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Ponto para Embratur! A bola da vez

Roy Taylor

Nós, que fazemos o Turismo acontecer, sabemos bem, aliás, muito bem, o quanto qualquer eleição, seja ela municipal, estadual ou federal, mexe com o nosso setor. Embora a iniciativa privada tenha sempre mudanças nas mais altas hierarquias ao longo do tempo, elas não acontecem de uma vez. No âmbito público, é uma tacada só, de dois em dois anos. Neste ano de 2023, não poderia ser diferente. Apesar de certos governos tenham sido reeleitos e mantido seus respectivos secretariados, boa parte é novidade, alguns vão e voltam, mas temos sim algumas figurinhas novas. No caso do governo federal, tudo novo! Daniela Carneiro, ministra do Turismo, e Marcelo Freixo como presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo, a Embratur, assumiram o comando com a promessa de lutar junto ao trade. E nós, do trade, em contrapartida, desde o começo, demandávamos uma equipe técnica para tocar as estratégias benéficas do setor. E embora ainda seja muito cedo para dizer, Marcelo Freixo parece que ouviu direitinho o que precisamos e começou muito bem na Embratur. Trouxe de volta Jaqueline Gil, agora diretora de Marketing, que trabalhou na Embratur há cerca de

20 anos, justamente na época do lançamento do Plano Aquarela, o qual me lembro bem e que já voltou a fazer parte da promoção do Turismo no exterior, como vimos na Fitur 2023, em Madri. Anunciou a chegada de Roberto Gevaerd, como diretor de Gestão Corporativa e agora na última semana de janeiro mais dois nomes que sabem muito sobre o Turismo.

O primeiro deles é Bruno Reis, que já trabalhou na Embratur, no RIOgaleão e, mais recentemente, como presidente da Emprotur-RN, fez Natal e o estado como um todo deslanchar na área do Turismo e despontar nas primeiras posições dos destinos domésticos mais buscados.

Já Mariana Aldrigui é professora pesquisadora na área de Turismo na Universidade de São Paulo (USP) e doutora em Geografia Humana. Ela também é presidente da FecomercioSP e coordenadora da ONG Global Travel & Tourism Partnership no Brasil no projeto de expansão da instituição para a América Latina.

São nomes que têm tudo para agregar e balançar a bandeira do Brasil mundo afora. Ponto para Embratur!

Roy Taylor é presidente do Mercado & Eventos

Natalia Strucchi

Com o fim da pandemia e a retomada das viagens, é hora dos destinos turísticos brasileiros aproveitarem a demanda dos visitantes domésticos e internacionais. Um estudo da Hibou revelou que 53% da população do Brasil pretende viajar ao longo do ano e a melhor notícia é que 87% dos entrevistados têm a intenção de explorar o nosso País ao invés de escolher o exterior. Destes, 60% pretendem fazer passeios por outros estados, enquanto 27% pretendem curtir o estado em que moram.

Dados do Kayak também reforçam esse panorama e apontam que entre os dez destinos mais buscados para este ano, oito estão no País - seis se localizam no Nordeste - e apenas dois são no exterior, Lisboa e Buenos Aires. Segundo o levantamento, São Paulo continua sendo destaque dentre os mais buscados, ficando na primeira posição do ranking para o ano de 2023, seguido por Rio de Janeiro e Recife.

E o mundo também está de olho nas nossas belezas e atrativos. A cada ano o jornal norte-americano The New York Times divulga sua tradicional lista com 52 destinos que devem ser visitados. Para 2023 a publicação aponta dois lugares no Brasil. O Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses e Manaus ficaram nas 11° e 41° posições, respectivamente. Outra publicação internacional, desta vez do do site Make It, que faz parte do conglomerado norte-americano CNBC, colocou o Rio de Janeiro na lista de sete destinos do mundo para se conhecer antes de morrer. A Cidade Maravilhosa ocupa a 5ª posição no ranking, atrás das gigantes do turismo Paris (França), Roma (Itália), Nova York (Estados Unidos) e Cape Town (África do Sul), e à frente de Tóquio (Japão) e Istambul (Turquia).

Todo esse cenário nos leva a crer que o futuro é promissor e caminhamos na direção certa. No último ano, o Brasil recebeu 3,63 milhões de turistas internacionais, número quase cinco vezes maior do que os 745 mil de 2021. Esses estrangeiros gastaram US$ 4,95 bilhões no Brasil em 2022, segundo o Banco Central (Bacen). O montante representa um crescimento de 68% em relação ao ano anterior. Queremos mais? Sim! Podemos mais? Sim! Precisamos trabalhar não só para alcançar os 6 milhões da pré-pandemia, mas ultrapassá-los.

Como diz o ditado, passada a tempestade dos últimos três anos, agora é hora da bonança. É o momento dos governos, empresas e profissionais do turismo levantarem as mangas e correr atrás do tempo perdido. O Brasil está sendo visto e desejado não só por nós, mas por visitantes de todo o globo. Eu não tenho dúvidas de que o turismo está mais ON do que nunca! Portanto, vamos aproveitar!

Natália Strucchi é jornalista, pós-graduada em Relações Internacionais e diretora de Redação do M&E

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou seu Panorama Mensal do Turismo, com os números mais recentes do setor. Foram R$ 35,96 bilhões de receitas em novembro de 2022, o maior montante já registrado para meses de novembro da série histórica, uma alta de 27,9% em relação a novembro de 2021, já descontada a inflação, uma variação de 0,1% em relação ao mês imediatamente anterior.

A previsão da CNC para o crescimento do turismo em 2023 é de 2,9%. Atualmente, o volume de receitas do turismo se encontra 2,5% abaixo deste nível. Segundo estudo da Confederação, cada feriado ou ponto facultativo prolongado tende a injetar 2,1% no volume anual de receitas do setor. Com 8 feriadões, neste ano, o volume gerado deverá responder por 18% do faturamento deste ano, movimentando cerca de R$ 74,3 bilhões com feriados prolongados.

Os dados revelam ainda que a inflação cresceu 13,5%, em 12 meses, nos preços ligados aos serviços turísticos, com destaque para a alta de 35% nas passagens aéreas e 20,6% na hospedagem. Por outro lado, mais de 57,2 mil novos estabelecimentos abriram as portas de janeiro a novembro, um avanço de 10,2% em 12 meses em relação ao período anterior. O destaque fica pelas altas nos serviços de lazer (+12,2%) e aluguel de veículos (+11,8%).

Por outro lado, mais de 24,7 mil trabalhadores formais foram contratados em novembro, mais um saldo positivo seguido desde maio de 2021. A projeção da CNC para abertura líquida de postos de trabalho em dezembro de 2022 é de mais de 10 mil vagas. E se confirmada essa previsão, o setor conseguiria repor as vagas eliminadas durante a pandemia ainda em 2022, com mais de 225,2 mil postos de trabalho abertos em todo o Brasil durante o ano passado.

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