revista Medicina Chinesa Brasil nº 04

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Volume I

Nº 04

Distribuição Gratuita

Tratar o

Câncer pela

Fitoterapia Chinesa

Resumos Científicos

Pesquisas Chinesas Atuais

Abordagens para o Tratamento com Acupuntura de Golpes de Vento (AVC)

Relato de caso

Esquizofrenia Jin

Entrevista:

HONORA WOLFE Método Terapêutico de Acupuntura e Moxabustão para um Ponto Único

Shudo

Tratamento em Acupuntura e Moxabustão para Depressão 2

Benefícios da Auriculoacupuntura em Motoristas da PMPE com Dor Lombar

Uma publicação a serviço da Medicina Chinesa em nosso país



Medicina Chinesa Brasil Ano I

no 04

Editorial

Corpo Editorial Editor Chefe Dr. Reginaldo de Carvalho Silva Filho, Fisioterapeuta; Acupunturista; Praticante de Medicina Chinesa Editor Executivo Dr. Cassiano Mitsuo Takayassu, Fisioterapeuta; Acupunturista; Praticante de Medicina Chinesa Editor Científico Dr. Rafael Vercelino, PhD, Fisioterapeuta; Acupunturista Coordenação Editorial Gilberto Antonio Silva, Acupunturista; Jornalista (Mtb 37.814) Revisão Adilson Lorente, Acupunturista; Jornalista

Comitê Científico Dr. Mário Bernardo Filho, PhD (Fisioterapia e Biomedicina) Dra. Ana Paula Urdiales Garcia, MSc (Fisioterapia) Dra. Francine de Oliveira Fischer Sgrott, MSc. (Fisioterapia) Dra. Margarete Hamamura, PhD (Biomedicina) Dra. Márcia Valéria Rizzo Scognamillo, MSc. (Veterinária) Dra. Paula Sader Teixeira, MSc. (Veterinária) Dra. Luisa Regina Pericolo Erwig, MSc. (Psicologia) Dra. Aline Saltão Barão, MSc (Biomedicina) Assessores Nacionais Dr. Antonio Augusto Cunha Daniel Luz Dr. Gutembergue Livramento Marcelo Fábian Oliva Silvia Ferreira Dr. Woosen Ur Assessores Internacionais Philippe Sionneau, França Arnaud Versluys, PhD, MD (China), LAc, Estados Unidos Peter Deadman, Inglaterra Juan Pablo Moltó Ripoll, Espanha Richard Goodman, Taiwan (China) Junji Mizutani, Japão Jason Blalack, Estados Unidos Gerd Ohmstede, Alemanha Marcelo Kozusnik, Argentina Carlos Nogueira Pérez, Espanha

CONTATOS Envio de artigos: editor@medicinachinesabrasil.com.br Publicidade: comercial@medicinachinesabrasil.com.br Sugestões, dúvidas e críticas: contato@medicinachinesabrasil.com.br

www.medicinachinesabrasil.com.br

Quase lá Caros leitores, estamos quase lá. Chegamos à nossa 4ª edição, o que significa que na próxima revista completaremos um ano de existência. Por isso gostaria de agradecer antecipadamente a toda a nossa equipe pelo excelente trabalho e profissionalismo e também aos nosso anunciantes, patrocinadores e escolas que fazem com que possamos continuar com este projeto: oferecer aos profissionais e estudantes de MTC matérias e artigos sérios e de excelente qualidade. Esse objetivo tem sido plenamente alcançado, como demonstra o grande sucesso alcançado por Medicina Chinesa Brasil, não só aqui em nosso país como em vários outros. Hoje temos assinantes de várias partes do mundo como Portugal, Argentina, Angola e Dinamarca. A cada edição trazemos uma entrevista com um grande nome da MTC e nesta edição entrevistamos Honora Wolfe. Também contamos com excelentes matérias técnicas como Tratamento do Câncer através da Fitoterapia, Shudo – Depressão (2), Esquizofrenia e muitas outras. Gostaria de fazer uma observação especial quanto ao Dr. Gutembergue Cruz do Livramento, Assessor Nacional de nossa revista e Diretor de Saúde do Núcleo de Estudos Asiáticos (NEA) da Universidade Estadual da Bahia (UNEB). O Dr. Gutembergue representou o Brasil no II Congresso Mundial Educacional de Medicina Chinesa promovido pela Universidade de Medicina Chinesa de Beijing, de 28 a 30 de outubro de 2011, com apoio da World Federation of Chinese and Medicine Socities (WFCMS), em busca de promover parcerias entre as universidades (Brasil-China) e um intercâmbio acadêmico de estudos e pesquisa em Medicina Chinesa com a intenção de se montar pós-graduação, mestrado e doutorado em conjunto entre as universidades. Uma iniciativa louvável e de grande monta para o desenvolvimento da MTC no Brasil. Como podemos ver, o ano de 2012 promete ser bastante promissor para os amantes da Medicina Chinesa, pois a cada ano que passa temos um aprimoramento maior em nosso país, através de seminários e congressos do mais alto nível. A revista Medicina Chinesa Brasil vem se somar a tudo isso, com o intuito de ajudar a melhorar o nível de conhecimento dos praticantes e a própria divulgação da MTC no Brasil e, por que não dizer, no mundo. Aproveitamos o ensejo para noticiar com satisfação que nosso Editor Chefe, Dr. Reginaldo de Carvalho Silva Filho, esteve recentemente na China onde recebeu os títulos de “Palestrante Convidado da Universidade de Medicina Tradicional Chinesa de Jiangxi” e “Palestrante Convidado da Universidade de Medicina Tradicional Chinesa de Shandong”. Também foi votado Membro do Comitê Executivo da Federação Mundial de Sociedades de Medicina Chinesa (WFCMS). É uma mostra de que nossa publicação navega em boas mãos.

Cassiano Mitsuo TTakayassu akayassu Editor Executivo


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Sumário

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06 Entrevista com Honora Wolfe 08 Abordagens para o Tratamento com Acupuntura de Golpe de Vento (AVC) 12 Cinco Pesquisas Chinesas Atuais 15 Relato de Caso: : Esquizofrenia 18 BENEFÍCIOS DA AURICULOACUPUNTURA EM MOTORISTAS DA POLÍCIA MILITAR DE PERNAMBUCO COM DOR LOMBAR 25 Tratamento em Acupuntura & Moxabustão para Depressão - Parte 2 28 Método de um Único Ponto nos Clássicos da Acupuntura (Zhen Jiu Du Xue Liao Fa) 30 Fitoterapia Chinesa: Tratar o Câncer pela Fitoterapia Chinesa

Seções: 03 Expediente 03 Editorial 04 Sumário 35 Normas para Publicação de Material


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Entrevista

Honora Wolfe Como se desenvolveu seu interesse pela Medicina Chinesa? E como perseguiu a meta de aprendê-la? Esta é uma história muito longa! Era uma massoterapeuta que ficava em casa com um filho pequeno, quando meu marido foi para a China estudar (1982). Durante sua estadia por lá, ele descobriu um hospital chinês de massagem e manipulação (Tuina) e escreveu para mim sobre ele, com grande entusiasmo. No ano seguinte, levei um grupo de massoterapeutas à China para estudar e passei a me interessar em expandir meus conhecimentos sobre toda a medicina. Foi então que embarquei no estudo da acupuntura, diagnóstico, idioma chinês e práticas de Qi Gong. Você é casada com uma grande lenda da Medicina Chinesa no Ocidente, Bob Flaws. Pode nos dizer sobre sua influência em seu estilo de praticar a Medicina Chinesa? A influência de Bob em meu trabalho é imensurável. Foi por meio de Bob que aprendi como “pensar” com a medicina chinesa e como processar a informação que cada paciente apresenta. Como diagnosticador, Bob é preciso, claro, centrado, e tem memória de elefante. Se eu sou capaz de diagnosticar os pacientes de forma adequada, é devido à influência de meu marido. Ouço a sua voz toda vez que atendo. Isto ocupa um “quarteirão inteiro” em minha mente. Falando do Bob, você havia me relatado anteriormente que ele se aposentou. Gostaria de parabenizá-lo por todas as suas conquistas e que nos dissesse qual seu livro de maior influência e por quê? Dentre os mais de 100 livros que Bob escreveu, traduziu, ou editou, e centenas de artigos escritos, pesquisas traduzidas etc., sua contribuição para a literatura em inglês desta medicina é difícil de computar. Dois livros, no entanto, se destacam para mim. O primeiro, “The Treatment of Modern Western Medical Diseases with Chinese Medicine” (O Tratamento das Doenças do Mundo Ocidental Moderno com a Medicina Chinesa), deve ser sua contribuição mais importante. Mais pessoas compram este livro do que qualquer outra de suas publicações, e seria difícil praticar Fitoterapia Chinesa na clínica ocidental sem ele. Ele basicamente lhe diz como diagnosticar e tratar. Enquanto todo seu trabalho sobre ginecologia seja útil e volumoso, talvez o segundo livro que eu escolheria seria “The Secret of Chinese Pulse Diagnosis” (O Segredo do Diagnóstico de Pulso Chinês), que dá às pessoas as chaves do reino da maestria do pulso, sem fazê-lo algo inalcançável ou arcano. Ele torna a sua leitura uma habilidade compreensível. Além destes dois, se torna muito difícil.

Como administradora geral da Blue Poppy Press, a maior editora em inglês de produtos educacionais sobre Medicina Chinesa e acupuntura, qual sua opinião a respeito da qualidade do material disponível no Ocidente? Isto é uma pegadinha? É óbvio que não posso criticar outros autores ou outras editoras; nossa indústria é pequena demais para isso! O que posso dizer é que ela melhorou. Practical Dictionary of Chinese Medicine, (Dicionário Prático de Medicina Chinesa), escrito por Nigel Wiseman e Feng Ye, forçou as editoras deste campo, em sua grande maioria, a fazer um esforço muito maior para crescer e a pelo menos pensar a respeito de suas terminologias e sobre como as pessoas aprendem medicina em uma segunda língua. Obrigado a Bob Felt e Martha Fielding, da Paradigm Publications, por publicarem e apoiarem o dicionário do Nigel. Ambos poderiam pensar em realizar um trabalho como este em outras línguas europeias. Bob Flaws foi odiado e reverenciado por forçar discussões contínuas sobre estas questões de terminologia e tradução. Pelo fato da teoria médica Chinesa em chinês ser muito baseada na própria língua, muitas vezes como um “código”, a língua e a tradução são extremamente importantes. Embora ainda haja muito lixo por aí, os livros editados em inglês, de uma forma geral, continuam a melhorar. Não posso falar de edições em outras línguas ocidentais.


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Como estudou na China, e consequentemente leu alguns dos Clássicos da Medicina Chinesa, quais seriam recomendados para aqueles que realmente se interessam em conhecer profundamente a Medicina Chinesa?

Aqui no Brasil, mais e mais pessoas buscam o tratamento com acupuntura para queixas emocionais e psicológicas. Baseada em suas experiências, especialmente em sua prática no Colorado, quais as principais queixas dos pacientes?

Suponho que muitos diriam o Shang Han Lun (Treatise on Cold Damage – Tratamento das Doenças Causadas pelo Frio), mas devo dizer que, para enfermidades dos tempos atuais, eu gosto do Treatise on the Spleen and Stomach (Tratamento do Baço e do Estômago), de Li Dong Yuan, trabalho que é a fonte de diversos tratamentos para enfermidades complexas, como enfermidades autoimunes. Mais importante do que ler traduções dos clássicos antigos, no entanto, eu lembro que cada hora utilizada para aprender Chinês dá a habilidade de entender mais do que os outros a respeito desta medicina. É a forma de se quebrar o teto de vidro nesta profissão. Todos os praticantes mais famosos, com algumas poucas exceções, são capazes de ler Chinês. É por isso que se tornam famosos. Cada “aha” que uma pessoa conquista ao aprender um pouco mais de Chinês coloca este praticante mais a frente daqueles que não podem. É a habilidade mais importante para compreender profundamente a medicina. Ponto.

A maior queixa vista nos consultórios de acupuntura são dores físicas de algum tipo e condições ginecológicas que a medicina Ocidental não pode tratar muito bem. Condições psicoemocionais também representam uma grande queixa… e agora stress-pós-traumático com veteranos de guerra e seus familiares também cresceu. Porém, dor ainda é a principal queixa.

Alguns de seus materiais falam sobre como o praticante deveria se apresentar ou se preparar. Seria possível que desse alguns conselhos para aqueles que estão apenas começando na prática da acupuntura?

Você desenvolveu sua prática em alguma especialidade da Medicina Chinesa? Eu me especializei em medicina dos esportes e tratei muitos atletas mundiais (que são extremamente neuróticos na verdade, me referindo a queixas psicoemocionais!). Agora, meu trabalho se dá em uma clínica de ensino e tenho que tratar de tudo E ser capaz de explicar o que estou fazendo e por que. Por um mês todos os anos, Bob e eu nos voluntariamos em uma clínica no Nepal, e isso é tanto doloroso quanto recompensador e nos toma todo o tempo enquanto estamos por lá. Vemos de tudo o que se pode imaginar. Li que teve uma formação sólida em Tuina diretamente na China, porém infelizmente não vejo muitos praticantes integrando este maravilhoso ramo da Medicina Chinesa em sua prática. Como você administra esta questão?

Hmm....qualquer um pode aprender a fazer um orçaEu faço pelo menos uma pequena massagem em todos mento ou utilizar o programa certo. A verdadeira chave para os pacientes… quase. Recentemente criei diversos vídeos que o sucesso, eu creio, está relacionada a saber como se conectar com seus pacientes de uma forma muito profunda, de forma ensinam Tuina, visto que acredito que minhas mãos são uma ferramenta muito mais poderosa que uma aguque quando estiverem com você, eles saibam lha. Mesmo quando utilizo agulhas, minhas que terão toda sua atenção e cuidado. Se mãos são mais importantes como terapêutica. puder fazer isto todos os dias com cada um Tenho uma nova turma a se iniciar neste outodos pacientes, ao menos por alguns minutos, no pela Blue Poppy… uma aula de duas hoé algo muito poderoso. Outra questão é parras sobre a integração de procedimentos báticipar na comunidade. Pessoas gostam de sicos de trabalhos corporais dentro de sua adquirir serviços de pessoas que gostam, prática em acupuntura. confiam, e que saibam que é sincero e que se importam. Você deve participar de uma Foi um prazer entrevistá-la. Você comunidade (independente do que você deteria algumas palavras finais para fine como comunidade), se preocupar com nossos leitores? as coisas que são importantes na mesma, e Honro todos que estudam e praticam esta se inserir no meio. Finalmente, quando conmedicina… é um presente para o mundo. Eu seguir a confiança de pessoas e elas vierem encorajo a todos os praticantes a levá-la a até você, o escritório em si deve reforçar a Bob Flaws & Honora Wolfe sério. É medicina, não brincadeira. Estude basconexão com os pacientes de todas as fortante, preste atenção, tente fazer algo bom mas… A forma como uma ligação é atendida, como você com nosso curto tempo, em nosso pequeno e beligerante plafaz seu primeiro exame, a forma como toca as pessoas e faz neta. Bênçãos a todos. contato visual. Porém esta discussão é um livro inteiro… e eu já o escrevi! Se desejar mais citações sobre estes assuntos, eu lhe aconselharia meu blog em BluePoppy.com. Há cerca de 300 páginas ou mais acerca de sucesso profissional, de forma gratuita.

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Abordagens para o Tratamento com Acupuntura de Golpe de Vento (AVC) por Xiang Yi e Ding Xiaohong - Professores JOURNAL OF CHINESE MEDICINE NUMBER 62 FEBRUARY 2000 (tradução autorizada)

Pacientes com AVC por Golpe de Vento quase sempre deixam de ser tratados pela acupuntura no momento mais crítico, uma vez que a aparição repentina da doença geralmente os leva a receber atendimento emergencial em hospitais ocidentais. Normalmente, o tratamento com acupuntura somente é solicitado quando o paciente já desenvolveu paralisia dos membros e disfunção corporal. O tratamento convencional usualmente apresenta uma seleção de pontos dos membros, cabeça e orelhas, enquanto os pontos no tronco não raramente são negligenciados. Baseados em nossa experiência clínica, a seguinte abordagem é recomendada: · • Durante o estágio agudo, não apenas aplicar tratamento para ressuscitação, mas também atentar-se em remover a obstrução dos órgãos Fu. • Durante o estágio de sequela, enfatizar pontos no tronco para regular a função do Zang Fu. • Durante os estágios agudo e médio, atentar-se acerca do efeito benéfico de tratar também os pontos no lado saudável do corpo. • O uso dos pontos Huatuojiaji (M-BW-35) deve ser enfatizado. Golpes de Vento geralmente são divididos clinicamente em “ataque ao Zang Fu” (ou o estágio agudo do Golpe de Vento), e “ataque aos canais e colaterais” (ou a sequela do Golpe de Vento). O estágio agudo é então subdividido em padrões flácido e tenso. Nos casos de padrão tenso, promover ressuscitação deve ser tomado como principal curso de tratamento, a fim de clarear a mente, eliminando fleuma/ mucosidade e subjugando o vento. Os doze pontos “JingPoço” ou os pontos Shixuan (M-UE-1) são agulhados para causar sangria, enquanto pontos como VG.20 (Baihui), VG.26 (Rezhong), PC.6 (Neiguan), VB.20 (Fengchi), BA.6 (Sanyinjiao), IG.4 (Hegu) e F.3 (Taichong) são geralmente adicionados mais à frente no tratamento. Para o padrão flácido, recuperar o Colapso de Yang deve ser o tratamento principal, e moxabustão indireta sobre sal é aplicada no VC.8 (Shenque), com agulhamento em pontos como VG.20 (Baihui), VC.4 (Guanyuan), VC.6 (Qihai) e E.36 (Zusanli). Se a doença for severa ou não houver forma segura de distingui-la em um dos padrões, flácido ou tenso, o ponto VG.26 (Renzhong) pode ser aplicado para promover ressuscitação e E.36 (Zusanli) para regular o Qi do Estômago, com os demais pontos selecionados, de acor-

do com os sinais e sintomas que se apresentarem dada a estabilização da doença. Para o “ataque aos canais e colaterais” e sequela do Golpe de Vento, os pontos dos canais Yang em ambos os membros, superiores e inferiores, são geralmente selecionados como pontos principais, com alguns adicionais escolhidos de acordo com a diferenciação dos padrões (flácido ou tenso). Por exemplo, • para paralisia dos membros superiores superiores: IG.15 (Jianyu), IG.11 (Quchi), P.5 (Chize), TA.5 (Waiguan), IG.4 (Hegu) etc.; • para paralisia dos membros inferiores inferiores: VB.30 (Huantiao), VB.31 (Fengshi), E.36 (Zusanli), VB.34 (Yanglingquan), VB.39 (Xuanzhong) e E.41 (Jiexi); para desvio da boca • ·para boca: E.4 (Dicang), E.7 (Xiaguan) e E.6 (Jiache); para afasia • ·para afasia: VC.23 (Lianquan) e C.5 (Tongli) ou agulhar e sangrar Jinjin e Yuye (M-HN-20). O método acima tem sido a abordagem padrão e mais eficiente para o tratamento de Golpe de Vento por muitos anos. Entretanto, Golpes de Vento podem derivar de diversos fatores e os sintomas podem variar consideravelmente. Aqui, baseado em nossas experiências clínicas, há algumas sugestões para variações no tratamento tradicional de Golpes de Vento. Selecionando pontos para remover a obstrução do Fu durante o estado agudo Durante o estado agudo, diferentemente de vários métodos emergenciais da medicina moderna, promover ressuscitação e remover a obstrução dos meridianos é a peça chave para restaurar a função dos membros paralisados. No padrão de excesso dos Golpes de Vento, quando o paciente apresenta face avermelhada, voz rouca, perda de consciência, pressão alta, constipação e outros sinais de estagnação do Qi do Fu, E.25 (Tianshu), TA.6 (Zhigou) e E.37 (Shangjuxu) devem ser agulhados para remover a obstrução dos Fu, a fim de reduzir o calor e orientá-lo descendentemente. Adicionalmente, decocções herbais de fórmulas purgativas como Da Cheng Qi Tang (Ordem Máxima a Decocção Qi) devem ser combinadas para prevenir o bloqueio dos capilares cerebrais (pequenos vasos) e edema encefálico, e reduzir a pressão intracraniana, assim como promover ressuscitação.


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Selecionando pontos do tronco e pontos-de-transporte do membro afetado O tratamento convencional na fase de sequela enfatiza o tratamento dos sintomas. Por exemplo, selecionando pontos dos membros paralisados, cabeça e face, ou agulhando as áreas correspondentes de acordo com a Craniopuntura como: motora, sensorial ou da fala. Pontos do tronco dificilmente são utilizados, apesar do fato de que é o local onde os pontos Shu das costas e Mu frontal estão e onde o Qi dos Zang Fu está imerso. O tratamento tradicional é, porém, adequado para pacientes com a doença em curta duração. Naqueles com longa duração, todavia, a função dos órgãos Zang Fu está debilitada e métodos convencionais não serão suficientes, pois “a raiz da doença deve ser tratada em casos crônicos”. Golpe de Vento é geralmente visto em pacientes de meia-idade e idosos cujo Qi do Rim está em declínio. O Qi do Rim é a base de todas as atividades vitais, e o Qi de todos os demais órgãos Zang Fu irá igualmente declinar se o Qi do Rim estiver fraco. Por outro lado, por causa dos movimentos corporais reduzidos devido à paralisia e da dificuldade na deglutição, as funções do Estômago e do Baço de transporte e transformação estarão por demais debilitadas para produzir Qi e Sangue suficientes para nutrir os membros. O Qi é o comandante do sangue e, sendo assim, a deficiência de Qi falhará em promover a correta circulação de sangue, resultando em estase. Disfunção de Baço em transporte e transformação deve resultar em produção de fleuma. Estase sanguínea e fleuma, combinados, bloqueiam os canais e prolongam a doença. Por essas razões, a regulação do Qi do Zang Fu não deve ser negligenciada e, para tal finalidade, podem ser selecionados os pontos Mu frontais: VC.12 (Zhongwan), o ponto Mu do Estômago está localizado na parte superior do sistema digestivo e domina a função de transporte e transformação da comida; VC.4 (Guanyuan - “encerrando o Yuan Qi” é o significado desse nome), é o local onde yin e yang originais são estocados e é considerado o mar congênito de Qi. Em pacientes com sequelas do Golpe de Vento, primeiro agulhar VC.12 (Zhongwan) e depois VC.4 (Guanyuan) para promover o Qi congênito através da estimulação do Qi adquirido. A seguir, agulhar o “ponto-de-transporte” (o ponto que pode levar o Yuan Qi para o canal afetado ou área afetada). Por fim, os pontos de rotina devem ser adicionados, tais como IG.15 (Jianyu), IG.11 (Quchi), P.5 (Chize) e IG.4 (Hegu) para paralisia do braço; VB.40 (Qiuxu) e B.62 (Shenmai) para inversão do pé; VB.30 (Huantiao), VB.31 (Fengshi), E.36 (Zusanli), VB.34 (Yanglingquan), VB.39 (Xuanzhong) e E.41 (Jiexi) para paralisia da perna; VC.23 (Lianquan) e C.5 (Tongli) para afasia do tipo deficiente, e Jinjin e Yuye (M-HN-20) [fazer sangria] para afasia do tipo excessivo. Os “pontos-de-transporte” implicam pontos de maior sensibilidade nos canais Yang Ming ou os pontos Luo-conectantes dos canais Yang Ming e o canal afetado. Eles devem, em primeiro lugar, ser procurados nos canais Yang Ming. Por

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exemplo, palpar o canal do Intestino Grosso para achar os pontos mais sensíveis como “ponto-de-transporte”, se o membro afetado for o braço; palpar o canal do Estômago para achar o “ponto-de-transporte”, se o membro afetado for a perna. Após a paralisia, a impossibilidade de mover os membros pode causar estagnação de Qi e Sangue, manifestando-se como sensibilidade local. A estagnação de Qi e de Sangue é mais provável de ser encontrada nos canais Yang Ming, uma vez que eles fluem através de áreas onde o tecido muscular é mais concentrado. A impossibilidade de mover os membros pode também levar à atrofia muscular, portanto, é importante restabelecer o Qi do Zang Fu, a fim de nutrir os músculos. Os canais Yang Ming, ricos em Qi e Sangue, são melhores que outros canais em promover circulação de Qi e sangue, além de fortalecer o Qi adquirido. Os “pontos-de-transporte” dos canais Yang Ming encaminham o Qi adquirido ao canal afetado diretamente e aumentam o efeito terapêutico. Como mencionado acima, os seguintes pontos Luo-conectantes podem ser selecionados, se não houver pontos marcadamente sensíveis: P.7 (Lieque) para impossibilidade de fechar os dedos polegar e indicador juntos; ID.7 (Zhizheng) para flacidez da articulação do cotovelo; TA.5 (Waiguan) para contratura da articulação do cotovelo; E.40 (Fenglong) para fraqueza no pé ao caminhar, entre outros. Selecionando pontos não só do lado afetado, bem como do lado sadio O súbito assalto do Golpe de Vento prejudica o Yuan Qi. O paciente no estado inicial de paralisia usualmente manifesta deficiência de Ying Qi (nutriente) e Wei Qi (defensivo) no lado afetado, e a esta altura, o tratamento com acupuntura no lado atingido pode, futuramente afetar o Ying e o Wei. De acordo com O Grande Compêndio de Acupuntura e Moxabustão, nós encontramos a afirmação: “Para afasia e paralisia dos membros devido a Golpe de Vento... primeiro agulhar a mão e pé sadios, e então, mão e pé paralisados”. A medicina moderna igualmente mostrou que o sistema nervoso ascendente do lado paralisado encontra-se em estado de choque no estado inicial do Golpe de Vento, e reage fracamente a estímulos. De acordo com a Medicina Chinesa, no estado inicial, o lado afetado está em estado de deficiência e o lado sadio em excesso. O tratamento deve ser ministrado apenas no lado sadio, até que o outro lado comece a registrar sensações (7 a 10 dias após o Golpe de Vento). Agulhar o lado sadio desta forma, na verdade, tonificará a deficiência através da redução do excesso, regulando o desequilíbrio, removendo a obstrução dos canais e restaurando a circulação normal de Qi e Sangue nos doze meridianos. A condição patológica no período médio (dentro de um mês após o Golpe de Vento) de paralisia é caracterizada por “excesso por deficiência”, então o tratamento deve ser aplicado aos dois lados, a fim de remover a obstrução e regular Yin e Yang. Neste estágio, tratamento em ambos os lados propõe-se a promover a circulação de Qi e Sangue, assim como a remover resíduos patológicos. Apenas agulhar

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o lado afetado não é suficiente, uma vez que a função do lado afetado ainda é fraca e deve obter auxílio do lado sadio. No estágio crônico do Golpe de Vento (do segundo ao sexto mês após o Golpe de Vento), a condição corporal é fraca devido à doença prolongada. Inibição de Yin e Yang e o bloqueio de vasos sanguíneos podem privar os membros afetados de calor e favorecer a ascensão do frio interno. Retenção de frio nos meridianos e estagnação de Qi e Sangue são as principais mudanças patológicas nesse estágio. No tratamento, os métodos com agulhas aquecidas e sangria devem ser utilizados como tratamento principal, a fim de aquecer Yang, eliminar estagnação e beneficiar as articulações. Nesses estágios avançados, a função dos músculos, fáscias, ligamentos e articulações degeneraram-se, e a doença somente mostrará melhora lenta. Então, é importante encorajar o paciente a persistir no tratamento para beneficiar-se. Selecionando os pontos Huatuojiaji apropriados O Vaso Governador adentra o cérebro e governa todos os canais Yang. Agulhando os pontos Huatuojiaji (M-BW35) localizados próximos à cabeça promove-se a remoção da obstrução dos canais na cabeça, o que auxilia ao tratamento da paralisia. O nervo Simpático controla a dilatação e constrição dos vasos sanguíneos. Os vasos da cabeça, incluindo os intracranianos, são diretamente dominados pelas neurofibras pós-gangliônicas dos nervos Simpáticos, os quais emergem do gânglio cervical superior. O gânglio Simpático cervical superior é localizado entre os processos transversos das C1 e C2, anterior ao músculo cervical. Agulhar os pontos Huatuojiaji cervicais correspondentes (M-BW-35) pode estimular o neurogânglio simpático cervical superior, melhorando a circulação sanguínea cerebral, aumentando a oxigenação e promovendo a restauração das células cerebrais. Muitos dos pontos Huatuojiaji (M-BW-35) estão localizados ao mesmo nível dos pontos Shu das costas e exercem efeitos similares aos mesmos correspondentes. Eles são, portanto, efetivos na regularização do Qi do Zang Fu. Por outro lado, desde que a localização dos pontos Huatuojiaji (MBW-35) corresponda à saída dos ramos nervosos posteriores, eles podem beneficiar as funções e o desequilíbrio de Yin e Yang nos membros, tratar distúrbios sensoriais dos membros e fazer circular Qi e Sangue no Zang Fu. Os pontos Huatuojiaji (M-BW-35) devem ser selecionados de acordo com os sintomas como seguem, uma vez que a doença se estabilize e a pressão sanguínea esteja normal:

• Para promover ressuscitação, os pontos Huatuojiaji (MBW-35) ao lado das vértebras C2 e C3 podem ser agulhados a uma profundidade de 1 a 1.2 cun. Esses pontos Huatuojiaji (M-BW-35) podem igualmente ser combinados com os pontos acima recomendados a fim de promover ressuscitação. • Para paralisia do membro superior, os pontos Huatuojiaji (M-BW-35) ao lado das vértebras C4 a C7 po-

dem ser agulhados a uma profundidade de 1 a 1.5 cun. Manipular as agulhas até que haja uma sensação definitiva de agulhamento. Pontos locais do membro superior tais como IG.11 (Quchi), P.5 (Chize), IG.10 (Shousanli) ) e IG.4 (Hegu) são adicionados para remover a obstrução dos canais, assim como restabelecer a função do membro superior. • ·Para paralisia do membro inferior, os pontos Huatuojiaji (M-BW-35) ao lado de L2 a S1 podem ser agulhados a uma profundidade de 1 a 1,5 cun. Simultaneamente, VB.30 (Huantiao), VB.31 (Fengshi), VB.34 (Yanglingquan), E.36 (Zusanli, E.41 (Jiexi) etc. podem ser adicionados para melhorar a função dos membros inferiores e restabelecer micção e movimentos peristálticos normais assim como beneficiar a convalescência do paciente vítima do Golpe de Vento.

Prof. Xiang Yi é o diretor do Departamento de Acupuntura, Hospital Municipal Nanjing de Medicina Tradicional Chinesa, Estrada 1 Junling, Nanjing, China. Prof. Ding Xiao Hong é professor no Colégio de Educação Internacional, Universidade Nanjing de Medicina Tradicional Chinesa, Estrada 282 Hanzhong, Nanjing, China.

Traduzido por Maurício Pellegrini, Acupunturista; Revisado por Dr. Reginaldo de C. S. Filho, Fisioterapeuta e Acupunturista


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Resumos Científicos

Cinco Pesquisas Chinesas Atuais Para esta edição da Revista Medicina Chinesa Brasil foram selecionados cinco das mais recentes ) pesquisas publicadas pela importantíssima revista chinesa Zhen Ci Yan Jiu ( - Pesquisa em Acupuntura. Seguem as traduções ampliadas dos artigos selecionados. Resultados clínicos controlados e randomizados para tratamento por acupuntura de paralisia cerebral espástica infantil por meio de agulhamento horizontal e bilateral de B.9 (Yuzhen) até B.10 (Tianzhu)

Randomized controlled clinical trials for acupuncture treatment of spastic cerebral palsy children by bilateral horizontal puncturing from BL.9 (Yuzhen (Tianzhu). (Y uzhen ) to BL.10 (T ianzhu). Wang SQ, Liang WX, Huang GH, W u PC. Wu Objetivo: Observar os efeitos da acupuntura na projeção da região das decussações piramidais da superfície corporal na paralisia cerebral espástica (PC), assim como explorar uma terapia efetiva para a mesma. Métodos: Um total de 120 pacientes infantis, portadores de PC foram randomizados em grupo de controle (tratados com treinamento modern de reabilitação, n=60) e grupo de acupuntura (tratado com acupuntura combinada com treinamento modern de reabilitação, n=60). Quatro agulhas de acupuntura foram inseridas de forma subcutânea através da região entre B.9 (Yuzhen) e B.10 (Tianzhu) de forma equidistante (a projeção superficial da região das decussações piramidais), uma vez, diariamente, por três meses. A avaliação modificada de Ashworth, valores da medida de função motora grossa (GMFM)-88 e escala de função sintética foram adotadas para avaliar o efeito terapêutico após o tratamento. Resultados: Após o tratamento, das 59 e 58 crianças portadoras de PC, respectivamente, nos grupos de controle e acupuntura, 17 (28.81%) e 26 (44.83%) apresentaram melhora significativa em seus sintomas; 33 (55.84%) e 27 (46.55%) obtiveram melhora; nove (15.25%) e cinco (8.62%) falharam no tratamento, com o total de taxas efetivas sendo 84.75% e 91.38%, respectivamente. A taxa efetiva do grupo de acupuntura foi significativamente superior àquela do grupo de controle (P<0.05). Os valores da avaliação modificada de Ashworth e o GMFM-88 do grupo de controle foram significativamente inferiores àqueles do grupo de acupuntura após o tratamento (P<0.05). Conclusão: A Acupuntura, combinada com treinamento moderno de reabilitação, é efetiva no tratamento de pacientes infantis portadores de PC. Avaliação da eficácia da terapia “Sanzhen” de Jin, combinada com treinamento de reabilitação para hemiplegia em pacientes com derrame, por meio da escala de Fugl-Meyer

efficacy Jin’ss “Sanzhen” therapy Evaluation on ef ficacy of Jin’ combined with rehabilitation training for hemiplegia of stroke patients by Fugl-Meyer scale Han D.X., Zhuang L.X., Zhang Y Y.. Fonte: Terceiro Hospital Afiliado à Zhejiang University of Chinese Medicine, Hangzhou 310005, China. han_0213@163.com Objetivo: Avaliar o efeito terapêutico da terapia “Sanzhen” de Jin, combinada com treinamento de reabilitação na função motora dos membros de pacientes com derrame, utilizando a escala de Fugl-Meyer. Métodos: Um total de 254 pacientes ambulatoriais e internados, de sete hospitais, acometidos de derrame foram divididos randomicamente em “grupo Sanzhen” (GSZ) (n=83), grupo de reabilitação (n=84) e grupo combinado (n=87). Acupuntura foi aplicada aos acupontos de “Sanzhen” de Jin, incluindo IG.11 (Quchi), TA.5 (Waiguan) e IG.4 (Hegu); E.32 (Futu, E.36 (Zusanli) e BA.6 (Sanyinjiao). As agulhas de acupuntura foram retidas por 30 minutos após o “Deqi”. O treinamento de reabilitação incluía movimento passivo das articulações, treinamento de levantar-sentar, estímulo por meio de batidas-pressão, treinamento de marcha etc. O tratamento foi conduzido diariamente, uma vez por dia, com cinco sessões por semana, durante quatro semanas. A escala de Fugl-Meyer composta de 100 pontos referentes às sessões das extremidades superior e inferior foi utilizada para avaliar a função motora dos pacientes. Resultados: No dia 28 após o tratamento, dos 83, 84 e 87 pacientes hemiplégicos acometidos nos grupos de GSZ, reabilitação e combinado, 48 (57,8%), 31 (36,9%) e 50 (57,5%) apresentaram melhora significativa em seus sinais e sintomas clínicos; 26 (31,3%), 44 (52,4%) e 31(35,6%) apresentaram melhora, e nove (10.8%), nove (10.7%) e seis (6.9%) falharam no tratamento, com o total de taxa efetiva sendo de, respectivamente, 89,2%, 89,3% e 93,1%. O valor do déficit neurológico (VDN) do grupo combinado foi significativamente inferior àquele do grupo de reabilitação (P<0.05). O valor do método de avaliação de Fugl-Meyer (FMAS) para função motora das extremidades do grupo combinado foi aparentemente superior àqueles do grupo GSZ e reabilitação (P<0.05). Nenhuma diferença significativa foi encontrada entre os grupos GSZ e reabilitação, tanto em VDN quanto FMAS (P>0.05). Conclusão: A terapia “Sanzhen” combinada com treinamento de reabilitação pode melhorar significativamente a função motora de pacientes hemiplégicos acometidos de derrame, e possui um efeito sinérgico.


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Efeito do agulhamento de diferentes acupontos na função imune em ratos exaustos por natação

Effect of acupuncture of immune function in rats with Zhang W ., Zhao G.G., W., Zhi-Hong Y Y..

different acupoints on exhausted swimming Su L.Q., Zheng Li X.,

Fonte: Departamento de Educação Esportiva, Jiangxi College of Chinese Medicine, Nanchang 330004, China. s2005100153@163.com Objetivo: Observar o efeito do agulhamento em E.36 (Zusanli) na função imune em ratos estafados progressivamente por meio de natação, de forma a revelar seu mecanismo por meio da melhora em exercício extenuante. Métodos: Trinta e dois ratos SD foram posicionados randomicamente em grupo de controle, grupo (modelo) de atividade extenuante, grupo acupuntura – BA.10 (Xuehai), grupo acupuntura - E.36 (Zusanli) (n=8/grupo). Os ratos foram forçados a nadar em um tanque de água durante 1590 min nos primeiros oito dias (uma vez, todos os dias), então, uma atividade progressivamente extenuante de 1-3 vezes todos os dias, do dia 9 ao dia 13. BA.10 e E.36 foram agulhados bilateralmente com agulhas filiformes e estimulados com manipulações uniformes de tonificação e dispersão, uma vez, diariamente, após o término da natação e por 13 dias. Soro de interferon-gamma (IFN-gamma) e interleukin-4 (IL-4) foram analisados utilizando-se exame de enzimas ligadas a imunosorventes. O peso corporal dos ratos e o peso de seu baço foram medidos utilizando-se uma balança eletrônica para calcular o índice do baço (peso do baço/peso corporal x 100%) após se sacrificar os mesmos por meio de anestesia profunda. Resultados: Comparados com o grupo modelo, o tempo para o surgimento da exaustão induzida por natação pela primeira vez do dia 9 ao dia 13 nos grupos BA.10 e E. 36 foi aparentemente prolongado (P<0.01). Nenhuma diferença significativa foi encontrada entre os grupos BA.10 e E.36 no tempo para o surgimento da exaustão induzida pela primeira vez. Comparado com o grupo de controle, o índice do baço, o conteúdo do soro IFN-gamma/IL-4 e IFN-gamma/ IL-4 no grupo modelo foi diminuído significativamente (P<0.01, P<0.05). Em comparação ao grupo modelo, o conteúdo do soro IL-4 nos grupos BA.10 e E.36 foram diminuídos consideravelmente (P<0.05, P<0.01), e o conteúdo do soro IFNgamma e IFN-gamma/IL-4 no grupo E.36 foi aumentado significativamente (P<0.05, P<0.01). O Nível de IFN-gamma foi significativamente maior no grupo E.36 do que no grupo BA.10 (P<0.05). Nenhuma diferença significativa foi encontrada entre os grupos BA.10 e E.36 no índice do baço, IL-4 e IFN-gamma/IL-4 (P>0.05). Conclusão: Acupuntura em E.36 (Zusanli) pode prolongar o tempo da exaustão induzida por meio da natação, e regulou o conteúdo do soro IFN-gamma e IFN-gamma/IL-4 em ratos exaustos por natação, o que pode contribuir para o seu efeito no desequilíbrio correspondente Th1/Th2, após

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exercício extenuante. O efeito da acupuntura em E 36 é superior ao da acupuntura em BA.10. Efeitos da craniopuntura na expressão do hipocampo MMP-9 em ratos acometidos de isquemia cerebral

Effects of scalp acupuncture on expression of cerebral hippocampal MMP-9 in cer ebral ischemia injur y rats Zhang H.M., Han Y .J., Zhao W .B., Hu L.J., Fei Y.J., W.B., Y.T ., TTu u Y .T., Y.. Fonte: Departamento de Acupuntura-moxabustão, Beijing Shijitan Hospital, Capital Medical University, Beijing 100038, China. Objetivo: Observar o efeito da cranioacupuntura na expressão da matriz metalloproteinase 9 (MMP-9) no endotélio dos microvasos na área do hipocampo CA 3 na isquemia cerebral local (IC) de ratos, com o intuito de estudar os mecanismos subjacentes na melhora da IC. Métodos: Oitenta ratos machos Wistar foram randomizados em grupos controle normal (n=8), operação sham (n=8), modelo IC (n=32), e cranioacupuntura (n=32). Os dois últimos grupos foram posteriormente igualmente e respectivamente divididos em subgrupos de 1, 3, 5 e 10 dias. Modelo IC foi estabelecido pela oclusão da artéria média cerebral (OAMC). VG.20 (Baihui) e VB.7 (Qubin) foram agulhados com agulhas filiformes e estimulados por meio de rotação da agulha em uma frequência de cerca de 200 rotações/min por 1 minuto. As agulhas foram retidas por 30 minutos e manipuladas novamente a cada 10 min. O tratamento foi feito diariamente, uma vez por dia, continuamente por um, três, cinco e 10 dias respectivamente em diferentes subgrupos. A imunoatividade da area CA 3 do hipocampo foi avaliada imunohistoquímicamente (SABC). Resultados: Após IC, os valores do déficit neural dos ratos com IC no grupo modelo e nos grupos de cranioacupuntura não tiveram diferenças aparentes. (P>0.05). Após a acupuntura, o valor do déficit neural no grupo de tratamento diminuiu gradativamente, e foi significativamente menor do que no subgrupo 10 d do grupo modelo (P<0.05). Comparado aos subgrupos 1, 3, 5 e 10 d do grupo de controle, os valores da área total e a densidade óptica integral (DOI) da imunoatividade MMP-9 da área do hipocampo CA 3 foram todas aumentadas significativamente nos 4 subgrupos correspondentes do grupo modelo (P<0.01). Comparados aos subgrupos de 1, 3, 5 e 10 dias do grupo modelo, os valores da área total e os resultados positivos da DOI da imunorreação MMP-9 nos 3 subgrupos correspondentes do grupo de cranioacupuntura diminuíram significantemente (P < 0.05, P < 0.01). Conclusão: Cranioacupuntura pode efetivamente regular a expressão MMP-9 na área do hipocambo CA 3 em ratos com isquemia cerebral focal, o que pode contribuir ao seu efeito de melhorar o déficit neural.

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Influência da eletroacupuntura mais administração intragástrica de hypericum perforatum L em etologia e microcirculação cerebral em ratos deprimidos

Influence of electroacupuncture plus intragastric administration of extract of hypericum perforatum L on ethology and brain microcirculation in depression rats Yu B., Sun Y ., Lü G.H., Lu J.F ., Fang TT.H. .H. Y., J.F., Fonte: Laboratório Chave de Acupuntura e Farmácia integrada da Província de Jiangsu e Ministério da Educação da Rep. Popular da China, Nanjing University of Chinese Medicine, Nanjing 210046, China. Objetivo: Observar o efeito da administração combinada de perfusão intragástrica de extrato de Hypericum Perforatum L (HP-L) e eletroacupuntura (EA) de VG.20 (Baihui) e de VG.15 (Yamen) no comportamento da microcirculação cerebral em ratos deprimidos. Métodos: Ratos SD fêmeas foram randomizados em grupo controle, modelo, baixa dose de HP-L (1: dose baixa, 10mg/kg; 2: dose baixa + Eletroacupuntura; 3: dose alta, 20mg/kg; 4: dose alta + eletroacupuntura; n=10/grupo). Modelo de depressão foi estabelecido através do aumento isolado e estresse crônico leve e imprevisível (cãibra na cauda, privação de água, jejum, estimulação de eletroacupuntura, etc) por 21 dias. EA (2 Hz, 1 mA) foi aplicada em VG.20 (Baihui) e VG.15 (Yamen) por 20 minutos, uma vez ao dia por 14 dias. Alterações da etologia, incluindo o consumo de glicose durante uma hora, cruzamento e criação de dezenas de testes de campo aberto durante três minutos (para avaliação da parte locomotora dos ratos) e os valores de fluxometria do laser Doppler do fluxo sanguíneo da região cortical (r CBF) foram detectados, e o labirinto de água de Morris (para avaliar a capacidade dos ratos de aprendizagem-memória) foi realizado. Resultados: Em comparação com o grupo controle, o consumo de sacarose, cruzamento e criação de dezenas de campos abertos de teste, a velocidade média de natação

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(ASV). As proporções de comprimento do caminho e duração perto da plataforma escondida e do comprimento do percurso e a duração longe da plataforma do teste do labirinto aquático de Morris durante 70 segundos, e o valor de r CBF cortical no grupo modelo houve queda significativa (P <0,01 ), enquanto a distância de natação total e latência de fuga do grupo aumentou, aparentemente, no grupo modelo (P <0,01). Comparado com o grupo de modelo, o consumo de sacarose média, cruzamento e criação de dezenas de testes abertos de campo, o ASV, e as relações entre comprimento do caminho e duração nadar perto da plataforma e longe da plataforma melhoraram no grupo 1, no grupo 2 e grupo 4. A CBF cortical r no grupo 2 e grupo 4 aumentaram consideravelmente (P <0,05, P <0,01). As distâncias totais nadar e latências escapar dos grupos 1, 2, 3 e 4 foram significativamente reduzidas em comparação com o grupo de modelos (P <0,05, P <0,01). O consumo de sacarose e pontuação cruzada foi significativamente maior no grupo 4 do que o grupo 1 (P <0,05). A latência de escape foi significativamente menor no grupo 4 do que no grupo 1 (P <0,05). Não foram encontradas diferenças significativas entre o grupo 1, grupo 2 e grupo 3 no consumo de sacarose, pontuação cruzada e latência de escapar: entre os grupos 1, 2, 3 e 4 no score de criação e de ASV; entre os grupos 1 e 3 e grupos de modelos na cortical r CBF (P> 0,05). Conclusão: EA pode aumentar o efeito da extração de HP-L no aumento do consumo de sacarose, resultado cruzado e fluxo sanguíneo cerebral, e diminuir a latência de escape em ratos deprimidos, o que pode contribuir para o seu efeito em melhorar a depressão. Porém HP-L por si só não possui efeito na microcirculação cortical.

Material traduzido por Paulo Henrique Pereira Gonçalves, Acupunturista, revisão e comentários por Dr. Reginaldo de C. S. Filho Acupunturista e Fisioterapeuta.

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Relato de Caso

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Esquizofrenia Descrição: Sung, sexo feminino, 32 anos, trabalhadora

Histórico: Em 1961 a paciente sofreu pressões emocionais e desenvolveu sintomas de grande hesitação, medo e discretas alucinações auditivas. No hospital municipal de saúde mental ela foi diagnosticada como sofrendo de Esquizofrenia e após três meses de tratamento ela melhorou e foi liberada do hospital. Mas ela apresentou recaídas e a doença acabou por se tornar crônica. Em algumas vezes ela sentia como houvesse alguém a aterrorizando e não importa o que acontecesse ela acreditava que isso estava relacionado com ela, o que fez com que ela ficasse aterrorizada e com a Mente e pensamentos perturbados. Durante os primeiros estágios da Revolução Cultura, sua família foi atacada e ela se tornou bastante pessimista, negativa e hesitante, ela desenvolveu alucinações auditivas, além de outros sintomas anormais da mente que foram se tornando gradativamente mais sérios. Ela foi novamente para a clínica ambulatorial do hospital mental e foi continuamente tratada com doses elevadas de chlorpromazine por mais de quatro anos. Não houve melhora em seus sintomas, a cada dia seus pensamentos estavam ficando mais e mais confusos. Avaliação: Durante a avaliação a paciente apresentou-se obesa, com Vitalidade insuficiente, não dava atenção ao ambiente que a cercava, e apresentava-se emocionalmente apática. Ela não apresentava fala ativa ou fazia perguntas, além de apresentar apenas respostas lentas às perguntas feitas a ela. Seu comportamento era passivo, apresentava memória fraca e lentidão de raciocínio. Sua capacidade intelectual havia declinado e ela tinha pouca ambição. A paciente não apresentava menstruação há pelo menos dois anos. A saburra de sua língua estava branca e escorregadia. Seu pulso estava afundado ( chén) e fino ( xì). Diagnóstico: Dian (Ausência diân), relacionado com Depressão de Coração (Xin) e Baço (Pi), e Mucosidade obstruindo os orifícios do Coração (Xin). Princípios de tratamento: Livrar a depressão, Abrir os orifícios, Limpar a Mucosidade. Pontos de tratamento, 1o°Estágio: Si Shen Cong, PC6 (Neiguan) e C5 (Tongli) As agulhas foram inseridas nos Si Shen Cong de modo a atingir a região do VG20 (Baihui), com retenção de poucos minutos apenas. Já os pontos PC6 (Neiguan) e C5 (Tongli) foram utilizados com técnica de rotação em alternância.

schizo brain - UCLA

Data de registro: 04 de setembro de 1970

Acompanhamento: Desde o primeiro dia de atendimento por acupuntura, a paciente foi gradativamente reduzindo as doses de seu medicamento. Após terminar esta fase a paciente já falava com mais naturalidade e já sorria. Ela apresentava Vitalidade renovada, além de já conseguir retornar ao trabalho por meio período. Suas únicas dificuldades eram apresentar excessos de sonhos durante a noite e falta de menstruação. Pontos de tratamento, 2 o Estágio: Yintang em transfixação para Xinchu, IG4 (Hegu) e BA6 (Sanyinjiao) Acompanhamento: Já no final do segundo estágio a dosagem dos medicamentos que a paciente ingeria já havia sido reduzida para níveis de controle (50mg por noite). Além disso, as menstruações retornaram e enquanto ela ainda estava sob tratamento de acupuntura, ela descobriu que estava grávida. Após um aborto, ela descansou por duas semanas e então as avaliações demonstraram que sua condição mental havia retornado ao normal e ela estava feliz por ter retornado a trabalhar em período integral. Explicação: Neste caso a paciente era constitucionalmente obesa, com acúmulo de Mucosidade, emoções que não conseguiam se manifestar, assim como covardia e dúvida, o que resultava em Depressão de Coração (Xin) e Baço (Pi). Além disso, pelo fato de fazer uso prolongado de medicamentos tranqüilizantes, a Mucosidade não conseguia ser liberada e eliminada, de modo que o Yang puro ficava encoberto. A doença então se desenvolveu de alucinações e delírios para confusão mental debilidade mental.


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A combinação das informações obtidas pelos sintomas da paciente e a palpação de seu pulso, confirma o que está descrito na vigésima Dificuldade do Nan Jing: “Yin pesado é Dian (Ausência diân)”. No primeiro estágio do tratamento, os pontos extras Si Shen Cong foram escolhidos com o objetivo de remover o turvo, elevar o puro e liberar os orifícios. O ponto PC6 (Neiguan) que é o ponto Conexão (Luo) do Jue Yin da mão e o ponto C5 (Tongli) que é o ponto Conexão (Luo) do Shao Yin da mão, foram utilizados em combinação com a finalidade de abrir e liberar o Qi do Coração (Xin), soltar o peito e resolver a depressão. Esta etapa do tratamento fez com que o Shen (Mente) do paciente se torna-se mais ágil a cada dia, possibilitou que o sorriso retornasse à face da paciente e permitiu que ela conversasse ativamente com outras pessoas. Analisando as novas circunstâncias e a grande melhora apresentada pela paciente, no segundo estágio do tratamento, o agulhamento em transfixação desde o ponto Yintang até Xin Chu foi selecionado para acalmar e tranqüilizar o Coração (Xin) e a Mente (Shen). Xin Chu é área do Coração na acupuntura facial. Os pontos de acupuntura IG4 (Hegu) e BA6 (Sanyinjiao) foram selecionados em combinação com

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a finalidade de regular as atividades apressar a menstruação. Ao mesmo tempo a paciente retornou ao trabalho por meio período. Durante o tratamento, foram realizadas um total de 64 sessões, e o acompanhamento e observação perdurou por mais um ano e meio. O uso de chlorpromazine foi reduzido de doses bastante elevadas no início do tratamento, para doses de manutenção no final do tratamento. Após dois anos de amenorréia, a menstruação da paciente retornou, sendo que a mesma chegou a engravidar no decorrer do tratamento (esta gravidez foi interrompida com um aborto). Sua Vitalidade e saúde física retornaram a níveis associados com a normalidade, e no final do tratamento ela retornou feliz ao seu posto de trabalho.

Jin Shu Bai (

jîn shû bái)

Falecida em 1991 aos 80 anos de idade, dedicou sua vida à Medicina Chinesa, como professora, pesquisadora e diretora do setor de teses de Doutorado em Shanghai, onde iniciou sua prática aos 12 anos de idade, tendo recebido treinamento por sua própria família. Era especialista no tratamento de doenças mentais.


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Artigo Científico

BENEFÍCIOS DA AURICULOACUPUNTURA EM MOTORISTAS DA POLÍCIA MILITAR DE PERNAMBUCO COM DOR LOMBAR Jamil Lopes Pacheco1, Ewertom Cordeiro Gomes2

RESUMO INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO: A lombalgia é a quinta causa de consulta médica, sendo superada apenas pela hipertensão arterial, gravidez, exame médico em geral e infecções do aparelho respiratório superior. No Brasil, situa-se entre as 20 queixas diagnósticas mais comuns em adultos que procuram atendimento na rede pública, sendo sua taxa de 15% das consultas anuais. OBJETIVO OBJETIVO: Objetivamos com este estudo, verificar os benefícios da auriculoacupuntura nos motoristas da Polícia Militar de Pernambuco com dor lombar ocupacional. ASPECTOS METODOLÓGICOS METODOLÓGICOS: A amostra constituise de 16 voluntários, todos do sexo masculino e motoristas da Policia Militar de Pernambuco, que foram tratados com 10 sessões auriculoacupuntura e avaliados pelo Índice de Incapacidade de Oswestry (IIO). RESUL TADOS RESULT ADOS: Ao final da pesquisa 62,5% da amostra apresentou escore entre 100 e 200 no IIO, representando considerável melhora no quadro álgico e de limitação nas atividades de vida diária. CONSIDERAÇÕES FINAIS FINAIS: A presente pesquisa demonstrou bons resultados, apesar de não terem sido estatisticamente significantes, observamos que a auriculoacupuntura é modalidade terapêutica eficaz e que pode ser usada como terapia adjuvante em indivíduos submetidos a trabalhos estressantes mental e fisicamente. Palavras-Chave Palavras-Chave: Auriculoacupuntura, Dor Lombar, Motoristas, Polícia Militar de Pernambuco. ABSTRACT INTRODUCTION INTRODUCTION: Low back pain is to fifth cause of medical consultation, being exceeded barely by the arterial hypertension, pregnancy, medical exam in general and infections of the upper respiratory device. In Brazil, is situated between the 20 complaints more common in adults that find service in the public health being his rate of 15% consultation/ PURPOSE: The aim of this paper is verify the benefits year. PURPOSE of the auricular acupuncture in the conductors of the Military Police of Pernambuco with occupational lumbar pain. METHODOLOGICAL ASPECTS ASPECTS: The sample constituted itself of 16 volunteers, all of the male sex and conductors of the Military Police of Pernambuco, being these treated with

ten session’s of auricular acupuncture and evaluated by the TS Oswestry Disability Questionnaire (ODQ). RESUL RESULTS TS: To the end of the research 62.5% of the sample presented score between 100 and 200 in the ODQ, representing considerable improvement in the pain and limitation in the activities of daily TIONS life. FINAL CONSIDERA CONSIDERATIONS TIONS: The present paper showed good results, despite of will not have been statistically significant, we observe that to auriculoacupuntura is efficient therapeutic modality and that can be used like therapy adjuvant in individuals who have low back pain and is submitted to mental stressful works and physically. Key-W or ds Key-Wor ords ds: Auricular Acupuncture, Low Back Pain, conductors, Military Police of Pernambuco. 1. INTRODUÇÃO O trabalho é uma atividade própria do ser humano enquanto ser social. Existem vários entendimentos para a atividade laboral, de acordo com a forma de abordagem (SANTOS, 1997). Oliveira (1998) e Barreira (1994) descrevem alguns fatores de risco que podem ser relacionados a várias profissões, inclusive aos motoristas. Assim, tem-se: a permanência no estar sentado por tempo prolongado, que favorece a fadiga e aumenta a sobrecarga nos mais diversos segmentos corporais (especialmente nas vértebras lombares). As exigências do trabalho fazem com que o motorista permaneça muito tempo sentado e isolado, para garantir segurança na viagem. Estes cuidados são acentuados quando se transportam passageiros. A manutenção da postura em equipamentos (bancos), que podem faltar com as condições ergonômicas necessárias, o estresse em trânsitos congestionados, a poluição, desavenças com o público (passageiros) e muitos outros favorecem a caracterização de uma profissão altamente fatigante (QUEIRÓGA, 1999). Supõe-se que, em motoristas, a região de maior incidência de doenças músculo-esqueléticas, esteja na coluna vertebral (principalmente nas regiões cervical e lombar). Esta ideia se justifica pela exigência da tarefa dos motoristas em questão de permanecer sentado, com constantes inclinações, rotações do pescoço, vibrações, bem como a manutenção de determinados grupos musculares contraídos por muito tempo (EKLUND et al, 1994). A lombalgia é uma dor relatada na região lombar, que


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pode ocorrer sem motivo aparente, mas normalmente é relacionada a algum tipo de trauma, com ou sem esforço (CORRIGAN, 2000). Sendo considerada qualquer condição de dor, rigidez com ou sem dor, localizadas na região inferior do dorso, em uma área situada entre o último arco costal e a prega glútea (CONSENSO BRASILEIRO SOBRE LOMBALGIA E LOMBOCIATALGIA, 2000). Segundo Freire (1999), a lombalgia é a quinta causa de consulta médica, superada apenas pela hipertensão arterial, gravidez, exame médico em geral e infecções do aparelho respiratório superior. No Brasil, se situa entre as 20 queixas diagnósticas mais comuns em adultos que procuram atendimento na rede pública, sendo sua taxa de 15% consulta/ ano (SANTOS, 2003). É a mais prevalente causa de consulta médica após um resfriado comum, sendo que cerca de 80% das pessoas no mundo terão ao menos um episódio ao longo de suas vidas. Afeta homens e mulheres igualmente, com um pico entre 30 e 50 anos. Representa 30 a 50% das queixas reumatológicas em consultas gerais, sendo a causa mais comum de limitação de atividade em pessoas abaixo de 45 anos e a terceira acima desta idade, ocupando mais de 50% dos gastos totais com problemas relacionados ao trabalho (SATO, 2001). Por isso, devem ser tratadas como problema de saúde pública, pois atinge principalmente a população em idade economicamente ativa (SILVA, 2004). A dor com duração menor que três semanas denomina-se aguda (também chamada de lumbago); entre três semanas e três meses é considerada subaguda; e quando superior a três meses, é denominada crônica. De acordo com Freire (1999), as lombalgias foram classificadas como agudas quando duram até sete dias, subagudas quando duram de sete dias a três meses e crônicas quando os sintomas persistem por mais de três meses. E segundo Guic et al. (2002) a lombalgia pode ser classificada em: dor lombar inespecífica, dor radiculada e dor lombar que apresenta patologia espinhal. Mais da metade de todos os pacientes com lombalgia melhora após uma semana; 90% apresentam melhora após oito semanas; e os restantes 7% a 10% continuam apresentando sintomas por mais de seis meses (BORENSTEIN, 2000). A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) data de, pelo menos, 3000 anos a.C.. A teoria tradicional de acupuntura é baseada no conceito de desigualdade do fluxo de energia, “Qi,” pelo corpo, em canais, os quais foram chamados de “meridianos” e de que este fluxo pode ser corrigido por manipulação de pontos identificáveis próximos à pele (SABINE et al, 2003). Segundo a MTC, o trabalho excessivo, sem repouso adequado, depaupera a energia dos rins, promovendo o enfraquecimento estrutural e energético dos mesmos, principalmente do Yin do Rim, quel deixa de nutrir as costas corretamente, provocando dor (JUNYING, 1996). Tradicionalmente, a acupuntura é aplicada no tratamento de várias doenças na Medicina Oriental. Possui vários efeitos, tais como analgesia, promoção de homeostase, melhora da circulação e regulação de desordens internas (KIM,

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et al, 2001; CHO et al, 1998). E, em adição, a estimulação de pontos específicos do pavilhão auditivo (Auriculoacupuntura) é largamente utilizada no tratamento de hipertensão, alcoolismo, obesidade, dentre outras enfermidades (CHEN et al, 1993) A acupuntura tem crescido e merecido grande aceitação como tratamento nos países ocidentais, principalmente nestes últimos 20 anos, particularmente no tratamento da dor. A sua aplicação estimula a produção de endorfinas, opiácios endógenos, substâncias analgésicas naturais do organismo, o que melhora a sensação de bem estar, humor, a qualidade do sono e o relaxamento global; contribui, assim, na diminuição do espasmo e da dor (MACIOCIA,, 1996; CHAITOW, 1984). Segundo Menon (1999), o alívio da dor lombar pode ser explicado pela despolarização das membranas celulares, tanto pelo campo elétrico como pela lesão tissular no local de inserção das agulhas, onde se observa grande quantidade de alterações bioquímicas, que são responsáveis pela estimulação das terminações livres. De acordo com relatório de Nogier e da Medicina Oriental (KIM et al, 2001), o pavilhão auditivo é conhecido por conter muitos pontos. Tem-se a hipótese que toda a anatomia humana está representada nesta região do corpo. A auriculoacupuntura trata disfunções orgânicas e promove analgesia através de estímulos em pontos reflexos localizados na orelha externa. Embora alguns clínicos e investigadores ocidentais considerem a auriculoacupuntura um processo terapêutico contemporâneo, a verdade é que inúmeros pontos específicos localizados no pavilhão auricular têm sido utilizados, há mais de quatro mil anos, no tratamento de vários problemas orgânicos. Já em “Huangdi Neijing”, escrito por volta do ano 2700 a.C., se descreviam alguns sistemas que convergiam na região auricular e se indicavam determinados pontos que podiam ser puncionados, com o objetivo de se restabelecer o equilíbrio yin-yang em várias disfunções orgânicas (GARCIA. 2003; PEREIRA, 2001). Vimos que o motorista em sua atividade laboral está sujeito a diversas tarefas estressantes, fatigantes e repetitivas, as quais podem causar danos à saúde. Trata-se de profissão de grande valia por sua importância econômica e social e extremamente necessária para a empresa e a população como um todo. Este trabalho justifica-se por observar os efeitos da Auriculoacupuntura no tratamento da dor lombar em motoristas da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE), atentando para o baixo custo desta modalidade terapêutica e ainda por esta técnica não apresentar contraindicações e prejuízos à atividade laboral. Tem ainda como finalidade incentivar a inserção de ambulatórios especializados nas diversas instituições públicas, permitindo uma maior possibilidade de tratamento para os funcionários. Objetivamos com este estudo, verificar os benefícios da auriculoacupuntura nos motoristas da Polícia Militar de Pernambuco com dor lombar ocupacional, bem como, comparar a melhora após cinco e dez sessões e observar o impacto do tratamento nas AVD´s e AVP´s dos voluntários.

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2. METODOLOGIA 2.1. Local do Estudo e População A pesquisa foi desenvolvida no Centro Médico Hospitalar da Polícia Militar de Pernambuco (CMH), no período de outubro a novembro de 2007. Metodologicamente, este estudo se caracteriza como sendo descritivo, experimental e transversal. A amostra do estudo foi composta por 31 motoristas, portadores de dor lombar, arregimentados de pesquisa prévia composta por 50 voluntários, realizada no centro supracitado, em 2005, e intitulada: Investigação da Ocorrência de Dores Músculo-esqueléticas em Motoristas da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE).

2.1.1 Critérios de Inclusão Os critérios de inclusão foram: haver participado da pesquisa prévia citada anteriormente e apresentar dor e/ou desconforto na coluna lombar no momento da presente pesquisa. A pesquisa anterior teve por critérios de inclusão: ser motorista da PMPE e estar neste posto há um ano ou mais.

2.1.2 Critérios de Exclusão Foram excluídos aqueles que estavam sendo submetidos a tratamento clínico (medicamentoso) ou conservador (fisioterapia), os que estavam afastados do trabalho por motivo de saúde, os que apresentavam patologia de ordem inflamatória ou multifatorial (artrite reumatóide, artrite psoriática, lúpus eritematoso sistêmico, fibromialgia, dentre outras) ou que apresentavam patologia óssea (artrose, osteoporose). 2.2 Procedimentos de Avaliação / Método de Coleta de Dados Os voluntários foram informados sobre o propósito da pesquisa e assinaram termo de consentimento livre e esclarecido, como exige o Comitê de Ética em Pesquisas na Resolução 196/96, quando estão envolvidos seres humanos. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Agamenon Magalhães (27 de setembro de 2007). Os voluntários que apresentaram dor lombar no estudo prévio foram convocados para avaliação nesta pesquisa, que foi realizada através do Índice de Incapacidade de Oswestry (IIO) (MAGEE, 2002), de fácil compreensão e autoaplicável, enfocando a intensidade da dor e como a mesma afeta as atividades da vida diária. O IIO é composto por 11 seções (intensidade da dor, cuidados pessoais, levantamento de peso, marcha, sentar, ficar em pé, dormir, vida sexual, vida social, viagem, tratamento prévio; não sendo as duas últimas consideradas na análise dos resultados desta pesquisa), cada seção tem escore de 1 a 6 e o índice é calculado dividindo-se o escore total pelo número de seções respondidas e por fim multiplicando o resultado por 100 (cem). O valor mais alto

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corresponde ao mais incapacitante. O IIO foi aplicado três vezes durante o estudo, a primeira antes do início do tratamento, a segunda após a quinta sessão e a terceira após a décima sessão (fim do tratamento). Os resultados foram catalogados no Microsoft Excel 2003 e tabulados em forma de porcentagem, média aritmética e desvio padrão sendo estes valores representados em gráficos. 2.3 Procedimentos de Tratamento Seguiu-se o procedimento padrão para colocação das sementes, iniciando pela orelha esquerda, em voluntários do sexo masculino, e pela orelha direita, nos do sexo feminino. Nas sessões subseqüentes alternou-se a orelha utilizada a cada sessão. Como medida protocolar foi observou-se a seguinte sequencia: 1. Limpeza do pavilhão auricular com álcool concentrado a 70% e algodão; 2. Umedecimento suave do pavilhão auricular com tintura de Benjoin, para melhorar a fixação das sementes e do esparadrapo micropore; 3. Colocação das sementes de mostarda nos pontos pré-selecionados (relação abaixo) com esparadrapo micropore anti-alérgico. As sessões foram realizadas com intervalo de três dias, com o objetivo de potencialização. Os pontos utilizados em cada paciente foram: Shenmen, SNV (Sistema Nervoso Neurovegetativo); rim; baço; fígado; lombar (ponto local); analgesia e ponto da ansiedade. 3. RESULTADOS O homem quando dirige um veículo automotivo pode fazêlo como forma de lazer, para atender necessidades pessoais ou como instrumento de trabalho. O motorista pode atuar na área de transporte de cargas, encomendas, passageiros, ou como piloto de veículos de velocidade. Esta colocação evidencia a grande importância que o motorista desempenha tanto no setor social quanto econômico (QUEIRÓGA, 1999). Os motoristas têm como fatores de risco a permanência na posição sentada por tempo prolongado, que favorece a fadiga e aumenta a sobrecarga nos mais diversos segmentos corporais (especialmente nos discos intervertebrais) (TOREN, 2001), o crescente aumento de tarefas motoras finas e da exigência mental; a pressão administrativa para melhorar a qualidade dos serviços; os horários e percursos a cumprir; as condições ambientais desfavoráveis (chuva, neblina, calor, frio); e, um ritmo excessivamente intenso (trânsito, tarefas a cumprir), que afetam quase sempre o equilíbrio orgânico, causando, em maior ou menor grau, dor, estresse, aborrecimentos e insatisfações (KODA, 2000; QUEIRÓGA, 1999). Após a convocação dos pacientes, sete não apresentavam dor e/ou desconforto na região lombar, sendo excluídos do estudo. Outros cinco voluntários que não compareceram a avaliação inicial e três abandonaram o estudo após a primeira avaliação. Portanto, a amostra do estudo constituiuse de 16 voluntários. A idade dos voluntários da pesquisa variou entre 24 e 51 anos, tendo uma média de 35,12 anos (dp ± 6,49).


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Salim (2003). A análise da estrutura etária dos trabalhadores portadores de distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) indica uma clara predominância de casos na faixa etária de 30 a 39 anos, cujas taxas, refletindo participações extremas em dois momentos, oscilaram de 43,5%, em 1994, para 36,0%, em 1998. Quanto ao sexo, 100% (16) eram do sexo masculino. Os voluntários apresentavam tempo médio de profissão de 8,59 anos (dp ± 5,45). Estes dados, bem como o perfil demográfico da amostra encontram-se dispostos na tabela 01.

Tabela 01: Dados demográficos da amostra, descritos em média aritmética e desvio padrão.

Na primeira avaliação, 56,25% (nove indivíduos) da amostra apresentaram escore variando entre 301 e 400 (345,68 ± 32,60), 25% (quatro indivíduos) obtiveram escore variando entre 201 e 300 (252,78 ± 29,21) e por fim, 18,75% (três indivíduos) mostraram escore variando entre 100 e 200 (166,67 ± 11,11), como pode ser observado na tabela 01. Os resultados foram catalogados utilizando faixas de escores (100-200; 201-300; e 301-400), com o intuito de tornar a análise dos resultados mais didática. Na segunda avaliação (após cinco sessões), já foi possível observar uma redução no quadro álgico da amostra, onde o grupo que apresentou escore entre 301 e 400 reduziu de 56,25% para 18,75% (três voluntários). O grupo com escore entre 201 e 300 representou 43,75% (sete voluntários) e o grupo com escore entre 100 e 200 constitui 37,5% (seis voluntários) (figura 02). Ao final do tratamento, o questionário foi aplicado pela última vez, não sendo nesta ocasião observado nenhum voluntário com escore entre 301 e 400. O número de voluntários com escore entre 201 e 300 foi de seis (37,5%) e o grupo com escore entre 100 e 200 foi de 62,5% (10 voluntários). Estes dados constam na figura 03.

Figura 02: Escores obtidos na segunda aplicação do IIO, após 5 sessões de tratamento.

Figura 03: Escores obtidos na terceira aplicação do IIO, após o fim do tratamento. Na figura 04, abaixo, podemos observar, de forma comparativa, todos os escores obtidos ao longo da pesquisa, sendo possível observar a evolução de cada faixa de grupo de pacientes. Na figura observamos que o grupo com escore menos incapacitante passou de 18,75% para 62,5%, o que indica melhora considerável quanto aos itens analisadas no IIO.

Figura 04: Comparação dos escores obtidos no IIO antes, durante e após o tratamento.

Figura 01: Escores obtidos na primeira aplicação do IIO, antes do início do tratamento.

No que concerne à questão específica sobre dor do IIO, antes do tratamento, 50% da amostra apresentavam dor intensa a pior imaginável e, o restante, dor leve a moderada e, ao final do tratamento, 37,5% da amostra não relataram dor alguma, 50% apresentaram ou dor de leve a moderada e 12,5% apresentaram dor intensa, evidenciando-se considerável redução no quadro de dor da amostra em questão.

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4. DISCUSSÃO Segundo a MTC, uma força básica de energia denominada de Qi flui por todos os seres vivos. Quando esta força flui pelo corpo humano, ela trafega ao longo de doze meridianos primários e de dois secundários. Ao longo desses canais, há 365 pontos clássicos de acupuntura. Uma das funções do Qi é fazer circular o Sangue, que para os chineses é uma forma densa de Qi. Quando houver alguma estagnação de Qi ou Sangue ocorrem doenças e dor. A função da agulha de acupuntura é liberar a livre circulação destas fontes de energia, devolvendo a homeostase. Os sintomas ou a localização da dor determinam qual meridiano está afetado e quais os que devem ser tratados (YAMAMURA et al, 1996; ZHANG et al, 1994). A analgesia por acupuntura age de formas diferentes. Parte explicada pelos conhecimentos científicos ocidentais e parte pela experiência trazida pela MTC. Sabemos que o estímulo de nociceptores periféricos pode estimular os centros supressor es de dor, localizados no bulbo, ponte e mesencéfalo. Portanto, respectivamente, estimulando o núcleo magno bulbar da rafe (neurônios serotoninérgicos), locus cerúleo (neurônios noraderenérgicos) e a substância cinzenta periaquedutal (neurônios opióides). Os três núcleos mantêm vias descendentes inibitórias de nível segmentar, isto é, no nível da raiz nervosa onde o estímulo foi produzido (nervos espinhais ou cranianos). Substâncias opióides endógenas (encefalina, endorfina etc.) são liberadas na corrente sanguínea, atuando não só centralmente como perifericamente. O eixo hipotálamo-hipófise também pode ser estimulado pelas agulhas de acupuntura, induzindo a liberação de proopiomelanocortina, hormônio que será degradado em endorfina e ACTH, produzindo ação anti-inflamatória e potente efeito analgésico (YAMAMURA et al, 1996; ZHANG et al, 1994). Leibing et al (2002) comparou, em 131 pacientes com dor lombar crônica, a Acupuntura e a Fisioterapia, e observou resposta estatisticamente significante no uso da acupuntura, quanto ao controle de intensidade de dor, estresse fisiológico e dor como fator debilitante. Lewith e Kenyon citam pesquisa controlada e duplo-cego, onde se comparou a acupuntura com uma injeção de “lidocaína” em 77 pacientes com dores lombares crônicas. Obser vou-se melhora de 36% no grupo tratado com acupuntura e a contra melhora de 22% nos indivíduos tratados com injeção de “lidocaína” (MACIOCIA, 1996). Os pontos auriculares escolhidos na presente pesquisa agem de acordo com a zona correspondente e com a sua função energética. O ponto shemen é um ponto utilizado para estabilizar o sistema como um todo e atua de forma analgésica, antiinflamatória e é aumentado o seu efeito quando associado ao ponto analgesia o qual é usado pra qualquer tipo de dor e em programa de anestesia. Os pontos rim, fígado e baço são responsáveis respectivamente pelo fortalecimento da região lombar e medula óssea, por promover a circulação de Sangue e Qi e o ultimo, de fazer a digestão dos alimentos pra nutrir juntamente com o fígado os mús-

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culos e tendões. Os pontos lombares são os pontos de atuação da zona correspondente, ou seja, são as áreas, as quais receberam a influência dos pontos supracitados (GARCIA, 2003). O Dr. Willim Lowe, na sua obra “INTRODUCION TO ACUPUNTURE” (Medical Exametion Rub. Co, N.Y. – 1973), nos diz que o pavilhão auricular possui inervação abundante, obtida através dos nervos trigêmeos, facial e vago, os auriculares maiores e os occipitais maiores e menores (PEREIRA, 2001). Essas inervações, quando estimuladas por agulhas ou por pressão de sementes, senbiliza regiões do cérebro (tronco-cerebral, córtex, cerebelo, etc.). Cada ponto da aurícula tem relação direta com um ponto cerebral o qual, por sua vez, está ligado pela rede do sistema nervoso, a determinado órgão ou região comandando suas funções. O estímulo põe em atividade uma série de reflexos condicionados. Os pontos auriculares integram um circuito com capacidade reacional, formando uma teia de ligações dentro do córtex cerebral. Isto explica os reflexos longos hipodiencefálicos e corticoencefálicos que terminam por agir sobre a formação reticulada do sistema nervoso central. Com isso ocorre uma melhora sensível do tônus do sistema nervoso e da reatividade do sistema neuro-vegetativo (PEREIRA, 2001). Encontramos na literatura somente uma pesquisa semelhante, contudo, apenas quanto à região tratada. O estudo analisou 29 pacientes com dor lombar aguda utilizando injeção de lidocaína em pontos de orelha. Os resultados foram positivos, mas a qualidade da pesquisa não é convincente (GROBGLAS, 1993). Poucas pesquisas utilizando a auriculoacupuntura em amostras com dor crônica foram observadas. As mesmas investigaram a auriculoacupuntura e a auriculoacupuntura associada a estímulo elétrico, e observaram que este é meio terapêutico eficaz no controle da dor. Identificamos um artigo em um jornal francês que não é indexado na base de dados da MEDLINE. Este estudo que incluiu 36 pacientes com dor crônica é o único dentre os analisados que não conseguiu demonstrar a eficácia do estímulo elétrico transcutâneo em pontos de orelha (MELZACK, 1984). Outra pesquisa analisou a auriculoacupuntura na dor pósoperatória aguda em 102 pacientes, observando bons resultados, porém, assim como no estudo de Grobglas (1993), qualidade da pesquisa não é convincentes (WU, 1991). O estudo randomizado e duplo cego realizado por Sabine et al. (2003), em uma amostra de 21 indivíduos com dor cervical, analisou os efeitos da auriculoacupuntura versus a estimulação elétrica dos pontos auriculares, tendo observado melhora significativa no grupo tratado com estimulação elétrica associada. Outra pesquisa, com amostra randômica e duplo cego, Alimi et al. (2003), analisou 90 pacientes com câncer, divididos em 3 grupos, o primeiro recebeu auriculoacupuntura em pontos que tiveram sinal eletro dérmico detectado e os outros dois grupos receberam falsa auriculoacupuntura (foram utilizados pontos onde não foi detectado sinal eletro dérmico).


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Ao final de dois meses de tratamento, observou-se um decréscimo estatisticamente significante no grupo experimental; o mesmo não foi observado nos grupos controle. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A presente pesquisa demonstrou bons resultados, apesar de não terem sido estatisticamente significantes, observamos que a auriculoacupuntura é modalidade terapêutica eficaz e que pode ser usada como terapia adjuvante em indivíduos submetidos a trabalhos estressantes mental e fisicamente. Apesar de existir há milênios, a auriculoacupuntura tem sido pouco estudada de maneira científica. Sua eficácia na clínica diária dos acupunturistas parece irrefutável, porém é necessário mais que apenas experiência clínica, especialmente quando humanos estão inseridos. Faz-se necessária a realização de estudos clínicos randomizados, com amostras maiores e também grupos controle, para que, assim, consolide-se essa modalidade terapêutica para dor lombar crônica como tratamento no meio científico.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

01. ALIMI, D. et al . Analgesic effect of auricular acupuncture for cancer pain: a randomized, blinded, controlled trial. J Clin Oncol Oncol. v. 21, p. 4120-4126, 2003. 02. BARREIRA, T.H.C., Abordagem ergonômica da LER. Revista Brasileira de Saúde Ocupaciona Ocupacional, v.22, n.84, p.51-60, 1994. 03. BORENSTEIN, D.G., A coluna: lombalgia. Novartis Novartis, parte I. p. 1-4, 2000. ratado da Dor pela 04. CHAITOW, L., O TTratado Acupuntura: Métodos seguros e eficazes para a utilização da acupuntura no alivio da dor dor. São Paulo: Manole, 1984. 05. CHEN, H., Recent studies on auriculoacupuncture and radit. Chin. Med its mechanism. J. TTradit. Med. v. 13, p. 129-143, 1993. 06. CHO, Z.H. et al., New findings of the correlation between acupoints and corresponding brain cortices using oc. Natl. Acad. Sci functional MRI. Pr Proc. Sci. v. 95, p. 26702673, 1998. 07. CONSENSO BRASILEIRO SOBRE LOMBALGIAS E LOMBOCIATALGIAS, 1., 2000, São Paulo. Sociedade Brasileira de Reumatologia – Comitê de Coluna V er teVer bral bral, 60 p. 08. CORRIGAN, C.; MAITLAND, G. D., Prática Clínica Or topedia e Reumatologia - Diagnóstico e TTratarataOrtopedia mento mento. São Paulo: Editorial Premier, 2000. 09. EKLUND, J. et al., Head posture measurements among work vehicle drivers and implications for work and workplace gonomics Ergonomics gonomics, v.37, n.4, p.623-639, 1994. design. Er 10. FREIRE, M.; NATOUR, J., Exercícios na dor lombar

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1. Fisioterapeuta; Pós-graduado em Acupuntura; Fisioterapeuta do Setor de Fisioterapia do Centro Médico Hospitalar da Polícia Militar de Pernambuco. 2. Fisioterapeuta; Pós-graduado em Acupuntura.


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Tratamento em Acupuntura & Moxabustão para Depressão Parte 2 Shudo Denmei Reimpresso a partir da versão da NAJOM, vol. 13, nº36 nº36, tradução de Paulo Henrique Pereira Gonçalves, Acupunturista, Revisado por Dr. Reginaldo de C. S. Filho, Fisioterapeuta e Acupunturista

Estudo de casos de depressão Caso 1: Mulher de 56 anos Primeiro tratamento: 7 de maio de 2005 Queixas principais: muitos sintomas, incluindo dores de cabeça, ansiedade, insônia (tomando medicamentos para dormir), rigidez no pescoço e ombros, palpitações, e tendência a se tornar fatigada. Apresentava esta condição há dois anos e recebera diagnóstico médico de “síndrome de dor crônica”. As injeções para depressão se mostraram úteis às vezes para o quadro doloroso. Tinha apetite. Histórico: Tumores fibroides uterinos, dor crônica, desequilíbrio autonômico. Diagnóstico das seis posições: Pulmão deficiente Diagnóstico da qualidade do pulso: afundado, lento e deficiente. O lado esquerdo encontra-se especialmente afundado. Pontos sensíveis: BA.6, B.52, VG.9, VG.10, VG.11, VG.22 Tratamento: agulhamento super superficial em P.9, BA.3, VC.12, VC.6, B.2, IG.11, VG.9, VG.10, VG.11, B.13, B.20, B.52, B.58, VB.20, VB.21. Moxabustão direta em VG.22, BA.6, VG.9, VG.10, VG.11 e B.58. Progresso: 2º tratamento (14 de maio): Deficiência de Fígado – este padrão continua abaixo. 5º tratamento (3 de junho) : Ela consegue dormir sem medicação. 7º tratamento (22 de junho): Insônia retorna com preocupações acerca do casamento do filho. 13º tratamento (12 de agosto): Indo bem. Recomendei a ela que tratamentos a cada duas semanas apenas. 14º tratamento (17 de agosto) : Seu pulso se encontrava mais flutuante pela primeira vez. Observações: No início, uma simples olhada nesta paciente sugeria que ela estava deprimida. Um de seus vizinhos ficou realmente preocupado e a trouxe para se tratar contra a vontade dela. Durante o tratamento, começara a sorrir e sua face se tornara mais amigável. Passou a ganhar peso, a ponto de quase começamos a nos preocupar com a aparência dela. Dor crônica (sem causa) é um novo conceito, porém tratamentos focados na dor eram ineficazes. Tratar a condição como um problema psicossomático fez com que a dor também diminuísse.

Caso 2: Mulher de 47 anos Profissão: dona de uma companhia Queixas principais: Ela não tinha motivação. Aparecia para tratamento diversas vezes por ano. Perdera sua energia e pediu para lhe dar um impulso. Quanto aos sintomas físicos, ocasionalmente experimentava desconforto na bexiga, urticária, e peso na cabeça. Normalmente se livrava dos sintomas em um ou dois tratamentos. Recentemente, passou a se tratar com mais frequência, visto que acabara de se divorciar e se tornara a chefe de sua companhia. Diagnóstico das seis posições: Fígado deficiente Diagnóstico da qualidade do pulso: afundado, lento, e deficiente. Tratamento: agulhamento super-superficial em VC.12, VC.6, VC.3, BA.6, F.8, IG.11, B.2, B.52, B.23, B.18, B.43, B.58, VB.21 e VB.20. Moxabustão direta em BA.6, VC.6 e B.52. Caso 3: Mulher de 18 anos Primeiro tratamento: 29 de novembro de 2004 Queixa principal: Está preparando-se para o vestibular e encontra-se levemente deprimida. Sintomas físicos incluem rigidez no ombro, dores de cabeça, peso na cabeça, ansiedade, torpor nos quatro membros, constipação, lábios ressecados, rubor, dor na parte superior das costas, inchaço e dores menstruais. Diagnóstico das seis posições: Pulmão deficiente Tratamento: Moxabustão direta em BA.6(sensível) VG.10, B.52; agulhamento super-superficial em vários outros pontos. Progresso: Sofrera um acidente de carro e apresentava dor cervical durante este período. Recebera quinze tratamentos até 23 de março de 2005, foi aceita em uma faculdade e estava indo muito bem. Observações: Os tratamentos de acupuntura serviram para reanimar seu espírito quando ela ficava deprimida, criando condições para enfrentar o exame vestibular no qual foi efetivamente aprovada. Tinha sido a primeira vez em sua vida que sofrera de depressão, porém os resultados do tratamento deixaram-na convencida de que caso se “deparasse com a mesma situação no futuro, provavelmente pensaria na acupuntura”.

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Caso 4: Mulher de 61 anos de idade Primeiro tratamento: 8 de maio de 2002 Queixas principais: Três meses antes, durante uma viagem, apresentara febre de 37 graus Celsius (35ºC é a sua temperatura normal), diarréia, e perda de apetite. Perdera 5 kg e fora hospitalizada em um hospital público para exame completo. A causa para sua febre baixa não foi determinada, mas lhe foi dito que 37 graus Celsius não era temperatura que justificasse sua preocupação. Geralmente, apresentava-se com humor deprimido. Acordava durante a noite, e dormia apenas cerca de quatro horas. Não tinha apetite e suas fezes eram moles. Sua temperatura medida na consulta era de 36 graus Celsius. Diagnóstico das seis posições: Baço deficiente Diagnóstico da qualidade do pulso: afundado e lento Língua: Saburra branca Há uma sensibilidade à pressão em E,21 do lado esquerdo e estavam deprimidos nas costa os pontos entre Shu entre B.17 até B.21 do lado esquerdo. A pressão nesta área lhe era agradável. Embora o quadro pelos sintomas iniciais se assemelhasse ao de uma infecção viral, está possibilidade foi negada no hospital. Apresentava sensibilidade em E.21 do lado esquerdo, com dor leve nas costas, indicando anormalidade no baço ou estômago. Falta de apetite e fezes soltas ou aquosas sinalizavam a possibilidade de enfermidade crônica no baço. Os alvos para o tratamento desta paciente são o pouco apetite e a febre baixa. Tratamento: inserção super superficial em BA.3, PC.7, VC.12, E.21 esquerdo, VC.6, B.20, B.15, VB.20, VB.21, ponto Onodera, B.17 esquerdo, B.18 esquerdo, B.19 esquerdo. Moxabustão direta em E.36 e B.17, B.18, B.19 e B.20 do lado esquerdo. Agulha intradérmica mantida em E.21. Progresso: A paciente recebeu apenas três tratamentos em 2002. Começou a vir para tratamento regular após 31 de março de 2003. Foi para um hospital universitário para exame detalhado de seu pâncreas, onde lhe foi dito que havia uma possível inflamação crônica em seu pâncreas e que tivera depressão. Foram-lhe prescritos antidepressivos e tranquilizantes. Posteriormente, a possibilidade de patologia do pâncreas foi descartada. Ela recebera um total de 36 tratamentos em 2003. Neste período, os médicos lhe disseram que ela poderia ter pólipos gástricos múltiplos ou gastrite com refluxos. Mantinha-se com pouco apetite.. Seus pulsos constantemente indicavam Deficiência de Baço, porém algumas vezes ela também se apresentava com o Pulmão ou o Rim deficiente. Em 2004, recebeu sete tratamentos a partir de 15 de março. Em 22 de março, ela apresentara dor ciática espontânea à direita. Em 7 de junho, reportava que seu peso aumentara 2kg. Em 15 de junho, informou que ganhara 3 kg. Em 29 de junho, já havia ganhado 4 kg, mas sua hepatite havia retornado. Em 2004, recebeu um total de 36 tratamentos, e neste período seu apetite ia e voltava, e houve um pouco de prolapso anal. Em 2005 ela recebera 16 tratamentos até 1º de agosto. Apetite e sono estavam melhores. Apresentava

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saburra normal, o baixo ventre era firme, quadril e cintura estavam maiores e ela tinha mais força. Em 30 de maio, reclamara de diarreia e dor abdominal. Neste momento, sua contagem de amylase aumentara. “Neste caso,” seu médico disse, “os sintomas iniciais poderiam estar relacionados ao pâncreas”. Observações: Tratamentos podem ser continuados se houver apenas uma leve melhora, porém você frequentemente perde o paciente quando não há melhora significativa após muitos tratamentos. Esta paciente permaneceu (sem resultados) por um ano inteiro. Ela se tornara amiga de outras duas pacientes, formando um trio – uma de fora da prefeitura e outras duas de dentro. As três são quase da mesma idade e parecem ter-se dado bem. Elas estavam sempre em contato por telefone. Primeiro, a artrite reumatoide da mulher de fora da prefeitura começou a sumir aos poucos. Uma vez que a dor sumiu, ela começara a ganhar peso, e ela passou a se tornar mais alegre. Como ela podia ver a mudança em sua amiga, esta paciente deve ter continuado a ter esperança “Talvez eu também possa.” Muito depois, houve uma influência positiva quando seu primeiro neto nasceu. Embora ela se queixasse de ser exaustivo vir para o tratamento de tão longe, parecia feliz em vir. Eu acredito que sua persistência é o que realmente funcionou neste caso. Caso 5: Mulher de 37 anos Primeiro tratamento: 17 de abril de 2005 Queixas principais: Febre do feno; em adição a isso, o formulário de inscrição dizia que apresentava dor lombar, enxaquecas e disfunção autônoma. Seu sono era pobre ela não tinha apetite. Diagnóstico das seis posições: Pulmão deficiente Diagnóstico da qualidade do pulso: afundado, lento e deficiente. Tratamento: agulhamento super-superficial em VC.12, P.9, BA.3, IG.11, E.36, VB.20, VB.21, VG.10, VG.11, B.21, ponto ilíaco, B.32, B.40 e B.59. Agulhas foram retidas superficialmente em IG.20 e (superior a) B.10.Moxabustão direta em VG.24, VG.10 e VG.11. Progresso: 26 de abril (2º tratamento): Deficiência de Pulmão. Ela ficara tonta após ter seu pescoço e ombros massageados. 20 de maio (5º Tratamento): Deficiência de Pulmão. Ela se sentia deprimida. 6 de junho (7º Tratamento): Ela apresentava tontura e palpitações. Sentia-se muito deprimida. 14 de junho (8º Tratamento): Deficiência de Pulmão. Ela se sentira melhor por quatro dias após o último tratamento. Estava espirrando e apresentava temperatura de 36.9º C. Ela se sentira tonta durante o tratamento, porém o agulhamento em F.1 cessara o mal estar. 21 de junho (9º Tratamento): Esteve bem desde o último tratamento. Um membro de sua família disse que ela não parecia a mesma pessoa quando voltara do tratamento. Ela adorava limpar e se cansara de fazer isto. (Maníaca?) 5 de julho (10º Tratamento): Sentia-se deprimida. Apresentara dores de cabeça, porém o exame no neurologista não mostrara anormalidade. 2 de agosto (13º Tratamento): Começara um trabalho em Agosto em uma empresa em apuros.16 de agosto (14º Tra-


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tamento): Está de alguma forma continuando a trabalhar. Observações: A paciente estava sorrindo quando veio pela primeira vez, porém eu suspeitei de depressão por meio de seus sintomas. Após alguns tratamentos ela começou a dizer que estava indo ao hospital para se tratar de depressão. Ela não melhorara de uma vez, porém ganhara alguma energia e desejo de trabalhar. Permanecia paciente e resoluta com relação a este esforço de longa-data. Conclusão Concluirei com coisas que percebi tratando depressão. Em termos de exame, pode-se aprender a dizer se alguém está deprimido ao observar sua expressão facial. Há aqueles, no entanto, que estão deprimidos mesmo que estejam sorrindo. Então não se pode ter certeza. Pacientes deprimidos têm uma forma característica de falar. Mais do que ser taciturnos, eles tendem a omitir informações cruciais. Então devemos utilizar plenamente os quatro exames para conjecturar sua condição. Em termos de tratamento, como disse anteriormente, o melhor é não inserir as agulhas. Eles parecem tolerar melhor a inserção super superficial, porém até mesmo isto, caso seja feito demais, pode causar fadiga. Portanto, no inicio, é melhor fazer o mínimo de tratamento possível. É melhor indicar o paciente para um especialista, caso sinta que o caso é complexo ou difícil. Especialistas são mais instruídos, e a informação que se recebe deles servirá para fazermos um tratamento melhor. Também há muitas drogas efetivas como SSRI. Muitas pessoas são realmente auxiliadas por elas. Foi apontado, no entanto, que o uso prolongado de drogas psicotrópicas pode causar mudanças de personalidade. É muito bom, se o uso de drogas puder ser reduzido ou interrompido completamente com tratamentos de acupuntura. Mesmo assim, é perigoso para acupunturistas dar sugestões acerca de medicamentos. Pode-se causar um grande dano. Também, devese abster de manifestar palavras de encorajamento. Tudo que se deve fazer é demonstrar compreensão. Se disser algo, tudo que deve fazer é repetir as palavras ditas pelo paciente. Dar e tirar – nesta relação - pode ser um ardil, quando o paciente passa por um caso real de depressão. Isto requer um estudo cuidadoso. Eu disse “depressão real”, mas isto quer dizer que há uma falsa depressão? Aparentemente sim. Alguns doutores a chamam de pseudo depressão. Quando os tempos são difíceis, as coisas algumas vezes não vão conforme se esperava. Há número crescente de adultos imaturos, que quando crianças foram superprotegidas e não preparadas para ter tolerância (enfrentar decepções). As crianças crescem acostumadas a conseguir as coisas de seu modo e esperam conseguir isto nas escolas e quando vão para o mundo. No mundo adulto, quando passam por alguma dificuldade, não conseguem lidar com isto. Alcançam o que consideram o fim – o limite - de sua capacidade e se tornam deprimidas. Nunca pensam “isto é a vida”; “eu nasci para superar desafios como este”; “eu irei aceitá-lo de bom grado”. Elas pensam: “devo ter depressão, o que vem sendo tão falado nos últimos

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dias”. Então vão para uma clínica e dizem que estão sofrendo de depressão. Mesmo que pensem o contrário, há doutores que dirão, “vamos prescrever um antidepressivo leve só por precaução”. Obviamente, as drogas não funcionam. O paciente apenas não tem a inciativa para superar desafios. Em casos como este, há um desequilíbrio dos Zang Fu. Quando o desequilíbrio é corrigido com inserção super superficial, a força emocional com certeza aumentará. Agora, e quanto a praticantes que não fazem diagnóstico pelo pulso ou diagnóstico de diferenciação? Há alguma abordagem boa para eles? Praticantes do estilo Sawada, por exemplo. O estilo Sawada possui pontos padrão. Meu professor disse que estes não precisam ser tratados, a menos que estejam sensíveis. Deve-se aplicar talvez acupuntura ao invés de moxabustão nos pontos sensíveis. Como meu professor disse, normalmente não há sensibilidade. Então, selecionaria os pontos que estão deprimidos ou deficientes. Os pontos padrões incluem VC.12, TA.4, IG.11, E.36, R.6 (que corresponde ao R.3 do estilo Sawada), VG.12, TA.15, B.17, B.18, B.20, B.22 e B.32. Você também pode acrescentar VG.20 e VG.11 a estes. Em qualquer caso, a técnica deve ser a inserção super superficial. O ponto principal é que cada praticante pode utilizar seu próprio sistema de tratamento. O único requerimento é que a técnica de agulhamento seja mudada para a inserção super superficial. Esta abordagem tende a apresentar bons resultados. Se os seres humanos são compostos de mente e de corpo, a saúde é um estado onde ambos estão em equilíbrio. Se isto é verdade, então muitas pessoas não estão saudáveis! Quando a acupuntura é bem utilizada para problemas físicos, além de desaparecerem os problemas físicos, mudam as atitudes do paciente, tornando-se mais positivas. Quando a acupuntura é utilizada para melhorar o humor, não apenas o humor melhora, mas seus problemas físicos também. Isto é o ideal e, para este resultado, os cinco órgãos Zang devem ser harmonizados. A inserção super superficial pode ser utilizada com esse objetivo para obter um bom resultado. Estou convencido de que essa é a forma para trazer as pessoas o mais próximo possível do estado ideal de saúde.

Referência: “Can Acupuncture Heal the Mind – The World of Supersuperficial Insertion,” Journal of Japan Traditional Acupuncture Society, Vol. 29 No. 1 (#48), July 10, 2002. “ Psychosomatic Disorders and Acupuncture and Moxibustion Therapy,” Journal of Japanese Acupuncture and Moxibustion (Ido-no-Nippon), No. 719, Oct. 2003.

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Clássicos

Método de um Único Ponto nos Clássicos da Acupuntura (Zhen Jiu Du Xue Liao Fa) Por Philippe Sionneau

Introdução Desde sempre os acupunturistas têm percebido que determinados pontos promovem uma ação mais forte que outros em diversos tratamentos. Tal observação clínica recomendaria o emprego de um único ponto, se este fosse poderoso e suficiente para regular determinado desequilíbrio. Este raciocínio está na origem do que hoje se denomina “método terapêutico de acupuntura e moxabustão para um único ponto” (Zhen Jiu Du Xue Liao Fa). Os chineses o resumem como “uma doença, um ponto”. As inserções “mágicas” (Zhen Liang) nesses pontos são utilizadas por acupunturistas chineses contemporâneos. A técnica foi assimilada pela experiência clínica e a leitura de textos clássicos como o Nei Jin Su Wen, Zhen Jiu Jia Yi Jing, Zhen Jiu Da Quang, Zhen Jiu Ju Ying, Zhen Jiu Da Cheng, nos quais é mencionada a utilização do método de ponto único, sendo algumas dessas obras relativamente bem conhecidas no Ocidente. Isto não significa que esta técnica seja a melhor ou a mais eficiente, até porque existem diferentes caminhos tradicionais para tratar com acupuntura e o método de um único ponto é só um deles. Gostaria de enfatizar que os acupunturistas da antiguidade e da nossa época sinalizaram a importância de determinados pontos que correspondem à melhor opção terapêutica. Selecionei dois tipos de fontes para a apresentação desse tema: textos clássicos e a experiência clínica dos acupunturistas contemporâneos. Este artigo, que não pretende ser exaustivo, constitui a segunda parte desta apresentação: as aplicações contemporâneas. O método de um único ponto nos clássicos da acupuntura Deixaremos que cada um descubra a lógica da acupuntura existente na seleção de cada ponto a partir dos clássicos. A seleção depende da anatomia, da dinâmica da fisiologia e dos Jing Luo, da teoria do Yin e Yang, dos cinco movimentos e das propriedades empíricas dos pontos, segundo os textos clássicos. Tentei escolher a aplicação de alguns pontos que fugiam um pouco do normal (sem querer “mistificar”). Para evitar que o artigo ficasse cansativo, limitei-o às citações de sete clássicos, extraindo dez referências de cada um deles e abstendo-me de citar os capítulos de onde foram indicados os pontos. Coloco-me à disposição das pessoas interessadas e que leem em chinês para lhes transmitir as referencias exatas.

Na tradução, adaptei o texto antigo com a finalidade de tornar a leitura mais compreensível. 1-Método de tratamento de um único ponto do Huan Di Nei Jin Su Wen (Questões Simples do texto Medicina Interna do Imperador Amarelo / 200 a.C.) Para a respiração asmática, BP.1 (Yin Bai) Para os olhos vermelhos e doloridos, R.6 (Zhao Hai) Para os olhos lacrimejantes, B.10 (Tian Zhu) Para o dor do coração, VG.8 (Jin Suo) Para a doença de Dian (psicoses depressiva), VG.1 (Chang Qian) Para o enrijecimento das costas e coluna vertebral, VG.1 (Chang Qian) Para a dor muscular, E.36 (Zu San Li) Para a dor no conjunto do corpo, BP.21 (Da Bao) Para o calor na palma da mão, P.7 (Lie Que) Para a dor e adormecimento do ventre, (pélvis menor), B.40 (Wei Zhong) 2- Método de tratamento de um único ponto do Zhen Jiu Jia Yi Jing (ABC da Acupuntura e Moxabustão de Huang Fu Mi / 259 d.C.) Para a hipersônia, ID.2 (Er Jian) Para a tosse com dor nos hipocôndrios, VB.44 (Zu Qiao Yin) Para a loucura, divagação verbal, cólera, RM.14 (Ju Que) Para a febre, calafrios e cefaléia como se a cabeça se partisse, E.8 (Tou Wei) Para a dor de ombro que irradia em direção ao pescoço, E.12 (Que Pen) Para o corpo pesado e ossos doloridos, BP.3 (Tai Bai) Para o medo a tristeza e falta de alegria, rosto quente, sede, F.2 (Xing Jian) Para os borborigmos acompanhados de dor, IG.7 (Wen Liu) Para a lombalgia com dificuldade para eliminação das fezes, B.2 (Zan Zhu) 3-Método de tratamento de um único ponto da Sheng Ji Zong Lu (Coleção geral da Assistência Sábia – Manual Oficial de Acupuntura da Escola de Medicina Imperial da Dinastia Song / entre 1111 -1117)


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Para a tosse com dor nos hipocôndrios, F.2 (Tai Chong) Para a tosse com dor no hipocôndrio direito, BP.3 (Tai Bai) Para a tosse com dor na lombar e nas costas, R.3 (Tai Xi) Para a tosse depois da dor cardíaca, C.7 (Shen Men) Para a tosse com flatulências, ID.8 (Xiao Hai) Para a tosse com perdida de urina, B.40 (Wei Zhong) Para a tosse com vômitos, E.36 (Zu San Li) Para a tosse com vômitos de líquidos amargos, VB.34 (Yang Ling Quan) Para a dor em pontada no peito, E.40 (Feng Long) Para o Bi do peito que irradia para as costas, PC.5 (Jian Shi) 4-Método de tratamento de um único ponto do Zheng Jiu Zi Sheng Jing (Livro de Experiências em Acupuntura e Moxabustão, de Wang Zhi Zhong / 1220) Para a tristeza e o medo, C.4 (Ling Dao) Para a dor nos intestinos, R.17 (Shang Qu) Para a dilatação dos cinco tipos de hemorroidas, B.54 (Zhi Bian) Para as fezes irregulares, B.47 (Hun Men) Para urinar com dificuldade com ventre dilatado, RM.2 (Qu Gu) Para a anúria, F.8 (Qu Quan) ou F.2 (Xing Jian) Para o Vazio dos Zang Fu, RM.6 (Qi Hai) Para o esgotamento com perda de peso e espermatorreia, B.43 (Gao Huang Shu) Para polifagia e fraqueza do corpo, B.20 (Pi Shu) Para os cinco Lin (estrangurias – micção lenta e dolorosa), R.7 (Fu Liu) ou RM.3 (Zhong Ji) ou RM.2 (Qu Gu) 5-Método de tratamento de um único ponto do Zhen Jiu Da Chang (Clássico de Acupuntura e Moxabustão de Xu Feng / 1439) Para a rigidez do pescoço, RM.24 (Cheng Jiang) Para a icterícia, ID.4 (Wan Gu) Para a dor na parte posterior do calcanhar, B.61 (Pu Can) Para os cinco dedos que não se afastam, TA.3 (Zhong Zhu) Para o frio no Baço e a dor no Estomago, BP.4 (Gong Sun) Para as pernas e joelhos edemaciados, B.67 (Zhi Yin) Para a dor de dentes, R.3 (Tai Xi) Para os ombros difíceis de movimentar, VB.21 (Jian Jing) Para a dor no Coração e a mão com tremedeira, C.3 (Shao Hai) 6-Método de tratamento de um único ponto do Zhen Jiu Ju Ying (Coleção do Melhor Sobre a Acupuntura e a Moxabustão de Gao Wu / 1529) Para o parto difícil, R.6 (Zhao Hai) Para as fezes com sangue, P.7 (Lie Que) Para o frio no ombro, B.62 (Shen Mai) Para a transpiração noturna contínua, ID.3 (Hou Xi) Para o intumescimento, dor e falta de força nas mãos e pés, TA.5 (Wai Guan)

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Para a mão e o pé que não podem se movimentar depois do Zong Feng (AVE), VB.41 (Zu Ling Qi) Para o arroz e cereais que não podem ser digeridos, PC.6 (Nei Guan) Para os nove tipos de dores cardíacas, o ponto BP.4 (Gong Sun) 7-Método de tratamento de um único ponto do Zhen Jiu Da Cheng (Grande Enciclopédia da Acupuntura e Moxabustão de Yang Ji Zhou / 1601) Para a reflexão excessiva, VG.20 (Bai Hui) Para os pesadelos, BP.5 (Shang Qiu) Para as fezes e retenção urinaria, RM.12 (Zhong Wan) Para o edema do rosto, E.45 (Li Dui) Para os pés frios como gelo, B.23 (Shen Shu) Para a dor lombar que impede a posição vertical, B.59 (Fu Yang) Para o rosto vermelho e tosse roca, TA.6 (Zhi Gou) Para o corpo quente (febre) com transpiração, BP.2 (Da Du) Para as mamas inchadas e doloridas, VB.41 (Zu Lin Qi) Para as pernas frias como gelo, E.33 (Yin Shi)

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© Copyright Philippe Sionneau 151, bld Jean Jaurès 92110 Clichy-la-Garenne (France) - Tél : (003) (0)8.70.25.20.13 - philippe@sionneau.com

Tradução e preparo: Professor Alberto Garcia Bertolli, Acupunturista

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Fitoterapia

Tratar o Câncer pela Fitoterapia Chinesa Dr. Woosen U.R.

Resumo Geralmente, o câncer é uma situação de deficiência de Qi do corpo e excesso de patogênico, uma síndrome de deficiência e excesso, ao mesmo tempo. Tratamentos contra o câncer, como radioterapia e quimioterapia, podem produzir vários tipos de efeitos colaterais, pois dispersam a energia do paciente e não tonificam suas deficiências. A MTC concorda que a radioterapia ou quimioterapia tratam o câncer, mas insiste que o câncer deve ser tratado com dispersão e tonificação, ao mesmo tempo, ou seja, a situação do paciente deve ser considerada no tratamento do câncer. Muito já foi pesquisado na MTC, desde o seu nascimento, sobre o câncer. O tratamento com a Fitoterapia chinesa foi desenvolvido para vários tipos de condições. Este artigo mostra o grande valor da fitoterapia chinesa no tratamento do câncer e orienta sobre utilizá-la para reduzir os efeitos colaterais produzidos pela radioterapia ou quimioterapia. Palavras chave – Câncer, Fitoterapia Chinesa, MTC (Medicina Tradicional Chinesa), Radioterapia, Quimioterapia

1. Causas do Câncer Quando o paciente perde o equilíbrio entre Yin-Yang, reduz movimento de Qi-Sangue e fica deficiente de Qi. Nessa condição, patogênicos como fleuma, umidade, estagnação de Qi ou Sangue e toxinas tornam-se mais propícios a acontecer, podendo produzir o câncer. As causas de câncer mais detalhadas, na visão da MTC, são as seguintes: (1) Seis patogênicos penetram o corpo, produzem a estagnação de Qi e de Sangue

Seis patogênicos na MTC: Vento, Frio, Calor de Verão, Umidade, Secura e Fogo. Huang Di Nei Jing, Imperador Amarelo, Ling Shu, Jiu Zhen contam que „os patogênicos das Quatro estações e Oito direções podem entrar nos meridianos, produzindo os acúmulos‰. Quatro estações e oito direções significam tempo e espaço do universo. Todos os tempos e espaços têm patogênicos específicos que ficam simbolizados como seis tipos de patogênicos. Seis patogênicos podem incluir ingredientes químicos produzidos pela poluição de ambientes. (2) Perder o equilíbrio da alimentação

Excesso de alimentos picantes e gordurosos, ou ingestão de bebida alcoólica pode produzir umidade. Caso a umidade se acumule, pode produzir calor.

Outros mecanismos podem ser a perda de equilíbrio do Baço e os maus hábitos alimentares. Ambos podem produzir a umidade, que acumulada transforma-se em fleuma, influencia o movimento de Qi e do Sangue. A produção de fleuma junto com a estagnação de Qi e Sangue formam a base para o surgimento do câncer. Excessos de comidas quentes ou frias, comida gordurosa ou comer rápido ou irregularmente podem estimular o corpo cronicamente a produzir o câncer. Trabalhar em excesso e ficar demasiadamente cansado também podem gerar deficiência do Baço e, consequentemente, deficiência de Qi e de Sangue e, portanto, também constituem a base para o aparecimento do câncer. (3) Razão constitucional

Algumas pessoas já nascem com problemas de deficiência de Qi ou Sangue. Quando isso ocorre seus órgãos tornam-se fracos e mais susceptíveis a ter doenças. Esses tipos de problemas são constitucionais. É necessário controlar os problemas constitucionais ao longo de toda a vida. (4) Perder equilíbrio emocional pode prejudicar os Órgãos

Excesso de pensamento, depressão, raiva ou tristeza podem afetar Baço, Fígado e Coração. O sistema de circulação do Qi não funciona bem, o Qi não pode fluir, o que produz a estagnação de fleuma. Sangue também não pode fluir bem, por isso se produz a estagnação de sangue. Sangue e fleuma estagnados e acumulados se misturam e causam o Câncer. A perda do equilíbrio emocional também lesa os Łrgãos, deixando o corpo mais suscetível à penetração dos seis tipos de patogênicos e, assim, o quadro se agrava. Normalmente, na etapa inicial do câncer, patogênicos excessivos ou síndromes de excesso são claros, enquanto a deficiência não. Contudo, isso não significa que não haja uma deficiência envolvida. A etapa intermediária começa a apresentar os quadros de deficiência mais claramente. Nesta etapa o paciente apresenta quadros de deficiência e excesso, ao mesmo tempo. A etapa final apresenta quadros de deficiência com mais clareza, o que não significa que não haja síndromes de excesso. 2. Sintomas gerais do câncer Cada câncer tem características próprias e sintomas mais típicos. Normalmente o câncer pode acontecer em mais de um órgão. Os sintomas gerais são os seguintes:


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Mercado de Medicina Tradicional Chinesa de Xi’an

(1) Câncer de pulmão – sintomas de pulmão são mais claros,

como tosse, dor no peito, falta de ar ou fleuma com sangue. (2) Câncer de intestino grosso – dor no baixo ventre, dor de barriga, fezes com sangue ou pus, mudança de forma das fezes. (3) Câncer de fígado - dor nas costelas, sensação rija na barriga, inchaço, apetite fraco, icterícia ou abaulamento (4) Câncer de pâncreas – dor perto do umbigo, náusea, vômito, icterícia, febre baixa no corpo. (5) Câncer de estômago – dor na parte superior do ventre, dor em distensão no abdome, náusea, vômito ou fezes pretas.

3. O princípio de tratamento do câncer em MTC O princípio de tratamento é tonificar a deficiência e dispersar os patogênicos. Normalmente pode-se dividi-lo em três etapas, como início, meio e fim. De início, o tratamento do câncer normalmente está centrado em expelir os patogênicos, como abrir os meridianos e circular o Qi, expelir a umidade e transformar a fleuma, circular o sangue e remover as estagnações, desintoxicar e remover a estagnação. No final o tratamento do câncer normalmente está concentrado em tonificar, tanto o Qi, quanto o sangue, o Baço e os Rins, nutrir Yin, aumentar Yang e adicionar meios de expelir patogênicos e desintoxicar. Mas, normalmente, vários casos de câncer têm deficiência e excesso, sendo necessário utilizar o caminho de tonificar e dispersar, ao mesmo tempo. Na etapa inicial, contudo é con-

veniente dispersar mais, na do meio tonificar e dispersar ao mesmo tempo e em igual proporção, e, na etapa final, deve-se tonificar mais.

4. Fórmulas fitoterápicas chinesas Apesar de depender dos sintomas, quase todas as fórmulas a seguir indicadas podem ser utilizadas para o câncer. As fórmulas mais utilizadas no tratamento do câncer são as seguintes: Er Chen Tang (ὺ朶㵒) seca umidade e transforma a fleuma. Usado em vários casos de umidade e fleuma. As ervas são BanXia 珶␸⧽珷, ChenPi 珶朶䞜珷, FuLing 珶吝叁珷, GanCao cozido (䆇䘆吷). Tao Hong Si Wu Tang 珶㤱侐⟉䍗㵒珷 essa fórmula é a combinação da fórmula, Si Wu Tang 珶⟉䍗㵒珷e ervas como TaoRen 珶㤱ᾯ珷, HongHua珶侐原珷. Pela função de TaoRen e HongHua, fortalece a função de remover a estagnação de sangue de Si Wu Tang. Sha Shen Mai Dong Tang 珶㶇⒰澔⊚㵒珷 Nutrir Yin de Pulmão e resfriar o calor. Mais usado para os casos de deficiência de Yin de Pulmão como tosse seca, suor de deficiência, Lingua vermelha, saburra fina, pulso fino e rápido. Sheng Mai San 珶䘍澔㙑珷 Dang Shen (≈⒰) pode tonificar o Qi; Mai Dong珶澔⊚珷tonifica Yin e produz líquidos; Wu Wei Zi珶ᾂ╡ⰾ珷faz convergir Qi de Pulmão. As três ervas podem tonificar Qi, nutrir Yin e produzir líquidos. Mais usados para os vários casos de efeitos colaterais da radioterapia que inclui deficiência de Yin e corpo seco. Da Huang Zhe Chong Wan 珶⨕澲zhe坙ἦ珷 mais usados

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para casos graves (uma estagnação tĂŁo grande que o corpo entra em paralisação) de estagnação de Qi e Sangue. Yin Chen Hao Tang ç?śĺ?Łćœśĺ–­ăľ’ç?ˇÂ– usado para casos de umidade e calor ao mesmo tempo. Em caso de calor forte, pode-se adicionar ervas que resfriam o calor como Shi Gaoç?ś 䣥剽ç?ˇ, Zhi Muç?śäŁ“㲝ç?ˇ. Si Jun Zi Tang ç?śâ&#x;‰â”‰â°žăľ’ç?ˇÂ– Tonificar Qi. Xiao Yao San ç?śćƒťć…“㙑ç?ˇÂ– usado para bloqueio de Qi do FĂ­gado como tristeza, desânimo emocional. Xiao Yao San ĂŠ mais utilizado para quando FĂ­gado e EstĂ´mago nĂŁo estĂŁo em equilĂ­brio. Quase todos os casos de câncer tĂŞm sintomas emocionais e alteraçþes de apetite. Yi Wei Tang ç?śäž¸ĺ†ąăľ’ç?ˇÂ– Tonificar Yin do EstĂ´mago. Shi Quan Da Bu Tang ç?śâ?Żâ‰–⨕弓㾒ç?ˇ – Tonificar Qi e Sangue ao mesmo tempo. Pesquisas modernas demonstram que Shi Quan Da Bu Tang tem efeito claro sobre o sistema imunolĂłgico. Bai Tou Weng Tang ç?śä?Ťâ¨˘ĺ‚Żăľ’ç?ˇ – mais usado para diarrĂŠia de umidade e calor. VĂĄrios casos de câncer intestinal apresentam estes sintomas. Em caso de sangue nas fezes, pode-se adicionar ervas que param o sangramento, como Di Yu Tan ç?śâ ž㊴ç?ˇ, Chao Jing Jie (䆀ĺ?´ĺŽ“ç?şJing Jie cozido), Tian San Qiç?śä˜žᝡ᝹ç?ˇ. Xian Fang Huo Ming Yin ç?śáż‡ăš§ă¸Šâ•ŤćŠœç?ˇ – usado para sĂ­ndrome de calor e estagnação de toxinas. Pode desintoxicar e expelir pus ao mesmo tempo. Liu Wei Di Huang Wan ç?śâ‰›â•Ąâ ž枲៌ç?ˇÂ– usado para sĂ­ndrome de deficiĂŞncia de Yin dos Rins. Si Wu Tang ç?śâ&#x;‰ä?—ăľ’ç?ˇ – tonificar e circular o sangue Xiao Chai Hu Tang ç?śâł˝ăŁ˘ĺ‡?ăľ’ç?ˇÂ– expele o patogĂŞnico no Shao Yang. Outras fĂłrmulas tambĂŠm podem ser usadas, dependendo da situação do paciente e diagnĂłstico em MTC.

5. Ervas que tem função de anti-câncer Tratamento de câncer pela MTC nĂŁo depende de algumas ervas que tĂŞm função anticancerĂ­gena somente. O tratamento de câncer deve ser realizado tratando-se o corpo inteiro. Somente extinguir o câncer no local pode nĂŁo ser um tratamento completo. Câncer nĂŁo acontece por azar, mas sim por se perder o equilĂ­brio entre Yin e Yang, Qi e Sangue do corpo todo. Por isso, depender de uma ou algumas ervas especĂ­ficas somente nĂŁo ĂŠ o caminho completo. Aqui, apresentarei algumas ervas que tem especialmente função anticancerĂ­gena. Mas como algumas delas sĂŁo altamente tĂłxicas, torna-se necessĂĄrio o diagnĂłstico em MTC para prescrever de forma adequada. Considerando a sĂ­ndrome e os sintomas do paciente, podese adicionar 2-3 dessas ervas na composição. Long Kuiç?śç‚‡ĺ•Ł Solanum nigrum Shu Yang Quanç?śĺ&#x;Žĺ ¸ 㜡ç?şćŠźăĄŒ Solanum septemlobum Bunge), Cao He Che ( ĺ?ˇăśĄć ”, Rhizoma Paridis Yunnanensis ), Zao Xiu ( ĺž’áżż, Rhizoma Paridis ) , Tian Men Dong ( ⨗曖⊚, Asparagus cochinchinensis), Mao Zhao Cao ( ä?™äŒ˜ĺ?ˇ, Ranunculus ternatus Thunb ), Ba Yue Zha (≙ă&#x;śăŒź, Akebia trifoliata ), Zhi Chan Piç?śä†‡壏äžœ, Venenum Bufonisç?ˇ, Shan Ci Gu (âľ&#x;ăˆśâŞż, Santsigu tuber) , Tu Fu Ling ( â ?ĺ??ĺ? , Smilacis glabrae Rhizoma ) , Tian Hua Fenç?śâ¨—ĺŽ&#x;価

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Trichosanthes rosthornii Hermsç?ˇ, Sheng Yi Ren ( ä˜?ĺ??ឯ, Coix lacryma-jobi) , Ban Zhi Lianç?śâ?¸ă˜?ĺ’ , Portulaca grandiflora Hookç?ˇ, Bai Hua She She Cao ( ä?ŤĺŽ&#x;ĺžľĺ‹şĺ?ˇ, Herba Hedyotis Diffusae ) , Shi Da Chuanç?śäŁĄă? ä­­ç?şäŁĄĺŞŻä­­ç?şSalvia chinensis Benth. ç?ˇ, Xia Ku Cao (⧽ă˘?ĺ?ˇ, Prunella vulgaris Linn.) , Wei Ling Xianç?śâŤŻä…Łáż‡, Clematis chinensis Osbeckç?ˇ, Bei Sha Shen ( â?…㜇⒰, Glehnia littoralis F. Schmidtex Miq.) , Zhi Nei Jinç?śä†‡â‰łćŠż, Gallus gallus domesticus Brissonç?ˇ, Gui Jian Yu ( 氪䲛傍, Euonymus alatus) , Shan Dou Gen ( âľ&#x;崴㤧, Sophorasubprostrata Chunet T. Chen) , Dang Shen ( ≈⒰, Codonopsis pilosula ) , Bai Zhu (ä?Ťă ?, Atractylodes macrocephala Koidz.) äŤ”äžœ, Fraxinus rhynchophylla Hanceç?ˇ, Bai Tou Wengç?śä?Ťâ¨˘ ĺ‚Ż, Pulsatilla chinensisç?ˇ, Ya Dan Zi (柔冴Ⱎ, Bruceajavanica(L.) Merr), Di Jin Caoç?śâ žć˜”ĺ?ˇ, Euphorbia humifusa Willd ç?ˇ, Di Yu (â ž㊴, Sanguisorba officinalis L. ) , Shi Liu ( 䣥㪢, Punica granatum) , Ba Qia (ĺ“‹ĺ•Šç?şSmilaxchinaL.)

6. Os efeitos colaterais da radioterapia e quimioterapia Radioterapia e quimioterapia são caminhos efetivos para tratar o câncer, mas devem ser observadas algumas condiçþes para usar esses tratamentos. Considerando a agressão ao corpo que normalmente se observa com a radioterapia e quimioterapia, a MTC insiste na necessidade de completar o tratamento, utilizando a fitoterapia chinesa para reduzir os vårios efeitos colaterais, alÊm de potencializar o tratamento. Mas a fitoterapia chinesa isoladamente tambÊm pode apresentar bons resultados no tratamento do câncer. Aqui focamos a seguir os efeitos colaterais da radioterapia e da quimioterapia. (1) Os efeitos colaterais de radioterapia

Na visĂŁo da MTC, radio ĂŠ um tipo de toxina quente. Radio pode machucar as cĂŠlulas normais e ĂłrgĂŁos, podendo produzir alguns efeitos colaterais. Geralmente pacientes podem ter sintomas ou problemas posteriores. As sĂ­ndromes de efeitos colaterais devido Ă radioterapia sĂŁo geralmente deficiĂŞncia de Yin de FĂ­gado e Rim ou DeficiĂŞncia de Qi ou Sangue porque hĂĄ perda Qi, Yin e lĂ­quidos por conta do tratamento. As principais manifestaçþes sĂŁo: Dermatites locais (pele preta, pele seca, pele vermelha, ulceração etc.), Estomatites (mucosa vermelha ou preta, erosĂŁo da mucosa, ulceração da mucosa, dor no local etc.), faringites, esofagites (quando engole, o paciente pode referir dor no peito, atrĂĄs do esterno), pneumonia (pode apresentar tosse quando estimulado, tosse seca, fleuma branca ou escarro de espuma), cansaço de corpo inteiro, dor e fraqueza nas pernas e braços, fica cansado com facilidade, tontura, dor de cabeça, sonolĂŞncia, reação lenta, insĂ´nia, redução de apetite, nĂĄusea, vĂ´mito, dor abdominal, diarrĂŠia, constipação, redução de leucĂłcitos, redução de plaquetas, redução de GlĂłbulos vermelhos, redução de hemoglobina, tendĂŞncia Ă anemia, corpo inteiro fraco, miocardite. Normalmente, para se tratar ou prevenir os efeitos colaterais da radioterapia, as seguintes fĂłrmulas sĂŁo utilizadas. Em caso de sĂ­ndrome de deficiĂŞncia de Qi ou Sangue, utilizar principalmente Ba Zhen Tang(≙䒝㾒ç?ˇ, Si Jun Zi Tangç?ś


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⟉┉ⰾ㵒珷 , Si Wu Tang珶⟉䍗㵒珷, Shi Quan Da Bu Tang珶 ␯≖⨕奓㵒珷, Sheng Mai San珶䘍凷㙑珷etc. Em caso de síndrome de Deficiência de Yin de Fígado e Rim, utilizar principalmente Liu Wei Di Huang Wan珶≛╡⠞澲ἦ珷, Zhi Bai Di Huang Wan珶䣓㢽⠞澲ἦ珷, Mai Wei Di Huang Wan珶澔╡⠞澲ἦ珷, Qi Ju Di Huang Wan珶㡌咸⠞澲ἦ珷 (2) Os efeitos colaterais de quimioterapia

Normalmente, a quimioterapia tem influência na medula óssea e trato gastrointestinal. As síndromes de efeitos colaterais pela quimioterapia são geralmente acúmulo de calor, ascensão de fogo pela deficiência de Yin, desequilíbrio entre FígadoBaço. Os principais sintomas clínicos são: Sentimento de cansaço, apático, suor, sonolência, redução de leucócitos, redução de plaquetas, redução de glóbulos vermelhos, redução de hemoglobina. (Uma frequência maior de quimioterapia reduz a atividade da medula óssea), redução de apetite, náusea, vômito, inchaço, dor abdominal, diarréia, constipação. (Uma frequência maior de quimioterapia estimula o trato gastrointestinal), febre, tontura, dor de cabeça, boca seca, inflamação na boca, constipação, pode causar danos às células miocárdicas, pode também apresentar palpitação, aperto no peito, incômodo na área de coração, falta de ar, insuficiência cardíaca, lumbago, incômodo na área dos rins, fibrose pulmonar, cistite incômodo ou dor na área abdominal, hematúria, mãos e pés entorpecidos, alteração da função hepática, incômodo na área do fígado, Hepatite tóxica, flebite (Uma frequência maior de quimioterapia pode ser feita por meio de injeção intravenosa, facilitando assim a ocorrência de flebite. Sintomas como dor local, cor vascular enegrecida), redução da imunidade. Normalmente, para tratar ou prevenir os efeitos colaterais da quimioterapia, as seguintes fórmulas são utilizadas: Em caso de síndrome de Acúmulo de Calor, as fórmulas mais utilizadas são Xiao Chai Hu Tang珶⳽㣢减㵒珷. Em caso de síndrome de Ascensão de Fogo pela Deficiência de Yin, as fórmulas mais utilizadas são Qing Hao Bie Jia Tang珶桀喭淄 䘠㵒珷, Sha Shen Mai Dong Tang珶㶇⒰澔⊚㵒珷, Zhi Bai Di Huang Wan珶䣓㢽⠞澲ἦ珷, Mai Wei Di Huang Wan珶澔╡ ⠞澲ἦ珷. Em caso de Desarmonia entre Fígado e Baço, as fórmulas mais utilizadas são Xiao Yao San珶惻慓㙑珷, Chai Hu Shu Gan San珶㣢减䙽冋㙑珷, Xiang Sha Liu Jun Zi Tang珶 檇䣰≛┉ⰾ㵒珷, Xiao Chai Hu Tang珶⳽㣢减㵒珷 e Si Jun Zi Tang珶⟉┉ⰾ㵒珷, etc.

7. Exemplos de tratamento de câncer Fitoterapia chinesa pode ser aplicada tanto para o tratamento do câncer quanto para diminuir os efeitos colaterais da radioterapia e a quimioterapia. Se utilizada junto com a radioterapia ou quimioterapia, a fitoterapia chinesa pode potencializar seus efeitos. Vários casos de câncer apresentam deficiência de Qi ou Sangue, Yin ou Yang. Quadros de Deficiência podem fazer com que patogênicos penetrem o corpo com mais facilidade, ou então sejam gerados internamente. A seguir são relatados dois casos de câncer, um tratado apenas com fitoterapia e outro com radioterapia combinada com

fitoterapia para reduzir seus efeitos colaterais e potencializar o tratamento. Caso 1

Nome: Kim, masculino 70 anos, inchaço e dor na barriga, dor na costela direita, cansaço há um mês, diarréia como água, urina amarela, apetite fraco, face escura, corpo magro, língua pálida, marca de dentes, saburra fina, pulso fino e corda, CT mostra tumor com tamanho 4 X 5 cm, AFP 265 øg/L, câncer original no lobo direito do Fígado. (1) Análise de sintomas:

Dor na costela direita demonstra o bloqueio de Qi de Fígado. Inchaço e dor na barriga, cansaço, apetite fraco, diarréia como água e corpo magro demonstram deficiência de Baço. Urina amarela mostra toxicidade de calor estagnado no interior do corpo. Esse caso começou como estagnação de Qi do Fígado com emoção incômoda, tristeza ou bebida em excesso. Quando Qi do Fígado fica em excesso, agride o Baço, que se torna debilitado. Por isso, este paciente demonstra sintomas de deficiência de Baço, como inchaço e dor na barriga, cansaço, apetite fraco, diarreia como água e corpo magro. Urina amarela mostra o calor no corpo, produzido pela estagnação de Qi ou Sangue. Esse caso apresenta estagnação de Qi e Sangue, ao mesmo tempo. Dor fixa no lugar significa dor de estagnação de Sangue. Normalmente, estagnação de Qi apenas apresenta dores não fixas. Língua com marca de dentes, saburra fina e pulso fino está mostrando situação de deficiência de Baço, pulso em corda demonstra estagnação de Qi e Sangue. Língua pálida devido ao fato de que o calor produzido pela estagnação não afetou o corpo inteiro, mas sim apenas o local. Também o Qi é fraco. Por isso, é mais difícil aquecer o corpo inteiro. O Meridiano do Zu Jue Yin - Fígado (庡⒓朢冋侽珺Meridiano de pé-jueyin-Fígado) passa pelos pontos VC.2 (Qu Gu 㟠殖) e VC.4 (Guan Yuan ≡∱). Por isso, o calor e a toxicidade no local podem-se apresentar facilmente por meio da urina amarelada. (2) Conclusão da análise diagnóstica

Estagnação de Qi de Fígado e Sangue, Deficiência de Baço, Estagnação de toxicidade e Calor no local. (3) O caminho de tratamento

Liberar o Qi do Fígado, tonificar Qi de Baço, circular Qi e Sangue, desintoxicar e restringir o tumor. (4) Prescrição

Dang Shen(≈⒰) 20g, Gan Cao (䘆吷) 5g, Chuan Lian Zi (⻋㩋ⰾ) 9g, , Yan Hu Suo (⿤减丐) 12g, Chen Pi (朶䞜) 5g, Huang Qin (澲厗) 10g, Dan Shen (ἧ⒰) 20g, Bai Zhu(䝫㠝) 15g, Shu Fu (瀎⩵) 24g, Ba Yue Zha (≙㟶㌼) 12g, Bai Hua She She Cao (䝫原垵勺吷) 24g Dang Gui (ぁ぀) 12g, Bai Shao ( 䝫卻) 18g, Cu Chai Hu 珶批㣢减珷5g Fu Ling (吝叁) 12g Shi Jian Chuan (䣡媯䭭) 12g 7 dias. (5) Explicação da Prescrição

Seguindo o caminho de tratamento, utilizar ervas que

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podem liberar Qi de Fígado, tonificar Qi de Baço, circular Qi e Sangue, desintoxicar e restringir o tumor. Chuan Lian Zi, Cu Chai Hu, Yan Hu Suo e Chen Pi liberam o Qi do Fígado, circulam Qi, harmonizam Estômago e cessam a dor. Dang Gui e Bai Shao tonificam o sangue harmonizam o Fígado. Dang Shen, Bai Zhu, Fu Ling e Gan Cao compõem a fórmula Si Jun Zi Tang que tonifica o Qi e o Baço. Huang Qi tonifica Qi, Dan Shen, Ba Yue Zha e E Zhu regulam Qi, removem acúmulo e anticancerígeno. Shi Jian Chuan, Shu Fu e Bai Hua She She Cao resfriam o calor, desintoxicam, têm função anticancerígena, removem o acumulo e cessam a dor. Caso 2

Nome: Li, sexo feminino, 55 anos, câncer de pulmão, em processo de tratamento com radioterapia. Surgiram como efeitos colaterais tendência a pneumonia, esofagite e mielite. Sintomas: tosse seca, pouca fleuma de cor amarela e mucosa, dor esporádica no peito, sangue na fleuma, pernas e mãos entorpecidas e difíceis de mover, corpo cansado, palpitação, transpiração excessiva, dor ao se alimentar, boca seca, língua seca, vermelha, com saburra amarela. Pulso fino e rápido.

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Hong Hua e Su Mu auxiliam a circular o sangue. Jin Yin Hua auxilia a resfriar o calor de Pulmão.

8. Conclusão A fitoterapia chinesa se baseia nas teorias da MTC, podendo tratar diversas enfermidades. Também possui o mérito de tratar tanto o câncer, quanto os efeitos colaterais da quimioterapia ou da radioterapia. O câncer é um processo de deficiência, bloqueio de Qi ou Sangue, umidade e calor, fleuma etc. A característica do câncer é a mistura de síndromes de deficiência e excesso, ao mesmo tempo. O tratamento com radioterapia ou quimioterapia apresenta uma característica de dispersão que acentua a deficiência. Por isso, o tratamento de um paciente com câncer submetido à quimioterapia e à radioterapia torna-se ainda mais complicado. Ainda que a radioterapia e quimioterapia sejam importantes no tratamento do câncer, é aconselhável se utilizar de fitoterapia ao mesmo tempo. A flexibilidade da fitoterapia chinesa permite combinar no tratamento tonificação e dispersão, ao mesmo tempo. Os dois exemplos contidos neste artigo demonstram como realizar o tratamento de tonificar e dispersar conjuntamente.

(1) Análise de sintomas

Esse caso se trata de uma deficiência de Yin de pulmão. Houve a perda de Yin devido à toxina gerada pelo calor da radioterapia. Neste caso, a utilização de fitoterapia e radioterapia, ao mesmo tempo, pode potencializar o efeito do tratamento. Tosse seca, pouca fleuma e mucosa, dor no peito, sangue na fleuma, entorpecimento, palpitação, transpiração excessiva, boca seca, língua seca são sintomas de falta de Yin e Líquidos. Cansaço, palpitação e falta de ar podem significar deficiência de Qi também. Língua e pulso também demonstram situação de deficiência de Yin e Qi. (2) Conclusão de análise diagnóstica

Deficiência de Yin e Qi de Pulmão (3) O caminho de tratamento

Nutrir Yin e Líquidos de Pulmão, assim como tonificar Qi, Nutrir Pulmão, resfriar o calor deficiente, circular o sangue, acalmar a tosse. (4) Prescrição

Bei Sha Shen珶␅㶇⒰珷 12g, Mai Dong 珶澔⊚珷15g, Tian Hua Fen珶⨗原䵷珷10g珺Chen Pi珶朶䞜珷 5g, Bai Zhu珶 䝫㠝珷 5g, Fu Ling珶吝叁珷 5g, Ji Nei Jin珶漏≳抿珷 15g, Nu Zhen Zi珶⩡希ⰾ珷 20g, Ji Xue Teng 珶漏央囒珷18g, Hong Hua 珶侐原珷 12g, Su Mu珶厽㠖珷12g珺 Sheng Huang Qi (䘍澲 厘) 25g, Shi Hu珶䣡㚉珷 15g, Jin Yin Hua珶抿旤原珷 20g,

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(5) Explicação acerca da prescrição

Bei Sha Shen, Mai Dong, Nu Zhen Zi e Shi Hu podem tonificar Yin, resfriar o calor deficiente. Tian Hua Fen pode nutrir líquidos, assim como resfriar o calor de Pulmão. Chen Pi, Bai Zhu, Ji Nei Jin e Sheng Huang Qi tonificam Qi de Baço e o Qi de Pulmão. Fu Ling tonifica Baço, mas também pode ativar urina, que por sua vez ajuda a eliminar o calor. Ji Xue Teng,

Dr. Woosen U.R., é Professor de Medicina Tradicional Chinesa em Curitiba/PR


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Normas para Publicação

Medicina Chinesa Brasil

Normas Gerais para Publicação na Revista Medicina Chinesa Brasil A Revista Medicina Chinesa Brasil publica artigos de interesse científico e tecnológico, realizados por profissionais dessas áreas, resultantes de estudos clínicos ou com ênfase em temas de cunho prático, específicos ou interdisciplinares. Serão aceitos artigos em inglês, português ou espanhol. Seus volumes anuais e números trimestrais, serão publicados em março, junho, setembro e dezembro. A linha editorial da revista publica, preferencialmente, artigos Originais de pesquisa (incluindo Revisões Sistemáticas). Contudo, também serão aceitos para publicação os artigos de Revisão de Literatura, Atualização, Relato de Caso, Resenha, Ensaio, Texto de Opinião e Carta ao Editor, desde que aprovados pelo Corpo Editorial. Trabalhos apresentados em Congressos ou Reuniões Científicas de áreas afins poderão constituir-se de anais em números ou suplementos especiais da Revista Medicina Chinesa Brasil. Os artigos deverão ser inéditos, isto é, não publicados em outros periódicos, exceto na forma de Resumos em Congressos e não deverão ser submetidos a outros periódicos simultaneamente, com o quê se comprometem seus autores. Os artigos devem ser submetidos eletronicamente, via e-mail para o endereço: editor@medicinachinesabrasil.com.br . Recebido o manuscrito, o Corpo Editorial verifica se o mesmo encontra-se dentro dos propósitos do periódico e de acordo com as Normas de Publicação, recusando-se aqueles que não cumprirem essas condições. O Corpo Editorial emitirá um Protocolo de Recebimento do Artigo e enviará a Carta de Autorização, a ser assinada por todos os autores, mediante confirmação de que o artigo seja inédito, e uma declaração de eventuais conflitos de interesse pessoais, comerciais, políticos,

acadêmicos ou financeiros de cada autor. O Corpo Editorial enviará, então, o artigo para, pelo menos, dois revisores dentro da área do tema do artigo, no sistema de arbitragem por pares, que em até 60 dias deverão avaliar o conteúdo e a forma do texto. O Corpo Editorial analisará os pareceres e encaminhará as sugestões para os autores, para aprimoramento do conteúdo, da estrutura, da redação e da clareza do texto. Os autores terão 15 dias para revisar o texto, incluir as modificações sugeridas, cabendo-lhes direito de resposta. O Corpo Editorial, quando os revisores sugerirem a adição de novos dados, e a depender do estudo, poderá prover tempo extra aos autores, para cumprimento das solicitações. O Corpo Editorial verificará as modificações realizadas no texto e, se necessário, sugerirá correções adicionais. O Corpo Editorial poderá aceitar o artigo para publicação ou recusá-lo se for inadequado. Para publicação, será observada a ordem cronológica de aceitação dos artigos e distribuição regional. Os artigos aceitos estarão sujeitos à adequações de gramática, clareza do texto e estilo da Revista Medicina Chinesa Brasil sem prejuízo ao seu conteúdo. Ficará subentendido que os autores concordam com a exclusividade da publicação do artigo no periódico, transferindo os direitos de cópia e permissões à publicadora. Separatas poderão ser impressas sob encomenda, arcando os autores com seus custos. Os artigos são de responsabilidade de seus autores.

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Informe Publicitário

Associação de Medicina Chinesa e Acupuntura do Brasil Caros amigos. A AMECA (Associação de Medicina Chinesa e Acupuntura do Brasil), após receber vários e-mails e telefonemas de membros e praticantes de Medicina Chinesa de todo o Brasil, vem por meio desta reiterar sua indignação em relação aos fatos referentes ao Simpósio Internacional de Acupuntura da WFAS. Vimos a público para esclarecer que a nossa associação não tem nada a ver com o Simpósio a ser realizado nos dias 05 e 06 de novembro em São Paulo. Muitos tem criticado a AMECA pela organização do mesmo, e outros afirmam que a nossa briga jurídica tem afetado a realização deste evento. A AMECA não tem nenhuma relação com o Simpósio, nem com a Sra. Hui Qing ou as pessoas ligadas ao mesmo, por isto afirmar que esta associação está interferindo na organização e realização do evento é querer encobrir a falta de competência da mesma. Tanto a WFAS como várias pessoas ligadas à coordenação deste evento foram avisadas dos fatos ocorridos, incluindo documentos comprobatórios e publicações feitas nos jornais da colônia chinesa. Mas a WFAS, que por motivos obscuros preferiu ignorar todos os fatos, elegeu de forma totalmente ilegal a Sra. Hui Qing para o cargo da vice-presidência executiva da WFAS. Essa eleição foi irregular pois, pelo fato da mesma ter sido desligada da AMECA, que era a entidade oficialmente filiada à WFAS, não poderia sequer concorrer ao cargo, quanto mais ser eleita vice-presidente. Os problemas da realização deste Simpósio Internacional já começaram aí, e tem se estendido até este momento. Venho afirmar que em nenhum momento, apesar de não apoiar o Simpósio, a AMECA denegriu ou tentou de alguma maneira prejudicar a realização deste evento em respeito aos profissionais de Medicina Chinesa do Brasil. Ao contrário, um dos diretores de nossa associação tentou se inscrever para participar por achar importante tal evento, principalmente para o Brasil, mas teve a sua inscrição barrada pela própria Sra. Hui Qing. A AMECA ficou em silêncio durante todo esse tempo por achar que esta briga jurídica não devesse influenciar o evento e só resolvemos nos manifestar pela quantidade de e-mails e telefonemas que nos chegaram recentemente, incluindo rumores de que as acusações contra a Sra. Hui Qing seriam um tipo de “armação”. Repudiamos veementemente essas afirmações covardes e mentirosas e reiteramos que temos em nossa posse toda a documentação correspondente às falcatruas e enganações desta pessoa. Gostaríamos também de dizer aos nossos membros e aos praticantes de MTC que a AMECA, a legítima defensora da Medicina Chinesa no Brasil, estará retornando com as suas atividades normais em 2012. Podem aguardar cursos e seminários da mais alta qualidade, sempre tendo em mente o aperfeiçoamento dos profissionais e o crescimento da Medicina Chinesa para o benefício de todo o povo brasileiro. Atenciosamente. Chang Yue Ming Presidente da AMECA

Filie-se e participe do engrandecimento da MTC em nosso país

Associação de Medicina Chinesa e Acupuntura do Brasil

Em 2012 a AMECA retornará às suas atividades normais, com um novo seminário de Medicina Chinesa. Fique atento!

www.ameca.com.br


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