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HOTELARIA NACIONAL MOSTRA SUA FORÇA E JÁ VISLUMBRA NÚMEROS DA PRÉ-PANDEMIA

País deverá contar, em 2026, com 124 novos hotéis que, juntos, somam R$ 5,3 bilhões em investimentos

O bom momento de retomada do turismo reflete diretamente nos excelentes resultados que a hotelaria brasileira vem registrando neste ano de 2022. É o que comprovam os dados do Panorama da Hotelaria Brasileira de 2022, produzido pelo Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb) e compartilhado pelo Ministério do Turismo. De acordo com o estudo, o Brasil deverá contar, em 2026, com 124 novos hotéis que, juntos, somam R$ 5,3 bilhões em investimentos. Ao todo serão 18.806 novas unidades habitacionais, sendo 73% localizadas no Sul e Sudeste. São Paulo lidera o ranking de novas unidades em construção – 41 – e de novos quartos de hotéis, com 6.936.

São Paulo segue sendo mesmo o centro das atenções. Também não é para menos. Regionalmente, no primeiro semestre, o estado registrou a segunda maior alta no índice de atividades turísticas, com crescimento de 50,4% em relação ao mesmo período do ano passado, atrás somente de Minas Gerais (+73,7%) e na frente de estados como Rio de Janeiro (24,1%), Rio Grande do Sul (62,7%) e Bahia (43,7%).

A Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) destacou a plena recuperação do setor em âmbito nacional e uma projeção positiva para o futuro. “É hora de investir e o momento certo para os empresários voltarem a acreditar na hotelaria do nosso país. Os investidores seguem confiantes no potencial de recuperação do setor no médio prazo, o que justifica a criação de novas unidades habitacionais e quartos de hotéis”, comenta Alexandre Sampaio, presidente da FBHA. “O setor hoteleiro foi um dos mais afetados pelas restrições decorrentes da pandemia de Covid-19 no mundo todo, mas seguimos em avanço e plena recuperação. Até o final do ano, acredito que o setor conseguirá normalizar os patamares de antes da crise sanitária”, finaliza Sampaio.

Para a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH Nacional), o setor está vivendo um momento especial, de recuperação. “Todos sabem, passamos por um período de muitas dificuldades para o setor hoteleiro, causadas pelas restrições da pandemia, mas como sempre digo, nosso país tem vocação para ser um destino turístico e os números mostram que a recuperação está em curso e que estamos diante de uma grande oportunidade de fazer o turismo ocupar mais espaço na vida do nosso povo e na economia brasileira”, ressalta Manoel Linhares, presidente da ABIH Nacional.

Segundo ele, os números estão hoje nos mesmos patamares de antes da pandemia. “No Carnaval, Sergipe e Alagoas tiveram as maiores taxas, com 80% de ocupação, acompanhados pela hotelaria fluminense e capixaba, que registraram 72% cada. O feriado de Tiradentes, em abril, atingiu a média de 75%, onde destacou-se o Rio de Janeiro, que realizou os desfiles de Carnaval no período, atingindo em torno de 90% dos quartos ocupados. Já no feriado de Corpus Christi, em junho, os índices chegaram em média a 80%, com destaque para a chamada Região das Hortênsias e o Polo Turístico de Gramado, que tiveram cerca de 96% de ocupação no período. Cidades da região serrana do Rio de Janeiro, como Itatiaia, Miguel Pereira, Friburgo, Teresópolis e Valença também tiveram quase 100% dos quartos ocupados no feriado de Tiradentes. Já em Minas Gerais, as cidades históricas se destacaram com números próximos a 90%. Nas férias de julho, tivemos uma ocupação média de 70% em todo o país, com alguns destinos como Caldas Novas e Aruanã, em Goiás, atingindo 100% de ocupação”, destaca.

Foto: Alexander Kaunas

RESORTS CONSTATAM ALTA NA OCUPAÇÃO

A Resorts Brasil lançou recentemente mais uma edição do Radar, um relatório trimestral que visa, por meio da coleta de dados, analisar e identificar o desempenho do setor hoteleiro no país. A edição mais recente constatou alta de 25% de ocupação hoteleira no acumulado do segundo trimestre do ano, em comparação com o período pré-pandemia. A taxa total de ocupação foi de 45% em 2019, e 31% em 2021, para 56% em 2022, mostrando grandes sinais de recuperação do setor. Em termos de receita total por quarto disponível (Trevpar), a alta foi de 6,1%. Na categoria Receita Total por quarto ocupado (TrevPOR) a alta foi de 29%, saindo de R$1.137 em 2019, chegando a R$ 1.250 em 2021 e alcançando R$1.470 em 2022, também no acumulado do primeiro trimestre do ano.

MERCADO CORPORATIVO Recentemente, a Associação Brasileira das Agências de Viagens Corporativas (Abracorp) divulgou a participação da hotelaria dentro do resultado de seus associados durante o segundo trimestre de 2022, com destaque para o domínio da Accor (30,6%), que liderou com folga a participação de mercado corporativo entre as associadas, seguida por Atlântica (18,5%), Windsor (8,8%), Grand Hyatt (6,2%), Intercity (5,1%), Blue Tree (3,7%), Nobile (2,6%), Bourbon (2,4%), Louvre (2,4%), IHG (2,3%) e demais (17,3%).

ARGENTINA RECEBE UM TURISTA ESTRANGEIRO A CADA 11 SEGUNDOS NO PRIMEIRO SEMESTRE DO ANO

Durante os primeiros seis meses de 2022, a Argentina recebeu 1.367.408 turistas (passaram pelo menos uma noite) o que equivale à entrada de um viajante internacional a cada 11 segundos. No entanto, até o momento deve-se especificar que 2.506.217 visitantes entraram no total.

De acordo com o relatório divulgado pelo Instituto Nacional de Promoção Turística (Inprotur), 1.367.408 turistas equivalem a uma recuperação de 36% do total da pré-pandemia, marcando um importante processo de reativação. Nesse contexto, o Secretário Executivo do Inprotur, Ricardo Sosa, destacou que “as entidades internacionais de turismo, em diferentes áreas, mencionam que este ano os países não recuperarão mais de 50% das entradas turísticas da pré-pandemia. Nós, na Argentina, já estamos quase em 40% de recuperação e temos outro semestre intenso pela frente, então esses números mostram que a reativação do turismo receptivo internacional está em andamento.”

Sosa especificou que a partir da análise estatística de entradas gerada pelo Inprotur, surgem dados interessantes:

O top 10 de países emissores de turistas no primeiro semestre de 2022 é composto por (nessa ordem): o Brasil (que já atingiu 300 mil turistas ingressantes), o Uruguai (que ultrapassou 226 mil turistas), Chile, Paraguai, Estados Unidos, Espanha, Bolívia, Peru, França e Colômbia.

Nesse sentido, o ranking de percentual de recuperação de cada mercado em relação ao mesmo período da pré-pandemia (1º semestre de 2022 vs. 1º semestre de 2019), mostra que o primeiro lugar é ocupado pela Espanha com 61% de recuperação, seguido pelo Uruguai com 60%; México com 49%, Estados Unidos com 47% e Brasil com 41%.

Sosa especificou que a partir dessa análise “podemos mencionar que o Brasil teve uma importante recuperação que começou a ser notada em termos de chegada por via aérea a partir de abril de 2022, quando as frequências aumentaram, especialmente as da Aerolíneas Argentinas, e por terra desde março, quando a entrada por passagens de fronteira tende a se normalizar. Precisamente, por terra, destaca-se que nos meses de maio e junho, o Brasil ultrapassou 100% de entradas que tinha nesses mesmos meses de 2019. Assim, o Brasil mostra uma recuperação de 61% por terra, ficando em segundo lugar no top 5 de entradas por essa rota”.

“A partir do Inprotur mantivemos uma forte presença digital em toda a pandemia, e a partir do momento da reabertura, em outubro de 2021, estamos presentes pessoalmente em diferentes cidades e eventos”, acrescentou Sosa. Ele lembrou que dois dias após a reabertura das fronteiras “fomos a Fortaleza à Feira Abav para divulgar as notícias da Argentina. Depois, em novembro, fomos a São Paulo no Fórum Panrotas e no mesmo mês em Gramado, no Festuris, feira no sul do Brasil. Nossas ações continuaram com apresentações a operadores turísticos e agências de viagens em Curitiba, Brasília, Porto Alegre, Manaus, Goiânia, mas também estivemos nas férias WTM de São Paulo, nas Ugart em Porto Alegre e no Salão Paranaense, entre outros. Também geramos apresentações dos novos voos da Aerolineas Argentinas e durante novembro e dezembro tivemos ativações em vias públicas em seis cidades do Brasil. E através de um convênio com a operadora de turismo Mondiale realizamos um road show de um mês e meio em 15 cidades de 5 estados do Brasil que impactou 550 agentes de viagens brasileiros. E já temos mais uma bateria de ações programadas para o segundo semestre do ano para consolidar o mercado brasileiro como o emissor mais importante dos turistas para a Argentina.”

Ele analisou que os 1.367.048 turistas estrangeiros que entraram no país são o exemplo mais claro desse processo de recuperação, 80% das companhias aéreas que voaram para a Argentina na pré-pandemia recuperaram frequências e anunciaram mais voos, mas também outras que nunca o fizeram agora começaram a voar novos destinos. Por exemplo, a Aerolíneas Argentina gerou voos históricos conectando pela primeira vez São Paulo (Brasil) com Salta e Tucumán no norte da Argentina; a Viva Air começou a conectar Medellín com Buenos Aires pela primeira vez na história, a Sky começou a voar pela primeira vez entre Lima e Buenos Aires e o mesmo será feito pela Jet Smart em muito pouco tempo. “Essas questões são símbolos não só da reativação, mas do crescimento que buscamos gerar a partir do momento da chegada da nossa gestão. Nosso desafio é recuperar os níveis da pré-pandemia o mais rápido possível e gerar imediatamente crescimento sobre os números da pré-pandemia”, assegurou Sosa.

Por fim, ressaltou que “o turismo internacional receptivo é um grande motor que gera divisas para o país. Rendas de 1.300 milhões de dólares já foram geradas e temos certeza de que continuaremos a crescer, segundo as diretrizes geradas pelo nosso presidente da Nação, Alberto Fernández.”

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