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TRANSPORTE AÉREO DE PASSAGEIROS NO BRASIL CRESCE 53,5% NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2022

Azul, Gol e Latam celebram os resultados conquistados no período de janeiro a julho deste ano

A indústria da aviação comercial brasileira fechou o primeiro semestre em ritmo de plena retomada, superando inclusive alguns números registrados antes mesmo da pandemia. Embora alguns gargalos ainda impeçam o setor de se desenvolver aos níveis que a atual demanda merece, como a falta de aeronaves, a falta de profissionais e também o aumento dos custos operacionais (principalmente aqui no Brasil, onde os gastos são em Dólar e os ganhos são em Real), as companhias nacionais e internacionais que aqui operam regularmente registraram uma alta de 76,6% de demanda neste primeiro semestre de 2022, em relação ao mesmo período de 2021, enquanto a oferta cresceu 134,2%, quase o dobro da demanda para o mesmo período. Esta equação fez a taxa de ocupação chegar a 79,7% em toda a rede, um aumento de 9,2 pontos percentuais em relação aos 69,8% registrados nos primeiros seis meses de 2021. Dados divulgados pelo IBGE indicam que, no acumulado dos primeiros seis meses de 2022, o transporte aéreo de passageiros mostrou expansão de 53,5% frente a igual período de 2021.

Este bom momento é devidamente reverberado pelas três principais companhias aéreas do país. A Azul, por exemplo, recentemente divulgou seus resultados operacionais e financeiros referentes ao segundo trimestre de 2022, com destaque para a receita operacional, que atingiu um recorde histórico de R$ 3,9 bilhões. Já a receita líquida total mais do que dobrou em comparação ao 2T21 e aumentou impressionantes 50% em comparação ao 2T19, o terceiro trimestre seguido com receita líquida acima dos níveis pré-pandêmicos. “Nossa receita líquida mais que dobrou em comparação com o mesmo período do ano passado, atingindo R$ 3,9 bilhões no trimestre, um recorde histórico para qualquer trimestre de nossa história”, disse o CEO da Azul, John Rodgerson.

A Gol é outra que vem celebrando boas notícias. Destaque para os 24 milhões de passageiros transportados nos seis primeiros meses do ano, uma alta de 57,6% em relação ao mesmo período de 2021. Ao todo, a Gol decolou 175,9 mil vezes de janeiro a junho, alta de 61%. A oferta cresceu 54,4% e a demanda subiu 53,4%. Já a taxa de ocupação chegou a 80,6%. Em outras palavras, a Gol já transportou mais passageiros em 2022 do que durante todo o ano de 2021, o que demonstra a forte retomada após dois anos difíceis para o setor. A receita operacional líquida, por sua vez, atingiu R$ 3,2 bilhões no 2T22, superando os níveis pré-pandemia em 3% e mais do que triplicando (215%) em relação ao mesmo período do ano passado.

A Latam também segue de vento em popa! Os resultados financeiros consolidados referentes ao segundo trimestre do ano refletem uma retomada gradual da operação, com 72,6% dos níveis de capacidade recuperados em relação ao mesmo período de 2019. O volume representa mais que o dobro da capacidade do mesmo trimestre de 2021, um crescimento de 135,2%, explicado principalmente pela solidez dos mercados domésticos no Brasil, Colômbia e Equador, além da recuperação das operações internacionais. Em julho, a Latam ainda alcançou a marca histórica de 54 destinos brasileiros (eram 44 antes da pandemia de Covid-19), incluindo as recentes estreias em Presidente Prudente (SP), Montes Claros (MG), Juiz de Fora (MG), Cascavel (PR) e Caxias do Sul (RS).

Ainda em relação à Latam, em agosto de 2022, sua capacidade no mercado doméstico brasileiro cresceu 40% em comparação à ao mesmo mês de 2021, com a companhia operando uma média de 622 voos domésticos por dia no Brasil. Já nos voos internacionais de/para o Brasil, a capacidade foi 2,5 vezes maior em agosto de 2022 em relação à operação da companhia em agosto de 2021. Se comparado com a oferta do período pré-pandemia (agosto de 2019), a projeção é de recuperação de 69% da capacidade. Atualmente, a Latam já restabeleceu voos do Brasil para 20 destinos no exterior. São eles: Assunção, Barcelona, Bogotá, Buenos Aires/Aeroparque, Buenos Aires/Ezeiza, Cidade do México, Frankfurt, Lima, Lisboa, Londres, Madri, Mendoza, Miami, Milão, Montevidéu, Nova York, Orlando, Paris, Santiago e Roma (reinaugurado em julho).

APESAR DE AVANÇOS, ANAC REVELA QUE PREJUÍZO AINDA FAZ PARTE DAS OPERAÇÕES

Apesar do ritmo intenso e otimista de recuperação, as três principais companhias aéreas brasileiras fecharam o primeiro trimestre deste ano com resultado líquido positivo de R$ 4,5 bilhões, com margem líquida positiva de 43,2%. Trata-se de uma reversão do prejuízo líquido de R$ 6 bilhões registrado em 2021, com margem líquida de -119,2%. Os dados fazem parte do relatório de Demonstrações Contábeis da Empresas Aéreas divulgado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Segundo a agência, o resultado está diretamente relacionado à recuperação do transporte aéreo no início de 2022. De acordo com os dados estatísticos apresentados à Anac, no primeiro trimestre do ano, no mercado doméstico, as empresas aéreas Latam, Gol e Azul aumentaram sua oferta de voos em 49,3%, 39,6% e 14,6%, respectivamente. O período também registrou um aumento significativo no transporte de passageiros no mercado doméstico, da ordem de 70,5% (Latam), 47,2% (Gol) e 19,3% (Azul).

O balanço patrimonial das empresas de transporte aéreo brasileiras aponta que as receitas de serviços aéreos das três principais companhias aumentaram 111,7% em relação ao 1º trimestre de 2021, enquanto os custos e despesas operacionais aumentaram em 68,9%. A receita de passagens aumentou 137,4% e representou 82,9% do total das receitas de serviços aéreos.

PRESSIONADO PELO QAV, PREÇO MÉDIO DA PASSAGEM AÉREA SUPERA R$ 680

Em agosto, diante do cenário de instabilidade no mercado internacional com a guerra na Ucrânia, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) defendeu a manutenção da alíquota zero de imposto sobre QAV, em reunião com o deputado Danilo Forte, relator da Medida Provisória (MP) 1118/2022, que altera a Lei Complementar 192/2022 – que reduziu a zero a alíquota do PIS/COFINS incidente sobre combustíveis, incluindo o querosene de aviação.

A Abear apresentou ao parlamentar o histórico do processo de negociação com o Congresso Nacional e o Poder Executivo, que garantiu na Lei Complementar 194/2022 o cálculo do crédito presumido do PIS/ COFINS sobre alguns derivados de petróleo. A medida representou uma redução de R$ 0,07 por litro de QAV. Também foi solicitado que modificações que venham a ser feitas nas Leis Complementares 192 e 194 sejam observadas e mantidas a atual sistemática de apuração do crédito presumido.

A Abear luta para tentar amenizar a alta do combustível. De 1º de janeiro a 1º de maio, a alta chegou a 48,7%, segundo dados da Petrobras compilados pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear). Somente no ano passado, o valor do QAV acumulou aumento de 92%. A guerra na Ucrânia é um dos principais responsáveis pelo aumento. O cenário tem impactado negativamente os custos estruturais das companhias aéreas, com a pressão do preço do barril de petróleo sobre o querosene de aviação (QAV).

Isto fez o bilhete aéreo no mercado doméstico ser comercializado pelo valor médio de R$ 682,60 em maio, valor 22% superior em relação ao preço praticado no mesmo mês de 2019 (pré-pandemia). Nos cinco primeiros meses deste ano, o preço médio da tarifa aérea foi de R$ 605,04, representando aumento de 21,8% na comparação com três anos atrás, quando o valor médio ficou em R$ 496,19. Os dados são da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

SP E RJ SAEM NA FRENTE COM CHECK-IN E EMBARQUE COM RECONHECIMENTO FACIAL

Com biometria, a capacidade de processamento dos embarques subirá 27%, agilizando o tempo gasto atualmente

São Paulo e Rio de Janeiro são os protagonistas pioneiros na disponibilização do check-in utilizando a tecnologia de reconhecimento facial. Até o momento, há totens de leitura biométrica em 20 portões de embarque, sendo 12 em São Paulo e oito no Rio de Janeiro, permitindo o trânsito entre os aeroportos de Congonhas e Santos Dumont, em voo doméstico.

O mote da ferramenta é dispensar o uso de cartões de embarque e documentos físicos. Antes da implantação definitiva, foram realizados testes no projeto piloto do programa federal Embarque +Seguro, sob condução do Ministério da Infraestrutura (Minfra) e Serpro, empresa de tecnologia do Governo Federal, em parceria com a Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia.

“Nada como usar os nossos próprios rostos como documento. Além da praticidade, economizamos tempo, papel e transformamos a experiência de viajar em um momento mais prazeroso e sem intercorrências”, diz Giuliano Podalka, diretor Comercial da Pacer, empresa responsável pela tecnologia e também criadora da “fila virtual” ou Tapete Azul, que a Azul Linhas Aéreas utiliza.

O processo de implantação definitiva da tecnologia está sendo realizada de forma gradual e simultânea nos aeroportos paulista e fluminense, após os testes do programa governamental. É válido destacar que o sistema não anula o formato analógico, sendo assim, será possível ainda, embarcar portando documento e bilhete aéreo físicos.

“Não medimos esforços para apresentar novas soluções que possibilitem uma experiência de voo segura e eficiente aos nossos viajantes, exemplo disso são as inúmeras opções que já oferecemos, como o Tapete Azul e a bancada digital de autoatendimento, que possibilitam aos viajantes ainda mais conveniência em seus processos de check-in e embarque”, declara Jason Ward, vice-presidente de Pessoas e Clientes da Azul.

Com a biometria, o tempo médio do embarque cai de 7,5 segundos para 5,4 segundos por passageiro. Isso significa que a capacidade de processamento dos embarques subirá 27%. Além disso, a coleta de dados ocorre dentro do termos da Lei Geral de Proteção de Dados (LPGD), sincronizados com o banco de dados da Serpro.

Foto: Vector Juice

COMO FUNCIONA?

Na hora do check-in, a cada novo voo, o passageiro maior de 18 anos deverá aceitar os termos nos aplicativos e/ou sites das companhias aéreas e validar sua identidade. O processo é feito com o upload de uma fotografia e uso de documento biométrico - RG, Carteira Nacional de Habilitação (CNH digital) ou o título de eleitor -, e passagem aérea. Após o ingresso das informações, e sendo reconhecido o cadastro, o passageiro estará apto a usar o sistema biométrico para o respectivo voo.

“A Gol não mede esforços para aprimorar a jornada dos nossos usuários, tornando sua experiência de viagem cada dia mais cômoda e gratificante. Oferecer aos passageiros uma funcionalidade como o Embarque com Reconhecimento Facial, que promove celeridade e mais Segurança em processos vitais como o check-in e o embarque, sobretudo em aeroportos super movimentados como Congonhas e Santos Dumont, é um grande passo rumo à total digitalização dos serviços da aviação comercial”, afirma José Luiz Belixior Jr., diretor de Atendimento a Clientes da Gol.

No aeroporto, o recurso será usado no acesso à sala de embarque e depois, no acesso à aeronave. Os totens de leitura biométrica da face consultarão a base do governo para verificar o cadastro do passageiro e a existência do cartão de embarque válido.

A Infraero, operadora do Santos Dumont e de Congonhas, firmou cooperação técnica com o Serpro, desenvolvedora do sistema de validação biométrica para o Embarque +Seguro, a fim de promover a adoção definitiva do sistema, que além dos totens da Pacer, também utiliza aparelhos a Digicon.

Os dispositivos estão sendo instalados gradualmente em todas as áreas de check-in e portões de embarque dos aeroportos de Congonhas e Santos Dumont: são 12 portões e 10 catracas no terminal paulista; e oito portões e cinco catracas no fluminense.

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