EDITORIAL E EXPEDIENTE

EDITORIAL

O TURISMO VIVE!

A pandemia afetou muito o setor do turismo. Isso é um fato e os dados oficiais servem para comprová-lo. O número de viagens no Brasil, por exemplo, caiu 41% entre 2019 e 2021, saindo de 20,9 milhões para 12,3 milhões. A proporção de domicílios em que algum morador viajou caiu de 21,8% em 2019 para 13,9% em 2020 e para 12,7% em 2021, segundo informações da PNAD Contínua.

Contudo, o setor se mostrou forte e resiliente. O primeiro semestre de 2022 chegou ao fim e temos bons motivos para crer que os piores impactos da pandemia da covid-19 ficaram para trás. Empresas e entidades trabalham pensando em alcançar metas cada vez maiores, mais robustas e isso você vai ver nas próximas páginas desta revista. Montamos um panorama com os principais segmentos que compõem a cadeia turística e de forma geral a positividade reina absoluta.

Os números de um levantamento do Conselho de Turismo da Fecomercio-SP com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) são animadores. Eles revelam que o turismo nacional encerrou o primeiro semestre com faturamento de R$ 94 bilhões, representando um crescimento de 33,5% em relação ao mesmo período de 2021.

Em junho, especificamente, o setor faturou R$ 16,4 bilhões, alta de 32,5% na comparação com igual período do ano passado. Todos os grupos analisados pelo levantamento apontaram crescimento, com destaque para o setor aéreo, com faturamento de R$ 5,1 bilhões no mês. E por falar em aviação, ela merece mesmo um destaque, já que de janeiro a julho deste ano, mais de 45,6 milhões de passageiros passaram pelos aeroportos brasileiros para viagens nacionais. Este número é 52% maior do que o registrado nos primeiros sete meses de 2021, quando 30 milhões de passageiros embarcaram nos terminais aeroportuários. E é ainda maior na comparação com o mesmo período de 2020 - 25,5 milhões -, se aproximando cada vez mais do patamar pré-pandemia.

E se o primeiro semestre foi extremamente positivo, o segundo tem tudo para terminar com resultados ainda melhores. Estamos nos aproximando das festas de fim de ano, das viagens de dezembro e até lá ainda teremos alguns feriados que podem servir para impulsionar as vendas do setor como um todo. E as previsões para os próximos 10 anos são igualmente boas.

Na próxima década, o World Travel and Tourism Council (WTTC) prevê uma taxa de crescimento anual de 4% para o setor de Turismo da América Latina, quase o dobro em relação ao crescimento da economia total da região, que se estima de 2,3% para o mesmo período. De acordo com seu último Relatório de Impacto Econômico (EIR), a indústria gerará 5,5 milhões de novos empregos no setor na América Latina, com uma taxa de crescimento anual de 3,2%.

O relatório indica ainda que, em 2021, a contribuição do setor de viagens e turismo para o PIB da América Latina representou 6,1% (213,4 bilhões de dólares), crescimento de 26,5% em relação ao ano anterior. No ano passado, o nível de emprego no setor de viagens e turismo aumentou 8% em relação a 2020, com a geração de 14,25 milhões de empregos, o que representou quase 7% do total de empregos na região, apenas 1,1% abaixo do registrado em 2019.

Ao ler as matérias que preparamos nesta edição especial você vai perceber em cada segmento o que os dados acima comprovam. A pandemia chegou de forma avassaladora, causou estragos profundos, mas o turismo conseguiu mostrar toda a sua força, seu potencial e deu a volta por cima. Saiu do fundo do poço e hoje volta a respirar aliviado, colhendo os frutos de um trabalho incansável da grande massa de profissionais, dos empresários, entidades e governantes. O pior já ficou para trás, mas ainda não podemos desacelerar, há muito o que ser feito e essa é a hora, esse é o nosso momento! Vamos recuperar o tempo, o faturamento, os clientes e os viajantes perdidos!

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