Liberté #01

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comeรงo

#01janeiro2015


tema do mês: começo


um belo dia resolvi mudar e fazer tudo o que eu queria fazer {rita lee}

=)

Fazia um tempo já que eu estava afim de fazer um projeto pessoal... mas não sabia o que eu procurava exatamente. trabalho com editorial a um tempo e decidi que isso é o que me dá prazer, então tive a ideia de montar a liberté. uma revista que fala sobre pessoas normais, nenhuma celebridade. Aqui então me exponho por completo: meu estilo gráfico, meu jeito de escrever, minha paixão por fotografia, ilustração, design e pessoas. essa revista é feita nas horas em que passo entre um ônibus e outro e contém muita dedicação e amor. Ah, e todo dia 10, uma edição nova vai ao ar... e a cada mês, um tema novo. O tema dessa primeira edição é começo. e como ninguém é feliz sozinho, precisei de ajuda para tornar essa revista real: chamei as melhores pessoas que conheço, meus amigos, e cada um também expõe um pouco de si. espero que goste. que este ano que acabou de começar, seja o início de muitos começos bons beijos, mel.

nessa edição tem: Carolina Ferraz; eduardo monteiro; hellora Dana Finotti. e sempre tem: eric mudo; Jade meneguel; maria Clara Vieira; marina Costa; Natalia ghacham; Yane reis. projeto Gráfico: melissa Costa.


Sumário

Começo: Pra começar, por onde começo? Começo de ano, começo de metas, início de vida! Adoro os pontos de partida, não desmerecendo as linhas de chegada, mas como superar as descobertas do início do caminho? O que esperar dessa primeira edição? que cada página seja uma janela, de onde você possa vislumbrar vários novos começos! Yane reis é formada em hotelaria pelo Senac, atualmente é gerente administrativa em uma rede de alimentação. Aqui escreve suas belas palavras. FOtO:eriC muDO


Se ache

leia na ordem ou procure o que mais te interessa. 06 14 16 22 23 24 28 30

A vida que começa todo dia Produtos para começar O começo de uma doutora Fala, Clara Diz aí, Jade O começo de 3 Sabor para começar Poesia da Na


Ensaio

comeรงa todo dia

a vida que | fotos por eric mudo |


o comeรงo do ano


o comeรงo do show


o comeรงo do medo


o comeรงo do caminho



o comeรงo do ser


eric mudo é fotógrafo e atualmente faz faculdade de cinema. ele tem experiência com vídeos também. Confira seu trabalho em: flickr.com/ericmudo


Produtos PARA COMEÇAR CAMINHADAS SAPATINHO PERKY R$ 99,90

produtos para começar começou o ano: hora de recomeçar muitas coisas. temos aQui uma seleçÃo de produtos para seus diVersos recomeços

PARA COMEÇAR BANHOS DIVERTIDOS ESPONJA DE BANHO ANTÍDOTO R$ 5,90

PARA COMEÇAR A SE ENTENDER O LIVRO DA PSICOLOGIA; GLOBO LIVROS R$ 59,90

FOtO: mel COStA


PARA COMEÇAR 0 DIA FELIZ MÁQUINA DE WAFFLE DO MICKEY $ 21,00

PARA COMEÇAR O BEM O VERÃO PROTETOR SOLAR VICHY R$ 64,90

PARA COMEÇAR A FESTA TRIO DE SOMBRAS (TUXEDO) MARY KAY R$ 29,00 PreçOS PeSquiSADOS em JANeirO, SuJeitO A muDANçAS


Comeรงos

CoMeร o de uMa doutoRa | texto por mel costa|


carol tem aPenas 26 anos e JÁ Pode ser chamada de doutora. mas isso É só o comeÇo.


caroliNa ferraZ ZaNetti aGora É doutora, mas aiNda Podemos cHamÁ-la de carol. ela É uma joVem que acaBa de comPletar a faculdade de mediciNa, um dos cursos mais requisitados do PaÍs, em alfeNas, iNterior de miNas Gerais. ela tem tudo Para ser uma Ótima ProfissioNal: É ateNciosa, iNteliGeNte e muito carismÁtica. aqui, ela coNta um Pouco desse NoVo começo. mel: Você sempre sonhou em ser médica? Carol: Não. eu sempre sonhei em poder fazer algo que pudesse ajudar as pessoas. trazer paz, conforto e segurança. Acho que a medicina foi o caminho que encontrei para meu objetivo final. e mesmo sabendo que não seria fácil cursar medicina, o que te fez continuar nesse caminho? O amor. A cada dia que passou, amei mais estar ali, aprendendo dia a dia como o corpo humano funciona e a mente. Ver a realidade de cada familia e apartir disso desenvolver métodos para ajudar, não só fisicamente, mas também psicologicamente sabe? Sentia que aquilo era feito para mim. Cada paciente, cada história diferente me dava mais força. me sentia cada dia melhor. O melhor momento era nas consultas de retorno, onde via que o que planejei para essa FOtOS: rePrODuçãO iNStAgrAm

pessoa e ela seguiu a risca a beneficiou. quando ela voltou estava bem, mais calma, mais bem disposta, mais feliz, enfim mais saudável. Que lindo isso! espero que continue sempre esse encanto. mas, voltando ao começo, você prestou muitos vestibulares? Nossa, muitos! Comecei no terceiro ano, fiz uns 5. Depois fiz dois anos de cursinho e prestei uns 12 (vestibulares) por ano. No fim do segundo ano eu finalmente passei. caramba! e mesmo assim não perdeu a vontade? Não, de forma alguma. Depois que decidi que era isso que eu queria, não deixei a peteca cair e fui me esforçando cada dia mais. enxerguei como um desafio. me desafiava todos dias, um exercicio a mais, um capitulo a mais, só mais uma hora de estudo. No fim estudar se tornou mais gostoso. é lógico que tinham dias de desânimo, pois ninguém é de ferro, mas os de boa vontade e fé foram maiores e hoje estou aqui! e quando você passou na prova, quem foi a primeira pessoa a saber da novidade? minha mãe! Nossa, na hora que vi pela internet meu nome na lista de aprovados eu desmontei na cadeira. Foi a melhor sensação, relaxamento e satisfação. Naquele momento me senti nas nuvens. eu não acreditava, entrei e sai do site umas 3 vezes (risos). Peguei o telefone e liguei para ela na hora. eu disse assim: “mãe passei!” e


ela: “Passou onde, Carolina?” (ela estava atendendo um paciente no momento), e eu respondi: “Na faculdade mãe!!!” ela provavelmente se sentiu nas nuvens também né? Carol: Com certeza. Foi uma conquista nossa. ela sempre me incentivou, me ergueu nos momentos dificeis, me levou para as provas. Sempre me mostrou que eu era capaz, nunca me deixou pensar o contrário. com a aprovação veio também a mudança: porquê você escolheu estudar em alfenas? Foi por indicação de um amigo que fazia faculdade lá. ele gostava muito da faculdade e me mostrou varias qualidades que ela oferecia. eu nunca quis morar fora de casa, mas foi uma boa oportunidade que Deus guardou para mim. muita coisa mudou a partir de lá. e como foi morar sozinha pela primeira vez, mudar de cidade e ainda por cima, fazer um curso tão puxado? No começo foi super assustador. Sempre fui filhinha de mamãe, tinha tudo na mão. Fazer comida, almoçar e jantar sozinha. Andar numa cidade que você não conhece, não sabia onde era o banco, o mercado, a igreja. e no começo você não tem amigos né, na verdade ninguém. Chegar em casa e aquele silêncio. Você na verdade começa do zero. Aprende a viver sozinha, a cozinhar, a decidir tudo da sua forma. Ninguem te incomoda e você não incomoda ninguém (risos). Ninguém está lá para

perguntar se você comeu, se não está estudando (risos). Você se torna independente e mais madura. sentiu muita saudade de casa, dos amigos? Nossa, como senti! Senti saudades da convivência com meus pais e irmãos, das brincadeiras das crianças, das broncas, da conversa na hora do almoço... e do almoço... comidinha de casa faz uma falta! Dos amigos também, foram os que eu mais fiquei distante, cada um tem sua rotina e ficava difícil coincidir os fins de semana livres. Você via seus amigos se formando na faculdade, começando a trabalhar e você ainda lá no terceiro ano (risos). Foi uma mudança total de realidade. morava em um ambiente urbano mega agitado. mudei para uma cidade do interior de minas gerais. Você conheceu muita gente diferente em alfenas?


Conheci sim. Como toda faculdade de medicina, seus colegas de sala são de todo canto do brasil: Paraná, goiás, bahia, Aracaju, São Paulo, rio e a grande maioria de minas gerais. Diferentes sotaques, culturas e sonhos. em Alfenas me senti em casa, essas pessoas se encontravam na mesma situação que eu, com o passar do tempo seus amigos se tornam a sua família. e não posso deixar de dizer o quanto os proprios moradores da cidade foram acolhedores. Sou muito suspeita a dizer, mas sou muito fã de mineiro. (risos) tão fã que arranjou um namorado por lá, né? (risos) (risos) muito mais que namorado, um amigo, meu braço direito, meu companheiro. O rafael esteve presente na minha vida desde o início da faculdade, começou com uma am-

izade e hoje sem dúvidas se tornou um amor forte e verdadeiro, ele é o homem da minha vida. e agora que você já se formou e tem um companheiro de vida, qual o próximo sonho? meu sonho é me tornar uma ótima profissional. uma médica excelente e por em prática tudo que aprendi esses seis anos. quero trabalhar muito, atender muitos pacientes, aprender cada dia mais, estudar mais. tentar ficar mais próxima da minha família, conquistar minha independência. Casar, ter um lar nosso, viajar muito. ter uma vida tranquila e sempre poder ter saúde e boa vontade para ajudar o próximo. e o que mudou na carol de seis anos atrás? essa é difícil (risos). Acho que mudou tudo. me tornei mulher. uma pessoa mais aberta, mais segura, mais confiante. minha fé se tornou maior. Vejo que sou capaz de ser tudo o que eu quiser, basta ter vontade, coragem e persistência. Aprendi a dar valor ao que realmente é importante: a vida que nos foi dada generosamente e as pessoas que amamos. Acredito que estamos de passagem nesse mundo e quero deixar só o melhor de mim. quero agradecer a melissa Costa pela oportunidade de mostrar um pouco de mim e principalmente pelo carinho e amizade.


É lógico que tinham dias de desânimo, mas os de boa vontade e fé foram maiores


Fala, Clara

Pelo fim do fim do ciclo Não, esse texto não é sobre ciclo menstrual. O assunto aqui é outro: o famoso “fim de um ciclo de trabalho e aprendizagem” – aquela frase clichê que todo mundo diz (ou escreve por e-mail) na despedida de um emprego. Por favor, neste ano novo, vamos mudar de pensamento. Você, que me lê, não obrigue seus colegas de baia a ouvir (ou ler) uma bobeira dessas. E não venha dizer que é poético! Toda vez que me deparo com essa frase batida, eu me estremeço. Não há nada que me incomode mais do que um chavão sem fundamento. Não há fim nenhum em um ciclo. Vamos lá, é fácil: (1) Está no dicionário. Ciclo = intervalo de tempo durante o qual se completa uma sequência de uma sucessão regularmente recorrente de eventos; o mesmo que anel; ou seja, ciclo não tem começo nem fim – é isso que faz dele um ciclo. (2) Seu ciclo não acabará porque trabalho e aprendizagem nunca terminam: todo dia aprendemos algo novo e, ainda que você se aposente, o trabalho (seja doméstico, seja voluntário) está sempre lá te esperando. (3) Todo fim é, necessariamente, começo de algo novo, o que me leva a filosofar: Vida é ciclo Ciclo é infinito Vida é infinita Infinito é ausência de fim Ausência de fim é ausência de começo Por tanto, vida é ciclo, que é infinito, que é ausência de fim, que é ausência de começo, que é mistério. Que o seu 2015 comece (e termine) assim reflexivo.

Maria Clara Vieira é formada em jornalismo pela USP e é reporter na revista Crescer


Diz aí, Jade

Começar. Mas de que jeito? Uma típica frase de Réveillon que estamos até cansados de escutar é “Ano Novo, Vida Nova”. Se pararmos para pensar, tudo o que é novo surgiu por um ponto de partida da ação de alguma pessoa, ou seja, pelo simples ato dessa pessoa ter começado algo. Então, eu me questiono: Por quê começar as vezes é tão complicado? Em todos os sentidos da nossa vida, o que nos move e o que vai criando nossa personalidade são nossas decisões. São com elas que entramos em uma faculdade, escolhemos nossos círculos sociais, compramos um carro ou até mesmo escolhemos qual filme assistir em uma noite chuvosa. Todas essas decisões, pensadas cautelosamente ou não, foram causadas pela nossa ambição de começar a realizar um desejo. Se eu fosse escrever um livro sobre o verbo começar, ele seria o herói da trama, onde tudo seria possível de acontecer. Poderia ficar escrevendo páginas e páginas de como ele entrou na vida de alguém para ajudar a começar pensar no futuro, começar uma nova dieta, começar a ter uma família, começar a viajar o mundo e como todos esses começos trariam bons resultados e finalizações. Mas aí, bem no meio

jade meneguel é formada em design gráfico pela belas artes e escreve em seu site: jademeneguel.com

do livro, apareceria o vilão da história, o famoso “Mas e se...?” E se tudo der errado? E se eu mudar meus planos no meio do caminho? E se o que eu comecei já não tem mais valor? E se eu começar e não terminar? E se... É por isso que começar as vezes fica tão complicado. Antes de começar já vamos logo pensando no vilão da história e o que ele poderá fazer, criando cada vez mais a expectativa de que algo lá na frente irá nos impedir de trazer o tão desejado final do nosso começo, desistindo sem nem menos dar chance ao nosso herói da história. Agora eu lhe pergunto: E se o famoso vilão apenas não existisse? Particularmente, eu acredito que nós teríamos muito mais autoconfiança e força de vontade para realizar nossos tão sonhados desejos. Podemos ter uma vida completamente diferente do que imaginamos hoje, deixando aquela mesmice exaustante de lado pelo simples ato de ter começado algo novo e não ter se preocupado com o que poderá dar de errado. Pensando nisso, eu espero que este ano seja realmente seja um daqueles que faça jus a frase “Ano Novo, Vida Nova” para todos nós, repleto de pensamentos positivos e com muitos começos!


Começos

o

com eço de | fotos por duu monteiro e texto por hellora dana finotti |

hell e du já são três. agora só falta o théo chegar para começar.



Tanta gente dizendo “dorme enquanto pode” porque depois não dá mais... As vezes eu penso que “nem me importa”, eu com certeza vou quase perder a paciência algumas vezes mas é tudo tão estranho como se não fosse problema nenhum eu deixar de dormir ou mesmo de fazer minhas coisas... Essa noite eu passei em claro até as 6h da manhã, eu não sei pra cada mãe mas eu sempre fui uma mãe meio relaxada... rs.. Pouco conversei com o Théo e pouco imaginei como ele seria, como seria o rostinho dele.. Mas

mais fotos em: flickr.com/duumonteiro


também não me preocupei quando foram aparecendo mais imperfeições no meu corpo, é tudo tão relativo quando você realmente sente uma necessidade incontestável de proteger alguém... Só que essa noite eu passei em claro imaginando como seria o rostinho do Théo, o tamanho pequenininho dele, como seria até o choro dele... Mesmo antes de nascer a gente já fica preocupada com tanta coisa que vai acontecer aqui fora... “Vai, e se der medo, vai com medo mesmo” - hellora, 20 anos, mãe do théo


açú duas c olhe res de

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ar s i c

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uma receitinha ideal para começo de um dia bom: crepe doce. a chef marina costa dá as coordenadas.

Para fazer essa delícia aí da foto, você precisa bater todos os ingredientes no liquidificador, até a massa ficar bem homogênea. Sob a frigideira (ela tem que ser antiaderente, ok?), espalhe a massa com uma concha pequena, formando uma circunferência. O importante aqui é garantir que a massa fique bem fininha, pois assim a crepe vai ficar mais leve, então, com a ajuda da concha, alise-a com muito cuidado. Deixe por alguns instantes e vire a crepe, quando ela ficar bem douradinha, é hora de tirar da frigideira. Pronto! Agora, se quiser, você pode polvilhar açúcar impalpável e rechear da maneira que preferir… A crepe da foto é de doce de leite, fica irresistível (Com Nutella e geléia de framboesa também fica divino!) Tem como começar melhor o dia?

ha de trigo, 5g de farin 2 1 , e t e lei d l m 350

sabor para começar

car e4 0m ld eó le

Sabores

. tal e eg v o

V o cê v ai

foto: mel costa


marina costa ĂŠ chef de cozinha e tem uma cantina na r. augusta. sua mais nova empreitada ĂŠ o bolo no pote, veja em sua pĂĄgina: facebook.com/obolonopote


Poesia da Na

Conta-gotas Logo de início: espreme suco de limão em olhos preto e branco só para sentir a cor de janeiro e abrir garganta desmontada remontada em pensamentos-colírio Pisca para poder de novo redizer a língua que lambe o cheiro do protetor solar daquela música já ouvida em milésima nota fresca. contínua...que dezembro já vem: pinga suco nele!

foto:natalia ghacham


natalia Ghacham ĂŠ formada em artes Visuais pela belas artes e atualmente escreve belas poesias e fotografa. conďŹ ra seu trabalho em: acorde-acordes.blogspot.com


tODO DiA 10 umA NOVA reViStA COm NOVAS PeSSOAS e NOVAS hiSt贸riAS FACebOOk. COm/reViStA liberte


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