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M&E: passado, presente e futuro na visão do presidente Roy Taylor
experiências foram vividas, muitas viagens foram feitas e muitos amigos conquistados. Uma trajetória de sucesso que você descobre na entrevista abaixo.
MERCADO & EVENTOS - Como surgiu a ideia de trabalhar com o setor do Turismo?
ROY TAYLOR - Quando entrei no Grupo Folha Dirigida, em 1999, já existia um jornal chamado Folha do Turismo, só que era um jornal em preto e branco, de papel jornal e vendido nas bancas, voltado para o público final. Nesse momento o Adolfo Martins, presidente do Grupo, me perguntou o que poderíamos fazer para melhorar aquele produto. A primeira coisa que disse foi que não existe Turismo em preto e branco. A partir daí passamos a investir na publicação, trocamos seu formato e adicionamos as cores, foi assim que começamos.
M&E - Como foi o início de tudo com a participação nas feiras internacionais?
São quase 60 anos de vida profissional, sendo boa parte dela dedicada à área Comercial. Ao longo de sua trajetória, o presidente do M&E, Roy Taylor, passou por vários veículos de imprensa, como a Gazeta Esportiva, o Jornal dos Sports, O Jornal (que fazia parte do portfólio dos Diários Associados), Revista Manchete, O Fluminense e Jornal do Brasil. Sua vida, porém, ganhou novos rumos a partir de 1999, quando entrou para o Grupo Folha Dirigida no cargo de diretor Comercial. Quando assumiu o desafio, ele não fazia ideia que ali começava a sua história no setor turístico. De lá para cá muitas coisas mudaram, muitas
ROY TAYLOR - Fomos participar de uma feira da Abav em Salvador e aí conhecemos o Enrique Pepino, responsável pela FIT de Buenos Aires. Ele queria nos vender um estande. Negociamos nossa participação através de permuta e a partir disso iniciamos nossa empreitada nas feiras internacionais. Embarcamos para Argentina levando uma edição em espanhol cuja capa era o Cristo Redentor e o título “Bienvenidos a Brasil”. Levamos 15 mil jornais para lá e o Caio de Carvalho, que na época era presidente da Embratur, passou lá e ficou impressionado com a quantidade de material produzido. Ele sugeriu que fizéssemos também uma edição para Fitur, na Espanha, e outra para a BTL, em Portugal. Aí conseguimos viabilizar essas duas edições logo no início de 2001. Nesse mesmo ano fizemos a BIT, na Itália, Top Resa, na França, e WTM, em Londres.
M&E - Quando ocorreu a mudança do público-alvo? Quando o veículo passou a ser voltado exclusivamente para o trade?
ROY TAYLOR - Fazíamos essas edições e a cobertura dessas feiras era publicada na própria Folha do Turismo que era vendida nas bancas, voltada para o público final. A gente então pegava uma quantidade de jornais e mandava por mala direta para quem interessava. Quem estava na banca não entendia esse tipo de cober- tura. Cada vez mais próximos do trade, começamos a ouvir muitas pessoas sugerindo que lançássemos um veículo especializado no mercado, que estava carente de uma nova forma de fazer jornalismo. Diferente de outras mídias que já existiam no Turismo, o M&E já foi lançado abrangendo todo o Brasil, saindo apenas do eixo Rio-São Paulo. Nosso intuito nunca foi dar visibilidade apenas para São Paulo, como acontecia até aquele momento. Em 2003, lançamos o M&E ainda em papel jornal e formato tablóide. No início eram enviados 1.500 jornais por edição e com o tempo atingimos mais de 10 mil exemplares por quinzena em mala direta. Para que isso fosse possível contamos com uma grande ajuda do trade brasileiro.
M&E - Qual foi o maior desafio que você enfrentou como gestor do M&E ao longo dessas duas décadas?
ROY TAYLOR - Na condução do nosso negócio, o maior desafio foi entrar no mercado de São Paulo, porque havia uma resistência, um bloqueio de grande parte do mercado para que um outro veículo do trade reinasse absoluto por lá. Então decidi me mudar para São Paulo. Eu e a Rosa ficamos um ano morando em São Paulo conhecendo as pessoas, indo aos eventos e pautas que aconteciam na cidade. Dessa forma, conseguimos, aos poucos, quebrar a resistência inicial. Também aproveitamos a sucursal da Folha Dirigida que já existia na cidade para montarmos uma equipe que ficasse dedicada a tudo que acontecia por lá, em contato direto com o trade.
M&E - Como é a sua relação com o jornalista Adolfo Martins, fundador do Grupo Folha Dirigida? E como foi deixar o Grupo FD e assumir a gestão completa do M&E em 2018?
ROY TAYLOR - Conheci o Adolfo Martins em 1969, quando ele era editor do JS Escolar, um suplemento que havia no Jornal dos Sports sobre educação, e eu era do Comercial do JS, onde fiquei por uns três anos. Em 1999 eu vi um anúncio que estavam recrutando um diretor Comercial para o Grupo Folha Dirigida e aí liguei para o Adolfo. Comecei então a trabalhar com toda a parte Comercial do Grupo, incluindo a Folha do Turismo que já existia. Adolfo tem uma importância vital em tudo isso que somos hoje. Desde o começo ele nos deu muito apoio, confiou na gente e nos ajudou. Ele me deu autonomia para tocar a área do Turismo. Fomos atrás do sucesso e conseguimos, sempre com total respaldo dele. Em 2018, o Adolfo Martins vendeu o jornal para mim e para a Rosa. Assumimos a gestão em junho de 2018 e seguimos com esse trabalho com o mesmo empenho de sempre.
M&E - Como é ter o apoio da sua esposa, Rosa Masgrau, nessas duas décadas de M&E?
ROY TAYLOR - A Rosa está conosco desde o início, então pelo menos 50% do que a gente é hoje se deve ao trabalho da Rosa e isso eu faço questão de dizer para todo mundo. Ela participou de toda a conjuntura desde a criação do M&E até os dias atuais. Hoje ela é vice-presidente da empresa e sócia, seu esforço foi vital para que pudéssemos chegar onde estamos hoje. Ela fala inglês e espanhol fluentes e isso nos facilitou muito em termos de contatos no exterior. Também não podemos esquecer da Mari Masgrau, irmã da Rosa, que é muito competente quando falamos de vendas, ela também tem um papel de muita relevância na nossa história.
M&E - Foi difícil enfrentar os últimos anos com a pandemia de Covid-19?
ROY TAYLOR - Foi um baque para todo mundo, perdemos todas as receitas e todos os contratos foram cancelados. Tive que fazer um ajuste na empresa. Poucas pessoas ficaram na equipe e com salários reduzidos. Eu tinha fluxo de caixa guardado na empresa, o que me permitia ficar até um ano sem nenhuma receita. Só que no final de 2020 já voltamos a ter algum dinheiro entrando em caixa com a veiculação de alguns banners. Em 2021 as coisas foram melhorando e naquele ano voltamos a contratar profissionais que foram dispensados no auge da pandemia. Hoje estamos com a equipe completa. Foi de fato um grande desafio, mas só sobrevivemos porque fui cauteloso desde o início.
M&E - Como você vê o M&E hoje o que podemos esperar para os próximos anos?
ROY TAYLOR - O mercado não voltou a ser o que era antes, em 2019 e 2018, e isso conseguimos sentir até pelo número de publicidade do jornal. Os preços tiveram que ser diminuídos em relação ao que era praticado antes da pandemia, já que as empresas que anunciam também estão se recuperando. As coisas estão se normalizando agora, as pessoas voltaram a viajar, mas acredito que a normalização completa se dará no segundo semestre de 2024. Avaliando a nossa história, eu diria que atingir a marca de 20 anos é muito forte, principalmente enfrentando uma pandemia. Começar do zero, tendo dois veículos concorrentes já estabilizados no mercado, e fazer frente a essas duas mídias, foi muito difícil e tivemos um enorme êxito. Tudo que conquistamos foi sempre com muito trabalho, muito afinco. Daqui para frente, enquanto tivermos saúde, vamos continuar sendo o que somos, uma equipe unida, que veste a camisa. Seguimos motivados para o que está por vir!