-0,43%

-0,08%

-0,43%

NEV CÂMBIOS

605,000

650,000

650,000

760,000

0,00%

0,00%

0,00%

0,00%

Banco BAI Microfinanças - (BMF)

578,079

648,517

596,914

669,646

1,17%

1,90%

1,17%

1,90%

VS CÂMBIO

601,600

674,600

649,720

728,560

0,00%

0,00%

0,00%

0,00%

Banco Prestígio - (BPG)

550,784

629,771

596,682

682,251

0,85%

-0,43%

0,85%

-0,43%

CÂMBIOS ALAMEDA

620,000

650,000

645,000

695,000

0,00%

0,00%

0,00%

0,00%

Banco Sol - (BSOL)

567,996

637,319

596,682

669,507

1,17%

1,90%

1,17%

1,90%

-0,31%

Banco Angolano de Investimentos - (BAI)

583,257

658,439

595,160

671,876

0,00%

0,00%

0,00%

0,00%

Banco Comercial Angolano - (BCA)

570,864

642,222

593,814

668,040

0,85%

1,01%

0,85%

1,01%

Banco Kwanza Invest - (BKI)

560,824

629,272

585,208

656,632

0,85%

1,47%

0,85%

1,47%

Taxa Média dos Bancos Comerciais

573,177

646,913

604,669

682,494

0,28%

0,27%

0,08%

0,08%

* Uma variação positiva indica uma aprecição do Kz em relaçao ao USD ou EUR, e vice-versa

EURO CÂMBIO

580,438

656,011

638,482

721,612

-0,25%

-0,31%

-0,25%

TAMIGUEL CASA DE CÂMBIO

595,239

672,739

638,482

721,612

3,60%

2,81%

3,60%

2,81%

MARIA LUAU CASA DE CÂMBIO

595,239

672,739

638,482

721,612

-0,31%

-0,43%

-0,31%

-0,43%

MATH CÂMBIOS

574,000

649,000

638,000

721,000

3,66%

2,77%

3,61%

2,77%

CASA DE CÂMBIOS MULIMBI

558,222

609,801

618,854

665,000

0,00%

0,00%

0,00%

0,00%

AGDN CASA DE CÂMBIOS

605,430

683,470

611,480

731,310

3,26%

2,59%

3,26%

2,59%

BRUNO CHARLES CASA DE CÂMBIO

590,000

593,000

610,000

660,000

0,00%

0,00%

0,00%

0,00%

AMESP-CÂMBIOS

507,000

582,000

558,000

625,000

0,00%

0,00%

0,00%

0,00%

RUCÂMBIO

500,000

556,000

531,000

590,000

0,00%

0,00%

0,00%

0,00%

Taxa Média das Casas de Câmbio

605,172

667,400

654,906

722,682

0,40%

0,31%

0,39%

0,31%

* Uma variação positiva indica uma aprecição do Kz em relaçao ao USD ou EUR, e vice-versa

Fonte: BNA


OPINIÃO

O PAÍS Sexta-feira, 08 de Maio de 2020

21

José Manuel Diogo

João Rosa Santos dr

És tu!

E

Esse mais é quem?

D

esde que me conheço e reconheço, o mundo que me rodeia, nos diferentes ciclos da vida, entre o conhecido e desconhecido, o visível e o invisível, jamais me passou pela cabeça que, algum dia, um vírus poderia colocar a humanidade em suspense. Embora viver nunca foi perfeito, um pouco pelo planeta terra, não raras vezes, vários fenômenos naturais ocorreram, com maior ou menor intensidade, o homem sempre foi capaz de controlar, ultrapassar, impedir a sua proliferação mundial. Nasci e cresci, já lá vão uns bons cacimbos, poucos não foram os surtos, as epidemias que nos assolaram, malária, febre tifoide, marburg, ébola, dengue, chikungunya, cólera, entre tantas muitas outras, mas nunca, nenhuma, do tamanho, duração e dimensão do corona vírus. Os medicamentos, de laboratório ou tradicionais, com cloroquina ou mudianhoca, a seu tempo, conseguiram, quase sempre, lograr êxi-

to, travar ou contornar, a evolução do mal, devolver a paz e a tranquilidade entre os seres vivos. Na nossa banda, mesmo nos tempos da pura kitota, bué de lalaus, mona-caxito a ferver, as soluções medicamentosas estiveram sempre a altura dos acontecimentos, projéctil ou desnutrição severa, nada conseguiu nos arreiar. Assim, tipo brincadeira, desde a Ásia, corona galgou continentes, chegou a África e, sem mais nem ontem, no nosso país, sem pedir licença, também se instalou. Em casa, os canucos a se bofocar, na porta, na parede, cabeçada tá rija, os bonecos na TV, não mais animam, os miúdos estão cansados, querem voltar a creche, a escola, ao normal, as mesmas rotinas, do seu passado ainda recente. Se inicialmente, somente casos importados, não demorou, os casos locais, que desgraça, deram um ar da sua graça, de caxexe, sempre a subir, sabe Deus até quando. A praga, começou com 26, logologo passou para o 31, grande azar, o 51, também fez sassassa, a mexer com tudo e todos, fininho ou caen-

xe, sem diferença. Como um azar nunca vêm só, da emergência se passou a calamidade, Luanda virou cerca, ninguém entra, ninguém sai, as fronteiras encerradas, excepção, apenas casos especiais, os humanitários, o país não pode parar. Na Nguimbe, no seu quintal, cerca chegou, ao condomínio Infinity, passou pelo Gold, Cassenda, Futungo, Hoji-Ya-Henda, 10 casas do Kikuxi, Hotel Diamante e, por ironia ou não, aplacou, na Clínica Multiperfil, em boa hora, o Executivo tomou medidas em nome do bem comum, a vida. Quando tudo aparentava um novo normal, Cuanza Norte, virou surpresa, primeiros casos fora da capital, alguns desobedientes pularam a cerca, Bengo, Malanje, Uíge, todos em alerta máximo, é sempre melhor prevenir do que remediar. Ainda não refeitos do choque de Dalas City, nos últimos dias, novo vínculo epidemiológico em estudo, está a dar que falar, nova maka, desconhecido à solta, mas, afinal, esse mais é quem?

xatamente a meio daquela elipse o desenhador chefe quebrou o bico do lápis e o alcance máximo que a curva podia alcançar. Tinhas chegado! Por causa disso a próxima era astrológica estava irremediavelmente comprometida. Mesmo que esse acidente de calendário pouco significasse para o balanço do universo, ele já tinha mudado para sempre as nossas vidas Anunciaste a tua chegada como uma nova precessão, como um rearranjo cósmico desenhado por um Deus inquieto. Es tu! Debruçado na sua esteira o arquiteto não conseguia tirar os olhos do quadrante onde aquele carbono estalou, não era todos os dias que o início do mundo se podia observar. Vestias de branco no dia em que tive a certeza, era uma tarde junina e sentia-me abençoado apenas pela tua presença. Nem todo os mirtilos do mundo valiam um segundo do teu olhar. Não! Eu sou bastante calmo, serenamente calmo, mesmo ― e sempre o fui; porque me supões equivocado? A vida tornou mais redondos os meus sentidos ― apenas os melhorou, os suavizou. Mais do que os outros, tenho um olfato suavíssimo. Sinto admiravelmente todos os aromas produzidos no céu e na terra. Tenho cheirado até muitas coisas do paraíso. Como posso, pois, não ser teu? Atenção! Repara bem… Com que inaudita demência, com que firmeza de corpo vamos viver toda esta história? Ser-me-ia muito simples dizer-te como primitivamente a ideia entrou no meu cérebro; talvez por essas molares diluições pelas quais o sentido do mundo resvala pelos meus pulmões adentro emprenhando o ar; mas

uma vez concebida, ela nunca mais me abandonou, dia e noite e noite e dia e todas as suas correspondentes madrugadas. Sem fim algum foi esta paixão natural e certeira. Eu estimava deveras o casal que me imprimiu nas páginas do catálogo — eles nunca me fizeram o menor mal — aliás sempre se dispuseram, até mais ele, a louvar a minha serena criatividade e nunca invejaram o meu dinheiro. Queriam só ajudar-me, mesmo sem saberem que eu nunca me permitiria viver uma outra solidão. Creio que foi o meu nariz! Sim foi isso, decerto! Um dos meus dons era como o do elefante ― de pele dura mas olfato detalhado que se diria ser ele o próprio nervo, recoberto por uma finíssima película cristalina. Dimensão que filtra o ar e embriaga. És tu! Cada vez que o teu cheiro me atinge, sinto-o velar-me o sangue; e assim, lentamente ― por palavras ― muito intimamente, introduzir-se na minha mente esta ideia de arrancar tempo à sorte dos teus dias, para, dessa forma, poder sentir para sempre o teu perfume. Meio palimpsesto raspado sobre “O CORAÇÃO DELATOR” de Edgar A. Poe.


Mundo

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O PAÍS Sexta-feira, 26 de Junho de 2020

75 ANOS DA GRANDE VICTÓRIA PELA PÁTRIA: RESPONSABILIDADE COMUM PERANTE O PASSADO E O FUTURO Vladimir Putin, Presidente da Federação da Rússia

Setenta e cinco anos passaram desde o final da Grande Guerra Patriótica. Para os meus pais, a guerra é os terríveis sofrimentos do cerco de Leningrado, onde o meu irmão de dois anos de idade, Vitya, faleceu e onde a minha mãe conseguiu sobreviver por milagre. O meu pai, apesar de estar desobrigado do serviço, foi como voluntário para defender a sua cidade natal. Ele tomou a mesma decisão que milhões de cidadãos soviéticos. Ele lutou no Nevsky Pyatachok, ficou gravemente ferido

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nossa responsabilidade perante o presente e o futuro é fazer tudo para não permitir que tragédias terríveis se repitam. Por isso, considerei o meu dever publicar um artigo sobre a Segunda Guerra Mundial e a Grande Guerra Patriótica. Mais uma vez faço lembrar uma coisa óbvia: as causas profundas da Segunda Guerra Mundial decorrem em grande parte das decisões tomadas na síntese da Primeira Guerra Mundial. O Tratado de Versalhes tornou-se um símbolo duma grande injustiça para a Alemanha. De facto foi um roubo do país, que foi forçado a pagar aos aliados ocidentais re-

parações enormes, que esgotaram a sua economia. O marechal francês Ferdinand Foch, Comandante-emchefe das forças aliadas, descreveu profeticamente o Tratado de Versalhes: “Isso não é a paz, é uma trégua por vinte anos”. Foi precisamente a humilhação nacional que criou o terreno fértil para sentimentos radicais e revanchistas na Alemanha. Os nazistas jogaram habilmente com estas emoções, elaboraram a sua propaganda prometendo libertar a Alemanha do “legado de Versalhes”, restaurar o poder antigo do país, enquanto de facto, empurraram o povo alemão para uma nova guerra. Paradoxalmente, os países ocidentais, em primeiro lugar o Reino Unido e os EUA, contribuíram directamente ou indirectamente para isso. Os seus círculos financeiros e industriais investiram activamente nas fábricas e empresas alemãs, que produziam artigos militares. Além disso, entre os aristocratas e políticos havia muitos adeptos dos movimentos radicais, de extremadireita e nacionalistas que estavam em ascensão na Alemanha e na Europa. Um dos resultados mais importantes da Primeira Guer-


O PAÍS Sexta-feira, 26 de Junho de 2020

ra Mundial foi o estabelecimento da Sociedade das Nações. No entanto, a Sociedade da Nações em que dominaram as potências vitoriosas - a França e Reino Unido, mostrou-se ineficiente e meramente afundou em conversas inúteis. A Sociedade das Nações e o continente europeu em geral não escutaram inúmeros apelos da União Soviética para estabelecer um sistema igualitário de segurança colectiva, em particular concluir os pactos da Europa Oriental e do Pacífico para bloquear agressão. Estas propostas foram ignoradas. A Sociedade das Nações não conseguiu impedir os conflitos nas diversas partes do mundo, tais como o ataque italiano contra a Etiópia, a Guerra Civil espanhola, a agressão japonesa contra a China e a anexação da Áustria. No caso do Acordo de Munique em que, além de Hitler e Musso-

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lini, participaram os líderes britânicos e franceses, a Tchecoslováquia foi desmembrada com aprovação total da Sociedade das Nações. Gostaria de ressaltar aqui que ao contrário de muitos dos líderes europeus da época, Stalin não se manchou com o encontro pessoal com Hitler, conhecido então nos círculos ocidentais como político respeitável, foi um convidado bem-vindo nas capitais europeias. A Polónia também participou no desmembramento da Tchecoslováquia junto com a Alemanha. Eles juntos decidiram antecipadamente quem ficaria com quais terras da Tchecoslováquia. Em 20 de Setembro de 1938, o Embaixador polonês na Alemanha, Jozef Lipski, informou ao Ministro das Relações Exteriores da Polónia, Jozef Beck, sobre as garantias de Hitler: “...no caso de um conflicto entre a Polónia e a Tchecoslováquia sobre os nossos interesses em Cieszyn, o Reich ficará do nosso lado” (polaco). O desmembramento da Tchecoslováquia foi cruel e cínico. O Acordo de Munique foi aquele “estopim” que tornou a grande guerra na Europa inevitável. Hoje em dia, políticos europeus e especialmente os líderes polacos desejam varrer o Acordo de Munique para debaixo do tapete. O Reino Unido, assim como a França, que na época, era o principal aliado dos tchecos e eslovacos, preferiram desistir das suas garantias e abandonar o país do Leste Europeu, que afinal foi desmembrado. Não só abandonar mas atrair a atenção dos nazistas para o Leste, para que a Alemanha e a União Soviética colidissem inevitavelmente e se sangrassem mutuamente. Era nisso que consistia a política ocidental de “pacificação”. O Acordo de Munique mostrou à União Soviética que os países ocidentais iriam lidar com as questões de segurança sem considerar os interesses da URSS, e se houvesse uma boa oportunidade, poderiam formar uma frente antissoviética. No entanto, a União Soviética tentou até ao fim utilizar qualquer chance para formar uma coligação anti-Hitler, repito, apesar da posição de duas caras dos países ocidentais. Através dos serviços de inteligência, as autoridades soviéticas receberam informações detalhadas sobre contactos de bastidores entre os britânicos e os alemães no ve-

...No caso de um conflicto entre a Polónia e a Tchecoslováquia sobre os nossos interesses em Cieszyn, o Reich ficará do nosso lado”

A Sociedade das Nações não conseguiu impedir os conflitos nas diversas partes do mundo, tais como o ataque italiano contra a Etiópia, a Guerra Civil espanhola, a agressão japonesa contra a China e a anexação da Áustria

rão de 1939. Chamo a atenção que estes contactos eram conduzidos com muita frequência, e de forma quase simultânea com as conversações trilaterais entre os representantes da França, do Reino Unido e da União Soviética, que eram intencionalmente prolongadas pelos parceiros ocidentais. Nestas circunstâncias, a União Soviética assinou o Pacto de Não Agressão com a Alemanha, sendo o último país a fazê-lo entre os países europeus. Além disso, o acordo foi firmado diante de uma ameaça real de guerra em duas frentes, uma com a Alemanha a oeste e outra com o Japão a leste, onde já ocorriam batalhas intensas no rio Khalkhin Gol. Stalin e o seu círculo próximo merecem muitas acusações justas. Nós lembramos dos crimes cometidos pelo regime contra o seu próprio povo e o terror das repressões em massa. Repito: os líderes soviéticos podem ser criticados por muitas coisas, mas não pela ausência de compreensão do carácter das ameaças externas. Eles viram, que tentavam deixar a União Soviética sozinha com a Alemanha e os seus aliados, e agiram, percebendo a verdadeira ameaça, para ganhar tempo precioso para fortalecer a defesa do país. Seria ingénuo acreditar que Hitler, após reprimir a Tchecoslováquia, não faria novas reivindicações territoriais. Desta vez em relação ao seu recente cúmplice no desmembramento da Tchecoslováquia, a Polónia. tragédia da Polónia que se seguiu é de total responsabilidade dos líderes polacos, que impediram a formação de uma aliança militar entre o Reino Unido, a França e a União Soviética, contando com a ajuda dos seus aliados ocidentais, e jogaram o seu próprio povo à máquina de destruição de Hitler. Os seus aliados ocidentais não corresponderam às expectativas da Polónia. Depois que a guerra contra a Alemanha foi declarada, as tropas francesas avançaram apenas por alguns quilómetros no território alemão. Foi então que começou a chamada “guerra de mentira”. Obviamente isto foi uma traição directa pela França e do Reino Unido das suas obrigações para com a Polónia. Posteriormente, durante os julgamentos de Nuremberg, os generais alemães explicaram o seu rápido avanço no Oriente. O exchefe da sede operacional do Al-

to Comando das Forças Armadas alemãs, general Alfred Jodl, admitiu: “... Não sofremos derrotas desde 1939 apenas porque aproximadamente 110 divisões francesas e britânicas, que estavam no ocidente contra 23 divisões alemãs durante nossa guerra com a Polónia, permaneceram absolutamente inactivas”. Logo após o ataque à Polónia, nos primeiros dias de Setembro de 1939, Berlim muitas vezes apelou insistente a Moscovo para juntar-se às acções militares. No entanto, a liderança soviética ignorou estes apelos e não queria se envolver nos acontecimentos dramáticos até ao último momento. Somente quando ficou absolutamente claro que o Reino Unido e a França não ajudariam o seu aliado e que a Wehrmacht poderia rapidamente ocupar toda a Polónia, chegando de facto às proximidades de Minsk, é que foi tomada a decisão de enviar de manhã de 17 de Setembro as unidades do Exército Vermelho para as chamadas fronteiras orientais - hoje em dia fazem parte dos territórios da Bielorrússia, Ucrânia e Lituânia. Obviamente, não havia outra opção. Caso contrário, a União Soviética estaria em risco muito maior. Moscovo entendeu que estava a enfrentar um inimigo implacável e cruel, e que uma guerra oculta contra o nazismo já estava em andamento. Enquanto Hitler tentou repetidamente atrair a União Soviética para o confronto da Alemanha com o Reino Unido, mas o governo soviético permaneceu firme. Hitler fez a última tentativa de convencer a União Soviética a participar das acções conjuntas durante a visita de Molotov a Berlim, em Novembro de 1940. Mas Molotov seguiu com precisão as instruções de Stalin, limitandose a uma discussão geral sobre a ideia alemã de a União Soviética ingressar no Pacto Tripartido, assinado pela Alemanha, Itália e Japão em Setembro de 1940 e dirigido contra o Reino Unido e os EUA. E já em Dezembro, deixando de lado as advertências dos seus estrategistas sobre o perigo desastroso de ter uma guerra em duas frentes, Hitler aprovou a Operação “Barbarossa”. Ele fez isso ao saber que a União Soviética era a principal força que se opunha a ele na Europa e que a próxima batalha no Oriente iria decidir o


Mundo resultado da guerra mundial. Ele estava certo que a sua campanha em Moscovo seria rápida e bem sucedida. A Segunda Guerra Mundial não aconteceu da noite para o dia, nem começou inesperadamente ou de repente. A agressão alemã contra a Polónia não veio do nada. Foi o resultado de uma série de tendências e factores da política mundial daquela altura. Mas, sem dúvida, os principais factores que pré-determinaram a maior tragédia na história da humanidade foram egoísmo estatal, covardia, apaziguamento do agressor que estava ganhando força e falta de vontade das elites políticas em buscar um compromisso. Portanto é injusto afirmar que a visita de dois dias a Moscovo de Ribbentrop, Ministro das Relações Exteriores nazista, foi a principal razão para o início da Segunda Guerra Mundial. Todos os países líderes em certa medida são responsáveis pelo seu surto. Cada um deles cometeu erros fatais, acreditando arrogantemente que era possível enganar os outros, garantir vantagens unilaterais para si ou ficar fora da catástrofe global iminente. Ao escrever isso, de maneira nenhuma pretendo assumir o papel de juiz, acusar ou absolver alguém. Entretanto muitos nossos parceiros ainda não estão prontos para o trabalho conjunto. Pelo contrário, perseguindo seus objectivos, eles aumentam o número e proporções de ataques de informação contra o nosso país, querem obrigar-nos a dar desculpas e nos sentir culpados, eles adoptam declarações completamente hipócritas e politicamente motivadas. Assim, por exemplo, a Resolução sobre a Importância da Memória Europeia para o Futuro da Europa aprovada pelo Parlamento Europeu em 19 de Setembro de 2019 acusou directamente a URSS, juntamente com a Alemanha nazista, de desencadear a Segunda Guerra Mundial. É desnecessário dizer que não há nem uma menção a Munique. Além de representar uma ameaça aos princípios fundamentais da ordem mundial, isso também levanta certas questões morais e éticas. Profanar e insultar a memória é cruel. A União Soviética e o Exército Vermelho, não importa o que alguns tentam provar hoje, deram a contribuição principal e crucial para a derrota do nazis-

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O PAÍS Sexta-feira, 26 de Junho de 2020

mo. Em geral cerca de 75% de todos os esforços militares empreendidos pela Coalizão anti-Hitler couberam à URSS. Durante os anos da guerra o Exército Vermelho “afundou” 626 divisões dos países do Eixo, das quais 508 eram alemãs. Winston Churchill na sua mensagem a Joseph Stalin de 27 de Setembro de 1944 escreveu: “é o exército russo que deixou a máquina militar alemã com as tripas de fora”. Quase 27 milhões de cidadãos soviéticos perderam a vida na linha de frente, em cativeiro nas prisões alemãs, morreram de fome e bombardeamentos, em guetos e fornos dos campos de extermínio nazistas. A URSS perdeu 1 em cada sete dos seus cidadãos, o Reino Unido - 1 em 127 e os EUA - 1 em 320. O núcleo da coalizão anti-Hitler começou a ganhar força logo após o ataque à União Soviética, quando os Estados Unidos e a Grã-Bretanha a apoiaram incondicionalmente na luta contra a Alemanha de Hitler. Na conferência de Teerão em 1943 Stalin, Roosevelt e Churchill formaram uma aliança de grandes potências, concordaram em elaborar diplomacia de coalizão e uma es-

De facto foi um roubo do país, que foi forçado a pagar aos aliados ocidentais reparações enormes, que esgotaram a sua economia. O marechal francês Ferdinand Foch, Comandanteem-chefe das forças aliadas, descreveu profeticamente o Tratado de Versalhes: “Isso não é a paz, é uma trégua por vinte anos”.

tratégia conjunta na luta contra comum ameaça mortal. A União Soviética cumpriu plenamente s suas obrigações para com os seus aliados e sempre ofereceu ajuda. Assim, o Exército Vermelho apoiou o desembarque das tropas anglo-americanas na Normandia, realizando na Bielorrússia a operação de grande escala “Bagration”. Em Janeiro de 1945 ataques russos no rio Oder puseram fim à última ofensiva poderosa da Wehrmacht na frente ocidental nas Ardenas. Passados três meses após a vitória sobre a Alemanha a URSS em plena conformidade com os acordos de Yalta declarou guerra ao Japão e derrotou um milhão de soldados do exército de Kwantung. O século XX trouxe conflitos globais abrangentes. Em 1945 as armas nucleares capazes de destruir fisicamente a Terra entraram em cena. Em outras palavras, a solução de controvérsias pela força tornou-se excessivamente perigoso. Os vencedores da Segunda Guerra Mundial entenderam isso. Eles entenderam e estiveram cientes da sua própria responsabilidade para com a humanidade. As experiências ruins

da Liga das Nações foi levado em consideração em 1945. A estrutura do Conselho de Segurança da ONU foi desenvolvida de tal modo para a tornar as garantias de paz o mais concretas e eficazes possíveis. Foi assim que surgiu a instituição dos membros permanentes do Conselho de Segurança e o direito de veto como privilégio

No entanto, a União Soviética tentou até ao fim utilizar qualquer chance para formar uma coligação anti-Hitler, repito, apesar da posição de duas caras dos países ocidentais

e responsabilidade deles. O que é o poder de veto no Conselho de Segurança da ONU? Para ser franco, é a única alternativa razoável a um confronto directo entre os maiores países. Um novo confronto global começou quase imediatamente após o fim da Segunda Guerra Mundial e às vezes era muito feroz. O facto de que a Guerra Fria não ter transformado na Terceira Guerra Mundial testemunhou claramente a eficácia dos acordos fechados pelas “Três Grandes”. Certamente, podemos ver que o sistema da ONU actualmente sofre certa tensão no seu trabalho e não é tão eficaz quanto poderia ser. Mas a ONU desempenha a sua função principal. Os princípios do trabalho do Conselho de Segurança da ONU são um mecanismo único para impedir uma grande guerra ou conflito global. Hoje, como em 1945, é importante demonstrar vontade política e discutir o futuro juntos. Nossos colegas Xi Jinping, Macron, Trump e Johnson apoiaram a iniciativa russa de realizar uma reunião dos líderes dos cinco Estados possuidores de armas nucleares que são membros permanentes do Conselho de Segurança. Agradecemos isso a eles e esperamos que uma reunião presencial possa ocorrer o mais rápido possível. Qual é a nossa visão da agenda da próxima cúpula? Antes de tudo, em nossa opinião, seria útil discutir etapas para desenvolver princípios colectivos nos assuntos mundiais, ter uma discussão aberta sobre as questões de manutenção da paz, reforço da segurança global e regional, controle sobre armas estratégicas bem como esforços conjuntos para combater o terrorismo, extremismo e outros grandes desafios e ameaças. Não há dúvida de que a cúpula da Rússia, China, França, Estados Unidos e Reino Unido desempenhará um papel importante na busca de respostas comuns aos actuais desafios e ameaças. Baseando-se na memória histórica comum podemos confiar um no outro e devemos fazê-lo. Isso servirá como uma base sólida para negociações frutíferas e acções concertadas com o objectivo de reforçar estabilidade e segurança do planeta em prol da prosperidade e bem-estar de todos os Estados. Sem exagero é o nosso dever e responsabilidade comum em relação ao mundo inteiro, em relação às gerações presentes e futuras.



desporto

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O PAÍS Sexta-feira, 26 de Junho de 2020

FATM cria comissão eleitoral em Agosto DR

O órgão que rege a modalidade no país vai realizar a reunião de balanço para aprovar o relatório e contas do mandato anterior, bem como encontrará uma data para a realização das eleições, visando o ciclo olímpico 2020/2024 Mário Silva

O

vice-presidente cessante da Federação Angolana de Ténis de Mesa (FATM), Manuel Morais, disse que a Assembleia-Geral de balanço e a criação da comissão eleitoral es-

tá agendada para 8 de Agosto, tendo em vista o pleito que ainda não tem data, visando o quadriénio 2020/2024. Manuel Morais revelou que a realização da assembleia será possível caso o Governo levante a cerca sanitária da província de Luanda, imposta para combater a propagação do novo Coronavírus “Covid-19”. O dirigente federativo explicou que o levantamento vai permitir aos associados deslocarem-se à cidade capital para participar no encontro que reunirá a família da modalidade do ‘ping-pong’. Aliás, Manuel Morais vai mais longe e diz que os associados que vivem fora da metrópole não têm condições para participar no certame via vídeo-conferência. O próximo presidente da Federação Angolana de Ténis de Mesa vai substituir no cargo Antónia Ribeiro, que cumpriu um mandato de quatro anos e descartou uma possível recandidatura para o órgão que está sediado no Complexo Desportiva da Cidadela Desportiva, em Luanda. Luanda, Benguela, Huíla, Cabinda e Huambo, para citar algumas províncias, são as que participam com alguma regularidade nas competições organizadas pelo órgão reitor da modalidade, que tem o Centro de Alto Rendimento de Angola, no Complexo da Cidadela.

APF Lunda-Norte pode ganhar sede própria Mário Silva

D

epois de ter lamentado, a OPAÍS, a falta de um recinto próprio para trabalhar, o recém-eleito presidente da Associação Provincial de Futebol (APF) Lunda-Norte, Ernesto Lutina, revelou que nos próximos meses o seu órgão vai ganhar uma sede de raiz no município do Chitato. Ernesto Lutina explicou que o administrador daquele município garantiu um espaço para a associação construir o seu recinto de modo a executar melhor os pro-

jectos que foram traçados, visando o ciclo olímpico 2020/2024. “Também recebemos a promessa do administrado do Chitato que poderá ajudar APFLN a reabilitar campos comunitários”, disse. Ernesto Lutina lembrou que no elenco na altura liderado por Elson Douglas de Fátima, cada membro trabalhava na sua casa, o que não era aconselhável para quem tem a responsabilidade de dirigir o ‘rei futebol’. Por este motivo, o recém-eleito presidente pretende mudar o quadro para que o seu trabalho durante os quatro anos possa ser feito com perfeição e que os sucessores possam encontrar uma casa arrumada.

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Volta a Portugal volta a ser adiada

Papa Francisco emociona família de Zanardi

A

carta que o Papa Francisco escreveu a Alex Zanardi, publicada pela Gazzetta dello Sport, emocionou a família do italiano que, recorde-se, está internado desde a passada Sexta-feira, após

ter sofrido um acidente com a sua bicicleta de mão. Eis o que lhe escreveu o Papa Francisco: “Querido Alessandro. A tua história é um exemplo de como recomeçar após uma paragem

Bundesliga testa tecnologia para permitir regresso dos adeptos

repentina. Através do desporto, ensinaste-nos a viver a vida como protagonistas, fazendo da deficiência uma lição de humanidade. Rezo por ti e pela tua família. Que o Senhor te proteja. Fraternalmente, Francisco

A

uma jornada de terminar a temporada, a Bundesliga está já de olhos colocados na próxima. De acordo com a Kicker, o jogo entre Borussia Dortmund e Hoffenheim (Sábado, 14.30 horas) vai servir de teste para uma tecnologia que vai permitir o regresso dos adeptos. O objectivo passa por dotar os estádios de câmaras termais à entrada, de forma a perceber a temperatura de dispositivos responsáveis por garantir que toda a gente se mantém com a máscara de protecção individual dentro do recinto, bem como um sistema que garante a manutenção das distâncias de segurança durante as partidas. “A nossa plataforma permite detectar caso as pessoas estejam muito juntas, ou não usem máscara. Ela gera um alarme de forma a que vá alguém corrigir o que está errado”, explicou Karsten Neugebauer, co-fundadora da G2K.

A

RTP está a noticiar que a Volta a Portugal foi adiada. Desta forma, a principal prova de ciclismo do país já não se realizará entre Julho e Agosto, sendo que, no en-

tanto, está em aberto a possibilidade de acontecer ainda este ano. Recorde-se que Viana do Castelo e Viseu já tinham transmitido à organização que não queriam receber a caravana.


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O PAÍS Sextaa-feira, 26 de Junho de 2020

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TEMPO

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O PAÍS

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PREVISÃO DO TEMPO *** 3 DIAS *** PARA AS PRINCIPAIS CIDADES VÁLIDA DE 26 A 28 DE JUNHO DE 2020

Fonte: INAMET

INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGOA E GEOFÍSICA - CENTRO NACIONAL DE PREVISÃO DE TEMPO (CNPT)

Das 18 horas do dia 25 às 18 horas do dia 26de Junho de 2020 REGIÃO NORTE: Províncias de Cabinda, Zaire, Bengo, Luanda, Uíge, Malanje, Cuanza-Norte, Cuanza-Sul, Lunda-Norte, Lunda-Sul:

PREVISÃO DO TEMPO *** 3 DIAS *** PARA AS PRINCIPAIS CIDADES, válida de 26 a 28 de junho de 2020 Data 26/ 06/ 2020

CIDADE

Mín

Data 27/ 06/ 2020

Estado do Tempo

Máx

Mín

Máx

Data 28/ 06/ 2020

Estado do Tempo

Mín

Máx

Estado do Tempo

LUANDA

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Céu nublado a pouco nublado.

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Céu parcialmente nublado.

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Céu parcialmente nublado.

CABINDA

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Céu nublado.

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Céu parcialmente nublado.

22

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Céu parcialmente nublado.

SUMBE

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Céu nublado, neblina

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Céu nublado, neblina

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Céu nublado neblina

CAXITO

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Céu parcialmente nublado.

20

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Céu parcialmente a pouco nublado

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MBANZA KONGO

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Céu nublado, neblina

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Céu nublado neblina

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UIGE

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Céu nublado, neblina matinal.

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Céu pouco nublado, neblina.

17

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Céu pouco nublado, neblina.

NDALATANDO

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Céu nublado, neblina.

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Céu nublado, neblina.

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Céu nublado, neblina.

MALANJE

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Céu pouco a parcial nublado.

13

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Céu pouco nublado.

13

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Céu pouco nublado.

DUNDO

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Céu pouco nublado.

15

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Céu pouco nublado

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Céu pouco nublado

SAURIMO

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Céu pouco nublado.

14

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Céu pouco nublado.

15

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Céu pouco nublado.

BENGUELA

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Céu parcialmente nublado, neblina.

19

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Céu nublado, neblina.

18

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Céu nublado, neblina.

HUAMBO

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Céu pouco nublado a limpo

02

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Céu geralmente limpo.

03

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Céu geralmente limpo.

CUITO

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Céu pouco nublado a limpo

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Céu pouco nublado a limpo

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Céu geralmente limpo.

LUENA

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Céu pouco nublado.

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Céu pouco nublado a limpo.

14

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Céu pouco nublado a limpo

LUBANGO

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Céu geralmente limpo.

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Céu geralmente limpo.

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Céu geralmente limpo.

MENONGUE

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Céu geralmente limpo.

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Céu geralmente limpo.

11

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Céu geralmente limpo.

MOÇÂMEDES

18

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Céu pouco nublado a limpo.

18

29

Céu pouco nublado a limpo.

18

28

Céu pouco nublado a limpo.

ONDJIVA

10

26

Céu geralmente limpo.

09

26

Céu geralmente limpo.

10

25

Céu geralmente limpo.

Céu parcialmente nublado, neblina Céu nublado

Céu parcialmente nublado, apresentando-se pouco nublado durante a tarde, em quase toda a região. Possibilidade de ocorrência de neblina em alguns municípios das províncias de Zaire, Uíge, CuanzaSul e Cuanza-Norte. REGIÃO CENTRO: Províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico Céu pouco nublado, alternando-se com períodos de céu geralmente limpo. Possibilidade de ocorrência de neblina na província de Benguela. REGIÃO SUL: Províncias do Namibe, Huíla, Cunene e Cuando Cubango: Céu geralmente limpo, apresentando-se pouco nublado a limpo na província do Namibe.

O(s) Meteorologista(s): Miguel Pedro & Marta Bento Luanda, 25 de junho de 2020 Aeroporto Internacional 04 de Fevereiro, Rua 21 de Janeiro – Tel.: 949320641 – Luanda. Site: http://www.inamet.gov.ao; emails: geral@inamet.gov.ao / geral.inamet@angola-portal.ao

TEMPO no mar

Fonte: INAMET

BOLETIM METEOROLÓGICO PARA A NAVEGAÇÃO MARÍTIMA

3. DESCRIÇÃO SINÓPTICA DAS 18:00 TU DO DIA 25/06/2020 ÀS 18:00

1. SITUAÇÃO GERAL ÀS 18:00 TU DO DIA 25 DE JUNHO DE 2020: INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA E GEOFÍSICA – INAMET

Circulação fraca a moderada, de Sul-Sudoeste entre os paralelos Centro Nacional de Previsão do Tempo (4°S – 12°S), forte de Sul a Sudoeste abaixo do paralelo 14°S. BOLETIM METEOROLÓGICO PARA A NAVEGAÇÃO MARÍTIMA

2. PREVISÃO VÁLIDA ATÉ àS 18:00 TU DO DIA 26 DE JUNHO DE 2020:

AVISO DE VENTO FORTE ATÉ 57.4 Km/h (31 NÓS) E ONDAS ATÉ 3.6 METROS DE ALTURA NA REGIÃO 1. SITUAÇÃO GERAL ÀS 18:00 TU DO DIA 25 DE JUNHO DE 2020: MARITÍMA NAMIBE Circulação fraca DO a moderada, de sul-sudoeste entre os paralelos (4°S – 12°S), forte de sul a sudoeste abaixo do paralelo 14°S. 2. PREVISÃO VÁLIDA ATÉ AS 18:00 TU DO DIA 26 DE JUNHO DE 2020: AVISO DE VENTO FORTE ATÉ 57.4 Km/h (31 NÓS) E ONDAS ATÉ 3.6 METROS DE ALTURA NA REGIÃO MARITÍMA DE NAMIBE

REGIÃO

ESTADO DO TEMPO

VENTO

(ATÉ 200 MILHAS DA COSTA)

ALTURA DA ONDA (METROS)

ESTADO DO MAR

VISIBILIDADE HORIZONTAL (KM)

DIRECÇÃO FORÇA (KT)

Cabinda (4°S – 6°S)

Parcialmente Nublado

Zaire, Bengo, Luanda e Cuanza-Sul (6°S – 12°S) Benguela (12°S – 14°S)

Parcialmente Nublado

Namibe (14°S – 18°S)

Geralmente limpo

Geralmente limpo

SulSudoeste

Até 10

Até 1.5

Agitado

Moderada (Superior a 6)

SudesteSudoeste

Até 15

Até 2.4

Agitado

Boa (Superior a 10)

Sudoeste

Até 20

Até 2.8

Muito agitado

Boa (Superior a 10)

SulSudoeste

18 a 31

Até 3.6

Muito agitado

Boa (Superior a 10)

TU DO DIA 26/06/2020. O anti-ciclone de Santa Helena, manter-se-á estacionário, com a pressão central de 1025 hPa. Assim, prevê-se estado do mar agitado, com ondas de 1.5 a 2.4 metros de altura, da região marítima de Cabinda ao Cuanza-Sul e muito agitado com ondas de 2.5 a 3.6 metros de altura e ventos até 31 nós (57.4 Km/h), nas regiões marítima de Benguela e Namibe. Possibilidade de ocorrência de neblina tornando a visibilidade moderada na região maritima de Cabinda

4. CARTA DO VENTO MÁXIMO E DA ALTURA DA ONDA MÁXIMA PREVISTA

Os contornos a cores indicam a altura máxima da ondulação e os contornos em tom cinza indicam os possíveis incrementos das vagas devido à influência do vento local.


OPINIÃO

O PAÍS Sexta-feira, 26 de Junho de 2020

29

Ricardo Vita*

Luís Lopes de Sequeira é culpado de escravatura, Agostinho Neto não

A

o conquistar a independência, o nosso país cometeu dois erros em relação a Luís Lopes de Sequeira, um dos protagonistas da queda de um dos impérios mais gloriosos de África e, portanto, participante na humilhação dos nossos povos. Já sabíamos que os nossos governantes fizeram a escolha voluntária de manter ruas que glorificam colonialistas, racistas ou anti-semitas para quem a vida dos negros não contava. É o caso, por exemplo, de ruas com nomes como Ramalho Ortigão, Eça de Queirós e Fernando Pessoa. Mas, nessa escolha selectiva e injustificada - na remoção de estátuas e renomeação de algumas ruas -, o primeiro erro foi manter o nome de Sequeira num distinto largo da Baixa de Luanda. O segundo foi, se fosse necessário manter esse largo com este nome, não nomear outro, ou uma rua perto daí ou não, com o nome daquele que parece ser o verdadeiro herói que todos deveríamos celebrar: Vita-a-Nkanga. Este rei, que também é conhecido por António I do Congo, nas suas relações com os Europeus, e “Mwana-a-Nlaza” pelos Bakongo, foi o valente soberano do Kongo que se sacrificou na Batalha de Ambuíla em defensa da liberdade e dignidade dos nossos povos. Porque, e é da lógica mais banal, teria sido oportuno substituir o nome de Sequeira pelo nome de Vita-a-Nkanga naquele largo. Mas como essa lógica não era natural para todos - e ainda não é até

hoje - era pelo menos necessário contar toda a história dessa batalha. É também o que o movimento Black Lives Matter reivindica. E porquê ocorreu essa batalha de Ambuíla nesse dia 29 de Outubro de 1665? Lembremos que os reinos do Kongo e de Portugal mantiveram relações durante quase dois séculos e que o Kongo permaneceu soberano e forte até aí. A escravatura, que tinha outra definição no Kongo (o escravo era acima de tudo um prisioneiro de guerra, não era um subhomem e tinha a possibilidade de recuperar a sua liberdade), desorganizava a sociedade local. E todos os monarcas, começando com o Mvemba-a-Nzinga, também chamado Afonso I do Congo, queriam acabar com esse comércio. Só que era precisamente a única coisa que interessava aos Portugueses e o facto de Paulo Dias de Novais ocupar Luanda em 1575 não ajudou em nada a situação. Pois, as dissensões internas no Kongo, exacerbadas pela presença europeia, facilitaram a intromissão dos Portugueses nos seus assuntos políticos. As veleidades de independência nos Dembos, uma região que se encontrava entre o reino de Ngola e o do Kongo, deu aos Portugueses a oportunidade que esperavam para se vingar, após a partida dos Holandeses de Luanda, da aliança militar que o Kongo fez com a Holanda (1641-1648). O Kongo reivindicava a sua autoridade sobre os Dembos e naturalmente respondeu ao pedido de apoio de uma das partes no con-

flito de sucessão que surgiu no principado de Ambuíla E a outra parte pediu o apoio de Ngola, que também reivindicava a sua autoridade sobre a região. Estas são as razões da batalha. As repercussões da Batalha de Ambuíla são conhecidas. As tropas portuguesas, comandadas por Sequeira, venceram a batalha e decapitaram o rei Vita-aNkanga, que comandou ele próprio as suas tropas. Também mataram centenas de vidas negras que se recusaram a perder a sua liberdade e dignidade. Capturaram várias pessoas e venderam-nas como escravos para construir as Américas. Capturaram ainda o filho de sete anos do rei, que eles criaram com a intenção de fazer dele depois o seu fantoche no trono do Kongo. Mas este recusará e regressará ao Kongo na idade adulta. Dançaram ainda durante longas horas de alegria, zombando, com a cabeça de Vita-a-Nkanga espetada num pau, durante uma cerimônia católica realizada na Igreja de Nossa Senhora da Nazaré, em Luanda, onde enterraram essa cabeça. E enviaram depois a coroa e o Ceptro do Kongo para Portugal como troféus. Vemos então o que levou os Portugueses a colocar o nome de Sequeira naquele largo: para celebrar a sua vitória sobre nós. Agora, entre nós, quem é o verdadeiro herói aqui, para nós Africanos ontem e hoje e hoje Angolanos? Luís Lopes de Sequeira, um agente da nossa queda, da nossa submissão à escravatura e ao colonialismo

(apesar dele ser mestiço, filho de uma negra local), ou Vita-aNkanga, aquele que enfrentou a morte com coragem e que lutou contra a opressão colonialista? Cada um de nós na sua consciência saberá como responder a essa pergunta. Mas o facto da nossa história ter sido usada na nossa divisão durante a independência, por razões hegemônicas e políticas principalmente, o que ainda justifica o nosso tribalismo hoje, também tem a ver com isso. Deve-se, portanto, supor que, da mesma maneira que se fala essencial e oficialmente da rainha Nzinga-a-Mbande no nosso país, é a mesma lógica que leva a honrar Sequeira até agora naquele largo. Sim, ele também está associado ao reino de Ngola. Pois, a casta de separatistas e legitimistas que afirmam que esta região é a única a ser digna de heroísmo no nosso país é ainda poderosa na construção dos imaginários angolanos. Mas a história esperanos com paciência e julgar-nos-á com severidade. Agostinho Neto não é culpado de escravatura, pelo menos não é o que eu sei e li sobre ele. Mas como dirigente, as suas acções e decisões, boas ou más, também devem ser analisadas. É assim que é em todos os países livres, como se define Angola, é a própria essência de um verdadeiro país. Os Angolanos gostariam de saber a verdade e a responsabilidade de cada protagonista que participou no 27 de Maio de 1977 em Angola, sob a liderança do presidente Neto. É o mínimo que devemos às

famílias das vítimas e à nossa paz. E para concluir sobre Luís Lopes de Sequeira, diria que se recusar a olhar a nossa história com olhos críticos, a fim de repor as coisas no lugar, é evitar que, em troca, o nosso passado não ilumine a nossa compreensão do presente e do futuro. O que está a acontecer pelo mundo sob o impulso do movimento Black Lives Matter não é um debate estritamente americano ou europeu, como ouvi aqui e ali. É um debate que deve ocorrer em todos os mundos negros que estiveram em contacto com os mundos brancos. O novo poder em Angola, que demonstrou vontade de transformar profundamente o nosso país, para o por no diapasão da África, deve agora reparar todas as incoerências. E termino com a seguinte pergunta, que todos devemos fazer ao nosso governo: Como explicar que quem comandou a guerra que levou à queda de um dos impérios mais gloriosos de África ainda tenha um largo na nossa capital que o homenageia pomposamente com a seguinte inscrição: LARGO DE LUIZ LOPES DE SEQUEIRA (VENCEDOR DA AMBUÍLA SÉCULO XVII)? Ricardo Vita é Pan-africanista, afro-optimista radicado em Paris, França. É colunista do diário Folha de São Paulo (Brasil), do diário Público (Portugal) e do diário Libération (França). É cofundador do instituto République et Diversité que promove a diversidade em França e é empresário.


Última

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O PAÍS

Sexta-feira, 26 de Junho de 2020

Homologação e validação de diplomas de Ensino Superior passa a ser em 10 dias A desmaterialização e desburocratização do processo de homologação de estudos de Ensino Superior feitos no país e validação daqueles feitos no estrangeiro vai reduzir de meses para apenas, entre 24 horas a 10 dias fruto do recurso a serviços 100 por cento online André Mussamo

O

Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação em colaboração com o Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social apresentam hoje, 26 de Junho, em Luanda, em acto público o “Novo Sistema de Homologação de Estudos do Ensino Superior”, em cerimónia a ser presidida pelo ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida. O director do Instituto de Acreditação e Reconhecimento de Estudos do Ensino Superior (INAAREES), Jesus António Tomé garante que a forma de tratamento e gestão dos processos passa a ser mais “fácil, rápida e eficaz” com a disponibilização dos serviços via online.Doravante, o processo estará ao alcance de todos, seja em que ponto estiverem por permitir a formulação do processo 100% online, bastando para tal que os utentes acessem o site do Instituto Nacional de Avaliação, Acreditação e Reconhecimento de Estudos do Ensino Superior (INAAREES) e cumprir requisitos. O acesso ao site passa a ser através do SEPE - Portal dos Serviços Públicos Electrónicos do Governo de Angola, onde estarão agregados os serviços prestados pelo INAAREES. Jesus Tomé garantiu que as instituições universitárias estão chamadas a colaborarem no processo para permitir a redução do prazo de demora para o mínimo. “Tudo dependerá do tempo razoável em que as instituições nos vão submeter os dados dos seus formados sejam eles bacharéis, licenciados, mestres ou doutores, se os houver”. Segundo o responsável, a adopção da plataforma tecnológica exigirá muito das instituições do Ensino Superior, porque,

O que saber sobre o Coronavírus…

“O

álcool ou qualquer mistura com álcool a mais de 65% dissolve qualquer gordura, sobretudo a camada lipídica externa que protege o vírus”. “Qualquer mistura com uma parte de cloro e cinco partes de água dissolve directamente a proteína, desintegrando o vírus”.

como disse, parte do atraso actual é por causa das instituições universitárias que demoram a enviar as confirmações dos estudos. “Neste momento, as instituições estão a preencher um modelo (um ficheiro Excel) com os dados de todos os formados de 2017 a 2019, assim como podem incluir de anos anteriores a este período. No final nós vamos carregar a plataforma com estes dados municiados pelas instituições públicas e privadas”. Quanto aos estudos efectuados no exterior, os interessados terão os estudos validados desde que, cumpram com requisitos, onde se inclui aqueles que frequentaram estudos nas modalidades à distância e semi-presencial. Para as duas últimas modalidades é importante que se observem critérios como “as instituições estarem legalmente constituídas nos seus respectivos países, os cursos frequentados devem ser acreditados pelas autoridades competentes do país e a duração do ciclo de formação deve ser igual à duração dos cursos na modalidade presencial, ou seja o sistema de transferência de créditos deve ser compatível” com a realidade angolana.

O responsável esclareceu que no processo é preciso distinguir duas coisas diferentes. “Uma coisa é autenticação consular e diplomática ou politica e a outra coisa é a aferição da autenticidade e veracidade dos estudos que é um processo feito pelo INAAREES”. “Portanto, uma coisas são questões académicas e a outra são questões consulares e/ou diplomáticas. Naturalmente o nosso consulado lá fora não se pode recusar a autenticar diplomas e certificados com notas de concidadãos nossos, desde que sejam autênticos e verídicos, porque eles devem ter uma forma de verificação, seja para estudos profissionalizantes ou estudos académicos”. Entretanto, a competência para torná-los válidos no país com base em critérios técnicos objectivos é “exclusiva do INAAREES”, o único em Angola que vela por estas questões. O INAAREES é uma instituição pública dotada de personalidade jurídica, autonomia administrativa, financeira e patrimonial. Tem também a missão de promover e monitorar a qualidade das condições técnicas, peda pedagógicas e científicas dos serviços prestados pelas instituições de ensino superior

“O vírus não é um organismo vivo, mas sim uma molécula de proteína (ARN) coberta por uma camada protectora de lípido (gordura), que ao ser absorvida pelas células das mucosas ocular, nasal ou bucal, alteram o código genético delas (mudam) e as convertem em células agressoras multiplicadoras”. “O vírus conserva-se muito estável em ambientes frios, húmidos e escuros”. “Nenhum bactericida serve! O vírus não é um organismo vivo como a bactéria, e se não está vivo não se pode matar com antibióticos, os vírus são desintegrados. Daí que a solução está em romper a sua cadeia de propagação e mutação”. “O vírus não atravessa a pele sã”. “O calor muda o estado da matéria da gordura da camada protectora do vírus, por isso é bom usar água a mais de 25 graus centígrados para lavar as mãos, a roupa e locais em que nos encontremos”.

“Não sacudam! Esfreguem as superfícies com álcool, cloro (lixívia), água oxigenada ou detergente! O vírus agarrado a uma superfície se desintegra algum tempo segundo a matéria de que é feita esta superfície. 3 horas (tela porosa), 4 horas (cobre e madeira), 24 horas (cartão), 42 horas (metal) e 72 horas (plástico). Se se sacudir o vírus volta a flutuar no ar e pode alojar-se no nariz”. “Como o vírus não é um ser vivo senão uma molécula de proteína, não se mata, mas se desintegra. O tempo de desintegração depende da temperatura, humidade e tipo de material onde repousa”. “A água oxigenada dissolve a proteína do vírus, isto ajuda muito depois do uso de sabão, álcool ou cloro para atacar o vírus, mas há que usá-la pura e se se usar na pele a pode ferir”. “O vírus é muito frágil, o único que o protege é uma camada externa muito fina de gordura, por isso é que qualquer tipo de sabão é o melhor remédio, porque a espuma corta a gordura (há que esfregar-se por 20 segundos no máximo e fazer muita espuma. Ao dissolver a camada de gordura se dispersa e desintegra por si”. UMA RECOMENDAÇÃO VALIOSA Use a mão não dominante para abrir as portas em casa, escritório, transporte, banhos, etc., já que é muito difícil que venha a tocar o rosto com essa mão. Na Coreia do Sul foi muito difundida esta iniciativa.


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