Jornal OPaís edição nº1462 de 03/05/2019

Page 1

TRIBUnAL COnSTITUCIOnAL InVALIdA II COnGRESSO EXTRAORdInÁRIO dA FnLA

BEnGUELEnSES LAnÇAMCAMPAnHA “nÃO À dESGRAÇA nA GRAÇA!!!”, COnTRA FÁBRICA dE FERTILIZAnTES QUÍMICOS

O Tribunal Constitucional(TC) anulou o II Congresso extraordinário da FNLA realizado de 25 a 27 de Junho de 2018, na cidade do Huambo, por irregularidades jurídico-estatutárias. P. 2

Os benguelenses em protesto contra a alegada fábrica de fertilizantes químicos no Bairro da Nossa Senhora da Graça lançaram uma campanha social chamada “NÃO À DESGRAÇA NA GRAÇA!!!” visando que o Governo mude a indústria de lugar. P. 20 Director: José Kaliengue

www.opaís.co.ao e-mail: info@opaís.co.ao @Jornalopaís

O DIÁRIO DA NOVA ANGOLA Edição n.º 1462 Sexta-feira, 03/05/2019 Preço: 40 Kz

Peste suína africana mata 1200 porcos na Huíla

facebook/opaís.angola

● O Gabinete Provincial da Agricultura, Pecuária e Pescas da Huíla emitiu, ontem, um comunicado de imprensa que dá conta da existência de um surto epidémico de peste suína africana que já vitimou mortalmente 1200 animais. A peste está a afectar os municípios da Humpata e do Lubango. P. 10

JOÃO LOUREnÇO “EnFREnTA” A SECA nO nAMIBE E nO CUnEnE O Presidente da República efectua a partir de hoje visitas de trabalho às EM FOCO.

províncias do Namibe e do Cunene, duas das mais afectadas pela seca e pela fome no Sul de Angola. P. 2 DR

Banco Yetu estuda mecanismos de incremento do crédito às empresas e às famílias ● O Banco Yetu tem como principal estratégia criar mecanismos de incremento do crédito às empresas e às famílias e vai continuar a investir no seu plano de expansão, que prevê a instalação de agências bancarias nos principais centros económicos do país, deu a conhecer o presidente da Comissão Executiva, António André Lopes. P. 18

1º de Agosto prepara duplo compromisso com o Cuando Cubango FC

MAIS dUAS MULHERES MORTAS POR PARCEIROS dEnTRO dE CASA nA HUÍLA P. 10 BAI Directo_ O Pa’ s_276x42,733mm.pdf

M

Y

CM

10:29

CY

Confiança no Futuro

CONSULTAR SALDO E MOVIMENTOS

ASSIM É FÁCIL!

PAGAR

Com o BAI Directo, o BAI está sempre de portas abertas para si. Entre a qualquer hora e faça as suas operações com o banco. No seu computador ou telemóvel, num clique está no BAI.

TELEMÓVEL, TELEVISÃO

O SEU BANCO NO TELEMÓVEL OU NO COMPUTADOR

MY

K

03/07/17

BAI DIRECTO

C

CMY

1

● Os militares, líderes do Girabola Zap com 64 pontos, regressam hoje aos treinos no Campo das Transmissões, no Cassquel, em Luanda, visando os embates da Taça de Angola e do Campeonato Nacional com a formação das Terras do Progresso na próxima semana. P. 24

Adira já numa Agência BAI próxima de si!

ÁGUA, LUZ, IMPOSTOS VIAGENS, CASA NA CENTRALIDADE

CARREGAR

TRANSFERIR DENTRO DO SEU BANCO E PARA OUTROS BANCOS


EM FOCO

2

O PAÍS Sexta-feira, 03 de Maio de 2019

Tribunal Constitucional invalida II Congresso extraordinário da FNLA

DR

O Tribunal Constitucional(TC) anulou o II Congresso extraordinário da FNLA, realizado de 25 a 27 de Junho de 2018, na cidade do Huambo, por irregularidades jurídico-estatutárias DR

PR inicia visitas de trabalho no Namibe e Cunene

O

A

anulação está expressa no Acórdão nº 543/2019, Processo nº 653-A/2019, datado de 19 de Abril deste ano e divulgado ontem, 2 de Maio, no site deste órgão jurisdicional. A sentença decorre de um recurso interposto por um grupo de membros do Comité Central (CC) da FNLA ao Tribunal Constitucional para impugnar o aludido Congresso. Em carta dirigida ao TC, denunciaram que o presidente da FNLA, Lucas Ngonda, violou os estatutos ao convocar aquele conclave, com base no despacho n.° 080/GP/FNLA/2018, de 4 de Maio, sem ter consultado o Comité Central, órgão decisório desta força política. Os membros argumentaram, também, que o referido despacho viola as recomendações do IV Congresso Ordinário do partido, realizado de 13 a 16 de Fevereiro de 2015.

Exclusão de membros Na carta enviada ao Tribunal Constitucional, os subscritores denunciaram a exclusão de 279 membros, dos 411 que compõem o Comité Central, do Congresso do Huambo, ou seja, mais de 2/3 dos seus membros. Segundo os membros, apesar de o presidente da FNLA ter garantido, em várias entrevistas, à imprensa, não ser um conclave electivo, contra todas as expectativas, foram eleitos 211 novos membros. A eleição destes membros foi feita sem ter sido consultado o anterior Comité Central, e consolidou o mandato de Lucas Ngonda até 2019, sendo que o seu consulado havia terminado no ano passado, Contra Lucas Ngonda pendiam acusações de ter violado ainda os procedimentos das assembleias provinciais de eleição dos delegados ao Congresso, dos candidatos ao Comité Central, bem como de indicação dos repre-

sentantes dos Antigos Combatentes, da Associação da Mulher Angolana e da JFNLA.

Relativamente ao quórum, o círculo nacional e os círculos provinciais, com a excepção da província do Cunene, não elegeram nenhum membro para o Comité Central, estando presentes 132 membros, correspondendo a 32,12%, ou seja, mais de metade dos membros ficou excluída

Quórum Relativamente ao quórum, o círculo nacional e os círculos provinciais, com a excepção da província do Cunene, não elegeram nenhum membro para o Comité Central, estando presentes 132 membros, correspondendo a 32,12%, ou seja, mais de metade dos membros ficou excluída. Os requerentes, na qualidade de membros de pleno direito do Comité Central que não carecem de convocatórias, deslocaram-se à província do Huambo para participarem no Congresso, mas foram impedidos de entrar no recinto por ordem do presidente do partido. Sentença Segundo o Tribunal Constitucional, compulsados os factos, declarou “inválido o II Congresso Extraordinário do Partido Político realizado de 25 a 27 de Junho de 2018 na Cidade do Huambo, e de todos os actos e deliberações adoptados”.

Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço, efectua a partir de hoje visitas de trabalho às províncias do Namibe e Cunene. A missão no Namibe incluirá os períodos da manhã e tarde desta Sexta-feira, 3 de Maio, prevendo o programa uma visita do Chefe de Estado ao hospital provincial Ngola Kimbanda, recentemente reabilitado e apetrechado. Acto contínuo, o Presidente da República visitará infraestruturas ligadas ao sector das águas, após o que deixará o Namibe rumo à província vizinha do Cunene. No fim do dia de Sexta-feira, na cidade de Ondjiva, o Presidente João Lourenço tomará contacto com diversas matérias ligadas à problemática da seca na província do Cunene, os projectos de construção de barragens, canais e condutas de água. Sábado, o Chefe de Estado desloca-se ao município de Ombadja, para constatação, no local, dos problemas derivados da escassez de água e seca persistente na região. O regresso à capital do país do Presidente da República está previsto para Sábado a meio da tarde.


Af_bai_campanha_inst_imprensa_O_pais_26,6x40,6cm_afluente_v1.pdf

1

17/01/19

11:45


4

dESTAQUES POLÍTICA. PÁG 8 Acesso às fontes continua a ser o maior desafio da classe.

o editorial SOCIEdAdE. PÁG. 10 Novo sindicato

de professores é proclamado em Luanda.

CARTAZ. PÁG. 14 O artista tem de ter alguma coisa para dizer, se não que procure uma outra profissão”.

ECOnOMIA. PÁG. 16 Banco Yeto

estuda mecanismos de incremento ao crédito as empresas e as famílias.

HOJE: os números do dia

Uma presença reconfortante

N

ão resolve os problemas por si só, já se sabe, mas a presença de João Lourenço, Presidente da República, no Namibe e no Cunene, é um sinal de que o Estado não vira as costas a quem mais sofre no país. É um sinal que leva conforto aos que lutam para minimizar os efeitos da seca na vida das pessoas. O extremo Sul do nosso país é das regiões mais pobres, apesar do seu grande potencial, que necessita de investimentos sérios para fazer crescer a imensa riqueza mineral e pecuária, podendo a região tornar-se num dos “bancos” do país. Há dias, o Presidente ordenou a aplicação de elevadas verbas para a construção de infra-estruturas de gestão hídrica, deve ir fiscalizar a sua aplicação, cumprindo o seu papel de velar pela vida dos angolanos.

o que foi dito

MUndO . PÁG. 23 Como a Blackwater estará a preparar 5000 mercenários para afastar Maduro.

O PAÍS Sexta-feira, 03 de Maio de 2019

É com a vossa dedicação e o vosso esforço que podemos manter viva a certeza de melhores dias” João Lourenço Presidente da República da República de Angola

27

1

Primeiros licenciados do curso de Gestão de Turismo receberam os seus diplomas pela Universidade Cuito Cuanavale, província do Cuando Cubango, depois de quatro anos de formação

800 750

Entreposto frigorífico pesqueiro, com a capacidade para conservar 400 toneladas de pescado, foi inaugurado na cidade do Uíge, segundo as autoridades

Técnicos de veterinária são necessários no Instituto de Investigação Veterinária do Huambo para resposta ao programa desenvolvido naquela zona

Milhões de dólares é o valor que a Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações (AIPEX) recebeu, entre Agosto de 2018 e Abril deste ano

Já formulámos o convite ao Presidente João Lourenço, para participar na Cimeira RússiaÁfrica, porque temos mais acordos por assinar” Vladimir Tararov Embaixador da Federação Russa em Angola

O Tribunal Supremo está a olhar, com atenção, para a reivindicação dos oficiais da Justiça em relação ao seu enquadramento no poder judicial ao invés de continuarem vinculados ao Ministério da Justiça” Rui Ferreira Juiz presidente do Tribunal Supremo


O PAÍS Sexta-feira, 03 de Maio de 2019

5

e assim... José Kaliengue Director

Falar ajuda

Hoje no online de O PAÍS leia a entrevista com o embaixador Lima Viegas e conheça os meandros da diplomacia em Angola

P

www.opais.co.ao Cabo delgado (Moçambique) Edifícios danificados durante o ciclone Kenneth são vistos do ar numa aldeia a Norte da cidade de Pemba (DR)

o que vai acontecer Homenagem Prossegue hoje

no Centro de Estudos da Universidade Católica (UCAN) a Semana de Homenagem a Liceu Vieira Dias e ao N’gola Ritmos, que se prolonga até ao dia 7 de Maio, em Luanda. O acto de abertura aconteceu no Largo das Escolas, com o discurso do Reitor da Universidade Católica, Vicente Cacuchi, seguido de um momento cultural com Carlitos Vieira Dias, a cantora lírica Té Macedo, o grupo coral da UCAN, Toty Samed, e declamação de poesia com Amélia da Lomba. Seguiu um momento de leitura e assinatura de uma petição pública para atribuição do nome de Liceu.

Sociedade O Cacimbo começa, oficialmente, em 15 de Maio, mas, apesar do calor, em Luanda, continuar a sentir se, já deu sinais de querer ocupar o espaço que lhe cabe entre aquela data e metade de Agosto. Depois do sol fimbar lá longe, onde mar e céu se abraçam, não raro sopra a aragem que é dele e há madrugadas em que já puxamos o lençol para cima. Não tarda, temos, mesmo, de recorrer ao cobertor. A não ser que as alterações do clima verificadas em várias partes do mundo nos visitem, com chuva fora de tempo, aguardam-nos três meses de tempo seco. Que sejam aproveitados por todos que assumiram a responsabilidade de tratar de Luanda e não o fazem.

Economia As inscrições para a primeira edição da Feira da Cidade do Empreendedor, a realizar-se de 25 a 28 de Setembro, na Baía de Luanda, estão abertas desde ontem. As empresas interessadas devem preencher uma ficha disponível nos correios electrónicos, geral@eventosarena e francisco. sousa@eventosarena.co.ao ou fazê-lo pessoalmente nos escritórios da Eventos Arena. Organizada pelo Governo Provincial de Luanda (GPL), em coordenação com a empresa Eventos Arena, na feira são esperados mais de 70 expositores entre nacionais e estrangeiros, e mais de oito mil visitantes.

restando-se atenção aos noticiários nacionais, nota-se uma grande presença da província da Huíla, por ser um celeiro importante do jornalismo angolano, certamente, mas também porque algumas fontes percebem que muito dos seus problemas será resolvido comunicando, consciencializando, agregando saberes e esforços para o bem. A violência é um tema recorrente no noticiário huilano, como a matéria de capa desta edição, com mais dois casos de mulheres vitimadas pela violência doméstica e de famílias desestruturadas pelo álcool. São os huilanos mais violentos que os cidadãos de outras partes do território angolano? Não, apenas aí se comunica melhor, se mostra preocupação com o problema e a busca por uma solução. Não se pode crer que os huilanos sejam mais violentos que os bienos, ou ao menos, que no Bié reine a santa paz, por exemplo, nem em relação ao Cuanza-Sul ou a Malanje. O que se passa é que as autoridades destas localidades, incluindo os seus gabinetes de comunicação, querem fingir viver noutro mundo, por vergonha (inexplicável) ou por incúria fecham os acontecimentos, ou por mera preguiça de comunicar, de trabalhar, até que o problema se torne demasiado grande.

E também...

Africano O Comité Paralímpico Girabola Zap O realiAfricano (CPA) realiza neste mês, em Luanda, uma conferência de imprensa para a apresentação pública da V edição do Campeonato Africano de Futebol para Amputados, a ser disputado de 30 de Setembro a 14 de Outubro, na cidade de Benguela. A informação foi avançada pelo secretário-geral do Comité Paralímpico Angolano (CPA), António da Luz, antes de anunciar um encontro entre o presidente do organismo reitor africano, Lionel da Rocha Pinto, e o governador da província de Benguela, Rui Falcão. Pinto de Andrade

za hoje no Campo do RI-20 uma sessão de treinos, tendo em vista o Cuando Cubango FC para a 29ª jornada do Nacional de futebol.

Dia Internacional da Liberdade de Imprensa - 3 de Maio Este Dia Internacional tem como objetivos: . promover os princípios fundamentais da liberdade de imprensa; . combater os ataques feitos aos media e impedir as violações à liberdade de imprensa; . lembrar os jornalistas que são vítimas de ataques, capturados, torturados ou a quem são impostas limitações no exercer da sua profissão; . prestar homenagem a todos os profissionais que faleceram vítimas de ataques terroristas ou que foram assassinados por organizações terroristas. Todos os anos vários jornalistas são capturados e mantidos prisioneiros em diversas regiões do mundo, com destaque para os países onde vigoram regimes ditatoriais.


6 Media Nova, S.A Presidente do Conselho de Administração Filipe Correia de Sá Administradores Executivos Luís Gomes Paulo Kénia Camotim Propriedade : Socijornal Depósito Legal: Nº 244/2008 Contribuinte: 5417015059 Nº registo estatístico: 48058

O PAÍS Sexta-feira, 03 de Maio de 2019

nO TEMPO dO KAPARAndAndA

Director Geral de Publicações: José Kaliengue jose.kaliengue@opais.co.ao

OPAÍS

Director: José Kaliengue Sub-Director: Daniel Costa, daniel.costa@opais.co.ao Chefe de Redacção: Eugénio Mateus, eugenio.mateus@opais. co.ao Grande repórter: André Mussamo andre.mussamo@opais.co.ao Editorias : Política: Ireneu Mujoco ireneu.mujoco@opais.co.ao (Editor) Sociedade: Paulo Sérgio paulo.sergio@opais.co.ao (Editor) Romão Brandão romao.brandao@opais.co.ao (Sub-editor) Economia Luís Faria (Coordenador-Editor) luis.faria@opais.co.ao Desporto: Sebastião Félix sebastiao.felix@opais.co.ao (Editor) Mário Silva mario.silva@opais.co.ao (Sub-editor) Cartaz: Jorge Fernandes jorge.silva@medianova.co.ao (Sub-editor) Redacção: Norberto Sateco, Alberto Bambi, Augusto Nunes, Rila Berta, Miguel Kitari, Domingos Bento, Neusa Filipe, Afrodite Zumba, Milton Manaça, Antónia Gonçalo, Maria Teixeira, Iracelma Kaliengue, Patrícia Oliveira, Stela Cambamba, Zuleide de Carvalho (Benguela),Brenda Sambo, Maria Custódia, Kiameso Pedro e Adjelson Coimbra. Arte: Ladislau Bernardo (Coordenador) Valério Vunda (Coordenador adjunto)Lourenço Pascoal, Annette Fernandes, Nelson da Silva e Francisco da Silva. Fotografia: Carlos Moco (Editor), Daniel Miguel (Sub-editor), Pedro Nicodemos, Jacinto Figueiredo, Carlos Augusto, Virgílio Pinto, Lito Cahongolo (repórteres fotográficos), Rosa Gaspar e Yuri dos Santos (Assistentes de Departamento) Revisão: António Setas Agências: Angop, AFP, Reuters, Getty Images

Assistentes de Redacção: Antónia Correia, Rosa Gaspar, Inês Monteiro e Sílvia Henriques Impressão e acabamento: DAMER, S. A. Luanda Sul, Edifício Damer Distribuição: Media Nova Distribuição Tel: +244 943028039 Distribuidora@medianova.co.ao pontodevenda@medianova.co.ao Assinaturas: Bruno Pedro Tel: +244 945 501 040 Bruno.Pedro@medianova.co.ao Online: Venâncio Rodrigues (Editor)Isabel Dalla e Ana Gomes Sítio Online: www.opais.co.ao Contactos: info@opais.co.ao Tel: 914 718 634 -222 003 268 Fax: 222 007 754 Sede: Condomínio ALPHA, Talatona- Luanda. Tel: 222 009 444 República de Angola

Comercial e Marketing: Senda Costa 922682440 Vladimir Teixeira email: comercial@medianova.co.ao Tiragem: 15 000 exemplares

1469

3 de Maio de - Nasceu, em Florença, Itália, Nicolau Maquiavel, filósofo, historiador e dramaturgo renascentista. Escreveu, entre outros textos, O Príncipe

1937

3 de Maio de - Gone with the Wind, romance de Margaret Mitchell, ganhou o Prémio Pulitzer de Ficção

1993

3 de Maio de - Assinalou-se o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, data criada a 20 de Dezembro de 1993 numa decisão da Assembleia Geral das NU, na Declaração de Windhoek, na presença de vários profissionais

CARTA dO LEITOR

1º de Maio e suas dificuldades Ilustre director do jornal O PAÍS, saudações e votos de uma Sexta-feira na graça de Deus, Pai e todo o poderoso. Escrevo a partir de Ondjiva, província do Cunene, terra cujo interior clama por apoios do Exectivo e da sociedade civil. O 1º de Maio, Dia Internacional do Trabalhador, aqui, pondo a seca e a fome de lado, por uns segundos, também assinalamos a data. Muitas reivindicações foram feitas e espero que sejam acolhidas pelo Ministério do Trabalho aí em Luanda. Os trabalhadores continuam a ter dias negros, tudo porque o nível de vida não é dos melhores. A saúde e outros sectores da sociedade continuam “doentes”, mas é preciso ter fé e acreditar em quem nos governa. Penso que a era da

DR

DR

mentira política tem os dias contados, uma vez que a ideia é progressiva, socialismo à parte. O salário, património da família, continua cada vez mais oco e sem os requisitos necessários para o sustento. Por isso, o nível de vida continua de rastos. Os trabalhadores, à luz Lei Geral do Trabalho (LGT) não têm

muita protecção. Mas, nesta Quarta-feira ouvi o ministro do trabalho, Jesus Maiato, na TPA, a dizer que as melhorias não passam pela revogação parcial da LGT. Isso é mesmo sério? Os trabalhadores nesta LGT estão mesmo protegidos? Penso que o ministro queria somente aparecer, pois não sente na pele o que passam os

empregados. Esta LGT não é muito humana, é verdade que também tem aspectos positivos, mas poucos. O 1º de Maio é mundial, logo devemos ser mais honestos e o capitalismo não deve ser somente selvagem...

Jesus A. Ecunde, Ondjiva

Escreva para o Jornal OPAÍS através do e-mail info@opais.co.ao ou ligue para estes contactos Tel: 222 003 268 Fax: 222 007 754


AF-O Pais - 276x355,6.pdf

1

17/04/2019

14:54

#FuturoBFA

BFA e Novabase juntos pelo talento Angolano O BFA em parceria com a Novabase pretende reforçar a sua aposta no capital humano, com o lançamento do programa de trainees #FuturoBFA - Novabase Academy 2019. C

M

Y

CM

MY

CY

Para este programa, serão selecionados 25 talentos nacionais, licenciados, com mestrado ou pós-graduação em cursos de tecnologias e sistemas de Informação, para um programa de trainees que terá a duração de 12 meses.

CMY

K

As inscrições deverão ser feitas através do envio de CV para - academy@novabase.co.ao até ao dia 6 de Maio de 2019.


POLÍTICA

8

O PAÍS Sexta-feira,0 3d eM aiod e2 019

Acesso às fontes continua a ser o maior desafio da classe Jornalistas acusam determinadas instituições públicas de não terem cultura de “informação”, embora a Constituição consagre este direito ao cidadão e admitem que as ordens “superiores” criaram empecilhos ao exercício do jornalismo em Angola DR

Constantino Eduardo, em Benguela

A

classe jornalística em Benguela debate-se, fundamentalmente, com o problema de acesso às fontes. Os profissionais dizem que determinadas instituições públicas não estarão a acompanhar a dinâmica do país, no âmbito do novo paradigma engendrado pelo actual Governo, liderado pelo Presidente da República João Lourenço. Em declarações a OPAÍS a propósito do 3 de Maio, dia da Liberdade de Imprensa, que hoje, Sexta-feira,3, se celebra, os profissionais admitem haver determinados gestores que insistem em não alinhar as suas acções à dinâmica da velocidade que o país segue, vetando, muitas vezes, o jornalista de aceder a determinados documentos de interesse público, facto que contraria o disposto na Lei de Acesso aos Documentos Administrativos. Segundo este normativo, o acesso e a reutilização dos documentos administrativos são assegurados de acordo com os princípios da publicidade, da transparência, da igualdade, da justiça e da imparcialidade. João Marcos, jornalista ao serviço da Voz da América em Benguela, encontra muitas dificuldades em aceder à informação oficial e diz que os dirigentes não percebem que o cidadão tem direito à informação. Esta questão, continua João Marcos, acaba por ser mais um desafio a juntar-se aos outros que a classe tem nesta parcela do território, advertindo, entretanto, “que esta barreira não pode condicionar a nossa actividade”. O profissional considera imperioso que os gestores públicos percebam, de uma vez por todas, que há um novo contexto de abertura e este podia servir de impulso para que as instituições se abrissem

mais. Há vozes que se levantam e dizem não fazer sentido a existência, em simultâneo, do Ministério da Comunicação Social e da ERCA, defendendo, por isso, a extinção do departamento ministerial. Para João Marcos, se cada uma das instituições cumprir o seu papel previsto na lei, talvez não haverá choques. “O Ministério é o departamento do Governo que define políticas para o desenvolvimento do sector. A ERCA é uma entidade reguladora para a qual, muitas vezes, o cidadão que se sinta, eventualmente, lesado, deve recorrer para que seja reposta à verdade”, disse. O jornalista Lourenço Cavanda, da Rádio Benguela, comunga com a ideia de João Marcos de que o acesso às fontes se afigura num dos grandes problemas para a classe.

Cavanda vai mais longe e sustenta que saíu-se de um contexto em que as fontes obedeciam à personagem “orientação superior”, que nunca teve “rosto”. O jornalista lamenta o facto de, ainda nos dias de hoje, essa cultura prevalecer no seio de determinadas instituições. “Não são poucas as vezes que nós vamos abordar uma entidade e esta diz não ter orientação superior para falar”, argumenta. Segundo Lourenço Cavanda, com a abertura que se regista, impulsionada pelo Presidente da República, as instituições públicas tendem a abrir-se um pouco mais “para a questão da acessibilidade, respeitando o direito a informar e a ser informado. Seria bom que todos os responsáveis vestissem esta camisola”, diz.

SJA pede que ERCA não crie mais “obstáculos” O secretário-geral do Sindicato de Jornalistas Angolanos (SJA), Teixeira Cândido, acredita que até Junho deste ano se vá eleger, em assembleia, a Comissão de Carteira e Ética, entidade que vai habilitar profissionais ao exercício do jornalismo em Angola. Falando recentemente a OPAÍS no final da acção de formação que o SJA promoveu em Benguela, em parceria com a União Europeia, o responsável sindical salientou que,aquilo que competia às associações profissionais, nos termos da lei, já foi feito, cabendo, agora, à Entidade Reguladora da Comunicação Social Angolana (ERCA) dar os próximos passos para a efectivação de tal desiderato.

“Todo o processo preparativo para a assembleia está feito. Nesta altura, estamos a depender que a ERCA convoque esta assembleia para eleger a Comissão de Carteira e Ética e assim, efectivamente, resolvermos um problema da auto-regulação, o mais importante instrumento”, frisou. Por essa razão, o secretário-geral dos SJA - pede à ERCA que não crie mais “obstáculos” à classe jornalística, uma vez que compete àquela entidade convocar a assembleia, fórum em que se deverá eleger a referida comissão. “Que viabilize o quanto antes a assembleia para nós elegermos a Comissão. Nós, enquanto jornalistas, fizemos apelos à ERCA para que não crie mais obstáculos à classe”, disse.


O PAÍS Sexta-feira, 03 de Maio de 2019

9

Cabo Verde partilha experiência com Angola em reformas da Administração Pública O vice-primeiro ministro da República de Cabo Verde, Olavo Avelino Correia, destacou, ontem, em Luanda, a necessidade de se apostar na formação de lideranças fortes para se consolidar as políticas nas reformas da Administração Pública

PEDRO NICODEMOS

PEDRO NICODEMOS

Vice-primeiro ministro da República de Cabo Verde, Olavo Avelino Correia

O ministro angolano da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, Jesus Maiato, enalteceu, por seu turno, a parti-

lha de experiências de modernização da Administração Pública com Cabo Verde, com o contributo valioso trazidos pelo vice-

primeiro ministro, alegando que obtiveram da parte do mesmo a intenção de se continuar a estabelecer a parceria, sobretudo no domínio da formação dos quadros da Administração Pública a nível de vários países, numa fase em que Angola se encontra num processo de reformas. “Trata-se de um trabalho que está já em curso, onde integramos as várias escolas no sentido de formamos os quadros das administrações públicas dos países da CPLP. A visita do vice-primeiro de Cabo Verde prossegue hoje, com a realização de sessões de palestras sobre oportunidades de negócios entre Angola e Cabo Verde. PUB

Neusa Filípe

O

também ministro das Finanças de Cabo Verde falava durante uma aula magna que administrou ontem, em Luanda, sobre Reformas Administrativas em Cabo, Modelos de Gestão e Governação Eletrónica, onde defendeu uma maior aposta na modernização dos modelos de governação para a construção de oportunidades para todos os cidadãos. O governante cabo-verdiano partilhou a sua experiência alegando que, para se fortalecer as políticas nas reformas Administrativas Públicas, o seu país tem apostado na educação e formação de lideranças fortes, bem como no empenho da própria sociedade civil. Sublinhou, por outro lado, a importância de o Estado apostar no uso das tecnologias de informação que lhe permitam criar as condições para servir melhor os cidadãos, com serviços de proximidade e eficiência. Referiu que as reformas a serem feitas neste sentido, não podem ser sectoriais, mas sim para todo o país.

Administração do poder local No que respeita ao poder local autárquico, Olavo Correia destacou a importância de o Estado central e o poder local trabalharem como um todo para servir o cidadão, apostando num trabalho em conjunto, na partilha de recursos e de responsabilidades. Avançou que a fi scalização e a transparência devem imperar na governação local para que os cidadãos se sintam confortáveis quando pagam os seus impostos e tenham a certeza de que esse dinheiro está a ser usado da melhor forma. “A fi scalização, a transparência e o controlo são fundamentais. É preciso apostarmos na formação das nossas lideranças, na quantidade e qualidade dos recursos humanos, porque se exigirmos o máximo de responsabilidade, deve haver também o máximo de controlo e transparência”, disse. Fez saber que Cabo Verde pretende transmitir aos países ‘irmãos’ a mensagem sobre o poder local democrático, que considera importante para a construção de um futuro melhor, por se tratar de um poder que está mais próximo dos cidadãos.


SOCIEdAdE

10

O PAÍS Sexta-feira, 03 de Maio de 2019

Huíla regista duas mortes por violência doméstica numa semana duas cidadãs de 29 e 44 anos foram mortas por espancamento no interior das suas residências nos dias 30 de Abril e 1 de Maio nos bairros 11 de Novembro, município da Matala e Calumba, município de Quipungo, província da Huíla DR

O

s actos de violências foram praticados às 16 horas e às 21 horas pelos seus esposos, que na altura dos infaustos incidentes encontravam-se em estado de embriagues. A cidadã de 29 anos, que em vida chamou-se Maria Môni-

(...) um instrumento contundente com que desferiu um golpe mulher

Peste suína africana mata 1200 porcos na Huíla

O

Gabinete Provincial da Agricultura, Pecuária e Pescas da Huíla emitiu, ontem, um comunicado de imprensa que dá conta da existência de um surto epidémico de peste suína africana que vitimou mortalmente 1200 suínos. A peste está a afectar os animais nos municípios da Humpata e Lubango, e para prevenir o seu

alastrameto e consequentemente evitar a propagação para as outras localidades, o referido gabinete recomenda que se um cidadãos tomar conhecimento do surgimento da doença na sua localidade participe o facto às autoridades veterinárisa e/ou administrativas daquela jurisdição. Recomenda-se ainda que os animais com esta doença sejam man-

ca Cativa, foi encontrada pela sua irmã que ainda tentou socorrê-la, levando-a a uma unidade hospitalar, mas a vítima não resistiu e acabou por perder a vida. Quando a parente da malograda se dirigia para a residência da vítima chegou a cruzar-se com o suposto agressor, seu cunhado, numa altura em

que engendrava a fuga. O agressor, até ao momento encontra-se foragido, pelo que a Polícia envida esforços para a sua captura e consequente responsabilização. No bairro da Calumba, o crime ocorreu também no interior de uma residência, e foi vítima a cidadã de 44 anos que em vida se chamou Rodina Mumbanda. Os familiares contam que, por desavença, o acusado empunhou um instrumento contundente (ferro) com que desferiu um golpe na região craniana da mulher, tendo causado a sua morte imediata. O acusado já se encontra detido. No mesmo período a Polícia Nacional na Huíla registou ainda 20 acidentes de viação, mais sete em relação a semana passada, que resultaram em sete mortes (+5), 34 feridos (+19) e danos materiais avaliados em dois milhões de Kwanzas. Do dia 23 a 29 do mês de Abril, a PN na Huíla registou 106 crimes de natureza diversa (+21 do período anterior), tendo sido esclarecidos 66; durante a semana registaram em média 15 crimes por dia. Entre as ocorrências, de 96 a Polícia teve conhecimento por intermedio de queixas ou denúncias da população, no quadro do programa de proximidade polícia-cidadão, e 10 foram registadas durante a acção policial. Os municípios que registaram maior número de crimes foram o Lubango com 61, Matala com 15, Chibia com sete, Caluquembe com cinco e Humpata quatro.

tidos em quarentena, em conformidade com as medidas constantes no regulamento da lei da sanidade animal. “Evitar o trânsito ou deslocações de animais de espécie suína nas áreas afectadas, e as unidades de produção devem cumprir com todas as medidas de biossegurança”, lê-se. Para finalizar, o documento referencia que o gabinete em questão recomenda a suspensão de venda de carne suína nos mercados informais e que a aí existente deve ser destruída por incineração, e os animais mortos por infecção ou abatidos por imposição sanitária.

Novo sindicato de professores é proclamado em Luanda

U

m grupo de professores do ensino primário, do I e II ciclos de ensino geral, privado, proclama esta manhã, em Viana, arredores de Luanda, o Sindicato Nacional de Professores do Ensino Particular(SINPEP). O porta-voz do grupo, Fernando Zinga Morais, explicou a OPAÍS que o objectivo é o de criar uma instituição que defenda os interesses dos professores e dos trabalhadores administrativos que labutam no ensino privado. O sindicato integra, entre outros funcionários, directores pedagógicos, coordenadores, directores e subdirectores de escolas, estes últimos desde que não sejam proprietários de estabelecimentos de ensino. Após a sua criação, segundo Fernando Morais, o primeiro passo será encetar contactos com os responsáveis de escolas e colégios para a revisão de salários, contratos a termo, despedimentos sem justa causa, e a segurança social, sendo que a maior parte das escolas não desconta para garantir a pensão do trabalhador. O sindicato vai, também, trabalhar junto das entidades patronais para a melhoria das condições laborais, havendo um número considerável de escolas sem condições adequadas para actividade escolar. Reiterou que a ideia é a de proteger esta classe, à semelhança da sua congénere SINPROF, embora este defenda os interesses dos professores da função pública. Informou que presentemente estão inscritos 130 professores, e admitiu que o número poderá aumentar hoje, altura em que será constituída a comissão instaladora do SINPEP. Numa primeira fase, de acordo com Fernando Morais, o sindicato funcionará em Luanda, e posteriormente expandir-se-á às outras províncias, tratando-se de um projecto de âmbito nacional.


O PAÍS Sexta-feira, 03 de Maio de 2019

11

DR

Isaac Paxe, gestor do PAT

No ensino primário deve.se desenvolver as capacidades psico-motoras e outras expressões

PAT aconselha a vencer implicações da monodocência com formação e criatividade A formação específica do professor é sempre posta em causa quando a missão é leccionar nas classes do ensino primário, onde a educação física, musical e manual plástica ainda desafiam as capacidades do docente. Por isso, o projecto de aprendizagem recomenda criatividade e superação Alberto Bambi

O

gestor do Projecto de Aprendizagem para Todos (PAT), Isaac Paxe, considerou que o problema não está na monodocência em si, mas nas condições criadas para esta extensão nesse nível de ensino que passou a ter a 5ª e a 6ª classe na sua grelha. “A monodocência sempre existiu no sistema, que eram quatro

anos, da 1ª à 4ª classe, o que se fez depois é estender esse sistema para a sexta classe. Daí que, quando nós falamos de ensino primário, hoje, é um professor que cobre até à 6ª Classe e nas questões que fomos identificando havia realidades em que a formação inicial do professor não era preparada para lidar com o primeiro nível”, explicou o gestor, tendo exemplificado casos de professores que se licenciaram em História e Geografia que actuavam neste nível.

O responsável da área que capacita os professores de subsídios metodológicos para o ensino contemporâneo referiu que havia até casos em que até o educador ainda não era técnico médio e actuava no ensino primário, então, esta é uma das razões que motivaram o PAT a fazer essa opção de incidência metodológica, porque o docente pode ser detentor do saber científico da disciplina, mas a perspectiva do ensino é que diferencia. Recorreu também, ao exem-

plo da Língua Portuguesa, que é um dos principais indicadores da avaliação dos estudantes, ao ponto de esclarecer os perfis de saída dos formandos das escolas pedagógicas. “O que nós fazemos nas escolas de formação de professores, sobretudo no Instituto Superior de Ciências da Educação (ISCED), é preparar esses actores com metodologias para ensinar no I ou II Ciclo do ensino secundário. Raramente se prepara instrutores com metodologias para ensinar Língua portuguesa para o ensino primário”, reforçou o gestor do PAT, tendo acrescentado que, por esse motivo, a instituição que dirige tem incidência na facilitação dessas metodologias. Conforme a monodocência é discutida, segundo avançou o interlocutor de OPAÍS, nessa altura, o PAT tem, mais uma vez, como ganho a consciência de que é a especialização do professor em cada uma das disciplinas que ele ensina, particularmente nas respectivas metodológicas, que fazem toda diferença. Recusada Educação física Isaac Paxe e o seu ministério estão convictos de que se reclama, de forma geral, que os professores não estão preparados para ensinar a disciplina de Educação Física. Por isso, ponderou dizendo que no ensino primário não se ensina a cadeira como tal, mas se trabalham as questões performáticas. “O que nós temos, hoje, é um outro projecto que trabalha as expressões, porque o que nós chamamos de educação física, aí seria a expressão psico-motora da criança, podíamos colocar em causa a própria questão artística dos miúdos, explicou Isaac Paxe, sublinhando que é essa a perspectiva de trabalho que cria distinção no trabalho do professor, na sala

Desporto escolar, o tónico O responsável considerou, finalmente, que, nestas classes, que integram crianças mais crescidas, a cadeira está contemplada nos programas da área da acção social do Ministério da Educação, por via da qual se acrescenta o tónico do desporto escolar. “Claro que não é na dimensão esperada, porque, quando a criança é introduzida no desporto escolar tem duas ou mais modalidades que ela pratica e aí tem as técnicas de treinamento apropriadas para a idade, mas nós temos limitações, porque nem sempre há espaço para praticar, nem sempre há disponibilidade de professor para trabalhar nesses programas, nem sempre há equipamento, frisou o professor, sem se escusar de tocar na problemática de os alunos terem de frequentar os programas do desporto escolar em turnos contrários ao das aulas curriculares. Reconheceu, igualmente, que, mesmo assim, há necessidade de especialistas para estas áreas do saber no ministério que rege o ensino geral em Angola. Ele colocou a Educação Musical no mesmo diapasão, tendo corrigido a tendência segundo a qual as pessoas a integram como um único bloco. “Não é, efectivamente, uma aula de música, mas é o aproveitamento dos recursos que a própria canção e os instrumentos musicais podem proporcionar para que as crianças sejam iniciadas nos rituais da cantoria, sobretudo as que retratam situações do seu quotidiano”, asseverou. de aulas. Questionado se se perde o padrão de Educação Física, como disciplina efectiva, que, antes da Reforma Educativa, era lecionada na 5ª e 6ª classes do então sistema vigente, o gestor do PAT, ponderou que até a passada também acabava por ser mais recreativa do que disciplina como tal.


SOCIEdAdE

12

O PAÍS Sexta-feira, 03 de Maio de 2019

FOTOS: LITOCAHONGOLO

Domingos Bento

P

FBL advogados celebra 15 anos de serviço à advocacia Respeito e responsabilidade pelos clientes são factores que contribuíram em grande medida para que a FBL se tornasse num dos mais prestigiados escritórios de advogados, com um total de 9 sócios e 30 advogados respeitados e com grande reputação no mercado

restar um serviço de excelência na área da advocacia é o caminho que o escritório de advogados FBL vem trilhando ao longo dos seus 15 anos de existência, um percurso que orgulha por estar na frente de mais de dez mil processos no universo do direito fiscal, contencioso, administrativo, penal e outras áreas. Respeito e responsabilidade pelos clientes são factores que contribuíram em grande medida para que a FBL se tornasse num dos mais prestigiados escritórios de advogados, com um total de 9 sócios e 31 advogados respeitados e com grande reputação no mercado. Ética, independência, rigor e competência são valores de que a FBL não abdica para continuar a manter-se firme num mercado cada vez mais competitivo, em que é exigida a qualidade do trabalho sem abrir mão dos princípios, como garantiu ao OPAÍS o seu sócio sénior Fernando Faria de Bastos. O advogado disse que a FBL trabalha com grandes escritórios internacionais que acabam por inspirar e influenciar o modo moderno e competente de se fazer justiça. Fernando Faria de Bastos fez saber igualmente que, apesar da situação económica que Angola enfrenta, com a retracção dos investimentos e encerramento de muitas empresas, a FBL continua firme no segmento da advocacia, apostando na qualidade dos seus profissionais

para melhor servir o país e os cidadãos com um serviço de justiça célere, transparente e humanizado. Segundo o responsável, na FBL advogados as pessoas estão sempre em primeiro lugar. E a elas deve ser dada toda a prioridade para que os seus direitos sejam respeitados pelas instituições. Nesse esquisito, com a abertura do país nessa nova fase, em que se assiste a um exercício maior da liberdade com o funcionamento pleno dos órgãos de justiça, Fernando Faria de Bastos acredita que será mais fácil defender o direito das pessoas, independentemente do seu status e posição social. Tal como disse, ao longo dos anos, o país registou varias fases, o que, de certa forma, acabou por dificultar o exercício do direito. Porém, com a justiça actualmente a desempenhar o seu papel e com uma maior credibilidade dos órgãos, mais facilmente os advogados vão poder exercer a sua função e contribuir para a liberdade efectiva dos cidadãos, o que vai acabar por atrair o investimento privado. “Quando a justiça num país tem espaço, mais facilmente os investidores aparecem. E nós, Angola, estamos a caminhar para esse caminho. Hoje há uma maior abertura das instituições e um combate claro à corrupção”, atestou. Nesta senda, Fernando Faria de Bastos afirma que a FBL tem orgulho de ajudar a construir um país de bem no segmento da justiça. E é com esse orgulho que pretende continuar, estando mais próxima das pessoas, o factor principal da sua existência.



CARTAZ seu suplemento diário de lazer e cultura

António Ole

O artista tem de ter alguma coisa para dizer, se não, que procure uma outra profissão” entrevista de Jorge Fernandes fotos de Lito Cahongolo

Quem o diz é António Ole um dos mais cotados artistas da arena nacional. A celebrar as “bodas de ouro”, mostra na Galeria do Banco Económico, em Luanda, “50 Anos – Passado, Presente e Futuro”, que espelha os meandros do seu percurso. Em entrevista a OPAÍS, aborda a sua trajectória e como consegue manter-se criar

“5

0 AnosP a s s ado, Presente e Futuro” é o tema da exposição que assinala as bodas de ouro do artista António Ole, que balanço faz deste percurso? É como em tudo. É um percurso em que assinalo altos e baixos, mas, realmente, fica o registo de uma etapa temporal tão elevada, com tantas experiências ao mesmo tempo. E essa exposição é resultado deste trabalho árduo, que trago para partilhar com as pessoas que me acompanharam ao longo destes anos e, no fundo, aqui estou, pa-

ra essa comemoração. Além disto, no fim desta mesma exposição será lançado um livro justamente que aborda os 50 anos do meu trabalho. Pode dar-nos mais detalhes sobre o livro? Bem, o livro vai espelhar a minha obra desde o início da carreira. Trará o historial das várias etapas deste percurso. Como sabe, a minha ac-

tividade, além da pintura, também passa pela fotografia e o cinema, em que fiz cerca de 12 filmes. E o livro dá uma perspectiva daquilo que foi realizado e isso agrada-me, na medida em que estou em permanente mudança e pesquisa do meu trabalho. Traz para essa comemoração um título em que apresenta o “Passa-

do, Presente e o Futuro”. Como resumiria esse trajecto? Sem dúvidas são etapas que os artistas vivem, as pessoas de um modo geral. No fundo, acaba por ser fundamental mostrar todo esse espólio, com toda essa diversidade de trabalhos, numa grande exposição. Essa ainda não é a grande exposição, mas julgo que foi a exposição possível, pois muitas das mi-

nhas obras já estão em colecções internacionais e fica difícil mandalas vir para fazer uma retrospectiva. De qualquer forma, tenho dividido esse trabalho nessas etapas em vários pontos do mundo. Desde exposições antológicas, que vão marcando todo esse trabalho. António Ole fez referência a momentos menos bons nesse percur-


O PAÍS Sexta-feira, 03 de Maio de 2019

so e ainda assim manteve-se, prova disso é estar a assinalar 50 anos de carreira. Como conseguiu esse feito e como foi possível ultrapassar as barreiras? Olha, essencialmente, os artistas têm de ter coisas para dizer e para se expressar. Se não tem, pode tentar outra profissão, jornalista, escritor ou médico, entre outras. Eu, por acaso, desde pequeno que tenho a linha traçada de que queria ser artista. Em certa altura a arquitectura ainda interessou-me, mas isso ainda naquele período antes do 25 de Abril e da Independência de Angola. E em certa altura acabei por me desviar um pouco por um trabalho na televisão, depois no laboratório de Cinema e no Instituto Angolano de Cinema e Audiovisual. Quando achava que seria necessário ter um conhecimento mais profundo fui estudar nos Estados Unidos da América (EUA), cinema. Quando regressei já o nosso cinema estava em declínio. Então, por essa altura, decidi que queria ser um artista freelancer, e ser eu mesmo a orientar o meu próprio destino. E isso tem acontecido até hoje. De vez em quando partilho esses momentos com uma exposição, em que as pessoas veem, e isso de facto é que me tem ocupado todos esses anos. Foi para os EUA estudar cinema e quando regressou esse segmento estava em declínio, como disse. O que terá acontecido? A instituição em que esteve não suportou o conhecimento que trouxe consigo? Quando regressei aos locais em que trabalhava constatei que aquilo que era ideia sobre o cinema angolano acabou por cair em declínio. E, com isso, não podia passar o resto da vida apenas nas cadeiras do Instituto, enfim. Sou uma pessoa que gosta de estar ocupada constantemente e, realmente, acabei por decidir ser eu mesmo a decidir o que quero da minha vida, sem que tenha patrão nem horários. Os artistas não têm horas, elas variam em função das direcções. As artes plásticas continuam a ser um produto caro? O grande problema é que não temos os materiais à nossa disposição. Eles existem, há lojas especializadas onde a gente pode adquirir as telas, as tintas, enfim. Mas, infelizmente, ainda não temos aqui uma loja que forneça aos artistas. Há quem trabalhe com tinta industrial, pessoalmente nada contra, mas prefiro os materiais das belas artes tal e qual, porque esses materiais, no fundo, são mais apropriados para um trabalho de belas artes.

15

Como resultado dessa exiguidade de materiais, as obras não estão ao alcance de qualquer “um”? Sim. Naturalmente as obras têm o seu preço/valor, cada uma com a sua própria cotação. Tenho estado em vários leilões internacionais e aí é que é bom para avaliar a nossa cotação e o nosso preço. E é isso que me tem feito correr, de certa forma. Quanto ao nosso mercado, tem correspondido às expectativas dos artistas? Para o nosso mercado era preciso haver mais galerias de arte de maior interesse. Julgo que o nosso ambiente artístico tem crescido naturalmente. Houve uma época mais probrezinha, mas nos últimos anos não só os artistas mais cotados, mas a nova geração tem estado a movimentar-se em espaços internacionais, e isso tem sido bastante benéfico e positivo no panorama das artes. Oxalá houvesse mais investimento do nosso próprio ministério, que nem sempre reage bem às nossas propostas ou àquilo que é o nosso interesse no sentido de um maior apoio da tutela, mas há muita coisa por fazer. Aperfeiçoar o ensino das artes entre nós e que dê possibilidade a uma formação mais apurada, mais desenvolvida, é isso que estamos à espera que aconteça. Referiu-se ao quesito formativo, como é que olha e avalia os artistas do mercado nacional do ponto de vista profissional? Como disse, as coisas estão-se a movimentar. Há uma quantidade enorme de novos valores que têm vindo a engradecer o panorama artístico nacional. Estou convencido que muito mais há a esperar dessa nova geração. Já não sou um artista novo, mas continuo a acreditar que ainda tenho muita coisa para dar, inclusive noutras áreas, como é o cinema, desenvolvendo ideias para novos filmes que possam vir a acontecer em breve.

Quando regresso ao atelier estou logo a pintar porque a pintura é uma actividade quase que diária, pois preciso de vender uma obra para viver

O artista António Ole nasceu em Luanda, Angola, em 1951. Estudou Cultura Afro-Americana e Cinema na UCLA (University of California, Los Angeles) e tem desenvolvido, ao longo de cinco décadas, um trabalho eclético com recurso ao desenho, pintura, colagem, es-

O ensino das artes no país já é uma realidade, temos algumas escolas que formam estes profissionais. A minha questão vai em contramão, no sentido de saber relativamente ao cidadão comum. Aprende-se a gostar de arte? Estou convencido que isto começa na escola. Se as pessoas não tiverem desde pequenas a possibilidade de ter relação com arte, inclusive a própria formação artística que começa na base, que ao desenhar no papel transmitem os seus sonhos, as suas ideias, inquietações etc., e quando não se tem isso é complicado. Mas as artes plásticas são um exercício de grande liberdade. Os artistas contemporâneos neste tempo em que vivemos têm uma liberdade expressiva com meios técnicos à sua disposição, são muitos, alguns dos quais já trabalham com computadores, mas eu continuo com a ideia da tinta, pincel, tela, desenho, sou um reciclador.

cultura, instalação, fotografia, vídeo e cinema. Inspira-se na arte tradicional como estímulo para desenvolver um discurso contemporâneo adequado ao seu tempo e circunstância. Os diferentes modos de utilização das práticas expressivas clássicas africanas atravessam toda a sua obra.

Como tem sido a coabitação entre a velha e a nova geração de artistas no país? É pacífica. Acho que as novas gerações têm de apreender com os mais velhos, assim o foi comigo quando comecei com apenas 16 anos. Ia há muitas exposições, havia os salões das festas da cidade em Luanda, salões esses que depois passaram a chamar-se salões da arte moderna, e fiz toda a minha prática nesses salões. Aos poucos, fui viajando para o exterior, mas quando foi a Independência fiz uma paragem para refletir sobre o que estava a fazer e porque estava também ligado ao cinema. A pintura continua a ser uma actividade muito ligada a minha vida e de certa forma e em certa época fiz uma serie de ilustrações para capas de livros dos quais perdi a conta. No fundo, estamos sempre em permanente descoberta, os artistas estão sempre a pôrse à prova. Para se ser artista também se precisa de se estudar. Não basta o talento, tem de trabalhar, ler muito, pois aprende-se muito lendo e estudando. O António Ole divide-se entre as artes plásticas, a fotografia e o cinema. O que lhe dá mais gozo de fazer e como consegue conciliar essas actividades? Depende de como me sinta, de que ideias estive a trabalhar anteriormente e isto determina qual é o meio expressivo que vou usar. Quando viajo farto-me de fotografar muito, filmo também, mas quando regresso ao atelier estou logo a pintar, porque a pintura é uma actividade quase que diária, pois preciso de vender uma obra para viver. O meu salário é minha arte. Quais são os projectos que tem em curso a curto/médio e longo prazo? Tenho projectos que estão na forja mas que exigem viajar para sensibilizar instituições internacionais, que é um projecto sobre ilhas em volta de África, que se denomina “Insula”. Nela pretendo viajar para nove ilhas, umas no atlântico (Cabo-verde, Gorée-Senegal, São Tomé e Príncipe, Mussulo, Ilha do Cabo, Robben Island pelo simbolismo de Mandela, Ilha de Moçambique, Zanzibar- Tânzania, Lamu- Quénia e mais a Norte do Indico). Essas ilhas vão-me proporcionar fazer um trabalho sobre as próprias culturas crioulas. O que interessa são os sincretismos destas culturas. Há aí cada uma com a sua história numa total diversidade...


ECOnOMIA

16

O PAÍS Sexta-feira,0 3d eM aiod e2 019

Banco Yetu estuda mecanismos de incremento de crédito às empresas e às famílias DR

O Banco Yetu tem como principal estratégia criar mecanismos de incremento do crédito às empresas e às famílias e vai continuar a investir no seu plano de expansão, que prevê a instalação de agências bancarias nos principais centros económicos do país, deu a conhecer o presidente da Comissão Executiva, António André Lopes

Miguel Kitari

Q

ual é a sua expectativa em relação ao futuro da banca angolana? O sistema bancário desempenha um papel primordial na dinamização do crescimento económico de qualquer país, tendo em conta a sua função de intermediação entre os agentes económicos aforradores e os tomadores de empréstimos. Por isso, o nosso país não foge a essa regra, razão por que a banca angolana deve prosseguir os esfor-

ços para consolidar esse seu papel, contando, nesta fase, com o apoio dos programas do Executivo que visam a diversificação da economia. Um dos principais desafios consiste na necessidade dos bancos, através da sua associação, colaborarem mais activamente com o Banco Central e o Executivo na resolução dos constrangimentos que ainda dificultam o crescimento do crédito. Por outro lado, o sector bancário deve prosseguir na senda da melhoria constante dos níveis de prestação dos serviços tradicionais e na aposta em produtos e serviços inovadores e de valor acrescentado, eliminando definitivamente as dificuldades que os clientes ainda enfrentam em aceder tempestivamente aos seus recursos depositados. Finalmente, e não menos importante, temos de vencer os desafios de alinhamento às melhores práticas internacionais dos nossos processos e sistemas de controlo, visando a inserção definitiva da banca angolana no sistema financeiro internacional. Por isso, acreditamos que o futuro da banca angolana, tal como o futuro do país, tem de ser promissor. Recentemente ficou-se a saber que grande parte do pessoal que trabalha na banca angolana, cerca de 30%, não tem formação. Que importância tem a formação para o banco que dirige? A formação do Capital Humano é essencial, dado ser um investimento que as organizações modernas não podem descurar, sob pena de comprometerem o seu futuro. Por isso, faz parte dos nossos objectivos estratégicos assegurar acções de formação profissional permanentes e ajustadas às necessidades de cada colabo-

rador. Entendemos que a formação contínua visa não só apoiar os colaboradores de forma a melhorarem o desempenho das suas actividades, mas, sobretudo, prepará-los para enfrentarem com maiores argumentos e competência os desafios futuros e desta forma garantirem o desenvolvimento da própria instituição. Actualmente, cerca de 70% dos colaboradores do Banco têm formação superior e o nosso orçamento para o presente ano inclui, no total de custos salariais, 12,5% de investimento em formação. Em termos de crédito, qual é a previsão para 2020? A nossa estratégia passa por criar, permanentemente, mecanismos de incremento ao crédito, quer às empresas como às famílias, já que a principal função de qualquer instituição financeira bancaria é, de facto,

Por isso, acreditamos que o futuro da banca angolana, tal como o futuro do país, tem de ser promissor


O PAÍS Sexta-feira, 03 de Maio de 2019

captar depósitos e transformálo em crédito. Solidarizando-nos com o Aviso 4/19 emitido recentemente pelo Banco Nacional de Angola, que defi ne as regras sobre a concessão de crédito ao sector real da economia, vamos, por esta via, procurar incrementar com 2% do nosso activo a nossa carteira de crédito, mas não ficaremos por aqui, na medida em que o nosso plano de negócios prevê, no período de 2019 a 2021, um crescimento de 113% da nossa carteira de crédito, face aos indicadores de 2018. O Executivo e os empresários reclamam que os bancos têmse mostrado pouco activos em relação ao fomento da indústria, por via do crédito. O que se passa na banca? Pensamos que existem vários factores que estão na base dessa situação, ou seja, existem várias causas inibidoras do crescimento do crédito em Angola. Vamos citar alguns: Do lado dos bancos, a existência de oportunidades mais atra-

17

tivas de colocação dos poucos recursos e a existência de crédito malparado que condiciona a renovação do funding para a concessão de novos créditos; Do lado externo aos bancos, destacamos a falta de garantias, o nível elevado de taxas de juros e a inexistência de instrumentos para execução célere das hipotecas. Há vozes que dizem que os bancos preferem conceder crédito ao Estado por dar mais garantias, ao invés do sector empresarial privado. Concorda com essa teoria? Do nosso ponto de vista, a questão não se pode colocar de forma tão taxativa e linear. Com efeito, no actual contexto em que o sector privado tem muitas dificuldades em apresentar garantias, os bancos, naturalmente, priorizam o crédito ao Estado, onde o risco é praticamente nulo. Mas, como é evidente, em presença de propostas de crédito ao sector privado em que

o risco esteja mitigado, os bancos preferirão esta opção, já que é mais atrativa do ponto de vista da remuneração, uma vez que as taxas de juros do crédito ao sector privado são geralmente mais elevadas do que as taxas pelas quais o Estado se endivida. Em suma, os bancos, enquanto entes privados que se movem

Temos a intenção de estar presentes em mais 5 centros económicos do país, nas cidades de Viana, Huambo e Lubango, ao longo do ano, abriremos agências

por princípios de racionalidade económica, procuram sempre que as suas decisões de investimento tenham o maior equilíbrio possível entre a rentabilidade e a segurança, duas categorias económicas normalmente contraditórias. Preveem abrir novos balcões pelo país? Apesar da nossa estratégia de posicionamento no mercado, não passar pela proliferação de agências, já que pretendemos ser essencialmente banca corporativa e privada, temos a intenção de estar presentes ainda este ano em mais 5 centros económicos do país, nomeadamente nas cidades do Lobito e Benguela, onde já abrimos agências em Fevereiro, e nas cidades de Viana, Huambo e Lubango, nas quais, por esta ordem, ao longo do ano, abriremos igualmente agências do banco. Do ponto de vista global, qual é a vossa expectativa em termos de novos investimentos para os próximos cinco anos?

Continuaremos a investir no nosso plano de expansão, que prevê a instalação gradual e sustentável de agências bancarias nos principais centros económicos do pais. Para o primeiro semestre deste ano, entrará em produção a parte complementar da nossa solução informática de AML, que tornará mais robustos os nossos mecanismos de combate ao branqueamento de capitais; Ainda este ano, prevemos a implementação de uma nova solução informática de Banca Electrónica que vai permitir ao Cliente ter o Banco sempre consigo, passando a dispor de um instrumento mais dinâmico e eficiente do que o actual. Destacamos também a implementação de um vasto conjunto de melhorias técnicas na nossa infra-estrutura de Sistemas de Informação e de Comunicações, visando a obtenção dos necessários níveis de segurança e disponibilidade de serviço, alinhado à evolução e às melhores práticas neste domínio. PUB

Os nossos valores são

Chegou o banco que vai mudar a sua vida. www.bancoyetu.ao

a minha segurança.




ACTUAL

20

O PAÍS Sexta-feira, 03 de Maio de 2019

FOTOS: BRUNO CARATÃO

O auditório do Instituto Superior Politécnico Jean-Piaget de Benguela na discussão sobre a fábrica de fertilizantes no bairro da Graça organizada pela Omunga

Sociedade benguelense lança campanha “nÃO À dESGRAÇA nA GRAÇA!!!”, contra a fábrica de fertilizantes químicos Os benguelenses em protesto contra a alegada fábrica de fertilizantes químicos que cresce sem parar em zona urbana, no Bairro da Nossa Senhora da Graça, município de Benguela, lançaram uma campanha social chamada “NÃO À DESGRAÇA NA GRAÇA!!!” visando que o Governo mude a indústria de lugar. Isso porque os populares temem pela saúde pública das gerações actuais e vindouras, quando a fábrica arrancar

Zuleide de Carvalho, em Benguela

E

m Benguela, na tarde de ontem, ocorreu a segunda acção do movimento social “NÃO À DESGRAÇA NA GRAÇA!!!”, criado por benguelenses, para travar a indústria de adubos químicos em construção no meio de um bairro. O evento consistiu numa edição das afamadas “Quintas de Debate”, projecto bem conhecido nesta província, da O.N.G. Omun-

ga, convidando-se a sociedade a discutir problemas preocupantes, com o esclarecimento de especialistas a respeito. Abordando a problemática da suposta fábrica de fertilizantes químicos a erguer-se em zona habitada por sensivelmente 76.000 pessoas, a sociedade civil uniu forças com a Omunga e organizaram o debate: “Quando o Progresso é Retrocesso”. Dada a vital importância do tema, tratando-se da protecção da saúde pública, foi repartido em dois subtemas, um reflectido ontem, no Instituto Superior Poli-

técnico Jean-Piaget de Benguela, e, outro, a suceder no Lobito, no dia 9. Deste modo, na tarde de Quinta-feira, 2 de Maio de 2019, os especialistas Isaac Sassoma, Chipilica Eduardo e a sociedade civil, conversaram calorosamente sobre “Consequências Sociais da Má Gestão Urbanística”, num contexto académico. Uma lista de erros e atropelos que parece não ter fim… O engenheiro ambiental Isaac Sassoma está estupefacto com a inacção e silêncio do Gover-


O PAÍS Sexta-feira, 03 de Maio de 2019

no Provincial de Benguela, mais propriamente do seu dirigente, Rui Falcão, “por nada dizer, nem mostrar fazer para parar essa empreitada ilegal”. E, comprovando que a sua indignação tem sustento legal, ético e académico, apresentou os fundamentos que tem para mostrar que essa situação é ilícita, baseando-se, em primeiro lugar, na Constituição da República de Angola. Porque, no artigo 39º, Direito ao Ambiente, lê-se: “todos têm o direito de viver num ambiente sadio e não poluído, bem como o dever de o defender”, e isso a sociedade tem estado a fazer. Logo, para si, enquanto especialista e defensor das questões ambientais, a indústria de fertilizantes químicos crescente no bairro da Graça é motivo para a ministra do Ambiente, Ana Coelho, pedir demissão, argumentou Isaac Sassoma, uma vez que a lei é clara, quando diz que é da responsabilidade do Estado velar sobre os locais e espaços apropriados para certos tipos de empreendimentos económicos, promovendo o desenvolvimento sustentável. “Nunca um bem individual se deve sobrepor a um bem colectivo, que é a vida”, sustentou ontem o engenheiro ambiental Sassoma, porquanto, para si, as obras avançam porque “há o interesse dos donos”, individual.

Nunca um bem individual se deve sobrepor a um bem colectivo, que é a vida”

21

Já o advogado Chipilica Eduardo realçou outros atropelos feitos neste projecto, que, em termos legais, parece estar a começar do fim para o início, evidenciando a inexistência da placa informativa, o que dá direito a multa. Analisando, comunicou que não é possível que haja licença sem que tenha sido feito o Estudo de Impacto Ambiental, que não existe. Todavia, uma licença foi passada e assinada, supostamente, pela ministra do ambiente. Por seu turno, Arlindo Filipe, advogado do Instituto Piaget, deu a conhecer aos jovens presentes que passos a instituição tomou até então, tendo remetido uma Petição Pública à Procuradoria Geral, e, passada por esta, ao Tribunal. A problemática da fábrica nos ouvidos da Assembleia nacional Na Terça-feira, 30 de Abril, numa passagem por Benguela concernente ao processo autárquico que se avizinha, o deputado Adalberto da Costa Júnior informou que esta polémica chegou à bancada parlamentar da UNITA, por cidadãos descontentes. Todavia, Adalberto Júnior declarou: “não sei dizer se o presidente da Assembleia Nacional recebeu alguma matéria sobre esta questão”. Pois sabe-se que, para que o assunto seja discutido na Assembleia, há pressupostos a cumprir. O medo público prende-se com a produção de “adubos por processos completamente químicos, o facto desta fábrica, que eu hoje lá estive, estar muito próxima a uma universidade, Piaget, e a uma área habitacional”, atestou. Dando o seu parecer, Adalberto fez saber que “fábricas deste tipo, de manuseamento de material químico, por hábito, estão inseridas num plano devidamente estabelecido, que salvaguarde o ambiente e o risco sobre as pessoas”, realçou.

José Patrocínio, o organizador do debate e líder da Omunga

Será que o Estado virou costas a Benguela? A Lei Magna assegura, no número 2 do artigo 39º, que “o Estado adopta as medidas necessárias à protecção do ambiente e das espécies da flora e fauna em todo o território nacional”, algo actualmente desrespeitado em Benguela. E, fundamental para este caso, garante: “o Estado adopta as medidas necessárias… à Há 3 dias, num encontro tido, Adalberto Júnior perguntou “ao reitor se a universidade foi chamada a pronunciar-se, com carácter técnico de intervenção, sobre esta matéria”. Em resposta, “disseme que não”, revelou o deputado, lamentando. O que o povo benguelense quer é acção, e já! Na sala cheia, das questões colocadas pelo público, ficou patente que o momento para as autoridades governamentais se pronunciarem sobre o assunto passou há meses. Porque, deveria ter ocorrido uma consulta pública sobre a fábrica. Outra oportunidade perdida pelos dirigentes foi quando, apesar do embargo da obra, feito pela Administração Municipal a 15 de Novembro, em Dezembro, segundo testemunhou o residente João Caratão, as obras retomaram e não mais pararam. Deveria ter havido informação prestada à sociedade, averiguação das suas opiniões a respeito, po-

correcta localização das actividades económicas… no quadro de um desenvolvimento sustentável”, afirmação patente no artigo 39º, sobre o Direito ao Ambiente. Assim, a pergunta que se levanta perante esta polémica que a sociedade benguelense não aceita e promete não permitir que se cale, é: será que o Estado virou costas a Benguela?

rém, nada disso foi feito, reclamou nas “Quintas de Debate” uma docente universitária, que acusou os dirigentes de “não serem sérios”. E, o momento mais recente, em que se esperava por comunicação do governador, foi nos primeiros dias, após, a 10 de Abril, a ministra da Indústria, Bernarda Martins, ter assegurado que a fábrica

Deveria ter havido informação prestada à sociedade, averiguação das suas opiniões a respeito, porém, nada disso foi feito”

seria transferida. Não havendo pronunciamento por parte dos políticos que gerem a província de Benguela, nem feita ao povo, nem em resposta às cartas da imprensa, o que os benguelenses querem agora é acção: paralisação das obras. E, na leitura do político da Oposição e deputado Adalberto Júnior, “aquilo que eu aconselho às administrações é não fazerem opções políticas sobre esta questão”, subentendendo-se então que, ao invés, se cumpra a Lei. Logo, a resolução deste problema passará obrigatoriamente por: “munirem-se dos estudos ambientais adequados, espaço técnico adequado e tomarem decisões que salvaguardem o interesse das populações e da saúde pública”, aconselhou o político da Oposição. Uma jovem discente no Instituto Piaget apelou aos seus pares, mais de 6.000 alunos, que vão às ruas, no bairro da Graça, para sensibilizar os moradores a associarem-se à causa “Não À Desgraça na Graça!!!”.


MUndO

22

O PAÍS Sexta-feira, 03 de Maio de 2019

Como a Blackwater estará a preparar 5000 mercenários para afastar Maduro DR

Empresa de segurança privada americana está há meses a recolher apoios políticos e investimentos financeiros para criar um exército privado para apoiar o presidente interino da Venezuela Juan Guaidó, avança a Reuters

E

m vários encontros privados que decorreram tanto nos EUA como na Europa, Erik Prince tem procurado recolher apoio financeiro e político junto de apoiantes do Presidente Donald Trump e de exilados venezuelanos, avança a Reuters, citando quatro fontes diferentes ligadas a este assunto. O objectivo? Criar um exército privado de cinco mil homens para ajudar Juan Guaidó a tirar Nicolás Maduro do poder na Venezuela. A empresa de segurança privada Blackwater ficou tristemente famosa em 2007, quando foi acusada de matar 17 civis em Bagdad, tendo quatro dos seus mercenários sido acusados de homicídio em Dezembro passado. Prince acabou por mudar o nome à empresa e vendê-la em 2010. Mas recentemente criou uma outra chamada Blackwater USA, que vende munições, silenciadores e facas. Influente junto da Administração americana - a sua irmã Betsy De Vos é a secretária da Educação de Trump, Prince tem procurado convencer o Presidente a substituir os soldados americanos destacados no Afeganistão por mercenários. Até agora, sem sucesso. Inquiridas pela Reuters, nem a Casa Branca nem os próximos de

Juan Guidó, autoproclamado presidente interino da Venezuela, rodeado por alguns dos seus seguranças

Juan Guaidó confirmaram os encontros com Prince. Mas em Janeiro, o conselheiro para a Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, surgiu numa conferência de imprensa sobre a situação na Venezuela com um documento debaixo do braço no qual se lia “5000 tropas para a Colômbia”. Segundo a Reuters, o plano de Prince é precisamente criar um exército de 4000 a 5000 soldados que operem a partir da Colômbia. Primeiro em operações de espionagem e recolha de informação para derrotar Maduro. Um plano que nenhum dos vários governos que apoiam Guaidó confirma, no entanto. E, em termos militares, esses cinco mil mercenários estariam longe de ser suficientes para uma intervenção militar na Venezuela. Até porque neste momento a Venezuela tem 350 mil militares no activo, mais dois milhões na reserva. A larga maioria está do lado de Maduro. Quem confirma o interesse de Prince na segurança da Venezuela é Lital Leshem, o director para as relações com os investidores da Frontier Resource Group (FSG),

o fundo de investimentos de Prince. “Ele tem uma solução para a Venezuela como tem uma solução para muitos outros sítios”. Sediada no paraíso fiscal das Bermudas, mas cotada na bolsa de Hong Kong, a FSG desenvolve vários tipos de actividades, desde investimentos directos a construção de obras públicas e de fábricas, pas-

Apesar de Guaidó ter afirmado ao longo do dia que tinha os militares do seu lado, nenhuma unidade militar aderiu à iniciativa nem se confirmou qualquer deserção de altas patentes militares fiéis a Maduro

sando pela venda de armas e construção de bases para o exército chinês. Potencialmente perigoso Questionados pela Reuters sobre as potencialidades do plano de Prince para a Venezuela, vários analistas consideraram-no politicamente pouco sustentado e potencialmente perigoso, falando mesmo na hipótese de poder levar a uma guerra civil. Um exilado venezuelano próximo da oposição ouvido pela agência noticiosa concordou em parte, mas admitiu que contratar seguranças privados pode ser útil em caso de queda do Governo de Maduro, para garantir a protecção de Guaidó e da sua equipa. Operação Liberdade A Venezuela viveu na Quarta-feira uma segunda onda de manifestações. O dia de Terça-feira tinha também terminado em protestos violentos, dos quais resultaram um morto e 80 feridos, segundo um levantamento de um grupo de militares em Caracas. Milhares de pessoas concentraram-se Quarta-feira em vários lo-

cais da capital venezuelana, de acordo com o apelo de Guaidó. Os fiéis do Governo concentram-se no centro e Oeste de Caracas para participar nas manifestações convocadas pelo Executivo a propósito do 1.º de Maio. O autoproclamado presidente interino da Venezuela desencadeou na madrugada de Terça-feira a chamada Operação Liberdade contra o Governo de Nicolás Maduro em que envolveu militares e para o qual apelou à adesão popular. Um dos momentos mais emblemáticos da manhã foi a libertação de Leopoldo López, opositor que se encontrava em prisão domiciliária e que entretanto se refugiou na embaixada de Espanha em Caracas. O Governo ripostou considerando que estava em curso uma tentativa de golpe de Estado. Mas para já a situação continua dominada pelo Governo. Apesar de Juan Guaidó ter afirmado ao longo do dia que tinha os militares do seu lado, nenhuma unidade militar aderiu à iniciativa nem se confirmou qualquer deserção de altas patentes militares fiéis a Maduro.


O PAÍS Sexta-feira, 03 de Maio de 2019

23 DR

19 alunos suicidam-se na Índia após receberem resultados de exames As autoridades indianas reportaram o suicídio de 19 estudantes, desde meados de Abril, no Estado de Telangana, depois da divulgação de resultados dos exames do secundário

O

sistema de ensino secundário daquele Estado indiano está sob escrutínio, depois de os maus resultados nos exames que ditam a maioria das admissões dos alunos do 12.º ano nas universidades terem levado a 19 suicídios, noticiou o “The Times of India”. Centenas de pais e ativistas de Direitos Humanos alegam que os suicídios e depressões no meio estudantil foram causados pela negligência das entidades que divulgaram os resultados dos exames, “de forma apressada e sem verificações adequadas”, a 18 de

Abril, adianta o jornal. As responsabilidades são atribuídas ao Conselho de Educação Intermediária do Estado de Telangana, que regula o sistema de educação e é responsável pela realização dos exames e avaliações, e ao próprio Governo estatal. Vários estudantes disseram inclusive ter comparecido aos exames, mas terem levado falta ou recebido zero valores em questões às quais dizem ter respondido corretamente, avançou a CNN. “É tudo lamentável. As pessoas não devem recorrer a este tipo de medidas extremas [sui-

cídios]. Aconteceram erros, a algum nível. Isso pode ser verificado e corrigido”, assegurou um alto funcionário da Polícia estatal, citado por aquele órgão norte-americano, que adiantou que o Governo do Estado de Telangana pediu repetidamente aos pais que apresentassem reclamações ao Conselho de Educação caso houvesse discrepâncias nos resultados dos exames, garantindo que os resultados seriam corrigidos. Pressão na escola atribuída a suicídios de jovens Segundo o jornal indiano, o número de mortes registadas pósexames é o mais alto dos últimos

quatro anos, em Telangana, onde, em 2017 e 2018, foram reportados, respectivamente, um e seis suicídios de estudantes depois da divulgação dos resultados. Contrariamente ao que aconteceu em anos transactos, quando os casos se registaram nos dois ou três primeiros dias a seguir à publicação dos resultados, este ano houve suicídios durante toda a semana - enforcamentos e uma imolação por fogo foram as causas da morte de algumas vítimas. Milhares de jovens acabam com a vida todos os anos na Índia, de acordo com o Gabinete Nacional de Registo de Crimes, agência governamental responsável pela colecta e análise de dados crimi-

nais, que, em 2015, registou nove mil suicídios de jovens em todo o país. Alarmados com o aumento de casos, sobretudo este ano, a comunidade docente tem sublinhado a necessidade imediata de reduzir a pressão a que os alunos são sujeitos. “A maioria dos suicídios reportados nos últimos anos deve-se à enorme pressão colocada nos alunos pelas universidades, sobretudo as públicas, e os pais. A corrida às melhores classificações sobrecarrega o estudante médio que é forçado a igualar-se ao estudante excelente”, disse Madhusudan Reddy, presidente da Associação de Professores Juniores do Governo de Telangana. DR

Trump admite abertura económica a Cuba se a ilha retirar apoio a Maduro

A

Casa Branca acusa Cuba de ter cerca de 25 mil cubanos infiltrados na Venezuela e admite uma abertura económica se a ilha retirar o seu apoio a Maduro, caso contrário reforçará o bloqueio económico O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, admitiu na Quarta-feira uma abertura económica a Cuba se a ilha retirar o seu apoio ao Presidente venezuelano Nicolás Maduro, caso contrário reforçará o bloqueio económico. “Com o movimento certo, Cuba poderia sair-se muito bem, poderíamos fazer uma abertura”, disse Trump, em

entrevista ao canal de televisão Fox Business, na qual reiterou, uma vez mais, que os EUA endurecerão a sua posição contra a ilha “se não deixarem a Venezuela”. Na Terça-feira, Trump amea-

Com o movimento certo, Cuba poderia sair-se muito bem, poderíamos fazer uma abertura”

çou, no Twitter, que “se as tropas e milícias cubanas não cessarem imediatamente as suas operações militares e de outro tipo, com o objectivo de provocar morte e destruição à Constituição da Venezuela, será imposto à ilha de Cuba um embargo completo, juntamente com sanções do maior nível”. A Casa Branca acusa Cuba de ter cerca de 25 mil cubanos da sua defesa infiltrados na Venezuela, algo que a ilha nega, acusando Washington de “mentir descaradamente”. Na Quarta-feira, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, disse que uma “acção militar” é “possível”, se for “necessária” para favorecer a transição política na Venezuela.

Mural com os comandantes Hugo Chávez e Che Guevara juntos


dESPORTO

24

O PAÍS Sexta-feira, 03 de Maio de 2019

DANIEL MIGUEL/ARQUIVO

”Sem qualquer tipo de complicação”

d

e acordo com a nota publicada ontem no site oficial dos dragões, Casillas, de 37 anos, continua internado no Hospital CUF Porto, para onde foi conduzido nesta Quarta-feira, após ter-lhe sido diagnosticado o problema cardíaco, ainda no Olival, em Vila Nova de Gaia. A pronta intervenção da equipa clínica do FC Porto foi preponderante para minimizar o problema do guarda-redes espanhol, tendo o médico Nelson Puga, em declarações aos canais do clube, assegurado que Casillas irá ficar “completamente recuperado de saúde”, sem precisar se poderá voltar a jogar. Há pouco mais de um mês, Casillas renovou o contrato com o FC Porto, ao qual chegou em 2015/16, depois de ter feito toda a carreira no Real Madrid, tendo na última temporada ajudado os dragões a alcançarem o título nacional. Numa carreira que já dura duas décadas, o guardião conquistou um Mundial e dois Europeus com a Espanha. DR

1º de Agosto prepara duplo compromisso com o Cuando Cubango FC Os militares, líderes do Girabola Zap com 64 pontos, regressam hoje aos treinos no Campo das Transmissões, no Cassquel, em Luanda, visando o embate da Taça de Angola e do Campeonato Nacional com a formação das Terras do Progresso na próxima semana Sebastião Félix

O

1º de Agosto, líder do Girabola Zap com 64 pontos, regressa hoje aos treinos no Campo das Transmissões, no Cassequel, em Luanda, às 8:00. Os militares, que estão mais próximos do tetra campeonato, preparam o duplo compromisso com o Cuando Cubango FC na próxima semana. No primeiro embate, as duas formações vão medir forças para os oitavos-de-final da Taça de Ango-

la, na cidade do Cuito, Bié, às 15:00. Depois de três dias, o campeão nacional regressa ao reduto da equipa das Terras do Progresso para disputarem a vigésima nona jornada do Campeonato Nacional. Por esta razão, os pupilos de Dragan Jovic aprimoram os aspectos técnicos e tácticos, uma vez que perder não faz parte do vocabulário dos militares. O triunfo frente ao Bravos do Maquis do Moxico (3-0) referente à ronda 28 do Girabola Zap reforçou a convicção dos atletas. Deste modo, querem conquistar as duas provas nacionais, mantendo a hegemonia sobre as de-

mais equipas. No treino desta Terça-feira os jogadores recuperaram a condição física e o técnico Dragan Jovic fez algumas correções tácticas na conversa que manteve com o grupo. Por isso, o técnico adjunto do 1º de Agosto, Ivo Traça, reiterou depois do jogo com o Bravos do Maquis que os objectivos são os mesmos. “Vamos continuar a trabalhar para para vencer o Campeonato Nacional. Sabemos que não será fácil, mas temos conseguido vencer os jogos com dedicação e trabalho”, adiantou o adjunto de Dragan

Jovic. Ivo Traça reconheceu também a forma como o Bravos do Maquis do Moxico se bateu durante os noventa minutos. Outras partidas O Atlético Sport Aviação (ASA) joga com o Progresso do Sambizanga. O Recreativo do Libolo do Cuanza-Sul mede forças com o Petro de Luanda. A Académica do Lobito recebe o Bravos do Maquis. O Desportivo da Huíla joga com Sagrada Esperança da Lunda-Norte. O Willet Sport recebe o Kabuscorp do Palanca. O Santa Rita do Uíge joga com o Domant do Bengo e o Caála recebe o Interclube.


25

O PAÍS Sexta-feira, 03 de Maio de 2019

“O Progresso deve ser extinto do Girabola Zap” Kiameso Pedro

O

coordenador da Comissão Instaladora do Sidicato dos Futebolistas de Angola (SIFA), Igor Nascimento, defendeu ontem, em declarações a OPAÍS, que o Conselho de Disciplina da FAF tem que despromover o Progresso do Sambizanga do Girabola Zap. Igor Nascimento prosseguiu, tendo afirmado que o Progresso do Sambizanga tem estado a violar os regulamento da Federação. Segundo as normas vincadas pelo órgão reitor da modalidade

no país, todas as formações do Girabola Zap têm de ter formação, sob pena de serem impedidos de participar no Campeonato Nacional. “A FAF tem que impedir que o Progresso do Sambizanga participe no próximo Girabola Zap. Acho que há mais clubes nesta condição. Isso é um desrespeito às normas da federação”, disse. Actualmente, o Progresso do Sambizanga continua sob a presidência de Paixão Júnior, e figura na quinta posição com 39 pontos.

Hélder Martins entra em cena amanhã

O

árbitro angolano Hélder Martins vai ajuizar, amanhã, o desafio das meias-finais da Liga dos Clubes Campeões da CAF, que vai colocar frente a frente as equipas do Mamelodi Sundows da África do Sul e o Wyidad de Casablanca de Marrocos. O encontro entre as duas formações joga-se no Estádio Lucas Masterpieces Moripe, às 14:00 (hora de Angola). Os marroquinos estão em vantagem na eliminatória, depois de vencerem na primeira

mão da prova, por duas bolas a uma. Trata-se do 10º desafio africano a ser ajuizado esta época por Hélder Martins, devendo ser auxiliado pelos seus compatriotas Gerson Emiliano, Ivanildo Lopes e João Goma, este último quarto árbitro. Em Abril último, Hélder Martins apitou, no Cairo, o encontro da segunda-mão das meias-finais da Taça CAF entre o Zamalek do Egipto e o Hassania Agadir de Marrocos.

A

presidente da Federação Angolana de Ciclismo (FACI), Cremilda Rangel, considerou ontem positivo o ‘Grande Prémio Mineiro’ em ciclismo. A dirigente fez estas declarações a OPÁIS, tendo reconhecido que actividades do género visam massificar a prática do ciclismo. Cremilda Rangel prosseguiu a sua abordagem dizendo que o estado actual do ciclismo em Angola é positivo. A responsável afirmou a este jornal que o ciclismo neste momento está num bom caminho, porque a Federação que dirige tem tido vários êxitos. “Penso que neste momento estamos acima da média. Cada dia que passa temos vindo a progredir. Verdadeiramente, o ciclismo está a crescer”, disse a dirigente. De acordo com os dados a que este diário teve acesso, a Federação Angolana de Ciclismo realiza no mês de Novembro o Campeonato Nacional a nível da modalidade. Sem data marcada, Cremilda Rangel disse que os preparativos decorrem dentro da normalidade.

DR

FAKD prepara Campeonato com dificuldades

Robertson: “não vamos desistir”

A

pesar de o Liverpool ter perdido em casa do Barcelona, por três bolas sem resposta, em desafio referente às meias-finais da Liga dos Campeões da Europa, Andy Robertson acredita que ainda é possível dar a volta ao resultado, no Estádio de Anfield.

“Nós jogámos bem e tivemos boas oportunidades e não aproveitámos. No primeiro golo perdemos a bola, no segundo tiveram a sorte, mas o terceiro é de classe mundial. O Barcelona pode fazer isso a qualquer equipa. Contámos com o apoio dos nossos adeptos em Anfield, criar uma atmosfera boa para nós e não vamos desistir”, admitiu o lateral esquerdo do Liverpool.

DR

Cremilda Rangel faz balanço positivo da prova

O presidente da Federação Angolana de Karaté (FAKD), Félix Ferreira, revelou ontem, em exclusivo a OPÁIS, que os preparativos para o Campeonato Nacional de Karaté decorrem a bom ritmo, apesar das dificuldades que o país tem vindo a enfrentar. “Os preparativos decorrem dentro das expectativas. Estamos na fase fi nal e aguardamos o dia da prova. As dificuldades são as conhecidas, e estamos a lutar de modo a ultrapassá-las. A organização do campeonato decorre dentro do que previamos”, avançou o dirigente. O Campeonato Nacional de Karaté realiza-se de 10 a 12 deste mês, na província de Malanje.

FAJ culpa Minjud pelo ‘fracasso’ Kiameso Pedro

O

vice-presidente da Federação Angolana de Judo (FAJ), Paulo Jorge, culpou ontem o Ministério da Juventude e Desportos (Minjud) pelo fracasso da Selecção Nacional da modalidade, em ambos os sexos, no Campeonato Africano que teve como palco Cape Town, na África do Sul. O responsável revelou a OPAÍS que o seu elenco tinha grandes esperanças na prova africana, mas houve falta de apoio do Ministério. A pretensão viu-se esfumada porque dois dos cinco atletas que seguiram viagem para África do Sul não competiram por falta de pagamento de quotas, algo que o Minjud se comprometera a custear.

Vettel rende-se ao talento de Ayrton Sena O plioto da Ferrari Sebastian Vettel rendeu-se ontem aos feitos de Ayrton Sena, tendo asegurado que seria magnífico se ambos estivessem lado a lado (com Shumaker). “Obviamente Michael é o meu grande herói. Eu sei que muitas pessoas comparam um com outro. Alguns dizem que Michael foi melhor e há outros que afirmam que Ayrton foi melhor. Eu não acho que seja ncessário comparar. Acho que ambos foram óptimos. Teria sido interessante ver os dois ao lado”, disse Vettel. Ayrton Sena morreu a 1 de Maio de 1994, por causa de um acidente que provocou uma das maiores comoções da história do Brasil e do mundo. O antigo piloto da Fórmula 1 sagrou-se vencedor, por três vezes: em 1988, 1990 e 1991.

Paulo Jorge disse que o seu elenco teve muitas dificuldades para transportar os atletas para o palco da competição, porque se viram obrigados a disponibilizar valores monetários por conta própria. “Tínhamos muitas esperanças. Pensávamos que o Estado poderia ajudar-nos. Infelizmente isso não passou de intenção. Mas pessoas individuais da federação tiveram essa boa fé e custearam a participação de alguns atletas na prova”, disse. Em Cape Town, Angola terminou a sua participação arrebatando uma medalha de bronze, por intermédio da atleta Diassonama Neide (-57 kg).

Celtics e Bucks vão para o terceiro jogo As equipas do Boston Celtics e do Milwaukee Bucks defrontamse na próxima madrugada, em partida a contar para o terceiro jogo das meias-finais dos play-offs da Liga norte-americana de basquetebol (NBA). Ambas as formações estão empatadas nesta fase a eliminar, porque no primeiro encontro os Celtics triunfaram por 112-90 e os ‘bucks’, por sua vez, venceram na segunda partida por 123-102. Na outra contenda, os Golden State Warriors, que estão neste momento a uma vitória das meias-finais, recebem os Houston Rockets. Na primeira partida, os Warriors venceram por 104-100, ao passo que no segundo jogo triunfaram por 115-109.


CLASSIFICAdOS

emprego

26

O PAÍS Sexta-feira, 03 de Maio de 2019

imobiliário

diversos

A GRAndIOSA HOMEnAGEM AOS HERÓIS dO 4 dE FEVEREIRO dE 1961 Lista Nominal dos Participantes ao II* Concurso Nacional de Poesia em Homenagem aos Heróis do 4 de Fevereiro Atribuição de Troféu (Estatueta) por Categoria: • Concorrente mais velho • Concorrente mais novo

• Melhor estruturado • Melhor dupla

• Melhor titulo • Mérito e excelência

• Reconhecimento • Menção honrosa a uma escola

• Vencedor 500.000.00 Kz

AO VENCEDOR PARA ALÉM DA ESTATUETA SERÁ ATRIBUÍDO O PRÉMIO NO VALOR DE 500.000.00 KZ. AOS 60 MELHORES CLASSIFICADOS OS POEMAS SERÃO PUBLICADOS EM UM LIVRO.

nOME

HUILA

TÍTULO dO POEMA

João Bernardo Calepete

Kaluquembe

Os heróis não marcham lutam

Rosado doCarmo CarmoMiguel MiguelM’buale M’buale Rosa

BºBºBºComercial Comercial

A hora mas negra

Samunda Samunda

Lubango

O preço de um sangue

MALAnGE Raúl Avelino A. Gomes

Bº Ritondo

A catana sangrenta dos heróis

MOXICO Miranda Lucas Garcia

Luena

Ainda guardo-vos na memória

Rosário Francisco Panzo

Luena

Nunca pensei

UÍGE Yamba Francisco

Uíge

Heróis esquecidos

HUAMBO Valentim Dumbo Chimbinde

Huambo

Vitória eterna

Daniel Lofa Wissi

Camussumba

Grito de um Heroi

nAMIBE Mahapi Emérito Mucuvale Mahapi

Moçâmedes

Lágrimas de um herói

KWAnZA - SUL Domingos Andrade

Sumbe

Passos de sangue

Emanuel João dos Santos

Sumbe

O último pioneiro

Marcolino Gumbe Cayala

Sumbe

Angola é nossa terra

LUndA-SUL

Carlos Silva

Txicumina

Saco roto

BEnGUELA Belarmino Jorge

Lobito

A catana derramada do sangue de Angola

Domingos Chicamba

Bº Ekuikui II

A lágrima de um herói

Eduardo Domingos Tchisssinda

Bº 71

Bússolas solenes


Martinho Sassonga

Cubal

O heroísmo de um povo martirizado

KWAnZA nORTE

António joão da Silva

Ndalatando

Uma rainha no mundo do esquecimento

LUAndA

Adilson Eugénio & Rodrigo João

Benfica-Belas

A História de um povo

Alberto José Massanda

Viana

Continência

Alcino Agostinho Pimpão

Cazenga

Relembrar

Amilton Sermão

Maianga

A voz

António K. Magito

Camama

Começo de uma guerra de paz

Avelino Dianguenza

Kilamba-Kiaxi

Causadores da paz

Azevedo Bosco

Bellas

Bravos guerreiros assim chamo-vos

Belmiro Ngola Mateus Luamba

Calemba - Maianga

Hoje Lembro de glórias

Bernardo Tchivela Hacombo

Estalagem - Viana

Nós somos o 4 de Fevereiro

Cláudio António Pitra de Barros

Cazenga

Lágrimas de 4 de fevereiro

Eduardo da Costa Jorge

Cazenga

Obrigado heróis do 4 de Fevereiro

Elizeu Gaspar Correia

Sapu 2 - Belas

Muito obrigado

Eugénio da Paixão Baptista

BºCaop C-Viana

Herois que resgataram a Liberdade

Fernando Artur Gomes

Cazenga

Um canto de ngoma por saudosos camaradas

João Samuel Tomás Herculano

Viana

A catana cheia de esperança

José Domingos Ngombo

Cazenga

Legado inspirador

Marinela José Esteves Caetano

Maianga

Lágrimas invisíveis

Manuel Zungula Lopes

Cacuaco

A luta pela nossa liberdade

Maurício Capunda Calembe

Cacuaco

Salvaram a mãe patria

Pedro Alexandre de Jesus Céu

Cazenga

Esperança do angolano

Pedro Belarmino Tiago

H. Ya Henda – Cazenga

Meu país minha pátria

Pinto Gouveia

Rocha Pinto

Vitória sangrenta

Raúl Márcio Manuel Sebastião

Bº Golf 2 – Belas

Caros heróis

Rodrigo João Baptista

Benfica – Belas

O dia da liberdade

Sansão Pedro João Francisco

Golf 2

Conta-me avô

Santos Calonbe Bala

Bº A. A. Neto - Cazenga

De olhos a liberdade

Sebastião Mateus Filho

Cacuaco

As catanas do 4 de fevereiro

Sebastião Augusto Salomão

Ngola Kiluanje Cazenga

Nativos

Sebastião Domingos Vunge

Cazenga

O amor a pátria

Sousa Amílcar Sebastião Ginga

Cacuaco

A morte não vos apaga

Teresa Chiloca Bamba

Golf 2 – Kilamba Kiaxi

Foram eles

Victória Branco Fonseca

Cazenga

Corajosos patriotas

Hermenegildo Simão de Oliveira

Maianga

Ases de victoria

Baptista

Promotor Oficial – Rolão, “O único que rola em terra, no mar e no ar” Telemóvel Nº 922 790 849


28

CLASSIFICAdOS

O PAÍS Sexta-feira, 03 de Maio de 2019

24 de Maio Lançamento Venda e Sessão de autógrafo Pela primeira vez em Angola a colectânea com 100 novos autores, o livro mais aguardado pelos amantes da literatura Paulo Rolão (organizador)

Promotor Oficial – Rolão – O único que rola em terra, no mar e no ar! nº Telemóvel – 922790871

ENCARREGADO EXECUTOR

ENCARREGADO EXECUTOR

Em acabamentos ˇ Pedreiro Canalizador Electricista Ladrilhador Tˇcnico de Frio Estucador Pintor e aplica Em acabamentos Tecto Falso, Pladur ˇ Pedreiro e Sancas com gavetas

OBS: DISPONÍVEL A NÍVELCanalizador NACIONAL

Electricista

Ladrilhador Cont: 933 781 255

Tˇcnico de Frio Estucador Pintor e aplica Tecto Falso, Pladur e Sancas com gavetas

OBS: DISPONÍVEL A NÍVEL NACIONAL

Cont: 933 781 255

J.L.F

CANALIZAÇÃO & PRESTAÇÃO DE SERVIÇO


CLASSIFICAdOS

emprego

O PAร S Sexta-feira, 03 de Maio de 2019

imobiliรกrio

29

diversos


TEMPO

30

O PAÍS Sexta-feira, 03 de Maio de 2019

Fonte: INAMET

PREVISÃO DO TEMPO *** 3 DIAS *** PARA AS PRINCIPAIS CIDADES válida de 03 a 05 de Maio de 2019 Ê Ê

das 18 horas do dia 02 às 18 horas do dia 03 de Maio de 2019. Províncias de Cabinda, Zaire, Bengo, Luanda, Uíge, Malanje, Cuanza-Norte, Cuanza-Sul, Lunda-Norte, Lunda-Sul: Céu parcialmente nublado, apresentando-se nublado durante a madrugada e manhã. Possibilidade de ocorrência de chuva fraca ou moderada acompanhada, por vezes, de trovoada em alguns municípios das províncias de Cabinda, Zaire, Bengo, Uíge, Malanje, Cuanza-Norte e Lunda-Norte. Possibilidade de ocorrência de neblina matinal em alguns municípios das províncias de Cabinda, Zaire, Uíge, Malanje, Cuanza-Norte, Cuanza-Sul e Lunda-Norte. .

INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGOA E GEOFÍSICA - CENTRO NACIONAL DE PREVISÃO DE TEMPO (CNPT)Ê

Ê

PREVISÃO DO TEMPO *** 3 DIAS ***PARA AS PRINCIPAIS CIDADES, validade: 03 à 05 de Maio de 2019.Ê Data 03 / 05 / 2019

CIDADE

Mín

Máx

LUANDA

25

32

CABINDA

24

32

SUMBE

25

CAXITO

Data 04 / 05 / 2019

Estado do Tempo

Data 05 / 05 / 2019

Estado do Tempo

Mín

Máx

Nublado pela manhã, chuvisco.

25

31

Nublado, chuvisco.

25

31

28

Parcialmente a pouco nublado.

24

23

34

Parcial nublado, chuva fraca ou chuvisco.

23

MBANZA CONGO

20

32

Nublado, chuva fraca ou moderada/ trovoada.

20

32

Nublado, chuva fraca ou moderada/ trovoada.

UIGE

19

30

Nublado, moderada/ trovoada.

19

30

Nublado, chuva fraca a moderada/ trovoada.

NDALATANDO

18

30

Nublado, chuva fraca ou moderada/ trovoada.

18

30

Nublado, chuva fraca a moderada/ trovoada.

MALANJE

18

30

Nublado, chuva fraca ou moderada/ trovoada.

21

30

DUNDO

22

31

Nublado, chuvisco.

23

31

SAURIMO

19

31

Pouco nublado ou limpo.

20

BENGUELA

24

29

Pouco nublado ou limpo.

24

HUAMBO

08

27

Pouco nublado ou limpo.

CUITO

13

30

LUENA

07

LUBANGO

Estado do Tempo

Mín

Máx

Nublado pela manhã, chuvisco.

25

31

Nublado, chuva fraca a moderada/ trovoada.

25

31

Parcialmente a pouco nublado.

28

Parcialmente a pouco nublado.

24

28

Parcialmente a pouco nublado.

34

Nublado pela manhã, chuvisco.

23

34

Nublado pela manhã, chuvisco.

20

32

Nublado, chuva fraca.

19

30

Nublado, chuva moderada a forte/ trovoada.

18

30

Nublado, chuva moderada a forte/ trovoada.

Parcialmente a pouco nublado.

21

30

Nublado, chuva moderada ou forte/ trovoada.

Pouco nublado ou limpo.

23

31

Parcialmente a pouco nublado.

31

Pouco nublado ou limpo.

20

31

Pouco nublado ou limpo.

29

Pouco nublado ou limpo.

24

29

Pouco nublado ou limpo.

09

27

Pouco nublado ou limpo.

09

27

Pouco nublado ou limpo.

Pouco nublado ou limpo.

14

30

Pouco nublado ou limpo.

14

30

Pouco nublado ou limpo.

30

Pouco nublado ou limpo.

09

30

Pouco nublado ou limpo.

09

30

Pouco nublado ou limpo.

07

30

Pouco nublado ou limpo.

16

29

Pouco nublado ou limpo.

16

29

Pouco nublado ou limpo.

MENONGUE

10

30

Pouco nublado ou limpo.

10

30

Pouco nublado ou limpo.

10

30

Pouco nublado ou limpo.

MOÇÂMEDES

16

26

Pouco nublado ou limpo.

17

26

Pouco nublado ou limpo.

17

26

Pouco nublado ou limpo.

ONDJIVA

15

35

Pouco nublado ou limpo.

16

35

Pouco nublado ou limpo.

16

35

Pouco nublado ou limpo.

Parcialmente a pouco nublado.

REGIÃO CEnTRO: Províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico Céu pouco nublado ou limpo em toda a região, tornando-se parcialmente nublado durante a tarde. REGIÃO SUL: Províncias do Namibe, Huíla, Cunene e Cuando Cubango Céu geralmente pouco nublado ou limpo em toda a região, tornando-se parcialmente nublado durante a tarde.

Os Meteorologistas: Lameira Gaspar.

Luanda, 02 de Maio 2019. Ê Aeroporto Internacional 04 de Fevereiro, Rua 21 de Janeiro Ð Tel.: 949320641 Ð Luanda. Site: http://www.inamet.gov.ao; e-mails: geral@inamet.gov.ao / geral.inamet@angola-portal.aoÊ

TEMPO nO MAR BOLETIM METEOROLÓGICO PARA A NAVEGAÇÃO MARÍTIMA

3. dESCRIÇÃO SInÓPTICA dAS 18:00 TU dO dIA 02/05/2019 ÀS 18:00 TU dO dIA 03/05/2019.

1. SITUAÇÃO GERAL ÀS 18:00 TU dO dIA 02 dE MAIO dE 2019: INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA E GEOFÍSICA Ð INAMET Centro Nacional de Previsão do Tempo

Circulação de Sudoeste fraca a moderada entre os paralelos 4°S a 14°S; sendo de Sul moderada a BOLETIM forte entre os paralelos 14°S a 18°S. METEOROLÓGICO PARA A NAVEGAÇÃO MARÍTIMA 1. SITUAÇÃO GERAL ÀS 18:00 TU DO DIA 02 DE MAIO DE 2019:

2. PREVISÃO ÀS 18:00 dO4°SdIA 03sendo dE de MAIO dE 2019: Circulação de VÁLIdA Sudoeste fracaATÉ a moderada entre os TU paralelos a 14°S; Sul moderada a forte entre os paralelos 14°S a 18°S. 2. PREVISÃO VÁLIDA ATÉ AS 18:00 TU DO DIA 03 DE MAIO DE 2019:

SEM AVISO SEM AVISO..

REGIÃO

VENTO

ESTADO DO TEMPO

(ATÉ 200 MILHAS DA COSTA)

ALTURA DA ONDA (METROS)

ESTADO DO MAR

DIRECÇÃO FORÇA (KT)

VISIBILIDADE HORIZONTAL (KM)

Cabinda (4°S Ð 6°S)

Parcialmente nublado

Sudoeste

Até 12

Até 1.8

Agitado

Zaire, Bengo, Luanda e Cuanza-Sul (6°S Ð 12°S)

Boa (Superior a 8)

Parcialmente nublado

Sudoeste

07 à 14

1.8 à 2.0

Pouco agitado à agitado

Boa (Superior a 8)

Sul Sudoeste

07 à 14

Até 2.2

Agitado

Boa (Superior a 8)

Sul

Até 20

Até 2.4

Muito agitado

Boa (Superior a 8)

Benguela (12°S Ð 14°S) Namibe (14°S Ð 18°S)

Parcialmente nublado Parcialmente nublado

Fonte: INAMET

Depressão (com pressão central de 1010hPa), o seu vale depressionário estende-se em toda a costa marítima de Angola durante a tarde do dia 03. O anticiclone de Santa Helena irá deslocar-se gradualmente para LESTE, com pressão central de 1020 hPa, intensificando para 1030 hPa. Assim, prevê-se ondas maximas até 2.4 metros de altura para a região marítima de Namibe. Para as regiões marítimas de Cabinda, Zaire, Bengo, Luanda, Cuanza-Sul e Benguela prevêm-se ondas maximas entre 1.8 a 2.2 metros de altura.

4. CARTA dO VEnTO MÁXIMO E dA ALTURA dA OndA MÁXIMA PREVISTA

Os contornos a cores indicam a altura máxima da ondulação e os contornos em tom cinza indicam os possíveis incrementos das vagas devido à influência do vento local.


OPInIÃO

O PAÍS Sexta-feira, 03 de Maio de 2019

31

RICARdO VITA*

Sobre o padrão duplo e a Inocência Branca ou o racismo cultural

n

o último artigo, cujo título corrigido é « Sobre a emoção ‘em volta’ do incêndio da Notre Dame de Paris e a generosidade para a sua reconstrução », abordei o princípio do padrão duplo. O princípio é bem ilustrado em latim no provérbio Quod licet Iovi, non licet bovi, o que significa em português, « o que é permitido a Júpiter - o deus do dia, do céu e do trovão e rei dos deuses na mitologia romana - não é permitido a vacas », em referência à desventura de Io, uma das paixões de Zeus na mitologia greco-romana. James Baldwin, um dos maiores ensaístas de todos os tempos, é para mim quem melhor esclareceu o conceito de White Innocence, - Inocência Branca -, explorando as tensões implícitas e subjacentes nas distinções raciais nas sociedades ocidentais. White Innocence é a negação apaixonada da discriminação racial e da violência supremacista que coexistem com o racismo agressivo e a xenofobia. Baldwin desafia fundamentalmente o excepcionalismo racial branco destruindo as bases da narrativa dominante nos países ocidentais, que sempre se dizem nações « boas » e « éticas ». Com os seus ensaios, pode-se entender a representação do Negro na mídia nos países ocidentais, a incapacidade dos brancos a entender os debates sobre a raça e a política conservadora contemporânea. Baldwin demonstrou como a negação do racismo e a expressão da inocência protegem o Privilégio Branco e soube revelar o legado pós-escravatura e póscolonial da raça e o seu papel na formação das mentes no Ocidente, apresentando a herança per-

sistente do racismo. E a perigosa Inocência continua até hoje e as tácticas da sua defesa e narrativa, usadas como álibis, são sempre as mesmas: « não são eu, eu não estava lá, não sou culpado e não sou racista ». Neste contexto, a minha pergunta sempre foi a mesma: de quê os brancos de hoje são responsáveis, porque, até quando reconhecerem o seu racismo, a mudança é impossível? Se a Inocência Branca não é racista, é, no mínimo, cúmplice do racismo. Porque ela leva a não ver que a indiferença na gestão da crise migratória no Mediterrâneo é racismo, que deixar acontecer o genocídio dos negros no Brasil é racismo, que não se ter comovido mais com o sequestro das 300 alunas da cidade de Chibok, em 2014 na Nigéria, é racismo, que não querer entender o debate sobre as reparações devidas aos danos que a escravatura e a colonização causaram é racismo. Mas é com veemência que a Inocência condenará os confl itos armados que ocorrem entre Africanos, porque prefere fechar os olhos perante o florescer da indústria de armas nos seus países. E é com a mesma Inocência que permitirá que os seus governantes sejam bombeiros do mundo. É ainda isso que leva doutorados da Inocência a pedir insistentemente que um descendente de escravos lhes diga o seu país de origem na África. E hoje, é também a escandalosa Inocência que faz com que se faça pouca menção ao recente estudo do instituto americano Georgia Tech, que revelou o risco de os carros automáticos, que em breve serão comercializados, atropelarem peões negros porque têm dificuldade em detectá-los. Pois o sistema de detecção usado nesses carros sensores e câmeras - foi priorita-

riamente estudado para brancos. E este não é o único caso do género. Também se provou que há dispensadores automáticos de sabão, em casas de banho públicas, que só funcionam com mãos brancas. O racismo conseguiu imiscuir-se até nas novas tecnologias. Agora imaginemos esses casos no sentido contrário: a humanidade toda já seria certamente feita refém para ir denunciar o mal! Mas é assim que a Inocência vive com os males dos outros, desde que não a atinjam. Deixa a mulher negra consumir - quase 10 vezes mais do que ela - produtos cosméticos que não são estudados para a pele negra. Em 15 de Agosto de 2017, o American Journal of Obstetrics & Gynecology publicou um estudo que provou que os cosméticos que as mulheres negras e mestiças usam são mais perigosos do que outros. As causas incluem o desejo de ter uma pele mais clara e cabelos mais lisos e o perigo já afecta a sua fertilidade. A rota é ainda é longa para acabar com os padrões de beleza racistas, porque a Inocência se deleita com o racismo que nega a beleza negra e que sustenta a sua. A Inocência participa na hipocrisia que usa manequins negras ou mestiças para se proteger de críticas. A sublime Lupita Nyong’o, famosa actriz de origem queniana, teve que denunciar nas redes sociais uma revista da « Inocência » que suprimiu para a sua capa - uma parte do seu lindo cabelo negro para ela entrar nos padrões ocidentais. A atitude prova a invisibilidade da beleza negra nesses padrões e a dificuldade do Ocidente em conceber uma beleza diferente do modelo europeu. « Já fui claro sobre isso no passado; abracei a minha herança natural com todo o meu ser, e mesmo se cres-

ci pensando que a pele clara e o cabelo liso e sedoso eram os padrões de beleza, agora sei que a minha pele escura e o meu cabelo crespo e encaracolado são lindos também », foi assim que a magnífica Lupita respondeu à « Inocência », o que todas as mulheres negras deveriam aprender a fazer. E é urgente. Felizmente, há cada vez mais negros conscientes que não querem mulheres negras que usam perucas e que querem ser brancas, optam pela beleza da Nappy Sister (mulher negra que usa cabelo natural). Pois, saibamos que o negro é simplesmente um « mercado » - um mercado sem voz - cuja lógica é unicamente economicista ou de rentabilidade, para o benefício da « Inocência ». Nos países ocidentais, fora daqueles onde as comunidades negras são fortes e tomam conta dos seus destinos (ex: EUA, GB, França, principalmente), não há ainda profissionais de beleza treinados para peles e cabelos não brancos, o que indica a imobilidade na concepção da beleza nessas sociedades. A situação não é diferente com os produtos que se destinam ao homem negro, particularmente para a sua barba. Mas o Negro é o primeiro habitante desta Terra e será provavelmente o último a deixá-la. Já se tentou tudo contra ele mas ainda está aí, de pé, apesar dos contratempos dolorosos. A minha é a primeira geração de negros que podem dizer estar a viver numa quase-igualdade com os brancos; é uma situação nova tanto para brancos como para negros, isto justifica em parte a ascensão de movimentos da extrema-direita e o racismo no Ocidente. Por exemplo, o meu pai, apesar da inteligência que tinha e de ter sido Assimilado, nunca esteve em competição directa com um branco para um emprego! É esta mudança que a minha geração está a viver, e entende-se que seja vivida dificilmente pelos brancos, pois não é fácil ver mudar um mundo que foi criado para si, e no qual ainda se reproduz os hábitos

antigos por atavismo. Por isso, se a Inocência Branca não é racista, é, no mínimo, cúmplice do racismo. Ela sabe que é o centro das atenções e que, quando está bem, tudo está bem, porque o mundo é Ela. O Ocidente nunca viveu na igualdade com os outros, é isso que justificou a sua luta para provar, cientificamente, a inferioridade dos outros. É também isto que justifica a não aceitação de críticas, mesmo as mais construtivas, porque teve o monopólio da crítica durante 3000 anos. A crítica é sentida como uma afronta insuportável, que faz do seu autor um inimigo. Pouco importa a sua pertinência e objectividade, a crítica vigorosa é vista como uma ameaça para a falsa paz. E como a maioria dos amigos negros que os brancos têm, - principalmente negros que abraçaram o seu universalismo sem questionar -, vivem na auto-censura, quando aparece um, que tem espessura e que sabe dar nome aos bois, a crise pode ser fatal. Não sabem que um verdadeiro amigo negro nunca evitará de debater vigorosamente da questão racial com eles, por ser o maior problema que existe entre eles; a origem de todas as tragédias da sua historia comum! É a falta de hábito, pois é uma situação nova, à qual terão de acostumar-se rapidamente. « But it is not permissible that the authors of devastation should also be innocent. It is the innocence which constitutes the crime »: Mas não é permissível que os autores da devastação também sejam inocentes. É a inocência que constitui o crime, escreveu Baldwin em The Fire Next Time. A solução dos problemas do Negro deverá vir dele e dele só. Se não conseguir, e se esta razão não vier nele, então nunca fará parte deste mundo. *Pan-africanista,afro-optimista radicado em Paris, França. É colunista do diário Folha de São Paulo (Brasil), do diário Público (Portugal) e do diário Libération (França). É cofundador e vice-presidente do instituto République et Diversité que promove a diversidade em França e é empresário.


OPais(276x355,6mm)_ClubedePontos.pdf

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

1

01/04/19

10:31


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.