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E o Galeão… Agora vai?

O presidente Lula assinou uma portaria para restringir as operações no Aeroporto Santos Dumont! A ideia é equilibrar os voos entre os dois terminais localizados na cidade do Rio de Janeiro, distantes cerca de 20km. Mas seria essa a decisão mais inteligente a se tomar neste momento? É difícil dizer, mas não dá para esconder que a decisão de manter o SDU apenas com voos para São Paulo/Congonhas e Vitória é uma daquelas que de fato precisam ser tomadas. Sem uma decisão do governo federal, dificilmente teríamos forças para salvar o aeroporto internacional do Rio de Janeiro.

A concorrência é desleal. O Santos Dumont é o aeroporto mais perto do centro da cidade em todo o mundo! Nenhum terminal está a apenas dois quilômetros de distância de um dos pontos mais estratégicos de uma cidade. É tão bem localizado, que todos passageiros e companhias querem operar voos neste terminal. Mas, a partir de janeiro, isso tem tudo para mudar. Tanto é que a previsão mais recente indica um aumento de 40% nos voos para o Aeroporto Internacional Tom Jobim somente neste segundo semestre.

A Gol, por exemplo, já anunciou a ampliação dos voos no Galeão a partir de 1º de outubro. A oferta no aeroporto terá alta de mais de 70%, somando pousos e decolagens, com 22 destinos atendidos

Jerome Cadier, CEO da Latam Brasil, por sua vez, afirmou que já transferiu 30% dos voos do Santos Dumont para o Galeão. Já a Azul realiza em média 24 voos por semana para o Galeão a partir de Campinas e Recife. A companhia estuda ampliar as operações, oferecendo ligações diretas do aeroporto do Rio para cidades do Nordeste.

A decisão do governo federal é compreensível e necessária. Sem voos domésticos no Galeão, como fazer para angariar voos internacionais?

Nem todo mundo que desembarca de um voo internacional permanece na cidade. O mesmo vale para aqueles que moram em destinos menores e que se conectam com um grande terminal internacional para viajar ao exterior. Sem voos domésticos de partida ou chegada, as operações internacionais tornam-se insustentáveis.

A portaria, por ora, cria uma uma certa insatisfação nos passageiros. Mas, para salvar o Rio como porta de entrada internacional, qualquer decisão é válida e bem-vinda. É como o prefeito do Rio falou: não dá para fazer do Rio um balneário charmoso apenas. O Rio é uma cidade pulsante, vibrante, já foi capital do país, é a segunda mais importante do país e continua sendo o destino mais procurado dos estrangeiros no Brasil, o que torna o Galeão um terminal necessário!

Roy Taylor é presidente do Mercado & Eventos

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